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REVISTA DO
Instituto
Paraibano de
Genealogia e
Heráldica
Coordenadores
Teldson Douetts Sarmento
Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior
Cícero Caldas Neto
Marinalva Freire da Silva
Natércia Suassuna Dutra
Diagramação
Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior
Editoração eletrônica
Magno Nicolau
CDU 929.52
EDITORA
www.ideiaeditora.com.br
(83) 3222-5986
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica |3
S U M Á R I O
A P R E S E N T A Ç Ã O ................................................................. 7
Diretoria:
Presidente Teldson Douetts Sarmento
1º Vice-Presidente Natércia Suassuna Dutra
2º Vice Presidente Maria do Socorro Xavier
1º Secretário João Abelardo Lins Barreto
2º Secretário Berilo Ramos Borba
Tesoureira Natércia Suassuna Dutra
Vice-Tesoureiro Ricardo Bezerra
Bibliotecário/Arquivista Adauto Ramos
Conselho Fiscal:
Edinaldo Cordeiro Pinto Júnior
Joaquim Osterne Carneiro
Victória Chianca
Suplentes:
Cícero Caldas Neto
Ricardo Bezerra
Zilma Ferreira Pinto
Comissão de Redação:
Adauto Ramos
Berilo Borba
João Abelardo Lins Barreto
Maria do Socorro Xavier
Teldson Douetts Sarmento
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica |7
APRESENTAÇÃO
E
xcelentíssimo Sr.
Deputado Estadual
Janduy Carneiro,
Presidente desta
sessão; Excelentís-
simo Sr. Vereador Humberto
Pontes, representando a
Câmara Municipal de Vere-
adores de João Pessoa; Exce-
lentíssimo Deputado Ranieri
Paulino, secretariando os
trabalhos; minha Vice Presi-
dente Natércia Suassuna; Dr.
Joaquim Osternes Carneiro,
representando o IHGP; Dr. João Fernandes, representando a Justi-
ça Federal; Dr. Cícero Caldas, representando a Academia Parai-
bana de Letras Maçônicas; Preclaros confrades e confreiras, queri-
dos presentes....
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Ilustres Convidados
OS NOVOS FUNDADORES
DISCURSO PROFERIDO PELO CONSÓRCIO BERILO BORBA POR
OCASIÃO DA SOLENIDADE DE POSSE DO COLEGIADO DO
INSTITUTO PARAIBANO DE GENEALOGIA E HERÁLDICA
IPGH EM POESIA
HOMENAGEM AO JUBILEU DE OURO DO IPGH NO ANO DE 2017
IPGH É UM INSTITUTO
DE GRANDE RELEVÂNCIA
ELE ESTUDA A ORIGEM
DAQUELE QUE TEM ÂNSIA
E DA FAMÍLIA QUE VEM
PROCURA SUA IMPORTÂNCIA
50 ANOS COMPLETADOS
INSTITUTO DE VALOR
TRATA DA GENEALOGIA
E HERÁLDICA COM LOUVOR
ASSOCIAÇÃO DE VALIA
CULTURAL E DE PRIMOR
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A GENEALOGIA ESTUDA
A ORIGEM DE UM SER
SABE DA SUA FAMÍLIA
É SÓ PROCURAR E VER
SE TIVER XENOFILIA
O NOME VAI ESTABELECER
COMEMORAR JUBILEU
COM OURO ESTAMPADO
E O POVO PARAIBANO
VIBRA PELO SEU LADO
E A CADA NOVO ANO
O IPGH É ETERNIZADO
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LEMBRANDO UM AMIGO
HOMENAGEM A EVERALDO DE AZEVEDO PONTES
AS ESTRELAS E OS ESTADOS
NA BANDEIRA DO BRASIL
19 de Novembro
Dia da Bandeira
AS ESTRELAS E OS ESTADOS NA
BANDEIRA DO BRASIL
BRASIL,
Bandeira e República
Ano do Centenário
1889 – 1989
A
disposição das estrelas na Bandeira Nacional obedeceu a
observação quanto à posição das mesmas naquela manhã
de 15 de Novembro de 1889. Dispõem-se, pois, conforme
um desenho de inspiração cósmica, independente da si-
tuação político-geográfica dos Estados. Daí a estrela em
destaque acima da legenda representar o Pará, e não o Distrito
Federal, como pretendem alguns. Daí o Paraná se encontrando
“junto” à Paraíba e ao Rio Grande do Norte no triângulo Austral: e
assim por diante... De modo que, as estrelas correspondentes às
novas unidades federais, posteriormente criadas, deverão seguir a
mesma ordem daquele mapa astronômico, histórica e simbolica-
mente registrado.
Acima das visíveis violações às leis da Heráldica, e acima
das inquestionáveis influências do Positivismo, a Bandeira do Bra-
sil se fez ufanista! Única, bela e transcendental.
“O encontro do Brasil não foi obra do acaso”. Estava es-
crito. E a escritura encontra-se na representação das estrelas na
esfera da Bandeira.
A autora
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Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 31
AS ESTRELAS E OS ESTADOS NA
BANDEIRA DO BRASIL
Poema / Jogral
1º Refrão
Presidente Deodoro
Da República do Brasil
19 de novembro
Do nosso ano civil.
Da constelação de Virgo
Lá está por se querer
Na Bandeira Brasileira
Representar-se a mulher.
Símbolo das Deusas de outrora,
Na essência é Nossa Senhora,
A virgem de Nazaré.
2º Refrão
Estrela do Amazonas
Do grupo Pequeno Cão
É das mais belas de todas
Que brilham na amplidão!
Estrela do meio-dia
Pra onde caminha o sol
Estrela do CÃO MAIOR
Do firmamento a mais bela
É fácil reconhecê-la
Tamanho o seu esplendor.
Na constelação de Argo
Brilha o celeste farol
Nos espaços siderais
Estrela que brilha mais
Milhões de vezes que o sol.
3º Refrão
Estrela de Magalhães,
Encanto do hemisfério!
Estrela dos mareantes
Estrela Sul do Cruzeiro.
ALFA – estrela brilhante –
Símbolo das noites austrais
“Libertas quae sera tamem”
É o nosso Minas Gerais.
À direita e à esquerda
De quem olha pra o Cruzeiro
GAMA divisa São Paulo
DELTA – o Rio de Janeiro.
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2º refrão
4º Refrão
E no triângulo Austral
Que feliz se configura
Um Estado Federal
Em cada ângulo fulgura.
Estrela do Paraná
No ângulo sul resplandece.
No ângulo sul do Triângulo
Ela vem quando anoitece.
Estrela que abriga a Paz
Traz a Paz onde aparece.
Estrela do Paraná
Esta que a Paz oferece...
Meu Paraná, que formoso!
Quem vai lá nunca lhe esquece.
Paraíba de heroísmos!
O Cabo Branco! o Farol!
Levando à nossa Bandeira
Das manhãs a luz primeira,
Primeiro raio do sol.
E à direita do Triângulo,
Por um sentido mais forte,
Estrela GAMA – mistério!
Zona Sul do hemisfério
É o Rio Grande do norte
Rio Grande! Ó Rio Grande!
Mistério ou sempre Natal
Num fulgor original
Festa de Reis e Folclore.
5º Refrão
E à esquerda do Cruzeiro
Na forma de um três inverso
Do signo de Escorpião,
Entre os signos do Universo.
6º Refrão
1º Refrão
Presidente Deodoro
Da República do Brasil
19 de Novembro
Do nosso ano civil...
E se me engana a memória
O amigo faça a emenda
O Acre tomou lugar
Quase oposto ao do Pará
Pouco abaixo da legenda.
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7º Refrão
NOTAS:
REFERÊNCIAS
Outros.
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 47
D
om Adaucto nasceu em 30 de agosto de 1855 no município
de Alagoa Grande, pertencente na época a Areia e faleceu
em 15 de agosto de 1935 em João Pessoa aos 80 anos, filho
de Coronel Idelfonsiano Clímaco de Miranda Henriques e
Sra. Laurinda Esmeraldina de Sá Miranda Henriques, se-
nhores dos Engenhos Buraco e Fundão em Areia-PB.
Fez seus estudos religiosos no Seminário de Olinda e aos
20 anos foi para Roma para Universidade Gregoriana. Em 18 de
fevereiro de 1880 foi ordenado sacerdote e dois anos depois rece-
beu o título de Cânone.
Dom Adaucto Aurélio de Miranda Henriques fora eleito
Bispo da Diocese da Paraíba, criada pela bula Ad Universas Orbis
Ecclesias em 27 de abril 1892, desmembrada da então Diocese de
Olinda, pelo Santíssimo Papa Leão XIII, tendo sido empossado no
cargo em 02 de Janeiro de 1894. Criada a Diocese da Paraíba, Dom
Adaucto tomou posse como primeiro Bispo, em 04 de março de
1894, fundando o Colégio Pio X, que inicialmente funcionou provi-
soriamente no Palacete de Abiahy, que era residência episcopal. Já
em 26 de abril de 1894 transportou-se o colégio para o antigo con-
vento de São Francisco, estando com dez alunos matriculados e
tendo como seu primeiro Diretor o Pe. Sabino Coelho, nomeado
por provisão pelo Bispo Dom Adauto para organizar na instrução
primária e secundária em 26 de abril de 1894 até o ano de 1897.
Collegio“Pio X”
O Exmo. Sr. Arcebispo Metropolitano, tendo em
vista o maior bem da instrucção dos nossos jovens, resol-
veu passar a direção e administração do Collegio Dioce-
sano Pio X para a Congregação dos Irmãos Maristas, que
desde os fins de dezembro p. passado, já se acham de pos-
se do prédio. Este ato de S. Excia. Revma. É da maior
utilidade, dadas as conhecidas habilidades para educar,
de que são possuidores os Irmãos Maristas.
São estes, homens religiosos, reunidos em Congre-
gação, que se dedicam exclusivamente ao ministério da
instrução da juventude. Seus collegios estão espalhados
pelo mundo inteiro em quase todas as grandes cidades do
obre, contando todos avultado número de alunos.
Apresentação
H
nossa ascendência seridoense. Pelo lado paterno, por vias
de nosso avô Napoleão de Araújo Pinto, descendemos
dos velhos patriarcas do Seridó, como também de outras
famílias precursoras e de igual importância naquela regi-
ão.
Em nosso convívio familiar, pouco ou quase nunca tive-
mos contato com parentes diretos do Seridó, de modo que as in-
formaçóes sobre os familiares de nossa bisavó Thereza Christina
sempre foram muito superficiais e incompletas.
Nossas poucas idas à cidade de Acari eram esporádicas e
se resumiam a passagens rápidas, em direção a outros destinos
próximos dali. Lembramos de que certa vez, em uma das primei-
ras vezes que por ali passamos, em companhia de meu pai e ami-
gos, paramos em frente à Igreja Matriz e ficamos contemplando o
cenário à nossa volta. Naquele momento, da boca de meu pai ou-
víramos o comentário de que Acari era a terra de sua avó Therezi-
nha. Para nós aquele comentário fora indiferente, pois jamais haví-
amos cultivado qualquer vínculo com pessoas dali.
Passados muitos anos, o falecimento de nossa prima Sale-
te Pinto, em agosto de 2011, trouxe para Solânea alguns parentes
seus que vieram de Acari para o velório. Naquela fase, muito ti-
midamente, já nos fazíamos curiosos por descobrir nossas origens.
A nosso pedido fomos apresentados aos parentes do Seridó, e de
forma especial a Socorro Galvão, um ser humano iluminado e pes-
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F- filho
N- neto ou 1º neto
B – bisneto ou 2º neto
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T – trineto ou 3º neto
Q – tetraneto ou 4º neto
P – pentaneto ou 5º neto
H – hexaneto ou 6º neto
Hp - heptaneto ou 7º neto
O - octaneto ou 8º neto
E - eneaneto ou 9º neto
As Origens
As Armas
O Timbre
“Atravez de Bitorinho
Tem sepulcros já gastados
Araújos afamados
Na terra que rega o Minho,
Antigos, abalisados”.
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 59
Introdução
O topônimo Seridó,
de acordo com o folclorista e
historiador Luís da Câmara
Cascudo, vem do linguajar
dos tapuias4, transcrito como
“ceri-toh”, que quer dizer
“pouca folhagem e pouca
sombra”, em alusão às carac-
terísticas da flora da região.
Todavia, há outra versão que
sustenta ter sido o topônimo
originário do fato de que
alguns dos antigos coloniza-
dores da região seriam cris-
tãos-novos, descendentes de judeus.
Assim, os termos “sarid” e “serid” seri- Mapa da região do Seridó
am oriundos do hebraico, que signifi- Fonte: IBGE
caria “sobrevivente” ou “o que esca-
pou”. Ou ainda “she’erit”, no sentido de “refúgio Dele” ou “refúgio
de Deus”.
Olavo de Medeiros Filho (1983)5 nos informa que desde a
década de 1670 já se registrara a presença do elemento desbrava-
dor em território seridoense, através da concessão da sesmaria do
Acauã, no atual município de Acari. Entretanto, o levante dos in-
dígenas contra os portugueses, chamado pelos historiadores
“Guerra dos Bárbaros” acabaria por retardar a efetivação do povoa-
mento, que só viria a ocorrer mais intensamente a partir de 1697,
com a derrota dos silvícolas.
do Senado, 1983, p. 9.
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 61
para sua defesa e dos seus do ataque inimigo, o que era muito co-
mum naqueles tempos difíceis.
O casal Thomaz e Maria da Conceição residiu inicialmen-
te na Fazenda São Pedro de Picos de Baixo11, na Ribeira do Seridó,
situada na confluência do riacho Juazeiro com o rio Acauã. Ali, no
atual município de Acari, se instalaram com fazenda para criação
de gado e constituíram família, composta por uma prole de 8 fi-
lhos, que foram a base do povoamento e disseminação de toda a
raça seridoense.
Olavo de Medeiros também nos relata que a tradição fa-
miliar registra Thomaz de Araújo como sendo um homem de ele-
vada estatura, corpulento e de muita força física, características
que teriam se transmitido a muitos dos seus descendentes. Na his-
toriografia seridoense, ele é considerado o “Adão do Seridó”, tendo-
se em vista ter formado o primeiro núcleo familiar que se dissemi-
nou por aquela região.
Figura das mais proeminentes de sua época, tendo em
vista sua idoneidade moral, austeridade e bons costumes, alcançou
posição de destaque na região seridoense e por isso foi nomeado
pelo Capitão-mor do Rio Grande do Norte, Sr. Joaquim Félix de
Lima, para o posto de Capitão-mor do Regimento de Cavalaria de
Ordenanças da Ribeira do Seridó. Documento de 1766 cita o fato
de Thomaz ser Capitão. Posteriormente seria nomeado por ato do
mesmo Capitão-mor ao posto de Comandante Geral da Ribeira
do Seridó, em substituição a Cipriano Lopes Galvão (falecido em
1764), por ato do mesmo Capitão-mor Joaquim Félix de Lima. Nes-
se Comando, foi substituído pelo seu genro, Caetano Dantas Cor-
rêa. Documento de 1770 atribui o posto de Coronel a Thomaz de
Araújo.
11 A referida fazenda, que era cortada pelo rio Acauã, local de residência
de Thomaz, segundo nos informa Dom Adelino Dantas, foi comprada no
ano de 1747 ao Capitão José Gomes Barreto e à sua mulher, Dona Maria
de Góes de Vasconcelos e nomeada por ele. A escritura foi lavrada no
sítio Catururé, nas vizinhanças do Jardim do Seridó, arquivada em um
dos cartórios de Pombal.
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12A respeito do casal José Dantas e Isabel, sabe-se que aquele era portu-
guês, natural da Vila de Barcelos, do Arcebispado de Braga. Já Isabel da
Rocha Meireles, conforme reza a tradição familiar, era filha de Manoel
Vaz Varejão e de uma indígena, sendo natural da freguesia da Paraíba.
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 67
reu cega, aos 83 anos de idade, à Rua dos Pereiras, casa de número
15, cujo frontispício ainda resiste ao tempo. A figura de Aninha e
as narrativas sobre sua vida sempre nos despertaram grande curi-
osidade. Sempre que vamos a Acari, estranhamente somos condu-
zidos à frente de sua antiga vivenda. Ali ficamos parados e conse-
guimos fazer uma viagem ao passado, imaginando como seria
encontrá-la em sua época, vivenciar suas histórias!
Ao alcançarmos esse ponto de nosso apanhado, surge a
figura de Cypriano Lopes Galvão (o 4º do nome). Linhagem de
igual importância à dos ARAÚJO PEREIRA, os LOPES GALVÃO
também são família precursora e destacada nos primórdios do
povoamento do Seridó. Teceremos aqui breves comentários para
informar ao leitor sobre o roteiro dos primeiros troncos dessa fa-
mília no Seridó.
A saga dos Lopes Galvão na
região em destaque se inicia com a
chegada de Cypriano (o 1º do nome),
por volta de 1755, procedente de Iga-
rassú – PE, na Capitania de Pernam-
buco. De família abastada, era ele
natural de Goianinha – RN, tendo
nascido em fins do século XVII ou
começo do século XVIII. Era filho do
Coronel Cypriano Lopes Pimentel17
e de Tereza da Silva. Casou-se em
1748 em Igarassú - PE com D. Adria-
na de Holanda e Vasconcellos
(*1720-†19/03/1793), nascida em Iga-
rassú e filha de João da Rocha Moura
Minha tetravó e Maria Madalena de Vasconcelos.
Aninha do Ingá Neta materna de Antonio Pinto de Men-
20 Certidão de batismo sob Termo nº 18, lavrada às fls. 63, Livro B-2 do
arquivo paroquial N. S. da Guia de Acari – RN.
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Nathália Mônica,
segunda esposa de meu trisavô Joaquim
Pertencente à numerosa
família TEIXEIRA/ SILVA PINTO,
que de longa data se situou na Para-
íba e Estados vizinhos, descendia
Manoel Hilário mais remotamente,
por via paterna, do casal Francisco
Teixeira da Silva Pinto (*1814-
†26/11/1862) e D. Carlota Luíza do
Carmo Correia de Lacerda (*1818-
†1852). Francisco, ou Chico Gago,
era um escultor de imagens sacras
em madeira que esteve presente na
Vila de Bananeiras desde princípios
da década de 1830 até fins da década
de 1840, momento no qual a povoação é elevada à categoria de
Vila e Paróquia. Ali nasceram praticamente todos os filhos do ca-
sal, em número de oito. Por via materna foram seus avós o fazen-
deiro Major Domingos da Costa Souto e D. Antonia Cândida
Cavalcanti Souto, proprietários de Engenho de Açúcar no lugar
Olho D’Água Seco, localizado nas cercanias da Povoação de Mo-
reno (atual Solânea) e limites do atual município de Serraria. Do-
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Igreja Matriz de N.
Senhora da Guia de
Acari, vendo-se à
direita o casarão cons-
truído pelo Padre
Pinto, onde residiu o
casal Manoel Hilário e
Thereza Christina nos
últimos anos do
Sec. XIX.
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 93
Em 1956, após
passagem por Mosso-
ró, Edinaldo regressa
para Solânea, onde
trabalharia com o Sr.
Júlio Gayão, famoso e
próspero comerciante
varejista, cujos empre-
endimentos se locali-
zavam no Bairro da
Soécia, que se encon-
trava em franca expansão. Naqueles fins de 1956 Edinaldo partici-
pa das tradicionais festas de final de ano em Serraria, onde conhe-
ce a jovem Aurora Gomes Pinto, nascida em Serraria aos
14/05/1942, com quem iniciou namoro. No entanto, a permanên-
cia por Solânea seria curta, tendo em vista as dificuldades de se
readaptar à vida pacata e de poucas oportunidades do interior.
Já no ano de 1957 viaja para o Rio de Janeiro, onde pôde
colher melhores resultados trabalhando no comércio formal. O
namoro com Aurora, mesmo à distância, perduraria por mais de 3
anos, culminando com o casamento que ocorreria aos 25/02/1960
na Matriz de Serraria, em cerimônia realizada pelo Padre Cornélio
Farias Belo. Após o casamento foram residir em Solânea, instalan-
do-se ali com comércio, onde permanecem até os dias atuais.
Aurora é a filha primogênita do casal José Batista de Araú-
jo (*09/08/1918–†22/10/2000) e Severina Gomes de Lima
(*15/07/1921–†23/09/1956), pertencendo a uma irmandade de 9,
dos quais sobreviveram 4. São seus avós paternos João Batista
102 | N ú m e r o 2 0 – 2 0 1 8 – I S S N 2594-6684
REFERÊNCIAS
O
e genealógicos relativos às origens princesenses de Alci-
des Vieira Carneiro, servindo para completar sua biogra-
fia e reforçar a referência orgulhosa que lhe fazem seus
conterrâneos. Alcides Vieira Carneiro nasceu em 11 de
junho de 1906, na então Vila da Princesa, hoje cidade de
Princesa Isabel, no alto sertão
paraibano. Na bibliografia
relativa a esta importante fi-
gura paraibana, é fartamente
registrado sua naturalidade
princesense e bem destacada
sua descendência pelo lado
paterno, da família Carneiro,
oriunda da região de Catolé
do Rocha, Paraíba. Aliado ao
fato de que Alcides Carneiro
deixou sua vila natal quando
ainda tinha 11 anos, e tendo
feito sua longa carreira no Rio
de Janeiro, então Capital Fede-
ral, foi pouco registrado – ape-
(C) CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
2-Escola Primária do
Prof Adriano Feitosa
(dir.), e os alunos
Alcides (1º esq.) e seu
irmão Manoel Vieira
Carneiro. 1916
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 115
L
eon Francisco Rodrigues Clerot, carioca, nascido em No-
va Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, em 14 de julho de
1889 e falecido em 5 de dezembro de 1967, em João Pes-
soa, Paraíba.
Filho de Leon Felipe Clerot (francês, de Paris) e de Leo-
cádia Melquiades Rodriguez Clerot (espanhola, de Albacete).
Este casal só teve três filhos: Leon Francisco Rodriguez
Clerot e mais dois irmãos seus que
faleceram na infância (em tratamen-
to na Suíça).
Seu pai, Leon Felipe Clerot
veio para o Brasil, residir em Nova
Friburgo, no Estado do Rio de Janei-
ro, a serviço, quando da implanta-
ção de estradas de ferro Central do
Brasil, naquele Estado.
Doutor Leon Francisco Ro-
driguez Clerot, formado pela Escola
de Geologia de Ouro Preto, Minas
Gerais e Engenheiro Civil pela Esco-
la Politécnica. Foi professor funda-
dor titular da antiga Faculdade de
Filosofia da Universidade Federal
da Paraíba, onde lecionou as Cadei-
ras de Geografia do Brasil, Etnografia e Etnosofia do Brasil.
sio Rangel, Odon Bezerra. Dr. Clerot era também exímio desenhis-
ta.
Seu filho José Luiz Clerot, ex Ministro e ex Deputado Fe-
deral, publicou de Leon Clerot no Ano de 2010, o Glossário Etimo-
lógico Tupi/Guarani com 514 páginas. Obra magnífica de funda-
mental importância para o conhecimento de termos geográficos,
geológicos, botânicos, zoológicos, históricos e folclóricos de origem
tupi-guarani incorporados do idioma nacional.
Leon Clerot possuía a simplicidade dos sábios! Sensibili-
dade humana. Ao lado da altivez de princípios, não se subestima-
va, nem calava ante desmandos e abusos. Às vezes ficava irritado.
O casal Leon Francisco Rodriguez Clerot e Luzia Clerot
foi amigo de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, quando de sua
estada no Rio de Janeiro; acompanhou toda trajetória de calvário
dos dois. Leon Francisco Clerot chegou a ser preso, perseguido
pela sua ideologia comunista. Suas ideias avançadas, seus princí-
pios de justiça, igualdade e frugalidade, que procurou incutir nos
filhos, os quais herdaram seu senso de justiça social.
O Dr. Leon Francisco Clerot, Professor Clerot como era
conhecido, foi casado com a mineira, de Ubá, Dona Luzia Barbosa
Ramalho Clerot, mulher também culta, educada em bons educan-
dários do Rio de Janeiro. Fixou residência em João Pessoa na dé-
cada de 30 do século XX, tendo residido muito tempo às ruas:
Avenida Olinda ainda existindo a casa, na Praia de Tambaú; na
Praça da Independência número 123; Na Rua Almirante Barroso,
na Rua das Trincheiras número 69; também no centro da cidade. A
seguir esboçaremos árvore genealógica de sua ascendência e des-
cendência familiar.
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 123
QUADRO GENEALÓGICO
ANTECEDENTES E DESCENDENTES DE
LEON FRANCISCO RODRIGUEZ CLEROT
ICONOGRAFIA
Ano de 1888
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 131
Cartão datado de uma localidade de Paris: Leysin 22.12.13 (1613? 1713? 1813?)
Consta de algarismos romanos o século XVII ao lado do nome Paris.
O cartão é endereçado a Maria Auguste Clerot.
FOTOS DE DESCENDENTES DE
Leon Francisco Rodriguez Clerot e Luzia Barbosa Ramalho Clerot
Dona Luzia Clerot com os seguintes netos ainda crianças: José Carlos Clerot
Filho, Ana Leontina Muniz de Brito Clerot, Pedro Martiniano Clerot Muniz
de Brito, Carlos Augusto Xavier Clerot,
Carlos Felipe Xavier Clerot e a nora Nair Xavier Clerot.
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José Carlos
Ramalho Clerot
Filho e sua filha
Renata Biermann
Clerot na noite
do baile de sua
formatura em
Medicina. Ano
2017.
Renata Biermann
Clerot no dia da sua
Formatura em
Medicina no Ano de
2017.
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 149
Renata Biermann Clerot e sua avó paterna na noite do baile de sua formatura
em Medicina. Ano 2017.
Carlos Augusto
Xavier Clerot (Gu-
to) e seus filhos:
Davi Delgado Cle-
rot, Bruno Delgado
Clerot e Nair Peixo-
to Xavier Clerot.
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Ana Leontina
Clerot Muniz de
Paiva seu filho
Abraão Lucas
Clerot Muniz de
Paiva e sua sobri-
nha Laís Tolentino
Muniz - neta e
bisnetos de Leon
Clerot.
TRINETOS DE
LEON CLEROT:
Netos de Pedro
Martiniano Clerot
Muniz de Brito:
João Almir
Maria Eliza
Luís Augusto
Revista do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica | 155