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AGRADECIMENTOS
Muito obrigada!
TERAPEUTA DE SI E ENTÃO DE MAIS ALGUÉM
PREFÁCIO
O CURADOR FERIDO
Foi já em minha Pós-Graduação em Psicotraumatologia que um
mito calou mais fundo em mim... O mito do curador ferido, o
centauro Quíron...
Coincidentemente, o centauro é a imagem simbólica do meu
signo zodiacal, o símbolo metade bicho, metade homem.
Este lindo centauro, Quíron, falava mais a mim nessa
perspectiva dual de ter os pés bem fincados na terra em sua
forma animal e sua flecha sempre apontada para as estrelas, na
constante busca de compreender os mistérios dos céus...
Quíron sempre falou a mim em minha jornada. De fato, a
jornada é um ponto que sempre me chama e para o qual eu não
canso de olhar. Seja a jornada que fizemos há um certo tempo
para chegar a este mundo, atravessando o portal da vida, seja a
jornada de encontrar o próprio propósito e de se tornar FAIXA
PRETA naquilo que você ama fazer.
São muitas jornadas heroicas ao longo da vida; elas nunca
cessam. Algumas ocorrem de forma simultânea, outras duram
toda a vida. Muitas vezes somos faixa preta em uma área da
vida, faixa branca em outra e faixa azul em outra; enfim,
independentemente da faixa, o que é realmente importante é
continuar no processo de seguir para o próximo nível em você,
em sua própria jornada de si mesmo.
Nessa minha Pós-Graduação, encontrei uma professora
completamente sábia em sua visão de desenvolvimento
humano, em especial em sua fala tão eloquente sobre a
necessidade de reencontrarmos o casamento mente e corpo há
tanto tempo separado por “divórcio litigioso”... Uma terapeuta e
professora verdadeiramente faixa preta a caminho da maestria.
Sua fala que mais me chamou atenção foi:
TERAPEUTA DE SI E ENTÃO DE MAIS ALGUÉM
SUMÁRIO
***
Os mitos, os arquétipos e os símbolos falam conosco
diretamente na instância interna, na instância onde precisamos
aprender a compreender; falam por meio dessa forma que este
lugar fala conosco, se comunica conosco, se manifesta em nós.
Mantendo essa perspectiva simbólica, o “mito” que trago nesta
escrita é a reflexão sobre tornar-se faixa preta. O faixa preta em
definição é aquele que “aprendeu a aprender”. Engana-se quem
acha que um faixa preta já um mestre; longe disso: assim como
o faixa preta é o faixa branca que fez a jornada, a maestria vem
em ser um faixa preta que continua sua jornada, assim como
Quíron.
Segundo Jonathan Maberry, um faixa preta de 1º grau é um
“iniciante avançado” ou aquele que aprendeu a aprender, como
citei, e a transição da faixa branca até a preta deve ser mais
“Toda sensação ruim é uma energia potencial no sentido de um modo mais ‘correto’
de viver se você lhe der espaço para buscar o que é ‘certo’”.
(Eugene Gendlin – criador da Focalização)
Essa foi uma das falas dentre as diversas que dali em diante me
marcariam. Ainda tenho esta anotação em meus materiais e, a
partir daquele meu primeiro curso com Ann Weiser Cornell,
Professora Internacional de Focalização (e hoje minha
professora de formação), ainda posso sentir seu impacto em
mim.
Para chegar a este ponto da história e compartilhar mais dos
tesouros que encontrei, preciso voltar um pouco no tempo...
Mais precisamente, na primavera de 1981, quando nasci e, já
muito cedo, desde muito criança, tive uma verdadeira obsessão
pelas questões humanas.
Sempre me perguntei de onde viemos, para onde vamos, qual o
propósito da vida... Aliada a estas indagações constantes, existia
“Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer que não existe razão?”
(Renato Russo)
para aprender. Ainda bem que não fiquei apenas com o que eu
sabia... Ufa!
Por meio da Focalização, eu aprendi outra forma de me
relacionar com o que sinto e assim pude apoiar meus clientes a
encontrarem esta outra forma. Hoje meu trabalho é ensinar isso,
e chegarei a isso também daqui a pouco, porque quero
compartilhar antes outra jornada, de um faixa preta que virou
mestre. Quero contar um pouco da história da Focalização e de
onde ela vem.
Eugene Gendlin, o homem que desenvolveu a Focalização,
nasceu em 1926 e era um estudante de Filosofia na
Universidade de Chicago na década de 1950. Ele estava se
debatendo com um problema de Filosofia, e ninguém do
departamento conseguia ajudá-lo.
A questão que ele refletia era: como pode ser que tenhamos
uma vivência, uma experiência, antes de termos palavras para
essa vivência, essa experiência? Todo mundo conhece isso, de
ter uma vivência e não ter as palavras para expressar
completamente essa vivência ou não ter as palavras apropriadas
para expressar essa experiência. Se a gente pensa e acredita que
nossos pensamentos causam nossa experiência – que primeiro
vêm os pensamentos e, depois, vem a experiência –, nós
podemos dar uma segunda olhada nisso e perceber que há
experiências para as quais não há palavras, não há pensamentos
que vieram antes. Uma experiência conhecida é quando você
está ali tentando expressar uma vivência importante que você
teve para outra pessoa e a pessoa diz que não entendeu, e
então você tenta de novo, de outra forma, e volta para o
significado daquilo que você estava tentando explicar, até que
você encontra outra maneira de dizer isso.
Não importa o que sentimos ou pensamos; nós conseguimos
encontrar outra maneira de dizer isso. Isso é um exemplo da
Filosofia a partir do qual a Focalização se desenvolveu: há uma
dimensão da experiência, da vivência que é real, que tem seu
sentido, e há também a dimensão que é mais que as palavras,
que está além, que está implícita.
“Toda sensação ruim é uma energia potencial no sentido (direção) de um modo mais ‘correto’ de viver, se
você lhe der espaço para buscar o que é ‘certo’.”
(Eugene Gendlin – criador da Focalização)
Carl Jung disse: “Seu sintoma não está aí para ser curado,
ele está aí para curar você”... Eugene disse que toda
sensação ruim é um indicativo da distância entre você e seu
próximo passo certo em direção à vida, e eu gostaria de
dizer pra você, agora:
VÁ EM DIREÇÃO A QUALQUER COISA QUE DOA EM
VOCÊ, NÃO PARA CURÁ-LA OU MUDÁ-LA, MAS PARA
DESCOBRIR O TESOURO A VOCÊ RESERVADO.
“Não basta escutar o corpo: é preciso aprender como escutar o corpo para
que o corpo possa trazer esse governo de autorregulação, de
transformação. E eu digo que a atenção se torna o forno da nossa
alquimia. Se você colocar leite, manteiga, fermento e ovos, mexer e colocar
no forno por cinco minutos, o que vai acontecer? Vira uma pasta que é
nada, certo? Mas, se você colocar por 40 minutos, a alquimia se torna um
bolo. Então, quando eu presto atenção em alguma coisa, eu preciso dar
tempo para que o corpo, de alguma maneira, me revele com suas palavras,
que não são palavras linguísticas – são palavras procedurais, são
sensações, são dores, aperto, constrição, fluxo, rigidez. Então, ele nos conta
o registro de nossas experiências e, através disso, a atenção posta por
tempo suficiente cria uma alquimia – e é extraordinário. Não significa abrir
mão da cognição: significa usar a cognição em uma perspectiva diferente, e
a cognição não é uma força-diretriz. Ela é o vaso que ampara o fluxo da
experiência, recepciona matéria-prima da experiência. Depois da matéria-
prima ter sido sentida, elabora-se e burila a experiência para dar sentido,
significado e interpretações. Então, existe uma questão importante: qual a
ordem das coisas? Se, antes de eu sentir, eu me orientar para o que está
acontecendo no corpo, eu começo a burilar; eu estou fazendo uma
elaboração sem ter matéria-prima para isso. Primeiro eu sinto. Sentir me
permite integrar e receber de volta porções de mim. Aquilo que eu sinto me
permite elaborar. O que eu posso elaborar, eu também posso liberar. O
que eu não posso sentir, paradoxalmente, é o que mais vai se perpetuar,
porque eu não consigo integrar, e aquilo acaba criando formas de
possessão.”
Que a vida te seja leve e que seu amor e relacionamento com você
cresçam e floresçam a cada dia.
Assim, você apoiará cada vez mais pessoas a viverem o mesmo!
Com amor,
Cecília Lauriano
PS: Caso você queria saber mais sobre mim, não deixe de visitar meu site, me acompanhar nas redes
sociais – onde procuro postar frequentemente vídeos e textos que apoiem você e sua jornada.
http://www.cecilialauriano.com.br/programadefocalizacao/
https://www.youtube.com/channel/cecilialauriano
Meus mestres costumam dizer que uma das maneiras mais rápidas
de conhecer o temperamento de um aluno, ou seus traços mais
marcantes no enfrentamento da vida, é observar como ele luta.
A luta é a síntese da arte marcial. Todo o trabalho físico de
fortalecimento e condicionamento, de técnicas, formas com armas e
de mãos de um estilo e o treinamento da mente e da respiração
estão à serviço do combate. Um faixa preta que entendeu o
verdadeiro sentido de sua técnica vai cristalizando essa
compreensão ao longo de seus anos de treino. Para os orientais a
prática é uma forma de partilhar a natureza de buda (e do tao)
penetrando em seu fluxo, que nada mais é do que a percepção da
conexão profunda entre nós e a natureza. Mas essa conexão só se
torna real se a prática se tornar a própria vida.
Embora todos esses conceitos remetam à ideia de desenvolvimento
de um “poder” que pode ser notado ou sentido de maneira objetiva
ou intuitiva pelos outros – muitos se referem a ele como um
“carisma”, “presença”, “aura”, “autoridade” ou “energia” – o real
valor dele é algo privado e interior e está menos ligado a uma
projeção física do que ao desenvolvimento de traços de caráter
como a compaixão, a lealdade, a coragem e a generosidade; “não se
trata daquilo que fazemos questão de mostrar aos outros. É
secreto”. Tem a ver com autonomia, com agir segundo sua própria
natureza e espírito, ouvir lá dentro. A faixa preta tem valor não
como uma bengala externa que justifica quem a porta frente aos
outros, mas como um lembrete mental de que ela é o símbolo de um
caminho que só vai fazer sentido se continuar a ser trilhado.”
Grande abraço!
Cecília Lauriano
http://www.cecilialauriano.com.br/ebookcadastroprogramafocalizacao/
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