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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Análise do fluxo físico de materiais no canteiro de obras

Giuliano Scagion Gazabim

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal de São Carlos como
parte dos requisitos para a conclusão da
graduação em Engenharia Civil

Orientadora: Profa. Dra. Sheyla Mara Baptista


Serra

São Carlos, Dezembro de 2010.


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, minha


Família e meus amigos, pois sem a ajuda deles não
conseguiria enfrentar e superar todas as dificuldades a
qual encontrei ao longo do meu caminho.
AGRADECIMENTOS

A professora Sheyla M. B. Serra pela orientação deste trabalho, pelas suas


sugestões e críticas que ajudaram na minha formação acadêmica e neste trabalho.

A todos os amigos pela ajuda, compreensão, carinho e atenção dada no dia-a-


dia.

A meus pais Nelson e Maiza que sempre me deram força e me ajudaram nas
horas mais difíceis.

A meus irmãos Guilherme e Gabriel por estarem sempre ao meu lado e me


darem conselhos que me ajudaram e muito.

A todos os outros familiares que sempre me deram carinho e atenção.

A minha namorada Thaisa que nos últimos tempos foi essencial para mim e me
deu muita força.

À Deus que esteve comigo em todos esses momentos.


GAZABIM, G.S.Análise do fluxo físico de materiais no canteiro de obras. 2010, 70 p.
Trabalho de Conclusão de Curso.Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2010.

RESUMO

Neste trabalho buscou-se estudar o fluxo de materiais realizado por uma empresa da
construção civil em um canteiro de obras, visto que a grande maioria das empresas atuantes
no mercado hoje em dia negligencia os fluxos e os processos. Esse modelo assume a idéia
de que um processo pode ser dividido em partes menores e que a melhoria do todo pode
sera alcançada pela melhoria de cada uma das partes. Assim as relações entre as
atividades não são adequadamente consideradas. A logística do canteiro de obras assume
que os processos são formados por conversões, inspeções, transporte e esperas, e assume
que os fluxos e conversões devem estar claros para que sejam gerenciados e as perdas
diminuídas. O objetivo deste trabalho consiste na identificação e mapeamento do fluxo físico
de materiais durante a etapa de elevação de alvenaria na edificação. O método de pesquisa
foi dividido em três etapas, na qual inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica, em
seguida conduziu-se o estudo de caso em um canteiro de obras obtendo dados para a
pesquisa, e na terceira etapa foram analisados os dados obtidos no estudo de caso e
realizado uma conclusão sobre eles. Entre as principais conclusões deste estudo,
constatou-se a necessidade de realizar a gestão dos fluxos físicos em diferentes níveis do
planejamento.

Palavras-chave: Fluxo físico, Canteiro de obras, Materiais.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Símbolos adaptados para utilizar na elaboração de diagramas de fluxo .............. 23

Figura 2 - Diagrama de processo e Mapofluxograma........................................................... 24

Figura 3 – Instalação para banheiros, refeitório e escritório ................................................. 28

Figura 4 - Estrada de terra que dá acesso a obra ................................................................ 29

Figura 5 - Portão de entrada da obra ................................................................................... 29

Figura 6- Desenho esquemático do canteiro de obras da edificação ................................... 30

Figura 7 - Perímetro do canteiro de obra fechado por tapumes e tela de proteção .............. 31

Figura 8 - Perímetro da obra fechado por cerca de arame ................................................... 31

Figura 9 - Estoque de blocos cerâmicos perto da fachada da obra ...................................... 32

Figura 10 - Estoque de blocos cerâmicos ao redor da obra ................................................. 33

Figura 11 - Tábuas utilizadas para a passagem dos carrinhos ............................................ 33

Figura 12 - Estoque de areia................................................................................................ 34

Figura 13 - Estoque de pedra .............................................................................................. 35

Figura 14 - Estoque de cimento em container ...................................................................... 36

Figura 15 - Diagrama do processo de elevação da alvenaria no pavimento térreo .............. 37

Figura 16 - Caminho percorrido para o transporte de blocos e argamassa no pavimento


térreo ........................................................................................................................... 38

Figura 17 - Carriola utilizada para transportar blocos cerâmicos .......................................... 39

Figura 18 - Execução de alvenaria no pavimento térreo ...................................................... 39

Figura 19 - Local de preparação da argamassa ................................................................... 40

Figura 20 - Transporte de argamassa para o carrinho ......................................................... 41

Figura 21 - Mapofluxograma do pavimento térreo................................................................ 42

Figura 22 - Processo de elevação de alvenaria nos pavimentos superiores ........................ 45

Figura 23 - Estoque de blocos cerâmicos ao lado dos guinchos .......................................... 46


Figura 24 - Vista da escada e dos dois guinchos ................................................................. 47

Figura 25 - Transporte e estocagem dos blocos ao lado do guincho ................................... 47

Figura 26 - Transporte dos blocos do guincho para o carrinho ............................................ 48

Figura 27 - Estoque de blocos ao lado do posto de trabalho................................................ 49

Figura 28 - Armazenamento dos blocos em cima dos andaimes ......................................... 49

Figura 29 - Transporte da argamassa da carriola para o guincho ........................................ 50

Figura 30 - Transporte vertical da argamassa por balde ...................................................... 50

Figura 31– Armazenamentoda argamassa em recipientes no posto de trabalho ................. 51

Figura 32 - Contrapiso regularizado no pavimento superior ................................................. 52

Figura 33 - Mapofluxograma de elevação da alvenaria nos pavimentos superiores ............. 53


SUMÁRIO

Conteúdo
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

1.1 Justificativa .......................................................................................................... 3

1.2 Objetivos ............................................................................................................... 4

1.2.1 Objetivo principal ................................................................................................ 4

1.2.2 Detalhamento dos objetivos específicos ............................................................. 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 5

2.1 Canteiro de obras ................................................................................................. 5

2.2 Logística na construção civil .............................................................................. 9

2.3 Planejamento do canteiro de obras .................................................................. 10

2.4 Avaliação do canteiro de obras ......................................................................... 10

2.5 Gestão dos fluxos físicos .................................................................................. 14

2.5.1 Observação participante ................................................................................... 19

3. Metodologia .................................................................................................... 20

3.1 Seleções dos processos a serem acompanhados........................................... 21

3.1.1 Lista de verIficação do canteiro de obra ........................................................... 21

3.1.2 Registro de imagens ......................................................................................... 22

3.1.3 Construção dos Diagramas de processo e mapofluxograma ............................ 22

3.1.4 Coleta de dados ............................................................................................... 24

4. Estudo de Caso .............................................................................................. 26

4.1 Descrição da empresa e da obra ....................................................................... 26

4.2 Diagnóstico inicial .............................................................................................. 27

4.3 Acompanhamento do fluxo de materiais para elevação da alvenaria no


pavimento térreo e mapofluxograma ........................................................................... 36
4.4 Acompanhamento do fluxo de materiais para elevação da alvenaria nos
pavimentos superiores e mapofluxograma ................................................................. 44

4.5 Análise dos diagramas de processos, mapofluxogramas e das imagens ..... 55

4.6 Considerações sobre a gestão dos fluxos físicos no estudo de caso ........... 56

5. Conclusões e Recomendações ..................................................................... 57

5.1 Conslusões ......................................................................................................... 57

5.2 Recomendações ................................................................................................. 58

6. Referências Bibliográficas ............................................................................. 60


1

1. INTRODUÇÃO
A construção civil durante muitos anos tem desenvolvido suas atividades com base em
um modelo de administração da produção que coloca ênfase nas atividades de conversão,
as quais representam atividades de processamento ou modificação na forma ou substância
de um material. Esse modelo negligencia as demais atividades envolvidas na realização de
um processo. Inspeção, transporte e estoques não são considerados com a devida
importância (KOSKELA, 1992).

Nesse modelo, o processo é visto como sendo formado por entradas que são
processadas e então resultam em um produto (KOSKELA, 1992). Essa visão de processo,
chamada por KOSKELA (1996) de modelo de conversão, tem as seguintes idéias centrais: a
produção é vista como a conversão de insumos em produtos; e cada processo pode ser
dividido em partes menores, melhor gerenciáveis.

De acordo com KOSKELA (1996), na construção civil, outro fator contribuinte para a
persistência do modelo de conversão tem sido o fato de as partes componentes do mesmo
não estarem explícitas e descritas de forma estruturada, sob a forma de conceitos e
princípios. Desta forma, a contestação desse modelo torna-se uma tarefa difícil, pois o
mesmo não dispõe de elementos para serem discutidos.

No entanto, a necessidade de uma teoria que explicasse de forma mais adequada às


práticas da construção civil foi abordada por diversos autores (KOSKELA, 1992; ALARCÓN,
1997a; HOWELL e BALLARD, 1997b). KOSKELA (1992) apresentou ao setor a
possibilidade de utilização de uma nova filosofia de produção, também denominada
Produção Enxuta (WOMACK et al., 1992). Uma das ideias que diferenciam a Produção
Enxuta daquela baseada no modelo de conversão é o fato de que a primeira considera os
processos como sendo constituídos de atividades de conversão e de fluxo.

O surgimento e desenvolvimento da Produção Enxuta na indústria de manufatura


ocorreram devido a mudanças no ambiente competitivo. De forma semelhante, a construção
civil tem buscado novas formas de gerenciar sua produção, tendo-se em vista as crescentes
exigências para redução da duração dos empreendimentos e também dos custos
associados aos mesmos, além da melhoria da qualidade e produtividade (HOWELL e
BALLARD, 1997b; ALARCÓN, 1997b).

Segundo Koskela (1992), com base nos conceitos da nova filosofia de produção, “a
produção é um fluxo de materiais e/ou informações da matéria-prima ao produto acabado”.
2

Para esse autor, durante o processo os materiais passam pelos processamentos ou


conversão (alterações nos materias), e ainda por inspeções, transporte e esperas, que
constituem as chamadas atividades de fluxo da produção. Portanto, o gerenciamento de
processos deve considerar estes dois tipos de atividades, procurando torná-las
transparentes (KOSKELA, 1997; ALARCÓN, 1997b).

Koskela (1999) afirma que se deve utilizar o que cada uma das teorias, a convencional
e da Produção Enxuta, têm de melhor. O autor argumenta a favor de uma teoria que
congregue os conceitos relativos à transformação e aos fluxos. Logo, a produção deve ser
observada sob dois pontos de vista: na visão da conversão, é importante a definição da
tarefa e sua realização da forma mais eficiente possível; na visão dos fluxos, a questão
crucial é a eliminação das perdas e dos desperdícios de materiais. A importância da
consideração das conversões e dos fluxos na administração da produção reside no seguinte
ponto: “a realização das tarefas dependem fortemente dos fluxos, e o progresso dos fluxos
por sua vez é dependente da realização das tarefas” (KOSKELA, 1999).

No caso do planejamento das instalações dos canteiros de obras de edificações, é


possível observar ausência de critérios e bases teóricas para sua realização, o que acarreta
diversos problemas os quais interferem no processo produtivo. Embora muitas das
deficiências identificadas nos canteiros de obras terem origem em etapas anteriores do
empreendimento, tais como a falta de compatibilização de projetos e de procedimentos de
execução dos serviços, existe um grande potencial de ganho na implantação de melhorias
nos canteiros.

Por muitos anos não houve uma preocupação com o canteiro de obras, o que implicou
no seu gerenciamento pelo mestre da obra. Porém, estudos envolvendo a rotina das obras
evidenciaram resultados muito práticos, no qual requerem um engenheiro civil para elaborar
o projeto específico do canteiro, e assim obter um bom fluxo de materiais, ou seja, logística.
Adequado este fato permitiria aprimorar também as alternativas de fluxos nos ambientes da
construção.

A ideia de que o processo pode ser subdividido em partes menores, conduz a um


raciocínio de que a melhoria do todo pode ser obtida através da melhoria de suas partes
componentes. Assim sendo, as interações entre as diferentes partes de um processo não
são levadas em consideração. A falta de consideração e, consequentemente, de
acompanhamento e medição das atividades negligenciadas pelo modelo de conversão tem
deixado algumas perdas invisíveis nos processos da construção civil e mascarado a
incerteza no processo construtivo (KOSKELA, 1997; HOWELL, 1997; SERPELL et al.,
1997).
3

A adoção dessas ideias conduz a práticas que trazem problemas para a gestão da
produção. No contexto da construção civil, devido à importância dada às atividades de
conversão, o foco desta indústria está nos contratos, em detrimento do trabalho em equipe
(HOWELL e BALLARD, 1997b). Cada equipe deve estar preocupada com o seu trabalho, e
as inter-relações e interferências que possam existir durante a realização dos trabalhos não
são devidamente consideradas. Consequentemente, esse tipo de conduta leva a resultados
que podem estar subotimizados, pois não são levadas em conta as interações que devem
ocorrer entre os diferentes agentes envolvidos, com vistas a obtenção de melhor
desempenho no processo construtivo como um todo.

Portanto, é possível verificar quais são as diversas informações gerenciais, técnicas,


prescrições legais, entre outras, que são necessárias para a concepção correta de um
adequado projeto de canteiro de obras.

Neste trabalho foi realizado estudo do funcionamento de um canteiro de obras,


segundo seu fluxo de materiais, o qual foram obtidos dados necessários para a realização
de uma análise dos erros, acertos maiores necessidades desse canteiro de obras, podendo
assim propor soluções e melhorias para o mesmo.

A análise foi realizada por meio de visitas ao canteiro de obras, onde foram aplicados
formulários específicos e detalhados, com vista obter um parâmetro de avaliação deste
canteiro. Os resultados obtidos puderam ser comparados com outros canteiros, e também
foram comparadas as atividades desse canteiro com outros anteriormente estudados, em
livros, teses etc.

1.1 JUSTIFICATIVA

Em função do aumento da competitividade, as empresas construtoras têm buscado


melhorar suas estratégias de atuação para conseguir aumentar sua eficácia técnica e
econômica. Cardoso (1997) identifica os seguintes caminhos para melhora da estratégia:
melhoria técnico-econômica do produto do edifício; capacidade de obtenção de
financiamentos; articulação entre a concepção e manutenção; domínio dos custos de
produção e elaboração precisa de orçamentos; capacidade de preparação e controle do
planejamento; desenvolvimento de métodos e antecipação da resolução de problemas;
melhoria da logística; domínio e implantação de novas técnicas e métodos construtivos;
organização e gestão da mão-de-obra de produção; emprego de ferramentas e métodos
para a melhoria da qualidade; organização e gestão dos subempreiteiros.
4

A gestão do fluxo físico dos materiais nos canteiros de obras pode ser considerada
uma dessas novas estratégias, justificando plenamente este trabalho de conclusão de curso.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO PRINCIPAL

Identificação e mapeamento do fluxo físico de materiais durante a etapa de elevação


de alvenaria da edificação.

1.2.2 DETALHAMENTO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Partindo da aquisição de conhecimentos sobre fluxo de materiais em canteiros de


obra, este trabalho, pretende focar os seguintes objetivos específicos:

- Estudar os fluxos de materiais no canteiro de obra.

- Realizar o mapeamento dos fluxos para elevação da alvenaria.

- Concluir conforme as boas práticas estudadas.


5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CANTEIRO DE OBRAS

A execução de uma obra é feita por um sistema de produção, que condiciona a


alocação de diferentes componentes no canteiro de obras. Na construção civil, o canteiro de
obras pode ser comparado à produção industrial, porém sendo classificado como uma
fábrica móvel. Assim pode ser diferenciando da fábrica tradicional, no sentido de que o
produto resultante do processo de produção é único e fixo, enquanto que os insumos como
mão de obra, materiais, equipamentos é que se deslocam em torno do produto.

Os engenheiros civis tentam utilizar seus conhecimentos na busca de soluções,


sistemas, métodos e técnicas para melhorar os processos de construção, dando respostas
às necessidades competitivas das empresas nacionais.

A distribuição dos ambientes e posicionamento das instalações temporárias


necessárias para a execução de uma obra vem sendo feita de maneira bastante empírica,
assim prevalecendo a experiência passada de quem projeta instalações. Os projetos de
instalações elétricas, hidráulicas, arquitetura sempre foram prioridades dos engenheiros,
tentando sempre compatibilizá-los. Porém os profissionais da construção só recentemente
perceberam que um bom projeto de canteiro de obras pode gerar muitos ganhos na obra.
Portanto esse projeto, planejamento do layout do canteiro de obras está se tornando de
grande importância para o setor da construção civil.

Entende-se por layout do canteiro de obras como sendo a área de trabalho fixa e
temporária, onde se desenvolve operações de apoio e execução de uma obra, segunda a
norma NR-18 (regulamentadora número 18).

Pode-se definir canteiro de obras como sendo o local da obra onde serão construídas,
suas instalações de ferramentas e equipamentos necessários para a execução dos serviços
a serem realizados na obra. Para projetar o canteiro de obras é necessário basicamente,
definir as posições dos elementos a ser consideradas durante as fases da obra, como a
periculosidade e também priorizar estas fases para que possa haver melhor aproveitamento
do tempo e espaço no canteiro. Porém, existem diversos fatores intervenientes que tornam
o processo extremamente complexo e dinâmico.
6

O canteiro de obras pode ser definido conforme as seguintes normas:

• Norma Regulamentadora 18 (NR-18): “a área de trabalho fixa e temporária, onde se


desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra” (BRASIL, 1997);

• Norma Brasileira NB-1367: conjunto de “áreas destinadas à execução e apoio dos


trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de
vivência” (ABNT, 1991).

Segundo Souza (2000), a NR-18 ao prescrever ações voltadas à segurança do


trabalho tem no canteiro de obras o palco para sua implementação. A obrigatoriedade do
Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT),
apesar da exigência apenas do layout na fase inicial, induz à criação de um projeto completo
do canteiro. Assim, além dos cuidados específicos quanto à segurança, surge à
necessidade de se determinar o processo construtivo de forma a minimizar os riscos à
saúde dos trabalhadores e outros.

Para Tamaki (2000), a organização no canteiro de obras deve ser observada a partir
de quatro princípios básicos:

• disciplina e conscientização dos operários: conhecimento que todos devem ter em


relação ao processo de trabalho e à melhoria de seu desempenho e especialização;

• programação das atividades: otimização do fluxo de materiais e do uso dos


equipamentos, a fim de evitar desperdícios e integrá-los logisticamente à obra;

• organização do trabalho: respeito ao ritmo fisiológico do trabalhador e às regras das


jornadas de trabalho; distribuição das atividades ao longo do dia, de modo que os serviços
mais arriscados sejam realizados no início de cada jornada;

• hierarquização da obra: divisão e definição das responsabilidades e autoridades.

Como mencionado, o canteiro de obras é um ambiente no qual ocorrem diversas


mudanças com o desenvolver da obra. Conforme a obra é executada, o canteiro assume
características de organização gerencial e física diferenciada.

As fases de organização do canteiro também podem variar em função da estratégia de


execução adotada. Ao tomar como exemplo, o caso da execução da torre de um edifício,
seguida pela execução da periferia (subsolo e térreo). Normalmente, as instalações e
centrais de produção estão localizadas na periferia enquanto a torre do edifício está em
execução. Quando da execução da periferia, para depois serem transferidas para áreas de
subsolo e térreo sob a projeção da torre, como afirma (Serra, 2001).
7

Para Felix (2000), para o desenvolvimento do projeto de canteiro de obras, seriam


necessárias as seguintes informações:

• Projetos executivos revisados e compatibilizados;

• Cronograma físico da obra;

• Cronograma de compras;

• Especificações técnicas da obra;

• Definições sobre compra de argamassas e/ou concretos prontos;

• Legislação NR-18;

• Produtividade dos operários para os serviços da obra;

• Estudos de inter-relacionamento homem/máquina e equipamentos;

• Definição de Equipe Técnica;

• Definição do número de funcionários na obra (empreiteiras e subempreiteiras);

• Definição dos processos construtivos;

• Rede de serviços públicos.

Para que o canteiro de obras seja um ambiente de trabalho adequado e proporcione


condições necessárias para a execução da obra, verifica-se que os diversos tipos de
instalações são de suma importância para atender esses requisitos. Como podemos
identificar estas instalações na Tabela 1 a seguir.
8

Quadro 1 – Instalações do canteiro de obras (SERRA, 2001)

Os canteiros de obras vão se alterando conforme a execução das obras, em função


dos materiais, dos serviços a serem executados, dos equipamentos disponíveis e da mão de
obra alocada nos serviços. Portanto, pode-se dizer que eles são divididos em três fases,
sendo elas: fase inicial, intermediária e final.
9

2.2 LOGÍSTICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A logística na construção civil pode ser entendida como sendo o processo


multidisciplinar aplicado a uma determinada obra, objetivando o planejamento,
implementação e o controle, de maneira eficiente e eficaz, do fluxo e armazenagem de
bens, serviços e respectivas informações, do ponto de origem ao ponto de consumo (SILVA;
CARDOSO, 1998). Tem como propósito, atender plenamente às necessidades dos clientes.
Ela visa garantir o abastecimento, a armazenagem, o processamento e a disponibilização
dos recursos materiais nas frentes de trabalho, e também o dimensionamento das equipes
de produção e a gestão dos fluxos físicos de produção.

O processo tem como principal suporte o fluxo de informações, sendo que as


atividades nele envolvidas podem se passar tanto antes do início da execução em si, quanto
ao longo dela.

Segundo Santos (1995), “a grande gama de insumos e a dispersão das obras em


vastas áreas, associadas à necessidade de flexibilidade da capacidade de produção,
exigem dos engenheiros estudos mais minuciosos de logística dos canteiros”.

Segundo Vieira (2002), “a logística é um processo administrativo incorporada nas


empresas industriais seriadas, com benefícios inquestionáveis e vitais ao bom desempenho
das mesmas e, portanto, também aplicável à indústria da construção civil”.

Cardoso (1997) divide a logística para a construção civil em Logística de suprimentos


(externa) e Logística de canteiro (interno):

• A logística de suprimentos trata da provisão de recursos materiais e humanos


considerados importantes para a produção de um edifício. São considerados
importantes para este tipo de logística: o planejamento e processamento das
aquisições; as interfaces com os fornecedores; o transporte dos recursos até a
obra; a manutenção dos recursos materiais previstos.
• A logística do canteiro trata da gestão dos fluxos físicos e dos fluxos de
informações ligados à execução dos serviços no canteiro de obras. São
considerados importantes para este tipo de logística: gestão dos fluxos físicos
ligados à execução; gestão da interface entre agentes que interagem no
processo de produção do edifício; gestão física da praça de trabalho
(implantação do canteiro, movimentação interna; zonas de estocagem, zonas
de pré-fabricação, atendimento aos requisitos de segurança).

Assim, torna-se importante definir as ações que serão tomadas tendo como base o
diagnóstico da situação a ser melhorada no canteiro de obras ou externa a ele.
10

2.3 PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS

Normalmente, as pequenas e médias construtoras não se preocupam com o


planejamento dos canteiros, principalmente em pequenas obras, pois negligenciam que é
um investimento muito alto para pouco retorno. Porém, estudos realizados recentemente e a
experiência declarada das grandes construtoras não demonstram que esse pensamento das
pequenas empresas está correto.

O processo de planejamento de uma construção assume significativa importância, da


concepção ao término de um empreendimento, já que norteará todas as atividades
envolvidas no canteiro de obras. Tem também papel importante na realidade atual das
empresas de construção civil que buscam redução de custos e aumento dos lucros
(HERNANDES; JUNGLES, 2005).

Um layout bem planejado é fundamental para agilizar as atividades, evitar desperdício


e garantir segurança aos funcionários. A padronização é fundamental. No entanto, os
canteiros são diferentes entre si, já que os implantados nos centros urbanos possuem outras
características quando comparados a canteiros situados em áreas de baixa densidade
demográfica. Por isso, cada caso merece uma análise. Porém, em todos devem ser
identificadas as interferências e barreiras que possam impedir uma correta armazenagem e
bom fluxo de materiais, pessoas e equipamentos.

No planejamento de uma obra é importante estudar o arranjo físico antes de sua


execução, pois isso possibilita diminuir as perdas de dinheiro e de tempo e, deste modo,
aumentar a eficiência do trabalho. Na prática, o planejamento do arranjo físico tem recebido
pouca atenção devido à falta de uma visualização inicial do ganho que se teria em relação
ao custo total e devido ao pensamento de que o arranjo físico irá se ajustar ao longo de uma
obra.

2.4 AVALIAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS

Para avaliar os canteiros de obras foi necessária a criação de algumas ferramentas


que pudessem dar notas comparando os layouts, para isso foram criados vários tipos de
avaliações, sendo o método 5L um dos mais utilizados.

Este método foi desenvolvido por uma empresa de consultoria paulista e baseou-se
em um trabalho desenvolvido na Construtora WrobelHilf em 1980 e depois na Método
Engenharia em 1988 (NEOLABOR, 1997). Na verdade, ele é uma adaptação do método 5S
desenvolvido pelos japoneses para as especificidades da indústria da construção.
11

Para evitar que o trabalhador tivesse que aprender as palavras em japonês que são
utilizadas no 5S, foi desenvolvida uma analogia com palavras em português, mas iniciando
com a letra L. As 5 letras L significam liberação de área, localização e arrumação, limpeza
do canteiro, limpeza pessoal e saúde, lista de verificação e reconhecimento (NEOLABOR,
1997).

A aplicação do método deve ser realizada em dois ou três meses, dependendo do


grau de desorganização da obra e do comprometimento nela existente com a mudança. O
ciclo de organização deverá ser repetido duas ou mais vezes, até que se perceba que o
canteiro adquiriu certa estabilidade no que concerne à limpeza e organização (NEOLABOR,
1997).

O método deve ser implantado em três estágios, conforme NEOLABOR, (1997), sendo
eles:

• Primeiro estágio - Neste estágio são colocadas em prática as novas metas


desejadas. As necessidades devem ser traduzidas numa linguagem prática. Do
envolvimento das pessoas muitas sugestões serão dadas para serem
aprimorar o estágio seguinte.
• Segundo estágio - Consiste em reestruturar os processos de produção e
administração do canteiro, bem como documentar e padronizar a experiência
para que se possa transmitir às demais pessoas da empresa.
• Terceiro estágio - Para cada procedimento de engenharia e de administração
padronizado e documentado devem ser levantadas as causas da
desorganização, com a participação das pessoas diretamente envolvidas com
o item assinalado. Identificadas as causas, devem ser implementadas as
alternativas para melhoria.

Vários são os benefícios que as empresas alcançam quando implementam o


Programa do 5L. Entre alguns, podemos destacar: eliminação do excesso de materiais,
ferramentas e objetos; maior disponibilidade de espaço; redução de desperdício; economia
de tempo; melhora da aparência do canteiro de obras. O referido é sinônimo de melhoria
contínua no trabalho e, portanto, sua prática deve ser exercida diariamente (NEOLABOR,
1997).

O 5L pode ser comparado ao desenho de uma espiral, pois são necessários que
sejam efetivados vários ciclos, sempre um após o outro, e de maneira constante para se
atingir os objetivos.

A verificação visa avaliar de forma sistemática de cada setor, assim como os estágios
alcançados em relação a cada L implantado. A lista de verificação proposta pela
12

(NEOLABOR, 1997) contém 43 itens, sendo 3 de liberação de área, 21 de localização e


arrumação, 3 de limpeza pessoal, 16 de limpeza do canteiro. Importante destacar o uso de
critérios de avaliação que contemplem a melhoria continua.

Uma metodologia para o projeto de arranjo físico que foi criada para a indústria de
manufatura e aplicada na construção, se não integralmente, pelo menos parte de seus
princípios e ferramentas, é o Systematic Layout Planning (SLP) MUTHER, (1978).

O SLP consta de quatro etapas gerais: localização, arranjo físico geral, arranjo físico
detalhado e implantação. Diversas ferramentas auxiliares são utilizadas juntamente com o
SLP, tais como: fluxograma do processo, gráfico de intensidade de fluxo, carta de
interligações preferenciais e diagrama de interligações.

Elias et al. (1998) considera que um projeto de layout ótimo é aquele que fornece a
máxima satisfação para todas as partes envolvidas, visando: minimizar custos de
movimentação de materiais; implementar alta rotatividade de trabalho em processo; prover a
efetiva utilização do espaço; prover a satisfação e segurança do trabalhador; evitar
investimentos desnecessários de capital e estimular a efetiva utilização da mão-de-obra.

Sendo assim, sua própria concepção acaba ocorrendo por meio de um processo
interativo, onde cada modificação quanto à concepção da obra acaba por gerar uma melhor
solução para o mesmo. No entanto apesar de reconhecer tal complexidade, é importante
adotar um roteiro de abordagem para o planejamento do canteiro que procure simplificar e
organizar as tomadas de decisão quanto ao canteiro de obras.

A avaliação do layout proposta por Lopes (1996) julga o canteiro de obras de acordo
com os seguintes aspectos:

• Flexibilidade do arranjo físico - sabe-se que a gestão do arranjo físico objetiva


proporcionar estabilidade e continuidade à produção, consistindo em investigar
a possibilidade de modificações no decorrer da obra buscando melhores
desempenhos em tempos menores.
• Eficiência do fluxo de materiais - é a relação entre o número de contatos entra
as células produtivas e a proximidade das mesmas, verificando a facilidade e
distância dos principais materiais estocados, sem que ocorra o
comprometimento da qualidade e conformidade da execução do serviço.
• Eficiência do manuseio de materiais - verificar a eficiência do recebimento do
material, garantindo a especificação solicitada em projeto, e uso deste na
execução, bem como seu armazenamento.
13

• Eficiência de estocagem - verificação entre a compatibilidade entre a área


necessária e a disponível para estocagem dos materiais, existindo separação
dos mesmos de acordo com suas características específicas.
• Utilização do espaço- análise da relação entre o espaço necessário e o
disponível para execução dos serviços ou armazenamento de materiais,
evitando assim desperdício de área.
• Eficiência na integração dos serviços de suporte - verificação da ligação ou
integração entra as células produtivas com base no grau de necessidade de
fornecimento dos suprimentos, para que não modifique o ritmo nem o sistema
de produção da obra.
• Possibilidade de satisfazer capacidade produtiva - os esforços em prol da
redução do desperdício e do aumento do valor do produto devem ocorrer de
maneira contínua na empresa. Esse princípio é normalmente implementado
através do planejamento e controle da produção.
• Compatibilidade com os planos de longo prazo - definição das metas para
determinação das alternativas que serão adotadas buscando a melhor
administração dos recursos tendo como base, muitas vezes, a experiência da
empresa.

A metodologia de avaliação do nível de racionalização do canteiro pode ser


visualizada em Lopes (1996), o qual orienta que para cada aspecto avaliado deve-se
estabelecer um peso (variando de 1 a 4) que este tem sobre a produtividade no canteiro.
Depois de estabelecido o peso dos critérios, aplica-se uma nota para cada um (variando de
0 a 10), obtendo assim a nota do layout que é o resultado da multiplicação da nota com o
peso do critério.

Para a obtenção do resultado parcial da racionalização do canteiro, faz-se o somatório


do plano avaliado e comparado ao resultado com o valor como se o canteiro tivesse obtido
nota máxima (10) em todos os critérios e todos tivessem peso 4. Divide–se o valor obtido do
somatório do layout pelo valor do canteiro como se fosse este fosse 100%. Obtêm-se então
o grau de racionalização do atual canteiro comparado com o ideal.

A Norma Regulamentadora número 18 (NR-18) estabelece diretrizes de ordem


administrativas, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e
no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.

Entretanto, essa nova legislação ainda não foi perfeitamente assimilada pelos
profissionais do setor, visto que é possível identificar a existência de dúvidas quanto à sua
14

interpretação e questionamentos a respeito da viabilidade técnica e econômica de algumas


de suas exigências.

A NR-18 determina a execução de áreas de vivência, destinadas a suprir as


necessidades básicas humanas de alimentação, higiene, descanso, lazer, convivência e
atendimento emergencial à saúde.

2.5 GESTÃO DOS FLUXOS FÍSICOS

A gestão dos fluxos físicos deve ser observada em diferentes níveis do processo de
planejamento e controle da produção, desde a elaboração do plano de longo prazo até a
preparação do plano semanal. Algumas decisões relacionadas ao canteiro de obras têm
origem na fase de projeto do empreendimento e devem ser avaliadas, nessa etapa, as
implicações que as decisões relacionadas à localização de instalações provisórias, stand de
vendas e acesso à obra podem ter sobre o desenvolvimento dos fluxos.

Durante o estudo do canteiro, é necessário analisar a disposição de elementos com o


objetivo de permitir o acesso de caminhões para descarregamento de materiais, o
posicionamento adequado de equipamentos de transporte vertical, a disposição de
instalações sanitárias, próximas aos locais de trabalho, entre outros aspectos.

No planejamento de longo prazo, de acordo com Formoso et al. (1999), devem ser
estabelecidas decisões a respeito de ritmos e sequência de execução dos processos,
levando em consideração critérios técnicos e disponibilidade financeira; parcerias com
fornecedores; definição de equipamentos de transporte a serem adquiridos pela empresa; e
localização de estoques.

Durante a realização do planejamento de longo prazo, um primeiro estudo sobre a


distribuição de materiais e equipes deve ser conduzido de forma a avaliar a sequência e os
prazos de execução dos processos que estão programados para um mesmo período,
visando identificar restrições e interferências relacionadas à realização dos mesmos
(FORMOSO et al, 1999). Além disso, o plano elaborado nesse nível deve considerar
aspectos relacionados à terminalidade, por meio do adequado ordenamento de processos,
evitando que os últimos processos programados possam causar danos aos anteriores,
visando reduzir ou eliminar os problemas identificados.

Para a etapa de elaboração do plano de médio prazo, uma forma de realizar o


planejamento dos fluxos físicos, pode ser através da utilização de cópias das plantas com
indicações dos locais de execução das tarefas (FORMOSO et al, 1999). Para cada semana
indicada no lookahead poderiam ser indicadas as posições das equipes, a distribuição dos
15

materiais e equipamentos necessários referentes a cada processo, bem como a sequência


de execução do processo. Ou seja, para cada semana de trabalho deve ser conduzida uma
análise das restrições temporais e espaciais, de forma que essas sejam solucionadas antes
da liberação das tarefas para o plano de curto prazo.

Para o plano de curto prazo deve-se monitorar as ações, e conduzi-las no sentido de


controlar a produção e a ocorrência de problemas que interrompam o fluxo produtivo.

As planilhas que abriguem as tarefas do planejamento de curto prazo podem conter


um campo para indicar o total de horas trabalhadas em cada tarefa e as quantidades de
trabalho executado, de forma a auxiliar na elaboração de mapas de acompanhamento para
serem utilizados na apropriação de índices de produção (FORMOSO et al, 1999). Desse
modo, além de controlar o tempo, através da programação das tarefas, o plano de curto
prazo pode fornecer dados para o controle do fluxo de mão-de-obra em cada processo.

A obtenção de indicadores de produção e produtividade pode contribuir para o


planejamento das tarefas no plano de médio prazo, com base em dados relacionados aos
fluxos de mão-de-obra, bem como para o aumento da previsibilidade e controle da execução
dos produtos ao longo do tempo.

A organização e adequada sinalização do canteiro têm grande importância para o


desenvolvimento dos fluxos, aumentando a transparência dos processos. Com a definição e
delimitação clara do local de estocagem para cada insumo, é possível facilmente reconhecer
os desvios.

Essa prática pode reduzir a ocorrência de movimentações e manuseio


desnecessários, além de poder reduzir a ocorrência de congestionamentos devido a
materiais, ferramentas e equipamentos que se encontram espalhados de forma
desorganizada pelo canteiro.

Para proporcionar transparência aos fluxos físicos, podem ser utilizadas ferramentas
para a coleta e divulgação de dados sobre a produção. Os gráficos, imagens, plantas,
diagramas e mapofluxogramas podem ser utilizados como fonte de informações para
auxiliar na tomada de decisão com base em dados e fatos, durante as reuniões de
planejamento.

Além disso, os diagramas e mapofluxogramas podem auxiliar na realização de


simulações em planta com o objetivo de analisar e melhorar a forma de desenvolvimento
dos trabalhos, através da eliminação de práticas que contribuem para a ocorrência perdas e
da identificação de sequências e formas de produção mais eficientes.
16

As ferramentas utilizadas para dar transparência aos fluxos físicos podem ser
utilizadas para a realização do monitoramento da forma como esses se desenvolvem.
Contudo, a implementação de ações para corrigir os desvios depende do comprometimento
da administração da obra.

Portanto, os diagramas de processo, mapofluxogramas, registro de imagens, listas de


verificação, planilhas, mapas de acompanhamento e gráficos podem fornecer informações
para a elaboração dos planos com base em dados e fatos. Porém, cabe ressaltar que a sua
utilização deve ser acompanhada por uma análise que vise identificar os pontos nos quais
podem ser efetuadas melhorias.

Deve ser definida pela administração da obra a periodicidade e os meios de coleta e


disponibilização dos dados, bem como devem ser selecionados os processos e materiais a
serem acompanhados, de acordo com as restrições e necessidades da empresa.

Cabe salientar que os períodos de coleta de dados sobre um determinado processo


devem ser compatíveis com o prazo de realização do mesmo. Por exemplo, processos com
prazo de execução de vários meses podem ter dados coletados semanalmente, enquanto
processos com duração de poucas semanas ou dias devem ter dados apropriados
diariamente, para que ações possam ser implementadas para melhorar o desempenho da
produção com o processo ainda em desenvolvimento (KOSKELA, 1992).

A compatibilidade entre os ciclos de coleta de dados e os períodos de elaboração dos


planos é um aspecto fundamental no controle dos fluxos físicos, ou seja, as informações que
advêm da produção devem alimentar o processo de planejamento e controle da produção.

A gestão dos fluxos físicos é entendida, no presente estudo, como sendo o


planejamento e controle desses fluxos associados à realização das tarefas da produção
(KOSKELA, 1992).

Com relação ao fluxo de materiais, verifica-se a necessidade do planejamento da


aquisição, alocação temporal e espacial, e distribuição/movimentação dos materiais no
canteiro e nos postos de trabalho, bem como o controle da sua utilização dentro de cada
processo.

A gestão do fluxo de mão-de-obra engloba, além da designação das tarefas para as


equipes, a consideração da melhor sequência de execução do processo, respeitando-se os
requisitos técnicos, a continuidade do processo, a capacidade produtiva das equipes, a
carga de trabalho a ser designada para as mesmas e o efeito aprendizado (KOSKELA,
1992).
17

Também são consideradas na gestão do fluxo de mão-de-obra, as restrições de tempo


e espaço, bem como o controle do desenvolvimento das tarefas, as quais devem ser
comparadas como os ritmos (quociente entre unidade de produção e unidade de tempo)
especificados para cada processo.

O principal objetivo a ser alcançado com a gestão dos fluxos físicos é a eliminação ou
redução das perdas inerentes aos mesmos. Para isso, primeiramente, faz-se necessário
tornar os processos diretamente observáveis, e expor os seus problemas e limitações para
que possam ser identificados e solucionados (KOSKELA, 1992).

Assim sendo, é importante a utilização do princípio da transparência como forma de


dar visibilidade à produção. Através da observação dos processos e operações, pode ser
possível (KOSKELA, 1992):

(a) a identificação da parcela de atividades que não agregam valor ao produto final;

(b) a identificação dos requisitos dos trabalhadores para a realização das atividades
(os clientes internos devem ter suas necessidades analisadas para que possam executar
suas atividades da melhor forma possível);

(c) a análise da variabilidade existente no processo;

(d) possibilidade de minimização de passos nos processos e operações.

A observação dos processos e operações pode resultar na eliminação das perdas


existentes nos fluxos, através do melhor planejamento e controle dos mesmos. Isso pode
conduzir à redução do tempo de ciclo, bem como ao balanceamento das melhorias a serem
implementadas nos fluxos e conversões, dentro de um processo de melhoria contínua.

A aplicação do princípio da transparência, ao conferir visibilidade à produção e


possibilitar a identificação das perdas, também pode contribuir para aumentar o grau de
continuidade e a terminalidade dos processos e operações (KOSKELA, 1992). A
continuidade refere-se à realização de processos e operações sem paralisações, de forma
que ocorra um fluxo contínuo de atividades sendo realizadas ao longo do tempo.

A terminalidade consiste na finalização dos processos e operações sem a


necessidade de retrabalhos ou arremates que exigem visitas posteriores por parte de uma
equipe ao mesmo posto de trabalho, prolongando o tempo de realização de uma tarefa.
Portanto, a terminalidade está relacionada à conclusão das tarefas e ao fazer certo pela
primeira vez, sendo de grande importância para a continuidade dos processos e operações.

A transparência pode ser definida como “a habilidade de um processo produtivo (ou


suas partes) em se comunicar com as pessoas” (SANTOS et al., 1998). A transparência
18

constitui-se em um passo fundamental na busca pela excelência nos sistemas produtivos


(GALSWORTH, 1997).

Os estudos realizados por Santos et al. (1998) e Oliveira (1999) mostram que a
implementação da transparência na construção civil pode ser uma forma de melhorar a
comunicação do processo construtivo com os administradores e operários, e também de
estabelecer um ambiente de trabalho mais produtivo, organizado e seguro.

Na construção civil, devido à falta de organização dos canteiros, materiais são


desperdiçados e uma preciosa parcela do tempo é gasta pelos operários, devido às esperas
e deslocamentos na busca por materiais, ferramentas, equipamentos e informações não
disponíveis no posto de trabalho (SANTOS, 1995; SANTOS et al., 1999; SOIBELMAN,
1993).

Galsworth (1997) faz uma analogia dos fluxos do ambiente de trabalho com o fluxo de
água. A autora comenta que a existência de pedras, árvores e obstáculos no fluxo da água
exige que os mesmos sejam contornados, e isso adiciona tempo ao percurso a ser realizado
pela água.

Similarmente, quando os fluxos de materiais e pessoas circulam por uma área


obstruída, uma parcela de tempo é adicionada para que esses se movimentem no ambiente
de trabalho. Portanto, ao se realizar o planejamento do local onde serão desempenhadas as
atividades, deve-se primeiramente compreender as relações funcionais que cada elemento
do ambiente tem com os fluxos e, então, determinar o seu posicionamento (GALSWORTH,
1997).

Akinci et al. (1998), ao tratarem dos conflitos de tempo e espaço que podem ocorrer
no desenvolvimento das tarefas diárias, afirmam que o primeiro passo a ser dado é
representar os requisitos espaciais de cada atividade ao longo do tempo, para que as
interferências sejam identificadas. Rileye Sanvido (1995) identificam diferentes tipos de
espaços requisitados pelas atividades: elementos do trabalho, layout da área de
descarregamento, caminho do material, caminho das pessoas, área de estocagem, de
montagem, de pré-fabricação, de trabalho, de ferramentas, de equipamentos, de entulho,
protegida e área de risco.

Deve-se observar, porém, que nem todas as interferências entre atividades irão causar
conflitos. Outro aspecto importante é a observação das características dos espaços
necessários para cada atividade, pois essa caracterização irá auxiliar na identificação do
tipo de conflito de tempo e espaço que se tem, e se o mesmo realmente pode causar
problemas ou não (AKINCI et al., 1998).
19

A representação dos requisitos espaciais e temporais do ambiente de trabalho


consiste em uma forma de dar visibilidade à produção, porém outras abordagens podem ser
utilizadas com esta finalidade. Neste sentido, Koskela (1992) identifica seis abordagens
através das quais o princípio da transparência pode ser implementado na construção civil:

(a) estabelecimento de um programa básico de manutenção para eliminar a desordem;

(b) utilização de sinalização e layout adequados para tornar o processo diretamente


observável;

(c) utilização de medições para tornar atributos da produção visíveis;

(d) incorporação de informações do processo nas áreas de trabalho, ferramentas,


contêineres, materiais e sistemas de informação;

(e) utilização de controles visuais para habilitar qualquer pessoa a reconhecer de


forma imediata os padrões e os desvios;

(f) redução das interdependências das unidades de produção.

Neste trabalho Koskela (1992), foi dada uma ênfase para a utilização da abordagem
referente à utilização de medições para tornar os atributos da produção visíveis. Esta
escolha foi feita para que o desenvolvimento dos fluxos físicos nos canteiros de obras
pudesse ser registrado e analisado, de modo que problemas fossem identificados e
soluções pudessem ser propostas. No trabalho realizado por Santos et al. (1998) pode-se
encontrar uma apresentação mais detalhada das demais abordagens para implementação
do princípio da transparência na construção civil.

2.5.1 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

De acordo com Yin (1994), a observação participante consiste em uma forma de


observação na qual o pesquisador não se apresenta apenas como um observador passivo.
Segundo Easterby-Smith et al. (1991), durante a realização da observação participante o
pesquisador deve estar ciente do papel que está desempenhando no ambiente em que
coleta os dados. No caso desta pesquisa, o papel do pesquisador esteve explícito durante o
desenvolvimento do trabalho. Ou seja, a empresa e seus funcionários tinham conhecimento
da realização da pesquisa e, deste modo, o pesquisador realizava observações e
questionava determinadas ações quando apropriado.
20

3. Metodologia

O método de pesquisa empregado no desenvolvimento desse Trabalho de Conclusão


de Curso pode ser apresentado em três etapas. A primeira delas compreendeu na
realização de uma pesquisa bibliográfica. Essa primeira etapa teve como objetivo a
avaliação de ferramentas que pudessem ser utilizadas na análise dos fluxos físicos de
materiais no canteiro de obra. A segunda etapa consistiu na realização do estudo de caso
para investigar a gestão dos fluxos físicos e identificar como eles se desenvolviam no
canteiro de obras. Na terceira etapa os dados obtidos foram analisados e foi feita a
conclusão deste estudo.

As conclusões da revisão bibliográfica motivaram uma segunda etapa da pesquisa, na


qual foi conduzido um estudo de caso na construção do Edifício AT-9 na Universidade
Federal de São Carlos. Nesta etapa buscou-se a utilização de ferramentas, indicadores e
dispositivos visuais para conferir os fluxos físicos de materiais com o planejamento e
controle da produção desenvolvida na empresa estudada. Por fim, na terceira etapa, com
base nos estudos realizados anteriormente, foram elaboradas propostas de melhorias para
o fluxo de materiais no canteiro de obra.

A estratégia selecionada para a pesquisa foi o estudo de caso, pois, de acordo com
Yin (1994), é a mais adequada quando se quer responder a questões de pesquisa que
envolve “por quê” e“como” os fenômenos estudados apresentam-se no decorrer do tempo.
Essa estratégia de pesquisa permite que sejam observados aspectos temporais e
contextuais do fenômeno em estudo, além de permitir a utilização de formas qualitativas e
quantitativas de análise, sem exigir, no entanto, a documentação de freqüência ou
incidência dos fenômenos estudados ao longo do tempo ou a manipulação dos mesmos
(YIN, 1994; MEREDITH, 1998).

Yin (1994) ressalta que, antes de se iniciar um estudo de caso, é importante fazer uma
revisão bibliográfica para que seja desenvolvida uma base teórica a respeito do fenômeno
quê será analisado. De acordo com Wacker (1998), a pesquisa bibliográfica é de grande
importância para a construção de uma teoria, pois fornece informações a respeito de
domínios de aplicação desta, as relações entre os seus elementos constituintes e suas
21

definições e, além disso, indicam quais são as relações importantes a serem investigadas
no desenvolvimento de uma pesquisa.

A base teórica, além de guiar a coleta e análise dos dados, irá auxiliar na
generalização dos resultados obtidos com o estudo de caso (YIN, 1994). Desta forma,
mesmo que exista uma dificuldade em replicar as mesmas condições contextuais de um
estudo de caso para outro, uma mesma teoria pode servir de base para outros estudos e ser
testada em ambientes com diferentes condições que irão sustentar um mesmo conjunto de
conceitos e princípios (MEREDITH, 1998).

Segundo Meredith (1998), outro aspecto que deve ser ressaltado é o fato do estudo de
caso ser considerado uma estratégia de pesquisa adequada para o desenvolvimento de
uma teoria, portanto, poder auxiliar no alcance de um dos objetivos específicos deste
trabalho, o qual consiste em contribuir para a consolidação dos princípios do fluxo físico de
materiais na construção civil.

3.1 SELEÇÕES DOS PROCESSOS A SEREM ACOMPANHADOS

Para a obra selecionada a ser estudada, foram escolhidos processos para serem
acompanhados ao longo da pesquisa. A seleção foi realizada de forma conjunta entre o
pesquisador e o responsável pela obra. Após uma visita ao canteiro de obras para a
verificação dos processos em andamento, foram considerados os seguintes critérios nesta
seleção:

• Os processos selecionados não deviam estar na sua fase final. Deu-se preferência
para os processos que estivessem sendo iniciados no período da pesquisa, para que
houvesse oportunidades de melhorias, caso a empresa concordasse e optasse por
efetuar as modificações com base nos dados coletados em campo;
• Os processos selecionados para estudo deviam ter seus dados relacionados ao fluxo
físico de materiais no canteiro de obras. Portanto, os processos que não tinham este
enfoque não foram escolhidos.

3.1.1 LISTA DE VERIFICAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRA

As listas de verificação são apontadas pela bibliografia como tendo diversas funções:
planejamento de uma tarefa (OGLESBY et al., 1989); identificação de atribuições de um
determinado funcionário (GALSWORTH, 1997); identificação de pontos críticos a serem
verificados em um dado equipamento antes do início de uma atividade (GALSWORTH,
22

1997), verificação de pontos nos quais podem ser realizadas melhorias em um processo
(MCTIGHE, 1991), entre outras.

Neste trabalho, foi utilizada uma lista de verificação para a avaliação do canteiro. A
lista utilizada durante a realização da pesquisa foi desenvolvida pela NR-18, e aplicada
apenas no início da coleta de dados no canteiro pesquisado. A utilização da referida lista
teve como principal objetivo caracterizar o canteiro estudado e verificar aspectos
relacionados ao sistema de movimentação de materiais, instalações provisórias e segurança
do trabalho.

3.1.2 REGISTRO DE IMAGENS

De acordo com Yin (1994), as imagens aumentam o poder de comunicação das


informações além de, constituírem-se em um importante registro das características do
estudo de caso. Outros autores (GALSWORTH, 1997) ressaltam a importância do registro
de imagens como um meio de documentar a forma como as atividades são
desempenhadas. Esse registro pode servir ainda, como base para a realização de melhorias
e para a divulgação de boas práticas da empresa.

Neste trabalho, o registro fotográfico foi utilizado para documentar a forma como as
atividades eram desenvolvidas no canteiro, bem como para documentar práticas correntes
no trato com estoques e movimentação de materiais, utilização de ferramentas e
equipamentos e para registrar a ocorrência de interferências entre diferentes equipes
realizando tarefas em uma mesma área.

3.1.3 CONSTRUÇÃO DOS DIAGRAMAS DE PROCESSO E MAPOFLUXOGRAMA

O diagrama de processo e o mapofluxograma tiveram como funções neste trabalho,


documentar e facilitar a forma de visualização dos fluxos e processos que foram analisados
no canteiro de obra, e assim tornando mais fácil a compreensão dos locais que tiveram
problemas, e ajudando nas soluções obtidas.

O diagrama de processo e o mapofluxograma são utilizados para documentar a forma


como um processo desenvolve-se por meio do uso de gráficos e símbolos, o que, de acordo
com Ishiwata (1991), torna mais fácil o entendimento dos processos e ajuda a combater os
três grandes problemas que ocorrem entre as diferentes atividades, quais sejam: perdas,
atitudes impensadas e inconsistências.

O diagrama de processo representa a sequência das diferentes atividades que


compõem um processo. O mapofluxograma ou diagrama de fluxo, além de indicar as
23

diferentes atividades desempenhadas, registra o local onde as mesmas se desenvolveram,


pois os símbolos utilizados na representação das atividades são posicionados em uma
planta, indicando a sua localização (ISHIWATA, 1991; SOUZA, 1997).

Por meio da utilização dos símbolos descritos na Figura 1, os problemas e os pontos


de melhoria são identificados e alterações podem ser realizadas nos processos visando ao
combate às perdas. Entretanto, deve-se ressaltar que nem todos os tipos de perdas podem
ser identificados pelo diagrama de fluxo (LEE et al., 1999) e o mapofluxograma.

Figura 1 - Símbolos adaptados para utilizar na elaboração de diagramas de


fluxo

Estes símbolos foram adaptados das bibliografias (ISHIWATA, 1991; DIAS, 1993;
SHINGO, 1996a) que tratam da análise de processos, para serem utilizados na elaboração
de diagramas de fluxo e mapofluxogramas utilizados nesta pesquisa.

O pesquisador não tem a intenção de discutir os aspectos teóricos e/ou a


conveniência da utilização da simbologia proposta por cada autor identificado. No entanto,
estes símbolos foram adotados pelo pesquisador, pois os mesmos símbolos foram adotados
em outros trabalhos os quais foram objetos de estudo.

A Figura 2 a seguir (ISHIWATA, 1991) apresenta um exemplo da utilização do


diagrama de processo e do mapofluxograma.
24

Figura 2 - Diagrama de processo e Mapofluxograma

Os diagramas de processo e os mapofluxogramas foram utilizados nesta pesquisa


para documentar a forma como os processos se desenvolviam no canteiro e para simular
possíveis melhorias tendo como base as considerações de Ishiwata (1991):

(a) Estudar o fluxo;

(b) Encontrar os pontos onde possa ser melhorado o fluxo;

(c) Considerar a possibilidade de redefinir o fluxo com uma sequência mais eficiente;

(d) Considerar se os fluxos são contínuos o bastante e se existem problemas no layout


ou no sistema de transporte;

(e) Analisar se as atividades desenvolvidas no processo são realmente necessárias e


o que aconteceria se atividades supérfluas fossem removidas do mesmo;

(f) É importante ressaltar que a elaboração do diagrama de processos e do


mapofluxograma ocorria apenas uma vez para cada material analisado. A não ser que
ocorressem modificações no fluxo desses materiais, novas análises não eram realizadas.

3.1.4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada pelo estudante responsável pela pesquisa, por meio de
visitas técnicas ao canteiro de obras. Esta coleta envolvia o responsável pela obras e seus
25

trabalhadores, sendo realizada através de pesquisas com os mesmos. Os dados obtidos


foram analisados e processados imediatamente.

Foi acompanhado o processo de elevação da alvenaria, o qual abrange os fluxos de


blocos cerâmicos, de concreto e argamassa de assentamento. Durante a visita técnica
foram coletados dados relacionados ao transporte dos materiais utilizados (blocos e
argamassa), esses dados foram analisados e foi elaborado um diagrama de processo e
realizou-se o registro fotográfico, objetivando um melhor entendimento da forma como o
mesmo era executado.
26

4. Estudo de Caso

Neste capítulo serão apresentados os resultados do estudo realizado durante o


desenvolvimento deste trabalho. Inicialmente abordam-se o estudo de caso realizado no
canteiro de obra empresa responsável pela construção do Edifício AT-9 da Universidade
Federal de São Carlos. Ao final deste capítulo serão apresentadas diretrizes para a gestão
dos fluxos físicos de materiais em canteiros de obra, com base na revisão bibliográfica e nos
estudos realizados.

4.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA E DA OBRA

A empresa estudada caracteriza-se por ser uma empresa de porte médio com sede na
cidade de Ribeirão Preto-SP com certificação de qualidade. A empresa realiza obras
residenciais, comerciais, de infraestrutura e obras de arte, tais como, pontes, viadutos e
passarelas. A construtora possui um elevado padrão de qualidade nos produtos e serviços,
e também se preocupa com prazos e satisfação dos clientes, aumentando assim a
segurança e gerando tranquilidade na realização dos serviços.

Foi escolhida a obra desta empresa por ela estar realizando uma obra de porte médio,
por concordar com a realização do estudo em seu canteiro e apresentar as condições
mínimas de organização e planejamento, os quais permitiam a realização da pesquisa.

A empresa possuía na obra 35 trabalhadores, mais o mestre de obras, dois


engenheiros civis e um de engenheiro segurança.

A obra analisada consistia em um edifício de salas de aula, situado na Universidade


Federal de São Carlos, denominado de AT- 9, com uma área construída de 2.472,30m²,
distribuídos em térreo e dois pavimentos tipos. A estrutura foi executada em concreto pré-
moldado, e as vedações internas e externas em blocos cerâmicos e de concreto, as quais
obedeciam a um projeto de modulação.

A empresa dispunha de documentos os quais mostravam as especificações e os


padrões utilizados para a realização e condução dos trabalhos. As avaliações de
conformidade dos processos eram feitas pelo engenheiro responsável pela obra. A obra
27

dispunha de três pavimentos, sendo eles, térreo, primeiro pavimento e segundo pavimento,
todos eles com uma área de 824,10m², tendo o mesmo formato em seu perímetro e
diferenciando apenas nos tamanhos e números de salas de aula.

A mão-de-obra empregada no canteiro era contratada pela própria empresa, inclusive


o mestre-de-obras, técnicos e engenheiros.

A programação da obra estudada encontrava-se detalhada em um cronograma


elaborado no pacote computacional MS Project, o qual apresentava as relações de
precedência entre as diferentes atividades, bem como as datas de início e término de cada
uma delas, para todo o período da obra.

A empresa realizava o registro de processos, mão-de-obra, visitas técnica, entregas


de materiais, inspeções e avaliação do produto e organizava tudo em um computador no
próprio canteiro.

4.2 DIAGNÓSTICO INICIAL

No começo da pesquisa, realizou-se o diagnóstico inicial do canteiro de obras, através


da visita técnica e do registro de imagens, os quais revelaram a forma de organização da
obra. Inicialmente foi questionado para o mestre de obra se a empresa havia feito um
projeto do canteiro de obras, para que assim ele pudesse ser analisado e comparado com a
realidade da obra. Mas a empresa não havia feito este projeto e todo o planejamento e
decisões foram tomadas pelo mestre de obras assim que os materiais chegavam ao
canteiro, tendo como base a sua experiência profissional. Pode-se averiguar a organização
da obra nas figuras seguintes (1 á 14).
28

Figura 3 – Instalação para banheiros, refeitório e escritório

Na figura 3 podemos verificar as instalações dos banheiros, refeitórios e escritórios,


que estavam em boa qualidade e de acordo com a NR-18.

Posteriormente foram analisados os acessos de caminhões no canteiro de obras, para


que o descarregamento pudesse ser feito com segurança no interior da mesma. Observou-
se que estes acessos foram considerados de boa qualidade, por permitirem o acesso total
de caminhões na obra e por diferentes pontos, assim podendo aproveitar uma área maior de
estoque sem necessitar fazer o transporte de materiais por um longo caminho. Porém,
esses caminhos eram de terra o que prejudicava a entrada de veículos em dias chuvosos.
Como se pode observar na Figura 4.
29

Figura 4 - Estrada de terra que dá acesso a obra

Na figura anterior pode-se observar o percurso ou trajeto de terra que os caminhões


necessitam trafegar até chegar à obra, o qual é dificultado em dias chuvosos.

Figura 5 - Portão de entrada da obra


30

Na Figura 5 apresentam diversos acessos que os caminhões podem utilizar com vistas
ao posicionamento e facilitar a descarga dos materiais.

Na Figura 6 é possível analisar a disposição do estoque de materiais na obra, cabe


observar que a betoneira estava posicionada próxima aos estoques de pedra, de areia, e do
container que estocava cimento, cal entre outros produtos e equipamentos. A betoneira
também estava situada perto dos guinchos. Foi possível observar também na Figura 6 que
havia dois guinchos disponíveis para a obra, estes eram usados simultaneamente devido ao
prazo de execução fixado.

Figura 6- Desenho esquemático do canteiro de obras da edificação

As disposições desses materiais também podem ser vistas nas imagens seguintes.

Conforme Figura 7, a obra era devidamente fechada por tapumes, telas de proteção e
cercas de arame, ela também possuía placas de identificação da empresa e de seus
responsáveis.
31

Figura 7 - Perímetro do canteiro de obra fechado por tapumes e tela de


proteção

Figura 8 - Perímetro da obra fechado por cerca de arame


32

Os estoques de blocos cerâmicos estavam localizados ao redor da obra, assim


facilitando sua utilização, visto que os blocos seriam utilizados ao redor de toda a obra,
como podemos observar nas figuras 9 e 10.

Porém, pode-se observar na Figura 11 que o transporte dos blocos até os guinchos e
até mesmo para certas regiões do edifício era prejudicado pela não realização do contrapiso
da edificação.

Figura 9 - Estoque de blocos cerâmicos perto da fachada da obra


33

Figura 10 - Estoque de blocos cerâmicos ao redor da obra

Figura 11 - Tábuas utilizadas para a passagem dos carrinhos

De acordo com o mestre de obra, os materiais eram descarregados dos caminhões


diretamente para o seu local de estoque, pois a forma do canteiro permitia o acesso dos
caminhões quase que na totalidade do terreno.
34

Os estoques de areia e pedra estavam localizados ao lado de uma das entradas da


obra e perto da betoneira aonde seriam processados, os quais praticamente não precisavam
de deslocamento para ser utilizados. Os estoques de areia e pedra não estavam
corretamente armezenados, pois não havia cobertura e nem estavam dentro de baias com
piso cimentado, como se pode observar nas Figuras 12 e 13 seguintes.

Figura 12 - Estoque de areia


35

Figura 13 - Estoque de pedra

O estoque de cimento se encontrava coberto e bem protegido contra as intempéries,


pois a empresa possuía container para a estocagem de materiais que necessitavam de uma
atenção especial e de ferramentas.

O container (Figura 14) estava localizado próximo a betoneira, assim diminuindo a


distância e também facilitando a forma de transporte. O cimento era transportado pelos
trabalhadores de forma manual ou com auxílio de carrinhos

Não se verificaram problemas de demora ou congestionamento de pessoas durante o


descarregamento do caminhão de cimento, pois como a quantidade estocada era pequena e
o caminhão chegava próximo ao container, não havia necessidade que muitos trabalhadores
fossem mobilizados para realizar esta tarefa.
36

Figura 14 - Estoque de cimento em container

4.3 ACOMPANHAMENTO DO FLUXO DE MATERIAIS PARA ELEVAÇÃO DA


ALVENARIA NO PAVIMENTO TÉRREO E MAPOFLUXOGRAMA

Para que o estudo do fluxo de materiais no processo de elevação da alvenaria ficasse


mais claro e compreensível, foi elaborado um diagrama desse processo e realizado o
registro de imagens, assim podendo assimilar de uma melhor forma o trabalho realizado. O
diagrama da Figura 15 apresenta o acompanhamento do fluxo dos materiais utilizados para
a realização do processo de execução da alvenaria do pavimento térreo.
37

Figura 15 - Diagrama do processo de elevação da alvenaria no pavimento


térreo

Nesta figura podem ser analisadas as etapas necessárias para a realização da


elevação das alvenarias na edificação no pavimento térreo, ficando explícita a maior
quantidade realizada de transportes de materiais com relação à estocagem, inspeção e
execução dos serviços.
38

Pode-se observar que o fluxo de blocos cerâmicos foi bem realizado, pois como havia
diversos pontos de estocagem não era necessário grande deslocamento para que os blocos
fossem levados até os locais aonde seriam utilizados, porém em alguns pontos o
deslocamento era prejudicado pela irregularidade do terreno como se pode observar na
Figura 16.

Já para a argamassa o transporte era diferente. Como havia somente um ponto de


execução da argamassa, então seu fluxo ficava dependente deste único ponto de
distribuição, assim aumentando as distâncias percorridas pelos trabalhadores, a qual
ocasionava grande perda de tempo. Essa perda de tempo era agravada pela irregularidade
do terreno, pois o contrapiso do pavimento térreo não havia sido executado influenciando
negativamente, como pode ser observada na Figura 16 seguinte.

Figura 16 - Caminho percorrido para o transporte de blocos e argamassa no


pavimento térreo

Os blocos cerâmicos eram transportados por carriolas como se pode observar na


imagem Figura 17 seguinte.
39

Figura 17 - Carriola utilizada para transportar blocos cerâmicos

Figura 18 - Execução de alvenaria no pavimento térreo

Na Figura 18 é possível observar algumas fases existentes no diagrama de execução


da alvenaria, como por exemplo, a estocagem dos blocos e da argamassa pertos dos locais
aonde seriam utilizados, e seus transportes desse estoque para a execução da tarefa. Pode-
40

se verificar também a organização e preocupação com relação aos equipamentos de


proteção individual (EPI), visto que todos os funcionários estavam devidamente trajados
com o uniforme da empresa e utilizavam os equipamentos necessários para a realização do
serviço, com luvas, sapatos com sola alta e capacetes.

A Figura 19 mostra o local onde era preparada a argamassa para assentamento dos
blocos, e nela também se pode observar o estoque de areia ao lado da betoneira e o
estoque de argamassa pronta, que estão indicados também no diagrama da Figura 15.

Figura 19 - Local de preparação da argamassa

Na imagem seguinte, Figura 20, é possível verificar o transporte da argamassa que


estava estocada ao lado da betoneira para o carrinho que posteriormente foi transportado
até o local de trabalho.
41

Figura 20 - Transporte de argamassa para o carrinho


42

Figura 21 - Mapofluxograma do pavimento térreo


43

Na figura 21 podemos observar o mapofluxograma elaborado durante a observação


dos trabalhos relacionados com a execução da alvenaria no pavimento térreo.

Na figura estão enumerados de 1 a 28 os trabalhos necessários para a execução


desse serviço, sendo eles:

1. Descarregamento da areia;
2. Estocagem da areia;
3. Transporte para o carrinho;
4. Transporte em carrinho;
5. Estoque junto à betoneira;
6. Transporte para a betoneira;
7. Inspeção no recebimento de cimento e cal;
8. Descarregamento do caminhão;
9. Estocagem do cimento e cal;
10. Transporte até a betoneira;
11. Preparação da argamassa;
12. Estocagem da argamassa ao lado da betoneira;
13. Carregamento da argamassa em carrinho;
14. Transporte do carrinho até local de uso da argamassa;
15. Transporte da argamassa com uma pá para a masseira;
16. Transporte da masseira até o local de uso;
17. Estocagem da argamassa no posto de trabalho;
18. Transporte da argamassa para o local de assentamento;
19. Inspeção no recebimento dos blocos;
20. Descarregamento do caminhão de blocos;
21. Transporte dos blocos até o local de estocagem;
22. Estocagem dos blocos ao redor do edifício;
23. Transporte dos blocos para o carrinho;
24. Transporte do carrinho até o local de assentamento;
25. Estocagem dos blocos no posto de trabalho;
26. Transporte do bloco para o local de assentamento;
27. Assentamento dos blocos;
28. Inspeção do prumo;
44

Essa figura indica as diferentes formas de fluxos que estavam ocorrendo durante o
processo de elevação da alvenaria, e nesse processo estavam participando serventes que
transportavam os materiais e os pedreiros que executam o serviço. Verificou-se que devido
o não planejamento do canteiro de obras, os serventes buscavam blocos de uma pilha longe
do local onde o serviço estava ocorrendo, sendo que o espaço do canteiro proporcionava
uma boa distribuição desses estoques para que não ocorresse esse problema. Devido a
ausência de não planejamento, foram observadas uma série de atividades desnecessárias,
o que ocasionou em perdas de materiais e tempo.

4.4 ACOMPANHAMENTO DO FLUXO DE MATERIAIS PARA ELEVAÇÃO DA


ALVENARIA NOS PAVIMENTOS SUPERIORES E MAPOFLUXOGRAMA

Assim como para o estudo do fluxo de materiais no pavimento térreo, também foi
realizado um estudo para elevação da alvenaria nos pavimentos superiores, visto que
existiam mais fluxos de materiais nesse estudo. Portanto, também foi feito um diagrama
desse processo para facilitar a compreensão dos fluxos realizados e também foram feitos
registros de imagens para melhor exemplificar o diagrama da Figura 22.
45

Figura 22 - Processo de elevação de alvenaria nos pavimentos superiores

Como se pode observar no diagrama acima a maioria das atividades realizadas até o
assentamento dos blocos cerâmicos é referente aos transportes de materiais, em seguida
está à estocagem e, finalmente, as atividades de conversão.

Para a construção das alvenarias nos andares superiores foi necessária uma maior
quantidade de transporte de materiais, pois envolver todas as atividades realizadas para o
46

pavimento térreo mais o acréscimo de transportes verticais e estocagem de materiais em


pontos diferentes como pode ser analisado na Figura 22 e nas imagens apresentadas a
seguir.

Os blocos cerâmicos foram estocados no pavimento térreo da obra, como já


mencionado anteriormente, porém para a realização desse processo os blocos tiveram que
ser levados para os andares superiores, ou seja, foi necessário um transporte vertical.
Sendo assim a empresa optou por fazer esse transporte através de dois guinchos (Figura
24). Primeiramente esse material era estocado ao lado dos guinchos e conforme sua
necessidade de utilização eles eram transportados para os pavimentos superiores, como se
pode observar nas Figuras 23 a 25 seguintes.

Figura 23 - Estoque de blocos cerâmicos ao lado dos guinchos


47

Figura 24 - Vista da escada e dos dois guinchos

Figura 25 - Transporte e estocagem dos blocos ao lado do guincho

O transporte normalmente era realizado através de carriolas, o que não pode ser
considerado adequado. Na Figura 25 seguinte, pode-se observar que mesmo havendo um
estoque com grande quantidade de blocos, os trabalhadores buscavam os blocos de uma
48

pilha mais longe (figura 17) e traziam até o guincho para serem levados para os outros
andares (figura 26).

Figura 26 - Transporte dos blocos do guincho para o carrinho

A Figura 26 mostra que os blocos não eram estocados ao redor do guincho nos
andares superiores, ou seja, os blocos só eram transportados conforme sua necessidade de
utilização, e, portanto saiam direto do guincho para o carrinho e posteriormente eram
levados até a frente ou local de trabalho.

Já no local de assentamento, os blocos eram estocados em pequenas quantidades


conforme foram utilizados, como mostram as Figuras 27 e 28 a seguir.
49

Figura 27 - Estoque de blocos ao lado do posto de trabalho

Figura 28 - Armazenamento dos blocos em cima dos andaimes

A argamassa para elevação da alvenaria sofria os mesmo tipos de transportes,


contudo ela não era armazenada ao lado dos guinchos e sim ao lado da betoneira como se
pode verificar anteriormente na Figura 19. O transporte vertical da argamassa também era
50

realizado pelos guinchos (figura 30), enquanto que o transporte horizontal era feito através
de carriolas.

Figura 29 - Transporte da argamassa da carriola para o guincho

Figura 30 - Transporte vertical da argamassa por balde


51

Após o transporte vertical a argamassa era colocada no carrinho e então ela é


transportada horizontalmente até os postos de trabalho, onde ela ficava armazenada até sua
utilização, durante o período de vida útil. Deve-se notificar que nesse andar o transporte
horizontal tanto de blocos como o de argamassa era facilitado, pois o contrapiso estava
feito, tornando assim mais fácil o acesso dos trabalhadores em todas as partes da
edificação.

Figura 31– Armazenamentoda argamassa em recipientes no posto de trabalho

Pode-se analisar nas Figuras 31 e 32, a preocupação da empresa com relação à


segurança dos trabalhadores, e a compreensão dos mesmos ao utilizar os equipamentos de
proteção individual (EPI) necessários. Na imagem fica clara a utilização do cinto de
segurança, da luva, capacete e botas pelo operário.
52

Figura 32 - Contrapiso regularizado no pavimento superior


53

Figura 33 - Mapofluxograma de elevação da alvenaria nos pavimentos superiores


54

Na figura 33 podemos observar o mapofluxograma elaborado durante a observação


dos trabalhos relacionados com a execução da alvenaria nos pavimentos superiores.

Na figura estão enumerados de 1 a 35 os trabalhos necessários para a execução


desse serviço, sendo eles:

1. Descarregamento da areia;
2. Estocagem da areia;
3. Transporte para o carrinho;
4. Transporte em carrinho;
5. Estoque junto à betoneira;
6. Transporte para a betoneira;
7. Inspeção no recebimento de cimento e cal;
8. Descarregamento do caminhão;
9. Estocagem do cimento e cal;
10. Transporte até a betoneira;
11. Preparação da argamassa;
12. Estocagem da argamassa ao lado da betoneira;
13. Carregamento da argamassa em carrinho;
14. Transporte do carrinho até o guincho;
15. Transporte da argamassa para o guincho;
16. Transporte vertical da argamassa;
17. Transporte do guincho para o carrinho;
18. Transporte horizontal da argamassa no pavimento superior;
19. Estocagem da argamassa;
20. Transporte da argamassa para o local de assentamento;
21. Inspeção dos blocos cerâmicos;
22. Descarregamento dos blocos do caminhão;
23. Transporte dos blocos até o local de estocagem;
24. Estocagem dos blocos em pilhas;
25. Transporte para o carrinho;
26. Transporte até o local do guincho;
27. Estocagem dos blocos ao lado do guincho;
28. Transporte para o guincho;
29. Transporte vertical dos blocos;
55

30. Transporte do guincho para o carrinho;


31. Transporte horizontal até o posto de trabalho;
32. Estocagem ao lado do posto de trabalho;
33. Transporte para o local de assentamento;
34. Assentamento dos blocos;
35. Inspeção do prumo.

Na Figura 33 podemos observar como era realizado o fluxo dos diferentes materiais
que ocorreram na obra para o processo de elevação de alvenaria nos pavimentos
superiores. Com a análise do mapofluxograma podemos verificar a má utilização do espaço
do canteiro de obras para a estocagem dos materiais, assim gerando problemas no fluxo e
ocasionando ocorrências de atividades desnecessárias.

4.5 ANÁLISE DOS DIAGRAMAS DE PROCESSOS, MAPOFLUXOGRAMAS E DAS


IMAGENS

Com relação aos blocos cerâmicos, a análise do diagrama revelou que havia estoques
intermediários desse material no pavimento térreo, disponíveis também para quando esse
material seria utilizado nos pavimentos superiores. Esta situação gerou o que ocasionava o
duplo manuseio do material, que era repassado de uma pilha de blocos para outra e
somente posteriormente conduzidos às frentes de trabalho.

Já em relação à argamassa de assentamento, a análise do diagrama revela que não


havia muitos estoques intermediários desse material nos pavimentos, o que não gerava um
grande desperdício de material até chegar ao posto de trabalho.

A elevada incidência de transportes era decorrente do múltiplo manuseio dos


materiais, principalmente dos blocos e da argamassa, e o uso inadequado de equipamentos
como, por exemplo, a utilização de caixa para estocar a argamassa ao lado da betoneira.
Esse problema poderia ter sido resolvido através da utilização de carrinhos com masseiras,
as quais poderiam ser distribuídas diretamente nos postos de trabalho, e também com a
utilização de mais baldes nos guinchos, assim a argamassa poderia ser colocada nos
baldes ao invés de ser colocada primeiramente nos carrinhos para depois ser colocada nos
baldes.

Como era possível a entrada dos caminhões quase que na totalidade do terreno da
obra, isso facilitava o processo de estocagem, porém foi averiguado que haviam blocos
estocados ao lado dos guinchos e mesmo assim os trabalhadores estavam transportando
56

blocos de outra pilha mais longe. Outra situação que poderia ter ajudado seria a execução
do contrapiso no pavimento térreo, de forma a não atrapalhar o deslocamento dos
trabalhadores, pois os mesmos colocavam tábuas para vencer os desníveis e para servir de
caminho para os carrinhos.

Muitos dos problemas que ocorriam nos fluxos de material e mão-de-obra deveriam ter
sido observados e solucionados durante a fase de projeto, com a realização do projeto do
canteiro e um cronograma de serviços adequado às necessidades da obra. Outros
problemas poderiam ser resolvidos através da aquisição de equipamentos adequados para
a realização de transportes e estoques dos materiais, bem como através do adequado
planejamento dos postos de trabalho e da distribuição de materiais para estes.

4.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE A GESTÃO DOS FLUXOS FÍSICOS NO ESTUDO DE


CASO

As perdas ocorridas nos fluxos de mão-de-obra e de materiais foram ocasionadas por


ações conduzidas em diferentes etapas do empreendimento. Pode-se verificar que a
inadequação da disposição dos elementos no canteiro de obras, bem como a falta de
planejamento do canteiro de obras, como também a do planejamento dos postos de
trabalho, ocasionaram atividades que não agregavam valor aos processos e contribuíam
para a incidência de perdas de materiais e de tempo.

Mesmo o transporte sendo efetuada pelos seus próprios trabalhadores, essa atividade
não ocasionou em grandes desperdícios, pois cada trabalhador tinha sua função definida, e
para cada posto de trabalho de maior importância como o de produção de argamassa eles
sempre contavam com um trabalhador que podia exercer a função de outro que estivesse
ausente. Porém, os operários ficavam envolvidos em atividades que poderiam ter sido
evitadas em etapas anteriores à de construção.

Detectou-se que a empresa não dispunha de um sistema de controle de materiais o


qual avaliasse as perdas que ocorriam na produção dos serviços e que pudessem ser
corrigidas nas causas do problema gerador de desperdícios. Necessitava-se acompanhar o
consumo de materiais para verificar com maior exatidão os desperdícios gerados na obra.
Porém, mesmo sem esses consumos é importante ressaltar que as ferramentas utilizadas
para a coleta de dados foram eficientes para caracterizar os processos e detectar os pontos
aonde poderiam ocorrer melhorias, apontando os pontos nos quais se verificou a ocorrência
de desperdício nos fluxos da produção.
57

5. Conclusões e Recomendações

5.1 CONSLUSÕES

A pesquisa realizada neste trabalho visou o estudo dos fluxos físicos de materiais no
canteiro de obras de uma empresa de médio porte. Pode-se constatar que na obra
analisada não havia um planejamento do canteiro de obras e consequentemente dos fluxos
físicos. A responsabilidade era do mestre de obra decidir os locais de estocagem e por onde
ocorreriam os fluxos dos materiais. A administração da obra não observava questões
relacionadas à gestão dos fluxos físicos, e, desta forma, eles ocorriam de forma
desordenada, o que ocasionava atividades que não agregavam valor aos processos e
perdas nos fluxos de mão-de-obra e materiais.

Com a realização deste trabalho pode-se comprovar o potencial que as ferramentas


de gestão utilizadas poderiam apontar de forma transparente os problemas nos fluxos da
produção, bem como indicar os pontos onde melhorias poderiam ser implementadas. Ficou
clara também a facilidade de compreensão dos dados coletados e a aplicação das
ferramentas, além do baixo custo de apropriação das informações da produção. Essas
ferramentas de aquisição de informações utilizadas para a coleta de dados são
potencialmente indicadas para a gestão dos fluxos físicos nos canteiros de obra.

Contudo, as informações adquiridas durante o estudo não devem ser apenas


coletadas, mas sim analisadas e discutidas para que possam ser utilizadas na realização
dos planos, e também ficarem como exemplos para futuros planejamentos de canteiros de
obras.

Verificou-se também a necessidade dos engenheiros responsáveis pela obra em


reunirem-se com o mestre de obras, encarregados e com os trabalhadores para averiguar
quais os problemas que estavam ocorrendo e assim tomassem decisões para melhorar o
fluxo dos materiais, a disposição dos materiais no canteiro de obras e nos postos de
trabalhos, de forma a evitar, ou pelo menos, diminuir as perdas nos fluxos físicos, tais como:
transporte por longas distâncias, movimentações desnecessárias, esperas, entre outras.

Verificou-se que a gestão dos fluxos físicos realizada de forma integrada criou
condições para que as interferências entre equipes e problemas no seqüenciamento dos
processos fossem reduzidas. Porém, é importante ressaltar que não basta apenas identificar
problemas atravésdo monitoramento da produção, mas também é necessária a realização
58

de ações para controlar a mesma. Na empresa investigada no estudo de caso, verificou-se


que, com freqüência, a produção era monitorada, mas não era devidamente controlada.

Os problemas que interrompiam o desenvolvimento dos fluxos da produção


aconteciam repetidas vezes, e ações não eram implementadas para combater as suas
causas e eliminar as fontes de desperdícios. Assim, com a realização dos diagramas de
processo poderia ser feito o acompanhamento da obra. O diagrama também poderia ser
utilizado em diferentes níveis do processo para realizar simulações das atividades, de forma
a eliminar ou reduzir as interferências entre as equipes e as atividades que não agregavam
valor aos processos.

Já na fase de projetos, poderia definir elementos que iriam facilitar o desenvolvimento


contínuo dos fluxos. Portanto, a gestão dos fluxos físicos deve ocorrer em diferentes níveis,
para que as incertezas presentes no planejamento pudessem ser resolvidas. Desse modo,
devem ser realizadas análises e feitas previsões em cada etapa de acordo com as
informações obtidas e com a experiência da empresa.

É importante destacar que embora não tenham sido utilizados recursos


computacionais para realização de simulações objetivando o planejamento dos processos,
ou a tecnologia de informação para a disponibilização de informações em tempo real sobre
os fluxos físicos, esses recursos têm um amplo potencial para tornar a gestão dos fluxos
físico mais ágil e eficiente.

No desenvolvimento deste trabalho foram utilizados conceitos, princípios e técnicas


relacionadas à logística com o objetivo de consolidar a sua utilização na construção civil e
contribuir para a formação de novas pesquisas. Durante a condução das pesquisas de
campo, buscou-se analisar e explicar os fenômenos da produção com base no referencial
teórico supracitado.

A aplicação dos conceitos relacionados à logística na construção civil contribuiu para a


identificação das perdas encontradas na produção, bem como para a proposição de
melhorias com base nos princípios desta teoria. As diretrizes propostas para a gestão dos
fluxos físicos foram elaboradas visando ao adequado planejamento e controle dos mesmos
para reduzir ou eliminar as perdas que ocorrem nos fluxos da produção, com base nos
conceitos da estudados.

5.2 RECOMENDAÇÕES

Neste item são apresentadas recomendações para trabalhos futuros a serem


realizados sobre a gestão dos fluxos físicos de materiais em canteiros de obras.
59

a) Medir os tempos correspondentes de cada etapa do processo de elevação da


alvenaria.

b) Analisar os tempos obtidos para cada etapa e realizar um estudo sobre eles.

c) Com os dados obtidos e estudados apresentar uma forma de melhoria para os


fluxos físicos através da criação de novos mapofluxogramas.
60

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