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A meus pais Nelson e Maiza que sempre me deram força e me ajudaram nas
horas mais difíceis.
A minha namorada Thaisa que nos últimos tempos foi essencial para mim e me
deu muita força.
RESUMO
Neste trabalho buscou-se estudar o fluxo de materiais realizado por uma empresa da
construção civil em um canteiro de obras, visto que a grande maioria das empresas atuantes
no mercado hoje em dia negligencia os fluxos e os processos. Esse modelo assume a idéia
de que um processo pode ser dividido em partes menores e que a melhoria do todo pode
sera alcançada pela melhoria de cada uma das partes. Assim as relações entre as
atividades não são adequadamente consideradas. A logística do canteiro de obras assume
que os processos são formados por conversões, inspeções, transporte e esperas, e assume
que os fluxos e conversões devem estar claros para que sejam gerenciados e as perdas
diminuídas. O objetivo deste trabalho consiste na identificação e mapeamento do fluxo físico
de materiais durante a etapa de elevação de alvenaria na edificação. O método de pesquisa
foi dividido em três etapas, na qual inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica, em
seguida conduziu-se o estudo de caso em um canteiro de obras obtendo dados para a
pesquisa, e na terceira etapa foram analisados os dados obtidos no estudo de caso e
realizado uma conclusão sobre eles. Entre as principais conclusões deste estudo,
constatou-se a necessidade de realizar a gestão dos fluxos físicos em diferentes níveis do
planejamento.
Figura 7 - Perímetro do canteiro de obra fechado por tapumes e tela de proteção .............. 31
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
3. Metodologia .................................................................................................... 20
4.6 Considerações sobre a gestão dos fluxos físicos no estudo de caso ........... 56
1. INTRODUÇÃO
A construção civil durante muitos anos tem desenvolvido suas atividades com base em
um modelo de administração da produção que coloca ênfase nas atividades de conversão,
as quais representam atividades de processamento ou modificação na forma ou substância
de um material. Esse modelo negligencia as demais atividades envolvidas na realização de
um processo. Inspeção, transporte e estoques não são considerados com a devida
importância (KOSKELA, 1992).
Nesse modelo, o processo é visto como sendo formado por entradas que são
processadas e então resultam em um produto (KOSKELA, 1992). Essa visão de processo,
chamada por KOSKELA (1996) de modelo de conversão, tem as seguintes idéias centrais: a
produção é vista como a conversão de insumos em produtos; e cada processo pode ser
dividido em partes menores, melhor gerenciáveis.
De acordo com KOSKELA (1996), na construção civil, outro fator contribuinte para a
persistência do modelo de conversão tem sido o fato de as partes componentes do mesmo
não estarem explícitas e descritas de forma estruturada, sob a forma de conceitos e
princípios. Desta forma, a contestação desse modelo torna-se uma tarefa difícil, pois o
mesmo não dispõe de elementos para serem discutidos.
Segundo Koskela (1992), com base nos conceitos da nova filosofia de produção, “a
produção é um fluxo de materiais e/ou informações da matéria-prima ao produto acabado”.
2
Koskela (1999) afirma que se deve utilizar o que cada uma das teorias, a convencional
e da Produção Enxuta, têm de melhor. O autor argumenta a favor de uma teoria que
congregue os conceitos relativos à transformação e aos fluxos. Logo, a produção deve ser
observada sob dois pontos de vista: na visão da conversão, é importante a definição da
tarefa e sua realização da forma mais eficiente possível; na visão dos fluxos, a questão
crucial é a eliminação das perdas e dos desperdícios de materiais. A importância da
consideração das conversões e dos fluxos na administração da produção reside no seguinte
ponto: “a realização das tarefas dependem fortemente dos fluxos, e o progresso dos fluxos
por sua vez é dependente da realização das tarefas” (KOSKELA, 1999).
Por muitos anos não houve uma preocupação com o canteiro de obras, o que implicou
no seu gerenciamento pelo mestre da obra. Porém, estudos envolvendo a rotina das obras
evidenciaram resultados muito práticos, no qual requerem um engenheiro civil para elaborar
o projeto específico do canteiro, e assim obter um bom fluxo de materiais, ou seja, logística.
Adequado este fato permitiria aprimorar também as alternativas de fluxos nos ambientes da
construção.
A adoção dessas ideias conduz a práticas que trazem problemas para a gestão da
produção. No contexto da construção civil, devido à importância dada às atividades de
conversão, o foco desta indústria está nos contratos, em detrimento do trabalho em equipe
(HOWELL e BALLARD, 1997b). Cada equipe deve estar preocupada com o seu trabalho, e
as inter-relações e interferências que possam existir durante a realização dos trabalhos não
são devidamente consideradas. Consequentemente, esse tipo de conduta leva a resultados
que podem estar subotimizados, pois não são levadas em conta as interações que devem
ocorrer entre os diferentes agentes envolvidos, com vistas a obtenção de melhor
desempenho no processo construtivo como um todo.
A análise foi realizada por meio de visitas ao canteiro de obras, onde foram aplicados
formulários específicos e detalhados, com vista obter um parâmetro de avaliação deste
canteiro. Os resultados obtidos puderam ser comparados com outros canteiros, e também
foram comparadas as atividades desse canteiro com outros anteriormente estudados, em
livros, teses etc.
1.1 JUSTIFICATIVA
A gestão do fluxo físico dos materiais nos canteiros de obras pode ser considerada
uma dessas novas estratégias, justificando plenamente este trabalho de conclusão de curso.
1.2 OBJETIVOS
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CANTEIRO DE OBRAS
Entende-se por layout do canteiro de obras como sendo a área de trabalho fixa e
temporária, onde se desenvolve operações de apoio e execução de uma obra, segunda a
norma NR-18 (regulamentadora número 18).
Pode-se definir canteiro de obras como sendo o local da obra onde serão construídas,
suas instalações de ferramentas e equipamentos necessários para a execução dos serviços
a serem realizados na obra. Para projetar o canteiro de obras é necessário basicamente,
definir as posições dos elementos a ser consideradas durante as fases da obra, como a
periculosidade e também priorizar estas fases para que possa haver melhor aproveitamento
do tempo e espaço no canteiro. Porém, existem diversos fatores intervenientes que tornam
o processo extremamente complexo e dinâmico.
6
Para Tamaki (2000), a organização no canteiro de obras deve ser observada a partir
de quatro princípios básicos:
• Cronograma de compras;
• Legislação NR-18;
Assim, torna-se importante definir as ações que serão tomadas tendo como base o
diagnóstico da situação a ser melhorada no canteiro de obras ou externa a ele.
10
Este método foi desenvolvido por uma empresa de consultoria paulista e baseou-se
em um trabalho desenvolvido na Construtora WrobelHilf em 1980 e depois na Método
Engenharia em 1988 (NEOLABOR, 1997). Na verdade, ele é uma adaptação do método 5S
desenvolvido pelos japoneses para as especificidades da indústria da construção.
11
Para evitar que o trabalhador tivesse que aprender as palavras em japonês que são
utilizadas no 5S, foi desenvolvida uma analogia com palavras em português, mas iniciando
com a letra L. As 5 letras L significam liberação de área, localização e arrumação, limpeza
do canteiro, limpeza pessoal e saúde, lista de verificação e reconhecimento (NEOLABOR,
1997).
O método deve ser implantado em três estágios, conforme NEOLABOR, (1997), sendo
eles:
O 5L pode ser comparado ao desenho de uma espiral, pois são necessários que
sejam efetivados vários ciclos, sempre um após o outro, e de maneira constante para se
atingir os objetivos.
A verificação visa avaliar de forma sistemática de cada setor, assim como os estágios
alcançados em relação a cada L implantado. A lista de verificação proposta pela
12
Uma metodologia para o projeto de arranjo físico que foi criada para a indústria de
manufatura e aplicada na construção, se não integralmente, pelo menos parte de seus
princípios e ferramentas, é o Systematic Layout Planning (SLP) MUTHER, (1978).
O SLP consta de quatro etapas gerais: localização, arranjo físico geral, arranjo físico
detalhado e implantação. Diversas ferramentas auxiliares são utilizadas juntamente com o
SLP, tais como: fluxograma do processo, gráfico de intensidade de fluxo, carta de
interligações preferenciais e diagrama de interligações.
Elias et al. (1998) considera que um projeto de layout ótimo é aquele que fornece a
máxima satisfação para todas as partes envolvidas, visando: minimizar custos de
movimentação de materiais; implementar alta rotatividade de trabalho em processo; prover a
efetiva utilização do espaço; prover a satisfação e segurança do trabalhador; evitar
investimentos desnecessários de capital e estimular a efetiva utilização da mão-de-obra.
Sendo assim, sua própria concepção acaba ocorrendo por meio de um processo
interativo, onde cada modificação quanto à concepção da obra acaba por gerar uma melhor
solução para o mesmo. No entanto apesar de reconhecer tal complexidade, é importante
adotar um roteiro de abordagem para o planejamento do canteiro que procure simplificar e
organizar as tomadas de decisão quanto ao canteiro de obras.
A avaliação do layout proposta por Lopes (1996) julga o canteiro de obras de acordo
com os seguintes aspectos:
Entretanto, essa nova legislação ainda não foi perfeitamente assimilada pelos
profissionais do setor, visto que é possível identificar a existência de dúvidas quanto à sua
14
A gestão dos fluxos físicos deve ser observada em diferentes níveis do processo de
planejamento e controle da produção, desde a elaboração do plano de longo prazo até a
preparação do plano semanal. Algumas decisões relacionadas ao canteiro de obras têm
origem na fase de projeto do empreendimento e devem ser avaliadas, nessa etapa, as
implicações que as decisões relacionadas à localização de instalações provisórias, stand de
vendas e acesso à obra podem ter sobre o desenvolvimento dos fluxos.
No planejamento de longo prazo, de acordo com Formoso et al. (1999), devem ser
estabelecidas decisões a respeito de ritmos e sequência de execução dos processos,
levando em consideração critérios técnicos e disponibilidade financeira; parcerias com
fornecedores; definição de equipamentos de transporte a serem adquiridos pela empresa; e
localização de estoques.
Para proporcionar transparência aos fluxos físicos, podem ser utilizadas ferramentas
para a coleta e divulgação de dados sobre a produção. Os gráficos, imagens, plantas,
diagramas e mapofluxogramas podem ser utilizados como fonte de informações para
auxiliar na tomada de decisão com base em dados e fatos, durante as reuniões de
planejamento.
As ferramentas utilizadas para dar transparência aos fluxos físicos podem ser
utilizadas para a realização do monitoramento da forma como esses se desenvolvem.
Contudo, a implementação de ações para corrigir os desvios depende do comprometimento
da administração da obra.
O principal objetivo a ser alcançado com a gestão dos fluxos físicos é a eliminação ou
redução das perdas inerentes aos mesmos. Para isso, primeiramente, faz-se necessário
tornar os processos diretamente observáveis, e expor os seus problemas e limitações para
que possam ser identificados e solucionados (KOSKELA, 1992).
(a) a identificação da parcela de atividades que não agregam valor ao produto final;
(b) a identificação dos requisitos dos trabalhadores para a realização das atividades
(os clientes internos devem ter suas necessidades analisadas para que possam executar
suas atividades da melhor forma possível);
Os estudos realizados por Santos et al. (1998) e Oliveira (1999) mostram que a
implementação da transparência na construção civil pode ser uma forma de melhorar a
comunicação do processo construtivo com os administradores e operários, e também de
estabelecer um ambiente de trabalho mais produtivo, organizado e seguro.
Galsworth (1997) faz uma analogia dos fluxos do ambiente de trabalho com o fluxo de
água. A autora comenta que a existência de pedras, árvores e obstáculos no fluxo da água
exige que os mesmos sejam contornados, e isso adiciona tempo ao percurso a ser realizado
pela água.
Akinci et al. (1998), ao tratarem dos conflitos de tempo e espaço que podem ocorrer
no desenvolvimento das tarefas diárias, afirmam que o primeiro passo a ser dado é
representar os requisitos espaciais de cada atividade ao longo do tempo, para que as
interferências sejam identificadas. Rileye Sanvido (1995) identificam diferentes tipos de
espaços requisitados pelas atividades: elementos do trabalho, layout da área de
descarregamento, caminho do material, caminho das pessoas, área de estocagem, de
montagem, de pré-fabricação, de trabalho, de ferramentas, de equipamentos, de entulho,
protegida e área de risco.
Deve-se observar, porém, que nem todas as interferências entre atividades irão causar
conflitos. Outro aspecto importante é a observação das características dos espaços
necessários para cada atividade, pois essa caracterização irá auxiliar na identificação do
tipo de conflito de tempo e espaço que se tem, e se o mesmo realmente pode causar
problemas ou não (AKINCI et al., 1998).
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Neste trabalho Koskela (1992), foi dada uma ênfase para a utilização da abordagem
referente à utilização de medições para tornar os atributos da produção visíveis. Esta
escolha foi feita para que o desenvolvimento dos fluxos físicos nos canteiros de obras
pudesse ser registrado e analisado, de modo que problemas fossem identificados e
soluções pudessem ser propostas. No trabalho realizado por Santos et al. (1998) pode-se
encontrar uma apresentação mais detalhada das demais abordagens para implementação
do princípio da transparência na construção civil.
3. Metodologia
A estratégia selecionada para a pesquisa foi o estudo de caso, pois, de acordo com
Yin (1994), é a mais adequada quando se quer responder a questões de pesquisa que
envolve “por quê” e“como” os fenômenos estudados apresentam-se no decorrer do tempo.
Essa estratégia de pesquisa permite que sejam observados aspectos temporais e
contextuais do fenômeno em estudo, além de permitir a utilização de formas qualitativas e
quantitativas de análise, sem exigir, no entanto, a documentação de freqüência ou
incidência dos fenômenos estudados ao longo do tempo ou a manipulação dos mesmos
(YIN, 1994; MEREDITH, 1998).
Yin (1994) ressalta que, antes de se iniciar um estudo de caso, é importante fazer uma
revisão bibliográfica para que seja desenvolvida uma base teórica a respeito do fenômeno
quê será analisado. De acordo com Wacker (1998), a pesquisa bibliográfica é de grande
importância para a construção de uma teoria, pois fornece informações a respeito de
domínios de aplicação desta, as relações entre os seus elementos constituintes e suas
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definições e, além disso, indicam quais são as relações importantes a serem investigadas
no desenvolvimento de uma pesquisa.
A base teórica, além de guiar a coleta e análise dos dados, irá auxiliar na
generalização dos resultados obtidos com o estudo de caso (YIN, 1994). Desta forma,
mesmo que exista uma dificuldade em replicar as mesmas condições contextuais de um
estudo de caso para outro, uma mesma teoria pode servir de base para outros estudos e ser
testada em ambientes com diferentes condições que irão sustentar um mesmo conjunto de
conceitos e princípios (MEREDITH, 1998).
Segundo Meredith (1998), outro aspecto que deve ser ressaltado é o fato do estudo de
caso ser considerado uma estratégia de pesquisa adequada para o desenvolvimento de
uma teoria, portanto, poder auxiliar no alcance de um dos objetivos específicos deste
trabalho, o qual consiste em contribuir para a consolidação dos princípios do fluxo físico de
materiais na construção civil.
Para a obra selecionada a ser estudada, foram escolhidos processos para serem
acompanhados ao longo da pesquisa. A seleção foi realizada de forma conjunta entre o
pesquisador e o responsável pela obra. Após uma visita ao canteiro de obras para a
verificação dos processos em andamento, foram considerados os seguintes critérios nesta
seleção:
• Os processos selecionados não deviam estar na sua fase final. Deu-se preferência
para os processos que estivessem sendo iniciados no período da pesquisa, para que
houvesse oportunidades de melhorias, caso a empresa concordasse e optasse por
efetuar as modificações com base nos dados coletados em campo;
• Os processos selecionados para estudo deviam ter seus dados relacionados ao fluxo
físico de materiais no canteiro de obras. Portanto, os processos que não tinham este
enfoque não foram escolhidos.
As listas de verificação são apontadas pela bibliografia como tendo diversas funções:
planejamento de uma tarefa (OGLESBY et al., 1989); identificação de atribuições de um
determinado funcionário (GALSWORTH, 1997); identificação de pontos críticos a serem
verificados em um dado equipamento antes do início de uma atividade (GALSWORTH,
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1997), verificação de pontos nos quais podem ser realizadas melhorias em um processo
(MCTIGHE, 1991), entre outras.
Neste trabalho, foi utilizada uma lista de verificação para a avaliação do canteiro. A
lista utilizada durante a realização da pesquisa foi desenvolvida pela NR-18, e aplicada
apenas no início da coleta de dados no canteiro pesquisado. A utilização da referida lista
teve como principal objetivo caracterizar o canteiro estudado e verificar aspectos
relacionados ao sistema de movimentação de materiais, instalações provisórias e segurança
do trabalho.
Neste trabalho, o registro fotográfico foi utilizado para documentar a forma como as
atividades eram desenvolvidas no canteiro, bem como para documentar práticas correntes
no trato com estoques e movimentação de materiais, utilização de ferramentas e
equipamentos e para registrar a ocorrência de interferências entre diferentes equipes
realizando tarefas em uma mesma área.
Estes símbolos foram adaptados das bibliografias (ISHIWATA, 1991; DIAS, 1993;
SHINGO, 1996a) que tratam da análise de processos, para serem utilizados na elaboração
de diagramas de fluxo e mapofluxogramas utilizados nesta pesquisa.
(c) Considerar a possibilidade de redefinir o fluxo com uma sequência mais eficiente;
A coleta de dados foi realizada pelo estudante responsável pela pesquisa, por meio de
visitas técnicas ao canteiro de obras. Esta coleta envolvia o responsável pela obras e seus
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4. Estudo de Caso
A empresa estudada caracteriza-se por ser uma empresa de porte médio com sede na
cidade de Ribeirão Preto-SP com certificação de qualidade. A empresa realiza obras
residenciais, comerciais, de infraestrutura e obras de arte, tais como, pontes, viadutos e
passarelas. A construtora possui um elevado padrão de qualidade nos produtos e serviços,
e também se preocupa com prazos e satisfação dos clientes, aumentando assim a
segurança e gerando tranquilidade na realização dos serviços.
Foi escolhida a obra desta empresa por ela estar realizando uma obra de porte médio,
por concordar com a realização do estudo em seu canteiro e apresentar as condições
mínimas de organização e planejamento, os quais permitiam a realização da pesquisa.
dispunha de três pavimentos, sendo eles, térreo, primeiro pavimento e segundo pavimento,
todos eles com uma área de 824,10m², tendo o mesmo formato em seu perímetro e
diferenciando apenas nos tamanhos e números de salas de aula.
Na Figura 5 apresentam diversos acessos que os caminhões podem utilizar com vistas
ao posicionamento e facilitar a descarga dos materiais.
As disposições desses materiais também podem ser vistas nas imagens seguintes.
Conforme Figura 7, a obra era devidamente fechada por tapumes, telas de proteção e
cercas de arame, ela também possuía placas de identificação da empresa e de seus
responsáveis.
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Porém, pode-se observar na Figura 11 que o transporte dos blocos até os guinchos e
até mesmo para certas regiões do edifício era prejudicado pela não realização do contrapiso
da edificação.
Pode-se observar que o fluxo de blocos cerâmicos foi bem realizado, pois como havia
diversos pontos de estocagem não era necessário grande deslocamento para que os blocos
fossem levados até os locais aonde seriam utilizados, porém em alguns pontos o
deslocamento era prejudicado pela irregularidade do terreno como se pode observar na
Figura 16.
A Figura 19 mostra o local onde era preparada a argamassa para assentamento dos
blocos, e nela também se pode observar o estoque de areia ao lado da betoneira e o
estoque de argamassa pronta, que estão indicados também no diagrama da Figura 15.
1. Descarregamento da areia;
2. Estocagem da areia;
3. Transporte para o carrinho;
4. Transporte em carrinho;
5. Estoque junto à betoneira;
6. Transporte para a betoneira;
7. Inspeção no recebimento de cimento e cal;
8. Descarregamento do caminhão;
9. Estocagem do cimento e cal;
10. Transporte até a betoneira;
11. Preparação da argamassa;
12. Estocagem da argamassa ao lado da betoneira;
13. Carregamento da argamassa em carrinho;
14. Transporte do carrinho até local de uso da argamassa;
15. Transporte da argamassa com uma pá para a masseira;
16. Transporte da masseira até o local de uso;
17. Estocagem da argamassa no posto de trabalho;
18. Transporte da argamassa para o local de assentamento;
19. Inspeção no recebimento dos blocos;
20. Descarregamento do caminhão de blocos;
21. Transporte dos blocos até o local de estocagem;
22. Estocagem dos blocos ao redor do edifício;
23. Transporte dos blocos para o carrinho;
24. Transporte do carrinho até o local de assentamento;
25. Estocagem dos blocos no posto de trabalho;
26. Transporte do bloco para o local de assentamento;
27. Assentamento dos blocos;
28. Inspeção do prumo;
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Essa figura indica as diferentes formas de fluxos que estavam ocorrendo durante o
processo de elevação da alvenaria, e nesse processo estavam participando serventes que
transportavam os materiais e os pedreiros que executam o serviço. Verificou-se que devido
o não planejamento do canteiro de obras, os serventes buscavam blocos de uma pilha longe
do local onde o serviço estava ocorrendo, sendo que o espaço do canteiro proporcionava
uma boa distribuição desses estoques para que não ocorresse esse problema. Devido a
ausência de não planejamento, foram observadas uma série de atividades desnecessárias,
o que ocasionou em perdas de materiais e tempo.
Assim como para o estudo do fluxo de materiais no pavimento térreo, também foi
realizado um estudo para elevação da alvenaria nos pavimentos superiores, visto que
existiam mais fluxos de materiais nesse estudo. Portanto, também foi feito um diagrama
desse processo para facilitar a compreensão dos fluxos realizados e também foram feitos
registros de imagens para melhor exemplificar o diagrama da Figura 22.
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Como se pode observar no diagrama acima a maioria das atividades realizadas até o
assentamento dos blocos cerâmicos é referente aos transportes de materiais, em seguida
está à estocagem e, finalmente, as atividades de conversão.
Para a construção das alvenarias nos andares superiores foi necessária uma maior
quantidade de transporte de materiais, pois envolver todas as atividades realizadas para o
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O transporte normalmente era realizado através de carriolas, o que não pode ser
considerado adequado. Na Figura 25 seguinte, pode-se observar que mesmo havendo um
estoque com grande quantidade de blocos, os trabalhadores buscavam os blocos de uma
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pilha mais longe (figura 17) e traziam até o guincho para serem levados para os outros
andares (figura 26).
A Figura 26 mostra que os blocos não eram estocados ao redor do guincho nos
andares superiores, ou seja, os blocos só eram transportados conforme sua necessidade de
utilização, e, portanto saiam direto do guincho para o carrinho e posteriormente eram
levados até a frente ou local de trabalho.
realizado pelos guinchos (figura 30), enquanto que o transporte horizontal era feito através
de carriolas.
1. Descarregamento da areia;
2. Estocagem da areia;
3. Transporte para o carrinho;
4. Transporte em carrinho;
5. Estoque junto à betoneira;
6. Transporte para a betoneira;
7. Inspeção no recebimento de cimento e cal;
8. Descarregamento do caminhão;
9. Estocagem do cimento e cal;
10. Transporte até a betoneira;
11. Preparação da argamassa;
12. Estocagem da argamassa ao lado da betoneira;
13. Carregamento da argamassa em carrinho;
14. Transporte do carrinho até o guincho;
15. Transporte da argamassa para o guincho;
16. Transporte vertical da argamassa;
17. Transporte do guincho para o carrinho;
18. Transporte horizontal da argamassa no pavimento superior;
19. Estocagem da argamassa;
20. Transporte da argamassa para o local de assentamento;
21. Inspeção dos blocos cerâmicos;
22. Descarregamento dos blocos do caminhão;
23. Transporte dos blocos até o local de estocagem;
24. Estocagem dos blocos em pilhas;
25. Transporte para o carrinho;
26. Transporte até o local do guincho;
27. Estocagem dos blocos ao lado do guincho;
28. Transporte para o guincho;
29. Transporte vertical dos blocos;
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Na Figura 33 podemos observar como era realizado o fluxo dos diferentes materiais
que ocorreram na obra para o processo de elevação de alvenaria nos pavimentos
superiores. Com a análise do mapofluxograma podemos verificar a má utilização do espaço
do canteiro de obras para a estocagem dos materiais, assim gerando problemas no fluxo e
ocasionando ocorrências de atividades desnecessárias.
Com relação aos blocos cerâmicos, a análise do diagrama revelou que havia estoques
intermediários desse material no pavimento térreo, disponíveis também para quando esse
material seria utilizado nos pavimentos superiores. Esta situação gerou o que ocasionava o
duplo manuseio do material, que era repassado de uma pilha de blocos para outra e
somente posteriormente conduzidos às frentes de trabalho.
Como era possível a entrada dos caminhões quase que na totalidade do terreno da
obra, isso facilitava o processo de estocagem, porém foi averiguado que haviam blocos
estocados ao lado dos guinchos e mesmo assim os trabalhadores estavam transportando
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blocos de outra pilha mais longe. Outra situação que poderia ter ajudado seria a execução
do contrapiso no pavimento térreo, de forma a não atrapalhar o deslocamento dos
trabalhadores, pois os mesmos colocavam tábuas para vencer os desníveis e para servir de
caminho para os carrinhos.
Muitos dos problemas que ocorriam nos fluxos de material e mão-de-obra deveriam ter
sido observados e solucionados durante a fase de projeto, com a realização do projeto do
canteiro e um cronograma de serviços adequado às necessidades da obra. Outros
problemas poderiam ser resolvidos através da aquisição de equipamentos adequados para
a realização de transportes e estoques dos materiais, bem como através do adequado
planejamento dos postos de trabalho e da distribuição de materiais para estes.
Mesmo o transporte sendo efetuada pelos seus próprios trabalhadores, essa atividade
não ocasionou em grandes desperdícios, pois cada trabalhador tinha sua função definida, e
para cada posto de trabalho de maior importância como o de produção de argamassa eles
sempre contavam com um trabalhador que podia exercer a função de outro que estivesse
ausente. Porém, os operários ficavam envolvidos em atividades que poderiam ter sido
evitadas em etapas anteriores à de construção.
5. Conclusões e Recomendações
5.1 CONSLUSÕES
A pesquisa realizada neste trabalho visou o estudo dos fluxos físicos de materiais no
canteiro de obras de uma empresa de médio porte. Pode-se constatar que na obra
analisada não havia um planejamento do canteiro de obras e consequentemente dos fluxos
físicos. A responsabilidade era do mestre de obra decidir os locais de estocagem e por onde
ocorreriam os fluxos dos materiais. A administração da obra não observava questões
relacionadas à gestão dos fluxos físicos, e, desta forma, eles ocorriam de forma
desordenada, o que ocasionava atividades que não agregavam valor aos processos e
perdas nos fluxos de mão-de-obra e materiais.
Verificou-se que a gestão dos fluxos físicos realizada de forma integrada criou
condições para que as interferências entre equipes e problemas no seqüenciamento dos
processos fossem reduzidas. Porém, é importante ressaltar que não basta apenas identificar
problemas atravésdo monitoramento da produção, mas também é necessária a realização
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5.2 RECOMENDAÇÕES
b) Analisar os tempos obtidos para cada etapa e realizar um estudo sobre eles.
6. Referências Bibliográficas