Coleção Ato Psicanalítico
do das incidências da política não
•  Dimensões do ato em
psicanálise
Ronaldo Torres
•  A pele como litoral: fenômeno
psicossomático e psicanálise
Heloísa Ramírez, Tatiana
Assadi e Christian Dunker
(organizadores)
•  Causalidade e desencadeamento
na clínica psicanalítica
Ana Paula Gianesi
•  O inconsciente: que é isso?
Colette Soller
•  O significante, o conjunto
e o número: a topologia na
psicanálise de Jacques Lacan
Paulo Rona
•  Estrutura e constituição da
clínica psicanalítica: uma
arqueologia das práticas de cura,
psicoterapia e tratamento
Christian Dunker
•  Da fantasia de infância ao
infantil da fantasia: a direção do
tratamento na psicanálise com
crianças
Ana Laura Prates Pacheco
•  Psicanálise lacaniana: revolução
na subjetividade
Ian Parker
•  Inconsciente & Sentido: ensaios
de interface entre Psicanálise,
Linguística e Semiótica
Waldir Beividas
•  Os paradoxos da repetição
Dominique Fingermann
(organizadora)
MARCELO CHECCHIA é psica-
nalista, doutor em Psicologia Clí-
nica pela USP, com estágio na Uni-
versité de Toulouse II - le Mirail.
Este livro realiza um exame detalha-
Marcelo Checchia
só como inflexão fundamental da
psicanálise para a teoria social, mas,
principalmente, para a ideia de que o
P Poder e política na
próprio tratamento, como experiên-
oder e política na clínica psicanalítica é um livro cia do inconsciente para um deter-
necessário, original, bem escrito e, sobretudo, de minado sujeito, deve ser considerado
uma honestidade intelectual ímpar, no qual o autor faz clínica psicanalítica à luz de uma política. A arqueologia
política da psicanálise, a incorpora-
uma leitura política da clínica psicanalítica. Sua porta de ção crítica e a resposta circunstancia-
entrada foi a clínica de Lacan, o que não o impediu, e é da aos que apontaram sua periculosi-
dade ideológica e moral, bem como
uma das qualidades de seu trabalho, de mapear tanto a obra a extração de consequências para a
freudiana, como a de outras escolas psicanalíticas e suas política em sentido estrito, no espa-
respectivas políticas. ço público, são inflexões salientes da
teoria e da clínica de Lacan para nos-
Sua tese é clara: não só a direção do tratamento é indisso- sa época. O livro é mais uma prova
ciável de sua política, como todo psicanalista está implicado Marcelo Checchia de como boa clínica é também crítica
numa política que o remete à finalidade de seus atos. De social feita por outros meios. Derro-
gando a mitologia científica de uma
fato, basta pensarmos nas consequências políticas decor- psicanálise definida pela técnica sem
rentes da escuta analítica que privilegia apenas um tipo de método e pela ética sem controle,
associação e ouve apenas alguns significantes em detrimen- mostra como a política está na inti-
midade mesma do tratamento. De-
to de outros. Política é também a experiência analítica que,
Poder e política na
clínica psicanalítica
senvolvendo a tese lacaniana da psi-
ao permitir a desconstrução do Um e a queda de determi- canálise como uma ética, no interior
nados significantes mestres, transforma a relação do sujeito da direção da cura, o texto mostra
como a separação inadvertida entre
com a ideologia, levando-o a conceber a política de outra ética e política é mais um dos álibis
maneira. que a psicanálise historicamente cha-
mou contra si, imunizando-a volun-
Caterina Koltai taria ou involuntariamente, contra a
revisão crítica de seus próprios pro-
Socióloga e psicanalista cedimentos. Extraindo consequên-
cias da noção lacaniana de ato, o
texto combina, admiravelmente, a re-
construção precisa de conceitos com
a análise de material e de casuística
histórica. Examinando as noções de
ato e de discurso, o livro levanta pode-
rosos argumentos contra aqueles que
gostariam de ver a psicanálise apenas
como uma técnica institucionalizada
a serviço de modos de subjetivação
hegemônicos.
Christian Dunker