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Hoje em dia, uma preocupação comum parece surgir onde quer que os
ministros se reúnam: o ministério pastoral está mais estranho do que
costumava ser. Não que o ministério esteja mais difícil, mais cansativo ou mais
exigente... está apenas diferente – e cada vez mais estranho.
A Desconstrução da Verdade
Ainda que a natureza da verdade venha sendo debatida ao longo dos séculos,
o pós-modernismo tem transformado esse debate em seu carro-chefe. Embora
a maioria dos argumentos ao longo da história tenha se focalizado nas
afirmações antagônicas acerca da verdade, o pós-modernismo rejeita até
mesmo a mera noção da verdade como algo imutável, universal, objetivo ou
absoluto.
Aquilo que tem sido entendido e afirmado como sendo a verdade, declaram os
pós-modernistas, nada mais é do que uma estrutura de pensamento
conveniente, planejado para oprimir aqueles que não estão no poder. A
verdade não é universal, porque cada cultura estabelece a sua própria
verdade. A verdade não é objetivamente real, pois toda verdade é meramente
construída – como afirmou Rorty, a verdade é fabricada e não descoberta.
Não é preciso ter muita imaginação para perceber que esse relativismo radical
é um desafio direto ao evangelho cristão. A nossa reivindicação não é pregar
uma verdade entre muitas. Não cremos que o evangelho cristão é uma verdade
construída pela sociedade, mas sim a Verdade que liberta pecadores do
pecado – e ela é objetiva, universal e historicamente verdadeira. E como o
falecido Francis Schaeffer nos instruiu, a igreja cristã deve lutar pela verdade
verdadeira.
A Morte da Metanarrativa
O problema nessa questão, é lógico, é que o cristianismo não faz sentido sem
o evangelho – que é uma metanarrativa. Na verdade, o evangelho cristão é
nada menos do que a Metanarrativa de todas as metanarrativas. Para o
Cristianismo, abandonar a reivindicação de que o evangelho é uma verdade
universal e objetivamente estabelecida é o mesmo que abandonar o ponto
essencial da nossa fé. O cristianismo é a grandiosa metanarrativa da redenção.
Nossa história começa com a criação do Deus soberano e onipotente; continua
por meio da queda da humanidade no pecado e da redenção dos pecadores
por intermédio da obra substitutiva de Cristo na cruz; e promete um duplo
destino eterno para toda a humanidade – os redimidos, para sempre com
Deus, na glória; e os não-redimidos, no castigo eterno. Essa é a mensagem
que pregamos – e ela é uma metanarrativa gloriosa e transformadora de vidas.
O Falecimento do Texto
Se a metanarrativa está morta, logo, os maravilhosos textos por detrás das
metanarrativas também estão mortos. O pós-modernismo afirma que é uma
falácia atribuir significado a um texto, ou mesmo ao que o autor disse. O leitor é
quem estabelece o significado, e nenhum controle limita o significado da leitura.
Visto que a cultura pós-moderna está comprometida com uma visão radical de
libertação, todas as autoridades devem ser subvertidas. Dentre todas as
autoridades destronadas estão: textos, autores, tradições, metanarrativas, a
Bíblia, Deus e todos os governos no céu e na terra. Exceto, é claro, a
autoridade dos teóricos pós-modernistas e dos personagens eminentes da
cultura, que exercem o seu poder em nome dos povos oprimidos em toda
parte.
A Destituição da Moralidade
[ii] Walter Truett Anderson, Reality Isn't What it Used to Be. San Francisco:
Harper and Row, 1990.
[iii] Gene Veith, "Catechesis, Preaching, and Vocation," in Here We Stand, ed.
James Boice and Ben Sasse. Grand Rapids: Baker Book House, 1996. pp. 82-
83.