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Resumo: Este trabalho trata das estratégias de mobilização para a garantia de estudantes
negros e negras nas salas de aula do Projeto de Educação Comunitária Integrar, que trabalha
na perspectiva da Educação Popular e busca, com as ações afirmativas, a inserção dos
estudantes de escolas públicas e negros (cotas raciais) nas universidades públicas
catarinenses: Universidade Estadual de Santa Catarina, Instituto Federal de Santa Catarina e
Universidade Federal de Santa Catarina. O Projeto busca os estudantes negros na região da
Grande Florianópolis (Florianópolis, Biguaçu, Palhoça, São José, Governador Celso Ramos,
Garopaba). Visa-se aqui analisar as estratégias de mobilização para trazer os estudantes
negros para o Pré-Vestibular Integrar, partindo da articulação com o Movimento Negro
Unificado de Santa Catarina (MNU/SC), com atuação nos territórios do Maciço do Morro da
Cruz, área de encosta na região central de Florianópolis. A questão racial é fundamental em
nossa sociedade: o debate não é efetivo nas escolas, mesmo com as Leis Federais 10.639/03 e
11.645/08, mascarando as desigualdades. Em Florianópolis – IDH de 0,847 – os negros estão
em territórios periféricos com qualidade de vida abaixo da média. No Integrar há cotas para a
garantia dos estudantes negros e a questão racial permeia as formações de professores desde
2011, para que no processo de ensino aprendizagem se dialogue com as múltiplas realidades
dos estudantes. A metodologia desta pesquisa é quali-quantitativa: quantitativa, pois
realizamos análise dos dados estatísticos da quantidade de estudantes negros no Projeto
Integrar a partir das fichas de inscrição (virtual e físico); e qualitativa, pois analisamos os
resultados da formação dos professores e suas percepções da realidade dos estudantes negros.
Resultados alcançados mostram que a estratégia de articulação com o MNU/SC, conhecedor
da realidade dos territórios periféricos, trouxe para o Projeto Integrar 54% de estudantes
negros em 2016, sendo que em 2015 estes eram 48%. Antes os negros no Integrar eram
minoria: entre 2011 e 2014 os dados não passaram de 20%. Os professores tem demostrado
maior interesse na temática, mudando suas práticas pedagógicas, mas é necessária uma
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Acadêmica do curso de Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Educadora Popular no Projeto de Educação Comunitária Integrar e Membra da Gestão Estudantil Universitária
Integrar (GESTUS), de Florianópolis-SC. E-mail: lusilveirah@gmail.com
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.Acadêmica do curso de Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Educadora Popular no Projeto de Educação Comunitária Integrar e Membra da Gestão Estudantil Universitária
Integrar (GESTUS), de Florianópolis-SC. E-mail: ticianecda@gmail.com
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Acadêmico do curso de Graduação em Geologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Educador
Popular no Projeto de Educação Comunitária Integrar e Membro da Gestão Estudantil Universitária Integrar
(GESTUS), de Florianópolis-SC. E-mail: jonnymorais90@gmail.com
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Acadêmica do curso de Graduação em Sistemas de Informação da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC). Membra da Gestão Estudantil Universitária Integrar (GESTUS), de Florianópolis-SC. E-mail:
debfre@gmail.com
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formação contínua. Utilizamos como referencial teórico Paulo Freire (2015), pois a educação
da classe trabalhadora se faz a partir da realidade dos estudantes, e a pesquisa desenvolvida
pelo professor do Projeto Integrar, Kleicer Cardoso Rocha (2016), mostrando a construção e
as contradições do Projeto Integrar. O MNU (1992) busca atuar nos territórios periféricos com
a educação do povo negro e todos os oprimidos, uma educação que transcende a escola.
REFERÊNCIAS