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Em 16 de maio de 2017.
Processo: 48500.005147/2016-57
I. DO OBJETIVO
48581.001125/2017-00
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE POR DAVI ANTUNES LIMA, RODRIGO FERNANDES BRAGA COELHO, OTAVIO HENRIQUE GALEAZZI FRANCO
ADRIANO ALMEIDA TRINDADE
CÓDIGO DE VERIFICAÇÃO: E4586EFC003E8E1B CONSULTE EM http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx
Fls. 2 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
II.1. Precedentes
1 Memorando nº 16/2017-SGT/ANEEL.
2 Memorando nº 39/2017-SGT/ANEEL.
3 Documento SIC nº 48536.001865/2017-00.
4 Documento SIC nº 48536.001866/2017-00.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 3 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
11. Em 31/3/2005 foi assinado o Primeiro Termo Aditivo ao Contrato de Concessão, o qual dá
nova redação à sua Cláusula Sétima – Tarifas Aplicáveis na Prestação dos Serviços, para atender às
condições de eficácia constante do § 2º dos arts. 36 e 43 do Decreto nº 5.163, de 30/72004.
12. Em 13/4/2010, foi assinado o Terceiro Termo Aditivo ao Contrato de Concessão, dando
nova redação à Cláusula Sétima – Tarifas Aplicáveis na Prestação dos Serviços, para alterar os
procedimentos de cálculo dos reajustes tarifários anuais, no sentido de eliminar o efeito tarifário causado
pela metodologia de reajuste originalmente prevista no contrato e assegurar a neutralidade dos custos da
Parcela “A”, relativos aos encargos setoriais especificados em Subcláusula própria do referido aditivo.
13. Em 10/12/2014 foi assinado o Quarto Termo Aditivo ao Contrato de Concessão, visando
incluir dispositivo que garanta que valores registrados na Conta de Compensação de Variação de Valores
de Itens da "Parcela A" - CVA e outros itens financeiros sejam incorporados no cálculo da indenização,
quando da extinção da concessão, correspondente às parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou não depreciados.
14. Por fim, em 21/12/2015 foi assinado o Quinto Termo Aditivo ao Contrato de Concessão,
formalizando a prorrogação do Contrato de Concessão de Distribuição de Energia Elétrica nº 02/1997, nº
03/1997, nº 04/1997 e nº 05/1997 até 31 de dezembro de 2045, com fulcro na Lei nº 12.783, de 11 de
janeiro de 2013, no Decreto nº 7.805, de 14 de setembro de 2012 e no Decreto nº 8.461, de 2 de junho de
2015, o qual contemplou as condições de eficiência quanto à qualidade do serviço e à gestão econômico-
financeira, de racionalidade operacional e econômica e de modicidade tarifária previstas no Decreto nº
8.461/2015 e deu nova redação às cláusulas econômicas do contrato.
16. Segundo descrito na Subcláusula Terceira da Cláusula Sexta do Quinto Aditivo ao Contrato
de Concessão, a Receita Requerida da concessionária (RR) é composta da Parcela A (VPA) e da Parcela
B (VPB), não incluindo os tributos incidentes sobre as tarifas PIS/PASEP (Programa de Integração Social –
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), COFINS (Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social) e ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias).
17. A Parcela A é a parcela da receita que contempla os custos referentes aos seguintes itens:
(i) Encargos Setoriais; (ii) Energia Elétrica Comprada; (iii) Custos de Conexão e de Uso das Instalações de
Transmissão e/ou Distribuição de Energia Elétrica”; e (iv) Receitas Irrecuperáveis;
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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18. A Parcela B é composta pela parcela da receita associada a custos operacionais e de capital
eficientes, inclusive despesas de depreciação, do segmento de distribuição de energia elétrica
= +
onde:
VPB: Valor resultante da aplicação da tarifa correspondente aos itens que compõem a Parcela B, vigente
na Data de Referência Anterior, ao Mercado de Referência, atualizado pela diferença entre o Índice de
Variação da Inflação (IVI) e o Fator X;
IVI: número índice obtido pela divisão dos índices do IPCA, do IBGE, ou do índice que vier a sucedê-lo, do
mês anterior à data do reajuste em processamento e o índice considerado no último reposicionamento
tarifário;
Fator X: Nos processos de revisão tarifária ordinária serão estabelecidos os valores ou a forma de cálculo
do Fator X, com o objetivo de repassar aos usuários ganhos de produtividade observados no setor de
distribuição energia elétrica e resultados decorrentes de mecanismos de incentivos, que poderão contemplar
estímulos à melhora na qualidade do serviço e à eficiência energética, conforme regulação da ANEEL.
Período de Referência: 12 (doze) meses anteriores ao mês do reajuste tarifário anual ou revisão tarifária
periódica em processamento, quando for o caso.
20. A Subcláusula Décima Nona da Cláusula Sexta estabelece que nos reajustes tarifários e
revisões tarifárias ordinárias a ANEEL garantirá a neutralidade aos itens da Parcela A, a ser considerada
nos ajustes da receita da DISTRIBUIDORA, consideradas as diferenças mensais apuradas entre os valores
faturados de cada item no Período de Referência e os respectivos valores contemplados no
reposicionamento tarifário anterior, devidamente remuneradas com base no mesmo índice utilizado na
apuração do saldo da Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A – CVA.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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III. DA ANÁLISE
24. No cálculo da Receita Anual inicial (RA0) da distribuidora nesse processo tarifário, foram
considerados os dados de mercado disponíveis no Sistema de Acompanhamento de Informações de
Mercado para Regulação Econômica – SAMP e as tarifas homologadas no processo tarifário anterior,
representando um faturamento anual de R$ 13.166.228.196,20, conforme demonstrado na Tabela 2.
5 O Fator X é composto pelos componentes Pd (produtividade), T (trajetória) e Q (qualidade), conforme consta no Submódulo
2.5 do PRORET.
6
A metodologia de perdas técnicas regulatórias são definidas com base no Módulo 7 do Procedimentos de Distribuição –
PRODIST – e a metodologia das perdas não técnicas consta no Submódulo 2.6 do PRORET.
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Fls. 6 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
25. Os encargos setoriais, oriundos de políticas de governo para o setor elétrico, possuem
finalidades específicas7 e são definidos em legislação própria. Seus valores são estabelecidos pela ANEEL
e não representam ganhos de receita para a concessionária. Os encargos considerados nos processos
tarifários são:
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Fls. 7 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
prover recursos para compensar descontos tarifários aplicados nas tarifas de uso dos
sistemas elétricos de distribuição e nas tarifas de energia elétrica (regulamentado pelo
Decreto nº. 7.891, de 23/1/2013), e
ii) Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica – TFSEE. Instituída pela Lei
nº 9.427, de 26/12/1996 e alterada pela Lei n° 12.783/2013, de 11/01/2013, destina-se à cobertura do custeio
das atividades da ANEEL e tem sua metodologia de cálculo detalhada no Submódulo 5.5 do PRORET;
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Fls. 8 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
26. Os valores dos encargos setoriais considerados neste reajuste tarifário estão demonstrados
na tabela abaixo:
27. O valor da cobertura tarifária referente ao encargo CDE incorpora, além da quota anual
(CDE Uso), homologada pela REH 2.202, de 07/02/2017, alterada pela REH 2.204, de 07/03/2017, os
seguintes itens:
i) quota anual da CDE – ENERGIA (Art. 4º-A do Dec. 7.891/2013), homologada pela
REH 2.202, de 07/02/2017. Refere-se à devolução de parcela dos recursos da CDE recebidos pelas
distribuidoras no período de janeiro de 2013 a fevereiro de 2014, nos termos do Art. 4º-A do Dec.
7.891/2013. Os recursos foram destinados à cobertura do resultado positivo da Conta de
Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A - CVA decorrente do custo de aquisição
de energia elétrica, devendo os consumidores recompor a Conta em até 5 anos, com atualização
dos valores pela variação do IPCA, mediante encargo a ser incluído nas tarifas de energia elétrica,
definido na proporção dos recursos recebidos pela distribuidora.
ii) quota anual da CDE – ENERGIA (CONTA – ACR) (Art. 4º-C do Dec.
7.891/2013) homologada pela REH nº2.231/2017, destinada à amortização das operações de
crédito contratadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE para lastro da
Conta no Ambiente de Contratação Regulada – CONTA-ACR, nos termos do Decreto nº 8.221/2014
e da Resolução Normativa nº 612/2014. A CONTA-ACR teve como objetivo cobrir as despesas
incorridas pelas concessionárias de distribuição, relativas ao ano de 2014, em decorrência da
exposição involuntária no mercado de curto prazo e do despacho de usinas termelétricas vinculadas
a Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado – CCEAR na
modalidade por disponibilidade. O recolhimento de quotas mensais da CDE pelas distribuidoras
tem como contrapartida a inclusão de encargo nas tarifas de energia elétrica a partir dos respectivos
processos tarifários ordinário de 2015. Frisa-se que a definição desse encargo tarifário para cada
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Fls. 9 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
distribuidora não está vinculada aos recursos recebidos da Conta-ACR, mas ao tamanho de seus
mercados cativos no período de fevereiro a dezembro de 2014. Dessa forma, os custos da Conta-
ACR foram distribuídos equitativamente a todos os consumidores cativos do sistema interligado
nacional.
III.4. Transmissão
28. Os custos com transmissão de energia elétrica, desde as usinas até as redes de distribuição
da concessionária, são compostos por: Rede Básica (Sistêmica e Fronteira), DIT Compartilhada e de uso
exclusivo, Transporte de Itaipu, Uso da Rede Básica pela usina de Itaipu e Uso de Sistemas de Distribuição.
30. A definição dos encargos de uso do sistema de transmissão associados à Rede Básica e
Fronteira atribuídos à distribuidora no ano de 2017 foi realizada considerando as premissas estabelecidas
no art. 7º da REN 762/2017, publicada em 09/03/2017.
31. Foi estabelecida uma estimativa de encargos de uso de Rede Básica e Fronteira
proporcional aos encargos calculados com a aplicação das tarifas vigentes8 e uma previsão de encargo a
partir de julho de 2017 até a data do próximo processo tarifário contemplando o efeito do aumento da TUSTRB
e TUSTFR que ocorrerá em julho de 20179. Adicionalmente, em face da decisão judicial liminar exarada em
10 de abril de 2017, e por não se conhecer ex-ante quais associados ABRACE/ABIVIDRO/ABRAFE
integram a ação, foram recalculados os valores das tarifas de previsão constantes do Anexo I da Resolução
Normativa nº 762, de 21 de fevereiro de 2017, a fim de ajustá-los à determinação judicial e possibilitar a
exclusão da componente remuneração dos processos tarifários das respectivas concessionárias de
distribuição.
32. Do mesmo modo, com relação aos custos associados ao transporte e ao uso do sistema de
transmissão da usina de ITAIPU foi prevista uma cobertura, considerando até 30 de junho de 2017 a
aplicação da tarifa vigente 10 e, a partir de 30 de junho de 2017, considerando os valores das tarifas
constantes do Anexo I da Resolução Normativa nº 762 recalculados em função da decisão judicial
comentada acima.
33. Com relação aos MUSTs (Montantes de Uso do Sistema de Transmissão), estes foram
obtidos no CUST - Contrato de Uso do Sistema de Transmissão, celebrado entre o ONS, as concessionárias
8 Estabelecidas pela Resolução Homologatória nº 2.099, de 28 de junho de 2016, com vigência até 30 de junho de 2017.
9 Decorre do aprimoramento da regulamentação do cálculo do custo de capital a ser adicionado à Receita Anual Permitida - RAP
das concessionárias de transmissão, cujos contratos foram prorrogados nos termos na Lei n° 12.783/2013, em consonância com
o disposto na Portaria MME n° 120/2016, objeto da Audiência Pública n° 068/2016.
10 Estabelecida na Resolução Homologatória nº 2.099, de 28 de junho de 2016.
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Fls. 10 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
35. O custo relativo ao Uso de Sistemas de Distribuição refere-se aos valores pagos pelas
concessionárias de distribuição a outras Distribuidoras, conforme Contrato de Uso do Sistema de
Distribuição – CUSD celebrado entre as partes, para acesso à rede de distribuição daquelas. A despesa é
calculada com base nos valores de demanda de potência, observando a Contratação Eficiente (montante
faturado contido no intervalo de 100% até 110% do MUSD contratado), multiplicados por tarifa estabelecida
pela ANEEL em resolução da distribuidora acessada. Esse custo se aplica ao caso da CEMIG, uma vez que
ela acessa as redes de distribuição da COELBA, LIGHT, CPFL Paulista e EMG.
36. Adicionalmente, informa-se que nos valores dos custos com conexão estão contempladas,
quando houver, as Parcelas de Ajustes das Demais Instalações de Transmissão (PA DIT).
38. Cabe esclarecer que a Receita Anual da Conexão de uso exclusivo referente às Demais
Instalações de Transmissão (DIT) presente na Resolução Homologatória do processo tarifário da
distribuidora pode diferir do custo de conexão repassado às tarifas e considerado na DRP.
39. A situação descrita acima pode ocorrer, pois de acordo com o que consta no § 12 do artigo
7º e § 3º do artigo 7º-A da Resolução Normativa nº 67/2004 e § 6º do artigo 4º-A da Resolução Normativa
nº 68/2004, os encargos de conexão associados às novas instalações de transmissão de uso exclusivo,
apesar de serem devidos pela distribuidora a partir da data de entrada em operação comercial dessas
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instalações, só poderão ser considerados no cálculo da tarifa dos consumidores finais da concessionária ou
permissionária de distribuição a partir da respectiva prestação de serviço, sem efeitos retroativos.
40. Caso haja instalações de transmissão de uso exclusivo da distribuidora, autorizados com
RAP prévia e que entraram em operação comercial durante o Período de Referência, considera-se
adicionalmente para fins de cobertura tarifária dos custos associados a essas instalações, o período
compreendido entre a data de conexão da distribuidora na nova instalação e a data de aniversário da
concessionária de distribuição.
41. A Lei n. 10.848, de 15/03/2004, alterou as regras de compra e venda de energia elétrica
especialmente no que diz respeito às concessionárias de distribuição de energia elétrica. Foram
estabelecidas regras diferenciadas em função do porte da concessionária, ou seja, aquelas com mercado
próprio maior ou igual a 500 GWh/ano e aquelas que atendem um consumo inferior a esse patamar.
Contratos Bilaterais: são contratos de livre negociação entre os agentes, firmados antes da
publicação da Lei nº 10.848/2004; os contratos firmados para o atendimento do Sistema
Isolado antes da Medida Provisória nº 466, de 29/07/2009, e aqueles firmados por meio de
licitação realizada na modalidade de concorrência ou Contratos Bilaterais as contratações
de energia de Geração Distribuída decorrente da desverticalização, conforme dispõe a Lei
n.º 10.848, de 2004 e os contratos oriundos de licitação pública realizada por agentes de
distribuição com mercado inferior a 500 GWh/ano e contratos firmados entre concessionária
com mercado inferior a 500 GWh/ano e seu agente supridor.
Leilão de Ajuste: são contratos realizados de acordo com o art. 26 do Decreto n° 5.163, de
2004, em decorrência de leilões específicos realizados pela ANEEL, direta ou
indiretamente, para contratações de ajuste pelas distribuidoras, com prazo de suprimento
de até dois anos, para fins de possibilitar a complementação do montante de energia elétrica
necessário para o atendimento à totalidade de suas cargas.
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Fls. 12 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
Cotas de Angra I e II: refere-se à energia comercializada pelas centrais geradoras Angra I
e Angra II com as concessionárias de distribuição de energia elétrica no Sistema Interligado
Nacional – SIN adquirentes das suas respectivas cotas-partes; conforme disposto no art.
11 Lei nº 12.111, de 9/12/2009;
44. Com a finalidade de calcular o montante de energia que a concessionária deve comprar, a
ANEEL determina para fins tarifários o nível máximo de perdas (na distribuição – técnicas e não técnicas e
na Rede Básica) a ser admitido em função do mercado a ser atendido pela distribuidora. Este montante é
definido como Energia Requerida.
45. São denominadas perdas na distribuição o somatório de perdas técnicas e não técnicas
dissipadas no sistema de distribuição de uma concessionária de energia. As perdas técnicas representam
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Fls. 13 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
o montante de energia elétrica dissipada no sistema de distribuição decorrente dos processos de transporte,
transformação de tensão e medição de energia elétrica; já as perdas não técnicas são aquelas apuradas
pela diferença entre as perdas totais na distribuição e as perdas técnicas, considerando, portanto, todas as
demais perdas, tais como fraude e furtos de energia, erros de medição, erros no processo de faturamento,
unidades consumidoras sem equipamento de medição, dentre outros.
46. Já as perdas na Rede Básica são definidas como aquelas externas à rede de distribuição
da concessionária, representando a energia dissipada no sistema de transmissão e nas Demais Instalações
de Transmissão de uso compartilhado em decorrência dos processos de transporte, transformação de
tensão e medição de energia elétrica11.
47. As perdas regulatórias na distribuição são definidas a cada revisão tarifária, enquanto as
perdas na Rede Básica são estimadas, todos os anos, em cada processo tarifário. A Resolução
Homologatória nº 1.507/2013 (última revisão tarifária da CEMIG) estabeleceu o percentual regulatório de
perdas técnicas de 7,84% (sobre energia injetada da concessionária) e para as perdas não-técnicas (sobre
o mercado faturado de baixa tensão) o percentual de 7,63% a ser aplicado no atual reajuste.
48. A cada processo tarifário são apuradas as perdas das DIT de uso compartilhado, com base
nas medições dos últimos 12 meses, que serão somadas às perdas na Rede Básica (rateadas em regime
de condomínio) entre todas as distribuidoras. Neste processo tarifário utilizou-se como valor regulatório,
conforme os valores contabilizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, a média
de abril/2016 a março/2017. A tabela 5 apresenta os valores de perdas para o atual reajuste tarifário da
CEMIG.
49. Para obtenção da energia requerida, é necessário somar as perdas regulatórias, em MWh,
de acordo com os respectivos percentuais determinados na revisão tarifária, ao mercado de venda da
concessionária.
50. A Tabela 6 demonstra os requisitos de energia elétrica da CEMIG para atendimento ao seu
mercado de referência apurado.
11
De acordo com o § 2° do art. 8° da Resolução Normativa nº. 67, de 8/6/2004, com redação alterada pela Resolução Normativa
nº. 210, de 13/2/2006, as perdas provenientes das DIT de uso compartilhado deverão ser atribuídas a cada acessante da referida
instalação.
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Fls. 14 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
51. O artigo 36 do Decreto n° 5.163, de 30/7/2004, estabelece que a ANEEL autorize o repasse
dos custos de aquisição de energia elétrica previstos nos contratos de que tratam os artigos 15, 27 e 32 do
mesmo Decreto, pelos agentes de distribuição às tarifas de seus consumidores finais, assegurando a
neutralidade no repasse dos custos de aquisição de energia elétrica.
52. O cálculo dos valores econômicos para a compra de energia na DRP obedece aos critérios
estabelecidos no contrato de concessão e nas normas setoriais, em especial a Lei nº 10.848/2004 e o
Decreto nº 5.163/2004.
53. Para o cálculo da despesa com energia elétrica comprada para revenda, elabora-se o
Balanço Energético da concessionária, que apura as sobras ou déficits 12 considerando o período de
referência em questão.
54. As sobras ou déficits são calculados a partir da diferença entre os totais de energia
contratada e de energia requerida, ambos relativos ao período de referência. A energia contratada disponível
corresponde ao somatório de CCEAR’s, Contratos de Leilão de Ajuste, Contratos Bilaterais, Geração
Própria, cotas de energia de Itaipu, do Proinfa, de Angra I e II, e das Usinas com Contratos Renovados, e
Contratos de Suprimento.
55. No cálculo do preço de repasse dos contratos de compra de energia foram adotados os
seguintes procedimentos:
12As sobras ou déficits são calculados a partir da diferença entre os totais de energia contratada e de energia requerida, ambos
relativos ao período de referência.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 15 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
i) Para valorar a energia referente aos CCEARs, foi utilizado o preço médio de repasse dos
contratos de compra de energia elétrica ponderado pelos respectivos volumes contratados para entrega nos
12 meses subsequentes;
ii) Para os contratos de energia existente e de energia nova, modalidade quantidade, foi
utilizado o respectivo preço médio de fechamento de cada leilão, por produto, atualizado pela variação do
IPCA até o mês do aniversário contratual;
iv) Todas as atualizações de preços dos contratos firmados após a Lei nº. 10.848/2004
observaram os dispositivos dos artigos 34 a 46 do Decreto n. 5.163/2004, com as alterações introduzidas
pelo Decreto nº 7.521/2011, que regulamentam os limites de repasse para os referidos contratos.
v) O valor da despesa com compra de energia de Itaipu é apurado com base na tarifa de
repasse de potência da Itaipu Binacional e nos montantes de potência e energia associada para os próximos
12 meses. Para os meses de 2017 foram considerados os montantes publicados na Resolução
Homologatória nº. 2.178, de 29/11/2016, e para o restante do período de referência os valores foram
estimados a partir dos montantes da referida Resolução ajustados pela nova cota-parte de Itaipu definida
para 2018. Para valoração dessa despesa, considerou-se a tarifa de Itaipu, em dólares, publicada pela
Resolução Homologatória nº. 2.188, de 19/12/2016, e a taxa de câmbio PTAX média de venda do período
entre o 45° e o 16° dias anteriores ao reajuste da distribuidora, conforme previsto no Submódulo 3.2, Seção
5.1, do PRORET.
vi) Para o cálculo da despesa com a aquisição de energia proveniente das Cotas das
Concessões Renovadas adotou-se o preço de repasse vigente, em R$/MWh, calculado pela ANEEL,
conforme as Receitas Anuais de Geração homologadas por meio da Resolução Homologatória nº 2.107, de
19/07/2016, e Resolução Homologatória nº 2.208, de ,21/03/2017.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 16 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 17 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
57. Sendo assim, os custos de compra de energia elétrica considerados para a CEMIG, em
função do Mercado de Referência totalizam R$ 5.412.574.089,08.
= ×{∑ ( × )}
( )
Onde,
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Fls. 18 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
59. Para a CEMIG, os percentuais e valores de receitas irrecuperáveis considerados, por classe
de consumo, estão descritos na tabela abaixo:
61. O componente financeiro denominado Neutralidade dos itens da Parcela A é resultante das
condições definidas pela Lei nº 12.783/2013 e pela Subcláusula Décima Nona da Cláusula Sexta do aditivo
contratual aprovado pelo Despacho nº 2.194/2016, os quais estendem a neutralidade dos Encargos Setoriais
para toda a Parcela “A”.
62. Os itens da Parcela A definidos no Submódulo 2.1 A do PRORET estão sujeitos ao cálculo
da Neutralidade, bem como os componentes financeiros relacionados à Parcela A (incluindo-se os Demais
Componentes Financeiros, o saldo a compensar CVA bem como o próprio financeiro de neutralidade), à
exceção da CVA em Processamento, a qual é neutralizada pelo cálculo do saldo a compensar, conforme
disposto na Portaria Interministerial n° 25, de 24/1/2002.
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Fls. 19 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
64. Os valores faturados são calculados considerando as tarifas de base econômica, salvo se
o cálculo for a de Neutralidade de itens financeiros, quando será usada uma tarifa derivada especificamente
para este fim.
66. A metodolodia de cálculo da Neutralidade dos itens de Parcela A de natureza fixa bem como
dos de natureza variável consta do Submódulo 4.4A do PRORET. Os resultados para esse componente
financeiro serão apresentados na seção “Componentes Tarifários Financeiros Externos ao Reajuste
Econômico”.
III.8. Parcela B
67. O submódulo 3.1A do PRORET estabelece que no primeiro processo tarifário após a Data
Referência de Alteração Contratual, denominado de DR1, o Valor da Parcela “B” considerando-se as
condições vigentes e o Mercado de Referência, (VPB0), e o valor final de aplicação da Parcela “B” na Data
do Reajuste em Processamento, (VPB1), são calculados da seguinte forma:
0 = ( )
1 = 0 1 ( − )− − , +
Onde:
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Fls. 20 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
68. Portanto, são necessários ajustes na Receia Fio B (VPB0) da CEMIG, de modo a retirar os
efeitos da presença do componente Receitas Irrecuperáveis (RI) na Parcela B e isolar os efeitos das
parcelas correspondentes a Outras Receitas (OR), Ultrapassagem de Demanda (UD) e Excedente de
Reativos (ER), que passarão a ser apuradas considerando o que for efetivamente realizado.
69. Para fazer os ajustes relacionados acima na Receita Fio B (VPB0), será observada a
participação de RI e OR na receita da última revisão tarifária, observando, porém, a aplicação do
componente de trajetória T do Fator X, exceto para o último processo tarifário, que altera a proporção dos
itens de parcela B definida no momento da revisão. Assim, o Fator DR1 é definido como:
+ −
1=
Onde,
VPBRev: Valor da Parcela B final, já descontados de Outras Receitas ou de quaisquer
outros tratamentos econômicos específicos, calculado na última revisão periódica, após
ajustes do componente T do Fator X;
ORRev e RIRev: Valores de OR e RI, observando a participação considerada na última
Revisão Tarifária, após ajustes do componente T do Fator X.
70. O valor do Fator DR1, calculado de acordo com a equação acima e utilizado nesse processo
de reajuste tarifário da CEMIG foi de 0,9955.
71. Os valores de Outras Receitas apurados no período de referência foram informados por
meio do Memorando nº 217/2017-SFF/ANEEL, de 24/04/2017 e atualizados conforme o submódulo 2.7A.
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Fls. 21 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
73. O valor da contribuição associativa ao Operador Nacional do Sistema – ONS a ser somada
à Parcela B da concessionária totaliza R$ 349.816,00, tendo como base o valor aprovado por meio da
Resolução Autorizativa ANEEL nº 6.157/2017.
74. O Fator X13 é estabelecido no momento da Revisão Tarifária Periódica conforme consta na
Subcláusula Décima Quinta da Cláusula Sexta do Contrato de Concessão e tem por objetivo principal
garantir que o equilíbrio entre receitas e despesas eficientes se mantenha ao longo do ciclo tarifário. Para
atingir essa finalidade, o Fator X é composto por três componentes, conforme fórmula abaixo:
Fator X Pd Q T
onde:
Pd = Ganhos de produtividade da atividade de distribuição;
Q = Qualidade do serviço; e
T = Trajetória de custos operacionais.
77. Os indicadores que compõem as parcelas de qualidade técnica e comercial possuem seus
próprios pesos, que serão aplicados gradualmente até março de 2019. No caso do atual reajuste da CEMIG
foram considerados apenas os pesos dos indicadores de DEC e FEC, de modo que o valor do componente
Q do Fator X a ser aplicado na atualização da Parcela B é de 0,00%.
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Fls. 22 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
Tabela 9: Fator X
Componentes Valor
Componente Pd do Fator X 1,15%
Componente T do Fator X 0,68%
Componente Q do Fator X 0,00%
Fator X 1,83%
78. Os valores da Parcela B são corrigidos pela aplicação do IPCA15, cuja variação para o
período de referência foi de 4,08%.
80. Os componentes tarifários financeiros não fazem parte da base tarifária econômica e se
referem a valores a serem pagos ou recebidos pelos consumidores em cada período de 12 meses
subsequentes aos reajustes ou revisões tarifárias.
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Fls. 23 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
Os valores da CVA do 5º dia útil anterior à data do reajuste tarifário anual foram atualizados
pela taxa média anual BM&F16, de 9,30% a.a..
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Fls. 24 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
Foi calculado o resultado no mercado de curto prazo para a distribuidora entre março
de 2016 e fevereiro de 2017, com base em dados fornecidos pela CCEE e representa
um repasse tarifário de R$ 20.389.241,4, a preços de maio/17.
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Fls. 25 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
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Fls. 26 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
penalidades, estabelecidos pelo art. 14 da Resolução nº 223, de 29 de abril de 2003, referentes ao não
cumprimento, por parte das concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição de energia
elétrica, das metas estabelecidas para o Programa de Universalização, foi considerado no atual reajuste da
CEMIG o valor negativo de -R$ 3.014.079,79, referente ao Valor Redutor calculado na forma dos §§ 6º e 7º
do referido art. 14 da referida Resolução. Destaca-se que esta é a 4ª e última parcela da penalidade.
xii) Previsão do Risco Hidrológico. Em 15/02/2017 foi aberta a Audiência Pública nº 04/2017,
com o intuído de obter subsídios para atualização do Submódulo 4.4 do PRORET e discussão do tratamento
tarifário da previsão do risco hidrológico, com período para envio de contribuição de 16/2/2017 a 30/3/2017.
Conforme deteminação da Diretoria no fechamento da AP 91/2016, a SGT está autorizada a calcular
componente financeiro associado ao risco hidrológico para as distribuidoras cujo processo tarifário venha a
ocorrer antes do fechamento da AP 04/2017, nos termos da minuta do submódulo 4.4 do PRORET
submetida à AP. Portanto, para a CEMIG foi calculada a cobertura dos riscos hidrológicos associados às
usinas comprometidas com contratos de Cotas de Garantia Física (CCGF), à usina de Itaipu e às usinas
hidrelétricas cuja energia foi contratada no Ambiente de Contratação Regulada – ACR, e que firmaram
Termo de Repactuação de Risco em conformidade com a Lei nº 13.203/2015, a qual totalizou R$
399.818.256,22.
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Fls. 27 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
83. Ressalta-se que o saldo apurado para a CVAESS/ERR foi ajustado de forma a considerar
que a devolução da componente Receita Fixa de Angra III ocorreu em um único faturamento mensal, com
base consumo realizado entre 1º e 30 de abril, conforme determinado pela Diretoria da ANEEL na 8ª Reunião
Pública Ordinária de 2017.
84. A CEMIG através do seu pleito encaminhado por e-mail pela NT nº 08/2017-RE/TF trouxe
dois pontos que não podem ser considerados nesse processo tarifário. O primeiro item que foge do campo
tratado no processo de reajuste é sobre a alteração na fórmula de apuração da componente de produtividade
do fator X – Pd onde a CEMIG pleiteia a adoção da fórmula de apuração ex post da componente
produtividade já neste processo tarifário. No entanto a nova metodologia da componente Pd só deverá ser
reavaliada e alterada quando a concessionária passar pelo 4º ciclo de revisão tarifária.
85. A outra questão trazida pela CEMIG é sobre o efeito financeiro de recontabilização de
contratos de 2010 na sobrecontratação calculada no processo tarifário de 2011. O pedido da concessionária
está sendo analisado no âmbito da AP 14/2017, aberta com o objetivo de obter subsídios à proposta de
procedimento regulatório para o reconhecimento financeiro decorrente de recontabilizações da CCEE
anteriores a 2015.
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Fls. 28 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
87. Os recursos provenientes da aplicação das bandeiras tarifárias pelas distribuidoras são
revertidos à Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias – Conta Bandeiras, a qual foi criada
pelo Decreto nº 8.401/2015 e regulamentada por meio do Submódulo 6.8 do PRORET.
88. Uma vez arrecadados na Conta Bandeiras, os recursos são repassados às distribuidoras,
considerando os custos efetivamente realizados de geração por fonte termelétrica e de exposição aos
preços de liquidação no mercado de curto prazo e a respectiva cobertura tarifária vigente.
90. Neste processo tarifário, a receita proveniente da aplicação dos adicionais das Bandeiras
Tarifárias Vermelha e dos repasses da Conta Bandeiras, que foi deduzida dos totais apurados de CVAENERGIA
e da CVAESS/EER, contribuiu para que a tarifa da CEMIG não sofresse um aumento adicional médio de 0,52%.
91. Nos termos do inciso VII do artigo 13º da Lei nº 10.438/2002, e conforme dispõe o Decreto
nº 7.891/2013, a CDE, além de suas demais finalidades, deve custear descontos incidentes sobre as tarifas
aplicáveis aos: geradores e consumidores de fonte incentivada; serviço de irrigação e aquicultura em horário
especial; serviço público de água esgoto e saneamento; distribuidoras com mercado próprio inferior a 500
GWh/ano; classe rural; subclasse cooperativa de eletrificação rural e; serviço público de irrigação.
93. Sendo assim, a tabela abaixo apresenta o valor mensal a ser repassado pela Eletrobrás a
distribuidora no período de competência de maio/2017 a abril/2018, até o 10º dia útil do mês subsequente.
Esse valor contempla também o ajuste referente à diferença entre os valores previstos e os realizados no
período de maio/2016 a abril/2017.
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Fls. 29 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
Tabela 13: Valores dos subsídios que serão repassados pela Eletrobrás
TIPO Ajuste (R$) Previsão (R$) Valor Mensal (R$)
Subsídio Carga Fonte Incentivada 1.509.881,25 15.252.227,37 16.762.108,62
Subsídio Geração Fonte Incentivada (395.871,79) 2.644.915,43 2.249.043,64
Subsídio Distribuição - - -
Subsídio Água, Esgoto e Saneamento 365.229,68 5.644.317,70 6.009.547,38
Subsídio Rural 1.306.593,76 29.708.949,66 31.015.543,41
Subsídio Irrigante/Aquicultor 2.826.897,76 14.340.512,72 17.167.410,48
Total 5.612.730,65 67.590.922,88 73.203.653,53
94. Desde meados de 2015, uma grande quantidade de agentes do setor elétrico vem ajuizando
ações judiciais com o objetivo de desobrigá-los do pagamento de parcelas consideradas controversas no
orçamento anual da CDE.
95. A primeira decisão liminar favorável foi mediante ação ajuizada pela Associação Brasileira
de Grandes Consumidores de Industriais de Energia Elétrica – ABRACE no Processo Judicial n. 26648-
39.2015.4.01.3400.
96. Para cumprir a decisão liminar favorável aos membros da ABRACE, foi preciso desenvolver
metodologia específica para o cálculo das cotas anuais da CDE e do correspondente encargo tarifário, de
forma não prevista na legislação e na regulação vigentes.
97. Para isso, foi aberta a Audiência Pública nº 57/2015 que teve como resultado final a
Resolução Homologatória nº 1.967/2015 e o Despacho nº 3.312/2015 estabelecendo, resumidamente, duas
ações para incorporar a liminar da ABRACE ao processo tarifário: (i) publicar tarifas específicas para os
associados da ABRACE, para os dois ambientes de contratação (LIVRE e CATIVO) e para as modalidades
tarifárias aplicáveis a cada subgrupo tarifário de acordo com o mercado fornecido pela distribuidora; e (ii)
reconhecer um financeiro da diferença entre a tarifa de equilíbrio apurada no último processo tarifário e a
nova tarifa aprovada pela REH nº 1.967/2015, considerando o mercado faturado dos consumidores
ABRACE.
99. Dessa maneira, a Diretoria da ANEEL decidiu por meio da Resolução Homologatória nº
2.083/2016 18 , de 14 de junho de 2016, publicar as tarifas com os efeitos das liminares e a lista de
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Fls. 30 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
consumidores beneficiados, de tal forma que as distribuidoras realizem o faturamento do encargo da CDE
considerando as novas tarifas publicadas, com vigência da decisão judicial até quando perdurar os seus
efeitos.
101. Além disso, está sendo realizado o estorno dos efeitos das liminares repassados às tarifas
das distribuidoras nos processos tarifários subsequentes à publicação da REH nº 2.083/2016 e a SFF ficará
responsável por fiscalizar o efeito das liminares no faturamento das distribuidoras e transmissoras, no
pagamento das cotas à Eletrobrás e nos reembolsos da CDE aos beneficiários.
102. O Reajuste Tarifário Anual – RTA da CEMIG-D - CEMIG Distribuição S/A conduz a um efeito
médio nas tarifas a ser percebido pelos consumidores de -11,89%, sendo de -21,84%, em média, para os
consumidores conectados na Alta Tensão e de -7,27%, em média, para os consumidores conectados na
Baixa Tensão.
103. O efeito médio de -11,89% decorre: (i) do reajuste dos itens de custos de Parcela A e B,
calculado conforme estabelecido no contrato de concessão, para a formação da Receita Requerida; (ii) da
inclusão dos componentes financeiros apurados no atual reajuste tarifário para compensação nos 12 meses
subsequentes; e (iii) da retirada dos componentes financeiros estabelecidos no processo de reajuste tarifário
anual de 2016, que vigoraram até a data do reajuste em processamento.
105. Desse índice de reajuste tarifário, a variação dos custos de Parcela A contribuiu para o
efeito médio em 1,52% enquanto a variação de custos de Parcela B foi responsável em -0,24%.
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Fls. 31 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE POR DAVI ANTUNES LIMA, RODRIGO FERNANDES BRAGA COELHO, OTAVIO HENRIQUE GALEAZZI FRANCO
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Fls. 32 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
106. Em relação à atualização dos componentes financeiros apurados no atual reajuste, para
compensação nos 12 meses subsequentes, esses contribuíram no efeito tarifário em -4,91% no atual
reajuste da CEMIG.
107. Por outro lado, o efeito da retirada dos componentes financeiros considerados no reajuste
tarifário anual de 2016, que contribuíram com um aumento nas tarifas estabelecidas em 2016, representa
uma redução de -8,27% no atual reajuste, quando de sua retirada nas tarifas atualmente praticadas pelos
consumidores.
108. O Valor da Parcela A apresentou uma variação de 2,19% em relação à RTA de 2016,
representando 1,52% na composição do efeito médio, com destaque para:
i) Encargos Setoriais. O valor total dos encargos setoriais resultou em variação de -21,98%
em comparação com os valores da RTA de 2016, correspondendo a uma variação tarifária no efeito médio
de -5,73%. Destaca-se, principalmente, a redução do orçamento da CDE – USO, decorrente da
homologação das cotas anuais da CDE para o ano de 2017, conforme Resolução Homologatória nº 2.204,
de 7 de março de 2017, que contribuiu para um efeito médio de -3,78% no atual reajuste da CEMIG, bem
como a redução do encargo de ESS e EER, contribuindo para uma redução do efeito médio de -0,85%. A
principal explicação para a redução do EER foi a não consideração do componente de Receita Fixa de Angra
III o qual compôs a previsão do encargo no processo tarifário da CEMIG de 2016.
109. A Tabela 16 demonstra a variação dos montantes e do custo com compra de energia em
relação ao processo anterior.
* A Nota Técnica é um documento emitido pelas Unidades Organizacionais e destina-se a subsidiar as decisões da Agência.
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Fls. 33 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
111. O gráfico I demonstra a participação dos itens das Parcelas A e B na composição da nova
Receita Anual da concessionária.
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Fls. 34 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
Gráfico II: Participação dos itens das Parcelas A e B na composição da Receita Anual com tributos
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650,00
600,00 Variação IPCA
550,00
531,22
500,00 509,74
481,22 492,93
450,00
400,00 404,23 396,42
389,78
376,24
350,00 347,00
300,00
250,00
200,00
150,00
Reajuste 2011
Reajuste 2012
Reajuste 2014
Reajuste 2015
Reajuste 2016
Reajuste 2017
Revisão2013
Reajuste 2010
114. Por fim, os valores dos serviços cobráveis previstos nos artigos 102, 103 e 131 da
Resolução Normativa nº 414, de 9/9/2010, estabelecidos no momento da revisão tarifária das distribuidoras
e cuja receita líquida é destinada à modicidade tarifária, foram atualizados pela variação acumulada do IPCA
até o mês do atual reajuste tarifário, conforme previsto na Resolução Homologatória nº 1.121, de 15/3/2011.
IX. DA CONCLUSÃO
116. Com base na legislação vigente, nos Contratos de Concessão nº. 002,003,004 e 005/1997,
no que consta do Processo nº 48500.005147/2016-57 e nas informações contidas nesta Nota Técnica,
opina-se:
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Fls. 36 Nota Técnica nº 134/2017-SGT/ANEEL, de 16 de maio de 2017.
ii) pela fixação das Tarifas de Energia – TE e das Tarifas de Uso dos Sistemas de
Distribuição – TUSD aplicáveis aos consumidores e usuários da CEMIG;
iv) pela aprovação, para fins de cálculo do atual reajuste tarifário, da previsão anual dos
Encargos de Serviço do Sistema – ESS e de Energia de Reserva – EER; e
X. DA RECOMENDAÇÃO
De acordo:
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