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em face do BANCO ABN AMRO REAL S/A, pessoa juríédica de direito privado,
CNPJ nº 33.066.408/0001-15, situado no Banco Real, 3º andar, nº 1374, Bela Vista,
Saã o Paulo/SP, CEP 13.109-16, pelos fatos e fundamentos juríédicos expostos a
seguir.
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3. Trata a presente açaã o de demonstrar que a inscriçaã o do Demandante em
cadastro de inadimplentes e de emitente de cheques sem fundos eé indevida e naã o
merece permanecer.
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9. Na presente açaã o, naã o haé dué vidas de que existe uma relaçaã o juríédica de
consumo, em que a parte Demandante figura como consumidora 1 e a parte
Demandada, como fornecedora2, nos termos da lei.
10. De igual modo, o Requerente destaca que no caso dos autos ainda deve
ser aplicado o disposto no art. 17 do mesmo diploma, o qual disciplina a figura do
consumidor por equiparaçaã o (víétima do evento).
13. Assim deve ser feito, pois a empresa Demandada conta com maior
facilidade de produzir provas, jaé que possui, em seus arquivos, todos os
documentos envolvidos na relaçaã o. De antemaã o, cabe ao Requerente apenas
garantir que jamais emitiu os cheques e que desconhece a razaã o pelo qual o seu
nome consta no CCF.
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Art. 2°. Consumidor eé toda pessoa fíésica ou juríédica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinataé rio final.
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Art. 3°. Fornecedor eé toda pessoa fíésica ou juríédica, pué blica ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produçaã o, montagem, criaçaã o,
construçaã o, transformaçaã o, importaçaã o, exportaçaã o, distribuiçaã o ou comercializaçaã o de produtos ou
prestaçaã o de serviços.
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14. A Constituiçaã o Federal brasileira de 1988, ao tratar dos Direitos e
Garantias Fundamentais, revela a importaê ncia de assegurar, aà parte lesada na
relaçaã o, o direito aà indenizaçaã o pelo prejuíézo sofrido, ao dispor no seu art. 5º,
incisos V e X:
Art. 5º (...)
V - eé assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, aleé m da
indenizaçaã o por dano material, moral ou aà imagem;
(...)
X - saã o inviolaé veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenizaçaã o pelo dano material ou
moral decorrente de sua violaçaã o;
17. Para tanto, retornemos aos fatos. O nome do Demandante consta nos
cadastros de emitente de cheques sem fundos (CCF) por conta de X (XX)
ocorreê ncias, mesmo sem que o Requerente jamais tenha sido cliente da instituiçaã o
financeira, logo, nunca foi sequer possíével que tenha emitido tais cheques; ora, a
conduta da Requerida eé verdadeira e estaé devidamente demonstrada.
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18. Quanto ao dano, naã o menos evidente, ocorreu, para o Demandante,
enorme humilhaçaã o e vergonha ao ver o seu nome em um cadastro de maus
pagadores. Para um homem que sempre honrou as suas díévidas com
responsabilidade e tempestividade, naã o haé que se duvidar da tristeza ao passar por
tamanho constrangimento e abalo moral perante a sociedade.
19. Resta o nexo. O nexo estaé no fato de a instituiçaã o Demandada ter gerado
a inscriçaã o indevida, incluindo o nome do Demandante nos cadastros de proteçaã o
ao creé dito, o que, consequentemente, lhe ocasionou a situaçaã o constrangedora.
23. Quanto aos fatos, naã o haé dué vidas de que o Demandante veio a suportar
danos morais, em virtude da tristeza, da decepçaã o e da humilhaçaã o de ver seu
nome negativado.
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REsp 651.443/BA, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 09/11/2004,
DJ 06/12/2004, p. 335.
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24. Vale ressaltar que, em nenhum momento, o Demandante recebeu
notificaçaã o de que seria incluíédo no rol dos inadimplentes, o que agride
frontalmente a determinaçaã o do art. 43, § 2º, do CDC, que dispoã e:
Art. 43. O consumidor, sem prejuíézo do disposto no art. 86, teraé acesso
aà s informaçoã es existentes em cadastros, fichas, registros e dados
pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas
respectivas fontes.
(...)
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de
consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,
quando não solicitada por ele. (grifo nosso)
25. Nesse sentido, saã o os seguintes acoé rdaã os proferidos pelo SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA, que naã o deixam margem para dué vidas:
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AgRg no Ag 1409650/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
10/04/2012, DJe 18/04/2012.
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3. Agravo regimental desprovido.5 (grifo nosso)
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AgRg no REsp 1182290/RS, Rel. Ministro JOAÃ O OTAÓ VIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado
em 16/12/2010, DJe 01/02/2011.
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AgRg no REsp 1186062/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMAÃ O, QUARTA TURMA, julgado em
21/06/2011, DJe 28/06/2011.
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status quo ante. Funciona, sim, como medida satisfatoé ria para a parte lesada e
sancionadora para a parte ex adversa.
33. A quantia paga a tíétulo de indenizaçaã o por danos morais deve tambeé m
ser suficiente para desestimular a empresa Demandada de praticar tais atos
novamente. Trata-se da terceira funçaã o da reparaçaã o, qual seja, a funçaã o
pedagógica.
34. Mais uma vez fica claro, por todo o exposto neste toé pico e em toda a
exordial, o dever da Demandada de indenizar a parte Demandante pelos danos
extrapatrimoniais, no valor de XXXXXX, com observaê ncia aos papeé is que devem
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desempenhar a referida reparaçaã o, sob pena de haver desrespeito aà s construçoã es
legais e doutrinaé rias acerca do presente tema.
c) DA TUTELA DE URGÊNCIA
35. O Coé digo de Processo Civil brasileiro, em seu art. 300, preveê a
possibilidade de concessaã o de tutela de urgeê ncia em determinados casos. De
acordo com o dispositivo:
38. Ora, eé evidente que, enquanto for tido como inadimplente, todas as
portas do comeé rcio estaraã o fechadas para qualquer negociaçaã o a creé dito, o que
revela um prejuíézo incomensuraé vel para o Requerente, principalmente nos dias de
hoje, em que as compras a creé dito ocorrem cotidianamente em larga escala.
39. Dessa forma, deve ser concretizada desde logo a retirada do nome do
Autor das listas de inadimplentes dos oé rgaã os de proteçaã o ao creé dito em que
constar, com a consequente regularizaçaã o da sua situaçaã o perante o comeé rcio.
Por todo o exposto, requer o Demandante que Vossa Exceleê ncia se digne
a:
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a) inaudita altera pars, deferir a tutela de urgência com a exclusão
do seu nome dos cadastros de emitente de cheques sem fundos, conforme
consta no documento emitido xxxx, ateé decisaã o final, no prazo de 48 horas, a partir
da cieê ncia, sob pena de multa diária de R$ xxx (xxx), com fulcro no art. 300, do
Coé digo de Processo Civil, c/c art. 84, §§3º e 4º, do Coé digo de Defesa do
Consumidor;
Termos em que
Pede e aguarda deferimento.
Local e Data
xxxxxxxxxx
xxxxx
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