Sunteți pe pagina 1din 118

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

JOÃO MARCELO COSTA BARBOSA

MODELAGEM COMPUTACIONAL DE TRANSIENTES HIDRÁULICOS EM


VENTOSAS DE TRÍPLICE FUNÇÃO E NON SLAM CONSIDERANDO AS CURVAS
DE ADMISSÃO E EXPULSÃO DE AR

FORTALEZA
2015
JOÃO MARCELO COSTA BARBOSA

MODELAGEM COMPUTACIONAL DE TRANSIENTES HIDRÁULICOS EM


VENTOSAS DE TRÍPLICE FUNÇÃO E NON SLAM CONSIDERANDO AS CURVAS
DE ADMISSÃO E EXPULSÃO DE AR

Tese apresentada ao Curso de Doutorado


em Engenharia Civil do Departamento
de Engenharia Hidráulica e Ambiental da
Universidade Federal do Ceará, como parte
dos requisitos para a obtenção do título
de Doutor em Engenharia Civil. Área de
concentração: Recursos Hídricos.

FORTALEZA
2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Pós-Graduação em Engenharia - BPGE

B198m Barbosa, João Marcelo Costa.


Modelagem computacional de transientes hidráulicos em ventosas de tríplice função e non slam
considerando as curvas de admissão e expulsão de ar / João Marcelo Costa Barbosa. – 2015.
116 f. : il. color. , enc. ; 30 cm.

Tese (doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de


Engenharia Hidráulica e Ambiental, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil: Recursos
Hídricos, Fortaleza, 2015.
Área de Concentração: Recursos Hídricos.
Orientação: Prof. Dr. Marco Aurélio Holanda de Castro.

1. Recursos hídricos. 2. Golpe de ariete. 3. Transitórios hidráulicos. I. Título.

CDD 627
Esta obra é dedicada a Ela.
AGRADECIMENTOS

Antes de ser uma mera formalidade, considero um privilégio poder agradecer àqueles que
de forma direta ou indireta contribuíram para a concretização desta tese de doutorado. Portanto,
agradeço:
À Deus, em todas as suas formas de existência, por me acompanhar sempre.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) pelo apoio
financeiro.
Ao meu orientador, Prof. Marco Aurélio, por todo o apoio em termos de estrutura e
orientação; por ter me direcionado e guiado para o aperfeiçoamento deste trabalho; pela
sinceridade, companheirismo e tratamento profissional e competente durante todo o curso.
Agradeço aos professores do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, em
especial ao professor John Kenedy de Araújo, por ministrar a disciplina Hidráulica Transiente,
de fundamental importância para a elaboração deste trabalho e à professora Ticiana Marinho
De Carvalho Studart por me fazer melhorar o nível de minhas apresentações acadêmicas nas
disciplinas que ministrou.
Agradeço aos membros da banca, pelas observações e correções que certamente serão de
grande ajuda na elaboração deste trabalho.
À minha família. Aos meus pais por sempre terem me incentivado nos estudos e pelo suporte
emocional e às minhas irmãs e sobrinho, sempre presentes, sob qualquer forma, em todos os
momentos, inclusive neste.
À família da minha esposa, pelo carinho e apoio.
À minha esposa Ely pelo apoio e amor incondicional, sempre, e em todos os momentos.
Aos meus amigos, que me motivam na jornada acadêmica.
Aos meus amigos Gilnário Saraiva, José Valmir Júnior e Marcos Rodrigues Pinto, pelo
companheirismo, aprendizado e por tornarem a caminhada mais leve.
Ao Erivelton que, através de seus conhecimentos em Informática e inestimada atenção, foi
de grande auxílio no desenvolvimento da tese.
Ao yoga, por ter me proporcionado maior qualidade de vida, e consequentemente maior
dedicação a este trabalho.
Poder-se-ia ainda citar muitas pessoas, entretanto, por contingências várias, não fazem
mais parte da minha vida. Mesmo assim, deixo meus sinceros agradecimentos àqueles que
compartilharam comigo alguma coisa com um sim e me ensinaram tanto com um não.
RESUMO

A ventosa de tríplice função atua na admissão e/ou expulsão de ar contido na tubulação,


protegendo tubulação e equipamentos contra os efeitos decorrentes do acúmulo de ar e
golpe de aríete. Através do orifício cinético, ela admite grande quantidade de ar quando
a pressão no interior da tubulação torna-se inferior à atmosférica, e expulsa ar após a
separação da coluna a uma pressão superior à atmosférica. Na região de admissão de
ar, a ventosa com orifício “Non Slam” admite grande volume de ar através do orifício
cinético, e inicia a expulsão de ar, através do mesmo orifício. A partir de um determinado
valor de pressão positiva, o orifício cinético é fechado e abre-se um orifício de menor
diâmetro, chamado de orifício de "Non Slam", amortecendo, assim, o choque das colunas
líquidas que estavam separadas. Neste trabalho, propõe-se uma metodologia para o cálculo
dos coeficientes de admissão e expulsão de ar no regime transiente a partir das curvas
disponibilizadas pelos fabricantes. O trabalho visa minimizar a falta de informações
experimentais sobre as ventosas com base nas curvas dos fabricantes para a determinação
dos coeficientes de admissão e expulsão de ar. Nesse estudo nós comparamos o efeito de
se usar um único coeficiente de descarga de ar para entrada e outro único para a saída de
ar versus considerar a variação desses coeficientes de descarga à medida que as pressões
variam. O programa computacional UFC7, escrito em Java, implementa o transiente
hidráulico com suas condições de contorno.

Palavras-chave: Ventosa de Tríplice Função, Orifício Non Slam, Orifício Cinético,


Transiente Hidráulico, Golpe de Aríete.
ABSTRACT

The triple function air valves is to admit and expel air entraped inside the pipes. As a
consequence, they protect the pipes and other equipments like pumps from the effects of
air bubles and the waterhammer phenomena. Throught an orifice called kinetic, the air
valve admits large quantities of air towards the interior of the tube when the the pressure
inside the tube reaches values below local atmospheric pressure. The air valve also
expels air when, once column separation occurred, high pressures at that point reaches
certain values. The “Non Slam” air valve is similar to a normal air valve except that if
has a secondary smaller orifice which is used when positive pressure reaches determined
value, thus, it makes the kinetic closure of the air valve less abrupt. This work proposes
a methodology to the effects of triple function air valves during the waterhammer effect
taking into account the real values of the air discharge coefficients of the air valves. This
coefficients are determined using the curves given by the manufacturers of the valves.
The study compares the effect of using one constant single air discharge coefficient for
entrance of air and another constant single air discharge coefficient for exit of air with a
methodology which considers the actual variation of these coefficients during the process
of pressure changing. In order to simulate the phenomena a computer code (UFC7) was
written using JAVA computer language.

Keywords: Waterhammer , Hydraulic Transient, Combination Air Valve,triple function air


valves, Kinetic Orifice.
LISTA DE FIGURAS

1 Fechamento Instantâneo da Válvula (0 < t ≤ L/a) . . . . . . . . . . . . . . . . 16


2 Fechamento Instantâneo da Válvula (L/a < t ≤ 2L/a) . . . . . . . . . . . . . . 17
3 Fechamento Instantâneo da Válvula (2L/a < t ≤ 3L/a) . . . . . . . . . . . . . 17
4 Fechamento Instantâneo da Válvula(3L/a < t ≤ 4L/a) . . . . . . . . . . . . . 17
5 Velocidade de Propagação da Onda com Presença de Gases . . . . . . . . . . . 20
6 Volume de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
7 Separação de Coluna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
8 Volume de Controle - Separação de Coluna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
9 Gride - Separação da Coluna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
10 Ventosa - Separação de Coluna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
11 Ventosa de Pequeno Orifício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
12 Ventosa de Grande Orifício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
13 Ventosa de Tríplice Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
14 Curva para Ventosas com Diâmetro Nominal de 2,3,4,6,8,10 e 12 polegadas . . 32
15 Dimensões da Ventosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
16 Curva para Escolha do DN da Ventosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
17 Curva para Escolha do DN da Ventosa - CSA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
18 Curva para Escolha do DN da Ventosa - VALLOY . . . . . . . . . . . . . . . . 35
19 Cavidade no Interior da Tubulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
20 Curva Vazão x Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
21 Método da Bisseção (Chaudhry) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
22 Método da Bisseção (Chaudhry - Gases Reais) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
23 Transformação da Curva do Fabricante na Curva da Vazão Mássica de Ar . . . 48
24 Coeficiente Constante - Orifício Cinético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
25 Coeficiente Constante - Orifício Non Slam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
26 Envoltórias - Comparação UFC7 e Projeto Bergant . . . . . . . . . . . . . . . 51
27 Nó - Comparação UFC7 e Projeto Bergant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
28 Perfil da Adutora - Projeto Tam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
29 Envoltórias de Pressões Máximas e Mínimas - Projeto Tam . . . . . . . . . . . 54
30 Comparação entre a Curva do Fabricante 1 com Ventosa de DN=50 mm e o
Modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante . . . . . . . . . . . . . . . . 55
31 Comparação entre a Curva do Fabricante 1 com Ventosa de DN=75 mm e o
Modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante . . . . . . . . . . . . . . . . 56
32 Comparação entre a Curva do Fabricante 1 com ventosa de DN=100 mm e o
modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante . . . . . . . . . . . . . . . . 56
33 Comparação entre a Curva do Fabricante 1 com Ventosa de DN=150 mm e o
Modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante . . . . . . . . . . . . . . . . 57
34 Comparação entre a Curva do Fabricante 2 com Ventosa de DN=50 mm e o
Modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante . . . . . . . . . . . . . . . . 57
35 Fabricante 1 com Ventosa de DN=50 mm - Dados de Entrada (Adutora Bergant
Coeficiente Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
36 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora
Bergant Coeficiente Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
37 Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant Coeficiente Constante) 59
38 Fabricante 2 com Ventosa de DN=50 mm - Dados de Entrada (Adutora Bergant
Coeficiente Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
39 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora
Bergant Coeficiente Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
40 Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant Coeficiente Constante) 61
41 Pressão - Comparação entre Modelos para Diferentes Coeficientes de Descarga
(Adutora Bergant Coeficiente Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
42 Fabricante 1 com Ventosa de DN=150 mm - Dados de Entrada (Adutora Tam
Coeficiente Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
43 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre os Modelos (Adutora
Tam Coeficiente Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
44 Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Tam Coeficiente Constante) . . 64
45 Fabricante 1 (DN=25 mm) - Dados de Entrada da Ventosa com Coeficiente
Constante e Orifício "Non Slam" (Adutora Hipotética Coeficiente Constante) . 65
46 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora
Hipotética Coeficiente Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
47 Comparação dos Picos de Pressão entre os Modelos de Wylie, Chaudhry e
Chaudhry Gás Real (Adutora Hipotética Coeficiente Constante) . . . . . . . . 66
48 Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Hipotética Coeficiente Constante) 67
49 Coeficiente de Admissão Cinética e Expulsão "Non Slam" de Ar Constante e
Variável - Curva do Fabricante 1 para Diâmetro Nominal de 25 mm . . . . . . . 68
50 Coeficiente de Admissão e Expulsão de Ar Constante e Variável - Curva do
Fabricante 1 para Diâmetro Nominal de 50 mm e modelo de Wylie e Streeter
(1978) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
51 Coeficiente de Admissão e Expulsão de Ar Constante e Variável - Curva do
Fabricante 1 para Diâmetro Nominal de 100 mm . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
52 Coeficiente de Admissão e Expulsão de Ar Constante e Variável - Curva do
Fabricante 1 para Diâmetro Nominal de 150 mm . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
53 Fabricante 1 (DN=50 mm) - Dados de Entrada da Ventosa (Adutora Bergant
Coeficiente Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
54 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora
Bergant Coeficiente Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
55 Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant Coeficiente Variável) . 71
56 Vazão de Ar - Modelo Wylie (Adutora Bergant Coeficiente Variável) . . . . . . 72
57 Vazão de Ar - Modelo Chaudhry (Adutora Bergant Coeficiente Variável) . . . . 72
58 Coeficiente de Admissão de Ar - Modelo Wylie (Adutora Bergant Coeficiente
Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
59 Coeficiente de Admissão Ar - Modelo Chaudhry (Adutora Bergant Coeficiente
Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
60 Coeficiente de Expulsão de Ar - Modelo Wylie (Adutora Bergant Coeficiente
Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
61 Coeficiente de Expulsão Ar - Modelo Chaudhry (Adutora Bergant Coeficiente
Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
62 Curva para Seleção da Ventosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
63 Fabricante 1 (DN=150 mm) - Dados de Entrada da Ventosa (Adutora Tam
Coeficiente Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
64 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora Tam
Coeficiente Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
65 Pressões - Comparação entre Modelos (Adutora Tam Coeficiente Variável) . . . 76
66 Vazão de Ar - Modelo Chaudhry (Adutora Tam Coeficiente Variável) . . . . . . 76
67 Vazão de Ar - Modelo Chaudhry Gás Real (Adutora Tam Coeficiente Variável) 76
68 Fabricante 1 com Ventosa de DN=25 mm - Dados de Entrada (Adutora
Hipotética Coeficiente Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
69 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora
Hipotética Coeficiente Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
70 Pressões - Comparação entre Modelos (Adutora Hipotética Coeficiente Variável) 78
71 Comparação dos Picos de Pressão do Orifício Cinético com Non Slam (Adutora
Hipotética Coeficiente Variável) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
72 Dados de Entrada do Catálogo do Fabricante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
73 Dados de Entrada Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
74 Diferencial de Pressão - Catálogo x Dados Experimentais . . . . . . . . . . . . 80
75 Pressão - Catálogo x Dados Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
76 Fabricante 1 com Ventosa de DN=50 mm - Dados de Entrada . . . . . . . . . . 82
77 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Coeficiente Constante e
Variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
78 Pressões - Comparação entre Coeficiente Constante e Variável . . . . . . . . . 83
79 Fabricante 1 com Ventosa Non Slam de DN=50 mm - Dados de Entrada . . . . 84
80 Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Coeficiente Constante e
Variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
81 Pressões - Comparação entre Coeficiente Constante e Variável . . . . . . . . . 85
82 Pressões - Comparação entre Diversos Coeficientes de Admissão Constante e
Variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
83 Volume de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
84 Volume de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
85 Linhas Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
86 Junção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
87 Reservatório a Montante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
88 Reservatório a Jusante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
89 Válvula a Jusante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
90 Curva FH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
91 Curva FB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
92 Curva FH e FB e Aproximada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
93 Programa UFC7 - Interface com o Usuário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
94 Envoltórias Máximas e Mínimas - Interface com o Usuário . . . . . . . . . . . 108
95 Carga - Interface com o Usuário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
96 Ventosa com Orifício Cinético - Interface com o Usuário . . . . . . . . . . . . 109
97 Ventosa com Orifício "Non Slam" - Interface com o Usuário . . . . . . . . . . 109
98 Fluxograma - Golpe de Aríete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
99 Fluxograma - Golpe de Aríete (Continuação) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
100 Fluxograma - Cálculo da Ventosa (Versão Resumida) . . . . . . . . . . . . . . 114
101 Fluxograma - Cálculo da Ventosa (Versão Completa) . . . . . . . . . . . . . . 116
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16
2.1 Golpe de Aríete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2 Revisão Histórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3 Modelagem para a Presença de Ar na Tubulação . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.3.1 Velocidade da Onda na Mistura Gás-Líquido . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3.2 Golpe de Aríete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3.3 Cavitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3.4 Separação da Coluna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4 Resolução Numérica para a Presença de Ar na Tubulação . . . . . . . . . . . . 25
2.4.1 Golpe de Aríete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.4.2 Separação de Coluna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.5 Ventosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.5.1 Separação da Coluna Líquida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.5.2 Tipos de Ventosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.5.3 Orifício Cinético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.5.4 Orifício Non Slam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.5.5 Pré-Dimensionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

3 METODOLOGIA 36
3.1 Modelo Wylie e Streeter . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.2 Modelo Chaudhry . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.3 Modelo Chaudhry - Gases Reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.4 Diferenças entre os Modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.5 Ventosa com Coeficiente de Descarga Constante . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.6 Ventosa com Coeficiente de Descarga Variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.7 Dados de Entrada da Ventosa de Tríplice Função . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.8 Causa de Erros no Modelo da Ventosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

4 RESULTADOS 50
4.1 Dados Experimentais - Golpe de Aríete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.1.1 Projeto Bergant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.1.2 Projeto Tam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.2 Coeficiente Constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.2.1 Projeto Bergant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.2.2 Projeto Tam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.2.3 Projeto Adutora Hipotética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.3 Coeficiente Variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.3.1 Projeto Bergant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.3.2 Projeto Tam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.3.3 Projeto Adutora Hipotética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
4.4 Comparação entre o Catálogo do Fabricante e Curva Obtida a partir de Ensaios
Experimentais para Admissão e Expulsão de Ar . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.5 Comparação entre o Modelo de Coeficiente Constante e Variável . . . . . . . . 81

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 87
APÊNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
A TRANSIENTE HIDRÁULICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
A.1 Equação do Momento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
A.2 Equação da Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
A.3 Método das Características (MOC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
B CONDIÇÕES DE CONTORNO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
B.1 Junção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
B.2 Reservatório a Montante (Carga Constante) . . . . . . . . . . . . . . . 100
B.3 Reservatório a Jusante (Carga Constante) . . . . . . . . . . . . . . . . 101
B.4 Válvula a Jusante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
B.5 Bomba - Modelo Sutter . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
C ESTRUTURAÇÃO DO ALGORITMO E INTERFACE COM O USUÁRIO . . 106
14

1 INTRODUÇÃO

Os sistemas de distribuição de água estão sujeitos a oscilações de pressão e


vazão provocadas por falhas de energia, vazamentos, conexões ilegais, demandas variáveis,
fechamento de válvulas, entre outros fatores. Desse modo, projetar adutoras/redes que suportem
essas oscilações é de fundamental importância para evitar prejuízos econômicos e sociais.
Em decorrência das oscilações de pressão e da possível contração e expansão da
tubulação durante o golpe de aríete, a tubulação pode sofrer problemas de ruptura, fadiga,
quebra de equipamentos, além de causar danos a pessoas próximas às linhas de distribuição
de água.
Essa oscilação de pressão pode acarretar sérios danos a tubos e equipamentos. A
subpressão frequentemente causa graves avarias à tubulação e os tubos podem quebrar devido
ao colapso interno, podendo causar prejuízo a vidas humanas, como o caso ocorrido em Oigaiwa
- Japão, em 1950, no qual três trabalhadores morreram (TAM, 2009).
Para minimizar os efeitos decorrentes do golpe de aríete, utilizam-se mecanismos
atenuadores de pressão, tais como: Válvula de Alívio, Ventosa, Chaminé de Equilíbrio, Tanque
de Alimentação Unidimensional (TAU), Válvula Antecipadora de Onda, entre outros.
Quando as oscilações de pressão/vazão são significativas, o modelo permanente
torna-se ineficiente, e assim, recorre-se às equações diferenciais parciais da quantidade de
movimento e continuidade, que descrevem o fenômeno transiente.
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) recomenda o método das
características, através da NBR-12215/1992, na elaboração de projetos de sistemas hidráulicos.
Esse método transforma as equações diferenciais parciais da quantidade de movimento e
continuidade, em equações diferenciais ordinárias.
Para a resolução numérica das equações diferenciais ordinárias utilizam-se
diferenças finitas para uma manipulação numérica simples (WYLIE; STREETER, 1978), e
então, determina-se a vazão (ou velocidade) e a carga piezométrica.
O programa UFC7 utilizado nos cálculos do transiente hidráulico adota o ponto
como separador decimal. Assim, essa notação será mantida neste trabalho.
O UFC7 implementa o transiente hidráulico aplicado ao desligamento de bombas
provocado por falha no bombeamento, e apresenta a ventosa como dispositivo atenuante do
golpe de aríete.
A ventosa trabalha na redução das subpressões e/ou sobrepressões da tubulação,
sendo assim, ela é utilizada como dispositivo atenuante do golpe de aríete.
Na revisão bibliográfica, é apresentada uma breve explicação sobre o fenômeno
do golpe de aríete, a revisão histórica dos principais tópicos sobre o transiente em tubos
15

pressurizados, a teoria sobre a presença de ar, a influência do ar na velocidade de propagação


da onda, a separação da coluna líquida e a revisão acerca da ventosa.
Emprega-se neste trabalho a metodologia do coeficiente de admissão e expulsão
constante e variável, baseada nas curvas disponibilizadas pelos fabricantes para ventosas de
tríplice função. Utilizam-se os três modelos (Modelo de Wylie, Chaudhry e Chaudhry gases
reais) na resolução das equações não lineares da vazão de ar.
Este trabalho tem como objetivos:

1. Verificar a eficiência do programa UFC7 para análise de transiente hidráulico;

2. Verificar a variabilidade dos coeficientes de admissão e expulsão de ar para ventosas de


tríplice função;

3. Comparar as ventosas com orifício Cinético e "Non Slam";

4. Preencher a lacuna existente na análise de ventosas de tríplice função, na escolha dos


coeficientes de admissão e expulsão de ar.
16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Golpe de Aríete

O golpe de aríete pode ser descrito com uma súbita mudança de pressão resultante
da rápida alteração na vazão. Para ilustrar o efeito da repentina mudança no fluxo, considera-se
o sistema composto por um reservatório de nível constante a montante e uma válvula a jusante.
Nas Figuras 1.a, 1.b, 2.a, 2.b, 3.a, 3.b, 4.a e 4.b visualiza-se o efeito do fechamento
brusco da válvula na tubulação sem atrito, onde ocorrem: flutuação na pressão, mudança na
direção e valor da velocidade e alteração do diâmetro no tubo (compressão e expansão). Para
ilustrar esse efeito, dividiu-se o transiente em quatro fases:

1. Logo após o fechamento instantâneo da válvula, a velocidade reduz-se a zero, acarretando


um aumento súbito de pressão próximo à válvula, podendo causar expansão na tubulação,
conforme indicado na Figura 1.a. A onda de pressão move-se em direção ao reservatório
a uma velocidade de propagação conhecida como celeridade (a). No final do tempo L/a,
a velocidade reduz-se a zero em toda a tubulação (Figura 1.b), originando uma diferença
de carga entre a tubulação e o reservatório.

Figura 1: Fechamento Instantâneo da Válvula (0 < t ≤ L/a)


Linha piezométrica
Linha piezométrica
ΔH
ΔH
Válvula
Reservatório Válvula
Com Nível H0 Reservatório
V=V0 V=0
Constante Com Nível V=0 H0
Constante
L
L
Referência
Referência

a) b)
Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

2. Logo após a velocidade reduzir-se a zero, o fluido na tubulação começa a desloca-se


em direção ao reservatório devido à diferença de pressão entre eles (Figura 2.a). Esse
processo continua até que no tempo 2L/a o diferencial de pressão torna-se nulo (Figura
2.b).
17

Figura 2: Fechamento Instantâneo da Válvula (L/a < t ≤ 2L/a)

Linha piezométrica Linha piezométrica

ΔH

Válvula Válvula
Reservatório Reservatório
Com Nível V=-V0 V=0 H0 Com Nível V=-V0 H0
Constante Constante
L
L
Referência Referência

a) b)
Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

3. O fluxo move-se em direção ao reservatório até que a velocidade reduza a zero


provocando a diminuição da pressão, conforme pode ser visto nas Figuras 3.a e 3.b.

Figura 3: Fechamento Instantâneo da Válvula (2L/a < t ≤ 3L/a)

Linha piezométrica Linha piezométrica

ΔH ΔH

Válvula Reservatório Válvula


Reservatório
Com Nível H0 Com Nível V=0 H0
V=-V0 V=0 Constante
Constante
L L

Referência Referência

a) b)
Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

4. O diferencial de pressão gerado e a incapacidade de manter a velocidade negativa, faz o


fluido deslocar-se em direção à região de menor pressão (Figura 4.a). No final do intervalo
(4L/a), a carga do sistema iguala-se à carga inicial e o ciclo de 1 até 4 repete-se.

Figura 4: Fechamento Instantâneo da Válvula(3L/a < t ≤ 4L/a)

Linha piezométrica Linha piezométrica

ΔH
Válvula
Válvula
Reservatório Reservatório
Com Nível V=V0 H0 Com Nível V=V0 H0
V=0 Constante
Constante
L L
Referência Referência

a) b)
Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

Vale ressaltar que o problema apresentado nas Figuras 1.a, 1.b,2.a, 2.b, 3.a, 3.b, 4.a
e 4.b não considera o efeito do atrito. O atrito tem o efeito dissipador de energia. Assim, a cada
18

ciclo completo (de 1 até 4), os picos de pressão máximos e mínimos são suavizados até que a
pressão na tubulação seja estabilizada.

2.2 Revisão Histórica

Um dos primeiros estudos com o transiente hidráulico foi desenvolvido por


Menabrea em 1858 (ANDERSON, 1976), mas somente em 1878, Korteweg desenvolveu uma
fórmula para o cálculo da velocidade de propagração da onda (TAM, 2009):
s
K/ρ
a= (1)
1 + (K/E)(D/e)

No qual, a é a celeridade, K é o módulo de elasticidade, ρ é a massa específica do fluido, E o


coeficiente de Poisson, e espessura do tubo, D diâmetro interno do tubo.
De acordo com Bergant, Simpson e Tijsseling (2006), em 1894, Carpenter e
Barraclough no trabalho "Some experiments on the effect of water hammer", foram os primeiros
a registrar subpressões em um evento com golpe de aríete.
Mais tarde, em 1898, Joukowsky desenvolveu uma equação simples para o cálculo
do transiente hidráulico decorrente do fechamento instantâneo de uma válvula, que ficou
conhecida por equação de Joukowsky (GHIDAOUI et al., 2005):

a∆V
∆P = ±ρa∆V ou ∆H = ± (2)
g

Onde, P é a pressão relativa, H carga, g aceleração gravitacional, V velocidade e os sinais ±


representam a sobrepressão (+) e subpressão (−) na equação da pressão.
Segundo Ghidaoui et al. (2005), o monge italiano Allievi desenvolveu, entre 1903
e 1913, uma teoria geral sobre o golpe de aríete, e mostrou que o termo convectivo da equação
do momento (V ∂V /∂ X) pode ser desprezado.
De acordo com Thorley (1976), os primeiros estudos sobre cavitação foram
realizados por Hogg e Traill (1926) e Langevin e Boulle (1928). No ano de 1929, Mostowsky
apresentou a primeira análise teórica da separação de coluna com base nas medidas de seu
laboratório. Em 1937 LeConte foi quem apresentou os primeiros resultados experimentais da
separação de coluna (BERGANT; SIMPSON; TIJSSELING, 2006).
O trabalho de Jonh Parmakian (1955) apresentou a resolução do golpe de aríete
utilizando uma solução gráfica para operações com válvulas, falha no bombeamento, além de
extensa teoria sobre o assunto.
O método das caraterísticas aplicado ao transiente tornou-se mais estável e aplicável
a problemas mais complexos a partir da década de 1960, com o trabalho de Simpson (1967),
19

com a melhoria da capacidade de processamento dos computadores e grande desenvolvimento


da solução numérica de equações hiperbólicas utilizando uma malha fixa.
Os trabalhos de Chaudhry (1979) e Wylie e Streeter (1978) apresentaram o método
das características aplicado a sistemas complexos com bombas, válvulas, mecanismos de alívio,
métodos de controle do transiente, problemas de cavitação, separação de coluna e canais
abertos. Nesses trabalhos o método das características (MOC) foi testado com alguns dados
experimentais, apresentando ótimos resultados. No anexo são apresentadas as deduções das
equações utilizadas no trabalho de Chaudhry (1979).
As equações da continuidade e quantidade de movimento apresentadas por
Chaudhry (1979) são as seguintes:

∂ H a2 ∂ Q
+ =0 (3)
∂t gA ∂ x

∂Q ∂ H f Q|Q|
+ gA + =0 (4)
∂t ∂x 2DA
No artigo de Bribiesca (1981), aplicou-se o método das diferenças finitas para a
resolução numérica das equações diferenciais (3) e (4). Segundo o autor, esse método pode ser
mais adequado, por exemplo, quando a separação de coluna é esperada.
O trabalho de Sibetheros, Holley e Branski (1991) aborda o método das
características utilizando interpolação "spline" em uma malha retangular em um sistema com
reservatório a montante e válvula a jusante, quando a celeridade é variável (devido à presença
de bolhas de gás).

2.3 Modelagem para a Presença de Ar na Tubulação

No decorrer do fenômeno transiente, se a pressão no interior do tubo se aproximar


da pressão de vapor do fluido (água), pode ocorrer a formação de bolhas na tubulação. Neste
caso, o modelo considera a contribuição do ar na tubulação.
Existem alguns problemas associados à formação de ar na tubulação (David
Stephenson, 1997):

1. O ar pode aumentar a perda de carga ou ainda reduzir a vazão durante a operação do


sistema;

2. Ar agrava os problemas de corrosão em tubos de aço e também é associado a ataques


bacterianos nos revestimentos;

3. A pequena taxa de liberação de ar pode causar aumento da temperatura em anéis de


borracha, o que pode aumentar o vazamento;
20

4. Quando o ar é expulso através de um grande orifício, o flutuador pode fechar rapidamente,


resultando numa rápida desaceleração da coluna de água, podendo causar sobrepressão.

Lauchlan (2005) descreve ainda outros efeitos negativos gerados pelo


aprisionamento do ar na tubulação como redução na vazão, diminuição na eficiência do
bombeamento, geração de vibração na tubulação, danos em medidores mecânicos e erros em
medidas de vazão.
A presença de ar na tubulação altera a celeridade da onda. A velocidade de
propagação da onda (celeridade) pode ser consideravelmente reduzida pela presença de pequena
quantidade de gás (ar), conforme mostrado na Figura 5.

Figura 5: Velocidade de Propagação da Onda com Presença de Gases

Fonte: Alberola (2007)

Segundo Tam (2009), o transiente pode ser dividido em três fases: golpe de aríete,
cavitação e separação da coluna.
No golpe de aríete, a quantidade de gás dissolvido é pequena e a celeridade depende
dessa quantidade de gás dissolvido (a quantidade de ar dissolvida na água é normalmente 2%
em volume).

2.3.1 Velocidade da Onda na Mistura Gás-Líquido

No desenvolvimento da equação da velocidade de propagação da onda consideram-


se as seguintes simplificações:

1. A mistura gás-líquido é homogênea e as bolhas são uniformemente distribuídas no


líquido;
21

2. As bolhas de gás seguem uma lei isotérmica;

3. A pressão dentro da bolha independe da tensão superficial e da pressão de vapor.

No desenvolvimento da equação da celeridade, o volume da mistura pode ser


relacionado por (5).

VOLM = VOLL +VOLG (5)

A fração de gás na mistura é definida pela Equação (6).

VOLG
φ= (6)
VOLM

No qual, os subscritos M, L e G, referem-se ao volume da mistura, do líquido e do gás


respectivamente.
Se a expansão das bolhas segue uma lei isotérmica, então:

φP = φ0 P0 (7)

Onde, P refere-se à pressão e o subscrito "0" indica condição de estado inicial.


A massa específica para a mistura pode ser equacionada por (8).

ρM = ρL (1 − φ) + ρg φ (8)

O módulo de elasticidade da mistura líquido-gás é definido por (9).

dP
KM = − dVOL (9)
M
VOLM

Substituindo a Equação (7) em (9):

dP
KM = φP0
(10)
P2
+ K1L + Ee
D

A celeridade da mistura pode ser definida como:


r v
KM u 1
aM = = th (11)
u i 
ρM φ0 P0
ρL (1 − P ) + ρG 0 P0 φ0 P0 1 D
+ KL + Ee
P2

Considerando a presença de ar, a velocidade de propagação na mistura é inferior à


velocidade de propagação da onda para o líquido puro.
22

2.3.2 Golpe de Aríete

Figura 6: Volume de Controle


ΔX

Fonte: Autor

A equação para o volume de controle mostrado na Figura 6 é representada por (12).

AC = E − S + GC (12)

Onde AC = acúmulo no volume de controle; E = entrada no volume de controle; S = saída no


volume de controle; GC = geração e consumo de massa no volume de controle.
Se considerarmos que não ocorre reação no intervalo de tempo do transiente
hidráulico, então o termo de geração e consumo é nulo.

AC = E − S (13)

Analisando os termos da Equação (13), obtém-se:



∂ ML
AC = (14a)





 ∂t
E = ṀL (14b)



 ∂ ṀL
S = ṀL +
 dx (14c)
∂x

Substituindo as Equações (14a), (14b) e (14c) na Equação (13), o balanço de massa


pode ser descrito por (15).

∂ ML ∂ ṀL
+ dx = 0 (15)
∂t ∂x

Considerando apenas a contribuição do líquido, a massa pode ser expressa por (16).
Z Z
ML = dML = ρl (1 − φ)dAdx (16)
23

A vazão mássica pode ser representada por:


Z Z
ṀL = d ṀL = ρl (1 − φ)V dA (17)

Substituindo as Equações (16) e (17) em (15) e dividindo por ∆x.


Z Z
∂ ∂
ρl (1 − φ)dA + ρl (1 − φ)V dA = 0 (18)
∂t ∂x

A Equação (19) representa a equação da continuidade.


      
∂ P ∂ P
ρL (1 − φ) 1 + + ρl (1 − φ) 1 + V (19)
∂t ρ L aL ∂x ρL aL

A equação do momento pode ser descrita por (20):


       
∂ P ∂ P 2 P
ρL (1 − φ) 1 + V + ρl (1 − φ) 1 + V +
∂t ρ L aL 2 ∂x ρ L aL 2 ρL
 
λ
= (1 − φ) g sin θ + V |V | (20)
2DA

A fração média de gás φ pode ser definida pela Equação (21):

1
Z
φ= φdA (21)
A

E a celeridade do líquido pode ser dada pela Equação (22):


v
u KL
ρL
u
aL = t (22)
1 + DK
eE ψ
L

Onde:
KL = módulo de compressibilidade do fluido;
D = diâmetro interno da tubulação;
E = módulo de elasticidade da parede do tubo;
ψ = coeficiente que depende do tipo de ancoragem;
ρL = massa específica do fluido.

2.3.3 Cavitação

Por simplificação, o modelo apresentado a seguir considera que o gás dentro da


bolha segue a lei dos gases perfeitos e negligencia a tensão superficial.
24

Para uma bolha esférica, a lei do equilíbrio pode ser expressa pela Equação (23).

4
(P − PV ) πR3 = NB kT (23)
3

Na qual, P é a pressão na seção do tubo; PV é a pressão de vapor do líquido; R


é o raio da bolha; k é a constante universal dos gases; T é a temperatura absoluta e NB é a
quantidade de gás na bolha.
Para uma bolha esférica e uniformemente distribuída, a fração dos vazios pode ser
descrita por (24):

nb 4 3
φ= πR (24)
A3

Onde, nb é o número de bolhas por unidade de comprimento da tubulação, R o raio da esfera.


A quantidade de gás nb varia com o tempo, da seguinte forma:
 
dNB p dR(τ )
= γH (PS − P) βF R(τ ), ,U(τ ) (25)
dt dt

Assim, a função pode ser aproximada para:


p
F = 4R(t) 2πU(t)R(t) (26)

2.3.4 Separação da Coluna

Dependendo da geometria da tubulação e do gradiente de velocidade, a cavidade


pode se tornar grande o suficiente para encher uma secção da tubulação.
A figura 7 ilustra o efeito da separação da coluna. Esse efeito ocorre, normalmente,
em tubos verticais.

Figura 7: Separação de Coluna


Cavidade

Coluna de líquido 1 Coluna de líquido 2

Bolhas de gás

Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

As equações para o modelo de separação de coluna são as seguintes:

VOLC
= A(VC2 −VC1) (27)
t
25

(PC − PV )VOLC = NC kT (28)


dNC dNB
= nc (29)
dt dt
Em que, VOLC é o volume da cavidade localizada na separação da coluna; VC1 e VC2 são as
velocidades da coluna de líquido localizadas a montante e a jusante da cavidade; PC é a pressão
da coluna de separação; NC é a quantidade de gás liberado na coluna de separação.
Pequenas quantidades de ar estão presentes na tubulação, mas, em algumas
situações, dependendo da quantidade de ar ou na falta de informações, podemos desprezá-
las. Porém quando a pressão do líquido reduz-se à pressão de vapor, no estado transiente, pode
ocorrer a formação de bolhas, que podem se tornar suficientemente grandes e gerar um núcleo
de cavitação; pode ocorrer ainda, a junção de duas ou mais bolhas que podem colapsar.
A pressão de vapor pode ocorrer devido ao desligamento da bomba, pois nesse caso,
a vazão é reduzida vertiginosamente após o início do transiente, e como efeito dessa redução a
pressão é diminuída. Assim, no interior da tubulação, a pressão pode ser reduzida à de vapor no
líquido.

2.4 Resolução Numérica para a Presença de Ar na Tubulação

2.4.1 Golpe de Aríete

Nas equações de momento e continuidade, se a pressão no estado transiente for


significativamente superior à pressão de vapor, então o tamanho da bolha e a fração dos vazios
tornam-se pequenos, e a quantidade de gás pode ser desprezada.
Para resolver as equações da continuidade e quantidade de movimento, aplica-se o
esquema de Lax-Wendroff’s. Logo, por analogia, as equações podem ser escritas como segue:

∂ y1,i ∂ y2,i
+ = y3,i (30)
∂t ∂t

As equações para o esquema de passo duplo de Lax-Wendroff’s são as seguintes:

y1,i (x + ∆x,t + ∆t) = 0, 5[y1,i (x + 2∆x,t) + y1,i (x,t)]


 
−∆t ∆t
+ [y2,i (x + 2∆x,t) + y2,i (x,t)] + [y3,i (x + 2∆x,t) + y3,i (x,t)] (31)
2∆x 2
∆t
y1,i (x,t + 2∆t) = y1,i (x,t) − [y2,i (x + ∆x,t + ∆t) − y2,i (x − ∆x,t + ∆t)]
∆x
+∆t[y3,i (x + ∆x,t + ∆t) + y3,i (x − ∆x,t + ∆t)] (32)

Onde:
26

y j,i (j=1,2,3 e i=1,2) são funções de pressão, velocidade e fração dos vazios;
∆x é o comprimento entre as seções de cada trecho do tubo;
∆t é o passo de tempo computacional.

Esse esquema é estável do ponto de vista numérico, se as duas condições a seguir


forem satisfeitas:

∆x ≥ ∆t.(al + |V |) (33)

D
∆t < (34)
λ|V |

2.4.2 Separação de Coluna

Figura 8: Volume de Controle - Separação de Coluna


i+1
Tubo Ar
i Q P i+1,1
Tubo
Q P i,n+1
hUi

h Ii
Referência

Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

O volume da cavidade de ar, mostrado na Figura 8 pode ser expresso como:

VOLi = φAi Li (35)

No qual, VOLi é o volume no passo de tempo anterior; φ é fração dos vazios; Li , Ai são o
comprimento e a área da secção da tubulação do tubo i, respectivamente.
A expansão e a contração do ar seguem a lei do gás perfeito:

(HPi,n+1 − hl,i )VOLPmi = C (36)

Onde:
VOLPi = volume de ar no passo de tempo atual;
HPi,n+1 = carga piezométrica no passo de tempo atual;
C = constante a ser determinada a partir da condição inicial de ar na tubulação;
hl,i = carga de pressão entre a referência e a menor carga de pressão absoluta possível;
i, j = refere-se ao tubo e à secção respectivamente.
27

A equação da continuidade pode ser escrita como:

1
VOLPi = VOLi + ∆t[(QPi+1,1 + QPi,n+1 ) − (QPi,n+1 + QPi,n+1 )] (37)
2
As equações características são as seguintes:

QP i,n+1 = CP −Cai HPi,n+1 (38)

QP i+1,1 = CN +Cai+1,1 + HPi+1,1 (39)

Figura 9: Gride - Separação da Coluna

t0+2Δt
1 2

t0
A R S B

Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

2.5 Ventosa

As ventosas são dispositivos hidromecânicos projetados para admitir ou expulsar


automaticamente grandes quantidades de ar durante o enchimento, esvaziamento ou operação
de um sistema de adução de água (JÚNIOR, 2007).
As ventosas tem grande importância na redução da quantidade de ar presente na
tubulação. O ar aprisionado, não retirado adequadamente, pode causar sérios danos a tubulações
e equipamentos. Esse é um problema bem comum que pode originar rupturas na tubulação, com
importante consequências econômicas (CHAIKO et al., 2001).
Para estimar a vazão de ar através de um orifício, Lingireddy, Wood e Zloczower
(2004) utiliza as equações:
v
u   " 2/k   k+1 #
u k P0 P0 k
ṁ = Cexp Aexp t2Pρ0 − P < 1.89P0 e P > P0 (40)
k−1 P P

s
  k+1
2 k−1
ṁ = PCexp Aexp Pρk P ≥ 1.89P0 (41)
k+1
28

A equação (40) representa o modelo para velocidade subsônica e a equação (41), o modelo
sônico. Os parâmetros das equações são os seguintes: Cexp é o coeficiente de expulsão do
orifício; Aexp é a área do orifício; k é o coeficiente poliprótico; ρ0 , massa específica do ar; P0 ,
pressão atmosférica absoluta e P é a pressão absoluta próxima à válvula (orifício).
A determinação do coeficiente poliprótico (k) e demais parâmetros foi
implementada por Carlos et al. (2011). No seu artigo é realizada uma análise experimental
do sistema com uma ventosa para expulsão de ar, calibrando os seis parâmetros (coeficiente
poliprótico k, celeridade, fator de atrito, coeficiente de descarga, volume de ar aprisionado e
tempo de fechamento da válvula) usados no modelo matemático, com base no método das
características. Nessa análise, o coeficiente poliprótico e a celeridade tiveram pouca influência.
No trabalho de Carlos et al. (2011), as equações para estimar a vazão de expulsão
diferem das apresentadas por Lingireddy, Wood e Zloczower (2004).
As equações apresentadas por Carlos et al. (2011) são:

ρ
r
ṁ = Cexp AexpY 2g (P − P0 ) P < 1.89P0 e P > P0 (42)
ρ0
v
u "   n+1 #
u ρ 2 n−1
ṁ = Cexp Aexp t g P k P ≥ 1.89P0 (43)
ρ0 k+1

E o fator de expansão pode ser expresso pela equação (44) :


v
u  (n+1)/n
u n  P 2/n 1 − PP0
u
0
Y =t (44)
n+1 P 1 − PP0

Onde, a equação (42) representa o modelo para velocidade subsônica e a equação (43), o modelo
sônico; g é a aceleração gravitacional e ρ é a massa específica da água.
As equações propostas por Iglesias-Rey et al. (2014b) consideram o fluxo
incompressível e a densidade de referência é calculada a montante da ventosa. As equações
são as seguintes:
p
ṁ = Cv,adm ∆P.P0 (45)

ṁ = Cv,exp ∆P.P (46)

onde:
Cv,adm = coeficiente característico de entrada de ar da ventosa;
Cv,exp = coeficiente característico de saída de ar da ventosa;
∆P = diferença de pressão na válvula de ar.
29

Vale ressaltar que os coeficientes Cv,adm e Cv,exp das equações propostas por Iglesias-
Rey et al. (2014b), diferem em termos de ordem de grandeza dos coeficientes Cadm e Cexp . Os
valores de Cadm e Cexp são menores do que uma unidade e Cv,adm e Cv,exp apresentam valores na
ordem de 100 ou 1000.
Análises experimentais para ventosas podem ser vistas nos trabalhos de Bergant,
Kruisbrink e Arregui (2012); Iglesias-Rey et al. (2014a); Balacco, Apollonio e Piccinni (2015).
O artigo de Bergant, Kruisbrink e Arregui (2012) analisa o efeito de uma ventosa
para admissão e expulsão de ar, com base numa análise experimental, que consiste em quatro
tipos de testes (fluxo constante com ar, teste dinâmico com expulsão de ar, teste dinâmico com
admissão de ar e teste dinâmico com admissão e expulsão de ar).

2.5.1 Separação da Coluna Líquida

Considere a figura 10. Nela, a ventosa está localizada no ponto alto da adutora,
conforme indicado. Quando ocorre a falha de bombeamento (devido à falta de energia, por
exemplo), a onda de subpressão viaja pela tubulação, de tal modo que ocorre pressão negativa
(pressão abaixo da atmosférica) no ponto alto da adutora. A ventosa então, começa a admitir
grandes quantidades de ar, de modo a estabilizar a pressão para um valor próximo à atmosférica.

Figura 10: Ventosa - Separação de Coluna

Fonte: ValMatic (2015)

A quantidade de ar adicionada deve ser expulsa a baixas vazões para reduzir o efeito
da colisão entre as colunas líquidas.
A expulsão a uma grande vazão, pode acarretar em sobrepressões ainda maiores do
que nos casos em que não haja mecanismo de proteção.
Durante a operação, o ar continuamente pode ser separado da água, sendo
acumulando ainda mais em pontos altos. O ar também pode entrar no sistema através de
30

diversos equipamentos (válvulas, dispositivos de proteção, entre outros). Esse acúmulo de ar,
na forma de bolsões de ar, pode aumentar a perda de carga, reduzir a vazão, obstruir a vazão,
além de causar corrosão e colapso da bolha de gás, podendo produzir sérios danos a tubulações
e equipamentos.
As ventosas com dispositivo de expulsão de ar operam eliminando ar da tubulação
através de um orifício durante a operação do sistema. Quando, próximo à ventosa, houver
acúmulo de ar, o flutuador abre permitindo a expulsão de ar até que o líquido preencha o espaço
fechando o flutuador.
Na ventosa com dispositivo de admissão de ar (no caso da interrupção do
bombeamento), o ar entra a alta velocidade, através de um grande orifício. Esse dispositivo
é utilizado para reduzir o efeito da subpressão, e possível colapso da tubulação.

2.5.2 Tipos de Ventosas

De acordo com AWWA (2001), as ventosas podem ser divididas em três tipos:

a) Ventosa de pequeno orifício (Air-release Valves);

b) Ventosa de grande orifício (Air Vacuum Valves);

c) Ventosa de tríplice função.

As ventosas de pequeno orifício possuem mecanismo para expulsar pequenas


quantidades de ar quando a pressão excede a atmosférica. A expulsão se dá através de um
orifício com Diâmetro Nominal entre 1.6 mm e 25 mm. Uma ventosa desse tipo pode ser
mostrada na Figura 11.

Figura 11: Ventosa de Pequeno Orifício

Fonte: AWWA (2001)


31

O princípio de funcionamento é o seguinte: a ventosa expulsa ar através do orifício,


e a medida que o ar é liberado, a água começa a preencher o lugar antes ocupado pelo ar, e então
o flutuador “float” sobe fechando a saída impedindo a liberação de ar.
As ventosas de grande orifício “Air Vacuum Valves” (Figura 12) possuem um
grande orifício para expulsar grandes quantidades de ar durante o enchimento da tubulação
e admite grandes quantidades de ar, caso a pressão reduza abaixo da atmosférica. São
caracterizadas por orifício entre 13 mm e 500 mm ou maior.

Figura 12: Ventosa de Grande Orifício

Fonte: AWWA (2001)

No caso da operação de enchimento do tubo das ventosas “Air Vacuum Valves”,


o ar é expulso a uma grande vazão, reduzindo assim sua quantidade dentro da tubulação. Por
consequência a água começa então a preencher esse espaço, forçando o flutuador a fechar a
saída de ar. Quando a pressão reduz a um valor abaixo da pressão atmosférica local, o flutuador
desce permitindo a entrada de ar.
As ventosas de tríplice função (Figura 13) são concebidas para executar a mesma
função das anteriores, combinando o efeito das duas. Pode apresentar um dispositivo
com pequeno orifício para expulsão suave do ar, evitando assim, formação de ondas de
sobrepressão/subpressão.
32

Figura 13: Ventosa de Tríplice Função

Fonte: AWWA (2001)

No modelo da ventosa de tríplice função, quando a pressão reduz-se abaixo da


atmosférica, o orifício cinético abre, permitindo a entrada de ar na tubulação. Com a entrada de
ar, a pressão tende a subir, e caso ultrapasse a atmosférica, a válvula inicia a expulsão de ar.
A modelagem dessa ventosa apresenta dois tipos principais: com orifício cinético e
com orifício "Non Slam".

2.5.3 Orifício Cinético

A ventosa com este dispositivo contém um largo orifício, que permite a admissão
de ar a alta vazão. Expulsa ar e fecha-se completamente quando a pressão ultrapassa um
determinado valor (pressão cinética).
Os gráficos de diferencial de pressão versus vazão da Figura 14 mostram a relação
da vazão mássica para ventosas com diversos tamanhos.

Figura 14: Curva para Ventosas com Diâmetro Nominal de 2,3,4,6,8,10 e 12 polegadas

Fonte: ARI
33

Figura 15: Dimensões da Ventosa

Fonte: ARI

A Tabela 1 mostra os dados das ventosas do fabricante ARI com dimensões A e B


mostradas na Figura 14.

Tabela 1: Dados para Ventosas de 2,3,4,6,8 e 10 polegadas

DN A(mm) B(mm) Massa(kg) Área do Orifício (mm2 )


2" (50 mm) 330 483 23.0 794.0
3" (80 mm) 331 513 29.5 1809.0
4" (100 mm) 386 529 90.0 2463.0
6" (150 mm) 583 719 90.0 17662.0
8" (200 mm) 577 704 124.0 17662.0
10" (250 mm) 481 845 149.0 31400.0
Fonte: ARI

2.5.4 Orifício Non Slam

A ventosa com este dispositivo contém um largo orifício para admissão de grandes
quantidades de ar e um pequeno orifício para expulsão. O gráfico para a expulsão de ar mostra
uma mudança na inflexão da curva, pois a área do orifício sofre uma grande mudança no seu
tamanho e por consequência a vazão (Figura 16).
34

Figura 16: Curva para Escolha do DN da Ventosa

Fonte: ARI

A "Non Slam" previne a formação de sobrepressão, expulsando ar a uma baixa


vazão através de um pequeno orifício, com área muito inferior ao cinético.
Na Figura 16 observa-se que a mudança brusca de inclinação ocorre
aproximadamente a um diferencial de pressão de 0.01 bar para ventosa com DN=2" e 0.02
bar para ventosas com 3" e 4". A partir desse ponto, a ventosa expulsa ar pelo orifício de baixa
vazão, e o coeficiente de expulsão de ar sofre uma alteração.

2.5.5 Pré-Dimensionamento

Para escolher a ventosa de forma correta Thorley (2004) sugere que a instalação
deve ser em locais nos quais ocorra pressão negativa (subpressão). A localização deve ser
escolhida nos picos da linha onde há uma mudança de inclinação significante.
Para a determinação do Diâmetro Nominal da ventosa, AWWA (2001) recomenda-
se o uso de uma equação baseada na formulação de Chezy (47):

Q = 0.0472 S.DI 2 (47)

Sendo:
Q = vazão em SCFM ( f t 3 /min);
C = coeficiente de Chezy (110 ferro, 120 concreto, 130 aço, 190 PVC);
S = inclinação;
DI = diâmetro interno da tubulação em polegadas (in).
35

Figura 17: Curva para Escolha do DN da Ventosa - CSA

Fonte: CSA (2015)

O fabricante VALLOY (2015) utiliza o uso do gráfico da Figura 18 para a


determinação do diâmetro nominal de suas ventosas.
Esse é um gráfico "log-log", em que determina-se o DN da ventosa a partir da
vazão da adutora para o estado permanente e o valor absoluto da sobrepressão ou subpressão,
em seguida, escolhe-se a curva mais próxima do ponto.
Figura 18: Curva para Escolha do DN da Ventosa - VALLOY

Fonte: VALLOY (2015)


36

3 METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho é baseado nos modelos apresentados por Chaudhry


(2014) e Wylie e Streeter (1978) para o transiente hidráulico, com base nas curvas
disponibilizadas pelos fabricantes de ventosas de tríplice função através das metodologias do
coeficiente constante e variável.

3.1 Modelo Wylie e Streeter

As ventosas são dispositivos que atuam na proteção contra subpressões e/ou


sobrepressões, protegendo tubulação e equipamentos contra os efeitos decorrentes do golpe de
aríete. O Modelo de Wylie e Streeter (1978) faz as seguintes considerações para a modelagem
da ventosa:

1. Ar entra e sai do tubo através da ventosa, de acordo com a condição de fluxo isentrópico;

2. A massa de ar dentro do tubo segue a lei isotérmica;

3. O ar admitido para o tubo permanece próximo à válvula de onde será expulso;

4. A elevação da superfície do líquido permanece constante, e o volume de ar é pequeno


quando comparado ao volume de líquido no tubo.

O modelo de Wylie e Streeter (1978) divide o comportamento da ventosa em quatro


zonas distintas:

1. Zona 1: Entrada de ar em regime subsônico;


v "  #
1.4286  1.714
u
u P P
ṁ = Cadm Aadm t7P0 ρ0 − P0 > P > 0.528P0 (48)
P0 P0

2. Zona 2: Entrada de ar em regime crítico;

0.686
ṁ = Cadm Aadm √ P0 P ≤ 0.528P0 (49)
RT0

3. Zona 3: Saída de ar em regime subsônico;


v " #
u 7  P0 1.4286  P0 1.714
u
ṁ = −Cexp Aexp Pt − P0 /0.528 > P > P0 (50)
RT P P
37

4. Zona 4: Saída de ar em regime crítico.

0.686P
ṁ = −Cexp Aexp √ P > P0 /0.528 (51)
RT

Onde:
ṁ = vazão mássica para entrada/saída de ar (kg/s);
Cadm = coeficiente de descarga da ventosa para entrada de ar;
Aadm = área do orifício da ventosa para entrada de ar (m2 );
Cexp = coeficiente de descarga da ventosa para saída de ar;
Aexp = área do orifício da ventosa para saída de ar (m2 );
P0 = pressão atmosférica fora da tubulação (Pa);
T0 = temperatura externa ao tubo (K);
ρ0 = massa específica do ar na pressão atmosférica (kg/m3 );
P = pressão absoluta dentro da tubulação (Pa);
T = temperatura interna da tubulação (K);
R = constante do gás (J/kg.K).

No modelo de Wylie e Streeter (1978), as zonas 1 e 2 são para admissão de ar


apresentando sinal positivo para vazão mássica. As zonas 3 e 4 são para expulsão de ar da
tubulação e apresentam vazão mássica negativa.
No modelo da ventosa, para relacionar pressão, massa e volume da cavidade,
Chaudhry (2014) utiliza a equação (52) para os gases ideais.

PV = mRT (52)

Figura 19: Cavidade no Interior da Tubulação


Tempo: t+Δt
C+ C-
Tempo: t
(tubo,seção) (i,j) (i,j+1) (i+1,1) (i+1,2)
QPi,j+1 QPi+1,1
V
Qi,j+1 Qi+1,1

ZV

Referência
Fonte: Autor

Quando a pressão no interior da tubulação reduz-se abaixo da atmosférica, a ventosa


abre e o volume da cavidade começa a crescer.
38

Assim, de acordo com a Figura 19 a equação (52) pode ser expressa por (53):

P[Vi + 0.5∆t(Qi+1,1 − Qi, j+1 − QPi, j+1 + QPi+1,1 )] = [m0 + 0.5∆t(ṁ0 + ṁ)]RT (53)

Onde:
∆t = intervalo de tempo (s);
Vi = volume da cavidade para o início do intervalo de tempo (m3 );
QPi, j+1 , QPi+1,1 = representam a vazão atual (m3 /s) do tubo,seção i,j+1 e i+1,1 respectivamente;
Qi, j+1 , Qi+1,1 = representam a vazão (m3 /s) para o passo de tempo anterior do tubo,seção i,j+1
e i+1,1 respectivamente;
m0 = massa no início do intervalo de tempo (kg);
ṁ0 , ṁ = vazão mássica (kg/s) no início e final do intervalo de tempo respectivamente.
De modo a resolver numericamente a equação (53), Wylie e Streeter (1978) utilizam
as equações características positivas e negativas, que são descritas por (54), (55), (56) e (57):

HP = CP − BP .QPi, j+1 (54)

CP = Hi, j + BP Qi, j − RP Qi, j |Qi, j | (55)

HP = CM + BM .QPi+1,1 (56)

CM = Hi+1,2 − BM Qi+1,2 + RM Qi+1,2 |Qi+1,2 | (57)

Onde:
B = a/gA (s/m2 );
R = f ∆x/2gDA2 ; (s2 /m5 );
g = gravidade (9.81m/s2 );
A = área interna do tubo (m2 );
D = diâmetro interno do tubo (m);
f = fator de atrito.
A carga H p e pressão P podem ser relacionadas pela equação (58):

γ(HP − Z + HBAR ) = P (58)

Substituindo as equações (54) e (56) em (53), obtém-se;


  
CP − HP HP −CM
P Vi + 0.5∆t Qi+1,1 − Qi, j+1 − + = [m0 + 0.5∆t(ṁ0 + ṁ)]RT (59)
BP BM

Organizando a equação (59):


  
CP .BM +CM .BP (BM + BP )HP
P Vi + 0.5∆t Qi+1,1 − Qi, j+1 − + = [m0 +0.5∆t(ṁ0 + ṁ)]RT
BM .BP BM .BP
39

(60)

Substituindo a equação (58) em (60):


   
CP .BM +CM .BP 2 P
P Vi + 0.5∆t Qi+1,1 − Qi, j+1 − + 0 + Z − HBAR = [m0 +0.5∆t(ṁ0 + ṁ)]RT
BM .BP B γ
(61)

A equação (61) pode ser reduzida para (62):

P0 (P0 + K1 ) = K2 +Y.ṁ (62)

Os coeficientes da equação (62) são descritos por (63), (64), (65) , (66) e (67).

CP .BM +CM .BP


CC = Vi + 0.5∆t(Qi+1,1 − Qi, j+1 − ) (63)
BM .BP

B0 γ
 
∆t(Z − HBAR )
K1 = CC + (64)
P0 ∆t B0
B0 γRT
K2 = (m0 + ṁ0 0.5∆t) (65)
P0 2 ∆t
0.5B0 γRT
Y= (66)
P0 2
(BM .BP )
B0 = 2 (67)
(BM + BP )
P
P0 = (68)
P0

Devido à não linearidade das equações (48) e (50), Wylie e Streeter (1978)
propuseram uma aproximação parabólica para as zonas 1 e 3.
Para cada segmento da Figura 20, a equação pode ser aproximada por uma parábola.
Assim, as equações (69) e (71) são utilizadas para as zonas 1 e 3 respectivamente, e as equações
(70) e (72) para as zonas 2 e 4.

2
ṁ = A2 P0 + A1 P0 + A0 0.528 ≤ P0 ≤ 1.0 (69)

0.686P0
ṁ = MDC = Cadm Aadm √ P0 < 0.528 (70)
RT0
2
ṁ = D2 P0 + D1 P0 + D0 1.0 < P0 ≤ 1.894 (71)
P0 P0
ṁ = −0.686Cexp Aexp √ P0 > 1.894 (72)
RT
40

Figura 20: Curva Vazão x Pressão

Fonte: Autor

Caso exista cavidade, a zona deverá ser especificada. Desse modo, iniciando pela
zona 2, as condições (73a) e (73b) devem ser satisfeitas.

(
K2 +Y.MDC > 0 (73a)
0.528(0.528 + K1 ) > K2 +Y.MDC (73b)

Caso satisfeitas as condições, a raiz da equação (74) pode ser determinada pelas
equações (75) e (76).

P02 + 2S1 P0 − S2 = 0 (74)

S1 = 0.5K1 S2 = K2 +Y.MDC (75)


q
P0 = −S1 + S1 2 + S2 (76)

Caso as condições (73a) e (73b) não sejam satisfeitas, testa-se a zona 1. Nesta zona,
a relação entre a vazão e a pressão pode ser aproximada por uma equação do segundo grau (77),
facilitando a obtenção da pressão.

ṁ = A2 P02 + A1 P0 + A0 (77)

Dividindo a curva da Figura 20, em n trechos, a equação, para cada trecho, tem
uma boa aproximação em relação à (48). Para resolver a equação com três coeficientes são
necessários três pontos para a vazão mássica da equação (48), resultando nas equações (78a),
41

(78b) e (78c):

0 2 0
ṁJ−1 = A2 PJ−1 + A1 PJ−1 + A0 (78a)


2
ṁJ = A2 PJ0 + A1 PJ0 + A0 (78b)

0 2 0

ṁJ+1 = A2 PJ+1 + A1 PJ+1 + A0 (78c)

P0 (P0 + K1 ) = K2 +Y.(A2 P02 + A1 P0 + A0 ) (79)

A solução da equação (79) deve satisfazer as condições (80a) e (80b).

(
−1.0 + K1 > K2 (80a)
P0 (P0 + K1 ) > 0 (80b)

Caso não satisfaça as condições (80a) e (80b), deve-se então testar a zona 3. Para
pertencer a essa zona, a solução da equação (81) deve satisfazer as condições (82a), (82b), (82c)
e (82d).

P0 (P0 + K1 ) = K2 +Y.(D2 P02 + D1 P0 + D0 ) (81)

K2 ≥ 0

 (82a)


K2 ≥ 1.0 + K1 (82b)




P0 (P0 + K1 ) ≥ 0.0 (82c)

P0 ≥ 0.0

(82d)

Se a zona 3 não satisfizer essas condições, testa-se a zona 4. Nesta zona, as


condições (83a) e (83b) devem ser satisfeitas.


K4 ≥ 1.894(1.894 + K1 )
 (83a)
−K2
 > −K1 (83b)
 Y K3 P0

No qual:
C A 0.686
K3 = − exp √exp
RT
;
K4 = K2 + 1.894Y K3 P0 .
Satisfeitas as condições acima, a pressão da equação (84) pode ser determinada por
(85) e (86).

P02 + S1 P0 + S2 = 0 (84)

S1 = K1 −Y K3 P0 S2 = −K2 (85)
42

 q 
0 2
P = 0.5 −S1 ± S1 + 4S2 (86)

Se nenhuma das condições acima forem satisfeitas, não existe cavidade (Vi = 0,
m = 0).

3.2 Modelo Chaudhry

O modelo de Chaudhry (2014) faz as mesmas simplificações iniciais realizadas no


modelo de Wylie e Streeter (1978).
Iniciando com a equação (52) para os gases ideais, a equação pode ser expressa por:

(m0 + ṁ∆t)RT = PV (87)

Nesse modelo a equação para o volume da cavidade é dado por:

V = Vi + 0.5∆t[(QPi+1,1 + Qi+1,1 ) − (QPi, j+1 + Qi, j+1 )] (88)

Substituindo as equações característica positiva e negativa em (88):

V = Cair + 0.5∆t(Cai +Cai+1 )HPi,n+1 (89)

Na qual: Cair = Vi + 0.5∆t(Cn + Qi+1,1 −Cp − Qi, j+1 ).


Substituindo a equação (89) em (87):

(m0 + ṁ∆t)RT = P[Cair + 0.5∆t(Cai +Cai+1 )HPi,n+1 ] (90)

Substituindo a pressão absoluta, expressa pela equação (58), na equação (90):


  
P
(m0 + ṁ∆t)RT = P Cair + 0.5∆t (Cai +Cai+1 ) + Z − HBAR (91)
γ

A equação (91) pode ser reduzida para:

K1 2
MP RT = Cair P + P + K1 ZP − K1 HBAR P (92)
γ

Onde:
MP = m0 + ṁ∆t;
K1 = 0.5∆t(Cai +Cai+1 ).
43

Dividindo a equação (92) por K1 /γ e por P0 2 :

RT γ P2 Cair γ P γZ P γHBAR P
MP = + + − (93)
K1 P0 2 P0 2 K1 P0 P0 P0 P0 P0 P0

Organizando a equação (93):

2
MP K2 = P0 + K3 P0 (94)

Onde:
K2 = KRTPγ2 ;
1 0
Cair γ
K3 = K1 P0 + γZ γHBAR
P0 − P0 .

Nesta tese, utilizou-se o método da bisseção para resolução numérica da equação


(94). De acordo com Lessa (1984), esse método, apesar de exigir um número um pouco maior
de iterações, mostrou-se mais eficiente para resolução numérica das equações não lineares do
que o método de Newton-Raphson.
O método da bisseção é utilizado para busca de raízes de uma função contínua no
intervalo especificado. Para que ocorra uma raiz é necessário que exista a mudança do sinal da
função em algum subintervalo pertencente a esse intervalo.
O método aplicado a equação (94), para as zonas 1 e 3, pode ser expresso pela
equação (95) e Figura 21.

2
F = P0 + K3 P0 − MP K2 (95)

Figura 21: Método da Bisseção (Chaudhry)


F(P')
Zona 1: a=0.53; b=1.00
F(a1) Zona 3: a=1.00; b=1.894

F(a2)

F(a3)

P'

F(b 3)

F(b 2) F(b 1)

F(ai).F(bi)<0

Fonte: Autor
44

3.3 Modelo Chaudhry - Gases Reais

Nesta seção utilizou-se uma combinação da metodologia de Chaudhry (2014) com


a equação de Van Der Waals para resolução do transiente hidráulico das equações não lineares
de admissão e expulsão de ar. O equacionamento do transiente para gases reais foi proposto por
Jianyong Hu; Jian Zhang, Suo e Zheng (2007).
A equação para os gases reais pode ser expressa por:
  n 2 
P+a (V − nb) = nRT (96)
V

Na equação (96) os coeficientes a e b dependem do tipo de gás (pressão e temperatura críticas).


Os coeficientes podem ser expressos por (SMITH; NESS; ABBOTT, 2005):

27R2 TC 2
a= (97)
64PC

RTC
b= (98)
8PC
Substituindo temperatura crítica (TC = 132.2K), pressão crítica (PC = 37.45x105 Pa) do ar e
constante dos gases (8.314462m3 PaK −1 Mol −1 ) nas equações (97) e (97) obtém-se os valores
das constantes:
a = 0.1361Jm3 mol −2 ;
b = 3.669x10−5 m3 mol −1 .
Fazendo n = m/MMair e substituindo na equação (96), depois de organizado, obtém-se:
  2 
0 m
V − mb0 = mR0 T

P+a (99)
V

Onde:
MMair = 0.028851kg.mol −1 ;
a0 = a/MMair ;
b0 = b/MMair ;
R0 = 8.314462/MMair .
A equação (99) pode ser resolvida numericamente utilizando o método da bisseção
para as quatro zonas descritas pelas equações (48),(49),(50) e (51).
O método aplicado a equação (99), para as zonas 1,2,3 e 4, pode ser expresso pela
equação (100) e Figura 22.
  2 
0 m
V − mb0 − mR0 T

F = P+a (100)
V
45

Figura 22: Método da Bisseção (Chaudhry - Gases Reais)

F(P')
Zona 1: a=0.53; b=1.00
F(a1) Zona 2: a=-100; b=0.53
Zona 3: a=1.00; b=1.894
F(a2)
Zona 4: a=1.894; b=100

F(a3)

P'

F(b 3)

F(b 2) F(b 1)

F(ai).F(bi)<0

Fonte: Autor

3.4 Diferenças entre os Modelos

As diferenças entre os modelos para o cálculo da ventosa podem ser visualizados


na Tabela 2.

Tabela 2: Diferenças entre os Modelos de Wylie e Chaudhry

Wylie Chaudhry Chaudhry Gases Reais


h i
m 2
P + a0 (V − mb0 ) = mR0 T

Equação PVT PV = mRT PV = mRT V
Equação da m0 + 0.5∆t(ṁ0 + ṁ) m0 + ṁ∆t m0 + ṁ∆t
Massa de Ar
Solução aproximação parabólica bisseção bisseção
Numérica
Fonte: Autor

Neste trabalho, nos modelos baseados em Chaudhry, utilizou-se o método da


bisseção para encontrar as raízes da equação não linear, e a aproximação parabólica para
resolução numérica do modelo de Wylie.

3.5 Ventosa com Coeficiente de Descarga Constante

Neste modelo utilizam-se as curvas dos fabricantes, a informação sobre a área da


admissão e expulsão de ar e as equações (48), (49), (50) e (51), para o cálculo do valor médio
do coeficiente de admissão e expulsão de ar.
46

Dessa forma, o coeficiente médio para admissão de ar pode ser calculado a partir
das equações (101), (102) e (103):
n1 m˙f i
SCadm1 = ∑ s   (101)
i=1 1.4286  1.714 
Pi Pi
Aadm 7P0 ρ0 P0 − P0 0.528P0 < P < P0

n2 m˙f i
SCadm2 = ∑ 0.686
P ≤ 0.528P0 (102)
i=1 Aadm √RT0 P0

SCadm1 + SCadm2
Cadm = (103)
n1 + n2
Onde:
Cadm = coeficiente médio para admissão de ar;
m˙ f =vazão mássica disponibilizada pela curva do fabricante;
n1 = número de pontos entre o intervalo 0.528P0 < P < P0 ;
n2 = número de pontos entre o intervalo P ≤ 0.528P0 ;
SCadm1 = somatório do coeficiente de admissão para n1 pontos;
SCadm2 = somatório do coeficiente de admissão para n2 pontos.
O coeficiente médio para a expulsão de ar pode ser calculado a partir das equações
(104), (105) e (106):

n3 m˙f i
SCexp3 = − ∑ s   P0 < P < P0 /0.528 (104)
i=1 1.4286  1.714 
7 P0 P0
Aexp Pi RT Pi − Pi

n4 m˙f i
SCexp4 = − ∑ 0.686Pi
P > P0 /0.528 (105)
i=1 Aexp √RT

SCexp3 + SCexp4
Cexp = (106)
n3 + n4
Onde:
Cexp = coeficiente médio para expulsão de ar;
n3 = número de pontos entre o intervalo P0 < P < P0 /0.528;
n4 = número de pontos entre o intervalo P > P0 /0.528;
SCexp3 = somatório do coeficiente de expulsão para n3 pontos;
SCexp4 = somatório do coeficiente de expulsão para n4 pontos.
47

3.6 Ventosa com Coeficiente de Descarga Variável

Neste modelo utilizam-se as curvas dos fabricantes, a área para admissão e expulsão
de ar e as equações (48),(49),(50) e (51), para o cálculo do coeficiente de admissão e expulsão
de ar. O método pode ser descrito em alguns passos:

1. Armazenam-se os valores de vazão e diferencial de pressão;

2. Transformam-se os valores de vazão e pressão para o sistema SI;

3. Calcula-se a média, tal como realizada no procedimento para coeficiente de descarga


constante;

4. Para cada passo de tempo computacional no qual a ventosa está operando, inicia-se o
processo iterativo tendo como o valor inicial a média dos coeficientes;

5. Esse processo continua até que o coeficiente de descarga calculado atual e anterior
atendam ao critério de convergência e parada;

6. Por fim, calcula-se a pressão e a vazão para o coeficiente de admissão ou expulsão


adotados.

3.7 Dados de Entrada da Ventosa de Tríplice Função

O programa UFC7 foi utilizado na resolução do transiente hidráulico e interface


com o usuário. Esse programa também é responsável pelo cálculo das ventosas através da
implementação dos modelos apresentados.
A curva disponibilizada pelo fabricante é um dado de entrada importante para o
cálculo dos coefcientes de admissão e expulsão constante e variável.
O fabricante de ventosa disponibiliza uma curva tal como mostrada na Figura 23
(figura da esquerda). O fabricante considera que na entrada de ar a vazão é negativa e na
saída de ar através da ventosa, é positiva. No entanto, nos modelos propostos neste trabalho
considera-se o oposto.
Assim é necessário transformar a vazão volumétrica disponibilizada pelo fabricante
em vazão mássica tal como ilustrado na Figura 23. Desse modo estima-se o valor dos
coeficientes de admissão e expulsão de ar através das metodologias do coeficiente constante
ou variável.
Para rodar o transiente com ventosas, além dos coeficientes de admissão e expulsão
de ar, são necessário os seguintes dados de entrada: altura barométrica do local de instalação
da ventosa (m), temperaturas interna e externa (◦ C), área do orifício cinético (mm2 ), pressão
48

diferencial de fechamento cinético (mca), área do orifício "Non Slam" (mm2 ), pressão
diferencial "Non Slam" (mca) e coeficiente de expulsão de ar "Non Slam" (Figuras 24 e 25).

Figura 23: Transformação da Curva do Fabricante na Curva da Vazão Mássica de Ar

 Vazão Mássica (obtida a partir da curva do


f) fabricante)
1.2
0.15
Admissão de ar Expulsão de ar
1
Admissão de ar Expulsão de ar 0.1
0.8
Diferencial de Pressão (bar)

0.05
0.6


0.4
0
0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2
0.2 -0.05

0 -0.1
-400 -200 0 200 400 600 800
-0.2
-0.15
-0.4 Zonas: 2 1 3 4
-0.2
-0.6
Vazão Volumétrica (m³/h) -0.25
P'=PP0
Vazão Volumétrica 
.
mar=-ρarQar

P'=(Patm+dP)/Patm

Fonte: Autor

Figura 24: Coeficiente Constante - Figura 25: Coeficiente Constante -


Orifício Cinético Orifício Non Slam

Fonte: Autor (programa UFC7)


49

3.8 Causa de Erros no Modelo da Ventosa

Fatores que podem causar erros ou instabilidade numérica no modelo


MOC/ventosa:

a) Simplificação na integral da perda de energia (aproximação de primeira ordem): erro


numérico pode se propagar devido à simplificação e à interação complexa entre o método
das características e o modelo da ventosa;

b) Discretização temporal: nas considerações do modelo da ventosa, o intervalo de tempo


computacional deve ser pequeno, pois caso contrário, o modelo não será adequado para
descrever o fenômeno transiente de modo satisfatório. No entanto, um intervalo pequeno
pode acarretar grandes erros de cálculo devido à grande quantidade de passos de tempo,
levando a uma possível propagação do erro;

c) Simplificações no modelo da ventosa: a consideração na qual o ar admitido permanece


próximo à ventosa e o ar presente na tubulação é nulo no início, pode acarretar em uma
imprecisão no modelo transiente da ventosa. A não consideração da forças envolvidas
no flutuador também pode acarretar em instabilidade numérica, pois a variação da área
disponível para o fluxo varia conforme as forças envolvidas e não de forma instantânea;

d) Válvula de retenção próxima à bomba com fechamento instantâneo: essa simplificação


pode causar algumas divergências com dados experimentais, pois a amplitude dos picos
de pressão pode ser alterada;

e) Falta de informação precisa sobre as características das bombas para o estado transiente: essa
falta de informação pode levar a resultados com pouca precisão ou ainda não condizentes
com a realidade;

f) Resolução de equações não lineares para o modelo da ventosa (solução numérica): a


resolução das equações não lineares através de métodos aproximados produz erros que
podem se propagar, podendo gerar picos de pressão muito superiores aos analisados no caso
em que não exista dispositivo de proteção.

Se o segundo pico de pressão é muito superior ao primeiro, e os picos de pressão


posteriores são sempre superiores, isso é um indicativo de possível erro de dimensionamento
ou instabilidade numérica.
Os picos posteriores de pressão máxima tendem a ser inferiores ao primeiro, devido
à dissipação de energia no golpe de aríete provocada pelo desligamento de bombas.
50

4 RESULTADOS

Nos resultados desta seção utilizou-se o programa UFC7 para o cálculo do


transiente hidráulico com e sem ventosa, e exibição dos gráficos (a partir das bibliotecas
"JFreeChart" e "JavaPlot").

4.1 Dados Experimentais - Golpe de Aríete

Nesta seção realiza-se comparações do programa UFC7 com resultados obtidos nos
artigos de Bergant, Simpson e Sijamhodzic (2012) e Tam (2009).
Algumas informações das bombas necessárias para executar o UFC7 não foram
encontradas nos artigos utilizados para a análise experimental. Assim, utilizou-se equações
para estimar alguns parâmetros. As equações (107) e (108) representam o momento de inércia
da bomba e do motor respectivamente, e o momento de inércia do conjunto motor bomba é dado
por I = IA + IB .
" #0.9556
P
IA = 0.03768 (107)
N 3

1000

" #1.48
P
IB = 0.0043 N
(108)
1000

A equação da potência é dada por (109):

ρl gQH
P= (109)
η

Onde:
P é Potência do conjunto motor bomba no estado permanente (Kw);
N é a rotação da bomba no estado permanente (rpm);
g é a aceleração gravitacional (9.81ms−2 );
ρl é a massa específica do líquido (kg.m−3 );
Q é a vazão (m3 .s−1 );
H é a carga (m);
η é a eficiência da bomba;
IA e IB são os momentos de inércia da bomba e do motor respectivamente (kg.m2 ).

4.1.1 Projeto Bergant

O projeto "Bergant" faz uma análise do transiente hidráulico em sistemas de


bombeamento para o controle da água em minas subterrâneas (BERGANT; SIMPSON;
51

SIJAMHODZIC, 2012). Os dados do projeto Bergant são: H = 382 m, Q = 0.05 m3 .s−1 ,


n = 1485 rpm, L = 441.5 m, D = 0.205 m, espessura = 0.007 m, massa específica da
água=998.2kg.m−3 , coeficiente de Poisson=0.27, módulo de elasticidade do aço=206x109 Pa.
Não foi possível encontrar algumas informações a respeito da bomba, assim
utilizou-se as equações (107) e (108) para estimar o momento de inércia da bomba (I =
21.8kg.m2 ) a partir da equação da potência (109) para um rendimento de 45%.
Executou-se o cálculo de transiente hidráulico com intervalo de tempo
computacional (∆t = 0.00017 s), discretização espacial (∆X = 0.221 m) e tempo da simulação
de 10 segundos.
Com base nos gráficos das Figuras 26, 27 e na Tabela 3, observa-se que há
uma satisfatória correlação entre os resultados apresentados no artigo de Bergant, Simpson e
Sijamhodzic (2012) e os obtidos pelo programa UFC7.

Figura 26: Envoltórias - Comparação UFC7 e Projeto Bergant

Envoltórias
600

500
Cota Piezométrica (m)

400

300

200

100

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Distância (m)
Perfil do Terreno Perfil Permanente
Envoltórias Máximas Envoltória Máxima - Projeto Bergant
Envoltórias Mínimas Envoltória Mínima - Projeto Bergant

Fonte: Autor
52

Figura 27: Nó - Comparação UFC7 e Projeto Bergant

Cota Piezométrica (m)


550

Cota Piezométrica (m) 500

450

400

350

300

250

200
0 2 4 6 8 10
Tempo (s)
H nó= 1 H Experimental No= 1

Fonte: Autor

Tabela 3: Erro Absoluto entre o Modelo de Bergant e UFC7 para Cargas Máximas

Carga Máxima Carga Máxima Erro relativo em


Distância em relação à bomba (m) Projeto Bergant (m) UFC7 (m) módulo (%)
0 485.0 516.5 6.5
44.15 480.0 501.8 4.5
88.3 475.0 487.7 2.7
132.45 465.0 474.0 1.9
176.6 455.0 461.2 1.4
220.75 440.0 447.9 1.8
264.9 430.0 434.6 1.1
309.05 415.0 422.8 1.9
353.2 402.5 412.3 2.4
362.03 400.0 410.4 2.6
370.86 397.5 407.9 2.6
379.69 395.0 404.5 2.4
388.52 394.0 400.2 1.6
397.35 393.0 396.3 0.8
406.18 390.0 392.7 0.7
415.01 387.5 389.5 0.5
423.84 382.5 386.4 1.0
432.67 377.5 382.4 1.3
441.5 377.0 377.0 0.0
Fonte: Autor
53

4.1.2 Projeto Tam

O artigo de Tam (2009) apresenta o perfil da adutora mostrado na Figura 28.


A adutora é composta por três bombas em paralelo com capacidade total de 0.89
m3 .s−1 ,velocidade de rotação (730 rpm) por bomba , momento de inércia de I = 33.3kg.m2 ,
coeficiente de Poisson de 0.28, material aço com diâmetro interno de 985 mm, espessura de 20
mm e módulo de elasticidade de 205x109 Pa.
Executou-se o cálculo de transiente hidráulico com intervalo de tempo
computacional (∆t =0.00049 s), discretização espacial (∆x =0.60 m) e tempo de simulação
de 60 segundos.
Com base no gráfico da Figura 29 e Tabela 4, observa-se uma satisfatória correlação
entre os resultados apresentados no artigo de Tam (2009) e os obtidos pelo programa UFC7.

Figura 28: Perfil da Adutora - Projeto Tam

Fonte: Tam (2009)


54

Tabela 4: Erro Absoluto entre o Modelo Tam e UFC7 para Pressões Máximas

Pressão Máxima Pressão Máxima Erro relativo em


Distância em relação à bomba (m) Modelo Tam (mca) UFC7 (mca) módulo (%)
0 35 38.57 10.2
50 30.5 32.83 7.6
200 28.8 30.14 4.7
400 24.5 27.11 10.7
600 21.5 24.29 13.0
800 19.5 22.06 13.1
1000 16.7 18.59 11.3
1200 12.8 13.78 7.7
1400 9.5 9.39 1.2
1550 6.5 6.5 0.0
Fonte: Autor

Figura 29: Envoltórias de Pressões Máximas e Mínimas - Projeto Tam

37.5

35

32.5

30

27.5

25

22.5
Pressão (mca)

20

17.5

15

12.5

10

7.5

2.5

-2.5

-5

0 250 500 750 1000 1250 1500


Distância (m)
Envoltórias de Pressão Máx. UFC7 Envoltórias de Pressão Mín. UFC7 Envoltórias de Pressão Max. Tam (2009) Envoltórias de Pressão Mín. Tam (2009)

Fonte: Tam (2009)


55

4.2 Coeficiente Constante

Nesta seção compara-se a curva do fabricante com o modelo de Wylie e Streeter


para coeficientes de admissão e expulsão constantes, calculados a partir das curvas fornecidas.
Utilizou-se as ventosas com Diâmetro Nominal de 50 mm (2"), 75 mm (3"), 100 mm (4") e 150
mm (6"). O modelo proposto considera os coeficientes de admissão e expulsão constantes.
Nos gráficos das Figuras 30, 31, 32 e 33 observa-se que a aproximação é adequada
para baixa vazões mássicas no caso da admissão de ar.
Na região de admissão de ar com diferencial de pressão menor do que -0.25 bar,
observa-se que as curvas das Figuras 30, 31, 32 e 33 apresentam divergências com o modelo de
coeficientes constantes.
De acordo com os gráficos das Figuras 30, 32 e 33, para a região de expulsão de ar,
a medida que a vazão mássica aumenta, o modelo de coeficiente constante não apresenta uma
boa correspondência com a curva disponibilizada pelo fabricante.

Figura 30: Comparação entre a Curva do Fabricante 1 com Ventosa de DN=50 mm e o


Modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante

0.75
Diferencial de pressão (bar)

0.50
Cd_ADM=0.36

0.25

0.00

-0.25 Cd_EXP=0.56

-0.50

-300 -200 -100 0 100 200 300 400 500 600


Vazão (m³/h)
Fabricante 1 - DN 50 mm Modelo Wylie

Fonte: Autor
56

Figura 31: Comparação entre a Curva do Fabricante 1 com Ventosa de DN=75 mm e o


Modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante

0.75

Diferencial de pressão (bar)


0.50
Cd_ADM=0.36

0.25

0.00

-0.25 Cd_EXP=0.53

-0.50

-750 -500 -250 0 250 500 750 1,000 1,250


Vazão (m³/h)
Fabricante 1 - DN 75 mm Modelo Wylie

Fonte: Autor

Figura 32: Comparação entre a Curva do Fabricante 1 com ventosa de DN=100 mm e o


modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante

0.75
Diferencial de pressão (bar)

0.50
Cd_ADM=0.43

0.25

0.00

-0.25 Cd_EXP=0.83

-0.50

-1,000 -500 0 500 1,000 1,500 2,000 2,500


Vazão (m³/h)
Fabricante 1 - DN 100 mm Modelo Wylie

Fonte: Autor
57

Figura 33: Comparação entre a Curva do Fabricante 1 com Ventosa de DN=150 mm e o


Modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante

0.75

Diferencial de pressão (bar)


0.50
Cd_ADM=0.32

0.25

0.00

-0.25 Cd_EXP=0.39;

-0.50

-5,000 -2,500 0 2,500 5,000 7,500 10,000


Vazão (m³/h)
Fabricante 1 - DN 150 mm Modelo Wylie

Fonte: Autor

O modelo de Wylie e Streeter (1978), com coeficiente constante, apresenta ótima


correlação com o Fabricante 2 conforme pode ser visto pelo gráfico da Figura 34.

Figura 34: Comparação entre a Curva do Fabricante 2 com Ventosa de DN=50 mm e o


Modelo de Wylie e Streeter (1978) - Cd Constante

0.4
Diferencial de pressão (bar)

0.3
Cd_ADM=0.22
0.2

0.1

0.0

-0.1

-0.2
Cd_EXP=0.27
-0.3

-0.4

-0.5
-100 -50 0 50 100 150 200
Vazão (m³/h)
Fabricante 2 D-040 DN 50mm Modelo Wylie

Fonte: Autor

4.2.1 Projeto Bergant

Observou-se que a adutora apresentada na seção 4.1.1 apresenta uma região com
subpressão (pressão relativa negativa). Assim, localizou-se o nó que apresenta subpressão e
então foram realizados testes com a ventosa localizada a 404.1 metros da bomba com válvula
de retenção. Na Figura 35 os dados da entrada da ventosa são apresentados.
58

Figura 35: Fabricante 1 com Ventosa de DN=50 mm - Dados de Entrada (Adutora Bergant
Coeficiente Constante)

Fonte: Autor

Foram realizadas simulações com os três modelos transientes da ventosa (Wylie,


Chaudhry e Gás Real) e os resultados apresentados nos gráficos da Figuras 36 e 37.
Com base nos gráficos da Figuras 36 e 37 observa-se que os modelos apresentados
minimizam a subpressão a jusante e a montante da ventosa, reduzindo também a sobrepressão
na adutora, principalmente na região próxima à ventosa.
De acordo com o gráfico da Figura 37 observa-se que os modelos apresentados
são bastante próximos, o que é um resultado esperado, pois foram realizadas as mesmas
hipóteses iniciais no modelo transiente da ventosa (condição de fluxo isentrópico, o ar admitido
permanece próxima a ventosa e o volume de ar pequeno).
Conforme pode ser visualizado na Tabela 5, os quatro picos identificados na Figura
37 apresentam pequena diferença entre as pressões, principalmente nos modelos baseados em
Chaudhry.
59

Figura 36: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant
Coeficiente Constante)

500
475
450
425
400
375
350
325
300
H (m)

275
250
225
200
Legenda:
175
150 Bomba com válvula de retenção
125
100 Ventosa de tríplice função
75
Reservatório com nível constante
50
25
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas - Sem Proteção Envoltórias Mínimas - Sem Proteção Perfil Permanente Envoltórias Máximas - Modelo Wylie
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Gás Real Envoltórias Mínimas - Modelo Wylie
Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor

Figura 37: Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant Coeficiente Constante)

Fonte: Autor
60

Tabela 5: Comparação entre Modelos - Picos de Pressão (Adutora Bergant Coeficiente


Constante)

Picos 1 2 3 4
Tempo (s) 1.85 3.09 4.33 5.56
Pressão Modelo Wylie (mca) -0.1103 -0.0317 0.0131 0.0369
Pressão Modelo Chaudhry (mca) -0.0891 -0.0081 0.0024 0.0119
Pressão Chaudhry Gás Real (mca) -0.0896 -0.0082 0.0024 0.0119
Fonte: Autor

Os dados fornecidos pelo Fabricante 2 (Figura 38) foram testados, e os resultados


são apresentados nos gráficos das Figuras 39 e 40.

Figura 38: Fabricante 2 com Ventosa de DN=50 mm - Dados de Entrada (Adutora Bergant
Coeficiente Constante)

Fonte: Autor

Com base nos gráficos apresentados nas Figuras 39 e 40, observa-se que os modelos
apresentam excelente equiparação entre eles, conforme pode ser visualizado também na Tabela
6.
61

Figura 39: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant
Coeficiente Constante)

500
475
450
425
400
375
350
325
300
H (m)

275
250
225
200
175
150
125
100
75
50
25
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas - Sem Proteção Envoltórias Mínimas - Sem Proteção Perfil Permanente Envoltórias Máximas - Modelo Wylie
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Gás Real Envoltórias Mínimas - Modelo Wylie
Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor

Figura 40: Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant Coeficiente Constante)

0.75
0.5
0.25
0
-0.25
-0.5
-0.75
-1
-1.25
P (mca)

-1.5
-1.75
-2
-2.25
-2.5
-2.75
-3
-3.25
-3.5
-3.75

0 2.5 5 7.5 10
Tempo (s)
P nó= 3 P nó= 3 - Modelo Chaudhry P nó= 3 - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor
62

Realizou-se uma comparação entre as ventosas fornecidas pelos Fabricantes 1 e 2.


Os dados são apresentadas resumidamente na Tabela 6.

Tabela 6: Dados Fornecidos ou Calculados dos Fabricantes 1 e 2 (Adutora Bergant Coeficiente


Constante)

Fabricante Área do Orifício Coeficiente da Coeficiente de Cadm .AV Cexp .AV


Cinético (mm2 ) Admissão de Ar Expulsão de Ar (mm2 ) (mm2 )
1 794.0 0.36 0.56 285.8 444.6
2 730.0 0.22 0.27 160.6 197.1
Fonte: Autor

De acordo com o gráfico da Figura 41, o Fabricante 1 apresenta em módulo o


primeiro pico de subpressão inferior ao do Fabricante 2. Essa diferença pode ser explicada pela
maior relação Cadm .AV do Fabricante 1 (admite maior quantidade de ar, reduzindo de forma
mais eficiente o efeito da subpressão).

Figura 41: Pressão - Comparação entre Modelos para Diferentes Coeficientes de Descarga
(Adutora Bergant Coeficiente Constante)

0.75
0.5
0.25
0
-0.25
-0.5
-0.75
-1
-1.25
P (mca)

-1.5
-1.75
-2
-2.25
-2.5
-2.75
-3
-3.25
-3.5
-3.75

0 2.5 5 7.5 10
Tempo (s)
P nó= 3 - Modelo Wylie (Cd Fabricante 2) P nó= 3 - Modelo Wylie (Cd Fabricante 1)

Fonte: Autor
63

4.2.2 Projeto Tam

Com base na adutora apresentada na seção 4.1.2, instalou-se uma ventosa para
admissão de ar no ponto localizado a 550 metros da bomba com válvula de retenção. Na Figura
42 são apresentados os dados de entrada do modelo da ventosa.

Figura 42: Fabricante 1 com Ventosa de DN=150 mm - Dados de Entrada (Adutora Tam
Coeficiente Constante)

Fonte: Autor

Nos gráficos das Figuras 43 e 44, o efeito da subpressão foi minimizado na região
de instalação da ventosa, no entanto o ar não expulso, acarretou um aumento da sobrepressão
(12.3 mca).
Também foi realizada a simulação com o modelo de Wylie e Streeter (1978), que
apresentou instabilidade numérica. As diferenças entre os modelos de Wylie e Streeter (1978)
e Chaudhry (2014) devem-se ao tipo de resolução numérica e à aproximação da vazão em cada
passo de tempo. Essa diferença pode se propagar ao longo do transiente e causar divergências
e/ou erros numéricos.
64

Figura 43: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre os Modelos (Adutora Tam
Coeficiente Constante)

47.5
45
42.5
40
37.5
35
32.5
30
27.5
H (m)

25
22.5
20
17.5
15
12.5
10
7.5
5
2.5
0

0 250 500 750 1000 1250 1500


Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas Envoltórias Mínimas Perfil Permanente Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Gás Real Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor

Figura 44: Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Tam Coeficiente Constante)
37.5

35

32.5 Aumento da
sobrepressão
30

27.5

25

22.5

20
P (mca)

17.5

15

12.5

10

7.5

2.5

-2.5
Subpressão
-5

0 10 20 30 40 50 60
Tempo (s)
P nó= 4 - Sem Proteção P nó= 4 - Modelo Chaudhry P nó= 4 - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor
65

4.2.3 Projeto Adutora Hipotética

Esta adutora apresenta uma bomba com capacidade de 0.0160 m3 /s, velocidade de
rotação inicial de 3550 rpm, material da tubulação ferro com diâmetro interno de 159.6 mm,
espessura de 5.2 mm e perfil mostrado na Figura 46.
Executou-se o transiente hidráulico com intervalo de tempo computacional (∆t =
0.00197 segundos) e discretização espacial (∆x = 2.50 metros).
Foram realizadas simulações com a ventosa localizada a 6700 metros da bomba
com válvula de retenção. A ventosa apresenta as características descritas na Figura 45.
Com base na curva fornecida pelo fabricante, o coeficiente de expulsão de ar
cinético e "Non Slam" apresentou valor superior à unidade, sendo este o maior valor possível.
Por isso adotou-se outro valor do coeficiente de expulsão de ar cinético e "Non Slam" (Cexp =
0.99 e CNS = 0.99).

Figura 45: Fabricante 1 (DN=25 mm) - Dados de Entrada da Ventosa com Coeficiente
Constante e Orifício "Non Slam" (Adutora Hipotética Coeficiente Constante)

Fonte: Autor

No gráfico da Figura 46, observa-se que ocorreu uma redução na subpressão na


66

região próxima à ventosa. No entanto, ocorreu um aumento da sobrepressão na região a


montante da ventosa (a uma distância de 3000 metros em relação à bomba até a ventosa),
apresentando também redução da sobrepressão nas demais regiões (exceto na bomba).

Figura 46: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora Hipotética
Coeficiente Constante)

450

425

400

375
H (m)

350

325

300

275

250

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000
Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas - Sem Proteção Envoltórias Mínimas - Sem Proteção Perfil Permanente Envoltórias Máximas - Modelo Wylie
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Gás Real Envoltórias Mínimas - Modelo Wylie
Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor

Os resultados apresentados pelos modelos são bem próximos, mostrando picos de


pressão praticamente coincidentes. Observa-se também que os modelos baseado em Chaudhry
apresentam uma curva mais suave (47.a, 47.b e 48).

Figura 47: Comparação dos Picos de Pressão entre os Modelos de Wylie, Chaudhry e
Chaudhry Gás Real (Adutora Hipotética Coeficiente Constante)
124
147.5 123
122
145
121
120
142.5
119

140 118
117
137.5 116
P (mca)

P (mca)

115
135
114
113
132.5
112

130 111
110
127.5 109
108
125
107
106
122.5
28 28.5 29 29.5 30 30.5 31 31.5 32 65.5 65.75 66 66.25 66.5 66.75
Tempo (s) Tempo (s)
P nó= 12 - SemProteção P nó= 12 - Modelo Wylie P nó= 12 - Modelo Chaudhry Pnó= 12 - Modelo Chaudhry Gás Real P nó= 12 - SemProteção P nó= 12 - Modelo Wylie P nó= 12 - Modelo Chaudhry Pnó= 12 - Modelo Chaudhry Gás Real

a) Primeiro pico de sobrepressão b) Segundo pico de sobrepressão


Fonte: Autor
67

Figura 48: Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Hipotética Coeficiente Constante)

150

140 Primeiro pico de sobrepressão


130

120 Segundo pico de sobrepressão


110

100

90

80
P (mca)

70

60

50

40

30

20

10

0 25 50 75 100
Tempo (s)
P nó= 12 - Sem Proteção P nó= 12 - Modelo Wylie P nó= 12 - Modelo Chaudhry P nó= 12 - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor

4.3 Coeficiente Variável

A discrepância entre a curva gerada pela hipótese de coeficiente de descarga


constante e os dados fornecidos pelos fabricante pode ser contornada utilizando os coeficientes
de admissão e expulsão variáveis com base na curva obtida pelo fabricante.
No entanto, vale ressaltar que de acordo com Miquel et al. (2006) existem
discrepâncias entre as curvas de alguns fabricantes e os dados experimentais, mostrando que
se possível, é desejável uma análise experimental para a determinação dos coeficientes de
admissão e expulsão de ar.
Os gráficos das Figuras 49.a, 49.b, 50.a, 50.b, 50.c, 51.a, 51.b, 52.a e 52.b mostram
o comportamento dos coeficientes de admissão e expulsão de ar para ventosas cinéticas e "Non
Slam" com Diâmetro Nominais de 25, 50, 100 e 150 mm.
O gráfico da Figura 49.a mostra o comportamento do coeficiente de admissão de
ar para a curva do Fabricante 1 com Diâmetro Nominal de 25 mm. O coeficiente reduz-se a
medida que a pressão aproxima-se da pressão atmosférica, reduzindo dessa forma, a média do
coeficiente de admissão. Essa redução também é verificada nas Curvas 50.a, 51.a e 52.a.
Na Figura 49.b, observa-se que o coeficiente "Non Slam" apresenta valor superior
a uma unidade. Assim, adotou-se um valor de 0.99 para o coeficiente. O mesmo ocorre para a
68

ventosa com coeficiente "Non Slam" e Diâmetro Nominal de 50 mm (Figura 50.c).

Figura 49: Coeficiente de Admissão Cinética e Expulsão "Non Slam" de Ar Constante e


Variável - Curva do Fabricante 1 para Diâmetro Nominal de 25 mm
0.8 3

0.7
2.5



0.6

2
0.5

0.4 1.5

0.3
1

0.2

0.5
0.1

0 0
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
-),b -m),b

Coeficiente de Admissão de Ar Variável Coeficiente de Admissão de ar Constante Coeficiente de Expulsão de Ar Variável Coeficiente de Expulsão de ar Constante

a) Coeficiente de admissão b) Coeficiente de expulsão


Fonte: Autor

Figura 50: Coeficiente de Admissão e Expulsão de Ar Constante e Variável - Curva do


Fabricante 1 para Diâmetro Nominal de 50 mm e modelo de Wylie e Streeter (1978)
0.25 1.6



0.6 1.4


0.2
1.2
0.5
1
0.15
0.4
0.8

0.3 0.1
0.6

0.4
0.2 0.05
0.2
0.1
0 0
0 0.001 0.002 0.003 0.004 0.005 0.006 0.007 0.008 0.009 0.01 0 0.5 1 1.5 2 2.5
0
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0
-m),b -m),b
-),b Coeficiente de Expulsão de Ar Variável (Orifício Cinético) Coeficiente de Expulsão de Ar Variável (Orifício Non Slam)

Coeficiente de Admissão de Ar Variável (Orifício Cinético) Coeficiente de Expulsão de Ar Constante (Orifício Cinético) Coeficiente de Expulsão de Ar Constante (Orifício Non Slam)

Coeficiente de Admissão de Ar Constante (Orifício Cinético)

b) Coeficiente de expulsão c) Coeficiente de expulsão


a) Coeficiente de admissão
cinético "Non Slam"
Fonte: Autor
69

Figura 51: Coeficiente de Admissão e Expulsão de Ar Constante e Variável - Curva do


Fabricante 1 para Diâmetro Nominal de 100 mm
0.7 1

0.9
0.6



0.8

0.5 0.7

0.6
0.4
0.5
0.3
0.4

0.2 0.3

0.2
0.1
0.1

0 0
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
-),b -m),b

Coeficiente de Admissão de Ar Variável Coeficiente de Admissão de ar Constante Coeficiente de Expulsão de Ar Variável Coeficiente de Expulsão de ar Constante

a) Coeficiente de admissão b) Coeficiente de expulsão


Fonte: Autor

Figura 52: Coeficiente de Admissão e Expulsão de Ar Constante e Variável - Curva do


Fabricante 1 para Diâmetro Nominal de 150 mm
0.5 0.5

0.45 0.45




0.4 0.4

0.35 0.35

0.3 0.3

0.25 0.25

0.2 0.2

0.15 0.15

0.1 0.1

0.05 0.05

0 0
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
-),b -m),b

Coeficiente de Admissão de Ar Variável Coeficiente de Admissão de ar Constante Coeficiente de Expulsão de Ar Variável Coeficiente de Expulsão de ar Constante

a) Coeficiente de admissão b) Coeficiente de expulsão


Fonte: Autor

4.3.1 Projeto Bergant

A ventosa localiza-se a 404.1 metros da bomba com válvula de retenção. Na Figura


53 são apresentados os dados de entrada da ventosa.
70

Figura 53: Fabricante 1 (DN=50 mm) - Dados de Entrada da Ventosa (Adutora Bergant
Coeficiente Variável)

Fonte: Autor

Nos gráficos das Figuras 54 e 55 alcança-se respostas similares para os três modelos
apresentados neste trabalho.
A pequena diferença obtida entre os modelos de Wylie e Chaudhry pode ser
explicada a partir dos gráficos das Figuras 56, 57, 58, 60 e 61.
Conforme mostrado nos gráficos das Figuras 54 e 55, a ventosa instalada nessa
região reduz a subpressão nela (em módulo a pressão sem mecanismo de proteção era de 22
mca e reduziu para 0.6 mca), além de reduzir as sobrepressões na tubulação.
De acordo com o que pode ser visualizado na Tabela 7, os quatro picos identificados
na Figura 55 apresentam pequena diferença entre as pressões, principalmente entre os modelos
baseados em Chaudhry.
71

Figura 54: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant
Coeficiente Variável)

500
475
450
425
400
375
350
325
300
H (m)

275
250
225
200
175
150
125
100
75
50
25
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas - Sem Proteção Envoltórias Mínimas - Sem Proteção Perfil Permanente Envoltórias Máximas - Modelo Wylie
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Gás Real Envoltórias Mínimas - Modelo Wylie
Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor

Figura 55: Pressão - Comparação entre Modelos (Adutora Bergant Coeficiente Variável)

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2
P (mca)

0.1

2 3 4
0
1
-0.1

-0.2

-0.3

-0.4

-0.5

-0.6

0 2.5 5 7.5 10
Tempo (s)
P nó= 3 - Modelo Wylie P nó= 3 - Modelo Chaudhry Pnó= 3 - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor
72

Tabela 7: Comparação entre Modelos - Picos de Pressão (Adutora Bergant Coeficiente


Variável)

Picos 1 2 3 4
Tempo (s) 1.85 3.09 4.33 5.56
Pressão Modelo Wylie (mca) -0.1103 -0.0317 0.0131 0.0369
Pressão Modelo Chaudhry (mca) -0.0891 -0.0081 0.0024 0.0119
Pressão Chaudhry Gás Real (mca) -0.0896 -0.0082 0.0024 0.0119

Figura 56: Vazão de Ar - Modelo Wylie Figura 57: Vazão de Ar - Modelo Chaudhry
(Adutora Bergant Coeficiente Variável) (Adutora Bergant Coeficiente Variável)

0.07 0.07

0.06 0.06

0.05
Vazão (m³/s)

Vazão (m³/s)

0.05

0.04
0.04
0.03
0.03
0.02
0.02
0.01
0.01
0.00
0.00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (s) Tempo (s)
Nó=3 Vazão de ar (m³/s) Nó=3 Vazão de ar (m³/s)

Fonte: Autor

Figura 58: Coeficiente de Admissão de Ar - Figura 59: Coeficiente de Admissão Ar


Modelo Wylie (Adutora Bergant Coeficiente - Modelo Chaudhry (Adutora Bergant
Variável) Coeficiente Variável)

0.35 0.35
Coeficiente de Admissão

Coeficiente de Admissão

0.30 0.30

0.25 0.25

0.20 0.20

0.15 0.15

0.10 0.10

0.05 0.05

0.00 0.00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (s) Tempo (s)
Nó=3 Coeficiente de Admissão (média=0.234) Nó=3 Coeficiente de Admissão (média=0.233)

Fonte: Autor
73

Figura 60: Coeficiente de Expulsão de Ar - Figura 61: Coeficiente de Expulsão Ar


Modelo Wylie (Adutora Bergant Coeficiente - Modelo Chaudhry (Adutora Bergant
Variável) Coeficiente Variável)
0.000000005

0.000000004 0.125
Coeficiente de Expulsão

Coeficiente de Expulsão
0.000000003
0.100
0.000000002

0.000000001
0.075
0.000000000

-0.000000001
0.050
-0.000000002

-0.000000003 0.025
-0.000000004

-0.000000005 0.000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (s) Tempo (s)
Nó=3 Coeficiente de Expulsão (média=) Nó=3 Coeficiente de Expulsão (média=0.069)

Fonte: Autor

4.3.2 Projeto Tam

Com base na adutora apresentada na seção 4.1.2, instalou-se uma ventosa para
admissão de ar no ponto localizado a 550 metros da bomba com válvula de retenção. Na Figura
63 apresenta-se os dados de entrada do modelo da ventosa para coeficiente variável.
Nesse exemplo, o modelo de Wylie e Streeter (1978) apresentou instabilidade
numérica, por isso testou-se os modelos baseados em Chaudhry (2014).
O Diâmetro Nominal da Ventosa foi escolhido com base na curva de seleção (Figura
62). A curva com Diâmetro Nominal de 150 mm foi escolhida. Esta curva é a mais próxima
do ponto vazão permanente e subpressão mínima (calculado no transiente sem dispositivo de
proteção).

Figura 62: Curva para Seleção da Ventosa


Subpressão ou Sobrepressão (mca)

0.1

0.01 0.02 0.1 0.2 1 2 3


Vazão (m³/s)

Ponto de Operação 25 mm 50 mm 75 mm 100 mm 150 mm


200 mm

Fonte: Adaptado de Valloy


74

Figura 63: Fabricante 1 (DN=150 mm) - Dados de Entrada da Ventosa (Adutora Tam
Coeficiente Variável)

Fonte: Autor

De acordo com o gráfico da Figura 64, a ventosa reduziu o efeito da subpressão (em
módulo de 5 mca para 0 mca de pressão relativa) na região próxima à ventosa. No entanto o ar
não expulso resultou em um aumento da sobrepressão.
75

Figura 64: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora Tam
Coeficiente Variável)

47.5
45
42.5
40
37.5
35
32.5
30
27.5
H (m)

25
22.5
20
17.5
15
12.5
10
7.5
5
2.5
0
0 250 500 750 1000 1250 1500
Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas - Sem Proteção Envoltórias Mínimas - Sem Proteção Perfil Permanente
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Gás Real Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry
Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor

No gráfico da Figura 65, ocorreu a redução da subpressão de 5 mca em módulo


para um valor próximo da pressão atmosférica local. No entanto, ocorreu um aumento da
sobrepressão de 12 mca no primeiro pico de máxima pressão em relação ao perfil sem ventosa.
76

Figura 65: Pressões - Comparação entre Modelos (Adutora Tam Coeficiente Variável)
37.5

35

32.5

30

27.5

25

22.5

20
P (mca)

17.5

15

12.5

10

7.5

2.5

-2.5

-5

0 10 20 30 40 50 60
Tempo (s)
P nó= 4 - Sem Proteção P nó= 4 - Modelo Chaudhry P nó= 4 - Modelo Chaudhry Gás Real

Fonte: Autor

A ventosa admite grande quantidade de ar no intervalo de tempo, com vazão de


admissão de ar crescente, em média, até o valor máximo de 0.139 m3 /s no intervalo de 1 até 11
segundos (Figuras 66 e 67).

Figura 66: Vazão de Ar - Modelo Chaudhry Figura 67: Vazão de Ar - Modelo Chaudhry
(Adutora Tam Coeficiente Variável) Gás Real (Adutora Tam Coeficiente Variável)

0.125 0.125

0.100 0.100
Vazão (m³/s)

Vazão (m³/s)

0.075 0.075

0.050 0.050

0.025 0.025

0.000 0.000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Tempo (s) Tempo (s)
Nó=4 Vazão de ar (m³/s) Nó=4 Vazão de ar (m³/s)

Fonte: Autor
77

4.3.3 Projeto Adutora Hipotética

Foram realizadas simulações com a ventosa localizada a 6700 metros da bomba


com válvula de retenção. A ventosa apresenta as características descritas na Figura 68.

Figura 68: Fabricante 1 com Ventosa de DN=25 mm - Dados de Entrada (Adutora Hipotética
Coeficiente Variável)

Fonte: Autor

No gráfico da Figura 69, observa-se uma redução na subpressão na região próxima


à ventosa conforme apresentado na simulação para coeficiente constante (seção 4.2.3).
Nessa simulação, a ventosa com orifício "Non Slam" amortece os picos de pressão
em relação à ventosa com orifício cinético (diferença de 4 mca para o primeiro pico de máxima
pressão), conforme pode ser visualizado nos gráficos das Figuras 70, 71.a e 71.b.
78

Figura 69: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Modelos (Adutora Hipotética
Coeficiente Variável)

450

425

400

375
H (m)

350

325

300

275

250

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000
Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas - Sem Proteção Envoltórias Mínimas - Sem Proteção Perfil Permanente
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Orifício Cinético Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Orifício Non Slam
Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Orifício Cinético Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Non Slam

Fonte: Autor

Figura 70: Pressões - Comparação entre Modelos (Adutora Hipotética Coeficiente Variável)

150

140 Primeiro pico de sobrepressão


130

120
Segundo pico de sobrepressão
110

100

90

80
P (mca)

70

60

50

40

30

20

10

0 25 50 75 100
Tempo (s)
P nó= 12 - Sem Proteção P nó= 12 - Modelo Chaudhry Orifício Cinético P nó= 12 - Modelo Chaudhry Orifício Non Slam

Fonte: Autor
79

Figura 71: Comparação dos Picos de Pressão do Orifício Cinético com Non Slam (Adutora
Hipotética Coeficiente Variável)

a) Primeiro pico de máxima pressão b) Segundo pico de máxima pressão


Fonte: Autor

4.4 Comparação entre o Catálogo do Fabricante e Curva Obtida a partir de Ensaios


Experimentais para Admissão e Expulsão de Ar

Os dados de entrada das ventosas obtidas a partir do catálogo do fabricante e dados


experimentais são representados pelas Figuras 72 e 73 respectivamente.

Figura 72: Dados de Entrada do Figura 73: Dados de Entrada


Catálogo do Fabricante Experimental

Fonte: Dados obtidos da Tese de Miquel (2001)


80

De acordo com a Tabela 8, observa-se que a curva fornecida pelo catálogo do


fabricante apresenta a relação Cexp .AV superior ao obtido através de ensaios experimentais.

Tabela 8: Dados Experimentais x Catálogo do Fabricante

Área do Orifício Cadm Cexp Cadm .AV (mm2 ) Cexp .AV (mm2 )
(mm2 )
Catálogo 730 0.87 0.91 635.1 664.3
Experimental 730 0.22 0.27 160.6 197.1
Fonte: Autor

A curva apresentada pelo catálogo apresenta vazões de admissão e expulsão


superiores ao obtido a partir de ensaios experimentais, conforme pode ser visualizado no gráfico
da Figura 74.

Figura 74: Diferencial de Pressão - Catálogo x Dados Experimentais


0.5

0.4


0.3

0.2

0.1

0
-600 -400 -200 0 200 400 600 800
-0.1

-0.2

-0.3

-0.4

-0.5

Δp - Experimental (bar) Δp - Catálogo (bar)

Fonte: Dados Obtidos da Tese de Miquel (2001)

A partir do catálogo do fabricante obteve-se melhor redução da subpressão no ponto


de instalação da ventosa (gráfico da Figura 75). Isso deve-se ao fato da vazão de admissão ser
superior ao obtido através de ensaios experimentais.
81

Figura 75: Pressão - Catálogo x Dados Experimentais

Fonte: Autor

4.5 Comparação entre o Modelo de Coeficiente Constante e Variável

Esta seção faz uma comparação entre os modelos de coeficiente constante e variável,
para o projeto "Bergant".
Na primeira simulação compara-se a ventosa cinética com as duas metodologias
(coeficiente constante e coeficiente variável), cujo os dados estão descritos na Figura 76.
Na segunda simulação compara-se a ventosa de coeficiente constante e "Non Slam"
com a metodologia do coeficiente variável, e os dados de entrada da ventosa são apresentados
na Figura 79.
82

Figura 76: Fabricante 1 com Ventosa de DN=50 mm - Dados de Entrada

Fonte: Autor

Figura 77: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Coeficiente Constante e


Variável

500
475
450
425
400
375
350
325
300
H (m)

275
250
225
200
175
150
125
100
75
50
25
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas - Sem Proteção Envoltórias Mínimas - Sem Proteção Perfil Permanente
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Coeficiente Constante Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Coeficiente Variável
Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Coeficiente Constante Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Coeficiente Variável

Fonte: Autor
83

Figura 78: Pressões - Comparação entre Coeficiente Constante e Variável

0.75

0.5

0.25

-0.25

-0.5
P (mca)

-0.75

-1

-1.25

-1.5

-1.75

-2

-2.25

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (s)
P nó= 3 - Modelo Chaudhry Coeficiente Constante P nó= 3 - Modelo Chaudhry Coeficiente Variável

Fonte: Autor

O valor médio do coeficiente de admissão (0.30) no intervalo de tempo de 0.32 a 1.7


segundos é inferior à média adotada pela metodologia do coeficiente constante (0.36). Dessa
forma, espera-se que a redução da pressão em módulo (no primeiro pico de pressão negativa)
seja maior para o coeficiente constante conforme pode ser visto nos gráficos das Figuras 77 e
78.
84

Figura 79: Fabricante 1 com Ventosa Non Slam de DN=50 mm - Dados de Entrada

Fonte: Autor

Conforme apresentado nos gráficos das Figuras 80 e 81, o modelo de coeficiente


variável atenuou de modo mais eficiente o primeiro pico de subpressão, do que o modelo de
coeficiente constante (a diferença entre os picos de mínima é de 0.6 mca em módulo). Esse
comportamento deve-se ao fato de que a região entre os tempos 0.8 e 1.5 segundos apresenta
um coeficiente médio de 0.34, sendo portanto superior à média calculada em todo o tempo do
transiente (0.23).
Para as mesmas condições de temperatura e pressão e área do orifício, um
coeficiente de admissão mais alto aumenta a vazão de admissão, e por consequência a pressão
(no primeiro pico de subpressão) tende a aumentar em direção a pressão atmosférica local.
85

Figura 80: Envoltórias Máximas e Mínimas - Comparação entre Coeficiente Constante e


Variável

500
475
450
425
400
375
350
325
300
H (m)

275
250
225
200
175
150
125
100
75
50
25
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Distância (m)
Perfil do Terreno Envoltórias Máximas - Sem Proteção Envoltórias Mínimas - Sem Proteção Perfil Permanente
Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Coeficiente Constante Non Slam Envoltórias Máximas - Modelo Chaudhry Coeficiente Variável Non Slam
Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Coeficiente Constante Non Slam Envoltórias Mínimas - Modelo Chaudhry Coeficiente Variável Non Slam

Fonte: Autor

Figura 81: Pressões - Comparação entre Coeficiente Constante e Variável

0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.1
P (mca)

-0.2
-0.3
-0.4
-0.5
-0.6
-0.7
-0.8
-0.9
0.6 mca
-1
-1.1
-1.2
Primeiro pico de subpressão coeficiente constante
0 2.5 5 7.5 10
Tempo (s)
P nó= 3 - Modelo Chaudhry Coeficiente Constante Non Slam P nó= 3 - Modelo Chaudhry Coeficiente Variável Non Slam

Fonte: Autor
86

No gráfico da Figura 82, observa-se que o primeiro pico de subpressão da curva para
coeficiente de admissão (0.34) aproxima-se da curva para coeficiente variável (com diferença
menor do que de 0.1 mca). Essa proximidade ocorre pois adotou-se o valor da média do
coeficiente variável para a simulação no intervalo de tempo (0.8 até 1.5 segundos).
No mesmo gráfico, observa-se que maiores coeficientes de admissão de ar resultam
em melhor redução na subpressão (Tabela 9).

Tabela 9: Comparação entre os Coeficientes de Admissão Constante e Variável

Pico de Pressão Diferença Absoluta de Pressão Mínima


Coeficiente de Admissão Mínima (mca) em Relação à Metodologia Variável (mca)
0.23 -1.23 0.60
0.28 -0.93 0.31
0.34 -0.68 0.06
variável -0.63 0.00
Fonte: Autor

Figura 82: Pressões - Comparação entre Diversos Coeficientes de Admissão Constante e


Variável

Efeito do Coeficiente de Admissão de Ar


0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.1
P (mca)

-0.2
-0.3
-0.4
-0.5
-0.6
-0.7
-0.8
-0.9 Cadm
-1
-1.1
-1.2

0 2.5 5 7.5 10
Tempo (s)
P nó= 3 - Coeficiente de Admissão Constante (0.23) P nó= 3 - Coeficiente de Admissão Constante (0.28)
P nó= 3 - Coeficiente de Admissão Constante (0.34) P nó= 3 - Coeficiente de Admissão Variável

Fonte: Autor
87

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

As diferenças entre os modelos de Wylie e Streeter (1978) e os baseados em


Chaudhry (2014) não foram significativas. Este comportamento já era esperado, pois as
hipóteses iniciais das equações são as mesmas, exceto pela aproximação da vazão e a hipótese
de gases reais (no modelo baseado na equação de Van der Waals).
O modelo para gases reais baseado na equação de Van der Waals apresenta
praticamente o mesmo comportamento que os outros dois modelos. Verificou-se que na
admissão e expulsão, a ventosa funciona a pressões próximas à atmosférica. Sendo assim,
o modelo de gases perfeitos é uma boa aproximação do fenômeno, e em baixas pressões, a
equação de Van der Waals tende à equação dos gases perfeitos.
As ventosas com dispositivo "Non Slam" expulsam ar de forma suave, minimizando
os efeitos decorrentes da junção das colunas líquidas, reduzindo os picos de sobrepressão em
relação às ventosas do tipo cinética. Dessa maneira, recomenda-se o uso do dispositivo "Non
Slam" para reduzir os problemas gerados pela sobrepressão.
Um coeficiente de admissão de ar maior pode gerar melhor proteção contra os
efeitos decorrentes da subpressão. No entanto, caso o ar não seja retirado da tubulação, pode
ocorrer a formação de picos de pressão superiores ao caso sem dispositivo de proteção.
Neste trabalho utilizou-se duas abordagens para o cálculo dos coeficientes de
admissão e expulsão de ar: coeficiente constante e variável.
Na metodologia do coeficiente constante, calculou-se a média do coeficiente a
partir das curvas fornecidas pelos fabricantes. Na metodologia do coeficiente variável, o
coeficiente pode variar ao longo do transiente, dependendo das características das ventosas e
curva disponibilizada pelo fabricante.
As diferenças entre as duas metodologias (coeficiente constante e variável) podem
ser significativas quando o coeficiente de descarga varia de forma ampla, principalmente na
região com pressões próximas à atmosférica. Assim, recomenda-se a abordagem variável para
os cálculos das vazões de admissão e expulsão de ar.
A metodologia empregada neste trabalho é de fundamental importância na
modelagem das ventosas de tríplice função, pois devido à falta de informações precisas sobre
o comportamento dinâmico das ventosas, as curvas dos fabricante fornecem informações
adicionais que podem auxilar o projetista a dimensionar de forma mais precisa o comportamento
transiente.
Este trabalho vem ajudar a preencher a lacuna que existe na pesquisa de modelos
matemáticos sobre ventosas de tríplice função devido à falta de informações experimentais.
88

REFERÊNCIAS

ALBEROLA, M. C. Estudio de la influencia de las ventosas en transitorios hidráulicos con


aire atrapado. 324 p. Tese (Doutorado), 2007.

ANDERSON, A. Menabrea’s Note on Waterhammer: 1858. Journal of the Hydraulics


Division, v. 102, p. 29–39, 1976.

AWWA. Air-Release, Air/Vacuum, and Combination Air Valves. 1. ed. Denver, United
States of America: American Water Works Association, 2001. 1–38 p. ISBN 1-58321-152-7.

BALACCO, G.; APOLLONIO, C.; PICCINNI, A. F. Experimental analysis of air


valve behaviour during hydraulic transients. Journal of Applied Water Engineering
and Research, v. 3, n. 1, p. 3–11, 2015. ISSN 2324-9676. Disponível em: <http:
//www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/23249676.2015.1032374>.

BERGANT, A.; KRUISBRINK, A.; ARREGUI, F. Dynamic Behaviour of Air Valves in a


Large-Scale Pipeline Apparatus. Journal of Mechanical Engineering, v. 58, n. 4, p. 225–237,
2012. ISSN 00392480. Disponível em: <<GotoISI>://000303304300002>.

BERGANT, A.; SIMPSON, A.; TIJSSELING, A. Water hammer with column separation: A
historical review. Journal of Fluids and Structures, v. 22, n. 2, p. 135–171, 2006. ISSN
08899746. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0889974605001520>.

BERGANT, B. A.; SIMPSON, A. R.; SIJAMHODZIC, E. Water Hammer Analysis of


Pumping Systems for Control of Water in Underground Mines. n. September 1991, 2012.

BRIBIESCA, J. L. A Finite Difference Method to Evaluate Water Hammer Phenomena.


Journal of Hydrology, v. 51, n. 1, p. 305–311, 1981. ISSN 00221694.

CARLOS, M. et al. Understanding Air Release through Air Valves. Journal of Hydraulic
Engineering, v. 137, n. April, p. 461–469, 2011. ISSN 0733-9429.

CHAIKO, M. A. et al. Models for analysis of water hammer in piping with entrapped air.
Journal of Fluids Engineering, v. 124, n. March 2002, p. 194–204, 2001. ISSN 00982202.

CHAUDHRY, M. H. Applied Hydraulic Transients. New York: Van Nostrand Reinhold Ltd.,
1979. 487 p. ISBN 0-442-21517-7.

CHAUDHRY, M. H. Applied Hydraulic Transients. Third. Columbia, SC, USA: Van


Nostrand Reinhold Ltd., 2014. 487 p. ISBN 9781461485377.

CSA. CSA - Water air valves. 2015. 1–36 p. Disponível em: <http://www.alma-valves.ie/
wp-content/uploads/2.-CSA-Water-air-valves1.pdf>.

David Stephenson. Effects of air valves and pipework on water hammer pressures. Journal of
Transportation Engineering, n. April, p. 101–106, 1997.

GHIDAOUI, M. S. et al. A Review of Water Hammer Theory and Practice. Applied


Mechanics Reviews, v. 58, n. 1, p. 49–76, 2005. ISSN 00036900. Disponível em: <http:
//appliedmechanicsreviews.asmedigitalcollection.asme.org/article.aspx?articleid=1398213>.
89

IGLESIAS-REY, P. et al. Comparative Study of Intake and Exhaust Air Flows of Different
Commercial Air Valves. Procedia Engineering, Elsevier B.V., v. 89, p. 1412–1419,
2014. ISSN 18777058. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S187770581402582X>.

IGLESIAS-REY, P. L. et al. ESTUDIO COMPARATIVO DE LA CAPACIDAD DE


ADMISIÓN Y EXPULSIÓN DEL FLUJO DE AIRE DE DIFERENTES VÁLVULAS DE
AIRE COMERCIALES. XIII SIMPÓSIO IBEROAMERICANO DE REDES DE ÁGUA,
ESGOTO E DRENAGEM, 2014.

Jianyong Hu; Jian Zhang; SUO, L.; ZHENG, Y. Study on Mathematic Model of Air Valve
Based on Real Gas Characteristics. ASME, v. 4, p. 103–107, 2007.

Jonh Parmakian. Water Hammer Analysis. 1. ed. New York: Dover, 1955. 161 p.

JÚNIOR, F. P. Dissertação, Modelagem computacional de ventosas de duplo efeito como


mecanismo de alívio do golpe de aríete. Fortaleza - Ce: [s.n.], 2007. 152 p.

LAUCHLAN, C. S. Air in pipelines : a literature review. [S.l.]: Wallingford : HR


Wallingford, 2005. 84 p.

LESSA, R. C. Transientes Hidráulicos em Sistemas Complexos de Adução de Água. 117 p.


Tese (Doutorado), 1984.

LINGIREDDY, S.; WOOD, D. J.; ZLOCZOWER, N. Pressure surges in pipeline systems


resulting from air releases. AWWA, v. 96, n. 7, p. 88–94, 2004.

MIQUEL, V. S. F. Transitorios Hidraulicos Con Aire Atrapado. Tese (Doutorado) —


Politecnica de Valencia, 2001.

MIQUEL, V. S. F. et al. Problemática Generada por la Utilización de Ventosas mal


Seleccionadas a Causa de las Discrepancias Existentes en las Curvas Características que
Modelan su Comportamiento. VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de
Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), n. 11, p. 1–7, 2006.

SIBETHEROS, B. I. A.; HOLLEY, E. R.; BRANSKI, J. M. Spline interpolations for water


hammer analysis. v. 117, n. 26254, p. 1332–1351, 1991.

SIMPSON, D. L. A numerical method of characteristics for solving hyperbolic partial


differential equations. 63 p. Tese (Doutorado) — Iowa State University, 1967.

SMITH, J.; NESS, H. V.; ABBOTT, M. M. Introduction to Chemical Engineering


Thermodynamics. 7. ed. [S.l.]: McGraw-Hill Education, 2005. 817 p.

TAM, N. D. Fluid Transients in Complex Systems with Air Entrainment. 161 p. Tese
(Doutorado), 2009.

THORLEY, A. A Survey of Investigations into Pressure Surge Phenomena. London, UK:


City University, 1976.

THORLEY, A. R. D. Fluid Transients in Pipeline Systems. 2. ed. London, UK: [s.n.], 2004.
273 p. ISBN 1 86058 405 5.
90

VALLOY. Capacidade de descarga ou admissão de ar das ventosas. 2015. 1–1 p. Disponível


em: <http://www.valloy.com.br/PDF/graficoventosaagua.pdf>.

VALMATIC. AIR VALVES - PROVIDING SYSTEM EFFICIENCY AND


PROTECTION. 2015. Disponível em: <http://www.valmatic.com/brochures/Air{\\_}1500.>

WYLIE, E. B.; STREETER, V. L. Fluid Transients. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. 206 p.
91

A TRANSIENTE HIDRÁULICO

A.1 Equação do Momento

Para a dedução da Equação do Momento, considera-se inicialmente a segunda lei


de Newton (110):

d(mV)
ΣF = (110)
dt

Onde:
m = massa [M];
V = vetor velocidade [LT −1 ];
t = tempo [T].
Considerando o volume de controle mostrado na Figura 83, onde a velocidade na
direção x (na direção do escoamento) será representada por “Vx ”, a Equação (111) pode ser
reescrita como segue:

d(mVx )
ΣF = (111)
dt

Figura 83: Volume de Controle

F3
F1
H+(∂H/∂X)dX

H
Z+(∂Z/∂X)dX

F2
Z ∆X
W=∆m.g
Referência θ
wx
Fonte: Autor

A consideração para que ∆x se mantenha constante em relação ao tempo é válida


para o caso do volume de controle fixo na direção do escoamento. A área “A” e a massa
específica “ρ” são consideradas constantes em relação ao tempo. Por isso, o diferencial de
massa no volume de controle pode ser mantido fixo.
Logo, desenvolvendo o lado direito da Equação (110), e considerando a massa
constante em relação ao tempo, para o volume de controle considerado na Figura 83, obtém-se
a equação (112).

d(Vx )
ΣF = (ρA∆x) (112)
dt
92

No volume de controle da Figura 83, as forças são as seguintes:



 F1 = γ(H − Z)A força de pressão (113a)
    
∂H ∂Z


 F2 = γA H + ∂ x ∆x − Z + ∂ x ∆x A força de pressão (113b)


γ fV 2
 


 F3 = πD∆x = τ πD∆x força de tensão (113c)



 8g

Wx = (γ.A.∆x)sen(θ)

força peso na direção x (113d)

Substituindo as Equações (113a), (113b), (113c) e (113d) no somatório das forças da Equação
(112), considerando V = Vx e organizando, obtém-se a Equação (114):

γ fV 2 πD
   
1 dV ∂H ∂Z
=− − + sen(θ) − (114)
g dt ∂x ∂x 8g A

Considerando a inclinação próxima de zero, sen(θ) ≈ 0 e ∂ Z/∂ x ≈ 0, e desenvolvendo o lado


esquerdo da equação (114) obtém-se:

∂ H γ fV 2 πD
 
1 ∂V ∂V
+V =− − (115)
g ∂t ∂x ∂x 8g A

Para um tubo circular a Equação (115) pode ser simplificada para:

∂ H fV 2
 
∂V ∂V
+V +g + =0 (116)
∂t ∂x ∂x 2D

A vazão e a velocidade relacionam-se pela equação V = Q/A. O termo V ∂V /∂ x da Equação


(116) é desprezível em relação aos demais e considera-se a área constante ao longo do tempo.
E por fim, fazendo V 2 = V.|V | para inserir o efeito do fluxo reverso, obtém-se:

∂Q ∂ H f Q|Q|
+ gA + =0 (117)
∂t ∂x 2DA

A Equação (117) é válida para condutos circulares, considerando a inclinação do


conduto insignificante.
Na equação do momento, considera-se que a área e a massa específica não variam
com o tempo, já na equação da continuidade, descrita na próxima seção, essas variações não
são desprezadas.

A.2 Equação da Continuidade

Para o desenvolvimento da equação da continuidade, considera-se que não ocorre


reação química (o termo de geração e consumo são nulos) e a variação de massa no sistema é
93

nula.

Figura 84: Volume de Controle


y

ṁ ∂ ṁ
ṁ + ∂x
∆x
x
∆x
Fonte: Autor

Considerando o volume de controle mostrado na Figura 84:

AC = E − S + GC (118)

Onde:
AC = acúmulo de massa no volume de controle considerado;
E = entrada de massa no volume de controle;
S = saída de massa no volume de controle;
GC = termo para geração e consumo de massa devido a reações químicas.

Analisando a mistura, pode-se equacionar a equação da continuidade, considerando


o escoamento na direção x e a não ocorrência de reação química (o termo GC torna-se nulo).

AC = E − S (119)

Onde:
AC = ∂ (ρA∆x)
∂t ;
E = ρVA;
S = (ρVA) + ∂ (ρVA)
∂ x ∆x.

Desenvolvendo a Equação (119), e considerando que a variação da distância x não


é modificada com o decorrer do tempo, é o mesmo que considerar que o volume de controle
é fixo na direção do escoamento. Porém, deve ser concebido que a área é variável na seção
transversal do tubo. Assim, divide-se por ∆x na equação (119).

∂ (ρA) ∂ (ρVA)
=− (120)
∂t ∂x

Desenvolvendo os lados esquerdo e direito da Equação (120), agrupando os termos


94

e organizando:
   
∂A ∂A ∂ρ ∂ρ ∂V
ρ + ρV + A +VA + ρA =0 (121)
∂t ∂x ∂t ∂x ∂x

Considerando Q = V.A, e substituindo no último termo do lado esquerdo da Equação


(121) e fazendo a área constante em função da distância no intervalo infinitesimal ∆x, então:
   
∂A ∂A ∂ρ ∂ρ ∂Q
ρ +V +A +V +ρ =0 (122)
∂t ∂x ∂t ∂x ∂x

Dividindo a equação (122) por ρA obtém-se Equação (123):


   
1 ∂A ∂A 1 ∂ρ ∂ρ 1 ∂Q
+V + +V + =0 (123)
A ∂t ∂x ρ ∂t ∂x A ∂x

As derivadas ordinárias da área e da massa específica em relação ao tempo são


representadas pelas Equações (124) e (125).

dA ∂ A ∂A
= +V (124)
dt ∂t ∂x

dρ ∂ ρ ∂ρ
= +V (125)
dt ∂t ∂x
Substituindo as Equações (124) e (125) na Equação (123), obtém-se:

1 dA 1 dρ 1 ∂ Q
+ + =0 (126)
A dt ρ dt A ∂ x

O módulo de elasticidade do fluido é definido por:

dP
K= dρ
(127)
ρ

A Equação (127) para o módulo de elasticidade do fluido pode ser reescrita da


seguinte forma:

dρ ρ dP
= (128)
dt K dt

Substituindo a Equação (128) na Equação da continuidade (126).

1 dA 1 dP 1 ∂ Q
+ + =0 (129)
A dt K dt A ∂x

Na Equação da continuidade (129), a área varia com o tempo, pois no escoamento


95

transitório, a área da seção transversal pode ser afetada pelo aumento ou diminuição da pressão.
A área pode ser relacionada com a sua deformação.
A variação do raio "R" da tubulação pode ser relacionada com a deformação "":

dR = Rd (130)

Substituindo a equação da deformação (130) na equação para o diferencial de área do conduto


circular (dA = 2πRdR) a variação da área é a seguinte:

dA = (2πR2 )d (131)

Rearranjando a Equação (131) e derivando em relação a t, obtém-se:

1 dA d
=2 (132)
A dt dt

Substituindo na Equação da continuidade (129).

d 1 dP ∂ Q
2 + + =0 (133)
dt K dt ∂x

A deformação pode ser relacionada pela Equação (134).

PD σR
= c1 = c1 (134)
2eE E

Onde:
 = deformação;
e = espessura do tubo;
E = módulo de elasticidade do material;
σR = tensão na direção radial;
c1 = variável que relaciona as condições de ancoragem da tubulação.
Derivando a Equação (134) em relação ao tempo:
 
d P dD D dP
E = + c1 (135)
dt 2e dt 2e dt

Desenvolvendo a Equação (132) para o diâmetro "D":

d 1 dD
= (136)
dt D dt
96

Substituindo a derivada da Equação (136) na (135) e dividindo por D.c1 , obtém-se:

DC
1 dP
d
2 = e PDdt
(137)
dt E − 2e c1

Dividindo a Equação por (Dc1 )/e:

dP
d dt
2 = eE
(138)
dt Dc1 − P2

Substituindo a Equação (138) na equação da continuidade: (133):


 −1
eE P dP 1 dP 1 ∂ Q
− + + =0 (139)
Dc1 2 dt K dt A ∂x

Considerando que P/2  (eE)/(Dc1 ), e organizando a Equação (139):


 
1 DK dP 1 ∂ Q
c1 + 1 + =0 (140)
K eE dt A ∂x

A celeridade é definida como:

K/ρ
a2 = (141)
1 + DK
eE c1

Substituindo a equação (141) na (140), temos o seguinte:

1 dP 1 ∂ Q
+ =0 (142)
ρa2 dt A ∂x

A derivada total da pressão P em relação ao tempo t é:

dP ∂ P ∂P
= +V (143)
dt ∂t ∂x

Substituindo a derivada da Equação (143) na (142):


 
1 ∂P ∂P 1 ∂Q
+V + =0 (144)
ρa2 ∂t ∂x A ∂x

Segundo Chaudhry (2014), o termo V ∂ P/∂ x da Equação (144) pode ser desprezado
em relação aos demais, portanto:

1 ∂P 1 ∂Q
+ =0 (145)
ρa2 ∂t A ∂x
97

A pressão é expressa pela equação:

P = ρg.(H − Z) (146)

A cota Z não varia em função do tempo ( ∂∂tZ = 0). Isso equivale ao fato de
desconsiderar a oscilação do tubo na direção transversal ao escoamento (que acarreta na
mudança da cota).
E considerando a massa específica constante em relação ao tempo. A derivada da
pressão em relação ao tempo é relacionada pela seguinte equação:

∂P ∂H
= ρg (147)
∂t ∂t

Substituindo a derivada da Equação (147) na (145) e organizando, obtém-se a


Equação da continuidade (148):

∂ H a2 ∂ Q
+ =0 (148)
∂t gA ∂ x

A.3 Método das Características (MOC)

A equação da quantidade de movimento é representada por (149) e a Equação da


continuidade por (150).

∂Q ∂ H f Q|Q|
L1 = + gA + =0 (149)
∂t ∂x 2DA

∂ H a2 ∂ Q
L2 = + =0 (150)
∂t gA ∂ x

Para resolver as equações diferencias parciais, aplica-se o método das


características. Esse método transforma as equações diferencias parciais em um conjunto de
equações diferenciais ordinárias por meio da transformação linear L = L1 +(λgA)L2 . Aplicando
essa transformação linear:

∂ H a2 ∂ Q
   
∂Q ∂ H f Q|Q|
L= + gA + + λgA + (151)
∂t ∂x 2DA ∂t gA ∂ x

Rearranjando os termos da Equação (151):


   
∂Q 2∂Q ∂H 1 ∂H f Q|Q|
+ λa + λgA + + =0 (152)
∂t ∂x ∂t λ ∂x 2DA

O diferencial total da vazão (Q) e da carga piezométrica (H) em relação ao tempo


98

são relacionados por:

dQ ∂ Q ∂ Q dx ∂ Q ∂Q
= + = + λa2 (153)
dt ∂t ∂ x dt ∂t ∂x

dH ∂ H ∂ H dx ∂ H 1 ∂ H
= + = + (154)
dt ∂t ∂ x dt ∂t λ ∂x
Para que as Equações (153) e (154) sejam satisfeitas, as seguintes relações devem ser atendidas:

dx 1
= = λa2 (155)
dt λ

1
λ=± (156)
a
dx
= ±a (157)
dt
Substituindo as Equações (153), (154), (156) e (157) na Equação (152), temos as
equações:

dQ gA dH f Q|Q|
+ + =0 (158)
dt a dt 2DA

dx
= +a (159)
dt
dQ gA dH f Q|Q|
− + =0 (160)
dt a dt 2DA
dx
= −a (161)
dt
Fazendo a aproximação dx/dt ≈ ∆x/∆t e integrando as equações (158), (159),
(160) e (161), obtém-se as equações características positivas (162a), (162b) e negativas (163a)
e (163b).

(
QP = CP −Ca .HP (162a)
CP = QA +Ca .HA − R.QA |QA | (162b)

(
QP = CN +Ca .HP (163a)
CN = QB −Ca .HB − R.QB |QB | (163b)
Com os parâmetros descritos por:

gA
Ca = (164)
a
99

f ∆t
R= (165)
2DA
Na Figura 85, a equação característica positiva é representa por C+ (linha azul) e a
equação característica negativa é representada por C- (Linha vermelha).

Figura 85: Linhas Características

tk+1 P

∆t C+ C-

tk
A B

Xj-1 ∆X Xj ∆X Xj+1

Fonte: Autor

As equações características devem atender o critério de estabilidade e convergência,


que é chamado de condição de estabilidade de Courant, Equação (166).

∆t 1
≤ (166)
∆x a

B CONDIÇÕES DE CONTORNO

B.1 Junção

Uma junção pode ser verificada quando dois condutos interligados tem diferentes
diâmetros e/ou espessura e/ou tipo de material e/ou fator de fricção.
Se a perda de carga na junção for desprezível, então a carga no trecho n+1 do tubo
i é a mesma do trecho 1 do tubo i+1, e as equações para carga e vazão podem ser escritas como
por (167),(168) e (169):

HPi,n+1 = HPi+1,1 (167)

QPi,n+1 = CPi −Cai HPi,n+1 (168)

QPi+1,1 = CNi+1 +Cai+1 HPi+1,1 (169)


100

Figura 86: Junção

Conduto i C+ C-
Conduto i+1

i,n+1 i+1,1
Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

Para cada passo de tempo, pode-se aplicar a equação da continuidade (170):

QPi,n+1 = QPi+1,1 (170)

De acordo com a equação da continuidade (170) e as equações (167),(168) e (169),


obtém-se a Equação da junção em cada passo de tempo (171):

CPi −CNi+1
HPi,n+1 = (171)
Cai +Cai+1

B.2 Reservatório a Montante (Carga Constante)

Para este caso, assume-se que o nível de água permanece constante durante a
condição do estado transiente (Figura 87). Essa suposição é válida para o caso de grandes
reservatórios e/ou um curto intervalo de tempo.

Figura 87: Reservatório a Montante

he =
___
kQ2
2gA2

___
Q2 Linha de energia
2gA2
Linha piezométrica
Hres
Conduto i

Referência

Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

A Equação (172) considera a perda de carga na entrada do fluido no conduto.

kQPi,1 2
he = (172)
2gA2i
101

A carga no reservatório é descrita pela Equação (173), para cada passo de tempo.

P QPi,1 2
Hres = +Z + + he (173)
γ 2gA2i

Substituindo a perda localizada (172) na Equação (173):

QPi,1 2
HPi,1 = Hres − (1 + k) (174)
2gA2i

QPi,1 = Cni +Cai HPi,1 (175)

Substituindo a equação característica negativa (175) na equação (174):


 
1
q
QPi,1 = −1 + 1 + 4k1 (Cni +Cai Hres ) (176)
2K1

Onde:
k1 = [(1 + k)Cai ]/(2gA2i )
Caso a perda na entrada do reservatório e a carga cinética sejam desprezadas, obtém-
se as equações (177) e (178):

HPi,1 = Hres (177)

QPi,1 = Cni +Cai Hres (178)

B.3 Reservatório a Jusante (Carga Constante)

A condição para o reservatório a jusante é mostrada na Figura 88. Considerando o


nível do reservatório constante, a relação entre a carga e a vazão pode ser expressa pela Equação
(179):

Q2Pi,n+1
HP = Hres − (1 − k) (179)
2gA2Pi,n+1

Desconsiderando as perdas na entrada do reservatório, a Equação (179) é simplificada para


(180).

HP = Hres (180)
102

A vazão pode ser definida pela Equação característica positiva (181):

HPi,n+1 = CPi −Cai Hres (181)

Figura 88: Reservatório a Jusante


Linha piezométrica

Conduto i C+ Hi,n+1

(i,n+1)
Z
Referência

Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

B.4 Válvula a Jusante

Segundo Chaudhry (1979), a Equação (182) é válida para z = 0, ou seja, quando a


referência está sobre a válvula.
q
QPi,n+1 = (Cd AV ) 2gHPi,n+1 (182)

A Equação (182) pode ser deduzida considerando Z qualquer. Desse modo, o


modelo se torna mais adequado para casos reais, onde a cota relativa da válvula é diferente
de zero.
103

Figura 89: Válvula a Jusante


Linha piezométrica

Válvula

Conduto i Hi,n+1

(i,n+1)
Z
Referência

Fonte: Adaptado de Chaudhry (1979)

Utilizando a equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2) da Figura 89, para cada
passo de tempo, obtemos (183):

P + Patm V 2 Patm Vatm 2


+ +Z = + +Z (183)
γ 2g γ 2g

A vazão pode ser expressa pelas equações (184) e (185)

Q = AV V1 (184)

Q = AatmV2 (185)

Substituindo as Equações (184) e (185) na Equação de Bernoulli (183), obtém-se


(186):
 2  2
1 Q 1 Q
H+ = +Z (186)
2g AV 2g Aatm

O coeficiente de contração é definido por:

Aatm
cc = (187)
AV

Substituindo o coeficiente de contração na Equação (186):

Q2 1 − cc2
 
H −Z = (188)
2g AV 2 cc2
104

Rearranjando os termos da Equação (188):


p
Q = (Cd AV ) 2g(H − Z) (189)

Quando Z=0 a Equação (189) é válida para a análise segundo Chaudhry (1979).
Partindo da Equação (189), e com base na formulação de Chaudhry (1979) para a
válvula completamente aberta, onde o subscrito “0” indica a condição no estado estacionário,
temos as Equações (190) e (191):
q
QPi,n+1 = (Cd AV ) 2g(HPi,n+1 − Z) (190)

q
Q0i,n+1 = (Cd AV )0 2g(H0i,n+1 − Z) (191)

Dividindo a Equação (190) por (191), e elevando ao quadrado obtém-se (192).

!2  q 2
QPi,n+1 (Cd AV ) 2g(HPi,n+1 − Z)
= q  (192)
Q0i,n+1 (Cd AV )0 2g(H0i,n+1 − Z)n

O coeficiente de descarga e a área podem ser relacionados com os respectivos


valores para o estado permanente, representados pela Equação (193).
 
(Cd AV )
τ= (Lei de fechamento da válvula) (193)
(Cd AV )0

A Equação característica positiva para o último trecho do tubo (194):

CPi − QPi,n+1
HPi,n+1 = (194)
Cai

Substituindo as Equações (193) e (194) na Equação (192), e rearranjando os termos:

QPi,n+1 2 = CV [(CPi − QPi,n+1 ) −Cai Z] (195)

O coeficiente CV é representado por:

(τ Q0i,n+1 )2
CV = (196)
(H0i,n+1 − Z)Cai

Substituindo a Equação (196) e (195), obtém-se:

QPi,n+1 2 +CV QPi,n+1 −CV (CPi −Cai Z) = 0 (197)


105

Resolvendo a Equação do segundo grau (197) e considerando apenas a raiz positiva


vem:
 q 
2
−CV + CV + 4CV (CPi −Cai Z)
QPi,n+1 = (198)
2

H p pode ser determinado pela equação característica positiva (194) e QP pela


equação (198).

B.5 Bomba - Modelo Sutter

Devido a poucas informações sobre o comportamento dinâmico das bombas, os


dados de teste do estado permanente são utilizados na análise do transiente, embora a sua
validade durante o transiente ainda não tenha sido demostrada (CHAUDHRY, 2014).
Para o estado transiente, a vazão Q é uma função da velocidade de rotação (N) e da
carga (H), onde a mudança de velocidade depende do torque (T). A Equação (199) define as
variáveis adimensionais da bomba, que incluem as condições de operação no regime transiente.
O subscrito R denota as condições normais de operação.

Q H N T
ν= ; h= ; α= ; β= ; (199)
QR HR NR TR

As curvas características das bombas, Figuras 90 e 91 mostram o relacionamento


entre as variáveis Q, H, N e T.

Figura 90: Curva FH Figura 91: Curva FB

Fonte: Adaptado de Chaudhry (2014)

As curvas FH e FB podem ser aproximadas por segmentos de reta, facilitando assim,


computacionalmente, o cálculo do transiente. Dividindo em número suficiente de pontos, o erro
106

na curva é desprezível (CHAUDHRY, 2014).

Figura 92: Curva FH e FB e Aproximada

FH, FB
Curva FH, FB

Curva aproximada FH, FB

θ=tan-1 __
α
υ
Fonte: Adaptado de Chaudhry (2014)

Durante a operação normal da bomba, α, ν, h, β são todos positivos. No entanto,


durante o estado transiente, as variáveis adimensionais assumem valores diversos, conforme
ilustrado na Tabela 10.

Tabela 10: Zonas de Operação - Sinal das Variáveis

Definição ν α h β
Zona
A Operação normal da bomba + + + +
B Dissipação de energia + + − +
C Turbina reversa + + − −
D Dissipação de energia + − − −
E Rotação reversa da bomba ± − ± −
F Dissipação de energia − − + −
G Operação normal da turbina − − + +
H Dissipação de energia − + + +
Fonte: (CHAUDHRY, 2014)

C ESTRUTURAÇÃO DO ALGORITMO E INTERFACE COM O USUÁRIO

O algoritmo computacional foi implementado na linguagem Java, utilizando o


ambiente de desenvolvimento Eclipse, ambos de domínio público. A linguagem foi escolhida
devido à organização, por ser Orientada a Objetos, ter amplo conjunto de bibliotecas e
excelentes fóruns de debates e tira-dúvidas.
107

O programa UFC7 está dividido em cálculo do transiente e interface com o usuário.


No cálculo do transiente, os contornos atualmente adicionados são: bomba com
válvula de retenção, junção de dois tubos, ventosa de tríplice função e reservatório de jusante.
A Figura 93 mostra a interface com o usuário.

Figura 93: Programa UFC7 - Interface com o Usuário

Fonte: Autor

Nela, os ícones à esquerda são referentes aos contornos. Na sequência de cima


para baixo, reservatório de montante, reservatório de jusante, bomba com válvula de retenção,
TAU, chaminé de equilíbrio, reservatório hidropneumático, válvula de alívio, ventosa, válvula a
jusante, válvula antecipadora de onda, saída livre, nó com demanda constante e inserir nó entre
os trechos.
Na Figura 94 são apresentadas as envoltórias máximas e mínimas e o perfil do
terreno. Pode-se facilmente salvar o gráfico, através do botão "Img", nos formatos ".pdf", ".png"
e ".jpeg". No botão "EXP" é possível inserir um gráfico externo ao programa; com o botão
"GNU" é possível gerar o gráfico com excelente qualidade através do "gnuplot", com o botão
com o símbolo do "Excel" pode-se gerar o gráfico das envoltórias no formato ".xlsx" e no botão
"P" gera-se as envoltórias das pressões máximas e mínimas.
108

Figura 94: Envoltórias Máximas e Mínimas - Interface com o Usuário

Fonte: Autor

Na Figura 95 o botão "Q" representa a vazão, o botão "H" a carga e o botão "P" a
pressão. E com os quatro últimos botões pode-se navegar por todos os nós da adutora.

Figura 95: Carga - Interface com o Usuário

Fonte: Autor
109

Os dados de entrada das ventosas com orifício cinético e "Non Slam" são mostrados
nas Figuras 96 e 97 respectivamente.

Figura 96: Ventosa com Orifício Cinético - Interface com o Usuário

Fonte: Autor

Figura 97: Ventosa com Orifício "Non Slam" - Interface com o Usuário

Fonte: Autor
110

O cálculo do golpe de aríete calculado pelo "UFC7" segue os fluxogramas das


Figuras 98 e 99, considerando um intervalo de tempo computacional (∆t) e com base no método
das características para resolver as equações da continuidade e do momento.

Figura 98: Fluxograma - Golpe de Aríete

Início

Dados de entrada

Identifica o Identifica o
comprimento do comprimento dos
menor tubo tubos

Calcula a Calcula a
celeridade do celeridade dos
menor tubo tubos

Calcula o Ajusta a
intervalo de tempo celeridade com
computacional, Δt base em ΔX e ΔT

Calcula a Verifica o
subdivisão para número de ΔX
cada seção, Δx para cada tubo

Verifica o número
de Δt
da simulação

Fonte: Autor
111

Figura 99: Fluxograma - Golpe de Aríete (Continuação)

Identifica as Identifica as
condições condições de
iniciais contorno

Calcula as Calcula as
condições condições de
iniciais contorno

k=1

Calcula Q e H nas
seções internas da
tubulação para o
passo de tempo k

Calcula Q e H nas
sim condições de
contorno, no
passo de tempo k

Tempo
simulado
< k=k+1
Tempo da
simulação

não Salva os resultados


de Q e H

Fim

Fonte: Autor

Para melhor utilização do código em trabalhos posteriores, optou-se por separar o


UFC7 em duas partes de código (cálculo do transiente e interface com o usuário).
O algoritmo computacional do golpe de aríete é uma biblioteca de cálculo e exibição
112

básica de gráficos que foi implementado na estrutura com os pacotes e classes principais e
secundários apresentados a seguir:

• parametro (parâmetros do transiente);


Parametro (classe abstrata)
parametro.adutoraufc6
Parametro (implementação da classe abstrata parametro.Parametro)

• permanente (cálculo do permanente);


Permanente (classe abstrata)
Secao (classe abstrata)
Trecho (classe abstrata)
permanente.adutoraufc6
Permanente (implementação da classe abstrata permanente.Permanente)
Secao (implementação da classe abstrata permanente.Secao)
Trecho (implementação da classe abstrata permanente.Trecho)

• transiente (cálculo do transiente);


Contorno
Transiente
transiente.moc
MOC (implementa a classe abstrata Transiente)
BombaSutter (implementa a classe abstrata Contorno)
ResJusante (implementa a classe abstrata Contorno)
Juncao (implementa a classe abstrata Contorno)
Ventosa (implementa a classe abstrata Contorno)

• ufctran (arquivos entrada e saída e gráficos);


ufctran.entrada
ufctran.entrada.ufc6
ufctran.saida
ufctran.entrada.ufc6
ufctran.grafico
113

Algumas classes e pacotes foram omitidos na representação acima. Cada pacote


pode ser descrito da seguinte forma:

1. parametro: é realizado o cálculo dos parâmetros do transiente hidráulico (celeridade,


discretização espacial, intervalo de tempo computacional);

2. permanente: nesse pacote executa-se o cálculo para tempo t=0 segundos (estado
permanente), no qual calcula-se a carga e a vazão nas seções discretizadas;

3. transiente : realiza-se o cálculo do transiente hidráulico com e sem dispositivo de proteção


(ventosa);

4. ufctran: é responsável pela entrada e saída de dados através de arquios (.txt), gráficos das
envoltórias de pressão e carga e gráfico do nó escolhido para exibição.

Para o cálculo do transiente hidráulico executa-se o código abaixo (Código 1):


1 String pathin=ConfGlobal.getArqTransienteIn();
2 ufctran.entrada.Entrada in=new ufctran.entrada.ufc6.AdutoraUFC6(pathin);
3

4 parametro.CC cc = new parametro.adutoraufc6.CC(in);


5

6 parametro.Parametro param = new


7 parametro.adutoraufc6.Parametro(in, cc, material);
8

9 permanente.Permanente perm= new


10 permanente.adutoraufc6.Permanente(in, cc, material, param);
11

12 transiente.Transiente transiente = new transiente.moc.MOC(in, perm, param);


13 transiente.noData(in.getNo());
14 transiente.calcPermanente();
15 transiente.calcTransiente();
16 transiente.referenciarCargasPressoes();
17

18 GNUPlot gnuENV=new GNUPlot();


19 List<Serie> series=new ArrayList<>();
20 transiente.Envoltoria env=new transiente.Envoltoria(in, perm, transiente);
21 gnuENV.envGNUPlot(series,null, env);

Codigo 1: Algortimo Básico para o Cálculo do Transiente Hidráulico (biblioteca UFC7lib)

Os dados de entrada do transiente hidráulico são obtidos a partir do arquivo no


formato UFC6 (.pth), representado pela linha 1 do código 1. Na linha 2, implementa-se a classe
abstrata para os dados de entrada no formato UFC6.
Na linha 4 determina-se algumas condições de vazão e pressão.
114

Nas linhas 6 e 7 implementa-se a classe responsável pelos cálculos dos parâmetros


contantes do transiente hidráulico (celeridade constante por trecho, intervalo de tempo
computacional, discretização espacial).
Nas linhas 9 e 10 implementa-se a classe responsável pelos cálculo das cargas e
vazões para o estado permanente dos nós e seções da adutora.
Na linha 12 implementa-se a classe responsável pelo cálculo do transiente através
do método das características com aproximação de primeira ordem em relação ao tempo.
Nas linhas 18, 19, 20 e 21 exibe-se os gráficos das envoltórias máximas e mínimas,
utilizando a biblioteca "JavaPlot" para a exibição dos gráficos.
O cálculo da ventosa de tríplice função pode ser sintetizado através do Fluxograma
da Figura 100:

Figura 100: Fluxograma - Cálculo da Ventosa (Versão Resumida)

Início

Dados de Cálculo das


Entrada Constantes

P<Patm
ou
Sim ICAV=1?
Não

Zona=1,2
3 ou 4? Não Var = 0 e Qar=0

Sim
Calcular
Calcular H,P,Q
Qar,Var

Fim

Onde: P = presão, H = carga, Q = vazão, Patm = Pressão atmosférica, ICAV = 1 existe


cavidade, Var = volume da cavidade, Qar = vazão de ar através da ventosa
Fonte: Autor

No Fluxograma da Figura 100 os dados de entrada do transiente hidráulico com


a condições de contorno da ventosa são: peso específico do fluido, intervalo de tempo
computacional, coeficientes de admissão e expulsão, área dos orifícios cinéticos e "Non Slam",
altura barométrica no local da ventosa, temperaturas interna e externa ao tubo, pressões internas
e externa para o caso permanente, massa específica do ar, cota de instalação da ventosa.
115

No próximo passo do Fluxograma, caso a pressão no interior da tubulação reduza-


se abaixo da pressão atmosférica local ou a já exista cavidade, testa-se a qual zona do transiente
da ventosa ela pertence. Caso contrário o volume e a vazão da cavidade deve ser nulos.
Caso pertençam às as zonas 1,2,3 ou 4, calcula-se a vazão de ar e volume de ar na
cavidade. Caso contrário, o volume e a vazão da cavidade devem ser nulos.
E, finalmente, calcula-se a carga, a pressão e a vazão no local de instalação da
ventosa para cada passo de tempo computacional.
O Fluxograma da Figura 100 aborda de maneira generalista o cálculo da ventosa de
tríplice função, sem considerar as particularidades entre os métodos de cálculos dos coeficientes
de admissão e expulsão de ar e modelos abordados neste trabalho.
A abordagem mais detalhada pode ser vista no Fluxograma da Figura 101. Nele
o cálculo do transiente para ventosa é dividido nos três modelos abordados neste trabalho
aplicando o método dos coeficientes contante e o variável.
Iniciando o Fluxograma caso o modelo testado seja o de Chaudhry, calculam-se as
constantes do modelo e as constantes do transiente.
Em seguida verifica-se a condição caso a pressão no interior da tubulação reduza-se
abaixo da pressão atmosférica local ou se existe cavidade. Caso a condição seja verdadeira,
calcula-se a vazão e o volume da cavidade. Caso contrário, o volume e a vazão da cavidade
deve ser nulos.
Prosseguindo no Fluxograma, se a metodologia para o cálculo do coeficiente for a
metodologia do coeficiente constante, testa-se a zona do transiente da ventosa. Caso contrário
executa-se o algoritmo do coeficiente variável.
No próximo passo determina-se a zona do transiente da ventosa. Caso o transiente
pertença às zonas 1,2,3 ou 4, calculam-se a vazão de ar e o volume de ar na cavidade. Caso
contrário, o volume e a vazão da cavidade devem ser nulos.
Com base nos passos anteriores calcula-se a carga (H), a pressão (P) e a vazão(Q).
Por fim, geram-se os dados de saída (gráficos das envoltórias), os nós (pressão,
vazão e carga) e os arquivos de texto dos mesmos, entre outros dados de saída.
116

Figura 101: Fluxograma - Cálculo da Ventosa (Versão Completa)

Início

Cálculo das Qual é o Cálculo das


Chaudhry Modelo de Wylie
Constantes Constantes
Cálculo?

Chaudhry Gases Reais


P<Patm P<Patm
Ou Cálculo das Ou
ICAV=1? Constantes ICAV=1?
não não

Var=0 e Qar=0 sim Var=0 e Qar=0


P<Patm sim
Ou
ICAV=1?
Coeficiente
Constante? não
não Coeficiente
sim
Constante?
Algoritmo
Var=0 e Qar=0 não
Coef. Variável
Coeficiente
não Constante? Algoritmo não
não Coef. Variável sim
sim
Algoritmo não
Coef. Variável
sim

Zona=1,2
3 ou 4?
Zona=1,2
3 ou 4?
Zona=1,2 Calcular Calcular
3 ou 4?
H,P,Q H,P,Q
sim
sim
sim Calcular
Qvar, Var Calcular
Calcular Calcular Qvar, Var
H,P,Q Qvar, Var

Dados de Saída
(gráficos e .txt)

Fim

Fonte: Autor

S-ar putea să vă placă și