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Resumo: Com a finalidade de estudar a validade jurídica dos contratos celebrados por intermédio
da rede mundial de computadores, a Autora faz um trabalho acadêmico bem didático, com uma
breve analise histórica e técnica da evolução da soc iedade da informação e aponta para as
problemáticas odiernas suscitadas da celebração informática e telemática (contrato eletrônico
direto e indireto), além disso faz uma releitura da teoria geral dos contratos (brasilera) sob a
perspectiva do novo instrumento contratual, para ao final fundamentar a validade dos contratos
cibernéticos com base no princípio do consensualismo e da abertura para o novo contexto do
ciberespaço e a necessária amplitude da autonomia da vontade, mas sem se afastar da
imprescindível boa-fé contratual para a mantença do princípio da segurança, sem o qual as
relações no espaço virtual não se sustentariam.
Fichamento: Introdução: (EU) Uma das características mais marcantes de nossa sociedade atual
é a sua organização em torno das redes como reflexo do processo da globalização e do fenômeno
da interatividade. E como respostas aos anseios da sociedade em se comunicar com maior
potencialidade surgiu a internet. Com a expansão da internet para fins comerciais e das
modalidades de contratação no ciberespaço os indivíduos viram nessa eclosão contratual
telemática a oportunidade de ampliar as relações comerciais e assim fomentar o exercício de suas
liberdades, emerge daí o comércio eletrônico.
“Na sociedade da informação, a riqueza econômica e a concentração de poder não têm mais por
pressuposto a detenção de terras ou dos meios de produção, mas sim a possibilidade de acesso às
tecnologias e, espacialmente, ao mercado consumidor, ou seja, à própria informação.” (LEAL,
2009, p. 6).
Passamos a viver num mundo interconectado e interrelacionado que, dada a abrangência das
relações jurídicas na sociedade da informação ou ciberespaço e a quase ausência das barreiras de
espaço e tempo, os países foram levados a uma relação de interdependência global em que os
mercados se confundem na ordem global, as fronteiras geográficas desaparecem e com elas o
poder da soberania dos Estados- nação, em razão do dever de não intervenção, em que os
internautas se transformam em cidadãos do mundo globalizado, emergindo a famigerada aldeia
global.
Estas questões refletem diretamente na competência territorial e base legal a ser aplicada na
solução do conflito comercial, além da apreciação da prescrição ou decadência da pretensão
contratual a ser pleiteada quando e se houver inadimplemento total ou parcial das relações
obrigacionais contraídas na contratação no comércio eletrônico, e, com elas, surge a preocupação
na manutenção do princípio da segurança, corolário do comércio em rede.
Tendo em vista que os conceitos de espaço e tempo restam relativizados na rede - local da oferta,
da aceitação, do cumprimento; fuso horário, contratos online ou offline - da celeridade dos dados
trafegados, da liberdade ilimitada de seu uso, da ausência de barreiras geopolíticas ou jurídicas,
ante a ausência e quase impossibilidade de regramento fechado e específico, mister se faz a
releitura de alguns institutos e a maneira de pensar e proteger as relações jurídicas travadas na
Rede.
Nesta toada, Lorenzetti (2000, p. 424) adverte “o funcionamento da internet não é uma questão
meramente privada: é uma forma extrema de globalização, com efeitos políticos e sociais que
envolvem a ordem pública e a necessidade de regulamentações. Não se trata de auspiciar
intervenções que causem distorções, mas sim intervenções de tipo institucional que tendam a
resguardar a privacidade, o consumo, a moral, o tratamento igualitário e não discriminatório.”