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DISCIPLINA: Sociedade e Território

PROFESSOR: Dr. ​Hernán Armando Mamani


TURMA: 03.2018
ALUNA: Jéssica Falcão

MEMÓRIA DA AULA DO DIA 19 DE OUTUBRO DE 2018


Seção 8 - A espacialidade construída pelo olhar crítico da modernidade

LÉFÈBVRE, Henri. A Revolução Urbana. Tradução Sérgio Martins, Belo Horizonte, Ed.
Humanitas, 2002
LÉFÈBVRE, Henri. A Vida Cotidiana no Mundo Moderno. Tradução de Alcides João de
Barros. São Paulo: Ática, 1991. (Parte 1, 2 e 5)

Inicialmente, para o entendimento dos textos da seção, o que é importante dizer


sobre Lefebvre, é que ele é considerado um dos últimos Marxistas dignos de seu nome,
pela forma que se apropriou metodologicamente do marxismo. Para entender melhor essa
apropriação, é preciso entender que para Lefebvre, as ciências são todas parceladas e esse
parcelamento é uma luta política. Assim como elas (as ciências), o entendimento sobre a
divisão social do trabalho é a de que ela institui uma barreira dos conhecimentos, onde cada
parcela, e politicamente os saberes/disciplinas, mostram coisas, mas incompletas. Dessa
forma, a dialética é a tentativa de reflexão filosófica e política no desbravamento de áreas
desconhecidas (conhecimentos parcelados).
E é isso que para ele Marx faz no Capital. Ele (Marx) percebe algo óbvio, onde o
saber econômico não considerava óbvio, ou seja, foi além do conhecimento parcelado do
saber econômico, o que para Lefebvre é ir contra a ideologia (sendo a ideologia o
conhecimento parcelado). Com o correr dos anos e o novo contexto da sociedade e
consequentemente, de suas relações, o projeto marxista se tornou inviável, nesse momento
Lefebvre entende que as velhas ideologias haviam se tornado direitos, porém que ensinam
de forma parcelada. Assim, para o autor, o marxismo é uma perspectiva de superação, que
incorpora os elementos cognitivos das teorias e fatos e tendências que se opõem. E a
articulação dos saberes é uma utopia, porque não é teórico, mas é uma perspectiva a partir
de um ponto comum.
Levando essa metodologia para entender o contexto urbano, antes de tudo deve se
entender que a cidade é uma forma. E a separação das disciplinas é um excesso de
conhecimento parcelado, mas que tem que unir tudo para ver onde está o “ponto cego”. Na
cidade, o conhecimento parcelado se materializou na forma de produzir os espaços
urbanos, que seguindo os preceitos do produtivismo, do funcionalismo, organizam a cidade
pela questão econômica e excluem as outras questões, das relações e do simbolismo, as
quais são essenciais para o autor, pois o para ele as mesmas estão ligadas ao
desenvolvimento humano e onde há trocas. Como exemplo do uso desses preceitos na
produção do espaço urbano, temos a atuação do arquiteto Le Corbusier, que extasiado com
com os saberes da modernidade, substituiu as necessidades de humanidade e
sociabilidade em suas obras, pela promessa de eficiência e produtividade nas relações
homem x espaço, chegando a tal ponto onde na menor escala, a ideia de casa se
transforma em “máquina de morar” e numa escala mais ampla, o espaço urbano é visto
como um conjunto de funções (habitar, trabalhar, circular e lazer), influenciando o
urbanismo no mundo, tanto no campo teórico como no material, no zoneamento das
cidades.
Além disso, outro ponto que parcela a cidade é como para ele e Weber, o mundo
moderno se caracteriza, pela disputa e apropriação individuais e coletivas (de classes, de
sentidos de espaços), que acontecem com todas as dimensões de serviços, gerando
permanência dos conflitos e a ​fragmentação​​, que é a cidade sem urbanidade. Um exemplo
da consequência desses fatores, são os conjuntos habitacionais da periferia (resultado da
disputa e apropriação dos espaços centrais da cidade, ganhos pelas classes
socioeconômicas dominantes), onde inexiste a estrutura urbana para o trabalho, lazer e
facilidade de circulação como nas áreas centrais, e ainda dificulta a sua comunicação com
essas áreas, dificultando por fim as relações dos habitantes das diferentes áreas. Tendo
como consequência final a negação da cidade, porque não tem o urbano (as trocas e a
sociabilidade), então o ​direito à cidade é a negação à isso: as máquinas de morar, aos
encontros diretos da comunicação, à cidade planejada, funcional, que privilegia umas
questões sobre as outras. Então para o autor, o direito à cidade é o direito ao encontro dos
diversos e não uma crítica propriamente ao capitalismo.
A partir do exposto, podemos entender que a ​centralidade é um conceito central
para Lefebvre, pois nesse sentido, a centralidade urbana é a essência do reunir. Por isso
que todos as sedes de bancos e outros produtores do espaço, se encontram nos centros
das cidades capitalistas. Pois é onde se concentra dinheiro, gente e quando concentra
demais, gera problemas, por exemplo, o super encontro, a saturação incomodam o
econômico (extrema concorrência), mas isso é a natureza da cidade. Esses encontro é
econômico, de diversos e faz a cidade enriquecer, não apenas do ponto de vista
econômico. Por isso é um local de disputas, pois para ele, o espaço, é o meio que favorece
certas formas de relações e interdita outras. O espaço unifica e separa materialidades e
sentidos.
Os ​sentidos ​é outro conceito chave para o autor, já que os sentidos mostram a
relação das coisas e significados, geram os relatos da cidade, que constroem a cidade, sua
urbanidade e identidade. Nas sociedades antigas, o simbolismo embasava a vida, com a
diminuição da importância da religião nas relações, isso foi diminuindo. Na cidade
contemporânea, permanecem os sinais, a objetificação da cultura. Lefebvre é igual a
Simmel nesse ponto. A sua dialética tende a se aproximar dos símbolos. A diferença é o
método e o sentido para Lefebvre, para ele cada argumento abre sentidos possíveis. Então
a ação estratégica nas formas de encaminhamento cabe a cada uma, o restante é científico.
Para ele, o excesso de rigor esconde a divisão política disciplinar do conhecimento, pois
encaminha o pensamento, diminuindo a possibilidade de ação.
Na relação dos homens entre si e com o espaço, tem o vivido, percebido e o
concebido. Tendo como o vivido o ritmo, análise dos corpos, a dança. Sendo esse o motivo
pelo qual os intelectuais e os publicitários disputam os sentidos. Por isso, no seu texto mais
antigo, critica o método, o cotidiano (o que acontece) que se tornou a continuidade (os
relatos). A continuidade que começa como produzida pela filosofia e termina com a
publicidade. A publicidade dá sentido, apela aos significados, à metáfora. Tendo como
efeito a insatisfação criada pela mesma, que é a satisfação ao possuir objetos, pois a
realização não acontece com os objetos, ou com os novos desejos. O que dá sentido,
significado é o habitar e não o habitat. É a relação das coisas e significados, construídos
pelos próprios motores, não imposto (pela mídia por exemplo). E é isso que é revolução
para ele, uma cidade na mão dos produtores de vida, uma ‘Cidade obra”, ou seja, produzida
pelos habitantes como uma utopia.

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