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O que é aconselhamento pastoral?

Deve ser um processo de orientação espiritual com base nos


princípios da doutrina cristã.

Deve levar a pessoa a tomar decisões na vida diante crises e conflitos


emocionais e espirituais

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aconselhamento-pastoral-/

1.3. Aconselhamento e Teologia

O uso do termo aconselhamento não se restringe apenas às ciências


anteriormente mencionadas, conforme traz o dicionário. Na
compreensão de Schneider-Harpprecht, (1998) aconselhamento é a
práxis de “ajuda a pessoas com problemas de saúde, problemas
psíquicos, sociais ou religiosos através de curto ou médio prazo com
uma pessoa ou um grupo qualificados” (p.23). A partir desta
definição, o aconselhamento também se vincula à teologia, e o que
diferencia os aconselhamentos psicológicos, educacionais, genéticos
do aconselhamento pastoral, na compreensão de Schneider-
Harpprecht (1998, p.23), é “o tipo de problema e a qualificação
dos/as aconselhantes”. Enquanto que o aconselhamento
psicológico, por exemplo, se ocupa com as “dificuldades de ordem
psíquica e psicossocial” e os seus/suas profissionais têm uma
formação psicoterapêutica específica, o aconselhamento pastoral
“enfoca problemas e dificuldades da vida sob o ponto de vista
religioso e espiritual” e os seus/suas aconselhantes têm uma
formação em aconselhamento pastoral.

Ao abordar a relação entre aconselhamento pastoral e outras formas


de terapia, Vegt (2001) acentua o que denomina de
“específico proprium” do aconselhamento pastoral. Ele não
considera o aconselhamento pastoral superior ou inferior a qualquer
outra forma de aconselhamento, mas ressalta que este conta com
um “extra nos”. E é a partir desse “extra nos” que se define, orienta
e baseia todo aconselhamento pastoral, inclusive aquele que
acontece pelo telefone. Para o autor, cristãos/ãs que devem
proclamar a liberdade divina (Gottes Freiheit) e fazer com que o
aconselhamento pastoral seja uma “ação libertadora”.
Vegt (2001) afirma que (teologicamente)

“a doutrina do Deus oculto e revelado liberta da pressão de ter que


separar ou excluir os lados obscuros da vida; (cristologicamente) o
fato de Deus ter se tornado humano liberta as pessoas da ilusão de
terem que ser parecidas com Deus; (pneumatologicamente) a
presença do Espírito Divino no aconselhamento pastoral liberta de
ter que constantemente chamar Deus pelo seu nome. A presença e
a livre forma de agir do Espírito também liberta de ter que esperar
tudo de um método; (soteriologicamente) a doutrina da “Justificação
por Graça e Fé” e a aceitação incondicional do ser humano por
Deus liberta as pessoas de terem que se justificar por próprias forças;
(escatologicamente) o reconhecimento da forma quebrantada da
existência humana liberta de querer alcançar a santidade ou a
perfeição neste mundo; (eclesiologicamente) a doutrina do
sacerdócio geral de todas as pessoas crentes liberta de uma
hierarquização do aconselhamento pastoral: tanto quem busca
como quem oferece aconselhamento se encontra no mesmo degrau
perante Deus.” (Vegt, 2001, p.45)

1.4 O processo de cuidado pessoal

Segundo Collins (2002), libertar é uma sucessão de ações e reações


com o objetivo de trabalhar com as pessoas para que sejam
socorridas em tempo oportuno, tornem sabedoras das origens e
desenvolvimentos da opressão e da dominação na sociedade em que
vivem. Isso contribui para que entendam melhor sua vida
profissional, financeira, social, psicológica e religiosa. Libertar não
implica apenas em ações que tirem a pessoa da influência negativa
do reino das trevas, mas também do reino dos seres humanos.

Todo processo de cuidado pastoral é uma ação ou realização


continuada e prolongada de alguma atividade que vise, ao final, o
bem-estar daquele que necessita de cuidados. Porém, trilhar esse
caminho de auxílio ao outro exige uma análise critica dos fatores que
envolvem a vida da pessoa em questão. Isso pode revelar as diversas
origens do problema e, também, direcionar para os melhores
caminhos a fim de solucioná-los. (Collins, 2002)
Os problemas de origens pessoais podem ser identificados na
história de vida do aconselhado e têm muito a revelar sobre quem é
a pessoa, como chegou ao ponto em que está. Identificadas as raízes
das questões que a atormentam, ficará mais fácil desenvolver um
trabalho de acompanhamento, de cuidado pastoral, até que haja
libertação dos sentimentos negativos, dos pensamentos ruins e da
forma de vida que prejudica a si mesmo e aos outros. (Friesen, 2000)

Quando um indivíduo nasce, já encontra uma estrutura pronta para


recebê-lo. No decorrer de seu crescimento, ele não se adaptará a
muitas questões que são consideradas normais para outras pessoas.
Isso lhe trará conflitos interiores entre aquilo que pensa ser o correto
e aquilo que todos dizem ser o certo. A estrutura política, social,
financeira, familiar e outras vigentes durante o tempo de existência
de uma pessoa poderão trazer problemas que exigirão maiores
cuidados pastorais.

As relações, os processos e as estruturas sociais, enquanto formas de


dominação política e apropriação econômica, produzem uma
história de vida de muitas pessoas plena de diversidades,
disparidades, desigualdades, antagonismos. As condições de
sobrevivência, o trabalho das diversas categorias profissionais e as
classes sociais são de fundamentais importâncias para uma análise e
identificação dos problemas de origens sociais. A libertação social
precisa fazer parte da visão de quem faz um trabalho de orientação,
pois a raiz dos problemas poderá estar lá.

Identificada a origem das dificuldades da pessoa que busca ajuda


pastoral, é necessário avaliar as opções de soluções existentes que
favoreçam uma mudança de vida por parte de quem precisa passar
pelo processo de libertação. A militância política pode auxiliar na
derrubada de sistemas que oprimem e destroem o ser humano. O
cuidado pastoral orientado por este modelo pensa em uma teologia
da libertação que vise à melhoria de vida em todos os aspectos da
população. É um grande caminho para cuidar daqueles que
almejam uma libertação. (Friesen, 2000)

CAPÍTULO 2 – ACONSELHAMENTO PASTORAL

2.1. Definição

O termo “aconselhamento pastoral”, que atualmente já é bastante


usado pelas igrejas protestantes brasileiras, é a tradução de Pastoral
Counseling, expressão usada nos Estados Unidos da América a
partir do século XX. Além de aconselhamento pastoral, outros
termos como poimênica, clínica pastoral, que é o acompanhamento
pastoral em hospitais, e psicologia pastoral, que interpreta a pastoral
numa perspectiva psicológica, tem sido usados quando se refere à
relação de ajuda na área da saúde no contexto da Igreja. (Schneider-
Harpprecht, 1998)
A definição de aconselhamento pastoral também tem sido
diversificada. Conforme a definição de Clinebell (1976),

“aconselhamento pastoral é uma dimensão da “poimênica” que


utiliza uma variedade de métodos terapêuticos e espirituais de cura
para ajudar as pessoas a lidar com suas crises, conflitos e problemas
numa forma que conduz ao crescimento e a experimentar a cura do
seu estado de fraqueza, abatimento, sem energia. Para o autor, o
aconselhamento pastoral tem uma função reparadora quando o
crescimento das pessoas é prejudicado ou bloqueado devido a
crises.” (Clinebell, 1976, p.25)

Poimênica, por sua vez, é entendida por Clinebell (1976) como


ministério, um serviço de ajuda “amplo e inclusivo de cura e
crescimento mútuo, no seio da comunidade em todos os momentos
da vida. “(p.25)

Para Schneider-Harpprecht (1998) poimênica provém do termo


grego “poimen” e tem sido entendida como “ciência do agir do
pastor”. O autor, porém, define poimênica como sendo “o
ministério de ajuda da comunidade cristã para os seus membros e
para outras pessoas que a procuram na área da saúde”. O
aconselhamento pastoral é visto pelo autor como sendo uma das
dimensões da poimênica “que procura ajudar através da
conversação e outras formas de comunicação metodologicamente
refletidas”.(p.82)
Segundo Friesen (2000) aconselhar pode ser definido como
“proclamação do perdão dos pecados” e aconselhamento como a
“comunicação da Palavra de Deus”. Para o autor, no
aconselhamento pastoral é estabelecido um diálogo que tem por
objetivo levar “ao rompimento com a vida nas trevas”. Neste diálogo
são “utilizados os princípios bíblicos para a orientação da conduta e
das decisões”. O aconselhamento pastoral é aquele que é realizado
em nome de Jesus Cristo.

Conforme Noé (2008) a definição de aconselhamento pastoral é “a


arte de ajudar a fazer ver as coisas que não podem ser vistas”. (p.2).
Conforme o autor, mesmo quando as pessoas passam por situações
de crise que afetam a sua integridade, elas têm uma relativa
consciência do que está acontecendo. Por isso ele afirma que é, no
entanto, no fazer ver as coisas ocultas aos olhos dos que sofrem que
está a arte de ajudar. Ali está o tesouro: não na incapacidade, na falta,
nas poucas possibilidades reais de cura ou salvação. E sim, na
potencialidade conferida a cada um de nós por Deus. Revelá-la é
tarefa de parto e equivale a afirmar o triunfo da vida, em relação aos
sinais de morte. (Noé, 2008)

2.2. Objetivos

De acordo com Clinebell (1976), o objetivo maior do


aconselhamento pastoral é “libertar”, “potencializar” e “sustentar
integralidade centrada no espírito”. Atribui ao aconselhamento
pastoral o objetivo de “facilitar ao máximo o desenvolvimento de
uma pessoa, em cada estágio da vida” afim de que esta também
contribua para o crescimento das pessoas que a cercam. O
aconselhamento pastoral visa contribuir para que o/a
aconselhando/a se liberte de bloqueios e medos, encontre a si
mesmo/a a fim de que possa viver uma vida plena de sentido e
satisfação e investir as suas energias na transformação do mundo.

O aconselhamento pastoral procura ajudar as pessoas a desfrutar um


relacionamento aberto e crescente com Deus, capacitando-as a viver
de uma forma promotora de crescimento em meio às perdas, aos
conflitos e às tragédias da vida no mundo. Ele procura ajudá-las a
tornar-se conscientes do empolgante fato de que foram criadas para
ser parceiras ativas – co-criadoras – do Espírito do universo na
transformação do mundo. O aconselhamento pastoral procura
ajudar as pessoas a renovar seu sentimento de confiança básica
estando em contato com o Espírito de amor presente neste
momento, a encontrar cura para os aspectos de seu quebrantamento
que só podem ser curados no relacionamento com essa realidade.
O aconselhamento pastoral visa ajudar as pessoas a achar a sua
vocação (sua causa), na qual possam investir suas vidas com
propósito, compromisso e alegria.

Para Friesen (2000, p.26), o objetivo do aconselhamento pastoral é


“tratar das tensões interiores e dos diferentes complexos que
interferem na qualidade de vida”. Também é objetivo do
aconselhamento pastoral libertar as pessoas de “atitudes
inadequadas e distorções de percepção quanto à realidade”, bem
como “dos medos, culpas e das iras inadequadas”. Para tal, o
aconselhamento pastoral utiliza os “recursos da Palavra de Deus,
somando aos recursos que o conselheiro poderá obter da pedagogia,
psicologia e filosofia”. Para tal objetivo, os recursos bíblicos
permanecem básicos e preponderantes, como diretrizes, e os
recursos das outras ciências afins permanecem como
“complementares e auxílios instrumentais do aconselhamento”
pastoral.

Para Schneider-Harpprecht (1998), um dos objetivos da poimênica


e do aconselhamento pastoral é ajudar as pessoas em situações de
conflitos, crises e sofrimentos “para que possam viver a relação com
Deus, consigo mesmas e com o próximo de uma maneira consciente
e adulta”, bem como, capacitá-las a assumirem a sua
responsabilidade como cidadãs que se engajam em prol da
“melhora das condições de vida numa sociedade livre, democrática
e justa”. (p.82)

2.3. Fundamentos Bíblicos e Teológicos do Aconselhamento


Pastoral

Tanto o termo “poimênica” quanto a própria expressão


“aconselhamento pastoral” de um modo geral são pouco usados no
contexto brasileiro, a ponto de ainda não terem sido incluídos no
dicionário da língua portuguesa. A sua existência, porém, é muita
antiga e o seu valor está no seu significado bíblico, de forma mais
precisa, na sua “riqueza simbólica”. O termo poimênica provém da
antiga língua grega, da palavra “poimén”, que quer dizer “pastor de
ovelhas”. A palavra “pastoral”,
portanto, também deriva desta raiz. Conforme Hoch (1985), o
significado teológico do termo se inspira na atividade do pastor no
trato com suas ovelhas. Ele as protege, cuida dos seus ferimentos,
defende-as dos inimigos, busca-a de volta quando se desvia.

Segundo Noé (2008, p.2), a “Bíblia em seu todo pode ser


compreendida como expressão de uma ação poimênica”, porque
ela contém “sinais e histórias” que revelam como as pessoas
experimentaram o “amor protetor e salvífico” de Deus durante os
tempos. O autor ressalta que “a Bíblia é um livro de poimênica”, um
livro que é repleto de experiências de cura. E que nestas
experiências o ser humano é visto em sua estrita relação com Deus
e com o próximo, a qual ainda é imperfeita e por vezes ameaçada.
Ela tende para a realização da comunhão plena, mas depende

da graça de Deus para superar suas sombras e limitações.

A poimênica e o aconselhamento pastoral, por sua vez,


fazem parte da Teologia Prática. Partindo da Teologia Prática é
desenvolvida uma teoria de uma prática interdisciplinar do
aconselhamento pastoral, com reflexo direto ou indireto em outras
dimensões da vida comunitária, bem como com as ciências
humanas. Schneider-Harpprechr (1998), na sua aproximação da
teoria do aconselhamento pastoral, dentro da teologia Prática,
percebeu imediatamente alguns temas fundamentais que exigiam
um aprofundamento. Apresenta-se aqui um resumo de sua reflexão
e respeito dos temas que ele procurou aprofundar. Schneider-
Harpprechr (1998, p.131)

“a- Base teológica: o cristianismo parte da crença em Deus, o


Criador, e sua encarnação do seu filho em Jesus de Nazaré. O
homem (na figura de ser humano assexuado) é tido como criatura
da palavra de Deus que insere-se na convivência ecológica com as
outras criaturas, seres humanos e outros. Na cruz de Cristo Deus
tornou-se solidário, compartilhou a carência de ser, identificou-se
com o sofrimento e a morte das criaturas e denunciou as situações
de ruptura da solidariedade dessas criaturas como pecado.

b- Redescoberta da liberdade: o aconselhamento pastoral parte de


situações concretas de sofrimento individual e coletivo: é a cruz
erguidas nas cultura da pobreza, exploração, injustiça e violê4ncia
deste continente. O aconselhamento pastoral tem como objetivo
ajudar as pessoas a redescobrirem a libertação que pode ser
encontrada em Cristo, e a assumirem a si mesmo e a sua
responsabilidade pessoal e social: a capacitá-los para viver de
maneira solidária com aqueles que sofrem.

c- Interação: o diálogo com as ciências humanas torna-se essencial


para a reflexão sobre o aconselhamento.

d- Método: o aconselhamento busca aproveitar a variedade de


técnicas terapêuticas. O critério teológico do seu uso é a sua
contribuição para a liberação dos sujeitos, bem como a competência
da pessoa que as aplica. A Bíblia é a fonte e um instrumento muito
valioso da poimênica.”
Bootz (2003) demonstra que o aconselhamento pastoral tem
exigido, cada vez mais, conhecimento de outras áreas do saber
humano. Isso traz alguns benefícios à poimênica, mas tem feito com
os muitos conselheiros cristãos não valorizem a riqueza de recursos
espirituais deixados pela tradição cristã. O autor conclui:

“Enfim, o diálogo interdisciplinar, muito importante para o


desenvolvimento de uma prática de aconselhamento pastoral
coerente com o contexto de vida (social, econômica, política está
preenchendo a prática pastoral com recursos das áreas humanas e
concomitante, escasseando o espaço dos recursos espirituais.”

2.3.1. Antigo Testamento

No Antigo Testamento, a imagem de “pastor de ovelhas” foi


atribuída aos “líderes religiosos de Israel”. Moisés e Josué são
exemplos desses líderes. (Hoch, (1985). Então Moisés disse o
seguinte:

- Ó Deus Eterno, que dás a vida a todos, indica um homem que


possa guiar o povo e comandá-lo na batalha, para que a tua gente
não seja como ovelhas que não tem pastor. (Números 27.17)

No entanto, baseando-se nas denúncias do profeta Ezequiel, Hoch


(1985) afirma que muitos destes líderes não corresponderam com o
que se espera de pastores.

“Vocês, autoridades, são os pastores de Israel. Ai de vocês, pois


cuidam de vocês mesmos, mas nunca tomam conta do rebanho (…)
Vocês não tratam as fracas, não curam as doentes, não fazem
curativos nas machucadas, não vão buscar as que se desviam, nem
procuram as que se perdem.” (Ezequiel 34.2-4)

De acordo com Hoch (1985), esse descuido por parte dos líderes
de Israel fez com que Ezequiel anunciasse “o fim do seu pastoreio”
e o próprio Deus passa a cuidar das suas ovelhas, sendo o bom e
justo pastor.

“Eu, o Senhor Eterno, digo que eu mesmo procurarei e buscarei as


minhas ovelhas (…) eu mesmo serei o pastor do meu rebanho e
encontrarei um lugar onde as ovelhas possam descansar (…)
Procurarei as ovelhas perdidas, trarei de volta as que se desviaram,
farei curativo nas machucadas e tratarei as doentes. “ (Ezequiel
34.11-16)

2.3.2. Novo Testamento


Através da encarnação do Verbo Divino, a imagem do bom pastor
que cuida de suas ovelhas é atribuída a Jesus. No Novo Testamento,
Hoch (1985) cita a passagem de Marcos 6.34 em que Jesus se
compadece do povo que está como ovelhas sem pastor, bem como
João 10.11-18, onde Jesus assume ser o “bom pastor” que veio para
dar vida completa para as ovelhas, que conhece e protege cada uma
delas, que chega a dar a sua própria vida pelas ovelhas. (Hoch, 1985)

A partir de Jesus, fica muito evidente que o aconselhamento pastoral


implica num modo de ser e agir e acontece através de
relacionamentos: consigo mesmo, com o Transcendente, com o/a
outro/a, com o cosmos. E, como afirma Hoch (1985, p.98), o
paradigma do relacionamento pastoral é o “relacionamento do
próprio Deus com seu povo”. Esse relacionamento acontece
concretamente através de Jesus, que é o “Emanuel”, o “Deus
conosco”, o Deus [que] se relaciona com seu povo em meio ao seu
sofrimento e o faz em forma humana, ou seja, através da linguagem
de um relacionamento fraterno, em moldes reais, que a mais
humilde das pessoas seja capaz de entendê-la (…) experimentá-la.

Para Friesen (2000) é Jesus que inaugura o modo de ser e de agir


poimênico e também permanece como exemplo e critério para toda
poimênica cristã atual. Jesus de Nazaré, a partir da sua forma de agir
individual, a partir da sua consciência interior e a partir do seu efeito
sobre o meio e de sua época (ilustrado pelas histórias bíblicas) pode
ser visto como o inaugurador do comportamento poimênico.

Nesse sentido, Schneider-Harpprecht (1998) aponta a palavra

“paraclesis”, que significa “admoestação e consolação”, como um


conceito chave para o aconselhamento pastoral no Novo
Testamento. A base para a admoestação e consolação é “a
misericórdia de Deus que justifica” a pessoa pecadora. A
admoestação e a consolação divinas também desafiam as pessoas
crentes a “realizar uma identificação com Jesus Cristo” que lhes
fortalece, dá paciência e esperança. (Schneider-Harpprecht, 1998,
p.296)
Ainda no Novo Testamento, o Apóstolo Paulo afirma que além de
Cristo ser o próprio pastor, ele também preparou pessoas para o
serviço cristão afim de que o seu corpo seja edificado. “Essas pessoas
receberam diferentes dons, sendo um deles o dom de pastorear.”
(Cf. Efésios 4.11-12)

Dessa forma, a imagem que anteriormente havia sido desvinculada


dos líderes religiosos de Israel e atribuída somente a Deus, volta a
ser relacionada também com pessoas, com o Sagrado através dos
dons concedidos pelo próprio Deus por meio da fé.

A mudança do “eixo”: a centralização muda a


visão sistêmica
Parecendo seguir rumos opostos o ponto focal, o eixo, a centralização de um
Aconselhamento verdadeiramente e genuíno Cristão, deve seguir os princípios
Bíblicos, do início ao fim, do ponto de partida até a sua chegada e alvo, e neste
meio oferecer sustento ao Aconelhando para que ele encontre os Propósitos de
Deus em sua vida, concertar os erros cometidos, entender a plenitude do
processo de santificação e ainda amadurecer seu relacionamento com Deus.

Neste diálogo, a visão sistêmica do Conselheiro deve partir da centralização


bíblica em seu princípio básico fundamental: O Viver em Cristo. O primeiro
olhar, o primeiro contato dá-se então a partir deste conhecimento, vejamos:

Aconselhamento centralizado em Cristo


Inicialmente, o Aconselhamento Cristão está consciente e abrangentemente
centralizado em Cristo, atribuindo ênfase – muito valor – ao que Cristo é; ao
que Ele fez por nós em sua vida, sua morte, sua ressurreição e seu envio do
Espírito Santo; ao que Ele está fazendo por nós agora em sua intercessão, à
direita do Pai, e ao que ainda fará por nós, no futuro.

O conselheiro precisa entender e compreender que o Cristo da Bíblia não se


trata de um acessório, um acréscimo com o qual podemos viver melhor, e
muito menos de algo complementar – Ele é o fundamento de tudo. Pelo
contrário, Ele está no centro, nos arredores e em todos os aspectos do
aconselhamento, todos detalhes, todos olhares, o Cristo é o ponto central.

Falarmos então em uma visão sistêmica e macrovisão cristã é tratarmos de um


aconselhamento centralizado em Cristo, e isto envolve o entendimento da
natureza e das causas de nossas dificuldades humanas, bem como o
entendimento das maneiras em que somos diferentes de Cristo em nossos
valores, aspirações, desejos, pensamentos, escolhas, atitudes e reações.

Por fim, resolver dificuldades relacionadas ao pecado inclui sermos pessoas


redimidas e justificadas por Cristo, recebermos o perdão de Deus por meio de
Cristo e obtermos dEle o poder que nos capacita a substituir padrões de vida
pecaminosos e anticristãos por um modo de viver piedoso e semelhante ao de
Cristo.

Dificuldades comuns: o bambear do eixo


Tratar de sentimentos, idéias, pensamentos e atitudes nunca foi e nunca será
uma tarefa simples e de fácil manejo para qualquer pessoa. O Conselheiro
precisa estar sob o Espírito do Senhor – o qual concede congruência, paz,
tranquilidade, discernimento, e o rumo a ser conduzido neste diálogo.

Alguns tipos de Conselheiros denominados “Cristãos” sentem o peso do jugo,


ladeiam, bambeiam e sentem-se na maioria das vezes em um conflito até
maior que o do próprio Aconselhando, não é muito difícil de encontrarmos
relatos neste sentido.

Um dos principais fatores deste fatídico acontecimento é observar que o


Conselheiro na maioria das vezes partiu e já iniciou um diálogo com seus
próprios conceitos, pressupostos e “razões”, não querendo ou não estando
apto assim a realmente seguir um princípio ético e moral do Aconselhamento
Cristão: ajudar aos que sofrem e escutar com desvelo o sofrimento
alheio. Neste caminho o “eixo” vai desbalanceando, cambaleando tenta mudar
o prumo, perde o foco e a visão sistêmica escurece e embaralha.

Entender o ser humano em seu sofrimento é compreender que o lado


emocional (quase racional) pende para o egocentrismo e que muitas destas
vezes o Aconselhando busca mesmo é uma justificativa de tal acontecimento
ou dificuldade, sequer buscando o motivo e a razão que o levaram a cair neste
embrulhada, cilada ou dificuldade (pecado segundo a visão bíblica). O
Conselheiro precisa manter o foco, mantendo sério na jornada que busca não
somente uma mediação, mas a conciliação como um todo, não bastar remediar
ou mediar, é necessário conciliar e colocar a vida do Aconselhando dentro dos
trilhos novamente, para que a partir dele mesmo, consiga caminhar por si só e
saber o rumo a seguir diante de novos desafios ou encruzilhadas que possam
lhe confundir os sentimentos e frustar seus objetivos num futuro próximo.

Ao lidar (escutar atentamente e sinceramente) com os sentimentos alheios é


aprofundar-se em terras que nunca foram exploradas, é adentrar a raiz de todo
mal que assola uma dificuldade e a razão conflitante que quase em sua
totalidade é e significa para o Aconselhando se tratar de algo devastador,
degradante, destrutivo e muito, mas muito doloroso. É mexer na ferida ainda
“latente e exposta”, é cutucar e remoer as dores da carne que se percorrem o
corpo, a mente, o coração e todo pensamento deste ser. Todo desvelo é
necessário, e o Conselheiro tem que compreender esta base: que mesmo
parecendo ser algo bem simples de ser resolvido, este problema – dificuldade –
ou pecado – é para o Aconselhando algo muito doloroso. Por este motivo ele
foi pedir a ajuda, pois não consegue mais raciocinar por si só. Ele precisa da
sua ajuda, ele precisa dos ensinamentos e doutrinas bíblicas que o levem a
uma reflexão e sejam assim o motivo das suas mudanças.

Discernimento, ética e postura do Conselheiro


Sentir indignação com o pecado é uma coisa. Sentir indignação com o pecador
é outra. O Novo Testamento fala, por exemplo, para não sermos ansiosos. Mas
quando lidou com a ansiedade de Marta, Jesus não lhe “deu uma dura”, mas
foi terno: “Aí o Senhor respondeu: – Marta, Marta, você está agitada e
preocupada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária! Maria escolheu
a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela” (Lc 10.41-42). Haverá
momentos em que o conselheiro se frustrará porque vê que a pessoa está
sendo infantil ou apenas desejando aliviar um sintoma do seu pecado, ao invés
de lidar com o pecado. É preciso misericórdia. Sem abandonar a firmeza.

Além desta postura de aceitação da pessoa, o conselheiro precisa cultivar a


imagem (que deve corresponder à realidade) de ser uma pessoa confiável.

Características Distintivas do Aconselhamento Cristão


Wayne A. Mack15 de Abril de 2004 - Liderança da Igreja
Há vários anos, um crente da Holanda entrevistou-me a respeito do meu
ponto de vista sobre o aconselhamento cristão. Ele estava viajando
pelos Estados Unidos, fazendo perguntas a vários crentes que eram
conselheiros e professores de aconselhamento a respeito da opinião
deles sobre o que constitui o aconselhamento cristão. Disse ao meu
entrevistador que todo aconselhamento digno de ser chamado cristão
possui quatro características distintivas.

1. Aconselhamento centralizado em Cristo

Primeiramente, o aconselhamento cristão está consciente e


abrangentemente centralizado em Cristo. O aconselhamento cristão
atribui muito valor ao que Cristo é; ao que Ele fez por nós em sua vida,
sua morte, sua ressurreição e seu envio do Espírito Santo; ao que Ele
está fazendo por nós agora em sua intercessão, à direita do Pai, e ao
que ainda fará por nós, no futuro. No aconselhamento cristão, o Cristo
da Bíblia não é um acessório, um acréscimo com o qual podemos viver
melhor. Pelo contrário, Ele está no centro, nos arredores e em todos os
aspectos do aconselhamento. O aconselhamento centralizado em
Cristo envolve o entendimento da natureza e das causas de nossas
dificuldades humanas, bem como o entendimento das maneiras em que
somos diferentes de Cristo em nossos valores, aspirações, desejos,
pensamentos, escolhas, atitudes e reações. Resolver dificuldades
relacionadas ao pecado inclui sermos pessoas redimidas e justificadas
por Cristo, recebermos o perdão de Deus por meio de Cristo e obtermos
dEle o poder que nos capacita a substituir padrões de vida pecaminosos
e anticristãos por um modo de viver piedoso e semelhante ao de Cristo.

2. Aconselhamento centralizado na salvação

Um conselheiro cristão é um crente que expressa sua fé, de modo


consciente e abrangente, em sua perspectiva a respeito da vida. O
aconselhamento verdadeiramente cristão é realizado por indivíduos que
experimentaram a obra regeneradora do Espírito Santo, que vieram a
Cristo, através do arrependimento e da fé, que O reconheceram como
Senhor e Salvador de suas vidas e que desejam viver em obediência a
Ele; são pessoas cujo principal objetivo da vida é exaltar a Cristo e
glorificar o nome dEle. Os conselheiros verdadeiramente cristãos são
pessoas que crêem no fato de que, se Deus não poupou seu próprio
Filho (de ir à cruz e de morrer ali), mas O entregou (à cruz e à morte)
por nós (em nosso favor e em nosso lugar, como nosso substituto), Ele
nos dará graciosamente tudo que necessitamos para uma vida eficiente
e produtiva (para nos transformar na própria imagem de seu Filho, na
totalidade de nosso ser). O aconselhamento verdadeiramente cristão é
realizado por aqueles cujas convicções teológicas influenciam,
permeiam e controlam sua vida pessoal, bem como sua teoria e prática
de aconselhamento.

3. Aconselhamento centralizado na Igreja

Outra característica distintiva do aconselhamento verdadeiramente


cristão é que ele estará centralizado, de modo consciente e abrangente,
na Igreja. As Escrituras deixam claro que a igreja local é o instrumento
primário pelo qual Deus realiza sua obra no mundo. A igreja local é o
instrumento designado por Ele para chamar o perdido a Si mesmo e o
ambiente no qual Ele santifica e transforma seu povo na própria
semelhança de Cristo. De acordo com as Escrituras, a Igreja é a casa
de Deus, a coluna e o baluarte da verdade; é o instrumento que Ele
utiliza para ajudar seu povo a despojar-se da velha maneira de viver
(hábitos, estilo de vida, maneiras de pensar, sentimentos, escolhas e
atitudes características da vida sem Cristo) e vestir-se do novo homem
(uma nova maneira de viver com pensamentos, escolhas, sentimentos,
atitudes, valores, reações, estilo de vida e hábitos semelhantes ao de
Cristo (ver 1 Timóteo 3.15; Efésios 4.1-32).

4. Aconselhamento centralizado na Bíblia


Finalmente, o aconselhamento verdadeiramente cristão está
fundamentado, de modo consciente e abrangente, na Bíblia, extraindo
dela a sua compreensão a respeito de quem é o homem, da natureza
de seus problemas, dos “porquês” destes problemas e de como resolvê-
los. Em outras palavras, o conselheiro precisa estar comprometido, de
modo consciente e envolvente, com a suficiência das Escrituras para
resolver e compreender todas dificuldades não-físicas, relacionadas ao
pecado, que afetam o próprio indivíduo e seu relacionamento com os
outros. Muitos em nossos dias se declaram conselheiros cristãos, mas
não afirmam a suficiência das Escrituras. Em vez disso, eles crêem que
precisamos de discernimento proveniente de teorias psicológicas e
extra bíblicas para compreendermos e ajudarmos as pessoas,
especialmente se elas têm problemas sérios. Para tais conselheiros, a
Bíblia possui autoridade apenas designadora (ou seja, como um
instrumento que nomeia) e não funcional (atual, genuína e respeitada
quanto à pratica) no aconselhamento. Estes conselheiros reconhecem
que a Bíblia é a Palavra de Deus e, por isso, digna de respeito, mas,
quando se refere a entender e resolver muitos dos problemas autênticos
da vida, eles crêem que a Bíblia possui valor limitado. Onde quer e por
quem quer que seja realizado esse tipo de aconselhamento, somos
convencidos de que, embora o conselheiro seja um crente, seu
aconselhamento é sub-cristão, porque não está fundamentado, de
modo consciente e abrangente, na Bíblia. Estas quatro características
distintivas do aconselhamento não constituem assuntos que podemos
deixar de lado. Também não são “uma tempestade num copo d’água”.
Pelo contrário, elas são o âmago de qualquer aconselhamento digno do
nome “cristão”. Visto que entendemos estas características como o
ensino da Palavra de Deus sobre o aconselhamento, elas determinam
o modelo de nossos cursos de graduação e pós-graduação em
aconselhamento.
O POSTO DE SALVAMENTO (Theodore Wedel)

Numa perigosa costa, onde os naufrágios são frequentes, havia, certa vez, um tosco,
pequeno posto de salvamento. O prédio não passava de uma cabana e havia um só barco
salva-vidas. Mesmo assim, os membros, poucos e dedicados, mantinham uma vigilância
constante sobre o mar e, sem pensar em si mesmos, saiam dia e noite, procurando
incansavelmente pelos perdidos. Muitas vidas foram salvas por esse maravilhoso pequeno
posto, de modo que acabou ficando famoso.

Algumas das pessoas que haviam sido salvas, além de várias outras residentes nos arredores,
queriam associar-se ao posto e contribuir com seu tempo, dinheiro e esforço para manter
o trabalho de salvamento. Novos barcos foram comprados e novas tripulações treinadas.
O pequeno posto de salvamento cresceu.

Alguns membros do posto de salvamento estavam descontentes com o fato de o prédio ser
tão tosco e tão parcamente equipado. Achavam que um lugar mais confortável deveria
servir de primeiro refúgio aos náufragos salvos. Assim, substituíram as macas de
emergência por camas e puseram uma mobília melhor no prédio que foi aumentado.

Agora, o posto de salvamento tornou-se um popular lugar de reunião para os seus


membros. Deram-lhe uma bela decoração e o mobiliaram com requinte, pois o usavam
como uma espécie de clube. Agora, era menor o número de membros ainda interessados
em sair ao mar em missões de salvamento. Assim, tripulações de barcos salva-vidas foram
contratadas para fazer este trabalho. O motivo predominante na decoração do clube ainda
era o salvamento de vidas e havia um barco salva-vidas litúrgico na sala em que eram
celebradas as cerimônias de admissão ao clube.

Por essa época, um grande navio naufragou ao largo da costa e as tripulações contratadas
trouxeram barcadas de pessoas com frio, molhadas e semi-afogadas. Elas estavam sujas e
doentes e alguma delas eram de pele preta ou amarela. O belo e o novo clube estava em
caos. Por isso, o comitê responsável pela propriedade imediatamente mandou construir
um banheiro do lado de fora do clube, onde as vítimas de naufrágios pudessem se limpar
antes de entrar.

Na reunião seguinte, houve uma cisão entre os membros do clube. A maioria dos membros
queria suspender as atividades de salvamento por serem desagradáveis e atrapalharem a
vida social normal do clube. Alguns membros insistiram que o salvamento de vidas era seu
propósito primário e chamaram a atenção para o fato de serem de que eles ainda eram
chamados posto salvamento. Mas por fim estes membros foram derrotados na votação.
Foi-lhes dito que se queriam salvar as vidas de todos os vários tipos de pessoas que
naufragassem naquelas águas, eles poderiam iniciar seu próprio posto de salvamento mais
abaixo naquela mesma costa. E foi o que fizeram.

Com o passar dos anos, o novo posto de salvamento passou pelas mesmas transformações
ocorridas no antigo. Acabou tornando-se um clube, e mais um posto de salvamento foi
fundado. A história continuou a repetir-se, de modo que, quando se visita aquela costa hoje
em dia, encontra-se vários clubes exclusivos ao longo da praia. Naufrágios são frequentes
naquelas águas, mas a maioria das pessoas morre afogada.

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