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Imprensa

Praticamente, durante todo o seu primeiro governo, de 1930 a 1945, o presidente


Getúlio Vargas manteve uma relação conflituosa com a imprensa. O controle sobre
ela, exercido pelo DIP durante o Estado Novo, pode ter contornado problemas,
mas, certamente, não os eliminou. Foi com a ajuda da imprensa que, em 1945, o
regime começou a cair.

Logo de início, os jornais de maior circulação do Rio de Janeiro e São Paulo


apoiaram a Aliança Liberal e a Revolução de 1930. Entretanto, instalado o regime
revolucionário, a situação começou a mudar. Em fevereiro de 1932, em uma época
em que o Brasil podia ser chamado de o país dos tenentes, ocorreu o
empastelamento do Diário Carioca, jornal que apoiara com entusiasmo os
revolucionários de 1930, mas se mostrou desiludido logo nos primeiros meses do
Governo Provisório, passando a defender a constitucionalização do país. A
destruição do jornal por elementos ligados ao Clube 3 de Outubro desencadeou
uma crise entre os revolucionários. Maurício Cardoso, então ministro da Justiça,
exigiu a apuração das responsabilidades, mas Vargas mostrou-se reticente. Diante
disso, Maurício Cardoso, juntamente com outros políticos gaúchos, afastou-se do
governo.

A esmagadora maioria da imprensa, nesse período, principalmente a da capital da


República, era contrária a Vargas. Os tenentes, tendo à frente João Alberto,
contribuíram com recursos financeiros para a criação de alguns jornais de apoio ao
governo, entre eles O Radical, fundado em junho de 1932. Mas, foi durante o
Estado Novo que Vargas aprofundou, ao mesmo tempo, seu controle e suas
incompatibilidades com a imprensa.

A razão fundamental do descontentamento dos jornais com o novo regime foi que a
Constituição de 1937 aboliu a liberdade de expressão. Todos os meios de
comunicação e de expressão, como o teatro, o cinema, o rádio ou os jornais, foram
submetidos à censura prévia. Mais que isso: foi atribuído à imprensa o caráter de
serviço de utilidade pública, o que obrigava todos os jornais a publicar comunicados
do governo. O não-cumprimento dessa exigência levava à prisão o diretor do
jornal. O DIP ficou encarregado de executar essas e outras medidas impostas logo
a seguir, como a que exigia o registro dos jornais e dos jornalistas no próprio DIP.
Se esse foi o primeiro passo no sentido de permitir ao governo eliminar vários
jornais, em 1940 o cerco se fechou com o decreto que exigia o registro anual no
DIP para a importação de papel de imprensa. Nesse período, dezenas de jornais
deixaram de circular, e centenas não conseguiram registro. Um dos jornais mais
atingidos foi O Estado de S. Paulo, mantido fechado ou sob intervenção enquanto
seu proprietário, Júlio de Mesquita Filho, partia para o exílio.

Apesar da repressão, surgiu, nessa época, uma imprensa clandestina que publicava
jornais, folhetins e tablóides. Era o caso do tablóide carioca Liberdade, que
denunciava o amordaçamento da imprensa. Em São Paulo, orientadas por
professores e estudantes da USP, surgiram publicações que seriam divulgadas por
todo o país, como Folha Dobrada (1939) e Resistência (1944).

Tendo em vista a situação de rigorosa censura, que vigorou durante o Estado Novo,
é compreensível que a derrubada do regime tenha-se iniciado via imprensa. Em 8
de fevereiro de 1945, Virgílio de Melo Franco, um dos líderes da Revolução de 1930
que rompera com Vargas, deu uma entrevista ao jornal O Globo reclamando plena
liberdade para as eleições que se anunciavam e, em seguida, empenhou-se na
articulação de um acordo entre todos os jornais do Rio de Janeiro para que
estampassem, em um mesmo dia, uma notícia que tivesse sido vetada ou não
submetida à censura do DIP. Além disso, Virgílio e Luís Camilo de Oliveira Neto

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conseguiram que José Américo de Almeida desse uma entrevista ao jornalista
Carlos Lacerda. O texto, de teor francamente antiditatorial, foi entregue a vários
jornais; mas coube ao Correio da Manhã dar o golpe de misericórdia na censura à
imprensa, publicando a entrevista em 22 de fevereiro, com enorme repercussão.
Em sua edição do mesmo dia, à tarde, O Globo lançou publicamente a candidatura
do brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da República.

Nos meses seguintes vários fatores iriam contribuir para uma crise que culminaria,
em outubro, com a queda de Vargas e o fim do Estado Novo.

Fonte
IMPRENSA. In: DIRETRIZES do Estado Novo (1937-1945). Era Vargas [on-line]. Rio
de Janeiro: CPDOC, 2004. Disponível em:
<http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/anos37-45/ev_ecp_imprensa.htm>.
Acesso em: 14 jan. 2005.

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