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Empreendedorismo

O NEGÓCIO PRÓPRIO
APRESENTAÇÃO

Caro(a) aluno(a), prazer em tê-lo(a) novamente aqui!


No módulo “Geração de Ideias e Valores” você
aprendeu as diferenças entre inovação, invenção e
imitação, tomando a inovação como fonte fundamental
na geração de ideias e de criação de valor.

N este módulo, estudaremos como buscar oportunidades de negócio. Ter o seu próprio
negócio! Isso é extremamente interessante! Bons estudos!

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender os aspectos gerais para iniciar o seu próprio negócio
• Criar visão sobre crise versus oportunidade
• Despertar motivações para inovar.

FUMEC VIRTUAL - SETOR DE Transposição Pedagógica Infraestrutura e Suporte


FICHA TÉCNICA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Karina Gomes de Souza Coordenação


Nesir Freitas da Silva Anderson Peixoto da Silva
Gestão Pedagógica
Produção de
Assessoria ao Professor,
Design Multimídia AUTORIA
Assessoria ao Aluno e Tutoria
Coordenação
Coordenação Prof. José Manoel Granados Negrão
Rodrigo Tito M. Valadares
Gabrielle Nunes Paixão
Design Multimídia 2017
Alan J. Galego Bernini

BELO HORIZONTE - 2017


O NEGÓCIO PRÓPRIO
O que motiva o começo do próprio negócio?
Há vários motivos para se iniciar um negócio. Segundo Degen (2009), alguns motivos
mais comuns identificados junto a empreendedores, em ordem de importância são:

• Desejo de ganhar mais dinheiro, mais do que possível como empregado.


• Vontade de mudar a rotina proporcionada pelo emprego, dando chance às suas
próprias ideias.
• Vontade de autodefinição do próprio futuro sem interferência de terceiros.
• Autoestima no que diz respeito a provar a si mesmo e aos outros que é capaz de
empreender.
• Desejo de desenvolver algo que agregue inovação e benefícios, para si e para a
sociedade.

Alguns desses motivos podem se apresentar mais preponderantes na decisão de empre-


ender; entretanto, na maioria dos casos, ocorre uma combinação desse conjunto de moti-
vos acrescido a outros aspectos particulares.

AS SITUAÇÕES DE CRISE ENVOLVEM OPORTUNIDADES


A crise representa oportunidade para os empreendedores. Os chineses, há mais de quatro
mil anos, já sabiam dessa relação que para os ocidentais parecem antagônicas. Crise é
expressa no idioma chinês em uma palavra representada pelos seguintes ideogramas:

PERIGO,
MEDO
CRISE = PERIGO +
CHANCE, OPORTUNIDADE
OPORTUNIDADE

KIKI (crise)

O primeiro ideograma significa perigo; o outro, oportunidade. Por sua vez, o ideograma da
oportunidade é formado por outros dois símbolos: um representa uma árvore (estrutura e
organização), o outro o trabalho (ação e realização). Portanto, oportunidade é a realização
de um trabalho organizado e estruturado. E a crise é um momento de grande expectativa
que prenuncia essa realização. Fácil de entender, não?

Toda crise representa ameaça para o momento atual e oportunidade para o futuro. Sempre
é possível descobrir caminhos promissores mesmo que eles estejam escondidos em
momentos desfavoráveis. Às vezes, as oportunidades ficam ocultas pela nossa inércia,
pela desesperança ou até mesmo pelo medo.

O Negócio Próprio 57
Especificamente para o futuro empreendedor, crise pode representar oportunidades para
iniciar um negócio explorando-se as novas tendências do mercado global. Para o empre-
sário estabelecido, a crise pode representar ameaças aos seus negócios se eles estive-
rem explorando tendências declinantes do mercado. Por outro lado, para esse mesmo
empreendedor, a crise pode representar oportunidades de adaptá-los às novas tendências
emergentes antes dos seus concorrentes atuais e também dos entrantes.

Caro(a) aluno(a), isso aplica-se a indivíduos e nações. No Brasil, por exemplo, a “crise
do petróleo” de 1973 gerou a oportunidade do lançamento do programa “pró-álcool”
de substituição de importação de petróleo por alternativa vegetal, renovável, nacional e
menos poluente. Houve, portanto, um salto de qualidade ambiental no país, como conse-
quência da solução adequada apresentada para essa crise.

Outro exemplo foi a crise das montadoras de automóveis nos anos de 1990, em que os
fabricantes tiveram de renovar toda a sua linha de produtos. Em vez de comprar os veículos
caros e tecnologicamente obsoletos, os consumidores do mercado de automóveis deram
preferência aos carros importados mais modernos oferecidos pelas montadoras francesas
Renault, Citröen e Peugeot. As montadoras de automóveis tradicionais como GM, Ford, Fiat
e Volkswagen, tiveram de inovar para atender aos consumidores e não perder mercado.

Como exemplo aplicado ao indivíduo, quanto ao nosso organismo, entramos em crise


quando nosso corpo físico passa a não funcionar a contento: quando surge um mal-estar
ou uma doença aguda. Todos esses sintomas desagradáveis são consequência de hábitos
doentios que adotamos com o passar do tempo, levando ao aparecimento de doenças.

Infelizmente, praticamente todas as pessoas só alteram seus hábitos doentios após o


aparecimento da crise (doença). Nessa ocasião, temos a oportunidade de usar nosso
livre-arbítrio de duas formas: certa ou errada. A maneira errada de enfrentarmos a crise
é usarmos remédios para tentar curar a doença. Desta forma, apenas iremos agravar o
conjunto total do corpo, pois iremos adicionar mais venenos (todos os remédios são vene-
nos que visam matar os supostos micro-organismos patogênicos, causadores da doença)
ao nosso sistema.

A maneira correta de enfrentar a crise é fazermos uma autoanálise criteriosa e identificar


o hábito patológico que levou ao surgimento da crise (doença), e alterarmos esse hábito
por outro hábito salutar. Dois hábitos que ajudam a eliminar rapidamente as doenças é
comer alimentos crus e fazer jejum.

Mais um exemplo se verifica antes da crise financeira internacional em 2008, quando o


Brasil crescia a uma taxa superior a 5% ao ano, proporcionando oportunidades para novos
negócios. Com o agravamento da crise a partir de outubro de 2008, o Brasil foi afetado
e os especialistas projetaram crescimento reduzido para o país em 2009. Entretanto, ao
final de 2009 houve a retomada do crescimento econômico, com perspectivas de entra-
da de capital internacional no país e novo conceito no cenário internacional conquistado
pelo Brasil através do desempenho dos seus indicadores. No início de 2010, o Brasil se vê
diante de oportunidades relevantes nos contextos interno e mundial.

58 O Negócio Próprio
A QUESTÃO DA INOVAÇÃO
Segundo o processo de destruição criativa de Schumpeter, as empresas devem estar
continuamente inovando para não desaparecerem do mercado, devido ao surgimento de
concorrentes com produtos e serviços melhores. A inovação deve ser tema constante,
tanto para os novos empreendedores como para os existentes.
A importância das pequenas e médias empresas na economia brasileira, que
representam 99 por cento do total das empresas formais, se destaca pelo IBGE
Instituto Brasileiro de
oferecimento de 57 por cento do total de empregos e 26 por cento do
Geografia e Estatística.
total da massa salarial, conforme pesquisa do IBGE em 2002, publicada na
pesquisa do SEBRAE e da Fubra. Ainda de acordo com o mesmo estudo SEBRAE
do SEBRAE e da Fubra, antes de completar dois anos de formação, 50 por Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas.
cento das pequenas empresas criadas encerram suas atividades, sendo que
56 por cento encerram no terceiro ano e 60 por cento em até quatro anos. Fubra
Conforme Degen (2009), essas porcentagens são parecidas com resultados Fundação Universitária de Brasília.
obtidos por estudos semelhantes realizados nos Estados Unidos e em outros
países desenvolvidos ou em desenvolvimento.

Prezado(a) aluno(a), com o estudo deste módulo espero que você esteja bem envolvido
nas questões de Administração Estratégica, de forma a estar preparado para os módulos
subsequentes. Daí a razão de alguns conceitos terem sido breves, mas serão aprofunda-
dos na medida em que avançarmos no curso.

A inovação deliberada
Caro(a) aluno(a), neste item vamos nos basear no autor Peter F. Drucker expondo a
inovação como ato fundamental do empreendedor nos seus propósitos. Sem a atitude da
inovação não há mudanças, não há empreendedorismo.

A Inovação deliberada é o instrumento específico do espírito empreendedor. A inovação


não precisa ser necessariamente baseada em ciência e tecnologia, envolvendo “coisas”.
É também de ordem social e econômica. É o ato que contempla os recursos com a nova
capacidade de criar riqueza. A inovação, de fato, cria um recurso. Não existe algo chama-
do de “recurso” até que o homem encontre um uso para alguma coisa na natureza e assim
o dote de valor econômico.

Peter F. Drucker
Peter Ferdinand Drucker nasceu em
19/11/1909 em Viena – Áustria – e
faleceu em 11/11/2005, em Claremont,
Califórnia – EUA. Foi filósofo e
economista. Considerado por muitos
como o pai da gestão moderna,
sendo o mais reconhecido dos
pensadores do fenômeno dos efeitos
da globalização na economia em geral
e em particular nas organizações.

O Negócio Próprio 59
Não existe maior recurso em uma economia do que o “poder aquisitivo”. E o poder aqui-
sitivo é criação do empreendedor inovador.

Veja alguns exemplos de inovações:

• Compras à prestação - inventada no começo do século XIX pelo americano Cyrus


McCormick. A “invenção” permite ao comprador pagar as suas compras com seus
ganhos futuros, em vez de economias passadas, o que estabelece uma modalidade
de poder aquisitivo.
Cyrus McCormick
• Livro-texto - inventado em meados do século XVII provavelmente pelo Cyrus McCormick, industrial
checo Johann Amos Comenius, que preparou as primeiras cartilhas de norte-americano (Walnut Grove,
1809 - Chicago, 1884). Inventou
Latim. O livro-texto permitiu a educação em massa. várias máquinas agrícolas,
• A Administração - é uma invenção do século XX. É um agregado de entre elas uma colheitadeira de
milho puxada por cavalos.
“conhecimentos úteis” que permite ao homem converter indivíduos produ-
Cyrus McCormick tivos, com habilidades e conhecimentos diferentes, a trabalhar juntos em Johann Amos Comenius
uma mesma organização. Ela transformou a sociedade moderna em algo Johann Amos Comenius
(1592 - 1670) foi educador e
bem novo, para a qual não temos sequer uma teoria política ou social: bispo protestante checo.
uma sociedade de organizações.

• A base da força industrial da Alemanha - Inovação praticada pelo


construtor de locomotivas alemão August Borsig 1. Ele visualizou a
ideia do Meister (Mestre), o trabalhador sênior, altamente capacitado
e respeitado, que dirige a fábrica com uma considerável autonomia;
e o Lehrling System (sistema de aprendizado), que combinava o trei-
namento prático (Lehre) em serviço com o estudo (Ausbildung) em
salas de aula.

• Preservação da cultura japonesa - Baseada na Inovação social adotada


no século XIX, para evitar a sina da Índia e da China quanto à “ociden-
talização” das conquistas daquela época. Essa Inovação objetivava o Johann Amos Comenius
desenvolvimento de instituições, como escolas e universidades, o servi-
ço público, bancos e relações trabalhistas. As instituições tinham que ser
“japonesas” no mais alto grau, e mesmo assim “modernas”. Tecnologia
pode ser importada a custos baixos e com o mínimo de risco cultural.
Instituições, pelo contrário, precisam de raízes culturais para crescer e
prosperar. E os japoneses, conforme a opinião que ainda se mantém
(tanto no Japão, como no Ocidente) não são inovadores de produtos, e
sim imitadores. Isso porque os japoneses não têm, de um modo geral,
produzido destacadas inovações técnicas ou científicas O seu sucesso
surpreendente está baseado na inovação social.

• Avião - Uma das principais inovações técnicas, produzida pelos irmãos


Wright, conforme alguns; ou por Alberto Santos Dumont, por outros.
Inovação incomum. August Borsig

• A “Invenção da Invenção” - Inovação na forma da condução das


invenções, definida no século XIX. A invenção deixa de ser ocaso do
“lampejo do gênio” e torna-se “pesquisa”, uma atividade sistemati-
zada, com um propósito determinado, planejada e com alto grau de
previsibilidade dos resultados almejados e das possibilidades destes
serem alcançados.

1  August Borsig - 1804-1854

Santos Dumont

60 O Negócio Próprio
As sete fontes de oportunidade inovadora
É a mudança que sempre proporciona a oportunidade para o novo e o diferente. A inova-
ção sistemática, portanto, consiste na busca deliberada e organizada de mudanças, e na
análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação
econômica ou social. Especificamente, a inovação sistemática significa o monitoramento
das sete fontes para uma oportunidade inovadora.

As primeiras quatro fontes estão dentro da instituição, seja empresarial ou pública, ou


dentro do setor industrial ou de serviços. Elas são, basicamente, sintomas. Porém, são
indicadores bastante confiáveis de mudanças que já ocorreram ou que podem ser provo-
cadas com um pequeno esforço. Essas quatro fontes são:

• O inesperado - o sucesso inesperado, o fracasso inesperado, o evento externo ines-


perado.
• A incongruência - entre a realidade como ela é de fato, e a realidade como se presu-
me ser ou como “deveria ser”.
• A inovação baseada na necessidade do processo.
• Mudanças na estrutura do setor industrial ou na estrutura do mercado que apanham
a todos desprevenidos.

O segundo grupo de fontes para a oportunidade inovadora, um conjunto de três delas,


implica em mudanças fora da empresa ou do setor:

• Mudanças demográficas - mudanças populacionais.


• Mudanças em percepção, disposição e significado.
• Conhecimento novo, tanto científico como não-científico.

As sete fontes requerem análises em separado, pois cada uma tem características bem
definidas. Nenhuma área é, contudo, inerentemente mais importante ou mais produtiva
que outra. Inovações importantes têm tanta probabilidade de surgir a partir de uma análise
de sintomas de mudança, tal como o sucesso inesperado resultante de uma considerada
insignificante mudança no produto ou no preço, como de surgir uma aplicação maciça de
um conhecimento novo resultante de uma grande descoberta científica.

As fontes acima estão dispostas numa ordem decrescente de confiabilidade e previsi-


bilidade. A crença geral é que o conhecimento novo, e especialmente o conhecimento
científico novo, seja a mais confiável ou a mais previsível fonte de inovações bem sucedi-
das. Não é a verdade. O sucesso inesperado ou o fracasso inesperado envolvem riscos e
incertezas razoavelmente baixos. E as inovações que daí advierem possuem, tipicamente,
o menor tempo de espera entre o início do empreendimento e seus resultados mensurá-
veis, seja sucesso ou fracasso.

O Negócio Próprio 61
O inesperado
Considerando como referência o autor Peter F. Drucker, abordaremos em seguida as opor-
tunidades para inovação mais comuns diante das mudanças de comportamento/hábito
dos consumidores, das surpresas, enfim, diante do inesperado, que pode ser um sucesso,
um fracasso ou um evento externo.

O SUCESSO INESPERADO
É a melhor situação para se promover uma inovação bem sucedida, porém as administra-
ções normalmente não dão a devida importância para este fato, ou não o aceitam, pois é
difícil aceitar que o modo como as coisas vinham acontecendo até então estava errado.

Se a empresa lança um produto cuja aceitação supera suas expectativas, ou atende a um


público para o qual não foi desenvolvido, ou que pode matar um produto tradicional, líder
de mercado; estamos, então, diante de situações de sucesso inesperado. E a reação da
administração normalmente é de rejeição.
O presidente da Macy’s diante do fato das utilidades domésticas estarem Macy’s
vendendo mais que artigos de moda, afirmou que não sabemos como parar A Macy’s é uma rede de lojas de
departamentos sediada na cidade
com o crescimento das vendas de aparelhos e utensílios domésticos... isso
norte-americana de Nova Iorque.
é anormal. Já o diretor médico do laboratório que viu seus medicamentos
serem aplicados para uso veterinário, afirmou que isso era utilização indevida de uma
medicina nobre. No caso da universidade que ofereceu cursos noturnos de educação
continuada, o sucesso foi além do esperado, uma verdadeira surpresa, mas a direção da
escola preferiu dar mais atenção aos cursos de graduação que já eram tradicionais e não
investiu adequadamente, colocando como instrutores professores temporários e assisten-
tes de ensino dos cursos de pós-graduação. Consequência: além de ter de fechar o curso
noturno, ainda prejudicou a própria reputação.

É preciso esforço para perceber que está no “inimigo” a sua melhor oportunidade e
os administradores precisam perceber e admitir que erraram, e procurar abrir uma nova
oportunidade com o sucesso. O mais comum na administração é focar as atenções nas
áreas-problema e desconsiderar as que vão bem. O sucesso inesperado tem de ser visto,
pois aponta para uma demanda latente que requer análises.

Algumas perguntas devem ser feitas diante de uma situação de


sucesso inesperado: “Que mudanças básicas são apropriadas para
o negócio? Tecnologia? Mercado?” “O que significa explorar este
sucesso?” “Para onde ele pode nos levar?” “O que é preciso fazer
para se tornar uma oportunidade?” A administração deve ter
pessoas e tempo específicos para discutir sucessos inesperados,
pois é uma oportunidade que exige ser levada a sério.

62 O Negócio Próprio
O FRACASSO INESPERADO
O fracasso normalmente não é visto como forma de oportunidade, mesmo porque ele
costuma ser fruto de erros, ganância, estupidez, falta de reflexão e até de incompetência.
Porém, se houve um bom planejamento, pesquisa e execução, esse fracasso pode revelar
que houve mudanças latentes e, talvez, até oportunidades não percebidas. O sucesso ou
fracasso da concorrência também ajudam a detectar oportunidades. É preciso ir a campo
e pesquisar o que aconteceu. É um trabalho organizado, sistemático e racional que preci-
sa ser submetido a uma rigorosa análise lógica. Intuição só não basta.

No caso dos cadeados que eram exportados para Índia, um fabricante vendia a “aparên-
cia” de segurança que um cadeado pode proporcionar. Ao começar a perder mercado,
melhorou a qualidade do produto (passou realmente a vender a segurança que um cade-
ado pode oferecer), mas o concorrente saiu na frente e percebeu que estava surgindo uma
classe média na Índia e que eles queriam mais que um simples cadeado. Lançou, então,
naquele mercado, as fechaduras de porta, dando ao consumidor duas opções de escolha:
só o trinco ou também a fechadura propriamente dita, com três chaves.

TOME NOTA
O inesperado nos faz enxotar para fora nossos preconceitos, pressupostos e certezas, por
isso ele é solo fértil para inovação. Nem sempre é possível entender por que a realidade
mudou, mas é essencial saber que ela mudou e, assim, inovar com sucesso.

No caso do carro Edsel da Ford, todo o planejamento, projeto, desenho, Edsel


pesquisas de mercado, controle de qualidade, etc., foram cuidadosamente O nome do modelo era uma
providenciados antes do lançamento do veículo, no entanto foi um fracasso homenagem ao filho único
de Henry Ford e pai de Henry
total. Ao tentar entender o que havia acontecido, percebeu-se que a sociedade
II: Edsel Bryant Ford.
– que até então era segmentada pela situação sócio-econômica –, na verdade,
estava se comportando de acordo com o estilo de vida. Em cima disso, a Ford lançou o
Thunderbird, que foi o maior sucesso. Poder-se-ia ter culpado o consumidor irracional (que
não avalia corretamente uma boa oportunidade), mas a Ford preferiu estudar melhor o fato.

O Negócio Próprio 63
O EVENTO EXTERNO INESPERADO
A oportunidade que um evento externo inesperado gera, é mais facilmente percebida por
empresas em funcionamento e de grande porte, pois estas dispõem de pessoas especia-
lizadas para avaliar esse tipo de mudança e têm maior disponibilidade de recursos para
pesquisas e desenvolvimento de produtos ou serviços.

Para se inovar com o evento externo, é preciso se enquadrar no conhecimento e capaci-


tação do próprio negócio da pessoa, pois a adequação não deve fugir à natureza do negó-
cio em que já se está. A oportunidade deve ser uma extensão, e não uma diversificação
dos negócios. Deve ser uma inovação nos produtos, nos canais de distribuição e/ou na
assistência técnica (pós-vendas).

O melhor exemplo é o caso da IBM ao lançar o PC (computador pessoal). Na década de 70


quando ela faturava alto com os “mainframes” e os PC’s ainda eram modestos, ela mobi-
lizou 4 forças-tarefa para desenvolverem seu computador pessoal. Naquela época, todos
da IBM acreditavam que esse tipo de computador não iria progredir, e que o computador
seguro seria mesmo o de grande porte. Enfim, dispuseram-se a ir a campo saber se teriam
como tirar vantagem sobre esse possível mercado.

Ser grande e estar no mercado não asseguram percepção sobre eventos inesperados. As
oportunidades exigem mais que sorte ou intuição. É preciso inovar, organizar-se adequa-
damente e administrar de forma a poder explorá-las.

Mainframes
Um mainframe é um computador de
grande porte, dedicado normalmente
ao processamento de um volume
grande de informações.

64 O Negócio Próprio
Síntese
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma etapa. Espero que tenha gostado!

Este módulo apresentou condicionamentos ao aluno para iniciar seu próprio negócio;
a necessidade da inovação no empreendedorismo, e as formas de entendimento das
oportunidades.

O próximo módulo abordará a evolução histórica do empreendedorismo e as suas tendên-


cias. Até lá!

Referências
BARON, Robert A., SHANE, Scott A. Empreendedorismo: uma visão do processo.
Tradução All Tasks. São Paulo, Thomson Learning, 2007.

CHÉR, Rogério. O meu próprio negócio – todos os passos para avaliação, planejamento,
abertura e gerenciamento de um negócio próspero. São Paulo: Negócios, 2002.

DEGEN, R. J. O empreendedor – fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo:


McGraw-Hill, 1989.

DEGEN, Ronaldo J. Empreendedor: empreender como opção de carreira. Editora Pearson


Prentice Hall - São Paulo, 2009.

DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura, 1999.

DOLABELA, Fernando et al. Boa idéia, e agora? São Paulo: Cultura, 2000.

DRUCKER, Peter. Inovação e espírito empreendedor. Editora Thomson Learning. São


Paulo, 2006.

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