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• Coordenação Geral.
• Equipe de espiritualidade.
• Equipe de estrutura.
Coordenação Geral:
Equipe de espiritualidade:
Pastoreio:
• São os servos que vão cuidar do acompanhamento espiritual e
formativo dos participantes do SVES.
Função do servo do pastoreio:
• Cuidar dos participantes que lhe forem confiados e pastoreá-los.
• Lembrar, no início do Seminário de Vida no Espírito Santo e em
todas reuniões, que o MANUAL DO PARTICIPANTE DO SVES está
no Site da RCCBrasil para download.
• Organizar o grupo de partilha.
• Certificar-se de que a partilha não se desvie para outros
assuntos.
• Levar os participantes do grupo de partilha a reconhecer a ação
do Espírito Santo em suas vidas.
• Conduzi-los a Jesus, não a si mesmo.
• Estimulá-los no gosto pela oração pessoal e o hábito de ler e
meditar a Sagrada Escritura.
• Sanar dúvidas (se for preciso).
• Auxiliá-los na prática dos carismas.
• Ouvir os participantes com atenção.
• Acolher os participantes pessoal e fraternalmente.
• Interceder constantemente por eles.
• Atendê-los fora do grupo, se necessário.
• Cuidar da frequência e participação dos mesmos.
• Registrar em cadastro os membros do grupo, com nome,
telefone, endereço, data de nascimento etc.
• Entrar em contato quando faltarem.
• Se for preciso, ir à casa do participante.
• Orar pelos participantes.
• Na ficha de cada participante anotar algo que for necessário
sobre a partilha.
O responsável pelo pastoreio (todos os Servos de Pastoreio) deve:
• Dar testemunho de vida.
• Ser hospitaleiro.
• Apresentar seriedade e responsabilidade.
• Acolher a todos, ter paciência com os difíceis.
• Usar de correção fraterna.
• Guardar sigilo sobre as partilhas.
Pregadores:
• Devem ter todo o cronograma.
• Saber de toda a moção de Deus para o seminário.
• Conhecer todos os temas que serão trabalhados.
• Estar atentos ao tempo de pregação.
• Não sair do tema proposto.
• Pregar querigmaticamente.
Oração:
• A equipe de oração, cujos servos deverão saber ministrar orações
de cura e libertação e também de intercessão de acordo com as
orientações destes ministérios, será responsável por todas as orações do
seminário, sejam elas de intercessão ou de momentos de oração no dia
da realização dos encontros. No caso de o pregador desejar conduzir a
oração depois de sua pregação, esta equipe ficará como apoio, caso
necessário ou se solicitado pelo pregador.
• O objetivo central desses momentos de oração é proporcionar
aos participantes uma experiência com Deus.
• No caso de haver necessidade de atendimento individual para
algum dos participantes, este poderá ser agendado em um outro dia que
não o da realização do seminário.
Música:
A equipe de música será responsável por:
• Providenciar folhetos e músicas para os dias de seminário.
• Resolver os assuntos ligados ao som.
• Chegar sempre com antecedência para organizar o espaço do
ministério e passar o som.
• Permanecer no salão durante todo o tempo em que está
acontecendo o seminário.
• Levar as pessoas a terem uma experiência com o Senhor através
dos louvores.
Observação: Não basta apenas saber tocar bem um instrumento e
cantar, é preciso que o ministério de música seja assíduo ao grupo de
oração, pois a música deve ser ministrada de acordo com as orientações
do Ministério de Música e Arte da RCC Brasil.
Outras equipes que se fizerem necessárias.
De acordo com a realidade local, pode tornar-se necessária a
criação de outras equipes de trabalho. Abrimos este item para não ficar
restrito às equipes acima mencionadas.
Equipe de Estrutura
Montagem
• Esta equipe se responsabiliza por toda a estrutura de
montagem, organiza quem disponibiliza as cadeiras, o som, o
local dos grupos de partilha. Esta equipe também se organiza
para ornamentar o local, e para providenciar estante e água para
os pregadores.
Limpeza
• Durante os dias em que acontece o seminário essa equipe se
organiza para realizar a limpeza e organização de todo o local,
além de:
• Verificar se os banheiros estão limpos, se tem papel higiênico,
sabonete, papel toalha.
• Verificar se o local está bem arejado e cuidar de outros detalhes
referentes ao conforto dos participantes.
Comunicação
• Toda a divulgação do seminário é feita por esta equipe que se
encarregará de:
• Ir às missas da paróquia e aos grupos de oração para convidar
para o SVES.
• Fazer chamadas, vinhetas e conv1Tes para o mesmo de maneira
criativa e atraente.
• Providenciar cartazes, panfletos, fichas de inscrição,
comunicados e chamadas em s1Tes.
• Organizar as tarefas que serão entregues aos grupos.
• Encarregar-se dos comunicados no dia da realização do
seminário.
METODOLOGIA
Recepção
CRONOGRAMA
AVALIAÇÃO
MEDITAÇÕES DIÁRIAS
INTRODUÇÃO
A Igreja nos ensina que temos a presença real de Jesus na Eucaristia
e na Palavra.
Quando Jesus estava fisicamente entre nós, Ele semeava a Boa-
Nova entre as pessoas que o seguiam. Elas iam até Ele para escutarem a
sua Palavra, para serem curadas, para terem suas vidas transformadas; e a
força da Palavra de Jesus tocava a todas e curava a todas.
Hoje, quando nós escutamos e acolhemos a Palavra de Deus e os
ensinamentos de Jesus, quando os trazemos para a nossa vida, nós
podemos ser curados e transformados da mesma forma que as pessoas
que seguiam Jesus há mais de dois mil anos atrás.
O profeta Jeremias diz acerca da Palavra de Deus: Quando se
apresentavam palavras tuas, as devorava: tuas palavras eram para mim
contentamento e alegria de meu coração. Pois teu nome era invocado
sobre mim, Senhor, Deus dos Exércitos (Jrl5,16).
Colocar-se diante da Palavra de Deus é ter o nome santo e
poderoso do Senhor invocado sobre nós.
Jesus, que sempre quer o nosso bem, que sempre quer tocar em
nós com o seu amor poderoso, infinito e curador, nos ensina através de
uma parábola, a parábola do semeador, a importância do acolhimento da
Palavra de Deus na nossa vida. Ele nos ensina, também, o que é preciso
fazer para que o nosso coração seja terreno bom e fértil para a sua
semeadura.
DESENVOLVIMENTO
A parábola do semeador:
Havia se reunido uma grande multidão: eram pessoas vindas de
várias cidades para junto dele. Ele lhes disse esta parábola: Saiu o
semeador a semear a sua semente. E ao semear, parte da semente caiu à
beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu no
1
Por Maria Beatriz Spier Vargas e Sérgio Luis Viegas Nunes.
pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade. Outra caiu
entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na. Outra,
porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por um.
Dito isto, Jesus acrescentou alteando a voz: Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça! Os seus discípulos perguntaram-lhe a significação desta
parábola. Ele respondeu: A vós é concedido conhecer os mistérios do
Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala por parábolas; deforma que
vendo não vejam, e ouvindo não entendam. Eis o que significa esta
parábola: a semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do
caminho são aqueles que ouvem; mas depois vem o demônio e lhes tira a
palavra do coração, para que não creiam nem se salvem. Aqueles que a
recebem em solo pedregoso são os ouvintes da palavra de Deus que a
acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque creem até certo tempo, e
na hora da provação a abandonam. A que caiu entre os espinhos, estes
são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho, são sufocados
pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não
amadurecem. A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com
coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança. (Lc 8,4-15)
CONCLUSÃO
Sempre que ouvimos a proclamação da Palavra de Deus, sempre
que a lemos, é diante do próprio Jesus, o Verbo que se fez carne, que
nossa vida é colocada. A Palavra, então, vai cumprir com a sua missão de
nos salvar, de nos dar vida nova, vida abundante. Jesus disse: Eu sou a
porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e
encontrará pastagem. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que
a tenham em abundância. (João 10,9.10b).
Vida em abundância é salvação, é uma vida com Deus. Essa vida
nós conquistamos pela graça do próprio Deus derramada sobre nós
através da obra de Jesus Cristo (a porta).
Essa é a verdadeira vida em abundância, a vida centrada em Jesus,
a vida construída sobre a rocha.
3
CIC. §2517.
4
CIC. §2518.
Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica,
eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante ao homem que,
edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha.
As águas transbordaram, precipitaram-se as torrentes contra aquela casa
e não a puderam abalar, porque ela estava bem construída. (Lc 6,47-48).
MEDITAÇÕES DIÁRIAS: PREPARAÇÃO PARA O SVES
1º dia - Lc 8,4-8: Peça a Jesus para ser como essas pessoas da cena
do Evangelho, uma pessoa que quer se encontrar com Jesus e ouvir sua
Palavra, uma pessoa que quer se deixar tocar e curar pela Palavra. Faça o
firme propósito de iniciar uma nova etapa na sua vida de fé, uma etapa
de profundidade cristã, de vida vivida na presença de Deus, através da
leitura, meditação e seguimento de sua Palavra.
2º dia - Lc 8,9-10: Após ler estes versículos, peça ao Senhor que
traga significado e sentido a todas as coisas que você tem meditado; diga
ao Senhor que você deseja entender os mistérios do Reino de Deus para
sua vida e perseverar neste Caminho. Fique atento aos acontecimentos de
sua vida, o Senhor pode falar e lhe dar entendimento de muitas coisas.
3º dia - Lc 8,11-12: Quando ler este texto, reflita em quais aspectos
de sua vida, você tem se colocado à beira do caminho, isto é, quais áreas
da sua vida não estão refletindo a vontade de Deus em plenitude, quais
áreas da sua vida ainda o levam a ser superficial. Aproveite e peça ao
Senhor que lhe dê a graça de não mais ficar à beira do caminho, mas de
colocar-se no caminho e perseverar nele. Durante esta semana, faça a
experiência de ser mais profundo, de ver além da aparência, de se deixar
tocar pela graça de Deus.
4º dia - Lc 8,13: Neste momento Jesus fala sobre o solo pedregoso.
Muitas pedras do nosso coração são causadas pela mágoa e o
ressentimento. Em um momento de profunda oração investigue seu
coração para ver se não está magoado com Deus pelas coisas que lhe
aconteceram. Peça para Deus a graça de perceber como o seu amor foi
constante e fiel enquanto você passava por provações e dificuldades.
Tome também a decisão de perdoar todas as pessoas que lhe fizeram
mal, que o magoaram e feriram.
5º dia - Lc 8,14: Os espinhos em nossa vida, segundo Jesus, são os
prazeres e cuidados deste mundo. Estes não permitem que o fruto da
Palavra de Deus amadureça em nós. Entregue ao Senhor todos os
prazeres deste mundo que tem lhe impedido de ser feliz: as
preocupações excessivas com dinheiro, prestígio, fama. Peça para Jesus a
graça de ter um coração manso e humilde como o dele.
6º dia - Lc 8,15: Neste versículo Jesus fala da terra boa, o coração
reto e bom. Faça um exame de consciência para verificar se o seu coração
é bom, se você não tem falhado quanto à caridade, ou amor, ou contra a
castidade, ou ainda se a sua fé é firme e se você tem procurado viver
sempre na verdade. Se necessário vá procurar o sacramento da
reconciliação e tome a firme decisão de se comprometer com o amor, a
verdade e a castidade.
7° dia - Lc 8,4-15: Releia todo o texto e medite novamente todos
os versículos. Com certeza, junto com o Espírito Santo, você irá descobrir
novos ensinamentos de Deus e irá aplicá-los em sua vida com
perseverança; anote todos estes ensinamentos para partilhar com seus
irmãos. Peça sempre ao Espírito Santo para lavar o terreno da sua vida
com sua Agua Viva, a água da graça de Deus.
1ª SEMANA
AMOR DE DEUS5
INTRODUÇÃO
Existem pessoas carentes de amor que procuram incessantemente
alguém para supri-lo, porém, o amor humano, que é limitado e frágil, é
incapaz de saciar esta sede de amor. Só Deus preenche este vazio no
coração humano. Ninguém é feliz sem amor, precisa amar e ser amado,
doar-se e também saciar-se desse manancial de graças.
Existem pessoas doentes por falta de exercitar o amor e o perdão,
de inocentar o outro que o feriu e entregá-lo ao amor de Deus, à
misericórdia divina, que a todos liberta.
DESENVOLVIMENTO
I. DEUS É AMOR
5
Por Marizete Martins Nunes do Nascimento.
O amor de Deus é:
1- INCOMENSURÁVEL - não tem como medi-lo, mas podemos
experimentá-lo.
"Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu
Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna". (Jo 3,16).
2- CARIDOSO - o amor de Deus cura nossa afetividade e
transforma a nossa vida.
"A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A
caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca
os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se
alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (1Cor 13,4-7).
3- ETERNO - o amor divino dura para sempre. Antes, durante e
após esta vida terrena. "A caridade jamais acabará" (1Cor 13,8).
"De longe me aparecia o Senhor: amo-te com eterno amor, e
por isso a ti estendi o meu favor" (Jr 31,3).
4- CUIDADOSO, PROTETOR, APAIXONADO - o amor de Deus
CUIDA de nós em nossa individualidade; PROTEGE-NOS de tudo aquilo
que nos separa de nosso Deus e de seu Plano de Amor; Seu amor é
APAIXONADO, leva à paixão, morte e ressurreição de Cristo por nós.
"E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó, e te
formou, Israel: Nada tema, pois eu te resgato, eu te chamo pelo
nome, és meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os
rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás,
e a chama não te consumirá. Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo
de Israel, teu salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá
em compensação. Porque és precioso a meus olhos, porque eu te
aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de
ti. Fica, tranquilo, pois estou contigo, do oriente trarei tua raça, e do
ocidente eu te reunirei." (Is 43,1-5)
5- FIEL - a FIDELIDADE do amor de Deus dá uma profunda
segurança a cada um de nós.
"Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não
ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o
esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na
palma de minhas mãos, tenho sempre sob os olhos tuas muralhas."
(Is 49,15-16).
6- INCANSÁVEL, MISERICORDIOSO, COMPASSIVO, PERFEITO -
Deus NÃO SE CANSA de amar-nos e seu amor é MISERICORDIOSO.
A misericórdia é um sentimento de compaixão, despertado pela
desgraça ou pela miséria alheia. A expressão misericórdia tem origem
latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão) e cordis
(coração). "Ter compaixão do coração" significa ter capacidade de sentir
aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos
sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas. Seu amor é um
amor COMPASSIVO, que possui ou demonstra compaixão; que
compartilha dos sofrimentos alheios. Enfim, o amor de Deus é PERFEITO,
que reúne todas as qualidades; que não tem defeitos; ideal, impecável;
excelente, completo, absoluto, total.
"Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu
filho. Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram; ofereceram
sacrifícios aos Baal e queimaram ofertas aos ídolos. Eu, entretanto,
ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não
compreenderam que eu cuidava deles. Segurava-os com laços humanos,
com laços de amor; fui para eles como o que tira da boca uma rédea, e
lhes dei alimento. Ele voltará para o Egito e o assírio será seu rei, porque
não quiseram voltar-se para mim. A espada devastará suas cidades,
destruirá seus filhos, que colherão assim o fruto de suas obras. Meu povo
é inclinado a separar-se de mim, convidam-no a subir para o Altíssimo,
mas ninguém procura elevar-se. Como poderia eu abandonar-te, ó
Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como poderia eu tratar-te como Adama, ou
tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me
comovo de dó e compaixão. Não darei curso ao ardor de minha cólera, já
não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no
meio de ti, e não gosto de destruirmos 11,1-9).
7- ZELOSO, CIUMENTO - O amor de Deus é ZELOSO, amor que
cuida, tem consideração pela pessoa, é alguém que sente uma grande
afeição por pessoas queridas. Com origem no termo grego zé/os, a
palavra zelo expressa interesse, desvelo, diligência, afeição íntima.
Em alguns casos, o zelo também pode ser um sinônimo de ciúme
(zelo de amor). Nesse sentido, o amor de Deus é CIUMENTO.
"Ou imaginais que em vão diz a Escritura: Sois amados até o
ciúme pelo espírito que habita em vós"? (Tg 4,5).
"O Senhor vosso Deus é um fogo devorador, um Deus zeloso"
(Dt 4,24).
Deus não nos fez em SÉRIE, somos ÚNICOS, não existe ninguém
igual a cada um de nós, precisamos valorizar a obra de Deus que é cada
um de nós.
CONCLUSÃO
"Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para
conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em
Deus e Deus nele." 1Jo 4,16.
"Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu
Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a
vida eterna" Jo 3,16.
Deus derrama gratuitamente o seu Amor em nós, enchendo-nos
com sua presença, curando nossas carências, restaurando nossas vidas e
levando-nos a disseminar no mundo o seu Amor por meio de atos de
misericórdia. Vivemos sempre contentes e solícitos quando estamos
cheios do amor de Deus, espalhamos este amor às pessoas à nossa volta,
pois nossa missão aqui é essa e nosso destino é o Céu, a Casa do Pai,
onde reina o AMOR.
Deus seja louvado!
MEDITAÇÕES DIÁRIAS: 1ª SEMANA - AMOR DE DEUS
1° dia: 1Jo 4,16 - Após ler e meditar a primeira Carta de São João,
no capítulo e versículo especificados, louve a Deus pela oportunidade de
conhecer o Seu amor e acreditar profundamente Nele. Deixe o amor de
Deus tomar conta de seu coração e de sua alma e curar todo desamor,
ódio, mágoa e ressentimento que possam estar impregnados em você,
substituindo-os pelo profundo amor de Deus, com permanência plena
em sua vida, assim você sempre permanecerá Nele. Ore, experimente esta
graça e compartilhe na próxima reunião com os irmãos.
2° dia: Jr 31,3-7 - Leia esta declaração do Amor de Deus e
experimente em sua vida esta graça da eternidade de Seu amor, que
nunca deixará você, estendendo a você cada dia o seu favor, restaurando
e reconstruindo no coração da pessoa amada o amor ferido e machucado
pelo pecado, pelo desamor. Amor gera amor e produz uma profunda
alegria no coração do homem, que resulta no louvor do coração. Que a
alegria e o louvor sejam sua motivação para a partilha em grupo.
3º dia: Os 11,1-9 - Embora o amor incansável de Deus pela pessoa
humana, ela está sempre propensa a separar-se Dele e a adorar outros
deuses. Mas o amor de Deus é sem medida e sacia a alma e o coração da
pessoa de boa vontade. Ou se volta para Deus ou se volta para o Mal,
colhendo o fruto da opção feita. O povo é inclinado a separar-se de Deus,
porém Ele se move de dó e compaixão e procura com amor atrair o
homem de volta a Ele. Trava-se um combate diário, Deus quer ser o
vencedor em sua vida. Compartilhe com seu grupo acerca de seu
combate espiritual por Deus.
4º dia: Is 43,1-5 - Leia cuidadosamente e medite sobre o amor
restaurador de Deus, que resgata e chama cada pessoa pelo seu nome e
está sempre ao seu lado protegendo-o e livrando-o de todo mal. O amor
de Deus leva-O a permutar tudo pela pessoa humana e a tranquilizar sua
vida em todos os sentidos. A pessoa que mergulha no amor de Deus será
sempre equilibrada e de boa convivência. Fale sobre este amor com os
irmãos no Grupo de Partilha.
5° dia: Is 49,15-16 - Deus não se esquece de seus filhos, o nome de
cada um está gravado na palma de sua mão, seus olhos estão sempre
voltados às suas necessidades, protegendo-os e livrando-os do mal à
volta. A mãe pode esquecer seus filhos, mas Deus em seu infinito amor
não nos esquece em hipótese alguma. Encha sua alma dessa certeza e
compartilhe com os irmãos em seu Grupo.
6º dia: Jo 3,16 - Leia, medite e contemple o grande amor de Deus
por nós a ponto de dar-nos seu Filho primogênito e unigénito, para que,
caso creiamos Nele, não pereçamos, mas Nele tenhamos a vida eterna. O
Pai não poupou seu próprio Filho para nos resgatar, para abrir a porta do
céu para nós. Portanto, olhe para a cruz e glorifique a Deus por tão
grande amor e não perca a oportunidade de deixar este amor inundar sua
vida, sua alma, seu coração. Fale com os irmãos sobre este amor infinito
de Deus por você e por todos que hão de crer Nele.
7º dia: 1Cor 13,4-8 - Leia com atenção e medite como é o amor de
Deus por você. E um amor paciente, bondoso, sem inveja e sem orgulho,
não admite arrogância e nem escândalos, é desinteressado, sem irritação
e sem rancor. O amor de Deus é justo e verdadeiro, sempre nos desculpa,
acredita em nós, espera nosso retorno e suporta tudo por amor. Este
amor de Deus jamais acabará.
Ciente dessa grandeza do amor de Deus, compartilhe com os
irmãos o quanto é maravilhoso crer e usufruir desta grande graça em sua
vida.
2ª SEMANA
PECADO6
INTRODUÇÃO
"Um ministro foi certa vez falar a um grupo de crianças. Ao
iniciar sua palestra, fez a pergunta: "Que significa a palavra
arrependimento?" Um rapazinho levantou a mão.
• Fale, meu jovem, disse o ministro.
• É sentir tristeza pelos pecados, respondeu o garoto.
• Uma menina, sentada mais atrás, levantou também a mão.
• Que pensa você, menina, perguntou o pregador.
• Eu acho, eu acho... que é sentir o bastante para os abandonar".
Com essa pequena história adaptada, Deus nos convida a entender
o pecado, sua origem e consequências. A reconhecer a condição de
pecador e a necessidade da misericórdia.
Por meio do entendimento sobre o pecado somos levados a,
definitivamente, abandoná-lo, nem que isso seja uma decisão de todos os
dias.
DESENVOLVIMENTO
Veja-se que a Igreja nos ensina que o homem foi criado bom.
Criado à imagem e semelhança de Deus. Vivia em uma amizade com o
seu Criador e em uma harmonia consigo mesmo e com a criação que o
cercava. Os nossos primeiros pais, Adão e Eva, foram constituídos em um
estado de "santidade e de justiça original".
Esta graça de santidade original era uma participação da vida
divina. Foi criado para servir e amar a Deus e estar em união íntima com
Ele. Pela irradiação dessa graça original de comunhão com a vida divina
todas as dimensões da vida do homem são fortalecidas.
6
Por Kédina Rodrigues e Maria Beatriz Spier Vargas.
Enquanto permanecesse na intimidade divina, o homem não
deveria nem morrer, nem sofrer. A harmonia interior da pessoa humana, a
harmonia entre o homem e a mulher, e a harmonia com a criação
constituíam o estado denominado "justiça original". O domínio do
mundo que Deus havia outorgado ao homem desde o início realizava-se
antes de tudo no próprio homem como domínio de si mesmo.
O homem estava intacto e ordenado em todo o seu ser. É esta a
harmonia da justiça original que Deus previu para o homem.7
Mas...
Vive-se a realidade do pecado. Olhando para nossa vida, verifica-se
que o pecado está presente na história de cada um de nós. Somos
pecadores.
Não se deve explicar o pecado como sendo unicamente uma falta
de maturidade, fraqueza psicológica, erro, consequência necessária duma
estrutura social inadequada etc.8
Não se trata disso, pecado não é apenas uma limitação, é pecado.
Para entendermos o pecado e suas consequências, necessário se faz
compreender que ele entrou no mundo porque o homem, tentado,
seduzido, pelo diabo, abusou da liberdade que lhe foi dada por Deus e
desobedeceu a Deus por falta de confiança na sua bondade. Preferiu a si
próprio e quis ser como Deus9.
Como ensina Santo Agostinho, ele é fruto do "amor de si mesmo
até o desprezo de Deus".10
"O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a reta consciência.
É uma falha contra o verdadeiro amor para com Deus e para com o
próximo, por causa dum apego perverso a certos bens. Fere a natureza do
homem e atenta contra a solidariedade humana. Foi definido como «uma
palavra, um ato ou um desejo contrário à Lei eterna»11.
Dessa forma, o pecado é um ato humano e exige a combinação da
liberdade do homem.
II CONSEQUÊNCIA DO PECADO
7
Cf. CIC §§ 375-377
8
Cf CIC § 387.
9
Cf CIC §§ 397-398.
10
Civita Dei 14,21.
11
CIC § 1849.
"O pecado priva o homem de Mim, sumo Bem, ao tirar-lhe a graça".
(Santa Catarina de Sena, nos Diálogos).
A frase dita por Deus à Santa Catarina de Sena recorda-nos de que
o pecado afasta o homem da comunhão com Deus.
Então os seus olhos abriram-se; e vendo que estavam nus, tomaram
folhas de figueira, ligaram-nas e fizeram tangas para si"(Gn 3,7).
O pecado retira do homem a inocência e a pureza, ele passa a ter
malícia e a enxergar o mal. Existe agora uma inclinação para o mal12.
O que era puro e bonito aos olhos de Deus, passa a ser impuro e
feio. O homem passa a ser escravo das tentações da carne. Ele perde a
sua liberdade. O domínio das faculdades espirituais da alma sobre o
corpo é rompido. A natureza do homem se enfraquece, como ensina a
Igreja: "Como consequência do pecado original, a natureza humana ficou
enfraquecida nas suas forças e sujeita à ignorância, ao sofrimento e ao
domínio da morte, e inclinada para o pecado - inclinação que se chama
concupiscência".13
Ao pecar e afastar-se da comunhão com Deus, ao praticar um ato
deliberado de desobediência, o homem traz para a história da
humanidade o rompimento da harmonia com Deus, consigo mesmo, com
os seus semelhantes e com a criação. As consequências são:
A pessoa é prejudicada e ferida profundamente em seu corpo e
mente. Aparecem as doenças, as angústias, os desequilíbrios, a
insegurança. As relações interpessoais se tornam falsas, doentias e as
12
Papa Paulo VI, GAUDIM ET SPES, n. 13 - Sobre o pecado e suas consequências: "Estabelecido por Deus
num estado de santidade, o homem, seduzido pelo maligno, logo no começo da sua história abusou da
própria liberdade, levantando-se contra Deus e desejando alcançar o seu fim fora d'Ele. Tendo
conhecido a Deus, não lhe prestou a glória a Ele devida, mas o seu coração insensato obscureceu-se e
ele serviu à criatura, preferindo-a ao Criador (3). E isto que a revelação divina nos dá a conhecer,
concorda com os dados da experiência. Quando o homem olha para dentro do próprio coração,
descobre-se inclinado também para o mal, e imerso em muitos males, que não podem provir de seu
Criador, que é bom. Muitas vezes, recusando reconhecer Deus como seu princípio, perturbou também a
devida orientação para o fim
último e, ao mesmo tempo, toda a sua ordenação quer para si mesmo, quer para os demais homens e
para toda a criação. O homem encontra-se, pois, dividido em si mesmo. E assim, toda a vida humana,
quer singular quer coletiva, apresenta-se como uma luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as
trevas. Mais: o homem descobre-se incapaz de repelir por si mesmo as arremetidas do inimigo: cada um
sente-se como que preso com cadeias. Mas o Senhor em pessoa veio para libertar e fortalecer o
homem, renovando-o interiormente e lançando fora o príncipe deste mundo (cfr. Jo. 12,31), que o
mantinha na servidão do pecado. Porque o pecado diminui o homem, impedindo-o de atingir a sua
plena realização. A sublime vocação e a profunda miséria que os homens em si mesmos experimentam,
encontram a sua explicação última à luz desta revelação".
13
CIC. §418.
pessoas passam a magoar-se mutuamente, um não compreendendo o
outro. Instaura-se a desconfiança e a solidão.
A sociedade torna-se corrompida: acontecem guerras, crimes,
crueldades, racismo, fome, desigualdades econômicas e sociais,
marginalização da vida. E ainda, São Paulo afirma na Carta aos Romanos
que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6,23). Jesus morreu na cruz
pelos nossos pecados. Ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado
por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos
curados graças às suas chagas. (Is 53,5). Afinal, "onde abundou o pecado,
superabundou a graça" (Rm 5,20).
Não sendo pecador, Jesus Cristo, sujeitou-Se às consequências do
pecado e o laço da morte se desfez. Ele triunfou sobre ela. Para que
possamos permanecer mortos para o pecado é necessário um esforço
pessoal, concretizado num propósito de dizer não ao pecado, por meio
do dom da fortaleza.
14
Papa Francisco, O nome de Deus é Misericórdia, p. 65
Imperioso que não se perca o sentido do pecado e cada um,
portanto, é convidado pela voz da Verdade divina a ler realisticamente na
própria consciência e a confessar que foi gerado na iniquidade, como
Davi no Salmo 51.15
15
Cf. Reconciliado et Paenitentia, n. 22
16
Dos Livros das Confissões, Lib. 10,26.37-29,40; CCL 27,174-176 - Séc. V
Pela realidade do pecado pessoal ou atual é necessário
reconhecermo-nos pecadores para que ocorra o arrependimento. Pedro
respondeu àqueles que sentiram seu coração compungido pelo
reconhecimento do pecado:
"Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo. Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que
ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus" (At 2,38-39).
O Papa Francisco afirma a importância de reconhecer-se pecador,
porque "o coração em pedaços é uma oferta agradável ao Senhor, é o
sinal de que estamos conscientes de nossa necessidade de perdão, de
misericórdia".17
Para o reconhecimento do pecado é preciso ter um coração
sincero. É importante que voltemos à prática diária do exame de
consciência, ele nos leva à um diálogo sem máscaras e trapaças com o
Senhor. Quanto mais nos abrirmos, mas espaço Ele terá para nos moldar
e nos dar uma vida nova a cada dia.18
CONCLUSÃO
Ao identificarmos a realidade do pecado na nossa vida é preciso
tomar a decisão de recomeçar sempre e não entregar-se ao mal que nos
afasta da face de Deus. Deus continua colocando à nossa frente dois
caminhos, um que leva à vida e outro que leva à morte. A escolha é nossa
- se pecarmos, o faremos por livre e espontânea vontade. A Palavra de
Deus nos diz: "A vida e a morte, o bem e o mal estão diante do homem.
O que ele escolher, isso lhe será dado."(Eclo 15,18).
O livro de Eclesiástico (Eclo 21,2) ensina sobre a fuga do pecado:
"Foge do pecado como se foge de uma serpente, porque, se dela te
aproximares, ela te morderá".
Temos, portanto, diante de nós duas opções: romper com o
pecado, optar pelo bem e sermos felizes, ou aderir ao mal, cedendo às
tentações do pecado e sermos infelizes. O pecado traz tristeza ao coração
17
Papa Francisco, O nome de Deus é Misericórdia, p. 64
18
Reconciliatio et Paenitentia, n. 13: "Reconhecer o próprio pecado, ou melhor — indo mais ao fundo na
consideração da própria personalidade — reconhecer-se pecador, capaz de pecar e de ser induzido ao
pecado, é o princípio indispensável do retorno a Deus. É a experiência exemplar de Davi, que depois de
«ter feito o mal aos olhos do Senhor», repreendido pelo profeta Natan, exclama: «Reconheço a minha
culpa, o meu pecado está sempre diante de mim. Pequei contra Vós, só contra Vós; pratiquei aquilo que
é mal aos vossos olhos». De resto, Jesus põe na boca e no coração do filho pródigo aquelas palavras
significativas: «Pai, pequei contra o Céu e contra ti»."
do homem, portanto, se " o pecado é o motivo da tua tristeza, deixa a
santidade ser o motivo da tua alegria" (Santo Agostinho).
MEDITAÇÕES DIÁRIAS: 2ª SEMANA – PECADO
INTRODUÇÃO
São Paulo em sua Carta aos Efésios (1,3-11), no Hino de louvor à
providência divina, bendiz a Deus, pois em Jesus Cristo recebemos do Pai
toda bênção espiritual e fomos escolhidos, antes da criação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis aos Seus olhos.
O Pai, no Seu infinito amor por nós, predestinou-nos a sermos seus
filhos adotivos em Jesus Cristo, uma vez que pelo seu sangue temos a
Redenção, a remissão dos pecados. Em Jesus fomos selados com o
Espírito Santo, que é o penhor da nossa herança.
DESENVOLVIMENTO
A SALVAÇÃO EM JESUS
19
Por Marizete Martins Nunes do Nascimento.
prisão (Fl 1,19). O uso mais frequente da palavra salvação tem a ver com
libertação eterna e espiritual. Quando Paulo disse ao carcereiro de Filipo
o que ele precisava fazer para ser salvo, Paulo estava se referindo ao
destino eterno do carcereiro (At 16,30-31). Jesus igualou ser salvo com
entrar no reino de Deus (Mt 19,24-25).
Em Cristo somos salvos da "ira"; quer dizer, do julgamento de Deus
sobre o pecado (Rm 5,9; 1Tes 5,9). Nosso pecado nos separou de Deus, e
a consequência do pecado é a morte (Rm 6,23).
Salvação na Palavra de Deus refere-se à libertação da consequência
do pecado e envolve, portanto, remoção do pecado. Só Deus pode
remover pecado e nos livrar da penalidade do pecado (2Tim 1,9; Tt 3,5).
Deus nos resgatou através de Cristo (Jo 3,17). Especificamente, foi a
morte de Jesus na cruz e subsequente ressurreição que alcançou nossa
salvação (Rm 5,10; Ef 1,7). A Palavra de Deus revela-nos que salvação é
puro dom de Deus, que não a merecemos (Ef 2,5.8), e é disponível apenas
através da fé em Jesus Cristo (At 4,12).
A EXPERIÊNCIA DA SALVAÇÃO
CONCLUSÃO
O verdadeiro Cristianismo é ter uma experiência pessoal com Jesus
Cristo. Aceitar Jesus como seu Salvador pessoal significa colocar a própria
fé pessoal e confiança Nele.
Ninguém é salvo pela fé dos outros. Ninguém é perdoado por
realizar certas obras. A única forma de ser salvo é pessoalmente aceitar
Jesus como seu Salvador, confiando na Sua morte como pagamento
pelos seus pecados, e na Sua ressurreição como a sua garantia de vida
eterna (Jo 3,16).
Jesus é pessoalmente o seu Salvador?
Se você quer ratificar sua aceitação de Jesus como seu Salvador,
diga as seguintes palavras a Deus. Lembre-se que fazer esta oração ou
qualquer outra não irá salvar você. Apenas confiando em Cristo você
pode ser salvo do seu pecado. Esta oração é simplesmente uma forma de
expressar a Deus a sua fé Nele e agradecer por lhe dar a salvação.
"Deus Pai, eu sei que pequei contra Ti e mereço punição. Mas Jesus
Cristo tomou sobre Si a punição que eu mereço para que através da fé
Nele eu pudesse ser perdoado. Eu recebo Tua oferta de perdão e coloco
minha fé em Ti para Salvação. Eu aceito Jesus como meu Salvador
pessoal! Obrigado por Tua graça e perdão maravilhosos - o dom da vida
eterna!
Amém!"
COMPLEMENTAÇÃO
Segundo São João XXIII, a piedade cristã para com Nosso Senhor
Jesus Cristo tem-se manifestado no decurso dos séculos, através de três
devoções aprovadas pela Igreja intimamente unidas entre si: ao Seu
Santo Nome, ao Seu Coração Sagrado e ao Seu Preciosíssimo Sangue.
A devoção ao Preciosíssimo Sangue pode e deve manifestar-se:
1- Venerando-o no Santíssimo Sacramento, principalmente no
momento da Elevação do Sagrado Cálice, na Santa Missa.
2- Recebendo-o na Sagrada Comunhão, mesmo só sob as espécies
de pão, pois que, "o Sangue divino está indissoluvelmente unido ao
Corpo de Cristo no Sacramento da Eucaristia. Desta maneira, os fiéis que
dele se aproximarem dignamente receberão os mais abundantes frutos
da redenção, da ressurreição e da vida eterna que o Sangue derramado
por Cristo sob o impulso do Espirito Santo para todo o gênero humano".
3- Honrando-o com especiais orações e com a Ladainha,
principalmente durante o mês de julho, que é o mês dedicado ao
Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
Antes de abordar o tema Fé e Conversão, é importante relembrar a
obra de reconciliação realizada em Cristo. Assim nos ensina a Sagrada
Escritura:
"Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande
amor com que nos amou, quando estávamos mortos em consequência de
nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo, é por graça que
fostes salvos!"(Ef 2,4-5).
A salvação não é mérito nosso, é puro dom de Deus. Por causa do
pecado original, estávamos condenados ao eterno afastamento de Deus.
No entanto, por amor a cada um de nós, Ele tomou a iniciativa, e em
Jesus Cristo, nos salvou.
Todo ato que Deus realiza é um ato perene, assim, a Cruz Sagrada
de Nosso Senhor Jesus Cristo, continua cravada entre o céu e a terra, de
modo que quando um pecador "dela" se aproxima o sangue de Jesus que
foi derramado, lava-o de todo o pecado, purificando-o e libertando-o.
Esta aproximação da Cruz é um momento privilegiado em nossas
vidas. Não podemos nos aproximar de qualquer forma, é preciso ter fé.
Para fazermos uma experiência pessoal e transformadora com a Salvação
que nos foi oferecida em Cristo, é preciso fazer o que nos ensina São
Paulo, na Carta aos Romanos:
"Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se
em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás
salvo. É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com
palavras que se chega à salvação" (Rm 10,9-10).
A carta aos Hebreus no capitulo 11, versículo 6, também nos
orienta: "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a
Ele é necessário que se creia primeiro que Ele existe e que recompensa os
que o procuram".
Ao olhar para estes textos bíblicos, uma pergunta surge em nosso
coração: O que é fé? O que é crer?
20
Por Lázaro Praxedes de Oliveira.
DESENVOLVIMENTO
CONCEITO DE FÉ
21
Catec. § 153.
22
Constituição Dogmática Dei Verbum, n.º 2.
• Permite-lhe crescer no bem e nas virtudes morais.23
Pelo Sacramento do Batismo, nos tornamos membros do corpo
místico de Cristo, e recebemos as chamadas virtudes teologais, da fé,
esperança e caridade. Estas virtudes se referem diretamente a Deus.
Dispõem os cristãos a se relacionar adequadamente com a Santíssima
Trindade.
O Catecismo da Igreja Católica ainda nos exorta: "A fé é uma
virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que nos disse e
revelou, e que a Santa Igreja nos propõe para crer, porque Ele é a própria
verdade. Pela fé, o homem livremente se entrega todo a Deus".24
Depois de verificarmos na Palavra de Deus, e também nos
documentos da Igreja, que a fé é dom de Deus que nos é oferecido
através da Igreja, podemos então compreender que:
"Crer é um ato da inteligência que assente à verdade divina a
mando da vontade movida por Deus através da graça".25
"A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do
que não se vê. Foi ela que fez a glória dos nossos antepassados. Pela fé
reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as
coisas visíveis se originaram do invisível". (Hb 11,1-3).
Com esta definição bíblica aprendemos, então, que a fé é o
fundamento da esperança. Quando olhamos uma bela construção, muitas
vezes ficamos admirados somente com a beleza que os nossos olhos
podem contemplar. No entanto, para que a construção permaneça de pé,
existe algo que muitas vezes nossos olhos não percebem. Toda
construção tem uma fundação que a sustenta, que permite que se
mantenha de pé e que seja segura. A fé é como esta fundação que
mantém a nossa vida de pé, e permite que caminhemos, com esperança,
mesmo em meios às dificuldades.
A PERSEVERANÇA NA FÉ
Somos chamados não somente a ter fé, mas a fazê-la crescer, pois
em nossa vida espiritual, precisamos avançar sempre, se por acaso
estacionarmos, iremos retroceder. A Sagrada Escritura nos ensina
inclusive que é possível perder a fé. É o que narra o texto do Evangelho
de João 20,24-29: Tomé era um dos doze, ele conviveu com o Senhor,
23
Catec. § 1.266.
24
Catec. § 1.814.
25
Catec. § 154
ouvindo-o, estando aos seus pés. Foi enviado para pregar de dois a dois,
como os outros, viu os milagres, mas duvidou, dizendo "não acreditarei".
Se permitirmos que a mentalidade do mundo entre em nossos
corações, poderemos esfriar em nossa fé e chegar à incredulidade. Em
contrapartida o texto do Evangelho de Lucas 15,5 nos traz o seguinte
pedido dos apóstolos: "Os apóstolos disseram ao Senhor: Aumenta-nos a
fé".
Convido você a repetir a mesma oração: SENHOR, AUMENTA A
MINHA FÉ!
COMO CRESCER NA FÉ
26
Catec. § 162
27
Catec. § 158.
28
Carta Apostólica Porta Fidei, n.º 10.
Na Carta Encíclica Lúmen Fidei, o Papa Francisco, citando Santo
Agostinho afirma: “O homem fiel é aquele que crê no Deus que promete;
o Deus fiel é aquele que concede o que prometeu ao homem".29
29
Carta Encíclica Lúmen Fidei, n.º 10.
30
Carta Encíclica Lúmen Fidei, n.º 4.
completamente submersa no pecado, e de acordo com a mentalidade do
mundo. Por exemplo, muitos viveram aprisionados pelas drogas, pela
prostituição, pelo crime. Tais pessoas quando vêm a Jesus, apesar do
desejo sincero de viver uma vida nova, trazem em si, o palavreado, os
desejos, a mentalidade da vida que viviam anteriormente. Assim, toda
esta "vida velha", precisa ser renunciada, para que se possa viver uma
vida nova em Cristo. "Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem
velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem
cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado
à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade". (Ef 4,22-24).
A conversão inicia-se em nossas vidas, quando temos um desejo
sincero de abandonar o pecado, e não mais retornar a ele. A doutrina da
Igreja denomina esta graça de contrição:
"Entre os atos do penitente, a contrição vem em primeiro lugar.
Consiste numa dor da alma e detestação do pecado cometido, com a
resolução de não mais pecar no futuro".31
Este desejo sincero de mudança de vida irá crescer em nossos
corações, quanto mais íntimos formos de Deus. Quanto mais
contemplamos a sua santidade, mais percebemos nossas fraquezas
humanas.
Conta-se que um menino admirava uma bela escultura, trabalhada
com esmero por um grande mestre escultor. Olhando para o mestre
escultor, perguntou o menino:
- Moço, como é que o senhor consegue fazer uma escultura tão
bela, de um bloco de pedra?
O escultor, sorrindo disse:
- Na verdade, a escultura já estava dentro da pedra. O que eu fiz,
foi somente retirar as partes que sobravam.
Isto acontece em nossas vidas. Muitas vezes, vamos acumulando
pecado sobre pecado, e ficamos desfigurados. O Espirito Santo, como
artífice de nossas almas, nos ajuda a retirar estas partes que sobram, até
que apareça aquilo que fomos criados para ser: imagem de Deus.
O abandono das situações de pecado grave acontece, na maioria
das vezes de forma imediata. O Evangelho de Mateus nos recorda isto: “O
Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num
31
Catec. § 1.451.
campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de
alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo". (Mt
13,44).
Também nós, quando encontramos o verdadeiro tesouro que é
Jesus, com toda a certeza iremos abandonar as situações que nos
mantém presos ao pecado.
O caminho a ser percorrido por aquele que deseja se converter ao
Senhor passará então pelos seguintes passos:
• Encontro pessoal com Cristo;
• Desejo sincero de abandonar o pecado (contrição);
• Confissão Sacramental;
• Renúncia às situações de pecado;
• Submissão dos desejos, do palavreado, da mentalidade a Jesus;
• Configuração a Cristo.
O processo de conversão irá durar até o ultimo dia de nossas vidas.
Assim é preciso buscá-lo, querer cada dia mais viver esta vida plena, ser
um outro Cristo.
"Não pretendo dizer que j á alcancei (esta meta) e que cheguei à
perfeição. Não. Mas eu me empenho em conquistá-la, uma vez que eu fui
conquistado por Jesus Cristo. Consciente de não tê-la ainda conquistado,
só procuro isto: prescindindo do passado, e atirando-me ao que me resta
para a frente, persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos
chama, em Jesus Cristo" (Fl 3,12-15).
CONCLUSÃO
"A fé é um ato pessoal: a resposta livre do homem, à iniciativa de
Deus que se revela".32 É preciso abrir nosso coração e nossa inteligência
para acolher a fé, que nasce de um encontro pessoal com Cristo.
Pela fé tomamos posse da salvação que nos foi alcançada através
da Sagrada Cruz de Cristo. O encontro pessoal com Cristo, nos leva a uma
sincera conversão, abandonado as ocasiões de pecado, para viver uma
vida nova.
ORAÇAO
Senhor Jesus, eu me coloco agora diante da sua presença, e com
toda a sinceridade de meu coração te peço: Aumenta a minha fé.
32
Catec. § 166.
Dá-me uma fé viva, uma fé expectante, capaz de acreditar e esperar
milagres. Retira do meu coração toda a incredulidade, toda dúvida, todos
os sentimentos que me impedem de crer em ti.
Diante da tua cruz, eu reconheço que morrestes para me salvar,
reconheço que o teu preciosíssimo sangue foi derramado para me
libertar, e neste momento eu te reconheço como único salvador de minha
vida.
Diante da cruz eu renuncio ao pecado, a todas as suas prisões
interiores e a todas as suas consequências em minha vida. Ajuda-me a
viver uma sincera conversão e configurar-me a ti.
Amém!
MEDITAÇÕES DIÁRIAS: 4ª SEMANA - FÉ E CONVERSÃO
INTRODUÇÃO
Senhorio de Jesus significa que Ele é o Senhor de toda a nossa vida,
conduz os nossos passos, a nossa vontade, as nossas decisões.
Ele está no comando geral da vida de seus servos. Senhor é aquele
que tem direito e autoridade sobre tudo. Ele é o dono.
Quando se estuda a história dos senhores feudais, sabe-se que
esses senhores eram donos de espaços de terras. Eles tinham domínio e
autoridade sobre as terras, com seus bens materiais, plantações e seus
servos. Eles mandavam e desmandavam em tudo. Eram eles que ditavam
as regras da vida dos servos.
DESENVOLVIMENTO
O QUE É REDENÇÃO?
33
Por Marizete Martins Nunes do Nascimento e Ivan Morais.
redimindo) as propriedades de Noemi. Ele estava readquirindo uma posse
perdida (cf. Rt 4,1-10).
Entendendo o processo: se eu me endividasse a ponto de perder
todas as minhas posses e ainda ser levado como escravo e, se o meu
irmão me resgatasse, eu não deixaria de ser escravo. Eu apenas mudaria
de dono. Eu agora passaria a ser escravo do meu irmão, porque ele me
comprou. Qual é então o proveito disso? De que adianta ficarmos livres
de um para nos tornarmos escravos de outro senhor? A diferença era que
o novo dono era um parente que pagou essa dívida por amor e,
justamente por causa do seu amor, ele trataria o escravo com brandura,
com misericórdia.
Portanto, redenção, neste contexto bíblico, é o pagamento da
dívida feito por amor, por um parente próximo.
Vamos observar mais uma vez o texto que fala do escravo por
amor: "Estas são as leis que exporás aos israelitas: quando comprares um
escravo hebreu, ele servirá seis anos; no sétimo sairá livre, sem pagar
nada. Se entrou sozinho, sozinho sairá; se tiver mulher, sua mulher partirá
com ele. Mas, se foi o seu senhor que lhe deu uma mulher, e esta deu à
luz filhos e filhas, a mulher e seus filhos serão propriedade do senhor, e
ele partirá sozinho. Porém, se o escravo disser: "Eu amo meu senhor,
minha mulher e meus filhos; não quero ser alforriado", seu senhor o
levará então diante de Deus e o fará aproximar-se do batente ou da
ombreira da porta, e furar-lhe-á a orelha com uma sovela; desta sorte o
escravo estará para sempre a seu serviço" (Ex 21,1-6).
Em qualquer lugar em que ele chegasse, as pessoas saberiam
imediatamente que ele era um escravo que decidiu sê-lo, quando não
tinha a obrigação de o ser.
A verdade é que, ainda que por direito de compra (pela Redenção)
o Senhor seja o nosso proprietário, Ele não impõe o Seu senhorio sobre
as nossas vidas. Todos fomos libertos por Cristo da escravidão (cf. Gl 4,7),
mas podemos assumir voluntariamente esta posição por amor. Somos
chamados pelas Sagradas Escrituras de "escravos de Cristo": "Pois o
escravo, que foi chamado pelo Senhor, conquistou a liberdade do Senhor.
Da mesma forma, quem era livre por ocasião do chamado, fez-se escravo
de Cristo". (1 Cor 7,22).
Ele também nos mostrou que a nossa atitude de entrega a Deus
também é baseada unicamente no amor: "Realmente, está escrito: Por
amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como
gado destinado ao matadouro". (Rm 8,36).
O que nos leva a amarmos ao Senhor Jesus é o entendimento do
Seu amor por nós.
Quando entendemos o quanto Ele nos ama, somos constrangidos a
darmos uma resposta definitiva de amor: "O amor de Cristo nos
constrange, considerando que, se um só morreu por todos; logo todos
morreram. Sim, ele morreu por todos, a fim de que os que vivem já não
vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressurgiu". (2
Cor 5,14-15)
RENUNCIARA LIBERDADE
34
Sta Catarina de Sena. Epistolário 101,v2, p.148-149
senhorio exclusivo de Deus; é, portanto, incompatível com a comunhão
divina"35
3º. Vivemos em um mundo ávido por revelações sobre o futuro da
humanidade, ou o futuro pessoal, somos abordados nas ruas, escolas e
até nas igrejas com propostas que garantem a solução de todos os
problemas humanos e sociais e as ofertas são cada vez mais
diversificadas. "Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas:
recurso à Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras
práticas que erroneamente se supõe 'descobrir' o futuro. A consulta aos
horóscopos, à astrologia, à quiromancia, à interpretação de presságios, o
recurso a médiuns, o desejo de ganhar para si os desejos ocultos, todas
as práticas de magia ou de feitiçaria, mesmo que seja para proporcionar a
este saúde, são gravemente contrárias à virtude da religião. Essas práticas
são ainda mais condenáveis quando acompanhadas de uma intenção de
prejudicar a outrem, ou quando recorrem, ou não, à intervenção dos
demônios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo
implica, frequentemente, práticas de adivinhação ou de magia. Por isso, a
Igreja adverte os fiéis a evitá-lo".36
4º. Doutrinas reencarnacionistas – toda doutrina ou ideologia, seja
do Ocidente ou do Oriente, que professe a reencarnação, deve ser evitada
por que "A passagem de uma sombra: eis a nossa vida e nenhum reinício
é possível uma vez chegado o fim, por que o selo lhe é aposto e ninguém
volta" (Sab 2,5). Ou ainda, "como está determinado que os homens
morram uma só vez e logo em seguida vem o juízo, assim Cristo se
ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e
aparecerá uma segunda vez, não porém em razão do pecado, mas para
trazer a salvação àqueles que o esperam" (Hb 9,27-28).
"Não existe 'reencarnação' depois da morte"37. É preciso salientar
que devemos renunciar a tudo que é contrário à nossa fé e defendermos
a verdade, porém, sem que esta seja sinal de exclusão àqueles que não
aceitaram, ainda, Jesus como o seu Senhor.
35
Catec. § 2113.
36
Catec. §§ 2116 e 2117.
37
Catec § 1013.
nada, somos meros administradores daquilo que o Senhor nos concedeu
para gerirmos em nossa peregrinação nesta Terra.
• Um rico empresário norte-americano, possuidor de muitos bens,
mas insatisfeito porque não se sentia feliz, empreendeu uma longa
viagem para visitar um chinês sábio do outro lado do deserto de Gobi. O
americano levava sua câmara fotográfica e um chapéu para proteger-se
do inclemente sol da região. Após muitos dias de caminhada, encontrou a
pequena casa na qual o sábio morava. Encolheu-se para passar pelo
pequeno arco, pois nem porta tinha. Para sua surpresa, dentro da casa
estava sentado o velho sábio em meditação. Na única sala havia uma
cama muito simples, uma mesa, uma cadeira de madeira e uma lâmpada
de querosene.
- Bem-vindo, filho, entre na sala de espera da felicidade.
– Sim - respondeu, muito desconcertado, uma vez que esperava
toalhas de mesa persas, finos mármores e candelabros de prata, marcas
de um sábio tão famoso.
- É certo que o senhor tem a fórmula para ser feliz?
- Perguntou o magnata americano. O sábio não lhe respondeu, mas
esboçou um franco sorriso do mais profundo de seu ser.
- Mas...
- Disse o empresário americano desconcertado
- Mas, onde estão os seus móveis? O sábio chinês levantou os
ombros e perguntou:
- Onde estão os seus? O empresário respondeu com lógica:
- Estou aqui apenas de passagem, não havia necessidade de trazê-
los para esta viagem. Carregá-los, seria muito caro e pesado. Então, o
chinês sábio respondeu:
- Eu também estou de passagem por aqui, por isso viajo pela vida
livre de bagagem.38
No texto acima percebe-se que não se precisa de muito para viver
bem, precisa-se aprender a viver com o necessário, uma vez que estamos
neste mundo apenas de passagem, quanto menos bagagem, melhor para
viajar rumo a Casa do Pai.
38
In Flores, José H. Prado; Senhorio de Jesus. Apostila de Formação - Escola Santo André, p.7.
Somos meros administradores dos bens do Senhor e um dia Ele
nos pedirá conta. Você está à frente de uma grande oportunidade de ser
reconhecido e promovido pelo fato de ser um bom administrador.
A Bíblia nos conta situações de maus administradores:
1. Os trabalhadores eficientes e ladrões (Mt 21,33-41). O dono
confiou em seus empregados e arrendou-lhes a vinha (não lhes deu de
presente). Eles fizeram a vinha produzir, mas não cumpriram com o
pagamento da remuneração acordada. Associaram-se para roubar a
herança, matando o herdeiro (Filho do Dono). Foram eficazes, pois
fizeram a vinha dar frutos, mas isso não foi suficiente. Deveriam ser
honrados. Serão duramente castigados não pela falta de eficiência, mas
porque eram ladrões. Terão uma morte miserável e a vinha será
arrendada a outros trabalhadores mais honrados.
2. O Administrador injusto (Lc 16,1-8). Um administrador que é
demitido porque roubava do seu patrão. Saber o que fazer nas últimas
vinte e quatro horas antes de perder a administração e de chegar à
auditoria.
3. O Rico indolente (Lc 16,19-31) Só se beneficiava de seus bens
e ignorava as necessidades de Lázaro. Tomar medidas imediatas, pois
amanhã pode ser tarde demais.
4. A Figueira estéril (Lc 13,6-9). Foi plantada, mas não produzia
fruto e já havia passado três anos. O dono decidiu cortá-la, porém o
viticultor intercedeu e pediu mais um ano de prazo para fazê-la produzir.
A oportunidade foi concedida. O viticultor vai cuidar e preparar você para
que neste ano produza fruto. Foi estendido o prazo para você produzir
fruto. Por isso, cuide-se para que não aconteça com você, o mesmo que
aconteceu com a figueira que só tinha folhas, mas não dava fruto e, por
essa razão, foi amaldiçoada e secou até à raiz. (Mt 21,19; Mc 11,12-14).
5. Judas, o traidor, era o encarregado da administração material da
comunidade apostólica, todavia não era honrado e roubava o dinheiro.
Seu afã pelo dinheiro fez com que vendesse o Mestre por trinta moedas
de prata. Somos administradores temporários dos bens de nosso Senhor.
Podemos ser bons ou maus, mas um dia teremos que prestar contas de
nossa gestão.
• As contas apresentadas serão julgadas levando em consideração
os bens partilhados e não o patrimônio acumulado.
• Precisa-se ter sempre honestidade e retidão nos atos de
administração, não se pode apropriar-se indevidamente dos
bens do Senhor e nem se aproveitar injustamente dos bens
confiados pelo Patrão.
• A perspicácia e a eficiência fazem a empresa do Patrão progredir
e o bom administrador é aquele que reparte os dividendos com
os empregados, conforme as necessidades de cada um,
considerando o que está previsto em Mt 25,34-40.
• O parâmetro de julgamento será o amor com que o
administrador geriu os bens colocados sob a sua administração.
O que resta de tudo na vida são os atos de amor praticados no
decorrer da existência de cada um nesta terra.
CONCLUSÃO
O senhor feudal ditava as regras da vida de seus servos. A redenção
do escravo ocorre mediante o pagamento da dívida. Jesus Cristo
resgatou-nos pelo seu preciosíssimo sangue, Ele livrou-nos da escravidão
do Diabo e agora pertencemos ao Senhor. A nossa redenção constrange-
nos a dar uma resposta de amor. Porém, somos livres em nossa adesão
ao Senhorio de Jesus. O inimigo de Deus busca novas maneiras para
persuadir, novamente, os filhos de Deus. Precisa-se ficar muito atento
para as novas artimanhas enganadoras do maligno, as doutrinas não
cristãs. Nosso remédio é a renúncia a tudo isso e a aceitação plena de
Jesus Cristo como Salvador e Senhor de nossas vidas.
Logo, não somos donos de nada, somos meros administradores do
Senhor nesta terra e somos considerados bons quando administramos
Seus bens com amor, partilhando e nunca acumulando.
39
SCHUSTER, Pe. Bernardo S.S.J. http://oracoesselecionadas.blogspot.com.br/2009/12/renuncia-do-
mau-e-renovacao-das.html
-Eu renuncio a todo espírito de impaciência e de raiva; de todo
ressentimento e mágoa; de toda tensão nervosa e agressividade; de juízo
temerário e presunção; de ira e ódio; de fofoca, mentira e calúnia!
-Eu renuncio a todo espírito de desânimo e tristeza; de melancolia
e solidão; de fracasso e frustração; de desconfiança do amor de Deus e do
próximo, de autorrejeição e autocondenação!
-Eu renuncio a todo e qualquer espírito de medo: medo de Deus e
de satanás; medo das pessoas, dos animais e das coisas; medo do futuro,
da doença e da morte; medo de altura e do escuro; medo de acidente e
de assalto; medo de perder minha imagem e prestígio; medo de falar em
público e testemunhar o seu Evangelho; medo de perda de um familiar e
da condenação eterna!
-Eu renuncio a todo espírito de complexo e autopiedade; de
ansiedade, angústia e preocupação; de traumas e doenças!
-Eu renuncio a todo espírito de desequilíbrio emocional e psíquico;
de autodestruição!
-Eu renuncio a todo espírito de vingança; a todo desejo de fracasso
e de morte de meu irmão; a todo espírito de injustiça e exploração da
pessoa humana!
-Eu renuncio a todo espírito de revolta contra Deus, contra meu
irmão e contra mim mesmo, não aceitando as minhas fraquezas!
-Eu renuncio a todo espírito de avareza; apego ao dinheiro, coisas,
pessoas ou cargos!
-Eu renuncio a todo espírito de gula, droga e fumo; a todo espírito
de alcoolismo; blasfêmia e sacrilégio!
-Eu renuncio a todo espírito de ciúme e inveja; de preguiça e
hipocrisia; de fingimento, falsidade e adulação!
-Eu renuncio a todo espírito de palavrão e piada; de sexo e luxúria;
de masturbação e fornicação; de prostituição e adultério; de
homossexualismo e lesbianismo; de orgia e de farra!
-Eu renuncio a todo espírito de autossuficiência e egoísmo; de
vaidade, orgulho e status; de materialismo e consumismo; de ambição e
poder, de furto e roubo!
-Eu renuncio a todo espírito de superstição e descrença; de dúvida
e confusão religiosa, de horóscopo, sortismo, cartomancia, controle da
mente, pirâmide, meditação transcendental!
-Eu renuncio a todo espírito de idolatria e falsas religiões; de
Seicho-no-iê e igreja messiânica; de esoterismo, maçonaria e rosa-cruz!
-Eu renuncio a todo espírito de magia negra e bruxaria; espiritismo
e umbanda; de macumba e sarava; de xangô e mesa branca; de
candomblé e conga; de curandeiro e benzedeira!
-Eu renuncio a todo espírito e espíritos guias, que invocaram sobre
mim; toda herança de falsas religiões que trago dos meus antepassados!
-Eu renuncio a toda invocação do espírito de exu e ogum; de
Oxóssi e iemanjá; do espírito do caboclo e do preto velho; do espírito do
índio, sete flechas, pomba-gira; do espírito de Tranca-Rua e São Jorge; do
espírito de São Cosme e Damião, do espírito de São Cipriano e a todos os
outros!
-Eu renuncio de todo coração, a todo efeito de batismo,
consagração ou cruzamento feito da minha pessoa ao espiritismo, à
magia negra ou à outra falsa religião!
-Eu renuncio a todos os remédios, passes e espíritas, e cirurgias e
tratamentos feitos em centros espíritas; a todos os trabalhos e despachos,
maldições ou pragas, maus-olhados que lançaram sobre mim ou minha
família!
-Eu renuncio a todos os objetos supersticiosos que trago comigo
ou tenho em casa!
-Eu renuncio a toda revista e filme pornográfico e a toda a
literatura, filmes, músicas, contrários à sã doutrina da salvação!
-Eu renuncio a todo espírito do mundo e a todo modo de viver não
cristão!
-Eu ordeno a todo espírito mal do qual tenha sido libertado, que vá
aos pés de Jesus, para que Ele disponha dele!
-Eu proíbo a todo espírito mal que me tenha deixado, que torne a
mim para me prejudicar!
Obrigado, Jesus, porque você me libertou!
Jesus Cristo é meu único dono e Senhor!
Deus é meu Pai! Maria é minha Mãe!
-Crês em Deus Pai Todo-poderoso, criador do céu e da terra? -
Creio.
-Crês que Jesus Cristo é o Filho do Pai e morreu para te salvar? -
Creio.
-Crês que Espírito Santo, amor do Pai e do Filho, habita em teu
coração? - Creio.
-Crês que a Igreja Católica é a única verdadeira?
- Creio.
-Crês que és membro vivo desta Igreja?
- Creio.
-Crês que és responsável por Seu nome e expansão do Seu reino? -
Creio.
-Crês que devemos ajudar preferencialmente os mais pobres? -
Creio.
-Crês que a Bíblia é a Palavra viva do Deus vivo? - Creio.
-Crês que a Palavra de Deus alimenta, liberta, cura, e garante o
perdão dos pecados? -Creio.
-Crês que Deus, sendo amor infinito, não criou o inferno? - Creio.
-Crês que cada um busca o inferno quando, livre e
conscientemente, se afaste de Deus? -Creio.
-Crês que Jesus Cristo condena o amor livre, as relações pré-
matrimoniais, o aborto, o meretrício e o divórcio? - Creio.
- Crês que todos os males: mortes, doenças, guerras não provêm de
Deus, mas do abuso da nossa liberdade? - Creio.
- Crês que todos os males, até do pecado quando arrependido e
confessado, Deus tem poder de tirar um bem maior? - Creio.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no
princípio, agora e sempre. Amém!
MEDITAÇÕES DIÁRIAS: 5a SEMANA - SENHORIO DE JESUS
1º dia - 1Cor 12,1-3. Faça uma oração antes de ler a Palavra e peça
que o Espírito Santo lhe dê entendimento. Após a leitura do texto, peça
ao Espírito Santo que transborde em você. Reze com a Palavra e abra-se ã
ação do Espírito Santo, pois a verdadeira proclamação, aquela que produz
frutos na vida do Cristão, só pode ser feita autenticamente no Espírito. É
ele que nos dá coragem de assumir as consequências de proclamá-Lo
como Senhor e força para, diante das provas e tentações, continuar
proclamando com nossas vidas em quem nós depositamos a nossa
confiança.
2º dia - Cl 1,15-20. Faça uma leitura com calma, de preferência leia
três vezes estes versículos, tentando absorver a profundidade da
revelação Bíblica. Depois comece a proclamar que toda plenitude da
graça tem um Nome e este Nome tem poder para submeter todas as
coisas. Ao final de sua leitura orante, proclame que sua vida foi
reconciliada pelo preço do Sangue do Cordeiro que foi imolado para a
nossa salvação.
3º dia - Cl 2,8-15. Mais uma vez, coloque-se em oração com a
Palavra, dessa vez louvando a Deus pela graça que recebemos ao
proclamá-Lo como Senhor de nossas vidas. Louve a Deus porque todo
documento maldito que pesava sobre a sua vida, foi cancelado na cruz do
Senhor. Tome posse da liberdade que é conferida ao homem todas as
vezes que proclama Jesus como Seu Senhor. Você é livre em Cristo Jesus,
comece a viver como uma pessoa livre.
4° dia - Fl 2,5-11. Na meditação de hoje, se possível dobre o seu
joelho e se prostre diante da Palavra de Deus. Leia e medite cada
versículo, permitindo que o mesmo possa despertar a sua fé. Faça a
leitura pedindo ao Senhor a graça da virtude da obediência e da
humildade, pois só se vive o Senhorio de Jesus humilhando-se diante
d'Ele e obedecendo ao Seu chamado em nossas vidas. Dê uma resposta a
essa Palavra comprometendo-se a confessar com suas atitudes o
Senhorio de Jesus.
5º dia - At 4,1-12. Faça sua leitura e meditação, depois comece a
repetir o nome de Jesus e deixe que o Espírito Santo o leve a glorificar o
Nome de Jesus. Louvando a Ele, porque não existe outro nome pelo qual
possamos ser salvos. Louve pela salvação que foi oferecida à humanidade
e proclame dentro de sua casa que Ele é Senhor de todas as coisas. E que,
a partir de agora, a sua vida será para o Seu louvor.
6° Dia - Rm 10,9-13. Após a leitura do texto, faça um breve exame
de consciência e comece a orar com esta palavra. Peça ao Espírito Santo
que o lembre de coisas, situações ou lugares aos quais você já tenha ido
e que o tenha afastado do Senhorio de Jesus e proclame em voz alta que
Ele é o Senhor de todas as coisas. Ao proclamar e orar com a Palavra,
peça também ao Senhor que inflame a sua fé e que essa proclamação
seja acompanhada por uma nova atitude, ou seja, viver o Senhorio de
Jesus.
7º dia - Jo 13,1-20. Medite o Evangelho, leia se possível duas vezes
tentando extrair do texto o que um cristão que assume o Senhorio de
Jesus deve fazer. Ele, que é Senhor, veio ao mundo para servir, Ele é o
exemplo a ser seguido. Proclamar com a vida o Senhorio de Jesus é ter o
coração aberto ao perdão e ao serviço. Reze, peça ao Senhor a graça de
segui-Lo, de testemunhar com a vida o perdão e o amor aos irmãos. Peça
a graça de se consumir por Jesus e pelo seu Reino.
6ª SEMANA
A CURA INTERIOR40
INTRODUÇÃO
Na convivência humana, longe do Amor de Deus à mercê do
desamor humano, as pessoas são muito feridas e também ferem as outras
à sua volta. As feridas interiores ocasionam amarguras, ansiedades,
depressão e doenças físicas de todas as espécies.
Ao experimentar o amor de Deus em nossa vida, este amor cura
nossas feridas e carências interiores e restaura em nós a imagem e
semelhança de Deus. É um processo lento, pois não suportaríamos se
fosse de um momento para outro, daí a necessidade de permanecermos
na presença de Deus e experimentarmos sempre de Seu amor. Assim,
com o tempo, as feridas interiores vão sendo tocadas e curadas e nos
tornamos, vagarosamente, uma nova criatura. Quando Deus cura o
interior da pessoa muitas das doenças físicas são extirpadas da vida
humana.
A convivência humana passa a ser o exercício de atos recíprocos de
amor.
DESENVOLVIMENTO
AMAR É UM MANDAMENTO
Jesus sempre nos convida a perseverar no Seu amor, pois Ele nos
ama como o Pai O ama. Portanto, Jesus é pleno de amor por nós, e seu
amor cura todas as feridas do relacionamento humano. Ao ser curada e
plenificada pelo amor de Deus, a pessoa é capacitada para a convivência
humana.
Ao persistir no amor conforme os mandamentos da lei de Deus,
somos impregnados de uma alegria completa, que emana do trono da
Graça e capacita-nos a conviver sem ferir, pois, o amor divino neutraliza o
coração das feridas da convivência social (Cf. Jo 15,9-11).
40
Por Marizete Martins Nunes do Nascimento
Nós fomos escolhidos por Deus para produzirmos frutos de amor
no mundo e à medida que os produzimos eles permanecem para sempre.
Quem ama tem o coração do Pai aberto para derramar todas as graças
necessárias à sua vida e à vida daqueles por quem intercede.
AS DIMENSÕES DA SALVAÇÃO
Pai, eu Lhe agradeço por Seu Filho Jesus, que morreu na cruz, não
somente pelos meus pecados, mas também pelos meus temores. Eu Lhe
agradeço porque Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre, e porque Ele
me quer são: espírito, alma e corpo. Senhor Jesus, eu Lhe peço para
reviver comigo cada segundo da minha vida. Cure-me e deixe-me são.
Volte até a minha terceira e quarta geração de ancestrais e quebre todos
os laços genéticos nocivos.
Jesus, o Senhor sabia tudo sobre minha vida mesmo antes de eu ter
nascido. Obrigado por estar presente quando a minha vida começou. Se
medo ou qualquer outra força do mal me foi transmitida enquanto eu
estava dentro de minha mãe, liberte-me delas. Obrigado, Senhor Jesus,
por ter estado lá quando eu nasci, e por ter-me amado. (Alguns vieram a
esse mundo sem ser amados e desejados e eles sentiram essa rejeição.
Senhor Jesus, desde o princípio encha cada um com Seu amor precioso).
Senhor, reviva comigo cada segundo dos meus primeiros anos de
vida. (Alguns foram separados dos pais por causa de doença ou morte;
alguns nasceram em famílias muito numerosas e não receberam o amor
que precisavam. Senhor Jesus, volte e preencha todo vazio; dê a eles o
amor que não foi recebido).
41
In Diário Espiritual TOMO POSSE DA BÊNÇÃO DE HOJE. Organização: Luiz Virgílio Néspoli. Editora
RCCBRASIL. Canas-SP. 2015.
Remova toda mágoa; tire todos os medos; medo do escuro, medo
de quedas, medo de animais, medo de se perder. Eu agradeço a Jesus,
por me libertar e me curar. Eu Lhe peço Senhor, para segurar minha mão
e ir à escola comigo. Na época eu me senti muito tímido, com medo de
sair de casa e enfrentar situações novas. Jesus houve ocasiões em que me
senti humilhado na escola; tire de mim essas lembranças. Quando fui
maltratado por um professor ou ofendido por um colega, por favor, cure
essas mágoas. (Temores podem ter aparecido durante os primeiros anos
de escola: medo de falar em público ou medo do fracasso). Obrigado por
curar essas mágoas e por me libertar desses medos.
Eu Lhe agradeço e O louvo. Senhor Jesus, eu Lhe agradeço pela
minha mãe. (Para aqueles que não tiveram o amor de mãe, preencha este
vazio e dê-lhes o amor que não tiveram) Eu Lhe peço para ficar entre
minha mãe e eu e deixar fluir Seu amor divino entre nós. Peço perdão à
minha mãe por todas as vezes que eu a magoei ou a decepcionei, e eu a
perdoo por todas as vezes que ela me ofendeu ou decepcionou.
Eu Lhe agradeço pelo meu pai. (Para aqueles que não sentiram o
amor de um pai terreno, dê-lhes o amor que precisavam, mas que não
receberam). Fique, Jesus, entre meu pai e eu. Peço-Lhe que o Seu amor
divino conserte todo o mau relacionamento que existe entre nós. Eu peço
perdão a meu pai por todas as vezes que eu o magoei ou o decepcionei,
e eu o perdoo por todas as vezes que ele me ofendeu e decepcionou.
Eu Lhe entrego meus irmãos e irmãs: onde existia sentimentos de
competição, ciúme ou ressentimento, eu Lhe peço que Seu poder de
curar e Seu amor consertem todos os mal entendidos. Eu perdoo a cada
irmão e irmã por ter me ofendido e decepcionado e peço perdão por tê-
los ofendido e decepcionado.
Obrigado, Senhor, por ter estado comigo durante minha
adolescência e enquanto eu estava no ginásio e colegial (ou primeiro e
segundo grau). Houve novos problemas e medos.
Assim que cada lembrança dolorosa me voltar à mente, eu peço
que o Senhor pegue um apagador espiritual e elimine toda a dor de
minha mente. Tire todo sentimento de humilhação, confusão, culpa medo
ou fracasso (alguns foram ridicularizados por causa da raça, aparência,
tamanho ou pobreza e foram marcados profundamente por isso). Faça
com que cada pessoa saiba que o Senhor a amou como sendo especial,
única e que o Senhor estava presente em todas as situações.
Assim que cada um de nós saiu de casa apareceram novos medos,
frustrações e mágoas (alguns gostariam de cursar uma faculdade, mas
não lhes foi possível; outros não conseguiram entrar para a profissão que
sonhavam e eles sentiram todo o desapontamento).
Jesus, por favor, cure esse desapontamento e toda mágoa.
Obrigado por estar presente quando nos casamos (para uns foi um
belo começo; para outros foi um pesadelo). Jesus tire toda mágoa. Eu lhe
peço para ficar entre eu e meu cônjuge (se houve mais de um, por favor,
fique entre cada um), e cura toda mágoa. Eu digo para meu esposo (a)
que o (a) perdoo por ter me ofendido e peço seu perdão por ter-lhe
ofendido. Senhor Jesus, através de Seu divino amor, eu Lhe agradeço por
reparar todos os mal-entendidos e por eliminar todas as lembranças
dolorosas.
Senhor, obrigado por nossos filhos. Tire qualquer sentimento de
fracasso ou culpa como pai (mãe) que eu possa ter. Quando eu puni
imprudentemente ou fui muito possessivo com meu amor, quando
palavras foram ditas para criticar ou com raiva, eu peço que cure qualquer
mágoa que isso possa ter causado. Eu peço o perdão dos meus filhos e
os perdoo por terem me magoado.
Senhor, durante aqueles momentos terríveis de acidentes, daquelas
horas de doença ou cirurgias, eu Lhe agradeço por ter estado presente.
Eu Lhe peço agora que tire o pavor, o medo e a memória da dor. Liberte-
me do trauma que senti. Obrigado por estar presente nas horas de
tristeza. Eu Lhe agradeço por segurar minha mão e atravessar o vale
comigo. Eu Lhe agradeço por tirar minha tristeza, meu pesar e meu luto.
Eu Lhe agradeço por me dar Sua alegria e Sua paz.
Agora, Senhor Jesus, obrigado por reviver comigo cada segundo de
minha vida até este exato momento. Obrigado por curar todas as minhas
mágoas, minhas memórias dolorosas e meus medos, e por me libertar.
Obrigado por me preencher com Seu amor. Ajude-me a me amar. Ajude-
me a amar aos outros. Mas, principalmente, Jesus, ajude-me a amá-Lo
como quereis que vos ame. Eu Lhe agradeço por penetrar fundo nos
cantos mais escuros de minha mente e me purificar. Eu lhe agradeço por
curar minhas emoções, minha mente e minhas memórias. Eu Lhe
agradeço Jesus, por me curar e me reconstituir inteiramente. Lhe dou
todo o louvor e toda a glória, em Seu Nome. Amém! Deus seja louvado!
ATENÇAO:
Além das meditações diárias referentes à sexta semana, você irá
preparar-se para ser BATIZADO NO ESPÍRITO SANTO, portanto serão
duas meditações diárias.
MEDITAÇÕES DIÁRIAS: 6ª SEMANA - A CURA INTERIOR
Irmão ou irmã:
Esta semana o Senhor mesmo deseja preparar você. Não tenha
medo nem se preocupe. Não pergunte a si mesmo como você poderá
preparar-se. Simplesmente peça ao Senhor para preparar você. Ele o ama
e o fará.
Deixe as palavras de vida falar a você. A palavra de Deus vai
preparar você. Não deixe Satã confundi-lo. Se sentir confusão ou dúvida,
ou se ansiedade tomar conta de você, mande Satã embora. Diga-lhe que
você pertence a Jesus e que Jesus é o Senhor de sua vida. Ponha sua fé
em Deus. Deus ama você. Ele deseja dar-lhe a plenitude da vida no
Espírito. Ele prometeu dar seu Espírito Santo àqueles que o pedissem.
Peça simplesmente, com confiança.
Satã dirá que você não merece ter o Espírito Santo libertado em
você, que você não é digno. E ele está certo. Ninguém é digno. Mas Deus
vai libertar o Espírito Santo em você, não porque você é digno, mas
porque Ele ama você. Ele fará isso porque Jesus morreu por você, Jesus
mudará sua vida quando você se comprometer com Ele e os irmãos
rezarem com você. Então começará sua nova vida no Espírito Santo. Pode
ter certeza. Apenas confie na promessa de Deus.
Não procure uma determinada espécie de experiência. Algumas
pessoas têm uma viva experiência, quando rezamos com elas, enquanto
outras experimentam muito pouco.
42
Cf. "A Guidebook for the Life in the Spirit Semninars", The Word of God, Servant Books, Ann Arbor,
Michigan, p. 23 to 28.
O que você quer é o Espírito Santo, e não o sentimento, a
experiência, em si. Assim que você estiver em novo relacionamento com
o Espírito Santo, você experimentará um novo sentido de Sua presença.
Você O verá agir em sua vida de um modo novo.
Peça ao Senhor que lhe conceda novos dons, novos carismas. E
abra seu coração para TODOS os dons que Deus quiser lhe conceder.
Relaxe. Deus ama você. Lembre-se que Seu amor paternal envolve
você. Lembre-se que Ele mandou seu Filho para salvar você. Entregue sua
vida nas mãos de seu Senhor cada dia.
Leia estas palavras muitas vezes esta semana. Elas o ajudarão a
preparar-se para ser batizado no Espírito Santo: "Nossa alma espera o
Senhor, Ele é nosso auxílio e nosso escudo; nossos corações se rejubilam
nele, nós confiamos em seu santo Nome. Senhor, que Vosso amor
repouse em nós assim como temos confiado em vós."
PALAVRAS DE VIDA
1º dia: Deus tem uma vida nova para você, porque Ele o ama. É um
dom, você não pode herdá-lo nem merecê-lo. Deus diz:
"Apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para
com os homens. Ele nos salvou pelo batismo regenerador e renovação do
Espírito Santo, unicamente em virtude de sua misericórdia e não por
causa de obras de justiça que tivéssemos feito. Deste Espírito Santo Ele
deu-nos em profusão por Jesus Cristo, nosso Salvador, para que a
justificação por sua graça nos faça, em esperança, herdeiros da vida
eterna." (Ti 3,4-7)
2º DIA: A vida nova no Espírito é um dom, mas você tem que
voltar-se para Jesus, se quiser recebê-lo. Todos aqueles que vêm a Jesus
recebem a vida nova abundantemente. Jesus diz: "Se alguém tem sede,
venha a mim; venha e beba, aquele que crer em mim; como diz a
Escritura: de seu seio correrão fontes de água viva. "(Jo 7,37-38)
3º DIA: Para voltar-se para Jesus, você deve se afastar de tudo que
seja incompatível com a vida que Ele está oferecendo (arrependimento) e
aceitar as promessas que Ele está fazendo (fé e confiança). Quando você
se volta para Jesus em arrependimento e fé, Ele pode dar-lhe uma vida
nova. Jesus diz: "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo:
fazei penitência e crede no Evangelho." (Mc 1,15)
4º DIA: Esta vida é para cada um que deseje voltar-se para o
Senhor. O dom do Espírito Santo é para você. Satã tentará seduzi-lo a
pensar que você é alguém que não pode receber o dom do Espírito, mas
a palavra de Deus diz: "Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo para a remissão de vossos pecados. E
RECEBEREIS O DOM DO ESPÍRITO SANTO. Pois a PROMESSA É PARA VÓS,
para vossos filhos e para
todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor." (At 2,38-39)
5º DIA: Você não pode herdar nem merecer o dom do Espírito
Santo, mas deve tirar de sua vida tudo que seja incompatível com a vida
cristã. A vida nova significa que você tem que ser santo como Deus é
santo. A palavra de Deus diz: "Eu sou o Senhor vosso Deus. Vós vos
santificareis e sereis santos, porque eu sou Santo."(Lv 11,44a). "Á maneira
de filhos obedientes, já não vos amoldeis aos desejos que tínheis antes,
no tempo de vossa ignorância. A exemplo da santidade daquele que vos
chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está
escrito: Sede santos porque eu sou santo" (I Pd 1,14-15).
6° DIA: Ter fé significa confiar naquilo que Deus prometeu. Você
sabe que Deus pode fazer tudo. Sabe que Ele não mente. Confie nas
promessas de Deus, e reclame-as dele, como o fez Abraão. Então você
verá Deus agindo de um modo novo em sua vida. A palavra de Deus diz:
"Ante a promessa de Deus (Abraão) não vacilou por desconfiança, mas
conservou-se na fé e deu glória a Deus. Estava plenamente convencido de
que Deus era poderoso para cumprir o que prometera." (Rm 4,20-21)
7° DIA: Quando você se volta para o Senhor em arrependimento e
fé, tudo que tem a fazer é pedir ao Senhor a plenitude da vida no Espírito
Santo. Nós sabemos que podemos ter o Espírito Santo, porque Deus nos
ama e deseja estar tão perfeitamente unido a nós quanto for possível.
Jesus promete que o Pai dará o Espírito Santo àqueles que pedirem: Eu
vos digo: PEDI e dar-se-vos-á; BUSCAI e achareis; BATEI e abrir-se-vos-á.
Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que
bater se lhe abrirá. Se um filho pedir um pão, qual o pai dentre vós que
lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente?
Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião? Se vós, pois,
sendo maus, sabeis dar coisas a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai
celestial dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem." (Lc 11,9-13)
ESTUDO
Esta semana, leia esses dois capítulos que tratam da vida no
Espírito e do poder de Deus em nós:
João, capítulo 15
Atos, capítulo 8
7ª SEMANA
BATISMO NO ESPÍRITO SANTO43
INTRODUÇÃO
Pelo título acima, você já pode compreender: o "batismo no
Espírito Santo" é uma graça, um dom de Deus. Isso significa que nós - por
mais que nos esforcemos e nos esmeremos -, não conseguimos analisá-
lo, produzi-lo, controlá-lo. Não podemos determinar e nem garantir
quem vai recebê-lo, e como e quando, de fato, isso se dará. O Espírito é
Aquele que se manifesta e sopra "onde, em quem e quando quer", cf. Jo
3,8.
Não basta, de igual maneira, "aprender", ser instruído sobre o que é
o "batismo no Espírito". Isso é importante, mas ele não se reduz a um
conceito doutrinário, um dado teológico que, pela instrução, se passa a
entender...
O batismo é uma experiência. Uma experiência de sentido, de
sentido de Deus, e do Deus cristão... E essa experiência é alguma coisa
que diz respeito somente a você, e Deus. Ela não ocorrerá com você
porque nós queremos, mas porque Deus quer. E Deus quer, sempre...
Nossa tarefa, aqui, portanto, é ajudá-lo a compreender com maior
clareza que essa é uma vontade de Deus para a sua vida. Ensiná-lo a
aspirar e esperar por essa experiência, alertando-o sobre possíveis
barreiras que podem lhe dificultar a fazer essa experiência.
São Boaventura se perguntava: "Sobre quem vem o Espírito Santo?
O Espírito Santo vem onde é amado, onde é convidado, onde é
esperado".
Queremos ajudá-lo a se colocar nessa posição de quem ama,
convida e espera pelo Espírito Santo...
DESENVOLVIMENTO
43
Por Reinaldo Beserra dos Reis.
O discurso, o estudo e o aprendizado a respeito do Espírito são
inesgotáveis, obviamente. Mas o conhecimento de algumas realidades
reveladas sobre Ele pode, de um modo muito simples, nos ajudar a
"conhecê-Lo' melhor e de uma maneira que afete positivamente as
nossas vidas. E progredir no nosso amor para com Ele... (Os apóstolos
tiveram primeiro uma experiência com o Espírito Santo. Depois, com o
passar do tempo, foi-se configurando uma doutrina sobre essa
experiência...).
1. Pela Revelação, sabemos que o Espírito Santo é uma das três
Pessoas que participam da única natureza divina. E cada uma delas
participa dessa essência divina única de um modo que lhe é próprio. As
três Pessoas são absolutamente iguais (quanto à onipotência, santidade,
quanto à natureza), mas distintas (pois uma não é a outra; convivem entre
si, e têm papéis (apropriações divinas) distintos, distintas missões (as
processões divinas do Filho e do Espírito Santo, enviados pelo Pai) ... (ver
"Catecismo da Igreja Católica, de § 232 a § 267).
Não se assuste: estamos falando de um mistério em sua mais
profunda acepção. E lembre-se: mais importante do que querer
"entender" o mistério, é viver dele...
2. Como Pessoa Divina que é, o Espírito Santo sempre existiu e
sempre esteve presente na Criação e na história dos homens. Mas, na
ordem da Revelação Divina, o Espírito foi a última das Pessoas a ser
manifestada com mais clareza sobre sua missão. Por um longo período,
Deus se manifestou claramente como único Pai, o Filho foi
profeticamente sugerido, e o Espírito mais obscuramente ainda - por
metáforas - referenciado (especialmente pelas imagens de vento, água,
chuva, óleo...) como uma realidade divina...
Algumas particularidades caracterizavam o operar do Espírito nos
tempos do Antigo Testamento:
a. Ele se manifestava especialmente em algumas categorias de
pessoas (reis, profetas, juízes, sacerdotes e patriarcas).
b. Essa manifestação tinha um "prazo" na vida dessas pessoas, e
durava enquanto durava a tarefa, a missão recebida. Depois,
cessava.
c. E Ele se manifestava na vida dessas pessoas, mas não habitava
do modo como nos habita hoje (S. Cirilo de Alexandria dizia que
"nós somos chamados o templo de Deus, coisa que jamais foi
dita dos profetas".)44
d. Estava presente na vida das pessoas a sustentar-lhes a vida (da
qual Ele é o "Senhor e Fonte"), mas de um modo apenas natural,
difuso, imanente...
e. E - Ponto importante! -, ninguém sabia que o Espírito fosse uma
"pessoa"; tinham-no por uma "força de Deus", entendendo-o
mesmo com a própria ideia de Deus em si (pois o Pai também –
como o Verbo - é espírito, e santo. "Espírito Santo", pois, pode
ser o nome de Deus...).
3. Mas haviam promessas da parte de Deus de que esse modo de
"estar presente" do Espírito iria se modificar a partir dos tempos do
Messias: Isaías ("...e então sobre nós se derramará o Espírito do alto, e o
deserto se transformará em vergel, e o vergel tomará o aspecto de uma
floresta, 32,15^ Ezequiel ("... Naqueles dias eu vou derramar do meu
Espírito (...) Vou abrir o peito de vocês, retirar daí esse coração
empedernido, colocar aí um coração novo, de carne, e meter dentro dele
o meu Espírito," 36,25-27), e Joel ("Naqueles dias eu derramarei de meu
Espírito sobre todo ser vivo... e vossos filhos profetizarão, vossos anciãos
terão sonhos e vossos jovens terão visões... e derramarei do meu Espírito
sobre cada servo e cada serva", 3,1-2).
Quando chegou a "plenitude dos tempos", o Filho - cumprindo as
profecias messiânicas - assumiu a natureza humana, encarnando- se para
nossa justificação e salvação. E Ele nos traz a importante revelação
(desconhecida até então) de que o Espírito Santo não era apenas uma
"força, um influxo" de Deus, mas uma Pessoa. Refere-se a Ele como a
"alguém" (usando um pronome pessoal do caso reto), e atribuindo-lhe
ações que só uma pessoa poderia realizar. Fala-nos de seu caráter
pessoal, de sua missão, e do modo como passará a estar presente entre
nós: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito, para que fique
eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode
receber, porque não o vê e nem o conhece, mas vós o conhecereis,
porque permanecerá convosco e estará em vós." (Evangelho de João,
14,16-17); "Mas, o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu
nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos
tenho dito" (Jo 14,26); "Ele dará testemunho de mim..." (Jo 15,26);
"Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu
não for, o Paráclito não virá; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando vier,
convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça, e do juízo" (Jo
44
Ver também o Parágrafo 25 da Carta Encíclica Dominum et Vivificatem, de São João Paulo II.
16,7-8); "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á
toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e
anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará porque receberá do
que é meu, e vo-lo anunciará" (Jo 16,13-14).
Coisa importante a se aprender desta catequese de Jesus é que Ele
- o Espírito Santo - é uma Pessoa. "Pessoa misteriosa", sim. Sem face, sem
nenhum referencial humano. Mas, Pessoa: sui generis, mas com os
atributos de uma personalidade, como revelado pelas Escrituras. E, como
Pessoa, espera estabelecer conosco um relacionamento pessoal. De
Pessoa a pessoa. Precisamos, então, buscar e aprender a ter com Ele uma
adequada intimidade. Ver nele aquela Pessoa divina prometida e dada
por Deus para ser nosso amigo, nosso Paráclito, nosso Advogado...
Estabelecer com Ele uma especial amizade, amando-o, desejando-o,
permitindo e esperando que Ele – que já está em nós pelo sacramento do
Batismo -, tome posse de todo nosso ser, de todas as áreas de nossa vida,
e nos conduza a novos patamares da experiência com Deus, fazendo de
nós os instrumentos e testemunhas poderosas do Seu amor e da salvação
realizada por Jesus Cristo.
II - O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
45
REIS, Reinaldo Beserra, "Celebrando Pentecostes", Ed RCC BRASIL, PORTO ALEGRE/RS, 2005, p.78.
46
Aos fiéis de LUSAKA (Zâmbia), a 4 de maio de 1989.
tendo mais do Espírito, melhor e mais abundantemente amar e obedecer
aos mandamentos de Jesus Cristo".47
c. Enfim, a doutrina católica nos ensina claramente que aquela
especial "vinda" do Espírito Santo iniciada em Pentecostes, não cessa
(Catecismo da Igreja Católica, §732).
d. Santo Tomás ensina em sua Teologia das Missões que, "a cada
nova missão, a cada nova vocação, deve corresponder uma nova efusão
do Espírito" (veja o já citado § 667 do Catecismo).
e. O Apóstolo Paulo também ensina-nos (Cl 1,18-19; 2,9) que
"aprouve ao Pai conceder a plenitude do Espírito somente ao Filho". Nós
o temos segundo a nossa medida, que é instável e sujeita às nossas
limitações (v. I Ts 5,19 e Ef 4,30).
2. Acentuando...
47
Commento Al Vangelo di Giovanni, Omélia 74.
48
João Paulo II, in CATECHESE TRADENDAE, 19.
envolvente, e traz consigo uma série de evidências que se manifestam de
acordo com a circunstância, o ambiente e o contexto histórico onde
acontece.
49
CANTALAMESSA, R., in "Ungidos Pelo Espírito", Ed. Loyola, São Paulo/SP, 1996, p. 141 a 151.
50
ICCRS, Comissão Doutrinal da RCC Internacional, "Batismo no Espírito Santo", Ed. Portuguesa,
RCCBRASIL, 2013, p. 78
assim com ele um novo compromisso de fé", dizia o pneumatólogo
Heribert Mühlen.51
1. Graça e Natureza
2. Pontos a se considerar
51
MÜHLEN, H., in "Fé Cristã Renovada - Carisma, Espírito e Libertação", Ed. Loyola, São Paulo/SP, 1980,
p. 203 ss.
d. Decidir e estar disposto a renunciar, a abandonar tudo aquilo
que em nossa vida estiver em conflito com essa bênção (At 2,38), com
essa graça.
e. Ansiarmos por receber a bênção. Desejar obtê-la. Ir até Jesus
com sede de receber mais e mais dessa Água Viva prometida (cf. Jo
7,37b). E crer que Deus quer sempre nos dar seu Espírito (cf. Lc 11,9-13). E
O concede sem medidas (cf. Jo 3,34).
f. Acreditar que o Batizador está aqui, agora, intercedendo por
uma permanente efusão do Espírito para todos nós (cf. CIC. § 667).
g. Rendermo-nos inteiramente a Deus, agora, para que possamos
receber uma nova plenitude do Espírito Santo...
CONCLUSÃO
I. ESCLARECIMENTOS PRÁTICOS
a. Não se preocupe com quem vai orar por você. Essa pessoa será
um intercessor (a), apenas, pois - lembre-se disso -, é Jesus quem batiza
no Espírito Santo (cf. Jo 1,33; Mt 3,11; Lc 3,16). E Jesus está aqui (Mt
18,19-20), desejoso de que você receba esta bênção (cf. CIC. § 667).
b. Não se preocupe também com as manifestações (exteriores,
portanto) que podem ocorrer com os outros e não com você (e vice-
versa). Esses sinais exteriores têm sua importância (orar em línguas,
"repousar no Espírito", tremer, debulhar-se em lágrimas...), mas não são
essenciais, e podem depender de sua compleição psicológica no
momento. Ou de sua antecedente formação, de suas expectativas etc. O
importante é o que diz Paulo quando escreve aos Gálatas (3,14): "Pela fé,
recebemos o Espírito Santo".
c. Não julgue ser indigno de receber essa bênção. É uma graça que
vem até nós por pura liberalidade do grande amor com que Deus nos
acolhe. "A promessa é para todos", e esta efusão quer nos levar "de um
precedente estado de graça (não importa qual seja) a um novo e mais
elevado estado de graça".52
d. Da mesma forma, saiba que por vezes os efeitos dessa oração
não se manifestam claramente no exato momento em que oram por
você, mas vão emergindo com o passar dos dias, das semanas... Creia, e
fique atento: Deus é quem sabe de fato de que tipo de efusão você está
necessitando no momento, segundo os propósitos de Seu coração...
e. Traga Maria em seu coração nesta hora. Ela é o protótipo da
"batizada no Espírito", pois em Pentecostes ela estava, com sua atitude
suplicante, ã espera daquilo que ela já recebera na encarnação do Filho",
cf. Lúmen Gentium, 59.
52
Santo Tomás, de Aquino, in Suma Teológica/I Sent. d. 15, q.5, a.l, Sol.2)
53
"Orientações Teológicas e Pastorais da Renovação Carismática", Ed. Loyola, São Paulo/SP, 1976,2a
edição, p. 39 a 43.
Batismo no Espírito, pois, é uma experiência que deve funcionar
como uma introdução, um ponto de partida e não de chegada. Por ela
somos assim como que introduzidos num novo tipo de relacionamento
com a onipotência de Deus, que nos torna possível a vida no Espírito. Ela
não esgota aquilo que o Espírito Santo - que não é estático - tem
reservado para nossas vidas, para o nosso crescimento na vida espiritual,
rumo a patamares de santidade cada vez mais elevados.
2. Já em uma catequese proferida no ano do Espírito Santo (1998),
São João Paulo 11 nos ensinava: "A vida do cristão que, mediante a fé e
os sacramentos, está intimamente unida a Jesus Cristo, é uma "vida no
Espírito". Com efeito, o Espírito Santo derramado em nossos corações (cf.
G14,6) torna-se em nós e para nós "nascente de água a jorrar para a vida
eterna" (Jo 4,14). É preciso, pois, deixar-nos guiar com docilidade pelo
Espírito de Deus, para nos tornarmos de maneira cada vez mais plena
aqueles que já somos por graça: filhos de Deus em Cristo (cf. Rm 8,14-16).
"Se vivemos pelo Espírito - exorta-nos ainda São Paulo caminhemos
também segundo o Espírito"(Gl 5, 25). Sobre este princípio se baseia a
espiritualidade cristã, que consiste em acolher toda a vida que o Espírito
nos dá. Esta concepção da espiritualidade põe-nos ao abrigo dos
equívocos que às vezes ofuscam o seu perfil genuíno".54 É preciso, pois,
insistir neste ponto: batismo no Espírito significa um ingresso mais
consciente e empenhativo na vida no Espírito, num progressivo caminho
de crescimento. Pois podemos ter sido batizados no Espírito e não
estarmos vivendo muito bem no Espírito. E o que mais "agrada" a Deus,
por certo, não são os que passaram pela experiência desse batismo,
apenas, mas os que estão vivendo progressivamente no Espírito.
3. "A vida no Espírito é experiência de sua presença. A vida no
Espírito é uma vida na qual o cristão pode ter a experiência do Espírito
Santo vivendo nele e agindo através dele. A maioria dos cristãos, hoje,
não vive a vida do Espírito. Vive a vida cristã baseada na doutrina, no
conhecimento doutrinário e na prática religiosa. Tentam pautar as suas
vidas pelos ensinamentos de Cristo. Mas não experimentam a Sua
presença. Quando uma pessoa está vivendo a vida do Espírito, sabe por
experiência que o Espírito Santo está nela. Não precisa "aceitar isso na
fé", no sentido de crer sem "qualquer" experiência que o prove. Quando
uma pessoa está vivendo a vida do Espírito, começa a experimentar o
Espírito Santo agindo de forma a permitir-lhe louvar a Deus e adorá-Lo
com uma nova liberdade. Experimenta o Espírito Santo vivificando as
Escrituras e dando sentido ã doutrina cristã. Experimenta uma nova
54
L'Osservatore Romano, n° 43 (592), de 24 de outubro e 1998.
capacidade para falar de Cristo às pessoas, e uma alegria e uma paz mais
profundas."55
4. Finalmente, consideremos os frutos do Espírito. Se é que
passamos a permitir a ação do Espírito em nossa vida, é normal que
passemos também a produzir em nós os frutos do Espírito. Na verdade,
não somos nós mesmos que produzimos tais frutos, mas o próprio
Espírito que em nós atua. Eles são o resultado da nossa docilidade à vida
do Espírito em nós que irá progressivamente nos inserir na plenitude de
Cristo. "Não fostes vós que escolhestes a mim; fui eu que escolhi a vós e
vos constituí para que vades e produzais fruto e para que o vosso fruto
seja duradouro" (Jo 15,16). Em Gálatas 5, 22-23, lemos: "Mas o fruto do
Espírito é amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade,
mansidão, autodomínio. Contra tais coisas não existe lei". Notemos que
São Paulo diz "o fruto", talvez com isso querendo significar que com o
Espírito tudo nos vem: a árvore e os frutos. Pois o fruto do Espírito
consiste em qualidades e disposições de temperamento que existem no
cristão que se manifestam quando, habitado por Ele, permite, com
docilidade que Ele esteja no controle dessas qualidades e do
temperamento.
Até quando precisaremos continuar recebendo mais do Espírito
Santo? Até quando já estiverem sendo manifestados em nossas vidas
todos os frutos do Espírito...
55
REIS e COUTINHO, GRTP, "Seminário sobre Batismo no Espírito Santo", Ed. RCCBRASIL, 2011, p. 50.
MEDITAÇÕES DIÁRIAS: 7ª SEMANA - BATISMO NO ESPÍRITO
SANTO
INTRODUÇÃO
Jesus é questionado pelo doutor da lei sobre o que fazer para
possuir a vida eterna. Ele, então, lhe devolve o questionamento,
perguntando-lhe sobre o que está escrito na lei, ao que respondeu:
"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de
todas as tuas forças e de todo o teu pensamento (Dt 6,5); e a teu próximo
como a ti mesmo (Lv 19,18)" (cf. Lc 10,25-27).
Para justificar-se o doutor da Lei perguntou a Jesus: "E quem é o
meu próximo?" Jesus respondeu com esta Parábola:
"Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de
ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos
ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. Por acaso desceu pelo
mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um
levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um
samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de
compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e
vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma
hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao
hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to
pagarei." (Lc. 10,29). Continuando, Jesus questionou ao doutor da lei:
"Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos
dos ladrões?" O doutor respondeu: "Aquele que usou de misericórdia
para com ele." Então Jesus lhe disse: "Vai, e faze tu o mesmo". (Lc 10,30-
37).
Precisamos conviver com o próximo exercitando sempre a
misericórdia frente às suas fragilidades, que se manifestam em
pensamentos, palavras, atos e omissões, que vão ferindo e machucando
aos outros.
Na convivência humana, longe do Amor de Deus à mercê do
desamor humano, e trazendo as consequências do pecado original, as
pessoas são muito feridas e também se ferem umas às outras, projetando
muitas vezes frustações, invejas, competição etc. A desarmonia da
56
Por Vicente Gomes de Souza Neto e Marizete Martins Nunes do Nascimento.
humanidade para com o Criador, ocasionada pelo pecado original da
desobediência, ocasiona logo em seguida, nas figuras de Adão e Eva,
consequências de acusação e ruptura da harmonia entre homem e
mulher, gerando feridas de relacionamento, nesse caso por meio de
acusações e imputação na culpa alheia (cf. Gn 3,11-13).
O pecado produz uma ruptura de relacionamento de nós para com
Deus e como consequência de nós para com nossos irmãos. A única
forma de ser revertida essa cisão e afastamento é o amor, uma vez que
ele traz em si o ser de Deus (cf. 1 Jo 4,7-8).
Pelo sacramento do batismo, somos mergulhados nesse amor e
inseridos na Trindade Santa. Passamos a fazer parte do múnus de Jesus
Cristo. Permanecemos nele e confessamos que Jesus Cristo é o Filho
único de Deus. Reconhecemos e experimentamos que Deus é Amor (Cf 1
Jo 4,16) e que o Espírito Santo é autor desse derramamento de amor em
nossos corações (cf. Rm 5,5). Quando percebemos o quanto Deus nos
ama, a ponto de enviar seu Filho como vítima de expiação pelos nossos
pecados (cf. 1Jo 4,10), percebemos que não somos filhos únicos, mas sim,
que temos uma multidão de irmãos e que devemos ter para com eles a
mesma relação de amor e perdão que o Senhor tem para conosco.
A convivência humana passa a ser o exercício de atos recíprocos de
amor. Segundo a Beata Madre Teresa de Calcutá: "O amor para ser
verdadeiro tem de doer. Não basta dar o supérfluo a quem necessita, é
preciso dar até que isso nos machuque".
DESENVOLVIMENTO
1. AMAR É UM MANDAMENTO
57
http://www.bethania.com.br/noticias/noticias-da-igreja/papa-francisco-explica-a-diferenca-entre-
pedirperdao-e-pedirdesculpa
Ele ainda expõe em uma de suas homilias que o ato de perdoar é
muito mais do que pedir desculpas, pois pedir perdão é reconhecer que
se cometeu uma falta grave, desagradando a Deus, na pessoa do irmão.
Devemos pedir perdão com sinceridade, com o coração contrito e
arrependido. Vale ressaltar que ao perdoarmos não iremos sofrer de
amnésia, esquecendo o fato ocorrido, mas toda vez que dele lembrarmos,
sentiremos a paz como fruto do Espírito Santo, sem mais guardarmos
mágoa ou rancor.
Jesus irá ampliar a dimensão do mandamento da lei de Deus,
quanto ao "não matarás", dentro da nova narrativa de sua escola
doutrinária acerca do Reino de Deus (Reino dos Céus), sendo um marco
de sua missão messiânica. Jesus avança dizendo que aquele que se
encolerizar, que lançar palavras ou ações contra seu irmão, já terá
cometido pecado; precisando, portanto, antes de fazer sua oferta diante
do altar (preceito da lei mosaica), se reconciliar com esse irmão (cf. Mt
5,20-26). Jesus nos impõe uma atitude conciliadora.
Ainda dentro dessa perfeita narrativa na caminhada com o mestre
Jesus, Ele irá atualizar a visão da regra judaica do Talião do "olho por
olho", "dente por dente"(cf. Ex 21,25). Jesus não se opõe que alguém se
indigne diante de ataques e acusações injustas e inverídicas, ou que
combata o mal do mundo, mas que pague o mal daqueles que ferem,
com o bem. A retribuição ao mal que se é acometido deve ser do perdão,
da reconciliação, na caridade e no amor (cf. Mt 5,38-42).
De igual modo ele vai avançando na lei mosaica, quando na forma
de analogia e complementariedade, Jesus diz que segundo a lei, eles não
eram "obrigados" a amar os inimigos, porém Ele irá deixar claro que seu
novo mandamento é que nós devemos amar os nossos inimigos,
pagando o mal que nos fazem com a oração e o bem. Amar os que nos
amam não expressa o quanto reconhecemos e compreendemos a
misericórdia infinita de Deus.
Amor gratuito é dado àquele que aos nossos olhos humanos "não
merecem" nosso afeto e perdão (cf. Mt 5,43,48). Ele vai fechar esse
discurso dando um imperativo: "Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é
perfeito" (Mt 5,48).
Jesus é enfático nessa nova perspectiva do perdão gratuito, quando
Pedro se sente provocado e indaga ao mestre quantas vezes ele deve
perdoar o próximo, ou seja, não só o perdão deveria ser praticado entre
os israelitas, mas com todos os homens que tivessem cometido uma
ofensa ou delito. Jesus irá dar uma orientação recorrendo a números que
representavam plenitude e completude: "70 x 7", infinitamente (cf. Mt
18,21-22).
Esse primeiro nível, não podemos usar a palavra perdão, pois seria
errado doutrinário e teologicamente, mas sim devemos falar em
reconciliação. Quantas vezes culpamos a Deus por fatos que aconteceram
conosco desde nossa concepção, achando até mesmo que fomos um
"erro" da criação de Deus.
Muitas vezes por nossas histórias de vida, criamos barreiras e
"rompemos" com Deus de forma consciente ou inconsciente.
Quando, por exemplo, perdemos pessoas queridas que se foram
inesperadamente; casamentos que acabaram, por não conseguirmos uma
situação profissional digna etc. Dizemos interiormente: "Porque isso
aconteceu ou acontece comigo?" "Deus me abandonou..."
Precisamos, então, pedir ao Espírito Santo que venha curar essas
feridas e traumas para que voltemos a ter uma relação filial com o
Senhor, sabendo que Ele sempre esteve e está conosco. Esse ato de
reconciliação abre nossos corações para voltarmos a ter para com o Ele
uma profunda intimidade e confiança.
Exemplo: Ap 3,20 - " Eis que estou a porta e bato..."
CONCLUSÃO
58
Momento em que a igreja militante, que somos nós, intercede peia igreja padecente, ou seja, por
aqueles que já faleceram.
O relacionamento humano com amor neutraliza em nós a ação
devastadora do pecado do desamor expresso por meio de pensamentos,
palavras, atos e omissões.
O perdão é a chave que abre nosso coração para que o Senhor
possa agir e curar o mais profundo de nossas almas. Amar aos irmãos é
saber que relacionamentos e convívios são sujeitos a desentendimentos e
incompreensões, mas quando deixamos que o Espírito Santo conduza
nossas vidas, conseguiremos através dele suportar, contornar e perdoar
as mais diversas e difíceis ofensas e agressões.
Sejamos dóceis ao Senhor para praticarmos seus mandamentos,
principalmente o relacionado ao seu pedido de nos amarmos uns aos
outros como Ele nos amou e ama.
MEDITAÇÕES DIÁRIAS: 8ª SEMANA - AMOR AOS IRMÃOS –
PERDÃO
INTRODUÇÃO
Com este tema finalizamos todo o ciclo de palestras que compõem
o programa do Seminário de Vida no Espírito Santo (SVES). É um
programa de evangelização fundamental e inicial, mas que precisa ter
continuidade e ser alimentado na vida de oração, na partilha de vida
fraterna, na participação frequente dos sacramentos - sobretudo, a
Eucaristia, no estudo e na leitura orante das Sagradas Escrituras, bem
como no aprofundamento da vida da Igreja, seu Magistério, Tradição,
Doutrina e as demais realidades pastorais locais. Portanto, pode-se ter
chegado ao fim do "Seminário", mas é apenas o início da "Vida" no
Espírito Santo.
Ao longo deste ciclo de palestras pudemos experimentar o quanto
Deus nos ama e nos quer para Ele. Quer-nos felizes. Cada novo tema foi
como um presente de Deus para nós, o qual devemos receber com muita
alegria. No entanto, não basta recebermos os presentes de Deus, senão
que devemos também tomar posse deles e fazer bom uso, conservá-los,
aperfeiçoá-los, fazê-los crescer e desenvolver. Semelhante à parábola dos
talentos precisamos permanecer fiéis à Palavra do Senhor, a fim de que
nos confie mais e mais os seus dons (cf. Mt 25,14-30) e continuamente
possamos "reavivar esta chama do dom de Deus que está em nós" (cf. II
Tm 1,6). Precisamos crescer na graça e na vida com Deus, pois é para uma
vida nova e de santidade que todos fomos (e somos) chamados (cf. Mt
5,48).
DESENVOLVIMENTO
VIDA COMUNITÁRIA
59
Por Francisco Elvis Rodrigues Oliveira
para orar, "partir o pão e agradecer”60 (o antigo nome para a Eucaristia
era "fração do pão" (cf. At 2,42-46).
Isto implica dizer que "o cristianismo é por essência comunitário".61
Ainda nas palavras do Cardeal Suenens:
"O cristão de hoje tem necessidade de reencontrar
comunidades cristãs, não somente para viver a sua fé, mas para
sobreviver, como cristão, num mundo sempre mais estranho ao
cristianismo".62
Entendemos que como batizados pertencemos ao Corpo de Cristo
e isto exige de nós uma partilha de vida em comum. Na Renovação
Carismática, a proposta de vivenciar tal experiência comunitária é o
Grupo de Oração.
Diríamos mesmo que o Grupo de Oração, como proposta de vida
comunitária e engajada a serviço da Igreja, serve como um espaço onde
se mantém e faz sobreviver esta experiência fundante.
Os Grupos de Oração trazem em si esta característica de vida
comunitária que tem suas raízes na comunidade dos inícios do
cristianismo.
É, talvez, uma das formas mais originais de comunidade cristã,
atualizada aos tempos atuais, com todos os elementos modernos que a
Nova Evangelização nos exige: novos meios, novos métodos, novas
expressões, novo ardor, mas, ao mesmo tempo, radicada na mais rica
tradição bimilenar da Igreja que nasce já reunida entre irmãos e
conduzida pelo Espírito Santo.
Nada mais que isso é um Grupo de Oração. Irmãos que se reúnem
para orar em espírito fraterno e que desejam e permitem que o Espírito
Santo aja em cada um deles, transformando suas vidas definitivamente.
Pessoas que, a partir da Experiência do Batismo no Espírito Santo
experimentam como um Novo Pentecostes, um Pentecostes atualizado
em suas vidas e que desejam continuar alimentando e desenvolvendo
esta experiência.
O Grupo de Oração é o lugar onde acontece esta manutenção da
graça da Efusão no Espírito, a fim de que todos possam ficar sempre
60
STORNIOLO, Ivo Pe.; BALANCIN, Euclides Martins (Org). Didaqué: o catecismo dos primeiros cristãos
para as comunidades de hoje. 9. ed. São Paulo: Paulus, 1989, p. 27.
61
SUENENS, Cardeal Léon-] Joseph. A Renovação Carismática: um novo pentecostes? Col. Cristianismo
aberto, n.º 16.3. ed. São Paulo: Paulus, 1999, p. 144.
62
Ibidem
"cheios do Espírito Santo" (At 2,4). Não se trata, pois, de algo paralelo à
Igreja institucional, senão que é mais um canal a serviço da própria Igreja.
Um canal dinâmico (carisma) que está unido e em obediência aos seus
legítimos pastores (instituição). Por isso é importante a proximidade junto
ao sacerdote da paróquia, a fim de que estes grupos também possam
atender pastoralmente, conforme sua espiritualidade e dinâmica próprias
de sua vivência carismática.
Todos os que na antiguidade cristã recebiam o Batismo no Espírito
Santo, buscavam prolongar a formação que haviam recebido, por meio
de novas reflexões sobre o que era a vida cristã63. Desse modo, buscavam
crescer na fé, na graça e no amor. Por isso, o SVES e a continuidade desta
graça através de um Grupo de Oração possuem traços muito
característicos da comunidade cristã, uma vez que convida a viver e
reconhecer os caminhos básicos para progredir na fé. Não é um caminho
de fechamento em si mesmo, mas que deve se abrir a todas as
necessidades da Igreja local onde estes mesmos grupos estão inseridos.
O Grupo de Oração é um testemunho de que aquilo que aconteceu com
os primeiros discípulos também continua a acontecer nos dias de hoje,
mostrando ao mundo que "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje,
e por toda a eternidade" (Hb 13,8), atualizando o chamado a sermos,
todos nós, "testemunhas em todo o lugar e até os confins do mundo" (cf.
At 1,8).
Desse modo, une-se estreitamente à missão da Igreja na sua
"grande tarefa de proteger e alimentar a fé do povo de Deus a recordar
também aos fiéis (...) que, em virtude de batismo, são chamados a ser
discípulos e missionários de Jesus Cristo".64
63
JARAMILLO, Pe. Diego. Cómo dirigir los seminários de vida en el Espíritu. Col. Iglesia, n.º 91. Bogotá:
Minuto de Dios, [?], p. 19.
64
CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO. Documento de Aparecida: texto conclusivo da V
Conferência Gerai do Episcopado LatinoAmericano e do Caribe. Brasília: CNBB; São Paulo:
Paulus/Paulinas, 2007, p. 12.
65
CORDES, Dom Paul Josef. Reflexões sobre a Renovação Carismática Católica, São Paulo: Loyola, 1999,
p. 72.
regularmente, uma vez por semana, para louvar, adorar e dar graças a
Deus. E isto é o que torna a RCC viva e dinâmica. Sua espiritualidade de
pentecostes é sustentada em cada reunião semanal onde os participantes
permitem a ação livre do Espírito em suas vidas.
O "Grupo de Oração é o conjunto das pessoas que decidiram
reunir-se em torno do Senhor, uma vez por semana, para louvá-lo, ouvi-
lo etc.".66 O Grupo de Oração deve ainda estar aberto ao uso dos dons
com regularidade e estes, por sua vez, se fazem presentes na assembleia
geralmente após o Batismo no Espírito Santo. Uma verdadeira assembleia
de oração é aquela na qual se adora e louva ao Pai, por Cristo, com Ele e
nEle, em unidade com o Espírito Santo e em companhia da Virgem Maria.
É neste ponto que um Grupo de Oração carismático diferencia-se
de outros grupos na Igreja: ele não pretende ser meramente um grupo de
reflexão espiritual, círculo bíblico, ou um grupo de autoajuda, ou
quaisquer outros tipos de agremiação, muito embora haja nele alguns
destes elementos (oração, leitura e pregação da Palavra, partilha,
testemunhos etc.). Mas uma das principais características de um Grupo de
Oração carismático é a liberdade dada à ação do Espírito Santo. Essas
reuniões de oração são "uma volta à espontaneidade destas liturgias
iniciais".67
O centro de um Grupo de Oração é o Senhor Ressuscitado que
prometeu aos seus discípulos estar com eles quando orassem: "Digo-vos
ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que
for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus" (Mt 18,19). A
experiência do Batismo no Espírito Santo recebida durante o SVES "não
constitui apenas a regeneração e renovação pessoais, mas tem a
finalidade de edificar a comunidade cristã",68 daí a importância de um
engajamento comunitário. Desse modo: "O Grupo de Oração existe
para fazer acontecer o pentecostes pessoal e para cultivá-lo,
fortalecê-lo e levá-lo à maturidade. O Grupo de Oração existe para
provocar e fazer acontecer aquele processo poderoso de renovação
espiritual que transforma a vida pessoal do cristão e todos os seus
relacionamentos com Deus, com a família, com a Igreja e a
comunidade.
66
PEDRINI, Pe. José Alírio. Saiba participar de grupos carismáticos. 14. ed. São Paulo: Loyola, 2005, p. 11.
67
RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA, Batismo no Espírito Santo, Col. Paulo Apóstolo, n.º 2.
Aparecida: Santuário, 1994, p.120
68
MCDONNELL, Kilian; MONTAGUE, George T. Iniciação cristã e Batismo no Espírito Santo, Rio de
Janeiro: Louva-a-Deus, 1995, p. 73.
O objetivo do Grupo de Oração é levar todos os participantes a
experimentar o pentecostes pessoal, a crescer e chegar à maturidade da
vida cristã plena do Espírito, segundo os desejos de Jesus: 'Eu vim para
que as ovelhas tenham vida e a tenham em abundância (cf. Jo 10,10b)'".69
Tudo o que o grupo faz e é está em deixar Jesus ser o centro da
vida de cada fiel ali reunido, para que esta vida nova, plena e abundante
possa ser gerada. O desejo de estar junto de outras pessoas é natural
para aqueles que experimentaram a graça do Batismo no Espírito Santo.
O mesmo aconteceu com aqueles discípulos após Pentecostes enquanto
perseveram na oração (cf. At 1,14). A vida comunitária, em especial, no
Grupo de Oração deve cativar (cf. At 2,47) mais e mais irmãos a desejarem
experimentar esta graça de vida plena com o Senhor.
De nenhum modo o Grupo de Oração pretende substituir a Igreja
ou ser algo em paralelo.
Ao contrário, é para a Igreja que o Grupo existe, assim como a
própria Renovação Carismática. Acontece que o grupo pode ser um
espaço de comunhão eclesial onde os fiéis que ali se reúnem podem
desenvolver ainda mais seu ser cristão. Ali recebem o apoio e o cuidado
que necessitam nesta caminhada em uma vida nova. Ademais, o
desenvolvimento de uma pessoa não está apenas em receber, mas
também em compartilhar com os outros aquilo que tem e aquilo que é.
Isto é o que significa viver em comunidade, isto é o que o Grupo de
Oração pretende ser e ter por seu fim, pois compreende que "a vida em
comunidade é essencial à vocação cristã".70
É uma pequena comunidade de pessoas que tiveram uma
experiência de conversão, um encontro pessoal com Jesus Ressuscitado e
desejam permanecer nesta graça e unidas no mesmo objetivo
comunitário, mantendo atualizadas as marcas da graça da Efusão do
Espírito em suas vidas. Nesta pequena comunidade cristã - o Grupo de
Oração - compartilha-se o amor, compreensão, acompanhamento da vida
de fé, correção fraterna e se ora pelas necessidades pessoais uns dos
outros, buscando trilhar um caminho de cura integral destas pessoas. A
integração em uma pequena comunidade é como que o cume do
processo de evangelização, onde o amor deve tornar-se evidente e uns
sejam corresponsáveis pelos outros. A pequena comunidade é o
"desaguadouro" natural e lógico de uma evangelização bem conduzida.
69
PEDRINI, Pe. José Alírio. Grupos de Oração: como fazer a graça acontecer. 13. ed. São Paulo: Loyola,
2006, p. 13.
70
CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO. Documento de Aparecida, p. 84.
Por isso, a Renovação Carismática, presta sua contribuição, oferecendo
esta pequena comunidade chamada Grupo de Oração como mais uma
flor neste jardim tão rico e diversificado que é a Igreja, e no qual os fiéis
podem se deixar formar por Nosso Senhor. Tudo sempre em obediência
aos pastores constituídos. Sempre em unidade e nunca fora dela.
CONCLUSÃO
Chegamos ao final do Seminário de Vida no Espírito Santo. Mas não
é o fim, é apenas o começo. Você é convidado a continuar seu processo
de formação, a fim de que amadureça ainda mais na fé e na vida cristã.
Não nos conformemos com o que temos recebido até agora. O Senhor
Jesus muito mais tem a realizar em nossas vidas. Basta que peçamos (Mt
7,7; Jo 16,24). À experiência do encontro pessoal, some-se uma vida
comunitária e de serviço à Igreja e ao povo de Deus. Em tudo isto, o
Senhor se dá a conhecer e amar mais e mais.
É preciso fazer Jesus ainda mais conhecido e amado e Ele conta
conosco para que sejamos Sua boca e Sua voz neste mundo que tanto
tem sede de Deus.
ORAÇÃO