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RESUMO
No presente artigo, pretende-se demonstrar que a Política Criminal, em nosso País atua
de forma diferenciada, em função da possibilidade de consumo das pessoas alvo de tal
política, que esta não é discutida de forma democrática,mas influenciada pela mídia que
possibilita ser o movimento Lei e Ordem vencedor no que se refere ao agravamento de
penas, e ainda criação de tipos penais e que apesar da despenalização trazida pela Lei dos
Juizados Especiais, não avançamos no sentido da descriminalização de condutas ou ainda,
retirada das mesmas do âmbito penal. A política criminal coloca como alvo pessoas
vítimas da seletividade e vulnerabilidade do sistema penal que afinal reproduz um sistema
de desigualdade social pertinente a nossa história.
ABSTRACT
The purpose of the present article is to demonstrate that the Criminal Politics, in our
country, works differently, according to the economical capacity of the people that are in
the aim of such politics. This is not discussed in a democratical way, but influenced by the
opportunity given by the media, which allows the Law and Order movement to be a
winner, regarding to the increase of penalties and to the creation of new types of crimes,
which even though has had a decrease of penalties brought on by Law n. 9.099/95, has not
progressed when relating to the decriminalization of behaviors and still, when removing
1
A autora é Advogada, Professora de Direito Penal e Criminologia, Especialista em Direito Público e
Privado, pela FGV, Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Federal do
Amazonas, Mestra em Ciências Penais pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro e Doutoranda em Ciências
Sociais pela PUC/SP,cursa ainda a Especialização em Direito Educacional.
them from the criminal area. The aim of criminal politics, are the people who are victims
of selectivity and vulnerability of a criminal system which reproduces a system of social
inequality which continues to exist in our history.
INTRODUÇÃO
Uma das maiores contribuições da sociologia criminal foi, sem dúvida, permitir-nos a
compreensão de que assim como a criminalização é resultado de um pensamento
dominante em determinado momento e local, o criminoso é resultado de seletividade que
se impõe sobre um grupo de pessoas vulneráveis e que correspondem a um esteréotipo,
este o espelho do ser atávico lombrosiano. Desse modo, ao se analisar o pensamento que
preside a legislação criminal, em especial, a da década de 90, portanto em plena vigência,
não só observamos o cumprimento desta lógica mas esta vai além, sendo permeada por
um tratamento diferenciado entre consumidores e não consumidores, excluidos e os
outros.
Para tratar de política criminal deve-se ter em mente a forma como se punem
determinados delitos. Pode-se pensar nos delitos de trânsito, v.g., que recentemente
tiveram sua legislação alterada para aumentar as penas incluindo a possibilidade de perda
2
Bauman Zygmunt - O mal estar da pós modernidade – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,1998. O autor ao
explicitar que cada ordem gera os seus próprios estranhos e do sonho de pureza, esclarece:”... Uma vez que o
critério de pureza é a aptidão de participar do jogo consumista, os deixados de fora como um ’ problema ´, como a
‘sujeira’ que precisa ser removida, são consumidores falhos – pessoas incapazes de responder aos atrativos do
mercado consumidor porque lhes faltam os recursos requeridos,pessoas incapazes de ser ‘indivíduos livres’
conforme o senso de ‘ liberdade’ definido em função do poder de escolha do consumidor. São eles os novos
‘impuros’ , que não se ajustam ao novo esquema de pureza. Encarados a partir da nova perspectiva do mercado
consumidor, eles são redundantes – verdadeiramente “objetos fora de lugar”. P.23
da habilitação para dirigir veículos, pelo cometimento de determinadas infrações para as
quais se atribuem pontuações. Ao tratar do conceito de política criminal, Zipf remete
exatamente à questão relativa a punição de uma infração para expressar o sentido prático
do conceito e conclui após várias considerações: Com ello, la Política criminal puede
definir-se brevemente como obtención y realización de criterios directivos en el âmbito de
la justicia criminal. Antes cita vários conceitos de estudiosos renomados do direito
criminal como: Política Criminal é a sabedoria legislativa do Estado. Feuerbach; É o
conjunto sistemático dos princípios fundados na investigação científica das causas do
delito. Von Liszt, entre outros. (Zipf, 1989, p.14).
Sob a ótica de Mireille Delmas Marty3, é o conjunto dos procedimentos através das
quais o corpo social organiza o fenômeno criminal.
A política criminal está relacionada com a política social, isto é, seu desenvolvimento
conforma-se com o momento histórico (sócio/cultural/ econômico) em que se vive numa
3
Marty Mirelle Delmas. Modelos e movimentos de Política Criminal, Rio de Janeiro, Revan, 1992.
determinada época. Foi decisão do IV Congresso da ONU de 1970 que a política criminal
deveria estar integrada aos planos de desenvolvimento nacional e ser encarada como um
instrumento de mudança. Como conclusões do V Congresso da ONU foram estabelecidas
as seguintes medidas: (a) A justiça social constitui o melhor meio de combater a
criminalidade; (b) a política penal deve coordenar-se em seus múltiplos aspectos e
integrar-se na política social do país. 4
Viver num Estado democrático de direito, à primeira vista, pode dar a impressão de
que a política criminal em seu conteúdo mais amplo seja a melhor para a sociedade.
Evidentemente, não temos um parâmetro empírico que nos permita avaliar a aceitação
popular de tantas medidas repressivas que ferem direitos de cunho constitucional máxime
quando as mais agressivas são divulgadas e exercitadas em momentos de crimes graves,
amplamente noticiados. Neste contexto, as propostas de legislações para exacerbamento
de penas acabam sendo vistas como forma de contenção da criminalidade e, aliando-se a
isto, observa-se parecer existir um interesse em desviar a atenção da sociedade de outros
problemas, como desemprego, taxas de juros, inflação, pobreza, corrupção entre outros.
A política criminal deve ser orientada por determinadas linhas argumentativas, como
pensa Heinz Zipf, 5e estas devem partir da ótica do que se compreende como pessoa,
cujas definições nem sempre consideram-na inserida em determinada estrutura cultural e
social que deve respeitar o próximo e ter garantido o direito à vida e a integridade
corporal, não se admitindo tratamentos cruéis, humilhantes e nem penas desumanas. A
intervenção penal deve ser humana e pugna-se, na atualidade, por meios de punição mais
benignos embora se verifique grande lentidão para alcançá-los. Devendo ser ainda
considerado que o Direito Penal é subsidiário e fragmentário e por tal só devendo
intervir em questões como ultima ratio, o que significa que só pode ser merecedora de
pena a infração cujo bem jurídico necessite da proteção do direito penal, excluindo-se se
realizado por outros meios protetores. Por fim, deve haver racionalidade, praticabilidade e
efetividade na persecução penal, o que significa exigências de conformidade ética e
exeqüibilidade, sendo inócuo estabelecer medidas de difícil implementação. A efetividade
materializa-se em encontrar e alcançar resultados de forma simples e objetiva.
4
Albergaria, Janson ,1996.
5
Zipf Heinz, 1979.
H.H. Jescheck apud Jason Albergaria estabelece os seguintes princípios de política
criminal:6 a) princípio da culpabilidade, que significa atribuir uma pena em conformidade
com a culpa de maneira a proteger-se o infrator cuja censura relaciona-se com um
comportamento em desacordo com o direito, o princípio da proporcionalidade aplica-se ao
da culpabilidade; b) princípio do Estado de Direito, que abrange a legalidade e a
exclusividade do juiz. Delito é o que está descrito em lei e a pena deve ser aplicada pelo
Juiz, mas o preso tem direito a ser protegido em face do Estado Democrático de Direito e;
c) princípio da Humanidade determinando que o indivíduo não pode ser tratado de forma
a ter desrespeitada sua condição humana por tortura ou humilhações, bem como
desrespeito a sua integridade física.
A política criminal é parte da política social e esta é tratada de forma a que acreditemos
num Estado, que apesar de grandes dificuldades, procura atender aos seus cidadãos e, para
este fim, suas ações são voltadas a manutenção do status, ou seja, os ricos, permanecem
ricos e os pobres conformados, dando a impressão de que estão de alguma forma
alterando sua condição. Evidentemente, o comportamento do Estado não se mostra
explícito como colocado.
6
H.H. Jesscheck – Tratado de Derecho Penal.Barcelona:Bocsh,1981 apud Jason Albergaria – Das Penas
e da Execução Penal, Belo Horizonte:Del Rey, 1996.
estructura de estas regias legales positivas y dar las
correspondientes líneas de orientación, tanto al legislador que ha de
dictaría ley como al juez que ha de aplicaría, o a la Administración
ejecutiva que ha de transponer a la realidad el pronunciamiento
judicial. ”7
7
Ancel, 1970, 5 apud Heinz Zipf, op. cit., 1979.
8
Binder, Alberto M. Política Criminal – de la formulacion a la práxis, Argentina: ad-hoc, 1997.p. 121
O mesmo jurista pugna que cada grupo formule sua proposta de política criminal, ou
seja, sindicatos, movimentos de base, organizações de bairro e populares, minorias etc.
Para ele, uma política criminal democrática pressupõe a participação de todos em sua
formulação. Observa que da maneira como ocorre, atualmente, ou seja, discutida na vida
acadêmica ou em congressos universitário, sem a participação da comunidade o se
convierter en un diálogo entre sordos, o se convierte en una ratificación colectiva de lo
que todos y cada uno ya conoce, pero sus efectos sociales son ínfimos. 9
A mídia, cada vez mais tem participação na política criminal e atua de forma eficaz na
elaboração deleis que representam contundente retrocesso, conforme se constata com a
edição da lei de crimes hediondos e, ainda, pela forma como a questão penitenciária vem
sendo tratada. Não há como convencer de que amontoar pessoas em um espaço onde não
cabem todas deitadas não seja tratamento humilhante e indigno.
Não há como não se indignar com penas elevadas, aplicadas sem atendimento aos
preceitos da política de execução como, possibilidade de trabalho, progressão de regime,
entre outros.
Os criminosos alcançados por esta lei são os: (...) ontem escravos, hoje massas
marginais urbanas, só conhecem a cidadania pelo seu avesso, na ‘trincheira auto
defensiva’ da opressão dos organismos do nosso sistema penal. 11
9
Binder, op. Cit.
10
Alexandro Baratta – Os Novos Horizontes da Prevenção – A Falência da Prevenção Penal – mimeo.
11
Nilo Batista – Fragmentos de um Discurso Sedicioso apud Vera Malaguti Batista – Difíceis ganhos
Fáceis: Drogas e Juventude Pobre do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998, p.48. A autora trata do
significado de cidadania negativa.
A constatação de que também os crimes hediondos praticados por estes homens, não
tratados como seres humanos nas penitenciárias onde cumprem penas sem direitos,
constitui resultado da seletividade que é anterior à prática dos mesmos atos. Seletividade
que lhes impede a educação e fomenta a ignorância.
Nilo Batista observa que são as pessoas sem acesso positivo à comunicação os agentes
dos atos mais grosseiros, atos que são divulgados como delitos e os que os praticam são
rotulados como delinqüentes.12
Essa face da justiça inaugurada com a Lei de crimes hediondos guarda consonância
com o implemento da política econômica mundial, que, entre nós, serviu para aumentar as
desigualdades sociais. Os que não possuiam possibilidade de consumo mas que ao
mesmo tempo almejavam os padrões impostos pela “aldeia global” viram o Estado
ampliar a criminalização de condutas antes sem importância para o Direito Penal.
12
Batista, Nilo e Zaffaroni, Eugenio Raúl – Direito Penal Brasileiro I, Rio de Janeiro, Revan,2003.
13
Lola Aniyar de Castro – Publicidad del Delito e Inseguridad Ciudadana – capítulo criminológico n.14 –
ano 1986 – mimeo. A autora ensina que os estereótipos são elementos simbólicos facilmente manipuláveis
em sociedades complexas, funciona como bode expiatório e o estereótipo de delinqüente é de alguém: “
pertencente as classes subalternas, de condições afetivas e familiares precárias,agressivo,incapaz de
incorporar-se , com êxito,ao aparato produtivo”.
da forma como a execução penal ocorre) de “inclusão” para a de exclusão, no dizer de
Bauman “a preocupação do novo big brother é a exclusão – identificar as pessoas
“desajustadas” no lugar onde estão e baní-las de lá, deportá-las para o lugar “que é delas”,
ou melhor, jamais permitir que se aproximem.”14
14
Zigmund Bauman , vidas desperdiçadas, Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 2005.
15
Entre as inúmeras Leis podemos citar: 9034/95; 9455/97; 8038/90;9296/96;9613/98.
16
Alberto Silva Franco , no prefácio da 1a. edição apud Zaffaroni;Pierangeli - Manual de Direito Penal
Brasileiro – Parte Geral , SP: RT, 1999.
Entretanto, nada foi mais agressivo que a edição da Lei n. 10.792/ 2003, que
estabeleceu o Regime Disciplinar Diferenciado, este prevê: isolamento celular, visita
semanal de 02 adultos, crianças podem, 02 horasdiárias de banho de sol, podendo ser
renovado por período igual. A mencionada Lei surgiu como resposta a rebeliões de presos
, estas sempre transmitidas ao vivo pelos noticiários da TV.
Já a Lei dos Juizados Especiais Criminais , outra face da Justiça, à primeira vista,
representa um avanço no sentido de que atende ao movimento de política criminal
alternativa já que redunda, na maioria das situações, em despenalização fundada no
cognominado espaço de consenso. A lei impede a prisão, motivo porque, resulta em
descarcerização. Foi considerada uma revolução em matéria penal no Brasil.
O fato é que a Lei dos Juizados Especiais Criminais, ao ser operacionalizada em torno
do espaço de consenso induz a aplicação das medidas despenalizadoras sem o
atendimento , na prática, de princípios inerentes ao Direito Penal e Processo Penal. Em
relação ao primeiro, descura-se do princípio da culpabilidade, uma vez que não comporta
na transação tal discussão. Quanto ao segundo, substitui-se a verdade material pelo
consenso. (Alberto Silva Franco apud Zaffaroni ; Pierangelli). Por mais que se tente
justificar a falta de atendimentos a principios por uma visão meramente legal, isto é a de
que este é o procedimento da Lei, não se pode olvidar que acresce a tal desatendimento
17
Baratta, Alexandro. Criminologia Crítica e Crítica ao Direito Penal – Introdução a Sociologia do
Direito Penal, Rio de Janeiro: Revan, 1997.
dos procedimentos geradores de segurança ao sistema, a forma inadequada como a Lei
vem sendo aplicada na maioria dos Estados.
18
(Vico Mañas, 1994).
19
Idem,p.57
20
Nilo Batista, 1996
21
Manãs, Carlos Vico.O princípio da insignificância como excludente da tipicidade no direito penal , São
Paulo:Saraiva,1994.
potencial ofensivo, coloca-a fora do objeto do direito penal, em face do princípio da
intervenção mínima e características de fragmentariedade e subsidiariedade.
CONCLUSÃO
22
Loïc Wacquanti – Punir os Pobres – A Nova Gestão da Miséria nos Estados Unidos; , Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, ICCrim, 2001.
Consoante Nilo Batista,23 a distinção no tratamento de infratores é herança da milenar
tradição ibérica expressada pela matriz da diferenciação penal e, na prática, resulta no
tratamento desigual dado ao bom delinqüente e ao infrator perigoso. As respostas, para
eles, não são iguais. O primeiro é preservado, o segundo deve ser preso e lá permanecer
pelo maior tempo possível.
A política criminal que gera tratamentos tão diferenciados é para Nilo Batista uma só
política criminal e seu caráter binário deriva da mesma orientação, mesmos princípios.
Indo além, leciona como a seguir:
Entre nós, a política criminal neoliberal, como já visto, reservou para o infrator
perigoso a Lei de Crimes Hediondos que busca exclui-lo definitivamente do convívio
social, retirando qualquer chance de ressocialização, colocando-o em permanente risco de
vida em face das rebeliões sangrentas, que ocorrem no interior da penitenciária. Lola
Aniyar de Castro proclama sobre os excluídos da possibilidade de consumir, o que se
transcreve a seguir:
23
Batista, Nilo, 2000
24
Nilo Batista - Prezada Senhora Viegas – O Anteprojeto de Reforma no Sistema de Penas, 2001.
interessam a ninguém. Os inválidos, os jovens, as pessoas com
problemas mentais , os cegos, os anciãos, os delinqüentes, os
ociosos, não interessam a sociedade de consumo , porque são
improdutivos. Por esta razão é que são excluídos, os abandonados,
os relegados a estas zonas de depósitos que são os asilos, os
cárceres e as escolas porque não entram no terreno competitivo ao
menos que sejam significativos como sujeitos de consumo. A
sociedade capitalista é, pois, podemos dizê-lo, uma sociedade
altamente negativa, egoísta e criminosa por natureza”.25
Para o bom delinqüente, estabeleceu-se a Lei dos Juizados Especiais Criminais, que
impede sua prisão, já que , se não compõe o dano, recebe uma prestação alternativa que
pode ser inclusive, o pagamento de cestas básicas à instituição de caridade. Ou, quem
sabe, recebe uma pena de prestação de serviços à comunidade? Com a promessa da
extinção de punibilidade, o infrator vai para casa com a impressão de que vive numa
sociedade justa e senta-se em frente à televisão, instrumento que nem suspeita ser seu
controle e a sua consciência. Observa Nilo Batista que:
ALBERGARIA, Jason. Das penas e da Execução Penal, Belo Horizonte: Del Rey, 1996.
BARATTA, Alexandro. Criminologia Crítica e Crítica de Direito Penal – Introdução
Sociologia do Direito Penal, Rio de Janeiro: Revan, 1997.
25
Lola Aniyar de Castro – A América Latina e sua Criminologia – mimeo.
26
Nilo Batista – Fragmentos de um Discurso Sedicioso – Rio de Janeiro, 1996.
________ Os Novos Horizontes da Prevenção – A Falência da Prevenção Penal –
mimeo, (sd).
BATISTA, Vera Malaguti. Difíceis Ganhos Fáceis: Drogas e Juventude Pobre no Rio
de Janeiro: ICC- Freitas Bastos, 1998.
BRASIL. Lei n. 8.072, de 25.07.1990 – Dispõe sobre os Crimes Hediondos, nos termos
do art. 5º , inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências,
publicada no Diário Oficial da União, de 26.07.90.
WACQUANTI, Loïc. Punir os pobres: A Nova Gestão da Miséria nos Estados Unidos,
Rio de Janeiro:ICC, Freitas Bastos, 2001.