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PUBLICACOES DO INSIITUTO DE MATEMATICI E ESIATISTICA

DA
UNIYERSIDADE DE SID PAULO

, ,
ANEIS E MODULOS

Francisco Cesar Polcino Milles

Sao Paulo
,
PUBLICACOES DO INSllTUTO DE MATEMATICA E ESTATISTICA
DA
UNIYERSIDADE DE SAO PAULO

ANEIS E M6DULOS

Francisco Cesar Polcino Milles

Sao Paulo

1 9 7 2
P P EF ~ CI O

D objetivo destas notas é oferecer uma introdu-


ção à teoria de anéis e módulos para alunos com uma cer-
ta experiência anterior em Algebra.
Tentamos minimizar o número de pré-requisitos.
Por causa disso, no Capítulo I incluímos uma revisão de
fatos básicos sobre anéis e ideais que são de uso fre-
quente no que segue. Esta revisão não pretende ser com-
pleta nem auto-suficiente; por exemplo, fala-se dos in-
teiros módulo m sem uma definição explícita e se cometem
certos abusos de linguagem, aqui e alí, para fazer mais
ágil a leitura.
Também se pressupõe uma razoável familiaridade
com as noções básicas da Algebra Linear. Isto ajudará a
uma melhor compreensão da matéria, mas é essencial uni-
camente em alguns exemplos isolados e na maior parte do
capítulo IV.
Fizemos esforço para indicar ao leitor, a cada
passo, a direção em que nos dirigimos e os resultados
que pretendemos obter. Esperamos assim favorecer a "in-
tuição" das coisas. Também tentamos ilustrar as diversas
situações com exemplos e contraexemplos, que se suple-
mentam com as listas de exercícios no fim de cada seçao.
O capítulo I trata, como já dissemos, de noçoes
básicas sobre anéis e ideais; no capítulo II se tratam
as generalidades sobre módulos; no capítulo III se obtém
os clássicos teoremas de estrutura para módulos finita-
mente gerados sobre um domínio principal e o capítulo IV
trata das aplicações à teoria de grupos abelianos fini-
tamente gerados e as formas canônicas de um endomorfismo
de um espaço vetorial de dimensão finita.
Estes quatro capítulos constituem a parte bá-
sica do curso e cobrem os tópicos sobre anéis e módulos
do programa do exame de qualificação para mestrado do
Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de
são Paulo.
No capítulo V tratamos rapidamente algumas noções
introdutórias à Algebra Homológica que são de uso frequen-
te em várias outras direções. Finalmente, a capítulo VI foi
incluído para dar uma primeira visão das ideias mais pro-
fundas no estudo da estrutura de anéis.
Queremos.agradecer ao Prof. Alfredo Jones por su-
gestões e conversas úteis quando ministramos o curso que deu
origem ao texto; ao Prof. Carlos B. de Lyra, cujas notas
sobre um curso similar ministrado na primeiro semestre de
1971 serviram de base para estas, esp~cialmente no a:pítula
IV onde as seguimos muito de perto; ao nosso colega,oProf.
Luiz Gonzaga Xavier de Barros pela revisão do manuscrito
original e a correção de inúmeros erros e ao Prof. Luiz
Henrique Jacy Monteiro que reviu criticamente a versão fi-
nal.
Durante a redação deste trabalho o autor recebeu
auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Es-
tado de São Paulo.
CAPITULO I

ANtIS E IDEAIS

Neste primeiro capítulo faremos uma revisão rãpi


da de conceitos elementares que supomos conhecidos do lei
tor, que serão de uso frequente na teoria a ser desenvol::-
vida nos capítulos seguintes.
Uma exposição mais detalhada pode ser encontrada
nas referências [7] e [10].

I-1. ANtlS

Definição 1. 1. 1. Um conjunto não vazio A edi-


to um anel. (às vezes, anel. aJ.i.6ocia..:üvo) se ero A estão de
finidas duas operações, que indicaremos por l- e. respec-
tivamente, tais que, para todos a, b, cem A, verifica-
-se:
i) (a+ b) + e = a+ (b + e)
ii) a+ b = b + a
iii) existe um elemento, OE A, tal que a+ O = a (para t~
do aEA)
iv) para todo aE A, existe um elemento, que notaremos
-a tal que a+ (-a) = (-a) + a = O
v) a. (b.c) = (a.b).c
vi) a. (b + c) = a.b + a.e; (b + c) . a = b. a + c • a
8

Os axiomas i) a iv) expressam o fato de que A ê


um grupo abeliano em relação à operação de adição.
Um anel A diz-se c.omu.t.a..üvo se se verifica o se
guinte axioma:
vii) para todos a, bEA tem-se que a.b = b.a
Um anel A diz-se c.om u.rúdade. se se verifica:
viii) existe um elemento lEA tal que l.a = a.l = a,
para todo aEA.
Se A e
um anel com unidade e 1 =O, é facil pro
var que A= {O}. Subentender-se-a, daqui por diante, ao
falar de anel com unidade, que 1 1 0,
Um anel chama-se um anel de. inte.g/Údade. óu um do
mínio de integridade se e
um anel comutativo, com unidade
e vale:
ix) (Lei de. anui.amento do ptc.odu.t.o). Dados a, b eA, se
a.b = O entao a =O ou b =O.

Definição 1. 1.2 , Um elemento a de um anel com


unidade A diz-se inve.MZvel se existe um elemento, que
-1 -1 -1
notaremos por a EA tal que a.a =a .a= 1.
Diz-se que um anel comutativo com unidade ê um
c.onpo se todo elemento nao nulo é inversível.
= facil verificar que todo corpo e um anel de ln
tegridade.
A definição acima implica que se K ê um corpo,
o conjunto K* dos elementos diferentes de zero ê um gru-
po abeliano em relação ã multiplicação .
Um anel que verifica as condições da definição
de corpo, exceto a comutativa do produto, diz-se um anel
c.om divv..ão.

Definição 1. l • 3. Seja A um anel e B um subcon


junto de A. Diz-se que B é um .6u.bane..l de A se se veri-
ficam:
9

i) Bê fechado em relação as operações de A (isto ê, pa-


ra todos a, b e B, a+ b e a. b pertencem a B)
ii) B é um anel em relação as operações induzidas porres
trição das operações de A.
De forma análoga define-se a noção de ~ubeo~po.

EXEMPLOS

1) O conjunto Z dos números inteiros, os conjuntos de nú-


meros racionais Q ou reais R com as operações usuais
são exemplos de anéis. Os dois Últimos são corpos.
2) O conjunto Mn(K) das matrizes de n xn com coeficien-
tes em K, com as operações usuais é um anel não comuta
tive.
3) Dados dois anéis A, B no produto cartesiano
AXB = {(a, b) 1 aEA, bEB}
pode-se definir operações por:
(a, b) + (a' , b' ) = (a + a' , b + b')
(a, b).(a', b') = (a.a', b.b')
com estas operações A x B é um anel chamado a.ne.l ~ -
duto de A e B (também, produto direto de A por B).
De forma análoga pode-se definir o anel produto de uma
família de anéis. Faremos uma construção similar, de-
talhada, no próximo capítulo ao definir produto de uma
família de módulos.
10

EXERCfCIOS

,
1) Provar que, em um anel, a lei do anulamento do produto e equiv!!
lente as seguintes.
Dados a, b, cE A, se a .; 0 a.b a.c implies b C
e b,a c.a implies b= C,

2) Um elemento a EA, nao nulo, diz-se REGULAR. se verifica as duas


condiqoes do exercfcio anterior. Provar quw, em um anel finito
com unidade, todo elemento regular e
inverslve1.· Provar que to
do anel de integridade finitoe um corpo. Dar um exemplo de a�
nel de integridade que nao seja corpo.

3) Seja A um conjunto com duas opera9oes que satisfazem todas as


condi9oes da defini9ao de anel com unidade, com ·a possivel exce
qao da condiqao ii).
Provar que vale ii) e A e, portanto, um anel.
(Sugestao: desenvolver o produto (a+ b)(l + 1) de duas formas)

4) Provar que o anel dos inteiros modulo p (em diante indicado por
J)e um corpo, se e somente se, pe primo.
p

5) Seja D um anel de integridade. Se a E Z e x ED define-se


a.x ED da seguinte forma:
,
i) Se a >0, a.x e a soma de a somandos iguais a X
ii) Se a <O, a.x e a soma de 1a1 somandos iguais a -x
iii) Se . a= O, a.x = O,
Diz-se que De de CARAC�ERISTICA 0 se a rela9ao a.x = 0 com
X f 0 implica a= o.
Se para ill.gum x # O existe algum inteiro a-# 0 tal que a.x = O
chama-se CARACTERISTICA de D ao menor inteiro positive p tal
que, para algum x e D nao nulo, se verifica p.x= O,
Demonstrar que, se a caracteristica de D e p , entao, para to­
do x ED tem-se que p.x = O.
Provar que se a caracteristica de D nao e O entao e um n�ero
primo.
13

Chama-se nii.cteo (ou Kell.net) de � ao conjunto:


Ker(�) = {aeA I �(a) = O}

E facil verificar que Im(�) e um ·subanel de A'


(eventualmente, o proprio A'). Enquanto ao nucleo, ele e
mais do que um subanel, como mostra a seguinte proposi�ao:

Proposi�ao 1.2.2. Seja ':I :A+ A' um homomorfis


mo de aneis. Entao:
i) Ker(�) e um subgrupo de A em rela�ao a
adi�ao.
ii) Se aEKer(�) e a e qualquer elemento de A, entao
a.a e a.a pertencem a Ker(�).
Demonstra�ao: Provaremos apenas ii). Todas as
propriedades verificam-se trivialmente de forma analoga.
Dados aE.Ker ('i'), aeA devemos provar que
f(a.a) = o.
Mas: ':P(a.a) = 1(a).�(a) = �(a).O = o.
De forma analoga verifica-se que � (a.a) = O.

Defini�ao 1.2.5. Um subconjunto (1t de um anel A


diz-se um ideal. a
e6queJtda de A se verifica:
i) Ot e um subgrupo de A em rela�aoa adi�ao
ii) Para todo aEOle todo aeA, a.aeot.

0 nome ideal a
e6queJtda provem do fato que a co�
a
di�ao ii) se refere multiplica�aoa esquerda por eleme�
tos do anel.
De um modo analogo define-se ideal. a di.Jr.ei.:t.a.
Um subconjunto m de um anel A diz-se um ideal.
b..Ucu:e.tr.ai. de A, se O{ e simultaneamente ideala esquerda
ea direita de A.
A proposi�ao anterior mostra que o nucleo de um
homomorfismo de aneis ':P :A+ A I . e um ideal bilateral de
A. (Uma vez introduzida a no��o de anel quociente sera
14

facil mostrar que todo ideal bilateral de A e nucleo de


algum homomorfismo).

Um exemplo importa'nte de ideal a esquerda e o s!:.


guinte:
Se A e
um anel e a um elemento de A, notaremos
por A.a ou (a) o conjunto de todos os multiplos de a,
isto e:
A.a = {a.a I a.EA}
E facil verificar que A.a um ideal e a esquer­
da, que echamado ideal a. e.J.iqu.eJtda gvr.a..do po.It a.

Sejam agora A um anel e Ol. um ideal de A (a


esquerda, a direita ou bilateral).
Definimos em A uma rela�ao da seguinte forma:
dados a, bEA diremos que a - b se e somente se
a -bear.
Em forma rotineira verifica-se que a rela�ao in­
troduzida e
uma rela�ao de equivalencia. Notaremos · por
A/(JC o conjunto das classes de e quivalencia, onde a clas­
se de um elemento aE A e o subconjunto
a
a + at. = { a + m I me OZ}
=

No co-p.junto A/fJl pode-se definir uma opera�ao, a


partir da adi�ao de A, da seguinte forma:
a +. b = a+ b .. isto e: (a +or. ) + (b+ Ol) = (a+b) +Qf..

_ Uma verifica�ao simples mostra que a defini�ao a


cima nao depende da escolha de representantes.
Ainda, seat. e
um ideal bilateral, pode-se defi­
nir um produto em A/OC por:
a.b = a.b isto e: (a+ot). (b +Ol ) = a.b + (J(..
Novamente e
trivial provar que a defini�ao nao depende da
escolha de repr�sentantes.

Finalmente, um calculo rotineiro permite demons­


trar que A/<Jl. e
um grupo abeliano em rela�ao soma in­ a
troduzida e que, no caso em que or. e bilateral, A/OT.. e
um anel _em rela�ao as duas opera�oes definidas.
15

Definição 1 .2.6. Seja A um anel e Ol. um ideal


bilateral de A. O anel A/Ol. construído acima chama-se o
anel qu.oe,{e.nte. de A pelo ideal bilateral Ol.
Consideremos agora a aplicação j:A + A/tll. defi
nida por:
j (a) = a + (}(. , V- a E A
isto é, a função que a cada elemento do anel associa a
sua classe no anel quociente.
É fácil verificar que j é um epimorfismo de a-
neis tal que j(O) = Ol (o elemento zero do anel quocien-
te) e que, se A é um anel com unidade, então j(l) é a
unidade de A/(J(. .
O epimorfismo assim definido chama-se homomo~6-½_
mo e,anônie,o ou pJr.oje.ção e,anônica ao quociente.
Finalmente, notemos que Ker (j) =(11. • Is to mos-
tra que todo ideal bilateral de A e núcleo de algum ho-
momorfismo; pelo menos aquele da projeçao canônica
j :A+ A/Ol.

Estamos agora em condições de enunciar um primei_


ro resultado importante:

Teorema 1. 2. 1. (Te.oJr.ema do homomoJ16-i6mo) Sej~m


A e A' anéis, 'P :A +A' um homomorfismo, J a proj eçao
canônica de A no quociente A/Ker(!:P) e i a inclusão
de Im(!:P) em A'. Existe uma Única função
'J*: A/Ker <.:P) + Im ('I)
tal que:
i) :P = i o 'i* o j
ii) ':f'-;, ê um isomorfismo.
A relação entre as funç~es do enunciado pode-se
visualizar no diagrama adjunto.
A 'i' A'

j i
A/Ker (1) -
'!1, Í
Im (':P)
t
16

Demonstrac;ao:

Definimos 'I*: A/Ker(�)+ Im(�) por:


a +Ker (!f) 1 !f* " 'i'(a).

Devemos verificar inicialmente que ':P* esta bem


definida, i. e., que independe' do representante.
De fato, dado um outro representante
a'e a+ Ker(�)
tem-se que a' - ae Ker (!P).
Entao: !f (a - a') = !P (a) - !f(a') = 0 de onde :i'(a) = Y'(a')
e ':P* esta bem definida.
Agora observarnos que:
io'f*oj(a) = io';/*(a+Ker(�)) = i(1(a)) =!P(a), VaEA
logo:
i o':P*o j =�
Da igualdade acima vem imediatamente que ':P*
um epimorfismo de A/Ker ':P em Im(�).
Para demonstrar que!f* e um isomorfismo, basta­
ra verificar que ':;f* tambern e injetora.-
Sejam entao a+Ker(�), a'+ Ker(�) duas classes
de A/Ker ('J') tais que ':P*(a+ Ker(�)) = y,*(a' + Ker ('P)).
Da propria defini (i aO de 'f' * vem que �(a)= ':P(a I)
logo f (a-a') = 0 e a-a'f: Ker (:P), logo,
a+ Ker(�) = a' +Ker (�)

-
-. Corolario.
ane1.s, entao
Se ':f>:A + A' e um epimorfismo de

A/Ker('/); A'

Demonstrac;ao. Basta observar que, neste caso,


Im(�) = A' e usar o teorema anterior.
17

Consideraremos a seguir a situa�ao particular do


corolario acima para estabelecer, neste caso, uma rela�ao
entre os ideais de A' e certos ideais de A. Para isso co
me�aremos por estudar os ideais de um quociente.

Teorema 1.2.2. Seja A um anel e Ql um ideal bi­


lateral de A. Entao:
i) Para cada ideal J (a esquerda, a direita OU bilateral)
de A que contemOl, o conjunto J/OZ. = {x+ Ol j X6J}
e um ideal de A/(1(. (a
esquerda, adireita, OU bilat�
ral, respectivamente),
ii) Reciprocamente, se I e um ideal do quociente A/Ol. ,
existe um ideal J de A, que contem Qf. , tal que
I = J/(It .

Demonstra,;ao:

A parte i) e de verifica�ao trivial.


Reciprocamente, dado um ideal I do quociente
A/OT., chamando J a reuniao de todas as classes de I vem
que 07. C J.
Ainda, dados a, bEJ, a+Ol e b+ot sao ele­
mentos de I, logo (a+ b) +flt. pertence a I e a+ bE J
De forma analoga verifica-se que J satisfa� as
outras condi�oes da defini�ao de ideal (a esquerda, a di­
reita ou bilateral segundo I o seja).
Finalmente a verifica�ao de que J/(J'(. = I e ime
diata.

-
se�ao.
Podemos enunciar agora o resultado final desta

Teorema I .2.3. Seja ':J':A + A' um epimorfismo


de aneis. Existe uma correspondencia bijetora entre OS
ideais de A' e os ideais de A que contem Ker{$7).
13

Demonstração

Basta observar que o teorema anterior permite es


tabelecer urna correspondência bijetora entre os ideais de
A, que contêm Ker(~) e os ideais de A/Ker(~). Como !f' é
um epimorfismo temos ainda que A/Ker(~); A', o que com-
pleta a demonstração.

EXERCTC IOS

1) Seja !P: A-A• um epimorfismo, onde A e um anel com unidade.


Demonstrar que se aE A é inversível, então ':f>(a) e inversÍ
vel em A' e vale: ':P(a-1) = j>(a)-1.

2) i) Verificar que se A, A', A" são anéis e '!P: A- A',


1": A · - A" homomorfismos, então a composição Vo
':P : A - A" é
um homomorfismo de anéis.

ii) Demonstrar que a inversa de um isomorfismo é um isomorfismo


e que composta de isomorfismos é isomorfismo.

3) Provar que o Único automorfismo do anel Z e o automorfismo ictên


tico é que a mesma coisa acontece com o corpo Q.

4) i) Seja A um anel com unidade e (7(. um ideal de A (à esquerda,


à direita ou bilateral). Provar que se lEOZ então (Tl= A.
ii) Seja A um anel comutati·vo com unidade. Demonstrar que os
Únicos ideais de A são (O) e o prÓprio A se e somente se A
e um corpo.

iii) Se,ja !f: A-A' um homomorfismo de anéis, e A um corpo.


Fro-,ar ;ue se ~ nao é o homomorfisz.o nulo, então ';f é um mo
norr.orf .:.smo. ( O homomorfismo nulo é a f1Jnção que a cada aE'A
associa ::i elemento OEA 0 ) •

. ) :~,:, a O[ um Íjeé\~. a es werda de um anel A • Chama-3e P.'i!.'.L.i,DOR d<:


r/t êlO ºº'',]Ur,c,; .:rJ(Ol) { xE,./, 1 x.m = o, V mer}
ar ., (Cll.) e c:m i.d'?al l. Í.la1eral de
0 A.
19

6) i) Provar que no anel M2(Q) das matrizes 2 x 2 com coeficien-


tes em Q , os Únicos ideais bilaterais são (O) e o próprio
anel.

ii) Dar exemplos de ideais a esquerda e à direita nao triviais


de MiQ).

iii) Generalizar os resultados anteriores para um anel de matri-


zes M (K) com coeficientes num corpo K •
n

7) i) Provar que, se A é um anel de integridade, finito, de ca-


racteristica p /:- O, então a aplicação '::P : A-A definida
por '::/>(a) =aP,VaEA, é um automorfismo de A.

ii) Dado pE N primo, provar que o Único automorfismo de JP é


o automorfismo idêntico. Deduzir que aP:: a (mod p) para
todo aE z.
p-1
iii) Provar que se p nao divide a , então a =l (mod p)
(Este Último resultado é conhecido como TEOREMA DE FERMAT).

I-3. OUTRAS PROPRIEDADES ELEMENTARES DOS IDEAIS

Começaremos esta seçao estudando métodos para ºE.


ter novos ideais, a partir de certos ideais dados,
Se as construções que faremos a seguir forem fei_
tas alternativamente para ideais ã esquerda, ã direita ou
bilaterais obter-se-ão ideais ã esquerda, ã direita ou bi
laterais respectivamente. Por causa disso falaremos sim=
plesmente de ideais.

Seja A um anel e {Oli }iE.I uma família de ideais


de A.
Notaremos por I Ol· 1
o conjunto de todas as so-
iEI
mas da forma l a. onde a.E Ol..
iE.I 1 1 1
V iE.I, e os somandos
a. são todos nulos salvo para u~ número finito de Índi-
1
20

ces. Deixaremos a cargo do leitor verificar que o conjuE_


to assim obtido ê um ideal de A.

Definição 1.3. l. Dada uma família de ideais


{Oli}iEI de um anel A, chama-se ideal ~ama da família ao
ideal l CT{_. construido acima.
iEI 1.

Proposição 1.3.1. Seja A um anel e {~}ieI uma


família de ideais de A. Então « = íl OT.. ê um ideal de
A. ier 1

A demonstração e trivial.

Estamos agora em condições de introduzir a impo.E_


tante noção de ideal gerado por um conjunto.
Seja A um anel e S um subconjunto de A. Seja
ainda 'J. ={Oli}iEI a família de todos os ideais de A que
contêm S (que ê nao vazia jã que, pelo menos, AE <J. ). ln
dicaremos por (S) o ideal:
(S) = n 07...
iEI 1

É claro que (S) contêm Se que ê "o menor" ideal


de A que contêm S, no seguinte sentido: se J e um ideal -
de A que contêm S, então (S)CJ.

Definição 1 .3.2. O ideal (S) construído acima


chama-se o ideal ge.1tado por S. Os elementos de S dizem-
-se uma óamilia de geti..a.do~~ do ideal.

Definição 1 .3.3, Um ideal (Jl de um anel A diz-


-se um ideal p/rÁ,nupal se existe uma família de geradores
de A com um Único elemento.
Neste caso, se a€ A é o gerador de tJ(_ é fácil
ver que Ol = (a) = A. a.
Um anel em que todos os seus ideais sao pr1nc1-
pais diz-se um anel. a idew p/rÁ,nCÁ-pcu-6. Em particular,
um anel de integridade, a ideais principais, diz-se um
ane.-t p/rÁ,nupal ou domZn,i,o p/rÁ,nupal.
CAPITULO II

. MÕDULOS

I I-.1 . CONCEITOS BÃSICOS

A noção de módulo, que introduziremos em conti-


nuação e apenas uma generalização da noção de espaço veto
rial, onde os escalares são elementos de um anel com uni=-
dade.

Definição 11. 1 ·!~


Seja A um anel com unidade.
Diz-se que um conjunto nao vazio M ê um módulo ã uquehda
~obhe A (ou um A-módulo à uquehda) se M ê um grupo abe-
liano em relação a uma operação, que indicaremos por + ,
e estâ definida uma lei de composição externa que a cada
par (a, m) € A x M associa um elemento am EM e tal que,
para todos a. , a e:A e todos m , tn E M, verifica:
1 2 1 2
i) a. (a m) =
1 2
(a ,a )m
1 2
ii) ª1 (ml+m2) = alml + alm2
iii) (a + a ?m = alml + ª2ml
1 2 1

Observações:

De forma análoga pode-se definir a noçao de A-mó


dulo ã direita, considerando multiplicação ã direita por
elementos do anel.
24

As vezes a noção de módulo se define para aneis


sem unidade . Neste caso se omite a condição iv) da defi-
niçao acima . No que segue estudaremos sempre módulos ã
esquerda sobre anéis com unidade; não havendo perigo de
confusão, usaremos simplesmente, a expressão A-módulo. Da
mesma forma, falaremos apenas de anéis, subentendendo que
todos os anéis copsiderados são anéis com unidade.

EXEMPLOS

1) Todo espaço vetorial sobre um corpo K e um K-módulo.

2) Todo grupo abeliano G pode ser considerado como um mó-


dulo sobre o anel Z dos números inteiros definindo o
produto de um inteiro n por um elemento q E G por:
ng =g + ••• + g (n vezes) se n>O
ng = (-g) + ••• + (-g) (jnj vezes) se n >O
O.g = O

3) Seja UC- um ideal à esquerda de um anel A. Então Qt. ad


mite uma estrutura de A-módulo com a soma induzida pe::-
la soma de A e a multiplicação por escalares definida
pela multiplicação de A.

4) Todo anel pode ser considerado como um módulo sobre si


mesmo. Isto é um caso particular do exemplo anterior,
onde tomamos Ot.. = A. As vezes interessará distinguir
entre o anel A e o mesmo conjunto considerado como A-
-módulo. Quando nos referirmos ao anel utilizaremos
apenas o smibobA e para indicar o A-módulo, o símbolo
AA. (Naturalmente, para indicar o A-módulo à direita
o símbolo de uso frequente ê AA).

5) Seja G um grupo abeliano. Indicaremos por End(G) o


conjunto de todos os endomorfismos de G. Neste conjun
to pode-se introduzir uma estrutura de anel definindo
soma e produto de dois endomorfismos f, g e End (G) por:
25

(f + g) (x) = f (x) + g (x) \"' x E: G

(f. g) (x) = f (g (x)) ',:/ x E G.

Pode-se definir em G uma estrutura de End(G)-mÔdulo


associando a cada par (f, x) E: End (G) x G o elemento
f. x = f (x) e G:

6) Seja A um anel e X um conjunto qualquer. Indicaremos


por AX o conjunto de todas as funções de domínio X a
valores em A.
AX admite uma estrutura de A-módulo, definindo a
soma de funções puntualmente, como no exemplo anterio½
e a multiplicação ã esquerda por elementos de A asso-
ciando a cada par (a, f)E:AxAX a função a,fEAX de
finida por:
(af)(x) = a.f(x) v'xEX

7) Seja V um espaço vetorial sobre um corpo K e T:V + V


uma função linear.
Dado um polinômio f E. K[X] da forma
f =ªo+ ª1x + ••• + a n xn indicaremos por f(T) a
n
função linear f(T) = a I + a T + ..• + anT (onde I
o 1
indica a função identidade de V em V e Th = ToTh-l
1
com T = T.
Pode-se introduzir em V uma estrutura de K[x]-m~
dulo, conservando a soma de V e associando a cada par
(f, v) K[xl xV o elemento f (T) (v) E V. (f (T) (v) 1.n
dica a funçao f(T) aplicada no vetor v).

8) Seja IJl um ideal bilateral de um anel A e M um A-módu-


lo. Indicaremos por Ol.M o subconjunto de M:
(J{. .M = {a.m I aEOl, me M}
Se or..M = {O} pode-se introduzie uma estrutura
de A/fll -módulo em M associando a cada par (a+ Ol, m) e
A/07.. XM o elemento amEM.
26

Notamos que a definição acima não depende do re-


presentante. De fato, se a+(J'(.z b+tll. então a-bEOl.,
logo (a-b).m = O pára todo mEM e, consequentemente
(a +Ol)m = (b +«}m, v' m E. M.
Reciprocamente, se a multiplicação acima é bem
definida, então OZ.M = {O} (Prove ! )
O leitor poderã demonstrar facilmente, usando o
exemplo acima e o exemplo 2, que dados um grupo abelia·
no G eu~ inteiro m, o grupo G admite uma estrutura de
Jm-mÕdulo, se e somente se, para todo gEG tem-se que
m•8 • O.

A diversidade de exemplos acima deve ter dado ao


leitor uma primeira idéia das possíveis aplicações da teo
ria de mÕdulos em outras ãreas. No capítulo IV faremos
uso das ideais dos exemplos 2 e 7 para obter os teoremas
de estrutura de grupos abelianos finitamente gerados, e
as formás canônicas racional e de Jordan de uma função li
near. . -
Os exemplos 3 e 4 dão uma ideia de como a teoria
pode ser aplicada ao estudo da estrutura de anéis. Algtt-
mas primeiras aplicações nesse sentido serão · feitas no
capítulo V.

Definição 11. 1.2. Seja M um A-mÕdulo. Um sub- .


conjunto NC M diz-se um A-.t:iu.bmôdui.o de M, ou simplesmen-
te, um .t:iu.bmôdu.lo se:
i) N é um subgrupo aditivo de M
ii) N é fechado em ·relação ã multiplicação por escalares,
i. é., para todo a~A e todo n€N, tem-se que,
a.n€N.

Deixamos · a cargo do leitor verificar que um sub-


conjunto não vazio NC. M é um submÓdulo, se e somente se,
i) '1n, n'E N, n+n'EN
ii) tfaE'.A, v'nEN tem-se que anEN.
(Veja antes o exercício 2 desta seção).
27

EXEMPLOS

9) Seja V um esp~ço vetorial sobre um corpo K. Um sub-


conjunto scv e
um submÔdulo, se e somente se, S
e um subespaço de V.

10) Seja G um grupo abeliano. O leitor verificarã facil-


mente que os 2-submÔdulos de G são precisamente os
seus subgrupos.

11) Seja A um anel , Os A-submÕdulos de AA são os seus


ideais à esquerda. Basta apenas comparar as defini-
ções correspondentes lembrando como foi definida a es
trutura de módulo em AA.

12) Se N e N são submÓdulos de um A-mÕdulo M, o conjun-


1 2
to Nl + N = {n +n 1 n e Nl, n E N } também
2 1 2 1
um
2 2
e
submÕdulo de M {prove!) chamado .61.i.bmÕd@o Jor,ia de N
1
e N
2

13) Seja M um A-modulo e {Ni}iEI uma família de submÕdu-


los de M. Então íl N.
1
ê um submÔdulo de M (Prove!)
~ ier
14) Seja S um subconjunto de um A-módulo Mo conjunto
n
(S) ={L a.s. l nEN, a.€A,
. 1 1 1 1
s.es}
1
1=
ê um submÓdulodde M (prove!) chamado -0ubmÕdui.o geJUtdo
po.lL s.
Se S = {m}, com m EM, o submÓdulo (S) = (m) diz
-se o mÕdui.o clilieo gerado por m.
(Veja também o exercício 5 desta seção).
28

15) Se Ql. ê um ideal ã esquerda de um anel A em um ele-


mento de um A-módulo M, então o conjunto
(X .m = {a..m I a. €.Ol.} ê um submÓdulo de M (verifi-
que!)

Definição 11 . 1,3, Seja A um anel, M um A-módul~


O conjunto
Anl(M) =· {a E A I am = O, 'V m€M}
diz-se o anula.doll. do módulo M. De forma análoga define-
-se anuiadoll. de um 4Ubconjun;ta de M.
Em particular, se Anl(M) = {O}, M diz-se um A-
-módulo 6-,i.ei..

Proposição 11. 1. 1. Seja A um anel e M um A-módu


lo. Então Anl(M) é um ideal bilateral de A e M ê um
A/Anl(M)-mÓdulo fiel.
A demonstração é apenas uma verificação trivial.

Seja agora M um A-módulo e Num submÓdulo de M.


Considerando apenas a estrutura de grupo aditivo abeliano
de M podemos construir o grupo quociente M/N.;, {m+N I mE M}
cuja lei de composição interna ê definida por:
(m + N) + (m + N) = (m + m ) + N
1 2 1 2
Pode-se definir uma multiplicação por escalares
de A, associando ao par (a, m+N) E A x M/N o elemento
am+NE M/N.
A definição independe do representante e, nestas
condições, obtêm-se uma estrutura de A-módulo em M/N (ve-
rifique!)

Defini~ão 11. 1.4. O A-módulo M/N construído aci


ma chama-se o modulo quocúente do módulo M pelo submÕdulo
N.

Em particular, note-se que, se Ql ê um ideal ã


esquerda de um anel A, então o quociente A/ dt. ê um A-mó-
dulo.
29

Definição I I.J.5. Sejam Me N dois A-módulos.


Uma função f:M + N diz-se um homomo~6-l6mo de A-môduf..o~
ou um A-homomo~6-l6mo se para todo m , m E. M e todo aE A
1 2
se verifica:
i) f (~ + m ) = f (m ) + f (m )
2 1 2
ii) f(a.m ) = a.f(~)
1
Dado um A-homomorfismo f:M + N chama-se ..imagem
de f e núcf.eo ou keJtnei. de f respectivamente aos conjun-
tos:
Im(f) = {n€N 1 ( 3mEM) f(m) = n}
Ker(f) = · {mEM I f(m) = O}
Uma verificação rotineira mostra que Im(f) e
Ker(f) são submÔdulos de N e M, respectivamente.

Um A-homomorfismo diz-se um A-monomo~6-l6mo ou um


A-ep,imo~6.l&mo se for injetor ou sobrejetor, respectivame.!!_ .
te.
Claramente, um A-homomorfismo f:M + N um A- e
-epimorfismo, se e somente se, Im(f) = N. Da mesma for~
o·.leitor verificara facilmente que f e
um A-monomorfismo,
se e somente se, Ker(f) = (O).

EXEMPLOS

e
16) Se A um corpo, os A-homomorfismos são as funções li .
neares entre espaços vetoriais sobre A.
-
17) Os homomorfismos de grupos abelianos sao precisamente
os Z-homomorfisioos.

18) A função trivial f:M + N definida por f(m) = O,


v'mE M e
um A-homomorfismo, chamado homomo~6-l6mo nu-
lo.
30

19) Seja Num submÕdulo de um A-módulo M. Então a função


.úr.ci.UI.> ão
i: NC...M
x-x
e um A-homomorfismo. Em particular, a função .lden:U..-
da.de de M, lM:M + M também ê. um A-homomorfismo.

20) Seja novamente Num submÕdulo de um A-módulo M.


Define-se o homomo~6-l6mo eanôrúeo ou p~ojeção ea
nôrúea ao quociente j:M-+ M/N por:
j (m) = m + N V m EM
Novamente, ê um cálculo rotineiro verificar que
J e, efetivamente um A-homomorfismo.
Notemos ainda que j ê um epimorfismo, cujo nu-
cleo é N.

21) Seja M um A-módulo. Para cada elemento aE A pode-


-se definir uma função f 8 :M + M por fa (m) = am,
V me M. Uma tal função chama-se uma homo:twa.
É fácil verificar que as homotetias são homomor-
fismos da estrutura de grupo de Me, que se
aECentro(A) ={aeA I ax = xa, t/xeA}, então fa ê
um A-homomorfismo . Em particular, se A é comutativo
toda homotetia é um A-homomorfismo.

Reunimos, na próxima proposição, propriedades e-


lementares dos A-homomorfismos.

Proposição 11. 1.2.

1
i) Sejam M M' ~ M" A-homomorfismos. Então
g o f: M + M" também é um A-homomorfismo.

ii) Se Mi M' ~ M" ~ M"' são A-homomorfismos, entao:


h o (g o f) = (h o g) o f
31
f
iii) Se M ~ M' LM" são A-homomorfismos, entao:
f2
go(f 1 +f 2 ) = gof + gof
1 2
Em condições anâlogas vale:
{gl + g 2 ) O f 31
gl O f + g 2 O f

iv) Dado um A-homomorfismo f:M + N, entao:


1 o f = f e f o~"" f
N
=f
v) Dados A-homomorfismos M M' tais que g o f = lM
entao f ê um monomorfismo 8 e g um epimorfismo.

Demonstração:

Provaremos unicamente v) pois serã usada na de-


monstração da próxima proposição. O resto das afirmações
do enunciado são de demonstração trivial.
Sejam x , x EM tais que f(x ) = f(x ). En-
1 2 1 2
tao g o f (x ) = g o f (x )
1 i.e.,2
1M(x1 ) = ¾f(x 2) e
x = x , logo f ê monomorfismo.
1 2
Dado x EM qualquer, temos ¾f (x) = x logo
g o f (x) = x e chamando y -= f (x) EN vem que g (y) = x,
portanto g ê um epimorfismo.

Definição 11.1.6. Um A-homomorfismo f:M + N diz


-se um A-.i.6omo~ó.ú,mo se existe um A-homomorfismo g:N + M-
tal que:
e

-
Para indicar que f e um isomorfismo, notaremos
as vezes: f: M ~ N e M = N.

Proposição 11.1.3. Um A-homomorfismo f:M + N e -


um isomorfismo, se e somente se, f ê, simultaneamente, mo
nomorfismo e epimorfismo.

Demonstração:
32

Seja f um isomorfismo e g:N + M um A-homomor-


fismo nas condições da definição.

- II. 1. Da
çao
relação g o f = lM e a parte v) da proposi-
2. vem que f ê um monomorfismo. De f o g = lN
vem imediatamente que f ê também um epimorfismo.
Reciprocamente, suponhamos que f seja simultanea
mente monomorfismo e epimorfismo. Então f ê uma função
bijetora e existe uma função inversa, i.e., uma função
g:N - M tal que g o f = lM e f o g = lN. Resta verifi-
car apenas que g ê um A-homomorfismo.
Dados y , y ~N provaremos que
1 2
g(yl + Yz) = g(yl) + g(y2).
Como f ê um epimorfismo, existem x , x EM tais
1 2
que
f(x ) = y 1 , f(x 2 ) = Yz•
1
Agora: g(y ) + g(y ) = gof(x ) + gof(x ) =
1 2 1 2
= X1 2
+ X

Ainda como f ê A-homomorfismo f(x +x ) = y +y •


1 2 1 2
Calculando g em ambos os membros da igualdade anterior
vem:
xl + x2 = g(yl + Yz).
De forma análoga pode-se provar que g(ay) = ag(y),
para todo a e. A e todo y EN.

~amos provar agora o resultado mais importante


desta seçao.

Teorema 11. l. l. (Teorema do homomorfismo para


módulos). Sejam Me N A-módulos, f:M + N um A-homo-
morfismo, j: M + M/Ker(f) a projeção canônica ao quoci
ente e i: Im(f) + N a inclusão. Existe uma Única fun=
çao f*: M/Ker(f) + Im(f) tal que:
i) f = i o f* o j
i i) f* ê um isomorfismo.
A relação entre as funções do enunciado pode-se
visualizar no diagrama adjunto:
33

jr
M/Ker(f)--Im(f)
f. ii
Demonstração

A nossa demonstração seguirá essencialmente a do


teorema I.2.1., portanto deixaremos os detalhes a cargo
do leitor que os provará em forma totalm~nte análoga.
Definimos f*: M/Ker(f) -+ Im(fl por:
f*
m + Ker (f) 1----+ f (u)
f* ê bem definida e verifica i o f* o j = f (prove!).
Daqui resulta que f* e
um epimorfismo, e uma ve-
rificação simples mostra que também ê um monomorfismo. Da
proposição II.1.3. resulta então que f* é um isomorfismo.

Os exercícios 11 e 12 desta seçao darão ao lei-


tor outra demonstração do teorema acima.

Corolário 1. Se f: M-+ N é um A-epimorfismo,


entao M; N/Ker(f).
No próximo corolário determinamos a forma dos mô
dulos cíclicos sobre um anel dado.

Corolário 2. Seja A um aneL Todo A-módulo cí-


clico é isomorfo a um módulo quociente de A por um ideal
ã esquerda de A. Reciprocamence, se (J'{_ é um ideal à es-
querda de A, A/(l{_ é um A-mÕdulo cíclico.

Demonstração

Seja M = (m) um A-modulo cíclico.


Podemos definir um A-homomorfismo f: AA -+ M
por:
f(a) = a.m, 'vaEA
t
34

Como me um gerador de M, f e um epimorfismo. Do


corolário 1, M; A/Ker(f). Finalmente, sendo Ker(f) um
submÕdulo de AA, e um ideal à esquerda de A.
Reciprocamente, se 01. é um ideal à esquerda de
A é fácil ver que o A-módulo A/OZ é cíclico, gerado pelo
elemento 1 + (Jl •

Podemos agora utilizar o resultado acima para


classificar os grupos cíclicos. Como os Únicos ideais de
· Z são principais da forma (m), com me Z (veja o capítulo
I, seção 3) vem que todo gnupo clc.üco ê ,ú.,omonóo a um
quoc.ierite da óonma Z/(m). Eventualmente, pode acontecer
que m = O; nesta caso o grupo é isomorfo a Z.
Incidentalmente, notemos que no conjunto dos in-
teiros módulo m podemos distinguir duas estruturas algé-
bricas: a estrutura de anel, como temos feito ao longo do
capítulo I, que indicamos pelo símbolo Jm, e a estrutura
de grupo abeliano (ou, equivalentemente, de Z-mÕdulo). Pa
ra referirmos a esta Última, usaremos o símbolo Z .
m

Teorema 11. 1.2. (Primeiro teorema do isomorfismo)


Seja M um A-módulo e P e N dois submÕdulos tais que PC N.
Então:
M/N; M/P
N/P
Demonstração

Definimos uma função f: M/P-M/N por:


f (m + P) = m + N, V me M
Como PCN segue-se fa~ilmente que, se m ,m eM
1 2
sao tais que m1 + P = mz + P entao m1 + N = mz + N, o que
permite provar que a definição de f independe do represen
tante.
Também é trivial verificar que f ê um epimorfis-
mo; logo, do corolário 1 do teorema 11.1.1. vem que:

M/P -
er(f) = M/N
35

Agora, uma classe, m+ P pertence a Ker(f) se, e


somente se, m+ N = N, i.e., se e só se mEN e m+ P e
N/P. Logo Ker(f) = N/P o que completa a demonstração.

Teorema 11.1.3. (Segundo teorema do isomorfismo)


Sejam N e P submÓdulos de um A-módulo M. Então tem-se
que:
N - N+ P
NnP = P
A relação entre os submÕdulos do enunciado pode-
-se visualizar no seguinte diagrama

Demonstração

Definimos f: N- N;P por f (n) = n+P, 'v' n EN.


Claramente f ê um homomorfismo, e para verificar
que é sobrejetor basta observar que todo elemento de
N+P/Pédaforma (n+p)+P com nEN,pEP. Mas
(n+p) + p = n + p, logo f (n) = n + p = (n+p) + p e f e e-
pimorfismo.
N - N+P
Temos entao que: -----.~ =
Ker (f) P
Finalmente, observemos que dado nEN, nEKer(f),
se e somente se, n+P = P, i.e., nEP. Logo Ker(f) =
= NnP, o que completa a demonstração.
O resultado acima é chamado, às vezes, -ú.iomo~ó-½_
mo de. No.eth~.
36

EXERCTCIOS

1) Provar que os conjuntos dos exemplos 1 a 8 com as operaçoes defi


nidas são, efetivamente, módulos sobre os anéis que se indicam:

2) Seja M um A-mÓdulo. Provar que:


i) (-a).m=a.(-m).-',>:=-(am), VaEA, VmEM
ii) o. m = O, V m E M
iii) a.0=0, V aEA.

3) Determinar todos os valores de n para os quais z e um Jn-mÓdu


2
lo. Idem para z e z •
6 8

4) Determinar todos os submÓdulos do Z-mÓdulo Z12• Determinar o


anulador de cada elemento de z 12 e o anulador do módulo tcxio.

5) Seja S um subconjunto de um A-módulo M. Seja t;, a família de


tcxl.os os submÓdulos de M que contém S (mostre que <;, é não va-
zia). Chama-se SUBMÓDULO GERADO POR S ao submÓdulo:

(S) = () N
NEi
~ · I .~ • • • , ~ ~ · ·• :1. ,,,. ,-:,- :; ~

Provar que a noção assim definida coincide com a dada no exemplo


14 desta seção.

6) Dar um exemplo de Z-mÓdulo, onde dois submÓdulos quaisquer sejam


sempre não isomorfos.

7) Provar que se m· e n são dois inteiros relativamente primos, o


Único Z-homomorfismo f: zm- Zn é o homomorfismo nulo.

8) Seja M um z-mÓdulo finito tal que o conjunto dos seus submÓdulos


é totalmente ordenado por inclusão. Provar que existe um número
primo p tal que o nÚmero de elementos de M é uma potência de
p.
,--
37

9) Um A-módulo M diz-se SIMPLES se M -1= (O) e os Únicos submÓdulos


de M são (O) e o prbprio M.
i) Provar que se M é simples e f: M-N é um A-homomorfismo
não nulo, então M é um monomorfismo. Provar que, se N tam-
bém é simples, então fé um isomorfismo.
ii) Seja HomA(M, M) o conjunto de todos os A~homomorfismos de
M em M. Mostrar que, com a soma definida puntua;J.m,ente e o
produto por composição HomA(M, M) é um anel. Demonstrar
que, se M é simples, então HomA(M, M) é um anel com divi-
sao. ( Este resultado é conhecido como LEMA DE SCHUR).

10) Sejam N1_ e N2 dois submÓdulos de um A-mÓdLlo M. Provar que a


função f: M/N1 -M/N2 definida por
f
m + N i---- m + N
1 2
,
e um homomorfismo bem definido se e somente se N CN . Provar,
1 2
neste caso, que f é um epimorfismo.

Seja f: M-M um A-homomorfismo. Em gue condições a função


f
f:M/N -
1
M/N
2
definida por m + N
1
i--- f(m) + N
2
e um homo-
morfismo bem definido?

11) Seja f: M-N um A-homomorfismo. Chama-se CONÚCLEO e COIMA-


GEM de f, respectivamente, aos conjuntos:
Coker(f) = N/Im(f), Coim(f) = M/Ker(f)

i) Provar que, se f é a inclusão de M em N, então


Coker(f) = N/M. O que é, neste caso, Coim(f)?

ii) Seja j: N-Coker(f) = N/Im(f) a projeção canônica.


,
Provar que j o f = O. Demonstrar que, se g: N-N' e um
A-homomorfismo tal que g o f = O, então existe um Único A-
-homomorfismo g': Coker(f)-N' tal que g'o j = g.

iii) Seja P um A-módulo e À : N-P um A-homomorfismo tal


que À o f = O e tal que para todo A-homomorfismo
g: N-N', que verifica gof = 0 1 existe g": P-N' que
verifica g"o À = g. Provar que P é isomorfo a Coker(f).
38

12) usar a parte ii) do exercício anterior para dar outra demonstra
ção do teorema do homomorfism·o .

Pode-se ver uma demonstflação dos resultados do exercício ll assim


como a sua aplicação no exercício l2 no livro de P, Ribe~boim [l6J .

II.2 SEQUtNCIAS EXATAS

A noção de sequência exata, que introduzimos nes


ta seção, e
apenas uma linguagem que .permite expressar -
certas relações entre homomorfismos por meio de diagramas.
Faremos no texto algum uso desta linguagem; o seu emprego
e, porém, máis frequente em vária~ das aplicações da teo-
ria a outras áreas da matemática (álgebra homológica, to-
pologia algébrica, etc.),

Def i n i ção 1 1• 2. l . Sejam F, G, H, três A-mÕdu-


los e f: F-G, g: G-H A-homomorfismos. Diz-se que
o diagrama:
F__!_.G ~ H
e uma M.quênua. de. 01tdem 2 em G se Im (f) C Ker (g) •
Em particular, se Im(f)_= Ker(g) o diagrama
diz-se uma ~e.quênua. e.xctta. em G.

O leitor verificará facilmente que a condição


Im(f)CKer(g) e
equivalente a afirmar que gof = O.

Definição 11.2.2.
Seja { ••• , M.1.- l' M., M.1.+ -,,,.}
l. 1
uma família, eventualmente infinita, de A-módulos e
{.•. , f.: M.-M. , .•. } uma família de homomorfismos.
l. l. 1.+ 1

Diz-se que o diagrama:


39

f.1.- 1
··-·····-·· · - - - M.1.- 1·

e uma .6equênua. exata.; se ê exata em M.,


l.
't/i er, isto -
e,
se Im(f. )" = Ker(f.), V iEI.
l. ~ 1 l.

Os exemplos que damos a seguir darão uma idéia


do sign~ficado·da exatidão em situações particulares.

EXEMPLOS

.....
. 1) A sequencia· -
o -+ E -+ F e exata, se e somente se, f -
e
um monomorfismo.

2) A sequência E -+ F -+ o
. ..
e exata, se e somente se, f -
e
um epimorfismo.

3) Dos exemplos citados acima vem imediatamente que a se-


quência: O-+ E-+ F-+ Q· exata, · se e somente se, e
f
ê um isomorfismo.

4). A sequência Q-+M-+O -


e exata, se e so se, M = O.
i w . .
5) A sequência o-+ 2.z-+ z-+ z 2 -+ o,_ ondé i: 2.z-+ z=
-
e a inclusão e w: Z-+ Zz a f~nçao que a.... cada · intei-
ró .associa a sua _classe_em z , e uma sequencia exata.
2
6) Em geral, se E ê um submÕdulo de um ·A-mÔdulo F e índi-
camas por i: E-+ F a inclusão e por j: F-+ F/E a
projeção canônica, Então a sequência
O E ¼. F ,i F/E -+ O
-
e exata.
-+

7) Em certo sentido, dar uma sequência exata do tipo:


O-+ E ! . F ~ G-+ O, onde E, F e G são A-módulos
quaisquer, e
equivalente a dar uma sequência· similar a
dada no exemplo anterior. . •
40

De fato, chamando E' = Im(f), temos que E' um e


subrnÓdulo de F isomorfo a E. Ainda, do corolário 1 do
Teorema 2.1.1. vem que · e; F/Ker(g) = F/Im(f) = F/E'.
Ternos entao a sequencia exata:

O-+ E' iFl F/E'-+ O


cinde os módulos são ordenadamente isomorfos aos da se-
quência original.

8) Dado um homomorfismo de A-módulos f: E-+ F a seguin-


te sequência e exata:
i f .
O -+ Ker (f) -+ E -+ F 4 F / Irn (f) -+ O
Consideremos agora os seguintes diagramas:

E-1_.F

~!~
. G

O primeiro diagrama diz-se c.omU-tilivo se 0 =~o 'i.


Da mesma forma, o segundo diagrama diz-se c.omu..tilivo se
gof = koh.

Em geral diz-se que urna família de A-rnódulos..Â6


e uma família de homomorfismos S. forma um cüagtc..ama c.omu-
.tilivo se para todo par de módulos M, N e .J6 e todo par
de homomorfismos f, g e 9, tais que f: M-+ N e
g: M -+ N, então f = g.

O emprego combinado de diagramas comutativos e


sequências exatas e frequente em algumas teorias (por e-
xemplo, em topologia algébrica). Para dar urna ideia ao
leitor deste tipo de resultados incluímos a seguinte:

Proposição 11 .2.2. Seja


41

um diagrama comutativo, onde .a s · filas sao sequencias exa-


tas •.. Se ~' e ':/" são monomorfismos, então 'f ê um mono
morfismo.

Demonstração

Seja xEM .tal que ~(x) = O. Devemos provar
que x-·= o~·
... Agora, se C.f'(x) = O, go,P(x) =O e!f'of(x)=O.
Como . ':P" ê· monomorfismo, deve ser f (x) := O e
x E Ker(() = , Ún (f' ) • Ex.is te então y EM' tal que
f' (y) ;,,, X•
•·
Agora: O = ~(x) = !fo f' (y) = g 'o !f' (y). Como
são all).bos monomorfismos y = O e x = ,P(y) = O.

Veja também os exercícios 2, 3, . 4 e 5 desta se-


.. çao.

EXERC!CIOS

f g h
l) Provar que, se a sequência: M-N---=-+R-s
é exata, são .equivalentes:
i) fé epimorfismo
ii) Im(g) = O
iii) h é monomorfismo.

2) · Provar que o ·diagr~ E_!_ G .....§....' H · é uma sequência exata, ·


se e somente se, e xistem módulos s, ·T e· homomorfismos a: E-S,
bs s-G, . c,· G-+T e .d: T-:+H tais que o diagrama

E __!_.G-L.H
~Â~ft
S T
. d
écomutativo e as sequências : E ~ S--+O; 0--+T-H .e
· b c
o-s-G-T-o sao exatas.
42

3) Sejam S, T submÓdulos de um A-módulo M. Definindo adequadamente


os homomorfismos, prove que o seguinte diagrama é comutativo, e
que todas as filas e colunas do mesmo sao sequências exatas:

o o o
l l l
o-snT - s -s;snT ----.o
! l l
o - T - - - - M _ . M/T---+ O
i l !-
o-T/SnT -M/S---+M/S + T--+ o
l
O
l
O
!
D

ft f
4) Seja M'-M-M"-0

O-
~· 1 ' 11 11 "
N1 ~ N ~ N"
um diagrama comutativo, onde as filas sao sequJncias exatas.
Provar que:
i) se 'i'' '
.,. -
sao epimorfismos, então f
,
e epimorfismo.
,
ii) se
Y"' ':/" sao isomorfismos, então '.9 e isomorfismo.

5) Seja:

um diagrama comutativo onde as filas sao sequéncias exatas. Pro


var que:
, ,
i) Se hl e epimorfismo e h4 e monomorfismo, então
Ker(h ) = f (Ker(h ))
, 3 2 2
ii) Se h e epimorfismo e h e monomorfismo, então
2 5 -1
g (Im(h )) = Im(h )
3 4 3
iii) (LEMA DOS CINCO) Se h , h , h e h são isomorfismos, en-
1 2 4 5
tão h é um isomorfismo.
3
43

11.3 SOMAS E PRODUTOS DIRETOS

Dados dois A-módulos Me N, pode-se obter um no-


vo A-módulo considerando o conjunto de todos os pares or-
denados da forma (m, n) onde mEN e n EN, e definindo:
(m, n) + (m' , n' ) = (m+m' , n+n' )
a(m, n) = (am, an)
Quando se consideram famílias d~ A-módulos, even
tualmente infinitas, a construção acima pode ser generali
zada em dois sentidos. Tal e o objeto desta seção. -
Seja {M.}. uma família de A-módulos e M= 1T' M.
i iE 1 . 1
.. 1.ia (.1.e.,
. . d os memb ros d a f ami
o pro d uto cartesiano - iEI
o conjunto de todas as famílias da forma {m.}. onde
. eI)• i 1e 1
m.1 EM.,
i
para ca d a 1 .
Em M pode-se introduzir uma estrutura de A-módu-
lo definindo as operações por:
(mi) iEI + (mJ_) iEI = (mi+ mJ_) ie:I
a. (mi)iEI =. (ami)ieI' 'vaEA.

Definição 11 .3.I. O A-módulo construído acima


diz-se o pnoduto eallteJ.i-<..a..no ou d-úte;to da família {Mi}iEI.

Cada A-módulo M., iEI, diz-se um 6a:ton de M.


1

Se I for um conjunto finito do tipo


I = {1, 2, •.• , n} notaremos frequentemente o produto di-
reto na forma:
TT M. = M1 x ••• x M
..
iEI i n
Cada módulo Mi, i E I, pode ser canônicamente i-
merso no produto direto M. Para isso, basta considerar
as funções ik: ~ -+ M que a cada ~E~ ass.o cia a fa-
44

n1Ília (xi) i~Ie M tal que xk = ~ e x.1 = O parai f k


As funções assim definidas são monomorfismos que
serão chamados inclMÕeó na;tuJl.iUÁ.
Também se definem de modo natural funções
pk: M-+ Mk, chamadas p!tojeç.õv.i -6ob1te M c..omponentv.i, asso
ciando a cada elemento (m.).E EM a k-ésima componente
1
mkEMk. É fâcil verificaf ~ue as funções Pk assim defini
das sao epimorfismos.
Também ê fãcil provar que:
i) pk o ik = lM 'v'kE.I
k
i i) Pkº ih = o, 'v' h' kEI tais que h ,fo k.
11
Na seguinte proposição damos uma propriedade u-
niversal" do produto direto.

Proposição 1 1. 3. l. Seja {Mi} i~I uma família de


A-mÕdulos, M= 1f Mi e pk: M + ~ as projeções sobre
iEI
as componentes. Dado .um A-módulo N e uma família de A-ho
momorfismos {qk: N + ~}kEI; existe um Único homomorfismo
f: N + M tal que qk = pko f, \7'kEI, isto ê, tal que
faz comutativos todos os diagramas:

Demonstração

Basta definir f: N + M por: f(x) = (qi (x))iEI


e verificar.

O leitor pode demonstrar como exercício que a


propriedade ac1ma caracteriza o produto direto, no segu1~
te sentido:
r 45

Se P for outro A-módulo e {h: P + M..} uma fa


k -K kEI
mília de homomorfismos com a propriedade universal da pr~
posiçao anterior, então existe um isomorfismo f: P +M
tal que hk = pk o f , 'v' k E I .

Definição 11.3.2. Seja {M.}. uma família de


1 1E 1
A-mÕdulos e M = 1T M .•
1
Uma família (m.).
1 1E. 1
eM diz-se
iEI
uma 6amWa. qu.Me.-nui..a. se m. = O exceto para um número fi
1
nito de Índices.

No conjunto das famílias quase-nulas de M pode-


-se introduzir uma estrutura de A-mÕdulo, por restrição
das operações de M (jâ que soma de famílias quase-nulas ê
quase nula e produto de uma família quase-nula por um es-
calar -C~ambêm ê quase nula).

Definição 11.3.3. Seja {Mi}iEI uma família de


A-módulos. O conjunto das famílias quase nulas de
M = lf M.,
1
com a estrutura de A-módulo definida porres
iEI
trição das operações de M chama-se a ~oma. cli.JLet.a. e.xtelz.na.
da família e se indica pelo símbolo

EB M.1
iEI

Se o conjunto de Índices for finito


I {1, 2, .•. , n}
=
.
notaremos frequentemente
E9 M. = Ml ~ M2
~ .
E9 .. . E9 M
. •
iE.l i n
Da
própria definição vem que a soma direta exter
na de uma família de A-módulos e
um submÓdulo do produto
direto e que EB M. =
1
1T M.,
1
se e somente se, o conju.!!_
iEI iEI
to de Índices I for finito.

Tal como foi feito para , o produto direto podem-


46

-se definir inelU-6Õe6 na,tUl1...aÁ,,6 ik:


~ + EB M.
l.
por:
ik iêl
11\- (xi)ieI onde ~ = 11\ e X. = Ü sei 'F k
l.

e p~ojeçõv.i na-twuU:/2 pk: EB M.1. + ~ por:
pk iEI
(xi\er' ., ~

Mais uma vez, é fácil mostrar que as inclusões


são monomorfismos, as projeções epimorfismos e que verifi
cam:
i) pk o ik = 1~ \t' k EI

ii) Pkº 1.h = O se 1 f h

Ainda, podemos definir uma função I pk: EB M.1 + EB M.1


kEI iEI iEI
por:
x EE9
iEI
M.--(p.(x)).El
1 1 1

Trivialmente, e a. identidade . de Eã M .•
l.
iEI
Finalmente enunciaremos também uma "propriedade
universal" da soma direta externa.

Proposição 11,3.2. Seja {Mi}iEI uma família de


A-módulos, M= EB M.
1
e ik: M_ + M, k E I, as inclu-
iEI l<
sões naturais. Dado um A-módulo Nê uma família de A-ho-
momorfismos {hk: ~ + N}kEI' exüte um Único A-homomor-
fismo f: M -+ N tal que hk = f o ik para todo k E I; 1.s
to ê, tal que faz comutativos todos os diagramas
f
N4--M

hk\ / i k
~
47

Demonstração: Basta definir f_: M-+ N por:


f
(x.)
1 1
·er ........_ l h. (x.)
l. l.
· iEI
e verificar. Note-se que f estâ bem definida, pois a fa-
mília. (x.).El
l. l.
é quase-nula e, na expressão h.(x.) so l l. l.
if=I
mente um numero finito de somandos é diferente de zero.

A propriedade universal da soma direta pode-se


obter a partir daquela do produto direto "invertendo as
flechas".
O leitor pode verificar que a propriedade univer
sal enunciada caracteriza a soma direta, a menos de iso-
morfismo.

EXEMPLO. Confideremos a soma direta externa de Z-môdulos


Z EB Z • Provaremos que, sem e n sao relativa
m n
mente primos, então:
zm(B zn ; ; zm.n
Um elemento genérico de Z EB Z serã da forma
m n
(y', z") onde estamos indicando por y' a classe do intei-
ro y módulo me por z" a classe dez módulo n.
Definimos inicialmente um Z-homomorfismo
f:
2
z-zmEB Zn por f (x) : : ; (x', x"), Yx € Z. Mostrare
-
mos que fé sobrejetor.
Como m,n são relativamente primos, existem r, s
e. z tais que:
rm + sn = 1 [i]

Dado (y', z") E:"'/- EB Z consideramos x = sny +
m n
+ rmz e mostraremos que x' = y', ~' = z".
De fato, x' = s'n'y' + r'm'z' = s'n'y'
Tomando classes módulo m em [i] vem: s'n' = 1.
Logo x' = y'. A outra igualdade resulta em forma anãlo-
ga.
48

Finalmente, e facil ver que xEKer(f), se e so-


mente se, x ê simultaneamente múltiplo de me n. Como m
n sao relativamente primos Ker(f) = (m.n) .
Do teorema do homomorfismo (Teorema II.1.1) vem:
Z
m
EB Z ;; Z/ (m. n) ;; Z
n mn
.

O resultado acima estende-se facilmente, usando


indução, para um número finito de somandos Z EB ··· (BZ
. ml . mt
onde os números m. 1 ~ i ~ t sao, dois a dois, relativa-
.
mente primos. Em i particu
. 1 ar se
C:\ ªt
n "' P1 .• • pt

ea decomposição em fatores primos de n, vem que:


zn

II.4 SOMA DIRETA INTERNA

O leitor provavelmente estará familiarizado já


com a noção de soma direta interna; pelo menos no caso
dos espaços vetoriais. Brevemente, um A-módulo M ê soma
direta interna de uma família {M.}.EI de submÓdulos se to
i i -
do elemento de M se escreve, de uma Única forma, como so-
ma de elementos dos submÓdulos Mi. Existem, porem, várias
outras formas de caracterizar a noção de soma direta in-
terna. Por causa disso começamos provando o seguinte re-
sultado.

Proposição 11 .4. 1. Seja {Mi}i~I uma família de


submÕdulos de um A-módulo M. As seguintes afirmações são
equivalentes:
49

i) Todo elemento m EM se escreve de um Único modo na


forma m = l m., onde m.EM \/iEI e a família
1 . l.
iEI

ii) M = l M.
l.
e, se l m. =
l.
o com m. EM.,
l. l.
tem-se
iEl ier
m. =
l.
o, Vi E I.

iii) M = l M.
l.
e M. (l ( M.) l = (O) 'V'j E I.
iEI J • -1=· l.
l. J

Demonstração

i) ==> ii) e imediato.


ii).,.iii). Deveremos apenas verificar que, pa-
ra cada j E I, M. n ( M.) = (O). l
J i;j l.
Seja m um elemento de M. n M.. Então m'=:M. e l
J irj 1. J
pode-se escrever na forma m = m. com m. E M, i E I. l
i,'j l. l.

Temos assim l
m. - m = O e, da condição ii)
i-/=j l.
devem ser nulos todos os somandos. Em particular, m = O.
iii)~i). Da condição
M. vem ~ue to- M = l
iE.I 1.
do elemento m EM pode se escrever na forma m = ~-·}: m. on
ÍEI 1.
de mi E _Mi, v'i E I e a família (mi) iEI e quase nula.
Devemos verificar então a unicidade da decomposição.

Suponhamos l m. =
1
l m!.
1
Para cada j E: I pod~
iEI iEI
mos escrever: m. - m! =
J J
(m! - m. ).
i,'j l. l.
l
·;, Logo m. - m! E. M. n (
J J J ifj l.
I
M.) e m. = m!.
J J
50

Definição 11 .4. 1. Um A-módulo M diz-se ~orna d.i.,


~e:ta irite.Jtna de urna família {Mi}iEI de subrnÕdulos se esti
ver verificada alguma(~ portanto todas) das condições e-
quivalentes da proposiçao anterior.

Para indicar que Me sorna direta interna dos sub


módulos Ü\} iEI usaremos o símbolo M = EB M. e, se
iEI 1.
I = { 1, 2, ••• ' n} escreveremos

EXEMPLOS

1) Para qualquer A-módulo M, tem-se sempre que:


M = M EB(O). Os submÓdulos Me (O) dizem-se os ~oman-
dM ~e:to~ :ou..vi~.

2) Consideremos o Z-módulo z = {Õ, 1, 2, 3, 4, 5}. É


6
fácil verificar que os subconjuntos H1 = {Õ, 2, 4} e
H2 = {Õ, ~} são submÓdulos tais que H1íl H2 = (O). Uma
verificaçao direta mostra que 2 = H1 T H2 logo:
6
z6 = Hl E9 H2

Suponhamos que o A-módulo M seja soma direta in-


terna de urna família de subrnÓdulos {M.}. • Cada M. pode
1. 1.E 1 1
ser considerado independentemente corno um A-módulo e tem
sentido, portanto, fazer a sorna direta ex:teJLna da família
{Mi}iEI" É natural, então, se perguntar qual a relação
entre a sorna externa EB M. , e a interna M. A seguinte
ÍEI 1.
proposição e uma resposta ã pergunta.
51

Proposição 11 . 4.2. Seja M um A-módulo e {Mi}iEI


uma família de submÓdulos tais que M = (B M .• Então
EB M. ;;;; EB M .• iEI l.
iEÍ l. ieI l.

Demonstração:

Basta considerar a função f: EB M.-+ EB M.
ÍE.I l. iE.I l.

que a cada elemento (m.). E EB M. associa l m. E @M.
- · 1. 1.e1 ·er 1. iEI l. i€I l.
e verificar que ê um isomorfi§mo.

Vale também uma espécie de recíproca da proposi-


-
çao anterior:

Proposição 11.4.3. Seja {Mi}iE~ uma família de


A-módulos, ik: ~-EBM: as inclusões naturais, e
iEI l.

l\_ = ik (~):_ Então ~ ;;;; ~ para todo k e I e


éM .. = EB M .•
iEI l. i«I 1.

A demonstração é trivial.

Por causa da correspondência entre somas diret_as


internas e externas, que resulta das duas proposições aci
ma e frequente não distingui-las e usar indistintivamente
o símbolo EB para ambas . '

Definição 11 .4. 2. Seja N um submÕdulo de um A-.


-módulo M. Diz-se que um submÓdulo N CM ê um ~upleme.!!:.
1
:t.aJr.. de N se M = N E9 N •
1
Um submÕdulo, que admite um suplementar, diz-se
um ~ornando CÜJl.eto de ·M.

Óbservações.· Nos cursos de Ãlgebra Linear demonstra-se


que todo subespaço de um espaço vetorial é um somando di-
reto. No entanto,· isto não ê SeJllpre verdade para módulos.

'
52

Basta tomar por exemplo zZ e verificar que nao


contém somandos diretos não triviais. De fato se Nê um
submodulo, deve ser da forma N = (n) para algum n E. 2. De
forma análoga, todo outro submodulo se
da formas= (s)
e n. se N(l S. Logo a soma nunca pode ser direta.
e
Finalmente, ~bservamos que se N um somando di-
reto de um A-módulo M, o seu suplementar não em geral, e,
Único. De fato, basta considerar o R-mÕdulo R2, o submÓ-
dulo N = { (x, O) 1 x E R} e observar que qualquer submÓ-
dulo da forma s = { (x, mx) 1 x E R, m ,,. o} ê um suple-
mentar de N.

Proposição 11.4.4. Seja M u~ A-módulo e N1, N2


submÓdulos tais que M = N1EBN2. Entao, o quociente N/N1
e isomorfo a N2.

. Demonstração: Definimos p2: M ~ N2 da seguin


te forma: dado me.M, podemos escrever, de uma Única for=
ma m = n1 + n2 com ni e Ni, i = 1, 2. Então p (m) = n .
2 2
~ fácil verificar que P2 e
um epimorfismo de nú-
cleo N1, Do teorema do homomorfismo resulta imediatamen-
te a tese.

Corolário. Dois suplementares de um mesmo submó


dulo são isomorfos.

A proposição acima pode ser usada para demons-


trar mais uma vez que zZ não contêm somandos diretos nao
triviais. De fato, se M = (m) for um somando direto, o
seu suplementar deveria ser isomorfo ao quociente
Z/(m); Zm, mas z não contêm submÕdulos finitos.
2
Introduzimos em continuação a noção de p!l.ojeton,
que resultara uma ferramenta muito Útil para o estudo das
decomposiçÕes em soma direta.

Definição 1 1 • 4. 3. Seja M um A-módulo. Um A-ho-


momorfismo p: M ~ M diz-se um pnojcton se p2 = p (on-
de p2 indica a compos{ção p o p) .
5,3

Definição 11.4.4. Seja· {P·}. uma família de


. 1 1E1
projetores de um A-mÕdulo M. A família diz-se oJttogonai.
se, para· todo par de Índices h, k E I, com h #, k tem-se
que ph o pk = o.
· consideremos agora um A-módulo M decomposto em
· soma direta: M = EB M.. Podemos definir uma família de
iEI 1
projetores Pk.: M -+ M da seguinte forma·: dado mEM escre
vemos na forma m =· l m. com m. EM., Vie I · e defini::-
1 1 1
mos pk(m) = ~- iEI

Definição 11.4.5. A família de· projetores defi-


nida acima diz-se M.-0ouada ã decomposição em soma dire~a
dada.

Proposição 11.4.5. Seja M um A-módulo, M= EBM.


iEI 1
uma decomposição de M em soma direta e {pi}. uma famí-
.
lia d e proJetores. Se a f ami~l ia iE 1 e
' d e proJetores
' ~
- a f ami-
lia associada a decomposição dada, verificam-se:
i) A família {pi}iEI e
ortogonal,
ii) Para cada xe M apenas um número finito de elementos
p. (x) ê não nulo e lM = l p .•
1 · . iEI 1
·iii) Im(p.) = M. 'v'i E.I.
1 1

Reciprocamente, se {pi}iEI ê uma família de pro-


jetores verificando as condições i) e ii) entao
M = EB Im(p.)
1
. iEI
Demonstração

Na demonstração do direto, i) e iii) resultam


trivialmente. Para verificar ii) basta observar que:
lM(m) =m = l m.1 = l p.1 (m) = ( l p.)(m)
1
·
i€I i€I ' iEI
54

Para provar o recíproco chamando Mi = Im(pi), ViEI


da condição ii) vem que, Vme M tem-se
rn = lM(rn) = l p.1 (rn), onde p. (rn)€ M;
1
iEI
logo M = l M ••
1
i~I
Suponhamos agora l m.
1
= O com rn.eM.,
l l
v'ieI.
iEI
Como M. = Irn(p.) para cada rn. existe x.EM tal que
l l l l
rn. = p.(x.).
l 1 1

Finalmente, para cada j eI ternos:


O= p.( l m.) =
1
l p. op.(x.) ·= p.op.(x.) = p.(x.) = rn.
1 1
J ier ier J J J J J J J

Corolário. Se p: M ~ M é um projetor, entao


M = Irn(p) EB Ker (p).
Demonstração. Basta observar que a família
{p, lM-p} é urna família de projetores nas condições da
proposição anterior e que Irn(lM-p) = Ker(p).

Dos resultados acima vem que o problema de deter


minar somandos diretos de um modulo é equivalente a deter
minar projetores.
Vamos usar este fato para determinar, dado um a-
nel A, os sornandos diretos do A-módulo AA.

Definição 11.4.6. Um elemento e de um anel A


diz-se idempotente se e2 = e.

Proposição 11.4.6. Existe uma correspondência


bijetora entre os projetores do A-módulo AA e os idempo-
tentes do anel A.

Demonstração
55

A· cada projetor· p: AA -~ AA podemos associar o


elemento e= p(l), onde: ·
2
e =e.e= ~-p(l) ª p(e) • p(p(l)) • p(l) = e.

Reciprocamente, a cada idempotente e EA pode-se


associar a função p: AA ~ AA definida po~
p
x ~ x.e , "flxE A,
que e um projetor.
Uma verificação imediata mostra que as correspo!!_
dências definidas são inversas uma da outra.
Note-se que, se pé o projetei;- definido a partir
de um idempotente e, então Im(p) =· A·. e.

Corolário 1. Se e EA é um idempotente temos


AA = A.e$A. (1-e).
Demonstração, Exercício.

·-
Corolário 2. Se A e um domínio de i~tegridade,
os Únicos somandos diretos de AA são (O) e o próprio AA.

Demonstração
De fato basta observar que se eEA é Ul'l idem-
potente temos: e~= e, logo e(e-1) e O, e como A é de in
tegridade, e= O ou e= 1 são os Únicos idempotentes de
A, que cor:~spondem aos submÕdulos dó enunciado.

Corolário 3. Seja A um anel. Então, todo soman


do direto de AA ~ um ideal principal de A.

Demonstração. Decorre imediatamente da observa-


ção que segue à.proposição anterior.

- estudare-
Finalmente, para concluir esta seçao,
mos certas_relaçÕes entre somas diretas e sequências exa-
tas.
56

Dados dois A-módulos M1 e Mz, usando os resulta-


dos desta seção e
facil provar que a sequência:
1.l Pz
O--+ Ml-_;;;_... MlB M2--•M2----+ O

e exata. t natural sé perguntar, então, quando uma se-


quência o-E..!.FiG-o ê tal que F ;;;; E EB G.

Definição 11.4.7. Diz-se que uma sequência exa-


ta de A-módulos · 0--+E_!.F~G-O cinde. se
E' = Im(f) = Ker(g) e
um somando direto de F,

Propos.j ção .11 . 4. 7. Dada uma sequência exata de


A-módulos o-ELF~G-O as seguintes afirmações
são equivalentes:
i) A sequência cinde.
· ii) Existe um A-homomorfismo iµ: F -+ E tal que iµ o f = 1
E
iii) Existe um ~-,-homomorfismo ~: G-+ F tal que go'J>· =lG
Nestas condições F ;;;; E EB G.

Demonstração. Escrevendo E'= Im(f) deve exis-


tir um submÕdulo E" de F tal que F = E'EBE". Podemos
definir então iµ: F -+ E da seguinte forma: Dado xE F es
crevemos X= x' + x" com x' .E E', x"éE". Como fé inje
tora, existe um Único yeE tal que f(y) = . x'. Defini=
mos então iµ(x) = y.
É fâcil verificar agora que iµ é um A-homomorfis-
mo. Ainda, para cada y f! E, f (y) E E' , logo se escreve
na forma f(y) = f(y) + O e iµ(f(y)) = y, i.e., it, of= lE,

ii)~i) Suponhamos que existe iµ: F -+E nas condições


de ii). Mostraremos que F = Im(f) E9 Ker (iµ).
De fato, dado x E: F consideramos y = f o iµ (x) e
tomamos z = x-y. Então x = y + z com yE Im(f) e deve
mos provar que zE Ker (iµ). Mas: .
iµ(z) = 1/J(x) :-- \/J(y) = \/J(x) - iµofo 1/J(x) = ljJ (x) - 1/J (x) = O.
57

Para· provar que a soma ··e d.ireta consideremos


y·erm(f)nKer(iJ,). Como yelm(f) existe xeE tal que y =
= f(x). Ainda ·iJ,(y) ·= O.implica tp _o f(~) = O, l<;>go, x = O
·e y = O.
i ) ~·iii) Es~reveri.do novamente F = E 'EBE" definimos
':P: _G-F observando que, dado · ye G existe um Único ~E" . x
tal que g(x) = y .(Prove!). Tomamos então ~(y) = x.
O resto da demonstração, .· em ambos sentidos, -
e
análoga ã anterior.

EXERCTClOS

1) Determinar quai s das seguintes somas~· em Z EB z, sao diretas:


i) Z.(2, 3) + Z .(-2, 3)
ii) z . (1, 2) + z.(3, 6)
' iii) (O) 1: z.(1, 1)

2) sejam e1 ,
e e zEBz os elementos e = (1, O) e e = (O, 1).·
2 1 2
Provar que Z(e + e ) e um somando direto. Determinar
1 2
ZEl)Z/Z(e +e ). .
1 2

3) Seja {Mi} iEI uma familia de A-módulos e, para cada ie I, seja


· N. um submodulo de M •• Provar que E& N. pode ser identificado
1 1 ~I1
natutalmente com um submÓdulo de. EB M.1 e demonstrar que:
iEI
EB M.
1 M.
ier 1
EB N.
EB N.
iEI 1
iE.I 1

il P2
4) ~rovar que a sequência o-M1 - M1 EBM2 - M2- o
e exata.


58

5) Seja M = N $N um A-módulo e N' um submÓdulo de M isomorfo a


1 2 ,
Em geral, nao e verdade que .
Nl(B N2
N' ;; N2 ._
Dê um contra~exemplo.

6) Seja K um ·Corpo e A= M (K).


n
i) Provar que os subconjuntos S ={(a .. ) EAla .. =Oseifk}
k 1J 1J
são submÓdulos _de AA~
ii) Provar que os submÓdulos Sk são simples (Veja o exercício
9 da seção II.l)
iii ) Demonstrar que A S $ s (B ••• (BS
l 2 n

7) Dada uma sequência exata O-E~F..JLG -o, nem sempre


E' = Im(f ) é um somando direto de F. Dê um contra-exemplo.

8) Sejam A, B Z-mÓdulos tais que a sequência:


0..;__A_!__B_§__ z-o
z
e exata. Provar que a se q uência cinde e que, fixado A existe
um Único Z-m~dulo B (a menos de isomorfismos) que faz com que a
sequência acima seja exata.

9) Sejam f: M-N, g: N-M _A-homomorfismos tais que fog lN.


Provar que M ;;; NEB M/ Im ( g ) .

10) Dadas as sequências exatas de A-módulos:

provar que, se k o f: M- 1 e um isomorfismo, então


1 2
g oh: M- 1 também o e.
2 1
59

11.5 MÕDULOS LIVRES

Dado um anel A, notaremos por A(I) o conjunto de


todas as famílias quase-nulas (À.). 1 onde À. e A, "'i E I.
I 1 1E 1
Note-se que A( ) e uma soma direta EB A.1 onde cada soman-
do e
igual a A. iEI

Definição 11.5. 1. Seja {x.}.EI uma família de e


1 1 -
lementos de um A-modulo M. Diz-se que um elemento x EM e
uma combinação l inear dos elementos da família, se existe
(À.).E EA(I) tal que:
1 1 1 .
x = l Lx.
1 1
. iEI
A soma acima estâ bem definida, pois só um núme-
ro finito de somandos e diferente de zero.
Dado um subconjunto S de M, o leitor poderá veri
ficar facilmente que o submodulo gerado por Se, precisa-
mente,. o conjunto de todas as combinações lineares de el~
mentos de S. Em particular, se um A-modulo finitamen Me
te gerado, existe uma família {x , ... , xn} de elementos
1
de M tal que todo outro xE M ê da forma x = 2 1
.x.
1
com À. e A l" i" n. i=l
1

Definição 11.5.2. Uma família· {xi}iEI de ele-


mentos de um A-modulo M diz-se UneaJunen:te lndependen:te
ou Uv1r.e se para toda C\)iEieA(l) tem-se que:
l À. x.
1 1
· = O implica Ài =' O para todo i E I.
iEI

Definição 11 .5.3. Uma família {xi}iEI de ele-


mentos de um A-modulo M diz-se uma ba..6e de M se ê uma fa-
mília linearmente independente e 1era todo M.
60

Uma verificação simples mostra que, se {xi}iEI


e uma base de um A-módulo M, então:
M = EB A. x. = EB (x. ) •
iEI 1. iEI .1.

EXEMPLOS

1) Todo espaço vetorial sobre um corpo K e um K-mÓdulo li -


vre.

2) Se A e
um anel com unidade, o A-módulo AA e livre e o
-
conjunto {1} e uma base. :;,

É fácil ver que qualquer conjunto de AA com mais


de um elemento não pode ser linearmente independente. De
fato, consideremos uma família X C.AA com mais de um ele-
mento. Dados a, bEX, a combinação linear b.a+ (-a),b =O
e -a, b E A não são ambos nulos.
Resulta assim que as bases do A-modulo AA sô po-
dem ser conjuntos unitários, da forma {u} com u E A. Dei
xamos a cargo do leitor provar que um conjuntoo daquela
forma ê uma base, se e somente se, ué um elemento inver-
sível de A.
Como corolário resulta que as Únicas bases do Z-
-mÕdulo z são {1} e {-1}.
2

3) Um ideal à esquerda Ol de um anel A é um A-módulo li-


vre, se e somente se, (TI. é principal e um gerador CL de
Ol e tal qµe Anl(a) = O. (Verifique!)

4) No 2-mÕdulo 26)2, o conjunto {e , e }, onde e = (1,0),


1 2 1
e
2 = (O, 1), é uma base.
Mais geralmente, dado um anel A consideremos a
soma direta A(l). Indicaremos por ek o elemento
e = (x.) .E~ onde x. = 1 e x. = O se i f k.
k l.l.l. l{ l.
61

A família {e} · é uma base de A(I), chamada a


sua ba.6e c.anôn-ic.a.. k .kE.I

O leitor pode ser levado a pensar que os módulos


livres comportam-se de forma análoga aos espaços veto-
riais, o que nem sempre é verdade. A a seguir damos al-
guns contraexemplos para mostrar que certas propriedades,
que intuitivamente podem parecer verdadeiras são, em ge-
ral~ falsas.

CONTRA EXEMPLOS

1) Em geral não ê verdade que todo subconjunto linearmen-


te independente, de um mÕdulo livre, possa ser amplia-
do a uma base.
De fato, o Z-môdulo zZ ê livre e o conjunto {2}
é linearmente independente. No entanto, não ê base
nem pode ser ampliado a uma base pois, do exemplo e a-
cima, todo conjunto com dois ou mais elementos, ê li-
nearmente dep.endente. ·

2) Também ê falso, em geral, que todo conjunto gerador


contém uma base. _ Novamente, =m zZ ê_fâcil ver que o
conjunto {2, 3} e gerador e nao contem uma base.

3) Se, numa família de elementos {x.}.&I de um A-modulo


M, um deles ê combinação linear ào~ outros, a família
não ê livre. Para espaços vetoriais a recíproca ê ver
dadeira, no entanto, em geral não é válida para · mÕdu=
los.
Basta considerar novamente a família {2, 3}€zZ
que não ê livre e onde nenhum dois elementos ê múlti-
pl~ inteiro do outro.

4) Nem sempre um submÕdulo de um módulo livre ê livre.


62

., · Consideremos o anel dos inteiros módulo 6,


J6 = {Õ, 1, 2, 3, 4, 5}. Como mÕdul~ sobre si_me!mo_ê
livre (ver exemplo 2) mais o J6-submodulo H = {O, 2, 4}
•não ê, •pois todo subconjunto unitário de H ê linearmen
.· te dependente.
. Um outro contraexemplo desta situação ê o seguiu
te~. O anel K[X, Y] considerado como .inódulo sobre si
mesmo ê livre. O ideal ã esquerda gerado por {X, Y}
considerado como K[X, Y]-módulo não ê livre. Se for,
devia ser principal, o que não ê verdade. (Veja o e-
xercício 3 da seção I.3).

5) Seja M um A-módulo livre e S~M um submÕdulo, támbêm


livre. Nem sempre ê verdade que o número de elementos
de uma base de Sê menor que o número de elementos de
uma base de M.
Consideremos o Z-môdulo ZEBZ e o submÕdulo S ge-
rado pelos elementos = (1, 1) e d2 = (-1, 1). É

1 2 i
fácil verificar que S ZEBZ (por exemplo e1, ezt;.S),
e {e ; e } ê base de Z Z e {d , d } ê base de S.
1 2

6) Também não ê válido, em geral, que duas bases de um


mesmo A-módulo livre M tenham a mesma cardinalidade.
Demonstraremos mais adiante (seção III-2) que tal coi-
sa ê válida se o anel A ê de integridade; no entanto
pode-se demonstrar que esse resultado ê vâlido p~ra u~
anel comutativo com unidade. Por causa disso, nao e
fácil dar contraexemplos elementares, porêm o leitor
interessado poderá consultar Bourbaki [3] § 1, exercí-
cio 16.

Proposição 11.5. 1. Sejam M, NA-módulos. Supo-


nhamos M livre, e seja X= {xi}iEI uma base de M. Dada
uma função f: X~ N sempre ê possível estender f a um A-
-homomorfismo f: M ~ N (isto ê, construir um A-homomor-
fismo f: M ~ N tal que f restringido a X coincida com f).
Tal homomorfismo ê Único.
63

Demonstração

Como X e base de M, todo elemento me M pode-se


escrever de uma Única maneira na forma m = l À.x. com
1 1
(À. ) . I E A(I) • ie I
l. i.E
Definimos então f(m) = l À.f(x.)
1 1
iEI

Agora e fácil verificar que f e um


- A-homomorfis
mo nas condições requeridas.

Corolário. Se Me um A-módulo com base


X= {x.}. I' então Me isomorfo a A(I).
l. l.E

Demonstração. Basta definir f: X+ A(I) por


f (xi.) ~ ei. Vi e I (ond= 7i e o elemento correspondente
ao 1.nd1.ce 1. na base canon1.ca de A(I)) e considerar a Úni-
ca extensao f: M + A(I) obtida na proposição anterior.
Resulta, trivialmente, que f e um A-isomorfis-
mo.

Proposição 11 .5.2. Se f: M + N e um isomorfis


mo de A-módulos e Me livre, então N tambem o e.

Demonstração. Basta verificar que, se {xi}ieI e


base de M, então {f(xi)_}iEI e base de N.

Proposição 11 ,5.3. Todo A-módulo M ê isomorfo a


um quociente de um A-modulo livre.

Demonstração. Seja M um A-modulo e {xi}ieI um


conjunto de geradores de M (Note~se que, dado um módulo
M, sempre ê possível determinar um conjunto de geradores
de M; pelo menos o próprio Moê).
Definindo f: A(I) + M por f(e.) = x. v'iEI e
1
extendendo a um A-homomorfismo f: A(I) + M ~esulta fa-
cilmente que fé epimorfismo, log6: M; A(I)/Ker(f).
64

Note-se que da proposição acima segue que nem


sempre quociente de um A-módulo livre é livre.

Proposição 11.5.4. Seja L um A-módulo livre. D~


dos dois A-módulos M, N, um epimorfismo f: M-+ N e um ho-
momorfismo g: L-+ N sempre existe um homomorfismo g:L-+ M
tal que f o g = g.
Em outras palavras, dado o diagrama com traços
contínuos abaixo, sempre existe g, que faz com que o dia-
grama completo seja comutativo:

- /1
;,/
L
g
M#" f N----+ O.

Demonstração. Seja {xi}iEI uma base de L. Cal-


culamos Yi = g (xi) \fi E I. Como f e
um epimorfismo, e-
xistem elementos m. EM tais que f (m.) = y., \fi E I.
l. l. l.
Definindo gl sobre a base por g 1 (xi) = mi \fi E I
e extendendo a um A-homomorfismo g:L-+ M resulta imedia-
tamente que f o g = g.

Proposição 11.5 . 5, Seja L um A-módulo livre e


f: M -+ L um epimorfismo de A-módulos . Então M-;Ker (f)EBL

Demonstração. Consideremos o diagra:

A,

i ,/f L
h/.1 11
o-Ker(f)-M-L-O

Como L e livre, da proposição anterior, ~xiste


h: L -+ M tal que f oh = 11 . Agora basta usar a proposi_
ção II.4, 7,
65

Corolârio 1. Dada uma sequencia exata de A-mÔdu


los: f g
o-M:--N-L-o,
se Lê livre, a sequência cinde.
Demonstração. Exercício.

Corolário 2. Seja N um submÔdulo de um A-môdulo


livre M, tal que o quociente M/N também ê livre. Então
·N ê um somando direto de M e os seus suplementares -
sao
submÔdulos livres.

Demonstração. Basta considerar a sequencia exa-


ta:
O~N J.M ..Í.M/N·- o
Do corolârio acima e a proposição II.4.7 vem que existe
N' tal que: M = NEf,N'.
Todo suplementar de Nê isomorfo a M/N e, portanto,livre.

EXERC!CIOS

1) i) Provar que, se M é um A-módulo livre, para todos aE A e


m EM tais que a ·;, o, m /, O tem-se que a.m # o.

ii) Verificar que o Z-mÓdulo Q tem a propriedade acima mas nao


é livre .

2) i) Provar que se {YdieI é uma familia de A-módulos livres


' , ,
então (B M. e livre. O produto lT M. e livre?
l.
iEI l. iEI
,
ii) Dar um exemplo para mostrar que, seN e, um submÓdulo li-
vre de um A-módulo livre M, nem sempre e verdade que M/N é
livre.

3) i) Provar que nao existem Z-isomorfismos f .: zz-Q ..


66

ii) Provar que não existem epimorfismos de Q sobre Z-mÓdulos li-


vres, não nulos.

4) Seja A um domínio de integridade e K o seu corpo de quocientes.


Mostrar que K é um A-módulo e qu~ um submÓdulo de K é livre,
se e somente se, é cfclico.

5) i) Provar que os elementos


1
b= (x 1 ,y 1 ), b2 = (x2 ,y2 ) formam
uma base de Z@ z, se e somente se, x y -y x = ,:1.
1 2 1 2
ii) Provar que o conjunto {Cx , y )j pode-se estender a uma ba-
1 1
se de Z EB z, se e somente se, x e y são relativamente
1 1
primos.

iii) Provar que a condição acima também é necessária e suficien-


te para que Z.(x ,y ) seja somando direto.
1 1

6) Mostrar que nem sempre um somando direto de um A-módulo livre e'


livre.
(Sugestão: Tomar A = ZEBZ (soma direta de anéis) e considerar
o A-módulo livre AA).
CAPITULO III

MÕDULOS SOBRE DOM!NIOS PRINCIPAIS

A teoria ate aqui desenvolvida não fez hipÕtese


sobre o ·anel de escalares A dos mÕdulos considerados. An
tes de estudar outras noções gerais vamos dedicar este c-;:
pÍtulo ao caso em que o anel A e um domínio principal e-;
particularmente, ao estudo dos mÕdulos finitamente gera-
dos sobre A.
Neste caso, mostraremos que todo mÕdulo finita-
mente gerado sobre um domínio principal pode ser expresso
como soma direta de submÕdulos, em certo sentido bem co-
nhecidos. Este resultado tem aplicações importantes - por
exemplo em teoria de grupos e âlgebra linear..,. que darão
ao leitor uma ideia da importância da teoria como ferra-
menta em outras âreas.

III.l. DOM!NIOS PRINCIPAIS

O objetivo desta seção e estabelecer algumas das


propriedades mais importantes dos domínios principais,que
serão utilizadas no resto do capítulo. Como o leitor jâ
deve estar t"amiliarizado com estas noções, muitas das de-
monstrações serão deixadas como exercício. Uma discussão
bem mais detalhada sobre estes assuntos, assim como uma
grande variedade de exemplos pode-se achar no livro do
prof. L.H. Jacy Monteiro [10] cap. VII. Em toda esta se-
ção A indicará um anel de integridade. . ·
l
68

Definição 1 1 1. 1. l. Dados dois elementos a, b (:' A,


diz-se que a d-i_v,i,de_ b se existe c e A tal que c. a == b.
Neste caso escreveremos aJb. -Para indicar que a não di-
vide b, utilizaremos o símbolo a} b.

· Definição 111. l.2; Dois elementos a, bEA dizem


-se a/2~9uado~ se ajb e bja. Para indicar que a ê asso-
ciado a b escreveremos a - b.
É fácil verificar que a relação acima é de equi-
valência.
Indicando por U(A) o conjunto de todos os elemen
tos inversíveis do anel A vem facilmente q-qe dois elemen-=-
tos a, b E A são associados, se e somente se, existe
u E U(A) tal que b = ua. Logo, o conjunto dos associados
de um elemento a E A é a. U(A).

EXEMPLOS

1) No anel Z dos números inteiros tem-se que U(Z) = {1,-1}


Logo, dado a e Z o conjunto dos as saciados de a é
{a, -::i}.

2) No anel Z[iJ = {a+bi I a, beZ} (chamado an.e.f dM in


;.. - .
tu~o~ de_ GaM~) o conjunto dos elementos inversiveis
ê: U(Z[i]) = {l, -1, i, -i} logo, dado aeZ[i] os
seus associados são {a, -a, ia, -ia}.

3) Se K é um corpo, no anel K[X] o conjunto dos elementos


inversíveis ê U(K[x]) = foEK I a;l:O}. Dado um poli-
nômio f E K[X] o conjunto dos seus associados ê
{af j a E K, a t= O}.

Se UEU(A), é fácil verificar que u é 4m divi-·


sor de todo elemento do anel A. Por esta razão, vamos ex
cluir sistematicamente os elementos inversíveis de A ao
estudar propriedades da divisibilidade.
69

Dado: um eleme.n to a EA · t.odo elemento de U(A) e


todo associado de a; · i.e., todo elemento de a~U(A), ê um
divisor de A·. Estes elementos serão chamàdos · .divL6oJtu
hnpll.Ô~o.6 de a. Todo outro divisor de a diz- se um div.l-
.60/t pll.ÔptrÁ..O de . a • . Ç} C(?njunto dos divisores prÕprios de a
se indicará ·por P (a).

Defíniç;o 111.1~3. -
Um elemento nao nulo _·a EA .
diz-se ,ÚrJc.edu.tlvd ge:
i:~ a f! U (A) ·
ii) P (a) = 0.
·Um elemento nao nulo a E.A diz:..se Jtedtd:Zvd · se:
i) ·a-U(A)
ii) P(a) F 0.

Note~se que, da definição, um elemento não nulo


aeA ê irredutível, ·-se e somente se, - a= b.c . implica
b EU (A)' · ou c E_U (A)..

. Definição 1 1 1 • 1 • 4 ~ -
Um elemento nao nulo aEA
diz-se ptumo se: ·
i) aftU(a)
ii) ·alb.c implica ai b ou ~j c. ·
Um simples argumento de indução mostra que se a
é primo e divide um produto
n
.lf a 1;
i=l
entao ala. para algum i.
1

Pode-se ·provar que


.... .todo
. ele~ento · primo ê irredu-
tível mas _nem sempre a reciproca e verdadeira • . (Veja · os ·
exercícios 2 e 3 desta seção),

Def i n.i ção 1 1 1. 1. 4·. · Um anel d~ int~gridade A diz


-se um·anel óa:to!Úai. ou um doml.nlo de óa:to!Úza.ç,ã.o únlc.a.
se as seguintes condições estivérem verificadas:
70

i) Para todo aEA, atU(A)U {O}, existem elementos irre


t
dutíveis {p.} /./ em.A tais que a= lfp ..
l. 1-s:.-1.-s:.-t
i=l l.
ii) Dadas duas famílias de elementos irredutiveis de A,
t s
{p 1.} 1./1."/t e tais que:. lf"p. = 1f q. en-
{q.} 1/.& ,
""' ... J ... J ... s
i=l l. j =l J
tao t =se existe uma permutação cr de [1, 2, ... , t]
tal que pi - qcr(i), l~i~t.
Estabeleceremos a seguir algumas relações entre
ideais e divisibilidade.

Proposição 111.1.1. Dad·os a, b EA vale:


i) (a) =A, se e somente se, aEU(a)
ii) (a) e (b), se e somente se, • b Ia
iii) (a) = (b), se e somente se, a - b

Demonstração. Exercício.

Proposição li 1. 1.2. Um ideal (a) de um domínio


principal A ê maximal, se e somente se, a ê um elemento
irredutível de A.

úemonstração. Exercício.

Definição 111. 1.5. Um ideal fJl. de um anel A diz


. -se um ideal plUmo se a. bE 0T. implica que aEOZ ou bEOZ •
Equivalentemente, fJl. ê um ideal primo se at Ol e
b~ Ql. implicam que a. b ,j (Jl .

PropOsição 111.1.3. Dado aEA, o ideal (a) f A


ê.um ideal primo de A, se e somente se, a ê um elemento
primo de A.

Demonstração. Exercício.
71

Léma • . Um ideal ot. f. A de um _anel A ê um . ideal


pri.mo_, . se e somente se, o anel quociente A/Ql. um anel · e
de .integridade.

. . Demonstração. Suponhamos que A/fll. seja um · anel


de · integr_idade ~ . Dados_ . a_~_fll • btOZ em A temos q~e as
classes a +(ll e b +Ql. . sao nao nulas. Como A/(Jl. · e de inte
gridade (a +tR.). (b +Ol.) := ab +Ol não ê a c·lass~ nula, i.e·.~
a~fr! Ol. ·. . .
A recíproca demonstra-se em forma análoga. ·

Proposição li 1. 1.4. Um elemento a de úm domí-


nio principal A e
irredutível·, . se é somente se, . primo. e
Demonstração . .
. Jã tÍrihamos observado que, em gerai', em.um domí-
nio de integri.dade, todo elemento primo _ê irréduti~el.
- . . ~ .
Se aEA e 1rredut1vel, da propos1çao III.1.2,
. . . -
(a) e
maximal, logo A/(a) ê u'm corpo,e, portanto, um dom!
nio de int~~ridade. · · · · · · -
A tese. resulta agora, imediatamente, do lema aci
ma e a próposiçio III.1.3. · . ·

Proposição 111.1.5. Seja A um domínio principal


e
. . m1 COI C •• •C(Ã COl.
-2 . .n . n+l
C •••

uma c.adela. Mc.e.~de.nte d~ ideais· de ·A • .. Então, e x iste


n EN tal que, para to_do n ~ n tem-se que Oln =:= {J/ •
0 0 0
. O
(Quando isto· acontece diz-se que a cadeia t~i-
na ou qu~ e. ~:tà.c1.onâlúa.) •
O conjunto . Ol. :a: LJ Ol · ê um ideal ·
Demons_tração.
· n ·e N °
de A (prove? ) ·portanto, da forma Ol = (a). Obviamente
OZcCJl, . v'n.EN.
n
72

Agora, o elemento a deve pertencer a um dos i-


deais da cadeia, Ql.n . Então Ol. = (a)CDln e (Jl. =Ql.n . Pa
o o o
ra todo outro n, n temos Ol. e OZ. e m e resulta a
o n n -"'n
igualdade. o o

Teorema 111. 1. 1. Todo domínio principal ê um a-


nel fatorial.

Demonstração

Mostraremos inicialmente que, se a E A não per-


tence a U (A) U {O} então tem algum divisor irredutível.
Se a ê irredutível a afirmação ê verdadeira.
Em caso contrário podemos escrever a= b.c, onde b, c ~
U (A) V {O} e certamente (a)~ (b). Se b não ê irredutível
podemos repetir o processo e obter uma cadeia (a)~ (b) i
(b1), A proposição anterior mostra que o processo deve
terminar apôs um número finito de passos:
(a)~ (b) ~ (b )
1 i ... i(bn)
e b deve ser um divisor irredutível de a, que notaremos
n
P1 •
Agora
a= p .a
1 1
Se a1 ê irredutível a expressão acima ê uma de-
composição de a em produto de fatores irredutíveis. Em ca
so co~trãrio_repeti~d~ o processo teremos: a= p .p .a -
1 2 2
e, apos um numero f1n1to de passoa a= p 1 .p 2 ... pn-lªn-lº

Como (a) i (a )
1
j ... i(an_ 1 ) para algum Índice
o processo deve terminar e an-1 ·= pn ser um elemento ir-
redutível. Achamos assim uma decomposição a =p .p •• ·Pn
1 2
em fatores irredutíveis para a.
Para provar que também se verifica a condição
ii) da definição II.1.4. procederemos por indução em t.
Se t = 1 temos p = p ... q e, da proposição
III. 1.4. pjqi para algum . 1· como s qi e- 1rre
1. . dut1ve
~ 1 se-
gue que p - qi e s = 1. Supomos então a propriedade va
73 .

lida para t-1 fator_e s no primeiro membro e seja


t s
"ffp.=líq.
1
i•l j=l J
Como antes, pode-se provar que Pl - qh- para a.!_
gum h, logo existe uEU(A) tal que qh = u.p 1 e cance-
lando temos: t
1f p.1 = u. lf q.
i=2 j,'h J
No primeiro membro temos agora t-1 fatores e, u-
sando a hipÕtese de indução, resulta imediatamente a te-
se.

Note-se que a primeira parte da demonstração aci


ma usa implicitamente o axioma da escolha. Pode-se ver
uma demonstração diferente em [10].
Num anel de integridade pode-se introduzir a no-
çào de máximo divisor comum.

Definição 111.1.6. Dados dois elementos a,be_A,


um elemento d"EA diz-se um mâu.mo <ÍÁ.VÁÃO!t c.omum de a e
b se verifica as seguintes condições:
i) dia e dlb
ii) se d' la e d' Ih entao d' ld,

Pode-se verificar facilmente que se d e d' -


sao
dois mâximos divisores comuns de a e b então d e d'
... sao
...
associados e, reciprocamente, todo associado a d e um ma-
ximo divisor comum de a e b. Fazendo um abuso de lingua-
gem notaremos d= m.d.c.(a, b) para indicar que dê um
dos máximos divisores comuns de a e b. Frequentemente
não será necessário distinguir entre d e os seus associa-
dos.
Se, num anel A para todo par de elementos a, b
A existe algum máximo divisor comum diz-se que A ê um
a.nel c.om má.uma d1.vÃÃ01t c.omum.

'
74

Definição 111.1. 7, Um elemento mEA diz-se


e
um
mZrúmo muLtlplo c.omum dos elementos a, bEA se:
i) ajm e bjm
ii) se alm' e bjm' entao mim'.
Mais um~ vez, sem' e
outro mínimo múltiplo co-
~
mum de a e b entao m - m' e todo associado de m é um mi
nimo múltiplo comum de a e b.
Usaremos a notação m = m.m.c.(a, b) no mesmo
sentido que a notação para mâximo divisor comum.
' ...
Ainda, A·dit-'Sé uin anel. c.om m1nÁmo miiUJ..plo c.o-
mum se, para todo par de elementos a, b EA existe algum
mínimo múltiplo comum de a e b.
É fâcil provar que todo anel fatorial um anel e
com m.d.c. e m.m.c. De fato, dados a, b EA podemos es-
crever:

onde u, u I EU (A) e eventualmente alg~ns dos expoentes


- zero. (Verifique!). Tem-se, entao:
sao
Y1
m.d.c.(a,b) = P1 Yt onde y 1. = min(cx.., S.1 ) 1~ i" t
•. •Pt 1

ô1 ôt onde ô. = max(cx.. ,8.) l-'i"t


m. m. e. (a,b) = P1 •. •P
t 1 1 1

Proposição li 1. 1.6. (Teorema de Bezout) Seja A


um domínio principal. Se d e
um mãximo divisor comum de
a, b E A existem elementos r, se A tais que d = ra + sb.

Demonstração

O ideal (a)+ (b) e


principal, e pode-se mostrar
facilmente que (d)= (a)+ (b). Logo d E(a) + (b) e se
escreve na forma d= r.a + s.b com r, sEA.
75

De um modo análogo pode-se provar que, se


m = m.m.c. (a,b), então (m) = (a) /l (b).

Definição 111. 1.8. Seja A um anel com mâximo di


visor comum. Dois elementos a, b E: A dizem-se Jttla.ü.vamen
.te. plli.ma.6 se 1 E A ê um máximo divisor comum de a e b. -

Proposição 111 .1:7, Seja A um domínio principal


e a, b e A dois elementos relativamente primos. Então:
A/ (a .. b) ;; A/ (a)E9A/ (b) (isomorfismo de anéis)

Demonstr~ção. A prova ê apenas uma adaptação da


dada no exemplo final da seção II.3.

Definição 111.1,9, Um anel de integridade A diz


-se e.uc.U.cüa.na se existe uma aplicação ô:A-{O}-+ Z tal
que:
i)ô(a)~O paratodo aEA-{O}
ii) Para todo par de elementos a, b e A, com b F O, exis-
tem q, rE.A tais que a = bq + r e r = O ou
ô(r)<ô(b).

Exemplos de aneis euclidianos bem conhecidos do


leitor são: o anel Z dos números inteiros, onde a função
ô é dada por ô(z) = jzj e o anel K[x] dos polinômios com
coeficientes num corpo K, onde ô ê a função que a cada p~
linÔmio não nulo associa o seu grau.
Pode-se provar facilmente que todo anel euclidi_!
no ê principal. A demonstração ê anâloga ã dada para o
anel Z (veja a seção I.~).
76

EXERC!CIOS

1) Seja A um anel de integridade.


i) Provar que a relação 0
é associado a" e uma relação de equi-
valência.
ii) Indicando por a a classe de um elemento a no conjunto quo-
ciente A/,.., mostre que a relação alb ~ alb está bem de
finida e é uma ordem parcial em A/,._,
,
iii) Defina elemento irredutível em A/,.., e prove que , se A e
um anel fatorial, todo elemento de A/,.., se escreve de modo
Único como produto de irredutiveis.

,
2) i) Provar que, num anel fatorial, todo elemento irredutivel e
primo.
ii) Seja A um anel onde está verificada a condição i) da defi-
nição III.1.4. e onde todo elemento irredutível é primo.
Provar que A é fatorial.

3) Seja Z [ iV5 J = { a + b i V5 1 a, b E Z}. Com as operaçoes de soma


e produto induzidas por C, Z [i v's'J é um anel. Provar que:
i) U(Z(i'V5J) = { l_, -1}
ii) 3, 2+iV5, 2-iV5 sao elementos irredutíveis em Z (i V5 J
iii) 3 não é primo em Z[iVSJ, que nao e, portanto, um anel fa-
torial.
(Sugestão: usar as propriedades da norma dos numeros compl!
xos e que 3 .3 = (2 + iv'5')(2 - i-v§")).

4) Seja .A _UII! anel com máximo divisor comum. Provar que:


i) Se p é irredutÍv.el em A e Pta -
, então p e a sao relati-
vamente primos.
ii) Se d= m.d.c.(a, b), então• dx = m.d.c.(ax, bx), 'efxEA
· iii) Dados a, b, c EA, se a I bc e a é primo com b enbão
a I c.

5) Seja A um anel de integridade, a, b EA, d m~d. e. (a, b) e


m = m.m c.(a, b). Provar .que a.b,..,, m.d.
77

6) Provar que, num anel_ de integridade, as seguintes condições sao


equivalentes:
i) A é um anel com m.m.c.
ii) Intersecção de ideais principais é principal.

7) Seja A= Z(Xl. Provar que:


i) O ideal A.2 + A.X é maximal mas nao é principal.
ii) Os elementos 2 e X são relativamente primos, mas nao exis-
tem r, se Z[XJ tais que r.2 + s.x = 1.
iii) X é irredutível em A, mas A.X não é maximal.

8) Existem anéis de integridade que nao contém nenhum elemento ir-


redutível?

9) Determinar qu~is dos seguintes elementos são irredut:f.veis em


Z[-v'2'J = {a+ bV2' 1 a, b~ Z}, com as operações induzidas por
R: ~ , 1 +~, 3 + 2 ~ .

10) Expressar 1 + 2iv'2' como produto. de elementos irredutlveis de


Zli~J.

11) Seja p um inteiro primo. Indicamos por A o conjunto:


p
Ap = {a/b I a, b1:Z, pfb}
A com as operações induzidas por Q é um anel de integr ...d ade.
p
i) Provar que U(A ) =
p
{a/b 1 a, bE:Z, pTa, ptb}
ii) Dar exemplos de elementos irredutíveis de A •
p
iii) Provar que todo ideal de Ap é principal. . (Sugestão: todo
elemento de Ap se escreve na forma
-t a
com
X=P •b e °'~z.
Tomar como gerador de um ideal de A o elemento com°'
p
mi-
nimo):
,
iv) Provar que o conjunto de ideais de A e totalmente ordena
do por inclusão.
p .-
v) Provar diretamente que toda cadeia ascendente de ideais
de A é estacionária.
p

'
78

12) Provar o •teorema do resto chines• i Sejam a1,'... •ªn inteiros


relativamente primos dois a dois, oe1 , ... ,°'n naturais e
x , •.• ,xn inteiros quaisquer. Então o sistema de congruências
1
x = x.l.
(mod a~i)
l.
1~ i~n
n
admite solução em Z , que é Única mÓdulo a = ,lir "'-·l.
ª·
i=l l.

l~) Provar que um anel de integridade A é principal, se e somente


se, todo submÓdulo de um A-módulo cfclico é cfclico.

III.~ MÕDULOS SOBRE UM DOM!NIO DE INTEGRIDADE

O objetivo deste capítulo e


estudar módulos so-
bre aneis principais. Porém, vãrios resultados importan-
tes são validos supondo apenas que o anel de coeficientes
ê d= integridade. Tais resultados serao estudados nesta
seçao.
Começaremos mostrando que para módulos livres va
lem propriedades análogas as conhecidas para espaços veto
riais.

Proposiçio 111 .2.1. Seja A um anel de integrida


de, M um A-módulo, {x. } ~ ' L um conjunto linearmente ind!:_
1 1~l~n
pendente de elementos de Me {y.} / . r um conjunto gera-
J 1~J'<tm
dor. Então, n -' m.

Demonstraçio

Como o conjunto {y.} /./ ê gerador, cada x. po~


J 1~J---m 1
de-se escrever na forma:
m
x. =
1
l a .. y.
j =l 1J J
com a .. E.A
1J
79

n
Na expressão
. l 1 1
r ·.Lx.
1=
= O [i] substituindo cada

x. pela sua expressão acima temos:


1
n m m n .
O= l 1.( l
a .. )y. = l (l l.a .• )y.
1J
i=l l j=l lJ J j=l i=l l J

Consideremos entao o sistema de equaçoes: -


n
2
A.a .. = o i"j"n [ii]
~=1 1 lJ

Claramente, se o sistema [ii] admite uma solução


não trivial 0,. 1 , . ... , ln), em [ i] result~rã que o conjun-
to {x.} . não ê linearmente independente, contra a hi
1 1~1~n
pÔtese.
Mos traremos, para concluir, que se n > m .. o sis-
tema [ii] admite uma solução não trivial; de onde resulta
a tese.
O sistema [ii] pode ~er interpretado como um si!_
tema, cujos coeficientes pertencem ao corpo de quocientes
de A, que notaremos por K. Se n > m, como o sistema tem
m equações e n incógnitas existirá uma solução não tri-
vial · ·
(a /b , ••• , a /b ) em K, onde a . , b. E.A e b. ,f= O,
1 1 n -n 1 1 1
1°' i~n.
n
Chamandob = Tfb. ê fãcil verificar que
i=l l
(b.a /b , ••• , b.an/b ) ê uma solução não trivial do sis
1 1 0
tema [ii] em A.

Proposição 111.2.2. Seja A um do~Ínio de inte-


gridade e M um A-môdulo livre, finitamente gerado. Entao,
toda base de M ê finita.

_ Demonstração. Decorre imediatamente da proposi-


çao anterior.
80

Teorema 11 1. 2. l. Seja A um anel de integridade e


M um A-mÕdulo livre, finitamente gerado. Então, todas
as bases de M têm o mesmo número de elementos.

Demonstração. Sejam {x.} /.f , {y.} r., duas


1 1~1~n J 1... J...m
bases de M. Como {x.} . ê um conjunto linearmente in-
1 1°'1,<n
dependente e {y.} ./ um conjunto de geradores, temos
J 1°'J~m
que n, m. Da mesma forma m-' n e resulta a tese.

Definição 111.2. 1. Seja A um anel de integrida-


de e M um A-módulo livre, finitamente gerado. O número
de elementos de qualquer base de M sobre A chama-se o po~
to de M sobre A.
Por convenção tomaremos o posto do mÕdulo nulo
igual a zero.
Vale um análogo para o teorema acima, ainda quan
do as bases de M sobre A não são finitas, o que permite -
estender a noção de posto. A demonstração não ê difícil;
o leitor pode consultar, por exemplo, Azevedo, A. [1] pp.
28-30.
Com os resultados acima pode-se provar facilmen-
te a seguinte:

Proposição Ili .2.3. Seja A um domínio de inte-


gridade. Dois A-módulos livres~ finitamente gerados, M
e N são isomorfos, se, e somente se, posto(M) =posto(N).

Uma proposição similar vale ainda sem a hipótese


de que os módulos sejam finitamente gerados.

Definição 111.2.2. Seja M um A-módulo. Um ele-


mento m EM diz-se UvJt..e. se
Anl(m) = {aE.A I am=O} = (O),

Em caso contrário m diz-se um elemento de toJr..Ç.ão.


81

Em outras palavras, um elemento mE:M ê de tor-


ção, se e somente se, existe a EA, a ,f: O tal que a.m == O.

De.finição 111 .2.3. Um A-mÕdulo M diz-se -0em to~


- se todos
ç.a.o os seus elementos não nulos são livres, õ
módulo M diz-se eom w,u;ão se contêm algum elemento de
t~rçao e d~ to~ç.ão se todos os seus elementos são de tor-
çao.

EXEMPLOS

1) Os espaços vetoriais são mÕdulos sem torçao.

2) Se M é um módulo livre sobre um anel de integridade,


então ê sem torção (Verifique!)

3) Se G ê um grupo abeliano, finito, de ordem n, entao


n.g == O \fg EG. Logo, todo grupo abeliano finito ê um
2-mÕdulo de torção.

4) z@zm ê um 2-môdulo com torçao, mas não e de torçao.

5) Dado um anel A, o A-modulo AA é sem torção~ se e somen


te se, o anel é de integridade.

Proposição 111.2.4.

i) Todo submÔdulo de um mÕdulo sem torção e sem torção.


ii) Produtos diretos e somas diretas de módulos sem tor-
- sao
çao - sem torçao. -
iii) Todo submÔdulo de um módulo de torçao é de torçao.
iv) Todo quociente de um módulo de torçao é de torção.

A demonstração é trivi~l.
82

Proposição 111.2.5. Seja_A um domínio de inte-


gridade e M um A-mÕdulo. O conjunto T(M) de todos os ele
mentas de torção de M ê um ·submÕdulo e o quociente M/T(M)
ê sem torção.
Demonstração. Dados m, m' E T (M) existem a, a' E: A
não nulos tais que am = a'm' = O, Então a.a'# O e
aa'(m+mJ) = O, logo m+m'E T(M). De forma análoga resul-
ta que, se meT(M), a.mET(M) para todo aEA,
Mostraremos agora que M/T(M) ê sem torção. Seja
x x+ T(M)E M/T(M) tal que existe aEA não nulo veri-
=
ficando ax = O. Então ax ET(M) e existe a' E A não nu
lo tal que a'(ax) = (a'a)x = o. Mas a'a :/: O implica que
~ E T (M) e x= O•

Definição 111. 2. 4. Seja A um ·anel de integrida--


de e M um A-mÕdulo~ O submÕdulo T(M) dos elementos de
torçao de M chama-se o JubmÕdulo de toJt..Ç.ao de M.

Com a notação acima, M e sem torção se· T (M) = (O),


com torção se T(M) F O e de torção se T(M) = M.

EXERéTCIOS .- Nesta lista de exercícios, A indicará . sempre um a-


nel de integridade.

1) Notaremos por /n) o A-mÓdulo A EB ••• EB A com n somandos.


Provar que M é um A-módulo livre de posto o, se e·somente se
- (n)
M= A •

2) Seja N um· submÓdulo de um A-módulo M. Provar que T(N) = T(M) íl N.

3) Provar que umà soma direta de mÓdulos de torção é um módulo de


t_orção. Dar· um contra-exemplo para mostrar que um _enunciado si-
milar não é válido, em geral, para produto5 diretos.
83

4) i) Um A-mÓdulo M é cíclico, se e somente se, é isomorfo a um


quociente da forma A/OZ, onde tJl é um ideal à esquerda de
A (Teorema II.1.1., corolário 2). Nestas condições, pro-
var que M é sem torção, se e somente se, A é um anel de in
tegridade e (Jl = (O).
,
ii) Provar que A e um corpo, se e somente se, todo A-módulo e
sem torção.

5) Seja M um A-mÓdulo. Um elemento mE M diz-se DIVISÍVEL por um


escalar o(. E A se existe m•EM tal que m = ~ . m1 • O mÓdul o M
diz-se DIVISÍVEL POR oÇ , se todo elemento de M o é. Finalmente,
M diz-se um MÓDULO DIVISÍVEL se M é divisÍ.Vel por ~, 'vo(,, E A,
"41 o.
Provar que:

i) Se K é o corpo de quocientes de A, então K é um A-módulo


divisível.
, ,
ii) o A-mÓdulo AA e divisÍ vel, .\ se e somente se, A e um corpo.

iii) Se , M e M' sao A-mÓdulos divisíveis, então M + M' também


o e.

iv) Se f: M-N é um homomorfismo de A-mÓdulos e M é divisí-


vel, f(M) também o é. Deduzir que se N não contém elemen-
tos divisíveis o Único homomorfismo f: M-.N é o nulo .
,
v) Se A é um anel de integridade que não é corpo, e K e o seu
corpo de quocientes, não existem A-homomorfismos nr,.o nulos
de K em AA~

vi) Soma direta de divisíveis, é divisível?

vii) Produto direto de divisíveis, é divisível?


viii) Quociente de um divisível, é divisível?
ix) Mostrar que, se 01. é um ideal não nulo de A, ·os elementos
de . A/(Jl nao sao divisíveis pelos escalares de QZ

· x) o anel A é um corpo, se e somente se, existe um A-mÓdulo


finitamente gerado, divisível, não nulo. (Sugestão: dado
M nas condições do enunciado, tomar um conjunto minimal de
geradores (m , m , .•• , mt)' considerar o quociente
1 2
M/(m , ... ,mt) e usar ix)).
2
84

xi) se' M é divisfvel, T(M) é divisfvel.

xii) Dar um contra-exemplo para mostrar que nem sempre um submÓ


dulo de um mÓdulo divislvel é divisivel.

6) Provar que o z-mÓdulo M = Q/Z -EB Q/Z (B Q é divisível, com tor-


·ç ao., Calcular T(M), mostrar que também é divisfvel e provar
que e somando direto de, M- exibindo um dos seus suplementares •
..
III. 3. MÕDULOS FINITAMENTE GERADOS SOBRE DOM!NIOS PRINCI
PAIS

-
Nesta seçao começaremos por obter resultados
mais finos para mÕdulos livres. Logo provaremos que se M
ê finitamente gerado sobre um domínio principal, então po
de escrever-se na forma M = T(M)EBL, onde Lê um mÕdul~
livre.
Isto darã um caminho para obter um teorema de es
trutura para mÕdulos finitamente gerados sobre um domínio
principal.

. Propos·i ção 111. 3. l. Seja A um domínio principal


. e M Wll A-inÕdulo · livre de posto n. Então todo submÕdulo
e
de· M liwrie·,. -de posto menor ou igual a n.

Demonstraç,io~ Faremos a demonstração por indu-


ção em n. Se n. = 1 então M; AA. Como A ê principal,
todos .o s submÕdulos de AA (que são os ideais de A) são li
vres de posto 1, exceto o nulo que, por convenção, ê li::-
vre _de posto?·
Suponhamos agora o resultado válido para todo A-
-mÕdulo-de posto meno·r que n, e seja {v.} . uma base
1 14t14'n
de M sobre A. ·
Todo elemento mEM -.
se escreve de um un1co modo
n
na forma m = l
a. v.,
. 1.'.1 1
com a. €A, 14ti4tn.
l.
A função
1=
85

n f
f: M + A(n) definida por m= l a.v . ......_(ª1'ª2'ººº'ªn)
i=l 1. 1.
é um isomorfismo.
Consideramos entao a função f: M + A definida
n -
por f = pl o f (isto e, m = l a.v . .....!-a )
1
i=l 1. 1.

Dado um submÕdulo N de M podemos definir


fN: N + A por restrição de f.
Na sequência exata: f
i N
O-+ Ker (fN) ----+ N ---+ Im (fN)---+ O

Im(fN) ê um submÕdulo de AA e, portanto, livre. Do coro-


lârio 1 do teorema 11.5.1. a sequência cinde e temos:
N = Im (fN) E9 Ker (fN)
Chamando M ao submÕdulo livre gerado pelos ele-
1
mentos {vi} 2~i~n ê fâcil ver que Ker (fN) e M1 • Como M1 ê
livre de posto n-1, da hipótese de indução vem que
Ker(fN) ê livre de.posto menor ou igual a n-1. Como ainda
Im(fN) ê de posto menor ou igual a 1 resulta que o pró-
prio Nê livre, e posto(N)< n.
'1

Corolário. Seja A um domínio principal. Todo


submÕdulo de um A-mÕdulo finitamente gerado ê finitamente
gerado.

Demonstração.
Seja M um A-mÕdulo e {x.} /.~
i 1~1.~n
uma família de geradores de M. Sabemos que existe um epi
morfismo f: A(n) + M (veja a demonstração da proposição-
II.5.3.).
_ Dado um submõdulo N de M, a sua pré-imagem
1
f (N) é um submÕdulo de A(n); portanto, livre de ~osto ~
menor ou igual a n. Se {vi}l~i~n ê uma base de f- (N), e
fâcil provar que {f(vi)}l<i~n ê um conjunto finito de&,!:.
radores de N.
l
86

A proposição III.3.1. ainda ê válida sem a hipÕ-


tese de posto finito, e pode ser demonstrada usando indu-
ção transfinita. Veja, por exemplo, Bourbaki [4].
j
Proposição 111 .3.2. Se A ê um domínio principal,
todo A-mÕdulo finitamente gerado, sem torção, ê livre.

Demonstração. Seja M um A-módulo sem torção e


{v.} . um conjunto de geradores de M.
l. 1~l.~n
Se {u.} /./ ê uma família linearmente indepen-
J 1~J...,m
dente maximal (cuja existência ê fácil de provar a partir
da proposição III.2.1.) então o conjunto {v.}U {u.} /./
-e dependente, para ca d a 1.,
· 1 ~ 1.· ~ n. 1 J 1""'J..,.m

Existem escalares ªi, bil, .•• , bim EA nao to-


dos nulos, tais que:
m
a.V. +
l. 1.
l b .. u. = O (1~ i ~ n) [i]
j=l l.J J
Em particular, certamente a. f O pois os {u.} :Ç..~
sao linearmente independentes. 1
J 1...,J...,m
Seja então Lo submÔdulo de M gerado pelos
{u.} . . Obviamente, L é livre pois o conjunto de g~
J 1~J~m
radares ê uma base.
A condição [iJ ê .eguivalente .a afirmar que, para
cada 1., 1-(: i ' n, existe algum escalar não nulo ªi, tal
que
a.v. E L l~i~n
l. l.
n
Chamando a = lf
a. temos que a.v. E L para t~
. 1 1. 1.
1.=
do i, l"i~n e como {v.} /.,,, ê um conjunto de gerado-
l. 1...,1....,n
res de M, vem que a.Me L. Então a.M ê um submÕdulo li
vre.
Finalmente, observemos que a função f: M + a.M
definida por f (m) = a.m, 'cfm EM ê um isomorfismo (aqui
se usa o fato de que M ê sem torção), logo M ê livre.
87

Ob~eJtvação. Na proposição acima, a hipótese de


que M seja finitamente gerado sobre A ê essencial. De fa
to, o 2-mÕdulo Q ê sem torção, mas não ê livre .

Teorema 111 .3. l. Seja M um A-módulo finitamente


gerado sobre um domínio principal. Então T(M) ê um soman
do direto de Me se Lê um suplementar de T(M), Lê li-:-
vre.
Demonstràção . Jâ provamos que M/T(M) ê sem tor-
ção. Ainda, sendo um quociente de um módulo finitamente
gerado, ê finitamente gerado. Da proposição anterior,
M/T (M) ê livre. Sejam então i: T (M) + M a inclusão e
j: M + M/T(M) a projeção canônica ao quociente. A se-
quência:
o - T-(M)~M_i.M/T(M)-o
e exata e cinde, logo T(M) = Im(i) ê um somando direto
de M. Claramente, se M = T(M) EB L, temos que L ;M/T(M)
ê um submÕdulo livre.

Teorema 111 .3.2. Seja A um domínio principal e


M um A-mÕdulo finitamente gerado. Se M = T1EBLi onde
T ê de torção e 1 é livre, então r = T(M) e 1 ; L.
1 1 1 1
Demonstração. Se T ê um submÓdulo de torção,eE_
1
tao T C T (M) •Ainda, se x E T (M) podemos escrever
1
x = t + R, com t E T1 e R, E L1. Como x ê um elemento de
torção, existe a EA, não nulo, tal que ax = O. Entãô
at = -a.R,. Com9 -ai E L deve ser de torção re~ul ta
-ai= O, i.e., i = O e x = t _E T1, Portanto Ti= T(M).
Finalmente, L ; M/T = M/T(M); L.
1 1

Na decomposição obtida para M conhecemos jâ a e_!


trutura de L: ê isomorfo a A(n), onde n indica o posto
de L.
Na próxima seção vamos determinar a estrutura
dos módulos de . torção, finitamente gerados, sobre um dom.!_
n10 principal.
88

III.4. MODULOS DE TORÇÃO

Proposição 111.4. l. Seja A um domínio de inte-


gridade. Um A-módulo M finitamente gerado ê de torçao,se
e somente se, Anl(M) F (O).

Demonstração. Se Anl(M) r (O), obviamente M e .


um A-módulo de torçio.
Seja então M de torção e {m.} ~. um conjunto
l. 1"ti<t
de geradores de M. Para cada i, 1" i" t, · existe a.€ A
- i
nao nulo, tal que a.m. = O.
iti
Então a = lf a. r O e, como a.m. = O,
i=l l. i

1 " i -' t, a E. Anl (M) •


Também e muito simples caracterizar os A-módulos
cíclicos de torção sobre um domínio principal:

Proposição 111.4.2. Seja A um domínio principal


Um A-módulo de torção finitamente gerado M ê cíclico, se
e somente se, existem primos {pi}l~i<t de A, dois a dois
não associados, e naturais {ei}l<i~t' tais que:
t e
M ; EB
. 1
A/ (p . i)
i
i=
Demonstração. Suponhamos que M seja cíclico. En
tao Me da forma M; A/(a).

Se el et e uma decomposição em fatores primos


a = pl • • •Pt
de a, da proposição III. 1. 7 vem que
t e,
M ; EB A/ (p . i) .
. 1 i
i=
~ -.
O reciproco e imediato.
89

Para estudar o caso geral, introduzimos as se-


guintes definições:

Oefiinição 111 .4. L Seja "M um módulo sobre um do


mínio primciipal A. Chama-se ~rufio de um elemento m EM
a cada gerador de> ideal Anl-(m,).

Note-se que dois períodos de um mesmo elemento


mEM são, necessariamente, associados. Claramente, . os
períodos de um elemento mE M são não nulos, se e somen-
te se, m ê um elemento de torção.

Definição 111.4.2. Seja A principal e pum ele-


mento irredutível de A. Diz-se que um A-môdulo M ê um
p-mÕdui.o de. :t.olf.Ç.ã.o se para cada mE M existe um natural
n tal que pn.m = O.

Equivalentemente, M ê um p-mÔdulo de torção, se


e somente se, cada um dos seus elementos tem um período,
que ê potência de p.

Definição 111.4.J. Seja M um A-môdulo e a um e-


lemento de A. Chama-se ~ubmÕdui.o anui.ado po~. a ao sub-
conjunto:
M = {m EM
a
I a.m = O}

(Verifique que M ê, efetivamente, um subrnÔdulo de M)


a
Indicaremos por M(p) o submódulo:
M(p) = {mEM I (3 nE N) pn.m = O}

Claramente M(p} ""' UM n


nEN P
O submÕdulo assim definido ê um p-mÕdulo, chamado p-~ubmÉ_
dui.o de. :t.o~ção de. M (Veja o exercício 1 desta seção).
Ob~<ULvação: S~ p E A ê irredutível, Mp admite
urna estrutura de espaço vetorial sobre o corpo A7(p), de-
finindo o produto por escalares por:
90

(a+ (p))m ~ a.m ·(Verifique!)

Mosfraremos em continuação que um mÕdulo de tor-


ção finitamente gerado sobre um domínio principal se ·de-
compõe numa-soma direta de p-mÕdulos de torção; No resto
.desta seção, os anéis considerados s~rão sempre domínios
principais. ·

·Teorema 11 1. 4·• .1. Seja M um k-mÕdulo de torçao e


Anl(M) . = (q). · .Se
r1 .· rt
a = pl •. •P t
-
e uma dec~mp~sição de .a em_produto de .fatores irredutí-
vei_s·, entao:

bemonstr.ação. Par·a cada i, l"i-'t, d·efinimos


. r· .
qi - = lf P/. Então · m.d.c~ (q , ~ ..-· ,qt) = l e existem ele
1
. j,':i . .
mentas Àl, •. :,À.t A · .tais que · À q :+" ••• + Àtqt = 1.
1 1
Para _cada elemento. ' mEM podemos·escrever:
· m=À:qm+.,.+Àqm
_l 1 t t ·
Agora, cada somando .· À;q . m acima -é tal qu~:
. . l. l.
. r• . . . r· . .
p.1.. (À.q.m) = À·. (p. 1 q.)m = x.·am =o, .
l. l. l. . . l l. _l. l. .
.. -,
. ·1 -. e. . .À: q; m. EM (p . )
.. 1.1· . l.
e segue imediatamente qtie:

Par~ provar que a s-oma . ê. direta suponhamos:


rol + . • •• :+ m. = O com algum m. ,': o;
t l.

Para cada Índice j f i existe um natural r!>0 tal que


r! . J
p.J.m. =O.
J J
91

. r!.
Tomando entao q = Tf
p.J, e multiplicando a igualdade . .!!
. : j/i J
cima, vem que q.m. = O com q _r/= O. Logo, para algum r!
. r! · 1 1
natural p. 1 lq, absurdo.
1 ·

.E f âci 1 provar a Únicidade ·. da decomposição de M


acima. Veja o exercício · 2 desta seção. ·
:o teorema anterior ·mostra que, p_ara conhecer a
_estrutura dos mõd:ulos: de . torção -deveremos estudar os p-m~
dulos.

. Proposição: 111.-4.3. Seja M um · p-mÕdulo de tor-


ção, finitamente gerado. Então o id.e al Aril(M) é gerado
por um elemento da· forma Pr, com ~E~; que ê, tambêm, ·p~
rÍOdo de ·algum elemetjt~ de M.

Demonstração. ..,.·.:::t um conjunto


Seja {m:}
1~1"11 .
. 1 .
de .ge-
radares de M. Para . cada i, Anl(tri..)1
ê um ideal princi-
. . . ri . .
pal, -da fornia:. : .Anl(m.)
1
= (p ) 1-' i-' t.
- . r
Tomando r = max {r ,. ·.. ,rt} _e c_laro que p m = O
1 1
para 1 ~ i ~ t e,- consequentemente, (pr) C Anl (M). Se . o
máximo · se próduz para um· índice j, r · ê .um perÍod v de m••
J
Finalmente, .todo elemento de Anl(M) · deve ser da
forma · pS e, se fosse s < m, tér,.;,,se-ia · pS :m. f. O, absur".""
do. Logo (pr) =. Anl (M) • · · J

.· Proposição 1,11.4.4:· Seja M um p-môdulo de tor-


ção, finitamente gerado sobre um anel · A, Anl(M) = (pr)
e m EM um elemento tal que ~nl (m) = (pr). Dada uma
classe y no modulo quociente M = M/A.m; existe um repre-
sent;ante y EM, de y tal que o seu período é igual ao pe-
ríodo de y (i.e., tal que Anl(y) = Anl(y)).

Demonstração. Seja yE M com período ps. (Ve-


rifique que o período ê, necessariamente, . dessa forma!).·
. '
92

E suficiente provar que existe um representante y · de y


tal que ps.y = ~ (Por que?)
Dado· um representante qualquer de y, que chamare
mos Yl; como · ps .y = O, bem que ps •Yl E A.m • . Logo, exis-
te a E A tal que P_s.y =a.m. ·
1
Agora, sempre podemos escrever ci na forma .
a= b.p, t
t onde p . b e t)O, é temos p s .y -b
1
- .p t .m,
[i] . .
s t-r r
Se t ~ r pod emos escrever p .y
1
=p .p .bm =
= O, pois pr E Anl (m) , e .resulta a_ tese.
Se t < r, e
fácil ver que a menor ·p otência de p
que anula o segundo membro de [i] e
pr-t; logo, .o perío-
do de y e ps+r-t . Daqui resulta que s+r-t-' r e s-' L
1
t-s ..·
Definimos então y _= y 1 '."" p .b.m .
Claramente y e ainda um representante de y e:
s
p Y
s .
= P y 1 .-. Ptb,
m
o=
.

Propos ·i ção 111. 4. 5. Seja M = A/ (a) um A-mQdulo


cíclico e p e A . um elemento irredutível. Consideramos
os conjuntos :
M = ·{mEM 1 pm = o} p.M = '{ p~-1 meM}
p
Então:
..
i) Se pja, M = (O) e pM = M
·p
ii) se · P. 1 a, escrevendo a.= p.c tem-se que:
M ;A/(p) e pM ; A/ (c)
. p ..

· Demonstração:

i} Suponhamos qüe pra. S_e j a m EM tal ·q ue ·


p,:_m = O e seja· x+(a) a sua imagem no isomorfismo. En-
tao · p(x+ (a))= O implica que p.xE(a) e a!p.x; lo'.""
go, ajx e · x+ (a)= O~ Portanto ·m = O e MP = . (O) • .
. Para demonstrar que pM -~ M bastará provar que
A/(a) =· p.A/(a). Como pra, m.d.c. (p, a) ·= 1 e exis-
t em Àd.léA tais que Àp+µa=l. Paratodo a.eA
93

tem-se que a= p.Àa. + µaa e a.+ (a)= p.Àa + (a); logo


A/ (a) e p.A/ (a)·.A outra Ín~lusão é trivial.

ii) Se a =.p.c consideramos a função


f: A/(a) ~ p.M definida por: _f(a. ·+ (a)) = p.m, onde m
ê a imagem de no isomorfismo· A/ (a) + M •
. É fácil ver que f está bem definida, ê um epimor
fismo e Ker(f) ~ (c)/(a). ·no teorema do homomorfismo -
vem:
A/(a)
p.M - (c)/ (a) ;; A/ (e)

. Por outro lado!. MP corresponde·. á Ker (f) no iso-


morfismo,. portanto M = (c) /(a). - ·
. ~ -- 1?.· . (c) (c) - A
Ainda, e fac1l-provar que -·- = ------ = - - (v~
ja o exercício 3· de·sta·seção). (a) (p.c) (p)
Logo: M ;; A/ (p).
p
Note-se que¾ admite estrutura de E;Spaço veto-
rial sobre o corpo .A/ (p), e o resultado acima mostra que,
com esta estrutura; ê _de dimensão igual a 1..

· Propos i_ção 11 r. 4. 6. Seja M um p-mÕdulo de t_or~


ção, ·finitamente gerado sobre um domínio principal A. · En
tão, M·é soma direta interna de um numero finito 4e submÕ
dulos cíclicos A.mi l-' i-' t~ cada um dos quais é isomor-
fo a um quociente da forma r·
A/ (p 1 ) , r. EN.
1

Demonstração.

Se M ê· finitamente gerado, Mp também o sera; por


tanto, como espaço vetorial sobre A/(p) ê de dimensao fi
nita. Faremos _a demonstração por indução finita sobre es
sa dimensão.
Se n = O, entao M = (O) (Verifique!) e_ o· enunCÍ_!
doê trivialmente verdadeiro.
Suponhamos então n ~1 . e o enunciado válido pa-
ra dimensões menores.
94

Seja Anl(M) = (pr). Da propesição III.4.i., e-


xiste um elemento m1 EM, cujo período ê preci samente pr.
Consideramos então: ·
M = M/À.m
1
Mostraremos, inicialmente, que a dimensão de M
sobre A(p) ê estritamente menor que n.
De fato, dados
- - -
v , ... , v te. MP, da proposição III.
1
4;4: podemos determinar representantes v , ... ,vtEM com
1
períodos, respectivamente iguais; logo
v.EM, l~i~t.
1 p
~l ~l
Ainda .mEMP, Veremos que {v , ••• vt'p
p .m}
1
ê um conjunto de elementos linearmente independentes so-
bre A/ (p). Suponhamos entã_o :
(a +{p))v + ••• + (at+{p))vt + {a+{p))p r-1m = O, [ i ] •
1 1 1
Tomando classes modulo A.m vem:
1
(al+{p));l + • • • + (at+{p));t = o.
Da independência linear do conjunto {;i}l<i~t
a 1+{p) = = at+{p) = O. Em [i] resulta en-
r-1
(a+ (p))p m = O.
1
Mas (a+{p))p
r-1m = ap
r-1 m , logo
r-1 1 1
ap E Anl (m ),
1
portanto p ri ap r-1 , entao p 1 a e também a+{p) = O.

_ Da hipôtese de indução, podemos concluir· agora


que M ê soma direta de módulos cíclicos:
M= Am.2 EB .•. EB Ams.
e seja mi um representante com o mesmo período que
iiii, 2 ~ i ~ s. Mostraremos, finalmente, que:
M =. Am
1
EB Am2 EB ••• EBAms
95

Dado mEM, a sua classe mEM pode-se escrever


na forma: ffi = a m
2 2
+ ••• + asffis. Então
m - (a 2m2 + ••• + asms)EAm .
1
e existe a E A tal que m = a m + a m + ••• + asms •
1 1 1 2 2
Portanto M ê soma dos submÕdulos - Am., 1~ i~ s.
l.

Para provar que a soma e direta suponhamos:


••• + a m "" O
s s
[ii]
Tomando classes módulo Am vem: iii + • • • + a m = O
a
1 2 2 r· s s
logo ª2m2 = ••• = ªsms = O. Chamando p 1. ao período co

mum de mi e mi vem que p 1.la. 2°'i°'s e a.m. = O,
l. l. l.
2~ i4í'. s.
Em [ii] resulta agora diretamente ªiml = O•

. Resta provar unicamente que os submÔdulos çicli-


cos acima são isomorfos a quocientes da forma A/(pr1.),mas
Anl(mi) = (pri) é o núcleo do epimorfismo f: A~ A.mi
definido por f(a) = cxm., 'f/cxE.A, de onde resulta a tese.
l.

Uma vez provada a existência de uma decomposição


em soma direta, é natural procurar demonstrar a sua unici
dade. Esta resultará do seguinte lema:

Lema. Seja M um p-mÕdulo finitamente gerado, da


forma rl rt
M ;; A/ (p ) E9 . . . E9 A/ (p ),
onde supomos r ~r ~ ••• ;. r t e seja N um submÕdulo de M
1 2
tal que

com Então t~n e r.l. ~ s.l. para cada


i.

Demonstração. Dada uma soma direta M E9M sem


1 2
pre vale que:
r
96

[M EB M2] p
1
= M1 EB Mz p
p
(veja o exercício 6 desta seção)

Usando a propos1.çao III.4.5. [A/(pri)\; A/(p) logo, da


observação acima vem:
M ;;; A/ (p) G) ...
p
EB A/ (p) (t vezes)
N ; A/ (p) G) ...
p
EB A/ (p) (n vezes)
Como Np ê um subespaço vetorial de Mo (considerados como
espaços vetoriais sobre o corpo A/(p)) comparando as di-
mensÕes, vem imediatamente que t , n.
Suponhamos agora que, para alguns Índices,
r. < s. , e seJ a k o menor Índice nestas condições.
1. 1.
Como p(M' G) M") = pM' EB pM" (Verifique!), cha-
- rk - rk
mando M = p ,M e N = p .IN e usando a proposição III.
4.5. temos:

o que contradiz a Erimeira parte da demonstração, pois


-N
ê um submÔdulo de M.

Corolário. A decomposição de um p-mÕdulo finita


mente gerado M em soma direta de A-módulos cíclicos:
-
M = A/ (p
r1
) EB ••• EB A/ (p rt )
com r
1
~ r
2
~ •.• ~r
. --
t > O e un1.ca.

A demonstração ê imediata, a partir do lema.


97

EXERCTCIOS

l) Verifique que M e M(p) sao submÓdulos de M. Se f : M- M e


p p
a homotetia definida por f (m) = p.m, então M Ker(f ).
p p p

2) i) Seja M um A-módulo de torção finitamente gerado, Anl(M)


= (a) e pE A um elemento irredutível. Provar que
M(p) / O, se e somente se, p I a.

ii) Seja M=M E9 ••• E9M =M E9 ••• E9M um A-módulo fi


P1 Pt ql qs
nitamente gerado, os elementos p., q.éA, l(;i~t, l~jlii:s,
l. J
irredutíveis e MP . , M p.-mÓdulos e q.-mÓdulos respecti-
1 q. l. J
J . -
vamente. Provar que t = s e que existe uma permutaçao a
de Cl, 2, ••• , tJ tal que p. rv q_(") e M M
l. u l. pi qcrc i)

3) Seja A um domínio de integridade e a, b E A. Provar que


A.a A
A.(ab) = Ll

4) Seja N um submÓdulo de um A-mÓdulo M. Diz-se que N é um SUB-


MÓDULO PURO de M se para todo xE M e todo o<. ff-: A tais que
°'.
x EN existe y EN tal que oÇ x = y. °'
i) Provar que todo somando direto é um submÓdulo puro.

ii) Provar que se N e um submÓdulo puro de um módulo M sotre


um domínio principal A , então, para todo m 1: M existe
m•EM tal que m + N = m' + N e Anl(m + N) (considerado co
mo elemento do quociente M/N) é igual a Anl(m•).

5) Seja A um domínio principal e N um submÓdulo puro de um A-mó-


dulo M, tal que M/N é soma direta de uma familia !inita de
submÓdulos cíclicos. Provar que N é somando direto da M.

6) Sejam M, N dois A-módulos. Provar que:


i) (M EB N)
p
= M EB N •
p p'
ii) p(MEB N) pM EB pN.
98

III.5. TEOREMAS DE ESTRUTURA

- anteriores, estamos
Com os resultados das seçoes
em condições de enunciar e demonstrar os dois teoremas
fundamentais deste capítulo.

Te.oJt.e.ma. III. 5. L (Te.01t.e.ma. do-6 cU,v.úioJt.e.-6 ele.me.n-


~Me.-6) Seja M um módulo finitamente gerado sobre um domí
nio principal A. Existe um inteiro n ~O; elementos irre
dutíveis p , ..• , psEA e inteiros:
1
r 11 ~ r 12 ~ ••• ~ r lt1 >O
.......................
tais que:
M ;;; ; (n) EB A/ EB
r
(pl 11)

EB ... (f, A/ r t
(p s s s)

r·. 1J 1
°'
Os inteiros n, r .. , 1 j ~ t., 1 ~ i "s, e os ideais
(p. 1J) estão univocamente determinados pelas condições a
,1
cima.
,...
Demonstração. Para provar a existência da de-
composição basta aplicar sucessivamente os resultados das
seções anteriores .
Sabemos que M = T (M) EB L onde L ê um submÕdulo
livre. Se posto(L) = n temos L;;; A(n).

n1 ns
Agora, se a= p 1 ···Ps ê um gerador de
Anl(T(M)), temos: T (M) = T (M) (p l) (B ... E9 T (M) (p s)
99

(onde os pi estão univocamente determinados, a menos de


associados) .
Finalmente, para cada i, 1 °' i °" s, temos:

T (M) (p. ) = A/
1
r. EB •.• EB A/ r.
l. (p.1) (p.1ti)
1 1
com r.1 ;;. • ·•• ~ r 1. t . > O
1
1
e a _decomposição estã univocamente determinada.
Falta provar unicamente a unicidade de n, mas,
se
- (m) m m m
M=A wA/ · r 11 w•••wA/ r st
.(pl ) (ps S)
. - III •3•3•
da proposiçao A(m); L e m = posto(L) = n.

r ..
Definição 111.5. 1. Os elementos p. 1J€A que
l.
aparecem na decomposição de M chamam-se os' <ÜviÃoltU e.le-
me.ntaJLU de M.
Definição 111.5.2. Um A-módulo M diz-se de.comp2_
nl.ve.l se admite uma decomposição em soma direta
M = Nl EB N2
onde N e N são submÕdulos próprios de M.
1 2
Em caso contrario, M diz-se inde.componl.ve.l.

Como consequência imediata do teorema dos diviso


res elementares podemos enunciar o seguinte

Corolá~io 1. Um mÔdulo M finitamente gerado so-


bre um domínio principal A ê indecomponível, se e somente
se, ê livre de posto 1 ou cíclico isomorfo a um quociente
da forma A/ (pr) onde p EA ê irredutível e r ~1.

Demonstração. Exercício.
100

- . . ,.,. . -
Corolario 2. Seja A um domínio principal. Todo
A-modulo finitamente gerado e soma direta de A-modulas in
. -
decomponíveis. ·

Demonstração. Em presença do Corolário i, o enu_!!.


ciado acima e
apenas uma reformulação do teorema III.5.1.

Teorema 111.5.2. (Teorema dos fatores invariantes)


Seja M um módulo finitamente gerado sobre um domínio prin
cipal A. Existe um inteiro nJO e elementos não inversí--
veis q , . . . , q t e A tais que :
1
i) M; A(n) EBA/(q )
1
EB .. , EBA/(qt)
ii) q. jq 2~i~t.
i i-1
O inteiro n e os ideais (q.) estao univoca-
mente determinados pelas condições acima.

Demonstração. Do teorema anterior temos que:


- (n) m r m m r
M =A q;7A/( _ll)w,,,wA/( st)
pi PS s

com:

onde completamos com zeros' onde fÕr necess'ãrio para que


todas as sequências tenham o mesmo comprimento.
ril rft
Agora, e
suficiente escolher qi = P1 ' ' ' ' .pt
e utilizar a proposição III.t.7.

Reciprocamente, a partir de uma decomposição nas


condi)Ões acima, decompondo os q.;l~ i-' t·, em fatores ir-
redutiveis e usando a proposiçãoi III.1,7 obtemos uma de-
composição de M em soma direta nas condiçÕe~ do teorema
anterior. Daqui resulta imediatamente a unicidade do enun
ciado.
. 101

Definição 111 .5.3. Os elementos q. da decomposi-


ção de M acima dizem-se os óa.to~e~ ~nvallÁ.aMeõ de M.

EXERC!CIOS

1) Determinar os divisores elementares e os fato~es invariantes dos


segunintes Z -mÓdulos:
i) z5 e z2 EII zl5
ii) z2 e z e z E11 z
2 4 12 e zla

2} Sejam M, N, P mÓdulos finitamente gerados sobre um domlnio prin


cipal A. Provar que:
i) M 19 M N e N implica M - N
ii) M 9 P Ne P implica M = N.

3) Classificar, a menos de isomorfismos, todos os mÓdulos simples , .


sobre um domlnio principal A. (Veja o exercício 9 da seção II.l)
CAPITULO IV

APLICAÇÕES , DOS TEOREMAS DE ESTRUTURA

IV.l. APLICAÇOES A TEORIA DOS GRUPOS

,.
Jã obsefvamos que todo grupo abeliano pode , ser
considerado um 2-môdulo em forma natural. Como o anel Z
dos números inteiros é um domínio principal, podemos tra-
duzir os resultados do capítulo anterior para obter · infor
mações sobre os grupos abelianos finitamente gerados. -
Lembramos que se G é um grupo abeliano (notado
aditivamente) e g um elemento de G, diz-se que g é de or-
dem finita se existe algum inteiro positivo n tal que
n•g= O. Neste caso chama-se otz.dem de g 'ao número:
O(g)= min{neZjn >O, ng =O}
Em caso contrãrio diz-se que g ê de otz.dem lnól~. Se G
ê um grupo finito, chama-se otz.dem de G ao número de ele-
mento do grupo.

Proposição IV.1. 1.

i) Um grupo abeliano não nulo ê um Z-môdulo sem


torçao, se e somente se, todo elemento ê de ordem infini-
ta.
ii) Se G ê um grupo abeliano sem torção, finita)
mente gerado, então existe um inteiro n ~ 1 tal que G;z n
iii) Um grupo abeliano finitamente gerado é de
torção, se e somente se, ê um grupo finito.
103

Demonstração.
E fâcil ver que o(g) = n, 'se e somente se,
(n) = AuL (g); i) segue imediatamente desta observação.
ii) e uma consequência trivial das proposições III.3.2 e
III.2.3 tomando n =pÔsto de G,
Para obter iii) basta usar o teorema dos diviso-
res elementares: .
- (n) ;, r ·· .,..
G= Z (fJ Z/ ( 11) (fJ ••. (fJ Z/ ( "sts)
P1 PS
observando que, como G ê de torção o primeiro somando e -
zero, e os outros todos finitos. A recíproca trivial. e
Note-se que, na proporção acima, a hipótese de
que G seja finitamente gerado
00
essencial. Por eexemplo
G = tn
~l
Z! (w_·. · e de torção, mas não é tini to.

Definição IV.1,1. Seja G um grupo abeliano.


Para cada primo p EZ chama-se c.omponen.te p-p!ti-
miua de G ao conjunto:
G(p) = {xEG 1 ( 3 n EN), o(x) = pn}
Uti 11.zando o teorema III. 4. l, podemos enunciar:

Proposição ! V. 1. 2 . Sej ! G um grup· finito de or-


dem n. Para cada divisor prim.: p do:: n ,G' p) é um subgrupo
não nulo de G e:

Uma tradução doE teoremas de ~strutura permite


enunciar:

Teorema IV.1.1. Seja G um grupo abeliano finita-


mente gerado. Existe um inteire n~O; primes p , ••• , ps e
1
inteiros:
104

......................
1
n _. •.••..•. ;_,n >O
s1 st
s
tais que:

onde os inteiros n, n . . e os primos p. estao univocarnen-


1J 1
te determinados pelas condições acima.

Teorema IV.1.2. Seja G um grupo abeliano, finita


mente gerado. Existe um inteiro n;;;,.O e inteiros q , ..• ,q~
tais que 1

n, q , ... , qt
Os inteiros estao univocamente
1
determinados pelas condições acima.

Definixão IV.1.2. O inteiro n da proposição aci-


ma chama-se o nwneJLo de Betti e os números q , ••. ,qt os
1
c.oe6,i;cien.:tv.i de tottç,ã.o de G.
Utilizaremos os resultados acima para calcular o
número de grupos abelianos finitos dois a dois nao isomor
fos, de uma ordem dada n.
Para isso, observamos que, se G e um grupo fini-
ª1 ªt
to de ordem n=p •.• pt da proposiçãó IV.1.2 temos:
1

Utilizando a notação !AI para indicar o número de elemen-


tos do conjunto A; como a soma na igualdade anterior di e
reta, ternos
105

t
1e 1 = TT I e (pi> 1
i=l

Como jG(p.)j ê necessariamente uma potência de p. (veja


i i a·
por exemplo [10], capítulo VIII) deve ser !G(p.)j = p.1.
l. l.

Por sua vez, cada subgrupo G(p.) pode se decompor na for-


1.
ma:
G (p.) ;,
l.
Z r. 1
pi l.
EB ... EB Zpi r l." t i e temos:

a. r. r . + •.• +r.
l. 1.t·l. l. 1 1.t·
p. = G(p.) p. = p. 1.
l. l. l. l.

logo ªi = ril + ••••

Introduzimos agora a seguinte definição:

Definição IV. 1. 3. Dado um inteiro n ;i:. 1 chama-se


pa.ll.lição de n a todo conjunto de inteiros {n , ..• ,ns}
1
tal que:
i) n = n 1 + ••• + n
s

Notaremos por P*(n) o número de partições de n, e por


P(n) o conjunto das partições de n.
Das observações acima podemos afirmar:

Proposição IV . 1.3. O número de grupos abelianos


finitos, dois a dois não isomorfos, de uma dada ordem
t
ª1
n = pl . ... . ªt
pt e TT P* (a . )
l.
i=l
106

EXEMPLOS

1) Vamos determinar o número de classes de isomorfismo de


grupos abelianos de ordem 16. 200 = 2 3x34x52.
Temos P*(3) =3, P*(4) =5, P*(2) =2. Logo, o número de
classes e
30, isto e,
existem 30 grupos abelianos dois
a dois não isomorfos.

2) Vamos achar explicitamente todos os grupos abelianos de


3 2
ordem 360 = 2 x3 x5, a menos de isomorfismos.
Temos P(3)={3,2+1, l+l+l}, P(2)={2, l+l} e
P(l) = {1}. Os grupos possíveis são:·
Gl = Z/ (2) EB 2/ (2) EB 2/ (2) EB 2/ (3) EB 2 (3) EB 2/ (5)
G = 2/ (4) EB 2/ (2) EB 2/ (3) EB 2/ (3) EB 2/ (5)
2
G3 = Z/ (8) EB 2/ q) EB Z/ (3) EB Z/ (5)
G = 2/ (2) EB 2/ (2) EB 2/ (2) EB Z/ (9) EB Z/ (5)
4
G5 =2/ (4) EB 2/ (2) EB 2/ (9) EB 2/ (5)
G = 2/ (8) EB 2/ (9) EB 2/ (5).
6
O leitor interessado pode achar outras aplicações nas
referências [15] e [16]

EXERC!CIOS

1) Determinar o número de classes de isomorfismos de grupos abelia-


nos de ordens 216, 3000 e 1,200.

2) Achar todas as classes de isomorfismo de grupos a belianos de


ordens 8 1 16, 180 e 210. Determinar os coeficientes de torção
destes grupos.

3) Provar diretamente (isto é, sem usar os teoremas de estrutura)as


seguintes afirmações: ·
i) Todo subgrupo de um grupo cíclico é cíclico.
l 07

ii) Todo quociente de um grupo ciclico é ciclico.


iii) Se G é um grupo ciclico de ordem n, para cada divisor d
de n, G contém um Único subgrupo de ordem d.
iv) Se G é um grupo abeliano (não necessariamente clclico) pa
. ra cada divisor primo p da ordem de G, existe pelo me-
nos um subgrupo de ordem p.
v) Se G é um p-grupo finito (isto é, tal que considerado co
mo mÓdulo sobre Z é um p-mÓdulo) então ·a ordem de G e
uma potência de p.
vi) Se G é um p-grupo abeliano finito de ordem pn, existem
subgrupos Gi tais que {O} = G C G e ..• CGn_ c Gn = G e
0 1 1
. i
1Gi 1 = p •

As afirmações iv )., v) e vi) sao válidas ainda se G nao e abe-


liano.

4) Provar as afirmações iv), v) e vi) do problema antermor usando


os resultados desta seção.

5) Seja G; Z/(ai) e ... e Z/(at). Provar que G é d.clico, se e


somente se, os inteiros a 1' •. •' a t são relativamente primos.

6) Provar que, se a ordem n de um grupo abeliano é livre de qua-


quados (i.é, d21 n implica d= 1), então o grupo é ciclico.

7) Provar que para grupos abelianos finitos vale o reeiproco do


teorema de Lagrange: Se d é um divisor da ordem de G, então
G contém algum subgrupo de ordem d.

8) Seja G um grupo abeliano. Provar que, se G contém elementos


de ordem m e n respectivamente, então contém algum elemento
de ordem m.m.c(n, m).

IV.2 APLICAÇÃO AO ESTUDO DE ENDOMORFISMOS DE UM ESPAÇO


VfTOR1AL DE DIMENSÃO FINITA.

Nosso interesse ê aplicar agora a teoria desen-


volvida no capítulo anterior para obter informações sobre
as funções lineares em espaços vetoriais de dimensão fini
ta; em particular, os clâssicos teoremas sobre formas ca-
nônicas e diagonalização. ,
108

-
Em toda esta seçao notaremos por E um espaço
'vetorial de dimensão finita n sobre um corpo K e in-
dicaremos por L(E) o espaço das funções lineares de E
em E (supo~os aqui conhecidos do leitor os fatos elemen
tares sobre L(E); em particular, que ê uma álgebra de di
mensão finita n2 sobre o corpo K; não comutativa quando
n>l. Uma referencia clássica para estes assuntos ê o tex
to de Hoffmann e Kunze [9])

Fixada uma função linear T: E - E, notaremos


por LT(E) a subálgebra de : L(E) gerada por T e todas
as suas potências (onde T2 =ToT e rn=ToTn-1). t: fácil
mostrar que _ LT(E) e. uma subâlgebra comutativa.

Para poder usar os resultados do capítulo ante-


rior, introduziremos em E uma estrutura de K[X]-módulo.
Para issoda:lo f=a + a x + ••• + xn EK [X] indicaremos por f(T)
0 1
a função linear:
••• + a Tº
n

Podemos definir agora um produto por elementos de


~ [X] associando a cada par (f, v) E K[X] xE o elemento
f•v =f(T) (v) ,..

~ fácil verificar que, com a soma de E e ·o produ


to definido acima, E tem estrutura de K[X]-mÕdulo (que
jã tínhamos estudado no exemplo 7 da seção 11-1).
Note-se que a estrutura de K[X]-môdulo obtida em
E depende da função linear T fixada. Para evitar confu-
sões, ao referirmos ao espaço E com a estrutura de K[X]-
mÕdulo definida a partir de T usaremos o símbolo ET.

Observação. Dado um K[X]-mÕdulo M, restringindo


o produto por escalares a KC K[X] se obtêm em M uma es-
truturá de K-espaço vetorial.
Considerando agora M como espaço vetorial,• sem-
pre ê possível achar uma função linear Te. L (M) tal que a
estrutura de K[X]-módulo definida . em M a partir de T coin
cida com a original. De fato, basta definir
r
109

T(v) = X.v, VvEM.

Proposição IV.2.1. Sejam, T,TiEL(E). ET e ET'


são isomorfos (como K[X]-môdulos), se e somente se, T e
T' são semelhantes, i .é., existe ':PE. k (E) inversível, tal
1
que T = ':f- o T '• 'f.

Demonstração.

Suponhamos ET -;ET' e seja '!': ET - ET' o homo-


morfismo de K[X]-mÕdulos, que realiza o isomorfismo. Em
particular 'f deve ser K-linear e ':PE L(E).
Ainda, temos ~ (X. v) 1 = X. ':f(v), 'f/v e E. Mas
'f(X.v)=':f(T(v)) e X.P(v)=T (P(v)) logo:

!:foT(v) =T'• i'(v) 'f/vEE


-1
isto e: f•T=T'•'f ou, equivalentemente: T = 'f O T' o 'f

Reciprocamente, se existe 'f'E .f:i(E) inversível,


tal que: T = :r
10 T' 0 ":f ; então ':f': E - E uma bijeção,e
tal que P(k.v) =k.P(v) VkEK, Vv€E.
Para provar que também ~(f.v) = f.'f(v), Vf eK[X]
VveE bastara verificar que 'P(X.v) =X.'f(v) VvEE, o que
resulta invertendo os passos da demonstração acima

Proposição IV.2.2. Um subconjunto NCE é um sub


mÕdulo de ET, se e somente se:

i) N é subespaço vetorial de E
ii) N é estável sob T (isto é, T(N) C N).

A demonstração é apenas uma verificação simples.

No caso acima, a restrição TIN é uma função li-


near de N em N e a estrutura de módulo NTIN coincide
com a estrutura de submÕdulo de tET.
llO T
1
Proposição IV.2.3. O K[xJ-môdulo Er e finitamen-
te gerado, de torção.

Demonstração. Note-se que todo conjunto de gera-


dores de E como espaço vetorial ê também um conjunto de
geradores do K[xJ-môdulo ET(porque?). Como E ê de dimen-
são finita, resulta, então, que ET ê finitamente gerado.

Agora, tT(E) ê uma subálgebra de t(E), portanto


deve ser de dimensao finita, menor e igual a n2. O conju~

to {li;:, T, T2 , ..• , rn l deve ser linearmente dep~ndente e
existirá assim um primeiro Índice r tal que {T 1 } ~i~r-l
0
ê linearmente independente e {Ti} ~1<::,r
/. / ê dependente.
0
Existirão entao coeficientes (que notaremos - Cl.
-
por conveniência), nao todos nulos, tais que:
1
1
~

1
r-1
r
T = l - a. Ti
1
i=O
r-1
· ·1
Agora, o polinômio f (X) = xr + l a.X
1
e nao .nu-
i=O
lo e tal que f . V_= o' V V E E (já que f(T) =O). Logo ET e
um mÕdulo de torçao

Como K[x] ê um domínio principal _, o ideal não · nu


lo Ani (Et) deve ser da forma Anl(Et) = (p}, onde p €K[xT
pode ser escolhido unitário (isto ê, tal que o coeficien-
te do termo de maior grau ê igual a 1).

Definição IV.2.1. O-polinômio unitário pEK[X],


gerador do ideal Anl(~) diz-se o polinômio mlnhna.l da
6u.nção ünea.Jr.. Te, daqui por diante, será notado por IDr·

Proposição IV.2.4.
r-1 .i > ' '."t'ii; . -h !- .: ·; 1 1 ,·
i) O polinômio l a-..X
1
obtido na demons-
i=O
,
111

traçao da proposição anterior ê, precisamen-


te, tn.r·
ii) Para toda Te L(E), ~ ê o polinômio de m1.n1.
., .
mo grau que admite a raiz T (diz-se que f a-::
d.mile a Jta.iz T se f(T) é a função nula)

Demonstração.

Provaremos apenas ii). A primeira afirmação ê u-


ma consequência imediata de ii) e da forma em que foi ob-
tido o polinômio r-1 .
r \ i.
X + l a. .X •
i=O 1.

Agora, se f E K[x] ê tal que f (T) = O entao f E


Anl(ET), portanto IDrif e grau (ID.r,)~ grau (f)

Observe-se que, da demonstração da proposição IV.2.3 vem


que grau (ID.r,)~ n 2 • Mais adiante obteremos uma limitação
melhor; provaremos que grau (~) ~ n. (veja o Corolário da
proposição IV.2.8).

Proposição IV.2.5. Seja TE.t(E) e r =grau(~).


Então:
i) {Ti} O-'i~r-l e uma base de tT (E)
ii) tlim !,T (E) = grau (~)
iii) Se {xd l~i~k ê um conjunto de geradores de
ET, entao
k
(~) = Anl (ET) = íl Anl (x.)
i=l l.

Demonstração.

. i) Da definição de tÍl.f,'rJsulta imediatamente que


{Ti} . ê um conjunto linearmente independente. De
0~1.~r-l
112

fato, se existissem escalares À , .•. ,Àr-l EK, não todos


0
r-1 . r-1 .
nulos, tais que l 1
À;. T = O o polinômio f =
1
l À.X
1
1
seria
i=O i=O
tal que f (T) = O com grau (f) < grau (~), absurdo.
.
Devemos mostrar a1.nda que { Tl.} n/· e- um con-
~1.°'r- 1
junto gerador detT(E). Como todo elemento dei,T(E) ê,por
definição, uma combinação linear finita de potências de
T, bastará provar que estas, por sua vez são combinações
lineares das {T.}n/· .
1. ~1.~r- 1
r-1 .
Escrevendo ~ (X) = Xr + l' a 1.X i. vem imediatamente
i=O
r-1
L 1.
que Tr = a.T
1. [i]
i=O
k
Usaremos agora indução no expoente k, de T • Se
k = O, ••• , r-1 o enunciado ê trivial. Suponhamos entao que,
para todo h < k, Th e- uma cornb1.naçao
. - 11.near
. dos {T1.} O(i-'r-1
k-r
Multiplicando ambos os membros de [ i] por T temos:
k-1
Tk = Tr. Tk-r = l - a.T 1.
1.
i=k-r
e a tese segue imediatamente da hipótese de indução.

ii) ê imediata a partir dei) e iii) ê de dernons


traçao trivial.
Com as construções feitas atê agora, estamos em
condições de estudar a chamada forma canônica racional de
urna função, linear. Começaremos por um caso particular.

Proposi<jão IV.2.6. Seja TEL(E) uma função li-


near tal que o KLX]-mõdulo ET ê cíclico, e seja v E ET um
gerador. Então, o conjunto {v, T(v), ••• , Tr-1 (v) } e- uma
base de E, como espaço vetorial sobre K. (r indica o grau
de~).

Demonstração.

Mostraremos inicialmente que o conjunto dado e


-.
gerador.
Dado xEE, como ET é cíclico, gerado por v, e-
xiste fEK[x], tal que x=f.v=f(T).(v).
Como f(T)E'Í,T(E), da proposição anterior pode-
mos escrever: r-1 .
f (T) = l À. T
1
1

. i=O
r-1 . r-1 · .
logo: x= ( L À.T
. o 1
1
)(v) =

l À.T 1 (v)
o1
1= 1=

Para prova~ a independência linear do conjunto


dado, mostraremos que, se
r-1 . r-1 .
1
}:oc. 1. T (v) = O, entao l a.T
1
(x) = O
1
Vx E E.
i=O i=O .

(Isto implicará a. = O para O~ i~ r-1 devido ã indepen-


1
dência linear dos {T.}n/·/ ).
i ~1.~r- 1

De fato, dado x EE, da parte anterior podemos es


crever: r-1 .
X= L À. TJ (v)
j=O J
Ag~ra:
r-1 . r-1 . r-1 .
l 1
a. T (x) =
1
a.. T1
l 1
( L À. TJ (x)) =
·0
1= ·0
1= ·oJ
J=

. . r-1 . r-1 .
= l a.À.T +J (x) = l À.TJ ( l a.T (x)) = O
1
1 1
1
•·
1,J J ·oJ
J= ·0
1=
Corolario 2. A matriz associada a T na base
{v,-'f(v), ••• , Tr-l(v)} ê da forma:

o o o - (l
o
1 o o - ª1
o 1, O .. • • • • • - ª2
',, ',,
','-t~',• '.:.: ••••
• •

o
• • • • 41 ••••

..
o ••••••• · '1 - a
.... ..
r- 1

onde os {a} são os coeficientes respectivos de


i ~i<r-1
11\r.
Demonstração. Basta observar que:
i i+l . . ·.
T(T (v)) = T (v) para O~ i ~ r-1
r-1
T(Tr-l(v)) =Tr (v) = · l - a.Ti(v)
1
i=O
e usar a definição de matriz associada a uma função li-
near numa base dada.

Definição IV.2.2: Em geral, dado um polin~mio


r-1 .
f = xr + l (l·.x1 a matriz da forma acima diz-se a matlúz
i=O 1
QOmpa.nhe,úi.a. do polinômio f e ê indicada por Ç(f) •
...
Dada TEL(E) nem sempre o K[x]-môdulo ET ~esul-
tarã cíclico. Para obter um resulcado semelhante ao a~te-
rior, bastarã aplicar o ' teorema dos fatores invariantes
nesta situação particular.
Se q.
l.
E K[X], l-' i< t, são os fatores invariantes
de ET, que podemos tomar unitários, temos que qilqi-l
1<i ( t e que:
115

onde cada submÕdulo K[X]/(q.)


1.
ê cíclico.
Observemos que qi l 4 1 , 2~ i ~ t logo·

para cada i, e portanto Logo

Ainda, como ~ E Anl (ET) temos que ~ E Anl ( (~ . ~)


1.
para cada i. Em particular, parai= 1 isto implica que
_q 1~ e como ambos são polinômios unitârios q 1 =~;
1
isto ê, o fator invariante de maior grau de ET ê, preci-
samente,~·

De forma análoga, chamado E. ã imagem isomorfa


de K[x]/(qi) em E e Ti ã restrição TlEi, ê fácil provar
que
e

Para caia-submÕdulo Ei podemos construir uma ba•


se sobre K como :na proposição IV.2.6. Chamando B ã base
de E sobre K obtida por reunião das bases anteriore~ te-
mos:

Teorema IV.2.1. Dada Tet,(E), existe uma base ~


de E sobre K tal que a matriz associada a T nessa base e
da forma:

A=

onde os elementos nao indicados ião todos nulos, e cada


116

matriz Ai ê a matriz companheira do fator invariante qi


de ET • . Em particular A1 = C (~).

Definição IV.2.3. Dada TE.l,(E), uma matriz asso-


ciada a T da forma acima diz-se uma 601tma Jutclona.l de T
ou p!UmeÁM 601tma eanôn,i,ea de T.
Notemos agora que, se T' E t (E) e
tal que, em al-
guma base B' de E sobre K tem por matriz associada:

A=

A
t

nas cqndiçÕes acima; então, os subespaços correspondentes


ã subdivisão em blocos são T'-estâveis, e portanto submo-
dulos de ET'º ~ fâcil provar ainda que são cíclicos, de
anuladores (q.) e:
1.
~!.r& EB ••• EB !.N
ET' - (<q) (qt)

Do teorema dos fatores invariantes temos ET-; ET''


e, da proposição IV.2.1, Te T' são semelhantes.
Um raciocínio anâlogo mostra que, se

B=

B
s

e uma matriz associada a T, onde as matrizes B. são matri


zes companheiras de polinômios gi tais que 1.gilgi-l' -
2~ i ~ s, então B =A.

Podemos enunciar o seguinte teorema de unicidade:


117 '·

Teorema IV.2.2. Sejam T,T'Eb(E). As formas ra-


cionais de Te T' são iguais, se e somente se.Te T' são
semelhantes.

Definição IV.2.4. Os polinômios q , ••• ,qt e K[X]


1
tais que a formaça racional de Tê:
C(ql).

e (qt)
dizem-se os ,lnvatu.a.n:t~ de .6emei.hanç.a de T.

O teorema IV.2.2 pode serre-enunciado na forma:


Duas funções lineares, T,T'E l:)(E) são semelhantes, se e
somente se, tem os mesmos invariantes de semelhança.
Para obter a forma canônica de Jordan de uma fun
ção linear, daremos . uma interpretação do teorema dos di::-
visores elementares. Nele, aparecem módulos da forma
K[x] / (pr) onde p E K [x] ê um polinômio irredutível. Por
esta causa suporemos, daqui por diante, que K ê um corpo
algebricamente fechado; neste caso, os polinômios irredu-
tíveis unitários de K[x] são todos os da forma X-a, a E K
(Veja [10] capítulo VII seção 2.2).
Dada TE ~(E) do teorema dos divisores elementa-
res, aplicado ao K[x]-môdulo Er, devem existir elementos
a. E K e inteiros a .. EN tais que:
1 1J

i) ªil ~ªi2~ ' ' ' ~ªiti


ii) E ; , ·, . K[X]
T ~: - ;~ (!X---~ªij)

Chamando E .. as imagens inversas dos somandos


1]
K[X] no isomorfismo, temos que E =EB Eij
a·.
1
onde
((X-a.) J) ij
1
cada E .. ê um subespaço de E, invariante sob T.
1] •
118

Tornando urna base de E sobre K formada por reu-


niao de bases dos subespaços Eij• a matriz associada a T
nessa base ê da forma:

A=
A ..
l.J

Nosso interesse ê determinar as bases nos subes-


paços E-· de modo que os sub-blocos AiJ. tenham uma forma
. l-J
particular.

Lema 1. Seja (X - a)ª um divisor elementar do mo-


dulo ET. O conjunto { (X - a) r + ((X - a)ª) } ,, e uma
0 ~r~a- 1
base de K[x] / ( (X - a)ª) como espaço vetorial sobre K.

Demonstração.

Jâ observamos que notando por E' a prêimagem de


K[x]/((X-a)O'.) no isomorfismo e por T'=TjE' temos que
~' = (X - a)CX.
Como ET' ê cíclico, da proposição IV.2.6 vem
que:

tlim E'= tlim __K_.._[x_..]_= a.


a
((X - a) )

Serâ suficiente provar, então, que o conjunto


do enunciado ê linearmente independente.
a-1
Suponhamos l Àr[(X-a)r+ ((X-a)ª)] =O.
r=O
a-1
Então l À (X - a) r E ( (X -
r
a)ª)
r=O
119

e como se trata de um polinômio de grau estritamente me-


nor que a, deve ser:
a-1
l À (X- a)r = O
r=O r
Agora, é fâcil concluir que a r = O, O~ r" a-1

Lema 2. Vale a igualdade:

X(X - a)r = a(X - a)r + (X - a/+l

Demonstração. Bastá aalcular:


r r+l r r
a (X - a) + (X - a) = a (X - a) + (X - a) (X - a)
=X.(X-a)r

Seja novamente E' a pré-imagem no isomorfismo


~: E ~EB K[X] de um certo somando
ij ((X - a. )ªij)
l.
K[X]
a
((X - a) )
Notaremos por {e ,e , ... ,ea_ } a pré-imagem por
0 1 1
1da base { (X - a) r + ((X - a) ª)} O(r~a-l. Entao
- { e , . •• ,ea-l }
0
é uma base de E' e vamos determinar a matriz associada
a TIE' nessa base.
Devemos calcular T(ei) e expressá-lo em função
da base {ei}O(i"a-i· Para isso calculamos:

~ (T(e ) = X. [ (X- a)r + ((X- a)ª)]~ X(X- a)r + ((X- a)ª) =


r .
= (a. (X -a)r +((X-a)ª)]+ [(X- a)r+l+((X - a)ª)]

Tomando imagem inversa por 'f:


T(e) = a e + e +l se O"r-'a-1
r r r
T (e · ) = a e
a- 1 a- 1 1
120

Logo, a matriz associada a TIE' na base


{e.}o/·~
i ~1....a-
l e
da forma:

a O O o o
1 a O o o
O 1 a o ·o
O O O .... 1 a

Reunindo todas as observações feitas, podemos


enunciar:

Teorema IV.2.3. Seja E um espaço vetorial de di-


mensao finita, sobre um corpo K algebricamente fechado e
TEL(E). Existe uma base B de E tal que a matriz associa-
da a T nessa base da forma: e

A= •A ..
l.J

onde os elementos não indicados são todos nulos, e cada


matriz A .•
l.J
e
deo<. . . xc(.. e da forma:
l.J l.J
a.
' l. a.
·1. 1
A •• =
l.J
a.
1 l.

Tal como no caso da forma ra~ional, a p.artir da


unicidade do teorema dos divisores elementares, pode-se
provar facilmente que duas matrizes da forma acima asso-
ciadas a uma mesma TE J:, (E) dev-em ser iguais.

Definição IV.2.5. Uma matriz da forma acima, cha


ma-se a óoJuna canônica de Jo~dan de função linear T ou a
~egunda óoJuna canônica de T.
121

Mais uma vez, pode-se provar que duas funções


lineares T, T'E.t(E) tem uma mesma forma canônica de Jor-
dan associada, se e somente se, são semelhantes.
Finalmente,vamos estudar a relação entre as no-
ções aqui introduzidas e outras clássicas da álgebra li-
near, tais como valores e vetores próprios, polinômio ca-
racterístico, etc.

Definiçã~ ~V.2.6. Seja A= (aij) uma matriz de


ordem n, com ·coeficientes num corpo K. Chama-se poUnô-
mio ca.JW..ct.e.Jr.1.hüco da matriz A ao polinômio
XA (X) = det (XI - A),

onde I indica a matriz identidade de ordem n; isto ê,


x-all -ª12· ••• -aln
-a21 x-ª22 ••• -a2n
XA (X)= det
-a -a ••• X-a
nl n2 nn

Na definição acima resulta imediatamente que


XA(X) ê um polinômio unitário, de grau n, cujo termo inde
- n·
pendente e (-1) det A.

Proposição IV.2.7. Duas matrizes semelhantes tem


o mesmo polinômio característico.

Demonstração. Sejam A, B tais que existe P inver


-1 -
sível verificando A=P BP. Entao:

det (XI -A)= det (XP-lIP- P- 1BP) = det (P-l (XI- B)P) =
= det(P-l) det(XI- B) det(P) =det(XI- B)

Definição IV.2.]. Seja TEl,(E). Chama-se poUnô-


mio Ca.JW..ct.e.JÚ.6tico de Tao polinômio característico
da
matriz- associada a Tem alguma base de E.
'
122

A proposição anterior mostra que a definição ací


ma independe da base de E considerada.
O próximo resultado, que é de demonstração sim-
ples permitirá obter informações importantes.

Proposição IV.2.7. [ ·]
i) Seja A uma matriz da fo:= A• Al • . . At .•

. t
Então det A= TT det A.
1
e XA (X) = TT xA, (X) •
i=l i=l 1

ii) Dado um polinômio f E K [X] seja A= C(f). En-


tao XA (X) = f (X).

Demonstração. Exercício.

Proposição IV. 2. 8. Seja TE~(E). O polinômio mi-


nimal de T divide o seu polinômio característico.

Demonstração.
Escrevendo a forma racional de T, a partir da
proposição anterior temos:
·t
;)L = TT
. 11' • 1
q. (X) ,
1
n.==
onde os polinômios q. , l< i< t, são os fatores invarian-
1
tes de ET.
Como q =~, a tese resulta imediatamente.
1

Corolário (Teorema de Cayley-Hamilton). Toda fun


ção linear TEl:,(E) ê raiz do seu polinômio característico,
i.e, X-.r(T)=O.

Demonstração.
Segue imediatamente da proposição, pois entao
X-rE Anl(ET) e XT. v = XT(T) (v) = O, VvE E.
123

Note-se que, como grau (XT) = n, obtemos que grau


·(,m.r)-' n.

Proposição IV.2.9. Seja TEL(E). O polinômio ca-


racterístico de T divide alguma pot;ncia do seu polinômio
minimal.

Demonstração.
Para cada i, l-' i~ t temos que qilql' logo exis-
tem polinômios f.EK[x] tais que q =q.f., 1~ i-' t. Mul-
1. 1 l. l
tiplicando ordenadamente estas igualdades vem:
t . t
qtl = <lT q.).(Tf
1
f.)
1
·1
1.= ·1
1.=
e
t t t
tn.r = Xr· (i=l
lT f.)' l.
i.ê.' -~ltn.r

Corolário.~ e Xr tem as mesmas raízes em K


(e em qualquer extensao de K).

Definição IV.2.8. Dada TEÍ,(E) diz-se que um es-


calar À E K é um vai..oJt p!l.Ôp!ÚO de T se existe algum vetor
v EE não nulo tal que T(v) = À.v.
Se À é um·valor prÕprio de T, todo vetor v € E
tal que T(v)= ÀV diz-se um vetoJt pJLÕplÚa associado ao va-
lor próprio À.

Demonstra-se facilmente, que o conjunto de todos


os vetores próprios associados a um mesmo valor próprio À
ê um subespaço de E! e~tâvel sob_T que n~taremos por E~;
e que os valores propr10s de T sao, precisamente, as ra1-
zes de XT em K.

Dos resultados anteriores, vem que, se os divi-


sores elementares de ET são da forma (X- ai)O.ij, os ele-
mentos a. e K são os valores próprios de T.
l.
124

Definição IV. 2. 9, Uma função TE ~(E) diz-se cüa.-


gona.Uzâvel.. se existe µma base de E tal que a matriz -asso,
ciada a T nessa base, ê uma matriz diagonal; i.ê, da for=
ma:

A=
a
n

onde os elementos não indicados são todos nulos.

Proposiçã9 IV.2.10. Seja TElj(E) e À , ... , Àt t~


1
dos os valores prÔprios dé T. , Então T é diagonalizâve 1, i;e
e somente se
E = EÀ m... ·m EÀ
· 1 . E

Demonstração. Se E =·EÀ EB ... EB EÀ , . tomando uma ··


.. - l . t .
base de E_ formada _por reuni ao de bases dos sub~spaços EÀ,'
vem fac~lmente, 'que ·a matriz associhda a T nessa base ê S.
diagonal.
Reciprocamente·, se T e diagonalizâvel e

A=

• À .
. • t .·

,a matriz associada a Tem alguma base de E, notaremos por


Ei o sube~paço de E gerado pelos vetores da base associa- ·
dos ao valor próprio À ••
1
125

Obviamente E_• E EB ·.. ~ EB Et e cada E. estã con-


1 1.
tido no subespaço EÀ •• Temos assim que
1.
t
dim(E) =· l- dim(E.)
i=l l.

Por outro lado, é fãcil verificar que a soma


••• + EÀ é direta e ê _um subespaço de E. Agora:
t
t t
dim(E) = Í dim(E.) ,E; · l dim(EÀ ),E; dim(E) .
i•l l. i=l i .
t
logo l dim(EÀ_)= dim(E) e a tese segue· facilmente.
i•l l. .

. Proposição IV.2.11. Uma função linear TE~(E)


ê diagonalizãvel, se e somente se, o seu polinômio m1.n1.-
mal se decompõe, em K[X], num produto de fatores lineares
diferentes dois a dois.

Demonstração.

T é diagonalizãvel, se e somente se, a sua forma


canônica de Jordan ê uma matriz diagonal; i.ê, est~ for-
mada unicamente por blocos unitários.
Isto acontece, se e sõ·se, todos os divisores e-
lementares de ET são da forma
.
{X - a.)
1.
(isto ê, se todos
os expoentes a .. sao iguais a 1).
l.J

Como ~= q ê o produto dos divisores elementa-


1
res de E'f com maior expoente; das observações acima, T ê
diagonal1.zãvel, se e sô se, filt ê produto de fatores line.!,
res diferentes dois a dois.

Corolario . .Se Xr tem todas as suas raízes em K


e são diferentes duas a duas, entao T é diagonalizãvel.
126

Demonstração. Basta observar que, neste caso


~ = XT está nas condições da proposição anterior.
Observações. Chama-se multi..ptiudade algêbJÚea
do valor próprio À de TE ~(E) a sua multiplicidade como
raiz do polinômio característico.
Da forma canônica de Jordan vem que XT pode-se
escrever também na forma XT = 1T
(X - a. )ªij. Resulta então
. .
1
lJ
que cada valor próprio aparece na diagonal da forma de
Jordan tantas vezes quanto a sua multiplicidade algébrica.
Chama-se muLtipUudade geomêvúea do valor pró-
prio À à dimensão do subespaço EÀ. Pode-se demonstrar que
o número de blocos da forma de Jordan em que aparece ova
lor próprio À é igual a sua multiplicidade geométrica. (E
xercício 4 desta seção). Das observações acima segue que
mult.geom(À)~mult.alg(À).
As noções, definidas nesta seção para funções
lineares, podem definir-se naturalmente para matrizes
quadradas. Dada uma matriz A, nxn, com coeficientes num
corpo K, define-se por multiplicação uma função linear na
base canônica de Kn. Chama-se forma racional, de Jordan,
etc. de A as correspondentes noções para a função linear
de_finida.

EXEMPLOS

1) Consideremos a matriz:

1 o o o o
-3 o o -1 -1
A= -3 -1 o o o
"'."'l -1 3 3 3
-2 -2 o -2 3

Queremos determinar XA' mA, as formas racional e


de Jordan e os fatores invariantes de A.
127

3 2
Calculando diretamente, obtemos XA= (X-1) (X+1) •

Do corolário da proposição IV.2.9. mA deve ser


algum dos seguintes polinômios:
2 2
(X-l)(X+l); (X-1) (X+l); (X-l)(X+1) ;
2
(X-1) 2 (X+l) ; (X-1) 3 (X+l); (X-1) 3 (X+l) 2 •

Como sabemos que mA é o polinômio de menor grau,


que admite a raiz A, podemos verificar ordenadamente.
Por exemplo (A - I) (A+ I) /: O, lpgo .. . ~

~ /: (X - l)(X + 1)

Depois das sucessivas verificações, resulta


· 2 2
mA = (X - 1) (X+ 1)

Sabemos que, na diagonal da forma de Jordan o


valor 1 deve aparecer três vezes e -1 duas vezes. Ain-
da, da expressão ~e MA_ o bloco de maior tamanho corres
pondente ao valor 1 e de 2x2 e o mesmo acontece para o
valor -1. Logo, a forma canônica de Jordan de A e:
:--------,
t
1 O:
11 1 :
--------~------
º:~---~-----------
1 :
º: -1 O !
!..__________
1 -1 J1
2
Os divisores elementares são: (X - 1) (X - 1)
2
(X+ 1)
-
Logo, os fatores invariantes sao
2
q l = tn.r = (X - 1) (X + 1) e q2 = X - 1
Finalmente a forma racional e:
:r-------------------,
O O O -1 : O
!100
: 010
ºiº
2:0
1 1
1001 o:o
~-------------------+---~
o o o o L!:.J
jâ que (X -1)2(X + 1) =X, - 2X 2 + 1
128

2) Vamos determinar, a menos de semelhança, todas as ma-


trizes, cujo polinômio característico é:
X = (X - 2) 2 (X + 5) 2 •
Para isso, basta determinar as possíveis formas
de Jordan, com esse polinômio característico. Elas são:
r-----,
2 :2 o:
2 :1 2!
l-----..1
J = 2 J2 = 2
1
-5 -5
-:5 -5
r------,
:2 º! 2
:1 2:
L------..,--, 2
: 2: J = 2
L--.-------, 3 ,--------.,
:-5 o: :-5 O:
l 1 -5 1 : 1 -5:
,---------,
:2 O o:
L.------'
L--------J
,---------,
:2 O O,
!1 2 o! :1 2 o:
J = :o 1 2:
l--------:..S J = :o 1 2 l
1 1

5 6 L--------~-------~
-5 :-s o:
-5 : 1 -5:
L-------J
3) Vamos determinar os fatores invariantes de uma matriz
cuja forma canônica de Jordan é:
r---------,
:2 O o:
! 1 2 O;
: O 1 2:
L---------r-----,
:2 o:
J=
:1 2:
a..: ____ _._,

12:-
L-,------,
1 3 o,1
1
:1 3,
L----"-f--,
,3,
1--L-,
: 5,
L--~-~
:s:
... _...
129

Os divisores elementares sao:


3
(X- 2) , (X- 2) 2 , (X- 2),
(X - 3) z, (X - 3) ,
(X-5), (X-5).

Logo, os fatores invariantes sao: -


2 2
ql = (X - 2) • (X - 3) • (X - 5)
' 2
q z = (X - 2) • (X - 3) • (X - 5)
q = (X - 2)
3

EXERC!CIOS

1) Achar a forma racional e de Jordan das seguintes matrizes:

[3 -2]
1 -2 ·r!o =.·;·~·o ~J
2

2) Determinar a forma racional, o polinômio carqcteristico e os in-


variantes de semelhança da matriz
3
l 3
l 3 \o
o 3
l 3
o 3
o 2
o 2
o o -5
l -5
o -5

3) .)
l.

SeJa T: R6 - R6 _ linear
uma funçao . . T <X ) = <X - a )3
tal que ·x·
(X - b/t/ mT(X) = (X - a)(X - b>2. Determinar a forma de Jordan
de T.
130

6 6 2 3
ii) Idem para T: R- R tal que XT (X) = ( X - a) ( X - b) ( X - c) e
2
mT(X)=(X-a) (X-b)(x-c).

4) Seja E um espaço vetorial sobre urf corpo K algebricamente fecha-


do, T: E ---E uma função· linear e À um valor prÓpri·o de T.
i) Provar que a dimensão do subespaço E À de vetores próprios as
sociados ao valor proprio À, é igual ao número de blocos da
forma de Jordan de Tem que aparece o valor próprio À~
ii) Calcular a multiplicidade geométrica de a, b e c no exercfcio
anterior.

5) i) Seja T: R}...:..._R} a função linear cuja matriz na base canÔ-


niça e:

[_LLn
Achar a forma canônica de Jordan de T e determinar uma base
de R}, onde a: matriz associada a T esteja na forma de Jordan.
º') ,. 5 5 • • A , ,

1.1. Idem para T: R - R cuJa matriz na base canon1.ca e:


2 o o
2 o o
-2 -l o
o o a
o o l

6) Seja E um espaço ; vetorial sobre um corpo K. Uma função linear


T: E ---E diz-se nilpotente se existe algum inteiro n ;;t,1 tal
que Tn = O. O menor inteiro nessas condições diz-se o fndice de
nilpotência de T ,
i) Provar que, se E é de dimensão finita n, e T é nilpotente de
Índice k então:
mT(X)=l, \Cx)=Xn ,

ii) Prov1;r 9ue. se T1 e T2 são n~lpoten:es e comutam, então ~ A:t. ~ 2


1
tambem e n1.lpotente (Sugestao: aplicar o teorema do b1.nom1.o
para calcular uma potência "suficientemente grande" de T1 ± T2 )
iii) Mostrar que todos os valores próprios de uma função linear
nilpotente são nulos. Provar que uma função nilpotente e dia-
g_onalizável é, necessariamente, a função nula.
iv ) Provar que,S:!K é algebricamente fechado e E é de dimensão fi-
nita, toda função linear T: E __..., E pode-se escrever na for-
ma D= D+ N onde ,D é diagonalizável, N nilpot-ente -e T e N co-
mutam. Mostrar que D e N estão univocamente determinados pe-
las condições.acima. (Sugestão: usar a forma canônica de Jor-
dan de T).
131

k-1
v) Seja T nilpotente, de Índice k e x e E tal que T (x)-/, O
Provar que o conjunto de vetores { x, T(x), ... , Tk-1 (x) } e,
liHearmente independente.

7) Seja E= w1 G) ••• EB Wt uma decomposição de E em soma direta,


e T.: w. -w. funções lineares. (l~i~·t).
1 1 1
Seja então T: E - E definida por:

i) Mostrar que, se cada Ti é nilpotente de Índice k., então


1
T é nilpotente. Calcular o Índice de nilpotência de T.

ii) Provar que

iii) Provar que, se sao relativamente primos quando


i f j, então
t
m =
T
TT
i=l
mT,
1
CAPITULO V

~ÕDULOS PROJETIVOS E INJETIVOS

Vamos tratar aqui de alguns conceitos, que podem


ser considerados como introdutórios à álgebra homológica.
Para aclarar o significado do termo "homolÕgica" transcre
vemos a seguir um comentário de J. P. J ans [ ll] ~ .· -

" .•. Estritamente falando, os termos homologia e


homolÕg,i_c.o referem-se aos gJtU.po.6 de. homologia," (dos quais
não trataremos nestas notas) "Porêm ê de uso frequente a-
plicar o termo homolÕg,i_c.o a quase qualquer coisa relacio-
nada com os grupos de homologia. Seguindo esta prática
aplicaremos o adjetivo "homolÕgico" a qualquer coisa ré1a
cionada com projetivos, injetivos ou sequências exatas
que cindem; assim como os prÕprios grupos de homologia.
Algumas pessoas vão tão longe como para ch,'illilar
homolÕgico a qualquer coisa com flechinhas nela.ti :

V.l. O GRUPO DE HOMOMORFISMOS

Seja A um .anel e Me N dois A-mÕdulos. Notaremos


por HoIT1A(M, N) o conjunto de todos os A-homomorfismos de
M em N.
Definindo a soma de dois elementos f,geHomA(M,N)
por:
(f + g) (x) = f (x) + g (x) V xEM

se obtêm em HornA(M, N) uma estrutura de grupo abeliano.


133

Notaremos por C(A) o CentluJ do anel A, isto e :


C (A) = { a e A I ax =xa, _V x E A}
Definindó o produto de um homomorfismo
f E HomA (M, N) por· um escalar a E A por:
(a.f) (x) = a.f(x) V xeM

acontece que nem sempre Homt(M, N) é um A-mÕdulo. Porém,


é facil verificar que C(A) e um subanel de A, e
HomA(M, N) é um C(A)-mÕdulo.
De fato, observe-se que para obter uma estrutura
de módulo, deve valer:
(af ((Ãx) = À(af (x) V x EM, V À e A.

Desenvolvendo, resulta (aÃ)f (x) = (Àa)f (x) ,o que


é trivialmente valido se aEC(A), mas não é válido em g~
ral.
Em particular, se A ê .um anel comutativo, A=C(A)
e HomA(M, N) admite estrutura de A-módulo .
Consideremos quatro A-módulos M, M', N, N' e
dois A-homomorfismos f: M'-----+ M e g: N - N '

A cada homomorfismo h e HomA (M, N) h


M---N
pode-se associar um homomorfismo
h' e Ho~ (M' , N' ) flM'----~ !N'
h' g
definindo h' = g oh o f

Temos assim definida uma função

Hom(f, g): HomA (M, N)---+- HomA (M', N')

~ fãcil verificar que é um homomorfismo de gru-


pos. Daremos algumas propriedades· elementares de Hom(f,g)
nos exercícios no fim desta seção .
Agora vamos nos ocupar de uma situação particu~
lar. Fixado um A-mÕdulo S, podemos estabelecer uma corres
pondência que, a cada A-mÕdulo M, associa o grupo abelia-.:
no HomA (S, M). Ainda, dado um A-homomorfismo f: M~ N po ·

134

demos associar um homomorfismo de grupos


f*: HomA(S, M)-HomA(S, N)

definido por:
f*
P E HomA (S, M) - fo<;f e HomA (S, N) ,

onde ê fácil verificar que f*(P +9> ) =f/f +f*P • Ain-


1 2 1 2
da, se A ê comutativo, f* ê um homomorfismo de A-môdulos.
O leitor poderá verificar como exercício que

Proposição V.1.1. Dados A-homomorfismos,


f: N - P , g: M-N, valem as seguint:es proprieda~es:

i) (fo g)* =f*o g*


ii) (lM) * = 1HomA (S,
M)
iii) (OM) * = OHomA (S,
M)

A demonstração ê trivial.
Usando a linguagem da teoria das categorias po-
demos descrever a situação acima dizendo que HomA(S, ) a~
socia a cada objeto M da categoria dos A-môdulos um obje-
to HomA(S, M) da categoria dos grupos abelianos, e a cada
morfismo f: M___.. N da primeira categoria, um morfismo
f*: -aomA(S, M)-~omA(S, N) da s=gunda; de modo tal, que
verifica as condiçoes da proposiçao V .1.1. Uma tal corres
pondência diz-se um óun:t.o~ QOVaJu.,an;t,e.
Da mesma forma podemos estabelecer, a partir de
S, outra correspondência da categoria dos A-môdulos na
categoria dos grupos abelianos, associando a cada A-môdu-
lo Mo grupo HomA(M, S). Também da mesma forma, a cada h~
momorfismo f: M- N podemos associar um homomorfismo
f*: HomA (N, s)- HomA (M, S) definindo:
f*
<fEHomA (N, 8)1---p, f o f eHomA (M, S)
135

Novamente, ê ·-fãcil verificar que valem resulta-


dos análogos aos estabelecidos na proposição v.1.1., mas
teremos que (f o g)k:'ili·g*of*. Uma correspondência nestas
condições diz-se um 6unto~ eon:ótavaJÚan:te.
Estudaremos agora o comportamento das correspon-
dências acima em relação as sequências exatas • .

Proposição V. 1 • 2_. Seja O --.1 M--4 N uma ...!.


sequên~ia exata de A-módulos e S um A-mÕdulo dado. Então,
a sequencia:
f* g*
0-+ HomA (S, L ) - - ~ HomA (S, M ) - HomA (S, N)
....
e exata.

Demonstração.

Deveremos provar que


i) Ker(f*) = O,
ii) Im(f*) = Ke:t(g*)

i) Seja ~EHomA(S, L) tal que f*'f=fo':f'=O. C~


mo f e injetora resulta, diretamente, que deve ser <f' = O.•
ii) Mostraremo_s primeiro que Im(f*) e Ker(g*). De
fato, dado f* (9>) E Im(f*) temos: ·

g* (f * (f) ) = g o f o cf = (g o f) o g:> = oo cj> = o


, Finalmente, provaremos a inclusão de sentido co.!!_
•. trãrio. Seja 'f E. Ker(g*). Então g o 'f =O, logo Im(f)cKet(g)
e da exatidão da sequência dada Ker(g) = Im(f). Para cada
x E S existe pelo menos um elemento y ~ L tal que f (y) =
= ~ (x)
Como f ê um ·
monomorfismo y é Úni
coe podemos definir
uma função l/T: s-L
que a cada elemento
x ES associa y e: L ' .
136

obtido na forma anterior. f facil verificar que ljr é um


A-homomorfismo tal que fo f
= ~ logo, f*rjr= ';f e
'Je Irn(f*).

Observação, Em geral, dada urna sequência exata


g*
de A-rnÕdulos M__!. N - O, nem sempre HornA (S, M) - - - •
g*
- HornA (S, N ) - O ê exata. Na proposição V.2.2. da
prÕxirna seção daremos urna caracterização dos rnÕdulos s
com esta propriedade.

f g
Proposição V.1.3, Seja 1 - M - N - o urna
sequên~ia exata de A-rnÕdulos e S um A-rnÕdulo dado. Então
a sequencia:
g* f*
O---. HornA (N, S) ---+ HornA (M, S) - HornA (L, S)

-e exata.

Demonstração.
i) Ker(g*) =O. De fato, dado f e HornA (N, S) tal
que g*('9) ='fog=O, corno g ê epimorfismo, deve ser P=O.
ii) Mostraremos agora que Im(g*) e Ker(f*). Seja
g* ('f) E Irn(g*). Então:

f* o g * (~) = <f o g o f = po (g o f) = f o o = o.
Finalmente, provaremos que Ke:r(f*) e Irn(g*)
Seja então
':P E Ker(f*). Corno g
ê um epirnorfisrno,to
do e lernento y E N =e
da forma g(x) para
algum x EM.
137

D~finiremos então tfr: N - S por r/f(y) =!P(x). Para


que a funçao esteja bem definida deveremos mostrar que se
g (x1) = g (xz) então !P(x1) = ~(x 2 ) ou, equivalentemente ,que
Ker(g) e Ker( <f>) •
. Agora, Ket (g) = Im(f) logo, se xE Ket (g) existe
z EL tal que x = f (z) e
~(x) = :f(f (z)) = f*. ~x) = O(x) =O.

Finalmente, ê fácil verificar que jr ê um A-homo-


morfismo e g* (ff) = jrog = 'P. Logo rJ' E Im(g*).
. f -
Novamente, a exatidão de · 0---.+L- M nao impl.!_
ca, em geral, exatidão de
. . f* ..
HomA (M, S ) - HomA (L, S)-O.

Também caracterizaremos, na seção V.3 os môdulos com esta


propriedade.

Proposição V. 1. 4. Seja o-L __!_. M J...N-~ u-


ma sequencia exata de A-môdulos que cinde, e S um A-môdu- -
lo dado. Então, as sequências:
f*
o-HomA (S, L) HomA (S,M) HomA (S, N)-0

g* f*
o-HomA (N, S) HomA (M, S)

-
sao exatas e cindem.

Demonstração.
.... . f Q:
Se a sequencia o-L - M ~ N- o cinde, ~-
xiste um homomorfismo h: N-M tal que g oh= lN" Entao
lHç,m(S;N) = (lN)* =g*o h* e g* e epimorfismo.
Temos assim a sequência exata
f* g*
L) ~ HomA (S, M) .;::::::::::!' HomA (S, N)-o
' . h*
138

onde g* oh* = 1HomA (S, N); logo a sequência cinde.

A outra afirmação se prova de forma análoga.


A proposição acima pode ser enunciada na forma:

Proposição V.1.4'. Se L, M, N são A-módulos tais


que M-; L © N e S ê um A-módulo dado, então:
HomA (S, M) ;;; HomA (S, L) ffi HomA (S, N)
HomA(M, S);;;HomA(L, S)ffiHomA(N, S)

Este e apenas um caso particular do seguinte re-


sultado:

Proposição V.1.5. Seja Mi i€I uma família de


A-módulos e S um A-módulo dado. Então:

i) Hom'A,· (S~ lf · M.)


1
;:lf HomA(S, M.)
1
·r
l.E ·r
l.E

1.1.) HomA( ffi M., S) -; Tf" HomA (Mi' S)


1
iEI iEI

Demonstração.
i) .S.e j a {pi} iEI a família de prG>j eçÕes naturais

p.:
i
7T
·ri
M.-M~.,
. i
i El
l.E

Definimos .<I>: HomA(S, lT M.)-


1
7T HomA(S, M.)
1
·1
l.E ·r
l.E.
por:
<I> .
HomA(S,
.
7TM.)...,_..
iEI 1.
(p.o~).El
1. 1.
elT
iEI
HomA(S, M.)
l.

e provaremos que <I> ê um isomorfismo.


139

·• .. Mostraremos primeiro que ê mónomofrismo. De fa


to ~(!I) = O implica pio:f= O Vie I. Dado XE S temos
p. (f(x)) = O b'i € l, o que implica f(x) = O. Logo <J = O.
l.

Para verificar que f também ê epimorfismo, consi


deremos (1/J.) .
l.l.E 1
E Tr
'l
HomA (S, M.).
l.
Definimos então
l.E

!PEHomA(S, Tf"M.)
1
iEl

por: 'f (x) = (1/J i (x)) iEl \fxes

Agora e imediato que ~(:f) = (1/Ji)iEl

ii) Seja {ji}iEl a família das inclusões canÔni


cas;
j.:
l.
M.-EB
1 • l
M.1
l.E

Definimos ~: HomA( EB M., S) ·-


1
lf HomA(M., S)
1
iEl iel
por:

'feHomA( EB M.; S) ~,- - • • (:fo j.). · E lf HomA(M . , S)


. l 1 1 1 1.E ' l 1
l.E l.E

e provaremos que ê um isomorfismo.


Para provar que ê um monomorfismo basta obser-
var que, dadada .f E HomA ( EB M. , S) tal que ~ (:f) = O, te-
. l
l.E
1

mos ':I' o j . = O v' i E: l, de onde vem 'f= O.


l.

Finalmente, para mostra que ':f' ê também um epi-


morfismo consideremos (1/J.).
. l. l.E 1
E lf
• l
HomA(M ., S) e
1
defini-
1.E
mos ~€Hom'A( EB M., S) por:
. l
l.E
1

(x) = l q, . o j . (x) 't:lxE@M.


1
iE.l l. l.
• l.El
0
140

onde a definição faz sentido, pois a soma e finita. Dado


xk E.Mk temos:

logo, e <P (P) = ( !f' o j 1. ) 1E


. I = (1/J.). I
1 1E

EXERCÍCIOS

1) Provar que a função <P: HomA(AA,M)- M definida por:


<P
'j'E HomA(AA,M) i-----Cf(l) EM é um isomorfismo de grupos abelianos
e, se A é comutativo, um isomorfismo de A-módulos.

2) Pro var que:


i) Hom(f +f ,g) = Hom(f ,g) + Hom(f ,g)
1 2 1 2
ii) Hom(O,g) = O

iii) Hom(f,g + g ) = Hom(lf' 1 g ) • Hom(f,g )


1 2 1 2
i v) Hom(f,O) = O
v) Se A é comutativo, Hom(af,g) = a Hom(f,g) = Hom(f,ag)

3) Provar que:
i) Hom(lM,lN): HomA(M,N)-HomA(M,N) é a função identidade.

ii) Dados A-homomorfismos: f:M'-M, f': M"-M'; g: N-N';


g•: N'-N" tem-se que
Hom(fo f',g'o g) =Hom(f•,g•)o Hom(f,g)

iii) Se f: M'-M; g: N-N' são A-isomorfismos, então:

é um isomorfismo.
141

V.2. MÕDULOS PROJETIVOS

Na seção II.5. provamos que, se Lê um A-môdulo


livre, dados A-módulos Me Num epimorfismo f: M - N e
um homomorfismo g: L - N sempre existe g: L-M tal que
f o g = g.
Esta propriedade ê característica de uma classe
mais ampla de módulos, que estudaremos nesta seção.

Definição V.2.1. Um A-môdulo P diz-se pJrJ:Jje.ü.vo


se, dados A-módulos M, N; um epimorfismo f: M-N e um
homomorfismo g: P-N, sempre existe um homomorfismo
g: P-M tal que f o g = g.
Em outras palavras, Pê projetivo se para todo
diagrama como o dado.embaixo com traços contínuos, existe
um homomorfismo g que faz com que o diagrama completo se-
ja comutativo:
- p
g,, g
,:f
,,'!
M-N-O
Às vezes se descreve esta situação dizendo que
o homomorfismo g: P-N pode ser 11.6U6pen.cüdo" a um homo-
morfismo g: P-M.
A seguinte proposição dâ uma caracterização dos
módulos projetivos.

Proposiião V.2. 1. Seja Pum A-módulo. As seguin-


tes afirmações sao equivalentes:
i) Pê projetivo.
ii) Se Pê im~gem de um A-módulo M por um epi-
morfismo, então Pê isomorfo a um somando
direto de M.
iii) P ê somando diret·o de um A-módulo livre.
'
142

Demonstração.

i) d mplica ii). Seja M um A-módulo e f: M - P


um epimorfismo. Podemos construir o seguinte diagrama co-
mutativo.

,,,'g_,,,' p! lp
~,, f
M---P--•0
onde f o g = lp. Logo, a sequência exata:
i f
o-Ker(f)-M-P-O
cinde, e resulta a tese.

ii) implica iii). Todo A-módulo ê imagem de um


A-módulo livre por um epimorfismo (veja a proposição II.5
3). Existe_ então um A-môdulo livre Me um epimorfismo
f: M-P. De ii) P ê isomorfo a um somando direto de M.

iii) 'implica i). Seja L um A-módulo livre tal


que L = P EB S. Dados A-módulos M e N, um epim~rfismo ·
f: M-N e um homomorfismo g: P-N, podemos extender
g a um homomorfismo g': L - N definindo:

g ! (x) = g (x) , V x E P
g' (x) =O, VxeS
Dado x EM se escreve de uma única maneira na
forma x=x +x com x EP e x Es e g(x) =g(x ).
1 2 1 2 1
Indicando por i: P---L a inclusão, e utilizando
a proposição II.5.4 temos o seguinte diagrama comutativo:
i
1---P
!;//\ /g
M--•N---0
Definindo entao g: g' o i temos que f o g = g e P
-e projetivo.
143

Da própria definição, e a proposição II.5.4. re-


sulta claro que todo módulo livre ê projetivo. Da propo-
siçao anterior resulta que o módulo do exemplo 4 da seção
II.5. ê projetivo, mas não ê livre. Um outro exemplo nes-
se sentido ê o seguinte.

Exemp 1o 1 • Seja K um corpo e A =M2 (K). E fâcil


verific.a r que os conjuntos:

~ ={[:,g] 1 a,bEK} • ali ~fü :] 1 a,bEK}


são ideais ã esquerda de A, i.ê., submÓdulos de AA e:

Como AA ê livre, O'l1 e 01 são projetivos.


2
Cada Ol., i = 1,2, considerado como espaço veto-
1
rial sobre K ê de dimensão 2. ~ fâcil verificar que to-
do A-módulo livre, considerado como K-espaço ê tal que sta
di~ensão ê. um múltiplo de 4. Portanto, Ol e (ll não são A-
1 2
-modulos livres.
Damos agora uma caracterização dos módulos pro-
jetivos em relação ao grupo dos homomorfismos.

Proposição V.2.2. Um A-módulo Pê projetivo, se


e somente se, para toda,\ sequência exata de A-módulos:
f .
o-L-M-LN-o
a sequência:
f* g*
o-HomA (P ,L) - HomA (P ,M) - HomA (P ,N) - o
-
e exata.

De~nstração.

Levando em consideração a proposição V.1.2. pre-


cisamos apenas demonstrar que para toda sequência · exata

144

nas condições do enunciado, g*: HomA(P,M)-HomA(P,N) -


e
um epimorfismo, se e somente se, Pê projetivo.
Isto resulta imediatamente, da própria definição.

Proposição V.2.3. {Mi}l<i<n uma família de A-mõ


dulos tais que, para cada i, 1 ~ i~ n, todo submÕdulo de
M. ê projetivo,e
1 n
M = EB M1••
i=l
Então, todo submÕdulo N de M ê isomorfo a uma
n
soma direta do tipo ..EB1N.,
1
onde N. ê um submÕdulo de M.,
1 1
1=
1 ~ i ~ n.

Demonstração.
· Faremos indução em n. Se n = 1, o enunciado ê tri
vialmente válido. Suponhamos, então, o resultado verdadei
,.~.·i:· n
ro para somas com menos de n somandos e seja M= EB M ••
. 1 1
1=
n-1
Notaremos EB M. = S
1 n- 1
e por w: M-M a proje-
n
i=l
çao canônica. Dado um submÕdulo N de M notaremos por Nn a
sua imagem pela projeção w.
Da hipótese, N
n
ê projetivo e, do diagrama:

- ,,_,,N!n
w
,,-' lN
i ~- w n
o-Nns n- 1- N - -.. Nn - o

temos que: N; (N n Sn-'1) EB Nn •


145

Finalmente, da hipótese de indução:


n-1
Nn S -;; EB N. , onde cada N. ê um submÕdulo de
n- 1 . 1 1
1= 1 n
M. , 1~ i ~n-1, e resulta N ; EB N. com N. e M. , 1 ~ i ~ n.
1 i=l 1 1 1

Observação. Provamos acima que todo submÕdulo de


n
-~ .. .:.~" ,.i·.,-:-1·.,. ~- ..
M ê .l6omo~6o a uma soma do tipo EB N. , onde cada N. ê sub
i=l 1 1

módulo de M.; o que não implica que todo submÔdulo de M ê


dessa forma~
O resultado - anterior se estende de forma anâloga
para uma família infinita de somandos, usando indução
transfinita. Veja por exemplo J.Lambeck [13].
Como uma aplicação deste resultado vamos dar ou~ ·
tra demonstração da proposição III.3.1:

Corolário. Seja A um domínio principal e M um A-


-môdulo livre de posto n. Então, todo submÕdulo de M ê
livre, de posto menor ou igual a n.

Demonstração~.Seja {m , •.. ,m} uma base de M. Po


n 1 n -
demos escrever M = EB A.m., onde cada somando ê isomorfo
. 1
1= 1

a AA e, portanto, estâ nas condições da proposição ante-


.'·rior (pois os submÕdulos de ';f são livres, logo projeti-
' vos).
Todo submÕdulo de M ê então isomorfo a uma soma
n
do tipo EB N., onde cada N. ê nulo ou livre, de posto 1.
. 1
1=
1 1

O enunciado segue agora trivialmente.

Proposição V.2.4. Seja {Mi}ieI uma família de


submÕdulos tais que, para cada i E I, todo submÓdulo fini-
tamente gerado de Mi ê projetivo; e seja M= EB M1.• Então,
• ieI
146

todo submÕdulo finitamente gerado N de Me isomorfo a uma


soma direta do tipo EB N., onde 1 0 e um subconjunto fini
iE!o 1
-
to de I e Ni e um submodulo finitamente gerado de Mi, pa-
ra cada i E 10 •

Demonstração. Seja {ni,•••,nt} um conjunto de ge


radares de um submÕdulo N de M, Como cada nj, 1" j ~ t pe.E_
ten-ce a uma soma finita de módulos Mi;. i E I existe um con
junto finito I 0CI tal que NC. EB M..
·~r
1 o i
Tomando M = EB M., conclui-se. a demonstração imi
1
iE.l
o . - .
tando passo a passo a prova da propos1çao anterior e lem-
brando, em cada etapa, que os módulos considerados são fi
nitamente gerados.

EXERCTCIOS

1) Provar que todo somando direto de um módulo projetivo é projeti-


vo. Um quociente de um mÓdulo projetivo é projetivo?
,
a) Sej~ {Mi}. I uma família de A-módulos. Provar que EB M. e pro-
l.E
i•tr l.
jetivo, se e somente se, cada M. o
l.
é.
3) Provar que um A-mÓdulo P é projetivo, se e somente se, existe
uma família { m.} . I de elementos de P e homomorfismos
l. l.E
· {f.: P---A}. I tais que (f . (x)). I
l. l.E l. l.€
é quase-nula para todo xEP e:

x= l f.(x).m.
1 1
ie.r

4) Seja P um A-módulo projetivo, finitamente gerado. Provar que e-


xistem elementos m1 , ••• ,mnE~ e homomorfismos f 1 , ... ,fnEHomA(P,A)
147

n
tais que V x E P vale x= l f . (x)m .
i=:i. 1 1
e, para todo fEHomA(P, A)

n
tem-se que f = l f(m.)
i=l 1
f .•
1

5) Um anel A diz-se hereditário à esquerda se todo ideal à es-


querda é um A-módulo projetivo. Provar que, se A é ·hereditário
à esquerda, todo submÓdulo de um A-módulo livre é isomorfo a
uma soma direta de mÓdulos, cada um dos quais é isomorfo a um
ideal à esquerda de A.

6) Provar que um anel A é hereditário à esquerda, se e e somente


se, todo submÓdulo de um A-mÓdulo projetivo é projetivo.

7) Chama~se resolução projetiva de um A-mÓdulo Ma toda "


sequen-
eia exata da forma:
dn dl do
• • • P - P l • •• - P - P _ _ _.,. M-0
n n- 1 o
onde cada P.
1
é um A-mÓdulo projetivo.

i) Provar que todo A-mÓdulo M admite resoluçÕ.Sprojetivas.


"
ii) Provar que se M, N sao A-mÓdulos e f: M--N é um A-ho-
momorfismo, dadas resoluções projetivas:
d d d d
n n-1 l o
· · · - P n - P n - 1 _ _ _.,. Pl-Po_M_O

d1 d1 . d1 d'
n n-1 l· o
••. - P ~ - P ~ _1 - - - • P i - P0 - N - 0

existem homomorfismos f : P - PI que fazem com que o


n n n
seguinte diagrama seja comutativo:

••• _..p
,n -
1
'f
: n
'1
dn
P _1 - ••• - P1 -
1
1n
lf
: n-1
1
1
1
lf
1 l
1
dl
P


11
f
I o
1
do
-M
l f
-o

t d~ t •. di • d~
••• _.p, - P ' - · · · - P i ' - P ' - N - O
n n-1 o


148

V.3. MÕDULOS INJETIVOS

A noção de mÕdulo injetivo ê dual da noção de mo


dulo projetivo estudada na seção anterior. Aqui usamos o
termo "dual" para indicar que resultam, uma da outra, "in
vertendo as flechas", mudando "epi" por "mono" e vice-ver
sa. Tivemos ocasião de estudar uma situação anâloga nas
caracterizações de soma e produto direto dadas no capítu-
lo II.

Definição,V.3.1. Um A-mÕdulo Q diz-se injetivo


se, dados A-módulos M, N, um monomorfismo f: M - N e um
homomorfismo g: · M-Q, sempre existe um homomorfismo
g: · N - Q tal que g = g o f.
Em outras palavras, Q ê injetivo e separa todo
diagrama como o dado embaixo com traços contínuos, existe
um homomorfismo g que faz com que o diagrama completo se-
ja comutativo:
f
o-M-N

gl ,:,,l~
Q

Às vezes, se -0escreve esta situação dizendo que


g u.te.nde. g.
A próxima proposição da uma caracterização útil
dos módulos ..injetivos.

Proposição V.3.1. Seja Q um A-mÕdulo. As seguin-


tes afirmações são equival~ntes.
i) Q ê um A-módulo injetivo.
ii) Dado um ideal à esquerda (Jl de A e um homo-
morfismo de A-módulos g:Ol-Q, sempre existe um homo-
morfismo g: A-Q que estende g, i.ê, que faz com que o
seguinte diagrama seja comutativo:
149

iii) Dado um ideal ã esquerda Q1. de A e um homo-


morfismo de A-módulos g: oz-Q existe x EQ tal que, para
cada a E (Jl tem-se que g (a) = a. x.

Demonstração.

i)iimplica ii) ê trivial, da definição.


ii) implica iii). Dado g:Ol-Q estendemos a
g: A-Q. Dado a€ (ll temos g(a) = g o i(a) = g(a) = g(a.1) =
= ag (1). Chamando x = g (1) resulta a tese.
iii) implica ii). Agora, dado g:OZ---+ Q, se x ê
o elemento nas condições de iii) basta definir g: A - Q
por g(a) =·a.x, YaeA.
ii) implicai). Sejam M, NA-módulos f: N-M um
monomorfismo e g: N-Q um homomorfismo, conforme ao dia
grama:

Q
Podemos definir um homomorfismo g : Im(f)
1
Q
por g (f (x)) = g (x) \( x e N.
1
Consideramos então a família .ride todos os pares
da forma (S,h) onde Sê um submÕdulo de M que contêm Im(f)
eh: s--Q ê um homomorfismo que estende g (isto ê, tal
1
que h!Im(f) =g ).
1
g,I ê não vazia, pois (Im(f), g 1 )E.R/. Podemos defi
nir uma relação de ordem em .J da seguinte forma:
(Sl'hl) ~ (S2,h2), se e sô se, sl C s2 e h2I s1 = hl

~fácil ver que, neste conjunto, toda cadeia as-


cendente admite um majorante. Do iema de Zorn exÍste um
150

elemento (S, h) maximal em .J/.


O r~sultado estarâ provado
se mostrarmos que S = M. Suponhamos então que S f= M e !ej a
x 0 E M tal que x f/. S • O conjunto: (J{= {aE AI ax E S} e um
. . o o o
::tâ;á'.1 ã esquerda de A (verifique!).
Definimos :f: Ql- Q por ~ (a) =h(ax ) , 'vaEUl..
o
Usando ii) existe~: A-Q, que estende1'. Cha
mando y = ~(1) E Q temos, para todo aE./Jl, que:
o
h (ax ) = ~(a) =~(a) = ay
o . o
Seja finalmente S' o submÕdulo de M gerado por
S U { x o j . Definimos ii' : S' - Q por:
h' (s +axo ) =. h (a)+ ayo , Vs E S, Va E A
Para mostrar que h' estâ bem definida basta ob-
servar que, se s + a x = s + a x entao:
1 1 0 2 2 0

s1 - s2 = (a2 -. ª1)xo é h(sl - s2) =_h(a2- ª1)xo = (a2 - ª1)y o

Agora: h' (s 1 + a 1 x 0 ) =h(s ) + a y


1 1 0 e

da observação acima vem que h' (s + a x ) = h' (s + a x ) •


1 1 0 2 2 0
Como temos agora que ses' e h 1 Is =h vem que
f
(S ,h) < (S" ,h')., contra a maximalidade de (S, h)
r
Proposição V.3.2. Seja Q um A-modulo injetivo, e
w: Q - S um epimorfismo de A-módulos tal que S ê isomor-
fo a um somando direito de Q.
Então Sê injetivo.

Demonstração.

Sejam M e N A-mÕdulos, f: M- N um monomorfismo


· e g: M - S um homomorfismo.
151

A sequência Q~S - o cinde; logo, existe


w: s-Q tal que w • w= 18 • Definimos então g' = w. g:M -
M-Q e, como Q ê injetivo, g' pode ser prolongado a
g': N-Q. Agora ê fâcil ver que g = w o g': N - s ê um
prolongamento de g, pois: g•f=wog'• f=wog' =w•w•g =
=-1s•g= _g. .

Corolário. Seja {Mi}iEI uma família de A-mÕdulos


e M= 1f M.• Então, M ê injetivo, se e somente se, cada M.
itI 1 1

o ê,V i€ I.

Demonstração.

Seja ·ik: M. -
-K
lTM.1
iE:I
a inclusão canônica e

pk: ]TM.-
1
~ a projeção canônica. Temos que
i~ I pk
M-M-O iE: I
- k
ik
cindem e, se M ~ injetivo, cada Mi o ê.
Para o recíproco basta utilizar a propriedade u-
niversal do produto direto. (Veja a proposição II.3.1)

Também pode-se dar uma caracterização dos mÕdu-


los injetivos em relação ao grupo dos homomorfismos.

Proposição V.3.3. Um A-módulo Q ê injetivo, se e


somente se, para toda sequência exata de A-módulos:

O-L __!. M --LN -o



152

a sequência
g* f*
0-HomA (N,Q) - HomA (M,Q) - }f.omA (L,Q) ---..O

ê exata.

Demonstração.

Basta verificar que Q ê injetivo, se e somente


se, para todo monomorfismo f: 1-M o homomorfismo
f*: HomA(M,Q)- HomA(L,Q) ê um epimorfismo. Isto resulta
imediatamente da própria definição de môdulo injetivo.

Finalmente daremos exemplos de módulos injetivos.


Para isso lembramos do exercício 5 da seção 111.2. que um
A-môdulo M diz-se div,ú.,Zve.l se para todo .me E e todo a€ A
existe m' EM tal que m= am'. Começaremos provando:

Proposição V,3,4. Um grupo abeliano D considera-


do com Z-môdulo é injetivo, se e somente se, é divisível.

Demonstração.

Seja D um grupo abeliano que é um Z-môdulo 1nJe-


tivo, x um elemento de D e n€ Z. Definimos um Z-homomor-
fismo f : n . Z - n por f (n.m) =m.x,V nt: Z.
X X

Como D ê injetivo, existe F X : z - n que estende


f • Chamando y = F (1) temos:
X X ·

n.y=F (n)=f (1.n)=x


X X

Reciprocamente, seja D divisível, nZ um ideal de


Z e g: nZ-n um homomorfismo. Tomando x =g(n) e y € D
tal que x = ny temos:
g(n.m) = mg(n) = mx = mny V n.m € nZ
Da proposição V.3.1., D ê injetivo.
153

Em presença deste resultado, estamos em condi-


çÕes de exibir Z-môdulos injetivos; por exemplo Q e z
com p € Z primo. O nosso prôximo resultado mostrarã que P!.
ra todo anel A existem A-môdulos injetivos.

Proposição V.3.5. Seja D um grupo abeliano d.ivi-


sível e A um anel com unidade. Então HoIDz(A,D) é um A-mô-
dulo injetivo.

Demonstração.

·Horoi(A,D) ·e um grupo abeliano. Precisamos defi-


nir ainda multiplicação por elementos de A. Dados a€,A e
fE.Hon1z(A,D) definimos a~E.HoIDz(A;D) por:
a~(a) = 9(aa) V a e; A.
Agora (b.a9') (a)= (a<J) (ab) = (aba)= ba9(a.), Va.e. A
e segue facilmente que Homz(A,D) é um A-módulo.

Consideremos agora o seguinte diagrama:

o-M ...!..w

Hotnz (A ,D)

Queremos determinar uma estensao g: N-HoIDz(AP)


de g. Para isso consideramos g': M-D definida por
g'(x) =g(x).(1) Vx~M. Então g'~ Homz(M,D) e como D e
um Z-môdulo injetivo, existe g1 ~ Hom (N,D) que estende g'.
2
Finalmente, definimos g: N-Hotnz (A,D) da segui,!!.
te forma: dado y~ N, g(y) ê o 2-homomorfismo de A em D .de-
finido por g (y) (a) = g' (ay), Va€ A.
Verifica-se facilmente que g(y) e
um Z-homomorfi~
mo. Devemos provar ainda que g é homomorfismo de A-môdulos
que estende g. Para isso, verificamos que g(by)=bg(y)
\/b~A, yy,N. De fato:
154

g(by)(a) =g(aby) =g(y)(ab) = (bg(y))(a) VaE.A

Finalmente:

(g o f (x)}(a) = [g (f (x))] (a) := g' (af (x)) = g' (ax) =


=g(ax)(l) =ag(x)U)=g(x)(a) Va€.A,
e · · Vx É; M.
Finalmente, provaremos que todo A-mÕdulo M pode
ser imerso num A-mÕdulo injetivo. Começaremos demonstran-
do este resultado para grupos abelianos.

Proposição V.3.6. Todo grupo abeliano pode ser · i


merso num grupo abeliano divisível (i.ê., dado um grupo
abeliano G sempre existem um grupo abeliano divisível D e
um monomorfismo f: G-D).

Demonstração.

Seja G um grupo abeliano, Se G ê livre, ê da for


ma G ;z(I); logo G pode ser imerso em Q(I), que ê um Z-m~
dulo divisível.
Se G ê um grupo abeliano qualquer, sempre ê pos-
sível achar um grupo abeliano livre H e um epimorfismo
w: H - G. Logo, G; H/Ker (w). Ainda, da parte anterior, H
pode ser imerso num grupo divisível D, Chamando H', K' as
imagens respectivas de H, Ker(w) nessa imersão, vem que
G ;H, /K', que ê um grupo abeliano divisível.

Proposição v.3.7. Seja M um A-mÕdulo. Existe um


A-mÕdulo injetivo da forma Hotnz(A, Q), onde Q ê um Z-mÕd~
lo injetivo, tal que_ a sequência:
O-M-HoIDz(A, Q)
e uma sequência exata de A-módulos.
155

Demonstração. Consideremos apenas a estrutura de


grupo abeliano de M. Da proposição anterior, podemos de-
terminar um 2-mÕdulo injetivo Q e um homomorfismo ·
j': M-Q tal que a sequência· O-M....Í..Q ê exata. Ela
induz então a sequência ·exata de grupos abelianos:
. j*
O- Hotnz (A ,M) - HoIDz (A, Q)

Como na proposição V.3.5. podemos dar a ambos os


grupos uma estrutura de A-módulo e sabemos que HoIDz(A,Q)
serâ um A-módulo injetiv·o.
Agora notamos que Hom (A,M) ê um submÕdulo de
Hotnz(A,M), pois todo A-homomorfismo ê um 2-homomorfismo e
notamos por i: HomA (A,M)-+HoIDz(A,M) a inclusão. Ainda
ê fâcil provar que a função <I>: HomA (A,M)- M definida
<I> .
por f E HomA (A,M)- f (1) EM ê um isomorf{smo de A-mó-
dulos (Veja o exercício 1 da seção V.1).
Logo a composiçao
j *o i o <I> - l: M - Homz (A, Q)

ê um monomorfismo nas condições do enunciado.

EXERC!CIOS

1) Seja Q um A-módulo. Provar que Q é injetivo, se e somente se,


verifica a seguinte condição: se Q é submÓdulo de um A-mÓdulo M
então Q é somando direto de M.
(Sugestão: usar o fato de que Q pode ser imerso num A-módulo in
jetivo e a proposição v.3.2.)

2) Chama-se resolução injetiva de um A-módulo M a toda sequência e-


xata da forma:

o-M
d

-
o

onde cada Q.
Q
o

l.
dl

é
0 ____.,
1 - • •• -
0
n-l
d
n

um A-mÓdulo injetivo
Q _,..•• o
n
-
J.::>O

i) Provar que todo A-módulo M admite uma resolução injetiva.


ii) Seja M e A-mÓdulos e f: M - N
N um homomorfismo.
Dadas resoluções injetivas:

0-M
- -
d
o Q
-
o
dl
0 0
1-· · · - n-l
d
n
Qn- •••

~-N
- - i-~·-- -
d'
o
Q'
o
d'
1
0

r_) ,•ovar que existem. homomorfismos f : Q -o'


n ·n n
0 ~-l
d•
n
Q~ . . . •••

que fazem com que


o seguinte diagrama seja comutativo:

o_M

f!
- .-
d
o
Q
o
f '1
d
dl
........ º- ···
0

fll
1-· · · -
1
f
0

n-i:
n-l
1
. 1
d
n

f
n
1
n'1

0-N
- -' ' -
d•
o• Q•
o
d•
1
0 i-···- 0 ~-l
d

3) Seja ·A um anel com unidade. _ Provar que as seguintes afirmações


n '
Qn- •••

são equivalentes:

i) Todo A-mÓdulo é projetivo


ii) Toda sequência exata de A-módulos do tipo

0-1_!.M~N-O

cinde.
iii) Todo A-mÓdulo é injetivo.
CAPITULO VI

ALGUNS TEOREMAS DE ESTRUTURA

Neste capítulo obteremos resultados similares


aos do capítulo III. A hipóteses sobre o anel ser princi-
pal e o módulo finitamente gerado será substituída por ou
tras e obteremos assim o clássico teorema de Kru11=-
-Schmidt e o teorema de Wedderburn para aneis semi-simples
com condição minimal.

VI.l. CONJUNTOS ORDENADOS E CONDIÇÕES .DE CADEIA

Em toda esta seção E indicará um conjunto não


vazio, parcialmente ordenado por uma relação que denota-
remos por< •

Definição VI .111. Seja A um subconjunto de E. Um


elemento a AE.diz-se um el.eme.nto ma.uma! de A se, VxEA,
a< x implica a= x (em outras palavras, não existe nenhum
elemento X€. A, x F a tal que a-< x).

Definição Vl.1.2. Uma sequência (a)


n nEN de· ele-
mentos de E diz-se uma eadúa Mee.nde.nte. se para todo nEN
tem-se que ªn < ªn+ 1 •

Frequentemente escreveremos as cadeias ascenden-


tes na forma:
158

Definição VI .1.3, Diz-se que um elemento x E: E -


e
um .liln,Ua.n;te liupe.JÚM. ou um ma.joJta.nte de uma cadeia
(an ) nE:N se, para todo n EN tem-se que a <x.
n
Da forma obvia, mudando o sentido das relações
de ordem, nas definições acima, definem-se as noções de
ei.eme.nto rrú.núnal, c.a.dua. du c.e.nde.nte. e .liln,Ua.nte. -ln óe.JÚOIL
ou rn-lnoJta.nte..

Definição Vl.1.4. Uma cadeia ascendente (a)


n ne: N
diz-se uta.clon.MÁ..a. se existe algum n E: N tal que, V n > n
o o
tem-se que a = ªn •
n o
. Diz-se que um conjunto parcialmente ordenado E
satisfaz a Concü.ção de. Ca.dua. Alic.e.nde.nte. (e.e.A.) se toda
cadeia ascendente de E ê estacionâria.
De forma anâloga se introduz a Concü.ção de Ca.-
de.-la. Vuc.e.nde.nte. (e.e.o.).

EXEMPLOS

1) Se E e um conjunto finito, satisfaz a e.e.A e e.e.o.

2) Seja E o conjunto dos subespaços de um espaço vetorial


V, de dimensão finita ordenado por inclusão. Então E
satisfaz ambas as condições de cadeia.

3) Seja V um espaço vetorial de dimensão infinita e E o


conjunto dos seus subespaços de dimensão finita ordena
do por inclusão. Então E satisfaz a e.e.D, mas não sa=
tisfaz a e.e.A.

4) Se E ê o conjunto de todos os subespaços de um espaço


vetorial de dimensão infinita, ordenado por inclusão,
não satisfaz nenhuma das condições de cadeia.
159

5) Seja E o conjunto dos ideais do anel dos inteiros Z,


ordenado por inclusão. Então E satisfaz a e.e.A, mas
não sat,isfaz a e.e.D.
•j
~ leitor deve tentar demonstrar todas as afirma-
ções acima.

Definição VI .1.5. Diz-se que um conjunto nao va-


zio, parcialmente ordenado E satisfaz a concüção maxi.ma.l,
se todo subconjunto não vazio de E contêm pelo menos um e
lemento maximal. De modo análogo introduz-se a concüçãõ
múúma.l.
Para estudar as relações entre as condições in-
troduzidas nesta seçã~ precisamos do fato que enunciamos
a seguir. Pode-se demonstrar que ê equivalente ao axioma
da escolha.

Lema de Zorn. Se, num conjunto nao vazio paEcia.!_


mente ordenado, toda cadeia tem algum majorante, entao o
conjunto contêm algum elemento maximal.

Teorema VI .1.1. Um conjunto parcialmente ordena-


do E satisfaz a e.e.A., se e somente se, satisfaz a condi
çao maximal.

Demonstração

Suponhamos que E satisfaça a condição maximal,


e seja (a. ) Numa cadeia-ascendente de elementos de E.
n n~
O conjunto X= {a
n
In€.N} é um subconjunto de E,
logo, co11t"êm algum elemento maximal ªn €. X. Agora, para
o
todo n;;. n 0 , da definição de cadeia an ,.< ªn, portanto, da
0
maximalidade de ªn vem que ~ = a e a cadeia ê estacio•:
o o n .
nãria.
Seja agora E um conjunto que . satisfaz a e.e.A.,
e X uma parte não vazia de E.
160

Toda cadeia de elementos de X, sendo estaciona-


ria tem um majorante que pertence a X. De fato, se n ê
~ . . - . . . - - o -
um 1.nd1.ce nas cond1.çoes da def1.n1.çao VI ,1. 4. entao a € X e
um majorante da cadeia. no
Do lema de Zorn, existe um elemento maximal em X.

De forma análoga demonstra-se que a C.C.D. ê e-


quivalente ã condição minimal.

VI.2. ANtIS E MÕDULOS COM CONDIÇÕES DE CADEIA

Nesta seçao faremos algumas aplicações das no-


çoes da seção anterior no caso em que E ê o conjunto dos
submÕdulos de um mÕdulo dado - ou, em particular, dos i -
deais de um anel - e < ê a relação de inclusão.

Definição VI .2.1. Um A-mÕdulo M diz-se noe:the-


Ju.,ano (respectivamente, o.JLtln)__ano) se o conjunto dos seus
submÕdulos, ordenado por inclusão, satisfaz a e.e.A (res-
pectivamente, a e.e.D.).

EXEMPLOS

1) Seja V um espaço vetorial de dimensão finita sobre um


corpo K. Considerado como K-mÕdulo Vê noetheriano e
artiniano.

2) Seja I um conjunto infinito de Índices e {Mi}i~I uma


família de A-mÕdulos. Então, M= EB M. não ê artiniano
i€I 1.
nem noetheriano.

3) Conforme o exemplo 5 da seçao anterior o Z-mÕdulo


2
z
ê noetheriano, mas não ê artiniano.
161

Antes de exibir um exemplo de mÕdulo que é arti-


niano, mas não noetheriano, daremos uma caracterizaçãodos
módulos noetherianos.

TEOREMA Vl.2. 1. Seja M um mÕdulo sobre um anel


A. As seguintes condições são equivalentes:
i) M é noetheriano
ii) Todo submÕdulo de·M (e, em particular, o próprio M)
é finitamente gerado.
iii) Toda familia não vazia de submÕdulos de M contém um
submÕdulo maximal.

Demonstração

O teorema VI.1.1 nesta situação· particular mos-


tra que a condição i) ê equivalente a iii). Provaremos a
seguir que iii) implica ii) e ii) implicai).
Suponhamos então que M verifica a condição iii)
e seja N um submÕdulo de M. Seja$ a familia de todos os
submÕdulos de M, finitamente gerados, contidos em N.g:
contém um submÕdulo maximal N1.
Agora, se N1 f- N, existe algum elemento n€. N tal
que nfj. N1 . O submÕdulo N2 gerado por N1 U{n} é finita-
mente gerado, contido em N e N1~N2 o que contradiz a m~
ximalidade de N • Logo N = N e N é finitamente gerado.
1 1
Suponhamos agora que M verifica·a condição ii) e
seja (Ni)i~N uma cadeia ascendente de submÕdulos de M.
Então N = U
N. é um submÕdulo de Me, portanto, é fini
iE:N 1.
tamente gerado.
Se {n ,n , ••• ,nt} ê um conjunto de geradores de
1 2
N, cada· elemento ni pertence a algum submÕdulo Na,. da ca
l.
deia e, portanto, todos pertencem ao submÕdulo de maior
Índice, que notaremos Na..
162

E fâcil ver que N = N e, portanto, N = N. ,


a CX. L

O resultado simétrico do teorema VI.1.1 dâ, por


tradução direta o seguinte:

TEOREMA Vl.2.2. Seja M um mÕdulo sobre um anel


A. As seguintes condições são equivalentes:
i) M é artiniano.
ii) Toda família não vazia de submÕdulos de M contém um
submÕdulo minimal.

Exemp 1o 4. Seja p €. Z; o conjunto


Z (p) = {a/ pm I a€ Z , me: N} ·
e um grupo abeliano em relação à soma induzida por Q e,
claramente, zcz(p)·

Consideramos então o Z-mÕdulo M = Z(p)/2. A ca


deia ascendente z~.!.zj2z.z<i ••• , nao estacionári a de
p p
Z(p)' induz, ao passar ao quociente, uma cadeia ascenden-
te não estacionária de M; logo, M não ê noetheriano.
Mostraremos a seguir que todo submÕdulo prÕprio
ge M ê finito, o _que implica que M ê artiniano. (Prove!).
Para isso, mostraremos inicialmente que, se Nê um submÕ-
dulo de M, e a/pm + Z€ N com a e p relativamente pri-
mos, entao b/pn + ZE: N para todo b E Z . e n ~ m.

·
De f ato, existem r, s~ Z tais
· que ra+spm = 1 •
Logo, para todo b €. Z temos que . b = bra + bspm e, se n ~ m

b/pn = pm-n .b r a/pm + pm-¾s


logo, passando ao quociente:

Entã9, se Nê um submÕdulo próprio de M, deve


163

existir um natural m0 tal que:


N = · {a/pm + Z I m"-m , aeZ}
o
Finalmente, ê fâcil ver que, para cada m fixo,
existe apenas um número finito de classes d~ forma
a/pm + Z com a€ Z.

PROPOSIÇÃO Vl.2.1. Seja M um módulo sobre um a-


nel A e Num submÕdulo de M. Então, M ê noetheriano {res
pectivamente, artiniano), se e somente se, N e M/N sãõ
noetherianos _(respectivamente, artinianos).

Demonstração.
Faremos a demonstração no. caso noetheriano. No
caso artiniano os argumentos são inteiramente análogos .
Seja então M noetheriano e Num submÕdulo de M.
Toda cadeia ascendente de submôdulos de Nê, também, uma
cadeia ascenden~e de submÕdulos de M, portanto, estacionâ
ria. Logo, Nê noetheriano. -
Da mesma forma, unia cadeia ascendente de submÕdu
los do quociente M/N deve ser do tipo:
Ml/N e M2'N e ... e Mn'N e ...
onde cada Mi ê um submÕdulo de M que contêm N. Como a ca-
deia . M cM2c: .. .CMn~·. • ê estacionãria, a cadeia aci-
1
ma também o ê.
Reciprocamente, suponhamos que N e M/N sao noe- -
therianos, e ~ej a M1C:M2c;: •..cMnc... uma cadeia ascen
dente de submodulos de~.
Consideramos então os mÕdulos M!1 = M.1 íl.N e
M. + N
1
M'.'1 = N As cadeias (M!) ....11 e~!).
11IMI 11€
N sãq"f estacionã-
., .

rias. Logo, pode-se determinar um Indice comum i1-o , tal


que se i > n , M! = M' e M'.' = M" ~
o 1 n0 1 n0

Do segundo teorema do isomorfismo (Teorema II.1.


3) temos que:
164

N + M. M.
l. l.
N
= N (\M.
l.
M.
l.
isto e: ;;; M'.'.
M! l.
l.
Logo, a cadeia dada e estacionária.

PROPOSIÇÃO Vl.2.2. Seja M = M + ••• + Mt uma


1
soma finita (não necessariamente direta) de A-módulos. En
tão M é noetheriano (respectivamente, artiniaho), se e so
mente se, cada M. o ê, 1 ~ i ( t.
l.

Demonstração. Se M é noetheriano, da proposição


anterior, cada Mi o ê. Faremos indução sobre t, para prE_
vara reciproca.
Se t = 2 temos que M=M logo:
1 + M2'
M Ml + M2 - M2
= =
Ml Ml MlílMz

Como M é noetheriano e M n M e um submÕdulo


2 1 2
de M , o quociente M /Mf'M é noetheriano.
2 2 2
Agora, M e M/M sao noetherianos; portanto, da
1 1
proposição anterior, M também o ê.
Supondo o resultado válido para t-1 somandos, te
mos:
M = (M + ••• + M
t- 1
) + M
t
1

onde ambos os somandos sao noetherianos. Da parte ante-


rior, M também o é.
Para o caso artiniano a demonstração e análoga.
165

DEFINIÇÃO Vl.2.2.Um anel A diz-se noe;thvúano


à eJ.iqueJtda
(respectivamente, a/Ltirúa.no à eJ.iqueJtda) se o
A-módulo ÀA ê noet~eriano (respectivamente, artiniano).

Da correspondência entre ideais à esquerda de A


e submÕdulos de AA vem que A ê noetheriano à esquerda (a.E_
tiniano ã esquerda), se e somente se, toda cadeia ascen-
dente (descendente) de ideais ã esquerdá de A ê estacionã
ria.
De forma análoga define-se anel noe;the/Úano ou
aJLtirúa.no à clvr.ú.ta..
No que segue, trataremos em geral apenas um dos
casos. Portanto usaremos simplesmente as palavras noethe
riano ou artiniano para significar noetheriano ou artiniã
no à esquerda.

EXEMPLOS

5) Todo anel com divisão Dê noetheriano e artiniano


(pois a única cadeia possível é (O) CD).

6) Zé noetheriano, mas não artiniano. Todo anel princi-


pal ê noetheriano.

7) Seja G um grupo e K um corpo. Indicaremos por KG o


conjunto de todas as combinações lineares formais do
tipo l• k.g.
l.l.
com k.~K
l.
e g. t:G, onde os k. são to-
l. l.
l.
dos nulos, salvo um número finito.
Podem-se definir operações em KG por:

<z• k.g.)
l.l.
+ <I• k!s.>
l.l.
= I•
(k.+k!)s
l. l.
.
l.
l. l. l.

<I• k.s.>-<r k.g.)


11. J~ JJ
= I
..
(k.k:).(g.g.)
lJ lJ
l. l,J .
166

~G, tem uma estrutura de anel com unidade, com


as operaçoes definidas acima. Ainda pode-se definir pro~
duto por um escalar r~K por:
A.crk.g.)
• 1 1
= I<Ak.)g.
• . 1 1
1 1

Com a soma e o produto por escalares, KG é um es


p~ço vetorial sobre o corpo K, e o conjunto de . combina=
çoes formais G;,, {Lg lgE:Gl é uma base de KG • . .
~.fâcil verificar que os ideais de KG são subes-·
paços de KG, considerado como.espaço vetoriàl. Portanto, ·
se G é finito, KG é noetheriano e artiniano. Da mesma
forma, sé G não for · finito, ·· KG não é noetheriano nem ar- .
tiniano (veja o exemplo 4 da seção anterior).

No:ta: O anel KG _pode ser. definido mais precisa-


mente como o conjunto de todas as funções quase-nulas de-
finidas em G a valores em K onde a _soma e o produto por
escalar se definem ponto a ponto, e o produto é o chamado
produto de convolução das funções.· O leitor interessado
pode consultar as referências [sJ , [13] e [16].

ObJVtva~ão: No exemplo 4 exibimos um mÕdulo que


é artiniano, mas não noetheriano. Tal coisa não pode ser
feita para aneis jâ- que todo anel artiniano e também noe-:-
theriano. Veja, por exemplp, [16].

PROPOSIÇÃO Vl.2,3. O produto direto de uma famí


lia finita de anéis noetherianos (artinianos) e noetheri'i
no (artiniano).

Demonstração

Faremos a demonstração para um produto de dois a


neis. O resultado se extende facilmente a um número fini
to de fatores, usando indução.
Sejam entao A e A aneis noetherianos e
1 2
A = A x A • Pode-se definir em A e A estrutura de A-mõ
1 2 1 2
dulo ã esquerda definindo:
167

(al,a2).xl = ª1·x1 V<a1,ª2)E:A, yxl,Al


(al,a2).x2 = ª2·x2 V<ª1•ª2)~A, vx2€A2

Agora, os submÓdulos do A-módulo A. (i = 1,2) sao


os ideais à esquerda de Ai· Lo~o, os A-mÓdfilos A1 e Az
são noetherianos e, da proposiçao VI.2.2, A também o ê.
A demonstração para o caso artiniano ê análoga.

Contrariamente ao que acontece para módulos, nao


é necessariamente verdade que um subanel de um anel noe-
theriano (artiniano) seja noetheriano (artiniano). Isto
provêm do fato de que os ideais de um subanel nem sempre
são ideais do anel todo. ·

EXEMPLOS

8, O anel Q dos números racionais é artiniano. No entan-


to, Z~Q nao e artiniano.

9) O corpo Q(x , ... ,x ) das funç;es racionais com infi-


1 n1
tas indeterminadas é um anel noetheriano. No entanto,
o subanel Q[x , ... ,x , ... ] dos polin3mios com infini
1 n
tas indeterminadas não ê noetheriano. De fato, a ca-
deia: (xl) C (xl, x2) e... não ê estacionaria.

PROPOSIÇÃO VI .2.4. Um modulo finitamente gerado


sobre um anel noetheriano (artiniano) é noetheriano (arti_
niano).

Demonstração

Seja A um anel noetheriano e M um A-modulo fini-


tamente gerado. Se {rn , ... ,mt} e um conjunto de gerado-
1 t
res de M temos que M = IA.m., onde cada submodulo da
i=l 1.t
168

forma A.mi ê noetheriano (pois ê isomorfo a A ou a um quo


ciente de A). A tese resulta agora da proposição vr.2.2-:-
Para o caso.artiniano a demonstração é análoga.

VL3. SEQUÊNCIAS DE COMPOSIÇÃO

DEFINIÇÃO VI ,3.1, Seja··M um mÕdulo sobre um a-


nel A. Dadas duas sequências de submÕdulos de M da for-
ma:

C) M = Mo ::>M :::, ••• :::,Mr = (O)


1
e') M = M' ::>M 1 .:::, • • • ::::>M', = (O)
o 1 r
diz-se que C' é um ne.óiname.rito de C se todo submÕdulo de
Cê um membro de C'. Se C' f C diz-se que C' ê um ne.6-!:_
name.rito pnÔp!/Á._o de e.
Uma sequência finita da forma:

qu~ nao admite nenhum refinamento prÕprio diz-se uma -0e.-


que.ncia de. ~ompo-0ição. O inteiro r diz-se o· ~ompnime.rito
da sequência.

PROPOSIÇÃO VI ,3, l. A sequência


M = M0 °i M1 ~ ª Mr = (O)
~ uma sequência de composição, se e somente se, cada quo-
~iente M./M. , O~ i ~r-1, ê um módulo simples.
l. 1.+ 1

Demonstração. Basta observar que M./M.


l. 1.+ 1
é sim
ples, se e somente se, não existe nenhum submÕdulo Ni de
M tal que
169

DEFINIÇÃO Vl.3.2. Duas sequências de composição

C) M = M0 ~ M1 ~ ••• ~Mr = (O)

e ') :::> M'o~···:;JI!


M = M'o::;é :::> =:, M'r' = (O)

dizem-se e.quÁ..vale.ntv.i se r = r' e existe uma permutação


cr de [O,l, •.. ,r-1] tal que
M.1 M' cr (")
1
O, i ~ r-1
Mi+l = M'cr(i)+l
isto é, duas sequências de composição são equivalentes s"e
tem o mesmo comprimento e os conjuntos dos fatores de am-
bas as sequências, são iguais.

EXEMPLOS

1) Seja V um espaço vetorial de dimensão finita sobre um


corpo K e {v , ... ,vn} uma base de V.
1
Consideramos os subespaços
V = SO = (v 1 , ... , v n); s1 = (v , ... , v n); ... ;
2
sn-1 = (vn); sn = (O)

Então:
C) V = So :, S ::> :::, S = (O)
=F-l=F-"''*-n
ê uma sequência de composição de V, de comprimento n
e cujos fatores são todos K-mÕdulos isomorfos a KK.

2) Seja G = (a) um grupo cíclico de ordem 30 e sejam:


G = G = (a);
o Gl = (2a); G2 = (6a); G3 = (O)

G = H = (a); Hl = (Sa); H2 = (10a); H = (O)


o 3
-
As seguintes sao sequências de composiçao: -

170

C)
C')

Como os fatores de ambas sequências são cíclicos,


calculando as respectivas ordens vem:
G - Hl Gl - H2 G2 H
o o
=-· - =-=-· =
Gl H2 ' G2 H3 ' G3 Hl
Logo, as sequencias - e e C'
-
sao equivalentes.

Vamos provar agora o clássico teorema de Jordan-


-Holder, que estabelece que tod:1s as sequências de compo-
sição de um modulo dado são equivalentes. Isto darâ um
invariante do módulo: o comprimento de suas sequências de
composição que em certo sentido estende a noção de dimen-
são finita no caso de espaços vetoriais (conforme o exem-
plo 1).
Para isso precisaremos de dois lemas.

LEMA l (Zassenhaus). Seja M um A-módulo e NCP,


N'CP' submÕdulos de M. Então:
N + (P íl P ' ) - P íl P 1 - N' + (P íl P ' )
N + (P nN I ) = (N h p I ) + (N I n p) z N I + (N "p I )

Demonstração. Basta provar o primeiro isomorfi~


mo. O outro resulta por simetria.
P ílP'
Definimos i1 : N + (P np ' ) - (N np ' ) + (N' (\ p)
por x "" n + q ~ - q + [ (N ('\ P' ) + (N' íl P)]
e mostraremos que 'if está bem definida.
De fato, se x = n + q -= n + q , entao n- n =
1 1 1
-= q - qE:N íl P' logo, as classes de q e q módulo
1 1
[(N()P') + (N'() P)] são iguais.
171

g facil verificar que ':Pé um epimorfismo e


N + (N'íl P)CKer(9)). Provaremos ainda que
Ker ('if)C N + (N' 0 P),
de onde segue imediatamente a tese, a partir do teorema
do homomorfismo.
Agora g'(n + q) = O implica que:
q €: [(N (lp') + (N' n P)] e N + (N' n P) .
e como tambêm n € N + (N'íl P) segue a· inclusão.
,_ .
LEMA 2 (Schreier) . . Sejam C e C' duas sequências
da forma:
C) M = M0 M ::> •.• ::,Mr
1
::, = (_g)
e') M = M' ::, M' ::> ••• ::,M, = (O)
o 1 ·· r
Então existem refinamentos c1 de C e CÍ de C' que são e-
quivalentes.

Demonstração.

Para todo 1, J, 1( i ~ r, 1, j ~ r' definimos:


M ..
1]
= M.1 + (M.1- 1íl M.)
J
M!. = M! + (M! iíl M.)
J1 J J- 1

Construimos então:
Cl) M = Mo::>ijll::, •.• ::>Mlr'::>Ml::>M21::, ••. ::>Mrr' = (O)
e1') M - M' -M' -
- o - 11 - • • •
'::>M' :::, M' :,M, :,
lr 1 21 • • •
::,M,
rr'
= (O)

. Então c1 e CÍ são refinamentos de C e C' respec-


tivamente e
M. . 1 M! . 1
1,J- ;; J ,1- para todo i, j, l .:i; i ~r, 1.:i; j .( r'
M. . M! .
1,J J,1
M. + (M.
1 1- 1
nM!
J- 1 ) = M.
i-1
n M!r l
pois
M. + (M. 1ílM!) (M.íl M! 1) + (M. 1íl M!)
1 1- J 1 J- 1- . J
172

M! + (M! 1íl M. 1)
e J r i.- -
M!J- 1íl M.1.- 1
M! + (M! 1 íl M.) (M! íl M. 1) + (M! 1íl M.)
3 3- l. 3 1.- 3- l.

TEOREMA Vl.3.1. (Jordan-Holder). Seja M um A-mô


dulo que admite uma sequência de composição. Então:
i) toda cadeia de submÕdulos estritamente descendente ê
finita e admite um refinamento, que e uma sequência
de composição.
ii) Duas sequências de composição de M são equivalentes.

Demonstração. Seja C uma sequência de composi-


çao de Me C' uma cadeia descendente de submÔdulos de M.
Para toda subcadeia finita C~ de C' existem refinamentos
C1 e Ci de C e C~ que são equivalentes. Como C e sequên-
cia de composição C = C1. Logo, o comprimento de toda
subcadeia finita de C' deve ser menor ou igual que o com-
primento de C; portanto, a prÕpria C deve ser finita. -
A parte ii) segue imediatamente.

DEFINIÇÃO Vl.3.3. Seja M um A-môdulo que admite


uma sequência de composição. Chama-se eompllÁ.mento do mó-
dulo Mao comprimento de qualquer sequência de composição
de M.
Daremos, finalmente, uma caracterização dos mÔdu
los de comprimento finito.

PROPOSIÇÃO Vl.3.2. Um A-módulo M admite sequên-


cia de composição, se e somente se, Me noetheriano e ar-
tiniano (i.e., M satisfaz a·c.c.A e a e.e.D).

Demonstração. Como vale a e.e.A, o conjunto dos


submÕdulos de M, diferentes do prÕprio M, contém um submÕ
dulo maximal M1. Da mesma forma, ou M1 = O ou Ml con
têm um submÕdulo maximal Mz. Repetindo o argumento, obte
mos uma cadeia de submÔdulos de M estritamente descenden::-
te. Como M ê artiniano a cadeia deve ser estacionária
(i.ê, para algum n, Mn = (O)), Logo, a cadeia obtida e
uma sequência de composição.
173

Um argumento similar ao dado na demonstração do


teorema de Jordan-Holder permite provar facilmente que se
M admite sequência de composição, então M ê noetheriano e
artiniano.

COROLÃRIO. Se M admite uma sequência de composi


ção, todo submÕdulo de M também admite sequência de comp~
sição.

VI.4. O TEOREMA DE KRULL-SCHMIDT

O objetivo desta seção ê obter um teorema de es-


trutura para módulos de comprimento finito. Resultará que
todo mÕdulo de comprimento finito se escreve como soma di
reta de mÕdulos indecomponíveis, e esta expressão ê únicã
a menos de isomorfismos. (Compare com o teorema dos di vi
sores elementares).

LEMA 1. Seja M um A-mÕdulo, fP: M -+ M um ho-


momorfismo e n>O um inteiro. Notaremos I = Ini(j'°)
n
e N = Ker(~n). Então:
n
i) Se 1 = entao e se entao
1
r 1 ílN 1 =
ii) Se M ê artiniano, existe n 0 E N tal que para todo
n )n0 tem-se que ln+ Nn = M. Se M ê noetheriano,
existe n'0 E: N tal que, para todo n :::i:V n'0 tem-se que
I ()N
n n
= (O).

Demonstração.

i) Suponhamos 11 = Iz. Dado x~M deve exis-


tir outro elemento y~M tal que ff'(x) =Q>2(y), · logo,
9?(x-l'(y)) = O e x-f>(y)~Ker(i>).
Agora x = ~ (y) + [x - ~(y)], onde i"(y) € 11 ,
x -~(y)€.Nl.
Suponhamos N1 = N2. Dado x E: N1 íl 11 temos que
';f'(x) = O. Ainda, como x~ 11 existe y€-M tal que
<if> (y) = x; portanto 'j'2 (y) = s:'(x) = O e y€ N = N • En
2 1
tao, também, x =~(y) = O.

ii) Seja Martiniano. A cadeia descendente:


1 1 ::>12:::, • • • :Jln:::, · · ·
deve ser estacionaria; logo, existe n 0 tal que, se n ;).n 0 ,
ln= In Em particular, também vale r 2 n - In e apli-
0 0
cando i) à função 1jJ = ~n vem:
M = Im(ijJ) + Ker(ijJ) = I + N
n n

A afirmação para o caso noetheriano se demonstra


em forma análoga.

LEMA 2. Seja M um A-módulo.


i) Se M é artiníano, todo monomorfismo de M em M é um e-
pimorfismo.
i i) Se M é noetheriano, todo epimorfismo de M em M é um
monomorfismo.

Demonstração.

i) Seja Martiniano e '1' : M + M um monomorfis-


mo. Do lema anterior, existe n € N tal que, para todo
o
n ~n vale
o
M = I + N
n n
Mas, se 'iP é monomorfismo Nn = N = (O); logo,
1
M = I •
n
Agora, de:
M:,t :JI :J ... :JI = M
1 2 n
vem que M= 1 e Cf é um epimorfismo.
1
ii) Se Me
noetheriano e ~: M + M um epimor-
fismo, também do lema anterior, temos que, para algum
175

n,N vale: Nnnrn = (O) e, como 1 = In = M deve ser


1
Nn = (O). Ainda, temos:
(O)c NlC N2c ••• e Nn = (O)
logo N = (O)
1
e 'I ê um monomorfismo.

Ob~eJtvação. Ressaltamos no exemplo 1 da seção


VI.2 que todo espaço vetorial de dimensão finita sobre
um corpo K ê um K-mÕdulo artiniano e noetheriano. Como ca
so particular do lema acima obtemos o seguinte resultadÕ
bem conhecido.
Seja fuma função linear de um espaço vetorial
de dimensão finita em si mesmo. Então f ê injetora, se e
somente se, f ê sobrejetora.

DEFINIÇÃO VI .4. J. Um A-homomorfismo Cjp : M-+ M


diz-se tu.i.poten:te se existe um inteiro n > 1 tal que
f>n = O.
Note-se que a definição do exercício 6 da seçao
IV.2 dada para funções lineares e
um caso particular des
ta definição.

LEMA 3 (Lema de Fitting). Seja M um A-mÕdulo


não nulo, indecomponível, de comprimento finito, e seja
HomA (M,M) o conjunto de todos os endomorfismos de M.

Todo elemento não inversível de HomA (M,M) é nil-


potente.
O conjunto Jf>= {Cf € HomA (M,M) 1 i' nao é inver-
sível} é o único ideal bilateral maximal de HomA(M,M).

Demonstração.

Seja f> € HomA (M,M) não inversível. Comó M ê


de comprimento finito, ê noetheriano e artiniano. Do le-
ma 2, pode-se determinar algum Índice n )1 tal que
176

I + N = M e I íl N = (O), isto ê, M = I n-. N.


n n n n nW n
Como M ê indecomponível, deve ser I = (O) ou
Nn = (O). Se for Nn = (O), também seria N1n= (O) e C/J
seria um monomorfismo. Do lema anterior 'f deve ser tam-
bém epimorfismo e, portanto, inversível. Deve ser então
In = (O); logo, 'I n = O e 'I ê nilpotente.
Mostraremos a seguir que tJP ê um ideal bilateral
de HomA(M,M) (Onde a estrutura de anel de HomA(M,M) ob-
têm-se definindo a soma de funções da forma usual e o pro
duto como a compo~içàó das funções dadas). -
Sejam 9' E Jif e 1/J € HoffiA (M,M). Se g>. ijl fosse in
versível ter-se-ia: 'f'o 1/J o (Cfoijl)-1 = lM e 'i seria epi-
morfismo. De forma análoga, se 1/J o 'I' fosse inversível:
(1/101>)-l o 1/J o T = lM e ~ seria monomorfismo. Logo,
f'oi/J, 1/Jof'eM'.
Devemos verificar ainda que, se i' , 1jJ € Jf' então
s:'+ 1/J € Jf>.
Suponhamos que w = 1' + 1/J seja inversível, e se
Jam -1 -1
<f' = w • f> e 1/J' = w o 1jJ

1
Então 1
M
= w- (f> + 1/J) e 'I' e 1/J' c~
mutam.
Como f' e 1/J' nao sao inversíveis, sao nilpote~
tes e existe nf; N tal que
f>,rt = ij;'n = O.

Como f' e 1/J' comutam, podemos aplicar o teore-


ma do binômio para calcular:
2n
1 = 12n = (f' + 1/J')2n = l (2n) ~'ki/J,2n-k = 0
M M k=O k
(note-se que, em cada termo, pelo menos um dos - expoentes
ê maior que n).
Claramente Jf'ê o Único ideal maximal, pois se
IC HomA (M,M) ê um ideal, que contém algum elemento f~ J(',
então r e inversível e I = HomA(M,M).
177

Finalmente, estamos em condições de demonstrar o


teorema principal desta seção:

TEOREMA Vl.4.1. (Krull-Schmidt) Seja M um A-m.§_


dulo de comprimento finito. Então:
i) M é soma direta de submÕdulos indecomponíveis.
m m'
ii) Se M ;; E& M. ;; EB M! com M., M! indecomponíveis
·11.
1.= J·11.
.. l. J
não nulos, 1, i ~ m, 1 <~,
m', então m = m' e exis-
te uma permutação cr de Ll,2, ••• ,m] tal que M. ;M, (º)
l. (J l.
1, i < m.

Demonstração.

i) Faremos indução sobre o comprimento de M. Se


M for de comprimento 1, M é simples; logo, indecomponível
e o enunciado é trivialmente valido.
Seja agora M de comprimento n e suponhamos ore-
sultado vãlido para todo módulo de comprimento menor.
Se M é decomponível, podemos escrever M = M!9M
2
onde é fácil mostrar que cada Mi, i = 1, 2 é de compri-
mento menor. A tese segue agora trivialmente.
m m'
ii) Suponhamos M - EB M. ;; E9 M! nas condições
i=l 1. j =1 J
da hipótese, e sejam:
{ p . : M -+ M. } 1r •,,, ; {p~: M-+M!} ,,,.,,,,
l. l. .., i...,m l. J 1~J...,m
as famílias de projetores associadas as decomposiçÕes aci
ma. m m'
.Dado xE:M temos: X = l p. (x) = l p ! (x) •
. 1 l.
1.= j=l J
m m
Como ~ = lp. temos: p'1 =
. 1 l.
1.= 1.=l
.J.
PÍ • pi e como
m
p' IM' =
1 1 ~'1 temos ainda que =
¾i•1 1.= p'.
. 1 1 pi IM_i •
l

178

Do lema de Fitting, algum dos somandos deve ser


inversível em HomA (Mi,Mi), Seja ,pi o pklMi esse soman-
do. Mostraremos que Mi;~-

Seja <f)
= lM- Pi - Pkº Pi E HomA(M,M). Verifi
1
caremos in~cialmente que 'i' 1 e um monomorfismo. De fato,
se xc M e tal que f' (x) = O ternos: Pi of) (x) = o, i.e,
Pi (x) - Piº Pi (x) - Piº pk o Pi (x) = O, logo,
Pi O
pk o Pi (x) = O.
Corno Pi • pk e um monomorfismo, vem que Pi (x) =O.
Agora: x = lM(x) =1\ (x) - (pi - pk º pi) (x) = O.
Como Me de comprimento finito, do lema 2 vem
que rp l e um isomorfismo de M em si mesmo.
Como J t 1 implica Piº pj =o temos que

'f1•Pj = p!J logo, a restrição de Cf 1 a M! e- a identida-


J
de quando J t 1.
Ainda i' 1 (Mi)C~, pois se xE:Mi temos:
f 1 (x) =x- pi (x) - pk O Pi (x) = -pk o Pi (x) ~ ~.

Agora:
M = f\ (M) ;

e = ~nM

Como~ e indecomponÍve½le ~i> 1 (Mi) F (O) vem


que ~ = ~n </l (Mi) = Cf 1 (Mi) e ~ ; Mi (onde
f lMi ê a função que realiza o isomorfismo).

Finalmente, temos:
m'
M E9(E9M.); M; ~ (M); 'f\(Mi)@((BM!)
k i#=k 1. l j =2 J

e segue que:
179

n
EBM. ;;; @M!
1
i,'k j=2 J
·Agora pode-se completar a prova usando indução.

VI.5. MÕDULOS SEMISIMPLES

Um espaço vetorial sobre um corpo K é tal que


considerado como K-mÕdulo, todo submÕdulo é um somando
direto, Nesta seção damos uma caracterização dos mÕdulos
com essa propriedade.

TEOREMA Vl.5, 1. Seja M um módulo sobre um anel


A. As seguintes afirmações são equivalentes:
i) Me soma direta de uma família de A-môdulos simples.
ii) M é gerado por uma família de A-módulos simples.
iii) Todo submÕdulo de M é um somando direto.
iv) Se f: M +·N ê um epimorfismo de A-módulos, N é iso
morfo a um somando direto de M.
v) Toda sequência exata do tipo:
O+ N-+ M-+ M/N + O
cinde.

Demonstração.

A equivalência das afirmações iii2, iv) e v) se-


gue da proposição II.4.7. Mostrareroos entao que
i) -+ ii) ... iii) => i).

i),. ii) é trivial.


ii) -+ iii). Suponhamos M da forma M "" l
N. onde N.
l.
-
e
· iEl l.
simples, i€ I, e seja L um submÔdulo de M.
180

Consideremos entao a familia

tJ = {JC I j (l N.)ílL = (O)}


iEJ 1.

Como 0 E i,
a família ê não vazia. E fácil ver que I
ordenada por inclusão, está nas condições do lema de Zorn;
portanto, existe um elemento maximal 'J. Seja
M= L + l N. ; mostraremos que M = M.
ie'J 1.

Se para todo i€ I tem-se que NiCM, entao M =


= M. Suponhamos que existe i 0 E I tal que Ni nao esta
o
contido em M; então /:- Ni . Como Ni é um mÕdulo
Míl Ni
o o o
simples e M nNi ê um submÕdulo, deve ser Mn Ni = (O);
o o
!ogo Ln( I
N. + Ni) = (O). Ainda i o f. J (pois i o E; J
0
iEJ 1.
imp.!_ica N; e M), logo J U{ i }€ f , contra a maximal idade
~o o
de J.

iii)=:>i). Mostraremos primeiro que todo submÕdulo N de


M contêm submÕdulos simples . Seja x €N um elemento nao
nulo e L = A.x. É fácil verificar que o conjunto dos
submÕdulos de L diferentes do próprio L está nas condi-
çÕes do lema de Zorn; exisce portanto um submÕdu1o H SÉ L,
maximal em L.
Como vale iii), existe um submÕdulo H de M tal
e
_g_ue M = H H e é fácil ver que L = H (H n L) e e
Hr,L = L/H ê um mÕdulo simples.
Seja agora / a familia dos submÕdulos de M que
sao somas diretas de mÕdulos simples.
Definimos uma ordem em I da seguinte forma:
© N . -< ED N! se ICJ e N. =N!,
l. l.
Vie.r.
it:I 1. j(J J
Novamente pode-se aplicar o lema de Zorn e obter um ele-
mento maximal M = E9 N. € S Devemos mostrar que
1
-M = M.
·er
1.

Se nao fosse, existiria N tal que M = M ED N.


181

....
Tomando um submÓdulo simples L contido em N temos que a
soma @N. + L ê direta, o que contradiz a maximalidade
1
i€I
de M.

DEFINIÇÃO Vl.5. 1. Um A-módulo M diz-se ~em,w..urr-


pi.e.6 se verifica alguma (e portanto todas) das condições
acima.

EXEMPLOS

1) Se K ê um corpo, todo K-espaço vetorial ê um K-mÕdulo


semisimples.

2) Todo módulo simples ê semisimples.

3) Seja G = 2 $ 2 $
2 3 z5 . Como cada somando ê um grupo
cíclico, i.ê., um Z-mÕdulo simples, G ê, semisimples.
Em geral, se p , •.. ,pt são números primos,
1
G = Z E& ••• e Z · ê um Z-mõdulo semisimples.
P1 pt

4) O grupo z4 não ê semisimples. De fato, da unicidade


no teorema de ·estrutura (Teorema IV.1.1) Z4 não podem
se escrever como soma direta de simples.

5) Na seção II.4 mostramos que


2
z não contêm somandos di-
retos. Logo,
2
z não e um Z-mÕdulo semisimples.

PROPOSIÇÃO Vl.5. 1. Seja {N.}.eI uma família de


l. -l. ...
A-módulos simp_~ és.
-
Então, todo submÕdulo de M = e N.
. I 1
e
I.E:
182

isomorfo a um rnÔdulo da forma © N., onde JCI.


1
iEJ
Demonstração.

Seja Num subrnÕdulo de M. Como Me semisirnples


existe um submÕdulo P tal que M = N © P; logo,
@M.1 N.
N-
M iE:I 1
= -p = p = @ N.() P
i€I 1
(o Último isomorfismo usado e urna generalização do teore-
ma II.1.3. Demonstre-o).

Como cada N. ê simples temos que N.()P = (O)


1 1.
ou N. íl P = N.; correspondentemente, N . /N . () P - N. ou
1 1 1 1 1
N./N.
1 1
()p = (O). e resulta imediatamente a tese.

PROPOSIÇÃO Vl.5.2.

i) Todo submÕdulo de um A-modulo semisimples e sem1s1m-


ples.
ii) Todo quociente de um A-módulo semisimples ê sem1.s1m-
ples.
iii) Se {Ni}iE:I é uma família de A-módulos semisimples~
entao M = ED N. é semísímples.
1
íEI

Demonstração.

i) segue da proposição anterior.

ii) Se M ê semisimples e P = M/N ê um quociente


de Ma projeçao canônica w: M ~ M/N ê um epimorfismo;
da condição iv) do teorema VI.5.1, M/N ê isomorfo a um
submÕdulo de Me, da parte anterior, resulta a tese.
iii) Seg~e da ~ondição i) do teorema VI.5.1.
183

PROPOSIÇÃO,V1.5.3. Um A-mÕduio semisimples M é


de comprimento finito, se e somente se, ê finitamente ge-
rado.

Demonstração.

Suponhamós que M seja de comprimento finito. Es-


crevendo M como soma direta de simples M = E9 N. vem
ier 1
que I deve ser um conjunto finito; como cada Ni e simples,
tomando ·x . EN. não nulo temos que N • . = Ax. e
1 1 1 1
M = E9 A.x.
i€_I · . 1

Logo, {x.} ..
1 u:_1
ê um conjunto finito de geradores de M.

Reciprocamente·, suponhamos M finitamente gerado,


e escrevamos M ,;. E9 N. com N.. simples, i € I.
i€I i . 1 . .

Se {x , •• _-:,x } ê um conjunto ·de geradores · de M, cada .. x.1


. 1 n .
se escreve na forma x. =. n. + ••• + n. , onde n. EN. ;
1 11 · 1t . 1j 1j
portanto, cada xi· pertence _a uma soma do tipo E9 N., on
.EJ• J
de J.c:I ê·um -cpnjunto finito. J 1 ·
1.
n
Chamando J = · U J. , temos que MC E9 N. CM; logo
. . 1 1
1= . j€J J
M = E9 N. ê de comprimento finito • . (Veja· o exercício l
jE:J J
~--
no fim do capit~lo). ',

VI.6. AN[IS SIMPLES E SEMISIMPLES

Nesta seção estudaremos os anéis A com unidade


tais que o A-módulo AA ê semisimples. Resultarã que eles

tado da seção daremos um teorema de estrutura para


. .
tipo de aneis. - .
tem vãrias propriedades interessantes e, no Último ·r esul-
este
184

TEOREMA Vl.6,!, Seja A um anel com unidade. As


seguintes afirmações sao equivalentes:
i) Todo A-mÕdulo é projetivo.
ii) Toda sequência exata de A-módulos do tipo
O + M+ N + P + O
cinde.
iii) Todo A-mÕdulo ê injetivo.
iv) Todo A-mÕdulo e semisimples.
v) AA ê semisimples.
vi) A ê soma direta finita de ideais ã esquerda minimais.

Demonstração.

i) ~ ii) ê imediato, da proposição V.2.1.


ii)~iii) resulta em forma análoga.
ii) ~ iv) segue do teorema VI.5.1.
iv) ~v) ê trivial.
v) 9>Vi)
Do teorema VI.5.1, segue que A ê soma direta de
ideais ã esquerda minimais. Como AA ê finitamente gerado
(pois é gerado por {1}), da proposição VI.5.3. vem que a
soma deve ser .finita.

vi) !>iv).
-im.
Seja A = 'I L.,
. l 1
ond·e cad·a 1L. ê um i1leall. 'i
1
1.=
querda minimal de A, 1 ~ i ~ n, e M um A-mÕdulo. Mostrare-
mos que todo submÕdulo N de M ê um somando direto.
A família ~ dos submódulos de M que tem inter-
secção nula com N estâ nas condições do lema de Zorn, e
podemos determinar um elemento maximal L, Então
N() L = (O) · e provaremos que N + L = M. Suponhamos en-
tao xe: M tal que x~N + L.
Existe algum Índice i tal que Lix não esta conti
do em N+L. De fato, se para todo i, 1 ~i ~n, fosse
185

L .• xCN+L ter-se-ia que


1 n
xe:A.x = L L1.• xcN+ L
i=l
contra a escolha de x.
~ fácil ver que LiX é um submÕdulo simples de M
(pois Lix é isomorfo ao A-módulo simples Li); como
Li X n(N + L) 'F Lix é um submÕdulo de Lix, deve ser nulo e
(L. x + N) n L = (O), contra a maximalidade de N.
1

ObJVtvaçã.o. Da proposição VI.5.3 um anel A sa-


tisfazendo as condiçõe~ do teorema, é de comprimento fini
to e satisfaz, portanto, a e.e.A e a e.e.D.

DEFINIÇÃO Vl.6.1. Um anel A satisfazendo as con


diçÕes equivalentes do teorema acima diz-se um anel. Je.ml::-
Jhnple--6 eom eondlção mirúmat.-
A rigor, deveríamos usar o termo semisimples à
esquerda. No fim desta seção provaremos que todo anel se
misimples à esquerda também o é a direita e vice-versa. -

A razão do nome acima é a seguinte: em um outro


contexto define-se anel semisimples e pode-se provar que
um anel semisiroples naquele sentido, que satisfaz a e.e.D,
satisfaz as condições do teorema VI.6.1.

PROPOSIÇÃO VI .6. 1. Seja A. um anel semisimples


com condição minimal e
t s
A = ED L. = E9 L!
i=l
1 . 1
J=
1

duas decomposiçÕes de A em soma direta de ideais à esquer


da minimais; então, t = s e existe uma permutação a de
[1, ••• ,t] tal que Li ;L~(i)

Demonstração. ~ uma consequência imediata do


teorema de Krull-Schmidt (Teorema VI.4.1).
186

PROPOSIÇÃO Vl.6.2. Um A-mÕdulo AA admite uma de


t
composiçao em soma direta do tipo A =- ED L. , onde os L.1
i=l 1
são ideais à esquerda minimais de A, se e somente se, e-
xistem elementos e , ••• ,et ~ A tais que:
1
2
i) e . é idempotente, não trivial,(i.é., e. = e.
e~ r o., 1, 1 ~ i ~ t).
1 1

ii) i .,. j implica e .• e. =


1 J
o.
t
iii) 1 = l e.
1
i=l
Neste caso, tem-se que L. =A.e.,
1 1

Demonstração.
t
Suponhamos A = E9 L. , onde cada L. é um ideal ã
. l
1=
1 1

esquerda. Em particular 1EA se escreve na forma


t
1 = l e.
1
com e . E L. ,
1 1
1~ i , t .
i=l
t
Agora e . = e .• l = l
e.e., onde e.e , E:L.,
J 1
J J i=l J 1 1

l~i"t, e como e.E L. vem imediatamente que e .• e. = O


J J J 1
2
se i -;. j e e. = e ••
J J
Finalmente, A.e.cL. e, para provar a inclusão
1 1
contrária, basta observar que se xe L. temos que:
l
x = x. l = xe + + xe. + •••
1 l
com xe . E L . 1 ,( j ~ t
J J
e, como x E L. deve ser xe. = O se 1. F J e
l J
x = xe. E A.e.
l l

Reciprocamente, se existe uma família de elemen-


tos e , ••• ,etEA satisfazendo as condições acima, é fã-
1
187

c!l provar que os ideais à esquerda L. = A.e.


1 1
1 < i< t
sao tais que
t
A= $ L.
. 1 1
1=

Ob-6 e1tva.ç.ão. Note-se que, da demonstração acima


:esulta que cada ei é unidade ã direita do ideal Li, isto
e, 't/ x e: Li tem-se que x.e.1 = x, l<i(t.

PROPOSIÇÃO Vl.6.3.
Um anel A ê semisimples com
condição minimal, se e somente se, existe uma família de
elementos el' ••• ,etE:A tais que:
i) e. ê idempotente não trivial, 1 < i ~ t.
1
ii) i F J implica e .• e. = O
t 1 J
iii) 1 = I e.1
i=l
iv) e. - se
nao pode escrever na forma e. = e!1 + e'.' com
1
e!,
J...
e'.' idempotentes
J.
-
nao triviais, tais que
1 1

e! .e'.'
1 1
= Q-;-
Demonstração.

Da proposição anterior, as condições i), ii) ·e


iii) acima são equivalentes à existência de _uma decomposi
ção do tipo t
A = $ L.,
. 1 1
1=
onde cada L. é um ideal ã esquerda.
1
Deveremos provar ainda que iv) é equivalente a
afirmar que ·cada L. é minimal.
l.
Suponhamos L. minimal. Se e. =e!+ e~ nas
1 1 1 1
corldiçÕes de iv) resultaria L. = Ae! E9Ae'.' e
1 1 l.
Ae!,
1
Ae'.'1 C

L.1 absurdo.
Reciprocamente, se se verifica iv) e L. não for
minimal, e Li
~Li ê um ideal -a, esquerda de A, 1 como AA
é semisimples, temos A = L ! EDL", e chamando L'.' = L"(\ L.
l. l. l.
ter-se L. = L!@L'.'. Finalmente, escrevendo e. e! + e'!
l. l. l. l. l. l.
com e! E L!, e'.'E L'.', obtêm-se uma decomposição de e . nas
l. l. l. l. 1
condições de iv).

Exemplo l . Mostrare·rnos que um ane 1 de matrizes


~(D) com coeficientes num anel com divisão D, ê um anel
semisimples. De fato, chamando e .. à matriz que tem um 1
l. l.
na posiçao ii e O nas restantes, a família

{ell, e22•···, enn}


esta nas condições da proposição anterior.

LEMA l. Seja A um anel, e um idempotente de A e


L = A.e um ideal à esquerda de A. Um outro ideal ã es-
querda J de A ê isomorfo a L, se e. somente se, existe al-
gum elemento ae:J tal que J = L.a.

Demonstração.

Seja f: L + J um isomorfismo. Chamando


a = i>.(e) vem que J = Im(~) = A.a.
2
Ainda ~(e)= f>(e ) = ei>(e) = ea
e J = A.ea = L.a.
Reciprocamente, se J = La basta definir
i': LJ da seguinte forma: Como L = A.e, cada elemen-
+
to de L ê da forma x. e e definimos então 'f (x. e) = x. a
~ fácil verificar que i> ê um isomorfismo.

COROLARIO. Seja e um idempotente de A, L = Ae


um ideal ã esquerda e Rum ideal bilateral tal que LCR.
Então todo outro ideal ã esquerda de A isomorfo a L estâ
contido em R.

Demonstração.
189

Se J ê um ideal ã esquerda de A isomorfo a L, do


lema acima, existe aE J tal que J = L.a.
Mas L.acR pois LcR e R é bilateral.

COROLARIO 2. Seja A um anel semisimples, com


condição minimal t
A = ED L.
i=l l.
uma decomposição em soma direta de ideais ã esquerda mini
mais e L um ideal à esquerda minimal de A. Então L; L.
l.
para algum i.

Demonstração. Escrevendo cada Li na forma


Li= Aei, como na proposição VI.6.2., algum dos produtos
L.ei deve ser diferente de (O), pois em caso contrãrio,
t
L = L.l = l L.e. = (O).
i=l l.

Agora, se L.ei F (O), como é um ideal a esquer-


da de A contido em L., deve ser L.e. = L. e, do lema 1,
- l. l. l.
L = L .•
l.

LEMA 2. Seja A um anel semisimples com condição


t
minimal e @ L. A=
uma decomposição de A em soma dire-
i=l l.
ta de ideais à esquerda minimais. Dados dois ideais L.,l.
L. da decomposição, L. ; L. se e somente se,
J l. J
L .• L. F (O).
l. J
Demonstração.

Se L. ; L., do lema 1 existe a E L. tal que:


l. J J
L. = L .. a. Como L. F (O) e L. .acL .• L. resulta
J l. J l. l. J
L .. L. F (O).
l. J
Reciprocamente, se L .• L. F (O) existe algum
a E: L . ta 1 que L .. a F (O) e usaàdoJ novamente o lema 1,
J l.
L· ; '1.·
l. J
190

DEFINIÇÃO Vl.6.2. Um anel A diz-se ~.lmpleJ.> se é


semisimples e contêm exatamente dois ideais bilaterais
((O) e o próprio A).

Exemplo 2. Se Dê um anel com divisão, um anel


de matrizes M (D) ê um anel simples.
n
Jã provamos que Mu(D) ê semisimples. Provaremos
que se Rê um ideal bilateral não nulo de Mn(D) entao
R = Mu(D). De fato, seja (a .. )€ R uma matriz não nula,
1J
e suponhamos que o coeficiente ~k = d f O. Chamando
e~ 5 a matriz que tem um 1 na posição rs e O nas outras, e
faéil provar que a matriz e h(a .. )ek tem d na posição
rr e O nas outras. r iJ r
n
Logo x = l e h(a .. )ek E:R e uma matriz inver-
r=l r l.J r
sivel e R = M (D).
n
Nosso objetivo agora ê provar que um anel semi-
simples com condição minimal admite uma decomposição em
soma direta de anêis simples e caracterizar estes anéis.
t
Seja, então, A um anel semisimples e A = $ L.
i=l l.
uma decomposição de A em soma direta de ideais ã esquerda
minimais. A familia de ideais $= {L ,L , ••• ,Lt} . pode-
1 2
-se escrever como uma reunião de classes

onde L., L. pertencem a uma mesma classe, se e somente


l. J
se, L. = L .•
l J
Definimos entao R. = ED L
s
1
ur..
1
Obviamente A = ED R..
1
i=l
191

PROPOSIÇÃO VI .6.4. Os ideais Ri definidos acima


sao ideais bilaterais tais que R .• R. = (O) se i f j.
l. J
Demonstração. Da definição dos ideais Ri e o le
ma 2 decorre imediatamente que, sei f J, R .• R. = O.
1 J
Para demonstrar que cada R· e um ideal bilateral
bastarã provar que também é um idea1 à direita, i.é., que
R .. ACR.. De fato,
J J s s
2
R •• A
J
= R .• ( ED R.)
1
= l R .• R. = R . cR.
J J
J i=l i=l J l.

PROPOSIÇÃO VI .6.5. Os ideais {R.} . -


sao os
Únicos ideais bilaterais minimais de A. 1 1,i~s

Demonstração.

Notaremos inicialmente que, se R. = ~ L. e


1 LE<:/- 1
1
indicamos por 'l * a família de todos os ideais à esquerda
de A isomorfos aos ideais Le: 'I , entao Ri= l L. De
Le:'fk
fato, basta observar que, se LE:'f* do coro lârio 1 do le-
ma 1, LCR.1
Seja agora I um ideal bilateral minimal de A e L
um ideal à esquerda minimal de A contido em I. Do corolâ
rio 2 do lema 2, L~';! para algum i, 1 ~ i< s; então -
1

R. = l L C I.
1 Le:$_
Como I é minimal I = Rl...
Para mostrar que cada Ri é minimal basta tornar
um bilateral minimal de A contido em Ri e concluir, como
acima, que coincide com R ..
1

COROLÃRIO. -
Cada R. e um anel simples,
l.
192

PROPOSIÇÃO VI .6.6. Todo ideal bilateral de A -


e
soma direta de alguns membros da família {R.} . •
i. 1,1.,s

Demonstracão. Seja I um ideal bilateral de A.


Da demonstração da parte iii)::::::>i), do teorema VI.5.1, se
gue que I contém algum ideal i esquerda minimal de A, e,
portanto todos os ideais de alguma das famílias 1 f. Se
·Jam ri * a* d f .. 1. . -
to as as am1 1.as nestas cond1.çoes. Ag~
7 1., ••. , ?" 1
1 k
ra segue facilmente que I = R. G) •.• G) R . •
1 1
1 k
Demonstramos, até agora. que A pode-se decompor
numa soma direta
s
A = E9 R.,
. 1
1.= l.

onde os Ri sao ideais bilaterais minimais. Usando o fato


de que os ideais são bilaterais, pode-se ver facilmente
que a soma acima pode ser considerada uma soma direta de
anéis (e não so de A-modules como até agora). Como é usu
al ao obter uma decomposição em soma direta. daremos um
resultado sobre a sua unicidade. Neste caso o resultado
é mais forte que os similares estudados ate agora.

t s
PROPOSIÇÃO Vl.6.7. Seja A = @ R. = E9 R!
i==l l. . 1 l
J ==
duas decomposiçÕes do anel semisimples A em soma direta
de ideais bilaterais minimais. Então t =se existe uma
permutação o de [1, ... , t] tal que Ri = R'
o (i).
Demonstração. Para cada 1., temos:
t
R. = R. ,A =
l. l.
L R.R!
j =l l. J

Cada produto Ri.R] é um ideal bilateral contido


em R. ; portanto, deve ser (O) ou R ..
l. l
Como R. f= (O) para algum j devemos ter R.R! =R ..
l l .1 l.
Um argumento similar mostra que R.R! == R. e
l J J
R. = R .•
l. J A demonstração se conclui agora facilmente.
193

DEFINIÇÃO VI .6.5. Os ideais bilaterais


{Ri} 1,i,s
chamam-se as c.ompone.nt:v., .6..únplv., de A.

O seguinte teorema descreve completamente a es-


trutura dos anéis semisimples com condição minimal.

TEOREMA VI .6.2. (Wedderburn) Seja A um anel se-


misimples com condição minimal. Então:
i) A tem um número finito de ideais minimais ã esquerda
{Ri}¼i~s (as suas componentes simples) e toda soma
de componentes simples ê direta.
ii) Todo ideal bilateral de A é soma direta de algumas
das suas componentes simples. Em particular:
s
A = E9 R.
. 1
1.= l.

iii) O número de componentes simples de A ê igual ao núme


rode classes de ideais à esquerda minimais dois a
dois não isomorfos.
iv) Cada componente simples Ri é soma direta de um núme-
ro finito ni de ideais ã esquerda minimais de A iso-
morfos entre si. Cada Ri considerado como um anel ê
isomorfo a um anel de matrizes M . (Dlh onde D. ê um
1
anel com divisão. n1.

Demonstração. Falta provar apenas a Última afir


maçao de iv).
Seja entãoR = L @ ••• (9 Ln uma componente sim .
1
ples de A. com L1 = ; L ideais ã esquerda minimais
n
de A. O anel 6 = Horna(L .L ) (com o produto definido
1 2
por composição) ê um anel com divisão (Veja o exercício 9
da seção II.1). Indicaremos por 6° o anel que se obtêm
em 6 conservando a soma e definindo o produto f. g = g O f.
Novamente 6º ê um anel com divisão. Mostraremos que
R; M (6°)
n
194

Escrevendo cada L. na forma L. = Re. 1~ i~ n


1 1 1
como na proposição VI,6,2, definiremos uma função
<f : Horn..K (L.1 •L.J ) - e. Re .
1 J
da seguinte forma:
Dado f E: Horn.. (L. , L.) , calculamos f (e.) E: Re.
K l. J l. J
(digamos f(e.) = r.e.). Então f(e.) = f(e~) = e.re. e
1 J 1 1 1 J
definimos ~(f) = e.r.e .•
1 J
Agora ê fâcil verificar que f atua sobre os ele-
mentos de L. por multiplicação ã direita por e.re. e que
1 l. J
~ ê um isomorfismo de grupos aditivos de Ho~(L.,L.) em
1
e.Re.. J
l. J
Ainda, notamos que dados R-homomorfismo
f: L. + L. e g: L. + Lk' associando como acima
1 J J -
f + e i xe j , g + e j yek en t ao g• f + e i xe j yek.

Para cada i seja agora g. e: e 1Re. corresponden-


1 l. -1
dente a um R-isomorfismo G: 1 + Li fixado e gi E eiRe
1 1
o elemento correspondente ao isomorfismo inverso. Então:
-1 -1
gi .gi = el e g .. g.
l. l.
= e.1
0
Finalmente, definimos <I>: R + M (!::. ) da se-
n
guinte forma:
. <I> o -1
x E: R ..,.._. (a .. ) E M (!::, ) onde a .. = g.e.re.g.
1.1 n 1] 1 1 .1 J
(Note-se que a .. e:e 1R e. = L.lAº),
l.J l.

Mostraremos que <I> ê um isomorfismo.

i) ê homomorfismo de anêis. Resulta calculando dire-


<I>
tamente e usando as propriedades dos idempotentes.
ii) <I> ê injetora. Seja r e: R tal que. para todo par
(e.,e.) e e.re. = o. Então:
l. J 1 J
n n n
o =
ij
l e.re. = l (l e.1 )re. = r l e. = r
l. J j =l i=l .l j=l J

iii) ~ ê sobrejetora. Mostraremos oue dados i, j e


ô e. t:iº existe algum elemento r E. R tal que
~ (r) = (a.hk) •

onde ªhk = O se h f i, k f j e a .. = ô.
l.J
-1
De fato, g. "& g. define um isomorfismo
l. 1.
f: por multiplicação; logo. existe um elemento
L.-+ L.
l. J
-1 -1
e.re. €e,Re. tal que e.re. = g. ôg. e ô= g.e.re.g.· ,
l. J l. J 1. J l. J 1.l. JJ,
. -
1..e, ô = g.e.re.g.-1 = g.e.(e.re.)e.g.-1 e a matriz que
l. l. J J l.l. 1. J JJ

corresponde a e.re. tem ô na posição i.j.


l. J
Em qualquer outra posição temos
-1
ªhk = gheh(eirej)ekgk = O.

Para obter unicidade na estrutura dos anéis s1.m-


ples provaremos ainda:

PROPOSIÇÃO VI .6.8. Seja Rum anel simples tal


que R = M (D); M, (D'), onde D e D' são anêis com di-
n n
visão . Então n = n' e D; D'.

Demonstração.

Em presença do teorema acima, serâ suficiente


Provar que, se R; Mn' (D') ' então D' ; t:i 0 •
Seja e EMn' (D') a matriz que tem 1 na posição
11
1,1 e O nas outras. Então J = Mn,(D')e 11 ê um ideal
ã esquerda minimal de Mn' (D'); portanto isomorfo a L1
(com a notação do teorema anterior). Se demonstramos que
o·,o i Ho1\fn (O')(JtJ) resultatã que D' ; !},º •
1

Sejà a • Hoil\.i (D,) (J ,J). Então


n'
para algum T !!:: (t .. )4i:M ,(D').
iJ n
Agora: a(e ) = e a(e )
11 11 11
Seja: 8 : Ho~ (D')(J,J) + D' a função defi-
n'
nida por a ~ t
11

t fâcil verificar que 8 é um homomorfismo na soma e


0(a.a') = 0(a').0(a).

Se 8(a) e O temos 8(e ) = O, logo a= O e


11
e é injetora.

Finalmente. 8 ê um epimorfismo. De fato, dado


k 1: DI sd a T qualquer matriz tal que t
11
= k e defin
nindo a: J + J por
8(a) = k.

PROPOSIÇAO Vl.6.9. Um anel A ê semisimples ã es


querda. se e somente se, é semisimples ã direita (com con
<lição minimal).

Demonstração. Resulta imediatamente do teorema


anterior.
Oe fato, ê fâcil demonstrar que para anéis semi-
simples à direita com condição minimal vale urna proposi-
ção similar ao teorema de Wedderburn.
Como sorna direta de anéis de matrizes e semisirn~
ples ã esquerda (proposição VI.5.2.) resulta uma implica-
ção •. A outra se demonstra de forma análoga.
.
197

·.. . P�OPOSICAO Vl_.,,.9. Seja A ·um· ane1· semisiniples


com·cob.di4s� tninimal e·t-1 um A•modulo simples. Entao M e
isoitlOrfo a um idehl a esquerda .minimal de A. ·
. · Demonstra�ao.

I. Como Me simples e isomorfo a um quociente de A�


Ainda, coma A e semisimples, todo quociente e isomorfo a
um submodulo de A (teorema VI.6.1. ii)), i.e., a um ideal
a esquerda minimal de A.

COROLARIO. Se A e
- um anel semisimples com condi
-
c;ao minimal e
s
A = $ R. e uma decomposic;ao de A em soma
. 1
1• 1
direta de ideais bilaterais minimais de A, existem exata­
mente s A-modulos simples nao isomorfos dois a dois.

PROPOSICAO Vl.6. 10. Seja A um anel simples.


Existe um unico A-modulo simples e este e fiel�

Demonstra�ao.

Da proposi�ao anterior. devemos provar unicamen­


te que o modulo e fiel. _Seja entao
t
R = (9 L.
1
i=l
um anel simples com L
1= Lt ideais
., esquerda mi­ a
nimais. Bastara observar que t e um R-modulo fiel.
(Exercicio 5). 1
198

EXERCTCIOS

1) Seja M um A-modulo da forma M = (9 N ., onde cada n. e um A-mo


l. . l.
i=l
dulo simples. Prover que o comprimento de M e exatamente t.

2) Provar que para cada inteiro n �l existe um unico grupo abelia


no de ordem n ( a menos de isomorfismos) que um z -modulo se­ e
misimples com condiQ&O minimal.

3) Provar que em um anel semisimples com condiQaO minimal todo :ideal


a esquerda e
principal.

,,
4) Seja uma decomposiQ&O do anel.semisimples com condi-

c;ao minima l A em soma direta de ideais bilaterais minimais, e


seja l=-e i+ ••• +es com ei£Ri 1-s;i..:s. Provar que os
le.} . sao idempotentes nas condiQOes da proposi c; ao VI.6.3.,
\ l. 1�l.-.S
que pertencem ao centro de A.

t
5) Seja R= E9 L.l. um A-modulo simples com L.
l.
ideal a esquerda
i=l
minimal 1 �i tlat. Demonstrar que 1
1
e um i-modulo simples, fiel.
6) seja K um corpo e G um grupo finito. Notaremos por KG a al­
gebra do grupo como definida no exemplo 7 da se c; ao VI-2,
Seja N um submodulo de um KG-modulo M.
i
i) Note que a sequencia exata de KG-modulos 0-N-M
--!'.M/N - 0 pode ser pensada como uma sequencia exata
de K-modulos. Prove que, como tal, cinde.
ii) Seja � : M/N - M tal que Cw• f= l ' Para cada
M/N
definimos T : KG - KG por Tg(Jt) = g • x Vx E: KG. Pro­
g
nao divide a ordem n de de G, entao
·'
-� um KG-homomorfismo e a sequencia

acima cinde (como sequencia de KG-modulos),


iii) Conoluir que, nas condic;oes acima KG e semisimples.
199

iv) Mostre que se a caracteristica de K divide a ordem de G, en


tao KG nao e semisimples. (Sugestao: Mostre que o ideal de

KG gerado pelo elemento x= E g nao e um somando direto).


gE:G

8) Se jam L, M, N, LE&M A-modulos de comprimento finito. Provar que


se L$M ;;; L(BN, entao M ;;; N.
,
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principal - Instituto de Matemática - Universidade
de Rio Grande do Sul, 1961
[13] Lambek, J. - Lectures an Rings and Modules-Blaisde 11 ,
Waltham, 1966
[14] Lang, S. - Algebra - Addison Wesley - Reding,
Massachusetts, 1965
l
1

[1s] Ribemboim. P. - Linear Representations of fini te


groups - Queen's Papers in Pure and Applied Mathe-
matics. Queen's University. Kingston,Dntario. 1966

[16] Ribemboim. P. - Rings and Modules - Interscience.


New York. 1969

As referências [7]. [9] e [10] se referem à maté-


ria básica e cobrem todos os pré-requisitos do texto.

As referências [1]. [2]. [6] . [12]. [13]. [14] .


[1s] e [16] contem temas que foram tratados no texto.
As referências [4]. [s]. [e]. [11] . [13]. [1s] e
[16] contem desenvolvimentos ulteriores da teoria em di-
versas direções. assim como várias aplicações.

Finalmente. sendo o texto de caráter introdutório,


nao damos referências a artigos de pesquisa. Porém. o lei
tor interessado poderá achar numerosas indicações em
[s]. [e]. [11] e [13].
ÍNDICE

PREFÁCIO 5

CAPÍTULO I - ANÉIS E IDEAIS


I,1 Anéis • . • . . . • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • t.7
I.2 Homomorfismos de anéis, ideais e anéis quociente ••• 11
I.3 Outras propriedades elementares dos ideais ••..•.••• 19

CAPÍTULO II - MÓDULOS
II.1 Conceitos básicos 23
II,2 Sequências exatas 38
II.3 Somas e produtos diretos••••••••••••••••••••••••••• 43
II.4 Soma direta interna •••••••••••••••••••••••••••••••• 48
n.5 MÓdulos livres ..••..........•......••.....•••...••• 59

CAPÍTULO III - MÓDULOS SOBRE DOMÍNIOS PRINCIPAIS


III,1 Domfnios principais ••••.•••.•......••.•••• . ••..••.• 67
III.2 MÓdulos sobre um domlnio de integridade •...•.....•• 78
III.3 M§dulos finitam:nte gerados sobre domínios principais _ 84
III.4 Modulas de torçao •..•••••••.•••••••••...•..• ~ . ; •.• ~~ 88.
III,5 Teoremas de estrutura 98

CAPÍTULO IV - APLICAÇÕES DOS TEOREMAS DE ESTRUTURA


IV.l Aplicações à teoria de grupos •••••••••••••••••••••• 102
IV.2 Aplicações ao estudo de endomorfismo de um espaço ve
torial de dimensão finita ••••.••••••••••••••••••••: 107

CAPÍTULO V - MÓDULOS PROJETIVOS E INJETIVOS


v.1 o grupo de homomorfismos••••••••••••••••••••••••••• 132
v.2 MÓdulos projetivos ••••••••••••••••••••••••••••••••• 141
v.3 MÓdulos injetivos •••••••••••••••••••••••••••••••••• 148

CAPÍTULO VI - ALGUNS TEOREMAS DE ESTRUTURAS


VI.l Conjuntos ordenados e condiçÕes de cadeia ..•.•..••• 157
VI.2 Anéis e mÓdulos com condições de cadeia ••.•• . • • •••• 160
VI,3 Sequências de composição ••••••••••••••••••• • ••••••• 168
VI.4 O teorema de krull-Schmidt ••••••••••••••••••••••••• 173
vI.5 MÓdulos semisimples •.•..••.••.•••.•.•.•.••••.•••••• 179
vr.6 Anéis simples e semisimples •••..•••••••••..••••••• • 183

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