Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Catarina Moreira
Moreira, C. (2013), Revista de Ciência Elementar, 1(01):0007
Conjunto das vias catabólicas, a partir das quais os or- ponto de vista energético que o metabolismo anaeróbi-
ganismos obtêm energia a partir da oxidação de uma co, partilham as primeiras reações da glicólise e de-
molécula orgânica sendo o aceitador final de eletrões pois o metabolismo aeróbico continua a degradação
e protões uma molécula inorgânica externa. Na res- do ácido pirúvico através do ciclo de Krebs e da fos-
piração a glicose é o substrato mais comum. Os or- forilação oxidativa, que decorre nas mitocôndrias das
ganismos oxidam a glicose na presença de oxigénio de células eucariotas e no citoplasma das células procari-
acordo com a seguinte reação: otas.
A degradação oxidativa completa da glicose pode ser
C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + energia compartimentada em quatro etapas bioquímicas prin-
cipais: a glicólise, a formação do acetil-CoA, o ciclo de
As vias metabólicas associadas à respiração ocorrem Krebs (ciclo do ácido cítrico ou dos ácidos tricarbo-
nas células das plantas e dos animais, gerando cerca xílicos) e a cadeia transportadora de eletrões onde se
de 38 moléculas de ATP por cada molécula de glicose dá a fosforilação oxidativa. Durante a respiração um
oxidada. Nem toda a energia produzida é aproveitada, composto orgânico (geralmente açúcar) é completa-
apenas cerca de metade é conservada sob a forma de mente oxidado formando CO2 e H2O. Na respiração
energia química (ATP) e o resto é libertado sobre a aeróbia, o oxigénio molecular, O2 serve como aceita-
forma de calor. dor final de eletrões. Na respiração anaeróbia, o aceitador
Nas células eucariotas as necessidades energéticas final de eletrões pode ser o NO3- (ião nitrato), SO42-
são maiores, e a presença de organelos como as mi- (ião sulfato), CO2 ou fumarato. Se o substrato oxidado
tocôndrias permitem uma oxidação completa do áci- durante a respiração for uma proteína então forma-se
do pirúvico obtido na glicólise, originando compos- também amónia.
tos mais simples (água e dióxido de carbono) com As bactérias, ao contrário das cianobactérias e dos
libertação de energia. Esta via metabólica ocorre na eucariotas, possuem vias metabólicas alternativas à
presença de oxigénio e denomina-se respiração aeró- oxidação da glicose: a via oxidativa da pentose fosfato
bia. e a via de Entner-Doudoroff. Aqui apenas iremos re-
O metabolismo aeróbico é bastante mais eficiente do portar a glicólise.
AUTOTRÓFICOS
Fotossíntese
AUTOTRÓFICOS e
HETEROTRÓFICOS
Via aeróbica Via anaeróbica
Glicólise Glicólise
Respiração
celular Formação de
Acetil-CoA Restantes
reações da
Ciclo de Krebs fermentação
Cadeia respiratória
- Oxidação incompleta
1. o ATP transfere um grupo fosfato (P) para a glicose 6C, formando a Glicose
glicose 6-P ATP
Glicocinese
ADP
2. a glicose 6-P sofre um rearranjo da molécula, originando o isómero Glicose-5-P
frutose 6-P
3. outro ATP transfere um P para frutose 6-P originando a frutose 1,6-P Frutose-6-P
(ou frutose difosfato) ATP
3 – fosfoglicerato ADP
Piruvato-cinese
ATP
8. o grupo fosfato muda de local ao nível molecular no 3 – fosfoglicerato
Piruvato
formando 2 – fosfoglicerato NADH
Piruvato
desidrogenase
9. o 2 – fosfoglicerato perde uma molécula de H2O, formando o fosfoenolpiru- NAD+
Acetil CoA
vato (PEP)
Ciclo de
10. o PEP cede um P ao ADP, formando ATP e piruvato Lactato
Krebs
Resultado desta fase: 2 moléculas de piruvato, 2 H2O e 4 ATPs
ATP
Glicólise
Piruvirato Piruvirato-
carboxilase desidrogenáse
Oxidação e
Biossíntese de Oxidação de
Aminoácidos Ácidos gordos
Biossíntese de
Gluconeogénese Ácidos gordos
Biossíntese de
Mala rogen
des
colesterol
id
to-
tase
sinte to
a
Citr
Ácido aspártico
ase
Fenilalanina se
ita
Tirosina on
e Ac
Succinato-
Ciclo de Aconitase
Krebs
Desidrogenase
Iso
De citr
sid ato
ro -
e ge
na
s e
Desid lutarato
Isoc rogen
nase
Des
itrato ase
id
roge
tog
-
a-Ce
Biossíntese de
Porfirina
Valina
Isoleucina
Metionina C
Oxidação
de Ácidos
gordos
Oxidação e
Biossíntese de
Aminoácidos Ciclo de Krebs
Membrana externa
H+ H+ H+
Cyt c
I Q III IV
ATP
Sintase
NADH H2 O
O2
+ +
NAD + H
ATP
ADP
+ H+
P
i
Matriz
O2 Succinato
Fumarato
H2 O
Membrana interna
III II
Q I
IV
H+ H+ Espaço intermembranar
1. O NADH + H+ cede eletrões à ubiquinona (Q) de volta ao interior da mitocôndria, através de canais
numa reação catalisada pela enzima NADH-Q re- proteicos específicos, as sintetases de ATP, promoven-
ductase. do a fosforilação do ADP em ATP.
2. a citocromo reductase transfere os eletrões da
ubiquinona para o citocromo c Materiais relacionados disponíveis na Casa das Ciências:
3. do citocromo c os eletrões passam para o oxigénio
numa reação catalisada pela citocromo oxidase. 1. Catabolismo, quais as fases do catabolismo?
2. Ciclo de Krebs: Reações energéticas na mosca tsé-tsé,
Por cada par de eletrões transportado na cadeia res- as reações energéticas na mosca tsé-tsé em voo e
piratória provenientes de NADH + H+ até ao aceita- em repouso
dor final, o oxigénio, formam-se 3 ATPs. 3. Glicólise, como se dá a degradação da glicose na
Durante o transporte de eletrões os H+ são transpor- célula
tados contra gradiente de concentração através da 4. Respiração celular (Cadeia transportadora de
membrana interna da mitocôndria do interior para eletrões), veja co que ocorre dentro da mitocôn-
o exterior, o espaço intermembranar da mitocôn- dria na respiração celular
dria. O aumento de concentração de H+ no espaço 5. ATP Sintase e os gradientes biológicos, como se
intermembranar irá promover a difusão dos protões faz o ATP na célula(!)
Autor Editor
Catarina Moreira José Feijó
Doutoramento em Biologia pela Faculdade de Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa Ciências da Universidade de Lisboa