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Introdução
Sei que o termo audiófilo entre nós (e não no primeiro mundo) tem caído
em descrédito, mas aqui estou usando este termo de uma forma muito mais
abrangente, no significado mais puro da palavra. Portanto audiófilo, aqui, é todo
aquele, que possui de um micro-system até um sistema High-End de som e
imagem e, é amante do áudio e da boa música! Muitos estão por aí, na verdade
em todos os lugares, espalhados na ramagem verde, em algum galho do pinheiro
e alguns estão lá no galho do galho (já quase perdidos e sem saída), bem firmes
nas suas próprias verdades, crenças e convicções a respeito do som e da
imagem! E, se vocês não sabem ainda, estes “bichos raros”, que somos nós
todos, já fomos todos catalogados pelo nosso caro colega e amigo Alberto A.
Vilardo, quando publicou aquele magistral e genial artigo, intitulado “O
Audiófilo”. Ali ele enumerou alguns tipos marcantes dos amantes do som e da
imagem. O incrível para mim é que este artigo tem se tornado cada dia mais atual!
Por isto estou aqui a mencioná-lo. Todas as coisas se tornam antigas, mas este
artigo parece que foi escrito no futuro, pois reflete uma realidade que, infelizmente,
está crescendo entre nós no Brasil e creio que precisamos parar um pouco para
refletir sobre os nossos posicionamentos pessoais. Vejo tanta discussão a respeito
de tanto equipamento e de tanta coisa, mas parece que temos nos esquecido do
essencial, do fundamental!
Vou aqui rapidamente trazer os seis tipos de audiófilos que o Vilardo tão
bem definiu, para que cada um de nós reflita e consiga se enxergar e se localizar
em algum galho deste nosso pinheiro. O primeiro é o audiófilo técnico, ou seja,
“aquele que lê praticamente todas as revistas especializadas do ramo” e por isso
acaba se tornando um teórico, mas lhe falta a prática, pois via de regra não tem
boas condições financeiras. “De modo geral, possui um sistema modesto. Defende
determinadas marcas como um torcedor de futebol. Possui poucos discos e
assiduamente participa de calorosos debates sobre áudio, sendo normalmente
radical e um formador de opinião, com ascendência sobre os amigos próximos
menos esclarecidos”.
Outra espécie rara é o audiófilo sonhador. Aquele que “uma única vez
escutou uma determinada marca na casa de um conhecido do tio de seu avô e
nunca mais presenciou tamanha qualidade de áudio em lugar algum” e agora acha
que aquele tal equipamento (de qualidade talvez até duvidosa e que ele não
consegue adquirir) realizará todos os seus sonhos!
E, por último, vem o audiófilo antiquado, que diz que só o antigo é o
melhor (incluídos aí ficam os audiófilos valvulados). Ele já prejulgou o novo, sem
ter feito uma avaliação mais apurada...
O Topo de Pinheiro
Tome todo o tempo necessário para fazer isso. E leva tempo mesmo. Não é
um aprendizado rápido. Ao contrário é lento. Percebo que, na verdade, muito
poucos o fazem, pois a maioria não se permite tempo de qualidade para escutar
música ao vivo, a arte mais divina que o homem conhece. O serviço e o excesso
de trabalho não nos deixam ir regularmente ao teatro ou ao concerto. Mas penso
que nós, que adotamos o áudio por profissão e somos apaixonados por ele,
deveríamos ter por obrigação ouvir a música ao vivo todas as semanas.
Levaríamos um choque, reconhecendo onde nos encontramos na rama do
pinheiro, ao descobrir o nível de reprodução do nosso sistema! Seria assustador,
pois a distância existente entre a nossa posição ali no galho e o topo do pinheiro
nos pareceria enorme! Nós nos veríamos provavelmente na parte de baixo da
ramagem, talvez com sorte não tão perto da raiz... Pior, a maioria de nós não tem
consciência do seu fraco nível de reprodução e nem imagina aonde se encontra! A
maioria está perdida!!
Os Primeiros Passos
Conclusão