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Sumário

Raio X da Banca ........................................................................................... 3

Assuntos da Rodada .................................................................................... 5

a. Teoria ........................................................................................................ 6

b. Resumo da Rodada ................................................................................ 16

c. Revisão 01 ............................................................................................... 17

d. Revisão 02 ............................................................................................... 20

e. Revisão 03 ............................................................................................... 23

f. Normas .................................................................................................... 26

g. Gabarito .................................................................................................. 27

h. Comentários às questões ...................................................................... 28

2
Rodada #01 - Direito Administrativo

Professor Fabiano Pereira

Raio X da Banca

Prezado aluno,

Para que possamos iniciar o nosso estudo focado nos pontos mais

cobrados pelo CESPE, que, provavelmente, será a banca organizadora do

próximo concurso, realizamos um levantamento estatístico referente aos

últimos cinco anos. Para facilitar a visualização dos tópicos mais frequentes

em provas semelhantes, ordenei os assuntos do maior para o menor

percentual de cobrança.

CONTEÚDO PERCENTUAL DE COBRANÇA

1. Atos administrativos 26%

2. Improbidade administrativa 18%

3. Organização da Administração Pública 15%

4. Processo administrativo 14%

5. Poderes Administrativos 10%

6. Responsabilidade Civil do Estado 10%

7. Controle da Administração Pública 7%

Total 100%

De acordo com a programação do nosso curso, teremos 14 Rodadas,

sendo 12 de Conteúdo e 2 de Revisão, para abordar todo o conteúdo do

edital.

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Tendo em vista que o concurso em foco será o de Agente da Polícia

Civil do Distrito Federal, é claro que alguns tópicos merecem mais

atenção, a exemplo de “atos administrativos” e “improbidade

administrativa”. Por sua vez, alguns tópicos não precisam ser objeto de

aprofundamento, a exemplo de Controle da Administração Pública.

Esse será o espírito do nosso curso! Focar nos temas que possuem

maior probabilidade de cobrança em prova, a fim de que você possa se

preparar com a máxima produtividade!

Como o CESPE provavelmente será a banca escolhida para realizar o

próximo concurso, vide anos anteriores, nada mais prudente do que

conhecer a fundo a forma de abordagem da banca em relação a esses

principais tópicos do Direito Administrativo, o que lhe proporcionará a

prerrogativa de gabaritar a prova, assegurando todos esses preciosos

pontos!

Deve ficar claro que o CESPE tem o hábito de elaborar questões mais

aprofundadas, abordando tanto a jurisprudência dos tribunais superiores

(STF e STJ), quanto doutrina, o que exigirá um nível maior de cautela

durante os estudos.

Por fim, é imprescindível resolver o maior número possível de

questões aplicadas em concursos anteriores, pois as bancas têm o hábito

de elaborar provas muito semelhantes. Assim, todas as questões

apresentadas durante o curso devem ser obrigatoriamente resolvidas,

preferencialmente duas vezes (se possível, é claro!).

Bons estudos!

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Assuntos da Rodada

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: 1 Estado, Governo e

Administração Pública. 1.1 Conceitos, elementos, poderes e organização.

1.2 Natureza, fins e princípios. 2 Organização administrativa da União:

administração direta e indireta. 3 Atos administrativos. 3.1 Conceitos,

requisitos, elementos, pressupostos e classificação. 3.2 Fato e ato

administrativo. 3.3 Atos administrativos em espécie. 3.4 O silêncio no

direito administrativo. 3.5 Cassação. 3.6 Revogação e anulação. 3.7

Processo administrativo. 3.8 Fatos da administração pública: atos da

administração pública e fatos administrativos. 3.9 Formação do ato

administrativo: elementos, procedimento administrativo. 3.10

Validade, eficácia e auto executoriedade do ato administrativo. 3.11

Atos administrativos simples, complexos e compostos. 3.12 Atos

administrativos unilaterais, bilaterais e multilaterais. 3.13 Atos

administrativos gerais e individuais. 3.14 Atos administrativos

vinculados e discricionários. 3.15 Mérito do ato administrativo,

discricionariedade. 3.16 Ato administrativo inexistente. 3.17 Teoria das

nulidades no direito administrativo. 3.18 Atos administrativos nulos e

anuláveis. 3.19 Vícios do ato administrativo. 3.20 Teoria dos motivos

determinantes. 3.21 Revogação, anulação e convalidação do ato

administrativo. 4 Lei nº 8.429/1992 (sanções aplicáveis aos agentes

públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,

cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou

fundacional). 5 Poderes administrativos. 5.1 Poder hierárquico. 5.2 Poder

disciplinar. 5.3 Poder regulamentar. 5.4 Poder de polícia. 5.5 Uso e abuso

do poder. 6 Controle e responsabilização da administração. 6.1 Controle

administrativo. 6.2 Controle judicial. 6.3 Controle legislativo. 6.4

Responsabilidade civil do Estado.

5
a. Teoria

1. A Administração Pública edita dois tipos de atos jurídicos: a) atos que são

regidos pelo Direito Público e, consequentemente, denominados de atos


administrativos e b) atos regidos pelo Direito Privado.

2. Não existe uma unanimidade doutrinária sobre a quantidade e as

características de cada requisito ou elemento do ato administrativo.

Entretanto, como o nosso objetivo é ser aprovado no concurso, iremos

adotar o posicionamento do professor Hely Lopes Meirelles, que entende

serem cinco os elementos dos atos administrativos: competência,

finalidade, forma, motivo e objeto.

2.1. Competência ou Sujeito: o ato administrativo não “cai do céu”. É

necessário que alguém o edite para que possa produzir efeitos jurídicos.

Esse alguém é o agente público (também chamado por alguns autores de

“sujeito”), que recebe essa competência expressamente do texto

constitucional ou por meio de lei. Podemos considerar como

características da competência o fato de ser irrenunciável, inderrogável,

improrrogável, intransferível e imprescritível.

2.2. Finalidade: trata-se de requisito sempre vinculado (previsto em lei)

que impõe a necessidade de respeito ao interesse público no momento

da edição do ato administrativo. Pode ser entendido como o efeito

jurídico mediato (secundário) que o ato produz.

2.3. Forma: também é requisito vinculado do ato administrativo, a

exemplo dos requisitos da competência e finalidade, podendo ser

6
compreendida em sentido estrito e em sentido amplo. Em sentido

estrito, a forma pode ser entendida como a exteriorização do ato

administrativo, o “modelo” do ato, o modo pelo qual ele se apresenta ao

mundo jurídico (uma portaria, ordem de serviço, instrução normativa

etc.). Em sentido amplo, a forma pode ser entendida como a

formalidade ou procedimento a ser observado para a produção do ato

administrativo. Em outras palavras, entenda que a lei pode determinar

expressamente outras exigências formais que não fazem parte do

próprio ato administrativo, mas que lhe são anteriores ou posteriores

(exigência de várias publicações do mesmo ato no Diário Oficial, por

exemplo, para que possa produzir efeitos).

2.4. Motivo: que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de

fato (acontecimento) e de direito (dispositivo legal) que servem de

fundamento para a edição do ato administrativo. O motivo se manifesta

através de ações ou omissões dos agentes públicos, dos administrados

ou, ainda, de necessidades da própria Administração, que justificam ou

impõem a edição de um ato administrativo.

2.4.1. É necessário que você tenha muita atenção ao responder às

questões de prova para não confundir motivo e motivação, que

possuem significados diferentes. O motivo pode ser entendido como

o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para a

edição do ato administrativo. Por outro lado, a motivação nada mais é

que exposição dos motivos, por escrito, no corpo do ato

administrativo.

2.4.2. Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo

alegado pelo agente público, no momento da edição do ato, deve

corresponder à realidade, tem que ser verdadeiro. Caso contrário,

7
comprovando o interessado que o motivo informado não guarda

qualquer relação com a edição do ato ou que sequer existiu, o ato

deverá ser anulado pela própria Administração ou pelo Poder

Judiciário.

2.5. Objeto: o quinto requisito do ato administrativo, que pode ser

discricionário ou vinculado, é o objeto (também denominado de

conteúdo por alguns autores), entendido como a coisa ou a relação


jurídica sobre a qual recai o ato. Trata-se do efeito jurídico imediato

(primário) que o ato administrativo produz.

3. Não existe um consenso doutrinário sobre a quantidade de atributos -

que nada mais são do que “características” inerentes aos atos

administrativos -, mas, para responder às questões de provas, é necessário

que estudemos a presunção de legitimidade ou veracidade, a

imperatividade, a autoexecutoriedade e a tipicidade.

3.1. Presunção de Legitimidade: todo e qualquer ato administrativo é

presumivelmente legítimo, ou seja, considera-se editado em

conformidade com o direito (leis e princípios). Essa presunção é relativa

(juris tantum), consequência da confiança depositada no agente público,

pois se deve partir do pressuposto de que todos os parâmetros e

requisitos legais foram respeitados pelo agente no momento da edição

do ato.

3.2. Imperatividade: é o atributo pelo qual os atos administrativos se

impõem a terceiros, independentemente de sua concordância ou

aquiescência. Todavia, não está presente em todos os atos

administrativos, a exemplo dos atos enunciativos.

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3.3. Autoexecutoriedade: é o atributo que garante ao Poder Público a

possibilidade de obrigar terceiros ao cumprimento dos atos

administrativos editados, sem a necessidade de recorrer ao Poder

Judiciário. Nem sempre os atos administrativos irão gozar de

autoexecutoriedade e, para fins de concursos públicos, a multa (ato

administrativo) é o exemplo mais cobrado em relação à ausência de

autoexecutoriedade. Nesse caso, apesar de a aplicação da multa ser

decorrente do atributo da imperatividade, se o particular não efetuar o

seu pagamento a Administração somente poderá recebê-la se recorrer

ao Poder Judiciário.

3.4. Tipicidade: segundo Maria Silvia Zanella di Pietro, podemos

entender a tipicidade como “o atributo pelo qual o ato administrativo

deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a

produzir determinados resultados”. Resumidamente falando, a

professora entende que, para cada finalidade que a Administração

deseja alcançar, existe uma espécie distinta de ato administrativo e,

portanto, é inadmissível que sejam editados atos administrativos

inominados.

4. Em relação à classificação dos atos administrativos, penso que o mais

sensato é focarmos a classificação do professor Hely Lopes Meirelles, que

tem sido adotada pelas principais bancas examinadoras do país.

4.1. ATOS GERAIS E INDIVIDUAIS - Os atos administrativos gerais ou

regulamentares são aqueles que possuem destinatários

indeterminados, com finalidade normativa, tais como os decretos

regulamentares, as instruções normativas etc. Por sua vez, atos

9
administrativos individuais são aqueles que possuem destinatários

determinados ou determináveis, podendo alcançar um ou vários

sujeitos, sendo possível citar como exemplos os decretos de

desapropriação, a nomeação de servidores, uma autorização ou

permissão etc.

4.2. ATOS INTERNOS E EXTERNOS - são aqueles que produzem efeitos

somente no interior da Administração Pública, e, portanto, não têm o

objetivo de atingir os administrados, sendo possível citar como exemplos

uma ordem de serviço, uma portaria de remoção de servidor etc. Por

outro lado, atos administrativos externos ou de efeitos externos são

aqueles que afetam os administrados, produzindo efeitos fora da

Administração, e, por isso, necessitam de publicação no diário oficial.

Como exemplos, podemos citar um decreto, um regulamento, uma

portaria de nomeação de candidato aprovado em concurso público etc.

4.3. ATOS DE IMPÉRIO, DE GESTÃO E DE EXPEDIENTE

4.3.1. Atos de império ou de autoridade são aqueles praticados pela

Administração no gozo de sua supremacia sobre o administrado. São

aqueles através dos quais a Administração cria deveres aos

particulares independentemente de concordância ou aquiescência, tal

como acontece na aplicação de uma multa de trânsito, na edição de

um decreto de desapropriação, na apreensão de mercadorias etc.

4.3.2. Atos de gestão são aqueles editados pela Administração sem

fazer uso de sua supremacia sobre o administrado, estabelecendo-

se uma relação horizontal (igualdade) e assemelhando-se aos atos de

Direito privado, sendo possível citar como exemplo a aquisição de

bens pela Administração, o aluguel de equipamentos etc.

10
4.3.3. Atos de expediente são os atos rotineiros praticados pelos

agentes administrativos no interior da Administração, sem caráter

vinculante e sem forma especial, que têm por objetivo organizar e

operacionalizar as atividades exercidas pelos órgãos e pelas

entidades públicas. Para exemplificar, podemos citar o preenchimento

de um documento, a expedição de um ofício a um particular, a rubrica

nas páginas de um processo administrativo etc.

4.4. ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS - Nas palavras do

professor Hely Lopes Meirelles, “atos vinculados ou regrados são

aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua


realização”, ao passo que “discricionários são os que a Administração
pode praticar com liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu
destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e de seu modo
de realização”.

4.5. ATO SIMPLES, COMPLEXO E COMPOSTO.

4.5.1. Ato administrativo simples é aquele que resulta da

manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado,

sendo irrelevante o número de agentes que participarão da edição

do ato. A edição do ato simples depende da vontade de um único

órgão e independe de aprovações ou homologações posteriores

(parecer, despacho de um servidor etc.).

4.5.2. Ato administrativo complexo é aquele que depende da

manifestação de vontade de dois ou mais órgãos para que seja

editado. Apesar de ser um único ato, é necessário que exista um

consenso entre diferentes órgãos para que possa produzir os efeitos

desejados. É possível citar como exemplos os atos normativos

11
editados conjuntamente, por dois ou mais órgãos, tais como as

Portarias Conjuntas editadas pela Procuradoria Geral da Fazenda

Nacional e Receita Federal do Brasil (a exemplo da Portaria

Conjunta nº 01, de 10 de março de 2009, que dispõe sobre

parcelamento de débitos para com a Fazenda Nacional); editadas

pelos órgãos do Poder Judiciário (a exemplo da Portaria Conjunta 01,

de 07 de março de 2007, que regulamenta adicionais e gratificações

no âmbito do Judiciário), entre outras.

4.5.3. Ato administrativo composto é aquele em que apenas um

órgão manifesta a sua vontade, todavia, para que se torne exequível, é

necessário que outro órgão também se manifeste com o objetivo de

ratificar, aprovar, autorizar ou homologar o ato. Como exemplo de ato

composto, podemos citar a nomeação dos Ministros do Supremo

Tribunal Federal. Nesse caso, nas palavras da professora Maria Sylvia

Zanela Di Pietro, teríamos um ato principal (nomeação efetuada pelo

Presidente da República) e outro ato acessório ou secundário

(aprovação do Senado Federal).

5. Espécies de atos administrativos

5.1. Atos normativos - são aqueles editados com o objetivo de facilitar a

fiel execução das leis, possuindo comandos gerais e abstratos, tais

como os decretos regulamentares, as instruções normativas, os

regimentos, entre outros.

5.2. Atos ordinatórios - decorrem do poder hierárquico e têm o

objetivo de disciplinar o funcionamento da Administração, orientando

os agentes públicos subordinados no exercício das funções que

12
desempenham. Os atos ordinatórios restringem-se ao interior da

Administração e somente alcançam os servidores que estão

subordinados à chefia que os expediu.

5.3. Atos negociais - são aqueles pelos quais a Administração faculta aos

particulares o exercício de determinada atividade, desde que atendidas

as condições estabelecidas pelo próprio Poder Público. Para exemplificar,

podemos citar as licenças, as autorizações, as permissões, as aprovações,

as dispensas etc.

5.4. Atos enunciativos - Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, atos

administrativos enunciativos “são todos aqueles em que a Administração

se limita a certificar ou atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre


determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. Dentre os atos
mais comuns dessa espécie, merecem atenção as certidões, os atestados
e os pareceres administrativos”.

5.5. Atos punitivos - Os atos punitivos são aqueles que contêm uma

sanção imposta pela Administração aos seus agentes públicos ou

particulares que praticarem atos ou condutas irregulares, violando os

preceitos administrativos.

6. Extinção dos atos administrativos

6.1. Anulação ou invalidação - Quando o ato administrativo é praticado

em desacordo com o ordenamento jurídico vigente, é considerado

ilegal. Assim, deve ser anulado pelo Poder Judiciário (quando

provocado) ou pela própria Administração (de ofício ou mediante

provocação). A anulação de um ato administrativo opera-se com efeitos

13
retroativos (ex tunc), isto é, o ato perde os seus efeitos desde o

momento de sua edição (como se nunca tivesse existido), pois não

origina direitos.

6.1.1. A partir do momento que o ato ilegal é praticado, passa a ser

contado o prazo de cinco anos para que a Administração Pública

possa promover a sua anulação. Ultrapassado o prazo de cinco anos

sem a respectiva anulação, o ato administrativo será automaticamente

convalidado (não poderá mais ser anulado), desde que o seu

destinatário esteja de boa-fé.

6.2. Revogação - ocorre sempre que a Administração Pública decide

retirar, parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato

administrativo válido, mas que deixou de atender ao interesse público

em razão de não ser mais conveniente ou oportuno. A revogação de

um ato administrativo é consequência direta do juízo de valor (mérito

administrativo) emitido pela Administração Pública, que é a responsável


por definir o que é bom ou ruim para coletividade, naquele momento.

Assim, é vedado ao Poder Judiciário revogar ato administrativo editado

pela Administração.

6.2.1. Ao contrário do que ocorre na anulação, que produz efeitos “ex

tunc”, na revogação os efeitos serão sempre “ex nunc” (proativos). Isso


significa dizer que a revogação somente produz efeitos prospectivos,

ou seja, para frente, conservando-se todos os efeitos que já haviam

sido produzidos.

6.2.2. Existem alguns atos administrativos que não podem ser

revogados, são eles: 1º) os atos já consumados, que exauriram seus

efeitos; 2º) os atos vinculados; 3º) os atos que já geraram direitos

14
adquiridos para os particulares; 4º) os atos que integram um

procedimento; 5º) os denominados meros atos administrativos.

7. Convalidação de atos administrativos - Segundo a professora Maria

Sylvia Zanella di Pietro, “convalidação é o ato administrativo através do qual

é suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data

em que este foi praticado”. Na verdade, a convalidação nada mais é que a

“correção” do ato administrativo portador de defeito sanável de

legalidade, com efeitos retroativos (ex tunc).

7.1. Para responder às questões de prova, lembre-se de que a

convalidação de um ato administrativo somente pode ocorrer em relação

aos vícios sanáveis (hipótese em que o ato administrativo será

considerado anulável), isto é, aqueles detectados nos requisitos

“competência” e “forma”.

15
b. Resumo da Rodada

16
c. Revisão 01

QUESTÃO 01 – CESPE - PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA – SEDF - 2017

No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao

controle da administração, julgue o item seguinte.

Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato irregular.

QUESTÃO 02 – CESPE - PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA – SEDF - 2017

No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao

controle da administração, julgue o item seguinte.

Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato

administrativo.

QUESTÃO 03 – CESPE - PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA – SEDF - 2017

Com relação aos poderes e atos administrativos, julgue o próximo item.

Ato administrativo declaratório é aquele que implanta uma nova situação

jurídica ou modifica ou extingue uma situação existente.

QUESTÃO 04 – CESPE - NÍVEL MÉDIO – SEDF - 2017

Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores públicos distritais),

determinou que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza – CE

17
nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No dia oito

de janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico

apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão

pela qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve

de se afastar do serviço por motivo de saúde.

Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela

relacionados, julgue o item a seguir.

A concessão de diária é ato vinculado da administração pública.

QUESTÃO 05 - CESPE – ADVOGADO – EBSERV - 2018

Um edital de licitação foi publicado e, em seguida, foram apresentadas

propostas. No entanto, antes da etapa de homologação, o gestor do órgão

licitador decidiu não realizar o certame, sob a alegação de que aquele não

era o momento oportuno para tal.

Nessa situação hipotética, ao decidir por não levar a termo o certame, o

gestor praticou ato administrativo de anulação.

QUESTÃO 06 - CESPE – AUXILIAR – IPHAN - 2018

Acerca dos atos administrativos, julgue o próximo item.

A imperatividade do ato administrativo prevê que a administração pública,

para executar suas decisões, não necessita submeter sua pretensão ao

Poder Judiciário.

18
QUESTÃO 07 - CESPE – AUXILIAR – IPHAN - 2018

Acerca dos atos administrativos, julgue o próximo item.

Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, o gestor público é obrigado a

tomar a atitude descrita como impositiva na lei.

QUESTÃO 08 - CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO – STJ - 2018

O ato administrativo praticado com desvio de finalidade pode ser

convalidado pela administração pública, desde que não haja lesão ao

interesse público nem prejuízo a terceiros.

QUESTÃO 09 - CESPE – TÉNICO JUDICIÁRIO – STJ - 2018

Julgue o item que se segue, a respeito dos atos da administração pública.

Todos os fatos alegados pela administração pública são considerados

verdadeiros, bem como todos os atos administrativos são considerados

emitidos conforme a lei, em decorrência das presunções de veracidade e de

legitimidade, respectivamente.

QUESTÃO 10 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

Revogação é instrumento jurídico utilizado pela administração pública para

suspender temporariamente a validade de um ato administrativo por

motivos puramente discricionários.

19
d. Revisão 02

QUESTÃO 11 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

A prerrogativa de invalidar ato administrativo é da própria administração

pública, ao passo que a de revogá-lo é do Poder Judiciário, em decisão

referente a caso concreto que lhe seja apresentado.

QUESTÃO 12 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

Se ficar constatado que determinado ato administrativo contém vício de

legalidade, a administração pública deverá promover a sua revogação.

QUESTÃO 13 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

Em geral, a revogação do ato administrativo produz efeitos ex tunc, mas,

em determinadas situações, pode ela ter efeitos ex nunc.

QUESTÃO 14 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

Caso haja a revogação de ato administrativo revogador, não poderão ser

aproveitados os efeitos produzidos no período em que vigorava o primeiro

ato revogador.

QUESTÃO 15 - CESPE – ANALSTA JUDICIÁRIO – STJ - 2015

20
O atributo da tipicidade do ato administrativo impede que a administração

pratique atos sem previsão legal.

QUESTÃO 16 - CESPE – TÉCNICO FEDERAL – TCU – 2015

Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato

administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo,

portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da

situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua

realização.

QUESTÃO 17 - CESPE – TÉCNICO FEDERAL – TCU – 2015

A revogação de atos pela administração pública por motivos de

conveniência e oportunidade não possui limitação de natureza material,

mas somente de natureza temporal, como, por exemplo, o prazo

quinquenal previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo

administrativo no âmbito do serviço público federal.

QUESTÃO 18 - CESPE – AUDITOR - FUB – 2015

Paulo foi aprovado em concurso para analista, que exigia nível superior.

Nomeado e empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com

aparência de legalidade. Posteriormente, constatou-se que Paulo jamais

havia colado grau em instituição de ensino superior, detendo, como

titulação máxima, o ensino médio.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte.

21
Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham vícios,

podem ser considerados válidos quanto aos efeitos que atinjam terceiros

de boa-fé, em atendimento ao princípio da segurança jurídica.

QUESTÃO 19 - CESPE – TÉCNICO FEDERAL – TCU – 2015

Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a

ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal

ato, para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos danosos em

consequência da aplicação desse ato.

QUESTÃO 20 - CESPE – TÉCNICO FEDERAL – TCU – 2015

A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada,

respeitando-se o contraditório e a ampla defesa.

22
e. Revisão 03

QUESTÃO 21 - CESPE – ADMINISTRADOR – FUB – 2015

A motivação, como elemento essencial do ato, cria para os administrados

possibilidades de terem conhecimento das razões de determinada prática

adotada pela administração pública, o que evita obscuridades na decisão

administrativa e cumpre uma das finalidades da motivação, que é a de

garantir a segurança dos administrados.

QUESTÃO 22 - CESPE – TÉCNICO – MPU – 2015

Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem presunção de

legitimidade, não sendo possível, por isso, questionar-se,

administrativamente, a veracidade dos fatos expostos em declaração por

eles exarada.

QUESTÃO 23 - CESPE – AUDITOR – CGU – 2015

A administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência

ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a

apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando eles estiverem

eivados de vícios que os tornem ilegais.

QUESTÃO 24 - CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJMA – 2015

23
A administração pública pode revogar os atos por ela praticados por motivo

de conveniência e oportunidade.

QUESTÃO 25 - CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJMA – 2015

A imperatividade implica na presunção que os atos administrativos são

verdadeiros e estão conformes ao direito, até que se prove o contrário.

QUESTÃO 26 - CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJMA – 2015

Ocorre desvio de poder, e, portanto, invalidade do ato administrativo,

quando o agente público se vale de um ato para satisfazer finalidade alheia

à natureza desse ato.

QUESTÃO 27 - CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJMA – 2015

Presunção de legitimidade, imperatividade, exigibilidade e

autoexecutoriedade são pressupostos dos atos administrativos.

QUESTÃO 28 - CESPE – TÉCNICO – MPU – 2015

Dada a imperatividade, atributo do ato administrativo, devem-se presumir

verdadeiros os fatos declarados em certidão solicitada por servidor do MPU

e emitida por técnico do órgão.

QUESTÃO 29 - CESPE – TÉCNICO – MPU – 2015

24
O ato de nomeação de cinquenta candidatos habilitados em concurso

público classifica-se, quanto a seus destinatários, como ato administrativo

individual ou concreto.

QUESTÃO 30 – ADVOGADO – SERPRO – 2015

O ato eivado de vício ligado ao motivo, elemento do ato administrativo, é

passível de convalidação.

25
f. Normas

Lei 9.784/99.

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que


decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência


contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de


autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse


público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

Súmula 473, STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando

eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam

direitos;

ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os

direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

26
g. Gabarito

1 2 3 4 5

E C E C E

6 7 8 9 10

E E E C E

11 12 13 14 15

E E E C C

16 17 18 19 20

C E C E E

21 22 23 24 25

C E E C E

26 27 28 29 30

C E E C E

27
h. Comentários às questões

QUESTÃO 01 – CESPE - PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA – SEDF - 2017

No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao

controle da administração, julgue o item seguinte.

Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato irregular.

Errado. Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato


inexistente, como bem explica Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:

“Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de


vontade da administração pública, mas, em verdade, não se origina de um
agente público, mas de alguém que se passa por tal condição, como o
usurpador de função.

Imagine-se um médico sem qualquer vínculo com a administração pública


que, para fazer um ‘favor’ solicitado por um amigo, titular de um cargo
público privativo de médico em um hospital federal, ‘substitui’ este no dia
de seu plantão, trabalhando em seu lugar. O médico ‘substituto’, nesse
exemplo, está na condição de usurpador de função. Caso ele pratique
atos com aparência de atos administrativos, serão eles atos inexistentes
(assinar um termo de recebimento de determinado material cirúrgico
adquirido pelo hospital, por exemplo).

A principal diferença entre um ato nulo e um ato inexistente é que nenhum


efeito que este tenha produzido pode ser validamente mantido, nem
mesmo perante terceiros de boa-fé.”.

28
QUESTÃO 02 – CESPE - PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA – SEDF - 2017

No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao

controle da administração, julgue o item seguinte.

Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato

administrativo.

Certo. Todo e qualquer ato administrativo é presumivelmente legítimo,


ou seja, considera-se editado em conformidade com o direito (leis e
princípios). Essa presunção é consequência da confiança depositada no
agente público, pois se deve partir do pressuposto de que todos os
parâmetros e requisitos legais foram respeitados pelo agente no momento
da edição do ato.

A presunção de legitimidade alcança todos os atos administrativos


editados pela Administração, independentemente da espécie ou
classificação, podendo ser considerado um atributo universal aplicável a
todo ato administrativo.

QUESTÃO 03 – CESPE - PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA – SEDF - 2017

Com relação aos poderes e atos administrativos, julgue o próximo item.

Ato administrativo declaratório é aquele que implanta uma nova situação

jurídica ou modifica ou extingue uma situação existente.

Errado. O ato administrativo declaratório não implanta uma nova situação


jurídica, nem modifica ou extingue uma situação existente, ele apenas
certifica a existência de uma situação anterior, como esclarece Marcelo
Alexandrino e Vicente Paulo:

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“Ato declaratório é aquele que apenas afirma a existência de um fato ou de
uma situação jurídica anterior a ele. O ato declaratório atesta um fato, ou
reconhece um direito ou uma obrigação preexistente; confere, assim,
certeza jurídica quanto à existência do fato ou situação nele declarada. Essa
espécie de ato, frise-se, não cria situação jurídica nova, tampouco
modifica ou extingue uma situação existente.

São exemplos, dentre outros, a expedição de uma certidão de regularidade


fiscal; a emissão de uma declaração de tempo de serviço ou de contribuição
previdenciária, para o fim de averbação nos registros funcionais de um
servidor; o atestado, emitido por junta médica oficial, de que o servidor
apresenta patologia incapacitante para o desempenho das atribuições de
seu cargo, caracterizando invalidez para efeito de aposentadoria.”.

QUESTÃO 04 – CESPE - NÍVEL MÉDIO – SEDF - 2017

Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores públicos distritais),

determinou que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza – CE

nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No dia oito

de janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico

apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão

pela qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve

de se afastar do serviço por motivo de saúde.

Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela

relacionados, julgue o item a seguir.

A concessão de diária é ato vinculado da administração pública.

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Certo. Para Hely Lopes Meirelles, “atos vinculados ou regrados são aqueles
para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização”,
ao passo que “discricionários são os que a Administração pode praticar
com liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua
conveniência, de sua oportunidade e de seu modo de realização”.

O ato administrativo possui cinco elementos ou requisitos básicos:


competência, forma, finalidade, motivo e objeto. Desse modo, sempre que
a lei estabelecer e detalhar esses cinco elementos, não deixando margem
ao agente público acerca da conveniência e oportunidade no momento
da edição do ato, este será vinculado.

Lembre-se sempre de que no ato vinculado o agente público não possui


alternativas ou opções no momento de editar o ato (discricionariedade),
pois a própria lei já definiu o único comportamento possível.

A situação questionada, sobre a concessão de diária ser ato vinculado,


encontra solução no texto da lei 8.112/90, que no art. 58 estabelece: “o
servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou
transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará
jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas
extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme
dispuser em regulamento.”.

A lei não deixa alternativas ao agente público, expressa diretamente que o


servidor fara jus a diárias quando se afastar da sede a serviço. Ou seja, a
concessão de diária é ato vinculado da administração pública.

QUESTÃO 05 - CESPE – ADVOGADO – EBSERV - 2018

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Um edital de licitação foi publicado e, em seguida, foram apresentadas

propostas. No entanto, antes da etapa de homologação, o gestor do órgão

licitador decidiu não realizar o certame, sob a alegação de que aquele não

era o momento oportuno para tal.

Nessa situação hipotética, ao decidir por não levar a termo o certame, o

gestor praticou ato administrativo de anulação.

Errado. No caso em questão, trata-se de um edital de licitação que não foi


levado a termo por ser considerado inoportuno (que, juntamente com a
conveniência, originam a discricionariedade). A revogação ocorre sempre
que a Administração Pública decide retirar, parcial ou integramente do
ordenamento jurídico, um ato administrativo válido, mas que deixou de
atender ao interesse público em razão de não ser mais conveniente ou
oportuno.

Por sua vez, a anulação é forma de extinção de atos administrativos


editados em desconformidade com o ordenamento jurídico, ou seja, os
atos administrativos ilegais.

No enunciado, como a banca não fez qualquer referência a uma possível


“ilegalidade” do ato administrativo, não há que se falar em anulação e sim
em revogação.

QUESTÃO 06 - CESPE – AUXILIAR – IPHAN - 2018

Acerca dos atos administrativos, julgue o próximo item.

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A imperatividade do ato administrativo prevê que a administração pública,

para executar suas decisões, não necessita submeter sua pretensão ao

Poder Judiciário.

Errado. A imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se


impõem a terceiros, independentemente de sua concordância ou
aquiescência.

O atributo da autoexecutoriedade é que garante ao Poder Público a


possibilidade de executar as próprias decisões sem a necessidade de
recorrer ao Poder Judiciário.

QUESTÃO 07 - CESPE – AUXILIAR – IPHAN - 2018

Acerca dos atos administrativos, julgue o próximo item.

Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, o gestor público é obrigado a

tomar a atitude descrita como impositiva na lei.

Errado. Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado


pelo agente público, no momento da edição do ato, deve corresponder à
realidade, tem que ser verdadeiro. Caso contrário, comprovando o
interessado que o motivo informado não guarda qualquer relação com a
edição do ato ou que sequer existiu, o ato deverá ser anulado pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário.

QUESTÃO 08 - CESPE – ANALISTA JUDICIÁRIO – STJ - 2018

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O ato administrativo praticado com desvio de finalidade pode ser

convalidado pela administração pública, desde que não haja lesão ao

interesse público nem prejuízo a terceiros.

Errado. Para responder às questões de prova, lembre-se de que a


convalidação de um ato administrativo somente pode ocorrer em relação
aos vícios sanáveis (hipótese em que o ato administrativo será
considerado anulável), isto é, aqueles detectados nos requisitos
“competência” e “forma”.

Se o ato administrativo apresentar vícios insanáveis (a exemplo daqueles


encontrados nos requisitos “finalidade”, “motivo” e “objeto”), deverá ser
necessariamente anulado. Nesse caso, o ato não pode ser convalidado por
ser considerado nulo. É importante esclarecer que, em provas da FCC, tem
sido cobrado o entendimento de José dos Santos Carvalho Filho, no sentido
de que o elemento “objeto” pode ser convalidado, quando se tratar de
conteúdo múltiplo. Em provas do CESPE, ainda não encontrei esse
entendimento.

QUESTÃO 09 - CESPE – TÉNICO JUDICIÁRIO – STJ - 2018

Julgue o item que se segue, a respeito dos atos da administração pública.

Todos os fatos alegados pela administração pública são considerados

verdadeiros, bem como todos os atos administrativos são considerados

emitidos conforme a lei, em decorrência das presunções de veracidade e de

legitimidade, respectivamente.

Certo. Todo e qualquer ato administrativo é presumivelmente legítimo, ou


seja, considera-se verdadeiro e editado em conformidade com o direito

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(leis e princípios). Essa presunção é consequência da confiança depositada
no agente público, pois se deve partir do pressuposto de que todos os
parâmetros e requisitos legais foram respeitados pelo agente no momento
da edição do ato.

QUESTÃO 10 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

Revogação é instrumento jurídico utilizado pela administração pública para

suspender temporariamente a validade de um ato administrativo por

motivos puramente discricionários.

Errado. A revogação do ato administrativo é o ato discricionário pelo qual a


Administração extingue um ato válido, por razões de conveniência e
oportunidade.

QUESTÃO 11 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

A prerrogativa de invalidar ato administrativo é da própria administração

pública, ao passo que a de revogá-lo é do Poder Judiciário, em decisão

referente a caso concreto que lhe seja apresentado.

Errado. A revogação de um ato administrativo é consequência direta do


juízo de valor (mérito administrativo) emitido pela Administração Pública
(que é responsável por definir o que é bom ou ruim para coletividade,
naquele momento). Assim, é vedado ao Poder Judiciário revogar ato
administrativo editado pela Administração. Por sua vez, a anulação de ato
administrativo ilegal pode ocorrer por decisão da própria Administração
Pública ou do Poder Judiciário.

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QUESTÃO 12 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

Se ficar constatado que determinado ato administrativo contém vício de

legalidade, a administração pública deverá promover a sua revogação.

Errado. Se o ato administrativo possui vício de legalidade (é inválido, ilegal)


deverá ser anulado e não revogado.

QUESTÃO 13 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

Em geral, a revogação do ato administrativo produz efeitos ex tunc, mas,

em determinadas situações, pode ela ter efeitos ex nunc.

Errado. Ao contrário do que ocorre na anulação, que produz efeitos “ex


tunc”, na revogação os efeitos serão sempre “ex nunc” (proativos). Isso
significa dizer que a revogação somente produz efeitos prospectivos, ou
seja, para frente, conservando-se todos os efeitos que já haviam sido
produzidos.

QUESTÃO 14 - CESPE – PROCURADOR – PREF. DE SALVADOR - 2015

Caso haja a revogação de ato administrativo revogador, não poderão ser

aproveitados os efeitos produzidos no período em que vigorava o primeiro

ato revogador.

Certo. A repristinação, que nada mais é do que a restauração dos efeitos


de lei que se encontrava revogada, também é possível no âmbito dos atos
administrativos, desde que também venha expressa no ato revogador.

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Se o ato B revoga o ato A, por exemplo, este deixa de produzir efeitos.
Todavia, se o ato C posteriormente revoga o ato B, o ato A não será
repristinado automaticamente, salvo se assim dispuser o conteúdo do ato
revogador (ato C).

QUESTÃO 15 - CESPE – ANALSTA JUDICIÁRIO – STJ - 2015

O atributo da tipicidade do ato administrativo impede que a administração

pratique atos sem previsão legal.

Certo. O princípio da tipicidade decorre da aplicação do princípio da


legalidade. Segundo o entendimento da professora Maria Sylvia Zanella di
Pietro, para cada finalidade que a administração pretende alcançar existe
um ato definido em lei, logo, o ato administrativo deve corresponder a
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir
determinados resultados.

QUESTÃO 16 - CESPE – TÉCNICO FEDERAL – TCU – 2015

Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato

administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo,

portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da

situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua

realização.

Certo. Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que, de acordo com a teoria
dos motivos determinantes, os motivos que determinam a vontade do
agente, isto é, os fatos que serviram de suporte à sua decisão, integram a

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validade do ato. Sendo assim, a invocação de “motivos de fato” falsos,
inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando,
conforme já se disse, a lei não haja estabelecido, antecipadamente, os
motivos que ensejariam a prática do ato. Uma vez enunciados pelo agente
os motivos em que se calçou, ainda quando a lei não haja expressamente
imposto a obrigação de enunciá-los, o ato só será válido se estes realmente
ocorreram e o justificavam.

QUESTÃO 17 - CESPE – TÉCNICO FEDERAL – TCU – 2015

A revogação de atos pela administração pública por motivos de

conveniência e oportunidade não possui limitação de natureza material,

mas somente de natureza temporal, como, por exemplo, o prazo

quinquenal previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo

administrativo no âmbito do serviço público federal.

Errado. De início, destaca-se que o prazo de 5 (cinco) anos, previsto na Lei


9.784/99, aplica-se apenas aos casos de anulação e não de revogação, que
pode ocorrer a qualquer tempo. Ademais, existem alguns atos
administrativos que não podem ser revogados, o que caracteriza limitação
material, a saber:

1º) os atos já consumados, que exauriram seus efeitos: suponhamos


que tenha sido editado um ato concessivo de férias a um servidor e que
todo o período já tenha sido gozado. Ora, neste caso, não há como revogar
o ato que concedeu férias ao servidor, pois todos os efeitos do ato já foram
produzidos;

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2º) os atos vinculados: se a lei é responsável pela definição de todos os
requisitos do ato administrativo, não é possível que a Administração efetue
a sua revogação com base na conveniência e oportunidade (condição
necessária para a revogação);

3º) os atos que já geraram direitos adquiridos para os particulares:


trata-se de garantia constitucional assegurada expressamente no inciso
XXXVI do artigo 5º da CF/88;

4º) os atos que integram um procedimento, pois, neste caso, a cada ato
praticado surge uma nova etapa, ocorrendo a preclusão de revogação da
anterior.

5º) os denominados meros atos administrativos, pois, neste caso, os


efeitos são estabelecidos diretamente na lei;

QUESTÃO 18 - CESPE – AUDITOR - FUB – 2015

Paulo foi aprovado em concurso para analista, que exigia nível superior.

Nomeado e empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com

aparência de legalidade. Posteriormente, constatou-se que Paulo jamais

havia colado grau em instituição de ensino superior, detendo, como

titulação máxima, o ensino médio.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte.

Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham vícios,

podem ser considerados válidos quanto aos efeitos que atinjam terceiros

de boa-fé, em atendimento ao princípio da segurança jurídica.

39
Certo. Como os atos praticados pelos agentes públicos devem ser
imputados à pessoa jurídica a qual estão vinculados (consequência do
princípio da impessoalidade), não faz sentido anulá-los, ainda que
provenientes de “funcionário ou servidor de fato”, pois, juridicamente,
quem os praticou foi a própria pessoa jurídica (União, Estados, Municípios,
autarquias etc.). Pela aplicação do princípio da impessoalidade e da
segurança jurídica, o ato administrativo praticado por funcionário
irregularmente investido no cargo ou função é válido.

QUESTÃO 19 - CESPE – TÉCNICO FEDERAL – TCU – 2015

Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a

ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal

ato, para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos danosos em

consequência da aplicação desse ato.

Errado. Distingue-se a anulação do ato administrativo da revogação do


ato administrativo porque, dentre outros fundamentos, a anulação deve ser
promovida em caso de vício de ilegalidade, enquanto a revogação pode
ocorrer por critérios de oportunidade e conveniência. Sendo assim, caso o
servidor verifique a ilegalidade de ato administrativo deverá anulá-lo e não
revogá-lo.

QUESTÃO 20 - CESPE – TÉCNICO FEDERAL – TCU – 2015

A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada,

respeitando-se o contraditório e a ampla defesa.

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Errado. A nomeação ou exoneração de servidores ocupantes de cargos
em comissão não se enquadram nas hipóteses que ensejam a motivação
obrigatória. Todavia, se o agente público optar por motivar esses atos,
deverá atentar-se para a teoria dos motivos determinantes, isto é, os
motivos apresentados deverão ser verdadeiros, sob pena de nulidade.

QUESTÃO 21 - CESPE – ADMINISTRADOR – FUB– 2015

A motivação, como elemento essencial do ato, cria para os administrados

possibilidades de terem conhecimento das razões de determinada prática

adotada pela administração pública, o que evita obscuridades na decisão

administrativa e cumpre uma das finalidades da motivação, que é a de

garantir a segurança dos administrados.

Certo. No momento de motivar o ato, o administrador não pode limitar-se


a indicar o dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. É
essencial ainda que o administrador apresente, detalhadamente, todo o
caminho que percorreu para chegar a tal conclusão, bem como o objetivo
que deseja alcançar com a prática do ato. Agindo dessa maneira o
administrador estará permitindo que os interessados possam exercer um
controle efetivo sobre o ato praticado, que deve respeitar as diretrizes do
Estado Democrático de Direito, o princípio da legalidade, da razoabilidade,
proporcionalidade, do devido processo legal, entre outros.

QUESTÃO 22 - CESPE – TÉCNICO – MPU – 2015

Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem presunção de

legitimidade, não sendo possível, por isso, questionar-se,

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administrativamente, a veracidade dos fatos expostos em declaração por

eles exarada.

Errado. Não é correto afirmar que a presunção de legitimidade ou de


veracidade dos atos administrativos seja juris et de jure (absoluta), pois o
terceiro que se sentir prejudicado pode provar a ilegalidade do ato para
que não seja obrigado a cumpri-lo. Desse modo, deve ficar claro que a
presunção de legitimidade será sempre juris tantum (relativa), pois é
assegurado ao interessado recorrer à Administração, ou mesmo ao
Poder Judiciário, para que não seja obrigado a submeter-se aos efeitos do
ato (que considera ilegítimo ou ilegal).

QUESTÃO 23 - CESPE – AUDITOR – CGU – 2015

A administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência

ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a

apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando eles estiverem

eivados de vícios que os tornem ilegais.

Errado. A questão em epígrafe pode ser respondida após uma simples


leitura da Súmula 346 do Supremo Tribunal Federal, que assim dispõe: “a
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

QUESTÃO 24 - CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJMA – 2015

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A administração pública pode revogar os atos por ela praticados por motivo

de conveniência e oportunidade.

Certo. Nos termos da Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, “a


administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

QUESTÃO 25 - CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJMA – 2015

A imperatividade implica na presunção que os atos administrativos são

verdadeiros e estão conformes ao direito, até que se prove o contrário.

Errado. A imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se


impõem a terceiros, independentemente de sua concordância ou
aquiescência. Os atributos a que se referem o enunciado são a presunção
de veracidade e legitimidade, respectivamente.

QUESTÃO 26 - CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJMA – 2015

Ocorre desvio de poder, e, portanto, invalidade do ato administrativo,

quando o agente público se vale de um ato para satisfazer finalidade alheia

à natureza desse ato.

Certo. O art. 2º, “e”, da Lei 4.717/1965 (que regular a ação popular), afirma
que “o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato
visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na
regra de competência”.

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QUESTÃO 27 - CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJMA – 2015

Presunção de legitimidade, imperatividade, exigibilidade e

autoexecutoriedade são pressupostos dos atos administrativos.

Errado. Presunção de legitimidade e veracidade, imperatividade e


autoexecutoriedade são considerados atributos (características) do ato
administrativo e não pressupostos (elementos).

QUESTÃO 28 - CESPE – TÉCNICO – MPU – 2015

Dada a imperatividade, atributo do ato administrativo, devem-se presumir

verdadeiros os fatos declarados em certidão solicitada por servidor do MPU

e emitida por técnico do órgão.

Errado. A imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se


impõem a terceiros, independentemente de concordância ou
aquiescência.

É o atributo da presunção de veracidade que assegura que os fatos


declarados na certidão emitida pelo Técnico do MPU são verdadeiros, já
que dotados de fé pública.

QUESTÃO 29 - CESPE – TÉCNICO – MPU – 2015

O ato de nomeação de cinquenta candidatos habilitados em concurso

público classifica-se, quanto a seus destinatários, como ato administrativo

individual ou concreto.

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Certo. Ato administrativo individual ou concreto é aquele que possui
destinatários determinados ou determináveis, podendo alcançar um ou
vários sujeitos, a exemplo de um decreto de desapropriação, a nomeação
de servidores, uma autorização ou permissão etc.

Para que um ato administrativo seja classificado como individual não


interessa a quantidade de destinatários, mas sim a possibilidade de
quantificá-los (definir a quantidade e conhecer os destinatários). Nesses
termos, o ato que nomeia cinqüenta candidatos aprovados em concurso
público é considerado individual, pois é possível identificar todos os
“felizardos”.

QUESTÃO 30 – ADVOGADO – SERPRO – 2015

O ato eivado de vício ligado ao motivo, elemento do ato administrativo, é

passível de convalidação.

Errado. A convalidação consiste em instrumento de que se vale a


Administração Pública para corrigir atos administrativos eivados de vícios
sanáveis, confirmando-os no todo ou em parte. Todavia, somente os
seguintes elementos admitem convalidação, no entendimento da doutrina
majoritária: competência (desde que não seja exclusiva) e forma (desde
que não seja essencial ao ato).

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