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Supremo Tribunal Federal

HABEAS CORPUS 147.356 MINAS GERAIS

RELATOR : MIN. LUIZ FUX


PACTE.(S) : REGIS MARQUES MILLER DA SILVA MÁXIMO
IMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
ADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS. PENAL E


PROCESSUAL PENAL. CRIME DE
TRÁFICO ILÍCITO DE
ENTORPECENTES. ARTIGO 33 DA LEI
Nº 11.343/06. HABEAS CORPUS
SUBSTITUTIVO DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO.
INADMISSIBILIDADE. COMPETÊNCIA
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PARA JULGAR HABEAS CORPUS: CF,
ART. 102, I, ”D” E “I”. ROL TAXATIVO.
ALEGADA NULIDADE DO LAUDO
TOXICOLÓGICO. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO. INCIDÊNCIA DO
PRINCÍPIO DO “PAS DE NULLITÉ SANS
GRIEF”. PRETENSÃO DE
AFASTAMENTO DE CAUSA DE
AUMENTO DE PENA.
PRESCINDIBILIDADE DA CERTIDÃO
DE NASCIMENTO OU CARTEIRA DE
IDENTIDADE PARA A COMPROVAÇÃO
DA MENORIDADE. REVOLVIMENTO
DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
INADMISSIBILIDADE NA VIA ELEITA.
- Seguimento negado, com esteio no artigo
21, § 1º do RISTF. Prejudicado o exame do
pedido de liminar.

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HC 147356 / MG

- Ciência ao Ministério Público Federal.

DECISÃO: Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão do


Superior Tribunal de Justiça proferida no agravo regimental no agravo
em recurso especial nº 1.629.838, ementada nos seguintes termos:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.


TRÁFICO DE DROGAS. LAUDO DEFINITIVO APÓCRIFO.
DOCUMENTO IDENTIFICADO PELO PERITO CRIMINAL.
MERA IRREGULARIDADE. MENORIDADE PARA FINS
PENAIS. QUALIFICAÇÃO PERANTE AUTORIDADE
POLICIAL. POSSIBILIDADE. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. A jurisprudência desta Corte é reiterada de que a simples falta
de assinatura do perito criminal no laudo definitivo constitui mera
irregularidade e não tem o condão de anular o exame toxicológico,
sobretudo, na espécie, em que o perito oficial está devidamente
identificado com seu nome e número de registro no documento e houve
o resultado positivo para as substâncias ilícitas analisadas.
2. "A certidão de nascimento não é o único documento válido
para fins de comprovação da menoridade, sendo apto a demonstrá-la o
documento firmado por agente público atestando a idade do
inimputável, como a declaração perante a autoridade policial" (AgInt
no AREsp 852.726/SC, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR,
SEXTA TURMA, julgado em 17/05/2016, DJe 09/06/2016).
3. Agravo não provido.”

Colhe-se dos autos a informação de que os pacientes foram


condenados à pena de 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, em regime
inicial fechado, em razão da prática do crime tipificado no artigo 33 da
Lei nº 11.343/06, com a causa de diminuição prevista no § 4º do mesmo
dispositivo.
Em sede recursal, a Corte de origem deu provimento ao recurso do
órgão legitimado à acusação para majorar a pena-base, restando afastada
a minorante estabelecida no artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, bem como
reconhecida a incidência da majorante prevista no art. 40, VI, do mesmo

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HC 147356 / MG

diploma, fixando a pena em 7 (sete) anos de reclusão.


Ato contínuo, foram interpostos embargos infringentes, os quais não
foram providos.
Irresignada, a defesa interpôs recurso especial, tendo a Corte a quo
decidido nos termos da ementa supratranscrita.
Sobreveio a impetração deste writ no qual se aponta o
constrangimento ilegal decorrente da condenação dos pacientes no crime
tipificado no artigo 33, bem como no reconhecimento da causa de
aumento de pena fixada no artigo 40, VI, ambos da Lei nº 11.343/06.
Aduz que “não restou demonstrada a materialidade do delito de tráfico de
drogas, porquanto o laudo toxicológico definitivo juntado aos autos não se
encontra devidamente assinado por um perito”. Assevera ser entendimento
jurisprudencial “pacificado de que o laudo pericial precisa ser assinado por pelo
menos um perito oficial para que seja considerado válido”. Aponta, também,
que “no caso dos autos não há qualquer assinatura de perito oficial ou não no
laudo pericial”. Em relação à majorante, argumenta que “não merece
prosperar o acórdão prolatado pelo Superior Tribunal de Justiça, uma vez que
inexiste nos autos prova específica, idônea e inequívoca – certidão de nascimento
–, para fins criminais, que comprove a idade dos agentes envolvidos no delito, nos
termos do art. 155 do Código de Processo Penal, a justificar a aplicação da
majorante prevista no inciso VI do art. 40 da Lei 11.343/2006”.
Ao final, formula pedido nos seguintes termos:

“Ante o exposto, requer-se a concessão da liminar, com posterior


confirmação da ordem, para aplicar ou determinar que sejam
absolvidos os réus do crime imputado ou deferido o decote da causa de
aumento de pena prevista no art. 40, inciso VI, da Lei nº 11.343/06 e
alterando consequentemente o regime inicial de cumprimento de pena
para o semiaberto.
Pugna ainda pela intimação pessoal do Defensor Público-Geral
da União da sessão de julgamento da presente ordem.”

É o relatório, DECIDO.

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HC 147356 / MG

Preliminarmente, verifica-se que a competência originária do


Supremo Tribunal Federal para conhecer e julgar habeas corpus está
definida, taxativamente, no artigo 102, inciso I, alíneas d e i, da
Constituição Federal, verbis:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I processar e julgar, originariamente:
(…)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas
referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas
data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara e
do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou
quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos
estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância.

In casu, os pacientes não estão arrolados em nenhuma das hipóteses


sujeitas à jurisdição originária desta Corte.
A ementa do acórdão proferido na Pet 1738-AgR, Pleno, Relator o
Ministro Celso de Mello, Dje de 1º/10/99, é elucidativa e precisa quanto à
taxatividade da competência do Supremo Tribunal Federal:

“PROTESTO JUDICIAL FORMULADO CONTRA


DEPUTADO FEDERAL - MEDIDA DESTITUÍDA DE CARÁTER
PENAL (CPC, ART. 867) - AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL -
RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.
A PRERROGATIVA DE FORO - UNICAMENTE
INVOCÁVEL NOS PROCEDIMENTOS DE CARÁTER PENAL -
NÃO SE ESTENDE ÀS CAUSAS DE NATUREZA CIVIL.

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- As medidas cautelares a que se refere o art. 867 do Código de


Processo Civil (protesto, notificação ou interpelação), quando
promovidas contra membros do Congresso Nacional, não se incluem
na esfera de competência originária do Supremo Tribunal Federal,
precisamente porque destituídas de caráter penal. Precedentes.
A COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL -
CUJOS FUNDAMENTOS REPOUSAM NA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA - SUBMETE-SE A REGIME DE DIREITO
ESTRITO.
- A competência originária do Supremo Tribunal Federal, por
qualificar-se como um complexo de atribuições jurisdicionais de
extração essencialmente constitucional - e ante o regime de direito
estrito a que se acha submetida - não comporta a possibilidade de ser
estendida a situações que extravasem os limites fixados, em numerus
clausus, pelo rol exaustivo inscrito no art. 102, I, da Constituição da
República. Precedentes.
O regime de direito estrito, a que se submete a definição dessa
competência institucional, tem levado o Supremo Tribunal Federal,
por efeito da taxatividade do rol constante da Carta Política, a afastar,
do âmbito de suas atribuições jurisdicionais originárias, o processo e o
julgamento de causas de natureza civil que não se acham inscritas no
texto constitucional (ações populares, ações civis públicas, ações
cautelares, ações ordinárias, ações declaratórias e medidas cautelares),
mesmo que instauradas contra o Presidente da República ou contra
qualquer das autoridades, que, em matéria penal (CF, art. 102, I, b e
c), dispõem de prerrogativa de foro perante a Corte Suprema ou que,
em sede de mandado de segurança, estão sujeitas à jurisdição imediata
do Tribunal (CF, art. 102, I, d). Precedentes.”

Afigura-se paradoxal, em tema de direito estrito, conferir


interpretação extensiva para abranger no rol de competências do
Supremo Tribunal hipóteses não sujeitas à sua jurisdição.
A prevalência do entendimento de que o Supremo Tribunal Federal
deve conhecer de habeas corpus substitutivo de recurso extraordinário
contrasta com os meios de contenção de feitos, remota e recentemente
implementados - Súmula Vinculante e Repercussão Geral - com o objetivo

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de viabilizar o exercício pleno, pelo Supremo Tribunal Federal, da nobre


função de guardião da Constituição da República.
E nem se argumente com o que se convencionou chamar de
jurisprudência defensiva. Não é disso que se trata, mas de necessária,
imperiosa e urgente reviravolta de entendimento em prol da
organicidade do direito, especificamente no que tange às competências
originária e recursal do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar
habeas corpus, valendo acrescer que essa ação nobre não pode e nem
deve ser banalizada a pretexto, em muitos casos, de pseudonulidades
processuais com reflexos no direito de ir e vir.
A propósito da organicidade e dinâmica do direito, impondo-se a
correção de rumos, bem discorreu o Ministro Marco Aurélio, no voto
proferido no HC 110.055/MG, que capitaneou a mudança de
entendimento na Primeira Turma, verbis:

“Essa óptica há de ser observada, também, no que o acórdão


impugnado foi formalizado pelo Superior Tribunal de Justiça em
recurso ordinário constitucional em habeas corpus.
De duas, uma: ou há, no acórdão proferido, quadro a ensejar a
interposição de recurso extraordinário, ou não há. Descabe a volta a
estágio anterior, que é o do ajuizamento originário do habeas corpus.
No mais, ante os parâmetros fáticos e legais, não existe campo
para a concessão da ordem de ofício. Extingo o processo sem o
julgamento do mérito” (HC 110.055/MG, Primeira Turma, DJe de
9/11/12)

No mesmo sentido, firmou-se o entendimento da Primeira Turma


desta Corte no sentido da inadmissibilidade da utilização do habeas corpus
como substitutivo de recurso extraordinário, conforme se verifica nos
seguintes precedentes:

“Habeas corpus substitutivo de recurso extraordinário.


Inadequação da via eleita ao caso concreto. Precedente da Primeira
Turma. Flexibilização circunscrita às hipóteses de flagrante
ilegalidade, abuso de poder ou teratologia. Não ocorrência. Writ

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HC 147356 / MG

extinto, em face da inadequação da via eleita. 1. Impetração manejada


em substituição ao recurso extraordinário, a qual esbarra em decisão
da Primeira Turma, que, em sessão extraordinária datada de 16/10/12,
assentou, quando do julgamento do HC nº 110.055/MG, Relator o
Ministro Marco Aurélio, a inadmissibilidade do habeas corpus em
casos como esse. 2. Nada impede, entretanto, que esta Suprema Corte,
quando do manejo inadequado do habeas corpus como substitutivo,
analise a questão de ofício nas hipóteses de flagrante ilegalidade, abuso
de poder ou teratologia, o que não se evidencia na espécie. 3. Habeas
corpus extinto por inadequação da via eleita.” (HC 113.805/SP, Rel.
Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe de 15/4/2013)

“HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.


ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS. TENTATIVA DE FURTO
QUALIFICADO. QUADRILHA. PORTE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO DE USO RESTRITO. PRISÃO PREVENTIVA MANTIDA
NA SENTENÇA CONDENATÓRIA. 1. Contra acórdão exarado em
recurso ordinário em habeas corpus remanesce a possibilidade de
manejo do recurso extraordinário, previsto no art. 102, III, da
Constituição Federal. Diante da dicção constitucional não cabe, em
decorrência, a utilização de novo habeas corpus, em caráter
substitutivo. 2. Havendo condenação criminal, encontram-se
presentes os pressupostos da preventiva, a saber, prova da
materialidade e indícios de autoria. Não se trata, apenas, de juízo de
cognição provisória e sumária acerca da responsabilidade criminal do
acusado, mas, sim, de julgamento condenatório, precedido por amplo
contraditório e no qual as provas foram objeto de avaliação imparcial,
ou seja, um juízo efetuado, com base em cognição profunda e
exaustiva, de que o condenado é culpado de um crime. Ainda que a
sentença esteja sujeita à reavaliação crítica através de recursos, a
situação difere da prisão preventiva decretada antes do julgamento. 3.
Se as circunstâncias concretas do crime indicam o envolvimento do
paciente em organização criminosa numerosa, bem estruturada,
voltada à prática de crimes graves, tais como, tráfico de drogas, roubo
de cargas, furtos de caixas eletrônicos, aquisição de armas, a
periculosidade e risco de reiteração delitiva está justificada a

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HC 147356 / MG

decretação ou a manutenção da prisão cautelar para resguardar a


ordem pública, à luz do art. 312 do CPP. Precedentes. 4. Ordem
denegada.” (HC 118.981/MT, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira
Turma, DJe 19/11/2013)

Demais disso, inexiste excepcionalidade que permita a concessão da


ordem de ofício ante a ausência de teratologia na decisão atacada,
flagrante ilegalidade ou abuso de poder. Por oportuno, transcrevo a
fundamentação da decisão do Superior Tribunal de Justiça, naquilo que
interessa, in verbis:

“A jurisprudência desta Corte é reiterada de que a simples falta


de assinatura do perito criminal no laudo definitivo constitui mera
irregularidade e não tem o condão de anular o exame toxicológico,
sobretudo, na espécie, em que o perito oficial está devidamente
identificado com seu nome e assinatura no referido documento e houve
o resultado positivo para as substâncias ilícitas analisadas.
[…]
Do mesmo modo, não procede a suposta violação ao art. 40, VI,
da Lei n. 11.343/2006, pois está devidamente comprovada a
menoridade do adolescente que prestou auxílio aos recorrente na
prática do tráfico de drogas.
No acórdão impugnado, consta:
É que, tal como bem lançado na r. Sentença, sigo o
entendimento de que em casos como o dos autos, deve prevalecer
a incidência da causa de aumento de pena constante do art. 40,
VI da Lei 11.343/06, em detrimento do dispositivo acima
invocado pelo Órgão ministerial local, em obediência ao
principio da especialidade das normas. Por outro lado,
contrariando o entendimento da d. Sentenciante verifico que a
menoridade do adolescente apreendido juntamente com os réus
foi devidamente comprovada por documento hábil, auto de
apreensão em flagrante de ato infracional (f. 05) devidamente
lavrado por agente público competente, do qual pode se extrair o
n° do Registro Geral e atestar a menoridade do referido
adolescente. Dessa forma, afastada a incidência da minorante

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descrita no § 4°, art. 33, da Lei n° 11.343/06, e incidindo a


causa especial de aumento de pena prevista no art. 40, VI da Lei
de Drogas, majoro as reprimendas em 1/6 (um sexto), ficando a
reprimenda concretizada em 07 (seis) anos de reclusão e 700
(setecentos) dias-multa, este fixado no importe mínimo legal,
para cada um.
Observa-se, portanto, que a decisão recorrida está em
consonância com o entendimento desta Corte sobre o tema, pois, em
inúmeros julgados, já se firmou que, para efeitos penais, ‘a certidão de
nascimento não é o único documento válido para fins de comprovação
da menoridade, sendo apto a demonstrá-la o documento firmado por
agente público atestando a idade do inimputável, como a declaração
perante a autoridade policial’ (AgInt no AREsp 852.726/SC, Rel.
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
17/05/2016, DJe 09/06/2016). ”

Deveras, quanto à alegada ausência de materialidade delitiva em


razão da aduzida inexistência de assinatura do laudo toxicológico por
perito oficial, esta Corte sufraga o entendimento de que a falta de laudo
pericial não possui o condão de afastar, de modo inarredável, a
ocorrência de crime. Nesse sentido, in verbis:

“HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS.


MATERIALIDADE DELITIVA. NÃO APREENSÃO DA
SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE. COMPROVAÇÃO PELAS
DEMAIS PROVAS PRODUZIDAS NOS AUTOS.
DEPOIMENTOS DE TESTEMUNHAS E INTERCEPTAÇÕES
TELEFÔNICAS. INTELIGÊNCIA DO ART. 167 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS.
IMPOSSIBILIDADE. 1. A falta de laudo pericial não conduz,
necessariamente, à inexistência de prova da materialidade de crime
que deixa vestígios, a qual pode ser demonstrada, em casos
excepcionais, por outros elementos probatórios constante dos autos da
ação penal (CPP, art. 167). Precedentes. 2. A via estreita do habeas
corpus não permite refutar o robusto conjunto probatório, colhido sob
o crivo do contraditório, que atesta a existência da infração penal. 3.

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Ordem denegada.” (HC 130.265, Segunda Turma, Rel. Min. Teori


Zavascki, DJe de 13/06/2016)

In casu, restou assentado pela Corte Superior que, ”a simples falta de


assinatura do perito criminal no laudo definitivo constitui mera irregularidade e
não tem o condão de anular o exame toxicológico”. Com efeito, com muito
mais razão, o referido entendimento se aplica na hipótese “em que o perito
oficial está devidamente identificado com seu nome e assinatura no referido
documento e houve o resultado positivo para as substâncias ilícitas analisadas”.
A propósito, vale destacar que os atos públicos e as informações
prestadas pelas autoridades do Estado possuem a presunção relativa de
validade e veracidade inerentes ao bom funcionamento da máquina
administrativa. Nesse sentido, verbis:

“RECLAMAÇÃO – ALEGADO DESRESPEITO AO


ENUNCIADO CONSTANTE DA SÚMULA VINCULANTE Nº
14/STF – INOCORRÊNCIA – ELEMENTOS INFORMATIVOS
PRODUZIDOS PELA AUTORIDADE JUDICIÁRIA
RECLAMADA QUE ATESTAM O PLENO ACESSO DOS
ADVOGADOS CONSTITUÍDOS AOS AUTOS DA
PERSECUÇÃO PENAL – PRESUNÇÃO “JURIS TANTUM” DE
VERACIDADE DESSAS INFORMAÇÕES OFICIAIS –
INEXISTÊNCIA DA NECESSÁRIA RELAÇÃO DE
IDENTIDADE ENTRE A MATÉRIA VERSADA NA DECISÃO
OBJETO DA RECLAMAÇÃO E OS FUNDAMENTOS QUE DÃO
SUPORTE AO PARADIGMA DE CONFRONTO INVOCADO
PELA PARTE RECLAMANTE – INADMISSIBILIDADE, NO
CASO, DO INSTRUMENTO RECLAMATÓRIO –
INADEQUAÇÃO, ADEMAIS, DO EMPREGO DA
RECLAMAÇÃO COMO SUCEDÂNEO RECURSAL –
PRECEDENTES – PARECER DA PROCURADORIA-GERAL DA
REPÚBLICA PELA IMPROCEDÊNCIA DA RECLAMAÇÃO –
RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.” (Rcl 21.832-AgR,
Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 01/02/2016).

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HC 147356 / MG

“AGRAVO REGIMENTAL NA SUSPENSÃO DE LIMINAR.


EXECUÇÃO DE SENTENÇA EM AÇÃO DE
DESAPROPRIAÇÃO. INTERESSE PÚBLICO MANIFESTO.
ÁREA ENCRAVADA EM ESPAÇO DA RESERVA INDÍGENA
IBIRAMA-LA KLANÓ, RECONHECIDA POR PORTARIA DO
MINISTRO DA JUSTIÇA. PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO
DE ÁREA DA UNIÃO. GRAVE LESÃO À ECONOMIA
PÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. I - A natureza excepcional da contracautela permite
tão somente juízo mínimo de delibação sobre a matéria de fundo e
análise do risco de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia públicas. Controvérsia sobre matéria constitucional
evidenciada e risco de lesão à economia pública comprovado. Interesse
público que justifica o manejo do pedido de suspensão de liminar na
fase de execução de sentença. II - Decisão agravada que constatou à
época grave lesão à economia pública, diante da temeridade de
levantamento de vultosa quantia dos cofres públicos. Interesse público
manifesto. III - Desapropriação de área encravada em espaço
demarcado como reserva indígena pela Portaria do Ministério da
Justiça 1.128/03, cuja validade está sendo discutida na ACO 1.100
(Relator Ministro Ricardo Lewandowski). IV - A demarcação de terra
indígena é ato meramente formal, que apenas reconhece direito
preexistente e constitucionalmente assegurado (art. 231 da CF). Os
atos administrativos gozam de presunção de legitimidade e
veracidade, não afastada na hipótese. Necessidade de aguardar a
análise da validade da portaria ministerial. V - Agravo regimental a
que se nega provimento.” (SL 610-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, DJe de 04/03/2015)

Por oportuno, cumpre destacar posição firme desta Corte no sentido


de que as nulidades alegadas, para serem reconhecidas, pressupõem a
comprovação do prejuízo, nos termos do artigo 563 do Código de
Processo Penal, não podendo esse ser presumido, a fim de se evitar um
excessivo formalismo em prejuízo da adequada prestação jurisdicional. A
propósito, cuida-se de aplicação do princípio cognominado de “pas de
nullité sans grief”, aplicável tanto a nulidades absolutas quanto relativas.

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HC 147356 / MG

Nessa linha:

“RECURSO ORDINÁRIO EM “HABEAS CORPUS” –


PROCESSO PENAL – NULIDADE – INOCORRÊNCIA – “PAS
DE NULLITÉ SANS GRIEF” (CPP, art. 563) – PRINCÍPIO
APLICÁVEL ÀS NULIDADES ABSOLUTAS E RELATIVAS –
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE EFETIVO PREJUÍZO,
QUE NÃO SE PRESUME – PRECEDENTES – CONDENAÇÃO
CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO –
EXCEPCIONALIDADE DE SUA DESCONSTITUIÇÃO
MEDIANTE “HABEAS CORPUS” – INADMISSIBILIDADE NO
CASO – REVISÃO CRIMINAL COMO INSTRUMENTO
PROCESSUAL ADEQUADO – PRECEDENTES – MECANISMO
DE CONVOCAÇÃO E DE SUBSTITUIÇÃO NOS TRIBUNAIS –
MATÉRIA SOB RESERVA DE LEI – INCIDÊNCIA, NA ESPÉCIE,
DA LOMAN (art. 118) c/c A RESOLUÇÃO CNJ n. 72/2009 E A
PORTARIA TJ/PA n. 1.258/2012 – CONVOCAÇÃO DE
MAGISTRADA DE PRIMEIRA INSTÂNCIA, PARA ATUAR NO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA – POSSIBILIDADE – PLENA
LEGITIMIDADE DESSE ATO CONVOCATÓRIO – ESCOLHA
FUNDADA EM DELIBERAÇÃO COLEGIADA (PLENO) DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ – ESTRITA
OBSERVÂNCIA DA LOMAN (art. 118) E DA RESOLUÇÃO CNJ
n. 72/2009 – INEXISTÊNCIA, NA ESPÉCIE, DE OFENSA AO
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL (CF, art. 5º, INCISO LIII) –
SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA POLÍTICO-JURÍDICA DESSE
POSTULADO CONSTITUCIONAL – O TEMA DA
COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS DE SEGUNDO GRAU
MEDIANTE CONVOCAÇÃO DE MAGISTRADOS DE
PRIMEIRA INSTÂNCIA – O “STATUS QUAESTIONIS” NA
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL –
LEGITIMIDADE DA CONDENAÇÃO PENAL IMPOSTA AOS
RECORRENTES – VALIDADE JURÍDICA DO JULGAMENTO
PROFERIDO, EM SEDE DE APELAÇÃO, POR ÓRGÃO
COLEGIADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO
PARÁ – PRECEDENTES – RECURSO DE AGRAVO NÃO

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HC 147356 / MG

PROVIDO.” (RHC 125.242-AgR, Segunda Turma, Rel. Min.


Celso de Mello, DJe de 15/03/2017)

“HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSO PENAL.


HOMICÍDIO SIMPLES E FRAUDE PROCESSUAL.
PRONÚNCIA. IRRESIGNAÇÃO. JULGAMENTO DE RECURSO
PELO COLEGIADO NO STJ. PARTICIPAÇÃO DE MINISTRO
IMPEDIDO. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DE PREJUÍZO. VOTO QUE NÃO
INTERFERIU NO RESULTADO. ORDEM DENEGADA. 1. No
processo penal, o postulado pas de nullité sans grief exige a
efetiva demonstração de prejuízo para o reconhecimento de
nulidade. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme
no sentido de que a participação de julgador impedido, quando do
julgamento do recurso no órgão colegiado do tribunal, não acarreta
automática nulidade da decisão proferida se, excluindo-se o voto do
referido magistrado, o resultado da votação permanecesse incólume. 3.
Ordem denegada.” (HC 125.610, Primeira Turma, Rel. p/
Acórdão: Min. Edson Fachin, DJe de 05/08/2016)

“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.


CONSTITUCIONAL. PENAL. SUPENSÃO DA AÇÃO PENAL.
ALEGAÇÕES DE NULIDADE DECORRENTE DA
DISTRIBUIÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES
PROVENIENTES DE PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO:
AUSÊNCIA DE PLAUSIBILIDADE JURÍDICA. RECURSO AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. Os princípios constitucionais
do juiz natural e do promotor natural têm seu emprego restrito às
figuras dos magistrados e dos membros do Ministério Público, não
podendo ser aplicados por analogia às autoridades policiais ou ao
denominado “delegado natural”, que obviamente carecem da
competência de sentenciar ou da atribuição de processar, nos termos
estabelecidos na Constituição da República. 2. A conexão probatória e
objetiva estabelecida entre os crimes antecedentes e os delitos
imputados ao Recorrente torna prevento o Juízo. 3. O inquérito é peça
informativa que não contamina a ação penal. Precedentes. 4. A

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jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que


o princípio do pas de nullité sans grief exige, em regra, a
demonstração de prejuízo concreto à parte que suscita o vício,
independentemente da sanção prevista para o ato, podendo ser
ela tanto a de nulidade absoluta quanto à relativa, pois não se
decreta nulidade processual por mera presunção. Precedentes. 5.
Recurso ao qual se nega provimento.” (RHC 126.885, Segunda
Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 01/02/2016)

De outro lado, quanto à aduzida necessidade comprovação da


menoridade para afastar a causa de aumento da pena aplicada, esta Corte
possui precedentes nos quais se reconhece a prescindibilidade da certidão
de nascimento ou carteira de identidade. Nesse sentido, verbis:

“PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.


CRIMES DE ROUBO QUALIFICADO E CORRUPÇÃO DE
MENOR. ARTIGOS 157, § 2º, II, DO CÓDIGO PENAL E 244-B
DA LEI Nº 8.069/90. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INADMISSIBILIDADE.
COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA
JULGAR HABEAS CORPUS: CF, ART. 102, I, d E i. ROL
TAXATIVO. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA OU FLAGRANTE
ILEGALIDADE. PRETENSÃO DE ABSOLVIÇÃO QUANTO AO
CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENOR. PRESCINDIBILIDADE
DA CERTIDÃO DE NASCIMENTO OU CARTEIRA DE
IDENTIDADE PARA A COMPROVAÇÃO DA MENORIDADE.
PRECEDENTES. ORDEM DE HABEAS CORPUS EXTINTA. 1.
A menoridade para fins de tipificação do crime previsto no artigo 244-
B da Lei nº 8.069/90 pode ser comprovada por outros meios idôneos,
não se exigindo seja realizada somente por certidão de nascimento ou
carteira de identidade. Precedentes: HC 92.014, Rel. Min. Menezes de
Direito, Primeira Turma, DJe 21/11/2008, e HC 121.709, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 12/06/2014. 2. In casu, o
paciente foi condenado pela prática dos crime de roubo qualificado
(art. 157, § 2º, II, do Código Penal) e corrupção de menores (art. 244-
B da Lei nº 8.069/90), sendo que a menoridade do comparsa restou

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comprovada através de atestado de antecedentes criminais e do boletim


de ocorrência. 3. A competência originária do Supremo Tribunal
Federal para conhecer e julgar habeas corpus está definida,
taxativamente, no artigo 102, inciso I, alíneas “d” e “i”, da
Constituição Federal, sendo certo que a presente impetração não está
arrolada em nenhuma das hipóteses sujeitas à jurisdição desta Corte.
4. Inexiste, no caso, excepcionalidade que justifique a concessão, ex
officio, da ordem. 5. Habeas Corpus extinto.” (HC 124.132, Primeira
Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 17/11/2014).

Demais disso, o atendimento da pretensão defensiva e eventual


divergência do entendimento firmado pelas instâncias anteriores implica
no reexame da matéria fática a qual já foi objeto de julgamento. Nesse
contexto, cumpre ressaltar que o habeas corpus é ação inadequada para a
valoração e exame minucioso do acervo fático probatório engendrado nos
autos. Destarte, não se revela cognoscível a insurgência que não se
amolda à estreita via eleita. Nesse sentido:

“AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS . PENAL


E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE HOMICÍDIO
DUPLAMENTE QUALIFICADO. HABEAS CORPUS
SUBSTITUTIVO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
INADMISSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL PARA JULGAR HABEAS CORPUS:
CRFB/88, ART. 102, I, D E I . HIPÓTESE QUE NÃO SE
AMOLDA AO ROL TAXATIVO DE COMPETÊNCIA DESTA
SUPREMA CORTE. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO. INADMISSIBILIDADE NA VIA
ELEITA. INÉPCIA DA DENÚNCIA. NÃO CARACTERIZADA.
CUSTÓDIA PREVENTIVA DEVIDAMENTE
FUNDAMENTADA. ELEMENTOS CONCRETOS A
JUSTIFICAR A MEDIDA. ALEGADO EXCESSO DE PRAZO.
INOCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.”
(HC nº 130.439, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de
12/05/2016)

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Destarte, a atuação ex officio desta Corte resta inviabilizada quando


não há teratologia ou flagrante ilegalidade no ato impugnado.
Ex positis, NEGO SEGUIMENTO ao habeas corpus, com fundamento
no artigo 21, § 1º, do RISTF. Prejudicado o exame do pedido de liminar.
Dê-se ciência ao Ministério Público Federal.
Publique-se. Int..
Brasília, 31 de agosto de 2017.
Ministro LUIZ FUX
Relator
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