Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Ao longo do fim do século XX e início do século XXI podemos observar que em diversos
países do mundo, formou-se um cenário de crise política, econômica e social. Esses
acontecimentos obrigaram os países e organismos internacionais a pensar seus conceitos
e estratégias para o desenvolvimento. Assim, chegou-se à conclusão que os modelos
econômicos, herdados das últimas décadas, não atendem às necessidades da cena
contemporânea. Dessa forma se tornou necessário a redefinição de estratégias para a
promoção de modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo, que vai além da
economia e engloba as dimensões sociais, ambientais, tecnológicas e culturais. Nesse
contexto a cultura e a diversidade cultural surgem como potenciais insumos para o
desenvolvimento econômico, humano e social dos países e territórios.
Em 2008, as Nações Unidas (ONU) por meio da Conferência das Nações Unidas sobre
Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) promove a emergência da temática das indústrias
culturais e criativas a partir das quais se desenvolve a noção de economia criativa.
A economia criativa tem como matéria prima a criatividade e a diversidade cultural e aborda
a dimensão econômica da cultura. Ao longo do final da primeira década do século XXI, a
evolução do processo de globalização tornou a diversidade cultural a mais importante
dimensão cultural dessa “nova” economia. Dessa forma, o valor da diversidade cultural foi
melhor definido e a função das indústrias criativas na promoção desse valor foi se tornando
compreensível e assimilável.
Inovação: Se antes a inovação apresentava uma correspondência direta com crescimento
econômico, atualmente ela é compreendida tanto como o aperfeiçoamento do que já existe
quanto a criação de algo totalmente novo. A inovação seja ela incremental ou radical, em
determinados segmentos criativos (como o design, as tecnologias da informação, os games
etc.) apresenta uma relação direta com a identificação de soluções aplicáveis cujos os
produtos são frutos da integração entre novas tecnologias e conteúdos culturais. Já no
campo da cultura a inovação pressupõe a ruptura com os mercados e por isso deve ser
apoiada pelo Estado por meio de políticas públicas.
Atualmente os rumos das políticas que tem como centro a dimensão econômica da cultura
se encontra incerto devido ao fechamento da Secretaria da Economia Criativa em 2014,
entretanto alguns projetos que tem como objetivo dimensionar o impacto dos setores
criativos na economia brasileira ainda estão em andamento, como por exemplo os
Observatórios Brasileiros de Economia Criativa que funcionam nos estados de Goiás,
Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
Além disso, ao longo do ano de 2015, houve um esforço dentro do Ministério da Cultura em
elaborar um Programa Nacional de Economia da Cultura que pode ser consultado aqui:
http://www.cultura.gov.br/documents/10883/1337477/PROGRAMA+NACIONAL+DE+ECON
OMIA+DA+CULTURA_PNEC_RELATO%CC%81RIO+FINAL.compressed.pdf/8b6dec76-9
a6c-4992-acaf-b11e2e94e6a6
Para saber sobre a Economia Criativa em Goiás, acesse aqui a Coleção Dimensões,
publicado pelo Observatório da Economia Criativa de Goiás:
http://medialab.ufg.br/p/17693-colecao-dimensoes
Referências
DCMS (Department for culture, media and sport). Creative industries mapping document.
Disponível em:
http://www.culture.gov.uk/Reference_library/Publications/archive_2001/ci_mapping_doc
_2001.htm
MINC. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações,. 2011 –
2014. Brasília, Ministério da Cultura, 2011.
UNCTAD.Creative economy report 2008: the challenge of assessing the creative economy
-towards informed policy-making. Genebra: United Nations, 2008.
______. Creative economy report 2010: a feasible development option. Genebra: United
Nations, 2010.
UNESCO. Declaração Universal sobre Diversidade Cultural. Paris, 2002.
________. Informe Mundial sobre Cultura: diversidade cultural, conflito e pluralismo. São
Paulo, Moderna: Paris, Unesco, 2004.
________.Convenção Para Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões
Culturais. Paris, 2005.