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FESTIVAL DE ARTE E CULTURA DE COITÉ

Simplesmente mulheres!

UMA PRODUÇÃO

ZIC
ZÉLIA IN CENA
1º ATO – CONVERSA DE HOMEM? ]
HERCULANO – filho, precisamos decidir os rumos do partido e de nossa família. As
eleições se aproximam!

JOSUÉ = Acho cedo... Contudo, meu pai vai dizer que não chegou onde chegou, não
fosse suas estratégias políticas!

HERULANO – Três vezes vereador do Sem Freio, duas vezes secretário de ADM e
uma vez como vice- prefeito. Uma eleição quase perdida. Não fosse uma ideia minha no
último comício...

RIBAMAR - Seu pai era um Rui Barbosa nos palanques.

JOSUÉ– Ribamar, você já leu algum discurso de Rui Barbosa para fazer tal
comparação?

RIBAMAR – E precisa? Você também não viu Pelé jogar e, nem por isso, questiona
seus feitos! Seu Pai ainda tem muito por colaborar! Ouça-o, Josué! Como esquecer
aquele discurso inflamado, no distrito da Lagoa de Dentro? (em um falsete) “cidadãos
de lagoa de Dentro, convoco a todos a se dirigirem comigo até o sagrado cruzeiro
fincado em frente a nossa igreja, ali, firmaremos um pacto de união entre a comunidade
e o nosso partido... Ali,, firmaremos um acordo para que a nossa igreja e praça sejam
restauradas, se eleitos formos!” Ainda hoje, sinto um arrepio. As pessoas se
ajoelharam... Esse discurso te elegeu como vice, coronel.

JOSUÉ – como esquecer? Tudo bem que o padre viu tudo àquilo como um sacrilégio e
a gente perdeu muitos dos votos dos evangélicos.

HERULANO – você pensa demais em todo mundo. Numa batalha, há que se fazer
sacrifícios... Sabe que pretendo torná-lo candidato a prefeito pelo partido. Além dos
adversários, temos um problema na família. Sua esposa tem ganhado popularidade
como secretária de agricultura.

RIBAMAR – Ela goza de prestígio nas associações comunitárias. E, há um zum zum


que muitos do partido vêem o nome dela como uma boa aposta.

JOSUÉ – Ela vem realizando um excelente trabalho. Ela gosta do que faz, porém,
acredito que se lançar candidata a prefeita de Sem Freio,, não faz parte de seus planos!

HERCULANO – Meu filho, o poder seduz! Quando ela for tentada, as coisas podem
mudar na cabeça dela. Não se deve confiar demais em uma mulher. E, mostre pra ela
que o homem da casa é você! Essa história de mulher ser muito independente, você sabe
no que dar, né? Chifre!
JOSUÉ – Meu pai, Joana é uma mulher séria! Tem suas convicções. O senhor não pode
achar que o tempo parou... Que todas as mulheres vivem como viviam há 20, 30 anos
atrás... De qualquer modo, vou conversar com ela...

HERCULANO – certas coisas não se conversam, IMPÔE-SE! Preciso resolver outras


questões. Acredito que não passa pela cabeça dela tal ideia de ser prefeita, mas é bom
que você cuide disso! Domingo, espero por todos vocês no almoço. Será uma ótima
oportunidade para selarmos a sua candidatura em família.

JOSUÉ – Estaremos aqui. Torço muito para que seja um momento de paz (cumprimenta
o pai com um aperto de mão e acena para Ribamar)

NA RÁPIDA TRANSIÇÃO DE PEÇAS DO CENÁRIO, DESENVOLVE-SE UMA PERORMANCCE

2º ATO – POR QUE NÃO?


CENÁRIO (BEIRADA DE UM CAMPINHO DE FUTEBOL )

VANDA – Juliana, gostei de seu desempenho no treino de hoje. Você é muito


habilidosa. Só precisa entender que futebol é um esporte coletivo. Vanda , você precisa
treinar mais sua saída de bola. Futebol moderno exige que goleira aprenda esse
fundamento. Preciso ir para o clube, ver como a associação vai levantar fundos para a
nossa viagem. Dessa vez,, ficaremos uma semana. Além do transporte, há custo com a
hospedagem.

SANDRA – E Dona Rosa Inês, não seria a patrocinadora?

VANDA – Espero que ainda seja, mas há gente que não vê com bons olhos a ajuda dela.
Uma história complicada, depois, eu explico a vocês. (sai)

RAÍ – Fiquei sabendo que não querem a ajuda dela porque o dinheiro tem origem suja,
que toda a grana que ela ganhou foi com prostituição.

JULIANA – Cidade da língua grande essa! Nem prostíbulo aqui se tem! Só porque a
mulher vive sem um homem debaixo do mesmo teto, é bem sucedida financeiramente e
tem a liberdade de viajar por onde quer sem prestar satisfação de sua vida ,é julgada
como uma mulher INDECENTE!

SANDRA – Os homens aprontam tantas e quantas... Pegam geral... E do que chamam?


Putão? Nada! È o cara, é o puro garanhão!

RAÍ – Vamos mudar de assunto. Gostei de ver o treino de vocês. Juliana, você é
craque! Melhor que muito menino por aí. Você será o nosso Vinícius Júnior! Sandra
será a nossa Tafarel!

SANDRA – Vinícius júnior? Tafarel? ? Por que preciso ser um deles numa versão
feminina?

JULIANA – E o que tem uma menina jogar mais que um menino?


RAÍ – Pra minha turma, seria uma humilhação! Eu admito que há muita menina
habilidosa nesse time de vocês

JULIANA – Da mesma forma que não tem nada demais se um homem for melhor na
culinária! Alguém conhece nas redondezas, doceiro melhor que o Almeida?

RAÍ – Ih, essa onda feminista tá em alta! Mudando de assunto, essa treinadora de vocês
é muito gata! A cidade inteira fala que ela é sapata!

SANDRA – (em tom bem irônico) Isso porque ele mudou de assunto... Sapata, mulher
que quer ser homem... Quantos rótulos machistas você guarda aí? Como se uma
profissão pudesse determinar o gênero de uma pessoa! Seus amigos também nos
colocam no time das “sapatas”?

RAÍ – Sinceramente, sim! Eles comentam daquelas que tem um jeito másculo de
andar... Vocês sabem que não sou machista. Quando deixo escapar algumas frases, é
mais por força do habito! E, sejamos sinceros, até outro dia, o futebol só era praticado
por homens. Não se trata de preconceito. É uma questão cultural.

JULIANA – Pois, trate de engolir essas frases! Elas reforçam estereótipos que precisam
ser extirpados dos nossos discursos de intolerância e aversão ao que é diferente! Raí,
gosto muito de você, mas, se continuar com essas atitudes machistas, melhor cortar a
amizade.

RAI – Não precisa ser radical Tava só brincando.

SANDRA – Não é brincadeira. Ainda que fosse é muito de mau gosto. Juliana, seu pai
já assinou o termo de autorização da viagem?

JULIANA – Ainda não. Acredito que ele vai ceder. Minha mãe é minha defensora. E
não tem cabimento ele me proibir de jogar futebol. “Ah,, filha, acho tão bonito o vôlei,
se quiser aprender, contrato um treinador para você.”Gente, preciso ir Sandra, a gente se
ver no treino de amanhã. Raí, se liga! A gente se ver depois.

Performance de transição....

ROSA INES – Rosa Inês, você ainda vai ser gente grande nessa vida! Minha avó
Dindinha só não me contou dos muitos sacrifícios... Dindinha para os netos, Beata
Francisca para todos os moradores do arraial. Ela benzia bicho e gente, até parto ela
fazia e, vez outra, dava de fazer profecias, como essa que fez pra mim. (ri de forma
estranha) Grande, eu? Não tive sorte no amor. Meu primeiro marido me largou à sorte, o
segundo, um bêbado, praticamente, me usou como troca de uma dívida em uma casa de
prostituição. Acabei aceitando para não morrer de fome e, também, porque estava muito
revoltada com a vida, principalmente, com meu pai,, disse que mulher separada não
entrava na casa dele... Que se eu fui abandonada é porque eu não soube segurar o
homem.. No fundo, quis me prostituir para me vingar de meu pai... Arrependo-me até
hoje! E eu que achava que estava livre dos fantasmas do passado... Até que aquela falsa
evangélica. Se eu fosse de briga, arrancaria toda aquela cabeleira. (menciona essa última
frase com fúria que nem percebe a chegada de Renata)

RENATA – Madrinha, não gosto de ver a senhora assim, triste pelo cantos. A senhora
mesma vive me aconselhando a ser menos braba, que não devemos dar importância ao
que as pessoas falam da gente. Essa santinha do pau oco! Espalhar por toda a cidade que
a senhora é rameira! Olhe, vou invadir essa reunião, e encher a cara dela de murro e
ponta pé! Despeitada! (insinua sair,, mas é impedida pela madrinha) Safada! Antes de
ser crente, vivia traindo o marido. Agora, sai acusando as pessoas. Madrinha, a senhora
não merece ser expulsa da associação. O tanto que a senhora faz por esse povo.

ROSA INES – O pouco que faço, minha afilhada que considero filha de coração, é para
me sentir mais em paz com minha consciência. Ajudar o próximo me realiza. Você sabe
toda minha história de vida... Não tenho orgulho da vida que levei, quase um ano num
cabaré. Mas foi lá, que encontrei o amor homem de minha vida. Julião foi o único
homem que me enxergou como uma mulher de verdade... E me enxergou de dentro de
um cabaré. Era um homem bem maduro e sábio. Tirou-me da vida fácil, que de fácil
não tem nada! Fez-me mulher com os direitos e privilégios que uma mulher decente
pode desejar... Uma pena que partiu dessa para outra tão cedo... Este homem foi
massacrado pela família por ter assumido uma ”puta”. Deixou-me saudade, lições de
humanidade e uma boa herança em dinheiro e bens... Olhando direito, a vida foi e tem
sido generosa para comigo..

RENATA – Isso, madrinha! Gosto de ver a senhora assim, firme e forte! Mas, não te
garanto nada, se eu me esbarrar com essa falsa cristã! Não tenho a paciência que a
senhora tem. Meu paviu é curtto! Semana passada, quase dei uns tapas naquela filha do
açougueiro, porque ela veio me dar uma cantada desavergonhada, que ela era louca de
desejo pelo meu lado João. Na hora, eu não entendi muito direito. A senhora sabe que
nunca fui muito boa com essa coisa de estudo. Prefiro lidar com a terra, com os bichos..

ROSA INES – Fiquei curiosa. Decerto, você perguntou o significado de “João”

RENATA – E me arrependi. A safada não teve medo de traduzir de forma bem direta,
“tenho tezão por seu lado homem”. Madrinha, peguei a safada pela goela, quando ia
mirando um murro, chega seu Pedro. Em respeito a ele, evitei quebrar o nariz dela.

ROSA MARIA – Eu sei que você gosta de homens. A questão é que você quer resolver
todos os problemas na base do cacete. Atitude de homem machista. Você gosta de se
vestir como vaqueira... Quem não te conhece, julga-te pela aparência. O que não é
correto!
RENATA – Madrinha, sou uma mulher arretada! Não gosto de levar desaforo pra casa!
E, pra certas pessoas, tem que ser na base do grito e da força!

ROSA INES – Já eu acredito que é possível obtermos respeito com civilidade; quando
a gente passa a conhecer de nossos direitos, somos mais fortes para nos defendermos
dentro da lei... Lei? Por que não pensei nisso antes? Vou processar essa santinha do pau
oco por difamação ao meu nome. Quanto á associação, espero que eles tenham a
sensatez de, ao menos, me ouvirem...

PASTORA – (que adentra o ambiente) Rosa Inês, vim lhe trazer a notícia como
prometi. E trago boas novas. Quase todos os membros ficaram de seu lado. Apenas
Benedita e mais três ficaram contra você. Tive que fazer uso até de sermão. Disse que
ninguém tem direito de condenar seu presente, que dirá passado! Importa quem é você
hoje. E nossa associação existe na ativa graças aos seus donativos, além do que você é
muito presente e humana.

ROSA INES – Pastora, a senhora não sabe o quanto lhe sou grata.

PASTORA – Minha irmã, fui apenas mais um entre muitos que lhe defenderam. A
treinadora de futebol feminino deu uma boa aula de cristandade e tolerância aquelas
criaturas... Foram elas que contestaram a minha presença quando cheguei na cidade para
assumir a missão de pastora. Uma delas,, Pastora? A gente sempre teve pastor.. Ele
impõe mais respeito “... Outra me disse isso,” na bíblia não há pastoras “... Baixei a
cabeça? Nada! Fiz questão de esfregar na cara delas, minha identidade como delegada
de polícia! A cara foi de espanto. Enfim, dois anos que estou na cidade, e vejo que
muita gente ainda não se acostumou com a ideia de uma mulher a ser a pastora da
igreja, muito menos, em exercer a função de delegada... Mas, paciência!

RENATA – Pastora, ainda bem que essa história se resolveu de forma justa Porque se
fosse o contrário, eu ia dar uma corsa naquela “Benedita”, mesmo sabendo que a
senhora poderia me recolher no xadrez. (risos)

PASTORA – Ainda bem! Precisamos combater todo tipo de preconceito. Perante


Deus, somos todos iguais; brancos, negros, pobres, ricos, homens, mulheres... Olha,
preciso ir, passar na casa de uma irmã da igreja. Coitada, vive apanhando do marido, um
beberrão que não faz outra coisa, além de beber e jogar apostado com o pouco dinheiro
dela.

RENATA – Problema fácil de resolver. Ela dá um pé na bunda dele e denunciá-lo.

PASTORA – Ela não quer fazer isso.. No começo, tentei conversar com ele. Convidei-o
para a igreja. Chegou a ir por duas vezes, mas, logo saiu.

ROSA INES – Acho que sei quem é a mulher..Espero que ela se convença e busque ter
amor próprio. Pastora, boa sorte e que o Senhor te inspire a ter êxito em tua missão.
3º ATO – DEMOCRACIA COMEÇA NO LAR...

A conversa ocorre em uma salinha (cadeiras, artesanato logo depois que é


servido o sorvete de tapioca)

valdete – Este sorvete de tapioca está divino! Quero a receita, Joana.

Joana – Eu tenho. Passo, sim! Essa é apenas mais uma das iguarias da
associação. Se tudo der certo, estaremos exportando doces e sorvetes, do
Sem freio para o estado de São Paulo!

Herculano – Essa minha nora enxerga longe. Quando você decidiu fazer o
curso de veterinária e tantos outros cursos técnicos, imaginei que seria
para dar uma força aos negócios da família. Sem ofensa nenhuma, é
tradição entre os Pereiras, mulher não trabalhar.

Joana – Meu sogro, já falamos sobre isso. Não tenho vocação para ser
dondoca ou a senhora do lar.

Valdete – faz bem, minha filha! O trabalho dignifica o homem e a mulher.


Eu não possuo os seus dotes de empreendedora, mas me viro aqui no
sítio. Cuido da minha horta, de meu jardim, de meus bichinhos de
estimação...

Josué – meu pai é um homem teimoso. Ainda insiste com essa ideia de
que a mulher precisa ser a senhora do lar, encher a casa de filhos...

HERCULANO – Teimosia? Chamo de convicções. Um lar precisa de vida...


Uma casa cheia de crianças é sinônimo de vida. Quando vocês me darão
um neto? (Juliana se sente desconfortável)

Joana – há tempo para tudo... E estou muito contente com minha filhota.
Ela tem se mostrado mais dedicada aos estudos depois da paixão pelo
futebol.

Juliana – Meu pai não tem esse mesmo orgulho. O senhor ainda não
assinou a autorização para que eu possa viajar com o time.
Josué – Tenho que admitir que não seja muito fã da ideia. Ainda vejo o
futebol como um universo masculino.

Herculano – Tão masculino que as mulheres que praticam são, em geral,


lésbicas. E assumidas!

Joana – Ainda bem que se assumem! São mulheres realizadas


duplamente, primeiro porque fazem o que gostam e, segundo, porque
não precisam viver uma falsa vida.

Josué – Acho que não precisamos render esse assunto. Somos uma
família. Precisamos nos manter unidos. Filha, vou autorizar sua viagem,
até porque deve ser mais um de seus tantos projetos que você inventa de
fazer e logo abandona...

Valdete – Todo jovem é assim, Josué. Você dizia que ia ser domador de
cavalos, depois inventou que ia jogar vôlei, mas seu pai não gostava do
professor que ensinava, dizia que ele era muito boneca para se ficar perto
de meninos...

Herculano – E, é justamente, para que a gente venha falar a mesma


língua, que eu marquei esse almoço em família. Joana, o que você acha de
lançar o nome de seu marido como candidato a prefeito de Sem Freio?

Joana – se for da vontade dele; se o partido entender que é o nome mais


aceito, não tenho porque me opor. Aliás,é uma pessoa que confio muito.

Herculano – É que andaram me falando que seu nome é bastante


ventilado como uma possível candidata. Que você inclusive, teria muito do
apoio das mulheres, por você levantar a bandeira feminista.

Juliana – o trabalho de minha mãe não tem a ver com “feminismo”... Ela
apenas tá abrindo os olhos e caminhos para que elas se libertem de uma
vidinha besta e ordinária,a de ficarem submissas ao trabalho doméstico e
aos caprichos de seus maridos machistas.

Josué – A questão é que muitos maridos não estão gostando dessa


“libertação”...
Joana - só os tolos e ignorantes. Já outros quando percebem que a mulher
pode ajudar no orçamento de casa, acabam se convencendo que é um
processo natural.

Valdete – Joana, gosto do jeito como você defende suas ideias. Ai que eu
tivesse esse dom e natureza quando me casei. Eu, como toda mulher,
tinha sonhos e desejos, que nem foram todos realizados... A última
palavra era sempre do Herculano.

Herculano – Porque assim meus pais foram criados,assim, aprendi! Bom,


quero ter a sua palavra de que você não irá nos surpreender se lançando a
candidata...

Josué – Até porque você nunca manifestou tal projeto. Nem pegaria bem
pra eu ter “perdido” a candidatura para a esposa.

Joana – para a esposa ou para uma mulher? Josué, de fato, eu não tenho
planos. Mas, se meu nome fosse o mais aceito e com maior possibilidade
de vitória, você não renunciaria?

Herculano – Já é demais! Como você gosta de me desafiar! Por saber que


a ideia é minha. Na verdade, é um sonho, ver meu filho prefeito dessa
cidade.

Joana – Será que é o sonho de Josué também? Dona Valdete, desculpe-me


por qualquer coisa, acho melhor me retirar... Seu Herculano, eu não tenho
nada contra o senhor. Só não concordo com muitas de suas ideias e é um
direito meu!

Josué – amor, é um sonho meu sim! Por favor, não vá embora. Você sabe
que meu pai tem esse jeito durão, mas é um bom pai, um bom homem.

Herculano – Filho, guarde o seu discurso para a campanha. Joana, esse é o


meu jeito de pensar e pronto! Resta saber se você vai apoiar seu marido
ou se opor a ele?

Joana – claro que apoiarei Josué. Contudo que fique bem claro, se sair
candidata fosse um projeto meu, eu iria concorrer a vaga, ainda que pra
isso, meu marido saísse pré-candidato. E isso não tem a ver com afronta
ou desrespeito.
Valdete – também acho. Eu concordo com você, minha admirável nora. E
sugiro que você se lance a candidatura para vereadora.

Joana – As mulheres da associação estão insistindo com essa ideia. Estou


quase aceitando a ideia. Quando vejo o monte de palerma e oportunista
nos representando na câmara... De 15, apenas duas são mulheres.

Juliana – E essas duas nem representam as mulheres, muito menos,


representam os interesses do povo...

Joana – pronto! Estou decidida. Vou aceitar o desafio.

Herulano – você sabe quanto custa uma candidatura dessa?

Joana – não se preocupe, meu sogro. Eu não irei gastar o seu dinheiro
nem o de Josué. Sei porque cada um desses vereadores mequetrefes
conseguem se eleger,assistencialismo e dinheiro na campanha. Eu não
pretendo fazer uso desses expedientes. Se querem me dar um voto de
confiança graças ao que possa desenvolver em termo de projeto, ótimo,
se não, paciência!

Herculano – romantismo não ganha eleição...

Jualiana – as coisas mudam, meu av. Veja os avanços da mulher, anos


atrás, elas nem podiam votar que dirá, serem candidatas. Vamos, minha
mãe, tem treino especial hoje. Quero sua carona.

Valdete – Pronto. Tudo resolvido. Espero que não precisemos brigar mais
por conta desse assunto. Juliana, quando você vai me convidar para ver
um de seus jogos?

Juliana – quando houver um jogo na cidade, faço questão que vá me


assistir... (todos se cumprimentam e se encerra a cena)
Mulheres..
Casal:
Pai, mãe e filha...
Herculino – (pai/sogro) patriarcal, machista)
Josué – marido/pai, transita entre o machista e o homem moderno;
Filha – feminista, inclinada ao lesbianismo, luta pelo empoderamento
feminino;
Vanda – viúva, artesã, espécie de mulher guerreira, teve que abdicar
de muita coisa para sustentar os filhos...
Catarina – Ex-prostituta, acabou sendo se amancebando com um
senhor....tornar agricultora...

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