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Classis MAMMALIA

A Paleomastozoologia é a divisão da Paleontologia dedicada ao estudo dos


mamíferos fósseis. Eles apareceram pela primeira vez na Terra em tempos
neotriássicos, constituindo o produto de uma linhagem evolutiva que se estende
para o passado até a divisão entre os répteis DYAPSIDA e os SYNAPSIDA, no
Carbonífero. As estruturas anatômicas que caracterizam os mamíferos evoluíram
num padrão em mosaico ao longo do Permiano e Triássico (Poug et al., 1989).
Próximo ao fim do Triássico, os CYNODONTIA avançados (répteis
SYNAPSIDA-THERAPSIDA) apresentavam um mosaico de características
reptilianas e mamaliformes, tendo provavelmente, dado origem aos mamíferos.
A história dos mamíferos pode ser dividida em duas etapas, cujo marco divisório é a
extinção em massa ocorrida no final do Cretáceo. A “Etapa Mesozóica” é
caracterizada pela menor diversidade, presença de formas pequenas, pouco
maiores do que um camundongo, insetívoras e com hábitos noturnos. Na etapa
seguinte, conhecida como a idade dos mamíferos, ocorreu uma notável irradiação
com a ocupação dos nichos deixados disponíveis pelos répteis. Esta “Etapa
Cenozóica” desperta especial interesse em função da origem e evolução da espécie
humana, ao longo do Quaternário.
Sua descendência a partir de répteis sinápsidos é irrefutável e principalmente como
descendentes dos terápsidos. A transição réptil/mamífero foi marcada por alguns
importantes estágios, cujas principais características foram: o aumento do volume
cerebral, a redução do número de ossos formadores da mandíbula inferior, e a
modificação dos dois ossos posteriores da mandíbula, em dois dos três ossículos do
ouvido médio, constituintes de uma avançado mecanismo auditivo. A origem do
ouvido avançado representa um dos mais notáveis exemplos da alteração evolutiva
de característica biológica para cumprir uma nova função. Esse fato foi comparado
muitas vezes com a transformação de um dos arcos branquiais dos peixes primitivos
para formar a maxila dos vertebrados.
Como grupo, os mamíferos possuem uma série de características que os distinguem
facilmente de outros vertebrados viventes. A mais típica e que dá nome ao táxon é a
presença de glândulas mamárias, que produzem leite, do qual se alimentam as
crias. Outras glândulas também aparecem com freqüência em diversas partes do
corpo, como odoríferas, sebáceas e sudoríparas. Apresentam pelos em alguma fase
da vida, embora esta estrutura possa se modificar ou estar ausente em algumas
formas especializadas, como por exemplo naquelas de hábitos aquáticos. Outras
estruturas anexas ao tegumento são bastante características em alguns grupos,
como chifres diversos (cornos verdadeiros-ruminantes, chifres ou galhadas e corno
do rinoceronte), escamas de origem e estruturas diferentes, garras, unhas e cascos.
Algumas delas, especialmente os osteodermos (escamas ou ossos dérmicos),
podem ser bastante significativas no registro fóssil.
Os mamíferos são endotérmicos, o que significa que são capazes de regular a
temperatura corporal através do metabolismo mantendo-a alta e constante. Esta
característica torna-os independentes da temperatura ambiental, permitindo a
atividade do animal em regiões com temperaturas extremas e por um período mais
prolongado. Isto explica, em muitos casos, o sucesso adaptativo do grupo.
A maioria dos mamíferos (EUTHERIA-PLACENTARIA) apresenta condição vivípara,
ou seja, o desenvolvimento do embrião se dá completamente no interior do útero
materno, sendo o intercâmbio entre a mãe e o feto realizado através da placenta.
Nos METATHERIA (marsupiais) o desenvolvimento se completa em uma bolsa
externa formada por uma dobra da pele chamada marsúpio ou bolsa marsupial.
Correspondendo a um estágio mais primitivo, estão os PROTOTHERIA
(monotrematas) que são ovíparos.
O esqueleto e a dentição apresentam características peculiares e são de interesse
especial na Paleontologia.
No Brasil, os registros de mamíferos restringem-se ao Neopaleoceno,
Neo-Oligoceno, Mio-Plioceno e Neopleistoceno. Uma forma ainda não identificada
foi encontrada no Neocretáceo do Estado de São Paulo (Bertini et al., 1993). Com
uma exceção, os esqueletos encontrados estão desarticulados e desassociados,
mas na maioria dos casos em bom estado de preservação, principalmente os
fósseis pleistocênicos recuperados de cavernas na Bahia. O maior número de
mamíferos fósseis brasileiros procede dos níveis paleocênicos e pleistocênicos.

Características
Os mamíferos possuem como principais características: homeotermia; glândulas
mamárias; aumento do volume cerebral; crânio com dois côndilos ocipitais;
mandíbula formada apenas por um único osso (dentário), que sustenta dentes mais
complexos; diferenciação dentária bem definida; corpo coberto de pelos;
crescimento limitado; cuidado com a prole; viviparidade; duas dentições; sete
vértebras cervicais; funcionamento eficiente da mandíbula graças a articulação
dentário-mandibular esquamosal.

Classificação Sistemática
A principal feição morfológica dos mamíferos, que os diferenciam em distintas
categorias sistemáticas, é a dentição. Ainda que o maior desenvolvimento dos
incisivos caracterizem os roedores, os caninos tipifiquem os carnívoros, e os
molares e pré-molares definem os herbívoros, os dentes mais importantes para a
Paleontologia são os molares, porque o seu tipo varia com o hábito alimentar; além
do que o seu estudo fornece elementos para a caracterização evolutiva do grupo.
Os mamíferos são agrupados em três subclasses:

PROTOTHERIA
Reúne mamíferos ovíparos, muito primitivos, sem vinculações evolutivas
esclarecidas. Exemplo: Ornitorrinco.

METATHERIA
Com uma única ordem, a MARSUPIALIA, reúne mamíferos aplacentários, que são
considerados como fósseis vivos, porque não manifestaram evolução desde o
Paleoceno. Talvez tenham origem sul-americana, ou até mesmo brasileira.
Comporta cerca de 5% da mastofauna atual.

EUTHERIA
Comporta 90% dos mamíferos atuais. São plancentários, vivíparos, e bastante
diversificados, com representantes adaptados ao ambiente aquático (cetáceos e
sirenídeos ) e ao aéreo (quirópteros).

Mamíferos Mesozóicos
(Ordens: TRICONODONTA, MULTITUBERCULATA, DOCODONTES,
MONOTREMATA, SYMETRODONTA, EUPANTOTHERIA e INSECTIVORA)
Os primeiros mamíferos foram coletados na África em terrenos do Neotriássico, e
ainda neste período, sofrem a sua primeira radiação. Eram animais de corpo
pequeno, semelhantes a um rato e com dieta insectívora. O pequeno tamanho,
aliado a um hábito de vida noturno, provavelmente auxiliaram na sua sobrevivência
à predação dos dinossauros, dominantes naqueles tempos.
Um dos gêneros de mamíferos mais antigos e bem conhecido, Morganucodon,
retém as estruturas dentárias básicas de seus ancestrais cinodontes, refletidas no
arranjo longitudinal das cúspides dos molares. Estes mamíferos primitivos
evidenciavam uma atividade preênsil bem desenvolvida, com falanges distais
portadoras de pontudas garras. Os morganucondontídeos fazem parte dos
chamados TRICONODONTA, que não somente tiveram uma longa história, como
também ocupam um lugar de destaque na base da evolução dos mamíferos.
Um grupo numeroso e diverso de pequenos mamíferos primitivos é denominado
MULTITUBERCULATA. Possuíam três incisivos superiores, semelhantes aos dos
roedores, e molares com duas ou três fileiras de cúspides dispostas
longitudinalmente. Suas características dentárias indicam uma dieta herbívora ou
mesmo omnívora. Muitos deles extinguiram-se no final do Cretáceo, enquanto
outros se diversificaram no Paleoceno.
Os DOCODONTA, com menor diversidade e tamanho do que os multituberculados,
são conhecidos pela sua dentição que parece indicar um hábito alimentar carnívoro.
Segundo Carroll(1988), seus ancestrais estariam dentre os TRICONODONTA e
aparentemente não deixaram descendentes.
Os MONOTREMATA, primitivos mamíferos ovíparos terrestres, eram registrados
como fósseis apenas para o Pleistoceno da Austrália. Descobertas recentes do
Eocretáceo daquele continente, sugere uma afinidade do grupo com primitivos
mamíferos THERIA. No Paleoceno da América do Sul também foram encontrados
fragmentos fósseis de um monotremata, que teria vivido na Patagônia, Argentina
(Pascuall et al., 1992).
Os primeiros mamíferos THERIA, surgem no Neotriássico e deram origem aos
marsupiais e placentários. Os SYMMETRODONTA, cujo registro fóssil é muito
escasso, tinham um tamanho relativo ao muçaranho atual, insectívoros e portadores
de molares com aspecto triangular, cuja cúspide central era mais elevada do que as
anteriores e posteriores. Os EUPANTHOTHERIA eram pequenos, polimórficos, com
incisivos pequenos, caninos bem diferenciados, pré-molares perfurantes e vigorosos
e molares trituberculados. Sua morfologia dentária sugere hábitos carnívoros ou
omnívoros, e sua estranha cauda possibilitaria uma existência arboreal. Eram
também portadores de osso epipúbico ou marsupial.
Os INSECTIVORA, grupo de mamíferos placentários terrestres, também estão
representados desde o Mesozóico. São animais de pequeno à médio porte, de
focinho curto e olhos reduzidos. Apresentam membros pentadáctilos e dedos
providos de garras. A maioria possui dieta insectívora, sendo entretanto, alguns
carnívoros.
No final do Mesozóico, os mamíferos placentários terrestres foram encontrados em
quase todos os continentes, exceto na Austrália e Antártida.
No Brasil foram coletados fragmentos de um mamífero placentário neocretácico,
ainda não classificado, na Formação Adamantina, São Paulo (Bertini et al., 1993).

O Terciário Inferior e a Explosão dos Mamíferos


No Paleoceno tornaram-se numerosos, embora compostos por grupos transicionais.
Com o passar dos tempos cenozóicos, a diversificação foi crescente, tanto que a
Era Cenozóica é conhecida como a Era dos mamíferos.
No Eoceno adquirem aspecto moderno, enquanto os grupos mais primitivos do
Paleoceno tornaram-se progressivamente extintos. Ocorre o desenvolvimento dos
insetívoros, o aparecimento dos edentados, roedores com dentição reduzida (um
único par de incisivos na mandíbula superior), sirenídeos, cetáceos, proboscídeos,
quirópteros, fissípedes carnívoros primitivos, os fissípedes propriamente ditos, e os
ungulados tanto perissodactilos (com dedos diferenciados) quanto artiodactilos (com
dedos iguais). Partindo dos mamíferos mesozóicos, confinados ao intervalo K-Eoc
dominantemente, cujas formas iniciais possuíam apenas um côndilo sobre o
dentário e articulação não integrada com o ouvido médio, e cujos representantes do
final dessa era tratavam-se de multituberculados e triconodontes (carnívoros, três
tubérculos cônicos nos molares), além de marsupiais e placentários primitivos, a
grande classe MAMMALIA experimentou comprovadamente grande irradiação
adaptativa a partir do Daniano (Eopaleoceno).

Distribuição Estratigráfica
Os primeiros mamíferos foram encontrados no Neotriássico, mas no Brasil, o fóssil
mais antigo data do Neocretáceo (Formação Adamantina, Bacia do Paraná).
Fósseis terciários de mamíferos são mais abundantes na Bacia de São José do
Itaboraí (Neopaleoceno), no Estado do Rio de Janeiro, tendo sido encontrados, em
sua maioria, em fissuras que cortavam o calcário de preenchimento da bacia.
Mamíferos oligocênicos procedem dos níveis argilosos da Formação Tremembé,
Bacia de Taubaté, no Estado de São Paulo. Restos mais jovens, do Mio-Plioceno
são freqüentes na Bacia do Acre (Formação Solimões), em vários afloramentos ao
longo dos rios Acre e Purus. Um único mamífero marinho foi encontrado na
Formação Pirabas, de idade miocênica. Fósseis pleistocênicos são encontrados por
quase todo o Brasil, sendo mais freqüentes na região nordeste. Nesta região, os
depósitos mais comuns são tanques( depressão natural de forma alongada,
formadas em rochas do embasamento cristalino, pela ação das águas), cacimbas
(depressões artificiais criadas pelo homem para armazenar água em regiões áridas)
e cavernas calcárias. Estas são muito comuns nos estados da Bahia e Minas
Gerais, onde foram coletados esqueletos completos em excelente estado de
preservação. Muitos dos mamíferos pleistocênicos coletados no Rio Grande do Sul
foram encontrados na praia, tendo sido lá jogados em conseqüência do
retrabalhamento pelas ondas, dos fósseis presentes na Formação Santa Vitória.

Paleobiogeografia
A curiosa história dos mamíferos sul-americanos está diretamente relacionada aos
grandes períodos de isolamento pelo qual passou a América do Sul, tanto como
parte do Gondwana, quanto como um continente já diferenciado. No entanto, sua
maior peculiaridade está relacionada com a existência de esporádicas rupturas do
isolamento e a um processo migratório transcontinental.
A América do Sul é o único continente onde são encontrados , tanto viventes como
fósseis, mamíferos terrestres originados no Pangea, Laurásia, Gondwana leste
(Antártida, Tasmânia, Nova Guiné, Nova Zelândia, Nova Caledônia, Madagascar e
Índia) e no Gondwana oeste (África e América do Sul). Entretanto,
surpreendentemente, nenhuma das ordens de mamíferos sul-americanos parece ter
se originado neste continente, quando ele se diferenciou como tal.
Até o Eocretáceo, o Gondwana estava isolado da Laurásia, e aqui se diferenciaram
mamíferos não tribosfênicos e pré-tribosfênicos que, com uma exceção, se
extinguiram na passagem Cretáceo-Terciário. Do Eocretáceo, até no máximo o
Eopaleoceno, a conexão do Gondwana com a Laurásia foi restabelecida, quando
imigraram para a América do Sul os primeiros mamíferos tribosfênicos (marsupiais e
placentários). Do início do Paleoceno até aproximadamente o Neo-Eoceno, a
América do Sul esteve isolada como uma grande ilha (Primeiro Estágio de
Isolamento), possibilitando a diferenciação dos primeiros mamíferos endêmicos.
Os Edentatos sempre foram considerados os únicos placentários originados na
América do Sul. Entretanto, nos jazimentos eopaleocênicos sul-americanos estes
não estão registrados como fósseis. Esta ausência pode ser sugestiva de que os
ancestrais dos Edentata não estavam presentes na América do Sul nesta época, e
como os demais mamíferos seriam portanto, formas cosmopolitas.
O longo Primeiro Estágio de Isolamento foi interrompido pela entrada dos roedores,
há aproximadamente 35 Milhões de anos (Eoceno/Oligoceno). Este fato é indicativo
de uma conexão com a África, através do qual, possivelmente também imigraram os
macacos do grupo dos PLATYRRHINI. No entanto, como seu registro fossilífero é
posterior ao dos roedores, é possível que ambos representem eventos imigratórios
heterocrônicos.
O Segundo Estágio de Isolamento começou após a imigração dos roedores e
primatas. Neste período registrou-se uma mudança taxonômica e ecológica mais
drástica na composição das comunidades de mamíferos. Neste estágio, os
herbívoros braquiodontes desapareceram, passando a dominar os com dentição
hipsodontes. Este segundo estágio só foi quebrado entre 6 e 5 milhões de anos
(Mio-Plioceno), com a restauração do Istmo do Panamá, quando ocorreu o “Grande
Intercâmbio Faunístico”entre as Américas do Norte e Sul (Stehli & Webb, 1985). Os
grupos que migraram entre as duas américas eram predominantemente mamíferos
adaptados a savana, sugerindo a existência de um corredor de savana onde hoje
existe uma floresta tropical úmida. Todos os atuais ungulados e carnívoros (com
exceção de alguns poucos marsupiais carnívoros) são descendentes de imigrantes
norte-americanos, e a maioria descendentes daqueles que chegaram durante o
grande intercâmbio.
No Brasil os primeiros registros de mamíferos roedores e carnívoros oriundos do
grande intercâmbio são encontrados na Formação Solimões, no Estado do Acre.

Aplicações
Através da morfologia dos dentes e do esqueleto pós-craniano, os mamíferos
podem ser bons indicadores paleoambientais, sugerindo a existência pretérita de
campos abertos, savanas, florestas, etc, assim como de maior ou menor quantidade
de cursos d’água. Cavalos e macrauquenídeos, por exemplo, requerem campos
abertos, adequados para o desenvolvimento de velocidade na corrida; a descoberta
de grandes edentados (preguiças e gliptodontes) na região amazônica revelou que,
há alguns milhares de anos, aquela região era coberta por savanas. Fósseis de
espécies ainda viventes são os que fornecem as informações paleoambientais mais
precisas. Através da análise de associações de roedores fósseis, mais abundantes
nos depósitos fossilíferos, é possível, na grande maioria dos casos, determinar o
paleoambiente geral e interpretar em grande escala suas variações. São também
indicadores de variações climáticas ocorridas no Pleistoceno final, e que estariam
relacionadas com as extinções de mamíferos que ocorreram naquele período.
Todas as idades do Terciário continental sul-americano foram baseadas em
associações de mamíferos encontrados na Argentina, principalmente na Patagônia.
A Bacia de São José de Itaboraí, por exemplo, foi datada como neopaleocênica
(idade Itaboraiense), por correlação com os mamíferos argentinos. Da mesma
forma, as faunas locais do Acre tem sido tentativamente datadas com base nos
mamíferos encontrados.

Os Primatas e a Evolução do Homem


Os eutérios da ordem PRIMATA possuem registros que remotam ao final do
Cretáceo, expandindo-se notavelmente a partir do Paleoceno. Suas características
mais marcantes são aquelas relacionadas à vida primordialmente arbórea, incluindo
mãos e pés preenseis, uma agudeza visual em contrapartida com uma capacidade
olfativa modesta. A situação dos olhos voltados para a frente, implica ainda numa
visão estereoscópica, útil tanto para aqueles com hábito arborícola, quanto para
aqueles que se habituaram a viver em terra firme.
Os primeiros primatas eram animais pequenos, arborícolas e muito semelhantes aos
atuais musaranhos herbívoros, representados atualmente por espécies do gênero
Tupaia. Estes, juntamente com os lêmures, galagos e loris, constituem a subordem
mais primitiva dos primatas viventes, os STREPSIRHINI (anteriormente conhecidos
como prossímios, que ainda incluíam os tarsios). Foram descritos alguns
STREPSIRHINI do Paleoceno e do Eoceno da América do Norte e da Europa, cujas
características em muito os aproxima destas formas recentes.
A segunda subordem dos primatas, segundo Hershkovitz (1977), são os
HAPLORRHINI (=Antropóideos de Simpson 1954) que agregam atualmente os
PLATIRRHINI das Américas, os CATARRHINI e os TARSII da África e Ásia. Os
primeiros registros fósseis dos HAPLORRHINI são do Eoceno de Burma e
conservam características de seus prováveis ancestrais lêmures eocênicos.
Os macacos do Novo Mundo, ou PLATYRRHINI, distribuem-se no continente
americano, e se caracterizam pela cauda longa e preensil, com aberturas nasais
muito separadas. Seu registro paleontológico é reduzido, destacando-se algumas
espécies do Neo-Oligoceno da Bolívia e do Mioceno da Argentina e da Colômbia.
No Brasil, destaca-se os registros de calitricídeos e cebídeos do Pleistoceno
realizados por Winge (1895- 1896) para os fósseis coletados por Lund em 1843 nas
grutas calcárias de Minas Gerais. Foram ainda registradas por Cartelle (1996a e b) a
ocorrência de alguns atelíneos pleistocênicos coletados em grutas calcárias da
Bahia.
A infraordem CATARRHINI agrega os cercopitecóideos e os hominoídeos. Os
cercopitecóideos, ou macacos do Velho Mundo, apresentam suas narinas
achatadas, ausência ou redução da cauda e a sua documentação paleontológica é
bem conhecida desde o Oligoceno da África. Atualmente são encontrados na África
e Ásia.
A superfamília HOMINOIDEA reúne além dos hominídeos, as famílias dos
pongídeos e dos hilobatídeos. São conhecidos desde o Eomioceno da África.
Os pongídeos, atuais orangotangos, chimpanzés e o gorila, são primatas
desprovidos de cauda, com membros locomotores anteriores adaptados à
braquiação. Vivem em sociedades organizadas, em que as relações entre os
indivíduos são semelhantes às humanas. A diferença entre o código genético dos
pongídeos e o dos seres humanos é de apenas 1.6%. Dentre os gêneros fósseis,
destaca-se o Dryopthecus (=Proconsul) do Oligoceno final, Mioceno e Plioceno da
África e Europa, que juntamente com o Sivapithecus (=Ramapithecus),
apresentavam características intermediárias entre o homem e o macaco,
consideradas plesiomórficas (primitivas), excluindo-os como marco de ivergência
entre estes dois grupos.
Os hominídeos provavelmente se separam dos pongídeos entre 6 e 4.5 milhões de
anos atrás, distinguindo-se daqueles pelo aumento da capacidade cerebral, pela
tendência à uma redução do peso específico craniano, por adaptações ao
bipedalismo, entre outros. Seus representantes mais primitivos foram agrupados no
gênero Australopithecus, que viveram na África entre o Mesoplioceno e
Eopleistoceno. Eram primatas que mediam pouco mais de um metro, pesando em
torno de 25 a 50Kg, com braços longos e pernas curtas e eretas. Suas grandes
mandíbulas e o seu pequeno volume cerebral(aproximadamente 450cc) os
aproximava dos pongídeos, enquanto que seus dentes anteriores, relativamente
pequenos e retangulares, em muito se assemelhavam aos do homem. Eram
provavelmente caçadores e coletores, de hábito alimentar omnívoro.
Várias foram as espécies de australopitecíneos coletados na África.
Australopithecus ramidus teria sido a espécie mais antiga, cujos restos encontrados
na Etiópia, foram datados de 4.4 milhões de anos atrás. Seguindo a cronologia dos
achados, encontra-se A. anamensis, com 4 milhões de anos atrás e que já seria
permanentemente bípede. A. afarensis, cujos fósseis são numerosos, tiveram sua
idade avaliada entre 3.8 e 2.9 milhões de anos atrás, estando na base evolutiva que
teria dado origem a diversas linhagens de australopithecus.
Segundo Johanson (1996), o gênero Homo surge por volta de 2.5 milhões de anos
atrás, a partir do A. afarensis e convive por algum tempo com espécies de
Australopithecus.
Dentre as espécies primitivas do gênero Homo, destaca-se o H. habilis, que teria
surgido na África há cerca de 2.4 milhões de anos atrás. Segundo dados
paleontológicos, mediam aproximadamente 1.5 metros de altura, pesando 45 quilos.
Já possuíam habilidades com instrumentos rudes de pedra lascada e dieta
omnívora. Sua capacidade craniana era cerca de 500cc, apresentavam testa
reduzida e proeminência supraciliar, o que lhe conferia um aspecto macacóide.
Teriam sobrevivido algumas centenas de anos, e convivido com o H. ergaster,
atualmente considerado o ancestral do H. erectus e do homem moderno, tendo
vivido entre 1.8 e 1.5 milhões de anos atrás. H. erectus já teria capacidade de
dominar o fogo, e seus instrumentos de pedra são muito mais elaborados. Viveram
na África e provavelmente teriam migrado para a Ásia e Europa.
Ainda é controverso o espaço de tempo entre o desaparecimento do H. ergaster e
do H. erectus, com o surgimento do H. sapiens. Johanson (1996) propõe a
denominação de H. heidelberthalensis, para os achados de hominídeos entre 600 e
200 mil anos atrás (anteriormente denominado H. sapiens arcaico), que atualmente
é considerado o ponto de divergência mais próximo entre o H. neanderthalensis e o
H. sapiens. O H. neanderthalensis, já muito semelhante ao homem moderno, teria
vivido na Europa entre 300 e 30 mil anos atrás.
Restos de H. sapiens são conhecidos desde 100.000 anos atrás. Na Europa, os
primeiros H. sapiens conhecidos são denominados homem de Cro-Magnon, cuja
idade é estimada em 35.000 anos atrás. Viveram num período glacial e
refugiavam-se em abrigos e grutas. Semelhantes aos homens modernos, eram
caçadores e a eles associa-se a confecção de pinturas e esculturas.
O H. sapiens teria atingido a América do Norte pelo estreito de Bhering entre 20.000
e 30.000 anos atrás (Carroll, 1988). Na Austrália, há datações da ocupação humana
com cerca de 40.000 anos atrás.
Na América do Sul é registrado a presença do H. sapiens na Venezuela, datado de
16.000 anos atrás. Outros registros são também efetuados na Colômbia (14.000
anos atrás), na Argentina (12.500 anos atrás) e no Chile (evidências datadas em
12.500 anos atrás). Estes fatos indicam que provavelmente o homem teria atingido a
América Latina por volta de 15.000 anos atrás.
No Brasil, artefatos coletados em Rio Claro-SP e associados ao homem, são
datados em 14.000 anos atrás (Mendes, 1988). Lund, em 1840, coleta restos
fósseis em grutas calcárias de Minas Gerais e os denomina de “Homem de Lagoa
Santa”, cuja idade é estimada em 12.000 anos atrás (Cartelle, 1994). Em Ivaí,
Paraná, restos humanos são datados em 7.000 anos atrás (Mendes, 1988).
Atualmente idades mais antigas estão sendo indicadas para a ocupação humana no
Brasil, como as sugeridas nos trabalhos de Pessis & Guidon (1992), com idades
estimadas de 40 a 50.000, e Beltrão (1996) com idades entre 22 e 295.000 anos
atrás, para restos coletados no Piauí e Bahia, respectivamente.

A Hominização
Características: 1. bipedalismo; 2. gracilização do esqueleto; 3. progressiva
curvatura do crânio; 4. braquicefalização (tendência de dar forma esférica para a
cabeça, por equalização das três dimensões, largura, altura e comprimento); 5.
redução da dentição (desaparecimento dos últimos molares) e atenuação do
esmalte; e 6. formação brusca do queixo.
Aspectos ainda não explicados da evolução do homem: 1. evolução do córtex
cerebral; e 2. aquisição da linguagem.
Provável causa de extinção: multiplicação ilimitada?

* * * As significativas aquisições no decorrer da evolução dos vertebrados foram:


a) homeotermia, que permite atividade permanente mesmo durante o inverno;
b) melhoria na eficácia de proteção do embrião - ovíparos, ovovivíparos e vivíparos;
c) cefalização;
d) respiração pulmonar e formação de membros locomotores que permitiram a
colonização do ambiente continental, e favoreceu a independência do ambiente
aquático.

Mamíferos Fósseis no Brasil


Terciário - Fm. Pirabas (PA)
Bacia de Itaboraí (RJ)
Ainda ocorrem mamíferos pleistocênicos nas cacimbas dos estados do Nordeste
brasileiro, CE, PE, PB, RN e BA e nos estados do AC, AM, MG, SP e RS. De todas
estas ocorrências merecem destaque:
1) o primeiro esqueleto completo no Brasil do mastodonte Haplomastodon waringi
em 1984 pela equipe da UFOP. Trata-se de segundo da América Latina.
2) Os registros de megatérios na Bahia
3) O riquíssimo e variado conteúdo paleomastozoológico das cavernas da região de
Lagoa Santa (MG), descrito por P. W. Lund. Sublinha-se a ocorrência do famoso
tigre de dente de sobre, o Smilodon populator, também encontrado na região de
Itapipoca (CE). A preservação do material descrito por Lund é excelente, e muitos
conservam inclusive pelos.

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