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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO DE GOIÁS

Autos Nº: 201500943732


Autor: Ministério Público Do Estado De Goiás
Acusada: Anna Cláudia Guilherme Oliveira Moreira

ANNA CLÁUDIA GUILHERME OLIVEIRA MOREIRA, já qualificada nos autos em


epígrafe, através de seu representante, vem perante Vossa Excelência com fulcro no artigo
1042, do Código de Processo Civil (CPC), apresentar AGRAVO contra decisão denegatória
em Recurso Especial, requerendo sua remessa ao Insigne Superior Tribunal de Justiça – STJ,
para que seja recebido, processado e, no final, julgado dando-se integral provimento aos
pleitos constantes no mesmo.

Termos em que pede e espera deferimento.

Goiânia, 14 de maio de 2019.

__________________________________________
Advogado/OAB-GO XXXX
Autos Nº: 201500943732
Agravante: Anna Cláudia Guilherme Oliveira Moreira
Agravado: Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Egrégio Tribunal de Justiça;


Colenda Turma;
Ínclitos Desembargadores;
Douta Procuradoria de Justiça;

A agravante interpõe o presente agravo em recurso especial para reformar a decisão


proferida pela Presidencia do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, que inadmitiu o recurso
especial interposto, pelos seguintes fatos e fundamentos:

1 – SINOPSE FÁTICA

Pela suposta prática de crime previsto no art. 33 da Lei 11.343/2016, ANA CLAUDIA
foi absolvida pelo juiz de primeira instancia, em ação penal proposta pelo Ministério Público
do Estado de Goiás (MPGO), nos termos do art. 386, III, do Código de Processo Penal (CPP)
declarando a nulidade das provas obtidas ilicitamente, com fundamento nos arts. 157, caput,
157, §1º do CPP e 5º, LVI da Constituição Federal (CF).
O recorrente apelou perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e obteve
provimento, conforme ementa seguinte:

APELAÇÃO CRIMINAL. IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL. TRÁFICO DE


DROGAS. ACESSO DE CONVERSAS. “WHATSAPP”. AUSÊNCIA DE
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. NULIDADE DA PROVA. MATERIALIDADE E
AUTORIA COMPROVADAS. REFORMA DA SENTENÇA. DOSIMETRIA
FEITA. APLICAÇÃO DA CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA.
REGIME ABERTO. SUBSTITUIÇÃO POR RESTRITIVAS DE DIREITO. PENA
DE MULTA. I - Ilícita é a devassa de dados, bem como das conversas constantes do
aplicativo “WhatsApp”, obtidas diretamente pela polícia em celular apreendido no
flagrante, sem prévia autorização judicial (Precedente do STJ). II - O elo da
mercancia por parte da recorrida não é extraído das mensagens constantes no
aparelho celular, via “WhatsApp”, mas de outras provas independentes e que, por si
sós, são suficientes para formar a convicção e justificar a condenação da apelada. III
- Comprovado nos autos, pela prova jurisdicionalizada, notadamente os depoimentos
dos policiais militares, que a agente/apelada tinha em depósito droga destinada à
disseminação ilegal no meio consumidor - 03 (três) porções de cocaína, com massa
bruta total de 33,57g (trinta e três gramas e quinhentos e setenta miligramas) -, a
condenação pela prática do crime de tráfico ilícito de drogas é medida que se impõe,
restando inviabilizada a desclassificação da conduta para o delito previsto no art. 28
da Lei n. 11.343/06. IV - Ao dosar a reprimenda, o juiz, partindo da pena mínima,
diante da aferição negativa de circunstâncias judiciais, deve sobejar gradativamente
a sanção, até um limite razoável e indicado para a repressão e prevenção do delito. V
- Preenchidos os requisitos legais previstos no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, a
apelante faz jus à aplicação dessa benesse. VI - Restando a pena fixada em 01 (um)
ano e 09 (nove) meses de reclusão, deverá ser cumprida inicialmente no regime
aberto, face o disposto no art. 33, § 2º, letra “c”, do Código Penal. VII - Admissível
o pleito de substituição da pena corpórea por restritiva de direitos quando presentes
os requisitos para tal. VIII - A dosagem da quantidade de dias-multa deve ser
proporcional à dosimetria da pena privativa de liberdade. APELAÇÃO
CONHECIDA E PROVIDA1.

Diante desta decisão, a Agravante interpôs recurso especial, que teve negado o seu
seguimento. Tal decisão, todavia, merece reforma, pelas razões expostas:

2 - MÉRITO

A Presidência do Tribunal de Justiça em sua decisão entende que o recurso interposto


pela Agravante não teria seguimento nos termos da Sumula 7 do STJ, em que, quando se
solicita reexame de prova, não se pode ensejar Recurso Especial.
Não há que se considerar reexame de prova se ela foi obtida por meios ilegais. É
necessário que haja uma revaloração das mesmas.
Tratam-se de fenômenos distintos. Teresa Wambier2 (1998) explica que a revaloração
das provas tem sido permitida predominantemente quando é desobedecida norma que
determina o valor que a prova pode ter, em função do caso concreto.
Com a condenação da agravante nos termos do art. 33 da lei 11.343/2006 fica claro
que as provas encontradas no WhatsApp foram sim relevadas. Com a quantidade de drogas
apreendida, (33,57 g) sem provas concretas de que haveria venda das mesmas, configuraria
sanções do art. 28 desta mesma lei.
Sabemos que o celular pessoal não pode ser violado, a menos que haja autorização
judicial. Trazemos entendimento jurisprudencial a respeito disso:

1
(TJGO, APELACAO CRIMINAL 94373-35.2015.8.09.0175, Rel. DR(A). FABIO CRISTOVAO DE CAMPOS
FARIA, 2A CAMARA CRIMINAL, julgado em 21/03/2017, DJe 2263 de 09/05/2017).
2
WAMBIER, Teresa A. A. Distinção entre questão de fato e questão de direito para fins de cabimento de
recurso especial. RePro, vol. 92/98.
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRESOS EM FLAGRANTE QUE
TIVERAM SEUS TELEFONES CELULARES ACESSADOS PELA POLÍCIA
SEM MANDADO JUDICIAL. NULIDADE. OCORRÊNCIA. HABEAS
CORPUS CONCEDIDO. 1. A defesa, no writ originário, pleiteava a revogação da
prisão preventiva em decorrência da falta de justa causa oriunda da nulidade das
provas adquiridas por meio do acesso aos smartphones. Neste habeas corpus
substitutivo de recurso ordinário, a defesa repisa o argumento de nulidade da
quebra do sigilo dos telefones celulares, mas cinge-se a pedir a "exclusão
processual de todas as provas obtidas e as provas derivadas". 2. Existem dois
tipos de dados protegidos na situação dos autos: os dados gravados no aparelho
acessados pela polícia ao manusear o aparelho e os dados eventualmente
interceptados pela polícia no momento em que ela acessa aplicativos de
comunicação instantânea. A partir desse panorama, a doutrina nomeia o chamado
direito probatório de terceira geração, que trata de "provas invasivas, altamente
tecnológicas, que permitem alcançar conhecimentos e resultados inatingíveis pelos
sentidos e pelas técnicas tradicionais". 3. Em verdade, sempre haverá, no âmbito
das liberdades públicas, possibilidade de reavaliações da interpretação jurídica
dada aos fatos julgados, sendo nefasto o estabelecimento de conclusões a priori
absolutas. Nessa medida, o acesso aos dados do celular e às conversas de
whatsapp sem ordem judicial constitui devasso e, portanto, violação à intimidade
do agente. 4. Habeas corpus concedido, a fim de reconhecer a ilegalidade das
provas produzidas pelo acesso aos telefones celulares sem mandado judicial,
determinando ao Juiz de primeira instância que avalie quais evidências
devem ser eliminadas dos autos por derivação, bem como as que devem
remanescer em função de fonte independente ou de descoberta inevitável 3.

Ressaltamos também que, além do WhatsApp, não há implicações de prova


testemunhais. Anna confessou que a droga era de uso pessoal. Não há prova de que a apelante
a colocaria em circulação seja para venda ou distribuição.
Não podemos ter uma condenação com base em provas ilícitas, exclusivamente.
Ressaltamos que o próprio tribunal é um preceito constitucional (art. 5º, LXI) e deveria ter
sido observado e relevado desde o princípio.
Trazemos mais uma decisão com assunto pertinente ao caso:

PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE


DROGAS. NULIDADE DA PROVA. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA

3
(STJ - HC: 418180 RN 2017/0250026-6, Relator: Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de
Julgamento: 06/11/2018, T6 - SEXTA TURMA Data de Publicação: DJe 21/11/2018).
ACESSO AOS DADOS DE APLICATIVO CELULAR WHATSAPP. PRISÃO
PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO ABSTRATA. QUANTIDADE NÃO RELEVANTE
DE DROGA. ILEGALIDADE. OCORRÊNCIA. RECURSO PROVIDO. 1. Ilícita é a
devassa de dados, bem como das conversas de whatsapp, obtidas diretamente pela polícia em
celular apreendido por ocasião da prisão em flagrante, sem prévia autorização judicial. 2.
Estando o decreto prisional ancorado apenas na gravidade abstrata e na quantidade não
relevante de droga (41 gramas de maconha e folhas frescas prensadas de maconha pesando,
aproximadamente, 2 gramas), inidônea é a constrição do recorrente. 3. Recurso em habeas
corpus provido para a soltura do recorrente MATEUS SLAVIERO, o que não impede nova e
fundamentada decisão cautelar penal, inclusive menos gravosa do que a prisão processual,
bem como para declarar a nulidade das provas obtidas por meio de acesso ao celular do
recorrente, sem autorização judicial, cujo produto deve ser desentranhado dos autos 4.

Há que se ressaltar que a balança e papel filme (usado para diversas finalidades na
cozinha) encontrados não podem ser suficientes como de prova em uma condenação. Não há
certeza absoluta da relação desses materiais com algum ato ilícito.
Excluindo-se a prova ilícita, a posse de pequena quantidade de droga não pode ser
suficiente para condenação da apelante.
Não estamos solicitando reexame de provas pois sabemos que isso esbarraria na
Súmula 7/STJ. Pedimos que, baseado nos motivos aqui expostos, bem como no Recurso
especial, este seja remetido ao STJ e provido.

3 – PEDIDO

Ante o exposto requer:


a) O recebimento do presente agravo em recurso especial;
b) A intimação da Agravada para, requerendo, apresentarem contrarrazões, nos termos do
parágrafo terceiro do artigo 1.042 do Novo Código de Processo Civil;
c) A remessa dos autos para o Superior Tribunal de Justiça, nos termos do parágrafo
quarto do artigo supracitado;
d) A redistribuição dos ônus sucumbenciais.

4
(STJ - RHC: 98250 RS 2018/0115069-4, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julgamento:
12/02/2019, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/03/2019).
Temos em que pede deferimento.

Goiânia, 14 de maio de 2019.

_________________________________
Advogado/OAB-GO XXXX

ALUNOS:

Gilvan de Barros Pinangé Neto


Giselly Santos Guimarães
Lidya Santos Moreira da Silva
Pedro Henrique Fernandes Mesquita de Oliveira
Rayner Abreu e Silva
Tálita Vieira Santa Barbara

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