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IX WORKSPOT- International workshop on power transformers,

equipment, substations and materials


FOZ DO IGUAÇU, PR – 25 a 28 DE NOVEMBRO DE 2018

PS4 – MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE ALTA TENSÃO

Uma alternativa às rotinas TACS e MODELS através de uma abordagem de


programação gráfica que permite a otimização de simulações transitórias

Gustavo Silva Salge, Paulo Sergio Pereira Jr, Paulo Sergio Pereira, Gustavo Espinha
Lourenço, Moisés Junior Batista Borges Davi
CONPROVE ENGENHARIA
Brasil

RESUMO

O sistema elétrico está sujeito aos mais diversos tipos de fenômenos transitórios em sua fase de
operação. Tais fenômenos envolvem variações súbitas de tensão e corrente provocadas por descargas
atmosféricas, faltas, manobras de disjuntores/seccionadoras, entre outras ocorrências. Dessa forma a
realização de estudos visando à obtenção dos valores referentes aos fenômenos transitórios para
especificações e análises operacionais de equipamentos é de suma importância, já que irão garantir
que sejam atendidas todas as exigências de desempenho e confiabilidade durante a operação do
sistema.
Dentre as ferramentas utilizadas na atualidade para tais estudos, pode-se citar o software ATP
(Alternative Transients Program) acompanhado de sua rotina TACS (Transient Analysis of Control
Systems) e a linguagem MODELS que permitem juntos, a modelagem de sistemas de
potência/controle e análise de transitórios eletromagnéticos. Tais rotinas exigem programação por
linhas de código e grande domínio para sua utilização, além de, em muitos casos, demandarem
elevado tempo para que se conclua com êxito as criações e validações dos novos modelos.
Diante disso, a proposta do artigo é apresentar uma ferramenta concebida no Brasil que objetiva
facilitar o processo da modelagem e estudos transitórios no sistema elétrico, disponibilizando uma
biblioteca extensa de componentes que contempla as principais aplicações atuais direcionadas ao
estudo de transitórios eletromagnéticos e eletromecânicos.
A abordagem do artigo se dará, inicialmente, com uma breve apresentação dos softwares utilizados e,
posteriormente serão realizados estudos típicos envolvendo equipamentos de alta tensão em ambos os
softwares. Dessa forma, será demonstrado todo o processo de modelagem dos circuitos de controle e
potência de maneira a ressaltar as principais diferenças observadas.
No que se refere ao software ATP serão realizados estudos com a utilização das rotinas TACS e
MODELS confeccionando-se os cartões e códigos necessários para representação, principalmente, da
parte de controle do sistema. De maneira análoga serão feitos os mesmos estudos com a nova
ferramenta, onde será visto que os cartões e programação por linhas de códigos necessários no ATP
são facilmente substituídos por uma abordagem de programação gráfica através de componentes de
potência, controle e medição já disponibilizados pela biblioteca da ferramenta, estes que serão
inseridos e interligados em uma interface totalmente visual, sem necessidade de confecção de códigos.
Por fim, o trabalho concluirá sobre as otimizações que serão experimentadas pelo usuário com a
utilização da nova ferramenta brasileira na realização de simulações de fenômenos transitórios, dentre
as principais pode-se citar a otimização do tempo para modelagem de sistemas complexos já que são
disponibilizados diversos recursos inovadores e componentes prontos em sua biblioteca e o fato de ser
uma ferramenta mais intuitiva e de fácil aprendizado, principalmente, para iniciantes na área de
estudos de transitórios.

PALAVRAS CHAVE
Transitórios, Equipamentos, Alta tensão, Simulação, PS Simul, ATP, TACS, MODELS.

Gustavo Silva Salge - suporte@conprove.com.br

1
INTRODUÇÃO

Devido ao elevado nível de complexidade dos sistemas elétricos atuais, aliado à necessidade de
análises cada vez mais criteriosas dos fenômenos transitórios que ocorrem no sistema de potência e
controle, nota-se uma crescente demanda por ferramentas computacionais que sejam capazes de
realizar tais estudos, com o devido critério na modelagem dos componentes do sistema.
Dentre as ferramentas mais utilizadas há anos pode-se citar o software ATP (Alternative Transients
Program) direcionado a modelagem de sistemas de potência/controle e análise de transitórios
eletromagnéticos. No entanto, nota-se que vários usuários ainda encontram dificuldades na utilização
de tal ferramenta computacional, pois o número de componentes prontos disponibilizados em sua
biblioteca engloba uma parcela limitada de aplicações e deixa a cargo do usuário a criação de
componentes mais complexos. O processo de criação de componentes neste software se dá,
principalmente, através das rotinas TACS e MODELS que serão foco de discussão deste trabalho, pelo
fato de exigirem grande domínio para sua utilização e, em muitos casos, demandarem elevado tempo
para que se conclua com êxito as criações e validações dos novos modelos. Diante disso, o artigo irá
apresentar uma alternativa a estas rotinas através de uma ferramenta concebida no Brasil, que objetiva
facilitar o processo da modelagem e análise do sistema elétrico, disponibilizando uma biblioteca
extensa de componentes que contempla as principais aplicações atuais para o estudo de transitórios
eletromagnéticos e eletromecânicos.

ATP (ALTERNATIVE TRANSIENTS PROGRAM)

O ATP foi concebido em 1984 e consiste de uma versão para microcomputadores adaptada de um dos
primeiros programas para simulação computacional de transitórios eletromagnéticos, o EMTP
(Eletromagnetic Transients Program), desenvolvido por Herman W. Dommel na década de 60 [1].
O programa utiliza o método trapezoidal de integração para resolver as equações diferenciais dos
componentes do sistema no domínio do tempo. Para representação de sistemas de potência o software
disponibiliza os seguintes componentes:

 Modelos Lineares: circuitos RLC monofásicos e trifásicos com possibilidade de inicialização de


correntes em indutores e tensão em capacitores. Os circuitos trifásicos são disponibilizados nas
conexões série, estrela ou delta.
 Modelos Não-Lineares: resistências variáveis com a corrente, tempo ou com sinais de entradas
externas ; indutâncias variáveis com a corrente e modelos de para-raios convencionais
monofásicos e trifásicos.
 Linhas e Cabos: linhas e cabos com impedâncias concentradas ou distribuídas, disponíveis nos
modelos PI, RL ,Bergeron e modelagem em frequência. Há possibilidade de cadastro por
geometria ou matrizes de fase e sequência.
 Chaves: chaves monofásicas e trifásicas controladas por tempo, tensão ou sinal externo. Além
disso, são disponibilizados alguns componentes de eletrônica de potência como diodo, tiristor e
TRIAC.
 Fontes: fontes AC e DC trifásicas e monofásicas, fontes de rampa e fontes de descargas
atmosféricas nos modelos exponencial, Heidler, Standler e Cigre.
 Máquinas e Transformadores: máquinas síncronas, assíncronas de rotor bobinado ou em
gaiola, assíncronas monofásicas e de corrente contínua. Transformadores monofásicos e
trifásicos disponíveis nas mais diversas conexões.

Para realizar a modelagem de sistemas de controle e novos elementos, o software possui recursos
adicionais como as rotinas: Transient Analysis of Control Systems (TACS) e a linguagem MODELS.
Dessa forma o software permite a realização de operações matemáticas, circuitos lógicos, funções de
transferência, entre outros.
A entrada de dados e a configuração dos parâmetros da simulação, em diversas versões do Sistema
Operacional WINDOWS, podem ser feitas por meio da utilização de uma ferramenta gráfica
denominada de ATPDraw.

2
PS SIMUL (POWER SYSTEM SIMULATOR)

O programa PS SIMUL, desenvolvido no Brasil desde o ano de 2009 pela empresa CONPROVE, foi
disponibilizado no site da empresa pela primeira vez em uma versão FREE (gratuita) no ano de 2014
[2]. Este programa, criado com a finalidade principal de permitir ao usuário modelar sistemas de
potência e de controle complexos e simular transitórios eletromagnéticos e eletromecânicos, trabalha
com uma interface bastante intuitiva e amigável, com uma série de recursos que facilitam a obtenção e
avaliação de resultados, visualização de erros e entrada de dados em geral.
A metodologia de trabalho do software o subdivide em dois ambientes: Draft e Runtime. No ambiente
do Draft o usuário irá realizar a modelagem do sistema a ser simulado adicionando componentes de
potência e/ou controle disponibilizados pela biblioteca do aplicativo e direcionando os sinais que
deseja visualizar graficamente após a simulação. A Runtime, por sua vez, é um ambiente desenvolvido
para obtenção dos resultados da simulação de diversas maneiras, através da inserção de gráficos dos
tipos: analógicos, digitais, fasores, trajetórias de impedância, gráfico de barras, gráficos XY, entre
outros. A montagem de painéis para controle de variáveis do sistema modelado também é possibilitada
na Runtime pelos blocos: Dial, Chave, Slider, LED, Medidor, e outros.
Em se tratando dos recursos disponibilizados, seguem algumas das principais características deste
software:

 Utiliza o método híbrido de solução das equações diferenciais (Trapezoidal + Interpolação +


Euler) que evita a ocorrência de oscilações numéricas durante a simulação;
 Possibilidade de reprodução de distúrbios reais no software com a importação de arquivos no
formato COMTRADE ou CSV;
 Geração automática de relatórios completos das simulações;
 Definição, pelo usuário, de rotinas automatizadas de testes com a definição de parâmetros como
constantes e a posterior realização de avaliações automáticas dos resultados obtidos, por amplitude
ou tempo;
 Possibilita a conexão direta com as malas de testes da CONPROVE, no mesmo ambiente de
software, para a geração das formas de onda obtidas na simulação sem a necessidade de
exportação de arquivos;
 Método Iterativo que, juntamente com a mala de testes, permite a realização de testes em malha
fechada com a realimentação de sinais binários;

Em se tratando de biblioteca de componentes, o software disponibiliza a seus usuários diversos


elementos, visando atender as necessidades relacionadas a estudos de transitórios no sistema elétrico.
Tais componentes estão divididos em diferentes grupos, sendo estes :

 Elementos Passivos: grupo composto por componentes RLC monofásicos e trifásicos nas mais
diversas configurações, impedâncias SIR (Source Impedance Ratio) com possibilidade de ligação
direta com a linha de transmissão e filtros harmônicos passivos.
 Elementos não lineares: grupo composto por resistências e indutâncias variáveis, para-raios,
fornos a arco, resistências de arco, compensadores série capacitivos monofásicos e trifásicos e
cargas variáveis.
 Fontes: grupo composto por fontes dos tipos senoidais, DC, rampa, descargas atmosféricas,
harmônicas, variáveis, quadradas/triangulares, step, pulso, PWM, além de fontes de vento, painéis
solares, banco de baterias recarregáveis e células combustíveis.
 Chaves/Faltas: grupo composto por chaves monofásicas e trifásicas controladas por tempo, sinal
externo ou por tensão, disjuntores trifásicos e monofásicos e faltas de todos os tipos. Todas as
chaves podem ser reais ou ideais, com opção de inclusão de circuito snubber. Os componentes de
faltas podem ser conectados diretamente a linhas de transmissão do sistema, não sendo necessário
realizar o seccionamento manual das linhas para aplicação de faltas.
 Transformadores: grupo composto por transformadores reais e ideias, trifásicos e monofásicos,
de 2 a 5 enrolamentos; transformadores de aterramento, transformadores de instrumentação,
autotransformadores e transformadores com enrolamento de TAP variável sob carga (OLTC) com

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até 40 divisões. A parametrização pode ser feita por dados de ensaio e o usuário tem livre acesso a
seus enrolamentos.
 Linhas e Cabos: grupo composto por linhas de transmissão e cabos. Os modelos de linhas de
transmissão podem ser parametrizados pela geometria das torres, matrizes RLC ou matrizes de
sequência. Os modelos disponibilizados para representação das linhas e cabos são: PI, RL, Sem
Perdas, Bergeron e com modelagem em frequência no domínio modal ou das fases.
 Máquinas: grupo composto por máquinas: síncronas trifásicas com excitação externa ou imã
permanente, assíncronas trifásicas com rotor em gaiola ou bobinado; assíncronas monofásicas; DC
de excitação externa ou imã permanente e motores de passo. As máquinas síncronas podem ser
parametrizadas através dos dados de gerador ou dados de circuito equivalente. As máquinas
assíncronas podem ser parametrizadas por circuito equivalente, dados de ensaios práticos ou dados
de catálogos. As máquinas assíncronas monofásicas tem as opções de partida: fase dividida,
capacitor-start, capacitor-start-run e enrolamentos livres.
 Reguladores e Turbinas: grupo composto por reguladores de excitação tipo AC, ST, DC, tipos 1
a 5 e tipos X1 a X4; controladores de excitação descontínua; estabilizadores; controladores de
fator de potência; controladores de potência reativa; reguladores e turbinas hidráulicas, térmicas e
eólicas.
 Controles: grupo composto por operadores matemáticos e de comparação, funções de
transferência, limitadores, ganhos, contadores e acumuladores, saídas sequenciais, seletores de
sinais, filtros analógicos, digitais e movidos pela média, moduladores de pulsos de 2 e 3 níveis,
PLL’s (Phase Locked Loop), controladores HVDC, transformadas DQ0 e componentes simétricas,
detectores de passagem por zero ou passagem por crista de sinal, osciladores, amostradores,
digitalizadores, métodos MPPT (Maximum Power Point Tracking), analisadores de envoltórias de
TRT, entre diversos outros.
 Lógicas: grupo composto por portas lógicas AND, OR, XOR e NOT, flip-flops (JK, RS, D e T),
registradores de deslocamento e multiplexadores.
 Medição: grupo composto por medidores monofásicos e trifásicos : de tensão, corrente, valores
RMS, frequência, taxa de distorção harmônica (DHT), desequilíbrio de tensão, flicker, ângulo de
extinção, potências, fator de potência e transformada de Fourier do sinal.
 Proteção: grupo composto por componentes que reproduzem matrizes CTC de compensação,
proteção diferencial monofásica e trifásica para N enrolamentos e cálculo de impedância entre
fases e entre fase e terra.
 Eletrônica de Potência: grupo composto por diodos, IGBT’s, mosfet’s, tiristores, TRIAC’s,
pontes retificadoras/inversoras monofásicas e trifásicas, geradores de pulsos de disparo,
conversores DC-DC (Boost, Buck, Buck-Boost, Cuk e SEPIC), compensadores série controlados
por tiristores (TCSC) monofásicos e trifásicos, reatores controlados por tiristores (TCR),
capacitores chaveados por tiristores (TSC) e geradores de 6-12 Pulsos.

EXEMPLOS COMPARATIVOS DE ESTUDOS

Simulação de Sistemas HVDC (High-Voltage Direct Current)

Neste estudo, uma interconexão DC de 500 MW (250 kV / 2 kA) é utilizada para transmitir potência
de um sistema AC (315 kV / 5000 MVA). Foram modelados o transformador conversor e o sistema
retificador a 6 pulsos (ponte de tiristores). O sistema retificador está interligado a uma linha de
transmissão (modelo Bergeron) de 300 km de comprimento e o inversor foi representado por uma
fonte de tensão DC em série com uma impedância RL. Todo o reativo demandado pelo conversor é
suprido por um conjunto de filtros. O sistema de controle é composto por um controlador de corrente,
juntamente com um sistema de geração de pulsos para a ponte. A fim de visualizar a atuação do
controlador de corrente, a corrente de referência escolhida inicialmente foi de 0,5 pu (1 kA), sendo
esta alterada para a nominal do sistema (1 pu - 2 kA) no instante t = 1 segundo.
Para realizar tais análises no software PS SIMUL, foi utilizado um componente que contempla a ponte
6 pulsos e toda a parte de controle de geração de pulsos internamente. Dessa forma, a partir do ângulo
de ativação e da tensão trifásica que será tomada como referência, o bloco já realizará

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automaticamente a geração dos pulsos para os tiristores da ponte. O ângulo de ativação será definido
pelo controlador de corrente que foi modelado com alguns componentes de controle da biblioteca do
software.
Para realização da mesma análise no ATP foi necessária, além da montagem da ponte 6 pulsos, a
utilização da rotina TACS para geração pulsos e modelagem do controlador de corrente e também um
código na linguagem MODELS para modelagem de um PLL (Phase-Locked Loop) que irá fornecer a
fase do sistema ao controle de geração de pulsos. O código da MODELS confeccionado para
representação do PLL no ATP segue mostrado na Figura 1.

MODEL PLLDQ VAR EXEC


ualpha, ubeta, u_qN ualpha := (2/545596.005)*(u[1] - if theta > twopi then
INPUT theta, theta2, wcon 0.5*(u[2]+u[3])) theta2:=0
u[1..3] omega, omega0,freq ubeta := (0.000003174603171)*(u[2] - u[3]) wcon := 0
u_qN := ualpha*cos(theta) + ubeta*sin(theta) omega:=0
OUTPUT HISTORY CLAPLACE(wcon/u_qN) := (Cte|s0 + INTEGRAL(omega) := 0
theta2 wcon {DFLT:0} Gain|s1)/(0|s0 + 1|s1) theta := 0
u_qN {DFLT:0} omega := omega0 + wcon else
CONST omega {DFLT:2*PI*f0} theta2:=theta
twopi {VAL:6.283185307} INTEGRAL(omega) if omega > 452.3893421 then endif
{DFLT:theta0*PI/180} omega := 452.3893421 FREQ := omega/twopi
DATA freq {DFLT:60} endif theta2:=
theta0 {DFLT:0} theta {DFLT:theta0*PI/180} if omega < 301.5928947 then theta2*360/twopi
f0 {DFLT:60} INIT omega := 301.5928947 ENDEXEC
Gain {DFLT:50} omega0 := 2*PI*f0 endif ENDMODEL
Cte {DFLT:32} theta := theta0*PI/180.0 theta := INTEGRAL(omega)
ENDINIT
--CONTINUA --CONTINUA --CONTINUA 

Figura 1 – Código confeccionado em linguagem MODELS para representação do PLL.

Os sistemas modelados nos softwares PS SIMUL e ATP seguem mostrados na Figuras 2 e 3,


respectivamente.

Figura 2 – Sistema modelado no software PS SIMUL.

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Figura 3 – Sistema modelado no software ATP.
As formas de onda da tensão e corrente na saída da ponte 6 pulsos seguem ilustradas na Figura 4, em
ambos os softwares.

(a) (b)
Figura 4 – Resultados obtidos nos softwares PS SIMUL (a) e ATP (b).

Com isso, pode-se afirmar que as formas de onda resultantes da simulação em ambos os softwares são
idênticas e, no que tange à facilidade na modelagem, o PS SIMUL apresentou diversas vantagens
como o fato de dispensar a implementação de linhas de código e também oferecer em sua biblioteca
componentes que reduziram muito o trabalho na montagem do sistema de potência e controle.

Representação da Resistência do Arco Elétrico em Disjuntores

Este estudo objetiva apresentar a utilização de disjuntores com variação da resistência de arco durante
processos de interrupção de corrente. Para isso foi modelado um sistema equivalente com nível de
tensão de 230 kV, onde nos terminais do disjuntor que estão do lado da fonte foi representado um
circuito para fins de reprodução de uma tensão de restabelecimento transitória após a interrupção da
falta e, nos terminais do lado da linha foi inserido um circuito RLC que representa uma linha curta que
está sob falta. Com isso, simulou-se o envio do comando de abertura para o disjuntor no instante t =
10 ms e foram observadas as tensões e correntes nas fases do disjuntor durante todo o processo de
interrupção. Os sistemas modelados nos softwares PS SIMUL e ATP seguem mostrados na Figuras 5.

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(a) (b)
Figura 5 – Sistemas modelados nos softwares PS SIMUL (a) e ATP (b).

Para realizar tais análises no software PS SIMUL, foi utilizado um bloco de resistência de arco que já
faz parte da biblioteca do software. Este componente se mostrou bastante versátil, principalmente, por
contemplar grande variedade dos modelos para representação do arco elétrico que são: Cassie, Mayr,
Habedank, Schavemaker, Schwarz, Mayr Modificado, Thiel, Thiel Modificado, KEMA e Mayr-
Portela. Com isso, basta que o usuário selecione o modelo que deseja utilizar para a simulação e o
parametrize. Para realização da mesma análise no ATP, foi necessária a confecção de um código com
utilização da linguagem MODELS.
As simulações realizadas neste estudo utilizaram apenas o modelo Schwarz [3], cujo código da
MODELS confeccionado para representação do modelo no ATP segue mostrado na Figura 6.

MODEL DJARCO GAUX,GAUXA VA2:=V2[1] CTAU:=CTAU0* IARCC:= VARCC/RCC


GAUXB,GAUXC VB2:=V2[2] (GAUX**ALPHA) if ABS(IARCC) > 1E-12 then
INPUT CTAU VC2:=V2[3] GAUXA:= ((IARCA**2)/ GAUX:=1/RCC
CABRE VARCA:=VA1-VA2 (P0*(GAUX**BETA))- CTAU:=CTAU0*
CFECH INIT VARCB:=VB1-VB2 GAUX)*(1- (GAUX**ALPHA)
V1[1..3] RFCD:= 1E-9 VARCC:=VC1-VC2 1/EXP(TIMESTEP/CTAU)) GAUXC:= ((IARCC**2)/
V2[1..3] RABT:=10E6 if CMDO=0 then GA:= ABS(GAUX+GAUXA) (P0*(GAUX**BETA))-
if STATE = 0 then if CFECH > 0 then RCA:= 1/ABS(GA) GAUX)*(1-
OUTPUT RCA:=RABT INICOM:=t else 1/EXP(TIMESTEP/CTAU))
RESAA RCB:=RABT CMDO:=2 RCA:=RABT GC:= ABS(GAUX+GAUXC)
RESBB RCC:=RABT endif endif RCC:= 1/ABS(GC)
RESCC else endif if ABS(RCA) > RABT then else
RCA:=RFCD if (CMDO=0) or RCA:=RABT RCC:=RABT
DATA RCB:=RFCD (CMDO=2) then endif endif
STATE RCC:=RFCD INICOM:=t if ABS(RCA) < RFCD then if ABS(RCC) > RABT then
TFEC endif CMDO:=1 RCA:=RFCD RCC:=RABT
TABR RESAA:=RCA endif endif endif
P0 RESBB:=RCB endif IARCB:= VARCB/RCB if ABS(RCC) < RFCD then
CTAU0 RESCC:=RCC if CMDO = 2 then if ABS(IARCB) > 1E-12 then RCC:=RFCD
BETA CMDO:=0 if t-INICOM > GAUX:=1/RCB endif
ALPHA VA1:=V1[1] TFEC then CTAU:=CTAU0* if (RCA>=RABT) and
VB1:=V1[2] RCA:=RFCD (GAUX**ALPHA) (RCB>=RABT) and
VAR VC1:=V1[3] RCB:=RFCD GAUXB:= ((IARCB**2)/ (RCC>=RABT) then
INICOM VA2:=V2[1] RCC:=RFCD (P0*(GAUX**BETA))- CMDO:=0
CMDO VB2:=V2[2] CMDO:=0 GAUX)*(1- endif
RESAA VC2:=V2[3] endif 1/EXP(TIMESTEP/CTAU)) endif
RESBB VARCA:=VA1-VA2 endif GB:= ABS(GAUX+GAUXB) endif
RESCC VARCB:=VB1-VB2 if CMDO=1 then RCB:= 1/ABS(GB) IARCA:=VARCA/RCA
GA,GB,GC VARCC:=VC1-VC2 if t-INICOM > else IARCB:=VARCB/RCB
VA1,VB1,VC1 IARCA:=0 TABR then RCB:=RABT IARCC:=VARCC/RCC
VA2,VB2,VC2 IARCB:=0 IARCA:= endif RESAA:=RCA
RCA,RCB,RCC IARCC:=0 VARCA/RCA if ABS(RCB) > RABT then RESBB:=RCB
RFCD,RABT GAUX:=0 if ABS(IARCA) > RCB:=RABT RESCC:=RCC
VARCA,VARCB ENDINIT 1E-12 then endif GA:= 1/RESAA
VARCC EXEC GAUX:=1/RCA if ABS(RCB) < RFCD then GB:= 1/RESBB
IARCA,IARCB VA1:=V1[1] RCB:=RFCD GC:= 1/RESCC
IARCC VB1:=V1[2] endif
VC1:=V1[3] ENDEXEC
--CONTINUA --CONTINUA --CONTINUA --CONTINUA ENDMODEL
--CONTINUA
Figura 6 – Código confeccionado em linguagem MODELS para representação do arco no disjuntor.

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As formas de onda de tensões e correntes nas fases do disjuntor com representação do arco elétrico
pelo modelo Schwarz seguem ilustrada na Figura 7, em ambos os softwares.

(a) (b)
Figura 7 – Resultados obtidos nos softwares PS SIMUL (a) e ATP (b).

Observa-se que as formas de onda resultantes em ambos os softwares são as mesmas e, no que tange à
facilidade na modelagem do sistema, o PS SIMUL apresentou a grande vantagem de dispensar a
implementação de linhas de código, já que oferece em sua biblioteca um componente de resistência de
arco que contempla os principais tipos de modelagem de arco elétrico presentes na literatura.

Análise da Envoltória da TRT (Tensão de Restabelecimento Transitória)

Neste estudo, foi simulado um sistema elétrico com nível de tensão de 69 kV, onde representam-se
duas linhas de transmissão paralelas (por sua geometria), uma linha PI através de circuitos RLC, um
transformador real de 69 kV / 13,8 kV e disjuntores do sistema com a representação de suas
capacitâncias de fuga. Com isso, simulou-se a retirada de uma falta do sistema elétrico no instante t =
0 s e foram observadas as tensões no ponto de retirada da falta, ou seja, as tensões experimentadas
pelo disjuntor que atua na eliminação da contingência. Neste ponto, foi analisada se a envoltória
permitida para a TRT foi respeitada. Neste caso a envoltória tem os seguintes parâmetros: tensão de
crista de 13,5 kV, TCTR (Taxa de crescimento da Tensão de Restabelecimento) de 0,38 kV/µs, tempo
de retardo de 10µs e tensão de crista no elemento de retardo de 3,44 kV. Os sistemas modelados nos
softwares PS SIMUL e ATP seguem mostrados nas Figuras 8 e 9, respectivamente.

Figura 8 – Sistema modelado no software PS SIMUL.

8
Figura 9 – Sistema modelado no software ATP.

Para analisar a envoltória da TRT no software PS SIMUL, foi utilizado um bloco de análise que já faz
parte da biblioteca do software [4]. Este componente se mostrou bastante versátil para as análises, já
que disponibiliza, além das opções convencionais de entrada de dados para envoltórias a 2 ou 4
parâmetros, opções de entrada baseada nas normas IEEE Std. C37.06-2009 [5] e IEC 62271-100:2012
[6], como mostra a Figura 10.

Figura 10 – Janela de parametrização do componente de análise de envoltória TRT do PS SIMUL.

Para realização da mesma análise no ATP, foi necessária a confecção de um código com utilização da
linguagem MODELS. De forma a tornar mais simples a confecção do código, o mesmo não
contemplou a versatilidade do componente do PS SIMUL no que tange à entrada baseada em normas e
também suporte a envoltórias a 4 parâmetros. Com isso, o código foi confeccionado de forma que o
usuário entre com os valores de tensão de crista, TCTR, tempo de retardo e tensão de crista no
elemento de retardo e o componente disponibiliza como saída a curva envoltória a 2 parâmetros para
análise posterior no PLOTXY. O código confeccionado segue mostrado na Figura 11.

MODEL INIT vmax:=0 if ctrl=1 then T3:= TINI+CRISTA/rrrv


LOOP_RET vv:=0 taxa:=0 if FIM1 >=0 Then if t>=tini+t2 then
vref:=0 ENDINIT dva:=vv-prevval(vv) v2:=rrrv*(T-TINI-t2)
INPUT tini:=0 if dva>=0 Then endif
va, sta, DATA, trip1:=0 EXEC vm1:=1 If v2 > KVret*1000 then
KVCRIS, TCRT trip3:=0 If t>2*timestep then elsif dva<0 then v2:=0
tret, KVret ctrl:=0 vv:=va vm1:=-1 endif
TC1:=0 vref:=abs((vv+prevval(vv))/2) endif If T >= T3 THEN
VAR V1:=0 trip1:= sta if vm1 + V1 := PREVVAL(V1)
vv, tini, trip1, T3:=0 rrrv:=TCTR*1000000000. prevval(vm1)=0 then endif
trip3 crista:=0 crista:=KVCRIS*1000. vmax:=vv endif
ctrl, TC1, V1 rrrv:=0 trip3:= prevval(trip1) - trip1 taxa:=1.15*vmax/(t- ENDEXEC
T3,crista,rrrv v2:=0 t2:=tret/1000000. tini)/1000000000 ENDMODEL
Vref,V2,t2,fim1 t2:=0 if trip3 > 0 then FIM1:=-1 RECORD
vm1,dva,vmax fim1:=1 tini:=t endif LOOP_RET.V1 as V1
taxa vm1:=0 ctrl:=1 endif LOOP_RET.V2 AS V2
dva:=3 endif V1 := rrrv*(T-TINI) LOOP_RET.vref as vref
LOOP_RET.taxa as
--CONTINUA --CONTINUA --CONTINUA --CONTINUA  TCTR
Figura 11 – Código confeccionado em linguagem MODELS para desenho da envoltória TRT.

9
As formas de onda de tensão na Fase C (primeiro polo aberto no cenário simulado) juntamente com a
envoltória considerada para este caso seguem ilustrada na Figura 12, em ambos os softwares.

(a) (b)
Figura 12 – Resultados obtidos nos softwares PS SIMUL (a) e ATP (b).

Pode-se constatar , além da igualdade entre as formas de onda resultantes da simulação em ambos os
softwares, que o PS SIMUL dispensou a implementação de linhas de código, já que oferece em sua
biblioteca um componente pronto para análise de envoltórias com diversos recursos. Salienta-se ainda
que o código MODELS exposto na Figura 11 não contempla toda a gama de opções do componente
do PS SIMUL no que tange à maneiras de parametrização e tipos de envoltórias disponibilizadas.

CONCLUSÕES

Neste trabalho foi apresentada uma ferramenta computacional denominada PS SIMUL, concebida no
Brasil com objetivo de facilitar o processo de modelagem e análise de resultados em simulações de
transitórios eletromagnéticos e eletromecânicos. Sua eficácia foi comprovada a partir de três estudos
de caso típicos envolvendo sistemas HVDC, arco elétrico e disjuntores.
Nestes estudos foram demonstrados os sistemas modelados no PS SIMUL e também no software ATP,
visando confrontrar os recursos englobados por cada uma das ferramentas e mostrar as facilidades
oferecidas pelo novo software. Observou-se que os componentes disponibilizados pela biblioteca do
PS SIMUL e sua interface totalmente visual proveram extrema eficácia nos estudos e, se comparados
às rotinas TACS e MODELS do software ATP, dispensaram a necessidade de confecção de quaisquer
códigos para obtenção dos resultados. Isso facilitou consideravelmente o processo de modelagem e
simulação dos estudos, já que as rotinas de programação exigem grande domínio do usuário para sua
utilização e, na maioria dos casos, demandam elevado tempo para que se conclua de maneira
satisfatória as criações e validações dos novos modelos.
Conclui-se que o software PS SIMUL se mostrou uma ótima alternativa às rotinas TACS e MODELS,
oferecendo ao usuário diversas facilidades com recursos e componentes inovadores em sua biblioteca,
sendo assim uma ferramenta mais intuitiva e de fácil utilização, principalmente para usuários
iniciantes na área de estudos transitórios. O fato de ser um software brasileiro com a equipe de
desenvolvedores em território nacional se torna também uma grande vantagem para os usuários, pois
suas necessidades podem ser atendidas prontamente pela equipe de suporte técnico e desenvolvimento
de forma a agilizar as soluções necessárias.

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BIBLIOGRAFIA

[1] World-wide mostly used transients program ATP-EMTP, Acesso em 16


de setembro de 2013, em http://www.emtp.org.

[2] Conprove Engenharia, Indústria e Comércio, PS SIMUL: Software para Modelagem do Sistema de
Potência e Simulação de Transitórios Eletromagnéticos. Acesso em 05 de julho de 2018, em:
http://www.conprove.com.br/pub/i_ps_simul.html

[3] Schwarz, J.: “Dynamisches Verhalten eines Gasbeblasenen, Turbulenzbestimmten


Schaltlichtbogens”, ETZ-A, Bd. 92, pp. 389-391, 1971

[4] Salge G. S., Pereira Jr P. S. P, Lynce M., Pereira P. S., Lourenço G. E., Davi. M. J. B. B.:
Avaliação de desempenho de disjuntores em relação à tensão de restabelecimento transitória (TRT),
VIII WORKSPOT - International Workshop on Power Transformers, Equipment, Substations and
Materials – Pernambuco - 20 a 23 Novembro - 2016.

[5] IEEE Std C37.06-2009 – IEEE Standard for AC High-Voltage Circuit Breakers Rated on a
Symmetrical Current Basis - Preferred Ratings and Related Required Capabilities for Voltages Above
1000 V.

[6] Norma IEC 62271-100 Edição 2.1 (2012-09). High-Voltage Switchgear and Controlgear – Part
100: Alternating-current Circuit Breakers.

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