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Martinho Lutero e a Reforma

Protestante
Postado em Filosofia Moderna

A Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero (1483-1546),


juntamente com o Renascimento e o Iluminismo, são eventos de grande
importância para o entendimento da Era Moderna. Não se trata apenas de
informações históricas, mas de influências culturais e intelectuais que se fazem
presentes até hoje. O objetivo inicial de Lutero não era uma ruptura, mas uma
reforma na própria Igreja. É claro que uma instituição poderosa e milenar não
iria simplesmente acatar as objeções de um mero professor de teologia e
monge agostiniano. A grande questão foi que muitos reis e figuras influentes da
época estavam insatisfeitos com o poder da Igreja, e viram nas ideias de Lutero
uma oportunidade de enfraquecer esse poder.

Martinho Lutero estava de fato preocupado em salvar a alma do homem, mas


reis e príncipes não raciocinam dessa forma e viram em Lutero um
oportunidade política de ruptura definitiva com a Igreja. Lutero também
recebeu apoio de vários humanistas, pois apesar do humanismo valorizar a
razão acima de tudo, estavam de acordo que as ideias do Lutero davam ao
homem a responsabilidade pela sua própria salvação sem intermediários, o
que estava mais próximo dos valores humanistas do que a Igreja.

Tentativas de reformar a Igreja para reaproximá-la dos Evangelhos


são, provavelmente, tão antigas quanto a própria igreja. Inúmeras reformas
foram pregadas e realizadas ao longo da Idade Média – algumas afastadas e
silenciadas sob a acusação de heresia, outras incorporadas pela Igreja, que,
assim, se renovava, mantendo, contudo, suas prerrogativas e seu poder.

Nada se compara, no entanto, ao impacto provocado pela ruptura inspirada


por Martinho Lutero na primeira metade do Século XVI.
Suas consequências sociais e políticas justificam que, apesar da recorrência do
fenômeno reformista na história da Igreja, seja precisamente ao
movimento iniciado por Lutero que se reservou o nome de Reforma Religiosa
ou Reforma Protestante.

A crítica de Martinho Lutero às Indulgências, conhecidas como as 95 teses, é


reconhecido como o ato inaugural da Reforma, embora, na época, como foi
dito mais acima, Lutero buscasse mais um debate do que uma ruptura. A
ruptura definitiva, após algumas tentativas fracassadas de reconciliação, só
viria alguns anos mais tarde. Em 1520, Lutero é excomungado pela bula
papal Exsurge Domine, que é queimada ostensivamente diante de seguidores
na cidade de Wittenberg.

A Dieta de Worms

No ano seguinte, em 1521, vem a ruptura com o império: Martinho Lutero


comparece à Dieta (Assembleia dos Estados Alemães no Sacro Império
Romano-Germânico) na cidade de Worms, diante do imperador Carlos V,
que também o condena. Lutero, no entanto, já havia conquistado seguidores e
protetores entre humanistas e artistas importantes, bem como entre príncipes e
outros governantes. Aos poucos, o luteranismo ganha os estados alemães,
mas apenas em 1555 Carlos V reconhece oficialmente a existência de igrejas
luteranas.

Um dos traços mais marcantes do pensamento de Lutero era uma profunda


convicção da indignidade humana. Lutero – seguindo uma tendência que
nunca se esgotou e que ganha novo ímpeto justamente nos séculos XVI e XVII
– foi muito influenciado pelo pensamento de Santo Agostinho, que, desde o
Século V, constitui uma das tendências permanentes (embora nem sempre
dominante) do pensamento cristão. Lutero encontrou na visão pessimista de
Agostinho sobre a natureza humana, com sua ênfase no pecado e na
queda, complementada por sua doutrina da graça, intuições que
confirmavam e apoiavam sua própria percepção da condição humana.

Martinho Lutero e a justificação pela fé


Só compreendendo essa degradação de nossa natureza e aceitando, pela fé, a
justiça divina é que podemos nos justificar, ou seja, tornar-nos justos, sem,
contudo, eliminar nossa injustiça fundamental. Pela fé o homem é ao mesmo
tempo, injusto – por permanecer indissoluvelmente pecador – e justo – por
concordar com o juízo que Deus faz dele próprio. Tal é a ideia de justificação
pela fé.

Essa doutrina é a ideia fundamental de Martinho Lutero. Fundamental, não


só do ponto de vista doutrinário, mas também – e sobretudo – do ponto de vista
existencial. Lutero, durante muito tempo, viveu atormentado pela ideia do
pecado. Mesmo levando uma vida monástica não deixava de se ver como
pecador e temia pela justiça divina. Conta que chegou à beira da blasfêmia,
odiando aquele Deus implacável e terrível, que dá aos homens uma lei que Ele
sabe que não será cumprida, apenas para, no final, julgar e punir a todos por
sua desobediência.

Deus conheceria todas as coisas de forma necessária, de modo que o


futuro não é para Ele contingente, mas necessário: desde o início Ele sabe
quem será salvo e quem será condenado – a tese da predestinação é também
importante para o luteranismo. A reconciliação de Lutero com a justiça divina
deu-se, finalmente, pela ideia da justificação pela fé: o homem precisa, antes
de tudo, reconhecer-se como essencialmente injusto e pecador,
concordando, assim, com o julgamento divino sobre nós humanos. Nisto
consiste, segundo Lutero, a fé: em dar razão a Deus.

A justiça divina, enfim, não se manifesta apenas ou eminentemente na punição


dos pecadores, mas, sobretudo, na Sua misericórdia. Acreditar na possibilidade
de alcançar a salvação e a justificação dos pecados (não sua eliminação, mas
apenas a sua não-imputação) por meio da graça de Deus, ou seja, alcançar a
fé plena na justiça (na misericórdia) de Deus, é tudo o que podemos
almejar. Tentar justificar-nos por meio da razão, por meio de nossas obras ou
por meio de indulgências, para Lutero, é não apenas absurdo, é blasfemo,
pois implica não compreender o sentido da justiça divina.
Ora, essa justificação do pecador pela fé é, por assim dizer, resultado direto de
uma espécie de iluminação interior. Torna desnecessário o intermédio
dos sacerdotes. Todo o sistema penitencial da igreja católica também beira a
blasfêmia aos olhos de Lutero. Em suma, a salvação é um problema individual
(ou seja, é um problema entre o indivíduo e Deus) e não institucional, já que
não cabe à Igreja, mas a Deus apenas, a salvação da alma. Uma
das consequências dessa ideia é a perda do poder mediador que a Igreja
Católica pretendia possuir, no que diz respeito à salvação. “Não há salvação
fora da igreja”, dizia o adágio. Lutero nega justamente isso.

Outra conseqüência importante é a desvalorização da vida monástica e


a valorização da vida comum, do trabalho e da família. Tradicionalmente, a
vida monástica era percebida como um modo de vida que favorecia a salvação.
Os rigores da vida nos mosteiros, retirada do mundo onde reina o pecado,
aproximavam o homem de Deus. Lutero vai negar também isso. Nada que o
homem faça ou deixe de fazer vai decidir a sorte de sua alma. Nada vai lavar o
pecado que caracteriza o homem.

Sua única esperança é a misericórdia divina, que pode relevar seu pecado. A
salvação, portanto, dependeria exclusivamente de Deus. Ter fé é justamente
reconhecer esse fato. De nada adiantam as mortificações, as penitências, os
jejuns, o recolhimento, as orações – nada disso mudará o destino de nossa
alma, nada disso nos trará para mais próximo de Deus: apenas a fé, ou seja, a
aceitação do julgamento de Deus sobre nós e a percepção de que sua justiça
corresponde à sua misericórdia.

Ao contrário, uma vida de trabalho, devotada à comunidade e à família, tem


muito mais valor do que a vida do monge. Essa valorização da vida comum
tem amplas consequências éticas e sociais, como bem analisou o sociólogo
alemão Max Weber, em seu clássico ensaio sobre A ética protestante e o espírito
do capitalismo.

A Reforma Protestante, então, será o movimento que, pela primeira vez, irá
afetar a hegemonia da Igreja e seus pressupostos, como a vida monástica e a
ideia de que ela seria a única instituição autorizada entre Deus e os homens.
Junto com o humanismo e as revoluções científicas, a Reforma e suas ideias
são importantes para a compreensão das profundas mudanças ocorridas tanto
na Era Moderna quanto na Filosofia e principalmente no mapa político e
religioso na Era Contemporânea.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ROVIGHI, Sofia Vanni. História da filosofia moderna. São Paulo:
Loyola, 2000.
2. WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São
Paulo: Cia. das Letras,
2004.
3. DUFOUR, Xavier. Vocabulário de teologia bíblica. Petrópolis, Vozes,
2002.
4. BOBBIO, Norberto; BOVERO, Michelangelo. Sociedade e Estado na
filosofia política moderna. São Paulo: Brasiliense, 1986.

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