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A razão de ser das relações coletivas está na necessidade de união dos trabalhadores
para que possam defender, em conjunto, as suas reivindicações perante o poder
econômico.
Individualmente, fato que é de toda evidência histórica, o trabalhador não tem a mesma
força para defender os seus interesses. Em conjunto, melhora muito o seu poder de ação.
O poder de ação em conjunto tende a melhorar, principalmente nos acordos perante a
Justiça do Trabalho.
A união dos assalariados (trabalhadores) teve como principal objetivo o equilíbrio entre
as partes no que tange a reivindicação de direitos e buscando um equilíbrio econômico.
Como?
Um exemplo clássico desse Direito Coletivo são as greves que sempre existiram. Nesse
momento a classe trabalhadora se une para reivindicar seus direitos ou procurar suprir
alguma insatisfação do grupo.
COALISÃO – Esse termo é muito utilizado no Direito do Trabalho com efeito técnico
para afirmar que a união dos empregados não é contínua, apenas em determinados
momentos existe a necessidade de ação para instigar a resolução de um Direito Coletivo
violado.
Não há permanência da coletividade. Porém, em outros momentos, essa união pode ser
estabelecida permanentemente, isso se dá através dos Sindicatos específicos de cada
área de atuação profissional. Não podemos esquecer que o Sindicato é considerado
Pessoa Jurídica e não que contém Personalidade Jurídica, porque nesse momento
estaríamos considerando o empregador (art. 2º da CLT).
As regras, normas, muitas vezes acabam sendo estipuladas e organizadas através dos
grupos de trabalhadores e quem os representa.
Convenção N. 87 da OIT
1. Liberdade Sindical
O sindicalismo foi o meio eficiente de afirmação pelas massas operárias de
consciência de sua autodeterminação para negociar condições de trabalho, senão justas,
pelo menos razoáveis, reagindo às imposições patronais fundadas na valoração do
trabalhador como simples fonte de energia economicamente aproveitável para a
produção.
Fica claro na nossa Constituição Federal em seu art. 8º que dispões “É livre a
associação profissional ou sindical”. O seu inciso I complementa: “a lei não poderá
exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro do
órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical.”
2. Outros Princípios
2.1 Liberdade de Trabalhar
A liberdade de trabalhar se retrata, fielmente, no direito de escolha da atividade
pelo trabalhador, independentemente de condicionamentos pessoais que limitem seu
exercício.
2.2 Liberdade de filiar-se
Segue o mesmo princípio de liberdade de trabalhar, o empregado tem a liberdade
de filiar-se a um grupo que luta pelos direitos e condições melhores do desempenho
trabalho remunerado, porém, com a liberdade de não querer filiar-se a tais sindicatos.
Direito Sindical
1. Conceito – São entidades associativas permanentes , que representam trabalhadores
vinculados por laços profissionais e laborativos comuns, visando tratar de problemas
coletivos das respectivas bases representadas, defendendo seus interesses trabalhistas e
conexos, com o objetivo de lhes alcançar melhores condições de labor e vida.
2. Critérios de Agregação dos Trabalhadores no Sindicato
2.1 Ofício ou Profissão- São sindicatos que agregam trabalhadores em vista de
sua profissão, são os chamados de sindicatos de categoria diferenciada, como
professores, motoristas, aeronautas, aeroviários, jornalistas profissionais, músicos
profissionais, etc.
2.2 Categoria Profissional- O ponto de agregação na categoria profissional é a
similitude laborativa, em função da vinculação a empregadores que tenham atividades
econômicas idênticas, similares ou conexas.Também chamado de sindicato vertical.
Efetivamente, ele se estende no mercado de trabalho abrangendo, regra geral, a ampla
maioria dos empregados das várias empresas, na respectiva base territorial da entidade,
que tenham similitude de atividades econômicas. Portanto, ele atinge, verticalmente, as
empresas economicamente afins (empresas bancárias, comerciais, metalúrgicas, etc.).
“É o que representa os trabalhadores de empresas de um mesmo setor de atividade
produtiva ou prestação de serviços. As empresas, do mesmo setor, por seu lado, formam
a categoria econômica correspondente.”
2.3 Empresa – Há sindicatos que se agregam em vista da empresa a que se
vinculam os trabalhadores. Trata-se dos sindicatos por empresa.
2.4 Ramo Empresarial de Atividades- Esse critério de agregação sindical
favorece a criação de grandes sindicatos, que tendem a ser significativamente fortes,
dotados de grande abrangência territorial, seja regional ou até mesmo nacional, com
sensível poder de negociação coletiva, em qualquer âmbito geográfico que se considere,
perante qualquer empresa ou entidade representativa empresarial. Ex: sindicatos dos
trabalhadores do segmento industrial, dos trabalhadores do segmento financeiro, do
segmento comercial, do setor agropecuário, etc.
SINDICATO PATRONAL – É o sindicato constituído simplesmente por empregadores,
ou patrões, pertencentes a uma categoria econômica
1. Estrutura Sindical
- Condutas Anti-Sindicais
Parte significativa dessas condutas consiste no desestímulo à sindicalização de
trabalhadores ou à sua simples participação em movimentos ou programas sindicais, ao
lado do desestímulo às próprias funções exercidas pelos sindicatos.
Tais comportamentos (e outros congêneres)são, sem dúvida, inválidos, por agredirem o
princípio da liberdade sindical, constitucionalmente assegurado. Entram em choque
também com as proteções estipuladas pela Convenção 98 da OIT, supra citada,
vedatórias de quaisquer atos de ingerência nas entidades sindicais (art. 2, 1 e 2).
Relembre-se que a mesma Convenção Internacional,ratificada pelo Brasil,proíbe
quaisquer restrições empresariais a trabalhadores, seja em decorrência de filiação ou
desfiliação a sindicato, seja em decorrência de participação ou não em atividades
sindicais (art. 1,2, "a" e "b",Convenção98 da OIT).
Receitas Sindicais
B- Contribuição Confederativa
Surgiu por previsão do próprio texto constitucional de 1988, em seu art. 8º, IV: a
assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei.
É bastante óbvia a contradição da Carta Magna, sob o ângulo democrático: não só
manteve, como visto, a velha contribuição sindical de origem celetista; foi além,
instituiu nova contribuição, voltada ao financiamento da cúpula do sistema.
A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho tem compreendido que a
contribuição confederativa somente é devida, entretanto, pelos trabalhadores
sindicalizados, não sendo válida sua cobrança aos demais obreiro.
C- Contribuição Assistencial
É o recolhimento aprovado por convenção ou acordo coletivo, normalmente para
desconto em folha de pagamento em uma ou poucas mais parcelas ao longo do ano.
Recebe também outras denominações, na prática trabalhista, como taxa de reforço
sindical, contribuição de fortalecimento sindical, etc.
Tem previsão genérica na CLT (art. 513, “e”). Embora o diploma celetista estipule ser
prerrogativa dos sindicatos impor contribuições a todos aqueles que participam das
categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas, está
claro que o recolhimento tem de ser aprovado na respectiva assembléia geral de
trabalhadores.
Veja que as contribuições mencionadas nos artigos 513, "e"; 548, "a" e 578 caput
ambos da CLT e a já mencionada norma geral (artigo 8º, inciso IV da CF), todas
decorrem essencialmente de "categoria profissional", "categoria econômica". Portanto,
só pode se referir à mesma contribuição. É inaceitável que cada artigo institua uma
contribuição diferente.
Já o artigo 548, "b" da CLT menciona "as contribuições dos associados" e não
categorias profissional e econômica. Então, uma contribuição decorre da participação
em categoria profissional ou econômica e outra contribuição decorre da associação do
trabalhador à entidade sindical. A primeira é a Contribuição Sindical obrigatória, a
segunda é a Contribuição Assistencial, Confederativa, Retributiva ou Associativa, ou
outros nomes que queiram emprestar-lhe.
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