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Resumo deResumo

Exame Físico Neurológico 0

Exame Físico
Neurológico

Matheus Fideles Scaravonatti


Centro Universitário Assis Gurgacz

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Resumo de Exame Físico Neurológico 1

1. Definição
O exame físico neurológico é uma ferramenta que, juntamente com a anamnese
e o exame físico geral, ampliam as chances e a qualidade de um diagnóstico mais
certeiro, favorecendo na interpretação de um diagnóstico sindrômico, topográfico e
etiológico, sendo um norteador na hora de solicitar exames complementares.

Anamnese: Anamnese completa e detalhada, lembrando fatores cruciais como:


Identificação do paciente; Queixa Principal e Duração dos Sintomas; HDA/HMA; História
Patológica Pregressa; História Familiar; História Pessoal e Revisão de Sintomas.

Exame Físico: Exame físico completo, avaliando estado geral do paciente, sinais vitais,
aparelho respiratório, cardiovascular, gastrointestinal e geniturinário.

Exame Neurológico: Deve ser adaptado à queixa específica de cada paciente. Cada área
de exame – estado mental, função motora, reflexos, função sensorial, marcha e
postura, nervos cranianos – deve sempre ser abordados, alternando-se a ênfase relativa
a cada uma dessas áreas.

2. Exame do Estado Mental


Abordagem do nível de consciência e a função cognitiva do paciente.

Nível de consciência: Reconhecimento da interatividade do mundo interno com o


externo. Estágios de consciência:

• Alerta/vigília: indivíduo acordado, alerta, que responde adequadamente ao


estímulo verbal, orientado no tempo e no espaço.
• Sonolência: acorda ao chamado, respondendo de maneira adequada aos
estímulos,
• Obnubilação: sonolência mais profunda, despertável com estímulos sonoros,
com perda do sentido de orientação no tempo e no espaço.

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• Torpor/Estupor: Grau mais profundo da obnubilação, respondendo


parcialmente após estímulos dolorosos.
• Coma: indivíduo em sono profundo, inconsciente, com os olhos fechados, não
emite som verbal, não interage consigo ou com o ambiente.

Função cognitiva: Avaliar diversas funções específicas do paciente, com múltiplas


interações cerebrais, entre elas:

• Funções bifrontais ou difusas: Atenção; Concentração; Percepção; Julgamento;


Interpretação; Emoção; Humor; Conteúdo de pensamento (ilusão ou
alucinação).
• Memória: avaliado por meio da memória imediata, memória recente e memória
remota.
• Linguagem: avaliando por meio da compreensão, repetição, fluência, leitura e
escrita.
✓ Distúrbios da linguagem = afasia.
✓ Afasia motora ou de Broca: escassez de fala espontânea e pela natureza
agramatical.
✓ Afasia sensorial ou de Wernicke: a expressão da linguagem é normal, mas
existe um distúrbio da compreensão e da repetição.
• Integração sensorial: distúrbio da integração sensorial resultam de lesões do
lobo parietal e se manifestam por um erro de percepção ou desatenção aos
estímulos sensoriais no lado contralateral à lesão (heminegligência).
✓ Astereognosia: incapacidade de identificar pelo tato um objeto colocado na
mão.
✓ Alestesia: erro de localização, em geral mais proximal, de um estímulo tátil.
• Integração motora: aplicação do aprendizado.
✓ Apraxia: incapacidade de realizar tarefas previamente aprendidas.

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A escala de coma de Glasgow (ECG) foi desenvolvida inicialmente para avaliar nível
de consciência em pacientes traumatizados, sendo uma ferramenta amplamente
utilizada para avaliação de estado mental em diversas situações clínicas.

3. Exame de Função Motora


A motricidade é exercida por neurônios superior e inferior. Os neurônios
superiores se originam no córtex cerebral e tronco cerebral, projetando-se para
neurônios motores inferiores no tronco cerebral e no corno anterior da medula espinal.
Os neurônios motores inferiores se projetam do tronco cerebral e da medula espinal,
por meio dos nervos motores, para inervar o músculo esquelético. Lesões dos neurônios
motores superiores e inferiores produzem fraqueza. Clinicamente é possível distinguir
entre lesões do neurônio motor superior e do neurônio motor inferior em duas
síndromes de acordo com outros achados no exame neurológico. Por exemplo, lesões

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do neurônio motor superior além de fraqueza também causam aumento do tônus


muscular, hiperatividade dos reflexos tendinosos e sinal de Babinski, enquanto as lesões
do neurônio motor inferior produzem conjuntamente com fraqueza a redução do tônus
muscular, reflexos hipoativos, atrofia muscular e possivelmente fasciculações. O exame
motor inclui a avaliação da massa muscular, do tônus e da força.

Massa muscular: avaliar atrofias, assimetrias, fasciculações ou abalos musculares


rápidos.

Tônus muscular: é o grau de contração muscular basal que se traduz ao exame pela
resistência que o músculo impõe a movimentação passiva de uma articulação. O tônus
normal de um indivíduo apresenta-se com uma resistência pequena. Estados
patológicos com tônus reduzido (hipotonia ou flacidez) pode ser em decorrência de
distúrbios musculares, distúrbios do neurônio motor inferior ou distúrbios cerebelares.
Tônus aumentado se apresenta como rigidez, na qual pode ser constante durante a
variação do movimento ou pode se apresentar como espasticidade, na qual a resistência
é dependente da velocidade do movimento exercido, sendo variável durante a evolução
do movimento. Classicamente hipertonia ocorre na síndrome do neurônio motor
superior, sendo caracteristicamente espástica, ou mesmo em distúrbios envolvendo
outras vias motoras (vias extra-piramidais) como na doença de Parkinson, na qual a
resistência é contínua, chamada de hipertonia plástica.

Força muscular: graduação em escala da força que o músculo é capaz de superar,


devendo sempre ser realizada e comparada contralateralmente. Habitualmente em
pacientes colaborativos utiliza-se a técnica de oposição, na qual o paciente exerce força
contra o movimento do examinador (exemplo na Figura 1-20).

• Grau 5: força normal;


• Grau 4: diminuição da força, mas ainda com a capacidade de mover contra a
força da gravidade, com resistência adicional;
• Grau 3: capaz de se mover contra a força da gravidade, mas sem resistência
adicional;

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• Grau 2: capaz de se mover somente após a eliminação da força da gravidade;


• Grau 1: somente um esboço de movimento;
• Grau 0: sem contração muscular visível.

FONTE: De LeBlond RF, Brown DD, DeGowin RL. DeGowin’s Diagnostic Examination. 9th ed.
New York, NY: McGraw-Hill; 2009.

Exames de Coordenação: Distúrbios de coordenação (ataxia), em geral resultam de


lesões no cerebelo ou em suas conexões, podendo afetar movimentos oculares, a fala,
membros ou tronco.

Ataxia de membro: Uma ataxia de membro distal pode ser detectada solicitando ao
paciente que realize movimentos alternantes rápidos (por exemplo, bater
alternadamente com a palma e o dorso da mão na outra mão) observando qualquer
irregularidade na taxa, no ritmo, na amplitude ou na força de movimentos sucessivos.

No teste dedo-nariz, o paciente move um dos dedos indicadores em direção ao


nariz e depois afasta o dedo do nariz e move-o em direção ao dedo do examinador; a
fluidez do movimento exercido pelo paciente deve ser observada, constatando-se
anormalidades no movimento. Por exemplo, a ataxia pode estar associada com tremor
de intenção, que é mais exacerbado no início e no final de cada movimento; bem como
decomposição dos movimentos, no qual há perda do aspecto natural e fluido do

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movimento, caracterizado por movimentos fracionados. Muitas vezes, é possível


demonstrar uma diminuição da capacidade de interrupção do movimento, por exemplo,
quando se pede ao paciente que levante os braços rapidamente até determinada altura
– ou quando os braços estendidos e abertos em frente ao paciente são subitamente
deslocados por uma força – pode ocorrer um movimento excessivo (rebote).

Para testar o rebote, pode-se segurar o braço fletido do paciente contra uma
resistência – e, então, remove-se subitamente a resistência. Se o membro for atáxico, a
interrupção da resistência imposta pelo examinador à contração pode fazer a mão do
próprio paciente atingi-lo pela incapacidade de frear o movimento. A ataxia dos
membros inferiores pode ser demonstrada no teste calcanhar- joelho. Pede-se ao
paciente deitado em posição supina que percorra com o calcanhar a tíbia (canela) da
perna oposta, para cima e para baixo, do tornozelo até o joelho. A ataxia produz
movimentos de abalo e imprecisos, impossibilitando que o paciente mantenha o
calcanhar em contato com a tíbia.

4. Exame dos Reflexos


Todos os músculos esqueléticos podem exibir reflexo miotático fásico se
corretamente estimulados. O estímulo deve ser um estiramento rápido do músculo
obtido pela percussão do tendão.

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Reflexos tendinosos: a reação de um músculo a extensão passiva pela percussão de um


tendão depende da integridade de ambos os nervos aferente e eferente e de sua
inibição pelas vias descendentes centrais. Os reflexos estão diminuídos ou abolidos em
distúrbios que afetam qualquer segmento do arco reflexo, como na síndrome do
neurônio motor inferior ou polineuropatias; por outro lado, hiperreflexia pode ser
encontrada em lesões do trato corticoespinhal (lesão do neurônio motor superior). Os
reflexos tendinosos são graduados em uma escala de acordo com a força de contração
ou de acordo com a força mínima necessária para provocar a resposta:

4, muito rápido, muitas vezes com contrações reflexas rítmicas (clônus);

3, rápido, mas normal;

2, normal;

1, mínimo;

0, ausente.

O objetivo principal do teste de reflexo é detectar assimetria. No entanto,


reflexos simetricamente abolidos sugerem uma polineuropatia, e reflexos
simetricamente aumentados podem indicar doença cerebral bilateral ou doença da
medula espinhal.

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Reflexos superficiais: os reflexos superficiais são provocados pela estimulação da pele


e não pela estimulação de tendões, podendo estar alterados ou ausentes em distúrbios
que afetam o trato corticoespinhal. Eles incluem o reflexo cutâneo plantar, no qual a
estimulação da sola do pé a partir de sua borda lateral, próximo ao calcanhar em direção
ao hálux, resulta em flexão plantar dos pododáctilos. Nas lesões corticoespinhais, o
hálux faz uma dorsiflexão (sinal de Babinski), que pode estar acompanhada de abertura
dos pododáctilos, dorsiflexão do tornozelo e flexão na altura da coxa.

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5. Exame Sensorial
A sensibilidade somática é mediada por grandes fibras sensoriais, que trafegam
da periferia para o tálamo nas colunas posteriores da medula espinal e no lemnisco
medial do tronco cerebral, e por pequenas fibras sensoriais, que ascendem para o
tálamo nos tratos espinotalâmicos. A sensibilidade tátil leve é transmitida por ambas as
vias, a sensibilidade vibratória e postural pelas vias das grandes fibras posteriores
(sensibilidade profunda) e a sensibilidade térmica e dolorosa pelas vias das pequenas
fibras (sensibilidade superficial). Se o paciente se queixar de perda sensorial em uma
área específica, o exame sensorial deve iniciar no centro daquela área, prosseguindo
para a periferia, até que a sensibilidade seja referida como normal. Deve-se questionar
especificamente sobre a presença de parestesias, dores espontâneas ou perversões da
sensibilidade. O exame compreende a avaliação das sensibilidades superficial e
profunda e a pesquisa dos sinais de irritação meníngea e radicular. O exame da
sensibilidade busca constatar queixas específicas do paciente ou procura encontrar
distúrbios de sensibilidade que usualmente acompanham a doença de base ou outros
sinais neurológicos verificados ao exame. Habitualmente pode-se investigar
sensibilidade tátil e térmica ou dolorosa e, por vezes, cinético-postural ou vibratória.

No exame físico deve-se buscar por assimetrias em membros, identificar


distúrbio de sensibilidade em território de inervação (ex: área correspondente ao nervo
mediano, ulnar, etc), ou padrão de dermátomos (ex: C5, C6, C7...) ou distúrbio distal a
proximal continuo (em bota e luva) pois de acordo com tais característica é possível
identificar diagnósticos sindrômicos, topográficos e até etiológicos para cada padrão
encontrado.

Sinais de irritação meníngea e radicular: Rigidez de nuca é pesquisada fletindo-se o


pescoço do paciente que se encontra em decúbito dorsal. Em indivíduos idosos, que
apresentam paratonia ou rigidez osteoarticular, a interpretação pode ser difícil.

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O sinal de Brudzinski está presente quando, ao se tentar fletir passivamente o


pescoço como na pesquisa de rigidez de nuca, ocorre ligeira flexão das coxas e dos
joelhos.

O sinal de Kerning consiste na impossibilidade de permitir a extensão passiva das


pernas quando o paciente está em decúbito dorsal e as coxas são semifletidas, formando
ângulo de 90" com o tronco. A tentativa de estender as pernas um pouco além da
horizontal causa dor e reação de defesa do paciente.

Esses sinais estão presentes na síndrome de irritação meníngea.

O sinal de Laseque ocorre também quando há irritação radicular. Caracteriza-se


por dor lombar irradiada para a face posterior do membro inferior, quando este é
elevado passivamente da cama pelo examinador, que com a outra mão impede que o
joelho seja fletido. Quando o sinal está presente, o paciente resiste à elevação, tenta
fletir o joelho ou eleva o quadril do lado afetado. A elevação do membro inferior com o
joelho fletido não deve causar dor. O encontro do sinal de Lasêque sugere
comprometimento das raízes lombossacrais que participam da formação do nervo
ciático.

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6. Exame de Marcha e Postura


O paciente deve ser solicitado a ficar com os pés juntos e os olhos abertos para se
detectar a instabilidade decorrente de ataxia cerebelar. A seguir, o paciente deve fechar
os olhos; a instabilidade que ocorre com os olhos fechados, mas não com os olhos
abertos (sinal de Romberg), é um sinal de ataxia sensorial (Sensibilidade profunda). Em
seguida, deve-se observar se o paciente deambula normalmente, se anda sobre os
calcanhares ou na ponta dos pés, ou se coloca um pé diretamente na frente do outro
(coordenado), para identificar qualquer uma das anomalias clássicas da marcha, entre
elas:

• Marcha hemiplégica ou ceifante: a perna afetada é mantida estendida e em


rotação interna, e o pé está invertido e em flexão plantar; a perna se move em
uma direção circular junto ao quadril.
• Marcha paraplégica: a marcha é lenta e rígida, e as pernas se cruzam uma na
frente da outra (marcha em tesoura).
• Marcha atáxica cerebelar: a marcha tem a base alargada e cambaleante, como
se o indivíduo estivesse bêbado.
• Marcha atáxica sensorial: a marcha tem a base alargada, os pés batem no chão,
e o paciente observa os pés.
• Marcha escarvante: incapacidade de dorsiflexão do pé, muitas vezes decorrente
de lesão do nervo fibular, resultando em elevação exagerada do quadril e do
joelho para permitir que o pé saia do chão durante o caminhar.
• Marcha distrófica: uma fraqueza dos músculos pélvicos produz uma marcha
lordótica, bamboleante.
• Marcha parkinsoniana: a postura é fletida, a marcha se inicia lentamente, os
passos são pequenos e arrastados, existe uma redução dos movimentos
associados dos membros superiores, e pode ocorrer uma aceleração involuntária
(festinação).
• Marcha coreica: a marcha é irregular e bamboleante, mas surpreendentemente
as quedas são raras.

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• Marcha apráxica: doença do lobo frontal pode resultar em perda da capacidade


de realizar um ato previamente aprendido (apraxia), nesse caso, a capacidade de
deambular. O paciente apresenta dificuldade para iniciar a marcha e pode
parecer estar colado ao solo. Uma vez iniciada, a marcha é lenta e arrastada. No
entanto, não existe dificuldade de realizar os mesmos movimentos da perna,
quando o paciente se encontra deitado e as pernas não estão sustentando peso.
• Marcha antálgica: uma perna é favorecida em relação à outra, em um esforço
de evitar colocar peso na perna comprometida e causar dor.

7. Exame dos Nervos Cranianos

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Nervo olfatório (l): O nervo olfatório medeia o sentido do olfato e pode ser testado
solicitando ao paciente que identifique odores comuns, como o odor de café, baunilha,
hortelã, etc. Supõe-se que a função do nervo esteja normal quando o paciente detecta
o odor, mesmo que não seja capaz de identificá-lo corretamente. Cada narina é testada
separadamente e não deve ser utilizado substâncias irritativas nesse exame.

Nervo óptico (ll): O nervo óptico transmite informação visual a partir da retina, através
do quiasma óptico (em que as fibras dos lados nasais ou mediais de ambas as retinas,
transportando informações das metades temporais ou laterais de ambos os campos
visuais, se cruzam), para então trafegar pelos tratos ópticos para o núcleo geniculado
lateral do tálamo. A função do nervo óptico é avaliada separadamente para cada olho e

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envolve a inspeção do fundo de olho (fundoscopia) por meio de oftalmoscopia direta,


mensuração da acuidade visual e mapeamento do campo visual.

Oftalmoscopia – esse procedimento deve ser realizado em uma sala escura para
a dilatação das pupilas, facilitando a observação do fundo de olho. As margens do disco
e os vasos sanguíneos que o cruzam devem ser bem demarcados, e as veias devem
apresentar pulsações espontâneas. A mácula, uma área mais pálida que o resto da
retina, está localizada a cerca de dois diâmetros de disco em região temporal à margem
temporal do disco óptico e pode ser visualizada com o paciente olhando para a luz do
oftalmoscópio. Em pacientes com problemas oftalmológicos, a anormalidade mais
importante a ser identificada à oftalmoscopia é o edema do disco óptico, resultando de
um aumento da pressão intracraniana - papiledema.

Acuidade visual – é testada separadamente em cada olho, usando uma Tabela


de Snellen a aproximadamente 6m para a visão distante ou um cartão portátil de
Rosenbaum a aproximadamente 36 cm (14 polegadas) para a visão próxima. O distúrbio
mais grave pode ser graduado de acordo com a distância na qual o paciente é capaz de
contar dedos, discernir movimentos da mão ou perceber luz. Nas lesões do nervo óptico,
a visão de cores vermelho-verde, muitas vezes, está desproporcionalmente prejudicada.

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Campos visuais – os campos visuais são testados para cada olho


separadamente, muitas vezes usando a técnica da confrontação. O examinador
encontra-se em pé a uma distância de um braço de comprimento do paciente,
usando o dedo indicador de qualquer mão, para localizar os limites periféricos
do campo do paciente, o examinador move o dedo lentamente para dentro em
todas as direções, até que o paciente o detecte. O objetivo do teste de
confrontação é determinar se o campo visual do paciente é coextensivo com –
ou mais restrito que – o do próprio examinador.

Nervo oculomotor (III), nervo troclear (IV) e nervo abducente (VI): Estes três nervos
controlam a ação dos músculos intraoculares (esfíncter da pupila) e dos músculos
extraoculares.

Nervo oculomotor: Responsável por controlar os músculos: reto medial, reto superior,
reto inferior, obliquo inferior, levantador da pálpebra e constritor da pupila.

Diplopia horizontal: enxerga um objeto do lado do outro;

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Paresia do oculomotor: desvio do olhar para fora, é indicativo de lesão do N.


oculomotor.

Nervo troclear: responsável pelo músculo oblíquo superior (ficar vesgo).

Diplopia vertical: é máxima no olhar para baixo (se o paciente olhar para
baixo, irá aumentar a diplopia. Pacientes tendem a inclinar a cabeça para o lado
oposto, para eliminar a diplopia. Queixa de dificuldade para olhar para baixo (não
consegue descer escada, ler), devido a paresia do M. obliquo superior

Nervo abducente: responsável pelo musculo reto lateral.

Diplopia horizontal:

A musculatura pode ser avaliada fazendo o olhar do paciente percorrer


os quatros cantos do seu campo visual.

Pupilas – devem ser verificados o diâmetro e a forma das pupilas em luz ambiente e
suas respostas à luz e acomodação. Pupilas normais se contraem rapidamente em
resposta à iluminação direta, e um pouco menos à iluminação da pupila do lado oposto
(resposta consensual). Quando os olhos convergem para um foco em um objeto mais
próximo, como a ponta do próprio nariz (acomodação), as pupilas normais se contraem.
A contração pupilar (miose) é mediada pelas fibras parassimpáticas que se originam no
mesencéfalo e trafegam para o olho junto com o nervo oculomotor. A interrupção dessa
via, por uma lesão hemisférica de massa levando ao coma e comprimindo o nervo em
sua saída do tronco cerebral, leva a uma pupila dilatada e não reativa. A dilatação pupilar
é controlada por neurônios simpáticos, a partir do hipotálamo, através do tronco
cerebral até o olho. Lesões em qualquer lugar ao longo dessa via resultam em pupilas
contraídas e não reativas.

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Oscilações oculares – nistagmo, ou oscilações rítmicas dos olhos, pode ocorrer nos
extremos do olhar voluntário em indivíduos normais. A forma mais comum, o nistagmo
sacádico, consiste em uma fase lenta de movimento, seguida por uma fase rápida na
direção oposta. Para detectar o nistagmo, os olhos são observados na posição primária
e em cada uma das posições cardeais do olhar. Se houver nistagmo, ele deve ser descrito
de acordo com a posição do olhar na qual ele ocorre, sua direção e amplitude (fina ou
grosseira), os fatores precipitantes, como alterações na posição da cabeça, e os sintomas
associados, como vertigem.

A direção do nistagmo sacádico é, por convenção, a direção da fase rápida (por


exemplo, nistagmo batendo para a esquerda).

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Nervo Trigêmio (V): O nervo trigêmeo carrega fibras sensoriais para face e fibras
motoras para os músculos mastigatórios. O toque facial e a sensação térmica são
testados tocando a face do paciente e posicionando a superfície fria de um diapasão em
ambos os lados da face simultaneamente, na distribuição de cada divisão do nervo
trigêmeo – ramo oftálmico (V1, região frontal), ramo maxilar (V2, região malar) e ramo
mandibular (V3, mandíbula). Pergunta-se ao paciente se a sensação é a mesma em
ambos os lados e, caso não seja, pergunta- se em qual dos lados o estímulo é percebido
como mais fraco ou onde a temperatura é mais fria. Para testar o reflexo corneano, um
pedaço de algodão é passado levemente sobre a superfície lateral do olho (fora da visão
do indivíduo). A resposta normal, mediada por um arco reflexo que depende do ramo
sensitivo do nervo trigêmeo (V1) e da função motora do nervo facial (VII), é o piscar
bilateral dos olhos. Na presença de um distúrbio funcional do trigêmeo, nenhum olho
pisca, enquanto o piscar unilateral indica uma lesão de nervo facial no lado que não
pisca.

A função motora do trigêmeo é testada pela observação da simetria da abertura


e do fechamento da boca; durante o fechamento, a mandíbula desce de modo mais
rápido e mais intenso do lado fraco, deixando o rosto torto. Uma fraqueza menos
intensa pode ser detectada pedindo-se ao paciente para cerrar os dentes, enquanto se
tenta abrir a mandíbula. A força normal da mandíbula não consegue ser superada pelo
examinador.

Reflexo mandibular: paciente tem que deixar a boca entreaberta e o examinador


vai bater no queixo com o martelo, o normal é não ter resposta.

Lembrando que o nervo trigêmeo é responsável pela sensibilidade e dor dos 2/3
anteriores da língua.

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Nervo facial (Vll): O nervo facial supre os músculos faciais e medeia o PALADAR, função
sensitiva, nos 2/3 anteriores da língua.

Para testar a força desse nervo deve-se observar a face do paciente, verificando-
se a simetria ou a assimetria das fissuras palpebrais e das pregas nasolabiais em repouso.
Depois, pede-se ao paciente para franzir a testa, apertar os olhos, de modo que fiquem
bem fechados, como também sorrir ou mostrar os dentes. Novamente, o examinador
observa a simetria ou a assimetria. Com uma lesão periférica (nervo facial), todo o lado
da face está enfraquecido, e o olho não pode ser completamente fechado. Com uma
lesão central (por exemplo, hemisférica), a região frontal está poupada, e existe
possibilidade de fechar o olho.

Uma fraqueza bilateral não pode ser detectada pela comparação entre os dois
lados. Ela é testada solicitando ao paciente que feche os olhos e cerre os lábios com
força e, então, infle as bochechas.

Se a força for normal, o examinador não será capaz de forçar a abertura das
pálpebras e dos lábios ou fazer o ar escapar ao comprimir as bochechas do paciente.

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Paralisia facial:

Central: poupa os músculos da fronte, pois a sua inervação é bilateral


(motivo pelo qual um paciente que teve um AVC não perde os movimentos da
fronte). Consegue piscar, levantar a sobrancelha e fechar os olhos.

Lesão supranuclear.

Periférica: todos os músculos da expressão e da fronte são acometidos.


Não consegue piscar, levantar a sobrancelha e fechar os olhos. Paralisia de Bell:
quando o paciente pisca, o olho vai para cima, há a desconfiguração da
musculatura de hemiface.

Nervo vestibulococlear (Vlll): o nervo acústico tem duas divisões – auditiva e vestibular
– que estão envolvidas na audição e no equilíbrio, respectivamente.

O exame deve incluir a inspeção otoscópica dos canais auditivos e das


membranas timpânicas, a avaliação da acuidade auditiva em cada orelha e os testes de

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Weber e Rinne realizados com um diapasão de 512 Hz. A acuidade auditiva pode ser
testada grosseiramente, esfregando o polegar e o dedo indicador em conjunto, perto da
orelha do paciente. Se o paciente tem queixas de perda auditiva ou não consegue
escutar o ruído dos dedos sendo esfregados, é necessário explorar o déficit auditivo.

Para realizar o teste de Rinne, a base de um diapasão de alta frequência vibrando


levemente é colocada sobre o processo mastoide do osso temporal, até que o som deixe
de ser escutado. Então, o diapasão é movido até chegar próximo à abertura do conduto
auditivo externo e o paciente continua ouvindo o som. Isto porque em pessoas normais
a condução óssea é menor do que a condução do som pelo ar no conduto auditivo. Já
no teste de Weber, o cabo do diapasão é colocado no meio da região frontal sendo
normalmente possível identificar o som bilateralmente.

Em pacientes com perda auditiva neurossensorial, há tanto perda de audição por


via aérea como óssea. Contudo, o teste de Rinne é normal, enquanto o teste de Weber
apresenta lateralização do som para o lado não afetado.

Na perda auditiva de condução, o paciente ouve o som por mais tempo com o
diapasão sobre o processo mastoide do que o som conduzido pelo ar (Rinne negativo),
enquanto pelo teste de weber o som dissemina via óssea mais alto na orelha afetada.

Teste de Romberg: avalia a porção dorsal da medula espinhal (propriocepção


consciente e sensação vibratória (palestesia), sendo um teste de integridade
somatossensorial.

Teste da caminhada em estrela: com os olhos fechados, o paciente dá vários


passos para frente e para trás, caso não ocorrer em linha reta e formar um padrão como
se fosse uma estrela, o resultado é considerado patológico.

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Nervo glossofaríngeo (IX) e vago (X): intimamente relacionados, sendo difícil de serem
examinados isoladamente.

A função motora desses nervos é testada solicitando ao paciente que diga “ah”
com a boca aberta e observando a elevação completa e simétrica do palato. Na fraqueza
unilateral, o palato não se eleva do lado afetado; sinal da cortina de vernet. Na fraqueza
bilateral, nenhum dos lados se eleva.

Glossofaríngeo: responsável pela gustação de 1/3 posterior da língua, reflexo de


ânsia (é colocado uma espátula para induzir o vômito).

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Nervo acessório (XI): O nervo espinal acessório inerva o músculo


esternocleidomastóideo e o músculo trapézio. O esternocleidomastóideo é testado
solicitando ao paciente que gire a cabeça contra uma resistência fornecida pela mão do
examinador, que é colocada sobre a mandíbula do paciente. A fraqueza do
esternocleidomastóideo resulta em uma redução da capacidade de girar a cabeça para
o lado contrário do músculo fraco.

O trapézio é testado fazendo com que o paciente empurre os ombros contra uma
resistência, anotando qualquer assimetria.

Nervo hipoglosso (XII): O nervo hipoglosso inerva os músculos da língua, sua função
pode ser testada enquanto o paciente empurra a língua contra o interior da bochecha,
e o examinador oferece uma resistência do lado de fora da bochecha.

Em alguns casos, pode haver um desvio da língua protraída em direção ao lado


fraco, por exemplo: Se há desvio para o lado direito, o lado lesionado é o direito, pois
ele aponta para o lado da lesão (o lado mais forte, sadio, empurra o lado mais fraco).

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Referências bibliográficas

1. Merrit - Tratado de Neurologia - 12Ed.


2. A Neurologia Que Todo Medico Deve Saber - Nitrini & Bachesci - 1 Edição.
3. A Neurologia Clinica 8ª edição.

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