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PARECER DO RELATOR, PELA COMISSÃO LEGISLATIVA DA CÂMARA

MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO, ÀS EMENDAS DE PLENÁRIO APRESENTADAS


AO PROJETO
DE LEI Nº _____, DE 2017.
(PROJETO DE LEI)
O SR. MILTON MORO BARBOSA (PR – SP). Para emitir parecer. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, Projeto de Lei Nº_______.
Nós somos pela constitucionalidade, legalidade e juridicidade e boa técnica legislativa do
Projeto de Lei e, no mérito, pelo provimento da liberdade dos transgêneros no direito de
escolher o sanitário que melhor se adapte a sua identidade e pela rejeição da obrigatoriedade
dos estabelecimentos públicos em prover sanitários unissex, acatando-se assim, a contestação.
Na forma do projeto de lei afirma-se:

“A Câmara Municipal de Ribeirão Preto, nos termos do Art. 4º, Incisos I e XXVII, do Capítulo
II da Lei Orgânica do Município de Ribeirão Preto, decreta:
Art. 1º Fica obrigatório aos estabelecimentos públicos a construção de banheiro individ ua l
destinado ao uso por transexuais e transgêneros ou a garantia de escolha por estes de usar o
banheiro cujo gênero se identifiquem, cabendo ao estabelecimento escolher qual medida tomar
conforme a conveniência e a viabilidade.
Art. 2º Os estabelecimentos deverão tomar as devidas providências dentro do prazo de dois
anos após o decreto desta Lei.
Art. 3° - O estabelecimento público que infringir cada um dos itens dispostos nesta Lei ficará
sujeito às seguintes penalidades:
a) advertência: na primeira autuação, o estabelecimento será notificado para que efetue a
regularização da pendência em até 6 meses;
b) multa: persistindo a infração, será aplicada multa no valor de 10.000 UFMs (Unidades
Financeiras Municipais); se, até 6 meses após a aplicação da multa, não houver regularização
da situação, será aplicada uma segunda multa no valor de 20.000 UFMs (Unidades Financeiras
Municipais);
c) interdição: se, após 6 meses da aplicação da segunda multa, persistir a infração, o Munic íp io
procederá à interdição do estabelecimento.
Parágrafo único – As entidades LGBTs e vigilantes poderão representar junto ao Munic íp io
contra o(s) infrator(es) desta Lei.
Art. 4º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta do orçamento dos
próprios estabelecimentos.

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Palácio Rio Branco, 02 de setembro de 2017.’’

Dessa forma, aprecia-se parcialmente o Art. 1º do projeto, rejeitando todos os demais, à luz dos
ditames do bom direito e da Contestação apresentada.
“Art. 1º Fica obrigatório aos estabelecimentos públicos a construção de banheiro individ ua l
destinado ao uso por transexuais e transgêneros ou a garantia de escolha por estes de usar o
banheiro cujo gênero se identifiquem, cabendo ao estabelecimento escolher qual medida tomar
conforme a conveniência e a viabilidade.”

Justificativa

Pela rejeição da obrigatoriedade de estabelecimento de banheiros específicos - essa medida


atenta gravemente contra os princípios da Ordem econômica, gerando gastos absurdos para os
estabelecimentos que, segundo o artigo 4º da lei proposta, arcariam com os mesmos, no caso
dos estabelecimentos públicos, onerando o erário estatal já prejudicado pelo contexto social
enfrentado pelo município, estado e nação brasileira. No âmbito privado, para o Direito Civil e
o princípio da autonomia privada, juntamente com o Artigo 1299 do Código Civil Brasile iro
dispõe-se: “Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe
aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.” Uma vez que as
normas de acessibilidade aos sanitários são de competência da norma da Associação Brasile ira
de Normas Técnicas - NBR 9050, é contrário à legalidade obrigar os estabelecimentos privados
já consumados alterarem sua estrutura, se cumprem as normas técnicas, uma vez protegida a
propriedade pela constituição federal, sendo também princípio do direito civil.

Pelo provimento da liberdade de pessoas transgênero na escolha do uso de banheiro de acordo


com sua identidade de gênero. O interesse público desse Munícipio é resguardado na Carta
Magna no art. 30, Inc. I, “legislar sobre assuntos de interesse local” e o que preserva o princíp io
da dignidade da pessoa humana - pleno desenvolvimento e progresso pessoal - no art. 1, Inc.
III da mesma Carta Constitucional.
De acordo com a doutrinadora de todos nós, Maria Berenice Dias: “a partir do momento em
que ocorreu a constitucionalização do direito civil e a dignidade da pessoa humana foi
consagrada como fundamento do Estado Democrático de Direito (CF 1.º III), o positivis mo
tornou-se insuficiente. As regras jurídicas mostraram-se limitadas, acanhadas para atender ao
comando constitucional. O princípio da interpretação conforme a Constituição é uma das mais
importantes inovações, ao propagar que a lei deve ser interpretada, sempre, a partir da Lei
Maior. Assim, os princípios constitucionais passaram a informar todo o sistema legal de modo
a viabilizar o alcance da dignidade humana em todas as relações jurídicas.”
Cabe ainda ressaltar voto do ministro Luis Roberto Barroso no RE 845779 RG / SC que “sobre
as efetivas proporções alcançadas pelos avanços à proteção da dignidade humana, contribuindo
para a inserção e aceitação das diferenças que naturalmente existem numa sociedade
multicultural, em conformidade com as políticas adotadas pelo Governo Federal conjuntame nte
com a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT) no combate
às discriminações”. Com isso, impedir o acesso à transgênero versa sobre a aplicabilidade do
artigo 1º, inciso III e 5º, incisos V, X e XXXII e ultrapassa os interesses subjetivos da causa,
tendo em vista a alta relevância no meio social ao contribuir para a construção de um novo
paradigma cultural, primando pelo respeito mútuo e igualdade de tratamento, objetivos da
República Federativa do Brasil.

Muito obrigado. Agora vamos à votação.

Pedro Sberni Rodrigues - Nº USP 10278232


Tiago Augustini de Lima - Nº USP 10387258

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