Sunteți pe pagina 1din 22

A recorribilidade da decisão do relator em Reclamação pela via do agravo

interno no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis

The ability to appeal the rapporteur’s decision rendered in Complaint by


lodging an “agravo interno”, on the Small Claims Courts

João Antônio Tschá Fachinello1


joaofachinello96@gmail.com

Máriam Joaquim2
mariam_joaquim@hotmail.com

Resumo: O artigo analisa a possibilidade de interposição de agravo interno contra


acórdãos de Turma Recursal dos Juizados Cíveis Estaduais, em sede de Reclamação,
tendo em vista a revogação da Resolução-STJ nº 12/2009, que previa a
irrecorribilidade das decisões monocráticas de relatores, e a omissão de previsão
semelhante na Resolução-STJ nº 03/2016. Busca-se verificar, também, a
compatibilidade do agravo interno com o sistema dos Juizados Especiais, com base
em seus princípios regentes.

Abstract: The article analyses the possibility of lodging an “agravo interno” against
Small Claims Court’s decisions, rendered in Constitutional Complaint, given the
repeal of the Resolution nº 12/2009, which provided the impossibility of appeal the
singular decisions given by rapporteurs, and the omission of similar provision on the
Resolution nº 03/2016. Furthermore, it also seeks to verify the compatibility between
the “agravo interno” and the Small Claims Court system.

Palavras-chave: Juizados Especiais Cíveis; agravo interno; reclamação


constitucional; acesso à justiça; celeridade processual.

Keywords: small claims court; “agravo interno”; constitutional complaint; access to


justice; procedural promptness.

1 Acadêmico de Direito da Universidade Federal do Paraná. Membro do Núcleo de Estudos Processo


Civil Comparado, UFPR.
2 Acadêmica de Direito da Universidade Federal do Paraná. Membro do Núcleo de Estudos Processo
Civil Comparado, UFPR.
Sumário: 1 Introdução; 2 Princípios norteadores e finalidades dos Juizados Especiais:
acesso à justiça, celeridade e duplo grau de jurisdição; 3 O sistema recursal dos
Juizados Especiais Cíveis a partir das Resoluções 12/2009 e 03/2016 do STJ; 3.1 Da
Reclamação Constitucional; 3.2 Reclamações em face de acórdãos prolatados pelas
Turmas Recursais que afrontem entendimento do Superior Tribunal de Justiça; 3.3 Da
decisão do relator em Reclamação e sua recorribilidade: da vedação à omissão; 4 A
ampliação dos poderes do relator e os contornos do Agravo Interno no CPC/2015; 5
Conformidade da recorribilidade da decisão de relator por agravo interno ao sistema
dos Juizados Especiais: considerações pragmáticas sobre a recorribilidade e
celeridade; 5.1 O entendimento jurisprudencial e doutrinário sobre o tema; 6
Conclusão.

1 Introdução

O acesso à justiça, como princípio constitucional aplicável ao processo, se


materializa em nosso ordenamento principalmente na figura dos Juizados Especiais.
Em prol da tempestividade da tutela jurisdicional, economia processual e
simplicidade, criou-se procedimento específico para o tratamento de causas de menor
complexidade.
A fim de viabilizar o acesso à justiça e tornar a justiça mais célere, o
sistema dos Juizados Especiais teve que abdicar de várias espécies recursais que se
fazem presentes na justiça comum. Ainda assim, para permitir a revisão de acórdãos
de Turmas Recursais que não observassem a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, foi editada, por este Tribunal Superior, a Resolução 03/2016, que concebeu
uma forma sui generis de recorribilidade por via da Reclamação Constitucional. Na
hipótese, as Reclamações são recebidas e analisadas pelas Câmaras Reunidas ou
Seções Especializadas dos Tribunais de Justiça.
No procedimento comum, as decisões unipessoais do relator, versando
sobre o mérito ou não, são recorríveis pela via do agravo interno. Ocorre que, no caso
dos Juizados Especiais Cíveis, a Resolução 03/2016, que revogou a Resolução
12/2009 e hoje trata do cabimento da Reclamação, nada previu acerca da
recorribilidade da decisão monocrática de relator proferida em sede de Reclamação
Constitucional.
Diante do vácuo normativo, restou indefinida a possibilidade de se
atacarem essas decisões por meio do agravo interno, tal como regulado no Código de
Processo Civil, de modo que o cabimento ou não deste recurso, no contexto do acesso
à justiça e da celeridade processual no âmbito dos Juizados Especiais, é questão de
grande relevância.

2 Princípios norteadores e finalidades dos Juizados Especiais: acesso à justiça,


celeridade e duplo grau de jurisdição

A criação dos Juizados Especiais em nosso país é considerado elemento


fundamental no combate à chamada litigiosidade contida 3 , pois permite que sejam
solucionados pela via da tutela estatal aqueles conflitos que, por falta conhecimento
ou condições econômicas da população, acabariam não se submetendo ao trato do
Poder Judiciário. A política de inclusão, nesse sentido, assumiu papel fundamental na
promoção da democratização da atividade judiciária, tendo como uma de suas
principais diretrizes a simplificação procedimental e o barateio da tutela jurídica
popular.
Além da necessidade de redução dos custos do processo, a fim de se
alcançar o ideal de acesso à justiça nos setores sociais mais desprovidos de recursos,
outro propósito das medidas de democratização do processo é o incremento da
celeridade na resolução de conflitos.4
O tempo do processo, sobretudo para as populações de menor poder
econômico, pode constituir verdadeiro óbice à efetivação de direitos e atingir, de
forma indireta, a própria dignidade da pessoa humana. De outro lado, a baixa
complexidade das causas submetidas aos Juizados Especiais, de acordo com as
competências instituídas pela Lei 9.099/95, elimina qualquer tentativa de se justificar
uma prestação jurisdicional morosa. As causas de menor complexidade submetidas
aos Juizados Especiais permitem a obtenção e, portanto, exigem do Estado uma
resposta célere.
A celeridade aparece, assim, como um dos princípios norteadores do
sistema dos Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/1995), cuja base constitucional é

3
WATANABE, Kazuo. Juizado especial de pequenas causas: Lei 7.244, de 7 de novembro de 1984.
Editora Revista dos Tribunais, 1985. p. 02.
4
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant G.; NORTHFLEET, Ellen Gracie. Acesso à justiça. Fabris,
1988. p. 94.
o próprio acesso à justiça (CF, art. 5º, XXXV), materializando o dever do legislador
de instituir um procedimento que confira ao cidadão uma resposta jurisdicional
tempestiva5.
Nesse contexto, alguns dos institutos e premissas antes assentados no
procedimento comum tiveram de ser revistos, em prol da celeridade e da efetividade a
que se propõe a técnica dos Juizados Especiais. 6 Enquanto causas complexas
demandam procedimentos mais sofisticados, criaram-se procedimentos mais
compreensíveis para as causas de menor complexidade 7 , de modo que tem
prevalecido a preferência pela informalidade dos atos e pela simplicidade do
procedimento, que impõem, consequentemente, limitações em matéria probatória e,
principalmente, recursal.8
Entretanto, mesmo para salvaguardarem-se, na atividade jurisdicional,
certos interesses e valores da sociedade democrática, a celeridade não deve prevalecer
de forma absoluta sobre qualquer outro valor. Nas palavras de Barbosa Moreira, “se
uma justiça lenta demais é decerto uma justiça má, daí não se segue que uma justiça
muito rápida seja necessariamente uma justiça boa”9.
É pertinente, pois, a crítica de Souza e Baptista, para quem o sistema dos
Juizados, em busca de celeridade, acabou por comprometer diversas garantias
processuais e, com isso, “embora tenha assegurado, de fato, um acesso mais facilitado
da população ao Poder Judiciário, não conseguiu (...) garantir o propalado acesso à
justiça, aqui entendido como acesso a um processo justo.”10
Assim também advertem Cappelletti, Garth e Northfleet, no contexto da
terceira onda renovatória, sobre o risco de que procedimentos modernos, eficientes e
mais céleres, ofusquem as demais garantias fundamentais do processo civil, tais como

5
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela dos direitos mediante procedimentos diferenciados. São Paulo: Revista dos
Tribunais, v. 3, 2015. p. 296.
6
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Acesso à justiça: Condicionantes legítimas e ilegítimas. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. 2. ed. p. 152.
7
GENSLER, Steven S. Judicial case management: Caught in the crossfire. Duke Law Journal, p. 669-
744, 2010. p. 707.
8
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant G.; NORTHFLEET, Ellen Gracie. op cit. p. 94.
9
MOREIRA, José Carlos Barbosa. O futuro da justiça: alguns mitos. In: Revista da Academia de
Letras Jurídicas. v.15, n. 17, 2004. p. 157.
10
SOUZA, Marcia Cristina Xavier de; BAPTISTA, Bárbara Gomes Lupetti. Quais os limites da
aplicação das regras recursais do CPC/15 aos juizados especiais cíveis estaduais? In: GALINDO,
Beatriz Magalhães; KOHLBACH, Marcela (coords.). Recursos no CPC/2015: perspectivas, críticas e
desafios. Salvador: Juspodivum, 2017, p. 234.
a ampla defesa e o contraditório.11 Deve-se ter presente que o Estado deve assegurar
ao jurisdicionado o “acesso à ordem jurídica justa”12 , ou seja, além do acesso aos
tribunais e da inafastabilidade da jurisdição, deve preservar a tutela jurisdicional
adequada e efetiva, bem como as garantias do processo constitucionalmente
previstas.13 Entretanto, ainda segundo Cappelletti, Garth e Northfleet, é inevitável, no
que diz respeito ao acesso à justiça, que as “mudanças tendentes a melhorar o acesso
por um lado podem exacerbar barreiras por outro”14.
Um processo mais célere e menos custoso é consequentemente um
processo de menor empenho garantístico. Nos dizeres de Barbosa Moreira, “os dois
proveitos não cabem num saco” 15. Na realidade, a fim de ponderarem-se os valores
garantidos e adequar-se o procedimento à natureza material do direito pretendido,
melhor é dizer que, no que tange à celeridade, “o processo deve demorar o tempo
necessário e adequado à solução do caso submetido ao órgão jurisdicional” 16. Daí se
extrai que os litígios de menor complexidade prescindem de todas as formalidades e
de todos os mecanismos do procedimento comum.
Um dos princípios relativizados pela estrutura dos Juizados Especiais é o
duplo grau de jurisdição. Do texto da Lei 9.099/95 se extrai que, no âmbito dos
Juizados, é permitida somente a interposição de embargos de declaração (art. 48, com
a redação que lhe deu o CPC/2015), e de recurso inominado para a revisão das
sentenças, excetuando-se a homologatória de conciliação ou laudo arbitral (art. 41). O
sistema recursal dos Juizados Especiais, sobretudo dos Cíveis, portanto, está longe de
se equiparar à previsão de recorribilidade das decisões da Justiça Comum. E não
poderia ser diferente, uma vez que a dupla análise do mérito consome mais tempo do
Judiciário do que uma só, e a ampla recorribilidade, nesse contexto, atentaria contra

11
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant G.; NORTHFLEET, Ellen Gracie. op cit. p. 163.
12
WATANABE, Kazuo. Acesso à justiça e sociedade moderna: participação e processo. São Paulo:
RT, 1988. p. 128.
13
Neste sentido, CRUZ E TUCCI, José Rogério. Garantia do processo sem dilações indevidas. In:
Garantias constitucionais do processo civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999, p. 9. Tais
noções garantísticas, entretanto, não devem ser entendidas como absolutas no âmbito dos Juizados
Especiais, mesmo porque muitas delas se põem como contraditórias aos seus próprios princípios
norteadores.
14
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant G.; NORTHFLEET, Ellen Gracie. op cit. p. 29.
15
MOREIRA, José Carlos Barbosa. op. cit. p. 156.
16
Neste sentido, Didier afirma que não há uma garantia à celeridade, mas sim à duração razoável do
processo. DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil 1: introdução ao direito processual
civil e processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, v. 1. 2015. p. 96
os princípios da oralidade e da celeridade, instituídos expressamente como princípios
informadores do sistema dos Juizados Especiais .17
A despeito de os Juizados Especiais terem sido instituídos para solucionar
conflitos de menor complexidade, e das limitações legislativas quanto ao sistema
recursal, que daí decorrem, as decisões proferidas no âmbito dos Juizados têm sido
submetidas à apreciação dos já sobrecarregados Tribunais, por força da tendência de
ampliação da recorribilidade das decisões, de modo geral, inclusive por via de
18
sucedâneos recursais. Além da possibilidade de interposição de Recurso
Extraordinário em matéria constitucional, foi ampliada a ‘recorribilidade’ nos
Juizados também para se admitir Reclamação Constitucional contra decisões que
afrontem a jurisprudência do STJ, desvirtuando-se, de forma drástica, a sistemática
dos Juizados.
Há que se perguntar, finalmente, qual é, de fato, o objetivo dos Juizados
Especiais: pretende-se garantir um processo formal, assegurando-se todas as vias
recursais tal como no procedimento comum, sob a justificativa de se alcançar a -
ilusória - segurança jurídica, ou proporcionar verdadeiramente o acesso à justiça à
litigiosidade contida, o que, por consequência, remete a uma prestação jurisdicional
mais célere e tempestiva?19
Diante da percepção de uma suposta insuficiência do sistema recursal na
20
Lei dos Juizados Especiais Cíveis, tanto a jurisprudência quanto os fóruns
compostos por operadores do Direito de todo o país têm se mostrado atuantes na
tentativa disciplinar a matéria, ora ampliando as possibilidades de recorribilidade, ora
contendo os abusos resultantes de suas próprias percepções, de modo que a questão da
recorribilidade nos Juizados Especiais, ainda sem solução definitiva, se mostra de
grande relevância.

17
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela dos direitos mediante procedimentos diferenciados. São Paulo: Revista dos
Tribunais, v. 3, 2015. p. 312. Em contribuição ao argumento, Marinoni, Arenhart e Mitidiero afirmam
que a CF não prevê um duplo juízo sobre o mérito, como garantia fundamental. Nesse sentido: “o
duplo juízo, exatamente porque deixa de lado os benefícios da celeridade, absolutamente fundamental
para a efetividade do direito constitucional de acesso à justiça (que, afinal é a razão de ser da
instituição dos Juizados Especiais) – além da noção de tutela tempestiva e efetiva – não deve ser
pensado como princípio fundamental de justiça ao menos diante das causas de menor complexidade.
18
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. op. cit. p. 148 – 149.
19
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela dos direitos mediante procedimentos diferenciados. São Paulo: Revista dos
Tribunais, v. 3, 2015, p. 313.
20
SOUZA, Marcia Cristina Xavier de; BAPTISTA, Bárbara Gomes Lupetti. op. cit. p. 236.
3 O sistema recursal dos Juizados Especiais Cíveis a partir das Resoluções
12/2009 e 03/2016 do STJ

3.1 Da Reclamação Constitucional

Um ordenamento jurídico pode ser definido como um conjunto de


componentes destinados ao exercício da função jurisdicional, marcada pelo poder-
dever do Estado-Juiz de “declarar e executar os direitos conforme as pretensões que
lhe são formuladas, segundo os valores e princípios fundamentais estabelecidos na
Constituição Federal, garantindo o seu respeito efetivo no âmbito dos fatos, na vida
dos litigantes21”. Dentro dessa perspectiva, o Estado deve garantir ao jurisdicionado o
acesso a uma ordem jurídica justa, que se faz presente quando se assegura uma tutela
jurisdicional efetiva, tempestiva e adequada. Esta, segundo Kazuo Watanabe, não
prescinde da aplicação dos princípios fundamentais do processo civil, dentre os quais
a segurança jurídica e a isonomia. 22
É fundamental, nesse contexto, que a autoridade das decisões dos
tribunais seja preservada, dentro da lógica de superioridade hierárquica do Poder
Judiciário. Assim, “proferida uma decisão por órgão jurisdicional superior, os
tribunais inferiores e os juízes não podem desrespeitar a decisão ou rejulgar a questão,
devendo dar cumprimento ao decidido 23 ”. É nessa perspectiva que a Reclamação
Constitucional se apresenta como um importante instrumento para a preservação da
autoridade das decisões dos tribunais pátrios, garantindo, assim, a unidade da ordem
jurídica e a igualdade de todos perante o Judiciário.
A Reclamação Constitucional pode ser definida como uma ação autônoma
de impugnação 24 capaz de preservar a competência e garantir a autoridade das

21
LAMY, Eduardo de Avelar; RODRIGUES, Horácio Wanderlei. Teoria Geral do Processo. 3. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, p. 113.
22
WATANABE, Kazuo. Acesso à justiça e sociedade moderna: participação e processo. São Paulo:
RT, 1988. p. 128.
23
DAL MONTE, Douglas Anderson. Reclamação no novo CPC e garantia das decisões dos tribunais.
In: Panorama atual do novo CPC. 1. ed. Florianópolis: Empório do Direito, 2016. p. 79.
24
Muito se discute acerca da natureza jurídica da reclamação. A doutrina diverge em relação à sua
categorização entre recurso, ação autônoma de impugnação ou exercício do direito constitucional de
petição. Todavia, tal discussão não tem cabimento no presente artigo, tendo sido adotada a posição
majoritária da doutrina. Sobre tal tema, verificar: MOUZALAS, Rinaldo; ALBUQUERQUE, João
Otávio Terceiro B. de. A “nova” reclamação constitucional e seus impactos sobre a uniformização de
jurisprudência nos juizados especiais. In: Bruno Garcia Redondo; Welder Queiroz dos Santos;
Augusto Viníciues Fonseca e Silva; Leandro Carlos Pereira Valladares. (Org.) Juizados Especiais. 1.
Ed. Salvador: JusPodivm, 2015. p. 585-609.
decisões dos tribunais pátrios, conforme previsto no artigo 988 do CPC e nos artigos
102, I, “l” e 105, I, “f” da Constituição Federal25.

3.2 Reclamações em face de acórdãos prolatados pelas Turmas Recursais que


afrontem entendimento do Superior Tribunal de Justiça

No âmbito dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais, o instituto da


Reclamação ganha novos contornos e tem sua importância majorada, tendo em vista o
atípico sistema recursal de que antes se tratou.
Conforme apontado linhas acima, nos termos da Lei 9.099/95, nos
Juizados Especiais Cíveis Estaduais admite-se a interposição de apenas dois recursos:
o recurso inominado (semelhante à apelação do procedimento comum) e os embargos
de declaração. As decisões das turmas recursais, por sua vez, também podem ser
impugnadas por Recurso Extraordinário, nas hipóteses contempladas no artigo 102,
III, da Constituição Federal.
No que diz respeito ao STJ, sua jurisdição perante os Juizados Especiais
Cíveis Estaduais é afastada por norma constitucional. O artigo 105, III, da
Constituição Federal dispõe que o Recurso Especial somente é cabível contra decisões
proferidas por Tribunais. As turmas recursais, apesar de serem órgãos recursais
ordinários de última instância, não se qualificam como tribunais 26.
Há, assim, um vácuo quanto à uniformização da interpretação da
legislação infraconstitucional no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais 27 ,
tendo em vista a possibilidade de se proferirem decisões contrárias à interpretação da
lei federal dada pelo STJ. Instaurou-se uma situação sem precedentes de insegurança
jurídica, já que as turmas recursais não se viam vinculadas aos entendimentos
consolidados por essa Corte Superior.
Diante dessa problemática, no julgamento dos Embargos de Declaração
no Recurso Extraordinário 571.572, o Supremo Tribunal Federal decidiu pelo

25
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum, volume 2. 3. ed. rev. atual. e ampl.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017. p. 635.
26
A jurisprudência, tanto no STF quanto no STJ, firmou-se no sentido do não cabimento de recurso
especial contra decisões proferidas pelas turmas recursais dos juizados especiais (Súmula 201/STJ).
27
O mesmo não pode ser dito dos Juizados Especiais Federais e dos Juizados da Fazenda Pública,
tendo em vista que as Leis 10.259/01 e 12.153/09 preveem o cabimento de incidente de uniformização
de jurisprudência como forma de acessar o STJ, nos casos em que a decisão das Turmas de
Uniformização contrariarem súmula ou a jurisprudência dominante da Corte.
cabimento de Reclamação para o STJ de decisões proferidas pelas Turmas Recursais
dos Juizados Especiais Cíveis. “O fundamento do voto vencedor 28 , proferido pela
ministra Ellen Gracie, foi o da preservação da autoridade das decisões do STJ, na
qualidade de órgão constitucionalmente investido na função de preservar a
integridade das normas infraconstitucionais”. 29
Nesse contexto foi editada a Resolução nº 12/2009 do STJ, que
consolidou o cabimento de Reclamação destinada a dirimir divergência entre acordão
prolatado por Turma Recursal Estadual e a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça. Todavia, tão logo construído pela jurisprudência o cabimento de Reclamação
contra decisão de turma recursal e editada a Resolução nº 12/2009, o volume do
Reclamações aumentou significativamente. Isto porque, o instituto começou a ser
utilizado indiscriminadamente como novo meio de acesso às Cortes Superiores, ou
seja, como nova modalidade recursal. Desvirtuou-se, dessa forma, a Reclamação
como meio de garantir a preservação da autoridade das decisões dos tribunais. Tal
fenômeno acabou por sobrecarregar ainda mais o Superior Tribunal de Justiça .
Em resposta, no ano de 2016, no julgamento do Agravo Regimental
interposto contra a Reclamação 18.506/SP , entraram em debate as consequências
práticas da Resolução nº 12/2009, especialmente no que se referia ao bom
funcionamento do Superior Tribunal de Justiça. Ao fim das discussões, entendeu-se
pela nulidade do referido ato normativo.
De acordo com o voto do Ministro Luis Felipe Salomão, “o impacto do
referido ato normativo na realidade desta Corte impõe reflexão profunda, mormente
por já terem escoado cerca de 6 anos desde a decisão do Supremo Tribunal Federal, e
diante da inércia do legislador em dar andamento ao PLC 16/2007, oferecido pelo
Poder Executivo e ao PL 5.741/2013, oriundo de grupo de trabalho instituído no
âmbito do STJ, ambos buscando a criação da Turma Nacional de Uniformização de

28
Cite-se trecho do referido voto: “Entretanto, não existe previsão legal de órgão uniformizador da
interpretação da legislação federal para os juizados especiais estadual, podendo, em tese, ocorrer a
perpetuação de decisões divergentes da jurisprudência do STJ (...). Todavia, enquanto não for criada
turma de uniformização para os juizados especiais estaduais, poderemos ter a manutenção de decisões
divergentes a respeito da interpretação da legislação infraconstitucional federal (...). Desse modo, até
que seja criado o órgão que possa estender e fazer prevalecer a aplicação da jurisprudência do STJ, em
razão de sua função constitucional, da segurança jurídica e da devida prestação jurisdicional, a lógica
da organização do sistema judiciário nacional recomenda que se dê à reclamação prevista no artigo
105, I, f, da CF, amplitude suficiente à solução do impasse”.
29
JAYME, Fernando Gonzaga; LEROY, Guilherme Costa; SILVEIRA, Thamiris D’Lazzari.
Reclamação ao STJ de decisões proferidas pelos Juizados Especiais Cíveis estaduais: qui custodiet
ipsos custodes? Revista Direito GV. V. 12. N. 2. Maio-Agosto 2016. São Paulo. p. 472.
Jurisprudência dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal (...). Afinal, a
utilização, ainda que temporária, do manejo da reclamação diretamente ajuizada no
STJ, em se tornando regra, subverte tanto a lógica que preside o sistema dos juizados
especiais - que prima pela celeridade -, quanto a própria existência de Tribunal
Superior. (...). Destarte, reitera-se que a recomendação contida na decisão proferida há
6 anos, nos EDcl no RE 571.572, teve caráter excepcional e temporário e, certamente,
não anteviu a avalanche de reclamações que passaram a chegar a esta Corte Superior,
nem preconizou a expedição da Resolução STJ nº 12/2009, cujas disposições
transcendem, a meu juízo, o objetivo do STF à época” 30.
Assim, revogou-se a Resolução nº 12/2009, com a edição da Resolução
03/2016, por meio da qual derrogou-se às Câmaras Reunidas ou à Seção
Especializada dos Tribunais de Justiça a competência para processar e julgar as
Reclamações destinadas a dirimir eventual divergência entre acórdão prolatado por
Turma Recursal Estadual ou do Distrito Federal e a jurisprudência consolidada do
STJ31.

3.3 Da decisão do relator em Reclamação e sua recorribilidade: da vedação à


omissão
Dentre as diversas mudanças estabelecidas pela Resolução nº 03/2016
para o processamento da Reclamação, importa mencionar aqui a revogação do artigo
6º da Resolução nº 12/2009, que dispunha que “as decisões proferidas pelo relator são
irrecorríveis”. Na vigência dessa regra não havia dúvidas sobre a irrecorribilidade das
decisões monocráticas em sede de Reclamação Constitucional nos Juizados. Ocorre
que na nova resolução nada se menciona sobre a possibilidade de interposição de
agravo interno em sede de Reclamação. Diante disso, surgiram discussões
doutrinárias e jurisprudenciais sobre o cabimento de tal recurso.
A Emenda Regimental nº 22 do STJ revogou expressamente a Resolução
nº 12/2009. Todavia, diante da omissão da Resolução nº 03/2016, criou-se uma

30 Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental na Reclamação nº 18506. Agravante: Ministério


Público Federal Agravado: Banco Bradesco Financiamentos S/A. Relator: Min. Raul Araújo. Brasília,
27 de maio de 2016.
31
Apesar das inúmeras discussões que surgiram em relação à constitucionalidade da Resolução
03/2016 e seu conflito expresso com o artigo 988, § 1º, do CPC, tal artigo não tem por objeto discutir
essa questão, pressupondo-se aqui pela sua constitucionalidade. Sobre o tema, verificar: LEITÃO,
Eduardo Macedo. Inconstitucionalidade da Resolução STJ/GP 3/2016. Disponível em: <
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI241319,91041Inconstitucionalidade+da+resolucao+STJGP
+316>.
polêmica em torno da recorribilidade das decisões monocráticas dos relatores em sede
de Reclamação.
Na doutrina surgiram duas correntes. A primeira argumenta que a
proibição contida em uma lei revogada só se sustenta em caso de expressa
manutenção dessa vedação na lei revogadora . Dessa forma, a irrecorribilidade das
decisões monocráticas na Reclamação se manteria apenas se prevista na Resolução nº
03/2016 ou em outro dispositivo legal. Por outro lado, há aqueles que defendem que
uma proibição prevista em uma lei revogada só se desfaz com expressa disposição
legal. Neste caso, a irrecorribilidade seria mantida até que o legislador optasse por
prever, expressamente, o cabimento de agravo interno nas Reclamações.
A questão também pode ser analisada pelo viés do princípio da legalidade:
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei” (CF, art. 5º, II). Dessa forma, não tendo a lei proibido a interposição de agravo
interno, em sede de Reclamação, o particular não poderia ter seu direito restringido.
Nessa mesma linha, pela Teoria Geral dos Recursos, seria possível
concluir que o entendimento pelo cabimento da Reclamação na hipótese em exame
não fere nenhuma das normas basilares do sistema recursal, quais sejam: o duplo grau
de jurisdição, a taxatividade, a unirrecorribilidade, a fungibilidade, a colegialidade, e
a proibição da reformatio in pejus32. Pelo contrário, ao se entender pelo cabimento do
agravo interno contra as decisões monocráticas dos relatores, busca-se o resgate da
dialeticidade inerente ao sistema recursal, com fito na prestação jurisdicional
adequada e justa. Nesse sentido, Lucas Buril de Macedo argumenta: “cria-se, então,
um sistema de recorribilidade interna nos tribunais que é essencialmente dialético,
pretendendo que apenas novos debates judiciais sejam travados, com respostas
específicas a cada nova manifestação”33.
A despeito da incerteza sobre a questão, verifica-se que, ao menos sob o
viés da compatibilidade normativa com o sistema jurídico brasileiro, não haveria
óbices para a interposição de agravo interno na situação em exame. A partir desta
ótica, o uso desse instrumento em sede de Reclamação Constitucional nos Juizados

32
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum, volume 2. 3. ed. rev. atual. e ampl.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017. p. 517.
33
MACEDO, Lucas Buril de. Agravo interno. Análise das modificações legais e de sua recepção no
Superior Tribunal de Justiça. Revista de Processo. vol. 269. Ano 42. São Paulo: Ed. RT, julho 2017. p.
322.
Especiais Cíveis seria cabível, ainda que, como se verá, problemático do ponto de
vista dos princípios que norteiam essa face do Judiciário.

4 A ampliação dos poderes do relator e os contornos do Agravo Interno no


CPC/2015

Ao estruturarem-se os tribunais em colégios de julgadores, pretendeu-se


que as decisões ali proferidas fossem essencialmente fruto de deliberação conjunta,
qualificando-se a decisão sobre questões recursais, em contraposição às decisões
isoladamente adotadas pelos juízes singulares 34. Ainda que não seja possível concluir
peremptoriamente pela superioridade das decisões neste formato, a possibilidade da
discussão de teses, da contraposição de ideias, enfim, da solidificação da base sobre a
qual se edifica a decisão 35, garantiria um resultado menos propenso a erros e, em tese,
melhor.
Não obstante, em diversos casos a imposição de julgamento colegiado nos
tribunais cede espaço a outros valores, sobretudo à economia processual e à
celeridade do processo, também prestigiados pela Constituição 36 . Neste sentido, o
ordenamento prevê a possibilidade de que o relator dos recursos, aquele a quem
primeiro se apresenta o processo em grau recursal, profira decisões quanto ao seu
prosseguimento, inclusive no que diz respeito ao mérito.
A outorga ao relator da prerrogativa de julgar monocraticamente um
recurso se funda ou nos casos em que lhe faltar pressupostos necessários ao
processamento, ou nas hipóteses em que já haja entendimento consolidado sobre o
mérito37. A concentração de poderes no relator, portanto, tanto visa à adequação da
tutela jurisdicional e a promoção da economia processual, quanto à observância à
jurisprudência e aos precedentes.38

34
TALAMINI, Eduardo. Decisões individualmente proferidas por integrantes dos tribunais:
legitimidade e controle (agravo interno). Disponível em:
https://www.academia.edu/31174071/Decisões_individualmente_proferidas_por_integrantes_dos_tribu
nais_legitimidade_e_controle_agravo_interno_2001_. Acesso em: 27 de novembro de 2017.
35
MENDONÇA, Henrique Guelber de. O princípio da colegialidade e o papel do relator no processo
civil brasileiro. Revista Eletrônica de Direito Processual, v. 1, n. 1, 2016. 207 – 225. p. 210.
36
TALAMINI, Eduardo. op. cit.
37
VIOLIN, Jordão. Dupla conformidade e julgamento monocrático de mérito: os poderes do relator no
Código de Processo Civil. Revista de Processo, São Paulo, Ed. RT, v. 42, n. 267, p. 319-344, maio
2017. p. 319.
38
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum. São Paulo: Revista dos Tribunais, v.
2, 2017. p . 577.
O art. 932 do CPC trata, além dos poderes de direção e instrução
processual conferidos ao relator, da possibilidade deste, por decisão monocrática, não
conhecer ou julgar improcedente o recurso. O inciso III do referido dispositivo, além
de manter a possibilidade de não conhecimento pelo relator nos casos de recurso
inadmissível (visivelmente carente de qualquer pressuposto recursal, tais como
legitimidade recursal, tempestividade ou preparo) ou prejudicado (visivelmente
carente de interesse recursal) 39, passou a incluir a hipótese daquele que tenha deixado
de impugnar especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
Quanto ao exame do mérito recursal, o CPC prevê amplamente a
possibilidade de provimento ou desprovimento total ou parcial do recurso por decisão
monocrática do relator (art. 932, incisos IV e V).40 Neste ponto, quanto às hipóteses
de improcedência, acertada a opção do legislador ao substituir as expressões
“confronto com jurisprudência dominante” e “manifestamente improcedente”,
altamente vagas e subjetivas, pelas situações objetivas de contrariedade a
entendimento consolidado em súmula do STF, do STJ ou do próprio Tribunal;
acórdãos do STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos; ou entendimento
firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência41.
Essa tendência de alargar os poderes dos relatores teve início com as
reformas processuais promovidas na década de 90, nas quais o julgamento singular foi
estendido a todas as espécies de recursos e diversificaram-se as suas hipóteses de
cabimento. No CPC/2015 não se vislumbra qualquer desvio da “tendência de
descolegialização das decisões dos tribunais” 42 , de modo que parece, na realidade,
tratar-se de um caminho sem volta.
À medida em que se amplia a atribuição de poderes decisórios ao relator,
vê-se, simultaneamente, crescer a importância do agravo interno e a ampliação das

39
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.) et al. Breves comentários ao novo Código de Processo
Civil. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. p. 2324
40
NUNES, Jorge Amaury Maia. Poderes do Relator no CPC de 2015: tendência ou abuso?. Migalhas,
30 de agosto de 2016. Disponível em:
http://www.migalhas.com.br/ProcessoeProcedimento/106,MI244782,61044-
Poderes+do+relator+no+CPC+de+2015+Tendencia+ou+abuso. Acesso em 23 de novembro de 2017.
41
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.) et al. Breves comentários ao novo Código de Processo
Civil. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. 2325. Não obstante, o STJ aprovou a Emenda
Regimental nº 22, de 16 de março de 2016, para permitir que a “jurisprudência dominante” seja
novamente parâmetro para os julgamentos monocráticos, paralelamente aos demais critérios trazidos
pelo Código.
42
NUNES, Jorge Amaury Maia. op. cit.
hipóteses de recorribilidade por esta via.43 Eduardo Talamini sustenta que a atuação
isolada do relator submete-se a uma condicionante para que seja compatível com a
Constituição, sendo importante verificar se aquele correspondeu, na prática do ato que
44
lhe foi delegado, ao pretendido pelo órgão colegiado. As partes, portanto,
necessariamente terão de dispor mecanismo que permita a conferência, pelo
colegiado, do acertamento da decisão. Nesse sentido, o recurso de agravo interno,
cabível contra decisões monocráticas de relator, realizaria função de consubstanciar a
colegialidade nos tribunais.
Na vigência do CPC/1973, a despeito dos inconvenientes na disciplina do
agravo interno, o seu procedimento, na prática, se mostrava bastante ágil, visto que o
prazo para sua interposição era de cinco dias corridos da intimação da decisão do
relator; não se exigia a intimação do agravado para apresentar contrarrazões; e o
julgamento colegiado do recurso se dava “em mesa”, ou seja sem a necessidade de
sua inclusão em pauta. 45 Estas particularidades atribuíam significativa utilidade ao
agravo interno, na medida em que se tornava possível a correção célere de eventual
decisão anômala do relator.
O CPC/2015 ampliou as hipóteses de cabimento do recurso, sendo agora
admissível em face de quaisquer decisões que tenham por fundamento o art. 932,
independentemente do recurso de origem. Em outras palavras, permite o
questionamento em colegiado da decisão do relator, de forma genérica 46, inclusive em
Reclamação (art. 989). O novo Código, apesar destes benefícios, trouxe algumas
alterações que, ao que nos parece, comprometem muito a agilidade inerente ao agravo
interno, colocando em risco a tutela recursal célere e tempestiva.
A primeira e mais problemática questão referente ao novo procedimento
diz respeito ao prazo para a sua interposição, o qual foi consideravelmente ampliado
em relação à disciplina anterior, de cinco dias corridos para quinze dias - na linha da

43
MACÊDO, Lucas Buril de. Agravo interno: análise das modificações legais e de sua recepção no
Superior Tribunal de Justiça. Revista de Processo, São Paulo, Ed. RT, v. 42, n. 269, p. 311-344, jul.
2017. p. 312.
44
TALAMINI, Eduardo. op. cit.
45
PANTOJA, Fernanda Medina. Julgamento monocrático e agravo interno no novo CPC. Disponível
em: https://processualistas.jusbrasil.com.br/artigos/406876474/julgamento-monocratico-e-agravo-
interno-no-novo-cpc. Acesso em: 27 de novembro de 2017.
46
JOBIM, Marco Félix. A disciplina dos agravos no novo Código de Processo Civil. In: MACÊDO,
Lucas Buril de; PEIXOTO, Ravi; FREIRE, Alexandre (org.). Coleção novo CPC (LGL\2015\1656),
Doutrina Selecionada – Processo nos tribunais e meios de impugnação às decisões judiciais. 2. ed.
Salvador: Juspodivm, 2016, p. 906.
unificação dos prazos recursais - contados em dias úteis. 47
Recebido o agravo interno pelo relator, o novo Código passou a prever
que o juiz intimará a parte agravada para manifestar-se sobre o recurso em idêntico
prazo. Esta regra teria como única justificativa a necessidade de observância ao
princípio do contraditório. Nesse sentido era a crítica de Teresa Arruda Alvim,
quando da vigência do CPC revogado, o qual não previa possibilidade de
manifestação da contraparte: não é a ausência de contraditório que viabilizaria
processos mais céleres, “se isso é que está por trás da infeliz ideia de criar recursos
sem contraditório, e, o que é pior, suprimir o contraditório de recursos que o têm, por
razões inconsistentes e inconvincentes” 48.
Ocorre que, neste caso em específico, o processamento do agravo
compromete a celeridade do julgamento do recurso, uma vez que se processa em, em
média, 30 dias úteis (prazo para interposição somado ao prazo de exercício do
contraditório). Ademais, como observava Eduardo Talamini, quando recebido o
recurso pelo relator, ambas as partes já teriam tido a oportunidade de apresentar suas
razões atinentes aos pressupostos e ao mérito, quando da apresentação da própria peça
recursal e das contrarrazões, de modo que não haveria necessidade de se falar em um
contraditório específico no agravo interno.49
Outra modificação que prestigia o contraditório participativo e a
oralidade, mas que pode embaraçar o processamento do recurso, é a previsão da
impositiva inclusão em pauta de julgamento, inclusive com possibilidade de
sustentação oral no caso de Reclamação 50 , justamente a hipótese prevista para
questionamento de julgado de Turma Recursal nos Juizados Especiais Cíveis.
Como bem conclui Fernanda Medina Pantoja, as mencionadas
modificações procedimentais, apesar de benéficas do ponto de vista do contraditório,
tiveram inevitável impacto no tempo de julgamento do processo, valor tão caro à
Justiça, sobretudo no âmbito dos Juizados, o que em determinados casos chega a
desencorajar a própria interposição do recurso.51
Diante disso, o cabimento de agravo interno contra decisão de relator no
julgamento das já mencionadas Reclamações em face de acórdão de Turma Recursal
47
MACÊDO, Lucas Buril de. op. cit. p. 315.
48
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. rev., atual. e ampl. de acordo
com a nova Lei do Agravo (Lei 11.187/2005). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006. p. 552.
49
TALAMINI, Eduardo. op. cit.
50
MACÊDO, Lucas Buril de. op. cit. p. 316.
51
PANTOJA, Fernanda Medina. op. cit.
nos JEC’s, é questão controversa, cuja definição demanda, mais do que um juízo de
compatibilidade formal-normativa, reflexão acerca dos verdadeiros objetivos das
ferramentas de tratamento de causas de menor complexidade.

5 Conformidade da recorribilidade da decisão de relator por agravo interno ao


sistema dos Juizados Especiais: considerações pragmáticas sobre a
recorribilidade e celeridade

Diante das considerações feitas até então, percebe-se certa incongruência


entre o novo desenho do agravo interno dado pelo CPC/2015 e a ideia de acesso à
justiça, simplicidade e celeridade a que se propõem os Juizados Especiais.
Nesse cenário, com a entrada em vigor do CPC/2015 iniciou-se grande
discussão acerca da aplicabilidade das normas que regulam o processo na justiça
comum ao microssistema dos Juizados Especiais, muito em razão das várias novas
técnicas de tratamento de demandas que trouxe a lei processual. Há grande resistência
na recepção das normas de direito comum no que tange ao procedimento dos
Juizados, sob o argumento de uma suposta incompatibilidade sistêmica.
Guilherme Sokal ilustra a situação como se os Juizados estivessem em
uma espécie de luta contra a incidência do novo Código e contra todas as mudanças
que dele decorrem. A partir da defesa dos princípios reitores do sistema, tais como a
celeridade, informalidade, simplicidade e economia processual, dispostos no art. 2º da
Lei do JEC, se pretendem afastar indistintamente todas as normas que possam,
eventualmente, se opor a tais princípios 52.
No sentido de proteção da singularidade dos Juizados, o Fórum Nacional
dos Juizados Especiais (FONAJE), na primeira oportunidade, editou o enunciado 161,
no sentido de que considerado o princípio da especialidade, o CPC/2015 somente terá
aplicação ao Sistema dos Juizados Especiais nos casos de expressa e específica
remissão ou na hipótese de compatibilidade com os critérios previstos no art. 2º da
Lei 9.099/95. E, portanto, seria fácil argumentar pela não aplicação e não admissão do
agravo interno em Reclamações nos Juizados em defesa da celeridade, da economia
processual e da simplicidade do procedimento, com base, por exemplo, no enunciado
supracitado e no próprio art. 2º da Lei do JEC.

52
SOKAL, Guilherme Jales. A Nova Ordem Dos Processos no Tribunal: Colegialidade e Garantias no
CPC/15. Revista de Processo, São Paulo, Ed. RT, v. 272, p. 237-270, out. 2017. p. 258-259.
É evidente que o sistema recursal da justiça comum é, em si mesmo,
incompatível com a sistemática dos Juizados53. A ampla recorribilidade das decisões é
bastante problemática diante da necessidade de tutela tempestiva dos direitos da
população. O uso indiscriminado das Reclamações como se recursos fossem também
é questionável desse ponto de vista. Como visto, a Reclamação Constitucional não é
via recursal, mas tão somente um sucedâneo concebido para a proteção das decisões
dos tribunais e de sua competência, de modo que não deve ser admitida como simples
forma de viabilizar a reanálise do mérito.
Outrossim, a aplicabilidade do agravo interno, da forma como regulado no
CPC/2015, é manifestamente contrária às noções de celeridade e simplicidade, motivo
pelo qual poderá ser rejeitada por parte da doutrina mais protetiva do sistema de
Juizados, pelos Fóruns de discussão e até mesmo pelos tribunais. Os amplos prazos
para interposição e para a manifestação em contraditório, bem como a impositiva
inclusão em pauta de julgamento, inclusive com possibilidade de sustentação oral, são
modificações do desenho do agravo interno que não se conformam à previsão de
celeridade dos Juizados Especiais Cíveis.
Nesse problema em particular, entretanto, é de se reconhecer que, a
despeito das inconstitucionalidades e ilegalidades da Resolução 03/2016, o Superior
Tribunal de Justiça, por decisão política e pautada principalmente na sua insuficiência
quanto à incumbência de revisão de todos os acórdãos das Turmas Recursais, atribuiu
aos Tribunais de Justiça tal responsabilidade.
Uma vez que, ampliando-se o sistema recursal dos Juizados de forma
reconhecidamente artificial, foi admitida a possibilidade de Reclamação para os
Tribunais de Justiça e, sendo o procedimento da Reclamação, nesse âmbito, o do
Código de Processo Civil, iniciado pelo relator, há que se garantir ao jurisdicionado,
no mínimo, a possibilidade de revisão colegiada da decisão monocrática.
Ainda que, como visto, a figura do agravo interno seja deveras destoante
da sistemática dos Juizados e de seus princípios norteadores, há que se prezar pela
coerência do sistema recursal e pela colegialidade das decisões, admitindo-se o
mencionado recurso. Diante da vasta ampliação dos poderes da relatoria, sobretudo no
que se refere às decisões terminativas de mérito, é necessário que haja alguma

53
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela dos direitos mediante procedimentos diferenciados, volume 3. 2. ed. rev. atual. e
ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. p. 312.
garantia recursal em face destes pronunciamentos monocráticos, justamente para
conter eventuais arbitrariedades e incoerências no julgamento.

5.1 O entendimento jurisprudencial e doutrinário sobre o tema

Apesar da relevância do tema aqui tratado, a doutrina, até o momento, não


firmou posição sobre a questão, o que deixou o preenchimento da lacuna a critério dos
Tribunais de Justiça e do Superior Tribunal de Justiça. Estes, por sua vez, também não
pacificaram entendimento sobre o tema, deixando, muitas vezes, a discussão de
lado54.
Dentre os poucos julgados que analisaram especificamente o cabimento do
recurso, nota-se uma tendência pelo não recebimento do agravo interno, sob a
premissa da manutenção do disposto no artigo 6º da Resolução nº 12/2009, apesar da
sua revogação pela Emenda Regimental 22 do STJ, em 16 de março de 2016. Nesse
sentido, decidiu o STJ, em reclamação recebida dias após a revogação da resolução e
antes da derrogação da competência aos Tribunais de Justiça que “de acordo com o
disposto na Resolução nº 12/2009, são irrecorríveis as decisões proferidas pelo
Relator nas reclamações destinadas a solucionar divergência supostamente existente
entre acórdão do Juizado Especial Estadual e a jurisprudência desta Casa Superior 55”.
Todavia, mesmo nesses casos, os julgadores nada argumentaram sobre o
porquê da utilização de um dispositivo revogado como fundamento da decisão, visto
que a tendência é apenas mencionar a hipótese trazida pelo artigo 6º. Destarte,
percebe-se tratar-se de manifestação sem maior embasamento jurídico, de forma
inclusive atécnica, representando um grande risco para as garantias fundamentais do
processo.
Em outras oportunidades, a Corte manteve a restrição sob o fundamento
expresso de que a reclamação em questão teria sido recebida anteriormente à

54 Importante ressalvar que o STJ já decidiu que as reclamações distribuídas até 18/03/2016 continuam
sob a regência da Resolução-STJ nº 12/2009 e, com base nela, devem ser apreciadas. Nesse sentido, em
relação a tais ações, são irrecorríveis as decisões proferidas pelo relator. Veja-se: Superior Tribunal de
Justiça. Jurisprudência em Teses. Tese nº 10. Ed. n.º 89. Brasília, 20 de setembro de 2017.
55 Superior Tribunal de Justiça. Agravo Interno na Reclamação nº 30739. Agravante: Banco Safra S/A.
Agravado: Des. Eliana Raymundo Plaster. Relator: Min. Marco Aurélio Bellizze. Brasília, 30 de
novembro de 2016.
revogação da Resolução nº 12 de 2009, sendo, à época, ainda aplicável. 56 A posição, a
partir de uma interpretação a contrariu sensu, poderia também significar o fim da
proibição do uso do agravo interno uma vez afastada a incidência da resolução.
Nos Tribunais de Justiça, as primeiras manifestações a favor da
admissibilidade do recurso foram observadas nos Tribunais de Justiça do Rio Grande
do Sul57 e da Bahia 58, onde se admitiu o cabimento de agravo de instrumento em
Reclamação, sem entretanto considerar diretamente a revogação do artigo 6º da
Resolução 12/2009 do STJ.
Nesse mesmo sentido, finalmente, importante mencionar o Enunciado nº
464 do Fórum Permanente de Processualistas Civis, que dispõe que “a decisão
unipessoal (monocrática) do relator em Turma Recursal é impugnável por agravo
interno”. Assim, percebe-se, na doutrina, uma tendência de ampliação recursal no
âmbito dos Juizados Especiais, especialmente com o escopo de resguardar os
princípios da isonomia e da segurança jurídica.
Com base nessas premissas e a partir da argumentação exposta, parece-
nos adequado admitir o cabimento de agravo interno quando se discute divergência
entre acórdão prolatado por Turma Recursal Estadual ou do Distrito Federal e a
jurisprudência consolidada do STJ. A questão, no entanto, deverá ser objeto de
considerações mais apuradas no futuro, quando os Tribunais passarem a tratar de
forma exaustiva as reclamações interpostas já sob o novo regime da Resolução
03/2016 do STJ.

6 Conclusão

A título conclusivo, pode-se afirmar que, apesar de os Juizados Especiais


Cíveis Estaduais exigirem um nível de simplicidade e informalidade incompatível
com a ampliação do rol de recursos admitidos em seu sistema, é possível defender

56 Superior Tribunal de Justiça. Agravo Interno na Reclamação nº 25059. Agravante: : Banco


Bradesco Financiamentos S.A. Agravado: Josuel Alves de Melo. Relator: Min Maria Isabel Galotti.
Brasília, 09 de março de 2017.
57 Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Agravo Interno nº 70073176406. Agravante: Companhia
de Seguros Aliança. Agravado: 3ª Turma Recursal. Relator: Des. Paulo Roberto Lessa Franz. Porto
Alegre, 13 de setembro de 2017.
58 Tribunal de Justiça da Bahia. Agravo Regimental nº 0011270-50.2016.8.05.000/50000. Agravante:
Sul América Companhia de Seguro Saúde. Agravado: 14ª Turma Recursal. Relator: Des. Pilar Célia
Tobio Claro. Salvador, 23 de setembro de 2017.
uma exceção em relação à interposição de agravo interno em sede de Reclamação
Constitucional.
Como já mencionado, a Reclamação Constitucional assume um caráter de
suma importância no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais, tendo em vista
a impossibilidade de interposição de Recurso Especial em face de suas decisões. E
uma vez admitida a Reclamação, torna-se necessário o cabimento de agravo interno,
em vista da coerência do sistema recursal e da colegialidade das decisões.
Todavia, apesar da importância dessa questão, a discussão não possui
ainda grande visibilidade no cenário nacional, o que impossibilita uma análise prática
do tema. Dessa forma, resta apenas aguardar um posicionamento mais sólido da
doutrina e da jurisprudência sobre a matéria, observando-se, então, quais os interesses
preservados nesse cenário: se serão eles de um viés mais protetivo da celeridade e da
informalidade processual, com respaldo em uma jurisprudência defensiva, ou, então,
os que visem assegurar a isonomia e a colegialidade da revisão judicial.

7 Referências Bibliográficas

CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant G.; NORTHFLEET, Ellen Gracie. Acesso


à justiça. Fabris, 1988.

CRUZ E TUCCI, José Rogério. Garantia do processo sem dilações indevidas. In:
Garantias constitucionais do processo civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
1999.

DAL MONTE, Douglas Anderson. Reclamação no novo CPC e garantia das decisões
dos tribunais. In: Panorama atual do novo CPC. 1. ed. Florianópolis: Empório do
Direito, 2016.

DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil 1: introdução ao direito


processual civil e processo de conhecimento. Salvador: Jus Podivm, v. 1. 2015.

GENSLER, Steven S. Judicial case management: Caught in the crossfire. Duke Law
Journal, p. 669-744, 2010.

JAYME, Fernando Gonzaga; LEROY, Guilherme Costa; SILVEIRA, Thamiris


D’Lazzari. Reclamação ao STJ de decisões proferidas pelos Juizados Especiais
Cíveis estaduais: qui custodiet ipsos custodes? Revista Direito GV. V. 12. N. 2.
Maio-Agosto 2016. São Paulo.

JOBIM, Marco Félix. A disciplina dos agravos no novo Código de Processo Civil. In:
MACÊDO, Lucas Buril de; PEIXOTO, Ravi; FREIRE, Alexandre (org.). Coleção
novo CPC (LGL\2015\1656), Doutrina Selecionada – Processo nos tribunais e meios
de impugnação às decisões judiciais. 2. ed. Salvador: Juspodivm, 2016.

LAMY, Eduardo de Avelar; RODRIGUES, Horácio Wanderlei. Teoria Geral do


Processo. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

LEITÃO, Eduardo Macedo. Inconstitucionalidade da Resolução STJ/GP 3/2016.


Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI241319,91041
Inconstitucionalidade+da+resolucao+STJGP+316>.

MACEDO, Lucas Buril de. Agravo interno. Análise das modificações legais e de sua
recepção no Superior Tribunal de Justiça. Revista de Processo. vol. 269. Ano 42. São
Paulo: Ed. RT, julho 2017.

MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Acesso à justiça: Condicionantes legítimas e


ilegítimas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. 2. ed.

MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel.


Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017.

_____. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimentos
diferenciados, volume 3. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.

MENDONÇA, Henrique Guelber de. O princípio da colegialidade e o papel do


relator no processo civil brasileiro. Revista Eletrônica de Direito Processual, v. 1, n.
1, 2016. 207-225.

MOREIRA, José Carlos Barbosa. O futuro da justiça: alguns mitos. In: Revista da
Academia de Letras Jurídicas. v.15, n. 17, 2004. p. 153-164.

MOUZALAS, Rinaldo; ALBUQUERQUE, João Otávio Terceiro B. de. A “nova”


reclamação constitucional e seus impactos sobre a uniformização de jurisprudência
nos juizados especiais. In: Bruno Garcia Redondo; Welder Queiroz dos Santos;
Augusto Viníciues Fonseca e Silva; Leandro Carlos Pereira Valladares. (Org.)
Juizados Especiais. 1. Ed. Salvador: JusPodivm, 2015.

NUNES, Jorge Amaury Maia. Poderes do Relator no CPC de 2015: tendência ou


abuso?. Migalhas, 30 de agosto de 2016. Disponível em:
http://www.migalhas.com.br/ProcessoeProcedimento/106,MI244782,61044-
Poderes+do+relator+no+CPC+de+2015+Tendencia+ou+abuso. Acesso em 23 de
novembro de 2017.

PANTOJA, Fernanda Medina. Julgamento monocrático e agravo interno no novo


CPC. Disponível em:
https://processualistas.jusbrasil.com.br/artigos/406876474/julgamento-monocratico-e-
agravo-interno-no-novo-cpc. Acesso em: 27 de novembro de 2017.
SOKAL, Guilherme Jales. A Nova Ordem Dos Processos no Tribunal: Colegialidade
e Garantias no CPC/15. Revista de Processo, São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, v.
272, p. 237-270, out. 2017.

SOUZA, Marcia Cristina Xavier de; BAPTISTA, Bárbara Gomes Lupetti. Quais os
limites da aplicação das regras recursais do CPC/15 aos juizados especiais cíveis
estaduais? In: GALINDO, Beatriz Magalhães; KOHLBACH, Marcela (coords.).
Recursos no CPC/2015: perspectivas, críticas e desafios. Salvador: Juspodivum, 2017.

TALAMINI, Eduardo. Decisões individualmente proferidas por integrantes dos


tribunais: legitimidade e controle (agravo interno). Disponível em:
https://www.academia.edu/31174071/Decisões_individualmente_proferidas_por_inte
grantes_dos_tribunais_legitimidade_e_controle_agravo_interno_2001_. Acesso em:
27 de novembro de 2017.

VIOLIN, Jordão. Dupla conformidade e julgamento monocrático de mérito: os


poderes do relator no Código de Processo Civil. Revista de Processo: RePro, São
Paulo, v. 42, n. 267, p. 319-344, maio 2017.

WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.) et al. Breves comentários ao novo Código
de Processo Civil. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.

WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Os agravos no CPC brasileiro. rev., atual. e


ampl. de acordo com a nova Lei do Agravo (Lei 11.187/2005). São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2006.

WATANABE, Kazuo. Acesso à justiça e sociedade moderna: participação e


processo. São Paulo: RT, 1988.

_____. Juizado especial de pequenas causas: Lei 7.244, de 7 de novembro de 1984.


Editora Revista dos Tribunais, 1985.

S-ar putea să vă placă și