Sunteți pe pagina 1din 4

Por que a droga é uma droga?

Pesquisa mostra que esmola financia o uso de drogas das crianças de rua

Em um grande mutirão nacional, 565 crianças foram ouvidas em 10 capitais, no mais profundo retrato sobre
meninos de rua já feito no país.

Quantas são? Quem são? Por que elas abandonaram Quem está na rua, deixa de ir à escola. 11% são
a casa, a família? Você também já se fez essas perguntas analfabetos e 47% não completaram o quinto ano do
diante de uma criança de rua. O assunto é comovente, Ensino Fundamental.
importante e tema da reportagem especial de Marcelo Fantástico: Você sabe ler?
Canellas. Criança: Não.
Acho que viver na rua é você sentir na pele que você Fantástico: Sabe escrever?
não tem mais nada, que você tá no fundo do poço. Criança: Não.
Não há uma única grande cidade brasileira que não Fantástico: Você tem documento?
conviva com essa vergonha. Criança: Não. Vou tirar ainda.
Saem das suas comunidades e vêm refugiar-se nesse Qual o motivo de ir para a rua?
grande campo de refugiados aqui que é o centro de São Seis por cento dizem que é a violência doméstica.
Paulo. 9,8% fogem da miséria. 23% relatam conflitos na família.
“Por isso que a gente considera que eles são E 37% são atraídos pelas drogas. As drogas também são o
refugiados urbanos”, explica Lucas Carvalho, psicólogo principal motivo da permanência nas ruas para 54% dos
do projeto Quixote. meninos. Depois vem os conflitos na família: 18%.
Crianças ainda, ou mal saídos da infância, e já sem Criança: Uso só quando eu tenho dinheiro. Quando
esperança alguma. eu não tenho eu não uso não.
Fantástico: Que que cê acha que vai tá fazendo com Fantástico: E você consegue o dinheiro aonde?
18 anos? Criança: Ah, eu peço aos outros.
Jovem: Com 18 ainda é de menor ou maior? A pesquisa confirma: 53% dos meninos conseguem
Fantástico: Se fizer 18 já é maior. Até 18 é menor. dinheiro pedindo esmolas. 11%, vendendo mercadorias no
Jovem: Vai pro presídio. sinal.
Fantástico: presídio? Você acha que vai pra lá? O que significa que a esmola financia o uso de
Jovem: Vai, tio. Ó, ou vai para o presídio ou morre! drogas, pois 63% dos meninos gastam o dinheiro em
Por que eles estão na rua? bocas de fumo. E só 22% comprando comida. Mas a
Fantástico: Você tá com 14 anos, né? Com quantos grande surpresa da pesquisa rompe um preconceito.
anos você saiu a primeira vez de casa? “A população em geral acredita que esses meninos
Jovem: Com nove, dez, por aí. ou são órfãos, ou foram abandonados pelos pais, ou têm
Fantástico: Você lembra como é que foi esse dia? situações graves de violência praticada no contexto
Jovem: Eu fugi. familiar. Na verdade são conflitos apenas. Existe uma
Quantos são? Quem são? O que querem? família ali”, afirma Manoel.
Fantástico: Você não quer ficar na rua, quer? Só 8% são órfãos. 92% têm família. E 77%
Jovem: Não! Quero parar, quero mudar minha vida. consideram a mãe a pessoa que mais amam.
A ONU já falou em cinco milhões. O IBGE nunca Depois vem a avó, com 10% e o pai, com 7%.
contou. O fato é o que o número de meninos e meninas de Esse dado objetivo mostra claramente a importância
rua ainda é um grande mistério. da família. Ao contrário do que se pensava, nem todo
“Nós não sabemos quantas crianças, quem são elas, menino sem casa é um menino sem lar. Existe alguém
onde estão”, afirma Manoel Torquato, coordernador da esperando por ele, existe alguém procurando por ele.
campanha ‘Criança não é de rua’. Existem laços de afeto que nem a violência, nem a miséria
Em 2011, o governo pagou R$ 1,5 milhão para um e nem o desinteresse dos políticos conseguem romper.
instituto de pesquisa contá-los. “Quando eu acordo com o coração muito aflito, que
Mas no Maranhão, por exemplo, só acharam 23 é quando eu levanto e não falo pra ninguém aonde eu vou.
meninos. E o número apurado no Brasil inteiro, 23.973, Eu saio em busca dele”, conta a mãe de um jovem.
caiu em descrédito. Dez, doze horas por dia, zanzando por São Paulo.
Fantástico: Não adianta um pesquisador chegar com Fantástico: Onde que você procura?
uma prancheta na mão e fazer perguntas convencionais Mãe: Na cracolândia, no meio dos viciados.
pra uma criança de rua? Fantástico: Você encontra ele ali?
“Não adianta. Os educadores sociais, os técnicos, as Mãe: Às vezes, sim.
equipes que acompanham esses garotos e essas garotas, Mas nem todos os argumentos do mundo evitam
esses sim conseguem se aproximar”, responde Manoel. mais uma viagem perdida.
O projeto ‘Criança não é de rua’ preferiu uma “Ele já escapou pelos meus dedos que não dá para
pesquisa qualitativa, por amostragem, feita justamente por segurar mais. Ele já conheceu esse mundo de louco aqui
educadores. Num grande mutirão nacional, 565 crianças fora”, conta a mãe de um menor de São Paulo.
foram ouvidas em 10 capitais, no mais profundo retrato Mesmo assim, ela voltará amanhã para alimentar a
sobre meninos de rua já feito no país. mesma esperança de sempre.
A plataforma digital rua Brasil sem número, validada “Que ele desperte, acorde, abra os olhos e fale assim:
pela Universidade Federal do Ceará, descobriu que 87 % ‘não, hoje eu vou embora para a minha casa de vez’”,
das crianças e adolescentes de rua são negros ou pardos. E completa.
77% são do sexo masculino. “Às vezes eu piro, sabe? Às vezes eu fico falando
sozinha. Por quê? Eu me pergunto: no que eu errei? O que
eu tenho de fazer? Entendeu? Eu fico perdida”, diz a mãe você está protegida. Aqui eu posso te agarrar e falar: não,
de um jovem do Rio de Janeiro. aqui ninguém vai tocar em você’”, conta outra mãe.
Outra mãe já perdeu a conta das noites em claro. Talvez a saída esteja nelas mesmo.
“Ela é menina. Eu não consigo dormir, eu não Aí está, para os coordenadores da pesquisa ‘Criança
consigo comer, pensando onde está a minha filha”, não é de rua’, um caso em que um empurrãozinho do
lamenta. Estado teria recomposto a família com facilidade.
Os educadores da Associação Amar estão tentando “Dado uma atenção maior às famílias, esse motivo
ajudá-la. de ida para a rua vai diminuir drasticamente. E essa
Eles trabalham junto aos meninos que dormem na atenção à família não é foco das políticas públicas
rua, e tentam convencê-los a voltar para casa. praticadas hoje”, analisa Manoel Torquato.
Mas são muitos os casos em que crianças pequenas As iniciativas de estado têm se restringido ao
são informalmente adotadas por moradores de rua adultos. recolhimento forçado e o envio das crianças de rua
“São laços muito tênues, que se rompem muito fácil. para abrigos mantidos pelas prefeituras.
Basta acontecer um problema maior”, explica Roberto “Nós não queremos ninguém dormindo nas ruas do
José dos Santos, coordenador da Associação Amar. Rio de Janeiro. Nós achamos que a rua não é lugar para
Por isso o esforço de recompor as famílias de fato, ninguém dormir, seja criança ou adulto. E a gente quer
que ainda preservam laços de afeto, como o da que as pessoas recebam do poder público uma oferta de
adolescente que está sendo procurada pela mãe. solução para esse problema, digna, e que respeite o seu
Há cinco anos vivendo na rua, a garota de 14 anos direito”, diz Adilson Pires, Secretário de desenvolvimento
diz que não usa mais drogas. social do município do Rio de Janeiro .
Menina: Eu não tenho vício de nada, eu tenho vício O Projeto Quixote, de São Paulo, prefere apostar no
de rua. convencimento como estratégia de recomposição das
Fantástico: Vício de rua? O que é vício de rua? famílias. Foi assim que conseguiu algumas vitórias.
Menina: É querer, você querer ficar na rua, viver na “Ele não pensa mais em droga, ele não pensa mais
rua. em fugir”, diz a mãe de um jovem.
Ela acha que vício de rua se perde com a maior O garoto fez questão que a mãe conversasse conosco.
paixão: Ficou ao lado dela durante a entrevista, foi carinhoso o
Fantástico: Se eu fosse jogar basquete, aí eu ia me tempo todo, mas ainda mantém a temporada na rua na
distrair. sombra do silêncio.
Menina: Ah, esporte? Fantástico: Por que você resolveu sair?
Fantástico: É. Me distrair com alguma coisa. Porque Jovem: Não quero falar.
se eu ficar em casa só, vou pensar nas pessoas da rua, na Fantástico: Não quer? Tá bom. Não quer, não
rua. precisa falar.
O sonho dela é jogar com o ídolo Michael Jordan, o Também não é pra menos.
Pelé do basquete americano. “Era 24 horas na Luz, procurando ele. Uma vez um
Menina: Pra mim, parece que ele é feliz. usuário ia me furando, do cabo de um cachimbo, porque
Fantástico: Parece que ele é feliz, né? E você é? eu achei ele no meio do usuário”, desabafa a mãe do
Menina: Não. jovem.
Fantástico: Não? Por quê? Foram quatro anos de insistência.
Menina: Porque a rua não traz felicidade. “Teve um dia que o pai dele, no Natal do ano
A mãe, artesã que dá duro, mas ganha muito pouco, passado, o pai dele passou o ano novo na rua, procurando
mora numa comunidade que não tem nem água potável, ele, na Luz. Muito Natal e Ano Novo. Ele nunca passava
que dirá quadra de basquete. com a gente”, lembra a mãe.
“Eles precisam colocar coisas na cabeça desses Ficou três meses em uma clínica de desintoxicação.
jovens, entendeu? Um esporte, alguma coisa concreta, E já está há seis meses sem fugir de casa.
entendeu? Alguma coisa concreta”, diz a mãe de uma “Sempre eu pedia, né? Meu Deus, para guardar meu
jovem do Rio. filho. E ele me deu ele de volta, agora, são e salvo”,
Há carinho e reconhecimento de parte a parte. E cada comemora a mãe.
uma sabe de seus erros e fraquezas. Talvez a solução esteja nas próprias crianças. E em
“Eu que fui desobediente. Não foi minha mãe. Minha não aceitar mais como normal que elas não vivam a
mãe falou pra mim, minha mãe fala. Eu que vou e fujo plenitude da infância.
dela”, confessa uma menor. “Não é porque estamos lidando com vidas secas que
“Tudo o que eu preciso é que ela segure mais na sejam vidas ocas. As crianças têm, sim, muita potência.
minha mão, sabe? Fica comigo. Às vezes eu falo com ela Chega do que tá acontecendo, não é mais possível
como eu estou chorando agora: ‘fica comigo. Que aqui continuar acontecendo o que está”, diz o Lucas Carvalho,
do Projeto Quixote.

Fantástico. Rede Globo de Televisão. 2013.


Edição do dia 06/10/2013
06/10/2013 23h00 - Atualizado em 06/10/2013 23h51
Com base no texto acima, responda as seguintes questões.

1. O gênero do texto acima é

(A) poético.
(B) reportagem.
(C) romance.
(D) notícia.

2. Qual é o tema do texto?

3. Qual foi o tipo de público ouvido para a composição da reportagem?

4. Quem escreveu a reportagem? Em que veículo de comunicação ela foi publicada?

5. O psicólogo do projeto Quixote, Lucas Carvalho diz que “a gente considera que eles são refugiados urbanos”. O que você
entende pela expressão refugiados urbanos?

6. O texto diz que “em 2011, o governo pagou R$ 1,5 milhão para um instituto de pesquisa contar meninos e meninas que
moram na rua”. Dê sua opinião. É necessário gastar tanto dinheiro fazendo levantamento de moradores de rua? Justifique.

7. Que descoberta fez a Plataforma digital rua Brasil sem números, validada pela Universidade Federal do Ceará? O que você
acha desse resultado.

8. Segundo a reportagem, quais são as consequências de morar na rua?

9. Segundo a reportagem, quais são os principais motivos que levam crianças e adolescentes morarem nas ruas?

10. Na reportagem, uma criança diz que só usa drogas quando tem dinheiro. Considerando os dados apresentados na
reportagem, como é que meninos e meninas de rua financiam o vício?

11. Para o entrevistado, Manoel Torquato, “a população em geral acredita que meninos ou são órfãos ou são abandonados
pelos pais, ou têm situações graves de violência praticada no contexto familiar”. Na verdade, a pesquisa apresenta outros
motivos para o abandono dos lares. Quais são esses motivos? Aponte-os.

12. Para os coordenadores da pesquisa “criança não é de rua”, um caso em que um empurrãozinho do Estado teria recomposto
a família com facilidade. O que você entende pela expressão “empurrãozinho do Estado”?

13. Qual tem sido o método utilizado pelo Projeto Quixote em recompor o jovem morador de rua as suas famílias?

14. Você gostou dessa reportagem? Justifique.


Drogado da porteira (Os Seminovos) Vamos interpretar o texto
1. Segundo o eu lírico, o que ele via quando viajava
pelas estradas de Ouro Fino?
Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino
De longe eu avistava um menor fumando um pino
Que vinha abrir a porteira, depois vinha me pedindo 2. Com base na 1ª estrofe, informe o que o menino
Dinheiro pra comprar pão, claro que estava mentindo pedia ao eu lírico?

3. O que o menino dizia que iria fazer com o dinheiro?


Quando a Hillux brecava e a poeira ia baixando Ele cumpria com que falava?
Eu jogava uma moeda e ele saia pulando
Obrigado fazendeiro, que Deus lhe ajude bastante 4. Com base na 2ª estrofe, responda qual era a atitude
E corria na fissura pra encontrar um traficante do menino ao ganhar uma moeda?

5. O que você entende pela palavra “fissura”, presente


Nos caminhos desta vida muito mala eu encontrei no último verso da 2ª estrofe?
Mas esse foi um sacana, e o pior é que eu ajudei
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada o drogado eu não avistei 6. Na 3ª estrofe como o eu lírico se sente ao saber que
teria colaborado com o vício do menino? A 5ª e 6ª
estrofe confirma sua resposta? Justifique.
Apiei a caminhonete no ranchinho Beira-Chão
Vi uma mulher chorando quis saber qual a razão 7. Quais foram as consequências para o menino e para
Fazendeiro veio tarde meu filhinho veja só a sua família, segundo o relato do eu lírico na 4ª
Roubou todas nossas coisas e vendeu pra comprar pó estrofe?

8. Qual é a situação financeira do eu lírico? Justifique


Lá pras bandas de Ouro Fino cuidando da minha pastagem com versos do texto.
Quando passo na porteira até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
9. Como você acha que era a situação financeira da
Pra eu me lembrar do moleque sempre na maior viagem
família do menino?

A mãe com a casa vazia do pensamento não sai 10. No último verso da 4ª estrofe o eu lírico diz que viu
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais a porteira fechada e não avistou o menino drogado. O
Nem que ele me encha o saco e venha correndo atrás que você acha que aconteceu com o menino?
Moeda pra viciado, prometo não vou dar mais
11. O eu lírico se sente arrependido por ter dado
moedas ao menino? Justifique com base no texto.
A letra musical “Drogado da Porteira” do grupo
12. O que o menino fazia para sustentar o vício quando
musical “Os Seminovos” é uma paródia da canção
o eu lírico não lhe dava dinheiro?
sertaneja de “Sérgio Reis”, intitulada “Menino da
Porteira”. Isso quer dizer que “Os Seminovos” fazem
13. Na sua opinião, o que pode levar uma pessoa
uma relação com o texto poético de Sérgio Reis com a
experimentar as drogas?
intenção de denunciar o que tem acontecido
diariamente em todo o mundo. Esmolas têm financiado
14. Você acha que valeu a pena para o menino ter
o uso de drogas. Muitos usuários pedem dinheiro nas
experimentado as drogas? Justifique.
ruas com intenção de sustentar o vício. Muitos, quando
não conseguem o dinheiro através de esmolas, acabam
roubando e furtando.

S-ar putea să vă placă și