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BARTHES, ROLAND. Leçon. Paris: Seuil, 1978.

[BARTHES, ROLAND. Aula. Trad. Leyla Perrone-Moysés. São Paulo: Cultrix, 14ed.

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BARTHES, ROLAND. O prazer do texto. Trad. J. Guinsburg. São Paulo:


Perspectiva, 1978.
(itálicos sempre do autor; negritos sempre meus.)

Leçon.

“Cet objet en quoi s’inscrit le pouvoir, de toute éternité humaine, c’est: le langage – ou
por être plus précis, son expression obligée: la langue. La langage est une législation, la
langue est le code.” (p.12)

[“Esse objeto em que se inscreve o poder, desde toda eternidade humana, é: a linguagem — ou,
para ser mais preciso, sua expressão obrigatória: a língua. A linguagem é uma legislação, a
língua é seu código.” (p.12)]

p.14 – a língua como fascista não pelo que permite dizer, mas pelo que obriga a dizer.

“Mais à nous, que ni sommes ni les chevaliers de la foi ni des surhommes, il ne reste, si
je puis dire, qu’à tricher avec la langue, qu’à tricher la langue. Cette tricherie salutaire,
cette esquive, ce leurre magnifique, que permit d’entendre la langue sans-pouvoir, dans
la splendeur d’une révolution permanente du langage, je l’appelle pour ma part:
littérature.” (p.16) “Je puis donc dire indifférement: littérature, écriture ou texte.” (p.17)

[Mas a nós, que não somos nem cavaleiros da fé nem super-homens, só resta, por assim dizer,
trapacear com a língua, trapacear a língua. Essa trapaça salutar, essa esquiva, esse logro
magnífico que permite ouvir a língua fora do poder, no esplendor de uma revolução permanente
da linguagem, eu a chamo, quanto a mim: literatura.” (p.16) “Posso portanto dizer,
indiferentemente: literatura, escritura ou texto.” (p.16)]

“Ces forces de la littérature, je veux en indiquer trois, que je rengerai sous trois concepts
grecs: Mathésis, Mimésis, Sémiosis.” (p.17)

[“Dessas forças da literatura, quero indicar três, que colocarei sob três conceitos gregos:
Mathesis, Mimesis, Semiosis.” (p.17)]

“toutes les sciences sont présentes dans le monument littéraire. C’est en cela que l’on
peut dire que la littérature, quelles que soient les écoles au nom desquelles elle se
déclare, est absolutement, catégoriquement, réaliste: elle est la réalité, c’est à-dire la
lueur même du réel. Cependant, en cela véritablement encyclopédique, la littérature
fait tourner les savoirs, elle n’en fixe, elle n’en fétichise aucun; elle leur donne un
place indirecte, et cet indirect est précieux. D’une part, il permet de désigner des savoirs
possibles – insoupçonnés, inaccomplis: la littérature travaille dans les interstices de la
science: elle est toujours en retard ou en avance sur elle, semblace à la pierre de
Bologne, qui irradie la nuit ce qu’elle a emmagasiné pendant la journée, et par cette
lueur indirect, illumine le jour nouveau qui vient. (p.18) (...) le savoir qu’elle mobi-/lise
n’est jamais ni entier ni dernier; la littérature ne dit pas qu’elle sait quelque chose,
mas qu’elle sait de quelque chose; ou mieux: qu’elle en sait quelque chose – qu’elle en
sait long sur les hommes.” (pp.18-9)

[“todas as ciências estão presentes no monumento literário. É nesse sentido que se pode dizer
que a literatura, / quaisquer que sejam as escolas em nome das quais ela se declara, é
absolutamente, categoricamente realista: ela é a realidade, isto é, o próprio fulgor do real.
Entretanto, e nisso verdadeiramente enciclopédica, a literatura faz girar os saberes, não fixa,
não fetichiza nenhum deles; ela lhes dá um lugar indireto, e esse indireto é precioso. Por um
lado, ele permite designar saberes possíveis — insuspeitos, irrealizados: a literatura trabalha nos
interstícios da ciência: está sempre atrasada ou adiantada com relação a esta, semelhante à pedra
de Bolonha, que irradia de noite o que aprovisionou durante o dia, e, por esse fulgor indireto,
ilumina o novo dia que chega.” (pp.17-8) “o saber que ela mobiliza nunca é inteiro nem
derradeiro; a literatura não diz que sabe alguma coisa, mas que sabe de alguma coisa; ou
melhor; que ela sabe algo das coisas — que sabe muito sobre os homens.” (p.18)]

- lugares diferentes de fala: saber como enunciado (ciência) X enunciação (“letras”) (p.20)

“L’énoncé, objet ordinaire de la linguistique, est donné comme le produit d’une absence
de l’énonciateur. L’énonciation, elle, en exposant la place et l’énergie du sujet, voire
son manque (qui n1est pas son absence), vise le réel même du langage; elle reconnaît
que le langage est un immense halo d’implications, d’effets, de retentissements, de
tours, de retours, de redans; elle assume de faire entendre un sujet à la fois insistant et
irrepérable, inconnu et cependant reconnu selon une inquiétante familiarité: les mots ne
sont plus conçus illusoiremente comme de simples instruments, ils sont lancés comme
projections, des explosions, des vibrations, des machineries, des saveurs: l’écriture fait
du savoir une fête.” (p.20)

“O enunciado, objeto habitual da / linguística, é dado como o produto de uma ausência do


enunciador. A enunciação, por sua vez, expondo o lugar e a energia do sujeito, quiçá sua falta
(que não é sua ausência), visa o próprio real da linguagem; ela reconhece que a língua é um
imenso halo de implicações, de efeitos, de repercussões, de voltas, de rodeios, de redentes; ela
assume o fazer ouvir um sujeito ao mesmo tempo insistente e insituável, desconhecido e no
entanto reconhecido segundo uma inquietante familiaridade: as palavras não são mais
concebidas ilusoriamente como simples instrumentos, são lançadas como projeções, explosões,
vibrações, maquinarias, sabores: a escritura faz do saber uma festa.” (pp.19-20)

“La seconde force de la littérature, c’est sa force de représentation. Depuis le temps


anciens jusqu’aux tentatives de l’avant-garde, la littérature s’affaire à représenter
quelque chose. Quoi? Je dirais brutalement: le réel. Le réel n’est pas représentable, et
c’est parce que les hommes veulent sans cesse le repré-/senter par des mots, qu’il y a
une histoire de la littérature.” (pp.21-2) [cf. A câmara clara, noema da linguagem]

“A segunda força da literatura, é sua força de representação. Desde os tempos antigos até as
tentativas da vanguarda, a literatura se afaina na representação de alguma coisa. O quê? Direi
brutalmente: o real. O real não é representável, e é porque os homens querem constantemente
representá-lo por palavras que há uma história da literatura.” (p.21)

“on ne peut faire coïncider un ordre pluridimensionel (le réel) et un ordre


unidimensionel (le lengage). Or, c’est précisément cette impossibilité topologique à
quoi la littérature ne veut pas, ne veut jamais se rendre.” (pp.22)

“não se pode fazer coincidir uma ordem pluridimensional (o real) e uma ordem unidimensional /
(a linguagem). Ora, é precisamente a essa impossibilidade topológica que a literatura não quer,
nunca quer render-se.” (pp.21-2)

“Je disais à l’instant, à propos du savoir, que la littérature est categoriquement réaliste,
en ce qu’elle / n’a jamais que le réel pour objet de désir; et je dirais maintenant, sans me
contredire parce que j’emploi le mot dans son accepcion familière, qu’elle est tout aussi
obstinément: irréaliste; elle coit sensé le désir de l’impossible.” (pp.22-3) – “fonction
utopique” – Mallarmé: utopies de langage – “changer la langue”, mot mallaméen, est
concomitant de “changer le mond”, mot marxien: il y a une écoute politique de
Mallarmé, de ceux qui l’ont suivi et le suivent encore.” (p.23)

“Eu dizia há pouco, a respeito do saber, que a literatura é categoricamente realista, na medida
em que ela sempre tem o real por objeto de desejo; e direi agora, sem me contradizer, porque
emprego a palavra em sua acepção familiar, que ela é também obstinadamente: irrealista; ela
acredita sensato o desejo do impossível.” (p.22)

“On peut dire que la troisième force de la littérature, sa force proprement sémiotique,
c’est de jouer les signes plutôt que de les détruire, c’est de les mettre dans une
machinerie de langage, dont les crans d’arrêt et les verrous de sûreté ont sauté, bref c’est
instituer, au sein même de la langue servile, une véritable hétéronymie des choses.”
(p.28)
“Pode-se dizer que a terceira força da literatura, sua força propriamente semiótica, consiste em
jogar com os signos em vez de destruí-los, em colocá-los numa maquinaria de linguagem cujos
breques e travas de segurança arrebentaram, em suma, em instituir / no próprio seio da
linguagem servil uma verdadeira heteronímia das coisas.” (pp.27-8)
O prazer do texto.
“Outra coisa se passa, ligada sem dúvida a um outro sentido da palavra ‘representação’.
Quando, num debate, alguém representa qualquer coisa a seu interlocutor, não faz mais do que
citar o último estado da realidade, o intratável que existe nela.” (p.55)

“Por que essa curiosidade pelos pequenos pormenores: horários, hábitos, refeições, habitações,
roupas etc.? Será o gosto fantasmático da ‘realidade’ (a própria matéria do ‘isto existiu’)?”
(p.63)

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