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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2014.0000397990

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº


0148616-68.2010.8.26.0000, da Comarca de Araraquara, em que são apelantes
GERALDO LUIZ ASSUMPÇAO (ESPÓLIO) e ELZA SUELI ASSUMPÇAO
DA SILVA (INVENTARIANTE), são apelados NEYDE MARIA TORRES VAN
DEN BRANDEN (E OUTROS(AS)) e EDGARD PIERRI VAN DEN
BRANDEN.

ACORDAM, em 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de


Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao
recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


VITO GUGLIELMI (Presidente) e PAULO ALCIDES.

São Paulo, 3 de julho de 2014.

ANA LUCIA ROMANHOLE MARTUCCI


RELATOR
Assinatura Eletrônica
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Voto nº2019
Apelação nº 0148616-68.2010.8.26.0000
Comarca: Araraquara
Apelantes: Geraldo Luiz Assumpçao e Elza Sueli Assumpçao da Silva
Apelados: Neyde Maria Torres Van Den Branden e Edgard Pierri Van Den
Branden
Juiz prolator da sentença: Júlio César Franceschet

AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA.


Ação proposta pelo espólio, representado por
uma das filhas do de cujus. Sentença de extinção
sem resolução do mérito (Artigo 267, IV do
Código de Processo Civil). Pressuposto
processual. Falta de capacidade processual. Na
ausência de inventariante nomeado, quem
representa ativa e passivamente o espólio é seu
administrador provisório (Artigo 986 do Código
de Processo Civil). Ausência de qualquer indício
de que a herdeira presente nos autos seja a
administradora provisória do espólio, já que
comparece apenas em nome dos demais
herdeiros, segundo suas razões recursais.
Sentença mantida. Recurso improvido.

Trata-se de recurso de apelação interposto contra a r. sentença


de fls. 80/87, que julgou extinta ação de adjudicação compulsória, sem
conhecimento de mérito, com fundamento no Artigo 267, inciso IV, do Código de
Processo Civil. Ademais, em razão da sucumbência, a r. sentença condenou a
autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em
10% sobre o valor da causa atualizado, observada a concessão dos benefícios da

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Justiça Gratuita.

Inconformada, apela a autora (fls. 89/92), requerendo a


reforma da r. sentença, para que seja julgada procedente sua pretensão inicial, com
a inversão dos ônus sucumbenciais.

Houve resposta (fls. 108/111).

É o relatório.

O recurso não comporta provimento.

Inicialmente proposta por uma das herdeiras, a demanda


versa sobre o direito à adjudicação compulsória em benefício do espólio de
Geraldo Luiz Assumpção, tendo em vista que, em vida, o de cujus teria adquirido
imóvel cuja transferência definitiva foi recusada pelos réus.

Em síntese, assim decidiu o juízo a quo (fls. 83):

Inexiste nos autos qualquer documento hábil a transferir à


requerente o domínio do aludido bem deixado pelo falecido,
não é de se cogitar que à ela seja transferido o direito de
propositura da presente ação. Isto porque, nos termos do art.
12 c/c o art. 991, ambos do CPC, até que ocorra a partilha
referente aos bens objeto da herança, é o espólio,
representado pelo inventariante, que detém a legitimidade
ativa e passiva para estar em juízo, e essa prerrogativa,
decorrente de lei, não pode ser subvertida com o dito de
atender a interesses outros (...) assim, torna-se exigível que o
aludido imóvel passe a fazer parte do espólio. Neste caso, a
lei processual é específica e clara ao determinar quem seria
a parte legítima para requerer o bem descrito na exordial

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(...) a suplicante, portanto, é ilegítima para propor a presente


ação, sendo o espólio de Geraldo Luiz Assumpção a parte
legítima para requerer a liberação do bem deixado pelo de
cujus. Ocorre, porém que Elza Sueli não é inventariante,
sequer há notícias, nos autos, da abertura do inventário e
partilha. A representação, portanto, é inadequada e
irregular.

A r. decisão deu correta solução à lide, e deve ser mantida,


não apenas por seus próprios fundamentos.

O falecimento daquele que foi parte em compromisso de


compra e venda faz com que a parte legítima na demanda de adjudicação seja o
seu espólio, até que seja encerrada a partilha, evidentemente.

No caso presente, portanto, não há que se falar em


ilegitimidade de parte, afinal, apesar de ter sido inicialmente proposta por uma das
herdeiras individualmente, a petição inicial foi emendada (fls. 24), e houve
determinação do juízo a quo para que o polo ativo passasse a ser integrado pelo
espólio de Geraldo Luiz Assumpção (fls. 26).

O que ocorre, no caso, é a falta de capacidade processual,


pressuposto de validade do processo.

Curioso, na verdade, é que, no caso, tal pressuposto


dependeria de algum tipo de prova, o que não ocorreu. Explica-se.

Neste momento, em que inexiste inventário, a correta


representação do espólio seria feita por seu administrador provisório, que é quem
representa esta universalidade de bens enquanto não há inventariante nomeado e
compromissado (RT 52/246 e RT 596/87).
Esta determinação está expressa no Artigo 986 do Código de

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Processo Civil, veja-se:

Art. 986. O administrador provisório representa ativa e


passivamente o espólio, é obrigado a trazer ao acervo os
frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem
direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que fez
e reponde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa.

Vale dizer, é necessário admitir que mesmo antes da abertura


do inventário cabe ao administrador provisório a representação ativa e passiva do
espólio (NERY JUNIOR, Nelson, e ANDRADE NERY, Rosa Maria, Código
de Processo Civil comentado e legislação extravagante, 9ª edição, Editora
Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006, p. 1014).

Nos presentes autos, no entanto, a Sra. Elza Sueli Assumpção


da Silva não vem aos autos personificando esta figura jurídica do administrador
provisório prevista no Código de Processo Civil, mas sim em nome dos demais
herdeiros (fls. 90), sustentada em algum tipo de legitimidade extraordinária, ou
melhor, capacidade processual extraordinária não prevista na lei, o que não se
pode admitir.

Não se ignora que, comumente, a medida processual correta


no caso de ausência de um dos pressupostos processuais de validade não seria a
extinção do processo sem resolução de mérito, no entanto, a particularidade do
caso concreto impede que se adote medida de emenda à inicial ou prazo para
regularização da representação, tendo em vista que a própria circunstância em que
se encontra a universalidade de bens autora.

Por tais motivos, nega-se provimento ao recurso.

ANA LÚCIA ROMANHOLE MARTUCCI


Relatora

APELAÇÃO Nº 0148616-68.2010.8.26.0000 ARARAQUARA VOTO Nº2019 - 5/5

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