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Superior Tribunal de Justiça

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.271.338 - SC (2011/0188235-1)

RELATORA : MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI


AGRAVANTE : INSTITUTO DE DEFESA DOS CONSUMIDORES DE
CRÉDITO - IDCC
ADVOGADOS : TATIANE GERMANN - RS043338
MIGUEL ÂNGELO ETES MARTINS E OUTRO(S) - RS034891
AGRAVADO : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
PROCURADOR : HELOISA SABEDOTTI E OUTRO(S) - RS024852
EMENTA

AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


ASSOCIAÇÃO. CONSUMIDOR. CLÁUSULA ABUSIVA EM CONTRATO
BANCÁRIO. AUTORIZAÇÃO ESPECÍFICA DOS ASSOCIADOS. NECESSIDADE.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO 612.043/PR. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO
DE MÉRITO.
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento sob o regime da repercussão geral
(RE 573.232/SC), consolidou o entendimento de que as associações, por atuarem
como representantes processuais, necessitam de autorização específica, individual
ou assemblear, de seus associados, não bastando a mera autorização estatutária,
só podendo executar o título executivo judicial de ação coletiva aquele que autorizou
o ajuizamento da demanda.
2. Agravo interno a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo


interno, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Marco
Buzzi, Luis Felipe Salomão e Raul Araújo votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Impedido o Sr. Ministro Antonio Carlos Ferreira.

Brasília (DF), 03 de agosto de 2017(Data do Julgamento)

MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI


Relatora

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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.271.338 - SC (2011/0188235-1)

RELATÓRIO

MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI: INSTITUTO DE DEFESA


DOS CONSUMIDORES DE CRÉDITO - IDCC interpõe agravo interno contra a
decisão que deu provimento ao recurso especial interposto pela CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL S/A para indeferir a inicial e extinguir o processo sem
resolução de mérito em razão da inexistência de identificação dos associados
representados na inicial da ação civil pública, com fundamento no RE 573.232/SC,
julgado sob o regime da repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal (fls.
259/262).
O agravante sustenta que o julgado que fundamentou a decisão
agravada se refere especificamente à execução da ação coletiva, "não à demanda
de conhecimento" (fl. 269). Alega que a decisão agravada "ao afirmar que o IDCC,
para que tenha legitimidade para agir em nome de seus associados, deve
comprovar a expressa e individual autorização para atuar em juízo em defesa dos
direitos do associado, apontando pormenorizadamente em nome de quais filiados
pretende seja constituído o título judicial, viola a literalidade do disposto no art. 5º,
XXI da Constituição Federal, bem como viola a Repercussão Geral ditada pela
decisão proferida no Recurso Extraordinário 573.232 Santa Catarina" (fl. 270).
Afirma que "os sindicatos e associações, na qualidade de substitutos processuais,
detêm legitimidade para atuar judicialmente na defesa dos interesses coletivos de
toda a categoria que representam, sendo prescindível a relação nominal dos filiados
e suas respectivas autorizações, nos termos da Súmula 629/STF" (fl. 270). Requer,
ao final, o provimento do recurso.
Intimada, a agravada se manifestou pela manutenção da decisão
agravada (fls. 276/278).
É o relatório.

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VOTO

MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI (Relatora): Primeiramente,


cumpre transcrever a ementa do acórdão recorrido, proferida pela Terceira Turma
do Tribunal Regional Federal da 4ª Região à fl. 181:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CABIMENTO. INSTITUTO DE DEFESA


DOS CONSUMIDORES DE CRÉDITO. CUMULAÇÃO INDEVIDA DE
COMISSÃO DE PERMANÊNCIA COM ENCARGOS MORATÓRIOS.
DIREITO INDIVIDUAL HOMOGÊNEO E RELEVÂNCIA SOCIAL DO
DIREITO PERSEGUIDO.
A controvérsia em torno da legalidade da cumulação de comissão de
permanência com encargos moratórios, nos contratos de crédito
disponibilizados pela CEF, trazida ao Judiciário pelo Instituto de
Defesa dos Consumidores de Crédito - IDCC, merece trânsito por
meio da presente ação civil pública, porquanto amolda-se à
conceituação de direito individual homogêneo, de origem comum
(art. 81, III, do CPC), além de tratar-se de direito socialmente
relevante, em razão do número significativo de consumidores que
alcança.

A instituição financeira agravada sustentou, em seu recurso especial,


ofensa aos artigos 1º, 5º, V, "a" e "b", e 21 da Lei n. 7.347/1985, alegando a
ilegitimidade passiva da recorrida para o ajuizamento de ação cívil pública na defesa
de interesses individuais homogêneos de consumidores.
A decisão agravada reconheceu que "a legitimidade ativa de
associação civil de defesa do consumidor, preenchidos os requisitos legais, para
propor ação civil pública, com o escopo de declarar a nulidade de cláusulas de
contratos celebrados por instituições financeiras e congêneres" (AgRg nos EDcl no
REsp 754.773/RJ, Rel. Ministro PAULO FURTADO, TERCEIRA TURMA, DJe
27.10.2009).
E, quanto ao preenchimento dos requisitos legais, verificou que a
autora não observou a expressão "quando expressamente autorizadas" prevista no
art. 5º, XXI, da Constituição Federal, indeferindo a petição inicial e extinguindo o

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processo sem resolução de mérito, porquanto não identificados os associados
representados na inicial da ação civil pública, questão devidamente suscitada
preliminarmente em contestação.
É bem verdade que esta Corte entendia que as Associações detinham
legitimidade para defender judicialmente interesses coletivos, como substituto
processual, e não apenas de seus filiados, não exigindo, assim, a juntada da
relação nominal dos filiados e de autorização expressa.
Ocorre que, conforme demonstrado na decisão agravada, o Supremo
Tribunal Federal, no julgamento do RE 573.232/SC, sob o regime do art. 543-B do
CPC, entendeu que as balizas subjetivas do título judicial proferido em ação civil
pública promovida por associação, é definida pela representação no processo de
conhecimento com a autorização específica de seus associados representados e a
lista destes juntada à inicial.
A jurisprudência desta Corte, então, se alinhou ao posicionamento do
STF, passando a exigir o seu cumprimento.
No caso em exame, deve ser acolhida preliminar, suscitada pela ora
recorrente em contestação, de inépcia da inicial, ante a ausência de pressuposto de
constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. Como não há
associados substituídos, face à ausência de autorização, forçosa a adequação do
caso ao julgado proferido pelo STJ com repercussão geral, com a extinção do feito.
O recurso, na realidade, não trouxe nenhum elemento ou argumento
novo capaz de alterar a decisão agravada, que ora confirmo.
Em face do exposto, nego provimento ao agravo interno.
É como voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA

AgInt no
Número Registro: 2011/0188235-1 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.271.338 / SC

Números Origem: 200972000098216 50078591520104047200 SC-200972000098216


SC-50078591520104047200
PAUTA: 03/08/2017 JULGADO: 03/08/2017

Relatora
Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Ministro Impedido
Exmo. Sr. Ministro : ANTONIO CARLOS FERREIRA

Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS PESSOA LINS
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
PROCURADOR : HELOISA SABEDOTTI E OUTRO(S) - RS024852
RECORRIDO : INSTITUTO DE DEFESA DOS CONSUMIDORES DE CRÉDITO - IDCC
ADVOGADOS : TATIANE GERMANN - RS043338
MIGUEL ÂNGELO ETES MARTINS E OUTRO(S) - RS034891
ASSUNTO: DIREITO DO CONSUMIDOR - Contratos de Consumo - Bancários

AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : INSTITUTO DE DEFESA DOS CONSUMIDORES DE CRÉDITO - IDCC
ADVOGADOS : TATIANE GERMANN - RS043338
MIGUEL ÂNGELO ETES MARTINS E OUTRO(S) - RS034891
AGRAVADO : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
PROCURADOR : HELOISA SABEDOTTI E OUTRO(S) - RS024852

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do
voto da Sra. Ministra Relatora.
Os Srs. Ministros Marco Buzzi, Luis Felipe Salomão e Raul Araújo votaram com a Sra.
Ministra Relatora.
Impedido o Sr. Ministro Antonio Carlos Ferreira.

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