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Superior Tribunal de Justiça

AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.098.460 - AC (2017/0103666-3)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
ADVOGADOS : RUDOLF SCHAITL - TO000163B
GUSTAVO AMATO PISSINI - SP261030
MARINA BELANDI SCHEFFER - AC003232
GERSON OSCAR DE MENEZES JUNIOR - MG102568
ANDERSON PEREIRA CHARÃO E OUTRO(S) - SP320381B
AGRAVADO : FLÁVIA DE BARROS PIMENTEL
ADVOGADO : RODRIGO AIACHE CORDEIRO - AC002780
EMENTA
AGRAVO INTERNO EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
CADERNETA DE POUPANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS.
JANEIRO DE 1989. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXTRATOS DA
CONTA POUPANÇA. ALEGAÇÃO, EM SEDE DE EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO, QUE OS DOCUMENTOS ACOSTADOS AOS AUTOS
INDICAM QUE A EXEQUENTE NÃO TINHA CONTA POUPANÇA NO
PERÍODO DE JAN-FEV/1989, BEM COMO A IMPOSSIBILIDADE DE
SE UTILIZAR DADOS LANÇADOS PELA EXEQUENTE EM
"DECLARAÇÃO" DE IMPOSTO DE RENDA 1992 - ANO-BASE 1991.
VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC DE 1973 CONFIGURADA.
AGRAVO INTERNO PROVIDO.
1. A violação ao art. 535, I e II, do CPC de 1973 configurou-se no caso
dos autos, uma vez que, a despeito da oposição de embargos de
declaração - nos quais o recorrente aponta a existência de omissão -,
o Tribunal de origem não sanou o vício, não prestando
adequadamente a jurisdição.
2. Não tendo o Tribunal a quo apreciado a questão ventilada nos
embargos de declaração, no sentido de que os documentos acostados
aos autos demonstram que a exequente não possuía conta poupança
no período de jan-fev/1989, bem como a utilização de dados de
"Declaração" de Imposto de Renda 1992 - Ano-base 1991 - da
exequente, a despeito de sua relevância para o correto deslinde do
feito, verifica-se a ocorrência de violação ao art. 535 do CPC de 1973,
revelando-se necessário que o órgão julgador se manifeste sobre esse
tema, diante da indispensabilidade do seu exame para a solução do
litígio.
3. Agravo interno provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da Quarta Turma do


Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos votos e das notas
taquigráficas, por unanimidade, negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto
do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira
(Presidente), Marco Buzzi e Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª
Documento: 1643975 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/10/2017 Página 1 de 15
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Região) votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 10 de outubro de 2017(Data do Julgamento)

MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


Relator

Documento: 1643975 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/10/2017 Página 2 de 15
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.098.460 - AC (2017/0103666-3)

AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A


ADVOGADOS : RUDOLF SCHAITL - TO000163B
GUSTAVO AMATO PISSINI - SP261030
MARINA BELANDI SCHEFFER - AC003232
GERSON OSCAR DE MENEZES JUNIOR - MG102568
ANDERSON PEREIRA CHARÃO E OUTRO(S) - SP320381B
AGRAVADO : FLÁVIA DE BARROS PIMENTEL
ADVOGADO : RODRIGO AIACHE CORDEIRO - AC002780

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):


1. Cuida-se de agravo interno interposto por BANCO DO BRASIL S/A contra
decisão desta relatoria, que negou provimento ao agravo, sob os seguintes fundamentos:
(a) ausência de ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil de 1973, pois o eg.
Tribunal a quo dirimiu as questões pertinentes ao litígio, afigurando-se dispensável que
venha examinar uma a uma as alegações e fundamentos expendidos pelas partes; e (b)
a revisão da conclusão do acórdão proferido pela Corte de origem - no sentido de que " a
instituição bancária não carreou aos autos o documento de abertura de conta corrente ou
sequer a data de abertura da conta, ônus este atribuído ao banco apelado ante a
inversão do ônus da prova deferido à p. 20 dos autos" - demandaria o revolvimento do
conjunto fático-probatório carreado aos autos, providência que encontra óbice na Súmula
7/STJ.
Em suas razões, aduz o agravante que a Corte de origem não apreciou os
argumentos deduzidos em sede de embargos de declaração relativos a suposto erro de
fato na apreciação das provas, os quais demonstram a inexistência de conta poupança
na data indicada pela autora em sua peça inaugural.
Afirma que o julgamento proferido pela Tribunal de origem gerou situação
jurídica teratológica, pois, não obstante provada e demonstrada a inexistência de conta
poupança no período de janeiro-fevereiro de 1989, a exequente passou a ser credora de
valor que, em maio de 2014, totaliza R$ 933.141,56.
Requer a reconsideração da decisão agravada.
1.1. A parte agravada, na impugnação de fls. 763-771, aduz que "para
apreciar se houve ou não inércia do Banco é necessário o revolvimento probatório, com
análise de todo o caderno processual, desde o processo de conhecimento", a incidir o
óbice da Súmula 7/STJ.
Afirma que não está configurada a violação ao art. 535 do CPC de 1973,
Documento: 1643975 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/10/2017 Página 3 de 15
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porquanto o Tribunal local expôs adequadamente os motivos de sua decisão,
solucionando a controvérsia de acordo com as provas aportadas aos autos.
Ressaltam que a instituição financeira, intimada a apresentar extrato
referente ao mês de janeiro/1989, colacionou aos autos extrato que indicava a
inexistência de saldo no mês de dezembro/1989, salientando que "a instituição bancária
detém meios tecnológicos para buscar o comprovante de abertura da conta, mas mesmo
assim insiste em não fazê-lo".
Postula o não provimento do agravo interno e a condenação da parte
agravante em honorários de sucumbência recursal, com base no art. 85, § 1º, do CPC.
É o relatório.

Documento: 1643975 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/10/2017 Página 4 de 15
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AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.098.460 - AC (2017/0103666-3)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO


AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
ADVOGADOS : RUDOLF SCHAITL - TO000163B
GUSTAVO AMATO PISSINI - SP261030
MARINA BELANDI SCHEFFER - AC003232
GERSON OSCAR DE MENEZES JUNIOR - MG102568
ANDERSON PEREIRA CHARÃO E OUTRO(S) - SP320381B
AGRAVADO : FLÁVIA DE BARROS PIMENTEL
ADVOGADO : RODRIGO AIACHE CORDEIRO - AC002780

EMENTA
AGRAVO INTERNO EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
CADERNETA DE POUPANÇA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS.
JANEIRO DE 1989. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXTRATOS DA
CONTA POUPANÇA. ALEGAÇÃO, EM SEDE DE EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO, QUE OS DOCUMENTOS ACOSTADOS AOS AUTOS
INDICAM QUE A EXEQUENTE NÃO TINHA CONTA POUPANÇA NO
PERÍODO DE JAN-FEV/1989, BEM COMO A IMPOSSIBILIDADE DE
SE UTILIZAR DADOS LANÇADOS PELA EXEQUENTE EM
"DECLARAÇÃO" DE IMPOSTO DE RENDA 1992 - ANO-BASE 1991.
VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC DE 1973 CONFIGURADA.
AGRAVO INTERNO PROVIDO.
1. A violação ao art. 535, I e II, do CPC de 1973 configurou-se no caso
dos autos, uma vez que, a despeito da oposição de embargos de
declaração - nos quais o recorrente aponta a existência de omissão -,
o Tribunal de origem não sanou o vício, não prestando
adequadamente a jurisdição.
2. Não tendo o Tribunal a quo apreciado a questão ventilada nos
embargos de declaração, no sentido de que os documentos acostados
aos autos demonstram que a exequente não possuía conta poupança
no período de jan-fev/1989, bem como a utilização de dados de
"Declaração" de Imposto de Renda 1992 - Ano-base 1991 - da
exequente, a despeito de sua relevância para o correto deslinde do
feito, verifica-se a ocorrência de violação ao art. 535 do CPC de 1973,
revelando-se necessário que o órgão julgador se manifeste sobre esse
tema, diante da indispensabilidade do seu exame para a solução do
litígio.
3. Agravo interno provido.

VOTO

O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):


2. A irresignação merece prosperar.
Documento: 1643975 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/10/2017 Página 5 de 15
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Nos termos da clara redação do art. 535 do CPC de 1973, os embargos de
declaração se prestam a sanar contradição ou obscuridade (inciso I) ou, ainda, omissão
sobre ponto acerca do qual deveria pronunciar-se o decisório embargado (inciso II).
Da doutrina processualista, extrai-se que a obscuridade consiste na falta de
clareza da decisão impugnada, sendo que, diante da função precípua do pronunciamento
judicial de emprestar certeza às relações litigiosas que calham às suas portas, não se
admitem decisões judiciais não-unívocas.
De sua vez, verifica-se a contradição quando no acórdão se incluem
proposições entre si inconciliáveis. Nos termos do magistério de Barbosa Moreira:

Verifica-se este defeito quando no acórdão se incluem proposições


inconciliáveis. Pode haver contradição entre proposições contidas na
motivação (exemplo: a mesma prova ora é dita convincente, ora
inconvincente), ou entre proposições da parte decisória, isto é,
incompatibilidade entre capítulos do acórdão: v.g. anula-se, por vício
insanável, a sentença definitiva apelada e, em seguida, julga-se o mérito da
causa, quando logicamente se deveria determinar a restituição ao órgão
inferior, para sentenciar de novo; ou declara-se inexistente a relação jurídica
prejudicial (deduzida em reconvenção ou em ação declaratória incidental),
mas condena-se o réu a cumprir a obrigação que dela necessariamente
dependia; e assim por diante. Também pode ocorrer contradição entre
alguma proposição enunciada nas razões de decidir e o dispositivo: por
exemplo, se na motivação se reconhece como fundada alguma defesa
bastante para tolher a pretensão do autor, e no entanto se julga procedente o
pedido.
(Comentários ao Código de Processo Civil. v. 5. Rio de Janeiro: Forense,
2011, p. 553)

3. Consoante apontado na decisão ora agravada, o Tribunal de origem


concluiu, com base em documento juntado pela instituição financeira ora agravante, que
não ficou efetivamente demonstrado a inexistência de conta poupança, de titularidade da
ora agravada, em janeiro de 1989, como se vê do seguinte trecho:

[...]
(...) o documento encartado aos autos - extrato bancário - não configura
documento hábil a comprovar a inexistência da conta poupança em nome da
autora, no mês de janeiro de 1989, pois, embora encontrando-se "zerada" no
dia 31.12.89, o saldo objeto da pretensão é o de janeiro de 1989.
Sobreleva neste aspecto, a insistência da d. Juíza de Direito condutora do
feito, na busca da verdade real, tanto que, por diversas vezes, facultou à
instituição financeira encartar aos autos o extrato bancário relativo ao mês de
janeiro de 1989, ou a comprovação de abertura da conta após a data
indicada na inicial.
Portanto, visando demonstrar que a conta existia ao tempo dos fatos a
instituição bancária não carreou aos autos o documento de abertura de conta
corrente ou sequer a data de abertura da conta, ônus este atribuído ao banco
Documento: 1643975 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/10/2017 Página 6 de 15
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apelado ante a inversão do ônus da prova deferido à p. 20 dos autos.
Ademais, cediço que é dever das instituições financeiras/bancos a guarda e
conservações dos documentos pelo período prescricional de suas
obrigações, não estando prescrito o direito da exequente de perseguir os
expurgos que lhe eram devidos, também persiste o dever de guarda do
banco executado.
[...]
(fls. 330-331)

Ademais, a Corte a quo assentou como "incontroverso" o valor de NCz$


27.075,08 para o mês de janeiro/1989, nos seguintes termos:

[...]
No que tange ao excesso de execução alegado pela instituição financeira em
sede de impugnação ao cumprimento de sentença, neste aspecto, os
cálculos de atualização elaborados pela Contadoria Judicial utilizaram os
índices de atualização monetária previstos, determinados na sentença
exequenda (pp. 63/67). Ademais, o Banco Apelado não se desincumbiu do
ônus legal de provar que a adoção de tais índices de atualização monetária
estaria em dissonância com o comando da deliberação judicial.
Destarte, ressai a importância da impugnação ao cumprimento de sentença
apresentada pelo Banco Apelado tornando incontroverso o valor nominal de
NCz$ 27.075,08 (vinte e sete mil, setenta e cinco cruzados novos e
oito centavos).
[...]
(fl. 331)

Nos embargos de declaração opostos em 9/3/2016 (fls. 526-532), o banco


ora agravante apontou que não se manteve inerte à apresentação de documentos,
acentuando que a Câmara julgadora se olvidou no exame do documento de fl. 43 a 50, o
qual atesta a inexistência de conta poupança de titularidade da exequente no período de
janeiro/fevereiro de 1989. Frisou, ademais, que a autora da ação "informa não ter como
informar o saldo de sua conta, sendo que o único documento que apresenta, é uma
menção à caderneta em uma declaração de imposto de renda de momento posterior (ano
base - ano calendário)", defendendo, assim, não ser "prova hábil a constituir o saldo (...)".
Colacionou precedente judicial no sentido de que "anotações realizadas pelo próprio
correntista no documento de 'controle pessoal de saldo' não são cabíveis à comprovação
de saldo positivo no período pertinente, mormente porque as diferenças pleiteadas
deram-se a partir do ano de 1990 e seguinte".
Os embargos de declaração foram rejeitados pelo acórdão de fls. 547-552,
prolatado em 12/4/2016, por entender ausentes os vícios apontados.
Observa-se que, não obstante a oposição dos embargos de declaração de
fls. 526-532, o Tribunal de origem não emitiu pronunciamento acerca de documentos já
Documento: 1643975 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/10/2017 Página 7 de 15
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constantes nos autos, que demonstram a inexistência de conta poupança da exequente
no período de janeiro-fevereiro de 1989.
Com efeito, a Corte local apenas apreciou a alegação de inexistência de
conta poupança tendo em consideração o documento de fl. 135, não se pronunciando
especificamente sobre os documentos às fls. 43-50, notadamente a informação
reproduzida à fl. 45, no sentido de que, no período de fev./1989, não foi localizada conta
poupança de titularidade da exequente.
Ademais, o Tribunal a quo não se pronunciou sobre a impossibilidade de se
adotar o valor constante em declaração de imposto de renda, sendo certo que esse
argumento também se revela relevante no caso dos autos, quando se vê que a
controvérsia está circunscrita à existência ou não de conta poupança e no eventual saldo
em janeiro/fevereiro de 1989.
Isso porque a "Declaração" acostada às fls. 112-116, além de apresentar
algumas rasuras, é relativa à "Declaração de Rendimentos 1992 - Ano-Base 1991". E o
valor utilizado no cálculo elaborado pela exequente à fl. 110 - 132.255,19 - está lançado
na coluna "ANO DE 1990 - Cr$", como se vê à fl. 114. Entretanto, o que se busca é o
valor depositado em eventual conta poupança no período de janeiro-fevereiro de 1989, a
indicar que não se trata de valor incontroverso, tal como afirmado pelo Tribunal de
origem.
Tendo isso em conta, há verossimilhança na alegação de teratologia na
espécie, pois, no cálculo de fl. 110, a parte exequente afirma que estava depositado
"132.255,19" e que a diferença do expurgo inflacionário era de "27.075,08" (valor utilizado
no acórdão). O cálculo da contadoria judicial às fls. 173-177, ao elaborar a correção
monetária dessa quantia - "NCz$ 27.075,08" - a partir de 1º/2/1989, aponta, no mês de
dez./1990, o valor de "Cr$ 7.833.001,93" (fl. 173).
Ou seja, essa diferença de NCz$ 27.075,08, corrigida monetariamente a
partir de 1º/2/1989, corresponde a quase 60 vezes mais (Cr$ 7.833.001,93 / 132.255,19)
o valor que a parte exequente, na "Declaração" de fls. 112-116, anotou que tinha em
conta poupança em dez./1990 - vale relembrar: 132.255,19 (fl. 114), de sorte que essas
incongruências merecem ser esclarecidas.
Desse modo, recusando-se a Corte de origem a se manifestar sobre a
questão federal, fica obstaculizado o acesso à instância extrema, cabendo à parte
vencida invocar, como no caso, a infringência ao art. 535 do CPC de 1973, a fim de
anular o acórdão recorrido, para que o Tribunal a quo supra a negativa de prestação
jurisdicional existente.

Documento: 1643975 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/10/2017 Página 8 de 15
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Confiram-se, por oportuno, os seguintes precedentes:

PROCESSUAL CIVIL. ACOLHIMENTO DE EXCEÇÃO DE


PRÉ-EXECUTIVIDADE. ARBITRAMENTO DE HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. VALOR EXCESSIVO. QUESTÕES RELEVANTES.
AUSÊNCIA DE VALORAÇÃO. OMISSÃO CONFIGURADA.
[...]
4. No que diz respeito à pretensão recursal do ente fazendário, merece
acolhimento a tese de violação do art. 1.022 do CPC/2015.
5. Com efeito, em seus aclaratórios, a Fazenda Nacional apontou omissão do
órgão colegiado em estabelecer as premissas fáticas que justificariam a
excessiva - em seu modo de ver - majoração da verba honorária, pois este
deixou de consignar que a atividade do advogado teria sido simples,
limitando-se ao protocolo de singela petição informando que o débito estava
suspenso em razão de depósito integral realizado na Ação Anulatória
ajuizada antes da Execução Fiscal.
6. No acórdão que definiu a majoração da verba honorária, constata-se que o
voto condutor realmente foi lacônico, registrando apenas (fl. 643, e-STJ):
"Tendo em conta o princípio da equidade e, ainda, o grau de zelo do
profissional vencedor da demanda, e, especialmente, o valor atribuído à
presente causa (que supera R$ 8 milhões de reais), entendo ser caso de
majorar os honorários advocatícios de sucumbência para R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais)".
7. A argumentação fazendária ganha maior relevância quando se constata
que o juízo de primeiro grau expressamente indicou as circunstâncias fáticas
que justificariam o arbitramento dos honorários em R$10.000,00 (dez mil
reais): "(...) impõe-se a condenação da Fazenda Nacional em honorários
advocatícios, os quais, entretanto, devem ser fixados em quantia módica, por
tratar-se de mero incidente (e não ação autônoma), solucionado sem grandes
delongas, sem dilação probatória ou mais petições de parte da excipiente, de
cujo procurador não foi exigido grande trabalho.
Ademais, a Fazenda já será condenada ao pagamento de honorários no
âmbito da ação anulatória, em caso de procedência. Como corolário, não se
pode tomar como critério para fixação dos honorários o valor da execução
(R$8.316.903,00), como ocorreria se esta fosse extinta por inexistência do
crédito fazendário, até porque resultaria em quantia desproporcional. Neste
feito não se decidiu sobre a validade em si do crédito, mas tão só sobre sua
exigibilidade".
8. Recurso Especial parcialmente provido, com devolução dos autos para
novo julgamento dos aclaratórios.
(REsp 1661018/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 18/04/2017, DJe 02/05/2017)
___________
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO
DO ARTIGO 1022 DO CPC/15. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. TRIBUNAL DE
ORIGEM NÃO SE PRONUNCIOU DE MANEIRA SATISFATÓRIA SOBRE O
TEMA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. O Tribunal de origem não se pronunciou suficientemente acerca do tema
suscitado pelo agravado nos embargos de declaração (fls. 300-303),
referente ao não reconhecimento, pelo STJ, da ocorrência de sucessão
universal entre o HSBC e o Banco Bamerindus. Assim, resta caracterizada a
afronta ao artigo 1022 do NCPC/15.
2. A Jurisprudência desta Corte Superior possui entendimento no sentido de
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não reconhecer a ocorrência de sucessão universal entre o HSBC e o Banco
Bamerindus, uma vez que a titularidade dos passivos deve ser efetivada em
cada caso concreto. Precedentes desta Corte.
3. Agravo interno não provido.
(AgInt no AREsp 1044406/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 25/04/2017, DJe 05/05/2017)
____________
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. CONFIGURADA VIOLAÇÃO DO
ART. 1.022 DO CPC/2015. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. RETORNO DOS
AUTOS À ORIGEM.
1. O Tribunal de origem, ao dirimir a controvérsia dos autos, consignou
(fls. 435, e-STJ): "a partir da nova redação dada pela EC 30/2000 ao § 1º
do artigo 100 da Constituição Federal, o que se manteve com o advento
da redação conferida ao citado dispositivo pela EC 62/2009, o trânsito em
julgado passou a constituir pressuposto inadiável dos pagamentos
fazendários sujeitos ao regime do precatório (...)".
2. Nota-se que a Corte a quo asseverou seu entendimento com lastro em
fundamento de índole exclusivamente constitucional. No entanto, verifica-se
que a matéria em discussão nestes autos tangencia o direito
infraconstitucional, e os ora recorridos, de maneira oportuna, aventaram a
possibilidade de analisar questões contidas em leis federais. Porém, a
instância de origem quedou-se inerte em relação às alegações trazidas.
3. Deve-se reconhecer, portanto, a existência de omissão no acórdão
impugnado - daí a necessidade de que seja proferido novo julgamento dos
Embargos, analisando-se, desta vez, os pontos apresentados pelos
recorridos.
4. Agravo Interno não provido.
(AgInt no REsp 1630779/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 09/03/2017, DJe 20/04/2017)
____________
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO
ESTADUAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC CONFIGURADA.
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA
DE EXAME DAS QUESTÕES DE FATO E DE DIREITO DA CAUSA.
TRANSCRIÇÃO PELO ACÓRDÃO ESTADUAL DE OUTRA RELAÇÃO
PROCESSUAL SIMILAR. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS ACOLHIDOS
COM EFEITOS INFRINGENTES.
1. Os embargos de declaração são cabíveis para a modificação do julgado
que se apresenta omisso, contraditório ou obscuro, bem como para sanar
possível erro material existente na decisão.
2. No acórdão embargado, manifestei-me no sentido de que o Tribunal a quo
teria enfrentado toda a matéria posta em debate, ao dispor que a pretendida
reversão do servidor seria impossível, porque teria decaído o direito de a
Administração Pública revisar o ato concessório da aposentadoria, uma vez
que não foi comprovada nenhuma ilegalidade ou má-fé do servidor, assim
como o administrado seria portador de doença grave e incurável: neoplasia
maligna. Entretanto, melhor analisando o acórdão estadual, verifico que as
conclusões foram tomadas com elementos colacionados em processo
diverso, com situações específicas próprias, que não se assemelham ao caso
em apreço.
3. Forçoso reconhecer a ofensa ao comando normativo inserto no art. 535, II,
do CPC e, por conseguinte, a necessidade de anulação do aresto para que
outro seja proferido, em novo julgamento na origem, uma vez não ter o
Tribunal de origem se pronunciado, tal com deveria, sobre as alegações do
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Parquet estadual.
Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar
provimento ao recurso especial do Ministério Público do Estado de Santa
Catarina e determinar que os autos retornem à origem para rejulgamento do
recurso integrativo. Torno sem efeito as decisões e os acórdãos anteriores.
Julgo prejudicado o agravo regimental interposto pelo Ministério Público do
Estado de Santa Catarina.
(EDcl no AgRg no REsp 1505051/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 15/09/2015, DJe 24/09/2015)
____________
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE
DETERMINAÇÃO JUDICIAL NO PRIMEIRO GRAU. MULTA FISCAL. TEMA
NÃO-ABORDADO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. NEGATIVA DE
VIGÊNCIA DO ART. 535, DO CPC. OCORRÊNCIA.
1. Em exame recurso especial interposto pelo INSS em face de acórdão,
segundo o qual: "Não incide multa fiscal sobre os débitos da massa falida.
Juros de Mora que deixam de ser cobrados após a decretação da quebra.
Correção monetária que se impõe quando não efetuado o pagamento até um
ano após a declaração de falência".
Aponta a Autarquia Previdenciária negativa de vigência do art. 535 do CPC.
Em suas razões, aduz que o Tribunal de origem, mesmo com a oposição do
recurso integrativo no qual foi apontada a existência de contradição e erro
material quanto à determinação da exclusão da multa fiscal que havia sido
mantida pelo juízo de primeiro grau, não emitiu pronunciamento específico
sobre o tema.
2. Há a apontada violação do artigo 535 do CPC, à medida que não houve
enfrentamento da tese jurídica deduzida pelo INSS, no tocante à ausência de
determinação judicial, em sede de primeiro grau, acerca da exclusão da
multa fiscal sobre o montante dos débitos em execução.
3. É de se atentar que o tema há de ser apreciado pela Corte de origem para
entregar com segurança a prestação jurisdicional.
4. Recurso especial PROVIDO para que seja anulado o acórdão dos
embargos de declaração, determinando-se o retorno dos autos ao Tribunal a
quo para análise obrigatória da matéria suscitada.
(REsp 781.866/CE, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 06/12/2005, DJ 06/02/2006, p. 217)
____________

Portanto, merece reforma o acórdão objurgado, diante de reiterados


julgados deste Tribunal Superior cujo entendimento é no sentido de que existindo
negativa de prestação jurisdicional pela Corte local, tem-se por violado o artigo 535 do
Código de Processo Civil de 1973.
4. Por fim, impende consignar que os apontamentos acima indicados não
configuram alteração das premissas fáticas adotadas pelo aresto recorrido tampouco
reexame de provas vedado pela Súmula 7/STJ, os quais se justificam diante da alegação
de não enfrentamento de argumentos relevantes, capazes de infirmar o entendimento
adotado pela aresto recorrido.
5. Ante o exposto, dou provimento ao agravo interno para conhecer do
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agravo nos próprios autos e dar provimento ao recurso especial, a fim de anular o
acórdão dos embargos de declaração proferido em 12/4/2016 (fls. 547-552), impondo-se
a remessa dos autos ao Tribunal de origem, para que, novamente, reaprecie os
embargos de declaração, como entender de direito, sanando os vícios alegados.
É como voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA

AgInt no
Número Registro: 2017/0103666-3 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 1.098.460 /
AC

Números Origem: 001080251766 00251769620088010001 20100000757 251769620088010001


PAUTA: 05/10/2017 JULGADO: 05/10/2017

Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA SOARES CAMELO CORDIOLI
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
ADVOGADOS : RUDOLF SCHAITL - TO000163B
GUSTAVO AMATO PISSINI - SP261030
MARINA BELANDI SCHEFFER - AC003232
GERSON OSCAR DE MENEZES JUNIOR - MG102568
ANDERSON PEREIRA CHARÃO E OUTRO(S) - SP320381B
AGRAVADO : FLÁVIA DE BARROS PIMENTEL
ADVOGADO : RODRIGO AIACHE CORDEIRO - AC002780
ASSUNTO: DIREITO DO CONSUMIDOR - Contratos de Consumo - Bancários - Expurgos Inflacionários /
Planos Econômicos

AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
ADVOGADOS : RUDOLF SCHAITL - TO000163B
GUSTAVO AMATO PISSINI - SP261030
MARINA BELANDI SCHEFFER - AC003232
GERSON OSCAR DE MENEZES JUNIOR - MG102568
ANDERSON PEREIRA CHARÃO E OUTRO(S) - SP320381B
AGRAVADO : FLÁVIA DE BARROS PIMENTEL
ADVOGADO : RODRIGO AIACHE CORDEIRO - AC002780

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Adiado para a próxima sessão por indicação do Sr. Ministro Relator

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA

AgInt no
Número Registro: 2017/0103666-3 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 1.098.460 /
AC

Números Origem: 001080251766 00251769620088010001 20100000757 251769620088010001


PAUTA: 05/10/2017 JULGADO: 10/10/2017

Relator
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MARCELO MOSCOGLIATO
Secretária
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
ADVOGADOS : RUDOLF SCHAITL - TO000163B
GUSTAVO AMATO PISSINI - SP261030
MARINA BELANDI SCHEFFER - AC003232
GERSON OSCAR DE MENEZES JUNIOR - MG102568
ANDERSON PEREIRA CHARÃO E OUTRO(S) - SP320381B
AGRAVADO : FLÁVIA DE BARROS PIMENTEL
ADVOGADO : RODRIGO AIACHE CORDEIRO - AC002780
ASSUNTO: DIREITO DO CONSUMIDOR - Contratos de Consumo - Bancários - Expurgos Inflacionários /
Planos Econômicos

AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : BANCO DO BRASIL S/A
ADVOGADOS : RUDOLF SCHAITL - TO000163B
GUSTAVO AMATO PISSINI - SP261030
MARINA BELANDI SCHEFFER - AC003232
GERSON OSCAR DE MENEZES JUNIOR - MG102568
ANDERSON PEREIRA CHARÃO E OUTRO(S) - SP320381B
AGRAVADO : FLÁVIA DE BARROS PIMENTEL
ADVOGADO : RODRIGO AIACHE CORDEIRO - AC002780

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira (Presidente), Marco
Buzzi e Lázaro Guimarães (Desembargador convocado do TRF 5ª Região) votaram com o Sr.
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Ministro Relator.

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