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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 43.741 - PE


(2013/0311170-0)
RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES
AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)
EMENTA
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO PARA O
CARGO DE SOLDADO BOMBEIRO MILITAR. CANDIDATO QUE
PERMANECEU ATÉ O FINAL NO CERTAME POR FORÇA DE
DECISÃO JUDICIAL. APROVAÇÃO NA SELEÇÃO. EXERCÍCIO DO
CARGO HÁ 9 ANOS. PROMOÇÃO POR MERECIMENTO AO POSTO
DE CABO BOMBEIRO. POSSE EM CARGO PÚBLICO QUE DEVE
SER MANTIDA, DIANTE AS PECULIARIDADES DO CASO
CONCRETO. RESPEITO AOS PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA
JURÍDICA E DA PROTEÇÃO DA PESSOA. EXIGÊNCIA EDITALÍCIA
DESCARTADA EM CERTAME POSTERIOR. AGRAVO REGIMENTAL
A QUE SE DÁ PROVIMENTO PARA DAR PROVER O PRESENTE
RMS, CONCEDENDO-SE A SEGURANÇA PLEITEADA, A FIM DE
EFETIVAR O RECORRENTE NOS QUADROS FUNCIONAIS DO
CORPO DE BOMBEIRO MILITAR DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
RESPEITOSA DIVERGÊNCIA DO VOTO DO RELATOR.

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ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e
das notas taquigráficas a seguir, prosseguindo o julgamento, por maioria, vencido
o Sr. Ministro Relator, dar provimento ao Agravo Regimental para prover o recurso
ordinário, concedendo-se a segurança pleiteada, a fim de efetivar o recorrente nos
quadros fundionais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Pernambuco, nos
termos do voto-vista do Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, que lavrará o
acórdão.
Votaram com o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho os Srs.
Ministros Sérgio Kukina (Presidente), Regina Helena Costa e Olindo Menezes
(Desembargador Convocado do TRF 1ª Região).
Ausente ocasionalmente, nesta assentada, o Sr. Ministro Benedito
Gonçalves.
Brasília/DF, 18 de agosto de 2015 (Data do Julgamento).

NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


MINISTRO RELATOR

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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 43.741 - PE (2013/0311170-0)

RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES


AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Trata-se de agravo
regimental interposto por THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL contra decisão que negou
seguimento a seu recurso ordinário, por meio do qual objetivava reformar acórdão do Tribunal de Justiça do
Estado de Pernambuco, que denegou mandado de segurança em que pretendia assegurar sua participação no
concurso para o curso de formação de soldado bombeiro militar, embora tivesse sido considerado inapto no
exame de saúde, por problemas de visão.

O recorrente alega, em síntese (fls. 314 e seguintes):

O Agravante ao abordar a Teoria do Fato Consumado, o fez, tendo em vista as peculiaridades


dos fatos narrados em todo o processo ora guerreado.
Isto, porque o Agravante apesar de ter ingressado sob força de liminar, tendo sido nomeado, e
empossado no cargo de bombeiro militar entrando em exercício das funções, no dia 20 de agosto de
2007, encontrando-se na função até a presente data, ou seja, há quase oito anos, pela qual vem
desempenhando sua função, com muito empenho, caráter, iniciativa, responsabilidade e dedicação
para com a atividade de policial bombeiro militar, tendo sido promovido a Cabo Bombeiro Militar por
merecimento no último mês de abril de 2015, conforme portaria em anexo.
DURANTE TODOS ESTES QUASE OITO ANOS NO DESEMPENHO DO CABO DE
BOMBEIRO MILITAR O AGRAVANTE DESENVOLVEU ATIVIDADES DE BOMBEIRO
SOCORRISTA, SENDO QUE DURANTE TRÊS ANOS NA ATIVIDADE DE MOTO-SOCORRISTA,
TRABALHANDO NO MOTORRESGATE. RECENTEMENTE FOI PROMOVIDO AO
CARGO/GRADUAÇÃO DE CABO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR, PROMOÇÃO ESTA
CONCEDIDA POR MERECIMENTO ANTE OS SERVIÇOS PRESTADOS PELO AGRAVANTE, O
QUE COMPROVA SUA QUALIDADE TÉCNICA NA FUNÇÃO EXERCIDA.
DESTA FEITA, TEMOS QUE A DEMORA NA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL ACABOU
POR CONSOLIDAR A ESTABILIDADE DE UMA SITUAÇÃO FÁTICA, E NESTE SENTIDO JÁ
DECIDIU ESTA COLENDA TURMA, INCLUSIVE AO PROFERIR JULGADO SIMILAR NO REsp
1.223.220.

É o relatório.

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AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 43.741 - PE (2013/0311170-0)

EMENTA
ADMINISTRATIVO, CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO. BOMBEIRO MILITAR. ESTADO DE PERNAMBUCO.
NOMEAÇÃO POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL PRECÁRIA. INEXISTÊNCIA
DE FATO CONSUMADO OU DIREITO ADQUIRIDO.
1. O STF reconheceu a repercussão geral do tema atinente à teoria do fato consumado e
recusou sua aplicação e a proteção conferida pelo princípio da segurança jurídica àqueles que
ocupam cargo público por força de decisão judicial precária que, posteriormente, é revogada ou
cassada (STF, RE 608482, Relator Min. Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgado em 07/08/2014,
acórdão eletrônico DJe-213). Pelo STJ, dentre outros: AgRg no AREsp 314.884/SP, Rel.
Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe 25/03/2015; AgRg no AgRg no AREsp
566.853/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 11/02/2015.
2. Agravo regimental não provido.

VOTO
O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): No caso específico, o
impetrante-recorrente, à época da impetração, em agosto de 2007, tinha ciência de que não preenchia os
requisitos estabelecidos no edital; porém, por considerar que tinha direito de não se submeter à regra atinente
à acuidade visual, porque seu problema seria corrigível por meio procedimento cirúrgico ou com o uso de
lentes corretivas e porque não haveria previsão legal apta para embasar a exigência editalícia, pediu ordem
para permanecer no certame. Portanto, ciente, assumiu o risco de ter sua pretensão indeferida, como fora.

E situações fáticas oportunizadas por decisões judiciais precárias não geram direito adquirido nem se
consolidam com o transcurso do tempo, mormente quando contrária à lei.

A orientação do Supremo Tribunal Federal, por ser definitiva, serve de parâmetro razoável e
adequado para extirpar a insegurança jurídica que situações fático-jurídicas complexas relativas a concursos
públicos causam tanto à administração, quanto aos candidatos.

A decisão judicial não pode gerar expectativas precárias aos candidatos, os quais, ao final, podem
ser submetidos ao constrangimento de verem declarados nulos os atos de nomeação, em razão de a decisão
final lhes ser desfavorável, nem impor a administração pública a formação de uma relação jurídica que, de
forma superveniente, seja considerada ilegal ou, até mesmo, inconstitucional.

Nessa linha, à luz dos princípios constitucionais da legalidade, do concurso público, da isonomia e da

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segurança jurídica, a via de ingresso a cargos públicos, por meio do Poder Judiciário, deve ser estreita e
precisa.

O STF reconheceu a repercussão geral do tema atinente à teoria do fato consumado e, por ocasião
do julgamento do RE 608482 RG/RN, recusou sua aplicação e a proteção conferida pelo princípio da
segurança jurídica àqueles que ocupam cargo público por força de decisão judicial precária que,
posteriormente, é revogada ou cassada. Eis a ementa do julgado:

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO REPROVADO


QUE ASSUMIU O CARGO POR FORÇA DE LIMINAR. SUPERVENIENTE REVOGAÇÃO DA
MEDIDA. RETORNO AO STATUS QUO ANTE. “TEORIA DO FATO CONSUMADO”, DA
PROTEÇÃO DA CONFIANÇA LEGÍTIMA E DA SEGURANÇA JURÍDICA. INAPLICABILIDADE.
RECURSO PROVIDO.
1. Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no
cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em
decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza
precária, supervenientemente revogado ou modificado.
2. Igualmente incabível, em casos tais, invocar o princípio da segurança jurídica ou o da proteção da
confiança legítima. É que, por imposição do sistema normativo, a execução provisória das decisões
judiciais, fundadas que são em títulos de natureza precária e revogável, se dá, invariavelmente, sob a
inteira responsabilidade de quem a requer, sendo certo que a sua revogação acarreta efeito ex tunc,
circunstâncias que evidenciam sua inaptidão para conferir segurança ou estabilidade à situação
jurídica a que se refere.
3. Recurso extraordinário provido.
(RE 608482, Relator Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 07/08/2014, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-213).

Esse entendimento foi compartilhado por diversos julgados no âmbito do Superior Tribunal de
Justiça; dentre outros, vide:

PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO CONSIDERADO
INAPTO, PELA JUNTA MÉDICA OFICIAL. IMPETRAÇÃO EMBASADA EM LAUDOS MÉDICOS
PARTICULARES, EM SENTIDO CONTRÁRIO À CONCLUSÃO OFICIAL. NECESSIDADE DE
DILAÇÃO PROBATÓRIA. INVIABILIDADE DO MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO
LÍQUIDO E CERTO. AFERIÇÃO. SÚMULA 7/STJ. ALEGADA AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DOS
LAUDOS MÉDICOS OFICIAIS. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282/STF E
211/STJ. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA IGUALDADE. MATÉRIA CONSTITUCIONAL.
EXAME. IMPOSSIBILIDADE. TEORIA DO FATO CONSUMADO. INAPLICABILIDADE.
PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
[...]
IV. É irrelevante o fato de, por força da sentença concessiva do mandamus - posteriormente
reformada, pelo acórdão recorrido -, o agravante ter sido empossado no cargo público almejado, em
2009. Isso porque, no julgamento do RE 608.482/RN (STF, Rel. Ministro TEORI ZAVASCKI,
TRIBUNAL PLENO, DJe de 29/10/2014), o Supremo Tribunal Federal firmou a compreensão no
sentido de inaplicabilidade da chamada teoria do fato consumado, uma vez que a posse ou o exercício
em cargo público, por força de decisão judicial de caráter provisório, não implica a manutenção, em
definitivo, do candidato que não atende à exigência de prévia aprovação em concurso público,
conforme prevista no art. 37, II, da Constituição da República, na medida que tal valor
constitucional deve preponderar sobre o interesse individual do candidato, que não pode invocar, na
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hipótese, o princípio da proteção da confiança legítima, pois conhece a precariedade da medida
judicial.
V. Agravo Regimental improvido.
(AgRg no AREsp 314.884/SP, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe 25/03/2015).

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONCURSO PÚBLICO. EXAME
PSICOTÉCNICO. NOVO EXAME. PRECEDENTES DO STJ. TEORIA DO FATO CONSUMADO.
LIMINAR. IMPOSSIBILIDADE.
[...]
2. A jurisprudência do STJ orienta pela inaplicabilidade, em regra, da Teoria do Fato Consumado
em matéria de concurso público, em especial para consolidar situação constituída por força de
liminar posteriormente cassada, sob pena de perpetuar situação contrária à lei. Precedentes: AgRg
nos EDcl no RMS 30.094/SC, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Quinta Turma, julgado em
12/8/2014, DJe 21/8/2014; AgRg no RMS 42.386/GO, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira
Turma, julgado em 15/5/2014, DJe 27/5/2014.
3. Uma vez anulado o exame psicotécnico, o candidato beneficiado não pode prosseguir na disputa
sem se submeter a novo exame, não sendo válida a nomeação e a posse efetuadas sob essa
hipótese, sob pena de malferimento aos princípios da isonomia e da legalidade. Precedentes do STJ.
4. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no AgRg no AREsp 566.853/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
11/02/2015).

Deve-se esclarecer, de outro lado, que, no Estado de Pernambuco, a Lei n. 6.783/1974, o Decreto
Estadual n. 10.932/1985 e a Portaria n. 44/1994, do Comando Geral da Polícia Militar, respaldam o limite
estabelecido pelo edital para a aferição da acuidade visual.

Não há, pois, direito líquido e certo do impetrante.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

É como voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2013/0311170-0 PROCESSO ELETRÔNICO RMS 43.741 / PE

Números Origem: 00078233620078170000 156976000 156976001 78233620078170000

EM MESA JULGADO: 02/06/2015

Relator
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ANA BORGES COELHO SANTOS
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
RECORRIDO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Concurso


Público / Edital - Exame de Saúde e/ou Aptidão Física

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."

Documento: 1413866 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/09/2015 Página 7 de 25
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2013/0311170-0 PROCESSO ELETRÔNICO RMS 43.741 / PE

Números Origem: 00078233620078170000 156976000 156976001 78233620078170000

EM MESA JULGADO: 09/06/2015

Relator
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. JOSÉ ELAERES MARQUES TEIXEIRA
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
RECORRIDO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Concurso


Público / Edital - Exame de Saúde e/ou Aptidão Física

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."

Documento: 1413866 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/09/2015 Página 8 de 25
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2013/0311170-0 PROCESSO ELETRÔNICO RMS 43.741 / PE

Números Origem: 00078233620078170000 156976000 156976001 78233620078170000

EM MESA JULGADO: 16/06/2015

Relator
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. DILTON CARLOS EDUARDO FRANÇA
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
RECORRIDO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Concurso


Público / Edital - Exame de Saúde e/ou Aptidão Física

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Após o voto do Sr. Ministro Relator negando provimento ao agravo regimental, pediu
vista antecipada o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho. Aguardam os Srs. Ministros Sérgio
Kukina (Presidente), Regina Helena Costa e Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF
1ª Região).

Documento: 1413866 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 01/09/2015 Página 9 de 25
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AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 43.741 - PE
(2013/0311170-0)
RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES
AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

VOTO-VISTA
(NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM


MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO PARA O CARGO DE
SOLDADO BOMBEIRO MILITAR. CANDIDATO QUE PERMANECEU ATÉ O
FINAL NO CERTAME POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. APROVAÇÃO
NA SELEÇÃO. EXERCÍCIO DO CARGO HÁ 9 ANOS. PROMOÇÃO POR
MERECIMENTO AO POSTO DE CABO BOMBEIRO. POSSE EM CARGO
PÚBLICO QUE DEVE SER MANTIDA, DIANTE AS PECULIARIDADES DO
CASO CONCRETO. RESPEITO AOS PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA
JURÍDICA E DA PROTEÇÃO DA PESSOA. EXIGÊNCIA EDITALÍCIA
DESCARTADA EM CERTAME POSTERIOR. AGRAVO REGIMENTAL A
QUE SE DÁ PROVIMENTO PARA DAR PROVER O PRESENTE RMS,
CONCEDENDO-SE A SEGURANÇA PLEITEADA, A FIM DE EFETIVAR O
RECORRENTE NOS QUADROS FUNCIONAIS DO CORPO DE BOMBEIRO
MILITAR DO ESTADO DE PERNAMBUCO. RESPEITOSA DIVERGÊNCIA
DO VOTO DO RELATOR.

1. Conforme relatado pelas instâncias de origem, o recorrente,


obteve aprovação nos exames relativos às etapas intelectual, física e psicológica, sendo
considerado inapto no exame de saúde, por não possuir acuidade visual dentro dos
parâmetros do Edital do concurso para provimento do cargo de Soldado Bombeiro
Militar (PMPE/2006).

2. Contudo, teve assegurado o seu direito de permanecer no


certame por força de decisão judicial, estando no exercício do cargo há 9 (nove) anos,
motivo pelo qual se reconhece que a situação funcional está consolidada no tempo.
Pois bem; ingressou no serviço público militar ao abrigo de uma tutela judicial, que se
manteve por esse tempo todo, ou porque a Administração não recorreu contra essa
tutela ou recorreu e não conseguiu revogá-la. De qualquer maneira, o que é verdadeiro,

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é que o indivíduo, a pessoa, permaneceu no serviço público militar.

3. De fato, não é nada recomendável, do ponto de vista do interesse


público, que uma pessoa que já se encontra trabalhando desde 2006, sem que haja
qualquer indício de que exerça seu trabalho de maneira insatisfatória, seja abruptamente
dali desalojado e sofra uma drástica modificação na sua situação profissional,
econômica e moral, com consequências irreversíveis.

4. Conforme consta na decisão interlocutória, que deferiu a liminar


no Mandado de Segurança, segundo o laudo médico acostado à fl. 30, subscrito,
repita-se, por profissional habilitado, o impetrante é portador de astigmatismo miópico
composto, com grau de 0.5 no olho direito e 1.75 no esquerdo, sendo tal passível de
correção por cirurgia (Lasik) (fls. 54).

5. Sendo assim, afastar o recorrente do cargo é no mínimo injusto,


pois a imperfeição visual, além de não ser incapacitante para o bom desempenho de
sua função, pode ser corrigida por cirurgia, conforme atestou o médico oftalmologista
(fls. 31).

6. Frise-se, ainda, que o recorrente está desempenhando muito


bem a sua função, pois do contrário, não teria sido promovido por merecimento em abril
de 2015 ao posto de Cabo da sua corporação (fls. 321/329); da mesma forma, não se
tem notícia de qualquer inaptidão capaz de influir no seu bom desempenho de Bombeiro
Militar; tampouco, sua redução mínima de acuidade visual foi motivo para a não
conclusão do Curso de Habilitação de Cabos (fls. 321).

7. Dessa forma, em respeito aos princípios da segurança jurídica


nas relações de Direito Público e da proteção da pessoa, em contraste com a aplicação
axiologicamente vazia, pura e simples do princípio da legalidade; é salutar que se
assegure a manutenção de situações jurídicas colmatadas ex ope temporis, como no
caso; à preservação de situações formadas ao longo do tempo, evitando-se a sua
desconstituição súbita, com efeitos prejudiciais danosos e inesperados sobre a vida das
pessoas, é algo com que a humanidade luta há muito tempo e a atividade judicial tem

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empenhado esforços contínuos com objetivo de promover a efetividade dessa garantia.

8. Acerca dessa questão, convém trazer à baila a brilhante lição do


Professor VICENTE RÁO:

(...) a inviolabilidade do passado é princípio que encontra


fundamento na própria natureza do ser humano, pois, segundo as sábias
palavras de Portalis, o homem que não ocupa senão um ponto no tempo e
no espaço, seria o mais infeliz dos seres, se não se pudesse julgar seguro
nem sequer quanto à sua vida passada. Por essa parte de sua existência, já
não carregou todo o peso de ser destino? O passado pode deixar
dissabores, mas põe termo a todas as incertezas, Na ordem da natureza só
o futuro é incerto e esta própria incerteza é suavizada pela esperança, a fiel
companheira de nossa fraqueza. Seria agravar a triste condição da
humanidade, querer mudar através do sistema da legislação, o sistema da
natureza, procurando, para o tempo que já se foi, fazer reviver as nossas
dores, sem nos restituir as nossas esperanças (O Direito e a Vida dos
Direitos, São Paulo, RT, 1991, p. 323).

9. Corroborando esse entendimento, os recentes precedentes deste


Tribunal:

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO.


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. PROSSEGUIMENTO NO
CERTAME. MEDIDA PRECÁRIA. CASSAÇÃO. TEORIA DO FATO
CONSUMADO. APLICABILIDADE. COISA JULGADA MATERIAL. OFENSA.
NÃO OCORRÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. Ausente a a tríplice identidade entre os processos não há falar


em ofensa à coisa julgada.

2. O decurso de tempo consolida fatos jurídicos que devem ser


respeitados, sob pena de causar à parte desnecessário prejuízo e afronta
ao disposto no art. 462 do CPC. Precedentes: REsp. 900.263/RO, Rel. Min.
LUIZ FUX, DJU 12.12.2007; REsp. 1.130.985/PR, Rel. Min. HUMBERTO
MARTINS, DJe 19.02.2010; REsp. 960.816/ES, Rel. Min. TEORI ALBINO
ZAVASCKI, DJe 12.11.2008; e AgRg no REsp. 1.181.042/RS, Rel. Min.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 09.08.2010 (AgRg no REsp
1205434/RS, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Primeira Turma,

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DJe 27/8/12).

3. Hipótese em que, por força de decisão judicial precária, proferida


no bojo de anterior processo em que sua pretensão foi julgada
improcedente, o agravado ocupada o cargo de Agente Penitenciário do
Distrito Federal há mais de 10 (dez) anos , sendo cabível a aplicação da
chamada teoria do fato consumado. Precedente: RMS 38.699/DF, Rel. p/
Ac. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Primeira Turma, DJe 5/9/13.

4. Agravo regimental não provido (AgRg no RMS 40.682/DF, Rel.


Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, 1T, DJe 13.6.2014).

² ² ²

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO.
AGENTE PENITENCIÁRIO DA POLÍCIA CIVIL. CONSOLIDAÇÃO DA
POSSE EM CARGO PÚBLICO OCUPADO, DIANTE AS PECULIARIDADES
DO CASO.

1. Esta Corte, em caso análogo ao dos autos, decidiu no sentido de


que, considerando as peculiaridades do caso concreto e diante da primazia
da segurança jurídica nas relações de Direito Público, em contraste com a
aplicação pura e simples do princípio da legalidade, é salutar que se
assegure a manutenção de situações jurídicas colmatadas ex ope temporis,
ainda que o ingresso no serviço público tenha ocorrido ao abrigo de uma
tutela judicial (RMS 38.699/DF, Rel. Min. Ari Pargendler, Rel. p/ Acórdão
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 05/09/2013).

2. Em situação idêntica, cita-se o RMS 39.644/DF, Min. Ari


Pargendler, julgado em 03.12.2013 (ainda não publicado), e as seguintes
decisões monocráticas: RMS 40.682/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJ
02.12.2013; e RMS 41.199, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 04.12.2013.

3. Agravo regimental não provido (AgRg no RMS 38.535/DF, Rel.


Min. BENEDITO GONÇALVES, 1T, DJe 20.3.2014).

² ² ²

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


CONCURSO PÚBLICO. COMPATIBILIDADE ENTRE A QUESTÃO
FORMULADA E O CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. RECONHECIMENTO.
INTERDISCIPLINARIDADE. INOCORRÊNCIA. PREVALÊNCIA DA MÉDIA
FINAL PARA APROVAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PREVISÃO EDITALÍCIA DE

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Superior Tribunal de Justiça
NOTA MÍNIMA EM CADA MÓDULO. PROSSEGUIMENTO NO CERTAME
MEDIANTE CONCESSÃO DE LIMINAR. POSSE NO CARGO PÚBLICO A 5
ANOS. TEORIA DO FATO CONSUMADO. APLICAÇÃO EXCEPCIONAL.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

(...).

5. A jurisprudência deste Sodalício, em situações


excepcionalíssimas, admite a incidência da Teoria do Fato Consumado, à
luz do princípio da segurança jurídica e desde que preenchidos dos
requisitos para o cargo. Na hipótese, candidata-impetrante, mediante liminar
em mandado de segurança prosseguiu no concurso e tomou posse; foi
aprovada no estágio probatório e exerce a função pública a 5 (cinco) anos.

6. Recurso ordinário a que se dá parcial provimento (RMS


31.152/PR, Rel. Ministro JORGE MUSSI, 5T, DJe 25.2.2014).

² ² ²

ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. PROCURADOR DA


FAZENDA NACIONAL. PROVA OBJETIVA. CANDIDATA ELIMINADA NA
PRIMEIRA FASE EM RAZÃO DE NÃO ALCANÇAR A NOTA DE CORTE.
ALTERAÇÃO DO GABARITO PRELIMINAR. ALEGAÇÃO DE QUE A
MODIFICAÇÃO DECORRERIA DE ERRO DA BANCA EXAMINADORA.
IMPETRANTE BENEFICIADA POR DUAS LIMINARES: UMA, PARA QUE
PUDESSE PARTICIPAR DAS FASES SUBSEQUENTES, NAS QUAIS
OBTEVE ÊXITO; OUTRA, PARA QUE FOSSE NOMEADA, RESPEITADA A
ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO. JULGAMENTO DO MANDADO DE
SEGURANÇA PELO RELATOR ORIGINAL, QUE SE TRANSFERIU DE
SEÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SUBSTITUIÇÃO PELO MINISTRO QUE O
SUCEDEU NO ÓRGÃO JULGADOR. LEGITIMIDADE PASSIVA AD
CAUSAM. IMPETRAÇÃO QUE TEM POR OBJETIVO NÃO APENAS A
OBTENÇÃO DOS PONTOS DA QUESTÃO IMPUGNADA, MAS,
PRINCIPALMENTE, O RECONHECIMENTO DO DIREITO À INVESTIDURA
NO CARGO. ATO DE NOMEAÇÃO. ATRIBUIÇÃO DO ADVOGADO-GERAL
DA UNIÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO
EM RELAÇÃO AO DIRETOR-GERAL DA ESAF. LITISCONSÓRCIO.
NULIDADE NÃO CONFIGURADA. NOMEAÇÃO DE TODOS OS
CANDIDATOS APROVADOS. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. INTERPOSIÇÃO
DE RECURSO CONTRA O GABARITO DEFINITIVO. VEDAÇÃO PELO
EDITAL DE ABERTURA. SITUAÇÃO QUE NÃO CONFIGURA
CERCEAMENTO DE DEFESA. PRECEDENTES. QUESTÃO DE PROVA
OBJETIVA PARA A QUAL HAVIA DUAS RESPOSTAS IGUALMENTE

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Superior Tribunal de Justiça
CERTAS. HIPÓTESE DE ANULAÇÃO DA QUESTÃO, COM ATRIBUIÇÃO
DOS PONTOS A TODOS OS CANDIDATOS, NOS TERMOS DO EDITAL.
ALTERAÇÃO DO GABARITO AO INVÉS DE ANULAÇÃO. MEDIDA QUE
IMPORTA EM DESCUMPRIMENTO DO EDITAL. EXCEPCIONALIDADE DO
CASO, A PERMITIR O EXAME DA CONTROVÉRSIA PELO PODER
JUDICIÁRIO. PRESERVAÇÃO DA PECULIAR SITUAÇÃO DA
IMPETRANTE, QUE EXERCE O CARGO HÁ MAIS DE TRÊS ANOS.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. INVESTIDURA QUE, TORNADA
DEFINITIVA, NÃO ACARRETARÁ NENHUM PREJUÍZO À
ADMINISTRAÇÃO, NEM AOS OUTROS CANDIDATOS APROVADOS,
TODOS JÁ NOMEADOS.

(...).

6. Caso em que a situação da impetrante, que exerce, por força de


liminar, o cargo de Procurador da Fazenda Nacional há mais de três anos ,
deve ser preservada, em caráter excepcional, seja em respeito ao princípio
da segurança jurídica, seja porque nenhum prejuízo advirá dessa
confirmação para a administração.

7. Processo extinto sem resolução de mérito em relação ao


Diretor-Geral da Escola de Administração Fazendária, em razão de sua
ilegitimidade.

8. Segurança concedida para tornar definitiva a investidura da


impetrante no cargo de Procurador da Fazenda Nacional, prejudicados os
agravos regimentais (MS 13.237/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA SEÇÃO , DJe 24.4.2013).

² ² ²

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. INSCRIÇÃO.


EXAME SUPLETIVO. APROVAÇÃO NO VESTIBULAR. DETERMINAÇÃO
JUDICIAL. APLICAÇÃO. TEORIA DO FATO CONSUMADO.

(...).

4. Sucede que a ora recorrente, amparada por provimento liminar,


logrou aprovação no exame supletivo, o que lhe permitiu ingressar no
ensino superior, já tendo concluído considerável parcela do curso de
Direito.

5. Consolidadas pelo decurso do tempo, as situações jurídicas


devem ser respeitadas, sob pena de causar à parte desnecessário prejuízo

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e afronta ao disposto no art. 462 do CPC. Aplicação da teoria do fato
consumado. Precedentes.

6. Recurso especial provido (REsp. 1.262.673/SE, Rel. Min.


CASTRO MEIRA, 2T, DJe 30.8.2011).

10. A situação posta nestes autos revela que o direito do recorrente se


apresenta na esmerada condição de líquido e certo, isso porque não há dúvida que ele,
o impetrante, satisfez plenamente, no tempo posterior à posse, os requisitos legais para
permanecer na função de Bombeiro Militar, tanto que foi promovido, pelo critério de
merecimento, à graduação de Cabo Bombeiro, o que não teria ocorrido se as suas
condições individuais fossem deficitárias ou inadequadas.

11. Ademais, deve ser assinalado que a exigência de acuidade visual


dos candidatos a Bombeiro Militar do Estado de Pernambuco foi flexibilizada, de modo
que, em um concurso de hoje, o impetrante não sofreria restrição ou reprovação; por
outro lado, a lei de regência da matéria, o Estatuto do Policial Militar de Pernambuco (Lei
Pernambucana 6.783, de 16.10.1974) não traz a exigência do requisito da acuidade
visual, de sorte que o próprio Edital do concurso anterior infringe o referido Diploma
legal.

12. Dessa forma, com base nessas lições da jurisprudência da Corte,


ouso divergir do eminente Ministro Relator, e entendo que se deve prover o Agravo
Regimental para dar provimento ao presente RMS, concedendo-se a segurança
pleiteada, a fim de efetivar o recorrente nos quadros funcionais do Corpo de Bombeiro
Militar do Estado de Pernambuco. É como voto.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2013/0311170-0 PROCESSO ELETRÔNICO RMS 43.741 / PE

Números Origem: 00078233620078170000 156976000 156976001 78233620078170000

EM MESA JULGADO: 18/06/2015

Relator
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. DARCY SANTANA VITOBELLO
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
RECORRIDO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Concurso


Público / Edital - Exame de Saúde e/ou Aptidão Física

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Prosseguindo o julgamento, após o voto-vista do Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia
Filho dando provimento ao agravo regimental para prover o recurso ordinário em mandado de
segurança, no que foi acompanhado pelo Sr. Ministro Sérgio Kukina (por outro fundamento),
pediu vista a Sra. Ministra Regina Helena Costa. Aguarda o Sr. Ministro Olindo Menezes
(Desembargador Convocado do TRF 1ª Região).

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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 43.741 - PE
(2013/0311170-0)

RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES


AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E
OUTRO(S)

VOTO-VISTA

A EXCELENTÍSSIMA SENHORA MINISTRA REGINA


HELENA COSTA:

Solicitei vista dos autos para examiná-los com maior detença.


Trata-se de recurso em mandado de segurança impetrado por
THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL contra acórdão que denegou a
segurança, assim ementado (fls. 120/155e):

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.


MANDADO DE SEGURANÇA. PRELIMINAR DE
ILEGITIMIDADE PASSIVA DA AUTORIDADE COATORA
AFASTADA. PRELIMINAR DE INADEQUAÇÃO DA VIA
ELEITA REJEITADA. MÉRITO. CONCURSO PÚBLICO.
BOMBEIRO MILITAR. ESTADO DE PERNAMBUCO.
EXAME DE SAÚDE. ACUIDADE VISUAL. PREVISÃO
EDITALÍCIA. SEGURANÇA DENEGADA POR MAIORIA DE
VOTOS.
1. Segundo o entendimento do STJ, o Secretário de Defesa
do Estado de Pernambuco possui legitimidade para configurar,
nestes autos, como autoridade coatora, por ser dirigente
máximo do órgão ou entidade administrativa responsável pelo
ato coator. Preliminar afastada por maioria.
2. Preliminar de inadequação da via eleita. Não conhecida por
se confundir com o mérito. Unanimidade.
3. Mérito. Candidato eliminado em exame médico
oftalmológico que o considerou inapto diante de deficiência de
acuidade visual.
4. Parâmetros postos pela Polícia Militar na Portaria -
SARES-SDS, n° 45 são razoáveis.
5. Razoáveis e proporcionais as exigências relativas à
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acuidade visual constantes do certame em tela, posto que a
atividade policial militar - mesmo a de bombeiro - exige
excelência do sentido da visão.
6. Denegação da segurança.
7. Decisão por maioria.

O Impetrante pretende, em síntese, assegurar sua participação


no concurso para Soldado Bombeiro Militar do Estado de Pernambuco,
porquanto considerado inapto no exame de saúde, devido ao não
preenchimento da acuidade visual prevista no edital.
Sustenta que ingressou no cargo de Soldado Bombeiro Militar,
por força de decisão liminar, tendo entrado em exercício em 20.08.2007 e
permanecido na função até a data da interposição do recurso (fls. 53/55e).
Aduz que a demora na prestação jurisdicional consolidou a
situação de fato, mediante o exercício do cargo de Soldado Bombeiro militar
por mais de 8 (oito) anos, com recente promoção administrativa, por
merecimento, ao cargo de Cabo do Corpo de Bombeiros do Estado de
Pernambuco, sendo hipótese de aplicação da Teoria do Fato Consumado,
conforme precedente desta Corte no Recurso Especial n. 1.223.220/RJ,
Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Turma, DJe de 09.05.2012.
O Ministério Público opinou pelo não provimento do recurso
interposto (fls. 292/300e).
O Ministro Benedito Gonçalves negou seguimento ao recurso
ordinário, sob fundamento de que "situações fáticas oportunizadas por
decisões judiciais precárias não geram direito adquirido nem se consolidam
com o transcurso do tempo, mormente quando contrário à lei" (fls.
302/305e).
Interposto agravo nos termos do art. 557, § 1º, do Código de
Processo Civil, o Recorrente repisa os argumentos veiculados no recurso
ordinário, bem como afirma que se inscreveu no concurso público regulado
pelo Edital PMPE de 2007, no qual havia previsão da necessidade de
acuidade visual de 0,5 (zero ponto cinco) em cada globo ocular, e que no
concurso subsequente para o Cargo de Bombeiro, regrado pelo Edital PMPE
de 2009, a Administração reduziu a exigência da acuidade visual para 0,2

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(zero ponto dois) em um dos olhos, tolerada em ambos quando atingirem 1,0
(um ponto).
Sustenta, ainda, que cumpre o requisito de acuidade visual
estabelecido no concurso seguinte àquele em que se inscreveu, conforme
se depreende das razões da decisão administrativa que declarou o
Recorrente inapto para o cargo e reprovou-o no exame médico (fl. 27e).
Por fim, aponta que não há, no Estatuto do Policial Militar do
Estado de Pernambuco - Lei n. 6.783/74, previsão legal relativa à acuidade
visual como requisito para ingresso nos quadros da Corporação Militar,
sendo ilegal a restrição imposta no edital regulador do aludido concurso
público.
Em sessão de julgamento de 16.06.2015, o Excelentíssimo
Ministro Relator negou provimento ao agravo regimental, mantendo a decisão
terminativa de fls. 302/305e, com pedido de vista do Ministro Napoleão Nunes
Maia Filho, conforme certificado à fl. 339e.
Prosseguindo o julgamento, em 18.06.2015, o Ministro
Napoleão Nunes Maia Filho deu provimento ao agravo regimental e concedeu
a segurança pretendida no recurso ordinário, no que foi acompanhado pelo
Ministro Sérgio Kukina (fl. 340e).
A despeito do julgamento do tema, nos termos do art. 543-B do
Código de Processo Civil, referente à Teoria do Fato Consumado (Recurso
Extraordinário n. 608.482/RN, Rel. Min. Teori Zavaski, Tribunal Pleno, DJe
04.12.2014), no qual o Supremo Tribunal Federal recusou sua aplicação
àqueles que ocupam cargo público em virtude de decisão judicial precária,
aqui, a controvérsia deve ser examinada à luz da existência de fato
superveniente.
O art. 462 do Código de Processo Civil dispõe:

Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato


constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no
julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de
ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a
sentença.

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Superior Tribunal de Justiça
Importante destacar as lições de Eduardo Arruda Alvim sobre
fato modificativo e extintivo do direito, in Direito Processual Civil, 2ª ed. ref.,
atual. e ampl., São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2008, pp. 609:

O levar em consideração o fato superveniente não significa


que o autor sob o pretexto de invocar fato superveniente,
possa modificar o pedido ou a causa de pedir fora das
hipóteses do art. 264. Por isso, diz com pertinência Arruda
Alvim, em lição que servimos de acompanhar: "Desde que o
fato inicialmente alegado venha ocorrer estando em curso a
ação, dever-se-á emprestar-lhe efeito jurídico. Não há que falar
em modificação da demanda, desde que o fato ocorrido seja
aquele que fundamentou a inicial." 25 Do mesmo sentir, Antônio
Carlos de Araújo Cintra, que preleciona. "O juiz recebe o
pedido, se o fato, em que se fundava, se verificou durante a
lide, desde que não se trate de demanda nova, dado que a
proibição de mudar o pedido no curso da lide e, por
conseqüência, de mudar a causa petendi não exclui que se
possa fazer valer uma causa superveniente, quando seja o
próprio fato jurídico afirmado como existente na demanda
judicial e que, naquele momento, ainda não existia. Assim, na
verdade, no tocante ao autor, o art. 462 não autoriza a
alegação nova de fato superveniente, mas a nova alegação de
fato justificada pela superveniência. A norma do art. 462
também aproveita ao réu, o que decorre do art. 303, l, uma vez
que como o direito decorre de fatos, o direito superveniente é o
que resulta de fato novo, posterior à contestação" 26 .
(25. Arruda Alvim, Teoria geral... cit.,v. 2, p. 135-136 e 26.
Antônio Carlos de Araujo Cintra, Comentários... cit, v. 4, p
299).

No caso, o Recorrente foi declarado inapto para o cargo


público pretendido, porquanto reprovado no exame de saúde, tendo em vista
que não preencheu o requisito da acuidade visual, conforme extrai-se da
decisão administrativa (fl. 27e):

O candidato submeteu-se aos procedimentos definidos e após


avaliação médica e análise de testes e exames laboratoriais
solicitados, o mesmo foi considerado inabilitado para o cargo a
que concorre por não atender às exigências do Edital.
O candidato não atende ao parâmetro exigido pela Portaria do
Comando Geral n° 044/CRESEP de 06 de janeiro de 1994,
Portaria n.° 12466 de 03 de agosto de 2003 e Portaria n.°
1243/CRESEP de 06 de agosto de 2003, todas parte integrante
do edital do concurso.
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Superior Tribunal de Justiça
Item não atendido: Portaria do Comando Geral n°
044/94/CRESEP - Anexo Único - XVI, 1, a Causa/Justificativa:
Acuidade Visual - AVL S/C AO - 0.2.

O concurso para o qual o Recorrente se inscreveu, regulado


pela Portaria Conjunta n. 45/2006, da Secretaria da Administração e Reforma
do Estado e Secretaria da Defesa Social (fls. 39/41e) e edital de 2006,
estabeleceram o requisito para acuidade visual nos seguintes termos:

Anexo Único
Causa de incapacidade para ingresso na Polícia Militar de
Pernambuco:
(...)
XVI - OFTALMOLÓGICAS
1 - Acuidade visual.
a) Para o CFSd, acuidade visual abaixo de 0.5 em cada globo
ocular, sem correção, sendo tolerada 0.3 em um olho e 0.7 no
outro, quando, com correção ambos os olhos chegarem 1.0 ou
ainda a baixa visual de até 0.2 em um dos olhos quando o
outro tiver igual a 1.0, tudo sem correção (devendo assegurar
visão 1.0 em ambos os olhos quando com correção).

No concurso público subsequente para o cargo de Soldado


Bombeiro Militar do Estado de Pernambuco, segundo Portaria Conjunta da
Secretaria da Administração e Reforma do Estado e Secretaria da Defesa
Social n. 101/2009 (fls. 215/228e) e edital de 2009, a Administração
reduziram o referido requisito da acuidade visual, assim dispondo:

ANEXO V
EXAMES MÉDICOS
Os Exames Médicos serão realizados a partir das seguintes
instruções:
(...)
XVI. OFTALMOLÓGICAS.
Acuidade visual
Quando a acuidade visual for igual ou superior a 0.2 em cada
olho, a correção visual (óculos ou lentes de contato) deve
assegurar visão 1.0 em ambos os olhos; Será ainda tolerada
acuidade visual abaixo de 0.2 em um olho, quando ambos os
olhos atingirem 1.0 com correção visual;
Anomalias congênitas;
Degenerações retidianas ou de suas pré lesões;
Glaucoma;
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Superior Tribunal de Justiça
Cataratas;
Degenerações corneanas ou qualquer outra patologia que
implique em disfunção visual média ou severa, sem condição
de regressão, ou de curso crônico e progressivo;
Acromatopsia e discromatopsia em quaisquer de suas
variedades;
Estrabismo com desvio superior a dez graus.

Desse modo, a comprovação de fato superveniente, ocorrido


após o ajuizamento da ação, demonstra a superação da exigência que
eliminou o Recorrente do concurso, sendo aplicável, portanto, no caso em
exame, o disposto no art. 462 do Código de Processo Civil.
Isto posto, pedindo licença ao Excelentíssimo Sr. Ministro
Relator, nos termos dos arts. 462 e 557, §1º, do Código de Processo Civil,
DOU PROVIMENTO AO AGRAVO REGIMENTAL, para prover o recurso
ordinário em mandado de segurança.
Sem condenação em honorários advocatícios, a teor do
disposto no art. 25 da Lei n. 12.016/2009 e na Súmula 105/STJ.
É o voto.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2013/0311170-0 PROCESSO ELETRÔNICO RMS 43.741 / PE

Números Origem: 00078233620078170000 156976000 156976001 78233620078170000

EM MESA JULGADO: 18/08/2015

Relator
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES

Relator para Acórdão


Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. DENISE VINCI TULIO
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
RECORRIDO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Concurso


Público / Edital - Exame de Saúde e/ou Aptidão Física

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : THIAGO DE ALBUQUERQUE RENDALL
ADVOGADA : LILIANE RENDALL DOS SANTOS
AGRAVADO : ESTADO DE PERNAMBUCO
PROCURADOR : ANTÔNIO FIGUEIREDO GUERRA BELTRÃO E OUTRO(S)

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Prosseguindo o julgamento, a Turma, por maioria, vencido o Sr. Ministro Relator, deu
provimento ao agravo regimental para prover o recurso ordinário, concedendo-se a segurança
pleiteada, a fim de efetivar o recorrente nos quadros fundionais do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado de Pernambuco, nos termos do voto-vista do Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, que
lavrará o acórdão.
Votaram com o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho os Srs. Ministros Sérgio Kukina

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Superior Tribunal de Justiça
(Presidente), Regina Helena Costa e Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª
Região).
Ausente ocasionalmente, nesta assentada, o Sr. Ministro Benedito Gonçalves.

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