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Supremo Tribunal Federal

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 920.262 SÃO PAULO

RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA


RECTE.(S) : DANIEL BORGES FERREIRA
ADV.(A/S) : ELIEZER PEREIRA MARTINS
RECDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO
PÚBLICO. EXAME MÉDICO: INAPTIDÃO
DO CANDIDATO. OBSERVÂNCIA DAS
REGRAS DO EDITAL. IMPOSSIBILIDADE
DE REEXAME DE PROVAS E DE
CLÁUSULAS DE EDITAL. SÚMULAS NS.
279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. INDEFERIMENTO DE
PRODUÇÃO DE PROVAS. ALEGAÇÃO DE
CERCEAMENTO DE DIREITO DE
DEFESA: AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO
GERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA
SEGUIMENTO.

Relatório

1. Agravo nos autos principais contra inadmissão de recurso


extraordinário interposto com base na al. a do inc. III do art. 102 da
Constituição da República.

2. A Segunda Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de


São Paulo decidiu:
“Concurso público – Edital – Preliminar – Não preenchendo o
apelante requisito do edital para admissão em cargo, a ação era mesmo
de improcedência. Preliminar rejeitada. Recurso improvido”.

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ARE 920262 / SP

Os embargos declaratórios opostos foram rejeitados.

3. Na decisão agravada, adotou-se como fundamento para a


inadmissibilidade do recurso extraordinário a incidência da Súmula n.
279 do Supremo Tribunal Federal.

4. O Agravante argumenta que


“no caso dos autos a decisão recorrida contrariou diretamente
diversos dispositivos constitucionais.
Saliente-se, ainda, que a agravante não pretende com o apelo
extremo o reexame e/ou valoração do conjunto fático/probatório dos
autos. o que é vedado pela Súmula 279 deste Supremo tribunal
Federal, bastando tão-somente os fundamentos utilizados no recurso
para infirmar a conclusão acerca das violações elencadas”.

No recurso extraordinário, alega-se ter o Tribunal de origem


contrariado os arts. 5º, caput, incs. XXXV, LIV e LV, 37, caput, e 93, inc. IX,
da Constituição da República.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.

5. No art. 544 do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei


n. 12.322/2010, estabeleceu-se que o agravo contra inadmissão de recurso
extraordinário processa-se nos autos do recurso, ou seja, sem a
necessidade da formação de instrumento.

Sendo este o caso, analisam-se os argumentos expostos no agravo, de


cuja decisão se terá, então, se for o caso, exame do recurso extraordinário.

6. Razão jurídica não assiste ao Agravante.

A alegação de nulidade do acórdão por contrariedade ao inc. IX do


art. 93 da Constituição da República não subsiste, pois, embora em
sentido contrário à pretensão do Agravante, no acórdão recorrido se

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apresenta fundamentação suficiente, firmada na jurisprudência deste


Supremo Tribunal:
“O que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão
judicial seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na
solução das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no
julgado as premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes
com o dispositivo do acórdão, está satisfeita a exigência
constitucional” (RE n. 140.370, Relator o Ministro Sepúlveda
Pertence, Primeira Turma, DJ 21.5.1993).

7. O Desembargador Relator afirmou:


“A alegada preliminar de cerceamento de defesa não merece
prosperar.
O juiz é o destinatário das provas, cuja apreciação é livre,
sempre em consonância com os fatos e circunstâncias dos autos,
competindo-lhe, ainda, o indeferimento das diligências inúteis, em
consonância com os artigos 130 e 131, ambos do Código de Processo
Civil.
O laudo apresentado às fls. 117/118 e sua complementação de fl.
135 reúne os elementos necessários à adequada solução da lide, pois
concluiu pela existência de desvio de septo nasal do apelante.
Assim, conclui-se que a dilação probatória se revela totalmente
desnecessária, ante a suficiência das provas já produzidas.
Visa o impetrante garantir sua participação em concurso público
para ingresso na carreira de Policial Militar do Estado de São Paulo,
sendo a ação julgada improcedente pela R. Sentença de fls.
O apelante se inscreveu em concurso público para ingresso na
carreira policial-militar, sendo excluído do certame pelo seguinte
diagnóstico: Desvio de Septo Nasal (fl. 12).
O edital de convocação do concurso em seus itens 4.3, 4.3.1,
4.3.4 e 4.3.4.9 (fls. 45/46), anota que: (…).
Assim a reprovação do candidato se deu pelo fato de possuir
anomalia no sistema respiratório, contrariando o disposto na norma
contida no Edital. E por esse fato o recurso não merece prosperar.
O exame médico realizado pela junta médica constatou, segundo
a informação remetida ao impetrante (fl. 12), que pelo fato de possuir

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anomalia denominada ‘desvio de septo nasal’ e, posteriormente, na


complementação da contestação juntada pela apelada (fls. 35/36)
constar ‘desvio de septo nasal’, motivo pelo qual o desqualificou para
ingressar nos quadros da Polícia Militar deste Estado. Ocorre que o
apelante concordou com referida fase ao se inscrever para o certame.
Só cabe ao Judiciário rever os atos praticados pela
Administração Pública quando estes forem viciados, o que não é o caso
dos autos, pois tendo a Administração feito constar no edital de
convocação a fase dos exames médicos, e sendo, após constatada a
inabilitação do impetrante para fazer parte dos quadros da Polícia
Militar, dada oportunidade para que pudesse apresentar sua defesa,
não há que se falar em qualquer irregularidade ou nulidade no ato.
A Administração entendeu que a existência da anomalia
existente no candidato acarretou a falta de atendimento do item
4.3.4.9 do Edital, não estando ele apto a exercer a função do cargo ao
qual concorre”.

Na espécie, nova apreciação do pleito recursal conduziria ao


necessário e prévio reexame do conjunto fático-probatório dos autos e de
cláusulas do edital, incabível em recurso extraordinário. Incidem, na
espécie, as Súmulas ns. 279 e 454 deste Supremo Tribunal, a impossibilitar
o regular processamento do recurso:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
OBSERVÂNCIA DAS REGRAS DO EDITAL.
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS E DE
CLÁUSULAS EDITALÍCIAS. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS N.
279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO” (AI n. 829.036-AgR, de minha relatoria,
Primeira Turma, DJe 24.3.2011).

“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE


INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO. CURSO DE

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FORMAÇÃO DE SOLDADOS DA POLÍCIA MILITAR DE


MINAS GERAIS. EXCLUSÃO DE CANDIDATO REPROVADO
EM TESTE DE APTIDÃO FÍSICA. REEXAME DE MATÉRIA
FÁTICA. SÚMULA 279 DO STF. Para se chegar a conclusão diversa
daquela a que chegou o Tribunal de origem, seria necessário o reexame
de matéria fática, o encontra óbice na Súmula 279 do STF. Agravo
regimental a que se nega provimento” (AI n. 791.013-AgR, Relator o
Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 30.4.2012).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. FUNDAMENTAÇÃO
DO JULGADO RECORRIDO: INEXISTÊNCIA DE AFRONTA
AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO ART. 5º, INC.
XXXV, XXXVI, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA:
OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO”
(RE n. 603.357-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe
11.3.2010).

8. Não se pode afirmar cerceamento de defesa pelo indeferimento da


produção de prova, cabendo ao juiz da causa o exame da suficiência e
eventual necessidade de dilação probatória.

No julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n. 639.228,


Relator o Ministro Presidente, este Supremo Tribunal assentou inexistir
repercussão geral dessa questão, nos seguintes termos:

“RECURSO. Agravo convertido em Extraordinário.


Inadmissibilidade deste. Produção de provas. Processo judicial.
Indeferimento. Contraditório e ampla defesa. Tema
infraconstitucional. Precedentes. Ausência de repercussão geral.
Recurso extraordinário não conhecido. Não apresenta repercussão
geral recurso extraordinário que, tendo por objeto a obrigatoriedade de
observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa, nos
casos de indeferimento de pedido de produção de provas em processo

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judicial, versa sobre tema infraconstitucional” (DJe 31.8.2011).

Declarada a ausência de repercussão geral, os recursos


extraordinários e agravos nos quais suscitada a mesma questão
constitucional devem ter o seguimento negado pelos respectivos
relatores, conforme o § 1º do art. 327 do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal.

Nada há a prover quanto às alegações do Agravante.

9. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo (art. 544, § 4º, inc. II, al.
a, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.

Brasília, 13 de outubro de 2015.

Ministra CÁRMEN LÚCIA


Relatora

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