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Estratégias de Promoção de
Saúde do Idoso: noções de
nutrição aplicada
Iara Gumbrevicius
© 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
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Vice-Presidente de Pós-Graduação
Paulo de Tarso Pires de Moraes
e Educação Continuada
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Conselho Acadêmico Danielle Leite de Lemos Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Ricken Barbosa
Priscila Pereira Silva
Gumbrevicius, Iara
G974e Estratégias de promoção de saúde do idoso: noções
de nutrição aplicada / Iara Gumbrevicius – Londrina:
Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
101 p.
ISBN 978-85-522-0652-1
CDD 610
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
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SUMÁRIO
• Melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas, por meio de recomendações e cuidados nutri-
cionais práticos.
Introdução
O processo de envelhecimento é totalmente natural, contudo, atualmente tem sido um desafio
para a área da saúde, pois é um fenômeno crescente e global, tanto considerando países desenvol-
vidos – que classificam o indivíduo como idoso a partir dos 65 anos de idade – quanto em países em
desenvolvimento – que consideram uma pessoa idosa já a partir dos 60 anos de idade.
Estima-se que, entre os anos de 2010 e 2050, o número de hispânicos idosos aumentará de 2,8
milhões para 17,5 milhões. No Brasil, a pirâmide etária foi invertida nas últimas 7 décadas e espera-
se, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que o número de idosos
Alguns indivíduos se adaptam muito bem ao processo de senescência, enquanto outros desenvolvem
doenças, fragilidades, entre outras condições indesejáveis, constatando, assim, a senilidade. Diante
desse contexto, é importante sabermos que deverá haver um planejamento dietético diferenciado para
cada condição e é essencial que o profissional da saúde saiba a importância desse tipo de cuidado.
O envelhecimento pode ocorrer de diversas formas, com funções fisiológicas e demais alterações
em constantes mudanças durante esse processo. Estas condições determinarão o risco nutricional e,
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Sendo assim, o cuidado nutricional é singular, uma vez que esta área representa potencial papel
como na terapêutica para indivíduos com idade mais avançada. O envelhecimento pode impactar,
de forma negativa, no estado nutricional do idoso, não só em relação ao consumo alimentar, mas
importância conhecer os aspectos nutricionais desse processo, a fim de promover mais saúde e qua-
tes, uma das grandes preocupações no processo de envelhecimento são as alterações fisiológicas e
necessidades e ingestões de nutrientes em adultos com idade mais avançada. Esses fatores influen-
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QUADRO 1 - Determinantes fisiológicos e metabólicos potenciais das necessidades e ingestões de nutrientes
em adultos com idade mais avançada
FONTE: Adaptado de Blumberg (1997 apud FERREIRA, 2012); Bales e Johnson (2016).
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Em relação às alterações metabólicas, temos alguns aspectos que envolvem a terapia nutricional,
a saber: as necessidades energéticas, com o avançar da idade, são reduzidas. Em alguns casos, as
necessidades proteicas podem estar aumentadas, principalmente quando há perda de massa magra,
De acordo com estudos, a suplementação de vitamina D, com ou sem cálcio, associa-se com
menor risco de fraturas em idosos. Com o envelhecimento, muitos indivíduos apresentam déficits
de vitaminas B12, folato (B9) e B6. A deficiência de vitamina B12 tem alta prevalência em idosos e
pode ser atribuída à presença de gastrite atrófica – cuja prevalência chega a alcançar cerca de 30%
dos idosos –, ressecção gástrica, presença da bactéria Helicobacter pylori, anemia perniciosa, uso
Os minerais como zinco, por exemplo, merecem atenção, pois embora não seja muito frequente
sua carência, quando esta ocorre, o sistema imune do idoso - que normalmente apresenta um declí-
nio com o avançar da idade, pode ser comprometido. Nesse caso, o indivíduo
A suplementação de micronutrientes
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nutrientes, acima das recomendações preconizadas por órgãos competentes, deve ser amparado
trato digestório, anorexia, desidratação, entre outras alterações fisiológicas no indivíduo idoso serão
apresentadas a você, prezado(a) aluno(a), nos temas subsequentes, em que trataremos, individu-
almente, cada caso. Entretanto, a partir de agora, você vai conhecer algumas orientações que o
Ministério da Saúde preconiza para oferecer melhor qualidade de vida aos idosos, em relação à ali-
mentação saudável, por meio do documento “Alimentação saudável para a pessoa idosa: um manual
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• Realizar suas refeições em companhia
tiva ao idoso.
11
profissional nutricionista, que é quem será
idoso, de que forma esse Guia poderia contribuir para o estabelecimento de uma alimentação
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Considerações Finais
• O processo de envelhecimento requer cuidados nutricionais específicos e individuais, dado as
• As necessidades energéticas, com o avançar da idade, são reduzidas, contudo, alguns nutrien-
tes devem ser suplementados, conforme a necessidade de cada indivíduo, frente à sua condi-
ção clínica.
• O cuidado nutricional, assim como suas respectivas orientações em relação à alimentação sau-
dável para o idoso, deve ser feito considerando desde a aquisição dos alimentos até seu con-
Glossário
Senescência: envelhecimento. Por extensão, enfraquecimento devido à velhice.
Senilidade: velhice e, por extensão, diminuição das faculdades físicas e intelectuais no idoso.
13
Verificação de leitura
É correto afirmar que o número mínimo de refeições diárias para o idoso deve ser de:
a) 4 a 5.
b) 3 a 4.
c) 5 a 7.
d) 3 a 6.
e) 5 a 6.
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QUESTÃO 3-O cuidado nutricional ao indivíduo idoso é singular, uma vez que esta área repre-
senta potencial papel na redução de riscos de doenças, principalmente as doenças crônicas
não transmissíveis, assim como na terapêutica para indivíduos com idade mais avançada.
PORQUE
II. Não só o consumo alimentar do idoso pode ser restrito, não se apresentado adequado
às suas recomendações nutricionais, mas também a absorção dos nutrientes pode ser ina-
dequada, dadas as alterações metabólicas e fisiológicas que este grupo apresenta.
Avalie as asserções e a relação entre elas proposta. A respeito dessas asserções, qual a
alternativa a seguir corresponde a afirmação correta?
a) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
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Referências Bibliográficas
BALES, C. W.; JOHNSON, M. A. Nutrição em adultos com idade mais avançada. In: ROSS,
A. C. et al. Nutrição Moderna de Shills: na saúde e na doença. 11. ed. Barueri: Manole,
2016. Cap. 56. p. 747-759.
BRASIL. Governo Federal. Em 2060, Brasil terá 19 milhões com mais de 80 anos.
Governo do Brasil, 2016. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-em-
prego/2016/10/em-2060-brasil-tera-19-milhoes-com-mais-de-80-anos>. Acesso em:
05 maio 2018.
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Gabarito
QUESTÃO 1- Alternativa E.
A alimentação diária deve ser composta por refeições básicas que são divididas em: desjejum,
almoço e jantar, e complementares, que devem ser intercaladas com duas ou três outras pequenas
refeições, denominadas de lanches: colação (lanche leve pela manhã), e outros dois lanches, sendo
estes o lanche da tarde e a ceia. Esse fracionamento contribui para o bom funcionamento intestinal
QUESTÃO 2- Alternativa B.
São exemplos de mudanças fisiológicas e alterações metabólicas que o indivíduo idoso apresenta,
O sistema imunológico do idoso apresenta uma queda da imunocompetência, que pode ser expli-
cada pelo aumento na necessidade de ferro, zinco e outros nutrientes, cujas fontes alimentares des-
ses nutrientes podem ser consumidas em menor quantidade que o recomendado. Já em relação
a alteração metabólica que os idosos podem sofrer – pertinente a menor regulação do equilíbrio
hídrico – pode se dar pela necessidade maior ou menor dessas necessidades e também pela falta de
monitoramento constante frente a alterações que possam ocorrer nesse ciclo da vida.
QUESTÃO 3- Alternativa C.
Com o avançar da idade, o consumo alimentar se apresenta, geralmente, diminuído, o que inter-
fere diretamente na ingestão nutricional recomendada. Além disso, a absorção dos nutrientes, mui-
fisiológicas se tornam cada vez mais presentes, comprometendo seu funcionamento normal.
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2 Nutrição
do idoso
frágil segundo
critérios de
fragilidade
Objetivos Específicos
• Conhecer os aspectos relacionados à fragilidade do idoso.
Introdução
A síndrome da fragilidade é o resultado de alterações biológicas, que são características da idade
avançada, e estas podem se desenvolver em função da presença de uma ou mais doenças. Os ido-
sos podem ou não serem classificados como frágeis. A junção dos fatores fisiológicos e etiológicos
duo idoso e essa condição interfere diretamente no estado nutricional nessa fase da vida. Um indiví-
duo idoso frágil terá maiores chances de desenvolver doenças crônicas que, se não forem monitora-
das, serão responsáveis pela ocorrência de outras doenças associadas e, consequentemente, maior
risco de mortalidade.
Idosos são propensos a desenvolver doenças, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovascu-
lares, neurológicas, renais, osteoporose, entre outras, e a alimentação é fundamental para reduzir o
risco dessas ocorrências. A nutrição do idoso frágil deve ser acompanhada por profissional nutricio-
nista, em conjunto com uma equipe multidisciplinar, de maneira efetiva e durante todo o processo de
envelhecimento, seja com intuito de promover reeducação alimentar, seja como forma de melhorar
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2.1 Influência do estado nutricional
na fragilidade do idoso
Na década de 80, o termo fragilidade começou a ser citado nos estudos científicos e, somente
último ano.
Assimile
• Redução da força de preensão palmar, o Índice de Massa Corpórea (IMC) é obtido por meio
da fórmula:
medida com dinamômetro e ajustada
em segundos.
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• Exaustão a queixas: “eu sinto que faço todas as minhas atividades com muito esforço” e/ou
• Baixo nível de atividade física medida pelo dispêndio semanal de energia em Kcal (com base no
autorrelato das atividades e exercícios físicos específicos realizados) e ajustada conforme o gênero.
Presença de:
b. 1 ou 2 critérios = pré-frágeis.
c. nenhuma alteração= robustos.
Exemplificando
Com base nessas informações, o profis-
o Sr. Carlos tem 72 anos de idade e passou por uma
consulta com um médico geriatra, Dr. Roberto, a
sional de saúde tem a possibilidade de clas-
pedido da nutricionista, Dra. Suzana. O Dr. Roberto
sificar o indivíduo como mais ou menos vul- aplicou o questionário preconizado por Fried et al.
(2001), sobre fenótipo da fragilidade. O Sr. Carlos
nerável e, assim, saber quais estão mais relatou ao Dr. Roberto que pesava 58 Kg e, neste
momento, um ano depois dessa última pesagem,
preparados para as adversidades da vida. ele está com 54 Kg e não teria motivos aparentes
para essa perda de peso. O paciente também rela-
Idosos frágeis ou pré-frágeis estarão mais tou sentir-se muito exausto, não conseguindo re-
alizar suas atividades, pois se cansa demais. Estes
dispostos a apresentar complicações clínicas foram alguns dos motivos pelos quais a Dra. Suzana
solicitou que o Sr. Carlos procurasse o Dr. Roberto.
frente a situações de infecções, internações, Com base somente nessas informações, o Dr. Ro-
berto já poderia determina que o Sr. Carlos apresen-
desequilíbrios hídricos, dentre outras. Esses ta fragilidade? O que deverá ser feito nesse caso?
Caro(a) aluno(a), em primeiro lugar, a perda de peso
indivíduos necessitam de mais tempo para do Sr. Carlos foi de mais de 5% em um ano (peso an-
terior a um ano = 58 Kg e peso atual = 54 Kg, logo,
voltarem à sua condição funcional, pois per- a perda foi de 6,9%). As queixas sobre a exaustão do
Sr. Carlos, ao realizar suas atividades, também é um
dem massa muscular, apresentam maiores agravante do seu estado geral. Assim, como foram
encontrados dois critérios positivos, pode-se con-
chances de desenvolverem condições volta-
siderar que o Sr. Carlos apresenta uma situação de
pré-fragilidade, e todas as medidas de cuidados de-
das a estados inflamatórios e trombóticos e
verão ser imediatamente tomadas, a fim de evitar
apresentam maior risco nutricional. que sua condição clínica evolua para uma condição
de fragilidade.
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Dentre os critérios adotados para diagnóstico da fragilidade, existem outros instrumentos que
podem ser utilizados, como a Escala de Fragilidade de Edmonton (EFE). Outras ferramentas avaliam
Um estudo sobre a fragilidade de idosos Brasileiros, feito com 3075 voluntários de seis cidades
brasileiras, utilizou as seguintes variáveis na pesquisa: idade, gênero, índice de massa corpórea
fenótipo físico. Os resultados mostraram que a fragilidade foi mais frequente a partir dos 75 anos de
idade, em voluntários idosos com IMC < 23 kg/m2 e também em idosos com valores altos de relação
A conclusão que os autores chegaram foi de que a fragilidade teve relação com pessoas de idades
mais avançadas, desnutrição e elevada concentração de gordura abdominal. Esse estudo comprovou
a necessidade, durante a prática clínica, da realização de avaliação nutricional, dada sua importância
Uma pesquisa qualitativa, desenvolvida na cidade de Porto Alegre, em 2014, com idosos de idade
média de 88 anos, portadores de mais de três comorbidades, teve como objetivo avaliar as caracte-
rísticas dos idosos frágeis, a fim de fornecer assistência integral, servindo de subsídio para a imple-
mentação de estratégias, programas e políticas de saúde pública destinadas à essa população alvo.
Os resultados obtidos assinalaram diversos fatores que podem predispor a desnutrição no idoso,
como: dificuldade no acesso a compra e preparo de alimentos (em função da dependência de outras
pessoas), solidão ao realizar suas refeições, falta de motivação para o autocuidado, baixa ingestão
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hídrica, uso de próteses sem ajuste ade-
cionais devem ser específicas para cada caso e o profissional nutricionista deverá fazer o acompanha-
mento nutricional periódico, em conjunto com a equipe multidisciplinar. A insegurança alimentar deve
ser considerada sempre, uma vez que apresenta riscos potenciais em adultos
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Em estudo feito com voluntários idosos para avaliar o perfil clínico-nutricional e alimentar, na
cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, observaram-se os seguintes resultados: a maioria dos idosos
são. Em termos nutricionais, os voluntários tinham alto consumo de produtos alimentícios ultrapro-
cessados e de alto índice glicêmico, embora consumissem, no seu dia a dia, alimentos saudáveis,
como arroz, feijão, frutas e hortaliças. Esses resultados mostram a importância de se elaborar e apli-
car intervenções alimentares específicas, de fundo educativo, aos idosos com fragilidade, e também
aos idosos em geral, para se obter controle e redução de riscos de doenças crônicas correlacionadas
Programas de assistência alimentar e nutricional para idosos são muito importantes e se desti-
nam aos indivíduos que se apresentam em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimen-
tar. Os idosos frágeis são predispostos a modificações nutricionais, devido às alterações fisiológicas e
sociais, presença de doenças crônicas, uso de medicações, problemas com a alimentação, depressão
posição corporal que, quando se apresenta em proporções inadequadas, o torna mais predisposto
durante todo o processo de envelhecimento, qual idade você, caro(a) aluno(a), julga importante ini-
ciar esse tipo de cuidado? Como a nutrição pode colaborar no processo de envelhecimento? Em que
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Considerações Finais
• Todas as alterações que ocorrem no organismo humano devido ao envelhecimento e a quali-
dade desse processo estão relacionadas a diversos fatores, sendo o cuidado nutricional um dos
nutricional para idosos, uma vez que essa população é altamente vulnerável a modificações
ças aos idosos devem ser implantados, uma vez que esse grupo exige cuidados constantes.
• O estado nutricional do idoso tem forte relação com a fragilidade e com cuidados nutricionais,
podendo atenuar os índices de fragilidade e, até mesmo, reduzir muito o seu desenvolvimento.
Glossário
Disfagia: sensação consciente da passagem dos alimentos através do esôfago e que pode estar
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Verificação de leitura
Em relação ao peso corporal, é correto afirmar que a perda de peso não intencional, para
se caracterizar um critério de identificação de fragilidade biológica, deve ser:
a) ≥ 5,0 kg ou 5% ou mais do peso corporal no ano anterior.
I- Nessa fase pode haver maior prevalência de doenças, porém estas não se relacionam a
maiores inabilidades com as perdas que se manifestam.
III – A fragilidade no idoso é marcada por uma síndrome clínica cujos sinais e sintomas são
preditores de muitas complicações em sua saúde, aumentando o risco nutricional.
IV- A fragilidade do idoso é uma condição muito importante que pode ser facilmente evi-
tada, não sendo considerada como um problema de saúde pública.
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a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) I e IV.
QUESTÃO 3- Programas de assistência alimentar e nutricional para idosos são muito im-
portantes, principalmente na vigência de um quadro de síndrome de fragilidade. Imagine
que você é um profissional da saúde e irá atender um grupo de idosos de 85 anos de idade.
Esses idosos são propensos a desenvolver modificações nutricionais, que podem ocorrer
devido às alterações fisiológicas e sociais, presença de doenças crônicas, uso de medica-
ções, depressão e alterações de mobilidade com dependência funcional, além de:
a) Melhora de suas condições físicas.
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Referências Bibliográficas
BERTOLINI, C. M. Idoso frágil: percepções sobre alimentação e nutrição. 2014.
DE ANDRADE PREVIATO, H. D. R. et al. Perfil clínico-nutricional e consumo alimentar de
idosos do Programa Terceira Idade. Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, Ouro
Preto, v. 10, n. 2, p. 375-387, 2015.
DE CÁSSIA DE AQUINO, R. et al. Planejamento dietético no envelhecimento. In: TUCUN-
DUVA PHILIPPI, S.; DE CÁSSIA DE AQUINO, R. Dietética: princípios para o planejamento
de uma alimentação saudável. São Paulo: Manole, 2015. cap. 12, p. 341-370. v. 1.
DICIONÁRIO Médico. [S.l.: s.n.], 2014. Disponível em: <http://www.xn--dicionriomdico-
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FRIED, L. P. et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. The Journals of
Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, v. 56, n. 3, p. M146-
M157, 2001.
MORETTO, M. C. et al. Relação entre estado nutricional e fragilidade em idosos brasi-
leiros. Rev Bras Clin Med, v. 10, n. 4, p. 267-71, 2012.
TOMMASO, A. B. G. D. O conceito de síndrome da fragilidade: será que todo idoso é
frágil? Gen Medicina, 2016. Disponível em: <http://genmedicina.com.br/2016/08/24/o-
conceito-de-sindrome-da-fragilidade-sera-que-todo-idoso-e-fragil/>. Acesso em: 05
maio 2018.
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Gabarito
QUESTÃO 1- Alternativa E.
Em relação ao peso corporal, é correto afirmar que a perda de peso não intencional, para se
QUESTÃO 2-Alternativa C.
O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, que apresenta alterações morfológicas,
I- Nessa fase pode haver maior prevalência de doenças, porém estas não se relacionam a maiores
inabilidades com as perdas que se manifestam – está incorreto, pois a prevalência de doenças se
II- As modificações no processo de envelhecimento e que podem levar o indivíduo a casos de fra-
gilidades, incluem seu papel social, financeiro, posição social, independência e estrutura anatômica
– está correto.
III – A fragilidade no idoso é marcada por uma síndrome clínica cujos sinais e sintomas são predi-
tores de muitas complicações em sua saúde, aumentando o risco nutricional – está correto.
IV- A fragilidade do idoso é uma condição muito importante que pode ser facilmente evitada, não
sendo considerada como um problema de saúde pública - está incorreto, pois além de não ser tão
facilmente evitada, ela é um problema de saúde pública, pois gera muitos cuidados clínicos, na pre-
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QUESTÃO 3- Alternativa B.
Programas de assistência alimentar e nutricional para idosos são muito importantes, principal-
saúde e irá atender um grupo de idosos de 85 anos de idade. Esses idosos são predispostos a modifi-
cações nutricionais, que podem ocorrer devido às alterações fisiológicas e sociais, presença de doen-
ças crônicas, uso de medicações, depressão e alterações de mobilidade com dependência funcional,
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3 Distúrbios
nutricionais
ligados à
composição
corporal
Objetivos Específicos
• Determinar as condições que levam o idoso ao desenvolvimento do baixo peso.
• Conhecer a importância da informação acerca dos distúrbios nutricionais mais comuns entre
os idosos.
Introdução
Como já sabemos, com o avançar da idade, os indivíduos idosos apresentam alterações impor-
mentos diversos, além de reduzida sensibilidade às sensações, por exemplo de sede, corroboram
para déficits nutricionais que devem ser investigados e acompanhados pelos profissionais da saúde,
O baixo peso, assim como o sobrepeso e a obesidade, são condições que levam o idoso a maior
risco de complicações clínicas. Não só o baixo peso, mas o sobrepeso e a obesidade devem receber
atenção especial dos profissionais de saúde, uma vez que essas condições representam maior risco
nutricional e de morbimortalidade.
idoso, deixando-o mais frágil e cada vez mais, se não tratado com urgência, desnutrido. A desnutrição é
um potencial agravante de óbito em idosos e pode ocorrer por diversos fatores nesse ciclo da vida, sejam
eles voltados às restrições alimentares e/ou socioeconômicas, sejam decorrentes de fatores secundários,
como presença de determinadas doenças, anorexia, inabilidade para se alimentar, dentre outros.
evitar que esses distúrbios nutricionais ocorram, porém, essa conduta não é uma prática comum em
32
nosso país e, muitas vezes, somos obrigados a fazer a intervenção clínica de forma curativa. Ainda
assim, é primordial que todos os profissionais de saúde deem total atenção a todo e qualquer tipo de
distúrbio nutricional, pois, independente do fator causador, sabe-se que a presença deste desequilí-
cionais tem-se, por exemplo, a falta de ânimo para preparar suas refeições, passando a consumir
preparações mais rápidas, pobres em nutrientes importantes para sua fase etária e, por outro lado,
Algumas condições que também podem interferir na boa alimentação do idoso são: redução da
produção salivar, ausência de dentição completa, entre outros fatores que provocam alterações
importantes no hábito alimentar desses indivíduos. A produção de saliva pode se apresentar alte-
rada em função de alguns tipos de doenças ou pelo uso excessivo de medicamentos diversos, cau-
sando uma condição denominada xerostomia. Na vigência dessa alteração salivar, o idoso não sente
o gosto dos alimentos de forma adequada, possui certa intolerância a determinadas preparações
menos úmidas e acaba reduzindo o consumo de vários alimentos e/ou preparações culinárias.
Segundo Busnello (2007), o baixo peso afeta, de forma importante, a população idosa brasileira,
tanto por sermos um país em desenvolvimento, quanto pela necessidade de melhorias nos serviços
de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), em Erechim-RS, Sperotto e Spinelli (2010)
encontraram alta prevalência de desnutrição (35%) e risco de desnutrição (65%). Souza et al. (2014),
em estudo transversal com 233 idosos de ILPI de Uberlândia/MG, mostrou que o baixo peso teve
associação com a dependência funcional, cerca de 20% acima do encontrado em idosos eutróficos.
A incapacidade funcional tem forte correlação com o baixo peso, uma vez que compromete o
autocuidado, a mobilidade do idoso, a autoestima, entre outros fatores que se relacionam aos cui-
dados nutricionais. É muito comum encontrarmos idosos com desnutrição e incapacidade funcional.
33
2.1.1 Desnutrição
O risco de desnutrição pode ser originado não só por déficits nutricionais e falta de conhecimento
acerca de uma alimentação balanceada, mas também por condições de restrições orçamentárias,
limitações financeiras, redução das capacidades físicas e psicológicas, afastamento social, presença
de doenças, dentre outras. Da mesma forma, agentes secundários podem promover quadros de des-
nutrição em idosos, como inabilidade para se alimentar corretamente, falta de apetite, má absor-
ção nutricional, disfunções orgânicas, aumento da necessidade de aporte nutricional por qualquer
motivo, interação entre nutrientes e/ou entre drogas e nutrientes, dificuldades para mastigar e/ou
dado, torna-se cada vez mais agressivo, reduzindo muito a qualidade e expectativa de vida no pro-
cesso de envelhecimento.
34
3.2 Caquexia
A caquexia é uma “síndrome metabólica complexa associada a doença subjacente e caracterizada
por perda de musculatura, com ou sem perda de massa adiposa, diferente da inanição e da perda
de massa muscular relacionada com a idade” ou sarcopenia (EVANS, 2008 apud BALES; JOHNSON,
2016, p. 756).
É importante você saber, prezado aluno, que há diferença conceitual entre sarcopenia e caquexia.
A sarcopenia é designada aos pacientes que apresentam perda de massa, função e força muscular
de tal forma que leva ao comprometimento funcional. É uma condição comum em idosos e durante
midades, sejam estas agudas (exemplos: queimaduras graves, insuficiência renal aguda) ou crônicas
nutrição. Assim, podem ser proporcionadas intervenções nutricionais precoces que possam colabo-
rar com um melhor estado nutricional desses indivíduos. Na impossibilidade de reduzir os riscos e na
vigência destas condições clínicas, é singular que o nutricionista seja acionado de forma emergen-
cial, o quanto antes, para proceder com a terapia nutricional adequada, ajustada a cada caso em
Idosos com caquexia apresentam maior risco de morbimortalidade e devem ser tratados com
muita atenção e cuidado. Quando a ingestão de alimentos por via oral se torna insuficiente ou não
praticável, o nutricionista deverá acionar a equipe médica e esta, por sua vez, deverá avaliar as pos-
sibilidades de uso de terapia nutricional enteral ou, até mesmo, terapia nutricional parenteral. Essa
é uma decisão que deve ser tomada o quanto antes, para evitar a progressão dos distúrbios nutri-
cionais no idoso. Esses tipos de terapias nutricionais podem ser administradas tanto em regime hos-
pitalar quanto domiciliar e devem ser acompanhadas rotineiramente pela equipe multiprofissional,
35
seguindo protocolos rígidos de implantação
Link
que, não raramente, esses idosos apresentam excesso de peso corporal por
36
idoso estão relacionadas a um maior risco de doenças cardiovasculares (DCV) e, por conseguinte,
Em estudo feito por Martins et al. (2016), foi avaliado o consumo alimentar de 402 idosos aten-
didos pela Estratégia de Saúde da Família de Viçosa/MG, e foi constatada associação direta entre
o maior consumo de carboidratos e ascensão do Índice de Massa Corpórea (IMC) nesses idosos. Os
resultados dessa pesquisa concluíram que a alteração no padrão alimentar desses voluntários cola-
Na pesquisa de Cardozo et al. (2017) , feita com idosos de 11 Unidades Básicas de Saúde de um
município do Rio Grande do Sul (n=119), foi constatado que a maioria dos voluntários apresentavam
cunferência da cintura.
mais à frente, na aula sobre avaliação nutricional do idoso, entretanto, caro(a) aluno(a), saiba que os
de vida do idoso, verifica-se uma correlação negativa com a obesidade. Todo profissional da saúde
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deve oferecer atenção especial e contínua
cas, especialmente as doenças crônicas não transmissíveis, a exemplo das doenças cardiovascula-
A obesidade é um problema de saúde pública e sua prevalência, tanto no Brasil como no mundo,
tem alcançado índices alarmantes e crescentes. Diante desse cenário, que importância você julga
ter questões relacionadas aos hábitos alimentares, atividade física, educação alimentar e cuidados
com a saúde de forma rotineira? Pensando nos distúrbios nutricionais em geral, quais medidas você
proporia, em nível de saúde pública, aos órgãos relacionados à saúde, a fim de oferecerem, à popu-
Considerações Finais
• A incapacidade funcional está relacionada com o baixo peso, sendo muito comum a presença
• A desnutrição é uma das condições que preocupa os profissionais da saúde e está relacionada
38
• A caquexia ocorre em associação com enfermidades, sejam estas agudas ou crônicas.
na população idosa.
Glossário
Xerostomia: boca seca.
Inanição: “Estado que leva um ser vivo à morte por falta de alimento ou de certos tipos de ali-
Terapia nutricional enteral: alimentação oferecida por meio de sondas e/ou ostomias.
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-A sarcopenia é uma condição clínica comum durante o processo de enve-
lhecimento, porém, o profissional de saúde deve estar atento para esse fato, a fim de
promover cuidados que reduzam o risco desta doença ou que promova a recuperação da
massa muscular dentro das possibilidades terapêuticas. É sabido que o processo de enve-
lhecimento promove mudanças na composição corporal e que uma destas é a progressiva
redução da massa magra. Nos dias atuais, a sarcopenia é definida como uma síndrome,
marcada por uma perda gradual de __________ e também de __________ e __________.
Diversas pesquisas mostram que a sarcopenia tem relação direta com a ocorrência de in-
capacidades __________.
39
QUESTÃO 2-A obesidade é um problema de saúde pública e, no Brasil, atinge cerca de
30% dos idosos. Esta é uma grande preocupação dos profissionais de saúde, uma vez que
obesidade é doença e apresenta forte relação com o desenvolvimento de:
a) Doenças infecciosas.
b) Doenças crônicas.
QUESTÃO 3- O risco de desnutrição pode ser originado por diversos fatores na população
idosa. São exemplos desses fatores: déficits nutricionais, falta de conhecimento acerca de
uma alimentação balanceada, restrições orçamentárias, limitações financeiras, redução das
capacidades físicas e psicológicas, afastamento social, presença de doenças, dentre outros.
40
Referências Bibliográficas
BALES, C. W.; JOHNSON, M. A. Nutrição em adultos com idade mais avançada. In: ROSS,
A. C. et al. Nutrição Moderna de Shills: na saúde e na doença. 11. ed. Barueri: Manole,
2016. Cap. 56. p. 747-759.
GRAVINA, C. F.; ROSA, R. F.; FRANKEN, R. A.; FREITAS, E. V.; LIBERMAN, A. et al. Sociedade
Brasileira de Cardiologia. II Diretrizes Brasileiras em Cardiogeriatria. Arq Bras Cardiol, v.
95 (3 supl.2) 2010, p. 1-112.
PERES, R. B. Prejuízos à Saúde Impostos pela Obesidade. In: CLAUDINO, A. M.; ZANELLA,
M. T. Transtornos alimentares e obesidade. São Paulo: Manole, 2005. cap. 23, p.
211-218.
41
Gabarito
QUESTÃO 1- Alternativa D.
A sarcopenia é uma condição clínica comum durante o processo de envelhecimento. Nos dias atu-
ais, a sarcopenia é definida como uma síndrome, marcada por uma perda gradual de massa muscu-
lar e também de força muscular e função muscular. Diversas pesquisas mostram que a sarcopenia
QUESTÃO 2- Alternativa B.
A obesidade é uma grande preocupação dos profissionais de saúde, uma vez que obesidade é
doença e apresenta forte relação com o desenvolvimento de doenças crônicas, a exemplo das doen-
QUESTÃO 3- Alternativa A.
O risco de desnutrição pode ser originado por diversos fatores no idoso, conforme citado.
Entretanto, a falta de apetite e de vontade/estímulo para fazer suas refeições são outras condições
42
4 Distúrbios
relacionados
ao sistema
digestório e
nutrição
Objetivos Específicos
• Reconhecer os distúrbios do sistema digestório em idosos.
intestinal.
• Conhecer a importância dos cuidados clínicos e nutricionais que a equipe multidisciplinar deve
Introdução
Alguns distúrbios muito comuns em idosos, relacionados ao sistema digestório, apresentam forte
relação com os aspectos nutricionais, uma vez que esses órgãos são essenciais à manutenção da
Condições clínicas, como disfagia e refluxo gastroesofágico, são comuns nessa faixa etária e
podem levar o idoso a um estado nutricional desfavorável. Essas alterações promovem perda de
peso – que pode ocorrer devido à redução do consumo alimentar, frente à dificuldade de deglutir,
desidratação e desenvolvimento de outras doenças, por exemplo esofagite, além de outras conse-
quências. Engasgos também são comuns nessa idade e podem provocar aspiração pulmonar e até o
quadro de pneumonia aspirativa. Caso o idoso não seja tratado o mais rápido possível, essas condi-
ções poderão se agravar, tornando-o frágil e, assim, susceptível ao aparecimento de mais complica-
A constipação intestinal (CI) é outro problema grave no idoso e, no que tange os aspectos nutri-
cionais, pode ter seu risco diminuído com a mudança de hábitos alimentares, consumindo refeições
ricas em fibras alimentares e melhorando a hidratação. É importante saber que a CI não é definida
somente pela presença de fezes endurecidas e que existem instrumentos de avaliação do funcio-
namento intestinal validados na Língua Portuguesa, que podem auxiliar muito os profissionais da
44
4.1 Aspectos gerais dos
compartimentos digestórios
1. Bucal: recebe o alimento e, após o processo de mastigação que envolve a ação salivar, envia
45
2. Faríngeo-esofágico ou deglutitório: o bolo alimentar passa pela faringe e, em seguida, pelo
compartimento não há alteração digestória, sendo sua função somente o transporte do bolo
3. Gástrico: ao chegar no estômago, com ação da secreção gástrica, o bolo alimentar sofre alte-
material.
compartimento é o armazenamento
Exemplificando
das fezes até o momento da evacuação. o processo de deglutição envolve 4 fases: oral, prepa-
ratório, faríngea e esofágica. Um idoso que apre-
sente alterações, por exemplo, na fase faríngea da
deglutição, apresentará dificuldades nesse processo,
logo, ele apresenta disfagia. Todas essas fases, quan-
do deprimidas por quaisquer motivos, podem estar
relacionadas a dificuldades na alimentação.
46
4.2 Disfagia e engasgos
Disfagia é a dificuldade apresentada em qualquer etapa do processo de deglutição, exigindo condi-
maior necessidade de tempo para formação do bolo alimentar, entre outras condições. Estima-se
que cerca de 30% a 60% dos idosos atendidos em domicílio sejam portadores de disfagia. Em uni-
dades de terapia intensiva (UTI), quaisquer pacientes intubados por mais de 48h apresentam grande
As complicações mais frequentes em pessoas com disfagia, independente da causa, são: desidra-
tação, alterações negativas no estado nutricional, maior risco de aspiração, pneumonia, entre outras.
faringe e esfíncter esofágico superior (EES) apresentam irregularidades no seu funcionamento, não
47
neuromuscular e pode ser alterado por neoplasias, modificações manométricas, espasmos, distúrbios
de motilidade ou, ainda, ser secundário a alguma doença de base. A acalasia, por exemplo, pode levar
ao quadro de disfagia.
A triagem para disfagia deve ser feita o mais precocemente possível. Os profissionais da saúde
mais próximos, a exemplo do médico e enfermeiro, devem identificar as situações de risco para dis-
Com base em uma avaliação rigorosa do grau de disfagia, feita pelo fonoaudiólogo, a terapia nutricio-
nal visa adequar a via de administração nutricional que seja mais segura ao paciente, assim como adaptar
a alimentação via oral ao grau de disfagia, para manter ou recuperar o estado nutricional do indivíduo.
48
O grau de disfagia determinará a consistência (textura) e a viscosidade do que será consumido
pelo idoso. Pode haver necessidade de espessar um alimento mais líquido ou uma bebida, a fim
de evitar riscos de engasgos e aspirações. Para espessar um líquido ou uma preparação culinária,
podem ser utilizadas farinhas à base de amido, gomas feitas com fibras solúveis, produtos à base de
algas ou, ainda, espessantes industrializados, que não alterem o sabor. Em muitos casos, há neces-
sidade do uso das terapias nutricionais enteral (TNE) e/ou parenteral (TNP).
O fluxograma de avaliação de terapia nutricional (TN), de acordo com o grau de disfagia, é muito utilizado
e auxilia na decisão do tipo de administração nutricional. O modelo de fluxograma mais utilizado é o preconi-
zado pela Diretriz da Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral e Enteral - ESPEN (2004): Dysphagia, food
and nutrition: from clinical evidence to dietary adaptation (MYRIAN NAJAS, 2011). (Figura 2).
49
A partir do grau de disfagia, as características da dieta são definidas (Figura 3), sendo realizada ava-
liação do idoso periodicamente. Para os líquidos, as consistências propostas são em 4 níveis (Figura 4).
FONTE: Adaptado de Crary et al. (2005 apud Myrian Najas, 2011, p. 49).
50
4.3 refluxo gastroesofágico (RGE)
FONTE: <https://ebsco.smartimagebase.com/view-item?ItemID=3736>.
O RGE ocorre em função da diminuição da pressão do EEI, a qual permite que parte do conteúdo
gástrico retorne ao esôfago. Muitas vezes, essa condição promove o desenvolvimento de esofagite,
que é a inflamação da mucosa esofágica. Além disso, o sintoma mais prevalente apresentado por
EEI é feito pelos hormônios gastrina (aumenta a pressão), colecistocinina (CCK) e secretina (ambas
diminuem a pressão). Algumas substâncias alteram a pressão do EEI, a exemplo da cafeína, teobro-
mina – presente no chocolate –, xantinas, álcool, os quais diminuem a pressão do esfíncter e, con-
51
A terapia nutricional tem como objetivos:
ereta e no máximo 2 horas antes de se deitar, não se recostar após as refeições, não usar roupas e
las), mas também pela frequência menor que 3 evacuações semanais, peso diário das fezes menor
que 35 g, esforço para evacuar em mais que um quarto das evacuações ou tempo de trânsito intes-
tinal prolongado, além de sensações subjetivas, como esforço ao evacuar, ausência de eliminação
Outros instrumentos importantes e que, da mesma forma, podem ser utilizados no diagnóstico
da CI são o questionário sobre funcionamento intestinal (GSRS) (SOUZA et al., 2012) e a Escala de
Bristol. A Escala de Bristol exibe imagens de sete tipos de fezes, de acordo com sua forma e consis-
tência, permitindo a identificação por parte do paciente (MARTINEZ; AZEVEDO, 2012). Essa escala
foi traduzida e validada para o português, apresentando fácil entendimento e aplicação em quais-
52
A CI causa um impacto econômico impor-
apresentar CI devido ao uso de medicamentos diversos, uma vez que esses remédios podem apre-
sentar a CI como efeito colateral. Dessa forma, a pouca mobilidade e determinadas doenças podem
em decorrência desse sintoma? Nessas condições, prezado(a) aluno(a), como você poderia avaliar a
qualidade de vida desse indivíduo? Existem situações que poderão torná-lo um idoso frágil, na pre-
sença da constipação intestinal? Como o profissional da saúde poderá contribuir para a melhora do
53
Considerações Finais
• A avaliação nutricional é fundamental na avaliação clínica do idoso, contribuindo para a iden-
pneumonia, entre outras, podem levar ao prejuízo do estado nutricional do idoso, colocando-o
inferior, a qual permite que o conteúdo gástrico retorne ao esôfago. Essa condição pode oca-
• A constipação intestinal (CI) é uma condição que não só pode agravar a qualidade de vida do
idoso, mas também levar ao desenvolvimento de doenças que terão grande impacto na sua
vida. Diante disso, é fundamental o acompanhamento do idoso com CI, promovendo mudanças
nos seus hábitos alimentares e indicando outras formas de combater esse sintoma.
Glossário
Saprófita: organismos que vivem da absorção de matérias orgânicas em decomposição.
54
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-O sistema digestório é constituído por estruturas que contemplam desde a
ingestão do alimento até sua digestão e absorção dos nutrientes. Para que todo esse pro-
cesso seja realizado, são utilizados 6 compartimentos digestivos, descritos a seguir.
Associe as duas colunas e assinale a alternativa que representa a associação correta entre elas.
b) A1 – B4 – C3 – D5 – E2– F6.
c) A4 – B1 – C2 – D3 – E6 – F5.
d) A4 – B4 – C3 – D5 – E5– F6.
e) A1 – B3 – C4 – D2 – E6– F5.
QUESTÃO 2-O refluxo gastroesofágico (RGE) é uma condição clínica muito importante e
que deve ser observada pelos profissionais da saúde de forma precoce. Quando não trata-
do, o RGE poderá ocasionar:
a) Constipação intestinal.
b) Diarreia.
c) Acalásia.
d) Esofagite.
e) Dermatites.
55
QUESTÃO 3-A paciente Sra. P. L. M., de 72 anos de idade, foi diagnosticada com disfagia
pela equipe médica que a atende no hospital de sua cidade. Foi indicado que ela consuma
somente alimentos e com espessantes para evitar, inclusive, risco de aspiração.
b) Mingau de aveia.
c) Leite puro.
d) Chá preto.
e) Suco de laranja.
Referências Bibliográficas
BASILISCO, G.; COLETTA, M. Chronic constipation: a critical review. Digestive
and Liver Disease, v. 45, n. 11, p. 886-893, 2013.
56
MARTINEZ, A. P.; AZEVEDO, G. R. The Bristol Stool Form Scale: its translation to
Portuguese, cultural adaptation and validation. Revista latino-americana de enfer-
magem, v. 20, n. 3, p. 583-589, 2012.
57
Gabarito
QUESTÃO 1- Alternativa C.
(A) Bucal: (4) Local de formação do bolo alimentar.
QUESTÃO 2-Alternativa D.
O refluxo gastroesofágico é uma condição clínica muito importante e que deve ser observada
pelos profissionais da saúde de forma precoce, uma vez que, quando não tratado, poderá ocasionar
esofagite. Constipação intestinal, diarreia e dermatites não tem relação com RGE. Quanto a acalasia,
esta é uma condição que causará o RGE e não é causada pelo RGE.
QUESTÃO 3-Alternativa B.
A preparação que a Sra. P. L. M. poderá consumir em um lanche da tarde, já que necessita usar
tos muito líquidos e que podem promover aspiração, sendo assim, contraindicadas.
58
5
Preditores de
desnutrição
no idoso
Objetivos Específicos
• Conhecer os índices preditores de desnutrição no idoso.
• Conhecer alguns parâmetros bioquímicos que podem auxiliar no diagnóstico de risco nutricional.
• Saber identificar perdas de peso importantes para a avaliação do estado nutricional do idoso.
Introdução
A desnutrição em idosos é um quadro potencialmente agravante da qualidade de vida e maior
risco de morbidades e mortalidade. Um dos grandes problemas que ocorrem com essa população é a
falta de diagnóstico de desnutrição, pois comumente, a perda de peso é tratada como uma condição
normal do processo de envelhecimento. Dessa forma, os fatores preditores de desnutrição devem ser
albumina e contagem total de linfócitos como variáveis associadas à desnutrição. A perda de peso
depende não somente da informação do indivíduo, mas também de uma observação efetiva e con-
tínua por parte dos profissionais de saúde. Por esse motivo, é fundamental que o peso seja aferido
Outros fatores como menor ingestão de alimentos, uso de medicamentos, desordens no processo
de mastigação e menor capacidade de recuperar as perdas nutricionais são condições que podem
saúde esteja atento aos fatores preditivos de desnutrição e realize o monitoramento destes de forma
contínua e detalhada, a fim de proporcionar ao idoso, dentro de suas possibilidades, melhor quali-
60
5.1 Preditores de desnutrição
Os idosos apresentam características próprias associadas ao estado nutricional, consumo alimen-
tar e resposta a terapia nutricional. A desnutrição é o distúrbio nutricional mais importante que aco-
mete os idosos, e não é incomum observar ausência desse diagnóstico nessa população.
Salvo exceções, esse segmento populacional é hospitalizado com maior frequência e também
permanece por mais tempo internado, quando comparado a outras populações. Esse fato se dá em
função de um maior risco de incapacidade e doença. Estima-se que mais de 80% desse grupo apre-
sente algum tipo de doença crônica e 30% tenha duas ou mais doenças associadas, que podem estar
da capacidade renal e respiratória, de água corporal total e síntese proteica reduzidas (Figura 1), é
comum que deficiências nutricionais sejam mascaradas e, desta forma, não seja diagnosticada a
61
FIGURA 1 - Alterações fisiológicas e progressivas com o envelhecimento
FONTE: Silva (2009. p. 1176) Informações: no eixo “x”, temos idades entre 30 a 80 anos, enquanto no eixo “y”, a porcentagem, de
0% a 100% de cada um dos quatro componentes apresentados (capacidade renal, respiratória, água corporal total e síntese proteica).
Observa-se que, com o avançar da idade, as porcentagens diminuem consideravelmente, o que demonstra a participação do processo
Algumas variáveis fisiológicas/metabólicas que deprimem o idoso e que podem contribuir para o
62
• Atividade da amilase salivar reduzida.
• Xerostomia.
• Dentição prejudicada.
perar seu estado nutricional, com correção dos déficits nutricionais, com terapia nutricional.
mas os profissionais de saúde devem se atentar ao fato de que essas concentrações podem se
63
apresentar alteradas na desidratação, em alterações na síntese e distribuição da albumina, e tam-
bém na presença de alterações hepática e renal. A albumina pode apresentar-se reduzida cerca
de 3% a 8%, a cada década, a partir dos 70 anos de idade. Assim, esse parâmetro bioquímico é
(SILVA, 2009).
64
colaboradores estudaram 306 idosos admitidos no Nursing Home Residents (EUA) e observaram três
variáveis preditivas de desnutrição: perda de peso recente e involuntária, ingestão alimentar dimi-
Embora não haja um consenso geral para definir qual o percentual de perda de peso que deva ser
considerado significativo, a recomendação que é muito utilizada e tem sido recomendada é a preco-
nizada por Blackburn et al. (1977 apud COELHO; AMORIN, 2014) (Tabela 1).
1 mês 5 >5
6 meses 10 > 10
tidade e capacidade das proteínas contráteis exercerem tensão suficiente para vencer a resistência
65
A desnutrição acelera o processo de sar-
mesma forma, a terapia nutricional, quando indicada, deve ser realizada o mais precocemente pos-
No próximo tema, avaliação nutricional do idoso, você conhecerá quais parâmetros são impor-
tantes para diagnóstico do estado nutricional dessa faixa etária. Além disso,
res mais prevalentes em sua população, elaborar protocolos de triagem nutricional, que sejam vali-
dados para esse grupo e aplicar em todos os idosos atendidos em suas instituições.
66
Questão para reflexão
Diante da alta prevalência de distúrbios nutricionais no idoso, os quais acarretam consequente
geral na avaliação do estado nutricional do idosos, o que o profissional de saúde pode implantar como
rotina de trabalho durante os atendimentos a essa classe, a fim de reduzir o risco de desnutrição?
Considerações Finais
• O idoso sofre uma série de alterações fisiológicas, as quais são consequências naturais ao processo
podem afetar sua saúde e torná-lo mais frágil ao desenvolvimento de distúrbios nutricionais.
• Fatores, como idade avançada, perda de massa muscular, problemas relacionados à alimenta-
ção, menor capacidade de funcionamento de órgãos, entre outros, podem agravar o estado de
• A desnutrição acelera o processo de sarcopenia que, por sua vez, fragiliza ainda mais o idoso,
cional do idoso, como rotina em seus atendimentos, uma vez que esse grupo populacional é
Glossário
Linfocinas: substâncias que são produzidas por linfócitos, em reação a um antígeno. Fonte:
maio 2018.
67
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-O estudo de Rauen et al. (2008), “Avaliação do estado nutricional de idosos
institucionalizados”, mostrou uma prevalência de 66,5% de idosos com estado nutricional
inadequado, sendo que 45,5% destes apresentavam baixo peso.
O baixo peso pode ser considerado um preditor de desnutrição no idoso, e uma das análi-
ses feitas para conhecer a participação do peso no processo de desenvolvimento da des-
nutrição é:
a) Controle diário do peso usual.
QUESTÃO 2-Os exames bioquímicos são muito úteis no auxílio do diagnóstico de desnu-
trição do idoso. Um exemplo de exame que deve ser solicitado para acompanhamento do
risco de desnutrição nessa população é:
a) Transferrina.
b) Albumina.
c) Creatinina.
d) Ureia.
e) Glicemia de jejum.
68
QUESTÃO 3-A desnutrição em idosos hospitalizados apresenta alta prevalência no Brasil
e no mundo e ocorre em consequência de diversos fatores. Em idosos, são exemplos de
variáveis preditivas de desnutrição:
a) Perda de peso recente e involuntária, ingestão alimentar diminuída e inabilidade motora
e/ou psiquiátrica.
d) Perda de peso recente e voluntária, consumo alimentar rico em proteínas e pouca habili-
dade física.
e) Ganho de massa gordurosa em excesso, dieta rica em proteínas, baixa atividade física.
Referências Bibliográficas
CHERNOFF, R. Invited Review: Physiologic Aging and Nutritional Status. Nutrition
in Clinical Practice, v. 5, n. 1, p. 8-13, 1990.
CROGAN, N. L.; CORBETT, C. F.; SHORT, R. A. The minimum data set: predicting malnu-
trition in newly admitted nursing home residents. Clinical Nursing Research, v. 11, n. 3,
p. 341-353, 2002.
69
RAUEN, M. S. et al. Avaliação do estado nutricional de idosos institucionalizados Nutri-
tional status assessment of institutionalized elderly. Revista de Nutrição, v. 21, n. 3, p.
303-310, 2008.
Gabarito
QUESTÃO 1- Alternativa E.
O baixo peso pode ser considerado um preditor de desnutrição no idoso e uma das análises feitas
de perda de peso em relação ao tempo. As demais alternativas (controle diário do peso usual; moni-
toração semestral do peso; perda de peso usual e ganho de massa gorda; controle anual do peso
QUESTÃO 2- Alternativa B.
Um exemplo de exame que deve ser solicitado para acompanhamento do risco de desnutrição
QUESTÃO 3- Alternativa A.
Em idosos, são exemplos de variáveis preditivas de desnutrição: perda de peso recente e involun-
70
6
Avaliação
nutricional do
idoso
Objetivos Específicos
• Conhecer os principais instrumentos de avaliação do estado nutricional de idosos.
• Conhecer os parâmetros básicos de avaliação que devem ser observados nos exames físico e
específico do idoso.
• Saber calcular o Índice de Massa Corpórea de idosos e classificar seu estado nutricional com
Introdução
A avaliação geriátrica engloba aspectos clínicos, psicossociais e capacidade funcional. Em relação
aos aspectos clínicos, a avaliação nutricional de idosos é de extrema importância, uma vez que esta
pode reduzir riscos de morbimortalidade e/ou complicações de enfermidades que essa população
possa apresentar.
Inicialmente, após um breve diálogo entre as partes, para se saber o objetivo da consulta, é feito
um exame físico geral e específico para a idade e condição clínica do indivíduo. Na sequência, devem
estatura, índice de massa corpórea, circunferências, dobras cutâneas e, por fim, segue-se com a
determinação da composição corporal – por exemplo, com uso da bioimpedância elétrica. Com base
nessas informações, é possível classificar, parcialmente, o estado nutricional do idoso. Para dar con-
É muito importante que o profissional de saúde faça uma anamnese detalhada - com a própria pes-
soa, seu cuidador ou parente, com base na idade e condição de saúde do idoso. Em relação às questões
relacionadas à sua história alimentar, todas as exposições são importantes e devem ser consideradas.
mento clínico nutricional que serão utilizados, uma vez que existem várias ferramentas disponíveis
para uso nesse tipo de avaliação, e estes devem ser adaptados às condições de saúde do idoso. É de
72
suma importância que seja utilizado o maior número de instrumentos e nunca um só indicador do
Ao iniciar a avaliação do idoso, devemos pesquisar sua história clínica, realizar exame físico, antro-
pometria, determinando sua composição corporal, investigar sua história alimentar atual, antece-
dentes alimentares e solicitar/avaliar exames bioquímicos que demonstram sua condição de saúde
O exame físico a ser realizado no atendimento do idoso pode ser dividido em geral e específico.
Um modelo desse tipo de roteiro de exame é o preconizado por Coelho e Amorim (2007):
Avaliar:
• estado geral;
• estado de consciência;
• saúde emocional;
73
• se o idoso se apresenta corado ou hipocorado: avaliar mucosas, palma das mãos e lóbulo da orelha;
• estado de hidratação;
• eupneico ou dispneico;
• acianótico ou cianótico;
• anictérico ou ictérico;
• pele e anexos;
• pressão arterial;
• capacidade funcional;
• impressão geral: estado geral, consciência, irritabilidade, postura, tônus, fácies, compleição
• Cabeça
• Olhos - mobilidade.
• Boca - lesões labiais, mucosas, afecções da cavidade oral, dentes (higiene bucal, cáries,
perda de dentes, uso de próteses), dor e dificuldade para mastigar e deglutir – que podem
• Tórax
74
Extremidades
• Simetria, mobilidade, desvios, dor, perda de tecido subcutâneo (tríceps, coxas), edema.
• Neurológico
• Consciência, orientação, contato, atitude, marcha, motilidade, equilíbrio, tônus, força mus-
a cada faixa etária, sendo consideradas as seguintes faixas: 60 a 69,9 anos; 70 a 79,9 anos e mais
de 80 anos.
nica do indivíduo. Podem ser utilizados, em uma avaliação nutricional, os seguintes tipos de peso:
atual, usual, ideal ou desejável, adequação do peso, peso ajustado, peso ideal para amputados, esti-
A obtenção do peso corporal deve ser feita com balança de precisão, preferencialmente digital,
eletrônica, com capacidade máxima de 150 Kg e com divisões de 100 g e precisão de 0,1 Kg. Para
75
aferir o peso do idoso, este deve permanecer no centro da base da balança, em posição ortostática,
sem sapatos, com o mínimo de vestes e sem objetos de adorno. Quando não for possível o caminhar
até a balança, por exemplo em função de limitações por enfermidades diversas ou no caso do idoso
estar acamado e imóvel, deverá ser utilizada a estimativa de peso, que é determinada pela equação
de Chumlea (1985 apud COELHO; AMORIM, 2007). Esta equação é específica em função do gênero,
Homem=(0,98xCP)+(1.16xAJ)+(1,73xCB)+(0,37xDCSE)-(81,69)
Mulher=(1,27xCP)+(0,87xAJ)+(0,98xCB)+(0,4xDCSE)-(62,35)
nea subescapular.
É muito comum realizarmos a adequação do Exemplificando
o Sr. Carlos, 68 anos de idade, apresenta-se aca-
peso atual em relação ao peso ideal ou desejá- mado e imobilizado. Ao ser realizada sua avaliação
antropométrica, obteve-se os seguintes dados: CP
vel. Para isso, utilizamos a seguinte equação: = 25 cm, AJ = 52 cm, CB = 28 cm e DCSE = 6 mm.
Qual deve ser seu peso estimado?
O peso estimado será de 53,79 Kg.
Homem=(0,98xCP)+(1.16xAJ)+(1,73xCB)+(0,37x-
Adequação do peso(%) = peso atual (kg) x DCSE)-(81,69)
Homem=(0,98x25)+(1.16x52)+(1,73x-
100/peso ideal ou desejável (kg)
28)+(0,37x6)-(81,69)
Homem=24,5+60,32+48,44+2,22-81,69 →
Homem=53,79 Kg
De acordo com a adequação do peso, classi-
CORPORAL
≤ 70 Desnutrição grave
76
90,1 – 110 Eutrofia
Em casos de perda de peso corporal, é importante que o profissional de saúde investigue a exten-
são dessa modificação, em função do maior risco de mortalidade. Para isso, é necessário determinar
a porcentagem de perda de peso em relação ao tempo, conforme visto no tema 5, quando foram
6.1.2.2 Estatura
A estatura se apresenta inalterada, em condições normais, praticamente, até os 40 anos de
idade, e a partir dessa fase, ocorrem reduções de cerca de 1 a 2,5 cm para cada década de vida do
indivíduo, sendo que essa redução pode se apresentar de forma mais acentuada em idades avança-
das. De acordo com estudos, as diferenças entre as populações são, em média, de 1,9 a 6,7 cm em
A redução da estatura é decorrente da perda do tônus muscular, achatamento dos corpos verte-
brais, redução dos discos intervertebrais e alterações posturais, como cifose dorsal, lordose ou esco-
liose. No gênero feminino ocorre, também, com mais frequência que no gênero masculino, o arque-
amento dos membros inferiores e achatamento do arco plantar, favorecendo a redução da estatura
A estatura deve ser medida utilizando-se antropômetro vertical ou estadiômetro para adultos. O
idoso deve ficar de pé, descalço, em posição ortostática, com o corpo erguido em extensão máxima,
com a cabeça ereta, olhando para frente, em posição de Frankfurt (arco orbital inferior alinhado em
um plano horizontal com o pavilhão auricular), com as costas e a parte posterior dos joelhos encos-
77
Idosos acamados podem ter a estatura aferida mesmo deitados, em superfície plana. Em caso de
necessidade de estimar a estatura, quando ele não consegue se manter em pé, utiliza-se a altura
do joelho (AJ). Essa medida não é alterada com a idade e tem forte relação com a estatura. Para
obtenção dessa medida, o idoso deve estar deitado em posição supina, a perna deve ser flexionada,
formando com o joelho um ângulo de 90 graus e posicionando a base da régua abaixo do calcanhar,
Uma alternativa na avaliação antropométrica do idoso, para obter sua estatura, é utilizar a
extremidade do terceiro quirodáctilo direito, desconsiderando a unha. A altura será o dobro do valor
78
6.1.2.3 Índice de Massa Corpórea (IMC)
Com os dados da estatura e do peso corporal, calcula-se o índice de massa corpórea (IMC), tam-
bém conhecido como Índice de Quetelet, em homenagem ao seu criador, Lambert Quetelet, no
Com o avançar da idade, é comum haver uma redução desse indicador nutricional por volta dos
Uma das restrições em utilizar o IMC é que ele não considera a gordura corporal, a qual pode estar
dado para idosos, em função da falta de outro indicador que seja tão simples e que disponibilize um
Os pontos de corte para o IMC de idosos (Quadro 2) é diferente dos recomendados para a popu-
lação adulta. Você irá observar, caro(a) aluno(a), que os pontos de cortes são maiores e a explicação
para essa diferença se dá pela alteração corporal específica do envelhecimento - aumento da massa
de gordura corporal, principalmente na região visceral, e redução de massa magra. O ponto de corte
mínimo, para considerar um idoso eutrófico, permite uma intervenção nutricional com a finalidade
Eutrofia 22 - 27
79
6.1.2.4 Circunferências
As circunferências (conhecidas em algumas obras literárias como perímetros) mais utilizadas na
• Circunferência da cintura (CC): essa medida tem correlação com o IMC e pode ser utilizada para
de Saúde recomenda que o profissional de saúde use-a com cautela, dada a variabilidade de
pontos de corte em populações distintas (COELHO; AMORIM, 2007). Embora não existam parâ-
metros específicos para a população idosa, a CC é utilizada em função de ser prática e útil para
monitorar o estado nutricional de idosos que apresentam gordura na região abdominal. É uma
medida empregada para o cálculo da Razão Cintura-Quadril, em idosos, e tem como vanta-
ção de massa magra e, com base nesses valores, o profissional de saúde calcula a circunferência
muscular do braço (CMB) e a área muscular do braço (AMB), sendo essas medidas, muito impor-
tantes para a determinação da massa muscular total do idoso. Valores abaixo da referência para
AMB podem indicar grave depleção das reservas proteicas somáticas. Com os valores de CMB e
80
AMB é feito o cálculo da área adiposa do braço (AAB), cujos dados, quando abaixo do valor de
sensível medida utilizada para avaliar a massa muscular, sendo mais recomendada e efetiva do
que a medida de CB. É um dos parâmetros de avaliação que consta na Caderneta de Saúde da
Pessoa Idosa (Figura 1). O ponto de corte é determinado com base em 3 classificações: acom-
81
6.1.2.5 Dobras cutâneas (Pregas cutâneas)
As dobras cutâneas tricipital (DCT) e subescapular (DCSE) são indicadores da quantidade de tecido
adiposo subcutâneo e tem boa correlação com a gordura corporal total, podendo ser utilizadas em
idosos, ainda que as medidas de circunferências sejam mais indicadas para esse fim. Assim sendo, é
importante que, nessa população, sejam realizadas as medidas de dobras e circunferências, ressal-
Essas dobras são utilizadas para monitorar o estado nutricional do idoso. Redução de DCT e DCSE
indicam déficit crônico na ingestão calórica, sendo considerados parâmetros adequados para avalia-
sos, sendo comparada a padrões de referência e classificadas por meio do uso de percentil.
• DCSE - Essa medida é correlacionada com estado nutricional do idoso e, em combinação com
tecido adiposo, com maior concentração de gordura subcutânea interna no tronco e menor acúmulo
sição corporal nos idosos. Os aparelhos de bioimpedância elétrica determinam o percentual de água,
gordura e massa magra, com base em equações gravadas para idades específicas. As equações uti-
Existem outras formas de determinar a composição corporal de idosos, como o uso de hidro-
82
porém são métodos de maior custo, não sendo facilmente encontrados nas unidades de atendimen-
tos clínicos.
demonstrar diversos tipos de deficiências nutricionais. Entretanto, sua utilização depende de fatores,
como: memória, comunicação, condições socioeconômicas e educacionais, além dos objetivos que
se quer alcançar com esta avaliação, sejam eles qualitativos ou quantitativos. Os principais métodos
anamnese alimentar.
úteis não só para determinar o risco nutricional, como também para monitorar o impacto da terapia
nutricional prescrita.
Os parâmetros bioquímicos mais utilizados para avaliação nutricional de idosos são: hemoglo-
bina, hematócrito, albumina, transferrina, índice creatinina-altura, glicemia, ureia, creatinina, ácido
úrico, retinol plasmático, proteína ligada ao retinol, colinesterase, vitamina B12, ácido fólico, zinco,
aplicação, não exige muito tempo e inclui medidas antropométricas, avaliação global, avaliação die-
Estado nutricional adequado = MAN > 24; Risco de desnutrição = MAN entre 17 e 23,5; Desnutrição
83
Questão para reflexão
Com base no que foi exposto, fica clara
Para saber mais
a importância da avaliação nutricional no para você conhecer a MAN na íntegra e saber quais
questionamentos e análises devem ser realiza-
diagnóstico do estado nutricional do idoso e, das em idoso, consulte o formulário completo dis-
ponível em: <http://www.mna-elderly.com/forms/
consequentemente, no seu estado de saúde.
MNA_portuguese.pdf>. Acesso em: 05 maio 2018.
A respeito dessas ferramentas de avaliação,
qual deve ser o critério utilizado para sua
Considerações Finais
• A avaliação do estado nutricional de idosos é singular para o estabelecimento e acompanha-
• Para avaliação antropométrica, são utilizados peso, estatura, circunferências, dobras cutâneas
• Na impossibilidade de aferir o peso e estatura, caso o idoso esteja acamado e imóvel, devem
Glossário
Ortostática: posição ereta do corpo.
84
Acianótico: que não apresenta coloração azul ou azulada da pele, produzida por uma oxigenação
insuficiente do sangue.
Anictérico: que não apresenta icterícia, que é observada pela coloração amarelada da pele, das
mucosas, dos olhos, sendo provocada pelo aparecimento excessivo de pigmentos provenientes da bile.
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-A avaliação nutricional do idoso é de fundamental importância, uma vez que
o estado nutricional dessa população tem forte correlação com maior risco de morbimor-
talidade. A avaliação antropométrica, uma parte da avaliação nutricional, é realizada com
análise dos seguintes parâmetros:
a) Peso, história alimentar, estatura, bioimpedância elétrica e recordatório 24 horas.
QUESTÃO 2-O índice de massa corpórea (IMC) é um parâmetro muito utilizado na avalia-
ção do estado nutricional de idosos.
Dados os pontos de corte a seguir, para um paciente idoso, de 68 anos de idade, com peso
atual de 59 Kg e 170 cm de estatura, qual deve ser seu IMC e respectivo estado nutricional?
85
Estado nutricional IMC (Kg/m2)
Eutrofia 22 - 27
b) Circunferências e bioimpedância.
e) Circunferências e hidrodensitometria.
86
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde (Org.). Caderneta De Saúde
da Pessoa Idosa. Brasília, 2017. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/
images/pdf/2017/setembro/27/CADERNETA-PESSOA-IDOSA-2017-Capa-miolo.pdf>.
Acesso em: 5 maio. 2018.
87
Gabarito
QUESTÃO 4- Alternativa B.
A avaliação antropométrica, uma parte da avaliação nutricional, é realizada com análise dos
seguintes parâmetros: peso, estatura, IMC, circunferências e dobras cutâneas, bioimpedância elétrica.
fazem parte da avaliação do estado nutricional, porém, não são itens da avaliação antropométrica.
QUESTÃO 5- Alternativa D.
Para um paciente idoso, de 68 anos de idade, com peso atual de 59 Kg e 170 cm de estatura, o seu IMC
e respectivo estado nutricional serão: IMC: 20,41 Kg/m2; Estado Nutricional: desnutrição ou magreza.
→ → → 20,41Kg/m2.
QUESTÃO 6- Alternativa C.
Para determinação da composição corporal de idosos, pesquisadores recomendam uso de cir-
cunferências ou bioimpedância. Os demais instrumentos podem ser utilizados, mas, por serem de
alto custo, há pouca disponibilidade nos locais de atendimento, sejam hospitais, ambulatórios e/ou
consultórios.
88
7
Necessidades
nutricionais
do idoso
Objetivos Específicos
• Mostrar ao aluno a composição básica dos alimentos.
Introdução
Os idosos são considerados, de acordo com a literatura científica, uma população vulnerável, e a
As necessidades nutricionais desse grupo de indivíduos não são muito diferentes dos adultos,
porém, há circunstâncias que tornam o idoso mais propenso a não atingir as recomendações nutri-
cionais adequadas para sua idade, por exemplo, menor consumo de determinados alimentos, uso de
medicamentos diversos que apresentam efeitos colaterais relacionados a menor absorção de alguns
Em relação aos macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios), deve-se ter cuidado para que
haja adequada distribuição destes, a fim de evitar, por exemplo, que um nutriente seja utilizado para
outro fim, que não seja a sua principal função. Um exemplo muito comum dessa situação é o baixo
consumo de carboidratos, que faz com que a proteína seja utilizada como fonte energética, quando
geralmente, não consome quantidades adequadas desses nutrientes. A água e as fibras são itens
importantes que também devem ser monitorados, pois o baixo consumo de ambos pode levar o
idoso a sentir diversos desconfortos, como constipação intestinal, dores abdominais, entre outros,
além de promover o desenvolvimento de doenças e condições clínicas graves, que colocam sua vida
90
Neste contexto, o profissional de saúde deve investigar, tratar e monitorar as concentrações de
tes, água e fibras, a fim de promover uma melhor saúde e qualidade de vida aos indivíduos idosos.
7.1 Necessidades
nutricionais do
idoso
Para saber mais
Para manter todos os processos biológi- resumidamente, metabolismo energético é a uti-
lização de todas as vias do organismo para adquirir
cos em funcionamento, o organismo neces- e utilizar energia química, advinda do rompimento
das ligações químicas dos nutrientes, encontrados
sita de energia e, para isso, o metabolismo nos alimentos.
energético é acionado de forma contínua.
catabólicas, que realizam a quebra das ligações químicas dos nutrientes, a energia necessária para
• Micronutrientes: não fornecem energia, porém são essenciais para diversas reações biológi-
Dessa forma, com base em estudos científicos, tanto de intervenção como epidemiológicos, são
propostas recomendações dietéticas para esses componentes alimentares. Tais recomendações são
91
7.1.1 Macronutrientes
Exceto o açúcar e as gorduras, praticamente todos os alimentos têm em sua composição, car-
boidratos, proteínas e lipídios, mas, para que a energia contida nesses nutrientes seja utilizada, é
necessário que ocorram os processos de digestão, absorção e transporte. A seguir, iremos estudar
7.1.1.1 Proteínas
O consumo proteico reduz com a idade, embora a ingestão dietética recomendada para esse
A falta de apetite, condição muito comum em idosos, principalmente aqueles que utilizam medi-
proteína, assim como de outros nutrientes que são considerados essenciais. Assim, é muito impor-
tante que o idoso consuma o que é preconizado para proteínas, pois, desta forma, irá reduzir o risco
Idosos devem consumir carnes magras, leite e derivados – com pouca gordura, ovos, legumino-
sas (lentilha, ervilha, grão de bico, etc.), entre outros alimentos que sejam ricos em proteínas. Caso
o idoso esteja desnutrido ou abaixo do peso, as refeições devem ser ricas em proteínas e energia,
7.1.1.2 Carboidratos
É muito importante que a quantidade de carboidratos da dieta do idoso seja suficiente para que
Deve ser dada preferência aos alimentos integrais, como pão integral, macarrão integral, arroz
integral, entre outros. Os alimentos integrais também são ricos em fibras, vitaminas e minerais, por-
92
7.1.1.3 Lipídios
A ingestão de gorduras deve ser, para o
7.1.2 Micronutrientes
Os micronutrientes são essenciais para diversas funções do organismo e para a manutenção ade-
micronutrientes necessários para seu organismo. Por isso, o profissional de saúde deve sempre
investigar possíveis déficits de vitaminas e minerais. Algumas deficiências nutricionais são muito
comuns neste grupo populacional, como de vitamina B12, vitamina D, cálcio e ferro.
A gastrite atrófica é uma alteração muito comum em idosos, sendo caracterizada por uma infla-
mação crônica no estômago que ocorre em função da diminuição ou menor produção de ácido clo-
rídrico e de fator intrínseco - ambos de grande importância para a absorção da Vitamina B12. O
93
comprometimento da absorção dessa vitamina pode levar o idoso a maior susceptibilidade a infec-
Com o envelhecimento, pode haver uma redução da capacidade da pele em formar a vitamina D,
assim como o rim apresenta menor habilidade para convertê-la para sua forma ativa. Dessa forma,
uma grande preocupação é que, além do baixo consumo desta vitamina, o idoso pode apresentar
uma necessidade maior desse nutriente. O leite enriquecido com vitamina D apresenta a quanti-
dade satisfatória deste nutriente, entretanto, o consumo desse alimento, entre os idosos, é muito
pequeno ou inexistente. Além disso, idosos institucionalizados apresentam maior déficit de vitamina
O cálcio é importante, principalmente, para mulheres idosas que já passaram pela menopausa,
pois esse mineral atua na redução de risco de osteoporose. Geralmente, idosos não atingem a reco-
mendação diária de cálcio, tanto pelo menor consumo de leite e derivados como pela falta de orien-
tação sobre a importância desse mineral para a saúde. Uma forma de aumentar o consumo de cálcio
cia, rico em cálcio, por exemplo no purê de batatas, na vitamina de frutas, no arroz doce etc.
A deficiência de ferro em idosos é mais frequente em casos em que há baixo consumo de alimen-
tos ricos em proteínas – animais e vegetais –, pois normalmente essa população apresenta armaze-
namento elevado desse nutriente. Outros fatores que podem promover déficit de ferro no idoso são:
ção deficiente desse mineral, que pode ocorrer tanto por reduzida concentração de ácido clorídrico
no estômago, como pelo uso constante de antiácidos. Havendo a deficiência desse mineral, o idoso
7.1.3 Água
Muitos idosos referem não sentir sede ou não perceber necessidade de ingerir água. O profis-
sional de saúde deve se precaver para evitar a desidratação nesse grupo de pessoas, pois é um
94
grande risco para essa população. Normalmente, a água total do corpo diminui conforme o indiví-
duo envelhece, logo, qualquer alteração no organismo, seja direta ou indireta, pode levar à desidra-
Exemplificando
7.1.4 Fibra alimentar o profissional de saúde deve orientar o idoso a in-
gerir água durante todo dia, em pequenas quanti-
A ingestão de fibra alimentar (FA) por ido- dades, e não fazê-lo somente após a sensação de
sede, pois, nesse caso, já se considera um quadro
sos é baixa e estes não atingem, facilmente, de desidratação. Um exemplo de hábito que facilita
a ingestão de água, é o uso de produtos que mel-
sua recomendação nutricional. Um dos pro- horam o sabor da água, por exemplo, acrescentar
em garrafas de 500 mL de água, folhas de alecrim
blemas que o idoso pode ter, em função do ou de manjericão, rodelas de limão ou de laranja,
pedaços de abacaxi ou gengibre ou, ainda, fazer
consumo reduzido de FA – carboidrato não chás da preferência do idoso e servir gelado.
disponível – é a constipação intestinal.
quilíbrio da microbiota intestinal, sendo de suma importância que o profissional de saúde habilitado
para esse tipo de avaliação considere o uso de prebióticos, probióticos ou simbióticos, em condições
em que a alimentação não é suficiente para manter a saúde intestinal adequada. Vamos destacar,
Prebióticos (International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics – ISAPP) (SANDERS,
deiro, proporcionando benefícios para saúde”. Esses compostos contribuem para a manutenção da
saúde intestinal e apresentam efeitos positivos para a saúde. Contudo, outros resultados vêm sendo
95
• melhorar o funcionamento intestinal;
Os carboidratos não disponíveis, que têm efeitos positivos e comprovados sobre o hospedeiro, são
• frutanos;
• galacto-oligossacarídeos (GOS);
Segundo Gibson et al. (2017), alguns compostos exibem potencial para comprovação desses efei-
tos benéficos, mas ainda não estão comprovados cientificamente, necessitando, assim, de mais
• manano-oligossacarídeos (MOS);
• xilo-oligossacarídeos (XOS);
• polifenóis;
96
Questão para reflexão
Prezado(a) aluno(a), como o profissional
Assimile
de saúde poderia implantar políticas públi- os frutanos podem ser obtidos por meio da alimen-
tação. Esses compostos são encontrados em vários
cas de saúde para os idosos, a fim de pro- alimentos de origem vegetal, como: cebola, alho,
yacon, aveia, banana, mel, raiz da chicória, al-
mover uma alimentação adequada e equili-
cachofra, aspargo, dentre outros.
brada para esse grupo de pessoas? De que
nessa população?
Considerações Finais
• Os alimentos são compostos, na maioria, por macronutrientes, micronutrientes, água e fibra
alimentar.
• O consumo proteico reduz com a idade, e a ingestão diária desse nutriente deve ser monito-
• O idoso deve preferir consumir alimentos integrais, como pão, macarrão, arroz, entre outros,
pois esses alimentos são fonte de carboidratos ricos em fibras, vitaminas e minerais.
• O consumo de gorduras deve ser feito de forma moderada, a fim de se evitar o desenvolvi-
Glossário
Probióticos: organismo ministrado vivo que, na dosagem certa, causa um efeito positivo no organismo.
97
Verificação da Leitura
b) Frutanos.
c) Xilo-oligossacarídeos (XOS).
98
QUESTÃO 3- Os prebióticos são compostos que contribuem para a manutenção da saúde
intestinal e apresentam efeitos positivos para a saúde. Uma das suas funções, que pode
ser muito importante para a saúde do idoso, é aumentar a biodisponibilidade de determi-
nados nutrientes. Assinale a alternativa que corresponde a um exemplo desses nutrientes:
a) Vitamina B12.
b) Proteínas.
c) Cálcio.
d) Ferro.
e) Vitamina C.
Referências Bibliográficas
DICIO. Disponível em: <https://www.dicio.com.br>. Acesso em: 05 maio 2018.
GIBSON, G. R. et al. The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics
(ISAPP) consensus statement on the definition and scope of prebiotics. Expert Consensus
Document. Nature Review Gastroenterology &. Hepatology, London, v. 14, 491-502,
2017.
ROSS, A. C. et al. Nutrição Moderna de Shils: na saúde e na doença. 11. ed. São Paulo:
Manole, 2016.
WHITNEY, E.; ROLFES, S. R. Nutrição 2: aplicações. 10 ed. São Paulo: Cengace Learning,
2008.
99
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa E.
A associação correta entre as colunas deve ser:
QUESTÃO 2-Alternativa B.
Os prebióticos são substratos que são utilizados pelos micro-organismos do hospedeiro, a fim de
promover benefícios para saúde. No Brasil, os FRUTANOS e a inulina têm aprovação de alegação
referem a compostos que, embora tenham potencial para serem considerados prebióticos, ainda não
QUESTÃO 3-Alternativa C.
Uma das suas funções dos prebióticos, que pode ser muito importante para a saúde do idoso, é
100
8
Nutrição
do paciente
grave
Objetivos Específicos
• Entender o que é um paciente grave.
Introdução
É considerado paciente grave, todo indivíduo admitido em uma Unidade de Terapia Intensiva
(UTI). Na maioria das vezes, esses pacientes apresentam potencial risco de desnutrição ou já apre-
A desnutrição é muito frequente em idosos e, além disso, durante a internação em UTI, ele sofre
diversas alterações biológicas em seu organismo. Dentre essas alterações, destaca-se a produção
perda de massa muscular e complicações clínicas secundárias à sua doença de base, contribuindo,
Dessa forma, é de extrema importância que os profissionais de saúde façam, em idosos de UTI,
presente no paciente. Com base nos resultados obtidos, deve-se planejar e indicar a melhor terapia
nutricional para cada caso, a fim de amenizar o risco de agravamento da desnutrição e suas respec-
tivas consequências ou, de preferência, preveni-la. Assim, o objetivo da triagem nutricional é identi-
Em grande parte dos pacientes idosos em UTI, são utilizados dois tipos de terapias: enteral e/ou
parenteral. A terapia nutricional enteral (TNE) é administrada no paciente por meio de sondas ou
ostomias, enquanto a terapia nutricional parenteral (TNP) é aplicada por meio de acessos venosos,
O idoso admitido em UTI por mais de dois dias, em uso de alimentação enteral ou parenteral, é
considerado paciente em risco nutricional e, cabe a toda equipe multiprofissional, atuar de forma
incisiva no seu tratamento, a fim de promover melhores condições para sua recuperação.
102
8.1 Aspectos nutricionais do paciente
grave
O conceito de paciente grave, também conhecido como paciente gravemente enfermo, está dire-
tamente relacionado a pacientes que são admitidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (DE
SOUSA NUNES, 2016). As UTIs são unidades destinadas ao acolhimento de pacientes em estado
grave de saúde, os quais carecem de monitorização e suporte contínuo de suas funções vitais.
De acordo com o Guidelines for the provision and assessment of nutrition support therapy in
the adult critically ill patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for
Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) (McCLAVE et al., 2016), o paciente grave exibe quadros
clínicos de estresse catabólico que provocam uma resposta inflamatória sistêmica ligada a complica-
ções de morbidade infecciosa elevada, disfunção de múltiplos órgãos, tempo de permanência hospi-
A desnutrição é muito presente nesses pacientes, principalmente em função dos processos infla-
entre outros problemas. O elevado risco de apresentar, por exemplo, infecções respiratórias, do trato
O paciente gravemente enfermo sofre muitas alterações metabólicas, como alterações hormonais
que causam intolerância à glicose, resistência à insulina, hipercatabolismo proteico, dentre outras
implicações que contribuem para a perda de massa magra e o desenvolvimento da desnutrição, con-
Os pacientes em UTI, geralmente, passam por períodos de jejum e, nesse caso, quando esse perí-
odo se prolonga, a produção de energia, dada pelo processo de gliconeogênese (também conhecido
como neoglicogênese), passa a ser dependente do uso de aminoácidos. Como você já deve ter per-
cebido, caro(a) aluno(a), essa condição promove depleção muscular, que ocorre pela excreção da
ureia (obtida da conversão dos grupos amino) e, assim, tem-se um balanço nitrogenado negativo,
103
O hipermetabolismo é caracterizado por
clínica que está diretamente relacionada com aumento das taxas de morbimortalidade do paciente
grave. A prevalência de desnutrição em pacientes de UTI oscila entre 38% a 70% e pode alcançar
100% dos pacientes internados, de acordo com alguns levantamentos (MORAES; LIMA; LUZ, 2015).
A presença de complicações clínicas no idoso, em função da sua doença, como edemas, ascite,
entre outras, promovem alterações no organismo que podem mascarar o diagnóstico do estado
nutricional. É muito importante que o profissional de saúde utilize um instrumento eficaz, de triagem
paciente, correlacionadas ao seu estado nutricional (OLIVEIRA et al., 2008). Assim, o paciente admi-
tido em UTI por mais de 48 horas, em uso de alimentação enteral ou parenteral, é imediatamente
Nesses casos, a triagem nutricional é essencial para garantir a estratificação do risco ou a identi-
ficação da desnutrição, quando já presente no paciente. Com esses resultados é planejada a melhor
terapia nutricional para cada caso, com o objetivo de reduzir o risco do agravamento da desnutrição
Toda a avaliação nutricional deve ser feita por meio de protocolos reconhecidos cientificamente
104
diagnóstico nutricional. A avaliação da gravidade e evolução da doença, tanto de base, como as suas
Ainda nos dias atuais, a avaliação do estado nutricional e do risco nutricional em pacientes de UTI
é um desafio, uma vez que as ferramentas disponíveis são limitadas. A avaliação antropométrica e
os resultados dos exames laboratoriais devem ser analisados com atenção especial e muito cuidado,
dadas as alterações clínicas que os pacientes graves sofrem rotineiramente. O risco nutricional deve
O Ministério da Saúde, que reconhece a importância do risco nutricional e sua relação com as
comorbidades, obriga a implantação de protocolos para seu rastreamento, assim como a avaliação
tes variáveis: idade, APACHE II, SOFA, número de comorbidades, dias de internação hospitalar até
Para a soma total de pontos, a IL-6 poderá ou não ser considerada, uma vez que sua concen-
tração pode não estar disponível, já que este não é um exame de rotina. Ao considerar os valo-
res de IL-6, a pontuação total considerada será de zero a dez, enquanto que, sem ponderar essas
105
concentrações, a pontuação será de 0 a nove. Após a soma dos pontos, os resultados são divididos
em duas categorias: escore alto (6-10) e escore baixo (0-5) quando a IL-6 for considerada, ou escore
alto (5-9) e escore baixo (0-4) quando a IL-6 não for considerada. O escore alto está associado aos
piores desfechos clínicos, sendo esses pacientes, os que se beneficiariam com uma terapia nutri-
cional agressiva; o escore baixo classifica os pacientes que apresentam baixo risco de desnutrição
A avaliação do estado nutricional em pacientes graves deve ser feita o mais breve possível, de
preferência logo após sua admissão hospitalar. Durante o período de internação, deve ser diária, a
fim de se escolher a melhor terapia nutricional para cada caso e, também, monitorar se os objetivos
106
Havendo a indicação de alimentar o
Em TNE, o termo enteral está relacionado ao uso do trato gastrintestinal (TGI) e seu acesso pode
ser feito por meio de sondagem à beira do leito, em unidades de endoscopia e radiologia ou, ainda,
DOCK-NASCIMENTO, 2009).
A terapia nutricional precoce deve ser prescrita sempre que possível, sendo esta recomendação
deliberada por vários consensos e diretrizes de sociedades, tanto brasileiras como internacionais.
O profissional de saúde pode utilizar um algoritmo que define os passos para uso da nutrição
enteral (NE) ou nutrição parenteral (NP) (Figura 2). Resumidamente, quando o paciente na UTI pode
ser alimentado e a NE é indicada, mas existe algum impedimento de uso da via oral, será usada
a sonda para alimentá-lo. A posição da sonda deve ser definida pelo médico responsável. O obje-
tivo é atingir 80% dos requerimentos nutricionais em 72 horas e, havendo sucesso nessa conduta,
o próximo passo é alcançar 100% das recomendações. Caso a dieta não seja bem tolerada ou não
se alcance a recomendação mínima em 72 horas, considera-se uma associação desta com nutrição
parenteral e reavaliação da nutrição enteral em 24 horas. Se o objetivo for atingido, aumenta a dieta
para 100% das necessidades, mantendo o volume para atingir os requerimentos nutricionais.
107
FIGURA 2 – ALGORITMO PARA NUTRIÇÃO ENTERAL PRECOCE EM PACIENTES GRAVES
LEGENDAS: NP: nutrição parenteral; NE: nutrição enteral; TGI: trato gastrintestinal; SNE: sonda nasoentérica;
Para saber mais
o protocolo de assistência nutricional da UTI deverá
considerar as possibilidades de posicionamento da
sonda para administração da NE, com base no flux-
ograma de posicionamento (Figura 3).
108
FIGURA 3 – FLUXOGRAMA DE POSICIONAMENTO PARA ADMINISTRAÇÃO DE NUTRIÇÃO ENTERAL
A nutrição parenteral (NP) é utilizada quando não há possibilidade de uso do trato gastrintestinal,
quando não é possível atingir as necessidades nutricionais do indivíduo com uso da via digestiva ou,
ainda, na impossibilidade ou redução da absorção de nutrientes. Sempre que falarmos em NP, lem-
bre-se, prezado(a) aluno(a), que estamos abordando infusão ministrada por via venosa, sendo estes
109
A NP total é assim chamada quando são
ciosa, caso a caso, para a tomada da decisão a respeito da sua prescrição ao paciente grave.
Situação-problema
Esta disciplina contempla diversos fatores relacionados ao cuidado nutricional do paciente idoso,
de tal forma que promove, ao aluno, condições de estabelecer estratégias de promoção de saúde
para essa população alvo, com base nos conhecimentos de nutrição aplicada.
assim como sua expectativa de vida. Sendo assim, é fundamental que esses profissionais estejam
preparados para oferecer um atendimento clínico de excelência a essas pessoas que, com tantas
experiências, poderão usufruir de mais qualidade de vida, se tratadas com competência, segurança,
saúde, com foco no oferecimento de estratégias de promoção de saúde aos idosos e baseado nos
aspectos que envolvem a nutrição aplicada, vamos conhecer o caso do Sr. Carlos Eduardo. Esse
110
cliente é um senhor de 68 anos de idade, sedentário, portador de gastrite atrófica e refluxo gastro-
esofágico, altura de 167 cm, peso atual de 57 Kg, peso há 3 meses, segundo relatado, de 62,5 Kg,
que procurou ajuda no Hospital Santa Casa de Misericórdia, de sua cidade natal, após ter sofrido uma
queza constante, perda de peso, infecções repetidas, falta de apetite, pouca sensibilidade ao pala-
dar, realiza 3 refeições ao dia, sendo elas divididas em almoço (11h), lanche da tarde (15h) e ceia
(20h), indo dormir imediatamente após esta última refeição, ingere café com pouco açúcar durante
todo o dia, apresenta disfagia grau 3 e frequentemente se engasga ao se alimentar, sente uma forte
queimação epigástrica e retroesternal, no seu entendimento tem constipação intestinal, pois evacua
2 vezes por semana somente, com fezes bem endurecidas, apresenta início de desidratação, porém,
1. Quais seriam os motivos que levaram o paciente Sr. Carlos Eduardo a sentir fraqueza, infecções
3. Existe algum tipo de programa que os profissionais de saúde poderiam indicar para o Sr. Carlos
4. Quais distúrbios nutricionais o Sr. Carlos Eduardo pode apresentar, após análise de seus relatos?
7. Que orientação deve ser dada a esse paciente, em relação ao consumo diário de café?
8. Que instrumentos podem ser utilizados para diagnóstico de constipação intestinal deste
paciente? Somente o relato dele é suficiente para esse diagnóstico? O paciente teria indicação
de uso de prebiótico?
111
9. Como poderia ser classificada sua perda de peso?
10. Qual o estado nutricional do Sr. Carlos Eduardo, com base no seu IMC? Seria interessante esse
paciente realizar o exame de bioimpedância tetrapolar, uma vez que, neste hospital, a equipe
cia e necessidade. Há grande dificuldade em adotar um único tipo de instrumento para realização
desse processo. A que você atribuiria essa dificuldade? Afinal, quais são os motivos que impedem a
adoção de um único protocolo de triagem nutricional, seja para avaliação do risco nutricional, seja
Considerações Finais
• O paciente grave é aquele indivíduo admitido em unidade de terapia intensiva (UTI), o qual
da desnutrição.
• É muito importante que os profissionais de saúde utilizem protocolos de triagem nutricional em ido-
• Na impossibilidade de alimentação por via oral, a nutrição do idoso grave pode ser feita com
uso de terapia nutricional enteral e/ou parenteral, dependendo das condições do trato gastrin-
• Sempre que possível, deve ser dada preferência ao uso da terapia nutricional enteral, a fim de
112
Glossário
Estratificação do risco: é feito por profissionais de saúde, a fim de demonstrar os riscos do
Gliconeogênese: produção de glicose a partir de substratos que não são carboidratos. Exemplo:
aminoácidos.
APACHE: é uma ferramenta recomendada pelo Ministério da Saúde, que determina a estimativa
de morte em pacientes internados em UTI, nas primeiras 24 h, por meio de dados clínicos, labora-
toriais e fisiológicos.
SOFA: é um instrumento de triagem, empregado à beira do leito e que tem por finalidade, iden-
tificar pacientes adultos que estão sob maior risco de desfechos clínicos desfavoráveis, na presença
de infecção.
Verificação de leitura
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c) 72 horas; enteral; parenteral.
QUESTÃO 3- Quando o paciente na UTI pode ser alimentado e a nutrição enteral é indica-
da, mas existe algum impedimento de uso da via oral, será usada a sonda para alimentá
-lo. A posição da sonda deve ser definida pelo médico responsável.
114
Referências Bibliográficas
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maio 2018.
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Gabarito
QUESTÃO 1- Alternativa B.
O risco nutricional se relaciona ao desenvolvimento de complicações no quadro clínico do paciente,
correlacionadas ao seu estado nutricional, sendo essa condição muito comum em pacientes idosos
graves. Considerando o conceito de risco nutricional, a frase deve ser completada com as palavras:
O paciente admitido em UTI por mais de 48 horas, em uso de alimentação enteral ou parenteral,
QUESTÃO 2- Alternativa E.
O instrumento utilizado para realizar a triagem de risco nutricional em pacientes graves, validado
em pacientes de UTI, no Brasil é denominado de Nutrition Risk in Critically III – NUTRIC. As demais
QUESTÃO 3- Alternativa E.
Quando o paciente na UTI pode ser alimentado e a nutrição enteral é indicada, mas existe algum
impedimento de uso da via oral, será usada a sonda para alimentá-lo. O objetivo de uso da NE, nes-
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