Edição Lisboa • Ano XXX • n.º 10.

707 • 1,70€ • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • Director: Manuel Carvalho Adjuntos: Amílcar Correia, Ana Sá Lopes, David Pontes, Tiago Luz Pedro Directora de Arte: Sónia
Só
ónia
a Matos

Paredes HOJE
de Coura Garrafeira PÚBLICO
Passar da 11 vinhos para
melancolia celebrar o Verão
à mais pura 5º. vinho - Dez Tostõess
alegria branco 2018 Por +
Cultura, 24/25 8€

Patrões fecham
MONDADORI VIA GETTY IMAGES

segundo acordo,
grevistas estão
mais isolados
Os patrões chegaram a acordo com o mais pequeno
sindicato que convocou a greve em curso. A
estratégia do Governo foi isolar o maior sindicato,
de que Pardal Henriques é porta-voz Economia, 2/4

Salvini desafia tribunais

e recusa receber navio
com 147 imigrantes
Portugal vai acolher até dez dos refugiados Mundo, 18

O mistério da PS é o partido
morte na prisão
do milionário
ão

n
Jeffrey Epstein
que prevê gastar
mais nas eleições
da Madeira
1969
Tarantino
Autópsia revelou que o
milionário suspeito de
Socialistas têm orçamento
de 370 mil euros. PSD vem
Manson
abuso de menores pode
ter sido estrangulado p19
atrás. Vão ser gastos 1,5
milhões de euros p10
Woodstock
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sexta-feira
Proibido jogar a menores de 18 anos
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2 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
DESTAQUE
CRISE DOS COMBUSTÍVEIS
Aperta o cerco
à greve, sindicato
mais isolado
O quarto dia de greve terminou com o sindicato de Pardal
Henrique isolado, o Governo e os patrões a conseguirem
retirar o seu principal parceiro da greve e o país estável no
abastecimento de combustível, apesar das falhas pontuais
Ana Brito
A
o fim do quarto dia de greve,
o Sindicato Nacional do
Motorista das Matérias Peri-
gosas (SNMMP) estava cada
vez mais isolado no protesto
que se iniciou na segunda-
feira e que está a afectar a distribuição
de combustível no país. Com os servi-
ços mínimos a serem cumpridos, e
afastada pelo Governo a necessidade
de alargar o âmbito da requisição civil,
o protesto ainda não causou situações
de ruptura do abastecimento que
pudessem fortalecer a posição nego-
cial do principal sindicato grevista.
Na frente laboral, depois de ter
pedido a mediação do Governo, o
SNMMP viu os patrões recusarem sen-
tar-se à mesa enquanto durasse a gre-
ve e perto do Ænal do dia sofreu novo
revés: o principal parceiro do protes-
to, o Sindicato Independente de Moto-
ristas de Mercadorias (SIMM) descon-
vocou a greve e aceitou negociar com
patrões e Governo a entrada no acor-
do alcançado na véspera entre a Fec-
trans e a Antram com vista à revisão
do contrato colectivo de trabalho.
Pouco passava das três da tarde,
quando o presidente do SNMMP,
Francisco São Bento, e o porta-voz do
sindicato, Pedro Pardal Henriques,
chegaram ao Ministério do Trabalho
para entregar na Direcção-Geral do
Emprego e das Relações de Trabalho
(DGERT) um pedido de mediação. Por
essa hora, Francisco São Bento dizia-
-se conÆante que o litígio se resolvesse
de forma célere. Mas o dirigente
garantiu que a greve continuaria
enquanto não houvesse fumo branco
com a Antram e desvalorizou o acordo
alcançado entre as transportadoras e
a Fectrans (os sindicatos afectos à
CGTP), considerando que foi assinado
“à revelia dos trabalhadores”.
Os patrões reagiram rapidamente
para repetir aquilo que têm dito nos
últimos dias: não aceitam negociar
enquanto se mantiver a greve.
Durou assim pouco mais de quatro
horas a expectativa de que o conÇito
entre os motoristas de matérias peri-
gosas e as transportadoras pudesse
caminhar para o Æm.
Foi o próprio secretário de Estado
do Emprego, Miguel Cabrita, quem
veio anunciar o óbito do pedido de
mediação do conÇito.
Algumas horas mais tarde, o seu
colega de Governo, Pedro Nuno San-
tos, o ministro das Infra-estruturas, à
saída da reunião com a Antram — que
culminou com o cancelamento da
greve pelo SIMM —, apelou ao Æm da
protesto pelo SNMMP e rejeitou que
o Governo esteja a pôr-se ao lado dos
patrões, aÆrmando que o objectivo do
executivo “é que a via escolhida seja
a via do diálogo e isso não se faz em
contexto de greve”.
Ao Ænal da noite, já depois de saber
que estava iminente o acordo entre a
Antram e o SIMM, Pardal Henriques
dizia aos jornalistas: “A greve vai con-
tinuar, as pessoas vão continuar a
exercer o seu direito, vamos continuar
aqui” em Aveiras. “Estou convicto da
importância que o desfecho deste
processo tem para o país, mas esta-
mos a lutar para que estes trabalhado-
res tenham direito a uma baixa con-
digna, a uma reforma”, aÆrmou o
porta-voz sindical. “Este processo está
a tomar proporções graves para o
país, queremos resolver este proces-
so, como a Antram e o Governo”,
acrescentou.
Enquanto decorria a reunião entre
a Antram e o SIMM, o Ministério do
Ambiente e da Transição Energética
(MATE) fazia um ponto de situação
A greve vai ser
sobre o quarto dia de greve. Eram desconvocada pelo
quase 21h quando o Governo revelou
que “a requisição civil foi cumprida e SIMM. Esta greve não
os serviços mínimos superados”. E
deu exemplos: das 85 cargas previstas
surtiu os efeitos que
em Leça de Palmeira, que abastece
essencialmente o Grande Porto e o
desejávamos, mas
Norte do país, foram cumpridas 110 surtiu em alguma
(129%).
Em Sines, de onde saem os camiões- parte porque hoje
cisterna com destino ao Algarve, das
31 cargas previstas foram cumpridas
fala-se da profissão
40 (129%) e em Aveiras (de onde par-
tem os camiões que abastecem o aero-
de motorista
porto de Lisboa), das 112 cargas pre- Anacleto Rodrigues
vistas, foram cumpridas 124 (111%). Presidente do SIMM
Os serviços de abastecimento nos
aeroportos foram os previstos, adian-
tou o Governo, esclarecendo que “as
Forças de Segurança e as Forças Arma-
das só foram pontualmente solicita-

das para conduzir as viaturas de trans-
porte”. Quanto à rede estratégica, a
REPA, os valores de combustível dis-
ponível às 19h eram os “mais elevados
desde o inicio da greve”: os stocks de
gasóleo estavam a 60,24% da capaci-
dade e os de gasolina a 44,46 %.
Por volta das 13h, o ministro Matos
Fernandes, já tinha traçado, em con-
ferência de imprensa, o retrato de um
dia de “completa normalidade na dis-
tribuição” para um feriado e dia de
greve. Não só as empresas relataram
“a chegada de muitos trabalhadores
que estavam em greve” como, em
alguns casos, os serviços mínimos até
já tinham sido ultrapassados e o acom-
panhamento das Forças Armadas e
das forças de segurança aos camiões-
cisterna passou a ser “só pontual”.
Para alguns grevistas, a “completa
normalidade” retratada pelo ministro
do Ambiente foi feita à custa de
“ameaças”. Em Leça da Palmeira,
Matosinhos, onde os motoristas do
SNMMP esperavam que o boicote aos
serviços mínimos pudesse fazer mos-
sa na distribuição de combustível num
dia feriado, cerca de 50 veículos entra-
ram escoltados pela polícia durante a
madrugada.
No balanço feito à hora de almoço,
Matos Fernandes garantia que dali,
até àquela hora, já tinham saído 98%
das cargas previstas para o dia.
“Se houve um esvaziamento [do
boicote], este foi feito pelas ameaças”,
disse ao PÚBLICO Virgílio Oliveira, um
dos grevistas concentrados no local
ocupado pelos motoristas do Sindica-
to Nacional de Motoristas de Matérias
Perigosas (SNMMP), na reÆnaria de
Matosinhos. Foi um dos homens que
aderiram ao boicote de quarta-feira,
mas não se mostra surpreendido.
“Sabendo que há muitos vira-casacas
na classe, não me causou surpresa
nenhuma os colegas terem trabalhado
no feriado”, aÆrmou.
O vimaranense acredita que o
sucesso da paralisação irá depender
da zona Sul, onde a resistência deste
sindicato tem sido mais forte. Algo
que Virgílio considera cultural. “Já
vem das famílias, dos próprios pais.
No Norte há mais medo dos patrões.
A mentalidade do Centro e Sul é mais
reivindicativa, mais aproximada do
NUNO FERREIRA SANTOS
que é o século XXI”, considera o
motorista.
O memorando de entendimento
entre a Fectrans e Antram era outro
dos temas de conversas no piquete de
greve. Os 120 euros de aumento sala-
rial suscitavam dúvidas junto dos
motoristas. “É uma histórica palhaça-
da. Esse montante não é exclusivo ao
salário-base, é dividido pelas várias
cláusulas também”, aÆrmou Luís
Rodrigues, com a anuência dos res-
tantes motoristas que o rodeavam.
“Nós, motoristas, não estamos a
perder dinheiro porque fazemos os
serviços mínimos. Mas o Governo está
a ter prejuízo. Portanto, se a greve
durar três meses, apenas será preju-
dicial para os cofres do Estado. E para
os patrões também, porque começa-
mos a fazer menos cargas. Sempre
disse que esta greve para resultar teria
de ser longa”, aÆrmou o barcelense
Carlos Oliveira, um dos mais faladores
no piquete de greve em frente à reÆ#
naria de Leça da Palmeira, em Mato-
sinhos. com Miguel Dantas
ana.brito@publico.pt
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 3
Ao quarto dia,
os serviços
mínimos
foram sendo
cumpridos,
esvaziando a
necessidade
da requisição
civil geral
Patrões fecham acordo
e piscam o olho a grevistas
Pedro Ferreira Esteves
O
Processo de negociação de
revisão do Contrato Colecti-
vo de Trabalho Vertical
(CCTV) do sector de trans-
portes de mercadorias teve
um episódio decisivo na noi-
te de quarta-feira e ontem foram sen-
do conhecidos detalhes do memoran-
do de entendimento que procura
atrair os grevistas para dentro de uma
solução negociada com os patrões. A
Fectrans (federação do sector afecta
à CGTP) foi revelando detalhes que
procuram satisfazer algumas das pre-
tensões especíÆcas do Sindicato
Nacional de Motoristas de Matérias
Perigosas (SNMMP), mas também do
Sindicato Independente de Motoristas
de Mercadorias (SIMM).
No topo da lista está a questão sala-
rial. A Fectrans revela que foi acorda-
do um aumento mínimo de 120 euros
no salário-base mensal dos motoristas
(700 euros, mais complemento sala-
rial, cláusula 61 das horas extraordi-
nária e subsídio nocturno). Além
disso, “a estes valores acresce o sub-
sídio de 125 euros para os motoristas
que manuseiem de forma regular
matérias perigosas líquidas e gasosas
em cisterna”, enquanto “os outros
trabalhadores que manuseiem car-
gas, nos termos das excepções previs-
tas no CCTV, terão um subsídio de 55
euros”.
Pelas contas da Fectrans — e dos
patrões da Antram que assinaram
este memorando —, “um trabalhador
afecto ao transporte de matérias
perigosas líquidas e gasosas em cis-
terna, sem diuturnidade, terá, no
mínimo, um aumento salarial de
266,46 euros. Um trabalhador de
carga a granel, sem diuturnidades,
terá um aumento mínimo de 141,14
euros e os que manuseiem a carga
terão um acréscimo de mais 55 euros
a este aumento”. Adicionalmente,
defendem, “as ajudas de custo diá-
rias terão um aumento de 4% e os
trabalhadores passam a ter direito a
receber essa ajuda de custo no dia
em que chegam a Portugal”.
Os sindicatos em greve exigiam
inicialmente que os aumentos do
salário mensal Æquem Æxados para
700 euros em 2020, 800 em 2021 e
de 900 em 2022. Depois do plenário
do último sábado, as exigências alte-
raram-se para 900 euros já em Janei-
ro de 2020.
Mas há outro tema-chave no pro-
testo dos sindicatos em greve, a
“reformulação da cláusula 61”, relati-
va ao pagamento das horas extraor-
dinárias. Nesta questão, a Fectrans
admite que o novo documento “dei-
xou de ter incluído o trabalho noctur-
no, que passa a ter um pagamento
autónomo. E no transporte nacional,
a mesma será calculada na base de
48% da retribuição-base+comple-
mento salarial+diuturnidades”. Para
além disso, “é reforçado o princípio
de que a leitura da cláusula 61 tem
que estar ligada ao conteúdo da cláu-
sula que limita os tempos de traba-
lho”. Isto é, desenvolve a Fectrans,
“nenhum trabalhador é obrigado a
prestar trabalho extraordinário de
forma regular, nem é obrigado a tra-
balhar em situações excepcionais em
média mais de 48 horas semanais”.
Segundo os sindicatos em protesto,
no contrato colectivo de trabalho foi
imposto que os motoristas deixassem
de receber remuneração por todo o
trabalho suplementar, recebendo
duas horas extraordinárias por dia e
Æcando previsto o pagamento de uma
isenção de horário de trabalho.
Mas há outras novidades dirigidas
aos motoristas de matérias perigosas,
nomeadamente a “criação de um sub-
sídio de operações para as situações
excepcionadas no CCTV” que, segun-
do a Fectrans, “é um subsídio diferen-
te do que já estava previsto no proto-
colo de 17 de Maio para os trabalha-
dores do transporte de matérias
perigosas”.
Sobre este acordo, o presidente do
SNMM, Francisco São Bento, foi lacó-
nico, ontem: “Mais uma vez, em
menos de um ano, vai-se assinar um
contrato colectivo de trabalho à reve-
lia dos trabalhadores”.
pedro.esteves@publico.pt
4 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
DESTAQUE
CRISE DOS COMBUSTÍVEIS
Gás de botija não chega às bombas, colheitas
de tomate e pêssego cada vez mais pressionadas
Ana Brito e Victor Ferreira
Ao quarto dia de greve, os
efeitos começam a sentir-se
em vários sectores
de actividade, com a tensão
a crescer na agricultura
O
presidente da Associação
Nacional de Revendedores
de Combustíveis (Anarec)
está preocupado com os
prejuízos das empresas
com a greve. Não são ape-
nas os abastecimentos de gasóleo e
a gasolina que causam apreensão: as
botijas de gás não estão a chegar a
vários pontos de revenda, disse ao
PÚBLICO o presidente da associação,
Francisco Albuquerque. “As empre-
sas estão muito preocupadas com a
quebra de vendas e com a impossi-
bilidade de fazer chegar este produ-
to a quem precisa dele”, aÆrmou.
A Anarec tem estado a recolher
dados sobre os impactos da greve na
sua rede de associados e, sem adian-
tar números, garante que já se pode
falar num “prejuízo acumulado signi-
Æcativo”. As queixas das empresas
revendedoras não são todas iguais.
Nuns sítios há postos secos, nou-
tros, alocados à rede REPA, os depó-
sitos estão cheios, mas não se podem
vender os combustíveis ao público
em geral, explicou.
Só no interior do país, existem
pelo menos 200 postos de abasteci-
mento sem qualquer combustível,
revelou Francisco Albuquerque.
Como não estão dentro da rede
estratégica, as cargas de produto
destinadas a estabelecimentos têm
Æcado para segundo plano, impedin-
do as empresas de fazer negócio.
Sobre o gás de botija, que é usado
por mais de 2,6 milhões de famílias,
a Rubis já tinha alertado na quarta-
feira que, “embora ainda não se veri-
Æcassem situações de ruptura, os
stocks nos parques de armazenagem
estão a baixar”.
O caso era ainda mais preocupan-
Postos de abastecimento de combustível continuam a meio gás em todo o país
te no caso do GPL a granel (transpor-
tado por camiões-tanque para os
depósitos dos clientes), produto do
qual, segundo a Rubis, já havia rup-
turas de stock em clientes como
hotéis e restaurantes. Ao PÚBLICO,
Temos várias o porta-voz da associação que repre-
senta as petrolíferas, a Apetro, disse,
culturas em fase na quarta-feira ao Ænal da tarde, ter
de colheita, como o indicação de que “a situação do GPL
vai ter resposta rapidamente”.
tomate de indústria Agricultura com
no Ribatejo e na “a corda na garganta”
lezíria, o pêssego Até ao momento, a paralisação dos
na Beira Interior, motoristas de transporte de matérias
perigosas não teve consequências
a pêra-rocha graves, diz ao PÚBLICO o presidente
da Confederação dos Agricultores de
na região Oeste Portugal (CAP). Eduardo Oliveira e
Sousa vê, no entanto, uma “escalada
Eduardo Oliveira e Sousa de crispação” que preocupa os pro-
CAP dutores. “Até agora, tivemos apenas
um problema no fim-de-semana
NELSON GARRIDO
numa fábrica de tomate no Cartaxo,
que acabou por ser resolvido. Mas
existe apreensão no sector, muita
tensão em relação ao que poderemos
vir a esperar dos próximos dias por-
que estamos a ver uma escalada de
crispação”, afirma o líder da CAP.
Se o “braço-de-ferro entre um
punhado de pessoas com o Gover-
no” não chegar a bom termo, o
cenário pode piorar e o resultado
ser “a destruição de valor”. A CAP
teme a “ruptura nos serviços míni-
mos”, o que poderia levar à inter-
rupção do fornecimento de com-
bustível ou a falhas no transporte de
mercadorias.
“Temos várias culturas em fase de
colheita, como o tomate de indústria
no Ribatejo e na lezíria, o pêssego na
Beira Interior, a pêra-rocha na região
Oeste, o melão, algumas hortícolas
no Sudoeste alentejano e fruta no
Algarve. É um ano de trabalho que
pode ir por água abaixo se não hou-
ver bom senso para ultrapassar esta
greve que, de alguma forma, já está
a causar prejuízos aos produtores”,
assegura Eduardo Oliveira e Sousa.
“Lançamos um apelo ao bom senso.
A calma que se tem vivido nestes dias
pode quebrar se, de um momento
para o outro, algum elo da cadeia for
quebrado”, insiste, sublinhando a
solidariedade que tem havido entre
produtores, que cedem combustíveis
uns aos outros quando alguém fica
em situação de falta.
“O sector está com a corda na gar-
ganta, mas na expectativa de que a
situação possa melhorar. Há muita
coisa em jogo, muito trabalho, seja
na fruta, na produção animal, no
leite, nas hortícolas”, conclui.
Ritmo de abastecimento
preocupa supermercados
Com o quarto dia de greve dos moto-
ristas a caminhar para o Æm, dife-
rentes sectores económicos man-
têm-se a salvo de problemas graves,
acompanhando com expectativa
uma eventual resolução do protesto
dos motoristas de transporte de
mercadoria geral e de matérias peri-
gosas. Na distribuição, as operações
e a logística “estão relativamente
controladas”, até porque “os portu-
gueses demonstraram bom senso”
e “evitaram uma corrida às com-
pras” por receio de ruptura de bens.
Ainda assim, Gonçalo Lobo Xavier,
da Associação Portuguesa das
Empresas de Distribuição (APED),
declarou ao PÚBLICO: “O que nos
preocupa agora é a questão dos
combustíveis. É verdade que não
tem havido grandes perturbações,
mas também é verdade que o ritmo
de abastecimento está a diminuir.
Quanto mais [a greve] se prolongar,
mais aumenta o risco da falta de
combustível”, uma situação que
pode afectar tanto a cadeia de abas-
tecimento das lojas como os consu-
midores e clientes da APED.
ana.brito@publico.pt
vferreira@publico.pt
 11 motivos
para celebrar
o Verão
Vestido de amarelo palha, este e vinho
é uma companhia ideal para um passeio
à beira rio ou beira mar. A combinação
mbinação
de essências florais e citrinos é um
verdadeiro ataque em frescura a
e textura, tornando este vinho branco
rico em aromas e boa persistência.
ência.
Já sente esta explosão de sabores?
ores?
Descubra, semana após semana, na,
os 11 motivos para brindar ao Verão
e compartilhar com a família
e amigos o bom sabor da vida a

Características:
Acompanha bem com:
pratos de peixe, saladas
e massas “al dente”
Castas: 100% Antão Vaz
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8€
servir a 8ºC para SÁBADO,
ser bebido a 10ºC
Região: Alentejo
17 AGOSTO
COM O PÚBLICO

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Casa de Compostela Alvarinho • Vinhos Verdes • 12€ • JÁ DISPONÍVEL
Crasto Rosé 2018 • Douro • 9,90€ • JÁ DISPONÍVEL
Herdade São Miguel Rosé 2018 • Alentejo • 5€ • JÁ DISPONÍVEL
Dez Tostões branco 2018 • Alentejo
ejo • 8€ • 17 AGO
Cabo da Roca Reserva Syrah Tinto 2016 • Lisboa • 7,99€ • 24 AGO
Fagote Reserva Branco 2018 • Douro • 7,90€ • 31 AGO
Ceirós Reserva Tinto 1996 • Douro
ro • 12€ • 07 SETT
Cabo da Roca Reserva Arinto Bucelas 2017 • DOC Bucelas
as • 7,99€ • 14 SET
T
Casa de Compostela Sauvignon Blanc • Vinhos Verdes
des • 12€ • 21 SET
Branco da Gaivosa 2018 • Douro • 9,90€ • 28 SET

Colecção de 11 vinhos. PVP unit.: variável. Preço total da colecção: 103,68€. Periodicidade semanal ao sábado. De 20 de Julho a 28 de Setembro de 2019.
Limitado ao stock existente. É proibida a venda de álcool a menores de 16 anos. Seja responsável, beba com moderação.
6 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

ESPAÇO PÚBLICO
A uma vitória na Dinamarca, seguiu-se um
novo triunfo que catapultou o Sp. Braga para
o play-off da Liga Europa. Os minhotos
provaram, nesta 3.ª pré-eliminatória da prova, que
são claramente superiores ao Brondby e Ricardo Sá
Pinto atingiu o objectivo fazendo uma gestão
cuidadosa do plantel. Já com o jogo com o Sporting
no horizonte, no domingo, o treinador bracarense fez
seis alterações no “onze” e manteve os índices de
Ricardo Sá Pinto competência deste arranque de época. (Pág. 33) N.S.
O director nacional da Polícia de Segurança
Pública, Luís Farinha, não tem a vida facilitada.
A doença de que foi acometida a equipa da
Divisão de Seixal e Almada que ontem meteu baixa —
como o Movimento Zero sugeriu aos profissionais
que fizessem entre 15 e 18 de Agosto — pode ser
contagiosa e levanta, como assinalou o comandante
distrital de Setúbal, problemas de segurança. Para a
população e para os colegas de serviço, que ficam
Luís Farinha sem equipa de apoio. (Pág. 12) A.V.

Pagam a Salvini para ser uma “alma má”?

normais diferenças de opinião face à
emigração que tem a Europa como
destino. O que estava em causa com
muitos dos 147 emigrantes apanhados
há duas semanas num barco à deriva
Manuel Carvalho no Mediterrâneo era o que um tribunal
Editorial italiano designou como uma “situação
países dispostos a acolhê-los) está
muito para lá das discussões
convencionais sobre como deve, ou
pode, a Europa lidar com o êxodo de
emigrantes. Na sua decisão de
contrariar os tribunais e de obrigar a
polícia italiana a impedir a acostagem
que por essa razão mereça o desprezo
que tradicionalmente as democracias
concediam às almas más porque o
discurso da extrema-direita se
institucionalizou. Haver um ministro
europeu que recusa a acostagem de
um navio onde há pessoas em risco de

O
Ministro italiano que recusou a
acostagem de um navio com 147
imigrantes em situação de
urgência diz que não é pago para
ser uma “alma boa”. Pagam-lhe
para ser o quê?
A tragédia humanitária no navio
Open Arms que o ministro do Interior
italiano Matteo Salvini alimentou
contra os tribunais do país, contra os
apelos de personalidades de diferentes
áreas e de todo o mundo, de governos
e de organizações internacionais não
pode nem deve ser enquadrada nas
de gravidade e de urgência
excepcionais”. Estavam, e estão, em
causa vidas humanas, entre as quais
crianças, e foi por isso que até
membros do Governo italiano,
incluindo o primeiro-ministro,
Giuseppe Conte, protestaram contra a
intransigência de Salvini. Foi por isso
também que esta quinta-feira seis
países, entre os quais Portugal,
decidiram acolher os náufragos do
Open Arms.
A recusa de Salvini em abrir os
portos italianos a seres humanos em
risco de vida (mesmo depois de haver
do Open Arms não conta a
compreensível recusa de Itália de ser,
como chegou a ser, a dona exclusiva de
um problema que os demais parceiros
europeus não queriam encarar. Nem
está sequer em questão o programa
político que elege a emigração como a
causa da doença económica e do
fracasso político e social que
contamina a Itália. O que está em causa
é algo bem mais simples e, ao mesmo
tempo, difícil de aceitar: é o desprezo
por regras humanitárias básicas.
Salvini pode hoje dizer que “não lhe
pagam para ser uma alma boa” sem
vida e fazer disso gala e programa é
algo que não pode ser visto à luz das
tradicionais clivagens entre a esquerda
e a direita, entre os que acreditam na
visão idílica de uma Europa de portas
escancaradas e os que defendem a
utopia de muros para a isolar. O que
está em causa transcende essas
dicotomias. O que está em causa é a
diferença entre a decência e a barbárie.
Nenhum cidadão decente pode ter a
mínima simpatia por bestialidades
assim.
manuel.carvalho@publico.pt

As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar e
eventualmente reduzir os textos não
solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: cartasdirector@publico.pt
Telefone: 210 111 000
CARTAS AO DIRECTOR
Os maus da fita
Os maus da Æta são sempre os
grevistas, que não têm em conta
onde começa e termina a sua
liberdade, não indo esta além da
de outrem (…). No entanto, toda a
comunidade já deveria saber que
uma greve, para surtir efeitos
práticos, tem de fazer mossa, e, às
vezes, de que maneira. Todavia,
parece-nos que hoje em dia é
possível fazer-se greve não a
fazendo, senão o paternalista
Governo, defensor do patronato,
seja ele qual for, logo impõe a
requisição civil, sem saber lá muito
bem — ou sabe? — se os
representantes patronais estão à
altura das suas responsabilidades
perante os acontecimentos
laborais que ora se levantam.
Terminamos com uns singelos
versos pensando em Fernando
Pessoa, acerca do Ængimento: “Se
eu fosse um Ængidor/ Ængia tão
completamente/ seria político
amador /algo igual a tanta gente/
dando ouvidos aos mais fortes/ em
detrimento dos que menos
podem.”
José Amaral, Vila Nova de Gaia
Pedro Pardal Henriques
Soube-se anteontem que 14
motoristas que não cumpriram a
requisição civil estariam a ser
notiÆcados pelas autoridades. É
evidente que a lei tem que ser
cumprida, mas Pedro Pardal
Henriques anunciou entretanto
que, em função daquela notícia, os
motoristas não vão cumprir nem
serviços mínimos nem requisição
civil e, posteriormente, aÆrmou
que não tem medo de poder ser
acusado de incitamento à
desobediência. Para Pedro Pardal
Henriques, ele está somente a falar
pelos motoristas e não a incitá-los
a não cumprirem os serviços
mínimos e a requisição civil
decretada pelo Governo. Depois
disto tudo, haverá ainda alguém
com dúvidas sobre o que quer na
realidade este senhor? O Governo
tem de, uma vez mais, cumprir e
fazer cumprir rigorosamente a lei,
não deixando nenhuma margem
para dúvidas.
Manuel Morato Gomes, Senhora da
Hora
Sem rei nem palavra
Ainda no passado sábado, após as
reuniões de motoristas de
produtos perigosos, os dirigentes
sindicais garantiam uma greve
pacíÆca, ordeira e cumprindo a lei,
i.e., serviços mínimos e garantia do
não-bloqueio de estradas ou
pressão sobre os que iriam
trabalhar. Conheciam de antemão
as consequências do não-
-cumprimento desses serviços, a
requisição civil parcial foi
necessária, bem como todos
sabemos as consequências do
desrespeito pela requisição civil.
Aqui chegados, nem a Antram se
mostrou digna, porque não
ratiÆcou o acordo de Abril, nem os
sindicatos, cujo rompimento da
requisição civil e boicote dos
serviços mínimos foi uma fuga para
a frente de forma a criar reais
problemas de abastecimento na
rede REPA e nos serviços
aeroportuários. Não sei quem
ganhará este conÇito, mas neste
momento o capital de conÆança e
segurança que o Governo havia
adquirido evaporar-se-á à medida
que o nível dos depósitos começar a
baixar e as Ælas nos postos de
abastecimento aumentarem. Na
realidade, os motoristas queixam-se
do seu rendimento mensal
ganhando horas extraordinárias,
mas fazendo apenas o seu horário
normal não ganharão menos?
Mário Lapa, Lisboa

Na senda do engrandecimento da América, a
administração Trump está a promover uma
reforma da Lei de Imigração que, entre outros
aspectos, dita também a exclusão, dos mais pobres,
de benefícios sociais como o acesso a habitação
social. De acordo com os novos regulamentos, as
famílias de “estatuto misto” — que têm pelo menos
um elemento em situação irregular — terão de
escolher entre livrarem-se de quem não está legal ou
Donald Trump tornarem-se todas sem-abrigo. (Pág. 20) A.V.
ESCRITO NA PEDRA
Sem ambição, o sonho é como um carro sem gasolina:
não vai a lado nenhum
Sean Hampton (1981), actor norte-americano
SEM COMENTÁRIOS LONDRES
ANDY RAIN/EPA
EM PUBLICO.PT
Enfrentar a doença de O português que se “vingou”
Alzheimer por não ter ido a Woodstock
Através da fotografia, ele tirou a mãe do Foi-lhe dito que, devido à guerra no
estado de letargia em que se encontrava: Ultramar, não era possível sair do país.
“A diversão tornou tudo Acabou em Angola a fundar uma banda: os
surpreendentemente belo.” Woodstock. Não foi ao festival, o festival foi
publico.pt/multimedia até ele. publico.pt/podcasts
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 7
A opinião publicada no jornal respeita a norma ortográfica escolhida pelos autores
O ministro do Interior italiano recusa deixar
acostar o Open Arms, apesar de entre as 147
pessoas a bordo haver quem precise de ajuda
médica, apesar de até colegas de governo criticarem
a sua falta de humanidade e de respeito pelos
tribunais, apesar de seis países europeus — Portugal
incluído — assegurarem o acolhimento desses
migrantes. O líder de extrema-direita está acima, ou
abaixo, da avaliação política. É um problema moral,
Matteo Salvini apesar de não faltar quem o siga. (Pág. 18) A.V.
Escrever
custa
C
Miguel Esteves Cardoso
Ainda ontem
omecei a escrever porque o meu
irmão adormecia a ouvir as
histórias que eu inventava à
noite para ele (e eu) ouvir. Só
que ele adormecia e eu ainda
não tinha acabado, nunca quis
acabar, podia Æcar a falar
sozinho, é verdade, mas era
triste.
A minha imaginação — e a
imaginação dele, que conduzia o Æo de cada
história, acrescentando, desviando,
sugerindo e fazendo perguntas —
surpreendia-me e divertia-me. Desiludia-me
também — mas é esse o preço da invenção.
Tinha eu seis ou sete anos e havia uma
história (sobre um menino como eu que
fugia de casa para se juntar a um circo
interessantíssimo) que queria continuar,
que tinha um comprimento e uma
curiosidade que as outras não tinham.
Mas o meu irmão, que era o melhor
ouvinte que se pode ter, por muito que
gostasse do que eu dizia para diverti-lo, era
humano e Æcava com sono e adormecia.
Tive então a ideia de escrever o que tinha
Æcado por dizer. Nem sequer comecei pela
história do circo porque essa estava
prometida a um caderno muito bom e
muito novo onde eu não ia só escrever
como fazer desenhos porque eram assim os
únicos livros que tinha lido (Richmal
Crompton, A.A.Milne, o Kipling de Just So
Stories).
Escrever foi — e é — a maior desilusão da
A ciência das gaivotas minha vida. Quando percebi que, para
escrever “Havia um macaco”, era preciso
O segredo para que as gaivotas não lhe escrever “H” e depois “a” e depois “v” e
roubem a comida: não desvie o olhar. É o depois “i” e “a” — e ainda só se tinha
que diz um estudo publicado na revista conseguido escrever “havia” – , compreendi
científica britânica The Royal Society a lentidão esmagadora da escrita, o registo
Publishing. burocrático, a dama de companhia, o corte
publico.pt/p3 imenso e o desperdício de escrever.
8 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

ESPAÇO PÚBLICO

Pardal Henriques e o outsourcing da luta

N
RUI GAUDÊNCIO

Susana Peralta
o momento em que escrevo estas
linhas, a greve dos motoristas de
matérias perigosas atingiu um
estado de confusão no qual é
difícil perceber o que nos espera.
O futuro dirá se a intervenção
Do Governo numa disputa
entre trabalhadores e
empregadores do sector
privado, alternando entre
anúncios táticos e recurso a soluções
musculadas, terá sido de alguma ajuda.
No capítulo dos anúncios táticos vazios de
conteúdo, o melhor momento aconteceu na
quarta-feira ao Ænal da tarde, quando foi
anunciado um acordo entre o sindicato
Fectrans e os empregadores da Antram.
Acontece que a Fectrans não tinha aderido à
greve e a reunião de quarta-feira estava
agendada desde antes do início da greve. E
também sucede que os dois sindicatos
independentes que convocaram a greve, o
SIMM e o SNMMP, nasceram precisamente
para contestar a Fectrans, considerando que
esta não representava os interesses dos
motoristas de matérias perigosas. Nada disto
impediu Pedro Nuno Santos de anunciar
pomposamente que “o tempo da greve
terminou” e António Costa de saudar o
acordo como um exemplo a ser seguido.
Entre os incómodos vários que causou no
país a banhos e o lamentável representante
legal dos grevistas, Pardal Henriques, esta
greve tem tudo para não gostarmos dela.
Ainda assim, vale a pena recordar as queixas
dos motoristas de matérias perigosas. Há os
salários baixos, complementados com
pagamentos extras que não entram nas
contribuições para a Segurança Social e,
portanto, diminuem os direitos destes
trabalhadores em caso de reforma ou
doença. Há também folgas quase aleatórias e (detalhes aqui: longe dos países mais bem classiÆcados, No meio deste barulho mediático, o pouco
horários de trabalho excessivos. O ministro https://www.oecd. como a Bélgica, a Dinamarca e a Noruega. No recomendável advogado que representa os
Matos Fernandes lembrou esta semana que o org/statistics/job- índice de segurança do mercado de trabalho, grevistas, Pardal Henriques, aproveitou o
contrato coletivo de trabalho prevê jornadas quality.htm). que mede a expectativa de perda de tempo de antena para publicitar os seus
de trabalho que podem ir até 11 horas por Olhando para os rendimentos devido a desemprego, tendo serviços de Uber do sindicalismo,
dia. Curiosamente, Matos Fernandes não
estava a sublinhar a vida penosa desta gente,
No país que dados de 2015,
vemos que Portugal
em conta a probabilidade de perder o
emprego, a duração do período de
explicando-nos que o seu escritório foi
contactado por 15 sindicatos para os
mas apenas a chamar os motoristas à ordem temos, é fácil não Æca bem na desemprego e a generosidade do subsídio de representar, mas apenas aceitou quatro. É
para o cumprimento dos serviços mínimos.
Eu não faço ideia se são os motoristas ou os
acreditar que fotograÆa. No índice
de qualidade dos
desemprego, Portugal é o quinto pior país da
OCDE. O terceiro indicador da OCDE é a
provável que Pardal Henriques tenha boas
razões para estar otimista. Trabalhar em
patrões que mais manipulam os números. os motoristas rendimentos, que chamada tensão no emprego (“job strain”), Portugal é uma experiência pouco agradável,
Mas uma coisa é certa: no país que temos, é têm uma boa combina o nível com que mede a qualidade do ambiente de especialmente para os trabalhadores menos
fácil acreditar que os motoristas têm uma
boa parte da razão. parte da razão a desigualdade
salarial, Portugal,
trabalho, através dos seus aspetos negativos
(horários demasiado longos e inÇexíveis,
qualiÆcados. Com a falta de empatia
generalizada que os motoristas têm recebido
Portugal é um país de salários baixos. com a sua exposição a ruídos e poluição, riscos para a nestes dias, incluindo da parte do Governo,
Segundo os dados do Eurostat, cerca de 11% combinação de saúde física, trabalhos especialmente duros) do presidente e até — pasme-se! — do PCP, o
das pessoas com mais de 18 anos que baixos rendimentos e dos positivos (autonomia, oportunidades negócio de outsourcing da luta vendido por
trabalham são pobres, o que coloca Portugal com desigualdade de aprendizagem). Nesta variável, que é Pardal Henriques tem tudo para prosperar.
acima da média europeia. Mas não é só isso. elevada, aparece ao baseada no Inquérito às Condições de
A OCDE mede a chamada qualidade do lado da Coreia do Sul Trabalho, Portugal é também o quinto pior Professora de Economia na Nova SBE.
trabalho, através de três indicadores e dos países de Leste, país da OCDE. Escreve à sexta-feira

A propósito de alguns
artigos do PÚBLICO
O A
Pedro Guedes de Oliveira
artigo de Ana Costa Freitas, no
PÚBLICO do passado dia 10,
não mereceria comentário não
fosse ele escrito por uma reitora
de uma universidade pública
portuguesa. Mas, dada esta
condição da autora, não
gostaria de deixar sem resposta
algumas das suas considerações
(que me parecem
signiÆcativamente confusas) e, sobretudo, o
seu ponto de partida (e de chegada), que me
parece destituído de razão. Na sua
perspetiva, se “baseada em evidência”,
qualquer medida política seria única e
correta! Não pude deixar de me lembrar de
uma ideia semelhante expressa em tempos
por Cavaco Silva: gente bem-intencionada e
de boa-fé chegaria sempre à mesma
conclusão (a dele, obviamente).
Em primeiro lugar, no tocante à economia,
ciência num sentido “duro” é difícil de
estabelecer. Tivemos economistas como
Keynes ou Hayek e prémios Nobel atribuídos
a Friedman, mas também a Samuelson ou
Krugman. Opor as decisões baseadas em
evidência à política não faz qualquer sentido.
É pela política que se estabelecem os
objetivos e não pelos dados. Os “chief
scientific advisers” poderão ser úteis no
aconselhamento de certas decisões, mas já
pensaram o que seria sermos governados
por eles?
E se é assim na economia, é-o também em
muitas outras decisões: acesso amplo (e
eventualmente gratuito) ao ensino superior
ou, pelo contrário, acesso à venda para os
Ælhos de pais ricos que nem a partir de
colégios conseguiram entrar onde
pretendiam? Meritocracia como critério
fundamental? Leiam, por favor, o excelente
artigo de David Marçal no P2 do PÚBLICO do
passado dia 5 de agosto. E poderíamos
continuar por aí adiante. Em quase todos os
domínios as opções têm sempre uma forte
carga política e, muitas vezes, ideológica.
Assim sendo, funcionando melhor ou pior,
os partidos são fundamentais como
entidades mediadoras, como o são, aliás, os
sindicatos. Mesmo apoiando ou
simplesmente votando num partido, será
impossível pensar que estaremos de acordo
com todas as suas propostas; o nosso voto
corresponde ao compromisso possível,
muitas vezes ao mal menor. E o mesmo entre
partidos. Fico sempre bastante nervoso
quando ouço falar de consensos. Não há
consenso possível quando os pressupostos
são diferentes e, deixemo-nos de rodeios, em
muitos deles esquerda e direita continuam a
fazer todo o sentido. E, claro, há muitas
esquerdas (e muitas direitas) e o que se
A greve
NELSON GARRIDO
Pedro Filipe Soares
greve dos motoristas de matérias
perigosas fez emergir um
conjunto de perplexidades. A
primeira, que se coloca ainda
antes de assistirmos às imagens
das Ælas intermináveis de carros
em postos de abastecimento ou
à greve propriamente dita, é
sobre a organização de todo o
setor.
Alguém acha normal que as empresas
petrolíferas, com centenas de milhões de
euros de lucros por ano (só a Galp teve um
lucro de 707 milhões em 2018), quase não
tenham motoristas de matérias perigosas nos
seus quadros de pessoal? Mais: alguém
explica como é que toda a operação de
distribuição deste setor está dependente de
jornadas de trabalho de 14 horas? Ou, ainda,
que o salário dessas longuíssimas jornadas de
trabalho quase toque o valor do salário
passou com a “geringonça” (que fortemente mínimo, ao que se adiciona um conjunto de
apoio) é paradigmático: houve alguns parcelas inventadas para fugir a pagamento
consensos (poucos), mas muitos de impostos ou contribuições para a
compromissos. E isso é o que faz a boa Segurança Social? Sim, este país real é o
política. O que se evitou foi um mal muito faroeste da responsabilidade social das
maior que seria a empresas e os lucros milionários só
repetição do PàF. comprovam que a ganância é como o
Não posso, universo, não tem Æm.
contudo, ser mais Como se chegou a esta situação? O resumo
defensor de que os é simples: privatizou-se uma empresa
É preocupante processos decisórios estratégica para o país, dando a uns poucos
se baseiem, quando os lucros que deveriam ser de todos;
saber que adequado, no externalizou-se parte da operação
os hospitais conhecimento recorrendo-se ao outsourcing para as
do SNS dão
cientíÆco, e Æco
verdadeiramente
atividades que anteriormente eram
desempenhadas pelos trabalhadores do
cobertura preocupado quando quadro de pessoal, esperando que a selva do
à medicina notícias e
reportagens como a
mercado trouxesse a desregulação laboral
que ansiavam — o que aconteceu com os
alternativa do P2 do PÚBLICO motoristas de matérias perigosas; os
do passado domingo motoristas passaram de trabalhadores a
nos dão a conhecer empreendedores, incentivados a criarem a
que os hospitais sua própria empresa — ou contratados por
públicos e o SNS dão outros nessa situação — perdendo direitos
cobertura a formas pelo caminho. Ao longo deste processo os
de medicina lucros aumentaram, a riqueza Æcou ainda
alternativa mais concentrada nos acionistas, e os
fortemente contestadas pela Ordem dos salários caíram. É motivo para indignação?
Médicos (mas apoiadas, sem surpresa, pela Claro que é.
bastonária da Ordem dos Enfermeiros). E Esta introdução explica o contexto que nos
mais preocupado ainda que tal tenha tão trouxe às lutas de hoje. Para quem achava
pouca contestação por parte da comunidade que esta história era apenas entre interesses
cientíÆca. Valham-nos as posições frontais e privados, Æca claro como o poder público
esclarecidas tomadas (de novo) por David está na sua origem e dela nunca esteve
Marçal no PÚBLICO de dia 12, posições essas desligado.
que, excetuando Carlos Fiolhais e poucos Isso Æcou bem claro neste processo. O
outros, escasso apoio explícito e público têm Governo dizia querer fazer a arbitragem do
vindo a merecer. conÇito, mas não mostrou distanciamento
para ser um bom árbitro. O primeiro-
Professor emérito -ministro disse que o Governo se preparou
da Universidade do Porto para a greve, mas em nenhum momento isso
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 9
ESPAÇO PÚBLICO
passou por questionar a atuação das
empresas.
Não deveria a Autoridade para as
Condições do Trabalho (ACT) ter investigado
e punido as empresas pelas abusivas
jornadas de trabalho, excessos de horas
extraordinárias e pela manifesta
desadequação dos seus quadros de pessoal?
Não deveria a Autoridade Tributária ter
investigado a contabilidade criativa que soma
complementos ao salário para subtrair aos
impostos devidos ao Estado? E não deveria a
Segurança Social ter investigado essa mesma
folha salarial que retira valor às pensões
futuras dos motoristas? Dever, deviam todos,
mas não Æzeram. Por outro lado, a
preparação do Governo terá sido a da folha
Excel dos serviços mínimos e do parecer
jurídico da requisição civil. São precisas mais
provas para concluirmos do lado que o
Governo está?
Até a jornada de trabalho de oito horas,
cuja luta já leva dois séculos e é um dos
pilares da cultura de esquerda, foi negada
pelo ministro do Ambiente. Disse ele que
“ninguém pode ser obrigado a trabalhar para
além do horário de trabalho, mas não digam
que o horário de
trabalho é de oito
horas por dia,
porque pode ser de
60 horas”. A bússola
política entrou em
O Governo dizia desnorte e só isso
querer fazer a explica que um
Governo que se diz
arbitragem do de esquerda tenha
conflito, mas criado um
não mostrou precedente grave de
abuso da lei do
distanciamento trabalho e de
para ser um limitação do direito à
greve.
bom árbitro Tudo isto salta à
vista e, para o ver,
não precisamos de
concordar com a
convocatória da
greve, basta algum
bom senso e sentido
de justiça. A
exigência do tempo é de mais diálogo e
menos arrogância, de mais negociação e
menos provocação. E não está tudo na
mesma, até porque os benefícios das lutas já
se começam a conhecer. Apesar de ainda não
serem públicos os detalhes, será inegável que
o acordo alcançado pela Fectrans resulta do
atual contexto e tem nele a sua marca. Que os
avanços sejam para todos, será o mínimo que
se exige. Que a mediação agora pedida seja
imparcial é outra condição essencial.
Presidente do Grupo Parlamentar do
Bloco de Esquerda. Escreve à sexta-feira
10 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

POLÍTICA
PS é o partido que prevê gastar
mais nas regionais da Madeira
Socialistas têm orçamento de 370 mil euros. O PSD vem logo atrás. No total, as candidaturas estimam
gastar 1,5 milhões de euros na campanha das eleições legislativas na Região Autónoma da Madeira
GREGÓRIO CUNHA

Eleições
Sofia Rodrigues
É com um orçamento de 370 mil euros
que o PS e Paulo Cafôfo vão desaÆar a
longa maioria absoluta do PSD nas
próximas eleições legislativas regio-
nais da Madeira. No total, as 14 candi-
daturas estimam gastar 1,5 milhões de
euros na campanha, de acordo com
os orçamentos disponibilizados no
site da Entidade das Contas.
Com o maior orçamento de cam-
panha deste ano, os socialistas acres-
centam mais 75 mil euros face ao
previsto nas eleições regionais de
2015. Nessa altura, o PS apresentou-se
com uma coligação da qual fazia par-
te o Pessoas-Animais-Natureza (PAN),
o Movimento Partido da Terra (MPT)
e o Partido dos Trabalhadores Portu-
gueses (PTP). Desta vez, o PS concor-
re sozinho, com o cabeça de lista
Paulo Cafôfo, que governou a Câmara
do Funchal nos últimos anos.
Já o PSD, que em 2015 manteve a
maioria absoluta por apenas um
deputado, diminui os seus gastos para
menos de metade: de 761 mil euros
passa para 360 mil. Ainda assim, o
partido liderado pelo actual presiden-
te do governo regional, Miguel Albu-
querque, apresenta o segundo maior
orçamento de campanha destas elei-
ções regionais.
O partido Aliança, liderado por Paulo Cafôfo, o ex-presidente da Câmara do Funchal, é a aposta do PS para a liderança do governo regional
Santana Lopes, tem um orçamento
de 140 mil euros e concorre sozinho, apresentou um orçamento de 81.500 A poucas semanas do início da cam- constam 17 candidaturas: a primeira
depois de o Tribunal Constitucional
O PSD, cuja euros. Mais magra é a previsão do BE, panha, o bispo do Funchal, Nuno a aparecer é a do Partido Democrático
ter recusado a coligação Unidos pela maioria absoluta que estima gastar 62 mil euros na cam- Brás, apelou aos candidatos às elei- Republicano (PDR) e a última é a do
Madeira, com o MPT. A estimativa da panha cujo período oÆcial começa a 8 ções da Madeira para que usem a cam- Rir, Reagir, Reciclar (RIR), cujos orça-
Aliança, que concorre pela primeira
depende apenas de Setembro e termina a 20. Tanto a panha eleitoral como “tempo de civi- mentos não estavam disponibilizados
vez às regionais da Madeira, é gastar de um deputado, CDU como o JPP, o BE e o Partido Nova lização” e criticou os “ataques pes- no site da Entidade das Contas. Na
mais do que o que o CDS se propõe Democracia elegeram deputados nas soais” e as “calúnias” entre políticos. ordem decidida por sorteio, realizado
investir, que são 100 mil euros.
vai gastar menos últimas regionais. Neste último caso, “Nos últimos tempos, mais que na terça-feira, Æcaram colocados
Nas últimas regionais, os centristas de metade do que o PND, fundado por Manuel Monteiro, mostrar as suas propostas para a depois o Chega, o PNR e o BE. Em
foram a segunda força política mais foi extinto depois das eleições na região e o país, as campanhas eleito- seguida, surgiu o PS e o PAN. As forças
votada e agora admitem vir a apoiar
gastou em 2015. Madeira, tendo o seu deputado passa- rais têm, infelizmente, sublinhado os políticas Aliança e o Partido da Terra-
o PS, para evitar uma maioria de Então apresentou do a ser independente. ataques pessoais, a desvalorização do MPT Æcaram um após o outro, ocu-
esquerda na assembleia legislativa Abaixo da fasquia dos 50 mil euros outro candidato, por vezes até através pando, o 7.º e 8.º lugares no boletim
regional. O valor previsto pelos cen-
um orçamento estão os orçamentos de sete candida- de calúnias”, aÆrmou Nuno Brás, na de voto, depois da rejeição da coliga-
tristas é mais baixo do que o apresen- de 761 mil euros, turas: o PTP, com 30 mil euros; o PAN, homilia que proferiu na missa da ção por parte do Tribunal Constitu-
tado em 2015 — 176 mil euros — e é com 11 mil euros; o PCTP/MRPP e o Assunção de Nossa Senhora, na fre- cional. Surgem ainda no boletim, por
agora mais próximo do divulgado pelo
agora Äca-se Chega, com 10 mil euros cada; a Ini- guesia do Monte, Funchal. esta ordem, PCTP/MRPP, PSD, Inicia-
PCP, que concorre em coligação com pelos 360 mil ciativa Liberal, com 2 mil euros; o tiva Liberal, PTP, PURP, CDS, CDU e
o PEV. A CDU prevê, assim, gastar 110 PURP (Partido Unido dos Reformados RIR por último JPP, com o RIR por último.
mil euros, mais cerca de 30 mil euros e Pensionistas), com mil euros; e o No boletim de voto que será apresen-
do que o Juntos pelo Povo ( JPP), que PNR, com 300 euros. tado aos eleitores a 22 de Setembro srodrigues@publico.pt
 Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 11

POLÍTICA

Jerónimo de Sousa diz que JP de Braga convida

promotores do protesto dos
motoristas dão “pretextos
para limitar a greve”
PCP
Sofia Rodrigues
Líder comunista afirmou
que o partido está
“inteiramente solidário”
com os trabalhadores
do sector
Na primeira intervenção pública des-
de que a greve dos motoristas come-
çou, o secretário-geral do PCP, Jeró-
nimo de Sousa, aproveitou para
aÆrmar de forma peremptória que o
partido “é inteiramente solidário”
com os motoristas em greve (ver
págs. 2 a 4) e “as suas reivindica-
ções”, mas que há uma “argumenta-
ção que instrumentaliza reais pro-
blemas e o descontentamento dos
e a Fectrans (afecta à CGTP) como
um “protocolo de acordo com novos
avanços no plano dos salários, direi-
tos e condições de trabalho”, mas
defendeu a necessidade de “se Æna-
lizarem as negociações, que os moto-
ristas beneÆciem da aplicação dos
avanços em 2020, sem prejuízo das
negociações para os próximos
anos”.
Só que se mantém o braço-de-fer-
ro entre a associação empresarial e
o Sindicato Nacional dos Motoristas
de Matérias Perigosas (SNMMP), que
convocou a greve por tempo indeter-
minado, e com o Sindicato Indepen-
dente dos Motoristas de Mercadorias
(SIMM), enquanto não se desconvo-
car a paralisação.
No seu discurso, Jerónimo de Sou-
sa sustentou que é preciso a inter-
venção da Autoridade das Condições
Manuel Monteiro para
universidade de Verão
CDS-PP
A estrutura Juventude
Popular contestou
a escolha de Assunção
Cristas para cabeça
de lista no distrito
O ex-líder do CDS Manuel Monteiro
é o orador convidado para falar
sobre o futuro da direita na 4.ª edi-
ção da team camp, uma universida-
de de Verão organizada pela Juven-
tude Popular ( JP) de Braga.
Manuel Monteiro está conÆrmado
para falar no painel Que direita de
futuro, no âmbito desta iniciativa de
formação política de jovens que está
marcada para 13,14 e 15 de Setembro
em Braga.
A relação entre as cidades e a polí-
tica de habitação, a educação, a
cultura e a violência no desporto
(com Rui Santos como convidado)
são outros dos temas que serão
debatidos por 50 jovens participan-
tes, disse ao PÚBLICO Francisco
Mota, líder da JP de Braga. O encer-
ramento da team camp será feito
pelo líder da JP Francisco Rodrigues
dos Santos.
O ex-líder do CDS tem participa-
do, nos últimos meses, em várias
iniciativas partidárias, já mostrou
vontade em voltar a Æliar-se, mas
isso ainda não aconteceu.
A iniciativa da JP de Braga acon-
tece num distrito em que a escolha
para o cabeça de lista de candidatos
a deputados — Telmo Correia — por
parte da líder do partido, Assunção
Cristas, foi muito contestada inter-
namente. Esse processo levou Fran-
cisco Mota a recusar integrar a lista
e a JP de Braga a anunciar que não
fará campanha eleitoral para as
legislativas.
Nos últimos anos, a JP e o CDS têm
organizado a escola de quadros, em
Peniche, uma iniciativa de formação
política que costuma ter Paulo Por-
tas como convidado. Este ano, o
modelo e a data ainda estão a ser
fechados por causa do calendário
eleitoral. Sofia Rodrigues
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motoristas” e cujos promotores “não de Trabalho para “combater o des-

se importam de dar pretextos à limi-
tação ao direito à greve como se está
a veriÆcar”.
Num almoço-convívio em Monte
Gordo, no Algarve, o líder comunis-
ta sustentou que o Governo tem
aproveitado esses pretextos para
impor medidas como os serviços
mínimos e a requisição civil, que
“limitam o direito à greve neste sec-
tor”, defendendo a necessidade de
uma “luta consequente acompanha-
da de uma negociação colectiva que
resolva os problemas”, mas que “rea-
Ærme a defesa do efectivo exercício
do direito à greve”
Jerónimo de Sousa referiu-se ao
acordo obtido ontem entre a Antram
respeito do patronato pelas condi-
ções acordadas”. Falando para cerca
de três centenas de militantes, o
secretário-geral do PCP referiu-se
ainda a uma frase “dramática” de um
motorista, que se declarou disposto
a “morrer de pé por esta luta”, para
apelar a que a luta seja para “viver
de pé, com dignidade e direitos”.
Desde que começou a paralisação
dos motoristas de matérias perigo-
sas, o PCP tinha assumido as suas
posições por comunicado. Jerónimo
de Sousa esteve em Monte Gordo
para a apresentação do cabeça de
30 Restaurantes
lista da CDU a Faro. parceiros CAXAMAR
srodrigues@publico.pt Albufeira Funchal Moreira de Cónegos
LUÍS FORRA/LUSA
Restaurante Veneza Lá ao Fundo São Gião

Batalha Leça da Palmeira Ourém

Mosteiro do Leitão A Grade O Rito

Braga Leiria Pombal

Restaurante Ignácio Casa da Nora Manjar do Marquês

Cabanas de Tavira Lisboa Porto

Este é o Verão
Restaurante Noélia A Casa do Bacalhau Restaurante DOP
Casa dos Linhares O Paparico
Carvoeiro FIFTY SECONDS Oficina
Bacalhau Caxamar Restaurante Bon Bon Martín Berasategui
Horta dos Brunos Póvoa do Varzim
Castelo de Bode JNcQUOI Restaurante 505
Sabor da Pedra O Magano – Grupo Bodegão
No ano em que comemoramos o nosso 30º
Via Graça
Aniversário, reunimos 30 Restaurantes Parceiros Chaves Proença-a-Nova
Caxamar, para apresentarem maravilhosos Miradouro Matosinhos TÄSCÁ
pratos de Bacalhau Caxamar. Lusíadas
Fátima O Gaveto
Durante os meses de Julho e Agosto, expe-
O Crispim
rimente o nosso Bacalhau num dos Restaurantes Tia Alice Mealhada
mencionados e delicie-se. Bom Apetite… Rei dos Leitões

Líder do PCP interveio num convívio em Monte Gordo

12 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

SOCIEDADE
Agentes da PSP metem baixa
e deixam divisão sem meios
Caso afectou Divisão do Seixal e de Almada. Faltas levaram comandante distrital de Setúbal a avisar os
seus oÄciais e agentes que o protesto sugerido pelo Movimento Zero coloca em risco os restantes polícias
NELSON GARRIDO

Polícia
Sónia Trigueirão
Oito agentes da PSP da Equipa de
Intervenção Rápida (EIR) da Esquadra
de Intervenção e Fiscalização Policial
(EIFP) do Seixal, que iriam estar de
serviço das 8h às 20h de ontem, falta-
ram ao serviço. Sete meteram baixa
médica e um deles requereu a ausên-
cia para assistência à família.
Os agentes da Divisão do Seixal e
de Almada apenas contaram com o
apoio de Setúbal — que demoraria
cerca de 40 minutos a responder,
caso fosse necessário —, o que moti-
vou uma comunicação do coman-
dante distrital de Setúbal, Manuel
Viola Silva aos seus oÆciais, chefes e
agentes.
“Como não me canso de dizer, nos
tempos difíceis por que estamos a
passar, sobretudo o pessoal opera-
cional que trabalha todos os dias na
rua, só com uma grande camarada-
gem e espírito de corpo entre todos
os polícias nos podemos defender
uns aos outros e minimizarmos as
possibilidades de sermos enxovalha-
dos ou agredidos no desempenho da
nossa missão. A nossa força vem da
nossa união e camaradagem”, lê-se
na comunicação do comandante
que, a seguir, manifesta a sua preo-
cupação com a falta dos agentes
daquela equipa.
Segundo Manuel Viola Silva, “caso Movimento Zero tem sugerido aos polícias que metam baixa entre 15 e 18 de Agosto
haja um problema grave durante o
turno das 8h às 20h na área da Divi- combustível e existir lá um piquete atentos ao evoluir da sua saúde e baixa médica entre 15 e 18 de Agosto forma de luta, quando não temos
são do Seixal, não haverá ninguém de greve que, eventualmente, pode- espero que ninguém das outras como forma de protesto. direito à greve”.
da EIR do Seixal para dar apoio aos ria causar problemas que obrigassem esquadras hoje neste horário de ser- Contactado pelo PÚBLICO, o por- Carlos Meireles recorda ainda
seus camaradas que possam estar em o nosso pessoal a intervir”. viço, das 8h às 20h, precise de ajuda ta-voz da plataforma dos Sindicatos que, “mais grave se torna toda esta
diÆculdade, havendo, pois, a neces- E a seguir explica que, devido à ou por falta dela venha a sofrer algum da PSP, Carlos Meireles, disse que “o situação, quando estamos no pico do
sidade de pedirem apoio a outra divi- situação da greve, a EIR do Seixal, enxovalho ou ferimento em alguma Movimento Zero, apesar de não ter Verão”. “Os turistas chegam em mas-
são, com o consequente maior tempo por estar mais próxima das duas intervenção policial”. cara que o identiÆque e não preten- sa a Portugal e os polícias são desvia-
que irá demorar esse socorro mais divisões, estava a dar apoio a ambas, E deixou uma consideração sobre der colagens aos sindicatos policiais”, dos para conduzir camiões, quando
musculado”. “mas como parte do pessoal Æcou o facto de circular na Internet uma tem a “solidariedade” destes sindi- deveriam andar a desempenhar as
Acresce que nesta quinta-feira os doente, implicou que ambas as divi- sugestão de forma de luta que passa catos “na sua luta e forma como se funções para as quais foram prepara-
agentes tiveram tarefas acrescidas sões Æcassem sem apoio a nível da por os agentes meterem baixa médi- manifesta, que é fruto do desespero dos — manutenção da ordem publica
devido à greve dos motoristas e que EIR”. ca de forma concertada: “Apenas irá e tratamento degradante a que todos e protecção das pessoas e do seus
o comandante refere: “Logo por coin- prejudicar e colocar ainda mais em os dias os polícias são sujeitos quan- bens”, disse.
cidência, esta situação, de toda a EIR “Por coincidência” risco os seus camaradas que compa- do em serviço”. Contactado pelo PÚBLICO, fonte
do Seixal estar doente, ainda é mais Referindo-se aos agentes que falta- recem no seu local de trabalho”. De acordo com este sindicalista, do gabinete de comunicação da
grave no dia de hoje [quinta-feira], ram, Manuel Viola Silva diz o seguin- O PÚBLICO sabe que o Movimento “se a tudo isso juntarmos as más con- Direcção Nacional da PSP disse que
pois a EIR de Almada foi dar apoio ao te: “Quanto aos que Æcaram doentes Zero — de defesa dos elementos das dições de trabalho, a falta de equipa- ia recolher dados e que se pronuncia-
pessoal da Divisão do Barreiro, em da EIR do Seixal, por coincidência forças de segurança em Portugal, no mento, a surdina dos sucessivos ria assim que possível.
virtude de termos um terminal todos ao mesmo tempo, desejo-lhes grupo que tem na Internet — tem governos e direcções nacionais, ques-
naquela cidade de distribuição de as melhoras e iremos estar muito incentivado os agentes a meterem tionamos nós o que nos resta como sonia.trigueirao@publico.pt

Sindicato de notários faz
queixa-crime por desobediência
nos serviços mínimos
Greve
“A adesão não é de 100%
porque há trabalhadores a
assegurar os serviços
mínimos decretados
ilegalmente”, diz dirigente
O Sindicato dos Trabalhadores dos
Registos e Notariado anunciou ontem
que vai apresentar uma queixa-crime
contra o Instituto dos Registos e Nota-
riado, alegando haver um crime de
desobediência referente aos serviços
mínimos decretados pelo Governo.
Está em causa “um crime de deso-
bediência ao acórdão do colégio arbi-
tral que Æxa os serviços mínimos dos
trabalhadores” durante a greve, lê-se
numa nota do sindicato presidido por
Arménio Maximino.
O STRN convocou greve de traba-
lhadores entre 12 e 17 e entre 19 e 23
deste mês para reivindicar mudanças
no estatuto remuneratório e em rela-
ção à reforma dos serviços, enquanto
a Associação Sindical dos Conserva-
dores dos Registos e a Federação
Nacional dos Sindicatos dos Trabalha-
dores em Funções Públicas e Sociais
tem greve marcada entre 12 e 17 de
Agosto, e o Sindicato Nacional dos
Registos entre 16 e 26 de Agosto e nos
dias 2, 09, 23 e 30 de Setembro.
A Lusa tentou contactar o presi-
dente do STRN, que irá apresentar
hoje esclarecimentos sobre a deci-
são de apresentar queixa-crime,
mas não obteve resposta.
O Governo decretou na sexta-feira
passada serviços mínimos durante as
greves dos trabalhadores dos registos
e notariado por poderem afectar o
funcionamento das conservatórias e
outros balcões, designadamente as
Lojas do Cidadão. O Ministério da Jus-
tiça explicou então que, durante os
períodos de paralisação, serão asse-
gurados os serviços mínimos de entre-
gas urgentes de cartões do cidadão,
além de pedidos, emissões e entregas
de cartões de cidadão provisórios.
Os serviços mínimos abrangem
também a realização de casamentos
civis agendados antes do aviso de
greve ou os urgentes, em situação
de iminência de parto ou de morte,
além da realização de testamentos
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 13
em iminência de morte.
A greve foi convocada pelas estru-
turas sindicais após a aprovação, no
Ænal de Julho, em Conselho de Minis-
tros, do decreto-lei que procede à
revisão do estatuto remuneratório
dos trabalhadores das carreiras espe-
ciais de conservador de registos e de
oÆcial de registos.
“O reposicionamento remunerató-
rio dos trabalhadores representa um
acréscimo de despesa que ascende a
136 mil euros anuais. Está também
previsto o reforço dos recursos huma-
nos, com a admissão de 100 novos
conservadores, cuja remuneração,
apenas no período de ingresso, signi-
Æca um dispêndio de cerca de 2,3
milhões de euros”, explicou o Minis-
tério da Justiça.
SOCIEDADE
Para o Sindicato dos Trabalhadores
do Registo e Notariado, a proposta do
estatuto remuneratório destes funcio-
nários, que asseguram funções do
Estado que constituem “uma mola
dinamizadora de toda a economia e
a verdadeira paz social e coesão terri-
torial”, é um “ataque sem preceden-
tes ao sistema registral português”.
Na quarta-feira, o STRN aÆrmou
que a adesão à greve no sector estava
situada entre os 85 e os 90%, com
“serviços totalmente encerrados”. “A
adesão não é de 100% porque há tra-
balhadores a assegurar os serviços
mínimos que foram decretados ilegal-
mente. Já recorremos da decisão
[quanto aos serviços mínimos] e esta-
mos a aguardar”, disse Arménio Maxi-
mino. PÚBLICO/Lusa
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14 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
SOCIEDADE
Universidade de Aveiro deixa de estar
entre as 500 melhores do mundo
Num ranking dominado pelos EUA, há a registar a queda da universidade aveirense, tal como tinha
acontecido, há um ano, a Coimbra. As outras quatro instituições nacionais mantêm as posições na lista
Ensino superior
Samuel Silva
A edição de 2019 do Ranking de Xan-
gai, a mais antiga lista global de uni-
versidades, que foi publicada na
manhã de ontem, tem poucas novi-
dades, quer entre as mais bem clas-
siÆcadas a nível mundial, quer no
que toca às seis representantes
nacionais. A generalidade das insti-
tuições de ensino superior mantém
a mesma posição face à lista divulga-
da no ano passado. Uma das excep-
ções é a portuguesa Universidade de
Aveiro, que deu um “trambolhão”
de quase 200 lugares, saindo do
“top 500”.
Na nova edição do Ranking de
Xangai, a Universidade de Aveiro
aparece listada no intervalo que vai
do 601.º ao 700.º lugar — a partir do
centésimo lugar, as instituições são
apresentadas por grandes intervalos,
sem especiÆcar a sua posição exacta
na tabela. Há um ano, a mesma uni-
versidade surgia na posição 401-500.
É uma queda acentuada e pouco
comum, numa lista que se tem carac-
terizado, nos últimos anos, por uma
relativa estabilidade do comporta-
mento da maioria das instituições de
ensino superior avaliadas.
O Ranking de Xangai é editado
desde 2003 e foi precursor do fenó-
meno de publicação de rankings de
universidades e cursos superiores,
que está hoje generalizado por todo
o mundo. A lista publicada na China
é composta tradicionalmente por
500 universidades. No entanto, nos
últimos anos, a Shanghai Ranking
Consultancy, empresa responsável
pela sua edição, passou a incluir
mais um conjunto de instituições na
publicação, o que justiÆca que a Uni-
versidade de Aveiro conste este ano
da tabela. O ranking é composto em
2019 por mil instituição de ensino
superior. Foram consideradas cerca
de 1800.
A Universidade de Aveiro está na
segunda metade desta lista, tal
como a Universidade de Coimbra,
que também no ano passado tinha
deixado de Ægurar entre as 500
melhores universidades do mundo
para o Ranking de Xangai.
A saída de Aveiro do “top 500” do Ranking de Xangai resulta de uma queda de quase 200 lugares
Na altura, o então reitor da Univer-
Entre as dez sidade de Coimbra, João Gabriel
melhores Silva, tinha dito ao PÚBLICO que
estava convencido que a instituição
instituições, poderia regressar, já este ano, ao
há apenas duas “top 500”. Não foi, contudo, isso
que aconteceu. A mais antiga uni-
britânicas a versidade do país está, em 2019, no
intrometerem-se mesmo intervalo em que surgia lis-
tada há um ano, isto é, entre os luga-
entre as res 501 e 600.
norte-americanas O Ranking de Xangai leva em con-
sideração seis indicadores como o
— as universidades número de artigos publicados nas
de Oxford e revistas Nature e Science, o número
de citações de artigos cientíÆcos de
de Cambridge. investigadores das universidades e
A representante o desempenho per capita de cada
universidade nos diferentes parâ-
da Europa metros.
continental São também considerados antigos
alunos e professores contemplados
mais bem com as medalhas Fields, respeitan-
colocada (19.º) tes à investigação em Matemática,
ou Prémios Nobel. Entre as institui-
é a suíça ETH ções nacionais, só a Universidade de
Lisboa consegue oito pontos relati-
vos a prémios relevantes atribuídos
a membros do seu corpo académi-
ADRIANO MIRANDA
co. E a explicação para este resulta-
do é o Prémio Nobel da Medicina
atribuído em 1949 a António Egas
Moniz, que era professor da Univer-
sidade de Lisboa.
Essa é uma das justiÆcações para
o facto de a Universidade de Lisboa
continuar a ser a melhor represen-
tante nacional, com alguma distân-
cia para as restantes. Aparece lista-
da no intervalo 151-200. Também a
dimensão das universidades conta
para o seu desempenho no Ranking
de Xangai e a Universidade de Lis-
boa passou a ser a melhor do país
nesta lista, desde a fusão entre as
universidades Técnica e Clássica,
em 2014. Em 2016, subiu à posição
que actualmente ocupa.
Entre as restantes representantes
nacionais no Ranking de Xangai não
houve mexidas. A Universidade do
Porto continua no intervalo 301-
400. No escalão seguinte (401-500)
estão as universidades Nova de Lis-
boa e do Minho.
Não é só em Portugal que o
Ranking de Xangai de 2019 tem pou-
cas mudanças. A nível global, a Uni-
Ranking de Xangai
1.º Universidade de Harvard, EUA
2.º Universidade de Stanford, EUA
3.º Univ. de Cambridge, R. Unido
4.º Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT), EUA
5.º Universidade da Califórnia, EUA
6.º Universidade de Princeton, EUA
7.º Universidade de Oxford, R. Unido
8.º Universidade Columbia, EUA
9.º Instituto de Tec. da Califórnia, EUA
10.º Universidade de Chicago, EUA
(…)
151-200 Universidade de Lisboa
301-400 Universidade do Porto
401-500 Univ. Nova de Lisboa
401-500 Universidade do Minho
501-600 Universidade de Coimbra
601-700 Universidade de Aveiro
Nota: A lista de Xangai só discrimina os
lugares das instituições até ao centésimo
lugar. A partir daí, são colocadas em
grandes intervalos
Fonte: Shanghai Ranking Consultancy PÚBLICO
versidade de Harvard, nos EUA,
continua a liderar a lista, o que acon-
tece pela 17.ª vez — ou seja, desde o
início da sua publicação, em 2003.
As universidades de Stanford, tam-
bém nos EUA, e Cambridge, no Rei-
no Unido, mantêm as suas posições:
são 2.ª e 3.ª, respectivamente.
Nos restantes lugares do “top 10”
também não há alterações — como
tem vindo a ser habitual nos últimos
anos. As instituições dos EUA domi-
nam as primeiras posições. Têm oito
das dez melhores e 206 entre as
1000 listadas por este ranking de
universidades. A China é segundo
país mais representado, com 154
instituições.
Entre as dez melhores institui-
ções, há apenas duas britânicas a
intrometerem-se entre as norte-
americanas — a Universidade de
Oxford, além da de Cambridge. A
representante da Europa continen-
tal mais bem colocada continua a ser
a ETH de Zurique, na Suíça (19.º a
nível global).
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16 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
ECONOMIA
Projecto para desmantelar aviões
na base de Beja “esfumou-se”
Os projectos para a componente civil da base de Beja continuam a ser anunciados, mas não concretizados,
enquanto se assiste ao reforço da componente militar. O último a cair foi o da empresa Aeroneo
Aviação
Carlos Dias
O projecto de desmantelamento de
aeronaves que a Aeroneo tinha anun-
ciado em 2017, para a Base Aérea n.º
11 (BA11), localizada em Beja, “esfu-
mou-se”. O termo consta da informa-
ção que Paulo Arsénio, presidente da
Câmara de Beja, prestou numa das
últimas reuniões do seu executivo
sobre o atraso que se estava a veriÆcar
na instalação da unidade industrial e
que já ultrapassava os prazos inicial-
mente anunciados para a sua entrada
em funcionamento.
O ministro da Defesa Nacional, João
Gomes Cravinho, respondendo ao
pedido de esclarecimento solicitado
O aeroporto de Beja continua com fraca utilização, praticamente desde a sua inauguração
pela autarquia, explicou: “A empresa
(Aeroneo) e o Estado não chegaram a
celebrar o contrato” anunciado em
2017, que previa a concessão por 15
anos, renovável por igual período, de
um conjunto de hangares com uma
área coberta de 113.621 metros qua-
drados. Este equipamento, que Æcou
conhecido por “Fábrica” e está aban-
donado desde 1977, foi construído
pelos alemães nos anos 70 na BA11,
para a produção, presume-se, de
componentes destinados à indústria
militar. A decisão do ministro foi
tomada depois de a Aeroneo lhe ter
comunicado que pretendia “desen-
volver outras actividades no espaço
em causa, designadamente a integra-
ção no contrato de arrendamento das
actividades de manutenção, modiÆ#
cação e reparação de aeronaves”. Mas
esta pretensão vinha contrariar a
decisão da Resolução do Conselho de
Ministros n.º 55/2017 de 24 de Agosto,
ao deÆnir que o arrendamento da
“Fábrica” se destinava “exclusiva-
mente ao desenvolvimento da activi-
dade de desmantelamento de aero-
naves e gestão de peças e componen-
tes provenientes dessa actividade”.
Confrontado com as alterações
propostas, o ministro “reverteu” a
decisão anteriormente tomada, e que
passava pela “desafectação do domí-
nio público militar — Unidade Imobi-
liária 131 — Base Aérea n.º 11 Beja —
área a utilizar pela Aeroneo”, goran-
do-se assim mais um dos vários pro-
jectos anunciados — cerca de duas
dezenas — para o aeroporto de Beja e
que não se concretizaram.
Quando a unidade de desmantela-
mento de aviões foi apresentada em
2017, o Governo disponibilizou-se
para “criar condições” que permitis-
sem à empresa instalar “um hub de
serviços empresariais ligados à indús-
tria aeronáutica em Beja”. E na reso-
lução de Conselho de Ministros é
reconhecido o “elevado interesse
estratégico nacional” da actividade da
Aeroneo, ao mesmo tempo que clas-
siÆca de “inequívoco o excepcional
interesse público que a mesma acti-
vidade reveste para o desenvolvimen-
to da indústria aeronáutica de Beja”.
O empreendimento, que deveria
entrar em funcionamento pleno em
2020, estava dimensionado para res-
ponder à necessidade de desmante-
OXANA IANIN
lamento de cerca de 12.500 aviões
que irão ser retirados de operações
nos próximos 12 anos, nomeadamen-
te Airbus 319 e 320 e Boeing 737. A
“revalorização de componentes aero-
náuticos extraídos de aviões em Æm
de vida” era o objectivo do projecto
anunciado para Beja, explicou Domi-
nique Verhaegen, líder da Aeroneo.
A empresa ainda possui licença
para a ocupação, construção e explo-
ração, no terminal civil da base de
Beja, de um lote com 7500 metros
quadrados, destinado à instalação de
uma unidade industrial de manuten-
ção de aeronaves. O presidente da
Câmara de Beja, Paulo Arsénio, adian-
tou ao PÚBLICO não ter qualquer
informação “sobre o que pretende
fazer a Aeroneo do lote que lhe foi
disponibilizado.”
Enquanto a componente civil na
base de Beja tarda em consolidar-se,
assiste-se ao reforço da actividade
militar. Paulo Arsénio assegura que é
um dado adquirido que a Esquadra
de Helicópteros Koala AW 119 MKII
que substituíram os Alouette III “será
deslocada previsivelmente ainda
durante o ano de 2019” de Beja para
Sintra. De Sintra para Beja virá a
Esquadra da Força Aérea 101 dos
aviões de instrução básica e elemen-
tar Epsilon TB30, também este ano.
Contas feitas, a transferência de
esquadras da Força Aérea “implicará
a saída de 35 militares e a chegada à
cidade de cerca de 120”, sublinha o
autarca. Mas se o aeroporto comple-
mentar de Lisboa vier a Æxar-se no
Montijo, para a BA11 virá também a
Esquadra de Transportes constituída
pelos aviões C-295 da Força Aérea,
opção que trará mais 100 militares.
As famílias destes militares serão
alojadas no chamado “Bairro Ale-
mão”, com 339 fogos, onde se encon-
tram vagas, neste momento, 127 habi-
tações. Com a saída dos 35 militares
passarão a estar livres, segundo o João
Gomes Cravinho, “162 habitações,
que serão ocupadas pelos 120 milita-
res que virão em primeira mão com
a Esquadra 101 e, depois, se vier a
Esquadra de Transportes, o bairro
Æcará completamente lotado por
população militar”.
carlos.dias@publico.pt

Saldos já terão
novas regras
no próximo Natal
Comércio
Isabel Aveiro
Alterações legislativas
tentam combater “falsos”
saldos, mas permitem que
possam ser feitos ao mesmo
tempo que as promoções
Foi publicada na quarta-feira a alte-
ração à Lei dos Saldos. A medida,
comunicada em Maio ao Conselho
Nacional de Consumo, aprovada em
Conselho de Ministros em Junho e
promulgada no último dia de Julho
pela Presidência da República, torna
mais exigente aos comerciantes a
realização de saldos. E mais transpa-
rente, na perspectiva dos consumi-
dores e da ASAE.
O objectivo dos saldos continua a
ser “promover o escoamento acele-
rado das existências”. Mas os concei-
tos de saldos e promoção são subme-
tidos a deÆnições adicionais: o valor
pedido pelos produtos e serviços
nestas épocas é “um preço inferior
ao preço mais baixo anteriormente
praticado”; e este é “o preço mais
baixo a que o produto foi vendido,
fora de eventuais períodos de saldo
ou de promoção, nos 90 dias ante-
riores ao dia em que é posto à venda
em saldo ou em promoção”.
Se um comerciante quiser saldar
stocks (existências) ou fazer promo-
ções, passa, a partir de agora, a ter
de o fazer a preços mais baixos do
que os facturados aos consumidores
nos três meses anteriores. E tem,
diz agora o decreto-lei, que provar
que a vantagem “é real e concreti-
zável”.Ao estabelecer 90 dias como
prazo de referência, o legislador
tenta, assim, combater as situações
de “falsos” saldos, em que um preço
possa ser artiÆcialmente inÇaciona-
do imediatamente antes dos saldos,
enganando os consumidores com a
publicitação de um preço que não
vigorou por um espaço maior de
tempo antes do escoamento de
stocks.
Os saldos (que deixaram, há vários
anos, de ter duas datas Æxas — no
Ænal do Verão e após o Natal — e
podem ser feitos em qualquer altura
do ano pelos comerciantes) man-
têm, contudo, um limite temporal
anual: não podem ultrapassar, “no
seu conjunto, a duração de 124 dias
por ano”. A anterior designação era
O escoamento de stocks em Janeiro será o grande teste à nova Lei dos Saldos
acabar por ser o Natal, já que, com
as novas regras em vigor a partir de
meados de Outubro, o momento
coincide com a contagem dos 90 dias
que servirão de referência para a
[Saldos passam aferição do patamar abaixo do qual
a ter em conta] têm de estar os preços dos saldos de
Janeiro. De forma cronologicamente
o preço mais baixo inversa: se um comerciante quiser
a que o produto saldar bens e serviços em meados de
Janeiro de 2020 (embora já não seja
foi vendido (...) Æxo, é o mais tradicional, logo após
nos 90 dias o Natal), a referência temporal que
a legislação impõe conta a partir de
anteriores ao dia Outubro, que é quando as novas
em que é posto regras entrarão em vigor.
As promoções — diferentes de sal-
à venda em saldo dos porque são uma alienação “pro-
Nova lei movida com vista a potenciar a ven-
da de determinados produtos ou o
de “duração de quatro meses por lançamento de um produto não
ano”. Ao publicar um decreto-lei comercializado anteriormente”
que, lê-se no diploma, “entra em num determinado estabelecimento
vigor 60 dias após a data da sua — são igualmente sujeitas à compa-
publicação” — a contar desta quarta- ração de preços nos 90 dias anterio-
feira, 14 de Agosto — o Governo dá res. Mas, ao contrário da lei actual-
dois meses aos comerciantes para mente em vigor, saldos e promoções
se prepararem. passam, a partir de agora, a ser fei-
O grande teste para saldar stocks tos ao mesmo tempo. Sendo que as
sobre a nova regulamentação vai promoções não têm — ao contrário
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 17
NUNO FERREIRA SANTOS
dos saldos — que ser declaradas pelo
comerciante à ASAE (entidade de
inspecção económica) no prazo
mínimo de cinco dias úteis; e
“podem ocorrer em qualquer
momento considerado oportuno
pelo comerciante”. Na legislação
anterior a deÆnição era a mesma,
mas era acrescida de: “Desde que
não se realizem em simultâneo com
uma venda em saldos”.
As novas regras agora publicadas
estabelecem ainda que a emissão
prévia do comerciante à ASAE de
declaração de ocorrência de saldos
(os já referidos cinco dias) ou liqui-
dações (15 dias) passa a ser feita
“através do portal ePortugal”, quan-
do antes era no Balcão do Empreen-
dedor.
Mas uma norma transitória cons-
tante do novo decreto-lei permite
que, “até ao dia 30 de Junho de
2020”, as notiÆcações à ASAE pos-
sam ser feitas pelos comerciantes
“através de qualquer meio de comu-
nicação legalmente admissível”,
lê-se no novo diploma.
isabel.aveiro@publico.pt
ECONOMIA
China
contra-ataca
EUA e ameaça
retaliar
Comércio
Autoridade chinesas dizem
que “não têm outra opção
que não seja tomar as
medidas necessárias para
retaliar” as taxas dos EUA
A China divulgou, ontem, num curto
comunicado, a sua mais recente posi-
ção pública na guerra comercial que
tem vindo a travar com os Estados
Unidos. Depois de a Casa Branca ter
anunciado que iria adiar a aplicação
do novo pacote de taxas sobre produ-
tos chineses, sem desistir da iniciati-
va, as autoridades chinesas contra-
atacaram e esclareceram: “Não temos
outra alternativa que não seja tomar
as medidas necessárias para retaliar”.
No entanto, não especiÆcaram que
retaliações poderão estar em causa.
Donald Trump anunciou novas
taxas no início deste mês sobre pro-
dutos chineses num montante global
de 300 mil milhões de euros, tendo
desencadeado uma resposta imedia-
ta da China, que suspendeu a compra
de produtos agrícolas americanos e
permitiu que o yuan enfraquecesse.
Os mercados Ænanceiros aceleraram
as perdas que têm vindo a apresentar
este ano, como reacção a este agudi-
zar das tensões comerciais entre os
dois colossos económicos.
As autoridades de Pequim consi-
deraram que esta nova vaga de taxas
anunciada por Trump viola os ter-
mos dos acordos negociados com o
Presidente Xi Jinping. Ainda assim,
apesar das ameaças de retaliação, os
principais negociadores técnicos
continuam em contacto, tendo leva-
do os EUA a adiar mesmo a entrada
em vigor das novas taxas, de 1 de
Setembro para 15 de Dezembro. Os
contactos vão continuar nas próxi-
mas semanas e fontes contactadas
pela Bloomberg admitem que um
encontro presencial em Setembro,
nos EUA, continua em cima da
mesa.
Segundo Zhou Xiaoming, ex-minis-
tro do Comércio chinês, citado pela
Bloomberg, a retaliação “pode não
Æcar limitada” às taxas. O director do
Times Global, jornal do Partido Comu-
nista Chinês, Hu Xijin, sublinhou, por
seu turno, que duvida de “que a China
retome a aquisição em massa de pro-
dutos agrícolas dos EUA nas actuais
circunstâncias”. PÚBLICO
18 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

MUNDO
Seis países europeus vão receber
migrantes do Open Arms
Matteo Salvini recusa receber o navio espanhol que transporta 147 pessoas resgatadas no mar
Mediterrâneo há duas semanas, desaÄando uma decisão judicial, e aprofundando a crise governamental
GUGLIELMO MANGIAPANE/REUTERS

União Europeia
João Ruela Ribeiro
Seis países europeus, incluindo Por-
tugal, chegaram ontem a acordo
para receber os 147 migrantes que
desde o início do mês estão a bordo
do navio espanhol Open Arms, impe-
dido de aportar em Itália e Malta. A
crise política que desfez a coligação
governamental italiana na última
semana também subiu a bordo.
Na manhã de ontem, a Guarda
Costeira italiana impediu o barco de
aportar na ilha siciliana de Lampe-
dusa, contrariando uma decisão de
um tribunal de Roma, mas seguindo
as instruções do ministro do Interior
e líder da extrema-direita, Matteo
Salvini.
Na véspera, o Tribunal Adminis-
trativo do Lazio, em Roma, tinha
levantado a proibição de entrada da
embarcação nas águas italianas,
baseando a decisão na “situação de
gravidade e urgência excepcionais”
vividas a bordo. Há 14 dias que o
Open Arms transporta 147 pessoas
que foram resgatadas no mar depois
de o barco em que tinham saído da
Líbia em direcção à Europa ter nau-
fragado. Algumas necessitam de
ajuda médica, segundo a agência
Reuters.
O Governo italiano mantém uma
política de encerramento dos seus
portos para combater a “imigração Desde o início do mês que o Open Arms tem a bordo 147 pessoas, sem conseguir autorização para aportar em Itália
ilegal”. Salvini, que tem sido o gran-
de impulsionador desta postura, liderada por Salvini, rompeu a coli- 5 Estrelas — publicou uma dura men- através de um comunicado. cuidados médicos devam ter de per-
desaÆou a decisão judicial e reaÆr- gação com o Movimento 5 Estrelas, sagem no Facebook dirigida a Salvi- Salvini respondeu mantendo o manecer algum tempo no local onde
mou a recusa em receber o barco, partido eurocéptico e populista, ni, acusando-o de violar as decisões desaÆo e criticou aqueles, como Con- o barco aportar.
que passou o dia numa situação de apostando em eleições antecipadas do executivo. “Falar como ministro te, que o acusam de ter uma obses- O Ministério da Administração
impasse — esteve em águas territo- que poderiam dar à extrema-direita do Interior e alterar uma posição são com o fecho dos portos. “Tenho Interna informou que Portugal deve-
riais italianas, mas não aportou em uma maioria confortável. clara do presidente do Conselho [de uma obsessão pela segurança dos rá receber “até dez migrantes”, de
Lampedusa. O primeiro-ministro, Giuseppe Ministros], escrita preto no branco cidadãos. Se prefere um ministro do acordo com um comunicado citado
Durante a madrugada, a organiza- Conte — que não pertence a nenhum (…) é um claro exemplo de desleal- Partido Democrata e um regresso pela Agência Lusa. O Governo diz
ção não-governamental Open Arms dos partidos, mas foi indicado pelo dade, a enésima para dizer a verda- aos 200 mil desembarques, então que o país já recebeu 132 pessoas
falava de uma “noite longa”. “O de, que não posso aceitar”, escreveu que o diga”, aÆrmou Salvini, citado desde o ano passado, ao abrigo de
decreto de Salvini deixou de estar Conte. pelo El País. soluções semelhantes.
em vigor, apesar das suas novas A situação do Open Antes, a ministra da Defesa, Elisa- A incerteza quanto à entrada do Este tipo de entendimento tem ser-
ameaças. Não temos ainda permis-
são para aceder ao porto”, explica-
Arms e das 147 betta Trenta, do 5 Estrelas, tinha já
rejeitado apoiar a posição de Salvini
Open Arms num porto italiano man-
tém-se, mas vários países europeus
vido para gerir situações deste géne-
ro, desde que a Itália decidiu fechar
ram. pessoas a bordo de fechar os portos italianos à embar- mostraram-se disponíveis para rece- os seus portos e perante a incapaci-
A situação do Open Arms e das 147 cação. “Não assino [o decreto] em ber os migrantes. Portugal, Espanha, dade da União Europeia em encon-
pessoas a bordo aparece como mais
aparece como mais nome da humanidade. O incumpri- França, Alemanha, Roménia e trar um mecanismo para gerir a entra-
um factor na crise política que se um factor na crise mento da decisão do juiz administra- Luxemburgo chegaram a acordo da de pessoas no continente.
abateu sobre a coligação governa- tivo pode constituir uma violação para dividir entre si as 147 pessoas,
mental italiana esta semana. A Liga,
política italiana das leis penais”, aÆrmou a ministra, embora aquelas que necessitem de joao.ruela@publico.pt

Gibraltar
libertou
petroleiro
iraniano
Garantias
O chefe do Governo de Gibraltar,
Fabian Picardo, decidiu dar ordem
ao petroleiro iraniano Grace 1 para
partir, espera-se que em troca da
libertação de outra embarcação bri-
tânica apreendida por Teerão. A
decisão contraria um pedido feito
horas antes pelos Estados Unidos
para o navio permanecer no porto
do território sob administração bri-
tânica.
O Grace 1, que carrega 2,1 milhões
de barris de petróleo, foi apreendido
por comandos britânicos ao largo de
Gibraltar, a 4 de Julho, sob suspeita
de transportar petróleo para a Síria,
o que violaria as sanções da União
Europeia contra o regime de Bashar
al-Assad. Duas semanas depois, a 19
de Julho, no Golfo Pérsico, os Guar-
das da Revolução iranianos impedi-
ram o Stena Impero, de bandeira
britânica, de continuar caminho.
Horas antes do que se esperava
que fosse o anúncio de Gibraltar de
que o Grace 1 seria libertado, o
Departamento de Justiça dos EUA
pediu às autoridades locais que
mantivessem o navio no porto.
O Grace 1 foi
apreendido a 4
de Julho, com 2,1
milhões de barris
de petróleo que
se suspeitava
destinar-se à Síria
Mas, segundo avança o jornal
Guardian Chronicle, na sua conta de
Twitter, as autoridades de Gibraltar
receberam garantias “por escrito”
de Teerão de que o Grace 1 não irá
descarregar o petróleo que trans-
porta na Síria. “Tendo em vista estas
garantias, já não há motivos razoá-
veis para prolongar a detenção do
Grace 1 para cumprir as sanções
decretadas pela União Europeia”,
diz um comunicado do Governo de
Picardo.
Os dois petroleiros são considera-
dos peões no confronto entre o Irão
e o Ocidente. O seu destino está
dependente dos diferendos diplo-
máticos entre os países da União
Europeia, os Estados Unidos e o
Irão.
O capitão e três oÆciais da tripu-
lação do Grace 1 tinham já sido liber-
tados.
Rashida Tlaib (esquerda) e Ilhan Omar são muito críticas de Trump
Israel proíbe duas
congressistas de
entrarem no país
EUA
Ilhan Omar e Rashida Tlaib,
ambas muçulmanas e
críticas do Governo
israelita, tinham planeado
uma visita à Cisjordânia
O Governo israelita anunciou que vai
proibir a entrada de duas congressis-
tas norte-americanas, que tinham
planeado visitar a Cisjordânia, horas
depois de o Presidente norte-ameri-
cano, Donald Trump, ter pressiona-
do Telavive nesse sentido.
As congressistas democratas,
Ilhan Omar e Rashida Tlaib, tinham
programado uma visita à Cisjordâ-
nia e a Jerusalém Oriental para se
encontrarem com a comunidade
palestiniana, mas o Governo israe-
lita veio dizer que a entrada de
ambas no país não será autorizada.
A revelação foi conÆrmada pela
vice-ministra dos Negócios Estran-
geiros, Tzipi Hotovely, em declara-
ções a uma rádio israelita.
“Nenhum país no mundo respeita
os EUA e o Congresso americano
mais do que Israel. No entanto, o
itinerário mostra que a única inten-
ção das congressistas era prejudicar
Israel”, aÆrmou o primeiro-ministro
Benjamin Netanyahu.
Horas antes, Trump tinha dito que
seria um sinal de “grande fraqueza”
se Israel permitisse a entrada das
duas congressistas, uma intervenção
sem precedentes de um Presidente
norte-americano sobre o direito de
JIM LO SCALZO/EPA
parlamentares circularem livremen-
te e também sobre a política migra-
tória de outro país.
Omar, sobretudo, tem-se distingui-
do por declarações críticas a Israel,
e pelas posições tradicionais de
apoio automático a Israel do Partido
Democrata. E Tlaib, que é de origem
palestiniana, tem-se mostrado uma
crítica feroz de Trump.
No mês passado, o embaixador
norte-americano em Israel, Ron
Dermer, tinha dito que Omar e Tlaib
poderiam entrar no país como
demonstração de respeito pelo seu
estatuto como congressistas, recor-
da a Reuters. Tornaram-se nas pri-
meiras congressistas muçulmanas
eleitas e são apoiantes do movimen-
to de boicote a produtos israelitas
promovido por grupos pró-palesti-
nianos. Ambas fazem parte de um
grupo de quatro parlamentares
democratas não-brancas que foram
alvo de vários ataques de Trump
recentemente.
A viagem, que deveria decorrer
durante o Æm-de-semana, incluía
uma visita das congressistas à Mes-
quita de Al-Aqsa, que se encontra
num local especialmente contencio-
so, dado que é lá que se situam dois
templos de grande importância para
o judaísmo.
A política palestiniana Hanan
Ashrawi disse que a decisão de
impedir a entrada das congressistas
é “um acto revoltante de hostilidade
contra o povo americano e os seus
representantes”. “É um precedente
perigoso “, aÆrmou Ashrawi.
PÚBLICO
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 19
Jeffrey Epstein tinha
o pescoço partido,
o que aprofunda
suspeitas
Justiça
A autópsia ao suspeito de
abuso sexual e tráfico de
menores descobriu um
indício mais comum em
casos de estrangulamento
O pescoço de Jeèrey Epstein estava
fracturado em vários locais. Entre os
ossos partidos estava o osso hióide,
que se encontra perto da maçã-de-
adão, concluiu a autópsia realizada
ao corpo do milionário acusado de
tráÆco e abuso de menores, encon-
trado morto no passado sábado na
prisão em que aguardava julgamento.
Supõe-se que se suicidou, por enfor-
camento — mas estas fracturas, embo-
ra possam ocorrer em enforcados,
são mais comuns em vítimas de
estrangulamento. A notícia é avança-
da pelo The Washinton Post, citando
fontes conhecedoras dos resultados
da autópsia.
Epstein, de 66 anos, foi encontrado
morto na sua cela numa prisão de
segurança máxima em Nova Iorque.
O corpo foi encontrado às 7h30 da
manhã de sábado, e levado para um
hospital, onde foi declarado o óbito.
O milionário apresentava sinais de
“suicídio por enforcamento”.
A causa da morte está a ser investi-
gada pelo FBI. É um aparente suicí-
dio, mas, segundo o attorney general,
William Barr, “levanta questões
sérias”.
O osso hióide pode quebrar-se em
várias circunstâncias, disse ao The
O FBI está a investigar a morte
de Jeffrey Epstein na cadeia
MUNDO
Washington Post Jonathan Arden, pre-
sidente da Associação Nacional de
Médicos Legistas (que não está ligado
à autópsia de Epstein). Mas acontece
mais frequentemente em estrangula-
mentos. Quando é encontrado numa
autópsia, exige uma investigação mais
aprofundada. Neste caso, pode incluir
averiguar onde estava o nó, quão
apertado era, e quão grande foi a que-
da do corpo no enforcamento.
A idade do morto também é um
factor importante, disse Arden: o
hióide começa por ser três pequenos
ossos com ligações tipo articulações,
que endurecem na meia-idade num
formato em “U” que se pode partir
mais facilmente.
Duas semanas antes, Epstein tinha
sido encontrado inconsciente na sua
cela, com várias lesões no pescoço.
Tinha sido colocado em vigilância
reforçada por risco de suicídio. Mas
na altura da sua morte não estava já
nesse regime de vigilância. E, soube-
-se nos últimos dias, os guardas que
deviam vigiá-lo adormeceram horas
antes de ele se ter suicidado.
No dia anterior à sua morte, um
tribunal tinha autorizado a divulga-
ção de depoimentos até agora sigilo-
sos de outro caso, em que uma das
mulheres que acusam Epstein, Virgi-
nia Roberts Giuère, conta como o
magnata e a sua amiga e provável
cúmplice Ghislaine Maxwell a instruí-
ram para ter relações sexuais com
outros homens.
Apesar do longo historial de acusa-
ções de Epstein, o milionário só esta-
va detido desde Julho. Nessa altura,
agentes do FBI realizaram buscas na
sua mansão de sete andares em
Manhattan, no âmbito de uma nova
acusação de que geria uma rede de
angariação de raparigas menores,
muitas entre os 13 e os 16 anos, para
serem abusadas sexualmente por ele
nas mansões que detinha em Nova
Iorque e em Palm Beach, na Florida.
Epstein declarava-se inocente, mas,
nas buscas mais recentes, os investi-
gadores encontraram centenas de
fotograÆas de jovens mulheres, algu-
mas menores de idade, nuas ou semi-
nuas. Várias fotograÆas estavam guar-
dadas num cofre, em discos com eti-
quetas escritas manuscritas com
pormenores sobre o conteúdo.
Já em 2008 Epstein tinha passado
13 meses na cadeia, em regime semi-
aberto, após uma acusação semelhan-
te na Florida.Mas na altura chegou a
um acordo judicial.
20 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

MUNDO

Projecto de Trump deixará sem

casa famílias de imigrantes ilegais
O Governo norte-americano está a promover uma mudança radical da lei federal da imigração.
Os mais pobres Äcarão de fora, sem acesso a benefícios sociais, como a habitação
DANIEL BECERRIL/REUTERS

EUA
Carey L. Biron
Cari Torres tem 37 anos e vive em Los
Angeles. Ela não tem documentos
que provem que é cidadã norte-ame-
ricana, mas o seu Ælho já nasceu nos
Estados Unidos. Se for para a frente
uma das novas regras que a Adminis-
tração norte-americana quer impor
para diÆcultar a entrada e a perma-
nência nos EUA de imigrantes em
situação ilegal, em breve Æcará sem
casa, ela e o seu Ælho.
O novo regulamento forçará deze-
nas de milhares de famílias a escolher
entre separarem-se ou tornarem-se
sem-abrigo juntos. A ideia é negar
alojamento em habitação dos servi-
ços públicos a famílias de “estatuto
misto”, ou seja, aquelas em que pelo
menos um dos membros seja um imi-
grante sem documentos dos EUA.
“Se o novo regulamento for para a
frente, Æcaremos sem abrigo, eu e o
meu Ælho”, disse Cari Torres. Os pre-
ços de arrendamento em Los Angeles
são muito altos, é raro encontrar
habitação a preço acessível. Provavel-
mente terá de Æcar com amigos. “Não
sei, nem consigo imaginar como
será.” Muitas outras pessoas que
conhece Æcarão numa situação pare-
cida com a sua, e estão “com medo
do que poderá acontecer”, conta. Protesto nos EUA pelos direitos dos imigrantes, junto à fronteira com o México

Virar o sistema do avesso
No início desta semana, a Administra-
ção Trump anunciou que, a partir de
15 de Outubro, pretende tornar mais
difícil até a imigrantes em situação
legal que se tornem cidadãos dos
EUA, ou que tenham permissão de
residência, se usarem apoios sociais,
como apoio à habitação — a ideia é
eliminar os mais pobres, os que
podem ter custos para o Estado fede-
ral. Várias cidades e 13 estados norte-
americanos abriram processos contra
o Governo federal para tentar blo-
quear esta medida, que alguns espe-
cialistas calculam que possa reduzir
a imigração a metade.
Se precisarem de apoio alimentar,
apoio à habitação ou cuidados de saú-
de, os imigrantes, mesmo que preen-
cham as condições necessárias para
terem vistos para permanecer nos
EUA, Æcarão excluídos à partida, ao
abrigo da nova legislação. “A mensa-
gem da Administração Trump é clara:
se for rico, é bem-vindo. Se for pobre,
não é”, disse o attorney general do
estado de Washington, Bob Ferguson,
numa declaração escrita. “Esta regra
é antiamericana, anti-imigrantes e vai
contra a lei.”
“É apenas mais uma forma de calu-
niar os imigrantes”, disse, por sua
vez, o advogado do município de São
Francisco Dennis Herrera. O proces-
so contra a Administração Trump diz
que está a ser feita “uma alteração
radical da lei federal de imigração,
transformando um sistema que pro-
move a mobilidade económica dos
imigrantes para um sistema que dá
vantagens aos imigrantes ricos.”
O Presidente Donald Trump fez da
redução da imigração ilegal um tema-
-chave da sua presidência, e tem tor-
nado claro que continuará a ser a
pedra-de-toque da sua recandidatura,
em 2020.
Criar sem-abrigo
Em Maio, quando o secretário da
Habitação, Ben Carson, apresentou
pela primeira vez a mudança de regu-
lamentos, classiÆcou-a como uma
medida necessária para reduzir os
longos tempos de espera na atribui-
ção de apoios à habitação. Mas os
investigadores na área e activistas
pelo direito à habitação dizem que
esta ideia não terá esse efeito. Pelo
contrário, conduzirá a um maior
número de pessoas sem abrigo.
Uma análise do Departamento de
Habitação e Desenvolvimento Urbano
dos EUA concluiu que a mudança
afectará mais de 108 mil pessoas. Este
número inclui 55 mil crianças, muitas
delas cidadãs americanas que têm um
progenitor que é imigrante ilegal,
completa o Council of Large Public
Housing Authorities, uma organiza-
ção sem Æns lucrativos que se dedica
a lutar pela habitação acessível.
Los Angeles, onde vive Cari Torres,
é uma das muitas cidades norte-ame-
ricanas que enfrentam uma crise
habitacional grave. Só no último ano
a taxa de sem-abrigo aumentou 16%,
de acordo com números do Governo
divulgados em Junho. “Há mais de 50
mil pessoas neste condado que não
têm tecto, e vamos acrescentar mais
20% a esse número com esta políti-
ca”, aÆrmou Bill Przylucki, da People
Organized for Westside Renewal, um
grupo comunitário para o desenvol-
vimento de Los Angeles.
Não é que os EUA subsidiassem a
habitação de imigrantes ilegais até
agora. Os apoios eram distribuídos de
acordo com o número de pessoas
qualiÆcáveis numa família. Mas a
mudança do regulamento acabará
com este sistema de distribuição dos
apoios. Toda a unidade familiar pas-
sará a ser inelegível se um único
membro não tiver documentos.
O secretário da Habitação de
Trump, no entanto, considera que o
processo que vigorou até agora “dá
assistência a pessoas que estão no
país ilegalmente”.
Durante o período de consulta
pública de dois meses, houve 30 mil
respostas — o que Bill Przylucki con-
sidera um número muito elevado,
para um regulamento de habitação.
E 90% dos comentários — que estão
disponíveis publicamente — foram
negativos. Reuters
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22 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

CIÊNCIA
Correr e caminhar é mais fácil
com a ajuda de um fato-robô
Cientistas criaram um algoritmo que permite a um exofato ajustar-se automaticamente a diferentes
ritmos de locomoção. Possíveis aplicações vão da medicina ao sector militar
INSTITUTO WYSS DA UNIVERSIDADE DE HARVARD

Robótica
João Pedro Pereira
Quando é que carregar cinco quilos
de equipamento à cintura torna uma
corrida mais fácil? Quando esse
equipamento é um exofato robótico
que facilita os movimentos de quem
o usa — e que, no caso de um novo
modelo agora divulgado por cientis-
tas, é capaz de perceber se a pessoa
está a caminhar ou a correr, ajustan-
do automaticamente os motores
para dar a ajuda certa ao utilizador.
Os exofatos e os exoesqueletos
artiÆciais têm tamanhos e funciona-
lidades diferentes. Alguns asseme-
lham-se a volumosas armaduras,
enquanto outros são equipamentos
pequenos e portáteis. Podem auxi-
liar os movimentos de pessoas ido-
sas ou com problemas motores — por
exemplo, permitindo a paraplégicos
voltar a dar alguns passos. Mas a tec-
nologia também tem captado a aten-
ção do sector militar, graças à pro-
messa de supersoldados capazes de
caminhar sem se cansarem, de cor-
rer a velocidades sobre-humanas e
de levantar cargas pesadas. Muitos
dos equipamentos actuais, porém,
são feitos para ajudar apenas numa
tarefa especíÆca.
Uma equipa de investigadores
encabeçada por cientistas das uni- O equipamento pesa cinco quilos: a maioria do peso é carregada na zona da cintura
versidades de Harvard e do Nebraska
deu agora um passo em frente para da numa média de 9,3% com a pas- numa subida com uma inclinação de CO, um dos investigadores, Philippe descritas no artigo pesa cinco quilos,
tornar os exofatos mais versáteis, ao sadeira a um ritmo de 1,5 metros por 10%, também a um ritmo de 1,5 Malcolm. “Num sentido lato, a tecno- sendo a carga praticamente toda
desenvolver um algoritmo que segundo, o equivalente a caminhar metros por segundo. A redução da logia pode ter aplicações para casos suportada na zona da cintura. Os
detecta o tipo de marcha de quem 900 metros em dez minutos. A uma taxa metabólica foi de 8,4%. clínicos (não necessariamente para motores estão na zona lombar do
está a usar o equipamento. A tecno- velocidade de 2,5 metros por segun- caminhar ou correr)”, acrescentou. utilizador e estão ligados a extensões
logia permitiu criar um sistema que do — que permite correr 1,5 quilóme- Resultados modestos A mudança automática entre o presas nas coxas. A máquina foi con-
se adapta às diferentes velocidades tros em dez minutos —, a redução A equipa reconhece que os resultados modo de caminhada e o de corrida cebida para auxiliar apenas os movi-
de locomoção. A investigação foi da taxa metabólica foi de 4% face ao são modestos e que, em algumas foi pensada para mimetizar o que mentos das ancas, uma opção que
parcialmente Ænanciada pela agên- mesmo exercício sem o fato. Os situações, poderiam ser conseguidos acontece com os humanos: a partir permitiu prescindir de ligações a
cia americana DARPA, que se dedica investigadores aÆrmam que estas efeitos semelhantes usando calçado de uma determinada velocidade, outras zonas das pernas.
a novas tecnologias militares, e os reduções são o equivalente a cami- de corrida soÆsticado. Mas argumen- torna-se mais eÆcaz, em termos de Já o algoritmo de detecção do tipo
resultados são publicados hoje na nhar com menos 7,4 quilos de peso tou que o tamanho do exofato e o consumo de calorias, passar a cor- de marcha teve uma precisão de pra-
revista Science. na zona da cintura e a correr com algoritmo que permite alternar entre rer, em vez de continuar a caminhar. ticamente 100% em todo o tipo de
Nos testes feitos pelos cientistas, menos 5,7 quilos. Os testes foram modos de caminhada e corrida aju- “O exofato aproveita a versatilidade inclinações e velocidades, tendo
o exofato foi capaz de reduzir a taxa feitos em nove pessoas, todas com dará à disseminação desta tecnologia. biológica da locomoção humana, classiÆcado de forma errada apenas
metabólica — que mede a energia experiência a usar exofatos, algo que “A redução dos custos metabólicos é oferecendo, assim, as vantagens de dois dos mais de 55 mil passos ana-
gasta e é um indicador do esforço os cientistas indicam ser importante estatisticamente signiÆcativa, mas um maior leque de velocidades a lisados. No futuro, explicou Mal-
feito — tanto em situações de cami- para aproveitar os benefícios do modesta. Para que isto possa ser custos metabólicos inferiores face a colm, poderão ser criados algorit-
nhada como de corrida. Nas expe- equipamento. adaptado a aplicações por parte de outros dispositivos que apenas auxi- mos que ajustem os fatos a cada
riências feitas numa passadeira Uma outra experiência, com ape- grupos proÆssionais, são provavel- liam um tipo de marcha”, escreve- utilizador.
rolante, os participantes com o fato nas um participante, testou o equi- mente precisas melhorias”, observou, ram os investigadores.
viram a sua taxa metabólica reduzi- pamento durante uma caminhada em declarações prestadas ao PÚBLI- O fato usado para as experiências jppereira@publico.pt
 P GLOBAL
Saber mais
sem fronteiras
O PGLOBAL é um produto editorial do
PÚBLICO para a diáspora, que consta de
uma selecção semanal de cerca de 20
artigos distribuída através de uma
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Permite o acesso
a uma selecção
“[...] O projecto editorial do jornal Público PGlobal, dirigido semanal da melhor
à diáspora portuguesa, abre uma janela para esse país informação que
de heróis e heroínas, que inspiram outros compatriotas.
O olhar dos jornalistas do Público, plural na sua génese, produzimos ao longo
curioso na sua prática e eticamente responsável, permite dessa semana
que essa janela se abra nos dois sentidos – promovendo
a partilha de conhecimento e informação entre a realidade
vivida pelos portugueses no nosso país e a que é vivida
no resto do mundo. Trata-se de uma partilha importante,
Aquilo que é
diria mesmo fundamental, para promover a coesão nacional, essencial reter
consulado FONTE: Portas das Comunidades/MNE

estabelecendo o diálogo entre todos os portugueses [...]” do que se passou

Marcelo Rebelo de Sousa
Excerto da carta de apoio ao projecto
em Portugal
do Presidente da República e no mundo
“A mobilidade geográfica tornou-se a nova normalidade.
[…] A diáspora portuguesa é um caso de estudo dada
a facilidade de integração dos emigrantes nos países O que acrescenta
de acolhimento, sem perderem as ligações a Portugal.” valor às notícias
Augusto Santos Silva do dia-a-dia
Ministro dos Negócios
* Registados nas embaixadas e nos consulados

Estrangeiros

COMO ADERIR
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210 111 902 / pglobal@publico.pt
24 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
CULTURA
Os Parcels dividiram Coura com
os The National e os KOKOKO!
No dia de arranque da 27.ª edição os
brasileiros Boogarins e a australiana Julia
Jacklin não Äcaram na sombra do resto
do cartaz, que oscilou entre a melancolia
e os ritmos mais dançáveis
Reportagem
André Borges Vieira texto
Paulo Pimenta fotografia
Comecemos pelo Æm. Não há hora
certa para começar uma festa, nem
há forma de antever quando é que
de um momento mais negro e
denso se pode passar para um
ambiente de pura alegria. Quer
dizer, não é possível fazê-lo se não
se conhecer os KOKOKO! e se eles
não andarem por perto, como
aconteceu no dia de arranque da
28.ª edição do Vodafone Paredes
de Coura, já de madrugada,
quando a banda de Kinshasa,
República Democrática do Congo,
resgatou o público que esgotou o
primeiro dia de uma actuação mais
taciturna empreendida pelos The
National. Os The National estavam
de regresso ao mesmo sítio onde
tocaram há 14 anos, no mesmo dia
em que os Parcels transformaram o
anÆteatro natural frente ao palco
grande numa pista de dança e
arrebataram o público que, em
massa, respondeu aos australianos
com uma gigantesca coreograÆa de
movimentos de inspiração disco e
funk.
Já passava das 2h30 quando os
congoleses subiram ao palco, já no
after-hours — antes de o actor e DJ
Nuno Lopes, como é habitual em
anos anteriores, fechar um dos dias
do festival — e depois de uma longa
actuação da banda dos irmãos
Dessner e Devendorf a celebrar duas
décadas de existência. Os cinco
músicos, todos de fato-macaco
amarelo, quais operários da boa
disposição, investiram numa
espécie de amálgama de ritmos
africanos e sintetizadores, feita com
alguns instrumentos construídos
pelos mesmos a partir de
desperdícios, para garantirem que
nenhuma pessoa que se juntou em
torno daquele palco fosse para casa
presa à depressão do indie rock mais
nebuloso dos The National, que
tinham acabado de encerrar o palco
principal.
A missão dos KOKOKO! tem tanto
de simples como de eÆcaz: querem
garantir que ao som da música que
fazem ninguém Æque preso de
movimentos. Conseguem com
sucesso arrancar um esboço de
dança ao pé-de-chumbo mais
pesado que os ouça. A comprovar
essa tese estiveram muitos milhares
que saltaram directos do concerto
dos norte-americanos para aquela
zona do recinto. Depois de terem
passado no ano passado pelo Nos
Alive, chegaram a Coura com o
álbum de estreia Fongola, lançado
há um mês. Ao vivo, como foi
possível testemunhar, não perdem a
força registada em estúdio. Pelo
contrário, ganham mais músculo e
dobram a energia.
Disco contagiante
Mais cedo, aos Parcels foi entregue a
mesma missão, mas para uma
plateia na casa das dezenas de
milhar. No caso dos australianos,
tinham o anÆteatro inteiro para dança que cada um tem para Os cabeças
fazer dançar. Talvez tenham oferecer. de cartaz
conseguido uma das maiores pistas Apesar de o disco e do funk foram os
de dança que alguma vez Paredes estarem na raiz de quase todas as The National
de Coura viu. Olhos nos olhos com o músicas, os Parcels chegam a sítios (em cima),
público, os músicos, todos a muito distantes de uma base mas coube aos
aparentar terem saído directamente musical feita apenas para dançar. australianos
dos anos 70 apesar de não terem Em certos momentos entram numa Parcels
idade para isso, alinham em espécie de viagem psicadélica mais (ao lado) e aos
movimentos de dança contagiantes experimental, chegando perto do congoleses
ao som de um disco dance que que seria esperado encontrar num KOKOKO!
estica até ao soul e ao funk. A plateia dos primeiros álbuns dos Pink Floyd (em cima
retribui com uma coreograÆa de ou em bandas mais recentes de à direita)
proporções épicas que como linhas matriz mais psych-rock, embora, a tarefa
mestras tem apenas o som que vem fundamentalmente, sejam uma de agitar
dos instrumentos do colectivo. Em banda mais dançável. os corpos
resposta, a banda dá ainda mais um Os australianos também já tinham e a noite
pouco, engrenando numa espécie passado por Portugal em 2018, no
de máquina que vai Æcando mais Super Bock Super Rock, e também
compacta e se vai alimentando a si só têm um álbum, homónimo,
mesma, crescendo até à fusão editado no mesmo ano. Pela forma
perfeita com o público, que não se como foram recebidos ninguém
conteve na comunicação com o diria que coleccionam apenas um
grupo, feita de ovações e com trabalho de estúdio. Apesar de
recurso aos melhores passos de serem uma banda recente, não será

por acaso ou por sorte que
conseguiram garantir a melhor
reacção do público no primeiro dia
do festival. Créditos sejam dados ao
colectivo, que tem toda a margem
de progressão para se tornar num
caso sério no circuito onde se move.
Vinte anos, 20 temas
Sem nada a provar os The National,
que actuaram antes, regressaram ao
festival onde em 2005 tocaram com
tudo ainda por conquistar. Nessa
altura, tinham acabado de editar
Alligator, álbum referência dos
norte-americanos, e actuavam no
ano em que Coura apresentou os
Arcade Fire ao público português.
Não foi um concerto que Æcou para
a história, mas serviu-lhes de porta
de entrada para uma série de novas
visitas a Portugal, que foi
acompanhando o crescimento do
grupo até chegar à dimensão que
tem hoje.
Para os 20 anos de existência que
este ano celebram, tocaram 20
temas, revisitando os oito álbuns de
estúdio, passando pelo mais recente
I Am Easy to Find (2019). Tocaram
todos os temas que tinham de tocar,
Æzeram chorar alguns fãs e
recordaram a primeira passagem
pelo mesmo palco. Porém, apesar
Os Parcels transformaram
o anÄteatro numa pista
de dança e arrebataram
o público, que, em massa,
lhes respondeu com uma
gigantesca coreograÄa
de terem andado com o público na
mão durante toda a actuação e de, a
par dos Parcels, terem conseguido a
maior enchente, Æca a sensação de
que o tom melancólico do vocalista
Matt Berninger pesa ao Æm de uma
hora e meia de indie rock pintado
pelo lado mais negro do género. Os
The National garantiram uma
actuação competente e tiveram o
público sempre do seu lado. No
entanto, se da primeira visita a
Paredes de Coura sobra mais a
nostalgia do que a glória, neste
regresso Æca a sensação de que não
terá sido agora que atingiram o
patamar do memorável.
A promessa Julia Jacklin
Ainda durante a tarde subia ao
palco principal uma das maiores
promessas do cenário musical mais
recente. A australiana Julia Jacklin
encontrou no seu indie folk uma via
aberta para a maturidade. A
vocalista-guitarrista disse em várias
entrevistas que foi com Britney
Spears que despertou para a
música, ao ponto de estudar canto
por inÇuência da estrela teen pop. A
milhas do seu “guilty pleasure” da
adolescência, não faz música para
massas, mas tem Æbra para angariar
uma base Æel de seguidores. Se a
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 25
intérprete de Baby one more time
usava a atracção da sensualidade
para fazer tirar o sono a rapazes
adolescentes e servir de modelo a
raparigas com “daddy issues”,
Jacklin dá um murro nos dentes ao
machismo com uma pancada seca
e eÆcaz, como acontece em Head
alone. “I don’t want to be touched all
the time. I raised my body up to be
mine”, cantou em Paredes de Coura
com a guitarra presa às mãos num
palhetar Ærme de um ritmo de dois
acordes que leva a música ao colo,
enquanto uma melodia também a
seis cordas se impõe entre um
baixo que lá está para dar corpo a
uma bateria que marca o tempo a
prato de choque e tarola, sem
pressa.
Em Don’t know how to keep loving
you, com riff de guitarra pegajoso a
seguir a voz da vocalista, que a meio
do tema cresce para solo, põe a nu
as inseguranças de um
relacionamento sem segredos por
desvendar. “Don’t know how to keep
loving you now that I know you so
well”, repete sem receio de se expor
e talvez na esperança de encontrar
uma resposta. Numa fase já de
aceitação com a ruptura, entra em
Pressure to party, tema com refrão
orelhudo com o qual termina a
actuação — como os outros dois,
este também é do último álbum
Crushing, de 2019.
Boogarins em eterna tour
De Goiânia vem o sertanejo e
vieram também os Boogarins, de
regresso a Portugal para tocarem
no palco principal de Paredes de
Coura. Dinho Almeida (voz e
guitarra) e Benke Ferraz (guitarra e
samples) quando em 2012 gravaram
os primeiros esboços do EP As
Plantas Que Curam, que mais tarde
saiu como primeiro longa-duração
do colectivo, passaram por cima da
música tradicional da capital do
estado de Goiás para chegar mais
perto do psicadélico que na década
de 70 se fazia nos Estados Unidos
ou no Reino Unido, com um pé nos
Mutantes. Nem sequer sonhavam
aí que em menos de uma década
percorreriam palcos pelo mundo
inteiro a cantarem em português
do Brasil sem estarem agarrados à
bossa nova ou à MPB, que,
cantados na língua materna,
sobrevivem em países que não
falam o mesmo idioma.
Neste regresso, com Raphael Vaz
Costa (baixo e sintetizadores) e
Ynaiã Benthroldo, que substituiu
Hans Castro da formação original na
bateria, chegam com novo álbum, o
quinto. Sombrou Dúvida ainda não
tem três meses, mas já rodou em
mais de duas dezenas de palcos
antes de chegar a Portugal. Aqui
estavam quase em casa — já
passaram pelo nosso país quase uma
mão-cheia de vezes. A primeira, em
2014, no Milhões de Festa. Sem
barreiras de comunicação,
entregaram-se a melodias fáceis de
assimilar. Leve como uma pena, o
som dos brasileiros é ao mesmo
tempo desaÆante, quando entram
pelo lado mais progressivo, sempre
sem perderem o norte, direcção
para onde aponta a bússola que é a
voz de Dinho, agarrada a linhas
reconfortantes, quase a
funcionarem como uma massagem
ao cérebro.
De Portugal sabe-se lá para onde
poderão ir nos próximos meses.
Diz Dinho que os Boogarins são
uma banda em “eterna digressão”.
Em Paredes de Coura sabe-se que
até sábado passam pelos dois
palcos, entre outros, New Order,
Father John Misty, Spiritualized ou
Patti Smith.
26 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019

CULTURA

Frágil, este ano Locarno

está tão frágil
Basil da Cunha, Damien Manivel e Denis Côté dão corpo à fragilidade como tema
da selecção 2019 do festival suíço. Wilcox, de Denis Côté, é um Älme que se leva ao limite
DR

Cinema
Jorge Mourinha,
em Locarno
É um tema recorrente de Locarno
2019. Do pai e da Ælha de Das freiwilli-
ge Jahr, de Ulrich Köhler e Henner
Winckler, ao caixeiro-viajante do
Technoboss de João Nicolau (e garan-
timos que isso terá alguma coisa a
ver com a quantidade de “votos” da
crítica e da indústria para dar o pré-
mio de interpretação a Miguel Lobo
Antunes). Da dupla de amigos em
busca da cidade perdida de The Last
Black Man in San Francisco, de Joe
Talbot, à mulher confrontada com a
espiral em que a sua vida se tornou
de A Girl Missing, de Koji Fukada.
Mas talvez não haja maior fragili-
dade à vista, num festival onde essa
fragilidade tem atravessado os pro-
gramas e as secções, do que a do
solitário homem que atravessa as
paisagens canadianas em Wilcox
(Fora de Concurso). Uma bandeira
canadiana na mochila, uma etiqueta
com o nome na camisa, talvez um
ex-militar, ou um sobrevivente, não
se sabe bem de quê. O que interessa
é que Wilcox está sempre em movi-
mento, literalmente a casa às costas,
os celeiros, as casas abandonadas, as
garagens e o relento como poisos
para a tenda ou o saco-cama, os enla- Wilcox, de Denis Côté: um homem que se leva ao limite, num filme que se leva ao limite
tados roubados à socapa nos super-
mercados. Um homem auto-suÆcien- disparues, mostrado em Fevereiro tar quatro mulheres com as emoções um Ælme quase de gangsters Ælmado tante perda, uma rede de pessoas e
te que atravessa o mundo sem que no Festival de Berlim, o realizador provocadas por esse solo: uma bai- na Reboleira, mas O Fim do Mundo, situações sempre na corda bamba,
ninguém o siga. está a entrar numa nova fase do seu larina que o ensaia; uma coreógrafa do luso-suíço Basil da Cunha (Con- onde a vida se vive um dia de cada
Um homem duro, este Wilcox a cinema, mais segura e menos urgen- que o trabalha com uma bailarina curso Internacional), é percorrido vez e o mundo está sempre a acabar
que Guillaume Tremblay empresta te, e sobretudo mais disposta a cor- sofrendo de trissomia 21; e uma por uma melancolia quase resigna- e a recomeçar. É um enorme salto
um corpo e uma presença, um rosto, rer ainda mais riscos. Wilcox é lindís- espectadora. Os três actos cons- da, pela ideia de que o futuro está em frente desde Até Ver a Luz (2013),
uma disciplina militar — e cujos olhos simo (e por que é que não está a troem-se como um quebra-cabeças longe de ser prometido ou garantido. a anterior longa do cineasta — um
se perguntam quanto mais solidão, concurso?). que o espectador tem de ir montan- O herói da segunda longa do realiza- Ælme mais maduro, mais conciso,
quanto mais desta viagem sem Æm Um outro tipo de fragilidade vem do pacientemente e que só uma vez dor é Spira, recém-saído de quase mais solto (no modo como integra os
pode aguentar. É uma pessoa que se ao de cima num Ælme que, esse sim, completado fará todo o sentido; mas, uma década de casa de correcção, seus actores não-proÆssionais) e ao
leva ao limite, num Ælme que tam- está a concurso. Les Enfants d’Isado- no percurso até à imagem completa, regressando a um bairro que não mesmo tempo mais preciso (no
bém se leva ao limite: sem diálogos ra (Concurso Internacional) é sobre Manivel Ælma com grande delicadeza parece ter mudado nada desde que modo como organiza e estrutura
(substituídos por uma cuidada pai- fazer das fraquezas forças, ultrapas- o processo alquímico pelo qual um o abandonou, um bairro onde tudo toda uma narrativa que por momen-
sagem sonora a cargo de Roger sar a tragédia transformando-a em intérprete se apropria de uma cria- muda para que tudo Æque igual. tos parece quase ser documental). É
Tellier-Craig), sem argumento escri- arte, com o seu quê de terapêutico e ção, apanhando estas mulheres no Entre despejos e injustiças, Spira uma óptima surpresa, que de cami-
to, rodado ao sabor do vento, na catártico, usando como ponto de seu momento mais vulnerável, em guarda para si a sua lucidez, e, mais nho se autonomiza também das ins-
própria paisagem e com os próprios partida uma tragédia real: a morte que a sua fragilidade está visível por defeito do que por feitio, deixa- pirações mais ou menos óbvias das
encontros que se foram fazendo, dos dois Ælhos da bailarina Isadora como nunca. Les Enfants d’Isadora é se arrastar para as ambições crimi- curtas de Basil da Cunha. O Fim do
pelo cineasta canadiano Denis Côté, Duncan, em 1913, que a inspiraram Ælme de efeito ao retardador, que nosas do amigo Geovani; entre o Mundo pode Ælmar uma história em
numa estreitíssima colaboração com a criar um solo chamado A Mãe. ganha em ser revisto. baptizado com que tudo começa e o desaparecimento, mas vem de um
Tremblay, vem comprovar que, O francês Damien Manivel pega E pode não fazer muito sentido funeral com que tudo acaba, Basil da cineasta que, daqui para a frente, só
depois do seu Répertoire des villes nesse ponto de partida para confron- falar de fragilidade a propósito de Cunha constrói um mundo em cons- pode é subir.
 Público ClassiÄcados • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 27

PINE CLIFFS RES.

CONSELHO DIRETIVO CONSELHO DIRETIVO REPÚBLICA SHERATON ALGARVE
AVISO AVISO FEDERATIVA DO BRASIL Cede-se (24 a 31 Agosto)
Consulado-Geral do Brasil em Lisboa
Golf Suíte, 2 Quartos, Sala, Cozinha,
Encerramento administrativo de um estabelecimento de apoio social sem denominação Encerramento administrativo do estabelecimento de apoio social sem denominação EDITAL DE CASAMENTO
Doralice Lincoln, Vice-Cônsul do Brasil
Praia Privativa, Piscinas e outras inf.
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP, ordenou o encerramento administrativo
imediato de um estabelecimento de apoio social sem denominação, com as seguintes caracte- imediato do estabelecimento de apoio social denominado Residencial Santo António, com as se-
em Lisboa, usando das atribuições que Tel. 919700134
lhe confere o art.º 18 da Lei de Introdução
rísticas: guintes características: ao Código Civil, faz saber que pretendem
yexerce a atividade de Lar de Idosos; y exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas; casar Kaique Freitas da Silveira, natural
y
y
com fins lucrativos;
não estando licenciado;
y
y
com fins lucrativos;
não estando licenciado;
de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil,
nascido a 18/11/1994, residente e domici-
Meta Capital Prestamistas, Lda.
LEILÕES
yfunciona sob a direção e responsabilidade de Ana Sofia Mendonça Robalo da Silva; y funciona sob a propriedade de Patrícia Alexandra Pereira da Cruz; liado na Rua Castelo Branco Saraiva, n.º
53 - 1.º Dt.º, Penha de França, Portugal,
yestá instalado em Loteamento Entre Águas, Lt. 12 - Belmonte Gare. y está instalado em Travessa da Silveirinha, n.º 5, Póvoa do Forno, 3770-408 Troviscal. Código Postal: 1170-080, nesta jurisdição
Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes Defesa dos direitos e da qualidade de vida dos utentes consular, filho de Haroldo José da Silveira 1.º Leilão
O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP ordenou o encerramento através da Deli- O Conselho Diretivo do Instituto da Segurança Social, IP ordenou o encerramento através da De- e de Célia Regina de Freitas e Ana Clara META CAPITAL PRESTAMISTAS, LDA., irá efetuar na Rua Arco Marquês do
beração n.º 112/2019, de 19 de junho de 2019, porque o estabelecimento estava em atividade com liberação n.º 61/2019, de 11 de abril de 2019, porque o estabelecimento estava em atividade com Faria da Conceição, natural de São Paulo, Alegrete, n.º 6 - A, 1100-034 Lisboa, no dia 05 de Setembro de 2019, pelas
deficiências graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene deficiências graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene São Paulo, Brasil, nascida a 02/11/1997, 10H30, Leilão de penhores sobre ouro, pratas, joias e objetos diversos, ao
residente e domiciliada na Rua Castelo abrigo do art.º 27.º do decreto-lei n.º 160/2015, de 11 de agosto.
e conforto, representando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de e conforto, representando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de Branco Saraiva, n.º 53 - 1.º Dt.º, Penha
vida. vida. de França, Portugal, Código Postal: Os penhores dizem respeito às Agências da Meta Capital Prestamistas,
Consequências do incumprimento da deliberação Consequências do incumprimento da deliberação 1170-080, nesta jurisdição consular, filha Lda., cujos contratos à data tiverem os juros vencidos e não pagos há mais
Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social continue de forma ilegal, o/a de André Luis Sousa da Conceição e de de três meses.
responsável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência. responsável será sujeito/a a procedimento criminal pelo crime de desobediência. Hosanas Divanira de Faria da Conceição. É facultado ao público o exame dos objetos a leiloar no dito local durante
Apresentaram os documentos exigidos as duas horas que antecedem o leilão.
Este aviso deve estar afixado durante 30 dias Este aviso deve estar afixado durante 30 dias pelo Art.º 1.525 do Código Civil.
Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou Se alguém souber de algum impedimen- Os objetos são arrematados no local e no estado em que se encontram.
coação sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será coação sobre funcionário. Quem o remover deliberadamente antes do fim do prazo de 30 dias será to, oponha-o na forma da Lei. Lavrado o Após cada licitação, caso o arrematante não liquide a totalidade do lote,
sujeito a procedimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais. sujeito a procedimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais. presente para ser afixado em lugar visível ser-lhe-á exigido de imediato um sinal (por transferência bancária) nunca
da Chancelaria deste Consulado-Geral. inferior a 40%, no ato da adjudicação.
Lisboa, 19 de junho de 2019 Lisboa, 11 de abril de 2019 Vera Lúcia Espírito Santo Cardoso
Rui Fiolhais - Presidente do Conselho Diretivo Rui Fiolhais - Presidente Oficial de Registro Civil “ad-hoc”
Os lotes arrematados que não forem totalmente pagos no ato do leilão
deverão ser levantados até 24 horas a partir da data do leilão sob pena de
ser anulada a venda com a perda do sinal.
Não serão aceites reclamações após a adjudicação dos lotes.
CÂMARA MUNICIPAL DO BARREIRO 2.º Leilão
Em caso de inexistência de propostas aquisitivas em primeiro leilão para
DEPARTAMENTO DE PLANEAMENTO GESTÃO TERRITORIAL as coisas em causa, será realizado segundo leilão no dia 05 de Setembro
E EQUIPAMENTOS de 2019, pelas 10H35, nos termos do n.º 7 do artigo 28.º decreto-lei n.º
Secretaria Departamental 160/2015, de 11 de agosto e nas condições previstas supra previstas para

Publicita-se a abertura de procedimentos de re- EDIFÍCIO o 1.º Leilão. O exame dos objetos a leiloar é facultado ao público no dito
local, durante as duas horas que antecedem o leilão.
DIOGO CÃO
crutamento de pessoal para a NOVA School of AVISO DOCA DE ALCÂNTARA
3.º Leilão
Em caso de inexistência de propostas aquisitivas em segundo leilão para
NORTE, LISBOA as coisas em causa, será realizado terceiro leilão no dia 05 de Setembro
Business and Economics, aos quais podem can- de 2019, pelas 10H40, nos termos do n.º 8 do artigo 28.º decreto-lei n.º
5.º ADITAMENTO AO ALVARÁ DE LOTEAMENTO (JUNTO AO 160/2015, de 11 de agosto e nas condições previstas supra previstas
didatar-se indivíduos que reúnam as condições MUSEU DO ORIENTE) para o 1.º Leilão, não estando porém a venda condicionada ao valor da
N.º 2/92 HORÁRIO: avaliação. O exame dos objetos a leiloar é facultado ao público no dito
fixadas nos avisos disponíveis no seguinte ende- 2.ª – 6.ª FEIRA: 9H – 19H local, durante as duas horas que antecedem o leilão.
reço: Frederico Alexandre Aljustrel da Costa Rosa, Presidente da SÁBADO: 11H – 17H Lisboa, 16 de Agosto de 2019.
Câmara Municipal do Barreiro, faz público, para cumprimento A Gerência
https://www2.novasbe.unl.pt/pt/sobre-nos/jun do n.º 4 e 5 do artigo 34-A do Regulamento Municipal de Ope-
rações Urbanísticas Particulares, conjugado com o artigo 27.º INFO: 210 111 010 www.casacreditopopular.pt Ligue Grátis 800 208 186

te-se-a-nova-sbe. do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua atual re-

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LAGOS
dação, que foi requerida na Câmara Municipal do Barreiro, por
Referência n.º NOVASBE/CT-088/2019 – 1 Lu- Com Regime Legal de Institutição Particular de Solidariedade Social
“BRANDSWEET – INDÚSTRIA QUÍMICA, LDA”, pessoa coleti- Pessoa Coletiva de Utilidade Pública
gar de Assistente Técnico (m/f) para o Serviço de va n.º 504650670, alteração ao Alvará de Loteamento n.º 2/92 Medalha de Mérito Municipal (Grau Ouro)

Imagem e a área de estudo pré-experiência com denominado “Alvará de Loteamento da Quinta das Rebelas”,
AVISO
Santa Casa da Misericórdia de Lagos
Pessoa Coletiva n.º 501 058 559

contrato a termo resolutivo certo. na União das freguesias de Alto do Seixalinho, Santo André e
Verderena, designadamente no que se refere aos parâmetros Arrendamento do Edifício sito na Rua 25 de Abril, n.º 25 e
O prazo-limite para submissão das candidaturas de edificabilidade do Lote n.º 21, os quais passarão a ser os 35 com acesso à Rua da Barroca, em Lagos:
seguintes:
é de 6 dias úteis a contar da data da publicação Área do Lote – 3.510,00m2; Em cumprimento da deliberação tomada pela Mesa Adminis-
do presente anúncio. Área de coberta máxima – 1.080,00m2, trativa na sua reunião realizada no dia 18/07/2019, torna-se
Número máximo de pisos – 2 pisos acima do solo PÚBLICO que a Instituição (Irmandade) pretende arrendar o
Mantêm-se válidas todas as disposições constantes do Alvará prédio em epígrafe a pessoas singulares ou coletivas, ficando
de Loteamento n.º 2/92, que não se encontram alteradas pelo as mesmas com o encargo na execução de obras de restaura-
presente aditamento. ção e melhoramento do edifício.
Nos termos dos supracitados preceitos legais, o projeto apre- O Caderno de Encargos, que espelha as condições do contra-
sentado está sujeito a consulta pública pelo prazo de 10 dias to de arrendamento, poderá ser consultado no site da Santa
úteis, decorridos que sejam oito dias sobre a data da publica- Casa da Misericórdia de Lagos, www.scmlagos.com. Os inte-
ção do presente edital, podendo ser consultado no processo ressados poderão ainda solicitar o envio do Caderno de Encar-
LT/86/ALV/4, juntamente com a informação técnica elaborada gos, através do e-mail: assessoria@scmlagos.com.
pelos serviços municipais, na Divisão de Gestão, Reabilitação, As pessoas singulares ou coletivas interessadas poderão ma-
Revitalização Urbana e Licenciamento da Câmara Municipal do nifestar a sua vontade no arrendamento, até ao dia 30 de se-
OFEREÇA Barreiro, sito no Largo Alexandre Herculano, 85, 3.º andar no
horário das 9 às 12 horas e das 14 às 16 horas, aí podendo
tembro de 2019.
Envio de proposto:
MÚSICA também ser apresentadas, por escrito, reclamações, observa-
ções ou sugestões.
• Via e-mail: assessoria@scmlagos.com;
• Via CTT: Rua Rainha D. Leonor, n.º 2, 8600-776 Lagos
Barreiro, 13 de agosto de 2019. Lagos, 12 de agosto de 2019
O Presidente da Câmara O Provedor
MAIS INFORMAÇÕES: loja.publico.pt | 210 111 010 Frederico Rosa Fernando Barros da Graça Reis Costa

Fundada em 1988 pelo Professor Doutor Carlos Garcia, a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer - Alzheimer Portugal é uma Instituição Particular
de Solidariedade Social. É a única organização em Portugal, de âmbito nacional, especificamente constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus
familiares e cuidadores. Tem cerca de dez mil associados em todo o país.
Oferece Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio domiciliário, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas da Especialidade.
Como membro da Alzheimer Europe, a Alzheimer Portugal participa ativamente no movimento mundial e europeu sobre as demências, procurando reunir e divulgar os conhecimentos
mais recentes sobre a Doença de Alzheimer, promovendo o seu estudo, a investigação das suas causas, efeitos, profilaxia e tratamentos.
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Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3 Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Telefones: 213 610 460 - Fax : 21 361 04 69 - E-mail: geral@alzheimerportugal.org
Centro de Dia Prof. Doutor Carlos Garcia: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Loja 1 e 2 Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa - Telefone: 213 609 300 - E-mail: geral@alzheimerportugal.org
Lar, Centro de Dia e Apoio Domiciliário «Casa do Alecrim», Rua Joaquim Miguel Serra Moura, n.º 256 - Alapraia
2765-029 Estoril - Telefone: 214 525 145 - E-mail: casadoalecrim@alzheimerportugal.org - Horário de Atendimento: Quartas e sextas, entre as 9h e as 13h
Núcleo do Ribatejo da Alzheimer Portugal: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31 «A, 2080-114 Almeirim - Telefone: 243 000 087 - E-mail: geral.ribatejo@alzheimerportugal.org
Delegação Norte da Alzheimer Portugal: Centro de Dia «Memória de Mim», Rua do Farol Nascente, n.º 47A R/C, 4455-301 Lavra - Telefone: 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: geral.norte@alzheimerportugal.org
Delegação Centro da Alzheimer Portugal: Centro de Dia do Marquês, Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17, 3100-523 Pombal - Telefone: 236 219 469 - E-mail: geral.centro@alzheimerportugal.org
Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha 3810 Aveiro, Telefone: 234 940 480 - E-mail: geral.aveiro@alzheimerportugal.org
Delegação da Madeira da Alzheimer Portugal: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional
da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 Funchal, Telefone: 291 772 021 - Fax: 291 772 021 - E-mail: geral.madeira@alzheimerportugal.org
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COM O PÚBLICO CAPA DURA
INÉDITA
EM PORTUGUÊS

UMA VIAGEM ALUCINOGÉNICA

PELA ERA DE OURO DOS SUPER-HERÓIS
COLECÇÃO NOVELAS GRÁFICAS
COL
VOL
Flex Mentallo, o super-herói que consegue transform
de volta
v para investigar os segredos sinistros do antigo companheiro Facto e os delírios de uma
estr
estrela de rock à beira da morte. Uma história surreal que distorce todos os clichés dos super-heróis
e a primeiríssima
p de muitas colaborações entre Morrison e Quitely, uma das maiores duplas
de criadores
c de BD de todos os tempos.
Toda
Todas as quintas, com o Público, os melhores da literatura vão juntar-se aos melhores da ilustração.

Colecção de 13 volumes. PVP unitário: 10,90 €. Preçoo total em Portugal Continental: 141,70 €. Periodicidade semanal às quintas-feiras, entre 4 de Julho e 26 de Setembro. Formatos variados, mediante os formatos originais das obras. N.º médio de páginas: 156. Limitado ao stock existente.

CINEMA
Bumblebee
TVC1, 21h30
Os robôs humanóides autobots têm
de abandonar Cybertron, o seu
planeta natal, e rumar à Terra. Só
que, no caminho, são parados pelos
decepticons, os seus inimigos,
acabando por ir para vários lados
do universo em vez do seu destino
Ænal. Um autobot, B-127, que se
transforma num Volskwagen
Carocha, chega ao nosso planeta,
em 1987, e é logo visto como uma
ameaça. Mas, na Califórnia, vai
fazer uma amiga: uma adolescente
solitária que o vai ajudar a fugir do
Exército e dos decepticons. De
Travis Knight, uma “prequela”
(antecomeço) de Transformers.
Com Hailee Steinfeld e John Cena.
Todos Sabem
TVC2, 22h
Um thriller psicológico com
assinatura do iraniano Asghar
Farhadi. A viver na Argentina há já
vários anos, Laura regressa com o
marido e os Ælhos à sua pequena
aldeia espanhola para celebrar o
casamento da irmã mais nova.
Porém, o que se previa ser uma
aprazível reunião familiar depressa
se transforma numa tragédia
quando a Ælha de Laura desapare-
ce. E as revelações decorrentes
deste terrível evento serão muitas e
vão mudar, irremediavelmente, as
vidas de todos. Falado inteiramente
em castelhano, o Ælme conta com
Javier Bardem e Penélope Cruz.
A Ordem Divina
RTP2, 23h44
O ano é 1970. Nora Ruckstuhl vive
numa pequena aldeia suíça com o
marido e os Ælhos, numa existência
pacata segundo os preceitos tradi-
cionalistas em que foi educada. Até
ali, Nora, tal como todas as suas
amigas, ignora as movimentações
para a libertação da mulher a
acontecer nos quatro cantos do
mundo. Tudo corre sem incidentes
até arranjar um emprego e se
deparar com a recusa do marido
em dar-lhe autorização. Incomoda-
da com a decisão dele — e,
inspirada pelo que descobre estar a
acontecer lá fora —, junta-se a um
grupo de mulheres e toma posição
em relação aos seus direitos. Mas
nada disto será bem-visto pelos
homens da aldeia. Uma comédia
dramática de Petra Biondina Volpe.
DOCUMENTÁRIOS
A Magia dos Oceanos
TVC2, 12h
Um documentário sobre a vida nos
oceanos, através da jornada de uma
Televisão
lazer@publico.pt
RTP 1
6.30 Bom Dia Portugal 10.00 7
Maravilhas Doces de Portugal:
Monchique 13.00 Jornal da Tarde 14.19
7 Maravilhas Doces de Portugal:
Monchique 17.30 Portugal em Directo
19.09 O Preço Certo 19.59 Telejornal
21.00 Solteira e Boa Rapariga 21.34
Joker 22.23 O Nosso Cônsul em
Havana 23.16 Woodstock 0.58 O
Tubarão 3.10 Televendas 5.40 À
Descoberta da Lua
RTP 2
6.32 Repórter África - 2.ª Edição 7.00
Espaço Zig Zag 12.12 Sangue de Lobo
12.39 Esec-Tv 13.08 Círculo de
Civilizações: Cultura Jomon, Japão
13.57 Folha de Sala 14.04 Sonhar o
Futuro: O Sexo 15.00 A Fé dos Homens
15.32 História a História: Os Judeus e a
Inquisição em Portugal 16.08
Revolução na Medicina: Prevenir a
Demência 16.58 Espaço Zig Zag 21.01
Sangue de Lobo 21.30 Jornal 2 22.04
Folha de Sala 22.11 Jack Taylor 23.44 A
Ordem Divina 1.19 Barão Negro 2.12
Lula Pena Archivo Pittoresco Ao Vivo
no Teatro da Vista Alegre 3.23
Euronews 4.55 Bem-Vindos a Beirais
SIC
6.00 Edição da Manhã 9.15 Alô
Portugal 10.15 O Programa da Cristina
13.00 Primeiro Jornal 14.15 Linha
Aberta 15.15 Amor Maior 16.15 Júlia -
Emoções Fortes 18.20 Avenida Brasil
19.10 Prémio de Sonho 19.57 Jornal da
Noite 21.50 Golpe de Sorte 22.40
Alma e Coração 23.55 A Dona do
Pedaço 0.45 Linha Aberta 1.50 O
Crime do Padre Amaro
TVI
6.30 Diário da Manhã 10.14 Você na TV!
13.00 Jornal da Uma 14.42 Belmonte
16.00 A Tarde é Sua 19.14 First Dates, O
Primeiro Encontro 19.57 Jornal das 8
21.50 Amar Depois de Amar 22.50
Prisioneira 23.50 Like Me - Diários 0.48
1000 à Hora 2.28 Meu Amor 3.23
Remédio Santo 4.19 Saber Amar 5.00
TV Shop
TVC1
11.10 A Estrela de Natal (VP) 12.40 A
Primeira Purga 14.15 Black Panther
16.25 Nunca Estiveste Aqui 17.55
Os mais vistos da TV
Quarta-feira, 14 de Agosto
Golpe de Sorte II
% Aud. Share
SIC 10,8 23,8
Jornal da Noite SIC 10,2 24,3
Supertaça Europeia TVI 9,3 22,0
Alma e Coração SIC 9,0 23,8
Primeiro Jornal SIC 7,7 24,9
FONTE: CAEM
Mentes Poderosas 19.35 The
Incredibles 2: Os Super-Heróis (VP)
21.30 Bumblebee 23.25 Alpha (2018)
1.00 Mulher Que Segue à Frente 2.40
Operação Shock and Awe 4.10
Madame Hyde 5.45 Mentes Poderosas
FOX MOVIES
11.29 007 - Operação Tentáculo 13.33
Nunca Mais Digas Nunca 15.41 007 -
Alvo em Movimento 17.48 Par ou
Ímpar? 19.40 Pela Medida Grande
21.15 O Super Polícia 23.03 Foi-se o
Tesouro, Ficou o Amigo 0.52 Django
Desafia Sartana 2.18 Vingança no
Arizona 3.45 O Homem da Vingança
CANAL HOLLYWOOD
10.40 A Vida Secreta das Abelhas
12.35 O Jovem Prodígio T.S. Spivet
14.25 As Malucas das Cabeleireiras
16.15 Se o Meu Carro Falasse 18.05
Espelho Meu, Espelho Meu! Há Alguém
Mais Gira do Que Eu? 20.00 Força-G
(VO) 21.30 Um Ritmo Perfeito 2 23.25
O Corpo de Jennifer 1.15 Dead Man
Down - Um Homem a Abater 3.15
Supernova 4.45 Profundo Mar Azul
AXN
13.01 Arma Mortífera 15.19
Homem-Aranha 3 17.35 Arma Mortífera
19.53 Mentes Criminosas 21.30 Dia e
Noite 23.20 O Sobrevivente 1.24
Thelma e Louise 3.32 The Blacklist
AXN BLACK
13.59 O Segurança do Shopping: Las
Vegas 15.30 L.A. Confidencial 17.43
Mercado de Capitais 19.21 Alta Traição
21.14 Lobo 23.18 Robocop - O Polícia
do Futuro 0.57 Salsicha Party (VO) 2.22
Básico 3.57 Grand Budapest Hotel
AXN WHITE
13.29 O Mentalista 14.15 Loucuras em
Las Vegas 15.55 A Mãe é que Sabe
17.22 O Mentalista 18.48 A Teoria do
Big Bang 21.24 Young Sheldon 22.08
O Grande Ano 23.45 A Bicharada
Contra-Ataca 1.14 Young Sheldon 1.59
Timeless 4.09 Young Sheldon
FOX
12.09 Investigação Criminal: Los
Angeles 13.40 Hawai Força Especial
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 29
RTP1 10,2
RTP2 1,7
SIC 18,5
TVI
14,5
Cabo
39,1
16.44 C.S.I. Miami 19.02 Os
Mercenários 2 20.45 O Dia Depois de
Amanhã 22.55 Velocidade Furiosa
0.48 Velocidade + Furiosa 2.31
Investigação Criminal: Los Angeles
5.25 Sob Suspeita
FOX LIFE
11.38 Lei & Ordem: Unidade Especial
13.10 Ossos 14.40 My Baby Gone
16.08 The Bachelor Next Door 17.36
Deadly Vows 19.04 Lei & Ordem:
Unidade Especial 20.36 A Troca (2010)
22.20 Amigos Coloridos 0.17 The
Perfect Stalker 1.49 No Limite 3.42
Ossos
DISNEY
15.00 Miraculous - As Aventuras de
Ladybug 15.23 A Raven Voltou 16.11
Bizaardvark 16.59 Acampamento
Kikiwaka 17.46 A Irmã do Meio 18.33
Miraculous - As Aventuras de Ladybug
19.20 Os Green na Cidade Grande
19.45 Gravity Falls 20.35 Bizaardvark
DISCOVERY
17.30 No Meio do Nada 19.15 NASA,
Ficheiros Secretos 21.00 Pesca Radical
22.55 Os Últimos Habitantes do Alasca
0.40 Pesca Radical 2.15 A História do
Universo 3.00 Os Caçadores de Mitos
4.30 Leilões Sem Limites 5.00 Guerra
de Propriedades
HISTÓRIA
17.19 Tecnologia Impossível 18.44
Viagem a 10.000 A.C. 20.12 O Preço da
História 0.17 Forjado no Fogo: Faca Ou
Morte 1.40 Forjado no Fogo 5.53
Alienígenas, Edição Especial
ODISSEIA
17.41 The Explorers: a Partir do Céu
18.34 Lugares Secretos da Ásia 19.19
Sobreviver na Lagoa 20.12 Resgate na
Praia 20.56 Os Feitos Mais Estranhos
das Guerras Mundiais 21.41 Perigo
Extremo 22.27 Os Feitos Mais
Estranhos das Guerras Mundiais 23.13
Grandes Mentiras da História 0.05
Perigo Extremo 0.53 Os Feitos Mais
Estranhos das Guerras Mundiais 1.37
Grandes Mentiras da História 2.31
Perigo Extremo 3.17 Os Feitos Mais
Estranhos das Guerras Mundiais 4.02
Resgate na Praia 5.21 The Explorers:
Inventário do Planeta
FICAR
tartaruga, com espectaculares
imagens de locais como a Grande
Barreira de Coral, na Austrália, ou a
ilha de Roca Partida, no México.
Honduras Selvagens
Odisseia, 16h
Estreia. Com mais de uma centena
de espécies de rãs, 700 tipos de
aves, mais de 200 mamíferos e
centenas de répteis, as Honduras
são um dos países da América
Central mais ricos em
biodiversidade. Uma viagem com o
explorador Nigel Marven por alguns
dos lugares mais emblemáticos:
Costa dos Mosquitos, Copán ou o
recife de Utila.
Woodstock
RTP1, 23h16
A 15 de Agosto de 1969, cerca de
meio milhão de pessoas juntou-se
numa quinta em Bethel, no estado
norte-americano de Nova Iorque,
para um festival de música e artes.
Mas aqueles três dias
transformaram-se em mais do que
uma sucedânea de concertos, e
Woodstock tornou-se um símbolo
político, cultural e social. Com
imagens inéditas, o documentário,
de Barak Goodman (Scottsboro: An
American Tragedy), conta a história
da agitação que conduziu àqueles
três dias históricos.
REALIDADE
Escape
Blaze, 22h
Estreia. Baseado na vida real, um
novo formato que irá pôr à prova o
engenho e o espírito de
sobrevivência dos participantes que
irão enfrentar situações-limite. Um
pequeno grupo de engenheiros é
abandonado num ambiente
catastróÆco, afastado da civilização
e com escassez de víveres.
Objectivo: sobreviver e encontrar
forma de fugir.
INFANTIL
Epic - O Reino Secreto (V. Port.)
TVC3, 11h05
Mary Katherine é uma rapariga
igual a tantas outras que se
encontra de visita ao pai, um
professor muito inteligente que vive
numa casa junto à Çoresta. Há
muito que ele estuda um grupo de
guerreiros em miniatura que vivem
escondidos no centro da Çoresta e
cuja suposta missão é proteger o
mundo contra o Mal, mas cuja
existência está por provar. É então
que, durante um passeio pelas
árvores, Mary toca numa folha
mágica que a encolhe a reduz a
uma escala minúscula e a leva até
àquele povo.
30 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
SAIR
CINEM
Lisboa
Cinema City Alvalade
Av. de Roma, nº 100. T. 218413040
Adeus, Professor M14. 13h20, 22h; Síndrome
de Estocolmo M12. 13h30; O Rei Leão M6.
15h20, 17h40 (V.P./2D); Velocidade Furiosa:
Hobbs e Shaw M12. 13h10, 21h20; Era Uma
Vez em... Hollywood M16. 15h10, 18h20,
21h30; Angry Birds 2 - O Filme M6. 13h20,
15h30, 17h50, 19h55 (V.P./2D); Ibiza M12.
15h45, 19h30, 21h50; Sousa Martins
20h10; Nada a Perder 2 M12. 17h30
Cinema Ideal
Rua do Loreto, 15/17. T. 210998295
Ran - Os Senhores da Guerra 18h50; Era
Uma Vez em... Hollywood M16. 16h,
21h40; Um Segredo de Família 14h
CinemaCity Campo Pequeno
Centro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420
Síndrome de Estocolmo M12. 16h, 00h20;
Toy Story 4 M3. 13h20, 15h30 (V.P./2D);
Campeões M12. 19h10; O Rei Leão M6.
13h45, 16h20, 00h10 (V.P./2D), 15h25, 21h40
(V.O./2D); UglyDolls M6. 13h20 (V.P./2D);
Velocidade Furiosa: Hobbs e Shaw M12.
13h10, 15h50, 17h55, 18h50, 21h, 21h45,
23h55, 00h15; Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 13h10, 15h20, 17h50,
18h40, 21h10, 21h50, 23h50; The Kitchen -
Rainhas do Crime M16. 19h45, 00h05;
Nomis M16. 13h15, 15h30, 17h45, 21h55,
00h30; Angry Birds 2 - O Filme M6. 13h30,
15h40, 17h40, 19h50, 21h55 (V.P./2D); Nada a
Perder 2 M12. 13h30, 17h30, 19h30, 21h30
Cinemas Nos Alvaláxia
Estádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996
Síndrome de Estocolmo M12. 18h50; John
Wick 3 - Implacável M16. 18h10, 23h50; Toy
Story 4 M3. 13h10, 15h50, 18h20 (V.P./2D);
Homem-Aranha: Longe de Casa M12. 14h30,
17h40, 21h10, 00h10; O Rei Leão M6. 13h10,
13h50, 16h, 16h30,18h40 (V.P./2D), 19h10,
21h20, 21h50, 00h10, 00h30 (V.O./2D);
Rastejantes M16. 20h50, 00h25; Booksmart:
Inteligentes e Rebeldes M14. 13h45, 16h10,
18h35, 21h10, 23h40; Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 14h, 17h30, 21h, 23h30;
Anna - Assassina Profissional M16. 13h15,
15h55, 21h15, 23h55; Nomis M16. 13h05,
15h25, 17h50, 21h05, 23h25; Um Ajuste de
Contas M16. 20h55, 23h20; Angry Birds 2
- O Filme M6. 13h15, 15h35, 18h (V.P./2D);
Histórias Assustadoras para Contar no
Escuro M16. 14h05, 16h40, 19h15, 21h45,
00h20; Ibiza M12. 14h20, 16h35, 19h, 21h25,
23h35; Nada a Perder 2 M12. 15h30, 21h30
Cinemas Nos Amoreiras
Av. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996
Adeus, Professor M14. 13h20, 15h30,
20h50, 23h; Síndrome de Estocolmo M12.
21h20, 23h30; O Rei Leão M6. 12h40, 15h20,
18h (V.P./2D), 21h, 23h40 (V.O./2D); Era Uma
Vez em... Hollywood M16. 13h30, 17h, 20h40,
00h05 ; The Kitchen - Rainhas do Crime M16.
18h10; Nomis M16. 13h40, 16h10, 18h50,
21h10, 23h30; Angry Birds 2 - O Filme M6.
13h10, 15h40, 18h20 (V.P./2D); Ibiza M12. 13h,
15h10, 17h20, 19h30, 21h50, 00h10; Fotografia
M12. 12h50, 15h50, 18h30, 21h30, 24h
Cinemas Nos Colombo
Av. Lusíada. T. 16996
Toy Story 4 M3. 13h40, 16h30, 18h50 (V.P./2D);
Homem-Aranha: Longe de Casa M12. 21h15,
00h10; O Rei Leão M6. 12h40, 13h10, 15h20,
16h, 18h (V.P./2D), 20h40, 21h20, 23h40, 24h
(V.O./2D); Booksmart: Inteligentes e
Rebeldes M14. 13h25, 16h10, 18h40, 21h30,
00h05; Era Uma Vez em... Hollywood M16.
12h50, 16h20, 20h, 23h30; The Kitchen -
Rainhas do Crime M16. 21h, 23h50; Angry
Birds 2 - O Filme M6. 13h20, 15h40, 18h30
(V.P./2D); Histórias Assustadoras para
Contar no Escuro M16. 13h30, 15h30, 18h10,
21h40, 00h20; Ibiza M12. 13h, 15h10, 17h20,
19h30, 21h50, 00h15; Era Uma Vez em...
Hollywood M16. Sala IMAX ? 14h, 17h50,
21h10, 00h30
Cinemas Nos Vasco da Gama
Parque das Nações. T. 16996
Toy Story 4 M3. 11h15, 13h40, 16h20, 18h50
(V.P./2D); Homem-Aranha: Longe de Casa
M12. 21h10, 24h; O Rei Leão M6. 10h50,
13h10, 16h (V.P./2D), 18h40, 21h30, 00h30 (V.
O./2D); Booksmart: Inteligentes e
Rebeldes M14. 12h50, 15h50, 18h20, 21h,
23h40; Era Uma Vez em... Hollywood M16.
13h, 16h40, 20h50, 00h15; The Kitchen -
Rainhas do Crime M16. 21h20, 23h50;
Angry Birds 2 - O Filme M6. 11h, 13h20,
15h40, 18h10 (V.P./2D); Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro M16.
13h50, 16h30, 19h10, 21h45, 00h20
Nimas
Av. 5 Outubro, 42B. T. 213574362
Ensaio de Um Crime M12. 13h30, 15h30,
17h30, 19h30, 21h30;
UCI Cinemas - El Corte Inglés
Av. Ant. Aug. Aguiar, 31.
Em Liberdade! M14. 19h05, 21h45, 00h15;
Adeus, Professor M14. 16h35, 21h25, 23h35;
Síndrome de Estocolmo M12. 13h55, 16h25,
19h, 21h25, 23h55; O Corvo Branco M12.
18h55, 21h35, 00h15; O Rei Leão M6. 13h25,
16h05 (V.P./2D), 19h05, 21h50, 00h25 (V.O./2D);
Booksmart: Inteligentes e Rebeldes M14.
13h45, 16h10, 18h40, 21h15, 23h45;
Pavarotti M12. 14h05, 16h30; UglyDolls M6.
13h45, 16h25 (V.P./2D); Velocidade Furiosa:
Hobbs e Shaw M12. 13h15, 16h, 18h45, 21h30,
00h15; Era Uma Vez em... Hollywood M16.
13h30, 17h, 21h10, 00h30; The Kitchen -
Rainhas do Crime M16. 14h, 19h10; Nomis
M16. 14h20, 16h45, 19h25, 21h55, 00h10;
Angry Birds 2 - O Filme M6. 14h10, 16h40,
19h20, 21h40, 24h (V.P./2D); Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro M16.
13h40, 16h20, 18h55, 00h25; Ibiza M12.
13h55, 16h20, 18h50, 21h20, 23h50;
Fotografia M12. 14h15, 16h50, 19h30, 22h,
00h20; Nada a Perder 2 M12. 14h, 16h15,
18h30, 21h30, 23h40; Mission
Mangal 21h30
Almada
Cinemas Nos Almada Fórum
Estr. Caminho Municipal, 1011 -
Vale de Mourelos. T. 16996
Adeus, Professor M14. 23h30; Síndrome de
Estocolmo M12. 21h55, 00h15; Toy Story
4 M3. 13h45, 16h30, 19h10 (V.P./2D);
Homem-Aranha: Longe de Casa M12.
12h20, 15h25, 18h15, 21h10, 00h05; O Rei
Leão M6. 12h30, 13h20, 15h20, 16h10, 18h10
(V.P./2D), 18h50, 21h, 21h40, 23h45, 00h25
(V.O./2D); Booksmart: Inteligentes e
Rebeldes M14. 13h40, 16h15, 18h45, 21h30,
23h55; UglyDolls M6. 15h15, 17h30, 19h45
(V.P./2D); Era Uma Vez em... Hollywood
M16. 13h, 17h, 20h30, 24h; Tony M12. 21h35,
00h15; The Kitchen - Rainhas do Crime
M16. 20h50, 23h20; Nomis M16. 13h30, 16h,
18h35, 21h45, 00h10; Um Ajuste de Contas
M16. 13h50, 16h20, 21h50, 00h25; Angry
Birds 2 - O Filme M6. 13h10, 15h50, 18h20 (V.
P./2D); Histórias Assustadoras para Contar
no Escuro M16. 12h45, 15h55, 18h30, 21h15,
23h50; Ibiza M12. 12h40, 15h10, 17h25,
19h40, 22h, 00h20; Fotografia M12.
18h55; Nada a Perder 2 M12. 14h, 17h,
20h30; O Rei Leão M6. Sala 4DX - 13h10,
15h40, 18h40, 21h20, 23h45
Amadora
CinemaCity Alegro Alfragide
C.C. Alegro Alfragide. T. 214221030
Adeus, Professor M14. 20h10; A Vida
Secreta dos Nossos Bichos 2 M6. 13h30,
15h25 (V.P./2D); Annabelle 3 - O Regresso a
Casa M16. 00h30; Toy Story 4 M3. 13h30,
15h40, 19h (V.P./2D); O Rei Leão M6. 13h45,
15h20, 16h15, 17h50, 21h25, 23h55 (V.P./2D),
13h20, 19h10, 21h40, 00h10 (V.O./2D);
UglyDolls M6. 13h20, 17h55 (V.P./2D);
Velocidade Furiosa: Hobbs e Shaw M12.
13h10, 15h45, 16h20, 17h10, 18h30, 19h25,
21h20, 21h40, 22h10, 00h10; Era Uma Vez
em... Hollywood M16. 13h10, 15h30, 17h40,
Em estreia
lazer@publico.pt
Angry Birds 2 - O Filme
De Thurop Van Orman. Com
Tiffany Haddish (Voz), Peter
Dinklage (Voz), Dove Cameron
(Voz), Jason Sudeikis (Voz),
Josh Gad (Voz). EUA/FIN. 2019.
96m. Animação, Comédia. M6.
Era uma vez uma ilha
paradisíaca habitada por
pássaros de todos os géneros.
Uns são populares; outros, pelo
contrário, esforçam-se por ser
aceites. É o caso de Red, Chuck
e Bomb, três passarocos cuja
inadaptação resultou em graves
problemas de autocontrolo. Um
dia, a ilha é invadida.
Booksmart: Inteligentes e
Rebeldes
De Olivia Wilde. Com Kaitlyn
Dever, Billie Lourd, Skyler
Gisondo, Beanie Feldstein,
Diana Silvers. EUA. 2019.
102m. Comédia. M14.
Agora que o ano lectivo se
aproxima do Æm, Amy e Molly
chegam a uma terrível
conclusão: tendo em conta o
sucesso dos restantes colegas na
entrada para a universidade,
não era necessário terem
sacriÆcado tanto pelos seus
estudos. É assim que,
determinadas a experienciar
numa só noite tudo o que
abdicaram ao longo de anos,
elas vão até ao limite.
Era Uma Vez em... Hollywood
De Quentin Tarantino. Com
Margot Robbie, James
Marsden, Leonardo DiCaprio,
Brad Pitt, Dakota Fanning, Tim
Roth, Luke Perry, Al Pacino,
Kurt Russell. EUA/GB. 2019.
Booksmart:
Inteligentes
e Rebeldes
159m. Drama. M16.
Los Angeles (EUA), 1969. Rick
Dalton é um actor de westerns
televisivos que, juntamente com
o seu duplo Cliè Booth, chega a
Hollywood determinado a
reavivar a sua carreira. Ali, para
além de conhecer várias
personalidades ligadas à 7ª Arte,
eles vão presenciar eventos que
marcaram uma época.
Nada a Perder 2
De Alexandre Avancini. Com
Petrônio Gontijo, Day
Mesquita, Beth Goulart. BRA.
2019. 100m. Drama, Biografia.
M12.
Sequela do Ælme de 2018, esta
Æcção baseada em factos reais,
continua a história do brasileiro
Edir Macedo, o polémico líder e
fundador da Igreja Universal do
Reino de Deus (IURD), com
particular foco nos vários
escândalos a ele associado.
Nomis
De David Raymond. Com
Minka Kelly, Alexandra
Daddario, Henry Cavill,
Stanley Tucci, Ben Kingsley.
EUA/CAN. 2018. 98m. Thriller,
Acção. M16.
Um juiz reformado dedica-se a
capturar predadores sexuais
com a ajuda de Lara, que se
apresenta como isco. Mas,
quando a meio de uma
investigação, a rapariga
desaparece, ele vê-se forçado a
pedir ajuda à polícia. O decorrer
do inquérito levam-nos a
capturar um homem parece
estar ligado a um sem-número
de raptos e assassínios.
18h40, 21h, 21h50, 00h15; Tony M12.
17h50; The Kitchen - Rainhas do Crime M16.
13h25, 22h, 00h20; Angry Birds 2 - O
Filme M6. 13h25, 15h30, 15h50, 17h20,
19h45, 21h50, 24h (V.P./2D); Ibiza M12.
13h25, 15h25, 20h, 21h45, 23h50;
UCI UBBO
C.C. Amadora, Est Nacional 249/1, Venteira.
Síndrome de Estocolmo M12. 13h30, 16h10;
O Rei Leão M6. 13h30, 16h10, 18h45, 21h20
(V.P./2D), 00h10 (V.O./2D); UglyDolls M6.
13h55, 16h05 (V.P./2D); Velocidade Furiosa:
Hobbs e Shaw M12. 15h, 18h20, 18h40,
21h15, 21h55, 00h15; Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 13h30, 17h, 21h10, 23h50;
Nomis M16. 14h, 16h25, 19h20, 21h35, 24h;
Um Ajuste de Contas M16. 14h05, 16h30,
19h05, 00h15; Angry Birds 2 - O Filme M6.
13h45, 16h30, 19h, 21h30, 23h55 (V.P./2D);
Histórias Assustadoras para Contar no
Escuro M16. 19h15, 21h55, 00h20; Ibiza M12.
13h55, 16h20, 19h15, 21h50, 00h20; Nada a
Perder 2 M12. 14h, 16h15, 18h30,
21h30; Mission Mangal 21h30
Cascais
Cinemas Nos CascaiShopping
CascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996
Toy Story 4 M3. 12h45, 15h20, 17h40 (V.P./2D);
O Rei Leão M6. 12h50, 15h30, 18h10 (V.P./2D),
20h50, 23h30 (V.O./2D); Booksmart:
Inteligentes e Rebeldes M14. 12h40, 15h10,
17h50, 21h20, 00h05; UglyDolls M6. 13h30,
15h50 (V.P./2D); Era Uma Vez em... Hollywood
M16. 13h20, 17h, 20h30, 23h55; The Kitchen -
Rainhas do Crime M16. 21h10, 23h35;
Angry Birds 2 - O Filme M6. 13h10, 15h40, 18h,
20h40, 23h10 (V.P./2D); Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro M16.
18h50, 21h40, 00h20; Ibiza M12. 13h, 15h05
17h10, 19h20, 21h30, 23h40; Era Uma Vez
em... Hollywood M16. Sala IMAX - 12h50, 16h,
21h, 00h15
O Cinema da Villa - Cascais
CascaisVilla Shopping Center. T. 215887311
O Rei Leão M6. 13h05 (V.P./2D), 15h20, 19h10
(V.O./2D); Velocidade Furiosa: Hobbs e
Shaw M12. 16h30, 21h30; Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 13h25, 14h50, 17h55, 21h;
Tony M12. 13h10; Angry Birds 2 - O Filme
M6. 13h30, 15h40, 18h (V.P./2D); Ibiza M12.
13h, 17h40, 21h40; Fotografia M12. 19h30,
21h30; Nada a Perder 2 M12. 15h30, 17h30,
19h30, 21h30;
Caldas da Rainha
Cineplace - Caldas da Rainha
La Vie Caldas da Rainha Shopping Center.
O Rei Leão M6. 13h50, 16h20, 18h50 (V.P./2D),
21h20, 23h50 (V.O./2D); UglyDolls M6.
12h50 (V.P./2D); Velocidade Furiosa: Hobbs
e Shaw M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h30,
00h15; Era Uma Vez em... Hollywood M16.
15h, 18h10, 21h20, 21h30; Angry Birds 2 -
O Filme M6. 13h, 15h10, 17h20, 19h30
(V.P./2D); Histórias Assustadoras para
Contar no Escuro M16. 21h40, 00h05;
Nada a Perder 2 M12. 17h20, 19h30
Carcavelos
Atlntida-Cine
Centro Comercial Carcavelos. T. 214565653
Era Uma Vez em... Hollywood M16. 15h30,
21h30; Um Segredo de Família 15h30, 21h30
Sintra
Cinema City Beloura
Beloura Shopping. T. 219247643
Adeus, Professor M14. 23h55; A Vida Secreta
dos Nossos Bichos 2 M6. 15h30 (V.P./2D); O
Rei Leão M6. 15h20, 16h20, 21h55 (V.P./2D),
16h, 18h50, 21h30 (V.O./2D); Velocidade
Furiosa: Hobbs e Shaw M12. 15h45, 18h30,
19h, 21h25, 22h, 00h15; Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 15h30, 17h55, 19h40,
21h20, 21h50, 24h; The Kitchen - Rainhas do
Crime M16. 17h50, 19h50, 00h25; Angry
Birds 2 - O Filme M6. 15h40, 16h10, 17h25,

19h35, 21h45, 00h30 (V.P./2D); Ibiza M12.
19h20, 21h40, 23h50
Leiria
Cinema City Leiria
Rua Dr. Virgílio Vieira da Cunha,
Ponte das Mestras. T. 244845071
Síndrome de Estocolmo M12. 15h30, 17h40,
00h05; O Rei Leão M6. 15h25, 17h55, 21h40
(V.P./2D), 19h40 (V.O./2D); Velocidade
Furiosa: Hobbs e Shaw M12. 16h, 17h15,
18h45, 21h30, 22h, 00h15; Era Uma Vez
em... Hollywood M16. 15h30, 17h50, 18h40,
21h20, 21h50; The Kitchen - Rainhas do
Crime M16. 15h20, 00h10; Nomis M16.
15h15, 20h, 22h10, 00h20; Angry Birds 2 -
O Filme M6. 15h40, 17h30, 19h50, 21h55,
00h30 (V.P./2D)
Cineplace - Leiria Shopping
CC Leiria Shopping, IC2. T. 244826516
A Vida Secreta dos Nossos Bichos 2 M6.
12h50 (V.P./2D); Toy Story 4 M3. 15h20 (V.
P./2D); O Rei Leão M6. 14h, 16h3, 19h (V.
P./2D), 21h30, 24h (V.P./2D); UglyDolls M6.
13h40, 15h40 (V.P./2D); Velocidade Furiosa:
Hobbs e Shaw M12. 12h50, 15h40, 18h30,
21h20, 00h10; Era Uma Vez em... Hollywood
M16. 14h50, 18h, 21h10, 21h30, 23h30; The
Kitchen - Rainhas do Crime M16. 13h10,
17h30; Um Ajuste de Contas M16. 19h40;
Angry Birds 2 - O Filme M6. 12h40, 13h,
14h50, 17h (V.P./2D), 19h10 (V.P./3D);
Histórias Assustadoras para Contar no
Escuro M16. 21h50, 00h05; Ibiza M12.
17h40, 19h40, 21h40, 23h40; Nada a Perder
2 M12. 15h10, 17h20, 19h30;
Loures
Cineplace - Loures Shopping
Quinta do Infantado, Loja A003.
Síndrome de Estocolmo M12. 19h50; A Vida
Secreta dos Nossos Bichos 2 M6. 13h (V.
P./2D); A Vida Secreta dos Nossos Bichos
2 M6. 13h, 15h40 (V.P./2D); Toy Story 4 M3.
13h30, 15h40 (V.P./2D); O Rei Leão M6.
13h50, 16h20, 18h50 (V.P./2D), 21h20, 23h50
(V.O./2D); UglyDolls M6. 13h, 15h, 17h (V.P./2D);
Velocidade Furiosa: Hobbs e Shaw M12.
13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h15; Era Uma
Vez em... Hollywood M16. 15h10, 18h20,
21h30, 23h50; The Kitchen - Rainhas do
Crime M16. 13h30, 17h40; Um Ajuste de
Contas M16. 21h50, 00h05; Angry Birds 2 -
O Filme M6. 12h50, 15h, 17h10, 21h40 (V.
P./2D), 19h20 (V.Port./3D); Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro M16.
21h40, 24h; Ibiza M12. 17h50, 19h50, 21h50,
23h55; Nada a Perder 2 M12. 19h20;
Montijo
Cinemas Nos Fórum Montijo
C. C. Fórum Montijo. T. 16996
Annabelle 3 - O Regresso a Casa M16.
21h20, 23h55; Toy Story 4 M3. 12h40, 15h,
17h15 (V.P./2D); Homem-Aranha: Longe de
Casa M12. 21h, 23h50; O Rei Leão M6.
13h05, 15h50, 18h30 (V.P./2D), 21h10, 23h45
(V.O./2D); UglyDolls M6. 13h20, 15h40, 18h40
(V.P./2D); Era Uma Vez em... Hollywood
M16. 13h10, 17h, 20h50, 00h10; The Kitchen
- Rainhas do Crime M16. 21h45, 00h05;
Angry Birds 2 - O Filme M6. 13h30, 16h,
18h20 (V.P./2D); Histórias Assustadoras
para Contar no Escuro M16. 13h, 15h30,
18h50, 21h30, 24h; Nada a Perder 2 M12. 19h30
Odivelas
Cinemas Nos Odivelas Strada
C.C. Strada Shopping. T. 16996
Toy Story 4 M3. 13h40, 16h, 18h30 (V.P./2D);
Homem-Aranha: Longe de Casa M12. 20h40,
23h30; O Rei Leão M6. 13h, 15h30, 18h10 (V.
P./2D), 21h, 23h40 (V.O./2D); Era Uma Vez
em... Hollywood M16. 13h30, 17h, 20h30,
23h50; Tony M12. 21h10, 23h35; Angry
Birds 2 - O Filme M6. 13h20, 15h40, 18h20
(V.P./2D); Ibiza M12. 13h15, 15h50, 21h20,
23h40; Nada a Perder 2 M12. 19h
Oeiras
Cinemas Nos Oeiras Parque
C. C. Oeirashopping. T. 16996
Adeus, Professor M14. 21h30,
23h50; Síndrome de Estocolmo M12. 21h,
23h30 ; Toy Story 4 M3. 13h10, 15h40, 18h10
(V.P./2D); O Rei Leão M6. 12h50, 15h30,
18h20 (V.P./2D), 21h10, 24h (V.O./2D); Era
Uma Vez em... Hollywood M16. 13h30, 17h,
20h50, 00h20; Nomis M16. 13h, 15h20, 18h,
21h20, 23h40; Angry Birds 2 - O Filme M6.
13h20, 15h150, 18h30 (V.P./2D); Ibiza M12.
13h35, 16h10, 18h40, 21h40, 00h10
Miraflores
Cinemas Nos Dolce Vita Miraflores
C. C. Dolce Vita - Av. Túlipas.
Toy Story 4 M3. 15h20, 17h50 (V.P./2D);
Yesterday M12. 21h, 23h30 ; O Rei Leão M6.
15h10, 18h10 (V.P./2D), 21h10, 23h40 (V.O./2D);
Era Uma Vez em... Hollywood M16. 15h,
18h30, 22h; The Kitchen - Rainhas do
Crime M16. 21h40, 23h50; Angry Birds 2 - O
Filme M6. 14h50, 17h10, 19h30 (V.P./2D)
Torres Vedras
Cinemas Nos Torres Vedras
C.C. Arena Shopping. T. 16996
Toy Story 4 M3. 13h20, 16h, 18h20 (V.P./2D);
Homem-Aranha: Longe de Casa M12. 20h50,
23h50; O Rei Leão M6. 10h45, 12h50, 15h40,
18h40 (V.P./2D), 21h30, 00h20 (V.O./2D); Era
Uma Vez em... Hollywood M16. 13h30, 17h30,
21h, 00h25; Tony M12. 21h40, 00h15; Angry
Birds 2 - O Filme M6. 11h, 13h10, 15h50,
18h30 (V.P./2D); Ibiza M12. 13h, 15h30,
21h20, 23h30; Nada a Perder 2 M12. 19h
Setúbal
Auditório Charlot
Av. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446
O Rei Leão M6. 15h (V.P./2D); Era Uma Vez
em... Hollywood M16. 18h, 21h30
Cinema City Alegro Setúbal
C. Comercial Alegro Setúbal. T. 265239853
Síndrome de Estocolmo M12. 13h30,
21h45; A Vida Secreta dos Nossos Bichos
2 M6. 13h35 (V.P./2D); Toy Story 4 M3.
13h25, 15h35 (V.P./2D); Homem-Aranha:
Longe de Casa M12. 00h15; O Rei Leão M6.
13h50, 15h25, 16h10, 17h55, 18h50, 21h25,
23h55 (V.P./2D), 13h10, 16h30, 19h, 21h30,
24h (V.O./2D); UglyDolls M6. 13h20 (V.P./2D);
Velocidade Furiosa: Hobbs e Shaw M12.
13h10, 15h55, 17h45, 18h45, 21h10, 21h35,
22h, 23h50, 00h10; Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 13h20, 15h30, 17h50,
18h40, 21h20, 21h40; The Kitchen - Rainhas
do Crime M16. 17h30, 00h25; Angry Birds 2
- O Filme M6. 13h30, 15h40, 17h30, 19h40,
21h50, 00h30 (V.P./2D); Nada a Perder
2 M12. 15h30, 19h30
Seixal
Cineplace - Seixal
Qta. Nova do Rio Judeu.
A Vida Secreta dos Nossos Bichos 2 M6.
13h10 (V.P./2D); Toy Story 4 M3. 15h20; O
Rei Leão M6. 13h50, 16h20, 18h50 (V.P./2D),
21h20, 23h45 (V.O./2D); UglyDolls M6.
13h40, 15h40, 17h40 (V.P./2D); Velocidade
Furiosa: Hobbs e Shaw M12. 12h50, 15h40,
18h30, 21h20, 00h10; Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 14h50, 18h, 21h10, 21h30,
23h50; The Kitchen - Rainhas do
Crime M16. 17h30, 19h40; Angry Birds 2 - O
Filme M6. 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40
(V.P./2D); Histórias Assustadoras para
Contar no Escuro M16. 21h50, 00h05;
Ibiza M12. 19h40, 21h40, 23h40; Nada a
Perder 2 M12. 15h10, 17h20, 19h30
Évora
Cinemas Nos Évora Plaza
Centro Comercial Évora Plaza, loja n.º 1,
Rua Luís Adelino Fonseca, lote 4.
Toy Story 4 M3. 10h50, 13h10, 15h40, 18h10
(V.P./2D) ; O Rei Leão M6. 10h45, 13h20, 16h,
18h40 (V.P./2D), 21h20, 00h10 (V.O./2D); Era
Uma Vez em... Hollywood M16. 13h, 17h,
21h30, 23h30; Angry Birds 2 - O Filme M6.
11h, 13h15, 15h30, 18h20 (V.P./2D); Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro M16.
21h10, 23h40; Ibiza M12. 13h30, 15h50,
21h15, 23h50; Nada a Perder 2 M12. 18h40
Faro
Cinemas Nos Fórum Algarve
C. C. Fórum Algarve. T. 289887212
Adeus, Professor M14. 13h05, 15h25, 17h35,
19h45, 21h55; Síndrome de Estocolmo M12.
21h15, 00h05; O Rei Leão M6. 10h40, 10h45,
13h15, 15h55, 18h30 (V.P./2D), 10h50, 21h25,
24h (V.O./2D); UglyDolls M6. 10h55, 13h,
15h15, 17h20 (V.P./2D); Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 12h20, 15h35, 18h50,
22h05, 23h25; The Kitchen - Rainhas do
Crime M16. 21h35, 23h55; Angry Birds 2 - O
Filme M6. 13h25, 15h45, 18h10 (V.
P./2D); Nada a Perder 2 M12. 19h
Albufeira
Cineplace - AlgarveShopping
Estrada Nacional 125 - Vale Verde.
Síndrome de Estocolmo M12. 13h10; Toy
Story 4 M3. 13h20, 15h30 (V.P./2D); O Rei
Leão M6. 14h, 16h30 (V.P./2D); Booksmart:
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 31
Inteligentes e Rebeldes M14. 12h50, 15h10,
17h30; UglyDolls M6. 13h50, 15h50 (V.P./2D);
Velocidade Furiosa: Hobbs e Shaw M12.
13h, 15h50, 18h40, 21h10, 21h30, 24h,
0h20; Era Uma Vez em... Hollywood M16.
15h10, 18h20, 21h30, 23h30; The Kitchen -
Rainhas do Crime M16. 15h10, 17h20;
Nomis M16. 19h50, 22h, 00h10; Um Ajuste
de Contas M16. 19h30; Angry Birds 2 - O
Filme M6. 12h40, 14h50, 17h, 21h20 (V.
P./2D), 19h10 (V.Port./3D); Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro M16.
21h40, 24h; Ibiza M12. 17h40, 19h40, 21h50,
23h50; Nada a Perder 2 M12. 19h; O Rei
Leão M6. 13h50, 16h20, 18h50 (V.P./2D),
21h20, 23h45 (V.O./2D); Era Uma Vez em...
Hollywood M16. 17h50, 21h, 00h10
Olhão
Algarcine - Cinemas de Olhão
C.C. Ria Shopping. T. 289703332
O Rei Leão M6. 16h30 (V.P./2D), 21h30 (V.
O./2D); UglyDolls M6. 14h15 (V.P./2D);
Velocidade Furiosa: Hobbs e Shaw M12.
14h15, 16h45, 19h15, 21h45, 23h45; Histórias
Assustadoras para Contar no Escuro M16.
14h15; Ibiza M12. 16h30, 21h30,
23h30; Nada a Perder 2 M12. 19h
Portimão
Algarcine - Cinemas de Portimão
Av. Miguel Bombarda. T. 282411888
O Rei Leão M6. 13h30, 15h30 (V.P./2D);
UglyDolls M6. 13h30 (V.P./2D); Velocidade
Furiosa: Hobbs e Shaw M12. 17h15, 19h15,
21h30; Histórias Assustadoras para Contar
no Escuro M16. 19h30, 24h; Ibiza M12.
15h30, 17h45, 21h30, 24h
Cineplace - Portimão
Qta Malata, Lt 1 - C. Com. Continente.
Síndrome de Estocolmo M12. 13h20; Toy
Story 4 M3. 15h20, 17h30 (V.P./2D); O Rei
Leão M6. 13h40, 16h10, 18h40 (V.P./2D),
21h10, 23h40 (V.O./2D); UglyDolls M6. 17h
(V.P./2D); Velocidade Furiosa: Hobbs e
Shaw M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20,
00h05; Era Uma Vez em... Hollywood M16.
14h50, 18h20, 21h, 21h20, 00h10; Um
Ajuste de Contas M16. 19h40; Angry Birds
2 - O Filme M6. 12h50, 13h, 15h10, 17h20,
21h40, 23h50 (V.P./2D), 19h30 (V.
P./3D); Histórias Assustadoras para
Contar no Escuro M16. 21h50,
00h15; Nada a Perder 2 M12. 15h, 19h
TEATRO
Lisboa
Cinema São Jorge
Avenida da Liberdade, 175. T. 213103400
Mário, A História de Um Bailarino no Estado
Novo Enc. Fernando Heitor. Com Flávio Gil.
De 8/8 a 1/9. 5ª, 6ª e Dom às 19h. Sáb às 19h
e 22h. M/16.
Museu Arqueológico do Carmo
Largo do Carmo. T. 213478629
Troianas De Eurípides. Comp.: ArdeFilmes/
Teatro do Bairro. Enc. António Pires. Com
Maria Rueff, Alexandra Sargento, Sandra
Santos, Vera Moura, João Barbosa, Hugo
Mestre Amaro, Francisco Vistas e elenco Act
School. De 31/7 a 17/8. 2ª a Sáb às 21h30.
MÚSICA
Lisboa
Hot Clube de Portugal
Praça da Alegria, 48. T. 213619740
Old Mountain De 15/8 a 17/8. 5ª a Sáb às
22h30 e 24h. Apresentação de “Parallels”.
Lux Frágil
Av. Infante D. Henrique - Armazém A (Cais da
Pedra a Santa Apolónia). T. 218820890
Move D Dia 16/8 às 23h45.
SAIR
FARMÁCIAS
Lisboa / Serviço Permanente
Da Luz (Luz - Laranjeiras) - Estrada da Luz,
128-A - Tel. 217210990 Leonel Pinheiro (Entre
C.G.D. e Casa) - Rua D. Filipa de Vilhena, 9 - C -
Tel. 217970324 Lídia de Almeida (Ajuda) -
Calçada da Ajuda, 170 - Tel. 213637318
Exposul (Santa Maria dos Olivais) - Alameda
dos Oceanos, Lote 2.06.05, Loja H - Tel.
218967033
Outras Localidades / Serviço Permanente
Abrantes - Ondalux Alandroal - Santiago
Maior , Alandroalense Albufeira - Albufeira
Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena -
Ramalho Alcobaça - Campeão Alcochete -
Cavaquinha , Póvoas (Samouco) Alcoutim -
Caimoto Alenquer - Matos Coelho Aljustrel -
Pereira Almada - Tovar Chaves (Feijó)
Almeirim - Mendonça Almodôvar - Ramos
Alpiarça - Gameiro Alter do Chão - Alter ,
Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da
Gama , Castro Machado (Alvorge), Pacheco
Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria)
Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Nova
Portas de Benfica , Clabel (Ermesinde) Ansião
- Medeiros (Avelar) , Pires (Santiago da
Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista ,
Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos
Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz
Azambuja - Nova , Peralta (Alcoentre), Ferreira
Camilo (Manique do Intendente) Barrancos -
Barranquense Batalha - Ferraz , Silva
Fernandes (Golpilheira) Beja - Palma
Belmonte - Costa , Central (Caria) Benavente -
Batista Bombarral - Hipodermia Borba -
Carvalho Cortes Cadaval - Central Caldas da
Rainha - Freitas Campo Maior - Campo Maior
Cartaxo - Abílio Guerra Cascais - Alcoitão
(Alcoitão) , Aragão (Parede) Castelo Branco -
Morgado Duarte Castelo de Vide - Roque
Castro Verde - Alentejana Chamusca - S. José
, Joaquim Maria Cabeça Constância - Vila
Farma Constância , Carrasqueira (Montalvo)
Coruche - Higiene Covilhã - São Cosme Cuba
- Da Misericórdia Elvas - Europa
Entroncamento - Terra Estremoz - Godinho
Évora - Rebocho Pais Faro - Almeida , Da
Penha Ferreira do Alentejo - Singa Ferreira do
Zêzere - Graciosa , Soeiro, Moderna
(Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos
Vinhos - Campos (Aguda) , Serra Fronteira -
Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Sena Padez
(Fatela) Gavião - Mendes (Belver) , Gavião
Golegã - Salgado Grândola - Costa
Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova)
Lagoa - José Maceta Lagos - Ribeiro Lopes
Loulé - Pinto Loures - do Fanqueiro , Paula de
Campos (Portela) Lourinhã - Quintans (Foz do
Sousa) , Liberal (Reguengo Grande) Mação -
Catarino Mafra - Caré (Ericeira) , Coral
Marinha Grande - Guardiano Marvão - Roque
Pinto Mértola - Pancada Monchique - Higya
Monforte - Jardim Montemor-o-Novo -
Central Montijo - Moderna Mora - Canelas
Pais (Cabeção) , Falcão, Central (Pavia) Moura
- Ferreira da Costa Mourão - Central Nazaré -
Sousa , Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa -
Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/
Óbidos) , Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira
Odivelas - Famões , Jardim da Amoreira
Oeiras - Véritas (Paço de Arcos) Oleiros -
Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros) , Garcia
Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros)
Olhão - Nobre Sousa Ourique - Nova (Garvão)
, Ouriquense Pedrógão Grande - Baeta Rebelo
Penamacor - Melo Peniche - Higiénica
Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Matos
Fernandes Portalegre - Elvas Portel -
Misericordia Portimão - Pedra Mourinha
Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda
, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo
- Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz -
Paulitos Rio Maior - Candido Barbosa
Salvaterra de Magos - Martins Santarém -
Pereira Santiago do Cacém - Jerónimo
Sardoal - Passarinho Seixal - Bairro Novo
Serpa - Serpa Jardim Sertã - Lima da Silva ,
Farinha (Cernache do Bonjardim) Sesimbra -
de Santana (Santana) Setúbal - Santiago ,
Brasil Silves - Dias Neves , Ass. Soc. Mutuos
João de Deus Sines - Monteiro Telhada (Porto
Covo) , Central Sintra - Rodrigues Garcia
(Agualva) , Domus Massamá (Massamá),
Simões Sobral Monte Agraço - Costa Sousel -
Mendes Dordio (Cano) , Andrade Tavira -
Montepio Artistico Tavirense Tomar - Nova
Torres Novas - Lima Torres Vedras - Santa
Cruz Vendas Novas - Ribeiro Viana do
Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila
de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira -
Valentim LDA. , Simões Dias (Bom Sucesso),
Central Vila Nova da Barquinha - Tente
(Atalaia) , Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira
Vila Real de Santo António - Carmo Vila Velha
de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha Alvito -
Baronia Ansião - Moniz Nogueira Ourém -
Avenida Redondo - Alentejo
32 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
DESPORTO
Sp. Braga aproveita erro
para dominar Brondby
Formação portuguesa, com muitas alterações no “onze”, conÄrma em absoluto a vitória obtida
na primeira mão e está agora a uma eliminatória de distância da fase de grupos da Liga Europa
Sp. Braga
Palhinha 19’, André Horta 41’,
Paulinho 66’
Brondby
Bjur 85’
Estádio Municipal de Braga
Sp. Braga Matheus, Esgaio, Pablo
(Tormena, 70’), Bruno Viana, Caju
a54’, Palhinha, André Horta (Bruno
Xadas, 58’), João Novais, Wilson
Eduardo (Trincão, 67’), Paulinho,
Murilo. Treinador Sá Pinto
Brondby Schwäbe, Gammelby,
Hermannsson, Arajuuri, Jung,
Radosevic, Borkeeiet a35’, Kaiser
(Fisker, 46’), Hedlund a66’ (Bjur, 73’),
Wilczek (Erceg, 46’), Lindstrom.
Treinador Niels Frederiksen
Árbitro Aleksei Eskov (Rússia)
Positivo/Negativo
Palhinha
Pressentiu o erro do
guarda-redes do Brondby e
foi rápido a antecipar-se e
frio no remate de que
resultou o primeiro golo, a
confirmar uma qualificação
que o Sp. Braga tinha
praticamente no bolso.
André Horta
Ratificou de forma
definitiva, com um golo
espectacular, o
apuramento para o play-off.
Desempenhou papel
importante no
meio-campo, criando
espaços para a progressão
de Murilo Souza, sem
deixar de surgir com perigo
na zona de finalização.
Schwäbe
Erro imperdoável na
reposição de bola que
resultaria no primeiro golo
bracarense. O guardião
atrapalhou-se e entregou a
bola a Palhinha, que não
perdoou.
3 do tempo à equipa da casa para esta-
1
Palhinha foi o autor do primeiro golo da noite, em Braga
Crónica de jogo
Augusto Bernardino
Depois do 2-4 da primeira mão, em
Brondby, o Sp. Braga confirmou em
casa, com grande autoridade (3-1), o
apuramento para o play-off da Liga
Europa, voltando a impor-se aos
dinamarqueses com inequívocos 7-3
no conjunto das duas mãos da tercei-
ra pré-eliminatória.
Apesar da disparidade dos núme-
ros, os minhotos precisaram de um
erro para chegar ao golo que os tor-
nou verdadeiramente intocáveis,
depois de um início tremido.
Contrariando o alerta emitido na
véspera, quando pediu publicamen-
te aos jogadores para ignorarem o
importante triunfo alcançado na
Dinamarca, Ricardo Sá Pinto enca-
rou o jogo com o Brondby com uma
elevada dose de confiança, assumin-
do um risco igualmente alto, ao
apostar num “onze” com seis altera-
ções relativamente ao utilizado fren-
te ao Moreirense... provavelmente a
pensar no próximo duelo do cam-
peonato, frente ao Sporting, em
Alvalade.
Nos lugares de Diogo Viana,
Sequeira, Claudemir, Fransérgio,
Ricardo Horta e Hassan surgiram
Ricardo Esgaio, Caju, João Palhinha,
André Horta, Wilson Eduardo e Pau-
linho. E, apesar de apenas Caju se
apresentar como estreante, numa
altura em que as equipas ainda pro-
curam as indispensáveis rotinas, Sá
Pinto assumiu a sempre complicada
revolução no “onze” inicial.
Compreensivelmente, o início de
jogo não foi famoso. Pressionado, o
Sp. Braga precipitava-se, entregando
a bola ao adversário com inusitada
facilidade. Facto prontamente apro-
veitado pelo Brondby para reforçar
a estratégia delineada de tentar, rapi-
damente, operar a reviravolta na
pré-eliminatória. Na circunstância,
valeu aos minhotos o absoluto desa-
certo nórdico na finalização de um
par de lances em que o Sp. Braga
HUGO DELGADO/LUSA
comprometeu defensivamente, dan-
bilizar e começar a organizar-se de
uma forma mais serena.
Murilo Souza e João Palhinha eram
os primeiros a tentar a sorte, ensaian-
do um par de remates sem, contudo,
intimidarem os dinamarqueses. E foi
ainda na fase em que o Brondby
pressionava, em busca do golo que
abalasse a confiança do Sp. Braga,
que um erro do guarda-redes
Schwäbe deitou tudo a perder: numa
reposição de bola displicente, João
Palhinha foi lesto a aproveitar uma
oferta e a colocar os minhotos na
frente do marcador e na iminência
de garantirem a passagem ao play-
off, onde já os aguardavam os russos
do Spartak de Moscovo.
O Brondby precisava, então, de
um pequeno milagre, traduzido em
quatro golos na baliza de Matheus,
para, assim, ainda poder superar o
Sp. Braga. Mas a tarefa que se apre-
sentava praticamente impossível
ficou ainda mais irreal quando André
Horta aumentou a vantagem com
um grande golo. Agora, quatro golos
já só davam para empatar a elimina-
tória, embora o fosso cavado não
deixasse margem para ilusões.
Mais confiantes, os bracarenses
REACÇÕES assumiam em definitivo o comando
do encontro, enquanto o Brondby
“Este adversário não pára regressava para a segunda parte dis-
posto a jogar os últimos trunfos,
de correr, não desiste e embora já sem grande convicção.
acredita até final, como De resto, pouco se alterou face ao
descrédito do Brondby e ao perigo
se verificou. Contra que Paulinho e Wilson Eduardo leva-
estas equipas não vam junto da área de Schwäbe. O
podemos adormecer” internacional angolano enviou mes-
mo uma bola à barra, no recomeço
Sá Pinto da partida, deixando o aviso de que
Sp. Braga o Sp. Braga não estava na disposição
de relaxar. Tanto que a diferença não
parou de crescer, desta feita na
“Aqui parece que respiro sequência de um penálti que Wilson
Eduardo falharia, permitindo a defe-
confiança. Não entrámos sa de Schwäbe. Valeu Paulinho, na
pressionantes, mas recarga, a confirmar o terceiro golo
do Sp. Braga, que não impediu o
fomos crescendo e ponto de honra dos nórdicos, a redu-
chegámos aos golos” zirem por Bjur e a ameaçarem de
novo a dois minutos do fim, já sem
André Horta tempo para mudar a história.
Sp. Braga
augusto.bernardino@publico.pt

Steaua e Spartak Moscovo são os adversários
dos portugueses no play-off da Liga Europa
Diogo Cardoso Oliveira
O Steaua Bucareste sofreu, mas vai
ser o adversário do V. Guimarães no
play-off da Liga Europa. A equipa
romena eliminou os checos do Mladá
Boleslav, ontem, na terceira pré-eli-
minatória da prova, vencendo por
1-0, com um golo aos 90+1’.
O Steaua teve dificuldades para
desfazer o nulo (que já vinha da 1.ª
mão), mas, com a expulsão de
Krapka, aos 75’, pressionou e, não
resultando o plano colectivamente,
durante 90’, teve de resultar indivi-
dualmente, aos 90+1’. Pantiru condu-
ziu, driblou e rematou forte, dentro
da área, para um golo que valeu o
apuramento.
Já o Spartak Moscovo confirmou o
favoritismo que trazia da primeira
mão e eliminou o Thun, da Suíça.
Este desfecho implica que o Sp. Bra-
ga terá a equipa russa pela frente no
play-off.
O jogo até começou com alguma
emoção, já que o Thun entrou prati-
camente a vencer, com um grande
remate de Glarner, à entrada da área,
aos sete minutos. Esse golo colocava
os suíços a apenas um do apuramen-
to, mas o guarda-redes Faivre hipote-
cou as esperanças do Thun: largou
para a frente um remate de Schürrle
e Ponce fez o empate, seis minutos
antes de um cruzamento de Mirzov
lhe passar por baixo das mãos, para
Schürrle “encostar”.
Jota marca de bicicleta
Para os portugueses, foi uma noite
globalmente positiva. Na Turquia, o
Trabzonspor eliminou o Sparta Pra-
ga, num dos duelos de maior cartaz,
ainda que possa receber, em breve,
uma má notícia.
João Pereira agrediu um adversário
com uma cotovelada — à qual ainda
se seguiu uma investida agressiva do
português na direcção do jogador
magoado — e, por não ter havido san-
ção do árbitro, quer técnica, quer
disciplinar, o português dificilmente
escapará a um castigo da UEFA.
Em Inglaterra, Pedro Neto, portu-
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 33
CARL RECINE/REUTERS
Pedro Neto festeja o primeiro golo pelo Wolverhampton
guês recém-contratado pelo Wolver-
RESULTADOS hampton, em estreia absoluta, foi
fulcral na vitória dos ingleses por 4-0,
3.ª PRÉ-ELIMINATÓRIA frente ao Pyunik, com um golo e uma
Jogos da segunda mão assistência. Vinagre também marcou,
Kalju - Dudelange 0-1 (1-4)
Linfield - FK Niksic 3-2 (5-3) antes de Diogo Jota fazer o golo da
Dundalk - Slovan Bratislava 1-3 (1-4) noite, de bicicleta.
V. Guimarães - Ventspils 6-0 (9-0)
Saburtalo Tbilisi - Ararat 0-2 (2-3)
Rui Patrício e Rúben Neves não saí-
Atromitos - Legia Varsóvia 0-2 (0-2) ram do banco, com os “wolves” a pen-
HJK Helsínquia - Riga 2-2 (3-3) sarem já no duelo de segunda-feira
Dínamo Tbilisi - Feyenoord 1-1 (1-5)
Spartak Moscovo - Thun 2-1 (5-3) frente ao Manchester United, para a
Zrinjski Mostar - Malmö 1-0 (1-3) Liga inglesa.
Yeni Malatyaspor - Partizan 1-0 (2-3)
Suduva - Maccabi Tel Aviv 2-1 (4-2)
No que toca aos portugueses, o
Zorya - CSKA Sófia 1-0 (2-1) AEK, treinado por Miguel Cardoso,
BATE Borisov - Sarajevo 0-0 (2-1) empatou a um golo frente ao U. Craio-
Apollon - Áustria Viena 3-1 (5-2)
AIK - Sheriff Tiraspol 1-1 (3-2) va, não facilitando depois do 3-1 da
Bnei Yehuda - Neftchi Baku 2-1 (4-3) primeira mão. Esteve em campo uma
Mladá Boleslav - FCSB 0-1 (0-1)
Shakhtyor Soligorsk - Torino 1-1 (1-6)
autêntica armada portuguesa, com
The New Saints - Ludogorets 0-4 (0-9) Hélder Lopes, Francisco Geraldes,
Trabzonspor - Sparta Praga 2-1 (4-3) Paulinho, André Simões, Nélson Oli-
Hapoel Be’eer Sheva - Norrkoping 3-1 (4-2)
Viktoria Plzen - Antuérpia 2-1 (2-2) veira e David Simão.
Valletta - Astana 0-4 (1-9) Em Israel, o Hapoel Be’er Sheva,
AEK Atenas - U. Craiova 1-1 (3-1)
PSV Eindhoven - Haugesund 0-0 (1-0)
sem Miguel Vítor, lesionado, conse-
AZ - Mariupol 4-0 (4-0) guiu o apuramento fruto de um golo
Estrasburgo - Lokomotiv Plovdiv 1-0 (2-0) decisivo de um jogador chamado Has-
Eintracht Frankfurt - Vaduz 1-0 (6-0)
Gent - AEK Larnaca 3-0 (4-1) selbaink. Trata-se do sobrinho do
Aris Salónica - Molde 3-1 (3-4) mítico Jimmy-Floyd Hasselbaink, que
Sp. Braga - Brondby 3-1 (7-3)
Aberdeen - HNK Rijeka 0-2 (0-4)
passou pela Liga portuguesa e pela
Wolverhampton - Pyunik 4-0 (8-0) Premier League.
Rangers - Midtjylland 3-1 (7-3)
Espanyol - Luzern 3-0 (6-0)
diogo.oliveira@publico.pt
34 • Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
DESPORTO
Jogos com História
Final da Taça do Rei 1991-92:
o português de Madrid
Futebol internacional
Luís Francisco
Aproxima-se a aguardada
estreia de João Félix em
jogos oficiais pelo Atlético,
mas antes houve outro
português em alta no clube
Em Maio de 1987, em Viena, Paulo
Futre estava a fintar meia equipa do
Bayern de Munique na final da Taça
dos Campeões Europeus. Três
meses depois estreava-se em jogos
oficiais com a camisola do Atlético
de Madrid, a 30 de Agosto, na pri-
meira jornada da Liga espanhola.
Protagonista da segunda maior
transferência da história do futebol
à altura (um pouco mais de três
milhões de euros, na moeda actual),
o jovem esquerdino depressa con-
quistou o coração dos adeptos “col-
choneros”.
A época começou com um triunfo
em casa frente ao Sabadell, por 1-0,
e Futre foi substituído aos 68 minu-
tos. Na semana seguinte, primeiro
golo, na baliza do Maiorca, num
jogo que termina empatado (1-1). O
português volta a sair cedo, desta
vez aos 60’, logo depois de decidir
a partida. A partir daí tornou-se titu-
lar indiscutível — e insubstituível:
termina a época como o jogador
mais utilizado pelo Atlético de
Madrid, com 38 jogos, 3076 minu-
tos, nove golos apontados.
Logo na temporada de estreia, os
sinais de que o Atlético estava a afiar
os dentes ficaram bem evidentes: à
quinta jornada, triunfo por 2-1 sobre
o Barcelona no Camp Nou; na 10.ª
ronda, humilhação do eterno rival
Real Madrid no Santiago Bernabéu,
com um histórico 4-0 e mais um
remate certeiro do genial número
10 nado e criado no Montijo. O Atlé-
tico termina a temporada na segun-
da posição, atrás do Barcelona, mas,
em poucos meses, a Espanha do
futebol habituava-se a admirar, ou
a temer, o talento do português que
ajudara a desbaratar as hostes ger-
mânicas na épica final europeia de
1987 conquistada pelo FC Porto.
Mais dez golos em 1988-89, outros
cinco na temporada seguinte, qua-
tro em 1990-91, o ano da primeira
conquista colectiva em Madrid.
Futre já é capitão de equipa e cabe-
lhe erguer o troféu depois da vitória
Paulo Futre foi um dos melhores jogadores estrangeiro da história do Atlético
na final da Taça do Rei sobe o Maior-
ca, por 1-0. O Atlético aquecia os
motores para o que aí vinha. E o que
aí vinha ficou na história.
Cumprimento em português
Final da Taça do Rei 1991-92. Palco:
Estádio Santiago Bernabéu, metade
pintada de branco, a outra metade
de vermelho, branco e azul. Em
Espanha não há um estádio nacio-
nal e a final roda pelos grandes
recintos do país. Por capricho, nes-
se ano joga-se em Madrid e a partida
decisiva coloca frente a frente os
dois grandes emblemas da capital.
De um lado, está o Real de Buyo,
Chendo, Michel, Hierro, Luis Enri-
que, Hagi e Butragueño; do outro,
o Atlético de Miquel Soler, Manolo,
Donato, Schuster e Futre. Nos ban-
cos, respectivamente, Leo Bee-
nhakker e Luis Aragonés.
Antes do jogo, reza a lenda, Ara-
gonés fez a sua habitual prelecção,
frisando os aspectos tácticos mais
relevantes, mas guardou um desa-
bafo para o final: “Perceberam isto
tudo? Sim? Pois isto não vale nada.
O importante é que vocês são os
melhores e eu estou farto (tradução
que lamentavelmente pouca justiça
faz ao original “estoy hasta los hue-
vos”) de perder com estes tipos, de
perder neste campo.” Inspirados ou
não pela chama do técnico, os joga-
dores do Atlético entraram em cam-
po com tudo e ganharam. Futre fez
uma exibição memorável.
Logo aos 7’, o alemão Bernd
Schuster cobrou de forma exemplar
um livre directo para o 1-0 e, antes
da meia hora, Paulo Futre assumiu
uma diagonal do centro para a
esquerda, recebeu um passe perto
da quina da área e, sem se intimidar
com a pressão de um defensor, pro-
grediu dois ou três passos e desferiu
um “canhotaço” ao ângulo superior
da baliza do Real. O Atlético conquis-
tou a Taça pelo segundo ano conse-
cutivo.
“Um dos melhores golos da minha
carreira”, garante Futre no seu livro
El Portugués. No ano seguinte, já
com a camisola do Benfica, fez um
muito parecido ao Boavista, na final
da Taça de Portugal que os “encar-
nados” venceram por 5-2. Um foga-
cho de euforia, antes do célebre
DR
“Verão Quente” na Luz, que termi-
nou com as saídas de Paulo Sousa e
Pacheco para o Sporting e a incrível
novela em torno de João Pinto. Mas
isso são outras histórias…
Futre, que lembra ainda o “gran-
de ‘túnel’ sobre Chendo” como
outro dos destaques dessa partida
do Bernabéu, voltou a subir à tribu-
na para receber a taça das mãos do
Rei de Espanha, Juan Carlos. Leia-se
novamente El Portugués: “O Rei dis-
se-me algo que jamais hei-de esque-
cer: ‘Fizeste um grande jogo e quero
que saibas que fico muito honrado
por entregar esta taça a um portu-
guês.’ E falou em português correc-
to, consequência de ter vivido mui-
tos anos no nosso país.”
Quase três décadas depois, a dis-
tância entre Madrid e Lisboa é ainda
menor e muitos portugueses bons
de bola já por lá deixaram a sua mar-
ca. Ficamos agora à espera para ver
como os espanhóis vão aprender a
pronunciar o nome “João Félix”.
Jogos com História
é uma rubrica publicada
de 15 em 15 em dias
Breves
Basquetebol
Lesão de Cousins
fere ataque dos
LA Lakers ao título
DeMarcus Cousins, jogador
all-star contratado pelos LA
Lakers, da NBA, vai parar, em
teoria, entre seis e nove
meses. O poste, contratado
por uma temporada, sofreu
uma ruptura nos ligamentos
cruzados do joelho, num
treino da equipa, em Las
Vegas, e, estima a imprensa
norte-americana, deverá
parar, no mínimo, durante
meio ano. Ainda assim, a
reincidência de Cousins neste
tipo de lesão e o próprio peso
do jogador podem fazer a
recuperação chegar aos nove
ou até mesmo 12 meses. Os
Lakers sofrem, assim, um duro
revés na candidatura ao título,
num ano em que reformularam
a equipa com vista à conquista
do “anel”.
Xadrez
Levon Aronian
conquistou o torneio
de Saint Louis
Levon Aronian venceu a 4.ª
etapa do Grand Chess Tour,
que se realizou em Saint Louis,
EUA, numa prova cujo triunfo
foi disputado até à última
ronda. O arménio foi, porém, o
jogador mais regular, tendo-se
mantido no comando da prova
ao longo das 27 jornadas, e,
apesar de algum nervosismo
nas rondas finais, conseguiu
manter a vantagem mínima
sobre o trio de perseguidores.
Os chineses Yu Yangyi
e Ding Liren, juntamente
com a francês Maxime
Vachier-Lagrave, terminaram
todos com 21,5 pontos, sendo
a segunda e terceira posições
atribuídas, pelo sistema de
desempate em vigor, aos dois
asiáticos. Na sexta posição,
ficou o campeão mundial
Magnus Carlsen, com 17
pontos de 36 possíveis.

Um internacional no futsal
ao dispor de Nuno Espírito
Santo no Wolverhampton
Futebol
Diogo Cardoso Oliveira
Max Kilman estreou-se
ontem pelos “Wolves”, mas
não esconde o desejo de
continuar a representar
o país dentro da quadra
É sabido que o Wolverhampton não
joga na Liga inglesa com recurso alar-
gado ao talento local e que o plantel
tem, sobretudo, valências vindas do
Sul da Europa. Mas e se lhe disserem
que há um jogador com 25 interna-
cionalizações por Inglaterra, Æca
impressionado? Talvez não seja moti-
vo para tanto.
Max Kilman é um jovem defesa que
ontem se estreou na equipa de Nuno
Espírito Santo, depois de um ano nos
sub-23. Curioso é o facto de este joga-
dor, de 22 anos, já contar no currícu-
lo com mais de dua dezenas de jogos
pela selecção inglesa... de futsal. Ape-
sar de a equipa britânica não ter a
maior das tradições na modalidade
(no ranking, surge atrás de países
como Vietname ou Ilhas Salomão), 25
jogos pela equipa nacional inglesa é
um cartão-de-visita respeitável.
No plantel dos “wolves”, John
Ruddy, guarda-redes habitualmente
suplente de Rui Patrício, soma um jogo
por Inglaterra. Essa internacionaliza-
ção permite-lhe ser o mais experiente
em matéria de selecção inglesa de
futebol. Apesar de noutra variante do
futebol, Max Kilman é o único a fazer
sombra a Ruddy. E, a título de curiosi-
dade, é o quinto jogador do plantel de
Nuno Espírito Santo com mais jogos
internacionais. É batido por Rui Patrí-
cio, João Moutinho, Saiss e Jiménez.
Do V escalão para a Premier
Kilman ainda será, para o adepto
comum de futebol, um perfeito des-
conhecido. No ano passado, em cima
do fecho do mercado, trocou o Mai-
denhead United, da National League
(quinto escalão inglês) pelos “wolves”.
Progresso considerável — e surpreen-
dente —, quase tanto como surpreen-
de a intenção deste jovem de conti-
nuar a conciliar as duas modalidades,
algo que fazia no anterior clube.
“Vou tentar organizar-me de forma
a ainda poder jogar por Inglaterra
[futsal], mas é difícil e não estou segu-
ro de que aconteça”, disse, ao The
Guardian, em 2018.
Público • Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019 • 35
Max Kilman, ontem, no jogo de estreia na Liga Europa
O futsal ajuda
no futebol. É muito
rápido e a área
muito menor.
Isso deixa-me
mais conÄante”
Max Kilman
Central do Wolverhampton
A leve crença de Kilman parece não
passar de uma utopia, quanto mais
não seja pelas restrições impostas aos
atletas de topo, mas o jogador garan-
te que vai Æcar desapontado se tiver
de abdicar de algo: “Claro que Æcarei
chateado se isso [desistir do futsal]
acontecer, mas é um risco que tenho
de correr para me tornar futebolista
proÆssional”.
O plano de Kilman diÆcilmente
coincidirá com a ideia do Wolver-
hampton, até porque o jogador, já no
Maidenhead, tem um historial de fal-
tas a jogos pela diÆculdade de conci-
liar futsal e futebol. Na escolha, Kil-
man deverá pender para o lado do
futebol, sobretudo porque viver do
futsal, em Inglaterra, não será fácil.
“É estranho, porque o futsal é mui-
to mais excitante do que o futebol. No
futsal, cada equipa cria, no mínimo,
cerca de 30 oportunidades de golo
por jogo. No futebol, podemos ver
apenas um remate à baliza numa par-
te inteira. Mas o facto é que, aqui, só
DESPORTO
À volta
CARL RECINE/REUTERS
da praia SÉRIE ESPECIAL VERÃO
SÁBADO
Mega Fundeira:
vemos resumos de futebol e nunca esta praia não
vemos de futsal”, resumiu. é para todos
O caso de Ricardinho
A história de Max Kilman tem, em
Portugal, um paralelismo. Quando
jogava no BenÆca, o melhor jogador
do mundo de futsal chegou a ser con-
vidado para integrar os trabalhos da
equipa principal de futebol dos
“encarnados”. O próprio assumiu-o,
em 2017: “O Fernando Santos convi-
dou-me para fazer a pré-época. Isso
disparou de tal maneira que se tornou
impossível, pois eles queriam escon-
der o assunto, que acabou por saltar
cá para fora. Foi um momento em Do Minho ao Algarve, à beira-mar ou à beira-rio,
que pensei nisso [ser futebolista], mas memórias de gente que vive a praia e de praias
o futsal acabou por sair por cima”. sem gente. À volta, um petisco para provar, um
Para Ricardinho, não passou de um segredo para descobrir, um roteiro para cumprir.
sonho por concretizar, mas, para Max Até Setembro, andamos à volta da praia.
Kilman, a quimera é bem real. Até por- publico.pt/a-volta-da-praia
que o britânico sabe como usar, no
futebol, a experiência do futsal. “O
futsal ajuda muito no futebol. Todos
pensam que é tudo em torno de con-
trolar melhor a bola, mas é, sobretudo,
uma questão de estarmos mais atentos
e tomarmos melhores decisões. O
futsal é muito rápido e a área é muito
menor. Por isso, quando regressava ao
futebol, estava mais conÆante”.
A carreira do central no futsal está
em “banho-maria”, mas, no futebol,
está num fase vital, depois de ontem
se ter estreado e logo na Liga Europa,
diante do Pyunik. E se alguma vez
chegar a internacional inglês, no fute-
bol, Max Kilman terá alcançado um
dos mais bizarros feitos do desporto
britânico.
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diogo.oliveira@publico.pt
Sexta-feira, 16 de Agosto de 2019
BARTOON LUÍS AFONSO
CONSOANTE MUDA
O medo, combustível da política
Rui Tavares
P
or que raio escreve um tipo
crónicas sobre memória,
medo e imaginação, em vez
de falar daquilo de que toda a
gente está a falar — a greve nos
combustíveis? Peço
indulgência: talvez esta seja uma
maneira de falar do mesmo falando
de outra coisa. Já me explicarei.
É mais fácil apresentar o
argumento de que o medo faz parte
da política do que defender, como
Æz na última crónica desta série,
que a memória é a base da política.
Toda a gente sabe que o medo é
uma das ferramentas mais
poderosas da política, porque o
medo tende a ser monopolista;
quando temos medo, não
conseguimos pensar em mais nada,
e os políticos sem escrúpulos
abusam dessa possibilidade para
manipular os eleitores. Mas o medo,
apesar de elementar, é uma
derivação da memória, porque
se associa à rejeição de uma
memória negativa. E o medo
relaciona-se com a memória de
Esta informação não dispensa a
consulta da lista oficial de prémios
formas bastante imprevisíveis.
Vejamos um exemplo corrente.
Em discussões recentes sobre o
“Brexit” ou a saída do euro é normal
sermos enganados pela nossa
reconstituição da memória que nos
apresenta a nós mesmos como
capazes do maior heroísmo em
situação de crise. A resposta
comum de muitos articulistas e
políticos britânicos aos avisos sobre
a saída da UE — como em Portugal,
quando se falava disso, com a saída
do euro — é a de que “sobrevivemos
à guerra e ganhámos”.
Quem ouvir este tipo de discurso
poderia pensar que há na sociedade
atual uma enorme predisposição
para a bravura e o sacrifício. Mas
hoje desejam-se as maiores rupturas
e disrupções apenas e só no
convencimento de que elas não
terão quaisquer consequências na
vida prática. No Reino Unido,
aqueles que mais defendem a saída
sem acordo são os que mais alegam
que nada de monta acontecerá com
essa saída. Porquê? Talvez porque à
medida que as gerações que
viveram os reais sacrifícios da
guerra vão desaparecendo, elas são
substituídas por aqueles que
viveram apenas os tempos do
milagre económico do pós-guerra e
se auto-atribuem o heroísmo de
uma guerra que já não viveram.
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Ora, quando falamos da política
do medo, falamos, em geral, como se
ela se limitasse aos grandes temores
reais, exagerados ou imaginários.
Mas a política do medo vai a
domínios muito mais prosaicos do
que esses.
Vimo-la esta semana em Portugal
com as diÆculdades, devidas a greve,
no abastecimento de combustível em
período de férias. Os portugueses,
que não são assim tão diferentes dos
outros europeus, entraram
rapidamente em modo de
sobressalto, e os políticos
aproveitaram a ocasião para
declararem uma situação de
segurança nacional que mereceria
medidas excecionais. Os media,
naturalmente, deram cobertura
permanente à situação.
Não é necessário entrar no mérito
das reivindicações laborais dos
motoristas de matérias perigosas para
notar que uma greve num setor
dominado por atores privados deve
ser entendida como uma situação
normal de conÇito e negociação
social. Admitir esta normalidade da
greve não implica achar que o
Governo não possa estabelecer
limites para o seu exercício que não
ponham em causa o direito
fundamental à greve mas que o
equilibrem com outros interesses
legítimos e/ou prioritários em causa.
5 7 7 2 3 1.º Prémio
50.000€
Entre esses dois pressupostos esta
situação não deveria ter nada de
excecional.
O que se passa é que, ao
contrário da bravura com que nos
imaginamos, a verdade é que nos
encontramos inteiramente
indisponíveis para qualquer
disrupção nos nossos ritmos e
rotinas quotidianas e sazonais,
particularmente em período de
férias. Nem precisa de ser o medo,
basta a rejeição do desconforto.
Essa nossa indisponibilidade tem
razões compreensíveis. Mas dá aos
políticos um poder enorme que
nos deveria preocupar. A verdade é
que os políticos estão a seguir os
nossos sinais quando percebem
que fazer uma encenação da
situação de emergência,
prometendo medidas de exceção
que podem ir até ao completo
esvaziar da greve, é do seu mais
imediato interesse eleitoral — ainda
por cima com legislativas já à porta.
Se não o Æzessem, seriam acusados
de ser coniventes com o caos e de
não terem em conta os interesses
do comum dos cidadãos.
(Faço um parêntesis para puxar a
brasa à sardinha da minha família
política e lembrar que à esquerda,
quando está em maioria, seria
sempre salutar perguntar-se que
diríamos se fosse a direita que
Uma oferta
disponível até 15 de Setembro
estivesse no poder a puxar pelos
instrumentos da requisição civil e
dos serviços mínimos sob uma
interpretação que mais parece ser a
da disrupção mínima que esvazia
quase inteiramente uma greve da
sua eÆcácia. Estas coisas pagam-se
sempre mais tarde.)
Ao terminar esta crónica, saí da
minha aldeia para Lisboa e passei ao
lado do lugar, perto de Aveiras,
onde se fazem os diretos sobre a
greve. Sob o sol inclemente de uma
tarde ribatejana, câmaras de
televisão agrupam-se num pequeno
montículo, dirigidas para os
porta-vozes dos trabalhadores,
enquanto uma vintena de guardas-
-republicanos guardam a estrada.
Visto àquela distância, parecia uma
pequeníssima bolha. Mas é dentro
dela que temos vivido nos últimos
dias, e a verdade é que há vários
interessado em mantê-la.
Politicamente, é bem mais
confortável para o Governo
aparecer durante o Verão com ar
decidido a declarar uma
emergência e a mediar negociações
do que ter os jornalistas a correr de
incêndio em incêndio. E assim
chegamos ao tema que nos ocupará
depois da memória e do medo: a
narrativa.
Historiador, fundador do Livre
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