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E S T A D O

-> “É o contingente humano a viver sob alguma forma de regramento, dentro de certa área

territorial”.

-> O Estado possui personalidade jurídica originária, dele emanam as normas de DI e da SI, da

manifestação de sua vontade nascem os demais sujeitos de DI.

CONCEITO:

“O Estado é uma coletividade humana, situada em um espaço determinado, dotado de

sistema de governo, da personalidade jurídica internacional e da soberania”.

“Estado é o agrupamento de indivíduos, estabelecidos ou fixados em um território

determinado e submetidos à autoridade de um poder público soberano, que lhe dá autoridade

orgânica”.

E l e m e n t o s d o E s t a d o:

-> um espaço - BASE TERRITORIAL (aéreo, marítimo e terrestre);

-> POPULAÇÃO PERMANENTE - comunidade humana (nacionais e estrangeiros residentes no

território nacional);

-> um aparelho de Estado ou um sistema de GOVERNO;

-> PERSONALIDADE LEGAL INTERNACIONAL – o Estado é capaz de exercer seus direitos e

assumir obrigações exigidas pelo DI;

-> SOBERANIA ou INDEPENDÊNCIA.

1. POPULAÇÃO PERMANENTE: elemento pessoal

“É o conjunto de pessoas (nacionais e estrangeiros) instaladas em caráter permanente

sobre o seu território”.

A população é a base pessoal do Estado. Ela deve ser permanente, o que não impede os

fenômenos migratórios(turismo, viagens de negócios, etc.)

JURISDIÇÃO TERRITORIAL – sobre os estrangeiros residentes, o Estado exerce inúmeras

competências inerentes à sua jurisdição territorial.

JURISDIÇÃO PESSOAL – sobre seus súditos (nacionais no exterior), fundada no vínculo de

nacionalidade e, independente do território onde se encontram.


2. TERRITÓRIO: elemento espacial

“Área sobre a qual o Estado exerce a soberania - JURISDIÇÃO ESTATAL GERAL E

EXCLUSIVA”

 o território é definido como o Espaço onde o Estado exerce efetivamente o poder exclusivo

para o cumprimento de seus objetivos. É a base física, espacial onde ocorrem os fatos e se

movimentam os atores internacionais.

 Todo o Estado deve possuir um território, mas não se requer absoluta certeza sobre as

fronteiras do Estado, já que muitos mantêm disputas fronteiriças com seus vizinhos há muito

tempo.

 É uno, para efeitos didáticos dividem-se em: aéreo, marítimo e terrestre. O conceito do

território é definido por áreas geográficas separadas por fronteiras. Esse território inclui até 12

milhas náuticas do mar territorial, inclui o espaço aéreo sobre a terra, sendo que atualmente não há

acordo internacional sobre o seu exato limite. Inclui ainda, o espaço subterrâneo, que teoricamente

vai até o centro do globo terrestre.

3. GOVERNO: efetivo controle

“O governo é a manifestação do poder político do qual emana a soberania”

-> Uma vez que não é pessoa física, mas pessoa jurídica, este necessita de um órgão que o

represente. Esse órgão é chamado no DI de GOVERNO.

GOVERNO:

-> Ordem pública que coordena o funcionamento do Estado. É a manifestação do poder

político do qual emana a soberania.

-> O poder via governo, é expressão dinâmica de ordem pública, coordenando o funcionamento

do Estado.

-> O governo deve ser capaz de manter o controle efetivo do seu território e de se

encarregar das relações internacionais com os outros Estados, sob pena de não ser soberano e

independente.

4. SOBERANIA: capacidade de manter relações com outros Estados.

“Poder incontrastável, sobre o qual não se reconhece outro maior que possa definir sua

competência. Legitima o monopólio exclusivo do uso da força”.


-> O Estado é soberano porque não pode subordinar-se a ninguém, razão porque pode manter

contatos com outros atores, da mesma forma que pode decidir, dentro de suas fronteiras sobre

seu próprio destino.

-> a soberania nasceu para consolidar a existência do Estado independente, sendo que o

conceito de soberania absoluta do Estado alterou-se com o decorrer do tempo, significando

independência e a subordinação apenas ao DI.

CLASSIFICAÇÃO DOS ESTADOS:

Os Estados podem ser classificados quanto a sua estrutura em: Estados Simples (Unitários)

e Estados Compostos (Complexos).

1) ESTADOS SIMPLES OU UNITÁRIOS:

Os Estados simples são para o DI os plenamente soberanos em relação aos negócios

externos e sem divisão de autonomias no tocante aos internos. Representa um todo homogêneo e

indivisível. Trata-se da forma mais comum de Estado, sendo o tipo existente na maioria dos

Estados latino-americanos.

No verdadeiro Estado Simples, todas as frações se encontram em pé de igualdade, isto é,

sem a existência de colônias e protetorados. Os Estados simples, mas nos quais parte deles se

achavam sujeitos a um regime especial, terminaram com as Nações Unidas e a outorga da

independência aos territórios sem governo próprio.

2) ESTADOS COMPOSTOS OU COMPLEXOS:

Os Estados Compostos apresentam uma estrutura complexa e a centralização de poder não é

integral. Estes podem ser divididos em Estados Compostos por Coordenação e Compostos por

Subordinação.

2.1) Estados Compostos por Coordenação:

São os Estados que tem um órgão central coordenando a União. Hoje o tipo mais perfeito é a

FEDERAÇÃO ou ESTADO FEDERAL, onde os Estados abrem mão de sua soberania em favor da

União e, por isso, só ela celebra tratados, declara a guerra e mantém relações diplomática entre os

demais atores.
São compostos por coordenação: o Estado Federal, a Confederação de Estados e as Uniões de

Estados (Real ou Pessoal).

2.1.1 ESTADO FEDERAL:

“Estado federal é aquele formado pela união de vários Estados preexistentes, que

perdem a soberania em favor de um organismo central, que denominamos União Federal ou

Governo Federal e, assim, aparece perante o DI como um Estado Simples, plenamente

soberano”.

No DI a personalidade é da União, sendo ela quem possui o direito de convenção, legação, ou

seja, possuem a responsabilidade de representar o grupo nas relações internacionais, assegurando

a sua defesa externa, tendo inclusive plena responsabilidade no plano internacional.

Estados Federados: unidades agregadas ao Estado Federal, possuem autonomia e não

soberania, portanto, não têm personalidade jurídica internacional. Algumas constituições

estabelecem como competência provincial negociações exteriores, o que se traduz como um efeito

aparente, pois quem responde pela província é a União Federal. Ex: Brasil (desde a CF de

24/02/1891), EUA (a partir de 1789), Argentina (desde 1860); República Federal Alemã(desde

1949); México (desde 1875); Venezuela (desde 1893) .

2.1.2 CONFEDERAÇÃO DE ESTADOS

Entende-se como um agrupamento de Estados com a finalidade de assegurar a sua defesa

comum. O órgão central da confederação denomina-se dieta e as suas deliberações são tomadas

por unanimidade ou maioria qualificada. A “dieta” é uma conferência de agentes diplomáticos onde

os representantes junto a ela votam conforme as instruções recebidas e as suas deliberações são

ratificadas pelos Estados membros.

Os Estados que compõem a Confederação conservam a sua soberania e a sua

personalidade internacional. As confederações praticamente desapareceram nos dias de hoje, uma

vez que elas tendem a se transformar em estado Federal. Como exemplos históricos, temos a

Confederação Americana de 1781 a 1789, a Confederação Germânica de 1815 a 1866, dentre

outros.

2.2.3 UNIÃO DE ESTADOS


A União de Estados se manifestava em razão de um incidente sucessório ou quando os

Estados faziam a opção pela condução do Estado por determinado monarca; assim, dois

Estados eram conduzidos pelo mesmo soberano, ocorrendo a União de Estados monárquicos. Podem

ocorrer de duas formas: união pessoal ou união real.

2.2.3.1 União Pessoal – era resultante de um acaso nas leis de sucessão onde o monarca

de um Estado, em virtude de um fato acidental, tornava-se soberano de outro Estado.

Neste caso a soberania de dois Estados permanecia intacta e em conseqüência as suas

relações internacionais eram distintas, possuindo em comum apenas o Chefe de Estado. Como

exemplos: Espanha e Alemanha (1519- 1556), Inglaterra e Hânover (1714- 1837) e Bélgica e Congo

(1885-1908).

2.2.3.2 União Real – verificam-se pontos distintos da anterior, face à identidade do Chefe

de Estado que é desejada e não resulta de fato acidental ocasionado pelas leis de sucessão. É

institucionalizada no sentido de que diversos órgãos (Ministério da Guerra, Fazenda, Exterior)

são comuns e em conseqüência a personalidade internacional é própria da União Real .

Exemplos: Suécia e Noruega (1815-1905) e Áustria e Hungria ( 1867-1918).

A União de Estados encontra-se inteiramente em desuso, em virtude do abandono da

concepção patrimonial da soberania, que fazia os monarcas deixar em sucessão o Estado, como

propriedade particular.

2.2 Estados Compostos por Subordinação

São aqueles que têm vínculo de dependência em relação às partes que o compõem. São

exemplos: os Estados Vassalos, o protetorado internacional, os Estados Clientes, os Estados

Satélites e os Estados exíguos.

2.2.1 Estados Vassalos – desvestidos de personalidade jurídica internacional e de

competência para a livre negociação no plano exterior, desta não participavam ou o faziam pela voz

da potência colonial. Na melhor das hipóteses, faziam-no na própria voz da potência colonial, mas

com o expresso e particularizado endosso da metrópole. Como características apresentavam:

pagamento de um tributo financeiro; auxílio militar; cumprimentos de tratados concluídos pelo

suserano; o vassalo não atuava na vida internacional. Exemplos; Romênia (1856-1878) e Bulgária

(1878-1908), no âmbito do Império Otomano.


2.2.2 Protetorado – é uma versão mais moderna do Estado Vassalo em que um Estado, em

virtude de um tratado, entrega a administração de certos direitos a um ou vários Estados mais

fortes e poderosos com a obrigação desse determinado Estado protetor de oferecer sua proteção

ao Estado protegido, recebendo, em contrapartida, a faculdade de dirigir, completa ou

parcialmente, a gestão das relações internacionais do segundo e, em alguns casos, mesmo sua

política externa. Em decorrência dessa proteção, o Estado protetor tem o direito de exigir total ou

parcialmente as suas relações internacionais, se o Estado protegido possui personalidade jurídica

internacional. Atualmente não existem mais Estados protegidos. Exemplos: Tunísia e Marrocos

pela França e o caso mais recente foi o Sultanato de Brunei, protegido pela Grã Bretanha, de 1888

a 1983.

2.2.3 Estados Clientes – surgiram no início do séc. XX coma política norte-americana de

Roosevelt, onde os Estados apenas confiavam a outro Estado a defesa de determinados negócios ou

interesses, mantendo intacta a sua personalidade internacional e juridicamente sua soberania era

plena. Entretanto, os Estados não possuíam de fato completa liberdade para traçar os rumos de sua

política externa, nem muitas vezes interna. Tal prática foi muito comum nos países da América

Central que entregavam aos EUA a administração de sua alfândega, do seu exército, etc. Exemplos:

Panamá (1904), República Dominicana (1907), Haiti (1915).

2.2.4 Estados Satélites – apresentavam situação semelhante aos Estados Clientes, só que

eram politicamente subordinados a antiga URSS. Exemplos: Polônia, Bulgária, Romênia e Hungria.

2.2.5 Estados Exíguos ou Micro-Estados - não se nega, em princípio, que eles sejam

soberanos. Todos dispõem de um território mais ou menos exíguo (Andorra: 467 Km 2 –

singularíssimo co-principado não hereditário: seus regentes são o presidente da França e o bispo da

diocese espanhola de Urgel: Liechtenstein: 160 Km 2- regido pela família de igual nome; São

Marinho: 61 Km2 – território italiano; Nauru; 21 Km 2 – Ilha da Oceania; Mônaco: menos de 2 Km 2-

sob a dinastia da família Grimaldi) e de uma população sempre inferior a quarenta mil pessoas. Suas

instituições políticas são estáveis e seus regimes corretamente estruturados, ainda que vez por

outra originais.

Em razão da sua hipossuficiência que lhes acarreta a exigüidade de sua dimensão territorial e

demográfica, partes expressivas de sua competência são confiadas a outrem, normalmente a um


Estado vizinho, como a França, no caso de Mônaco, a Itália, no caso de São Marinho, a Suíça, no

caso de Liechtenstein.

Diversos micro-Estados não emitem moeda própria; mas a mais expressiva, entretanto,

dentre as competências não exercidas diretamente pelos micro-Estados é a que diz respeito à

defesa nacional, transferidas a Estado vizinho, mantendo laços de colaboração, em geral

resultantes de tratados bilaterais.

SANTA-SÉ:

Tem personalidade internacional desde os acordos de Latrão, firmados em 11/02/1929 com a

Itália, que lhe reconhecem também, além da personalidade internacional, a soberania.

É formada pela Cúria Romana e pelo Papa. A Cúria Romana é o órgão que reúne: o Poder

Judiciário, do Vaticano; as diversas congregações, que auxiliam o Pontífice em sua missão

evangelizadora; e as diversas secretarias, que executam o trabalho administrativo. Salienta-se que

a Guarda Suíça é quem é responsável pela segurança da Santa Sé.

Entre a Santa-Sé e o Vaticano existe uma relação do tipo Estado-governo, no entanto, a

Santa-Sé dispõe de um estatuto não territorial, considerado mais importante do que o do Vaticano,

que por sua vez não tem personalidade internacional.


RECONHECIMENTO DO ESTADO (RE)

Reconhecimento é o ato jurídico mediante o qual Estados já existentes declaram que

uma entidade postulante a membro da ordem internacional, na qualidade de Estado, passa a

ser considerada como tal.

-> O novo Estado formula pedido aos demais, para que o reconheçam, mediante a entrega de

uma notificação formal. Classifica-se como:

a) Unilateral: porque sua validade e os efeitos jurídicos que produz dependem da

manifestação de vontade de um único Estado.

b )Discricionário: porque a oportunidade e a conveniência do reconhecimento são matéria que

dizem respeito exclusivamente ao Estado que o faz, não existindo obrigatoriedade da manifestação

em espaço de tempo delimitado, após o pedido. Além disso, considera-se que a discricionariedade

do reconhecimento decorre da soberania dos Estados.

c) Incondicional: porque a condição é elemento estranho ao reconhecimento. O não

cumprimento de determinada condição não invalidaria o reconhecimento, e sim implicaria

responsabilidade internacional do Estado.

d) Irrevogável: porque apesar de unilateral, não pode o reconhecimento ser

discricionariamente retirado pelo Estado que o praticou.

Requisitos que deve um Estado preencher para ser reconhecido como Estado pelo Direito

Internacional:

a) o governo deve ser independente do outro governo estrangeiro, devendo ser dotado de

completa autonomia na condução de seus negócios exteriores;

b) o governo deve exercer efetiva autoridade sobre sua população e o território;

c) o governo deve estar apto a cumprir suas obrigações internacionais; e

d) o interessado deve possuir um território delimitado (embora as fronteiras exatas possam não

estar, ainda, perfeitamente definidas).

e) nega-se o reconhecimento tanto a Estados que não preenchem os requisitos exigidos pelo DI

quanto a Estados que violam o jus cogens.

f) Em princípio, o reconhecimento é perpétuo, não podendo ser retirado, no entanto, se um Estado

passar a depender do outro, caducará o reconhecimento.

Requisitos para um governo ser reconhecido


a) efetividade, entendida como a efetiva detenção dos meios de controle da Administração, e

reconhecimento da população, sem oposição armada;

b) cumprimento das obrigações internacionais;

c) surgimento do novo governo segundo as regras de DI, ou seja, sem a intervenção de potência

estrangeira; e

d) adoção de prática democrática, incluindo eleições livres.

Efeitos jurídicos e políticos do reconhecimento

a) estabelecimento de relações diplomáticas (considerado o mais importante);

b) imunidade de jurisdição, isto é, garantias de que o governo não será submetido a julgamento por

Tribunal de outro Estado;

c) capacidade para postular em juízo perante tribunal estrangeiro; e

d) reconhecimento da validade das leis e dos atos governamentais.

Direitos fundamentais dos Estados

Segundo um projeto de declaração elaborado pela Comissão de DI da ONU em 1949, os

direitos fundamentais dos Estados são: a) à independência; b) ao exercício de sua jurisdição no

território nacional; c) à igualdade jurídica com os demais Estados; e d) à legítima defesa.

Além desses, considera-se que todos os Estados têm, também, o direito ao

desenvolvimento cultural, político e econômico e o direito à inviolabilidade de território.

Deveres principais dos Estados perante a comunidade internacional

a) respeitar os direitos dos demais Estados; b) cumprir os tratados; c) não-intervenção; d) não

utilizar a força, exceto em legítima defesa; e) não permitir que em seu território se prepare

revolta ou guerra civil contra outro Estado; f) respeitar os direitos do Homem; g) evitar que em

seu território sejam praticados atos contrários à paz ou à ordem internacionais; h) resolver os

litígios em que estiver envolvido por meios pacíficos; i) não utilizar a força como ameaça à

integridade de outro Estado; j) não reconhecer aquisição de território havida com o

descumprimento do item “i”; k) não utilizar a guerra como instrumento de política nacional; l) não

auxiliar Estado que tiver descumprido os deveres constantes no item “k” e contra a qual a ONU

estiver exercendo ação política internacional; m) relacionar-se com a comunidade internacional com

base no DI.
RESTRIÇÕES AOS DIREITOS DO ESTADO:

IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO - é o direito de um Estado independente (extensível a

determinadas funções ou cargos de alguns de seus nacionais) à não submissão às leis de outro

Estado.

NEUTRALIDADE PERMANENTE - é a restrição à soberania do Estado, que sujeita o

Estado aos deveres de não fazer a guerra (tendo, no entanto, direito à legítima defesa), de

não concluir tratados que o levem à guerra, e de manter-se imparcial na condução de suas

relações exteriores.

As características da neutralidade permanente são:

a) somente podem ter este status os Estados;

b) tem origem numa convenção;

c) tem duração perpétua.

A neutralização é a restrição aos direitos fundamentais do Estado, pela qual este fica

impedido de adotar medidas militares. A finalidade da neutralização, geralmente imposta em

regiões fronteiriças, onde existe conflito ou ameaça de conflito, ou quando o território é

contestado, é evitar confrontos armados entre os Estados aos quais é imposta, e seus vizinhos ou

outros interessados.

INTERVENÇÃO - é a interferência de um ou mais Estados nos assuntos internos e/ou

externos de outro Estado soberano ou independente, sem o seu consentimento, de forma a

impor a vontade dos interventores, com a finalidade de manter ou alterar o status quo.

A intervenção caracteriza-se pela existência dos seguintes elementos:

a) ingerência nos assuntos internos, externos, ou em ambos;

b) ingerência compulsória;

c) intervenção, tendo como finalidade à imposição da vontade de um ou mais Estados sobre o outro;

d) independência do consentimento do Estado que a sofre.

A intervenção pode ocorrer quando existe paz, mas pode também ocorrer em caso de guerra

civil, solicitada ou não pelo governo legal (Ex.: Haiti). O consentimento do Estado é, aliás,

irrelevante para que haja a intervenção.

Modernamente admite-se como legítima a interferência de um ou mais Estados nos assuntos

externos de outro Estado, ou seja, não apenas os assuntos internos podem ser objeto de
intervenção. A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, veda a que terceiros

Estados se imiscuam em assuntos internos dos demais.

A intervenção pode ocorrer das mais variadas formas, desde propaganda hostil, veiculada

pelos meios de comunicação, até o uso da força militar. As formas de intervenção classificam-se

em:

a) quanto ao número de Estados, em individual ou coletiva;

b) quanto ao meio utilizado, em diplomática, armada ou econômica;

c) quanto às forças contra as quais se impõe, em positiva ou negativa (denominada contra-

intervenção).

Utilizando-se de meios de propaganda será oculta; se utilizar força militar, será aberta.

Contra-intervenção: é a intervenção de um Estado ou grupo de Estados em outro,

destinada a neutralizar a intervenção desse último em Estado diverso dos demais (ex.: a

contra-intervenção dos EUA no México, em 1861, para terminar a intervenção da França nesse

país).
RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO (RIE)

Conceito:

É o instituto jurídico segundo o qual um Estado ao qual é imputado um ato ilícito, segundo o

DI, deve uma reparação ao Estado contra o qual esse ato ilícito foi cometido.

-> O Estado é internacionalmente responsável por todo ato ou omissão que lhe seja imputável e

do qual resulte violação a norma jurídica ou de suas obrigações internacionais, desde que cometidos

em seu território, pelos seus próprios súditos ou por estrangeiros, por pessoas particulares, ou

autoridades, em virtude de sua soberania internacional.

Características:

-> Tem finalidade de reparação ao prejuízo;

-> Em geral, a reparação internacional é de Estado para Estado;

-> Instituto consuetudinário, de natureza política;

-> Não é possível ação de responsabilidade penal contra Estado.

Elementos:

ATO ILÍCITO: deve haver violação dos deveres ou obrigações internacionais do Estado, não

apenas aquelas estipuladas em tratados, mas resultantes de costumes e princípios gerais do direito.

IMPUTABILIDADE: é o nexo de causalidade, que liga o ato ilícito a quem é por ele responsável.

DANO OU PREJUÍZO: pode ser material ou moral. Pode ser causado contra o Estado ou contra

particular do Estado.

OBJETIVO: é a violação de norma internacional;

SUBJETIVO: é a atribuição dessa violação a um Estado.

Natureza jurídica:

TEORIA DA CULPA: a violação de norma internacional por parte do Estado acarreta sua culpa

para ser responsabilizado internacionalmente. Os atos devem ser não só antijurídicos

objetivamente, mas também imputável por dolo ou imprudência às pessoas que o cometem.

TEORIA DO RISCO ou OBJETIVA: O Estado será sempre responsável internacionalmente,

desde que haja um nexo de causalidade entre ele e o autor do ato ilícito.
Espécies:

DIRETA: movida contra o governo de um Estado, seus órgãos e funcionários.

INDIRETA: movida por uma coletividade que se encontra sob a responsabilidade do Estado.

POR COMISSÃO: ocorre quando o ato ilícito resulta em uma ação do Estado.

POR OMISSÃO: ocorre quando o Estado deixa de praticar um ato internacional.

CONVENCIONAL: origina-se da violação de tratado/ acordo internacional;

DELITUOSA: origina-se da violação de norma consuetudinária.

Diferença entre Crime Internacional e Delito Internacional

Crime Internacional: (idéia ligada ao jus cogens) é a violação de uma norma de DI que regulamenta

interesses fundamentais da comunidade internacional. Ex. de crimes internacionais: escravidão,

genocídio, racismo, crimes de guerra.

Delito Internacional: diferentemente do Direito Penal interno brasileiro, para o qual os vocábulos

crimes e delitos são sinônimos, no DI são DELITOS INTERNACIONAIS quaisquer violações a

normas ou tratados internacionais que não configurem crime internacional. Ex.: apreensão

arbitrária de aeronave estrangeira.

Proteção Diplomática:

É a defesa, no plano internacional, por parte do Estado, dos direitos de seus nacionais,

sempre que ameaçados ou violados por outro Estado.

Significa há possibilidade de os particulares, através do Estado, terem acesso aos Tribunais

Internacionais. O Estado endossa a reclamação de um indivíduo ou de uma sociedade, tornando-a

sua. O Estado tem o poder discricionário de fazê-lo ou não, ou seja, depende da oportunidade e

conveniência da medida.

Condições:

-> a nacionalidade do autor da reclamação deve ser a mesma do Estado;

-> esgotamento dos recursos internos;

-> o autor da reclamação deve ter conduta ilibada.

Requisitos de conduta ilibada:

a) a pessoa física ou jurídica estrangeira deve ter tido uma conduta correta em relação ao Estado

territorial, respeitando as suas normas e não se imiscuindo dos assuntos políticos;

b) um Estado não pode apresentar uma reclamação em favor de pessoa física ou jurídica que ele

tem o direito de proteger diplomaticamente perante um Estado se esta pessoa não tiver tido uma
conduta correta em relação a esse outro Estado.

Proteção funcional:

É concedida por Organizações Internacionais a seus agentes que sofrem qualquer restrição

à prática de seus serviços.

Atos que ensejam a ação de responsabilidade internacional:

a) ATOS DO PODER EXECUTIVO: são os grandes responsáveis pelas ações de responsabilidade

internacional. Podem decorrer de decisões do próprio governo ou de atos de seus funcionários,

incluindo a prisão injusta ou ilegal de estrangeiro.

b) ATOS DO PODER LEGISLATIVO: quando o Estado aprova ou não revoga leis contrárias às

normas internacionais, ou deixa de aprovar leis indispensáveis ao cumprimento da norma

internacional.

c) ATOS DO PODER JUDICIÁRIO: são os casos de denegação de justiça, ou seja, de violação

ao DI em detrimento dos estrangeiros. Ocorre em sentido amplo, quando o aparelho judiciário é

deficiente, há decisão injusta que viole normas internacionais; em sentido restrito, quando o

judiciário veda o acesso aos tribunais do estrangeiro.

Denegação de justiça – é conceito que compreende: a) a vedação de acesso do estrangeiro

aos tribunais de um Estado (denegação em sentido estrito); b) deficiência do aparelho judiciário

estatal; c) decisão judicial injusta. Nos dois últimos casos, trata-se de denegação em sentido

amplo.

d) ATOS DE PARTICULARES: devem ser lesivos a um Estado ou a estrangeiros. Ação será

possível caso o estado não use de meios eficazes para prevenir tais atos. O Estado só pode ser

responsabilizado por atos de seus nacionais.

A responsabilidade do Estado está ligada à sua atuação, ou seja, o Estado somente será

responsabilizado internacionalmente por ato de seu particular caso não cumpra suas obrigações

perante a ordem jurídica internacional. A responsabilidade não é automática.

Excludentes da responsabilidade internacional:

a) LEGÍTIMA DEFESA: no exercício deste direito, por parte do Estado agredido, o ato perde o

caráter ilícito.

b) CASO FORTUITO, FORÇA MAIOR E ESTADO DE NECESSIDADE: quando o Estado se vê

ameaçado em seus interesses vitais, em sua existência e na possibilidade de atender a seu


progresso e desenvolvimento, pode defendê-los ainda que lesione interesses legítimos de outros

Estados.

c) PRESCRIÇÃO LIBERATÓRIA: é a impossibilidade de entrar com a ação de responsabilidade

internacional a partir do silêncio do lesado, desde que transcorrido um lapso de tempo hábil, entre

o ilícito e a prescrição. Tal prescrição só poderá ser aplicada quando invocada pela parte que

pretenda propor a ação de responsabilidade internacional.

d) CLÁUSULA CALVO: foi inserida nos contratos de concessão entre ETNs e governos latino-

americanos. Por ela as ETNs renunciavam a proteção diplomática do Estado de sua nacionalidade.

Qualquer reclamação deveria ser solucionada exclusivamente pelo Tribunal Interno do Estado. A

partir daí as competências dos tribunais externos passariam a ser exclusivas e não mais

preliminares à proteção diplomática (esgotamento recursos internos).

Reparação:

É a finalidade da RIE, podendo ser efetivada nas seguintes formas:

a) Restitutio in integrum: é a reparação direta, a colocação das coisas no estado anterior. Se tal

restabelecimento não for possível, deverá haver uma indenização ou compensação equivalente.

b) Indenização: é a forma utilizada no caso de reparação por dano patrimonial, abrangendo os

danos diretos (emergentes) e o lucro cessante. Não pode, todavia, ser fonte de enriquecimento

ilícito.

c) Sanções internas: presentes na hipótese de responsabilidade por atos de particulares;

d) Sanções de natureza moral: caracteriza-se pela publicidade, apresentada, geralmente, por

“pedido de desculpas” ou qualquer manifestação externa em honra do Estado atingido por seu ato;

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