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APOSTILA

PREPARATÓRIA

ANTT
TÉCNICO ADMINISTRATIVO
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA
NOÇÕES DE CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL
LEGISLAÇÃO APLICADA À REGULAÇÃO EM TRANSPORTES TERRESTRES

VOLUME

02
AGÊNCIA NACIONAL DE
TRANSPORTES TERRESTRES
- VOLUME II

Noções de Administração
Noções de Gestão de Recursos Materiais
Noções de Arquivologia
Administração Financeira e Orçamentária
Noções de Contabilidade
Legislação Aplicada à Regulação em
Transportes Terrestres
2016 FOCUS CONCURSOS
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a repro-
dução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por
quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos,
fotográficos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às características
gráficas.

APOSTILA PREPARATÓRIA PARA TÉCNICO ADMINISTRATIVO DA AGÊNCIA


NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES
Organizadores:

Vitor Matheus Krewer , Marcelo Adriano Ferreira

DIRETORIA EXECUTIVA
Evaldo Roberto da Silva
Ruy Wagner Astrath

PRODUÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
05
DIAGRAMAÇÃO
Liora Vanessa Coutinho
Willian Brognoli

CAPA/ILUSTRAÇÃO
Rafael Lutinski

DIREÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira

REVISÃO
Vítor Matheus Krewer

TÉCNICO ADMINISTRATIVO DA AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES

NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos Específicos

Publicado em Julho/2016
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, dar tudo que verá aqui e compreender bem.
Desejamos que todo esse esforço se transforme em
Este material foi concebido para que você tivesse questões corretas e aprovações em concursos.
a oportunidade de entrar em contato com os conteú-
dos necessários para realizar a prova do seu concurso. Bons estudos!
Muito esforço foi empregado para que fosse possível
chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta.
Na verdade, esse material é o resultado do trabalho
dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à
preparação de candidatos para a realização de concur-
sos públicos.
A sugestão é que você faça um estudo sistemáti-
co com o que está neste livro. Dito de outra maneira:
você não deve pular partes deste material, pois há uma
ideia de unicidade entre tudo que está aqui publicado.
Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada li-
nha dos textos será fundamental (serão fundamentais
em sua coletividade) para que sua preparação seja ple-
na.
Caso o seu objetivo seja a aprovação em um con-
curso público, saiba que partilhamos desse mesmo ob-
jetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu
sucesso! Por isso, desejamos muita força, concentração
e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos
aqui apresentados, ou seja, para que você possa estu-

PROFESSOR
Pablo Jamilk
PROPOSTA DA APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O CONCURSO DE
TÉCNICO ADMINISTRATIVO DA ANTT - VOLUME II

O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame da Agência Nacional de Transportes
Terrestres.
Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos recursos
didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assuntos lecio-
nados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida, prática
e objetiva.

Conhecimentos Específicos Créditos ordinários e adicionais. 3 Programação e exe-


cução orçamentária e financeira. 3.1 Descentralização
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO orçamentária e financeira. 3.2 Acompanhamento da exe-
1 Noções de administração. 1.1 Abordagens clássica, cução. 4 Receita pública. 4.1 Conceito. 4.2 Classificação
burocrática e sistêmica da administração. 1.2 Evolução segundo a natureza. 4.1 Etapas e estágios. 5 Despesa pú-
da administração pública no Brasil após 1930; reformas blica. 5.1 Conceito. 5.2 Classificação segundo a natureza.
administrativas; a nova gestão pública. 2 Processo admi- 5.3 Etapas e estágios. 5.4 Restos a pagar. 5.5 Despesas de
nistrativo. 2.1 Funções da administração: planejamento, exercícios anteriores. 6. Lei de Responsabilidade Fiscal.
organização, direção e controle. 2.2 Estrutura organiza- 6.1 Conceitos e objetivos. 6.2 Planejamento;
cional. 2.3 Cultura organizacional. 3 Gestão de pessoas.
3.1 Equilíbrio organizacional. 3.2 Objetivos, desafios e NOÇÕES DE CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL
características da gestão de pessoas. 3.3 Comportamen- 1 Princípios de Contabilidade sob a perspectiva do
to organizacional: relações indivíduo/organização, moti- setor público. 2. Conceituação, objeto e campo de apli-
vação, liderança, desempenho. 4 Gestão da qualidade e cação. 3 Patrimônio e sistemas contábeis. 4. Variações
modelo de excelência gerencial. 4.1 Principais teóricos patrimoniais. 5 Demonstrações contábeis segundo a lei
e suas contribuições para a gestão da qualidade. 4.2 Ci- nº 4.320/1964 e alterações. 6 Plano de contas aplicado
clo PDCA. 4.3 Ferramentas de gestão da qualidade. 4.4 ao setor público. 6 Regime contábil. 7 Despesa pública: 09
Modelo do gespublica. 5 Noções de gestão de processos: conceito, etapas, estágios e categorias econômicas. 8 Re-
técnicas de mapeamento, análise e melhoria de proces- ceita pública: conceito, etapas, estágios e categorias eco-
sos. 6 Legislação administrativa. 6.1 Administração di- nômicas. 9 Sistema Integrado de Administração Finan-
reta, indireta, e funcional. 6.2 Atos administrativos. 6.3 ceira (SIAFI): conceitos básicos, objetivos, características,
Requisição. 6.4 Regime jurídico dos servidores públicos instrumentos de segurança e principais documentos de
federais: admissão, demissão, concurso público, estágio entrada. 10 Conta Única do Tesouro Nacional. 11 Supri-
probatório, vencimento básico, licença, aposentadoria. 7 mento de fundos.
Noções de administração de recursos materiais. 8 Noções
de arquivologia. 8.1 Arquivística: princípios e conceitos. LEGISLAÇÃO APLICADA À REGULAÇÃO EM
8.2 Legislação arquivística. 8.3 Gestão de documentos. TRANSPORTES TERRESTRES
8.3.1 Protocolos: recebimento, registro, distribuição, tra- Lei nº 8.987/1995 (dispõe sobre o regime de concessão
mitação e expedição de documentos. 8.3.2 Classificação e permissão da prestação de serviços públicos). 2 Lei nº
de documentos de arquivo. 8.3.3 Arquivamento e orde- 9.074/1995 (Estabelece normas para outorga e prorro-
nação de documentos de arquivo. 8.3.4 Tabela de tem- gações das concessões e permissões de serviços públi-
poralidade de documentos de arquivo. 8.4 Acondiciona- cos). 3 Lei nº 10.233/2001(Reestruturação dos transportes
mento e armazenamento de documentos de arquivo. 8.5 aquaviário e terrestre, cria CNIPT, ANTT, ANTAQ e DNIT
Preservação e conservação de documentos de arquivo. 9 - Lei de Criação da Agência). 4 Lei nº 10.871/2004. 5 De-
Noções de licitação pública: fases, modalidades, dispensa creto nº 4.130/2002.
e inexigibilidade. 10 Ética no serviço público: comporta-
mento profissional, atitudes no serviço, organização do
trabalho, prioridade em serviço.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E


ORÇAMENTÁRIA PÚBLICA
1 Orçamento público. 1.1 Conceito. 1.2 Técnicas Or-
çamentárias. 1.3 Princípios orçamentários. 1.4 Ciclo Or-
çamentário. 2 O orçamento público no Brasil. 2.1 Plano
Plurianual na Constituição Federal. 2.2 Diretrizes orça-
mentárias na Constituição Federal. 2.3 Orçamento anual
na Constituição Federal. 2.4 Estrutura programática. 2.5
NOÇÕES DE
ADMINISTRAÇÃO
PROFESSOR
Adriel Sá
Professor de Direito Administrativo, Administra-
ção Pública e Administração Geral em cursos prepa-
ratórios presenciais e à distância. Servidor do Minis-
tério Público da União - área administrativa. Formado
em Administração pela Universidade Federal de San-
ta Catarina, possuo especialização em Gestão Pública.
Fui militar das Forças Armadas por 11 anos, atuando
em diversas áreas, tais como, Recursos Humanos, Co-
municação Social e Licitações e Contratos. Orientador
de grupos focais de estudos. Coautor do livro “Direito
Administrativo Facilitado” para concursos, pelo Gru-
po Editorial Gen/Método.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. ABORDAGENS CLÁSSICA, BUROCRÁTICA E SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO...................................................... 15
Abordagem Clássica da Administração..............................................................................................................................................................................................15
Abordagem Burocrática da Administração......................................................................................................................................................................................17
Abordagem Sistêmica da Administração..........................................................................................................................................................................................19
Questões Gabaritadas................................................................................................................................................................................................................................19

2. EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL APÓS 1930. REFORMAS ADMINISTRATIVAS. A


NOVA GESTÃO PÚBLICA........................................................................................................................................................................ 20
Administração Patrimonialista.............................................................................................................................................................................................................20
Gestão Pública Patrimonialista no Brasil.........................................................................................................................................................................................20
Administração Pública Burocrática.....................................................................................................................................................................................................21
Gestão Pública Burocrática no Brasil................................................................................................................................................................................................. 23
Administração Pública Gerencial (Nova Administração Pública ou Modelo Pós-Burocrático)................................................................................. 25
Gestão Pública Gerencial no Brasil..................................................................................................................................................................................................... 27
Questões Gabaritadas...............................................................................................................................................................................................................................30

3. PROCESSO ADMINISTRATIVO. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO,


DIREÇÃO E CONTROLE............................................................................................................................................................................ 31
Planejamento................................................................................................................................................................................................................................................ 32
Organização................................................................................................................................................................................................................................................... 33
Direção............................................................................................................................................................................................................................................................ 34
Controle........................................................................................................................................................................................................................................................... 34
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 35

4. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL....................................................................................................................................................35
Introdução ao Processo de Organização............................................................................................................................................................................................ 35
A Estrutura Organizacional.................................................................................................................................................................................................................... 35
Organização Formal e Organização Informal..................................................................................................................................................................................41
Tipos de Departamentalização: Características, Vantagens e Desvantagens.................................................................................................................... 42
Questões Gabaritadas...............................................................................................................................................................................................................................44

5. CULTURA ORGANIZACIONAL..........................................................................................................................................................44
Níveis Componentes da Cultura Organizacional........................................................................................................................................................................... 45 13
Transmissão da Cultura Organizacional........................................................................................................................................................................................... 45
Tipos de Cultura Organizacional..........................................................................................................................................................................................................46
Mudanças na Cultura Organizacional............................................................................................................................................................................................... 47
Socialização Organizacional................................................................................................................................................................................................................... 47
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 47

6. GESTÃO DE PESSOAS...........................................................................................................................................................................48
Equilíbrio Organizacional e Relações Indivíduo/Organização................................................................................................................................................ 48
Objetivos, Desafios e Características da Gestão de Pessoas..................................................................................................................................................... 50
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 55

7. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL......................................................................................................................................56
Motivação....................................................................................................................................................................................................................................................... 56
Liderança........................................................................................................................................................................................................................................................ 59
Desempenho..................................................................................................................................................................................................................................................64
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 69

8. GESTÃO DA QUALIDADE E MODELO DE EXCELÊNCIA GERENCIAL............................................................................70


Principais Teóricos e Suas Contribuições para a Gestão da Qualidade............................................................................................................................... 70
Ciclo PDCA..................................................................................................................................................................................................................................................... 72
Ferramentas de Gestão da Qualidade................................................................................................................................................................................................ 72
Modelo do Gespublica............................................................................................................................................................................................................................... 75

9. NOÇÕES DE GESTÃO DE PROCESSOS: TÉCNICAS DE MAPEAMENTO, ANÁLISE E MELHORIA DE


PROCESSOS...................................................................................................................................................................................................80
Conceitos Iniciais e Características....................................................................................................................................................................................................80
Gestão de Processos....................................................................................................................................................................................................................................81
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 84

10. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA, E FUNCIONAL.......................................................................................................85


Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................... 85
Concentração e Desconcentração......................................................................................................................................................................................................... 85
Centralização e Descentralização........................................................................................................................................................................................................ 85
Relações entre Desconcentração e Descentralização.................................................................................................................................................................. 85
SUMÁRIO

Administração Direta................................................................................................................................................................................................................................ 85
Administração Indireta............................................................................................................................................................................................................................ 85
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 86

11. ATOS ADMINISTRATIVOS.................................................................................................................................................................86


Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................... 86
Fato Administrativo................................................................................................................................................................................................................................... 87
Atos da Administração............................................................................................................................................................................................................................. 87
Silêncio Administrativo............................................................................................................................................................................................................................ 87
Mérito do Ato Administrativo................................................................................................................................................................................................................ 88
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 88

12. REQUISIÇÃO...........................................................................................................................................................................................88

14
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração

1. ABORDAGENS CLÁSSICA, acima de tudo, uma corrente de ideias desenvolvida por


engenheiros que procuravam elaborar uma engenharia
BUROCRÁTICA E SISTÊMICA DA industrial dentro de uma concepção pragmática.
ADMINISTRAÇÃO. - A ênfase nas tarefas é a principal característica
da Administração Científica.
- Defendia a organização linear caracterizada pela
Abordagem Clássica da Administração ênfase à centralização da autoridade (atuação direti-
va).
No início do século XX, dois personagens se desta-
cam nos primeiros trabalhos pioneiros a respeito da Ad- De outro lado, a corrente dos anatomistas e fisiologis-
ministração: tas da organização, desenvolvida na França, com os tra-
balhos pioneiros de Fayol. Essa escola, também chamada
- um americano (América do Norte) chamado de "Escola dos Chefes", teve como expoentes: Henri
Frederick Winslow Taylor, que iniciou a chama- Fayol (1841-1925), James D. Mooney, Lyndall F. Urwick
da Escola da Administração Científica, pre- (1891-1979), Luther Gulick e outros. A essa corrente cha-
ocupada em aumentar a eficiência da indústria maremos Teoria Clássica.
por meio da racionalização do trabalho operário;
- um turco (Europa), chamado Jules Henri - A preocupação básica era aumentar a eficiência
Fayol Barros Zacanti, que desenvolveu a chama- da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos
da Teoria Clássica, preocupada em aumentar a componentes da organização (departamentos) e de suas
eficiência da empresa por meio de sua organiza- inter-relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia
ção e da aplicação de princípios gerais da Admi- (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da or-
nistração em bases científicas. ganização.
- Nesse sentido, a abordagem da Corrente Anatômica
Portanto, desde logo, precisamos não confundir a e Fisiologista é uma abordagem inversa à da Adminis-
Abordagem Clássica com a Teoria Clássica. Esta insere- tração Científica: de cima para baixo (da direção para
-se no contexto daquela. Os autores e suas teorias (Escola a execução) e do todo (organização) para as suas partes
Científica - TAYLOR - e Teoria Clássica - FAYOL) consti- componentes (departamentos).
tuem as bases da chamada Abordagem Clássica da Ad- - Predominava a atenção para a estrutura organi-
ministração. zacional, para os elementos da Administração, os prin-
Vejamos o que Chiavenato (2003) escreve sobre essas cípios gerais da Administração e a departamentalização. 15
duas orientações que diferentes e, até certo ponto, opos- - Esse cuidado com a síntese e com a visão global
tas entre si, complementam-se com relativa coerência: permitia a melhor maneira de subdividir a empre-
De um lado, a Escola da Administração Científi- sa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma
ca, desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos traba- corrente teórica e orientada administrativamente.
lhos de Taylor. Essa escola era formada principalmente - A ênfase na estrutura é a sua principal caracte-
por engenheiros, como Frederick Winslow Taylor (1856- rística.
1915), Henry Lawrence Gantt (1861-1919), Frank Bunker - Defendia a organização funcional caracterizada
Gilbreth (1868-1924), Harrington Emerson (1853-1931) e pela descentralização da autoridade (atuação partici-
outros. Henry Ford (1863-1947) costuma ser incluído pativa).
entre eles pela aplicação desses princípios em seus ne-
gócios.
Administração Científica
- A preocupação básica era aumentar a produtivida-
A abordagem básica da Escola da Administração
de da empresa por meio do aumento de eficiência no
Científica se baseia na ênfase colocada nas tarefas.
nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a
A preocupação inicial era eliminar o desperdício e per-
ênfase na análise e na divisão do trabalho do ope-
das sofridas pelas indústrias, elevando os níveis de pro-
rário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante
dutividade por meio da aplicação de métodos e técnicas
constituem a unidade fundamental da organização.
da engenharia industrial.
- Nesse sentido, a abordagem da Administração Cien-
A obra de Taylor, o seu livro "Shop Management", de
tífica é uma abordagem de baixo para cima (do ope-
1903, retratou o Estudo de Tempos e Movimentos
rário para o supervisor e gerente) e das partes (operário
(Motion-time Study), que possuía como premissas bási-
e seus cargos) para o todo (organização empresarial).
cas:
- Predominava a atenção para o método de traba-
lho, para os movimentos necessários à execução de uma
I. O objetivo da Administração é pagar sa-
tarefa, para o tempo padrão determinado para sua exe-
lários melhores e reduzir custos unitários
cução.
de produção.
- Esse cuidado analítico e detalhista permitia a es-
II. Para realizar tal objetivo, a Administração
pecialização do operário e o reagrupamento de mo-
deve aplicar métodos científicos de pesquisa
vimentos, operações, tarefas, cargos etc., que constituem
e experimentos (observação e mensuração) para
a chamada Organização Racional do Trabalho (ORT). Foi,
ADMINISTRAÇÃO

formular princípios e estabelecer processos pa- eficiente. Isso, no entanto, não quer dizer que os objetivos
dronizados que permitam o controle das opera- eram distintos, pois ambos os modelos buscavam a
ções fabris. eficiência organizacional.
III. Os empregados devem ser cientifica- Com a publicação em 1916 do livro "Administration
mente selecionados e colocados em seus pos- Industrielle et Générale", o autor afirma que em toda or-
tos com condições de trabalho adequadas para ganização, independentemente de tamanho ou natureza
que as normas possam ser cumpridas. de suas atividades, o conjunto de todas as suas operações
IV. Os empregados devem ser cientifica- pode ser dividido em seis grupos ou funções, a saber:
mente treinados para aperfeiçoar suas aptidões
e executar uma tarefa para que a produção nor- 01. Funções técnicas, relacionadas com a
mal seja cumprida. produção de bens ou de serviços da empresa.
V. A Administração precisa criar uma at- 02. Funções comerciais, relacionadas com
mosfera de íntima e cordial cooperação com compra, venda e permutação.
os trabalhadores para garantir a permanência 03. Funções financeiras, relacionadas com
desse ambiente psicológico. procura e gerência de capitais.
04. Funções de segurança, relacionadas com
Taylor também publica outra obra, o livro "The Prin- proteção e preservação dos bens e das pessoas.
cipies of Scientific Management", em 1911, no qual ele 05. Funções contábeis, relacionadas com in-
expressa três males presentes nas organizações de ventários, registros, balanços, custos e estatísticas.
sua época: 06. Funções administrativas, relacionadas
com a integração de cúpula das outras cinco fun-
I. Vadiagem sistemática dos operários, que re- ções.
duziam a produção acerca de um terço da que seria nor-
mal, para evitar a redução das tarifas de salários pela O autor denomina como funções essenciais a estes
gerência, com três causas determinantes para essa va- grupos de operações e que para cada função essencial
diagem: corresponde uma capacidade especial relacionada com
• O engano disseminado entre os trabalhado- a natureza e a importância da função. Cada uma dessas
res de que o maior rendimento do homem e da capacidades, ou funções, repousa em um conjunto de
máquina provoca desemprego. aptidões, qualidades e conhecimentos, assim resumidos:
• O sistema defeituoso de Administração que
16 força os operários à ociosidade no trabalho a fim • Qualidades físicas: saúde, vigor, destreza,
de proteger seus interesses pessoais. força muscular, agilidade, coordenação, rapidez e
• Os métodos empíricos ineficientes utilizados precisão.
nas empresas, com os quais o operário desperdiça • Qualidades intelectuais: aptidão para
grande parte de seu esforço e tempo. compreender, aprender e ter discernimento (ou
saber diferenciar), força e agilidades intelectuais,
II. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas habilidades analíticas, julgamento e engenhosida-
de trabalho e do tempo necessário para sua reali- de.
zação. • Qualidades morais: energia, firmeza, co-
III. Falta de uniformidade das técnicas e dos ragem de aceitar as responsabilidades, iniciativa,
métodos de trabalho. decisão, tato e dignidade.
• Cultura geral: conhecimentos variados que
A Administração Científica baseou-se no concei- não são exclusivamente da função exercida.
to de homo economicus, isto é, do homem econômi- • Conhecimentos especiais: relativos uni-
co. Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida camente a função exercida, seja ela técnica, co-
como influenciada exclusivamente por recompensas mercial, financeira, administrativa, etc.
salariais, econômicas e materiais. Em síntese, o ho- • Experiência: conhecimento resultante da
mem procura o trabalho não porque gosta dele, mas prática das funções, adquirido na vivência de pro-
como um meio de ganhar a vida por meio do salário blemas reais e na própria realização de trabalho.
que o trabalho proporciona.
Interessante destacar que as funções administra-
Teoria Clássica tivas, segundo Fayol, coordenam e sincronizam
as demais funções da empresa, pairando sempre
Enquanto a Administração Científica era desenvolvi- acima delas. Isso não quer dizer que se concentra exclu-
da nos Estados Unidos, em 1916 surgia na Europa, origi- sivamente no topo da organização; pelo contrário, elas
nando-se na França, a Teoria Clássica da Adminis- se repartem proporcionalmente por todos os níveis da
tração. hierarquia da empresa.
No modelo americano, temos a ênfase na tarefa rea- As funções administrativas conhecidas contempora-
lizada pelo operário. No modelo europeu, a ênfase era na neamente pelas ações de planejar, organizar, dirigir
estrutura que a organização deveria possuir para ser e controlar (PODC) são oriundas do desenvolvimento
de Fayol e sua teoria. Vejamos.
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração

Fayol define o ato de administrar como prever, or-


Cadeia escalar É a linha de autoridade que vai
ganizar, comandar, coordenar e controlar. As funções do escalão mais alto ao mais
administrativas envolvem os elementos da Adminis- baixo em função do princípio
tração, isto é, as funções do administrador (POCCC): do comando.

Ordem Um lugar para cada coisa e


01. Prever: avalia o futuro e o aprovisiona- cada coisa em seu lugar. É a or-
mento dos recursos em função dele. dem material e humana.
02. Organizar: proporciona tudo o que é útil Equidade Amabilidade e justiça para al-
ao funcionamento da empresa. cançar a lealdade do pessoal.
03. Comandar: leva a organização a funcio-
nar. Seu objetivo é alcançar o máximo retorno de Estabilidade do A rotatividade do pessoal é
pessoal prejudicial para a eficiência da
todos os empregados no interesse dos aspectos organização. Quanto mais tem-
globais do negócio. po uma pessoa permanecer no
04. Coordenar: harmoniza todas as ativida- cargo, tanto melhor para a em-
presa.
des do negócio, facilitando seu trabalho e sucesso.
Sincroniza coisas e ações em proporções certas e Iniciativa A capacidade de visualizar um
adapta meios aos fins visados. plano e assegurar pessoalmente
o seu sucesso.
05. Controlar: consiste na verificação para
certificar se tudo ocorre em conformidade com Espírito de equipe A harmonia e a união entre as
o plano adotado, as instruções transmitidas e os pessoas são grandes forças para
a organização.
princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as
fraquezas e erros no intuito de retificá-los e pre-
venir a recorrência. Abordagem Burocrática da
Administração
Outro assunto constante em provas são os 14 princí-
pios gerais de Administração que Fayol desenvolveu A abordagem burocrática desenvolveu-se na Admi-
sua teoria, quais sejam: nistração por voltada década de 1940, adotando-se as
Divisão do trabalho Consiste na especialização das concepções formuladas anteriormente pelo economista
tarefas e das pessoas para au- e sociólogo Max Weber. Segundo essa teoria, a burocra-
mentar a eficiência.
cia é uma forma de organização humana que se baseia
17
Autoridade e Autoridade é o direito de dar na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos
responsabilidade ordens e o poder de esperar - a racionalidade, a fim de garantir a máxima eficiência
obediência. A responsabilidade
possível no alcance desses objetivos. Daí, diz-se que a
é uma consequência natural da
autoridade e significa o dever Teoria da Burocracia se baseia na teoria do homem or-
de prestar contas. Ambas de- ganizacional.
vem estar equilibradas entre si. Para Chiavenato (2000), a Teoria Burocrática apre-
Disciplina Depende de obediência, aplica- senta as seguintes vantagens:
ção, energia, comportamento e
respeito aos acordos estabele- • Racionalidade em relação aos objetivos da
cidos.
organização;
Unidade de comando Cada empregado deve receber • Precisão na definição do cargo e na operação,
ordens de apenas um superior. pelo conhecimento exato dos deveres;
É o princípio da autoridade úni- • Rapidez nas decisões, pois cada um conhece
ca.
o que deve ser feito;
Unidade de direção Uma cabeça e um plano para • Uniformidade de Interpretação garantida
cada conjunto de atividades que pela regulamentação específica e escrita;
tenham o mesmo objetivo.
• Uniformidade de rotinas e procedimentos
Subordinação dos Os interesses gerais da empre- que favorece a padronização;
interesses individuais sa devem sobrepor-se aos inte- • Continuidade da organização, através da
resses particulares das pessoas.
aos gerais substituição do pessoal que é afastado;
• Redução de atrito entre as pessoas, pois cada
Remuneração do Deve haver justa e garantida
funcionário conhece aquilo que é exigido dele e
pessoal satisfação para os empregados
e para a organização em termos quais os limites entre suas responsabilidades e as
de retribuição. do outro;
• Constância, pois os mesmos tipos de decisão
Centralização Refere-se à concentração da
autoridade sobre as atividades devem ser tomados nas mesmas circunstâncias;
vitais da organização no topo • Subordinação dos mais novos aos mais anti-
da hierarquia da organização. gos dentro de uma forma estrita e em conhecida,
de modo que o supervisor possa tomar decisões
que afetam o nível mais baixo;
FUNDAMENTOS
DE GESTÃO DE
MATERIAIS
PROFESSOR
Everson Brugnolo
Administrador de Empresas, professor universitá-
rio, consultor empresarial e palestrante. Especialista
em Marketing e especializando em Gestão de Pessoas.
Ministra as seguintes disciplinas para concursos pú-
blicos: Administração Geral, Pública, Materiais, Gestão
de Pessoas e Atendimento. Possui quase 10 anos de ex-
periência com concursos públicos.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS..................................................................................................................................95
As Empresas e Seus Recursos............................................................................................................................................................................................................... 95
Adminstração de Materiais.................................................................................................................................................................................................................... 98
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 99

2. NÍVEL DE SERVIÇO...............................................................................................................................................................................99
Atendimento, Pontualidade e Flexibilidade..................................................................................................................................................................................... 99
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................100

3. ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ....................................................................................................................... 100


O que é Ética?.............................................................................................................................................................................................................................................100
Como a Ética se Aplica a Gestão de Recursos Materiais?........................................................................................................................................................100
Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................101

4. FUNÇÃO SUPRIMENTO.....................................................................................................................................................................102
Estoque..........................................................................................................................................................................................................................................................104
Classificação dos Estoques....................................................................................................................................................................................................................106
Modelo Básico de Gestão de Estoques............................................................................................................................................................................................. 107
Estoques em Demanda Dependente e Demanda Independente............................................................................................................................................109
Compras no Setor Público......................................................................................................................................................................................................................110
Sistemas Registro de Preços................................................................................................................................................................................................................. 111
Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................112

5. FUNÇÃO ARMAZENAGEM............................................................................................................................................................... 112


Classificação e Codificação de Materiais.........................................................................................................................................................................................112
Planejamento e Controle de Estoque, Classificação ABC, Estoque de Segurança e Métodos de Controle de Estoques................................114
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................120

6. FUNÇÃO ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL.............................................................................................................................120


Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 122

7. FUNÇÃO DOCUMENTAÇÃO.............................................................................................................................................................123
93
Agentes Exteriores que Danificam os Documentos.................................................................................................................................................................... 124
Cuidados Gerais na Conservação dos Documentos.................................................................................................................................................................... 125
Restauração De Documentos............................................................................................................................................................................................................... 126
Tabela de Temporalidade....................................................................................................................................................................................................................... 127
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 127
CAPÍTULO 01 - Recursos Materiais e Patrimoniais

1. RECURSOS MATERIAIS E sumos diretamente relacionados com a atividade


empresarial.
PATRIMONIAIS 2. Recursos financeiros: constituem todos
os aspectos relacionados com o dinheiro utiliza-
Introdução do pela empresa para financiar suas operações.
É mais amplo do que o fator denominado capital,
A produção é fundamental para toda e qualquer or- pois, além do capital próprio, engloba toda for-
ganização, pois não existe organização que nada produ- ma de dinheiro (próprio ou de terceiros) crédito,
za. financiamento, para garantir as operações da em-
As empresas constituem um tipo de organização, são presa.
organizações sociais compostas de pessoas que traba- 3. Recursos humanos: constituem toda
lham em conjunto para atingir determinados objetivos. forma de atividade humana dentro da empresa.
Tal objetivo, pode ser o lucro ou simplesmente o aten- Ultrapassa o conceito fator de produção denomi-
dimento de determinadas necessidades da sociedade, nado trabalho, pois enquanto este se refere espe-
como nas empresas não-lucrativas. cificamente à mão-de-obra ( a atividade manual
Independentemente de seu objetivo, as organizações ou braçal exercida pelo homem no processo pro-
precisam administrar seus recursos da melhor forma, dutivo), os recursos humanos se referem a toda
sejam eles materiais ou patrimoniais. e qualquer atividade humana, seja ela mental,
Neste capítulo compreenderemos o que são estes conceitual, verbal, decisória, social, como também
recursos, como e quando eles são utilizados. Destaque manual e braçal.
especial para os subsistemas típicos e específicos, bem 4. Recursos mercadológicos: constituem
como para os objetivos da administração de materiais, toda atividade voltada para o atendimento do
conteúdos recorrentes em provas de nossa banca. mercado de clientes e consumidores da empresa.
Os recursos mercadológicos compreendem todo
As Empresas e Seus Recursos o esquema de marketing ou de comercialização
da empresa, como produção, propaganda, vendas,
Durante a chamada Era Industrial, existiam alguns assistência técnica.
componentes que eram tradicionalmente denominados 5. Recursos administrativos: constituem o
fatores de produção: natureza, capital e trabalho, inte- esquema administrativo e gerencial da empresa,
grados por um quarto fator denominado empresa. indo desde o nível de diretoria até a gerência das
Modernamente, esses fatores de produção costumam atividades empresariais. 95
ser denominados recursos empresariais. Um recurso é
um meio por meio do qual a empresa realiza as suas Cada um desses recursos empresariais é adminis-
operações. Na realidade, a empresa aplica recursos para trado por uma especialidade da administração: admi-
produzir bens ou serviços e obter lucro, por meio do efei- nistração de produção, administração financeira, admi-
to multiplicador de sinergia. nistração de pessoal, administração mercadológica ou
comercial de administração geral, respectivamente.
De acordo com essa colocação, existem cinco áreas
principais dentro da empresa, a saber:
Dica Focus: Recursos são conjun-
tos de riquezas que podem ser exploradas 1. Produção de operações: é a área que
economicamente pela empresa. São ativos processa os materiais e matérias-primas e os
transforma em produtos acabados ou em serviços
de propriedade da empresa ou alugados
prestados. Nas empresas industriais a produção
por ela. ocorre dentro da fábrica ou da oficina, enquanto
Os recursos constituem a plataforma nas empresas prestadoras de serviços, a produção
que a empresa utiliza para produzir algo (também denominadas operações) é realizada nos
escritórios, nos balcões das lojas ou das agências
ou prestar um serviço ao cliente.
bancárias, na área dos supermercados ou em sho-
pping centers.
Os principais recursos empresariais são:
2. Finanças: é a área que administra o di-
nheiro da empresa, seja na forma de caixa, mo-
1. Recursos materiais: são também deno-
vimentação bancária, créditos, financiamentos,
minados recursos físicos e englobam todos os as-
investimentos.
pectos materiais e físicos que a empresa utiliza
3. Pessoas: é a área que cuida dos recursos
para produzir, como: prédios, edifícios, fábricas,
humanos empregados na empresa.
instalações, máquinas, equipamentos, ferramen-
4. Mercado: é a área que geralmente rece-
tas, utensílios, matérias-primas, materiais Cons-
be o nome de Marketing ou de Comercialização
tituem um recurso empresarial que ultrapassa o
e cuida da colocação dos produtos ou serviços
conceito do fator produção denominado natureza,
produzidos pela empresa no mercado de clientes
pelo fato de ser muito mais amplo e envolver in-
consumidores.
FUNDAMENTOS DE GESTÃO DE MATERIAIS

5. Empresa: é a chamada administração ge- O tempo oportuno e quantidade necessária,


ral, que constitui alta direção da empresa, tendo acarretam, se mal planejados, além de custos financeiros
seu presidente na cúpula. indesejáveis, lucros cessantes, fatores esses decorrentes
A área de administração de materiais é a de quaisquer das situações assinaladas. Da mesma for-
parte integrante da administração da produção. ma, a obtenção de material sem os atributos da qualida-
Assim, a administração de materiais costuma ser de requerida para o uso a que se destina acarreta custos
colocada como uma especialidade da administra- financeiros maiores, retenções ociosas de capital e opor-
ção da produção, uma vez que os materiais e ma- tunidades de lucro não realizadas. Isto porque materiais,
térias-primas também são incluídos nos recursos nestas condições podem implicar em paradas de máqui-
materiais. nas, defeitos na fabricação ou no serviço, inutilização de
material, compras adicionais, etc.
Enfoque Logístico Os subsistemas da Administração de Materiais, inte-
grados de forma sistêmica, fornecem, portanto, os meios
A Logística Empresarial compõe-se de dois subsiste- necessários à consecução das quatro condições básicas
mas de atividades: alinhadas acima, para uma boa Administração de ma-
Administração de Materiais e Distribuição física, terial.
cada qual envolvendo o controle da movimentação e a Decompondo esta atividade através da separação e
coordenação demanda-suprimento. A Administração de identificação dos seus elementos componentes, encon-
Materiais compreende o agrupamento de materiais de tramos as seguintes subfunções típicas da Administra-
várias origens e a coordenação dessa atividade com a ção de Materiais, além de outras mais específicas de or-
demanda de produtos ou serviços da empresa. ganizações mais complexas:
A Distribuição Física trata da movimentação dos pro-
dutos acabados ou semiacabados de uma unidade fabril Subsistemas Típicos:
para outra, ou da empresa para seu cliente, ao qual cons-
titui o transporte eficiente e eficaz, englobando a arma- a) Controle de Estoque - subsistema responsável
zenagem, gestão de estoques, processamento de pedidos pela gestão econômica dos estoques, através do plane-
dentre outros. jamento e da programação de material, compreendendo
A Administração de Materiais é definida como a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de
sendo um conjunto de atividades desenvolvidas dentro material. O estoque é necessário para que o processo de
de uma empresa, de forma centralizada ou não, desti- produção-venda da empresa opere com um número mí-
96 nadas a suprir as diversas unidades, com os materiais nimo de preocupações e desníveis. Os estoques podem
necessários ao desempenho normal das respectivas atri- ser de: matéria-prima, produtos em fabricação e produ-
buições. Tais atividades abrangem desde o circuito de tos acabados. O setor de controle de estoque acompanha
reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, e controla o nível de estoque e o investimento financeiro
a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mes- envolvido.
mos aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de b) Classificação de Material - subsistema respon-
controle de estoques etc. sável pela identificação (especificação), classificação, co-
Em outras palavras: “A Administração de Materiais dificação, cadastramento e catalogação de material.
visa à garantia de existência contínua de um estoque or- c) Aquisição / Compra de Material - subsiste-
ganizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens que ma responsável pela gestão, negociação e contratação
o compõem, sem tornar excessivo o investimento total”. de compras de material através do processo de licita-
A Administração de Materiais moderna é conceitu- ção. O setor de Compras preocupa-se sobremaneira com
ada e estudada como um Sistema Integrado em que di- o estoque de matéria-prima. É da responsabilidade de
versos subsistemas próprios interagem para constituir Compras assegurar que as matérias-primas exigida pela
um todo organizado. Destina-se a dotar a administra- Produção estejam à disposição nas quantidades certas,
ção dos meios necessários ao suprimento de materiais nos períodos desejados.
imprescindíveis ao funcionamento da organização, no Compras não é somente responsável pela quantidade
tempo oportuno, na quantidade necessária, na e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em
qualidade requerida e pelo menor custo. preço mais favorável possível, já que o custo da maté-
ria-prima é um componente fundamental no custo do
- Antes do tempo correto, ocasiona estoques produto.
altos, acima da necessidade da empresa. d) Armazenagem / Almoxarifado - subsistema
- Após o tempo correto, ocasiona falta de ma- responsável pela gestão física dos estoques, compreen-
terial para o atendimento das necessidades. dendo as atividades de guarda, preservação, embalagem,
- Além da quantidade necessária, represen- recepção e expedição de material, segundo determina-
tam imobilizações em estoque ocioso. das normas e métodos de armazenamento. O Almoxa-
- Sem atributos de qualidade, acarreta custos rifado é o responsável pela guarda física dos materiais
maiores e oportunidades de lucros não realizados. em estoque, com exceção dos produtos em processo. É o
- Aquém da quantidade necessária, podem le- local onde ficam armazenados os produtos, para atender
var a insuficiência de estoque. a produção e os materiais entregues pelos fornecedores
e) Movimentação de Material - subsistema encar-
CAPÍTULO 01 - Recursos Materiais e Patrimoniais

regado do controle e normalização das transações de re- ramento do processo de compra e processar, no cadastro
cebimento, fornecimento, devoluções, transferências de de fornecedores, os registros pertinentes.
materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de Quando o material é requisitado dos estoques, este
entrada e de saída de material. evento é comunicado ao subsistema de Controle de Es-
f) Inspeção de Recebimento - subsistema respon- toque pelo subsistema de Armazenagem. Este procede
sável pela verificação física e documental do recebimen- à baixa física e contábil, podendo, gerar com isso, uma
to de material, podendo ainda encarregar-se da verifica- ação de ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo sub-
ção dos atributos qualitativos pelas normas de controle sistema de Controle de Estoques uma ordem ao subsis-
de qualidade. tema de Compras, para que o material seja comprado
g) Cadastro - subsistema encarregado do cadastra- de um dos fornecedores cadastrados e habilitados junto
mento de fornecedores, pesquisa de mercado e compras. à organização pelo subsistema de Cadastro. Após a con-
cretização da compra, o subsistema de Cadastro também
Subsistemas Específicos: fica responsável para providenciar, junto aos fornecedo-
res, o cumprimento do prazo de entrega contratual, ini-
a) Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio ciando o ciclo, novamente, por ocasião do recebimento
responsável pela verificação da aplicação das normas e de material.
dos procedimentos estabelecidos para o funcionamento Todos esses subsistemas não aparecem configurados
da Administração de Materiais em toda a organização, na Administração de Materiais de qualquer organização.
analisando os desvios da política de suprimento traçada As partes componentes desta função dependem do ta-
pela administração e proporcionando soluções. manho, do tipo e da complexidade da organização, da
b) Padronização e Normalização - subsistema de natureza e de sua atividade-fim, e do número de itens
apoio ao qual cabe a obtenção de menor número de va- do inventário.
riedades existentes de determinado tipo de material, por
meio de unificação e especificação dos mesmos, propon- Responsabilidade e atribuições da Adminis-
do medidas de redução de estoques. tração de Materiais
c) Transporte de Material - subsistema de apoio
que se responsabiliza pela política e pela execução do a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os
transporte, movimentação e distribuição de material. A materiais necessários ao seu funcionamento;
colocação do produto acabado nos clientes e as entregas b) avaliar outras empresas como possíveis fornece-
das matérias-primas na fábrica é de responsabilidade do dores;
setor de Transportes e Distribuição. É nesse setor que se c) supervisionar os almoxarifados da empresa; 97
executa a administração da frota de veículos da empre- d) controlar os estoques;
sa, e/ou onde também são contratadas as transportado- e) aplicar um sistema de reaprovisionamento ade-
ras que prestam serviços de entrega e coleta. quado, fixando Estoques
Mínimos, Lotes Econômicos e outros índices neces-
A integração destas subfunções funciona como um sários ao gerenciamento dos estoques, segundo critérios
sistema de engrenagens que aciona a Administração aprovados pela direção da empresa;
de Material e permite a interface com outros sistemas f) manter contato com as Gerências de Produção,
da organização. Assim, quando um item de material é Controle de Qualidade,
recebido do fornecedor, houve, antes, todo um conjunto Engenharia de Produto, Financeira etc.
de ações inter-relacionadas para esse fim: o subsistema g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
de Controle de Estoque aciona o subsistema de Compras h) coordenar os inventários rotativos.
que recorre ao subsistema de Cadastro.
Quando do recebimento, do material pelo almoxari- Objetivos principais da administração de ma-
fado, o subsistema de teriais e recursos patrimoniais
Inspeção é acionado, de modo que os itens aceitos A Administração de Materiais tem por finalidade
pela inspeção física e documental são encaminhados ao principal assegurar o contínuo abastecimento de arti-
subsistema de Armazenagem para guarda nas unidades gos necessários para comercialização direta ou capaz de
de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo atender aos serviços executados pela empresa.
tempo que o subsistema de As empresas objetivam diminuir os custos operacio-
Controle de Estoque é informado para proceder aos nais para que elas e seus produtos possam ser competi-
registros físicos e contábeis da movimentação de entra- tivos no mercado.
da. O subsistema de Cadastro também é informado, para Mais especificamente, os materiais precisam ser de
encerrar o dossiê de compras e processar as anotações qualidade produtiva para assegurar a aceitação do pro-
cadastrais pertinentes ao fornecimento. Os materiais duto final. Precisam estar na empresa prontos para o
recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos consumo na data desejada e com um preço de aquisição
ao fornecedor. A devolução é providenciada pelo subsis- acessível, a fim de que o produto possa ser competitivo e
tema de Aquisição que aciona o fornecedor para essa assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital
providência após ser informado, pela Inspeção, que o investido.
material não foi aceito. Igualmente, o subsistema de Ca- Segue os principais objetivos da área de Administra-
dastro é informado do evento para providenciar o encer- ção de Recursos Materiais e Patrimoniais:
NOÇÕES DE
ARQUIVOLOGIA
PROFESSOR
Katia Quadros
Graduada em Processamento de Dados. Especialis-
ta em TI – Desenvolvimento Web – PUC-PR. Analista
de sistemas. Ex-examinadora para concursos públi-
cos. Professora de Informática desde 1998 em cursos
técnicos. Professora de Informática e Arquivologia
desde 2008 para Concursos Públicos presenciais e à
distância. Comentarista de questões e autora de ma-
teriais de concursos públicos.Orientadora de estudos
para concurso.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
CAPÍTULO I..................................................................................................................................................................................................133
Conceitos Iniciais...................................................................................................................................................................................................................................... 133
Classificação dos Documentos............................................................................................................................................................................................................. 135
Classificação dos Arquivos.................................................................................................................................................................................................................... 135
Teoria das 3 Idades................................................................................................................................................................................................................................... 137
Instrumentos de Pesquisa..................................................................................................................................................................................................................... 139
Tipos de Arquivos..................................................................................................................................................................................................................................... 139
Organização de Arquivos.......................................................................................................................................................................................................................141
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 142

CAPÍTULO II................................................................................................................................................................................................142
Métodos de Arquivamento.................................................................................................................................................................................................................... 142
Microfilmagem........................................................................................................................................................................................................................................... 147
Documento Digital.................................................................................................................................................................................................................................... 148
E-ARQ Brasil............................................................................................................................................................................................................................................... 149
Gestão Arquivística de Documentos................................................................................................................................................................................................. 149
Gerenciamento da Informação Gestão de Documentos............................................................................................................................................................ 150
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 150

CAPÍTULO III.............................................................................................................................................................................................. 151


Protocolo........................................................................................................................................................................................................................................................151
Classificação dos Documentos............................................................................................................................................................................................................. 152
Arquivamento............................................................................................................................................................................................................................................. 152
Avaliação...................................................................................................................................................................................................................................................... 154
Equipamentos e Acessórios do Arquivo.......................................................................................................................................................................................... 154
Princípios Teóricos................................................................................................................................................................................................................................... 156
Questões Comentadas..............................................................................................................................................................................................................................157

CAPÍTULO IV.............................................................................................................................................................................................. 157


Preservação, Conservação e Restauração de Documentos.......................................................................................................................................................157
Acondicionamento.................................................................................................................................................................................................................................... 159
Higienização de Documentos...............................................................................................................................................................................................................160
Principais Operações de Conservação..............................................................................................................................................................................................161
Principais Operações de Restauração...............................................................................................................................................................................................161 131
Recomendações para a Produção e o Armazenamento de Documentos de Arquivo, Elaborado pelo Conselho Nacional de Arquivos
(CONARQ)..................................................................................................................................................................................................................................................... 162
Questões Comentadas............................................................................................................................................................................................................................. 164
CAPÍTULO I

CAPÍTULO I
O SINAR tem por finalidade implementar a polí-
tica nacional de arquivos públicos e privados, visan-
Conceitos Iniciais do à gestão, à preservação, e ao acesso aos documen-
tos de arquivo.
Introdução
Neste capítulo vamos conhecer os conceitos iniciais Integram o SINAR, que tem como órgão central o CO-
da Arquivologia. Aprender que estamos falando de uma NARQ:
ciência e que é regulamenta por leis e decretos.
Conhecer quais órgãos são responsáveis pela legisla- • o Arquivo Nacional;
ção e pela fiscalização do cumprimento destas. • os arquivos do Poder Executivo Federal;
Além da letra da lei, dê atenção aos conceitos de dis- • os arquivos do Poder Legislativo Federal;
tinção entre Arquivo, Biblioteca e Museu. • os arquivos do Poder Judiciário Federal;
A classificação dos documentos também é bastante • os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legis-
cobrada em prova. lativo e Judiciário;
A Teoria das Três Idades é o coração da arquivologia. • os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Execu-
São conceitos fundamentais para que você gabarite sua tivo, Legislativo e Judiciário; os arquivos municipais dos
prova. Poderes Executivo e Legislativo.
A Tabela da Temporalidade é de suma importância
para a Arquivologia, logo, neste momento, é importante CONARQ
para você também. O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ é
Arquivologia um órgão colegiado , vinculado ao Arquivo Nacional
É a ciência que se encarrega do estudo da organi- do Ministério da Justiça, que tem por finalidade de-
zação dos acervos documentais, desde a produção do finir a política nacional de arquivos públicos e priva-
documento, seu trâmite administrativo e sua posterior dos, como órgão central de um Sistema Nacional de
destinação, seja ela a eliminação ou recolhimento per- Arquivos, bem como exercer orientação normativa
manente por valor histórico. visando à gestão documental e à proteção especial
Seu objetivo é a organização e o acesso à informação. aos documentos de arquivo.
Conceitos fundamentais de arquivologia
O arquivo da instituição funcionará como o guardião Toda Legislação de Arquivologia pode ser encontrada
das informações ali existentes. Assim, para entendermos no site do CONARQ, além de muitas outras informações 133
o conceito de arquivo, devemos antes conhecer três con- sobre Arquivologia.
ceitos básicos que integram a área: informação, suporte http://www.conarq.arquivonacional.gov.br
e documento.
Informação: resultado do processamento, manipu- ARQUIVO
lação e organização de dados de tal forma que repre- Segundo Sólon Buck, arquivista dos EUA: Arquivo é o
sente um acréscimo ao conhecimento da pessoa que a conjunto de documentos oficialmente produzidos e rece-
recebe. bidos por um governo, organização ou firma, no decorrer
Suporte: meio no qual a informação é registrada. de suas atividades, arquivados e conservados por si e
seus sucessores para efeitos futuros.
Exemplo: pen drive, folha A4. Segundo Marilena Leite Paes: Arquivo é a acumula-
ção ordenada dos documentos, em sua maioria textuais,
Documento: Documento é toda informação registra- criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua
da em suporte material, que possa comprovar fatos e atividade, e preservados para a consecução de seus obje-
que possa ser utilizado para consulta. tivos, visando a utilidade que poderão oferecer no futuro.
Destacamos: Heloísa Almeida Prado define arquivo como sendo a
reunião de documentos conservados, visando à utilidade
que poderão oferecer futuramente, destacando que, para
ser funcional, um arquivo deve ser planejado, instalado,
organizado e mantido de acordo com as necessidades
inerentes aos setores e que para realizar o trabalho de
arquivamento o arquivista precisa conhecer a natureza
do arquivo que lhe será entregue.

Desse conceito é importante destacar:


01. Os documentos de arquivo, além de serem
produzidos pela instituição, podem ser também
SINAR: recebidos pela mesma e nunca comprados, tro-
Em 25 de setembro de 1978, o Decreto nº 82.308, insti-
tuiu o Sistema Nacional de Arquivos - SINAR. ¹ Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e as de-
cisões são tomadas em grupo, com o aproveitamento de experiências dife-
renciadas.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

cados, etc. documentos.


02. Os documentos de arquivo podem estar re-
gistrados em variados suportes e serem de vários Finalidade do arquivo
tipos (sonoro, cartográfico, etc), e não somente na 01. Guarda dos documentos que circulam na
forma textual e em suporte papel. instituição, utilizando para isso técnicas que per-
03. Ao se produzir documentos no decorrer mitam um arquivamento ordenado e eficiente;
de suas atividades, podemos destacar que os do- 02. Garantir a preservação dos documentos,
cumentos de arquivo possuem uma caracterís- utilizando formas adequadas de acondicionamen-
tica chamada organicidade, que significa que o to, levando em consideração temperatura, umi-
mesmo foi criado em função de uma atividade dade e demais aspectos que possam danificar os
realizada pela instituição, de forma que o mesmo mesmos;
servirá de prova das transações realizadas pela 03. Atendimento aos pedidos de consulta e
organização. Assim, ao se estudar os documentos desarquivamento de documentos pelos diversos
de um arquivo, pode-se ter uma ideia clara das setores da instituição de maneira eficiente.
atividades realizadas por aquele órgão.
Requisitos para garantir a Finalidade:
Organicidade: Fique de olho nesse conceito tão 01. Pessoal qualificado e em número suficien-
cobrado pelas bancas! Um documento será produzido te;
em razão da atividade da instituição, ou seja, um ban- 02. Instalações em local apropriado;
co não produz certidão de nascimento, mas documentos 03. Materiais adequados;
pertinentes a uma instituição financeira. Dessa forma, 04. Utilizar sistemas racionais de arquiva-
se olharmos os documentos de um banco, logo veremos mento, fundamentados na teoria arquivística mo-
que se trata de uma instituição financeira e não de uma derna;
indústria, ou um colégio, por exemplo. 05. Normas de funcionamento;
06. Dirigente qualificado, preferencialmente
Segundo a LEI No 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE formado em arquivologia.
1991, consideram-se arquivos os conjuntos de docu-
mentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, Para Marilena Leite Paes, “a principal finalidade dos
instituições de caráter público e entidades privadas, arquivos é servir a administração, constituindo-se, com
em decorrência do exercício de atividades específi- o decorrer do tempo, em base do conhecimento da his-
134 cas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o tória”. Destaca ainda que a “função básica do arquivo
suporte da informação ou a natureza dos documen- é tornar disponíveis as informações contidas no acervo
tos. documental sob sua guarda”.

Distinção entre arquivo, biblioteca e museu


Decreto Nº 4.073, De 3 De Janeiro De 2002 Embora os três tenham a mesma função de guardar
Este Decreto Regulamenta a Lei no 8.159, de 8 de e preservar possuem objetivos distintos.
janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional Arquivo - Segundo a LEI No 8.159, DE 8 DE JA-
de arquivos públicos e privados. NEIRO DE 1991, consideram-se arquivos os conjuntos
de documentos produzidos e recebidos por órgãos públi-
O arquivo também pode designar: cos, instituições de caráter público e entidades privadas,
• Móvel destinado à guarda de documentos. em decorrência do exercício de atividades específicas,
• Local (Prédio ou uma de suas partes) onde é guarda- bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte
do os conjuntos arquivísticos. da informação ou a natureza dos documentos.
• Órgão Governamental (Unidade Administrativa) Biblioteca - É o conjunto de material, em sua maio-
cuja função é de reunir, ordenar, guardar e dispor para ria impresso e não produzido pela instituição em que
o uso, conjuntos de documentos, segundo os princípios e está inserida, de forma ordenada para estudo, pesquisa e
técnicas arquivísticas. consulta. Normalmente é constituída de coleções temáti-
cas e seus documentos são adquiridos através de compra
Razões da importância do arquivo ou doação, diferentemente dos arquivos, cujos documen-
01. Reconstituição e preservação da memória; tos são produzidos ou recebidos pela própria instituição.
02. Apoio administrativo; Museu - É uma instituição de interesse público, cria-
03. Fonte de informação; da com a finalidade de conservar, estudar e colocar à
04. Guardião de matéria prima para trabalho e disposição do público conjuntos de peças e objetos de
pesquisa histórica. valor cultural.
Arquivo Museu Biblioteca
Um arquivo é importante para a instituição devido ao
grande número de documentos que se acumulam natu- Documentos Coleções
ralmente ao longo do tempo. Únicos
As técnicas arquivísticas auxiliam na gestão de um
arquivo, durante a produção, utilização e destinação dos
CAPÍTULO I

Valor Administra- Valor Cultural/ Valor Cultural


filme em rolo.
tivo/Funcional Histórico • Textuais: São os documentos manuscritos, datilo-
grafados/digitados ou impressos. Ex: Contratos, folha
Documentos pro- Compra/permuta/ Compra/permuta/
duzidos/recebidos doação doação
de pagamento, livros de contas, requisições, atas, relató-
rios, regimentos, regulamentos, editais, certidões, tabela,
questionários, correspondência e outros. Podem ser dati-
Resumo:
lografados, impressos ou manuscritos.
Arquivologia - objetivo: organização e o acesso à in-
• Filmográficos: São os documentos em películas ci-
formação.
nematográficas e fitas magnéticas de imagem (tapes),
Suporte - meio no qual a informação é registrada. Ex.
conjugadas ou não a trilhas sonoras, com bitolas e di-
pen drive, folha A4.
mensões variáveis, contendo imagens em movimento.
Documento - informação registrada comprova fatos
Ex: Filmes e fitas videomagnéticas.
utilizado para consulta
• Sonoros: São os documentos com dimensões e rota-
Organicidade - o documento foi criado em função de
ções variáveis, contendo registros fonográficos. Ex: Dis-
uma atividade realizada pela instituição, de forma que
cos e fitas audiomagnéticas.
o mesmo servirá de provas para transações realizadas
pela organização. Assim, ao se estudar os documentos de
Quanto à espécie, formato, forma, tipo e tipo-
um arquivo, pode-se ter uma ideia clara das atividades
logia
realizadas por aquele órgão.
CONARQ - tem por finalidade definir a política nacio-
• Espécie: é a configuração que assume um documen-
nal de arquivos públicos e privados, bem como exercer
to de acordo com a disposição e a natureza das infor-
orientação normativa visando à gestão documental e à
mações nesse contidas. Exemplos: ata, relatório, carta,
proteção especial dos documentos de arquivo.
ofício, proposta, diploma, atestado, requerimento, orga-
SINAR - tem por finalidade implementar a política
nograma).
nacional de arquivos públicos e privados, visando à ges-
• Formato: é a configuração física de um suporte de
tão, à preservação, e ao acesso aos documentos de ar-
acordo com a sua natureza e o modo como foi confeccio-
quivo.
nado: Exemplos: formulários, ficha, livro, caderno, planta,
folha, cartaz, microficha, rolo, tira de microfilme, mapa.
• Forma: Estágio de preparação. Exemplos: rascunho
ou minuta, original ou cópia.
• Tipologia documental: É apenas a designação da ati- 135
vidade que gerou o documento. Exemplo: de serviço, de
posse, de concurso.
• Tipo documental: é a configuração que assume
um documento de acordo com a atividade que a gerou.
Exemplos: Ata de Posse; Boletim de Notas e Frequên-
cia de Alunos, Regimento de Departamento, Processo de
Vida Funcional, Boletim de Atendimento de Urgência,
Prontuário Médico, Tabela Salarial.
Classificação dos Documentos
Você gosta de Matemática? Vamos misturar Arqui-
Quanto ao gênero vologia com Matemática? Você vai gostar!
Quanto ao gênero, os documentos são classificados
segundo a forma em que a informação foi registrada no
mesmo.
Podemos destacar:
Veja no exemplo: Carta precatória. Carta é espécie;
• Cartográficos: São os documentos em formatos e di- Precatória é tipologia e Carta precatória é um tipo do-
mensões variáveis, contendo representações geográficas, cumental.
arquitetônicas ou de engenharia. Ex: Mapas, plantas. E se fosse um Contrato de Prestação de Serviço?
• Iconográficos: São os documentos em suportes sin-
téticos, em papel emulsionado ou não, contendo imagens
estáticas. Ex: Fotografias.
• Informáticos ou digitais: São os documentos produ-
zidos, tratados e armazenados em computador. Necessi-
tam de computador para serem acessados. Ex: documen-
tos eletrônicos: word, excel.
Classificação dos Arquivos
• Micrográficos: são os documentos em suporte fílmi-
co resultante da microreprodução de imagens, mediante
Segundo as entidades mantenedoras
utilização de técnicas específicas. Ex: Microficha, micro-
Os arquivos podem ser classificados segundo a insti-
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
E ORÇAMENTÁRIA
PROFESSOR
Marcelo Adriano
Professor para concursos públicos desde 2009. Sou
ex-militar de carreira das Forças Armadas (minha
primeira aprovação aos 18 anos de idade) e atualmen-
te servidor Público Federal, sendo aprovado em vários
concursos, como Polícia Federal (2x), Polícia Civil do
Distrito Federal, DEPEN, dentre outros. Autor do livro
Série Provas & Concursos, lançado pela editora Abril
Educação - Alfacon, te auxiliarei em seu grande obje-
tivo que é a aprovação para o tão sonhado cargo pú-
blico.Formado pela UEFS (Universidade Estadual de
Feira de Santana) ministro aulas em grandes cursos
para concursos públicos online e presenciais em pra-
ticamente todo o Brasil (Brasília, Curitiba, Cascavel,
Fortaleza). Também sou professor da ANP (Academia
Nacional de Polícia) e instrutor nas matérias de Tiro,
Uso Progressivo da Força e Técnicas e Tecnologias
não Letais.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS........................................................................................................................................................171
Introdução.....................................................................................................................................................................................................................................................171
Conceito de Orçamento Público.......................................................................................................................................................................................................... 173
Aspectos do Orçamento Público......................................................................................................................................................................................................... 174
FP: Fatores De Produção........................................................................................................................................................................................................................ 174
Funções Econômicas do Estado...........................................................................................................................................................................................................177
Atividade Financeira do Estado.......................................................................................................................................................................................................... 179
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 180

2. ESPÉCIES DE ORÇAMENTO PÚBLICO........................................................................................................................................ 181


Introdução.....................................................................................................................................................................................................................................................181
Espécies de Orçamento Público Quanto a Forma de Elaboração.......................................................................................................................................... 182
Espécies de Orçamento Público Quanto a Forma de Alocação de Recursos.................................................................................................................... 187
Espécie de Orçamento Segundo a Participação Popular Direta............................................................................................................................................ 189
Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................191

3. SISTEMA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO BRASILEIRO......................................................................................... 191


Introdução.....................................................................................................................................................................................................................................................191
Normas que Regulamentam a Atividade Orçamentária...........................................................................................................................................................191
Normas Regulamentadoras em Espécie.......................................................................................................................................................................................... 193
SPOF - Sistema de Planejamento e Orçamento Federal .......................................................................................................................................................... 196
Instrumentos de Planejamento em Espécie.................................................................................................................................................................................. 196
Competências Relacionadas aos Instrumentos Orçamentários........................................................................................................................................... 202
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................ 206

4. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO PPA, LDO E LOA...................................................................................................206


Introdução................................................................................................................................................................................................................................................... 206
Plano Plurianual - PPA...........................................................................................................................................................................................................................207
Função...........................................................................................................................................................................................................................................................207
Vigência .......................................................................................................................................................................................................................................................208
Prazos........................................................................................................................................................................................................................................................... 209
Composição................................................................................................................................................................................................................................................. 209
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO...........................................................................................................................................................................................210
Função da LDO............................................................................................................................................................................................................................................211 167
Vigência ....................................................................................................................................................................................................................................................... 213
Prazos............................................................................................................................................................................................................................................................ 213
Conteúdo....................................................................................................................................................................................................................................................... 214
Lei Orçamentária Anual (LOA)............................................................................................................................................................................................................ 216
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................222

5. MECANISMOS DE AJUSTES ORÇAMENTÁRIOS.................................................................................................................... 223


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................223
Ajustes ao PPA ..........................................................................................................................................................................................................................................224
Ajustes à LDO.............................................................................................................................................................................................................................................224
Classificação dos Créditos Adicionais..............................................................................................................................................................................................224
Créditos Adicionais Especiais..............................................................................................................................................................................................................226
Créditos Adicionais Extraordinários................................................................................................................................................................................................227
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................229

6. CICLO ORÇAMENTÁRIO (PROCESSO ORÇAMENTÁRIO)................................................................................................... 230


Introdução................................................................................................................................................................................................................................................... 230
Definição....................................................................................................................................................................................................................................................... 231
Ciclo Orçamentário em Sentido Amplo........................................................................................................................................................................................... 231
Ciclo Orçamentário Em Sentido Estrito...........................................................................................................................................................................................232
Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal....................................................................................................................................................................232
Órgãos de Planejamento e Orçamento.............................................................................................................................................................................................234
Elaboração dos Instrumentos de Planejamento e Orçamento...............................................................................................................................................237
Processo Legislativo dos Instrumentos Orçamentários (Tramitação).................................................................................................................................239
Sanção .......................................................................................................................................................................................................................................................... 241
Execução....................................................................................................................................................................................................................................................... 241
Controle da Execução do Orçamento................................................................................................................................................................................................247
Espécies de Controle Segundo Órgão Responsável:...................................................................................................................................................................248
Espécies de Controle Segundo Momento........................................................................................................................................................................................250
Avaliação...................................................................................................................................................................................................................................................... 251
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 251

7. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS.................................................................................................................................................... 252


Introdução ...................................................................................................................................................................................................................................................252
Fontes ............................................................................................................................................................................................................................................................252
Princípio da Legalidade (Legalidade Orçamentária)..................................................................................................................................................................252
SUMÁRIO

Princípio da Unidade (Totalidade).....................................................................................................................................................................................................255


Princípio da Unidade e os Orçamentos Previstos na CF..........................................................................................................................................................255
Princípio da Exclusividade...................................................................................................................................................................................................................255
Princípio da Universalidade.................................................................................................................................................................................................................258
Princípio da Anualidade (Periodicidade)........................................................................................................................................................................................259
Princípio da Publicidade....................................................................................................................................................................................................................... 260
Princípio do Orçamento Bruto............................................................................................................................................................................................................ 260
Princípio do Equilíbrio Orçamentário (Formal).......................................................................................................................................................................... 260
Equilíbrio no Brasil.................................................................................................................................................................................................................................. 261
Princípio da Transparência..................................................................................................................................................................................................................262
Princípio da Não-Afetação ou Não-Vinculação da Receita de Impostos...........................................................................................................................263
Princípio da Especificação, Especificidade ou Especialização (Discriminação da Despesa).....................................................................................264
Princípio da Programação ou Planejamento.................................................................................................................................................................................265
Princípio da Clareza ou Inteligibilidade.........................................................................................................................................................................................266
Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos.......................................................................................................................................................................266
Princípio do não Estorno de Verba (Proibição do Estorno de Verbas)................................................................................................................................267
Princípio da Precedência.......................................................................................................................................................................................................................267
Princípio da Unidade de Caixa (Unidade de Tesouraria).........................................................................................................................................................267
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................268

8. RECEITA PÚBLICA.............................................................................................................................................................................. 269


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................269
Conceito de Receita Pública.................................................................................................................................................................................................................269
Receita em Sentido Amplo:...................................................................................................................................................................................................................269
Receita em Sentido Estrito....................................................................................................................................................................................................................270
Etapas da Receita Orçamentária........................................................................................................................................................................................................ 271
Planejamento (Previsão, Projeção)..................................................................................................................................................................................................... 271
Execução da Receita................................................................................................................................................................................................................................272
Classificação da Receita.........................................................................................................................................................................................................................274
Classificação por Natureza da Receita............................................................................................................................................................................................. 281
Classificação Segundo as Fontes de Recursos..............................................................................................................................................................................284
Classificação por Esfera Orçamentária ..........................................................................................................................................................................................286
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................286

9. DESPESA PÚBLICA............................................................................................................................................................................. 287


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................287
Conceito de Despesa Pública...............................................................................................................................................................................................................288
168 Estágios da Despesa Orçamentária...................................................................................................................................................................................................288
Etapas da Despesa Orçamentária.......................................................................................................................................................................................................288
Questão Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................. 290
Etapas do Empenho.................................................................................................................................................................................................................................. 291
Classificação das Despesas...................................................................................................................................................................................................................294
Classificação segundo a Natureza da Despesa.............................................................................................................................................................................297
Classificação Institucional (quem?):..................................................................................................................................................................................................301
Estrutura de elaboração do programa no PPA:........................................................................................................................................... 303
Classificação da Despesa por Esfera Orçamentária ..................................................................................................................................................................305
Classificação da Despesa Segundo Impacto no PL..................................................................................................................................................................... 306
Regime Contábil e Orçamentário...................................................................................................................................................................................................... 306
Ordenador de Despesas..........................................................................................................................................................................................................................308
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................ 309

10. SUPRIMENTO DE FUNDOS (REGIME DE ADIANTAMENTO).........................................................................................310


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................310
Definição.......................................................................................................................................................................................................................................................310
Finalidade....................................................................................................................................................................................................................................................310
Execução.......................................................................................................................................................................................................................................................310
Forma de Execução...................................................................................................................................................................................................................................311
Modalidade de Concessão......................................................................................................................................................................................................................311
Prazo para Aplicação............................................................................................................................................................................................................................... 313
Limites De Despesa De Pequeno Vulto............................................................................................................................................................................................ 313
Prestação de Contas................................................................................................................................................................................................................................. 314
Vedações....................................................................................................................................................................................................................................................... 314
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 315

11. RESTOS A PAGAR...............................................................................................................................................................................316


Introdução.................................................................................................................................................................................................................................................... 316
Definição....................................................................................................................................................................................................................................................... 316
Modalidades................................................................................................................................................................................................................................................ 317
Inscrição (Registro).................................................................................................................................................................................................................................. 317
Pagamento.................................................................................................................................................................................................................................................... 318
Vigência........................................................................................................................................................................................................................................................ 318
Cancelamento............................................................................................................................................................................................................................................. 318
Prazo Prescricional.................................................................................................................................................................................................................................. 319
Casos Específicos...................................................................................................................................................................................................................................... 319
SUMÁRIO

Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................ 320

12. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES.............................................................................................................................321


Introdução.................................................................................................................................................................................................................................................... 321
Definição....................................................................................................................................................................................................................................................... 321
Espécies de DEA........................................................................................................................................................................................................................................ 321
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................323

13. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO....................................................................... 324


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................324
Sistema Integrado de Dados Orçamentários - SIDOR...............................................................................................................................................................324
Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento - SIOP.......................................................................................................................................................325
Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI ............................................................................................................ 330
Conta Única do Tesouro Nacional......................................................................................................................................................................................................339
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................343

169
CAPÍTULO 01 - Conceitos introdutórios

1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 01. Agrupamento de seres que vivem em es-


tado gregário.
02. Grupo de indivíduos que vivem por vonta-
Introdução de própria sob normas comuns; comunidade.
03. Grupo de pessoas que, submetidas a um
A evolução da humanidade, como a conhecemos, tem regulamento, exercem atividades comuns ou de-
com um dos pilares o desenvolvimento do orçamento pú- fendem interesses comuns; grêmio, associação,
blico, ferramenta essencial para o desenvolvimento de agremiação.
um ente essencial a esse desenvolvimento, o Estado. 04. Meio humano em que o indivíduo está in-
Mas o que vem a ser orçamento? tegrado.
A palavra orçamento é de origem italiana “orzare”,
que significa “fazer cálculos”. Segundo o Sociólogo Pérsio Santos de Oliveira, socie-
dade é a “coletividade organizada e estável de pessoas
Mas fazer cálculos de que? que ocupam um mesmo território, falam a mesma lín-
Calcular dois elementos necessários à manutenção gua, compartilham a mesma cultura, são geridas por ins-
da estrutura “financeira” de qualquer entidade: tituições políticas e sociais aceitas de forma consensual
e desenvolvem atividades produtivas e culturais voltadas
01. Despesa que devem ser realizadas; para a manutenção da estrutura que sustenta o todo so-
02. Receitas que devem ser obtidas para fazer cial. A sociedade apresenta-se geralmente dividida em
frente a essas despesas, ou seja, a origem dos re- classes sociais ou em camadas sociais nem sempre har-
cursos. mônicas. Entretanto, mesmo quando há oposição e con-
flito entre essas classes ou camadas, verifica-se também
Assim, orçamento nada mais é que calcular receitas complementaridade entre elas, e é essa complementa-
e despesas, confrontando-as. ridade que mantém de pé a sociedade como um todo”1.
Apesar de poder ser tão singelamente conceituado, Ao se analisar o conceito de sociedade e os motivos
o Orçamento Público tem conotação muito mais ampla, pelos quais as pessoas decidem viver “juntas”, chega-se
pois, dentro da atividade financeira do Estado, o orça- a conclusão que sua existência é praticamente uma pré-
mento se constitui numa ferramenta governamental por -condição para a sobrevivência da espécie humana, pelo
meio da qual o governante elabora seu plano de trabalho, menos como a conhecemos, isso em função necessidade
anunciando à sociedade as suas opções para se alcançar de interação e convívio comum. Conclui-se então, que é
o bem comum, ou seja, quais as ações serão realizadas a necessidade que faz com que as pessoas se agrupem e 171
no suprimento das necessidades públicas. Além do mais, passem a viver em coletividade.
por meio deste documento é possível ainda controlar a Porém, em função da tendência humana à domina-
execução dessas ações e avaliar o grau de sucesso nas ção, sempre foi necessário o estabelecimento de regras
suas operações. de convívio para que a convivência comum fosse dura-
O conceito de Orçamento Público, objeto de estudo da doura e pacífica, ou, do contrário, aqueles que tinham
Administração Financeira e Orçamentária, está intrin- maior força ou detinham algum meio que os colocassem
secamente ligado a dois elementos que se confundem em condições vantajosas, passariam do subjugar os ou-
com a própria história da humanidade, três conceitos tros integrantes segundo a sua vontade, o que normal-
fundamentais ao entendimento da importância dessa mente, leva à tirania. Essas regras também são funda-
fundamental peça de planejamento governamental: So- mentais para que houvesse um mínimo de organização
ciedade em um sentido sociológico; Estado e Atividade e, o fato de seus integrantes as aceitarem como legíti-
Financeira do Estado. mas, os obrigava a se submeter a elas, fazendo com que
Sociedade e Estado e, consequentemente, sua ativi- abrissem mão de certa parcela de sua liberdade em prol
dade financeira, são produtos de um processo natural dos benefícios de ser integrantes daquele grupo. A partir
(concepção naturalista – Hobbes, Lock e Rousseu) e his- de então o indivíduo não podia mais fazer o que quises-
tórico (concepção Marxista – Materialismo Histórico) da se, pois havia um conjunto de regras a respeitar, como
evolução do ser humano enquanto ser gregário, sendo o direito de propriedade do outro, por exemplo, o que
meros resultados das interações que a necessidade hu- garantiria o seu próprio direito à propriedade.
mana de viver em comunidade provoca.
Que fique claro que esse capítulo não tem por esco- Mas quais eram esses benefícios?
po um estudo aprofundado da história, muito menos da Dentre tantos, pode-se exemplificar:
evolução da humanidade. O que se pretende é simples-
mente situar o leitor sobre a importância do orçamen- 01. Segurança: O ser humano é um dos seres
to público no contexto do desenvolvimento histórico e mais frágeis da natureza, não dispondo de arsenal
como ele se confunde com a própria história humana. natural para proteção. Sua inteligência e capaci-
dade de atuar em grupo permitiram que sobre-
Sociedade vivesse nos ambientes mais desfavoráveis, uma
Já que nos propomos a enveredar por esse caminho, é
importante responder: o que vem a ser sociedade?
Segundo o dicionário Aurélio sociedade é: 1- Disponível em http://colegioestaduallandulfoalves.blogspot.com.br/; acessado
em 26/08/2012 às 13h08min
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

vez que havia defesa comum e auxilio recíproco Como uma necessidade de sobrevivência social, com
contra as ameaças como predadores, intempéries, o fim de agregar tudo que se relacione ao que é rele-
grupos rivais etc. vante ao convívio comum, otimizando ações e recursos,
02. Alimentação: Agindo conjuntamente o surge o Estado, uma pessoa ficta (jurídica) que passa a
sucesso nas caçadas, coleta e plantio eram mais pairar sobre todos os que se sujeitarem a suas regras e
relevantes, propiciando aos integrantes do grupo que, consequentemente, gozem também dos benefícios
uma parcela muito maior do que conseguiriam de serem parte dele.
individualmente. Assim, o Estado é uma estrutura complexa surgida
com o fim de garantir o bem comum e que, para manter-
Diante de condições mais favoráveis, propiciada pela -se, demanda recursos dos mais diversos. Esses recursos,
vida em comum, as comunidades passaram a crescer, que devem ser disponibilizados, como regra, pela pró-
crescendo também a complexidade das relações, fazen- pria comunidade, servirão para disponibilizar os servi-
do com que surgissem cada vez mais necessidades em ços públicos definidos como responsabilidade do Estado.
virtude da sofisticação da vida social. Porém, como não é Modernamente, pode-se entender o Estado como
possível atender a necessidades de todos os integrantes uma instituição organizada politicamente, socialmente e
individualmente considerados, esse agrupamento pas- juridicamente, ocupando um território definido e dirigi-
sa a eleger quais são as necessidades mais importantes da por um governo que possui soberania reconhecida
para a coletividade, as chamadas NECESSIDADES PÚ- tanto interna como externamente. Ele é responsável pela
BLICAS. organização e pelo controle social, pois detém, segundo
O crescimento e a complexidade da comunidade Max Weber, o monopólio legítimo do uso da força (coer-
chegam a tanto, que passa a ser necessário estabelecer ção, especialmente a legal) sendo por isso o guardião da
responsáveis pelas atividades essenciais ao convívio co- ordem social. O Estado surge como resultado de um pro-
mum, criando uma divisão clara do trabalho, o que, por cesso histórico formado por basicamente três elementos:
sua vez, acaba por propiciar o surgimento de um corpo povo; território e soberania (alguns autores incluem o
de especialistas, demandando coordenação e controle, elemento finalidade).
normalmente atribuída a uma pessoa que exerce o papel
liderança, que passa a desempenhar o papel de direção, Atividade Financeira do Estado – AFE
decidindo os “caminhos” a serem trilhados. Um brocado econômico muito conhecido afirma que
A esse “líder”, juntamente com sua classe de espe- as necessidades sociais são ilimitadas, mas os recursos
cialistas, é atribuída a responsabilidade de elaborar e são limitados. O Estado só obterá sucesso se atender de
172 aprovar novas regras de convívio e ainda julgar os casos forma satisfatória as necessidades sociais, pois a socie-
concretos de aplicação dessas regras, normalmente em dade espera um padrão mínimo de qualidade de vida,
conflitos envolvendo membros do grupo. obtendo renda suficiente e uma gama mínima de ser-
A partir do momento que esse grupo passa a crescer viços públicos a sua disposição. Do contrário, o Estado
de forma contínua e organizada, crescimento propiciado passa a correr sério risco de sofrer e até desaparecer em
pela própria organização social, ter um território defi- meio a convulsões sociais, insurgências que podem levar
nido surge também como algo necessário à sobrevivên- ao caos social.
cia, afinal, quanto maior o grupo, maior a dificuldade Como a demanda por recursos cresce conforme cres-
de locomoção e maior a necessidade de se obter fontes cem as necessidades sociais e, por consequência, a es-
perenes e regulares de recursos necessários à sobrevi- trutura para desenvolver atividades estatais se tornam
vência, como água e alimentos. Os grupos deixam de ser cada vez mais complexas, o Estado necessita bem ge-
nômades e passam a viver em territórios que propiciem rir as receitas que tem para que possa maximizar sua
esses recursos que, por sua vez, passa a ser cobiçados aplicação, buscando o máximo de eficiência, eficácia e
por outros grupos, nem sempre amigáveis. efetividade.
Visando realizar esse gerenciamento, é necessária a
Estado utilização de uma ferramenta que auxilie o gestor públi-
A estrutura social cada vez mais complexa e a ne- co no planejamento e controle de todas as atividades re-
cessidade de se defender o território e seus recursos lacionadas à captação de recursos, receita pública, e seu
passam a demandar também uma estrutura cada vez dispêndio, despesa pública. O conjunto de ações voltadas
maior e mais complexa, onde existam pessoas especia- para essa atividade é denominada Atividade Financei-
listas e exclusivamente dedicadas às tarefas de interesse ra do Estado – AFE, que consiste em obter e aplicar o
comum, demandando recursos que devem surgir, ao me- dinheiro indispensável às necessidades cuja satisfação
nos em parte, da própria comunidade, afinal é ela que se está sob sua responsabilidade.
beneficiará da atuação dessa estrutura. Serve de exem- Do todo exposto, facilmente chega-se à conclusão que
plo o soldado que se dispõe a defender a comunidade a gestão de recursos públicos é de extrema importância
em tempo integral. Esse soldado, como qualquer pessoa, para a manutenção e desenvolvimento de qualquer país.
necessita de recursos para prover a si e sua família. Se Para fazer essa gestão de forma eficiente é necessária
ele emprega seu tempo integramente na defesa de todos, uma ferramenta que auxilie o Estado no planejamento,
é natural que todos passem a dispor de parte de seus organização e desenvolvimento de sua atividade finan-
recursos para que o mesmo possa suprir as suas neces- ceira. Essa ferramenta é o Orçamento Público.
sidades e de seus familiares.
CAPÍTULO 01 - Conceitos introdutórios

Questão Comentada trabalho do Governo, obedecidos os princípios de


unidade, universalidade e anualidade”(Art. 2º. da
(CESPE) A atividade financeira do Estado, em Lei no 4.320/64).
sua maior parte, compreende o desenvolvimen- 06. É o instrumento de gestão que se torna em
to das atividades políticas, sociais, econômicas e plano de governo expresso em forma de lei, que
administrativas, que constituem sua finalidade faz a estimativa de receita a arrecadar e fixa a
precípua. despesa para um período determinado de tempo,
em geral de um ano, chamado exercício financei-
Gabarito: Certo. ro, em que o governante não está obrigado a re-
alizar todas as despesas ali previstas, porém não
poderá contrair outras sem a prévia aprovação do
Comentário: Com o fim de aten- poder legislativo
der as demandas sociais por serviços pú- 07. Conforme Baleeiro apud Pascoal2,“É o ato
blicos o Estado desenvolve sua atividade pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Le-
gislativo lhe autoriza, por certo período, e em
financeira que tem por fim a obtenção
pormenor, a execução das despesas destinadas ao
de receitas para serem despendidas em funcionamento dos serviços públicos e outros fins
Despesas Públicas. É o conjunto de ações adotados pela política econômica ou geral do país,
desenvolvidas pelo Estado voltadas a ob- assim como a arrecadação das receitas já criadas
em lei”.
tenção, controle e aplicação de recursos
08. Segundo Bastos3, a finalidade última do
destinados a custear os meios necessários orçamento “é de se tornar um instrumento de
para cumprir o fim a que se destina. No exercício da democracia pelo qual os particulares
cumprimento dessas funções, o Estado de- exercem o direito, por intermédio de seus manda-
tários, de só verem efetivadas as despesas e per-
senvolve diversas atividades de cunho po-
mitidas as arrecadações tributárias que estiverem
lítico, social, econômico e administrativo. autorizadas na lei orçamentária. O orçamento é,
portanto, uma peça jurídica, visto que aprovado
Conceito de Orçamento Público pelo legislativo para vigorar como lei cujo objeto
disponha sobre a atividade financeira do Estado,
Existem várias formas de conceituar o Orçamento quer do ponto de vista das receitas, quer das des- 173
Público, tudo depende do enfoque que se deseja dar. Veja pesas. O seu objeto, portanto, é financeiro.
algumas definições já consagradas. 09. “Orçamento é um plano de trabalho go-
vernamental expresso em termos monetários,
01. Documento que expressa receitas e despe- que evidencia a política econômico-financeira do
sas estatais de determinado ente federativo. Governo e em cuja elaboração foram observados
02. Documento legal que contém as receitas os princípios da unidade, universalidade, anuali-
e despesas de determinado ente governamental dade, especificação e outros” (SILVA, 1996, p. 374).
para um período determinado de gestão. O or-
çamento público, instrumento que discrimina as
despesas dos programas governamentais segun-
do sua natureza, enfatiza os fins almejados de
modo a demonstrar o alvo e a finalidade dos gas-
tos públicos bem como identificar o responsável
pela execução desses programas.
03. Em um sentido instrumental, pode-se de-
finir público orçamento como o instrumento pelo
qual o Governo elabora, expressa, executa, con-
trola e avalia o cumprimento de suas atividades
em cada período de gestão, refletindo as escolhas Dica Focus: Fique atento que
ideológicas feitas pelo partido político ou pelo as características do orçamento são,
grupo político que se encontra no poder.
04. É o instrumento que discrimina as despe- invariavelmente inseridas dentro
sas dos programas governamentais segundo sua do conceito. Essas características
natureza, enfatiza os fins almejados de modo a (temporária, especial, parcialmente
demonstrar o alvo e a finalidade dos gastos pú- formal, parcialmente autorizativa,
blicos bem como identificar o responsável pela
execução desses programas.
05. “A Lei do Orçamento conterá a discrimina- 2- Baleeiro apud Pascoal, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. 7º edi-
ção. Rio de Janeiro, 2009, p. 15. 3 - Bastos, Celso R. Curso de Direito Financeiro e
ção da receita e despesa de forma a evidenciar de Direito Tributário, 2ª edição. Saraiva,1992, pg. 74. 4 - SILVA, Lino M. Contabi-
a política econômica financeira e o programa de lidade Governamental: Um Enfoque Administrativo. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1996.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

ordinária), que se referem à lei, serão Aspecto Econômico


abordadas em tópico próprio. A Economia de qualquer país é dinâmica e complexa
tendo por agentes econômicos as empresas, as famílias
e o governo. O fluxo econômico representado a baixo re-
trata como a economia se movimenta, mostrando como
Aspectos do Orçamento Público os agentes econômicos transacionam entre si na busca
de atingir seus objetivos e, ainda, proporcionar o equilí-
Como visto, orçamento público é então o instrumento
brio da economia como um todo.
de gestão em que se registra o ato pelo qual o poder
legislativo autoriza ao poder executivo, por certo período
de tempo e, em pormenores, as receitas a serem arreca-
dadas, e fixa as despesas a serem realizadas no exercício
financeiro vindouro, objetivando a continuidade, eficácia,
eficiência, efetividade e a economicidade dos serviços
prestados à sociedade, denomina-se orçamento.
O Orçamento Público é também uma rica fonte de
informação sobre os aspectos mais amplos de uma so-
ciedade. Sua análise permite o entendimento de fatores
fundamentais ao desenvolvimento estatal e que podem
ser usados para melhorar a eficiência, eficácia e efetivi-
dade do toda atividade pública que, de qualquer forma,
seja influenciadas pela atividade orçamentária.
Diante de tão amplo expéctro, o Orçamento Públi- FP: Fatores De Produção
co pode ser analisado sob diferentes perspectivas. Para
Lino Martins da Silva , o orçamento é estudado sob os Aspecto econômico é o resultado da evolução das ca-
seguintes aspectos: racterísticas políticas do orçamento. É o demonstrativo
orgânico da economia pública, representando o retrato
Aspecto Político real da vida do Estado onde o governo terá de decidir
Reflete o controle do poder legislativo sobre os gastos quanto, em que e como vai gastar o dinheiro que arre-
realizados pelo Estado e que foram planejados, em regra cadará dos contribuintes. Se o Orçamento Público é peça
pelo poder Executivo. Diz respeito à sua característica fundamental ao cumprimento das finalidades do Esta-
174
de Plano de Governo ou Programa de Ação do grupo ou do, não há dúvida de que deverá observar que o me-
facção partidária que detém o Poder. O orçamento públi- lhor plano é aquele que resulta numa produção com um
co constitui o reflexo das escolhas ideológicas feitas pelo menor gasto. Outra característica a ser observada é o
partido político ou pelo grupo político que se encontra peso que o Orçamento Público tem na sociedade e no
no poder. seu desenvolvimento, pois o mesmo representa impor-
tante instrumento de distribuição de renda e de alocação
Aspecto Jurídico (legal) de recursos, tendo peso considerável no produto interno
É o que define a Lei Orçamentária no conjunto de leis bruto (PIB) de qualquer país.
do país. Como se pode observar, o Governo (Estado) desempe-
A aplicação do princípio da legalidade no Brasil de- nha papel fundamental na busca pelo bom desempenho
termina que os Instrumentos orçamentários sejam vei- econômico. O orçamento público, como instrumento de
culados por lei, onde há uma verdadeira “reserva legal”, planejamento e de controle da administração pública,
pois, essa veiculação só pode ocorrer, em regra, por lei possibilita a comparação entre diversas funções e pro-
em sentido estrito, cuja iniciativa é privativa e indele- gramas de governo entre si, além de facilitar o exame
gável do chefe do Poder Executivo. Sendo lei, o gestor da função total do governo e de seu custo em relação ao
fica adstrito a ela, não podendo executar gastos que não setor privado da economia.
estejam autorizados. Possibilita ainda uma análise da economia local, por
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da le- meio de informações como: as necessidades sociais pre-
galidade aplicado à administração pública, segundo o ponderantes, o nível de desenvolvimento sócio-econômi-
qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer so- co, a geração de renda, a dependência externa, a compo-
mente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, sição da economia local, etc. É também uma ferramenta
se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal fundamental que pode subsidiar o gestor público no pla-
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da adminis- nejamento e elaboração de políticas públicas.
tração pública, dentre os quais o da legalidade e, no seu Ainda sob o ponto de vista econômico, verifica-se a
art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal possibilidade de o Estado intervir na economia, incen-
das leis orçamentárias. tivando os setores considerados estratégicos, bem como
Dessa forma, a Despesa Pública, por exemplo, so- transferir renda entre segmentos da sociedade. A utili-
mente poderá ser realizada, em regra, se houver auto- zação da política orçamentária para os propósitos de es-
rização em lei. tabilização econômica implica promover ajustes no nível
da demanda agregada, expandindo-a ou restringindo-a,
CAPÍTULO 01 - Conceitos introdutórios

e provocando a ocorrência de déficits ou superávits. As- A partir do século XVII, importantes pensadores pas-
sim, como instrumento da política de estabilização eco- sam a rechaçar com mais veemência a intervenção es-
nômica, o orçamento pode apontar ora na promoção de tatal na vida do cidadão, segundo eles, o estado deveria
uma expansão da demanda, gerando déficits, ora na con- existir para garantir a liberdade e não para determinar
tração da demanda, gerando superávit. unilateralmente o destino de todos segundo sua vontade.
É o movimento denominado liberalismo.
Aspecto Financeiro Esses pensadores defendiam um poder democrático
Caracterizado pelo fluxo monetário das entradas (re- baseado na livre iniciativa, liberdade de expressão e li-
ceita) e das saídas (despesas) de recursos financeiros, vre concorrência econômica, tendo como referência uma
meio efetivo e normal da execução orçamentária. lei suprema denominada Constituição. Com o advento da
Revolução Francesa (1.789) o Estado autoritário e arbitrá-
Origem e evolução do orçamento público rio foi rechaçado por esse movimento, sendo idealizado
Falar em orçamento público é versar sobre a Ativi- como modelo um dito Estado Mínimo, permitindo maior
dade Financeira do Estado e essa atividade interessa e liberdade e sendo responsável somente pelas ditas fun-
interfere na vida de todos os cidadãos, sendo um aspecto ções essenciais, como a defesa da soberania, provimento
Fundamental da relação entre o Estado e seu Povo. Essa da justiça, segurança, dentre outras.
Relação vem evoluindo através dos tempos em todos os Marcado pelo ditame laissez faire-laissez passer, ins-
aspectos, havendo um interesse cada vez maior na forma pirado em autores como Adam Smith e sua obra Riqueza
como o Estado gere seus recursos e os despende. das Nações, este movimento lutava por um afastamento
Historicamente, pode-se verificar que a evolução do estado da atividade econômica, devendo o os gover-
do orçamento está intrinsecamente ligada a evolução e nantes agirem somente com o fim de obter a ordem e es-
democratização do Estado, onde, grosso modo, pode-se tabilidade sociais, imprescindível às relações comerciais
fazer a seguinte análise: livres e à exploração da economia pelo capital privado.
No Estado Absolutista o soberano é detentor do poder As leis naturais de mercado, demanda e oferta, se en-
absoluto e usa esse poder conforme sua vontade, sem carregariam de equilibrar as relações econômicas esta-
nenhum tipo de controle. Nessa situação o poder do Es- belecidas, era a dita “mão invisível do mercado”. Dessa
tado se confunde com o próprio monarca que encarna forma, o Estado demandaria recursos mínimos, somente
esse poder que, em alguns casos, era considerado divi- o necessário para manutenção das suas atividades es-
no e incontestável. Sob essas circunstâncias, ocorre uma senciais e para suprir as ditas falhas de mercado, muito
grande distorção da finalidade estatal o que torna o Es- pouco intervindo na economia. Além do mais, esses re-
tado um ente intrusivo, que invade e interfere de forma cursos deveriam ser cobrados de seus cidadãos segundo 175
arbitrária na vida de todos, em todos os aspectos e sem um sistema baseado na legalidade e igualdade. Credita-
nenhum limite. Assim, quando necessita de recursos -se ao sistema orçamentário francês a instituição de cer-
para financiar suas necessidades, que nem sempre são tas regras, que, atualmente, são dadas como básicas nas
consideradas públicas, ele os retira arbitrariamente de concepções doutrinárias do orçamento público, como a
seus cidadãos sem nenhum critério e sem nenhum com- anualidade do orçamento, a não vinculação de itens da
promisso com qualquer tipo de contraprestação. Nesse receita a despesas específicas e o princípio da universa-
tipo de Estado o orçamento, que muitas vezes sequer é lidade.
formalizado em um documento, não contempla a parti- Segundo os autores das escolas clássica e neoclássica
cipação popular, pois o povo em nada interfere na AFE, do pensamento econômico, o orçamento, instrumento de
ao contrário, tem que se submeter a ela. Inexiste então o controle das contas governamentais, deve ser equilibra-
caráter democrático. do, ou seja, elaborado com o objetivo de conter seus gas-
Historicamente, é da insatisfação relacionada a essa tos e de não prejudicar a eficiência do mercado.
atuação arbitrária do Estado que surgem os primeiros A partir do século XIX o orçamento passa a evoluir de
esboços de Orçamento Público positivado quando, em forma diversa, conforme as características de cada país
1.215, na Inglaterra, sob a regência do Rei João Sem Ter- ou região. Gradativamente, o orçamento público passa
ra, os cidadãos se contrapõe à cobrança arbitrária de a evoluir, deixando de se caracterizar-se por postura de
tributos. A Carta Magna da época passou a exigir auto- mera neutralidade, própria do laissez-faire, passando a
rização parlamentar para a instituição e majoração de uma postura um pouco mais intervencionista, buscan-
gravames tributários. A partir de então, historicamente, do a correção das imperfeições do mercado provocadas
surge a primeira importante ideia de regulamentação da pelo modelo liberal, aos poucos se tonando uma ferra-
Atividade Financeira do Estado no que concerne à limi- menta de promoção do desenvolvimento econômico.
tação do Estado em relação ao poder de exigir de seus Inspiradas em idéias marxista, em 1917 ocorre a Re-
cidadãos a disponibilização de recursos. Apesar de não volução Russa trazendo uma proposta diferente, o Estado
fazer surgir uma peça orçamentária nos moldes atuais, máximo, garantidor de todas as necessidades coletivas
esse documento fez reduzir um pouco a intervenção es- com um consequente controle total de todas as ativida-
tatal arbitrária na vida da sociedade, tanto que, histori- des econômicas, esse modelo econômico é o oposto do
camente, o documento inglês é importante por esboçar Estado Liberal e colocado como alternativa a ele. Nesse
as convicções de natureza técnico-jurídica desse instru- modelo, o Estado, utilizando o Orçamento Público, passa
mento e por difundir a instituição orçamentária para ou- a ser o único agente econômico, já que é por meio dele
tras nações. que todas as necessidades são satisfeitas.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

A Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) juntamen- Estado, ou seja, um retorno, pelo menos em parte, aos
te com a quebra da bolsa de New York em 1.929, com fundamentos do Estado Liberal, passando parte de suas
terríveis consequências geradoras da chamada “Grande atividades, aquilo que não é essencial, ao setor privado.
Depressão”, foram motivos que levaram o liberalismo a Esse processo se deu pela delegação de serviços públicos
ser questionado, afinal o mercado não conseguiu sozinho e pelas privatizações. Um grande diferencial em relação
resolver todos os problemas da economia. Assim, como ao Estado Liberal original está na regulação da atividade.
alternativa ao Estado Comunista, e inspirado em obras Nesse novo modelo o Estado não abre mão totalmente da
de pensadores como Keynes, o Estado passou a ser visto responsabilidade pela prestação do serviço, ele continua
como um dos principais agentes de fomento e controle, atuando, mas não como prestador e sim com regulador,
além de redistribuidor de renda, buscando formar uma a regulando tal atividade por intermédio de agências re-
sociedade mais igualitária. O instrumento usado foi a guladoras. Esse novo modelo de estado é denominado
disponibilização de serviços sociais financiados com re- Neoliberal, e ganhou espaço com a ruína comunista pelo
cursos orçamentários advindos da arrecadação tributá- mundo que, a partir da década de noventa, não aparenta-
ria e pela própria atividade empresarial do Estado que va mais ser uma alternativa viável ao capitalismo.
passou a aturar ativamente no cenário econômico, mui- Desse singelo resumo histórico, pode-se elencar mo-
tas vezes em concorrência ao setor privado. A busca era mentos distintos em que o Estado desempenha seu papel
por um estado que não tivesse os vícios dos extremos de forma diferenciada na economia, sendo o orçamento
trazidos pelo Liberal, mínimo, e o Comunista, máximo, público juma de suas principais ferramentas econômicas
total. de intervenção:
Assim, o orçamento público passa a ser utilizado sis-
tematicamente como instrumento da política fiscal do 01. Estado totalitário: Estado autoritário, ar-
governo a partir da década de 30 do século XX, por in- bitrário e intrusivo, marcado pela ausência de
fluência da doutrina keynesiana, tendo função relevante legalidade, publicidade e sem qualquer garantia.
nas políticas de estabilização da economia, na redução O financiamento da máquina estatal ocorria, em
ou expansão do nível de atividade. A chamada revolução sua maior parte, com recursos retirados arbitra-
Keynesiana trouxe a tona um Orçamento Público como riamente de seus cidadãos e a aplicação desses
instrumento de política fiscal, visando a estabilização, recursos era feita da forma que melhor convinha
expansão ou retração da atividade econômica, conforme a quem detinha o poder, sem qualquer compro-
a necessidade e opção política do governante, papel que misso em atender necessidades públicas. Nesse
ocupa até hoje. tipo de Estado, o orçamento, enquanto documen-
176 A idéia de um Estado Social-Democrático já existia, to, quando existe, não era democrático.
com a crença de que poderia haver uma transição pa- 02. Estado liberal (partir do século XVIII):
cífica para uma sociedade socialista, ou seja, sem uma Estado mínimo, cujo fundamento está na lega-
revolução armada, por meio de uma evolução demo- lidade e na mínima intervenção econômica. Seu
crática. Com a Segunda Grande Guerra que culminou orçamento é ferramenta para garantir apenas
também com a expansão do comunismo pelo mundo, os as necessidades públicas fundamentais (justiça,
movimentos por um Estado mais atuante e participativo segurança, defesa externa) e suprir as falhas de
ganharam força, principalmente na reconstrução rede- mercado. Orçamento Público e, quando aprovado
mocratização da Europa ocidental e do Japão, consoli- por poder legislativo independente, também de-
dando esse Estado intermediário, alternativo ao Liberal mocrático.
e ao Comunista. 03. Estado socialista (de 1917 a meados da dé-
Com o avanço dessa corrente de pensamento surge cada de 90): Estado total, máximo, interventor,
então o Estado do Bem-Estar Social, o WelFare State, onde garantindo todas às necessitas públicas, atuando
todo cidadão teria direito a um conjunto de benefícios em todos os setores econômicos com orçamento
sociais fornecidos pelo Estado. Esse modelo desenvol- Público máximo envolvendo toda a atividade eco-
veu-se principalmente na Europa, como uma distorção nômica e, quando aprovado por poder legislativo
do Estado Social-Democrático, afinal o Estado passava independente, também democrático.
a assumir compromissos sociais que iam muito alem de 04. Estado do Bem-Estar Social ou Estado-pro-
sua capacidade econômica, o que fez com que alguns vidência (segunda metade do século XX): Estado
países mergulhassem em déficits fiscais. Esse modelo que intervêm ativamente na economia, principal-
econômico obteve mais sucesso nos Estados Escandina- mente em períodos de recessão econômica, quan-
vos tais como Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia. do atua para fomentar o desenvolvimento, visando
Em razão do alto endividamento do Estado provocado melhorar índices de emprego e a renda. Também
pelo WelFare State, em muitos países esse modelo não é responsável por disponibilizar um conjunto de
conseguiu se sustentar, tornando-se ingrediente de uma garantias sociais mínimas ao cidadão. Orçamento
grave crise econômica mundial que atingiu seu auge na é uma ferramenta de política fiscal, com vistas à
década de setenta, em que o mundo enfrentou grave es- estabilização, à expansão ou à retração da ativi-
tagnação econômica e crescimento reduzido. dade econômica, é utilizado como instrumento de
Com o aumento do déficit público, em muitos paí- políticas anti-cíclicas.
ses o Estado do Bem-Estar Social entra em crise e pas- 05. Estado Neoliberal: Nesse modelo, o Estado
sa a recuar. A solução apresentada foi uma redução do reduz sua interferência na economia, descentra-
CONTABILIDADE
PROFESSOR
Marcelo Adriano
Professor para concursos públicos desde 2009. Sou
ex-militar de carreira das Forças Armadas (minha pri-
meira aprovação aos 18 anos de idade) e atualmente
servidor Público Federal, sendo aprovado em vários
concursos, como Polícia Federal (2x), Polícia Civil do
Distrito Federal, DEPEN, dentre outros. Autor do livro
Série Provas & Concursos, lançado pela editora Abril
Educação - Alfacon, te auxiliarei em seu grande obje-
tivo que é a aprovação para o tão sonhado cargo pú-
blico.Formado pela UEFS (Universidade Estadual de
Feira de Santana) ministro aulas em grandes cursos
para concursos públicos online e presenciais em pra-
ticamente todo o Brasil (Brasília, Curitiba, Cascavel,
Fortaleza). Também sou professor da ANP (Academia
Nacional de Polícia) e instrutor nas matérias de Tiro,
Uso Progressivo da Força e Técnicas e Tecnologias não
Letais.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
Observações Iniciais................................................................................................................................................................................................................................ 351
Sobre a Matéria.......................................................................................................................................................................................................................................... 351

1. CONCEITOS BÁSICOS ....................................................................................................................................................................... 352


Conceito de Contabilidade.....................................................................................................................................................................................................................352

2. OBJETO DA CONTABILIDADE....................................................................................................................................................... 353


Bens................................................................................................................................................................................................................................................................353
Direitos..........................................................................................................................................................................................................................................................354
Obrigações...................................................................................................................................................................................................................................................355

3. FINALIDADE DA CONTABILIDADE............................................................................................................................................ 356

4. INFORMAÇÃO CONTÁBIL................................................................................................................................................................357

5. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL-FINANCEIRA ÚTIL.....................................357


Características Qualitativas Fundamentais...................................................................................................................................................................................357
Características Qualitativas de Melhoria.......................................................................................................................................................................................358

6. USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL................................................................................................................................360


Usuários Externos................................................................................................................................................................................................................................... 360
Internos......................................................................................................................................................................................................................................................... 361

7. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE....................................................................................................................................................361
Função Administrativa: ......................................................................................................................................................................................................................... 361
Função Econômica:................................................................................................................................................................................................................................... 361

8. VARIAÇÕES DOS ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS................................................................................361


Aspectos Quantitativos do Patrimônio............................................................................................................................................................................................. 361
Aspectos Qualitativos do Patrimônio................................................................................................................................................................................................362

9. FATOS CONTÁBEIS............................................................................................................................................................................. 362 347


Fatos Contábeis..........................................................................................................................................................................................................................................362
Fatos Administrativos.............................................................................................................................................................................................................................362
Atos Administrativos...............................................................................................................................................................................................................................362

10. TÉCNICAS CONTÁBEIS................................................................................................................................................................... 362


A Escrituração............................................................................................................................................................................................................................................362
As Demonstrações....................................................................................................................................................................................................................................362
A Auditoria..................................................................................................................................................................................................................................................363
Análise de Balanços.................................................................................................................................................................................................................................363

11. CAMPO DE APLICAÇÃO.................................................................................................................................................................. 363


Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................363

12. O PATRIMÔNIO ................................................................................................................................................................................. 365


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................365
Representação do Patrimônio .............................................................................................................................................................................................................365
Elementos Patrimoniais.........................................................................................................................................................................................................................366
Passivo (Passivo Exigível) (Recursos ou Capital de Terceiros)...............................................................................................................................................368
Patrimônio Líquido (PL):........................................................................................................................................................................................................................369
Passivo ou Passivo Total (P)..................................................................................................................................................................................................................370

13. NATUREZA DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS.................................................................................................................... 372


Contas Patrimoniais Devedoras e Credoras...................................................................................................................................................................................372
Contas Patrimoniais Retificadoras ou Redutoras........................................................................................................................................................................373

14. SITUAÇÕES PATRIMONIAIS..........................................................................................................................................................375


Situação Líquida Positiva, Superavitária, Favorável, Ativa.....................................................................................................................................................375
Situação Líquida Nula ou Compensada...........................................................................................................................................................................................376
Situação Líquida Negativa, Deficitária, Desfavorável, Passiva ou Passivo a Descoberto............................................................................................376

15. RELAÇÃO ENTRE OS GRUPOS EM QUE SE SUBDIVIDE O PATRIMÔNIO................................................................ 378

16. FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO..................................................................................................................................................... 379


SUMÁRIO

17. MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS..................................................................................................................................... 379


Capital Social..............................................................................................................................................................................................................................................380
Subscrição do Capital Social................................................................................................................................................................................................................380
Integralização do Capital Social..........................................................................................................................................................................................................380
Capital Social Autorizado......................................................................................................................................................................................................................380
Constituição Patrimonial na Prática.................................................................................................................................................................................................380

18. RESULTADO, RECEITA E DESPESA .......................................................................................................................................... 382


Receita...........................................................................................................................................................................................................................................................382
Receita em Sentido Estrito (Propriamente Ditas)........................................................................................................................................................................383
Receita em Sentido Amplo:...................................................................................................................................................................................................................383
Reconhecimento de Receitas ..............................................................................................................................................................................................................386
Despesa.........................................................................................................................................................................................................................................................387
Despesa em Sentido Estrito..................................................................................................................................................................................................................388
Despesa em Sentido Amplo:.................................................................................................................................................................................................................388
Reconhecimento de Despesas ............................................................................................................................................................................................................ 391

19. RESULTADO (RÉDITO - PERFORMANCE)............................................................................................................................... 393


Origens de Recursos................................................................................................................................................................................................................................395
Aplicação de Recursos............................................................................................................................................................................................................................395

20. CONTAS CONTÁBEIS...................................................................................................................................................................... 395


Conceito........................................................................................................................................................................................................................................................396
Função...........................................................................................................................................................................................................................................................396
Teoria das Contas......................................................................................................................................................................................................................................396
Natureza das Contas................................................................................................................................................................................................................................398
Classificação das Contas....................................................................................................................................................................................................................... 400
Quanto aos Elementos que Registram, Segundo a Teoria Patrimonialista...................................................................................................................... 400
Quanto à Variação da Natureza do Saldo........................................................................................................................................................................................401
Quanto ao Desdobramento....................................................................................................................................................................................................................401
Quanto à Transitoriedade dos Saldos...............................................................................................................................................................................................401
Quanto à Movimentação.........................................................................................................................................................................................................................401
Quanto Frequência da Movimentação..............................................................................................................................................................................................401
Outras Denominações............................................................................................................................................................................................................................ 402
Representação Gráfica da Conta e Elementos Essenciais....................................................................................................................................................... 403
Funcionamento das Contas.................................................................................................................................................................................................................. 404
348 Plano de Contas........................................................................................................................................................................................................................................ 406
Contas do Ativo......................................................................................................................................................................................................................................... 408
Contas de Passivo Exigível................................................................................................................................................................................................................... 409
Contas de Patrimônio Líquido (SL) ...................................................................................................................................................................................................410

21. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL.......................................................................................................................................................... 411


Definição........................................................................................................................................................................................................................................................411
Métodos de Escrituração.........................................................................................................................................................................................................................411
Formalidades da Escrituração Contábil ......................................................................................................................................................................................... 412
Formalidades Intrínsecas...................................................................................................................................................................................................................... 413
Formalidades Extrínsecas (Externas)............................................................................................................................................................................................... 414
Processos de Escrituração..................................................................................................................................................................................................................... 415
Lançamento Contábil............................................................................................................................................................................................................................... 415
Fórmulas de Lançamento...................................................................................................................................................................................................................... 416
Erros de Escrituração e sua Correção.............................................................................................................................................................................................. 417
Erro na Identificação da Conta Creditada, Debitada ou Ambas............................................................................................................................................ 418
Inversão das Contas................................................................................................................................................................................................................................. 419
Erro por Valor Lançado a Menor........................................................................................................................................................................................................ 419
Erro por Valor Lançado a Maior......................................................................................................................................................................................................... 419
Normas sobre Escrituração Contábil............................................................................................................................................................................................... 420

22. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS............................................................................................................................................................... 422


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................422
Princípios Não Positivados....................................................................................................................................................................................................................423
Princípios Positivados.............................................................................................................................................................................................................................423
O Princípio da Continuidade................................................................................................................................................................................................................424
O Princípio da Oportunidade...............................................................................................................................................................................................................424
O Princípio do Registro pelo Valor Original..................................................................................................................................................................................426
O Princípio da Competência ...............................................................................................................................................................................................................428
O Princípio da Prudência..................................................................................................................................................................................................................... 430

23. LIVROS DE ESCRITURAÇÃO........................................................................................................................................................430


Livros Empresariais ou Comerciais.................................................................................................................................................................................................. 431
Processos de Escrituração.....................................................................................................................................................................................................................434
SUMÁRIO

24. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS................................................................................................................................................. 435


Conceito........................................................................................................................................................................................................................................................435
Finalidade....................................................................................................................................................................................................................................................435
Premissa Subjacente...............................................................................................................................................................................................................................436
Elementos das Demonstrações Contábeis......................................................................................................................................................................................436
Normas sobre Demonstrações Contábeis.......................................................................................................................................................................................439

25. BALANÇO PATRIMONIAL............................................................................................................................................................. 448


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................448
Organização.................................................................................................................................................................................................................................................448
Ativo...............................................................................................................................................................................................................................................................450
Ativo Não Circulante...............................................................................................................................................................................................................................455
Investimentos ............................................................................................................................................................................................................................................457
Imobilizado..................................................................................................................................................................................................................................................459
Intangível ................................................................................................................................................................................................................................................... 460
Passivo...........................................................................................................................................................................................................................................................462
Passivo Circulante....................................................................................................................................................................................................................................465
Passivo não Circulante............................................................................................................................................................................................................................466
Patrimônio Líquido .................................................................................................................................................................................................................................467

26. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)............................................................................................. 475


Introdução ...................................................................................................................................................................................................................................................475
Apresentação..............................................................................................................................................................................................................................................475
Composição..................................................................................................................................................................................................................................................476

27. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)................................................................ 486


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................486
Composição de Prejuízos ......................................................................................................................................................................................................................487
Elaboração...................................................................................................................................................................................................................................................488
Estrutura......................................................................................................................................................................................................................................................488
Modelo.......................................................................................................................................................................................................................................................... 490

28. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL.................................................................491


Introdução ................................................................................................................................................................................................................................................... 491
Elaboração...................................................................................................................................................................................................................................................492
349
29. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - DFC.................................................................................................................. 496
Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................496
Conceito........................................................................................................................................................................................................................................................497
Classificação dos Fluxos de Caixa por Atividade........................................................................................................................................................................498
Estrutura...................................................................................................................................................................................................................................................... 501
Transação que não Envolve Caixa ou Equivalentes de Caixa................................................................................................................................................503
Exemplos Ilustrativos..............................................................................................................................................................................................................................503

30. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA........................................................................................................... 505


Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................505
Conceito........................................................................................................................................................................................................................................................506
Características das Informações da DVA Segundo CPC 09....................................................................................................................................................506
Elaboração e Estrutura do DVA..........................................................................................................................................................................................................507
Modelos de DVA......................................................................................................................................................................................................................................... 510

31. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS............................................................................................................................................513


Ramos de Atividade Empresarial....................................................................................................................................................................................................... 513
Formação do Valor do Estoque na Composição dos Custos.....................................................................................................................................................515
Tributos......................................................................................................................................................................................................................................................... 516
Principais Tributos................................................................................................................................................................................................................................... 518
Exemplo Prático na Aplicação do IPI, ICMS E ISS na Aquisição de Bens para Três Destinações Distintas, Referentes aos Três Ramos
de Atividade................................................................................................................................................................................................................................................520
Compras........................................................................................................................................................................................................................................................ 521
Custo das Mercadorias Vendidas e Custo dos Produtos Vendidos.......................................................................................................................................526
Vendas...........................................................................................................................................................................................................................................................526
Resultado com Mercadorias - RCM (Resultado Bruto) –Apuração Extra Contábil........................................................................................................529
Apuração dos Tributos Recuperáveis...............................................................................................................................................................................................530

32. AVALIAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DE ITENS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO DE INVESTIMENTOS


SOCIETÁRIOS NO PAÍS...........................................................................................................................................................................531
Introdução.................................................................................................................................................................................................................................................... 531
Critérios de Avaliação do Ativo........................................................................................................................................................................................................... 531
Questões Comentadas..............................................................................................................................................................................................................................551
SUMÁRIO

33. SISTEMAS DE INVENTÁRIO DE ESTOQUES.......................................................................................................................... 551


Sistema de Inventário Periódico..........................................................................................................................................................................................................551
Método da Conta Mercadorias com Função Mista.......................................................................................................................................................................551
Questões Gabaritdas................................................................................................................................................................................................................................559

34. PROVISÕES.......................................................................................................................................................................................... 560


Provisões do Ativo ...................................................................................................................................................................................................................................562
Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa (Provisão para Devedores Duvidosos - PDD);............................................................................563
Provisão para Perdas Prováveis na Alienação de Investimentos (dedutível até 31/12/95)........................................................................................565
Provisões do passivo - Provisões Passivas......................................................................................................................................................................................565

35. OPERAÇÕES FINANCEIRAS......................................................................................................................................................... 566


Juros...............................................................................................................................................................................................................................................................566
Empréstimos...............................................................................................................................................................................................................................................567
Financiamento...........................................................................................................................................................................................................................................568

350
Introdução

Observações Iniciais que enfrentam essa dificuldade desde a infância.


O outro ponto a ser considerado é a terminologia, que
Olá amigos (as)! muitas vezes é confusa para aqueles que não estão acos-
Iniciaremos hoje o estudo de uma matéria muito im- tumados a ela.
portante nos concursos em que é cobrada, normalmente Por fim, a maior parte das reclamações dos alunos é
com peso significativo e que, por isso, faz a diferença na sem dúvida o entendimento sobre o sistema de registro
hora de se alcançar o objetivo final que é a aprovação. contábil que envolve os lançamentos de débitos e crédi-
Para quem ainda não me conhece: tos, isso porque o aluno tenta procurar explicações para
Sou Marcelo Adriano, professor para concursos pú- a lógica desse mecanismo em seus conhecimentos empí-
blicos desde 2009 das matérias de Contabilidade, Admi- ricos, seus conceitos do dia-a-dia sobre o que seja débito
nistração Financeira e Orçamentária. e crédito.
Sou ex-militar de carreira das Forças Armadas (mi- Vejamos então algumas considerações sobre as difi-
nha primeira aprovação aos 18 anos de idade) e atual- culdades acima apresentadas:
mente servidor Público Federal, sendo aprovado em vá- Com relação à matemática, o que se precisa saber
rios concursos, como Polícia Federal (2x), Polícia Civil do para responder as questões mais complexas de Contabi-
Distrito Federal, DEPEN, dentre outros. lidade são basicamente as quatro operações fundamen-
Autor do livro Série Provas & Concursos – AFO, lan- tais e, no máximo, o conceito de porcentagem, ou seja,
çado pela editora Abril Educação - Alfacon, e, em bre- não é nada complicado.
ve, lançando Contabilidade Facilitada para Concursos Com relação à terminologia empregada, a questão
Públicos, te auxiliarei em seu grande objetivo que é a está em se acostumar com ela. Toda área de conheci-
aprovação para o tão sonhado cargo público, nesse caso, mento tem sua própria terminologia, exemplo disso é o
para AFT. Formado em Administração de Empresas pela direito penal. Se pensarmos bem, para um iniciante não
UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) mi- é nada fácil entender que culpa não é a mesma coisa que
nistro aulas em grandes cursos para concursos públicos culpabilidade, que, para teoria tripartite, para que um
online e presenciais em praticamente todo o Brasil (Bra- fato seja considerado crime ele deve ser típico, antijurí-
sília, Curitiba, Cascavel, Fortaleza). Também sou profes- dico e culpável. Apesar de parecer difícil, qualquer con-
sor da ANP (Academia Nacional de Polícia) e instrutor curseiro passa a tirar de letra a utilização desses termos
nas matérias de Tiro, Uso Progressivo da Força e Técni- depois que se acostuma com eles.
cas e Tecnologias não Letais. E o que torna fácil esse entendimento?
Venha estudar conosco e aumentar suas chances de Nada mais que o conhecimento e principalmente a
aprovação, estou a sua disposição! prática, ou seja, acostumar-se com tais conceitos. 351
Com relação ao mecanismo de escrituração contábil
de débitos e créditos, de origens e aplicações, ou seja, o
Sobre a Matéria método das partidas dobradas, o segredo é não se preo-
cupar com o significado que essas duas palavras tem e
Você inicia agora o estudo da Contabilidade Geral
estar atento a onde e quando empregá-las.
abrangendo teoria e questões comentadas e muita prá-
Por fim, é possível dividir o entendimento e aprendi-
tica para que você possa, definitivamente e de uma vez
zagem da Contabilidade em dois pontos distintos:
por todas, aprender a resolver questões, que é o nosso
principal objetivo.
01. Aprender a debitar e creditar.
É uma enorme satisfação poder estar aqui, nosso
compromisso com vocês é a preparação de alto nível
Entender o débito e o crédito é, sem dúvida, um ca-
para arrebentar nas provas em que é cobrada Contabi-
pítulo a parte no aprendizado da Contabilidade. Muitas
lidade.
vezes os alunos passam a, por exemplo, tentar valorar o
Primeiramente, para um melhor resultado, preste
débito e o crédito. Em nosso dia-adia aprendemos que
atenção nas seguintes dicas:
débito é ruim e crédito é bom. Ao ler que quando tem
A Contabilidade caro aluno não é uma matéria tão
dinheiro em caixa ele está devedor, e quando surge uma
difícil assim. Ao contrário do que acham aqueles que
obrigação ela é credora, o aluno procura inverter o con-
nunca tiveram contato com ela ou tiveram de maneira
ceito que ele já possuía: “agora débito é bom e crédito é
meramente superficial, a dificuldade está muito mais no
ruim”.
conceito pré-concebido em função do desconhecimento.
Porém, quando ele identifica que a receita, que “bom”,
Digo isso porque tive esse mesmo pré-conceito quan-
é credora e a despesa, que é “ruim”, é devedora, tudo fica
do iniciei o estudo dessa linda disciplina, o que é con-
muito confuso e o aluno passa a querer se enforar em
firmado com a reclamação dos alunos em toda minha
um pé de cebolinha.
experiência lecionando. Sei que ele existe pelo fato da
Calma, o mundo não vai acabar, nõa salte do pé de
Contabilidade em alguns momentos envolver muitos nú-
alface!
meros e uma terminologia diferenciada.
O fato de que em algumas partes da matéria seja
Mas qual a solução então?
obrigatório o trabalho com números, faz o aluno ligar a
A solução é não valorar esses termos, pois são me-
Contabilidade às dificuldades da matemática, que para
ras convenções. Entendendo quando utilizá-las, tudo fica
alguns chega a ser um tormento, principalmente aqueles
mais fácil, não se prenda a conceitos pré-estabelecidos,
CONTABILIDADE

pois, ao invéz de débito e cr´dito, a terminologia pode- seguis a ordem nele exposta, havendo a necessidade de
ria ser “preto e branco”, “alto e baixo”, ou quaquer outro adaptações para que se tenha um efetivo aprendizado.
temor que fizesse a devida diferenciação do efeito dos
fatos contábeis no patrimônio.
O segredo é entender o “momento” de debitar e cre-
1. CONCEITOS BÁSICOS
ditar e o efeito do débito e do crédito no patromônio.
Para conhecer qualquer matéria é essencial enten-
Esse entendimento depende do entendimento do que
der, antes de tudo, seus conceitos básicos relacionados.
seja receita e despesa e, consequentemente Patrimônio
Com a Contabilidade não é diferente e esse capítulo se
Líquido.
destina a apresentar de forma clara e sucinta o que é de
Assim, no momento de entender esses elementos não
mais importante para tal entendimento. Definir a Con-
tenha pressa e procure efetivamente aprender com cal-
tabilidade é o primeiro passo para o seu entendimento.
ma. Para tanto, praticar é essencial , pois a Contabilidade
Conhecer o seu conceito e compreender os seus elemen-
é o tipo de matéria que se aprende “com os dedos”, ou
tos é necessário para facilitar o aprendizado de todo con-
seja, aprende-se com muito mais facilidade se o aluno
teúdo envolvido.
praticar o máximo possível. Assim, todas as vezes que
tiver um fato contábil para ser discutido e lançado, tente
fazê-lo antes de verificar no material, por mais simples Conceito de Contabilidade
que possa parecer. Agindo assim você estará colaboran-
do sobremaneira para o entendimento da matéria e, con- O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, re-
sequentemente, para o alcance dos seus objetivos. alizado no Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924,
Para que você aprenda Contabilidade da forma cor- chegou a seguinte definição:
reta, nossos materiais seguem um padrão bem didático,
detalhado e progressivo, isso porque, como aluno, sem- “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica
pre identifiquei um grande obstáculo ao aprendizado: as funções de orientação, de controle e de registro
a presunção do professor ou escritor de que o aluno já relativas à administração econômica”1.
conhece e domina alguns conceitos, fazendo explicações
sem determinar a bases fundamentais para o entendi- Do conceito acima transcrito extrai-se que a Contabi-
mento como um todo. lidade e uma ciência, ou seja, um campo de conhecimen-
Aqui a didática é simples: detalhamento da matéria to autônomo que possui um objeto próprio, o patrimônio.
com uma linguagem simples e acessível; esquemas di-
352 dáticos; e questões comentadas. Mas o que vem a ser o patrimônio para a Con-
Fique atento, pois não será possível seguir a risca a tabilidade?
sequência dos tópicos do edital, isso porque os mesmos Como veremos abaixo com mais detalhes, ao con-
não seguem uma linha coerente com a necessidade para trário do senso popular que relaciona a expressão pa-
o aprendizado. Porém, todos os tópicos serão devidamen- trimônio a bens somente, em realidade, patrimônio é o
te abordados. conjunto de bens direitos e obrigações de uma pessoa
física, jurídica com ou sem fins lucrativos, de natureza
02. Extenção e complexidade. pública ou privada.
Outros conceitos:
Como a maior parte das disciplinas, a Contabilidade Segundo Hilário Franco, “Contabilidade é a ciência
é extensa e possui certo grau de complexidade. Quando que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no
são cobrados tópicos como “Lei nº 6.404/1976, suas alte- patrimônio das entidades, mediante o registro, a de-
rações e legislação complementar” ou ainda “Pronuncia- monstração expositiva e a revelação desses fatos, com
mentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)” o fim de oferecer informações sobre a composição do
e o aluno busca tais tópicos, descobre que são extensos e patrimônio, suas variações e o resultado econômico de-
complexos. A não ser que já se tenha um conhecimento corrente da gestão da riqueza patrimonial.2“
razoável do “todo”, não é aconcenlhável ao aluno estudar Para a CVM - Comissão de Valores Mobiliários, “Con-
puramente tais itens diretamente. Em nosso material es- tabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e
ses tópicos serão tratados em tópico próprio, isso porque avaliação destinado a prover seus usuários com demons-
esses itens permeiam praticamente tudo o que se refe- trações e análises de natureza econômica, financeira, fí-
re á Contabilidade e serão tratados em todos os tópicos. sica e de produtividade, com relação à entidade objeto
Assim, tais mandamentos serão abordados ao longo das de contabilização”3.
aulas com as devidas citações para consulta desses nor-
mativos. 1- Em 1915, foi fundado o Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais, a primeira
Por fim, tem-se que tomar muito cuidado com os entidade para congregar Contabilistas de que se tem notícia em nosso País. No
ano seguinte, foram fundados a Associação dos Contadores de São Paulo e o
editais, já que os mesmos muitas vezes não cobraram Instituto Brasileiro de Contabilidade, no Rio de Janeiro. Em 1924, foi realizado, no
assuntos que são essenciais para o entendimento dos Rio de Janeiro, o 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, liderado pelo senador
João Lyra, quando foi iniciada a campanha para a regulamentação da profissão
tópicos exigidos, tratam os mesmos assuntos com ter- de Contador e para a reforma do ensino comercial.
minologias disdintas, ipedindo comparações somente 2- FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 18 ed. São Paulo: Atlas, 1996.
3- Comissão de Valores Mobiliários Anexo à Deliberação nº 29 de 05 de Fevereiro
pelo que está descrito neles. Outro ponto é a ordem dos de 1986. ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE (disponível
assuntos combrados, na maioria das vezes, é impossível em http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.
CAPÍTULO 02 - Objeto da Contabilidade

Outro conceito a firma que a Contabilidade “É a ciên-


Ativo Passivo Exigível
cia que estuda e acompanha a evolução patrimonial de
uma entidade, observando os seus aspectos qualitativos Bens
e quantitativos”4. Rinaldo Remígio. + Obrigações
Observando os principais pontos dos conceitos cita- Direitos
dos acima é possível identificar e extrair o seguinte en-
tendimento: “a Contabilidade é uma ciência social que Normalmente a soma de bens e valores tem montan-
estuda e controla o patrimônio, seu objeto, nas variações te maior que a soma das obrigações.
em seus aspectos qualitativos e quantitativos, produzin- Ponto importante a ser observado é a diferença ter-
do e prestando informações de cunho econômico, finan- minológica entre as expressões “patrimônio” e “capital”.
ceiro, físico e de produtividade, com o fim de propiciar Essas expressões não são sinônimas e, para Contabilida-
aos usuários dessa informação subsídios para tomada de, tem significados muito distintos.
de decisão.” Capital significa valor investido
Patrimônio significa conjunto de bens direitos e obri-
gações pertencentes a uma pessoa.
Capital Social é o investimento feito pelos proprietá-
rios na entidade e corresponde à parcela do Patrimônio
Líquido (soma de bens e direitos, subtraída da soma das
obrigações – PL = A – PE). Simplificando, Patrimônio Lí-
quido é o resultado do saldo líquido apurado pela dife-
rença entre ATIVO e PASSIVO.
Em tópico próprio aprenderemos com detalhes os
elementos patrimoniais, bens direitos e obrigações e Pa-
trimônio Líquido.
Importante estar atento ao fato de que, para serem
considerados pela Contabilidade como elementos patri-
moniais de uma pessoa, os bens, direitos e obrigações
Insta citar que, apesar de, em parte, lidar com nú- devem ter valor econômico, ou seja, deve-se espera que
meros, a Contabilidade não é uma ciência exata, é, em deles fluam benefícios econômicos futuros ou para enti-
realidade, uma ciência social e por esse motivo necessita dade (bens e direitos) ou da entidade (obrigações). Isso
quer dizer que bens com valor somente sentimental e di- 353
de princípios que orientem seus usuários com objetivo
de padronizar as ações a ela relacionadas. reitos e obrigações de cunho somente moral, por exem-
plo, não entrarão no cômputo do patrimônio de uma pes-
soa.
2. OBJETO DA CONTABILIDADE Outro fato a ser considerado é que o patrimônio não é
objeto exclusivo da Contabilidade, outras ciências como
O objeto da Contabilidade é o patrimônio e, distinto do Economia, Administração e Finanças também o estu-
senso popular que liga a palavra patrimônio somente aos dam, tendo, porém outros objetivos.
bens, ele é representado pelo conjunto de três elementos: Vejamos agora com mais detalhes cada um desses
bens, direitos e obrigações que pertençam a uma pessoa elementos:
física ou jurídica, com fins lucrativos ou não, de natureza
jurídica pública ou privada, onde os bens (direitos reais)
e direitos (direitos pessoais) são os elementos positivos e Bens
as obrigações os elementos negativos.
Bem é tudo aquilo que tem utilidade para alguém.
Patrimônio Para a Contabilidade bem é tudo aquilo que está sob
Bens + Direitos - Obrigações controle de uma pessoa, física ou jurídica, que permita a
esta pessoa usufruir dos benefícios econômicos que pos-
A soma de bens (direitos reais) e direitos (direitos sam ser gerados pelo bem .
pessoais) é denominada pela Contabilidade de Ativo (A). É possível classificar e dividir os bens:
Já a soma das obrigações exigíveis e denominada de Pas-
sivo Exigível (PE). 01. Segundo a possibilidade de movimentação:

Ativo: Bens + Direitos (elementos positivos) • Bens Móveis: são aqueles que podem ser
Passivo Exigível: obrigações (elementos negati- movimentados sem que percam as característi-
vos) cas que o tornam importante para a pessoa sua
Graficamente, pode-se assim representar: detentora.

Exemplos: : máquinas, móveis e


htm) acessado em 03/01/2012
4- Silva, Agnaldo apud Rinaldo Remígio. Introdução à Contabilidade (disponível utensílios (móveis diversos, computadores
em http://www.facape.br/agnaldo/2602_Introducao_a_Contabilidade.pdf)
CONTABILIDADE

etc.), automóveis, caminhões etc. ções), imóveis para aluguel, obras de arte
para valorização.
• Bens Imóveis: são aqueles que ou não po-
dem ser movimentados ou, se o forem, perderão
as características que o tornam importante para a • Bens de uso: bens utilizados pela entidade
pessoa sua detentora. em seu processo produtivo, ou seja, são utilizados
no desenvolvimento das suas atividades princi-
Exemplos: casas, apartamentos, pais.
• Imobilizado: bens corpóreos, materiais, utili-
prédios, terrenos, galpões. zados nas atividades principais da entidade.

02. Que possuem ou não um corpo físico:


Exemplos: veículos, imóveis onde
• Tangíveis: bens que podem ser tocados por a empresa desenvolve suas atividades, má-
possuírem um corpo físico.
quinas, equipamentos etc.
Exemplos: Imóveis, móveis e utensílios, máquinas,
automóveis etc.
• Intangível: bens incorpóreos, imateriais, uti-
lizados nas atividades principais da entidade.
• Intangíveis: Não podem ser tocados por não
possuírem corpo físico.
Exemplos: marcas, patentes,
Exemplos: marcas, patentes, franquias etc. franquias, direitos autorais, concessões ob-
03. Segundo a sua finalidade: tidas etc.

• Bens numerários: são os bens que represen-


tam as disponibilidades financeiras da entidade. Direitos

354 Também denominados direitos pessoais, os diretos


referem-se aos valores a serem recebidos de terceiros
Exemplos: caixa, numerários em em função dos mais diversos fatores como mercadorias
trânsito. Alguns autores inserem as contas vendidas a prazo, serviços prestados para pagamento
Banco Conta Movimento (valores na conta posterior, adiantamento de salários, adiantamentos a for-
necedores, aluguéis pagos antecipadamente, juros pagos
corrente) e Aplicações Financeiras de Li-
antecipadamente.
quidez Imediata entre os bens numerários,
porém, em realidade essas duas contas se
referem a direitos. Exemplos: Duplicatas a Receber,
• Bens de venda: são bens destinados à co- Promissórias a Receber, Tributos a Com-
mercialização ou à composição dos bens que se- pensar (Recuperar), Clientes, Despesas
rão destinados à comercialização. Antecipadas (Adiantamento de Salários,
Seguros a Vencer, Adiantamento a Forne-
cedores), valores depositados em banco
Exemplos: mercadorias, produ- (valores em conta corrente, por exemplo)
tos (acabados e em elaboração), matéria etc..
prima, etc.
Quatro pontos devem ser destacados:
• Bens de renda: bens que não estão direta-
mente ligados às atividades principais da empre- 01. Para que um direito seja considerado como
sa e são mantidos porque, de alguma outra forma, integrante de um patrimônio, deve haver em re-
podem gerar renda. lação a ele a possibilidade de exigência, ou seja,
que seja possível exigir o valor que se tem direito,
inclusive judicialmente.
Exemplos: participações em ou-
tras empresas (ações, cotas de participa-
Exemplo: não se considera con-
CAPÍTULO 02 - Objeto da Contabilidade

tabilmente um direito a expectativa de


Exemplo: imagine que um co-
receber o valor de um negócio ainda não
mércio compre de uma indústria produtos
concretizado, ou ainda o lucro de uma em-
por cem (100) com 25 de ICMS embutido
presa que a pessoa é sócia mas que ainda
no preço e que foi recolhido pela indústria
não se realizou, ou a mera promessa de
para o Estado. Quem recolhe é o vende-
compra por parte de um cliente fiel.
dor, mas quem paga é o comprador, pois
o tributo está embutido na nota fiscal. O
02. Direitos não se referem somente a dinheiro valor de 25 pago pelo comércio junto com
a receber. Tudo que tenha valor econômico e que
o valor real do bem poderá ser recuperado
tenha que ser entregue à entidade é considerado
direito como bens e serviços que devam ser entre- gerando um direito.
gues ou prestados à empresa.

O comércio deverá registrar:


Exemplo: Imagine que o forne- Estoque: 75 (bem)
cedor de uma indústria, por estar em difi- ICMS a recuperar: 25 (direito).
culdades financeiras, peça dois mil (2.000)
Imagine agora que comércio venda mercadorias por
como antecipação para poder entregar
200 com cinquenta (50) de ICMS embutido no preço.
matéria prima encomendada. A indústria
está doando o valor ao fornecedor? Claro O comércio registrará:
que não, ela espera ser ressarcida com Venda: 200 (receita)
ICMS a Pagar ou Recolher: 50 (obrigação)
matéria prima. Assim, se o fornecedor só
entregar quarenta por cento do que foi Quando o comércio for recolher os cinquenta (50), ele
acordado (40%), a empresa tem o direito de poderá abater os valores registrados como ICMS a Recu-
exigir que ele lhe devolva em dinheiro o perar, no caso os 25 que estavam embutidos nos produtos
que foram comprados da indústria, pagando somente 25.
valor equivalente à parte que não lhe foi 355
entregue, ou seja, sessenta por sento (60%) • Outras denominações para direitos:
do valor que recebeu.
Os direitos também podem ser denominados de cré-
ditos e, dependendo de sua origem, podem assim ser de-
03. As despesas quando pagas antecipada- nominados:
mente também são consideradas direito, pois,
concomitante ao pagamento, surgirá um direito 01. Créditos de financiamento:
de um bem a ser recebido ou um serviço a ser Representados pelos direitos obtidos em função de
prestado a quem pagou. Até que isso aconteça o atividades estranhas ao objeto social da empresa.
direito permanecerá.
Exemplos: empréstimos a em-
Exemplo: Imagine que um fun- pregados e dirigentes feitos por uma con-
cionário peça dois mil como antecipação cessionária de veículos;
de salário do mês que se inicia. A empresa
está doando o valor a ele? Claro que não,
02. Créditos de funcionamento:
espera-se que ele pague com trabalho. As-
sim, se no meio do mês ele pede demissão Representados pelos direitos obtidos em função de
a empresa tem o direito de exigir que ele atividades relacionadas ao objeto social da empresa.
devolva a metade do valor que recebeu, po-
dendo inclusive descontar da sua rescisão.
Exemplo: empréstimos feitos por
um banco a seus clientes.
04. Alguns tributos geram créditos com direi-
to a compensar posteriormente com esses mes-
mo tributos a pagar. Esses créditos serão tratados Obrigações
como direitos até que sejam compensados.
O terceiro elemento patrimonial são as obrigações,
LEGISLAÇÃO APLICADA
À REGULAÇÃO EM
TRANSPORTES TERRESTRES
PROFESSOR
Tiago Zanolla
Professor de Ética no Serviço Público, Conhecimentos
Bancários e Direito Regimental. Formado em Engenharia de
Produção pela Universidade Pan-Americana de Ensino. Téc-
nico Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal de Jus-
tiça do Estado do Paraná. Envolvido com concursos públicos
desde 2009 é professor em diversos estados do Brasil.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1.COMO ESTUDAR LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA.............................................................................................................................575
LEI 8.987/1995............................................................................................................................................................................................................................................ 575
Lei 9.074/1995.............................................................................................................................................................................................................................................580
Lei 10.233/2001..........................................................................................................................................................................................................................................582
Lei Nº 10.871/2004....................................................................................................................................................................................................................................592
Decreto 4.130/2002................................................................................................................................................................................................................................. 602
Seção II - Das Receitas e do Orçamento..........................................................................................................................................................................................607
Questão Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................. 608

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CAPÍTULO 01 - Como Estudar Legislação Específica

1.COMO ESTUDAR LEGISLAÇÃO cortesia na sua prestação e modicidade de tarifas.

ESPECÍFICA a. Generalidade: Os serviços públicos devem


ser prestados de forma indiscriminada Em tese,
O estudo de legislação específica, apesar do nome, é possível à aplicação de tarifas diferenciadas. A
não se reveste de dificuldade. Na verdade, é a disciplina súmula 407 do STJ sedimentou que é legítima a
mais fácil em conteúdos editálicio. cobrança da tarifa de água fixada de acordo com
Isso, pois, geralmente são normas específicas do ór- as categorias de usuários e as faixas de consumo.
gão em que se pretende ingressar. b. Continuidade: a prestação de serviços pú-
Dessa forma, uma simples leitura dos dispositivos blicos deve ser contínua e sem interrupções.
legislativos é mais que suficiente para um bom desem- c. Modicidade: a prestação de serviços pú-
penho em provas. blicos deve respeitar a condição econômica do
  usuário.
LEI 8.987/1995 d. Atualidade: consiste na modernidade das
técnicas empregadas, equipamentos e instalações
A Lei nº 8.987/95 é conhecida como o Estatuto das – princípio da eficiência.
Concessões, pois, veio regulamentar o instituto da Con-
cessão de serviços públicos, aqui entendida como gêne- Vamos agora ao texto de lei:
ro, pois com advento da Lei 11.079/2004, que regulamen-
ta as parcerias público-privadas, torna-se necessário Capítulo I - Das Disposições Preliminares
formular o quadro atual em que se situam as concessões
de serviços públicos. Vejamos alguns conceitos gerais: Art. 1o As concessões de serviços públicos e de obras
públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão
As concessões comuns são regulamentadas pela lei pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta
8.987/95 e comportam duas modalidades: Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos
indispensáveis contratos.
a. concessões de serviços públicos simples e Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Fede-
ral e os Municípios promoverão a revisão e as adaptações
b. concessões de serviços públicos precedidas necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, bus-
da execução de obra pública. Sua principal carac- cando atender as peculiaridades das diversas modalidades
terística é que o poder concedente não oferece dos seus serviços.
qualquer contrapartida pecuniária ao concessio- Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Fede- 575
nário, todos os seus recursos são provenientes das ral ou o Município, em cuja competência se encontre o ser-
tarifas pagas pelo usuário. viço público, precedido ou não da execução de obra pública,
objeto de concessão ou permissão;
As concessões especiais são regidas pela Lei nº II - concessão de serviço público: a delegação de sua
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação,
11.079/04 e também se dividem em duas categorias: na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou con-
sórcio de empresas que demonstre capacidade para seu de-
a. as concessões patrocinadas e sempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
b. as concessões administrativas. III - concessão de serviço público precedida da execução
de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação,
reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de
Elas são caracterizadas pelo fato de que o conces- interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante
sionário recebe determinada contraprestação pecuniária licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica
da concedente, sendo denominadas de parcerias públi- ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o in-
co-privadas. vestimento da concessionária seja remunerado e amortiza-
Concessões simples: Concessão de serviço público do mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo
é o contrato administrativo pelo qual a Administração determinado;
Pública transfere à pessoa jurídica ou a consórcio de IV - permissão de serviço público: a delegação, a título
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públi-
empresas a execução de certa atividade de interesse co- cos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica
letivo, remunerada através do sistema de tarifas pagas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
pelos usuários. Sendo a Administração denominada de conta e risco.
Concedente e o executor de Concessionário. b) Conces- Art. 3o As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fis-
calização pelo poder concedente responsável pela delegação,
são de serviço público precedida da execução de obra com a cooperação dos usuários.
pública: é o contrato administrativo através do qual o po- Art. 4o A concessão de serviço público, precedida ou
der público ajusta com a pessoa jurídica ou consórcio de não da execução de obra pública, será formalizada mediante
empresas a execução de determinada obra pública, por contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das nor-
mas pertinentes e do edital de licitação.
sua conta e risco, delegando ao construtor, após a conclu- Art. 5o O poder concedente publicará, previamente ao
são, sua exploração por determinado prazo. edital de licitação, ato justificando a conveniência da outorga
A lei 8.987/95 estabelece como preceito fundamen- de concessão ou permissão, caracterizando seu objeto, área
tal a prestação de um serviço público adequado, ou seja, e prazo.
aquele que satisfaz as condições de regularidade, conti-
nuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade,
LEGISLAÇÃO APLICADA À REGULAÇÃO EM TRANSPORTES TERRESTRES

Capítulo II - Do Serviço Adequado viço público, poderá o poder concedente prever, em favor
da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de
outras fontes provenientes de receitas alternativas, comple-
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a pres-
mentares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem
tação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuá-
exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tari-
rios, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinen-
fas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.
tes e no respectivo contrato.
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste ar-
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de
tigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualida-
inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
de, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função
das tarifas.
das características técnicas e dos custos específicos prove-
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técni-
nientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.
cas, do equipamento e das instalações e a sua conservação,
bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do ser- Capítulo V - Da Licitação
viço a sua interrupção em situação de emergência ou após
prévio aviso, quando: Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou
I - motivada por razões de ordem técnica ou de seguran- não da execução de obra pública, será objeto de prévia licita-
ça das instalações; e, ção, nos termos da legislação própria e com observância dos
II - por inadimplemento do usuário, considerado o inte- princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade,
resse da coletividade. do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao ins-
trumento convocatório.
Capítulo III - Dos Direitos e Obrigações dos Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um
dos seguintes critérios:
Usuários I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser pres-
tado;
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder
de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários: concedente pela outorga da concessão;
I - receber serviço adequado; III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos
II - receber do poder concedente e da concessionária incisos I, II e VII;
informações para a defesa de interesses individuais ou co- IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
letivos; V - melhor proposta em razão da combinação dos crité-
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha rios de menor valor da tarifa do serviço público a ser presta-
entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, ob- do com o de melhor técnica;
servadas as normas do poder concedente. VI - melhor proposta em razão da combinação dos cri-
IV - levar ao conhecimento do poder público e da con- térios de maior oferta pela outorga da concessão com o de
cessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, melhor técnica; ou
referentes ao serviço prestado; VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após
576 V - comunicar às autoridades competentes os atos ilíci- qualificação de propostas técnicas.
tos praticados pela concessionária na prestação do serviço; § 1o A aplicação do critério previsto no inciso III só será
VI - contribuir para a permanência das boas condições admitida quando previamente estabelecida no edital de lici-
dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os tação, inclusive com regras e fórmulas precisas para avalia-
serviços. ção econômico-financeira.
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de di- § 2o Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V,
reito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e exigên-
obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do cias para formulação de propostas técnicas.
mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para § 3o O poder concedente recusará propostas manifesta-
escolherem os dias de vencimento de seus débitos. mente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com
os objetivos da licitação.
§ 4o Em igualdade de condições, será dada preferência à
Capítulo IV - Da Política Tarifária proposta apresentada por empresa brasileira.
Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá
Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade téc-
pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada nica ou econômica justificada no ato a que se refere o art.
pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no 5o desta Lei.
contrato. Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que,
§ 1o A tarifa não será subordinada à legislação específi- para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios
ca anterior e somente nos casos expressamente previstos em que não estejam previamente autorizados em lei e à disposi-
lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de ção de todos os concorrentes.
serviço público alternativo e gratuito para o usuário. § 1o Considerar-se-á, também, desclassificada a propos-
§ 2o Os contratos poderão prever mecanismos de revisão ta de entidade estatal alheia à esfera político-administrativa
das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-fi- do poder concedente que, para sua viabilização, necessite
nanceiro. de vantagens ou subsídios do poder público controlador da
§ 3o Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, referida entidade.
alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos le- § 2o Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata
gais, após a apresentação da proposta, quando comprovado este artigo, qualquer tipo de tratamento tributário diferen-
seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para ciado, ainda que em conseqüência da natureza jurídica do
menos, conforme o caso. licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve preva-
§ 4o Em havendo alteração unilateral do contrato que lecer entre todos os concorrentes.
afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder
concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à al- concedente, observados, no que couber, os critérios e as nor-
teração. mas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do e conterá, especialmente:
contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-fi- I - o objeto, metas e prazo da concessão;
nanceiro. II - a descrição das condições necessárias à prestação
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada ser- adequada do serviço;
CAPÍTULO 01 - Como Estudar Legislação Específica

III - os prazos para recebimento das propostas, julga- Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que
mento da licitação e assinatura do contrato; previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido,
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio,
interessados, os dados, estudos e projetos necessários à ela- se constitua em empresa antes da celebração do contrato.
boração dos orçamentos e apresentação das propostas; Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, proje-
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos tos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, vincu-
para a aferição da capacidade técnica, da idoneidade finan- lados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados
ceira e da regularidade jurídica e fiscal; pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão à
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, com- disposição dos interessados, devendo o vencedor da licita-
plementares ou acessórias, bem como as provenientes de ção ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados
projetos associados; no edital.
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de
concessionária em relação a alterações e expansões a serem certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relati-
realizadas no futuro, para garantir a continuidade da pres- vos à licitação ou às próprias concessões.
tação do serviço;
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a Capítulo VI - Do Contrato de Concessão
serem utilizados no julgamento técnico e econômico-finan-
ceiro da proposta; Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de conces-
X - a indicação dos bens reversíveis; são as relativas:
XI - as características dos bens reversíveis e as condi- I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
ções em que estes serão postos à disposição, nos casos em II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
que houver sido extinta a concessão anterior; III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das definidores da qualidade do serviço;
desapropriações necessárias à execução do serviço ou da IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos
obra pública, ou para a instituição de servidão administra- para o reajuste e a revisão das tarifas;
tiva; V - aos direitos, garantias e obrigações do poder con-
XIII - as condições de liderança da empresa responsá- cedente e da concessionária, inclusive os relacionados às
vel, na hipótese em que for permitida a participação de em- previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do
presas em consórcio; serviço e conseqüente modernização, aperfeiçoamento e
XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo ampliação dos equipamentos e das instalações;
contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e
art. 23 desta Lei, quando aplicáveis; utilização do serviço;
XV - nos casos de concessão de serviços públicos prece- VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipa-
dida da execução de obra pública, os dados relativos à obra, mentos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem
dentre os quais os elementos do projeto básico que permi- como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;
tam sua plena caracterização, bem assim as garantias exigi- VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que
das para essa parte específica do contrato, adequadas a cada se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;
caso e limitadas ao valor da obra; IX - aos casos de extinção da concessão; 577
XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de X - aos bens reversíveis;
adesão a ser firmado. XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamen-
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem to das indenizações devidas à concessionária, quando for o
das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: caso;
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o XII - às condições para prorrogação do contrato;
oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os do- XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da pres-
cumentos de habilitação do licitante mais bem classificado, tação de contas da concessionária ao poder concedente;
para verificação do atendimento das condições fixadas no XIV - à exigência da publicação de demonstrações fi-
edital; nanceiras periódicas da concessionária; e
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o XV - ao foro e ao modo amigável de solução das diver-
licitante será declarado vencedor; gências contratuais.
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de
analisados os documentos habilitatórios do licitante com a serviço público precedido da execução de obra pública de-
proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessiva- verão, adicionalmente:
mente, até que um licitante classificado atenda às condições I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execu-
fixadas no edital; ção das obras vinculadas à concessão; e
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessio-
será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econô- nária, das obrigações relativas às obras vinculadas à con-
micas por ele ofertadas. cessão.
Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação de Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o em-
empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas: prego de mecanismos privados para resolução de disputas
I - comprovação de compromisso, público ou particular, decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitra-
de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas; gem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio; termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.
III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do servi-
V e XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada; ço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos
IV - impedimento de participação de empresas consor- causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros,
ciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente ex-
consórcio ou isoladamente. clua ou atenue essa responsabilidade.
§ 1o O licitante vencedor fica obrigado a promover, an- § 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere
tes da celebração do contrato, a constituição e registro do este artigo, a concessionária poderá contratar com tercei-
consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I ros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
deste artigo. complementares ao serviço concedido, bem como a imple-
§ 2o A empresa líder do consórcio é a responsável pe- mentação de projetos associados.
rante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de § 2o Os contratos celebrados entre a concessionária e
concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das os terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão
demais consorciadas. pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação

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