Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
PREPARATÓRIA
ANTT
TÉCNICO ADMINISTRATIVO
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA
NOÇÕES DE CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL
LEGISLAÇÃO APLICADA À REGULAÇÃO EM TRANSPORTES TERRESTRES
VOLUME
02
AGÊNCIA NACIONAL DE
TRANSPORTES TERRESTRES
- VOLUME II
Noções de Administração
Noções de Gestão de Recursos Materiais
Noções de Arquivologia
Administração Financeira e Orçamentária
Noções de Contabilidade
Legislação Aplicada à Regulação em
Transportes Terrestres
2016 FOCUS CONCURSOS
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a repro-
dução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por
quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos,
fotográficos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às características
gráficas.
DIRETORIA EXECUTIVA
Evaldo Roberto da Silva
Ruy Wagner Astrath
PRODUÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
05
DIAGRAMAÇÃO
Liora Vanessa Coutinho
Willian Brognoli
CAPA/ILUSTRAÇÃO
Rafael Lutinski
DIREÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira
REVISÃO
Vítor Matheus Krewer
NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos Específicos
Publicado em Julho/2016
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, dar tudo que verá aqui e compreender bem.
Desejamos que todo esse esforço se transforme em
Este material foi concebido para que você tivesse questões corretas e aprovações em concursos.
a oportunidade de entrar em contato com os conteú-
dos necessários para realizar a prova do seu concurso. Bons estudos!
Muito esforço foi empregado para que fosse possível
chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta.
Na verdade, esse material é o resultado do trabalho
dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à
preparação de candidatos para a realização de concur-
sos públicos.
A sugestão é que você faça um estudo sistemáti-
co com o que está neste livro. Dito de outra maneira:
você não deve pular partes deste material, pois há uma
ideia de unicidade entre tudo que está aqui publicado.
Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada li-
nha dos textos será fundamental (serão fundamentais
em sua coletividade) para que sua preparação seja ple-
na.
Caso o seu objetivo seja a aprovação em um con-
curso público, saiba que partilhamos desse mesmo ob-
jetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu
sucesso! Por isso, desejamos muita força, concentração
e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos
aqui apresentados, ou seja, para que você possa estu-
PROFESSOR
Pablo Jamilk
PROPOSTA DA APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O CONCURSO DE
TÉCNICO ADMINISTRATIVO DA ANTT - VOLUME II
O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame da Agência Nacional de Transportes
Terrestres.
Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos recursos
didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assuntos lecio-
nados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida, prática
e objetiva.
SUMÁRIO
1. ABORDAGENS CLÁSSICA, BUROCRÁTICA E SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO...................................................... 15
Abordagem Clássica da Administração..............................................................................................................................................................................................15
Abordagem Burocrática da Administração......................................................................................................................................................................................17
Abordagem Sistêmica da Administração..........................................................................................................................................................................................19
Questões Gabaritadas................................................................................................................................................................................................................................19
4. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL....................................................................................................................................................35
Introdução ao Processo de Organização............................................................................................................................................................................................ 35
A Estrutura Organizacional.................................................................................................................................................................................................................... 35
Organização Formal e Organização Informal..................................................................................................................................................................................41
Tipos de Departamentalização: Características, Vantagens e Desvantagens.................................................................................................................... 42
Questões Gabaritadas...............................................................................................................................................................................................................................44
5. CULTURA ORGANIZACIONAL..........................................................................................................................................................44
Níveis Componentes da Cultura Organizacional........................................................................................................................................................................... 45 13
Transmissão da Cultura Organizacional........................................................................................................................................................................................... 45
Tipos de Cultura Organizacional..........................................................................................................................................................................................................46
Mudanças na Cultura Organizacional............................................................................................................................................................................................... 47
Socialização Organizacional................................................................................................................................................................................................................... 47
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 47
6. GESTÃO DE PESSOAS...........................................................................................................................................................................48
Equilíbrio Organizacional e Relações Indivíduo/Organização................................................................................................................................................ 48
Objetivos, Desafios e Características da Gestão de Pessoas..................................................................................................................................................... 50
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 55
7. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL......................................................................................................................................56
Motivação....................................................................................................................................................................................................................................................... 56
Liderança........................................................................................................................................................................................................................................................ 59
Desempenho..................................................................................................................................................................................................................................................64
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 69
Administração Direta................................................................................................................................................................................................................................ 85
Administração Indireta............................................................................................................................................................................................................................ 85
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 86
12. REQUISIÇÃO...........................................................................................................................................................................................88
14
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração
formular princípios e estabelecer processos pa- eficiente. Isso, no entanto, não quer dizer que os objetivos
dronizados que permitam o controle das opera- eram distintos, pois ambos os modelos buscavam a
ções fabris. eficiência organizacional.
III. Os empregados devem ser cientifica- Com a publicação em 1916 do livro "Administration
mente selecionados e colocados em seus pos- Industrielle et Générale", o autor afirma que em toda or-
tos com condições de trabalho adequadas para ganização, independentemente de tamanho ou natureza
que as normas possam ser cumpridas. de suas atividades, o conjunto de todas as suas operações
IV. Os empregados devem ser cientifica- pode ser dividido em seis grupos ou funções, a saber:
mente treinados para aperfeiçoar suas aptidões
e executar uma tarefa para que a produção nor- 01. Funções técnicas, relacionadas com a
mal seja cumprida. produção de bens ou de serviços da empresa.
V. A Administração precisa criar uma at- 02. Funções comerciais, relacionadas com
mosfera de íntima e cordial cooperação com compra, venda e permutação.
os trabalhadores para garantir a permanência 03. Funções financeiras, relacionadas com
desse ambiente psicológico. procura e gerência de capitais.
04. Funções de segurança, relacionadas com
Taylor também publica outra obra, o livro "The Prin- proteção e preservação dos bens e das pessoas.
cipies of Scientific Management", em 1911, no qual ele 05. Funções contábeis, relacionadas com in-
expressa três males presentes nas organizações de ventários, registros, balanços, custos e estatísticas.
sua época: 06. Funções administrativas, relacionadas
com a integração de cúpula das outras cinco fun-
I. Vadiagem sistemática dos operários, que re- ções.
duziam a produção acerca de um terço da que seria nor-
mal, para evitar a redução das tarifas de salários pela O autor denomina como funções essenciais a estes
gerência, com três causas determinantes para essa va- grupos de operações e que para cada função essencial
diagem: corresponde uma capacidade especial relacionada com
• O engano disseminado entre os trabalhado- a natureza e a importância da função. Cada uma dessas
res de que o maior rendimento do homem e da capacidades, ou funções, repousa em um conjunto de
máquina provoca desemprego. aptidões, qualidades e conhecimentos, assim resumidos:
• O sistema defeituoso de Administração que
16 força os operários à ociosidade no trabalho a fim • Qualidades físicas: saúde, vigor, destreza,
de proteger seus interesses pessoais. força muscular, agilidade, coordenação, rapidez e
• Os métodos empíricos ineficientes utilizados precisão.
nas empresas, com os quais o operário desperdiça • Qualidades intelectuais: aptidão para
grande parte de seu esforço e tempo. compreender, aprender e ter discernimento (ou
saber diferenciar), força e agilidades intelectuais,
II. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas habilidades analíticas, julgamento e engenhosida-
de trabalho e do tempo necessário para sua reali- de.
zação. • Qualidades morais: energia, firmeza, co-
III. Falta de uniformidade das técnicas e dos ragem de aceitar as responsabilidades, iniciativa,
métodos de trabalho. decisão, tato e dignidade.
• Cultura geral: conhecimentos variados que
A Administração Científica baseou-se no concei- não são exclusivamente da função exercida.
to de homo economicus, isto é, do homem econômi- • Conhecimentos especiais: relativos uni-
co. Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida camente a função exercida, seja ela técnica, co-
como influenciada exclusivamente por recompensas mercial, financeira, administrativa, etc.
salariais, econômicas e materiais. Em síntese, o ho- • Experiência: conhecimento resultante da
mem procura o trabalho não porque gosta dele, mas prática das funções, adquirido na vivência de pro-
como um meio de ganhar a vida por meio do salário blemas reais e na própria realização de trabalho.
que o trabalho proporciona.
Interessante destacar que as funções administra-
Teoria Clássica tivas, segundo Fayol, coordenam e sincronizam
as demais funções da empresa, pairando sempre
Enquanto a Administração Científica era desenvolvi- acima delas. Isso não quer dizer que se concentra exclu-
da nos Estados Unidos, em 1916 surgia na Europa, origi- sivamente no topo da organização; pelo contrário, elas
nando-se na França, a Teoria Clássica da Adminis- se repartem proporcionalmente por todos os níveis da
tração. hierarquia da empresa.
No modelo americano, temos a ênfase na tarefa rea- As funções administrativas conhecidas contempora-
lizada pelo operário. No modelo europeu, a ênfase era na neamente pelas ações de planejar, organizar, dirigir
estrutura que a organização deveria possuir para ser e controlar (PODC) são oriundas do desenvolvimento
de Fayol e sua teoria. Vejamos.
CAPÍTULO 01 - Abordagens Clássica, Burocrática e Sistêmica da Administração
SUMÁRIO
1. RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS..................................................................................................................................95
As Empresas e Seus Recursos............................................................................................................................................................................................................... 95
Adminstração de Materiais.................................................................................................................................................................................................................... 98
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 99
2. NÍVEL DE SERVIÇO...............................................................................................................................................................................99
Atendimento, Pontualidade e Flexibilidade..................................................................................................................................................................................... 99
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................100
4. FUNÇÃO SUPRIMENTO.....................................................................................................................................................................102
Estoque..........................................................................................................................................................................................................................................................104
Classificação dos Estoques....................................................................................................................................................................................................................106
Modelo Básico de Gestão de Estoques............................................................................................................................................................................................. 107
Estoques em Demanda Dependente e Demanda Independente............................................................................................................................................109
Compras no Setor Público......................................................................................................................................................................................................................110
Sistemas Registro de Preços................................................................................................................................................................................................................. 111
Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................112
7. FUNÇÃO DOCUMENTAÇÃO.............................................................................................................................................................123
93
Agentes Exteriores que Danificam os Documentos.................................................................................................................................................................... 124
Cuidados Gerais na Conservação dos Documentos.................................................................................................................................................................... 125
Restauração De Documentos............................................................................................................................................................................................................... 126
Tabela de Temporalidade....................................................................................................................................................................................................................... 127
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 127
CAPÍTULO 01 - Recursos Materiais e Patrimoniais
regado do controle e normalização das transações de re- ramento do processo de compra e processar, no cadastro
cebimento, fornecimento, devoluções, transferências de de fornecedores, os registros pertinentes.
materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de Quando o material é requisitado dos estoques, este
entrada e de saída de material. evento é comunicado ao subsistema de Controle de Es-
f) Inspeção de Recebimento - subsistema respon- toque pelo subsistema de Armazenagem. Este procede
sável pela verificação física e documental do recebimen- à baixa física e contábil, podendo, gerar com isso, uma
to de material, podendo ainda encarregar-se da verifica- ação de ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo sub-
ção dos atributos qualitativos pelas normas de controle sistema de Controle de Estoques uma ordem ao subsis-
de qualidade. tema de Compras, para que o material seja comprado
g) Cadastro - subsistema encarregado do cadastra- de um dos fornecedores cadastrados e habilitados junto
mento de fornecedores, pesquisa de mercado e compras. à organização pelo subsistema de Cadastro. Após a con-
cretização da compra, o subsistema de Cadastro também
Subsistemas Específicos: fica responsável para providenciar, junto aos fornecedo-
res, o cumprimento do prazo de entrega contratual, ini-
a) Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio ciando o ciclo, novamente, por ocasião do recebimento
responsável pela verificação da aplicação das normas e de material.
dos procedimentos estabelecidos para o funcionamento Todos esses subsistemas não aparecem configurados
da Administração de Materiais em toda a organização, na Administração de Materiais de qualquer organização.
analisando os desvios da política de suprimento traçada As partes componentes desta função dependem do ta-
pela administração e proporcionando soluções. manho, do tipo e da complexidade da organização, da
b) Padronização e Normalização - subsistema de natureza e de sua atividade-fim, e do número de itens
apoio ao qual cabe a obtenção de menor número de va- do inventário.
riedades existentes de determinado tipo de material, por
meio de unificação e especificação dos mesmos, propon- Responsabilidade e atribuições da Adminis-
do medidas de redução de estoques. tração de Materiais
c) Transporte de Material - subsistema de apoio
que se responsabiliza pela política e pela execução do a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os
transporte, movimentação e distribuição de material. A materiais necessários ao seu funcionamento;
colocação do produto acabado nos clientes e as entregas b) avaliar outras empresas como possíveis fornece-
das matérias-primas na fábrica é de responsabilidade do dores;
setor de Transportes e Distribuição. É nesse setor que se c) supervisionar os almoxarifados da empresa; 97
executa a administração da frota de veículos da empre- d) controlar os estoques;
sa, e/ou onde também são contratadas as transportado- e) aplicar um sistema de reaprovisionamento ade-
ras que prestam serviços de entrega e coleta. quado, fixando Estoques
Mínimos, Lotes Econômicos e outros índices neces-
A integração destas subfunções funciona como um sários ao gerenciamento dos estoques, segundo critérios
sistema de engrenagens que aciona a Administração aprovados pela direção da empresa;
de Material e permite a interface com outros sistemas f) manter contato com as Gerências de Produção,
da organização. Assim, quando um item de material é Controle de Qualidade,
recebido do fornecedor, houve, antes, todo um conjunto Engenharia de Produto, Financeira etc.
de ações inter-relacionadas para esse fim: o subsistema g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
de Controle de Estoque aciona o subsistema de Compras h) coordenar os inventários rotativos.
que recorre ao subsistema de Cadastro.
Quando do recebimento, do material pelo almoxari- Objetivos principais da administração de ma-
fado, o subsistema de teriais e recursos patrimoniais
Inspeção é acionado, de modo que os itens aceitos A Administração de Materiais tem por finalidade
pela inspeção física e documental são encaminhados ao principal assegurar o contínuo abastecimento de arti-
subsistema de Armazenagem para guarda nas unidades gos necessários para comercialização direta ou capaz de
de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo atender aos serviços executados pela empresa.
tempo que o subsistema de As empresas objetivam diminuir os custos operacio-
Controle de Estoque é informado para proceder aos nais para que elas e seus produtos possam ser competi-
registros físicos e contábeis da movimentação de entra- tivos no mercado.
da. O subsistema de Cadastro também é informado, para Mais especificamente, os materiais precisam ser de
encerrar o dossiê de compras e processar as anotações qualidade produtiva para assegurar a aceitação do pro-
cadastrais pertinentes ao fornecimento. Os materiais duto final. Precisam estar na empresa prontos para o
recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos consumo na data desejada e com um preço de aquisição
ao fornecedor. A devolução é providenciada pelo subsis- acessível, a fim de que o produto possa ser competitivo e
tema de Aquisição que aciona o fornecedor para essa assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital
providência após ser informado, pela Inspeção, que o investido.
material não foi aceito. Igualmente, o subsistema de Ca- Segue os principais objetivos da área de Administra-
dastro é informado do evento para providenciar o encer- ção de Recursos Materiais e Patrimoniais:
NOÇÕES DE
ARQUIVOLOGIA
PROFESSOR
Katia Quadros
Graduada em Processamento de Dados. Especialis-
ta em TI – Desenvolvimento Web – PUC-PR. Analista
de sistemas. Ex-examinadora para concursos públi-
cos. Professora de Informática desde 1998 em cursos
técnicos. Professora de Informática e Arquivologia
desde 2008 para Concursos Públicos presenciais e à
distância. Comentarista de questões e autora de ma-
teriais de concursos públicos.Orientadora de estudos
para concurso.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
CAPÍTULO I..................................................................................................................................................................................................133
Conceitos Iniciais...................................................................................................................................................................................................................................... 133
Classificação dos Documentos............................................................................................................................................................................................................. 135
Classificação dos Arquivos.................................................................................................................................................................................................................... 135
Teoria das 3 Idades................................................................................................................................................................................................................................... 137
Instrumentos de Pesquisa..................................................................................................................................................................................................................... 139
Tipos de Arquivos..................................................................................................................................................................................................................................... 139
Organização de Arquivos.......................................................................................................................................................................................................................141
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 142
CAPÍTULO II................................................................................................................................................................................................142
Métodos de Arquivamento.................................................................................................................................................................................................................... 142
Microfilmagem........................................................................................................................................................................................................................................... 147
Documento Digital.................................................................................................................................................................................................................................... 148
E-ARQ Brasil............................................................................................................................................................................................................................................... 149
Gestão Arquivística de Documentos................................................................................................................................................................................................. 149
Gerenciamento da Informação Gestão de Documentos............................................................................................................................................................ 150
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 150
CAPÍTULO I
O SINAR tem por finalidade implementar a polí-
tica nacional de arquivos públicos e privados, visan-
Conceitos Iniciais do à gestão, à preservação, e ao acesso aos documen-
tos de arquivo.
Introdução
Neste capítulo vamos conhecer os conceitos iniciais Integram o SINAR, que tem como órgão central o CO-
da Arquivologia. Aprender que estamos falando de uma NARQ:
ciência e que é regulamenta por leis e decretos.
Conhecer quais órgãos são responsáveis pela legisla- • o Arquivo Nacional;
ção e pela fiscalização do cumprimento destas. • os arquivos do Poder Executivo Federal;
Além da letra da lei, dê atenção aos conceitos de dis- • os arquivos do Poder Legislativo Federal;
tinção entre Arquivo, Biblioteca e Museu. • os arquivos do Poder Judiciário Federal;
A classificação dos documentos também é bastante • os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legis-
cobrada em prova. lativo e Judiciário;
A Teoria das Três Idades é o coração da arquivologia. • os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Execu-
São conceitos fundamentais para que você gabarite sua tivo, Legislativo e Judiciário; os arquivos municipais dos
prova. Poderes Executivo e Legislativo.
A Tabela da Temporalidade é de suma importância
para a Arquivologia, logo, neste momento, é importante CONARQ
para você também. O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ é
Arquivologia um órgão colegiado , vinculado ao Arquivo Nacional
É a ciência que se encarrega do estudo da organi- do Ministério da Justiça, que tem por finalidade de-
zação dos acervos documentais, desde a produção do finir a política nacional de arquivos públicos e priva-
documento, seu trâmite administrativo e sua posterior dos, como órgão central de um Sistema Nacional de
destinação, seja ela a eliminação ou recolhimento per- Arquivos, bem como exercer orientação normativa
manente por valor histórico. visando à gestão documental e à proteção especial
Seu objetivo é a organização e o acesso à informação. aos documentos de arquivo.
Conceitos fundamentais de arquivologia
O arquivo da instituição funcionará como o guardião Toda Legislação de Arquivologia pode ser encontrada
das informações ali existentes. Assim, para entendermos no site do CONARQ, além de muitas outras informações 133
o conceito de arquivo, devemos antes conhecer três con- sobre Arquivologia.
ceitos básicos que integram a área: informação, suporte http://www.conarq.arquivonacional.gov.br
e documento.
Informação: resultado do processamento, manipu- ARQUIVO
lação e organização de dados de tal forma que repre- Segundo Sólon Buck, arquivista dos EUA: Arquivo é o
sente um acréscimo ao conhecimento da pessoa que a conjunto de documentos oficialmente produzidos e rece-
recebe. bidos por um governo, organização ou firma, no decorrer
Suporte: meio no qual a informação é registrada. de suas atividades, arquivados e conservados por si e
seus sucessores para efeitos futuros.
Exemplo: pen drive, folha A4. Segundo Marilena Leite Paes: Arquivo é a acumula-
ção ordenada dos documentos, em sua maioria textuais,
Documento: Documento é toda informação registra- criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua
da em suporte material, que possa comprovar fatos e atividade, e preservados para a consecução de seus obje-
que possa ser utilizado para consulta. tivos, visando a utilidade que poderão oferecer no futuro.
Destacamos: Heloísa Almeida Prado define arquivo como sendo a
reunião de documentos conservados, visando à utilidade
que poderão oferecer futuramente, destacando que, para
ser funcional, um arquivo deve ser planejado, instalado,
organizado e mantido de acordo com as necessidades
inerentes aos setores e que para realizar o trabalho de
arquivamento o arquivista precisa conhecer a natureza
do arquivo que lhe será entregue.
SUMÁRIO
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS........................................................................................................................................................171
Introdução.....................................................................................................................................................................................................................................................171
Conceito de Orçamento Público.......................................................................................................................................................................................................... 173
Aspectos do Orçamento Público......................................................................................................................................................................................................... 174
FP: Fatores De Produção........................................................................................................................................................................................................................ 174
Funções Econômicas do Estado...........................................................................................................................................................................................................177
Atividade Financeira do Estado.......................................................................................................................................................................................................... 179
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 180
169
CAPÍTULO 01 - Conceitos introdutórios
vez que havia defesa comum e auxilio recíproco Como uma necessidade de sobrevivência social, com
contra as ameaças como predadores, intempéries, o fim de agregar tudo que se relacione ao que é rele-
grupos rivais etc. vante ao convívio comum, otimizando ações e recursos,
02. Alimentação: Agindo conjuntamente o surge o Estado, uma pessoa ficta (jurídica) que passa a
sucesso nas caçadas, coleta e plantio eram mais pairar sobre todos os que se sujeitarem a suas regras e
relevantes, propiciando aos integrantes do grupo que, consequentemente, gozem também dos benefícios
uma parcela muito maior do que conseguiriam de serem parte dele.
individualmente. Assim, o Estado é uma estrutura complexa surgida
com o fim de garantir o bem comum e que, para manter-
Diante de condições mais favoráveis, propiciada pela -se, demanda recursos dos mais diversos. Esses recursos,
vida em comum, as comunidades passaram a crescer, que devem ser disponibilizados, como regra, pela pró-
crescendo também a complexidade das relações, fazen- pria comunidade, servirão para disponibilizar os servi-
do com que surgissem cada vez mais necessidades em ços públicos definidos como responsabilidade do Estado.
virtude da sofisticação da vida social. Porém, como não é Modernamente, pode-se entender o Estado como
possível atender a necessidades de todos os integrantes uma instituição organizada politicamente, socialmente e
individualmente considerados, esse agrupamento pas- juridicamente, ocupando um território definido e dirigi-
sa a eleger quais são as necessidades mais importantes da por um governo que possui soberania reconhecida
para a coletividade, as chamadas NECESSIDADES PÚ- tanto interna como externamente. Ele é responsável pela
BLICAS. organização e pelo controle social, pois detém, segundo
O crescimento e a complexidade da comunidade Max Weber, o monopólio legítimo do uso da força (coer-
chegam a tanto, que passa a ser necessário estabelecer ção, especialmente a legal) sendo por isso o guardião da
responsáveis pelas atividades essenciais ao convívio co- ordem social. O Estado surge como resultado de um pro-
mum, criando uma divisão clara do trabalho, o que, por cesso histórico formado por basicamente três elementos:
sua vez, acaba por propiciar o surgimento de um corpo povo; território e soberania (alguns autores incluem o
de especialistas, demandando coordenação e controle, elemento finalidade).
normalmente atribuída a uma pessoa que exerce o papel
liderança, que passa a desempenhar o papel de direção, Atividade Financeira do Estado – AFE
decidindo os “caminhos” a serem trilhados. Um brocado econômico muito conhecido afirma que
A esse “líder”, juntamente com sua classe de espe- as necessidades sociais são ilimitadas, mas os recursos
cialistas, é atribuída a responsabilidade de elaborar e são limitados. O Estado só obterá sucesso se atender de
172 aprovar novas regras de convívio e ainda julgar os casos forma satisfatória as necessidades sociais, pois a socie-
concretos de aplicação dessas regras, normalmente em dade espera um padrão mínimo de qualidade de vida,
conflitos envolvendo membros do grupo. obtendo renda suficiente e uma gama mínima de ser-
A partir do momento que esse grupo passa a crescer viços públicos a sua disposição. Do contrário, o Estado
de forma contínua e organizada, crescimento propiciado passa a correr sério risco de sofrer e até desaparecer em
pela própria organização social, ter um território defi- meio a convulsões sociais, insurgências que podem levar
nido surge também como algo necessário à sobrevivên- ao caos social.
cia, afinal, quanto maior o grupo, maior a dificuldade Como a demanda por recursos cresce conforme cres-
de locomoção e maior a necessidade de se obter fontes cem as necessidades sociais e, por consequência, a es-
perenes e regulares de recursos necessários à sobrevi- trutura para desenvolver atividades estatais se tornam
vência, como água e alimentos. Os grupos deixam de ser cada vez mais complexas, o Estado necessita bem ge-
nômades e passam a viver em territórios que propiciem rir as receitas que tem para que possa maximizar sua
esses recursos que, por sua vez, passa a ser cobiçados aplicação, buscando o máximo de eficiência, eficácia e
por outros grupos, nem sempre amigáveis. efetividade.
Visando realizar esse gerenciamento, é necessária a
Estado utilização de uma ferramenta que auxilie o gestor públi-
A estrutura social cada vez mais complexa e a ne- co no planejamento e controle de todas as atividades re-
cessidade de se defender o território e seus recursos lacionadas à captação de recursos, receita pública, e seu
passam a demandar também uma estrutura cada vez dispêndio, despesa pública. O conjunto de ações voltadas
maior e mais complexa, onde existam pessoas especia- para essa atividade é denominada Atividade Financei-
listas e exclusivamente dedicadas às tarefas de interesse ra do Estado – AFE, que consiste em obter e aplicar o
comum, demandando recursos que devem surgir, ao me- dinheiro indispensável às necessidades cuja satisfação
nos em parte, da própria comunidade, afinal é ela que se está sob sua responsabilidade.
beneficiará da atuação dessa estrutura. Serve de exem- Do todo exposto, facilmente chega-se à conclusão que
plo o soldado que se dispõe a defender a comunidade a gestão de recursos públicos é de extrema importância
em tempo integral. Esse soldado, como qualquer pessoa, para a manutenção e desenvolvimento de qualquer país.
necessita de recursos para prover a si e sua família. Se Para fazer essa gestão de forma eficiente é necessária
ele emprega seu tempo integramente na defesa de todos, uma ferramenta que auxilie o Estado no planejamento,
é natural que todos passem a dispor de parte de seus organização e desenvolvimento de sua atividade finan-
recursos para que o mesmo possa suprir as suas neces- ceira. Essa ferramenta é o Orçamento Público.
sidades e de seus familiares.
CAPÍTULO 01 - Conceitos introdutórios
e provocando a ocorrência de déficits ou superávits. As- A partir do século XVII, importantes pensadores pas-
sim, como instrumento da política de estabilização eco- sam a rechaçar com mais veemência a intervenção es-
nômica, o orçamento pode apontar ora na promoção de tatal na vida do cidadão, segundo eles, o estado deveria
uma expansão da demanda, gerando déficits, ora na con- existir para garantir a liberdade e não para determinar
tração da demanda, gerando superávit. unilateralmente o destino de todos segundo sua vontade.
É o movimento denominado liberalismo.
Aspecto Financeiro Esses pensadores defendiam um poder democrático
Caracterizado pelo fluxo monetário das entradas (re- baseado na livre iniciativa, liberdade de expressão e li-
ceita) e das saídas (despesas) de recursos financeiros, vre concorrência econômica, tendo como referência uma
meio efetivo e normal da execução orçamentária. lei suprema denominada Constituição. Com o advento da
Revolução Francesa (1.789) o Estado autoritário e arbitrá-
Origem e evolução do orçamento público rio foi rechaçado por esse movimento, sendo idealizado
Falar em orçamento público é versar sobre a Ativi- como modelo um dito Estado Mínimo, permitindo maior
dade Financeira do Estado e essa atividade interessa e liberdade e sendo responsável somente pelas ditas fun-
interfere na vida de todos os cidadãos, sendo um aspecto ções essenciais, como a defesa da soberania, provimento
Fundamental da relação entre o Estado e seu Povo. Essa da justiça, segurança, dentre outras.
Relação vem evoluindo através dos tempos em todos os Marcado pelo ditame laissez faire-laissez passer, ins-
aspectos, havendo um interesse cada vez maior na forma pirado em autores como Adam Smith e sua obra Riqueza
como o Estado gere seus recursos e os despende. das Nações, este movimento lutava por um afastamento
Historicamente, pode-se verificar que a evolução do estado da atividade econômica, devendo o os gover-
do orçamento está intrinsecamente ligada a evolução e nantes agirem somente com o fim de obter a ordem e es-
democratização do Estado, onde, grosso modo, pode-se tabilidade sociais, imprescindível às relações comerciais
fazer a seguinte análise: livres e à exploração da economia pelo capital privado.
No Estado Absolutista o soberano é detentor do poder As leis naturais de mercado, demanda e oferta, se en-
absoluto e usa esse poder conforme sua vontade, sem carregariam de equilibrar as relações econômicas esta-
nenhum tipo de controle. Nessa situação o poder do Es- belecidas, era a dita “mão invisível do mercado”. Dessa
tado se confunde com o próprio monarca que encarna forma, o Estado demandaria recursos mínimos, somente
esse poder que, em alguns casos, era considerado divi- o necessário para manutenção das suas atividades es-
no e incontestável. Sob essas circunstâncias, ocorre uma senciais e para suprir as ditas falhas de mercado, muito
grande distorção da finalidade estatal o que torna o Es- pouco intervindo na economia. Além do mais, esses re-
tado um ente intrusivo, que invade e interfere de forma cursos deveriam ser cobrados de seus cidadãos segundo 175
arbitrária na vida de todos, em todos os aspectos e sem um sistema baseado na legalidade e igualdade. Credita-
nenhum limite. Assim, quando necessita de recursos -se ao sistema orçamentário francês a instituição de cer-
para financiar suas necessidades, que nem sempre são tas regras, que, atualmente, são dadas como básicas nas
consideradas públicas, ele os retira arbitrariamente de concepções doutrinárias do orçamento público, como a
seus cidadãos sem nenhum critério e sem nenhum com- anualidade do orçamento, a não vinculação de itens da
promisso com qualquer tipo de contraprestação. Nesse receita a despesas específicas e o princípio da universa-
tipo de Estado o orçamento, que muitas vezes sequer é lidade.
formalizado em um documento, não contempla a parti- Segundo os autores das escolas clássica e neoclássica
cipação popular, pois o povo em nada interfere na AFE, do pensamento econômico, o orçamento, instrumento de
ao contrário, tem que se submeter a ela. Inexiste então o controle das contas governamentais, deve ser equilibra-
caráter democrático. do, ou seja, elaborado com o objetivo de conter seus gas-
Historicamente, é da insatisfação relacionada a essa tos e de não prejudicar a eficiência do mercado.
atuação arbitrária do Estado que surgem os primeiros A partir do século XIX o orçamento passa a evoluir de
esboços de Orçamento Público positivado quando, em forma diversa, conforme as características de cada país
1.215, na Inglaterra, sob a regência do Rei João Sem Ter- ou região. Gradativamente, o orçamento público passa
ra, os cidadãos se contrapõe à cobrança arbitrária de a evoluir, deixando de se caracterizar-se por postura de
tributos. A Carta Magna da época passou a exigir auto- mera neutralidade, própria do laissez-faire, passando a
rização parlamentar para a instituição e majoração de uma postura um pouco mais intervencionista, buscan-
gravames tributários. A partir de então, historicamente, do a correção das imperfeições do mercado provocadas
surge a primeira importante ideia de regulamentação da pelo modelo liberal, aos poucos se tonando uma ferra-
Atividade Financeira do Estado no que concerne à limi- menta de promoção do desenvolvimento econômico.
tação do Estado em relação ao poder de exigir de seus Inspiradas em idéias marxista, em 1917 ocorre a Re-
cidadãos a disponibilização de recursos. Apesar de não volução Russa trazendo uma proposta diferente, o Estado
fazer surgir uma peça orçamentária nos moldes atuais, máximo, garantidor de todas as necessidades coletivas
esse documento fez reduzir um pouco a intervenção es- com um consequente controle total de todas as ativida-
tatal arbitrária na vida da sociedade, tanto que, histori- des econômicas, esse modelo econômico é o oposto do
camente, o documento inglês é importante por esboçar Estado Liberal e colocado como alternativa a ele. Nesse
as convicções de natureza técnico-jurídica desse instru- modelo, o Estado, utilizando o Orçamento Público, passa
mento e por difundir a instituição orçamentária para ou- a ser o único agente econômico, já que é por meio dele
tras nações. que todas as necessidades são satisfeitas.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
A Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) juntamen- Estado, ou seja, um retorno, pelo menos em parte, aos
te com a quebra da bolsa de New York em 1.929, com fundamentos do Estado Liberal, passando parte de suas
terríveis consequências geradoras da chamada “Grande atividades, aquilo que não é essencial, ao setor privado.
Depressão”, foram motivos que levaram o liberalismo a Esse processo se deu pela delegação de serviços públicos
ser questionado, afinal o mercado não conseguiu sozinho e pelas privatizações. Um grande diferencial em relação
resolver todos os problemas da economia. Assim, como ao Estado Liberal original está na regulação da atividade.
alternativa ao Estado Comunista, e inspirado em obras Nesse novo modelo o Estado não abre mão totalmente da
de pensadores como Keynes, o Estado passou a ser visto responsabilidade pela prestação do serviço, ele continua
como um dos principais agentes de fomento e controle, atuando, mas não como prestador e sim com regulador,
além de redistribuidor de renda, buscando formar uma a regulando tal atividade por intermédio de agências re-
sociedade mais igualitária. O instrumento usado foi a guladoras. Esse novo modelo de estado é denominado
disponibilização de serviços sociais financiados com re- Neoliberal, e ganhou espaço com a ruína comunista pelo
cursos orçamentários advindos da arrecadação tributá- mundo que, a partir da década de noventa, não aparenta-
ria e pela própria atividade empresarial do Estado que va mais ser uma alternativa viável ao capitalismo.
passou a aturar ativamente no cenário econômico, mui- Desse singelo resumo histórico, pode-se elencar mo-
tas vezes em concorrência ao setor privado. A busca era mentos distintos em que o Estado desempenha seu papel
por um estado que não tivesse os vícios dos extremos de forma diferenciada na economia, sendo o orçamento
trazidos pelo Liberal, mínimo, e o Comunista, máximo, público juma de suas principais ferramentas econômicas
total. de intervenção:
Assim, o orçamento público passa a ser utilizado sis-
tematicamente como instrumento da política fiscal do 01. Estado totalitário: Estado autoritário, ar-
governo a partir da década de 30 do século XX, por in- bitrário e intrusivo, marcado pela ausência de
fluência da doutrina keynesiana, tendo função relevante legalidade, publicidade e sem qualquer garantia.
nas políticas de estabilização da economia, na redução O financiamento da máquina estatal ocorria, em
ou expansão do nível de atividade. A chamada revolução sua maior parte, com recursos retirados arbitra-
Keynesiana trouxe a tona um Orçamento Público como riamente de seus cidadãos e a aplicação desses
instrumento de política fiscal, visando a estabilização, recursos era feita da forma que melhor convinha
expansão ou retração da atividade econômica, conforme a quem detinha o poder, sem qualquer compro-
a necessidade e opção política do governante, papel que misso em atender necessidades públicas. Nesse
ocupa até hoje. tipo de Estado, o orçamento, enquanto documen-
176 A idéia de um Estado Social-Democrático já existia, to, quando existe, não era democrático.
com a crença de que poderia haver uma transição pa- 02. Estado liberal (partir do século XVIII):
cífica para uma sociedade socialista, ou seja, sem uma Estado mínimo, cujo fundamento está na lega-
revolução armada, por meio de uma evolução demo- lidade e na mínima intervenção econômica. Seu
crática. Com a Segunda Grande Guerra que culminou orçamento é ferramenta para garantir apenas
também com a expansão do comunismo pelo mundo, os as necessidades públicas fundamentais (justiça,
movimentos por um Estado mais atuante e participativo segurança, defesa externa) e suprir as falhas de
ganharam força, principalmente na reconstrução rede- mercado. Orçamento Público e, quando aprovado
mocratização da Europa ocidental e do Japão, consoli- por poder legislativo independente, também de-
dando esse Estado intermediário, alternativo ao Liberal mocrático.
e ao Comunista. 03. Estado socialista (de 1917 a meados da dé-
Com o avanço dessa corrente de pensamento surge cada de 90): Estado total, máximo, interventor,
então o Estado do Bem-Estar Social, o WelFare State, onde garantindo todas às necessitas públicas, atuando
todo cidadão teria direito a um conjunto de benefícios em todos os setores econômicos com orçamento
sociais fornecidos pelo Estado. Esse modelo desenvol- Público máximo envolvendo toda a atividade eco-
veu-se principalmente na Europa, como uma distorção nômica e, quando aprovado por poder legislativo
do Estado Social-Democrático, afinal o Estado passava independente, também democrático.
a assumir compromissos sociais que iam muito alem de 04. Estado do Bem-Estar Social ou Estado-pro-
sua capacidade econômica, o que fez com que alguns vidência (segunda metade do século XX): Estado
países mergulhassem em déficits fiscais. Esse modelo que intervêm ativamente na economia, principal-
econômico obteve mais sucesso nos Estados Escandina- mente em períodos de recessão econômica, quan-
vos tais como Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia. do atua para fomentar o desenvolvimento, visando
Em razão do alto endividamento do Estado provocado melhorar índices de emprego e a renda. Também
pelo WelFare State, em muitos países esse modelo não é responsável por disponibilizar um conjunto de
conseguiu se sustentar, tornando-se ingrediente de uma garantias sociais mínimas ao cidadão. Orçamento
grave crise econômica mundial que atingiu seu auge na é uma ferramenta de política fiscal, com vistas à
década de setenta, em que o mundo enfrentou grave es- estabilização, à expansão ou à retração da ativi-
tagnação econômica e crescimento reduzido. dade econômica, é utilizado como instrumento de
Com o aumento do déficit público, em muitos paí- políticas anti-cíclicas.
ses o Estado do Bem-Estar Social entra em crise e pas- 05. Estado Neoliberal: Nesse modelo, o Estado
sa a recuar. A solução apresentada foi uma redução do reduz sua interferência na economia, descentra-
CONTABILIDADE
PROFESSOR
Marcelo Adriano
Professor para concursos públicos desde 2009. Sou
ex-militar de carreira das Forças Armadas (minha pri-
meira aprovação aos 18 anos de idade) e atualmente
servidor Público Federal, sendo aprovado em vários
concursos, como Polícia Federal (2x), Polícia Civil do
Distrito Federal, DEPEN, dentre outros. Autor do livro
Série Provas & Concursos, lançado pela editora Abril
Educação - Alfacon, te auxiliarei em seu grande obje-
tivo que é a aprovação para o tão sonhado cargo pú-
blico.Formado pela UEFS (Universidade Estadual de
Feira de Santana) ministro aulas em grandes cursos
para concursos públicos online e presenciais em pra-
ticamente todo o Brasil (Brasília, Curitiba, Cascavel,
Fortaleza). Também sou professor da ANP (Academia
Nacional de Polícia) e instrutor nas matérias de Tiro,
Uso Progressivo da Força e Técnicas e Tecnologias não
Letais.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
Observações Iniciais................................................................................................................................................................................................................................ 351
Sobre a Matéria.......................................................................................................................................................................................................................................... 351
4. INFORMAÇÃO CONTÁBIL................................................................................................................................................................357
7. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE....................................................................................................................................................361
Função Administrativa: ......................................................................................................................................................................................................................... 361
Função Econômica:................................................................................................................................................................................................................................... 361
350
Introdução
pois, ao invéz de débito e cr´dito, a terminologia pode- seguis a ordem nele exposta, havendo a necessidade de
ria ser “preto e branco”, “alto e baixo”, ou quaquer outro adaptações para que se tenha um efetivo aprendizado.
temor que fizesse a devida diferenciação do efeito dos
fatos contábeis no patrimônio.
O segredo é entender o “momento” de debitar e cre-
1. CONCEITOS BÁSICOS
ditar e o efeito do débito e do crédito no patromônio.
Para conhecer qualquer matéria é essencial enten-
Esse entendimento depende do entendimento do que
der, antes de tudo, seus conceitos básicos relacionados.
seja receita e despesa e, consequentemente Patrimônio
Com a Contabilidade não é diferente e esse capítulo se
Líquido.
destina a apresentar de forma clara e sucinta o que é de
Assim, no momento de entender esses elementos não
mais importante para tal entendimento. Definir a Con-
tenha pressa e procure efetivamente aprender com cal-
tabilidade é o primeiro passo para o seu entendimento.
ma. Para tanto, praticar é essencial , pois a Contabilidade
Conhecer o seu conceito e compreender os seus elemen-
é o tipo de matéria que se aprende “com os dedos”, ou
tos é necessário para facilitar o aprendizado de todo con-
seja, aprende-se com muito mais facilidade se o aluno
teúdo envolvido.
praticar o máximo possível. Assim, todas as vezes que
tiver um fato contábil para ser discutido e lançado, tente
fazê-lo antes de verificar no material, por mais simples Conceito de Contabilidade
que possa parecer. Agindo assim você estará colaboran-
do sobremaneira para o entendimento da matéria e, con- O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, re-
sequentemente, para o alcance dos seus objetivos. alizado no Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924,
Para que você aprenda Contabilidade da forma cor- chegou a seguinte definição:
reta, nossos materiais seguem um padrão bem didático,
detalhado e progressivo, isso porque, como aluno, sem- “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica
pre identifiquei um grande obstáculo ao aprendizado: as funções de orientação, de controle e de registro
a presunção do professor ou escritor de que o aluno já relativas à administração econômica”1.
conhece e domina alguns conceitos, fazendo explicações
sem determinar a bases fundamentais para o entendi- Do conceito acima transcrito extrai-se que a Contabi-
mento como um todo. lidade e uma ciência, ou seja, um campo de conhecimen-
Aqui a didática é simples: detalhamento da matéria to autônomo que possui um objeto próprio, o patrimônio.
com uma linguagem simples e acessível; esquemas di-
352 dáticos; e questões comentadas. Mas o que vem a ser o patrimônio para a Con-
Fique atento, pois não será possível seguir a risca a tabilidade?
sequência dos tópicos do edital, isso porque os mesmos Como veremos abaixo com mais detalhes, ao con-
não seguem uma linha coerente com a necessidade para trário do senso popular que relaciona a expressão pa-
o aprendizado. Porém, todos os tópicos serão devidamen- trimônio a bens somente, em realidade, patrimônio é o
te abordados. conjunto de bens direitos e obrigações de uma pessoa
física, jurídica com ou sem fins lucrativos, de natureza
02. Extenção e complexidade. pública ou privada.
Outros conceitos:
Como a maior parte das disciplinas, a Contabilidade Segundo Hilário Franco, “Contabilidade é a ciência
é extensa e possui certo grau de complexidade. Quando que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no
são cobrados tópicos como “Lei nº 6.404/1976, suas alte- patrimônio das entidades, mediante o registro, a de-
rações e legislação complementar” ou ainda “Pronuncia- monstração expositiva e a revelação desses fatos, com
mentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)” o fim de oferecer informações sobre a composição do
e o aluno busca tais tópicos, descobre que são extensos e patrimônio, suas variações e o resultado econômico de-
complexos. A não ser que já se tenha um conhecimento corrente da gestão da riqueza patrimonial.2“
razoável do “todo”, não é aconcenlhável ao aluno estudar Para a CVM - Comissão de Valores Mobiliários, “Con-
puramente tais itens diretamente. Em nosso material es- tabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e
ses tópicos serão tratados em tópico próprio, isso porque avaliação destinado a prover seus usuários com demons-
esses itens permeiam praticamente tudo o que se refe- trações e análises de natureza econômica, financeira, fí-
re á Contabilidade e serão tratados em todos os tópicos. sica e de produtividade, com relação à entidade objeto
Assim, tais mandamentos serão abordados ao longo das de contabilização”3.
aulas com as devidas citações para consulta desses nor-
mativos. 1- Em 1915, foi fundado o Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais, a primeira
Por fim, tem-se que tomar muito cuidado com os entidade para congregar Contabilistas de que se tem notícia em nosso País. No
ano seguinte, foram fundados a Associação dos Contadores de São Paulo e o
editais, já que os mesmos muitas vezes não cobraram Instituto Brasileiro de Contabilidade, no Rio de Janeiro. Em 1924, foi realizado, no
assuntos que são essenciais para o entendimento dos Rio de Janeiro, o 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, liderado pelo senador
João Lyra, quando foi iniciada a campanha para a regulamentação da profissão
tópicos exigidos, tratam os mesmos assuntos com ter- de Contador e para a reforma do ensino comercial.
minologias disdintas, ipedindo comparações somente 2- FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 18 ed. São Paulo: Atlas, 1996.
3- Comissão de Valores Mobiliários Anexo à Deliberação nº 29 de 05 de Fevereiro
pelo que está descrito neles. Outro ponto é a ordem dos de 1986. ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE (disponível
assuntos combrados, na maioria das vezes, é impossível em http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.
CAPÍTULO 02 - Objeto da Contabilidade
Ativo: Bens + Direitos (elementos positivos) • Bens Móveis: são aqueles que podem ser
Passivo Exigível: obrigações (elementos negati- movimentados sem que percam as característi-
vos) cas que o tornam importante para a pessoa sua
Graficamente, pode-se assim representar: detentora.
etc.), automóveis, caminhões etc. ções), imóveis para aluguel, obras de arte
para valorização.
• Bens Imóveis: são aqueles que ou não po-
dem ser movimentados ou, se o forem, perderão
as características que o tornam importante para a • Bens de uso: bens utilizados pela entidade
pessoa sua detentora. em seu processo produtivo, ou seja, são utilizados
no desenvolvimento das suas atividades princi-
Exemplos: casas, apartamentos, pais.
• Imobilizado: bens corpóreos, materiais, utili-
prédios, terrenos, galpões. zados nas atividades principais da entidade.
SUMÁRIO
1.COMO ESTUDAR LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA.............................................................................................................................575
LEI 8.987/1995............................................................................................................................................................................................................................................ 575
Lei 9.074/1995.............................................................................................................................................................................................................................................580
Lei 10.233/2001..........................................................................................................................................................................................................................................582
Lei Nº 10.871/2004....................................................................................................................................................................................................................................592
Decreto 4.130/2002................................................................................................................................................................................................................................. 602
Seção II - Das Receitas e do Orçamento..........................................................................................................................................................................................607
Questão Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................. 608
573
CAPÍTULO 01 - Como Estudar Legislação Específica
Capítulo II - Do Serviço Adequado viço público, poderá o poder concedente prever, em favor
da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de
outras fontes provenientes de receitas alternativas, comple-
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a pres-
mentares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem
tação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuá-
exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tari-
rios, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinen-
fas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.
tes e no respectivo contrato.
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste ar-
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de
tigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualida-
inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
de, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função
das tarifas.
das características técnicas e dos custos específicos prove-
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técni-
nientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.
cas, do equipamento e das instalações e a sua conservação,
bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do ser- Capítulo V - Da Licitação
viço a sua interrupção em situação de emergência ou após
prévio aviso, quando: Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou
I - motivada por razões de ordem técnica ou de seguran- não da execução de obra pública, será objeto de prévia licita-
ça das instalações; e, ção, nos termos da legislação própria e com observância dos
II - por inadimplemento do usuário, considerado o inte- princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade,
resse da coletividade. do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao ins-
trumento convocatório.
Capítulo III - Dos Direitos e Obrigações dos Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um
dos seguintes critérios:
Usuários I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser pres-
tado;
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder
de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários: concedente pela outorga da concessão;
I - receber serviço adequado; III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos
II - receber do poder concedente e da concessionária incisos I, II e VII;
informações para a defesa de interesses individuais ou co- IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
letivos; V - melhor proposta em razão da combinação dos crité-
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha rios de menor valor da tarifa do serviço público a ser presta-
entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, ob- do com o de melhor técnica;
servadas as normas do poder concedente. VI - melhor proposta em razão da combinação dos cri-
IV - levar ao conhecimento do poder público e da con- térios de maior oferta pela outorga da concessão com o de
cessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, melhor técnica; ou
referentes ao serviço prestado; VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após
576 V - comunicar às autoridades competentes os atos ilíci- qualificação de propostas técnicas.
tos praticados pela concessionária na prestação do serviço; § 1o A aplicação do critério previsto no inciso III só será
VI - contribuir para a permanência das boas condições admitida quando previamente estabelecida no edital de lici-
dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os tação, inclusive com regras e fórmulas precisas para avalia-
serviços. ção econômico-financeira.
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de di- § 2o Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V,
reito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e exigên-
obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do cias para formulação de propostas técnicas.
mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para § 3o O poder concedente recusará propostas manifesta-
escolherem os dias de vencimento de seus débitos. mente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com
os objetivos da licitação.
§ 4o Em igualdade de condições, será dada preferência à
Capítulo IV - Da Política Tarifária proposta apresentada por empresa brasileira.
Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá
Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade téc-
pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada nica ou econômica justificada no ato a que se refere o art.
pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no 5o desta Lei.
contrato. Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que,
§ 1o A tarifa não será subordinada à legislação específi- para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios
ca anterior e somente nos casos expressamente previstos em que não estejam previamente autorizados em lei e à disposi-
lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de ção de todos os concorrentes.
serviço público alternativo e gratuito para o usuário. § 1o Considerar-se-á, também, desclassificada a propos-
§ 2o Os contratos poderão prever mecanismos de revisão ta de entidade estatal alheia à esfera político-administrativa
das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-fi- do poder concedente que, para sua viabilização, necessite
nanceiro. de vantagens ou subsídios do poder público controlador da
§ 3o Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, referida entidade.
alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos le- § 2o Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata
gais, após a apresentação da proposta, quando comprovado este artigo, qualquer tipo de tratamento tributário diferen-
seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para ciado, ainda que em conseqüência da natureza jurídica do
menos, conforme o caso. licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve preva-
§ 4o Em havendo alteração unilateral do contrato que lecer entre todos os concorrentes.
afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder
concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à al- concedente, observados, no que couber, os critérios e as nor-
teração. mas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do e conterá, especialmente:
contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-fi- I - o objeto, metas e prazo da concessão;
nanceiro. II - a descrição das condições necessárias à prestação
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada ser- adequada do serviço;
CAPÍTULO 01 - Como Estudar Legislação Específica
III - os prazos para recebimento das propostas, julga- Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que
mento da licitação e assinatura do contrato; previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido,
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio,
interessados, os dados, estudos e projetos necessários à ela- se constitua em empresa antes da celebração do contrato.
boração dos orçamentos e apresentação das propostas; Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, proje-
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos tos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, vincu-
para a aferição da capacidade técnica, da idoneidade finan- lados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados
ceira e da regularidade jurídica e fiscal; pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão à
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, com- disposição dos interessados, devendo o vencedor da licita-
plementares ou acessórias, bem como as provenientes de ção ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados
projetos associados; no edital.
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de
concessionária em relação a alterações e expansões a serem certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relati-
realizadas no futuro, para garantir a continuidade da pres- vos à licitação ou às próprias concessões.
tação do serviço;
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a Capítulo VI - Do Contrato de Concessão
serem utilizados no julgamento técnico e econômico-finan-
ceiro da proposta; Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de conces-
X - a indicação dos bens reversíveis; são as relativas:
XI - as características dos bens reversíveis e as condi- I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
ções em que estes serão postos à disposição, nos casos em II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
que houver sido extinta a concessão anterior; III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das definidores da qualidade do serviço;
desapropriações necessárias à execução do serviço ou da IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos
obra pública, ou para a instituição de servidão administra- para o reajuste e a revisão das tarifas;
tiva; V - aos direitos, garantias e obrigações do poder con-
XIII - as condições de liderança da empresa responsá- cedente e da concessionária, inclusive os relacionados às
vel, na hipótese em que for permitida a participação de em- previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do
presas em consórcio; serviço e conseqüente modernização, aperfeiçoamento e
XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo ampliação dos equipamentos e das instalações;
contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e
art. 23 desta Lei, quando aplicáveis; utilização do serviço;
XV - nos casos de concessão de serviços públicos prece- VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipa-
dida da execução de obra pública, os dados relativos à obra, mentos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem
dentre os quais os elementos do projeto básico que permi- como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;
tam sua plena caracterização, bem assim as garantias exigi- VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que
das para essa parte específica do contrato, adequadas a cada se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;
caso e limitadas ao valor da obra; IX - aos casos de extinção da concessão; 577
XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de X - aos bens reversíveis;
adesão a ser firmado. XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamen-
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem to das indenizações devidas à concessionária, quando for o
das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: caso;
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o XII - às condições para prorrogação do contrato;
oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os do- XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da pres-
cumentos de habilitação do licitante mais bem classificado, tação de contas da concessionária ao poder concedente;
para verificação do atendimento das condições fixadas no XIV - à exigência da publicação de demonstrações fi-
edital; nanceiras periódicas da concessionária; e
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o XV - ao foro e ao modo amigável de solução das diver-
licitante será declarado vencedor; gências contratuais.
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de
analisados os documentos habilitatórios do licitante com a serviço público precedido da execução de obra pública de-
proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessiva- verão, adicionalmente:
mente, até que um licitante classificado atenda às condições I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execu-
fixadas no edital; ção das obras vinculadas à concessão; e
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessio-
será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econô- nária, das obrigações relativas às obras vinculadas à con-
micas por ele ofertadas. cessão.
Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação de Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o em-
empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas: prego de mecanismos privados para resolução de disputas
I - comprovação de compromisso, público ou particular, decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitra-
de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas; gem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio; termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.
III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do servi-
V e XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada; ço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos
IV - impedimento de participação de empresas consor- causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros,
ciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente ex-
consórcio ou isoladamente. clua ou atenue essa responsabilidade.
§ 1o O licitante vencedor fica obrigado a promover, an- § 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere
tes da celebração do contrato, a constituição e registro do este artigo, a concessionária poderá contratar com tercei-
consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I ros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou
deste artigo. complementares ao serviço concedido, bem como a imple-
§ 2o A empresa líder do consórcio é a responsável pe- mentação de projetos associados.
rante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de § 2o Os contratos celebrados entre a concessionária e
concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das os terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão
demais consorciadas. pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação