Curso: Anual Noturno

Disciplina: Direitos Difusos

Professor: Guilherme Madeira
Data: 12.08.2011

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Civil
ECA Ato infracional
Crimes

1 – Sistemas legislativos de proteção da infância

(Sistema internacional)
a. Sistema geral
Sistemas internacionais de proteção da infância
a1. Declaração universal dos direitos do homem – 1948
a2. Pacto internacional sobre os direitos civis e políticos – 1966

b. Sistemas específicos
São os sistemas internacionais que cuidam especificamente da criança.
b.1 Declaração de Genebra ou Carta da Liga sobre a Criança – 1924 (1ª declaração
internacional que cuida especificamente da criança).
b.2. Convenção sobre os direitos da criança – 1989 – é o tratado com maior
número de ratificações já feitas até hoje.

2 – Fases da infância e da juventude no Brasil

É baseado na obra do prof. Paulo Afonso Garrido de Paula.
1ª Fase: Fase da absoluta indiferença
2ª Fase: Fase da mera imputação criminal
É a fase das ordenações, do código criminal do império de 1830 e do Código Penal de
1890. Aqui se cuida da criança e adolescente como praticante de crime. Não havia a definição
de ato infracional.
3ª Fase: Fase Tutelar
Fase do Código Mello Matos de 1927 e do antigo Código de Menores de 1979.
4ª Fase (atual): Fase da proteção integral (fase do ECA)
Atenção 1: Previsão constitucional sobre infância e juventude: CF: artigos: 6º, 24,
XV, 203, 208, IV e 227.

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 3 – Conceito de criança e adolescente
Criança é a pessoa com até 12 anos incompletos.
Adolescente é a pessoa entre 12 e 18 anos – art. 2º, ECA.
a) O art. 227, CF fala do jovem. Para a ONU, jovem é a pessoa entre 15 e 24 anos.
b) A PEC 394/05 (modifica o art. 227, CF incluindo o jovem) – jovem é a pessoa
entre 15 e 29 anos. Essa faixa etária também está no PL 27/2007, que cria o Estatuto da
Juventude.
c) Existe a lei 11.692/08 que cria o Pro Jovem – estabelece que jovem é a pessoa
entre 15 e 29 anos (art. 2º).

Atenção 2: Como a Convenção dos direitos da Criança e adolescente fala da criança?

Criança é a pessoa com menos de 18 anos.

Atenção 3: Aplicação do ECA ao maior de 18 e menor de 21 anos - Pode ser aplicado

desde que haja expressa previsão legal e caráter excepcional – art. 2º, Par. único, ECA.
Ex.: Duas medidas aplicáveis ao maior de 18 e menor de 21 anos: Medidas
socioeducativas de internação e semiliberdade.
Adoção do maior de 18 e menor de 21 anos é regida pelo ECA se já estava na guarda
do adotante.

Atenção 4: A emancipação afeta a incidência do ECA no âmbito civil? Não afeta. A

capacidade civil não afasta a incidência do ECA. O critério de proteção é um critério biológico e
não de capacidade civil.

4 – Interpretação – art. 6º - ECA

O art. 6º do ECA diz que na interpretação desta lei será levado em conta os fins
sociais, as exigências do bem comum, direitos e deveres individuais e coletivos e a condição
peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

5 – Princípios
a) Princípio da proteção integral – ECA: art. 1º, art. 3º, art. 100, par. único, II.
O STF, no HC 949/RJ, 12/08/08, ministra Carmen Lucia, disse que a capacidade civil
não afeta as regras do ECA (caso de emancipação).

b) Princípio da garantia da prioridade absoluta – ECA: art. 4º, caput e

parágrafo, art. 100, III e IV. A garantia da prioridade consiste em proteção e socorro, em
elaborar políticas públicas, executar as políticas públicas e destinação privilegiada de recursos.
Importante para todos os concursos exceto para Procuradoria: Acordão STF – RE 410715,
AGR/SP; relator: Min. Celso de Mello, 22/11/05: Não existe reserva do possível em sede de
infância e juventude ante a prioridade absoluta.

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