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A CULTURA E O CULTURALISMO

Edward Tylor conceitualizou cultura fenômenos podem se desenvol-


como “aquele todo complexo que in- ver por diferentes caminhos.
clui conhecimento, crença, arte, mo- A cultura é o fenômeno respon-
ral, lei, costume e quaisquer outras sável por nos apresentar um
capacidades e hábitos adquiridos modo específico de viver. Para
pelo homem na condição de membro o culturalismo, cada ser humano
da sociedade”. vê o mundo sob a perspectiva da
Essa sistematização se concilia com cultura em que cresceu. A cul-
o interessa Antropologia em fazer o tura, nessa visão, tolhe, limita,
discurso do ocidente sobre os outros. apara, porém também ampara.
Conceito este que associa os huma- Ela vai estabelecer os parâme-
nos a uma rede social que inclui va- tros necessários à sobrevivên-
lores, normas, símbolos, etc. cia, dentro de uma gama de pos-
As diferenças seriam, para os teóricos evolucionistas, uma sibilidades de modos de vida.
amostra de um processo evolutivo que tinha em seu ápice “É característica do ser humano a grande variabilidade de conduta
a cultura do Ocidente. Essa história da cultura era enten- no tocante às suas relações com a natureza e com seus semelhantes.
dida como uma história universal do homem. Enquanto entre os animais o comportamento da espécie é estereo-
Entretanto, a partir de trabalhos etnográficos, a ideia de tipado, ou, como dizemos, instintivo, não aprendido, e só muito
cultura como demarcadora das diferenças e como algo que pouco variável e dependente da tradição local, o comportamento
deve ser compreendido no plural ganha força. E nesse mo- humano não é estereotipado no mesmo sentido e não pode ser qua-
vimento as concepções evolucionistas entram em decadên- lificado como instintivo. Depende da tradição local e é aprendido.
Ademais, até onde conseguimos entender as ações dos animais, não
cia.
há raciocínio retrospectivo a respeito de suas ações. São ações in-
O antropólogo alemão naturalizado norte-americano, tencionais na medida em que se adaptam a certos requisitos e na
Franz Boas, ao construir sua antropologia em prol de um medida em que muitos animais podem aproveitar a experiência,
relativismo cultural e na crítica ao método evolucionista mas todo o problema da causalidade e a questão do motivo por que
dá um passo importante para a disciplina. ocorrem certas coisas são estranhas aos animais e comuns a toda
“A concepção boasiana de cultura tem como fundamento um relati- humanidade. Em outras palavras, a cultura humana se diferencia da
vismo de fundo metodológico, baseado no reconhecimento de que vida animal pela capacidade de raciocinar e, associada a ela, pelo
cada ser humano vê o mundo sob a perspectiva da cultura em que uso da linguagem. É também peculiar ao ser humano avaliar as
cresceu - em uma expressão que se tornou famosa, ele disse que es- ações do ponto de vista da ética e da estética.”
tamos acorrentados aos "grilhões da tradição". O antropólogo deve- BOAS, Franz. A mente do ser humano primitivo. Petrópolis, RJ: Vozes,
ria procurar sempre relativizar suas próprias noções, fruto da posição 2011, p. 116.
contingente da civilização ocidental e de seus valores.” Herdeiro da tradição de pensamento culturalista, o antro-
CASTRO, Celso. Apresentação. In: BOAS, Franz. Antropologia cultural. 2. pólogo norte-americano Marshall Sahlins compreende que
ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005, p. 18. a cultura nomeia e define um fenômeno único: “a organi-
A partir daí a ideia de culturas, no plural, passa a vigorar zação da experiência e da ação humanas por meios simbó-
na ciência antropológica e aos poucos no senso comum. licos”. Essa capacidade ordenar e desordenar o mundo em
De modo que a Cultura foi entendida como “a instância termos simbólicos mostra-se como a singularidade hu-
propriamente humanizadora, que dá estabilidade às rea- mana que o estudo antropológico não pode deixar de lado.
ções comportamentais, e funciona como o mecanismo “A significação histórica desse culturalismo do final do século XX
adaptativo básico da espécie”. E o grupo que se forma ao ainda não está completamente clara. Mas algumas dimensões de
redor de Franz Boas vai pensar cada grupo cultural como interesse antropológico já são visíveis. A primeira, e mais óbvia, é
totalidade, deixando de lado as comparações e a ideia de que a nova autoconsciência cultural dos povos indígenas é um as-
uma história cultural única da Humanidade. pecto da expansão global da ordem capitalista ocidental, sobretudo
Boas e seu culturalismo também tiveram muita importân- de seus modos mais recentes de colonização, mercantilização e co-
cia na crítica ao conceito de raça. Concebido como um municação. Mas insisto: não se trata de uma reação inteiramente
conjunto puramente de traços físicos específicos de um conservadora, uma volta a algum tipo de condição pré-européia pri-
grupo humano, esta noção não se sustenta frente a um mordial. Ao contrário, a volta às origens está acoplada a um desejo
de manter e expandir o acesso às inovações técnicas, médicas e de-
exame rigoroso. Afinal os seres humanos são caracteriza-
mais “benefícios” materiais do sistema mundial. [...]”
dos por sua plasticidade, instabilidade e mestiçagem. Não SAHLINS, Marshall. O "pessimismo sentimental" e a experiência etno-
se verifica uma relação direta entre os tipos biológicos e a gráfica: por que a cultura não é um" objeto" em via de extinção (parte II).
cultura de um grupo ou indivíduo. O antropólogo alemão Mana, v. 3, n. 2, p. 103-150, 1997, p. 132.
compreende que a formação cultural, mais do que a gené-
tica, é que organiza o mundo social e as formas de pensar, Etnografia, ou observação participante, é o método
agir e sentir de cada indivíduo. que descreve de modo sistemático o cotidiano de um
Cada cultura corresponderia a um todo coerente e funcio- grupo social pelo ponto de vista de seus membros.
nal. Portanto caberia ao antropólogo estudar as culturas se-
paradamente. E como crítica às comparações feitas pelos
evolucionistas, Boas alerta para o fato de que os mesmos

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