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Fisiologia das
Células Vermelhas
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Resumo de Fisiologia das Células Vermelhas 1
1. Introdução
Hemácias, também chamadas de eritrócitos, são elementos sanguíneos
anucleados ricos em hemoglobina cuja principal função é carrear oxigênio para os
tecidos. Sua estrutura consiste em um disco bicôncavo com diâmetro médio de 7
micrômetros e com volume médio 90 micrómetros cúbicos. No indivíduo hígido, o
número médio de hemácias por milímetro cúbico é de 5.200.000 no homem e 4.700.000
na mulher. A concentração de hemoglobina média no sangue é de 34 g/dl de células.
2. Local de Hematopoiese
Durante o período embrionário, as hemácias nucleadas primitivas são
produzidas no saco vitelino. Já no segundo trimestre de gestação, o fígado assume papel
principal de produção, seguido do baço e
linfonodos. No entanto, é no final da gestação
que a medula óssea passa a ser o principal local
produtor de hemácias até a vida adulta. Existe
uma diferença de localização na produção das
hemácias entre adultos e crianças. Até os 5 anos,
a medula óssea vermelha está presente em
praticamente todos os ossos, mas
principalmente no esqueleto axial (crânio, FONTE:
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pélvis). Com o passar dos anos, o local ocupado por medula óssea vermelha é
gradativamente substituído por tecido gorduroso (medula óssea amarela) em maior
parte dos ossos, com exceção dos ossos longos (principalmente o úmero e fêmur) onde
se mantém a hematopoiese.
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típica das hemácias. O processo final de maturação dos reticulócitos pode ocorrer no
baço e, por isso, em pacientes esplenectomizados ou com asplenia, a ausência da função
do baço pode resultar no acúmulo de hemácias com anormalidades morfológicas
(corpos de howell-jolly – pequenos restos nucleares não removidos).
4. Hemoglobina
A hemoglobina é uma proteína formada por 4 monômeros (ou subunidades) e
cada monômero é formado por uma porção proteica (globina) e um grupo prostético,
isto é, fração não proteica (heme). Existem diversos tipos de globinas (α, β, γ, δ, ε), sendo
a molécula de hemoglobina constituída obrigatoriamente por duas globinas alfa e por
duas não alfa, o que condiciona a existência de diferentes tipos de hemoglobina, por
exemplo Hb A1 (α2 β2 ), Hb A2 (α2 δ2), Hb F (α2 γ2 ), esta última sendo chamada de
hemoglobina fetal.
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FONTE: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2008/06/hemoglobina.jpg
5. Ciclo de Vida
O ciclo de vida médio de uma hemácia é curto, uma estimativa de 120 dias, visto
que é um elemento (e não propriamente uma célula) sanguíneo sem núcleo e com
maioria das organelas involuídas. Cerca de 1% dos eritrócitos são renovados todos os
dias. Com o passar dos dias, as hemácias velhas começam a apresentar deformações em
suas superfícies que fazem com que, quando passem pelo sistema reticulo endotelial no
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baço, sejam fagocitadas. Na degradação, as globinas são dissociadas dos grupos hemes
e degradadas em aminoácidos. Já os grupos hemes são oxidados, o ferro reciclado e
transferido para transferrina, e o heme degradado a biliverdina, que é convertida em
bilirrubina livre (indireta, lipossolúvel, não conjugada) e transportada pela corrente
sanguínea até o fígado onde é conjugada em bilirrubina direta (conjugada,
hidrossolúvel) e excretada na bile. No intestino, essa bilirrubina é transformada em
urobilinogênio e estercobilina pelas bactérias. Parte do urobilinogênio é reabsorvido e
excretado pelos rins e a estercobilina excretada nas fezes.
6. Hemoglobina e Oxigênio
A maior parte do oxigênio é transportado no sangue através da hemoglobina das
hemácias (cerca de 97% do total), enquanto que uma ínfima parte é transportado
dissolvido na água do plasma e células sanguíneas. O oxigênio se combina de maneira
fraca com a porção heme e, por isso, quando a pressão parcial de oxigênio é alta, como
nos capilares pulmonares, o oxigênio se combina com a hemoglobina, entretanto,
quando a pressão de oxigênio é baixa, com nos capilares teciduais, ocorre o processo
inverso, isto é, o oxigênio é liberado da hemoglobina para os tecidos.
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de oxigênio do sangue arterial sistêmico é em média de 97%. Por outro lado, no sangue
venoso normal que retorna dos tecidos periféricos, a Po2 é cerca de 40 mmHg e a
saturação de hemoglobina é em média de 75%.
Vários fatores deslocam essa curva de dissociação, seja para direita ou esquerda:
FONTE:https://www.msdmanuals.com/pt-
br/profissional/multimedia/figure/pul_oxyhemoglobin_dissociation_curve_pt
Mas o que na prática isso significa? Vamos dar um exemplo pra descomplicar
essa questão dos desvios. Se pegarmos a Po2 de 60 mmHg, vemos que a curva do meio
(linha contínua) representa uma saturação de 90%, aproximadamente. Se analisarmos,
na mesma Po2 de 60 mmHg, a curva da esquerda (traçado superior), vemos que a
saturação de O2 é de aproximadamente 95%, o que quer dizer que estamos diante de
uma situação em que a pessoa está em repouso, logo, ocorreu um desvio para esquerda.
Quando a curva se desvia para a direita, vemos que na mesma Po2 de 60 mmHg, ocorre
uma redução da saturação de O2, abaixo de 90%, o que quer dizer que está O2 está
sendo consumido de forma mais rápida, condizente, por exemplo, com a situação de
exercício físico.
Referências Bibliográficas
1. Guyton AC, Hall JE. Hemácias, anemia e policitemia. 11 edição. Philadelgia: WB Sauders.
2. Ashgton N. Physiology of red and white blood cell. Anesthesia and Intensive Care Medicina
14:6. Editora Elservier. 2013.
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