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Conceito:
Orçamento é o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo
período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e
outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das
receitas já criadas.
Um estado sem orçamento não chega até aos administrados, seus programas sociais ficam no
plano das intenções políticas, não se tornam prescritivos.
Princípios orçamentários:
- Especialização: de acordo com este princípio, as receitas e as despesas são autorizadas pelo
Poder Legislativo, não em bloco, mas de modo detalhado, conferindo, em decorrência, clareza
e compreensão do orçamento público, contribuindo para uma melhor fiscalização do emprego
de verbas públicas e dificultando, assim, o desvio delas.
- Programação: esse princípio implica, em primeiro lugar, a formulação de objetivos e o estudo
das alternativas da ação futura para alcançar os fins da atividade governamental; importa, em
segundo lugar, na redução dessas alternativas de um número muito amplo a um pequeno e,
finalmente, na prossecução do curso da ação adotada através do programa de trabalho.
- Anterioridade: este princípio recomenda que o orçamento seja aprovado antes do início do
exercício financeiro a que servirá. Este princípio não se confunde com o princípio da
anterioridade tributária, que proíbe que o tributo seja cobrado no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
- Anualidade: este princípio exige que o orçamento público seja elaborado e autorizado para
um determinado período de tempo, que é denominado exercício financeiro, assim entendido o
período em que se executa o orçamento. Também em virtude deste princípio, os créditos
adicionais têm, em regra, vigência adstrita ao exercício financeiro em forem abertos.
-Unidade: este princípio não mais se preocupa com a unidade documental (formal), mas com a
unidade de orientação política, passando a significar que os atos legislativos anteriormente
referidos devem estar integrados e harmonizados de acordo com os fins públicos propostos.
- Não afetação: este princípio objetiva que determinados recursos públicos não sejam
direcionados para atender gastos determinados, isto é, que não tenham destinação especial,
de modo a que ingressem, sem discriminação, a um fundo comum e sirvam para financiar
todas as despesas públicas. A proibição em questão não atinge as demais espécies tributárias,
mas apenas os impostos. Excetua-se, apenas, nas hipóteses expressamente ressalvadas pelo
texto constitucional.
Leis Orçamentárias:
Cabe, ainda, à LDO: a) estipular os limites das propostas orçamentárias dos poderes, do
Ministério Público e das Defensorias Públicas; b) autorizar a concessão de qualquer vantagem
ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alterações de
estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título,
pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta (inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público), ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia
mista.
O desígnio constitucional da LDO é dizer como o PPA deverá de ser posto em execução nos
vários exercícios financeiros que se seguirem, como se estivesse a desmembrar as diretrizes,
objetivos e metas apontadas naquele plano em vários exercícios. Ou seja, para cada ano,
deverá ser elaborada uma LDO.
No âmbito da União, o projeto de LDO deve ser enviado pelo Presidente ao Congresso até oito
meses antes do encerramento do exercício do financeiro. E deverá ser devolvido para sanção
presidencial até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
A LDO SEGUNDO A LRF: pela LRF são finalidades da LDO: a) dispor sobre equilíbrio entre
receitas e despesas; b) dispor sobre critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada
nas hipóteses previstas na LRF; c) dispor sobre o controle de custos e a avaliação dos
resultados dos programas financiados com os recursos dos orçamentos; d) dispor sobre
demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas.
Além destas funções, a LDO também deverá: a) estabelecer a forma de utilização e o montante
da reserva de contingência que constará da LOA e que se destina ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos; b) definir o índice de variação de
preços, o qual servirá como limite para a atualização monetária do principal da dívida
mobiliária refinanciada, sendo vedada, por conseguinte, a aplicação de qualquer outro índice
(ressalvada a existência de norma prevista em legislação específica); c) no caso específico da
União, dispor acerca da demonstração trimestral referente ao impacto e custo fiscal das
operações realizadas pelo Banco Central do Brasil; d) estabelecer parâmetros para a
programação financeira e o cronograma mensal de desembolso do Poder Executivo; e) indicar
as despesas que não serão objeto de limitação de empenho, respeitados os limites para
aquelas definidas na LRF; f) dispor sobre a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício
de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita; g) definir o valor da despesa
considerada irrelevante, a qual não precisará cumprir determinações do art. 16 (LRF).
De acordo com o § 5º do art. 165 da CF, a LOA compreenderá: a) o orçamento fiscal referente
aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta; b) o
orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a
maioria do capital social com direito a voto; c) o orçamento da seguridade social, abrangendo
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social.
As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
Deverá ser o projeto de LOA ser enviado pelo Presidente ao Congresso até quatro meses antes
do encerramento de cada exercício financeiro. E deverá ser devolvido para sanção presidencial
até o encerramento da sessão legislativa.
Ciclo orçamentário:
- Elaboração orçamentária:
b) Exame prévio dos projetos: após o projeto de lei ser recebido pelo Congresso, será ele
enviado a uma Comissão mista de senadores e deputados, à qual compete examinar e emitir
parecer sobre as leis orçamentárias (PPA, LDO, LOA e créditos adicionais).
As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que emitirá parecer, e será apreciada pelo
Plenário das duas casas do Congresso.
Impedido está o Executivo de limitar as despesas dos outros Poderes e do MP. Porém, a
omissão em expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira
configura infração administrativa contra as leis de finanças públicas, punida com multa de 35%
dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua
responsabilidade pessoal.