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de Alimentos
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I.................................................................. 9
CAPÍTULO 1
REOLOGIA................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
PROPRIEDADES TÉRMICAS DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS.......................................................... 23
CAPÍTULO 3
PROPRIEDADES ÓTICAS E ELÉTRICAS........................................................................................ 31
UNIDADE II
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II............................................................... 36
CAPÍTULO 1
PROPRIEDADES MECÂNICAS................................................................................................... 36
CAPÍTULO 2
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS E ESTRUTURAIS ........................................................................ 44
CAPÍTULO 3
PROPRIEDADES DOS ALIMENTOS EM PÓ.................................................................................. 57
CAPÍTULO 4
OUTRAS PROPRIEDADES FÍSICAS.............................................................................................. 62
UNIDADE III
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS................... 84
CAPÍTULO 1
UMIDADE EM ALIMENTOS........................................................................................................ 84
CAPÍTULO 2
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS RESPONSÁVEIS POR ALTERAÇÃO DA COR, TEXTURA E AROMA DE
ALIMENTOS............................................................................................................................. 96
CAPÍTULO 3
COMPOSTOS RESPONSÁVEIS PELA COR E SABOR DE ALIMENTOS........................................... 102
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 112
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
O conhecimento das propriedades físicas e químicas de quaisquer alimentos são
essenciais para a aplicação adequada das operações de processamento de alimentos,
na determinação de um componente específico do alimento ou de vários componentes
presentes nos alimentos e na avaliação da matéria-prima, das etapas do processamento
e do produto final. Além de verificar o cumprimento das normas da legislação.
Objetivos
»» Distinguir as seguintes propriedades físicas:
›› propriedades óticas;
›› propriedades elétricas;
›› propriedades mecânicas;
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MÉTODOS DE
DETERMINAÇÃO DAS UNIDADE I
PROPRIEDADES FÍSICAS I
CAPÍTULO 1
Reologia
O termo reologia vem do grego rheo (fluxo) e logos (ciência) e foi sugerido por Bingham
e Crawford para descrever as deformações de sólidos e a fluidez de líquidos (LABA,
1993; LEONARDI; CAMPOS, 2001). A reologia é uma ciência que surgiu no início do
século XX e tem como objetivo estudar a deformação e o escoamento dos materiais.
Segundo Bobbio e Bobbio (2001) a reologia pode ser definida como o estudo da
deformação da matéria ou, ainda, o estudo da mobilidade dos fluídos.
Reologia é o estudo da relação que existe entre as forças externas que atuam sobre
um corpo e a deformação ou escoamento que elas produzem. A importância do estudo
desta relação se justifica pelo fato de que diferentes materiais respondem de forma
diferente às forças externas a que são submetidos.
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UNIDADE I │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I
misturadores, viscosímetros online, filtros, bombas, entre outros. Bem como para a
determinação da estrutura do alimento, caracterização física dos sólidos, líquidos e
semissólidos, incluindo mudanças físico-químicas que ocorrem durante o processamento
e armazenamento, testes de vida de prateleira (shelf-life) e avaliação da textura
correlacionando com avaliação sensorial.
A viscosidade de um fluido será sempre a razão entre a tensão a que ele é submetido e
a resultante taxa de deformação correspondente, sendo, portanto, usual representar o
comportamento reológico do fluido por meio das curvas de escoamento, ou seja, dos
gráficos de tensão de cisalhamento (σ) versus taxa de deformação (γ).
Enquanto isso, nos fluidos que fogem dessa idealidade, os não newtoninanos, quando
essa tensão é retirada, o líquido continua escoando até que a energia aplicada seja
dissipada na forma de calor.
τ = µ.ẏ
Os fluidos não newtonianos seriam os fluidos reais, apresentam relação não linear
entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação aplicada, e podem apresentar
dependência ou independência do tempo.
τ = η.ẏ
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I
Segundo Holdsworth (1971), a explicação para esse fenômeno é que o aumento da taxa
de cisalhamento modifica a estrutura das moléculas de cadeias longas, alinhando-as
paralelamente às linhas de corrente, diminuindo a resistência ao escoamento. Isso
é coerente pelo fato de que a altas taxas de cisalhamento, o fluído apresenta um
comportamento próximo ao newtoniano. Essa classe é representada por produtos
como polpas e sucos concentrados de frutas, caldos de fermentação, melaço de cana e
soluções de pectina.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I │ UNIDADE I
Conforme Toneli et al., (2005), para que seja possível verificar se o fluido apresenta
ou não viscosidade aparente dependente do tempo, deve ser realizado um estudo
reológico, onde a substância em análise deve ser submetida a aumento na variação de
tensão (ida) e, quando essa atingir um valor máximo, ser reduzida até retornar ao valor
inicial (volta).
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I │ UNIDADE I
De acordo com Machado (2002), a reopetia pode também ser identificada por meio da
histerese das curvas de fluxo, isto é, por análise do posicionamento das curvas ascendente
e descendente, em relação ao acréscimo e decréscimo da taxa de cisalhamento.
A histerese, tanto nos fluidos reopéticos quanto nos fluidos tixotrópicos, é definida por
um comportamento cíclico entre a variação de viscosidade e o tempo de duração do
cisalhamento. Fluidos Reopéticos mostram um comportamento invertido em relação
aos fluidos tixotrópicos. Portanto, tixotropia e reopetia, fenômenos que se caracterizam
por propriedades de fluxo opostas.
Modelos Reológicos
O comportamento dos fluidos é descrito por meio de modelos reológicos, que relacionam
tensão de cisalhamento com a taxa de deformação.
O modelo reológico mais simples é o newtoniano, que apresenta uma relação linear entre
tensão de cisalhamento e taxa de deformação. Porém, a maioria dos alimentos fluidos
não apresenta esse tipo de comportamento, assim requer modelos mais complexos para
sua caracterização.
A decisão do modelo mais adequado deve ser tomada com base em parâmetros
estatísticos. O melhor ajuste é analisado com base nos parâmetros R2 que
medem a proporção da variação total da média explicada pela regressão e é
definido como a razão entre a soma quadrática total, e pelo Qui-quadrado (X2)
que expressa a diferença entre valores obtidos experimentalmente.
Quanto maior for o valor de (X2) maior será a discrepância entre as frequências
observadas e esperadas. Quanto menor o valor de (R2) maior a distância dos
pontos experimentais ao modelo ajustado. Portanto, o modelo que melhor
se ajusta é aquele com altos valores de R2 (máximo=1) e baixos valores de X2
(mínimo=0).
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UNIDADE I │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I
modelos mais comumente utilizados de acordo com o tipo de alimento, com destaque
para derivados de frutas.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I │ UNIDADE I
Tabela 2. Equação constitutiva para alguns modelos reológicos e seus parâmetros τ0, k e n.
τ = k(γ)n
Onde:
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UNIDADE I │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I
Esse modelo tem sido adotado como ideal para interpretar o comportamento dos
diferentes tipos de molho comerciais para salada, purês e polpas de frutas, como cupuaçu,
goiaba, manga e pêssego.
γ = 0 para τ ≤τ0
Esse tipo de fluido é uma extensão do fluido de Ostwald, ao qual se adiciona um novo
parâmetro, τ0, denominado de limite de escoamento real. Uma maneira de se determinar
todos os três parâmetros desse modelo consiste em primeiro estimar o valor de τ0 por
extrapolação e, em seguida, determinar os valores de K e n.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I │ UNIDADE I
σ = η(γ)
Todos os fluidos que não obedecem à Lei de Newton são denominados não
newtonianos. Uma equação geral para descrever o comportamento de fluidos
não newtonianos, com comportamento independente do tempo, é o modelo de
Herschel-Bulkley (HB), o qual está descrito pela equação:
σ = σo + k (γ)
Onde:
Tal modelo é particularmente interessante uma vez que pode ser considerado um
modelo geral, que se aplica à maioria dos fluidos. Os fluidos newtonianos; as lei de
potência, que possuem σo = 0 e 0 < n < 1 (pseudoplástico) ou σo = 0 e 0 > n > 1
(dilatante), ou ainda os plásticos de Bingham, que possuem σo > 0, k > 0 e n = 1; podem
ser considerados casos especiais do modelo HB.
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UNIDADE I │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I
Tabela 3. Classificação dos modelos reológicos aplicados a curvas de escoamento em ensaios estacionários.
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CAPÍTULO 2
Propriedades térmicas de
produtos alimentícios
Definição
As propriedades térmicas são bem definidas para materiais não biológicos, sendo que
nos alimentos as informações ainda são escassas de dados. Estas propriedades são
de grande importância para se determinar a taxa de transferência de calor e o meio
dentro do próprio alimento. Conhecendo-se essas propriedades, podem-se estimar o
tempo de processamento e a quantidade de energia envolvida durante os processos
térmicos.
Modelos teóricos para a predição das propriedades termofísicas dos alimentos estão
presentes na literatura. Grande parte dos estudos envolvendo o desenvolvimento de
modelos matemáticos e medidas experimentais das propriedades térmicas de alimentos
são realizados utilizando sistemas modelos e os resultados são aplicados para alimentos
de composição similar.
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UNIDADE I │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I
As técnicas de medição do calor específico podem ser agrupadas em: técnica de mistura
e calorimetria diferencial de varredura (DSC – Differential scanning calorimeter) são
as comumente utilizadas. As vantagens da DSC é que a medição é rápida e uma pequena
amostra pode produzir resultados precisos para produtos homogêneos.
O cálculo do calor específico é feito por meio de um balanço global de energia que
mensura o calor trocado entre a água e a amostra, em um sistema isolado termicamente.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I │ UNIDADE I
A condutividade térmica de alimentos e sua relação com o conteúdo de água é uma das
mais importantes propriedades de transporte requeridas para modelar processos em
que massa e energia são trocados.
De acordo com Incropera e Dewitt (2003) a condutividade térmica pode ser estimada
pelos valores determinados para a difusividade térmica, o calor específico e a massa
específica de uma amostra a uma dada temperatura, conforme a equação a seguir:
k A = α A × p A × CpA
Vários métodos são utilizados para se medir a condutividade térmica dos materiais.
Existem dois grandes grupos de técnicas para determinar a condutividade térmica de
produtos alimentícios além de métodos indiretos. São eles:
Onde:
α é dado em m2s-1,
k em Wm-1ºC-1,
ρ em kgm-3
Cp em kJkg-1ºC-1.
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UNIDADE I │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I
Segundo Rahman (1995), as medições diretas podem ser classificadas em: métodos
baseados na solução analítica da equação de condução de calor em regime transiente e
métodos baseados na solução analítica.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I │ UNIDADE I
Correlações com caráter ainda mais empírico, porém com resultados positivos nas
faixas onde os parâmetros são ajustados, têm sido desenvolvidas e utilizadas para
determinação da elevação do ponto de ebulição. Um clássico modelo dessa classe de
equações foi sugerido por Capriste e Lozano (1988), onde a influência da pressão e da
fração mássica de sólidos solúveis sobre a EPE é considerada.
Como proteínas e gorduras possuem peso molecular grandes, o valor da EPE será tão
pequeno que é considerado desprezível, mesmo que se eleve o valor da EPE.
O ponto de congelamento é uma das propriedades coligativas das soluções, sendo que
seu conhecimento é importante na análise de congelamento e descongelamento de
alimentos congelados.
Dados precisos do ponto de congelamento também podem ser usados para calcular
propriedades coligativas, como atividade de água, pressão osmótica, aumento do ponto
de ebulição, água ligada, livre e congelada.
A maioria dos alimentos contém grandes quantidades de água. Quando tais alimentos
são resfriados abaixo de 0ºC, a temperatura em que a água começa a se transformar em
gelo é atingida. Ao contrário da água pura, toda a água do alimento não se altera para
gelo na mesma temperatura, devido à presença de diferentes solutos.
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CAPÍTULO 3
Propriedades óticas e elétricas
Propriedades óticas
Segundo Alves et al. (1999), a transparência está relacionada com o grau de cristalinidade
porque as regiões cristalinas dos polímeros refletem ou desviam o feixe de luz incidente.
A cor é algo que se “vê com os olhos” e se interpreta com o cérebro, sendo o resultado
da interação da luz com os materiais. Para a física óptica, a cor é definida como um
feixe de radiações luminosas com uma determinada distribuição espectral. Os materiais
transferem a luz que chega a eles de forma que a luz transmitida tem diferente distribuição
espectral. A composição química e a estrutura do material vão definir a capacidade deste
de alterar a distribuição espectral da luz. (CALVO; DURÁN, 1997)
Os instrumentos de medida de cor são usados para checar a cor dos ingredientes e para
avaliar a eficiência do processo na obtenção e manutenção da cor do produto desejado.
(GOOD, 2007)
Os sistemas de medidas de cor são utilizados para medir uma ampla faixa de produtos
alimentícios, tais como, frutas e vegetais, tanto in natura como processados, produtos
lácteos, carnes e produtos cárneos (incluindo peixe e aves), cereais, óleos, xaropes,
açúcares e bebidas. (GOOD, 2007)
Para Haminiuk (2007) dentre os benefícios da medição quantitativa das cores nos
alimentos cita-se:
»» desperdício reduzido;
Berns (2000), propôs que a diferença de cor entre dois estímulos, por exemplo o padrão
e a amostra, pode ser quantificada no diagrama L*, a* e b*, cuja distância entre duas
posições é obtida de acordo com a seguinte equação:
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I │ UNIDADE I
Propriedades elétricas
Segundo Aguilar-Rosas et al. (2007), as propriedades elétricas são fundamentais para o
projeto e simulação de outras técnicas de processamento térmico, tais como o aquecimento
ôhmico e o tratamento elétrico via campo elétrico pulsado de alta voltagem.
Condutividade elétrica
Condutividade elétrica é uma medida da habilidade de uma solução aquosa de
conduzir uma corrente elétrica devido à presença de íons. Essa propriedade varia com
a concentração total de substâncias ionizadas dissolvidas na água, com a temperatura,
com a mobilidade dos íons, com a valência dos íons e com as concentrações real e
relativa de cada íon.
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UNIDADE I │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS I
Uma corrente elétrica é um fluxo de cargas elétricas que pode ser passado por uma solução.
Íons são necessários na solução para que haja condução de cargas. A água pura não é um
líquido condutor, mas quando você adiciona solutos à água, a condutividade pode ser
mudada. Dependendo do que se adiciona, a solução resultante pode conduzir eletricidade.
σ=n q m
Onde:
O teste de condutividade elétrica se destaca por ser um teste rápido, simples e barato,
e tem sido utilizado com sucesso nos programas de avaliação da qualidade fisiológica
de sementes em muitas espécies. Onde a avaliação da condutividade elétrica pode ser
conduzida pelo método de massa, mais utilizado, e pela avaliação da condutividade de
cada semente individualmente.
Apesar de suas vantagens, o teste necessita de ajustes especiais para a sua utilização
e obtenção de resultados confiáveis em diferentes espécies de sementes, já que os
resultados dependem da morfologia e tamanho das sementes, da permeabilidade dos
tecidos, qualidade e o volume de água.
A condutividade elétrica, nos últimos anos, vem se tornando uma fonte de estudo no
delineamento de um novo processo de tratamento térmico: o aquecimento ôhmico.
Nesse tratamento térmico o calor é gerado internamente pela passagem de uma
corrente elétrica pelo produto. A maior vantagem deste processo é proporcionar um
aquecimento rápido e uniforme dos materiais. Além disso, no caso de alimentos de
elevada viscosidade ou alimentos contendo partículas sólidas, essa tecnologia de
aquecimento é particularmente interessante uma vez que é possível que a fase líquida e
sólida tenham a mesma taxa de aquecimento, evitando, assim, o sobreaquecimento das
partículas/zonas mais externas. (CASTRO et al., 2004)
Com base nessas características o meio pode ser classificado como: dielétrico, condutor
e magnético. A classificação também depende da frequência da onda eletromagnética
que se propaga no meio. Um material pode ser dielétrico para uma determinada faixa
de frequência e condutor para outra. (GOMES FILHO, 2014)
Aplicações
Aplicações industriais do aquecimento ôhmico são muito vastas e incluem o
descongelamento, o branqueamento, a evaporação, a desidratação, a fermentação, a
pasteurização etc. (CASTRO et al., 2004)
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MÉTODOS DE
DETERMINAÇÃO DAS UNIDADE II
PROPRIEDADES FÍSICAS II
CAPÍTULO 1
Propriedades mecânicas
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Onde:
T = tração.
Para Gontard et al. (1994) os biopolímeros obtidos devem ser resistentes à ruptura e
a abrasão, fazendo com que o produto embalado não perca sua integridade e proteção
por manuseio e transporte. Além disso, ele deve possuir flexibilidade o suficiente para
se adaptar a eventuais deformações no produto embalado sem dano mecânico.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
O ensaio de tração é usado para avaliar diversas propriedades mecânicas dos materiais,
os quais são relevantes em projetos de máquinas e equipamentos mecânicos. Além disso,
é utilizado como teste para o controle das especificações da matéria-prima fornecida.
Os ensaios de tensão são realizados por meio da aplicação de uma força ao material sob
condições controladas, geralmente deformação a velocidade constante, até a ruptura do
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
τ= G γ
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Em que:
σ = E ⋅ε
Em que:
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
seu múltiplo, o megapascal (MPa). Nos Estados Unidos é usual a unidade libras-força
por polegada quadrada, denominada psi (1 MPa = 1N/mm2 = 145 psi, 1 psi = 6,9 x 10-3
MPa).
À medida que o material continua a ser deformado acima de 0,005, ponto onde as
deformações se mantém durante regime elástico, a tensão deixa de ser proporcional à
deformação. Consequentemente, a lei de Hooke não será mais obedecida, sucedendo
uma deformação permanente e não recuperável denominada deformação plástica.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
A textura é uma propriedade sensorial, que também é medida por meios mecânicos,
que implicam a aplicação de princípios de engenharia. Os equipamentos utilizados para
determinação da textura de alimentos respondem a propriedades mecânicas do alimento
na boca, bem como a outros estímulos, tais como propriedades auditivas e táteis.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Figura 8. Diagrama esquemático das duas compressões exigidas para o teste de análise do perfil de textura.1
A textura pode ser avaliada por métodos sensoriais usando provadores treinados.
Entretanto, indústrias empregam análises de textura buscando melhorias de qualidade,
quanto à maciez, firmeza, crocância, padronização, entre outros atributos para seus
produtos, sendo a análise instrumental priorizada, principalmente devido à facilidade
e simplicidade de padronização em relação à utilização de painéis sensoriais treinados.
1 (a) movimento descendente do prato plano móvel e paralelo durante a primeira e segunda compressão e (b) movimento
ascendente prato plano móvel e paralelo durante a primeira e segunda compressão.
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CAPÍTULO 2
Propriedades geométricas e estruturais
Densidade
Existem três tipos de densidade quando se trata de alimentos:
»» densidade real;
»» densidade aparente;
A densidade do leito é definida como a relação entre uma certa massa de partículas
e o volume de um leito onde elas se encontram, de alguma forma, empacotadas.
Nessa medida os espaços vazios entre as partículas e os poros internos são considerados
no volume total do material. (SINGH; HELDMAN, 1993)
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Tamanho de partículas
No processamento de alimentos sólidos, é frequente a necessidade de se separar
materiais com respeito ao seu tamanho. As técnicas de separação são baseadas nas
diferenças físicas entre as partículas como tamanho, forma ou densidade.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
partículas pode ser importante em vários aspectos para os alimentos em pó, como por
exemplo, no processamento, manipulação e na determinação de sua vida de prateleira.
Para alguns alimentos como leite em pó, o tamanho da partícula do pó é essencial para
sua caracterização, visto que, quanto menor a partícula, mais lenta é a aglomeração e
mais rápida é a dissolução.
A esfera é o único formato que pode ter o seu tamanho definido por um único número,
onde relaciona as dimensões da partícula ao diâmetro de esferas de diferentes tamanhos.
Porém partículas com formatos irregulares (Figura 9) necessitam de mais de uma
medida para a quantificação do seu tamanho. Para expressar esse valor em um único
número, normalmente adota-se o valor de uma esfera equivalente.
A figura 10 ilustra alguns dos diferentes diâmetros médios equivalentes que podem ser
gerados a partir de um grão de areia com forma irregular. Assim, as dimensões de uma
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Figura 10. Diferentes diâmetros de esferas equivalentes gerados a partir de uma partícula irregular.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Define-se por mesh como sendo o número de abertura por polegada linear, e a série
de peneiras normalmente empregada é do tipo Tyler padronizadas basicamente com
400 mesh. O tamanho das partículas retidas em cada peneira equivale à média entre a
abertura da malha em que ficou retida e a imediatamente superior.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
A agitação também ajuda a prevenir o entupimento, e uma agitação muito vigorosa pode
provocar a moagem do material, erosão excessiva das peneiras e baixa eficiência, além
de agravar o problema do pó. Sabendo-se que esses processos são realizados mediante
as peneiras granulométricas: estacionária ou estática, rotativa, agitada e vibratória.
»» A coesão entre as partículas tende a reter fino (as partículas que passam
pelas aberturas das peneiras constituem os finos) no material grosso (as
partículas que ficam retidas nas peneiras são os grossos. A coesão aumenta
com a umidade do material.
»» A aderência das partículas à tela também é uma dificuldade que não pode ser
antecipada teoricamente. Partículas mais finas que a abertura da peneira
ficam retidas porque, à medida que a operação ocorre, as malhas das telas
vão ficando menores, chegando até a entupir. Essa é uma das causas da
presença de finos no material grosso. A aderência também depende da
umidade do material, variando ainda com a forma e as características
das partículas.
Os óticos são usados para caracterizar partículas maiores que um mícron. A microscopia
é uma técnica relativamente barata, e permite a observação direta das partículas, de
forma que o formato das partículas e a presença de aglomerados podem ser observados.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
No entanto, é necessário que a amostra seja pequena, de forma que não se pode
garantir uma boa reprodutibilidade, além de se permitir obter somente uma dimensão
da partícula.
Figura 11. Esquema óptico para determinação do tamanho de partículas por difração a laser.
A difração a laser, por sua facilidade de operação, rapidez de análise e ampla faixa de
tamanhos é, hoje, a técnica mais popular para caracterizar distribuições de tamanho de
partículas, dispersas em meio líquido ou em forma de pó seco.
A difração a laser pode operar em faixa de medição de 0,05 a 3.000 µm. A sua operação
ocorre em sistema ótico e com um ou mais feixes de luz possibilitando medir a
distribuição precisa de tamanho de partículas, e suas medições podem ser a seco ou
a úmido.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
»» Vantagens:
›› rápida;
›› fácil;
»» Desvantagens:
Forma
A forma de uma partícula individual é geralmente expressa em termos de uma
propriedade, chamada de esfericidade (Φ) que é independente do seu tamanho.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Porosidade
Segundo Prado (2004), podemos distinguir três tipos de porosidade para grãos e
sementes: porosidade da partícula, porosidade “bulk” e a porosidade total do leito, com
base nas definições de massa específica.
Onde,
ɛ é a porosidade;
ρ é a massa específica.
Rugosidade da superfície
Uma das grandezas importantes na usinagem de materiais é a rugosidade superficial da
peça usinada. (FERRARESI, 2003)
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Essas irregularidades estão presentes em todas as superfícies reais, por mais perfeitas
que elas sejam, e muitas vezes constituem uma herança do método empregado na
obtenção da superfície, tipo torneamento, fresamento e furação (AMORIM, 2002).
Segundo Amorim (2002) a relevância da rugosidade justifica-se pela sua relação com
os seguintes parâmetros:
A perfilometria, do mesmo modo que MFA, consiste em uma técnica que permite avaliar
a rugosidade de superfícies por meio do perfilômetro. O princípio de funcionamento do
perfilômetro é análogo ao do microscópio de força atômica e está baseado na varredura
da superfície da amostra com uma ponta de tamanho reduzido. (BERNARDES, 2008)
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Em geral, a indústria de alimentos utiliza o aço inoxidável com grau 304 (resistente
à corrosão originada pela maioria dos alimentos e agentes de limpeza, não apresenta
problemas de manchas, é de fácil higienização e relativamente barato) com polimento 4.
(HAYES, 1993)
Encolhimento
O encolhimento do alimento é uma das mudanças mais nítidas durante o processo de
secagem. (CELESTINO, 2010)
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Uma grande variedade de modelos foi proposta na literatura para descrever o encolhimento
durante a secagem. Entretanto, a maioria das equações, relacionando o volume do
material e o seu teor de umidade, é empírica. Os primeiros modelos de encolhimento
teóricos foram desenvolvidos para vegetais e frutas. (PRADO, 2014)
O modelo de secagem central assume a formação de uma camada externa seca com um
centro sólido úmido, onde a densidade deste centro é equivalente à densidade inicial
do material e a densidade da camada externa é igual à do material no teor de umidade
de equilíbrio.
De acordo com as conclusões de Suzuki et al. (1976), o modelo de secagem central foi o
mais adequado para representar o fenômeno, enquanto o modelo de secagem uniforme
mostrou-se válido apenas para representar o encolhimento no estágio inicial de secagem,
ou seja, no período de taxa constante.
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CAPÍTULO 3
Propriedades dos alimentos em pó
Alimentos em pó são sistemas particulados que podem ser utilizados como produtos
ou ingredientes alimentares. A descrição das propriedades de alimentos em pó em um
sistema particulado é de grande importância na tecnologia de partículas. (GOMIDE,
1983)
A forma pode apresentar uma distribuição, bem como a densidade das partículas.
Estudar esse tipo de distribuições é algo bastante complexo. Em geral, quando se analisa
partículas concentra-se mais na distribuição de tamanhos, considerando que mesmo
que a forma seja irregular, um tamanho equivalente a uma forma esférica possa ser
obtido. As distribuições de tamanhos de partículas de qualquer material sólido podem
ser estudadas por número, massa, volume e superfície. (GOMIDE, 1983)
Segundo Fellows (2006), a aglomeração pode ser atingida pelo reumedecimento das
partículas com vapor a baixas pressões em um aglomerador e posterior ressecagem. Os
métodos não aglomerativos utilizam um agente aglomerante, por exemplo, a lecitina,
com o intuito de unir as partículas. Antigamente essa técnica era empregada nos
tratamentos de alimentos com alto teor de gordura como o leite integral, por exemplo,
entretanto, nos dias de hoje, tem sido substituída pelo processo de aglomeração. Dessa
maneira, alimentos de baixo teor de gordura são mais facilmente transformados em
pós de fluxo livre do que o leite integral ou extratos de carne.
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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
ingredientes em outros processos, sendo que estes devem possuir uma alta densidade
volumétrica e uma gama mais ampla de tamanhos de partículas. (FELLOWS, 2006)
Onde:
Segundo Wells (1988) um índice similar, de interpretação mais simples, foi proposto
em 1967 por Hausner. Os valores menores que 1,25 indicam bom fluxo; valores maiores
que 1,5 indicam fluxo ruim; valores entre 1,25 e 1,5 exigem a adição de lubrificantes para
melhorar o escoamento. A equação que define esse índice similar encontra-se abaixo:
Onde:
Com relação ao fluxo de pós, uma partícula começa a deslizar quando o ângulo de
inclinação for suficientemente acentuado para superar as forças de atrito com as outras
partículas. De modo inverso, essa mesma partícula em movimento cessará o deslize
quando o ângulo de inclinação estiver abaixo do valor necessário para vencer a coesão/
adesão das partículas. Esse equilíbrio de forças faz com que um pó vertido sobre uma
superfície plana forme um “montículo” (AULTON, 2005). A medida das proporções
desse “montículo” gera as informações necessárias para se avaliar o ângulo de repouso
do material em estudo.
Aplicações
As indústrias processadoras de pós fornecem um vasto portfólio de alimentos em pó.
Temos como exemplos: leites (integral e desnatado); alimentos destinados a crianças
em fase de aleitamento; bebidas à base de cacau, café e malte; café solúvel; sopas
desidratadas instantâneas; suplementos proteicos; pré-misturas para panificação;
leveduras; enzimas; aromas; entre outros.
61
CAPÍTULO 4
Outras propriedades físicas
Nessa equação, JAz representa o fluxo de massa do componente A na direção z (kg m-2
s-1); DAB o coeficiente de difusão de A em B ou difusividade mássica de A em B (m2 s-1) e
(∂ρ A / ∂z) o gradiente de concentração do componente A na direção z (kg m-4).
Tensão superficial
Segundo Daltin (2011), tensoativo é um tipo de molécula que apresenta uma parte
com característica apolar ligada a uma outra parte com característica polar, ou seja,
esse tipo de molécula é polar e apolar ao mesmo tempo. Para representar esse tipo de
molécula, usa-se tradicionalmente a figura de uma barra (que representa a parte apolar
da molécula, portanto, solúvel em hidrocarbonetos, óleos e gorduras) e um círculo (que
representa a sua parte polar, solúvel em água), como representado na figura 12.
Figura 12. Representação esquemática de uma molécula de tensoativo com suas partes apolar e polar.
62
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
A tensão superficial ocorre pelo não balanceamento de atração das moléculas da superfície.
Se o volume de líquido é grande o número de moléculas na superfície do líquido é muito
pequeno em relação ao total de moléculas. Portanto, para volumes maiores de líquidos
(como um litro), a tensão superficial pouco influencia no seu comportamento, pois,
nessa proporção, a tensão superficial quase não é sentida como propriedade do líquido.
Para volumes pequenos, como o de uma gota, a tensão superficial é uma característica
físico-química de grande importância. Uma das características mais importantes da
tensão superficial em gotas de líquido é que essa propriedade é que determina o tamanho
da própria gota. (DALTIN, 2011)
63
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Para que a tensão superficial entre superfícies (água/óleo, água/sólido, água/ar etc.) seja
reduzida, é necessário aplicação de substâncias ou moléculas específicas que diminuam a
tensão superficial entre os componentes hidrofóbicos e hidrofílicos da superfície (FARIAS
et al., 2006). Quanto menor a tensão superficial, maior a facilidade para um líquido se
espalhar. (SILVA; PONSETTO; ROSA, 2003)
As moléculas que são ativas na tensão superficial é que são denominadas tensoativas.
A tensão superficial é reduzida quanto mais moléculas de tensoativo estiverem localizadas
na superfície, separando as moléculas de água e “perfurando” a superfície líquida.
(DALTIN, 2011)
Para um líquido molhar um sólido, como deve acontecer na impregnação, o líquido deve
ter a tensão superficial mais baixa que o sólido. Quando se tem um sistema aquoso, é
necessário adicionar produtos que baixem a tensão superficial desse para possibilitar
sua penetração, no caso do couro, a tensão superficial do couro e da água são próximas.
(MK QUÍMICA, 2001)
64
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Estabilidade
De acordo com Vitali e Quast (2002) a vida de prateleira de um alimento é o tempo
em que ele pode ser conservado em determinadas condições de temperatura, umidade
relativa, luz etc., sofrendo pequenas, mas bem estabelecidas alterações que são, até
certo ponto, consideradas aceitáveis pelo fabricante, pelo consumidor e pela legislação
alimentar vigente.
Uma das alterações que ocorrem com os alimentos é a perda da estabilidade, que é um
importante atributo de qualidade. Dessa maneira, seu estudo auxilia no desenvolvimento
científico e tecnológico de produtos cada vez mais saudáveis, aceitos e seguros.
65
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Onde:
�������
± � ���
��
Onde:
k é a constante de reação,
t é o tempo,
O sinal ± refere-se ao aumento ou à diminuição do composto em questão.
66
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
A maior parte das degradações nos alimentos que têm sido estudadas até hoje são
basicamente caracterizadas como de ordem zero ou primeira ordem. Alguns exemplos
característicos desses tipos de alterações são mostrados na tabela 5.
Tabela 5. Importantes alterações nos alimentos que seguem cinéticas de ordem zero ou primeira ordem.
Deve-se dar ênfase ao fato de que as equações utilizadas para descrever a cinética
das reações de deterioração dos alimentos não representam o mecanismo real dessas
reações e, portanto, deve-se considerar que a ordem de reação é aparente. As equações
das reações de ordem zero e de primeira ordem, respectivamente, são mostradas abaixo
(FU; LABUZA, 1997):
Onde:
Ao = fator de qualidade inicial;
A = fator de qualidade no tempo decorrido;
k =constante da reação;
t = tempo decorrido.
67
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
O fator Q10 é usado quando o tempo de estocagem é muito longo e a indústria precisa
de resultados em um tempo mais curto. Esse fator indica o aumento ou a diminuição
na taxa de uma reação, quando o produto é estocado em uma temperatura 10° C maior.
Desse modo, é possível se realizar o teste em temperaturas mais altas, que acelerem
o processo de degradação, e extrapolar os resultados para temperaturas mais baixas,
como as encontradas durante a distribuição e o armazenamento do produto.
Capacidade de gelificação
As proteínas podem exercer várias funções nos alimentos, como espessante de soluções,
agente gelificante, espumante ou emulsificante. A gelificação de uma solução de proteínas
globulares pode ser induzida pelo calor ou pelo frio. (BOBBIO; BOBBIO, 2000)
Figura 13. Esquema da conversão de proteínas nativas em uma rede proteica de acordo com o processo de
indução térmica e/ou de gelificação a frio.
69
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Interações eletrostáticas pH
O gel é rígido, possui formas bem definidas e pontos de fusão e gelificação precisos.
Ademais, demonstra claramente os interessantes fenômenos de sinérese (exsudação
70
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
O processo de gelatinização ocorre quando o amido é aquecido com água e pode ser
medido pela calorimetria exploratória diferencial (DSC). A gelatinização ocorre a uma
dada temperatura dentro de uma faixa de 50-70° C, dependendo da variedade do amido
e da sua origem, sendo definida como um rearranjo molecular. (SILVA et al., 2001)
71
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
De acordo com Syrbe et al. (1998), as interações entre dois biopolímeros de diferente
natureza podem ser do tipo associativas ou segregativas, resultando em três possíveis
situações de equilíbrio (Figura 14):
72
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Absorvância de radiação
Quando um feixe de luz atravessa ou é refletido por uma amostra, a quantidade de luz
absorvida (Ia) será a diferença entre a radiação incidente (Io) e a radiação transmitida
73
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
(I). A quantidade de luz absorvida é expressa tanto como transmitância quanto como
absorbância. (ANDRADE; CUSTÓDIO; KUBOTA, 1999)
I= Io exp(-Ax)
Onde:
A é o coeficiente de absorção;
x é a espessura da amostra.
A grandeza T mede o percentual de luz que é transmitido pela amostra e a grandeza Abs
mede o percentual de luz que é absorvido, já a grandeza A mede a absorção numa escala
logarítmica. É evidente que podemos escolher uma dessas formas para expressar a
propriedade óptica do material em absorver ou transmitir a luz, já que elas se relacionam
entre si. Torna-se claro que quanto maior for a intensidade da luz absorvida, menor é a
intensidade I da luz transmitida e maior é a absorbância Abs. (BICALHO, 2006)
74
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
1760, na área de química, embora tenha sido comentado que Bouguer já verificara esse
efeito em 1729.
It=Io 10 - σb
It = Io . 10 -αcb
A relação log10 (Io/ It) é chamada absorbância. Assim a lei de Beer pode ser enunciada
simplesmente como (FIGUEIRA, 2012):
A=αcb
A lei de Beer é semelhante à lei proposta por Bouguer, exceto que está relacionada
com a concentração. Enquanto Bouguer e Lambert estudaram a variação na absorção
de um feixe de luz, em função da variação da espessura da camada absorvente, Beer
realizou o mesmo estudo se referindo à concentração da solução, mantendo a espessura
75
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
I = radiação transmitida;
Io = radiação incidente;
k = uma constante;
A = absorbância
76
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
de onda, solvente e tempo. A Lei de Beer é aplicada a uma solução (com mais de uma
espécie absorvente) desde que não se verifique interação entre as espécies, admitindo-
se que não existam perdas por reflexão e perdas por espalhamento. (BUCHANAN,
2000; TAIZ; ZEIGER, 2004; NOBEL, 2005)
Para que uma fonte de radiação seja considerada de boa qualidade deve (ROGOVSKI,
2014):
»» ser estável, isto é, a potência radiante deve ser constante. Além disso,
deve ter vida longa e preço baixo.
Transição vítrea
Alimentos são sistemas complexos, pois não são compostos puros, mas sim uma
combinação de uma grande variedade de componentes, tais como carboidratos, lipídeos,
proteínas, fibras e água.
De acordo com Roos (1995), o estado físico dos alimentos, geralmente, é governado
pela transição de fase dos seus principais componentes. Uma vez que a água é o
principal componente e diluente, na grande maioria dos alimentos, ela deve afetar
significativamente o estado físico e as propriedades dos demais compostos.
Transições de fase são alterações no estado físico dos materiais que têm efeito significativo
sobre as suas propriedades físicas. Existem três estados físicos básicos: sólido, líquido
e gasoso.
77
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Figura 15. Diagrama representativo da transição entre os estados vítreo e gomosos para um material amorfo.
A partir da observação da figura 15, percebe-se que a transição do estado vítreo para
o gomoso pode ocorrer, tanto pelo aumento da temperatura, como pelo aumento na
concentração do plasticizante, no caso, a concentração de água (umidade).
78
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
Na maior parte dos alimentos existe em um estado de não equilíbrio amorfo, que pode
ser definido como uma falta de organização das moléculas, sendo o oposto ao estado
cristalino, o qual se caracteriza pelo melhor arranjo da estrutura.
Geralmente, esses materiais são metaestáveis, de modo que seu estado físico e suas
propriedades físico-químicas mudam de comportamento durante as etapas de
processamento, estocagem, distribuição e consumo. Na figura 16 é representado um
diagrama das mudanças na estrutura e na forma física de um material.
Figura 16. Mudanças de estado físico de um vítreo amorfo para o estado cristalino passando pelo estado
gomoso (de transição), T: temperatura, t: tempo.
Os fatores que causam mudanças estruturais das partes amorfas da estrutura são:
»» a temperatura do produto.
79
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
Quando a temperatura do produto está acima da sua Tg, a sua estrutura de sólido
vítreo amorfo começa a mudar para um estado gomoso, mudança essa que influencia o
processo e a qualidade físico-química dos produtos.
De acordo com Bhandari e Howes (2000), os materiais amorfos podem ser obtidos
como resultado de vários processos, conforme esquematizado na figura 17.
A formação dos materiais amorfos ocorre por meio de uma mudança no material, que
deve ocorrer a uma velocidade suficientemente alta, de maneira que não haja tempo
para que o produto se ajuste às mudanças que ocorreram na vizinhança e, portanto,
saia do estado de não equilíbrio para o de equilíbrio.
A temperatura de transição vítrea é específica para cada material e é afetada por três
principais fatores: o material plasticizante, a massa molecular e a composição.
Existem várias técnicas experimentais que podem ser aplicadas para medir a Tg em
sistemas alimentícios. Os valores da temperatura de transição vítrea de compostos
amorfos e alimentos são mais frequentemente determinados pela técnica de calorimetria
diferencial de varredura (DSC).
O DSC é uma técnica na qual a diferença na absorção de energia pela amostra e por
um material de referência é medida como uma função da temperatura, enquanto
a substância e o material de referência são sujeitos a um controle programado de
temperatura, utilizando um pequeno calorímetro. O DSC é usado, portanto, para
medir a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de uma amostra.
81
UNIDADE II │ MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II
O efeito plasticizante da água pode ser analisado por meio de diagramas de estado.
Nesses diagramas, a curva contínua de transição vítrea de Tg em função da concentração
de sólidos demonstra o efeito da água na Tg, especialmente a baixos conteúdos
de umidade.
82
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS II │ UNIDADE II
A transição vítrea é a transição de fases mais relevante em alimentos, uma vez que está
diretamente relacionada com as modificações estruturais que acontecem nas etapas de
processamento e armazenagem.
83
UMIDADE EM ALIMENTOS,
PROPRIEDADES E UNIDADE III
TRANSFORMAÇÕES
QUÍMICAS DE ALIMENTOS
CAPÍTULO 1
Umidade em alimentos
Para se ter uma boa conservação dos alimentos, é preciso saber e conhecer os processos
de deterioração, alterando as condições do meio que a favoreçam. Essas condições
estão condicionadas aos fatores intrínsecos (características inerentes ao alimento) e
extrínsecos (referente ao ambiente que circunda o alimento).
Os fatores intrínsecos são: pH, acidez, atividade de água (aw), potencial de oxirredução
(Eh), nutrientes, constituintes antimicrobianos, estruturas biológicas e microbiota
competidora. Enquanto que os fatores extrínsecos se referem à temperatura ambiente,
à umidade relativa do ambiente e à presença e concentração de gases na atmosfera.
Por essa razão, mesmo após reidratado ou reconstituído, embora chegue a assemelhar-se
ao produto natural, nunca terá as mesmas características dele. Contudo, para alguns
84
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
alimentos, isso não se enquadra como motivo de recusa por parte do consumidor, como
por exemplo, no caso do achocolatado, leite em pó, frutas secas (bananas, uvas, figos,
tâmaras etc.), charque, pescados, entre outros.
A determinação da umidade (porcentagem de água) pode ser feita por dois processos:
pelo processo indireto e processo direto. No indireto (secagem em estufa), o que se
determina é a matéria seca (massa seca), admitindo-se que a perda de massa corresponda
à massa de água perdida.
Na realidade, outras substâncias voláteis além da água também são consideradas como
água, ocasionando um erro, o que vem a ser uma desvantagem do método.
Para minimizar, diminuir ou evitar essas alterações são utilizadas embalagens a vácuo
com atmosfera modificada (gás apropriado), controle do processo de secagem, adição de
antioxidantes, baixas temperaturas de estocagem, uso de dióxido de enxofre, exclusão
da luz, manutenção de baixos teores de umidade. Afinal, a indústria alimentícia recorre
à utilização de técnicas conhecidas e também investe, incansavelmente, recursos na
busca de produtos com qualidade superior.
85
UNIDADE III │ UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS
Além disso, a afinidade entre a água e os outros componentes (gordura, amido, proteínas
etc.) de um produto, define sua higroscopicidade, na qual vêm a influenciar os processos
de manuseio, processamento, estocagem e consumo de materiais biológicos.
A higroscopicidade de produtos sólidos porosos é estudada por meio das equações dos
modelos matemáticos, os quais descrevem as isotermas de sorção de água, que são
representações gráficas da relação de equilíbrio do teor total de umidade de um alimento
e a pressão de vapor ou umidade relativa, a uma dada temperatura. À medida que a
umidade relativa aumenta, mais tempo é necessário para que o equilíbrio higroscópico
seja atingindo.
A umidade de equilíbrio pode ser definida como sendo a quantidade de massa de água
por umidade de massa total (base úmida) que um produto contém quando é submetido
a condições controladas de temperatura e umidade relativa do ar.
A umidade de equilíbrio também pode ser descrita como a umidade que o produto irá
apresentar a uma determinada umidade relativa do ar sob condições controladas de
pressão e temperatura. Os dados de umidade de equilíbrio variam com o tipo de sólido.
86
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
A absorção ou ganho de umidade constitui uma alteração física que ocorre em alimentos
de baixa atividade de água ou umidade. Essa alteração tem efeitos diferentes conforme
o produto, os quais podem deteriorar a qualidade do produto, por exemplo: alterações
de textura (amolecimento ou aglomeração), crescimento microbiológico, oxidação de
lipídeos e pigmentos, atividade enzimática, escurecimento enzimático e não enzimático,
perda de vitaminas e outras reações específicas para cada alimento. Além disso, o ganho
de umidade promove o aumento da atividade de água do produto que pode levar, dentre
outros, a um desenvolvimento microbiano.
As alterações que ocorrem nos alimentos devido à perda de umidade são físicas, químicas
e sensoriais. No caso das frutas e hortaliças in natura ou minimamente processadas, a
perda de umidade leva o produto ao murchamento e a inaceitabilidade para o consumo.
Em outros alimentos, a perda de umidade leva ao endurecimento do produto e à perda
de peso.
Cor, textura e sabor do alimento sofrem danos causados pelo calor, sendo a textura a
mais afetada devido às altas temperaturas provocarem alterações físicas e químicas na
superfície do alimento. Consequentemente, a cor é alterada, pois os pigmentos sofrem
efeitos negativos por causa da mudança na superfície do alimento e do emprego do
calor. O sabor e o aroma sofrem algumas alterações provocadas pela perda de alguns
componentes voláteis, os quais conferem o flavor característico de cada alimento.
87
UNIDADE III │ UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS
Atividade de água
A água consiste em um dos componentes mais importantes dos alimentos, afetando
suas propriedades, principalmente as físicas. A forma como a água afeta a natureza
física e as propriedades do alimento é complexa devido à interação entre a água e o
meio, o que envolve a estrutura física, assim como a composição química de vários
solutos, incluindo polímeros e coloides ou partículas dispersas.
ÁGUA LIGADA
Ligada com o soluto; água-soluto, água-água,
A molécula de água em solução não está
ligações de hidrogênio. Permite a solubilidade e
geometricamente estática, mas em contínuo
mobilidade do soluto. Aumento da reatividade. A
movimento dinâmico.
solubilidade do soluto está baseada na Lei de Raoult.
ÁGUA LIVRE
A temperatura de transição vítrea, Tg, aumenta
a fluidez do sistema. A velocidade das reações
Pode formar soluções
degradativas aumenta de diversas ordens de
grandeza.
Interpolar no gel e nos sistemas
A água contida nos alimentos encontra-se sob as seguintes formas: livre, de estrutura
e de constituição. A água livre é a que não se encontra ligada a nenhuma estrutura
molecular dentro da célula, isto é, encontra-se em estado livre e é relativamente fácil de
ser eliminada. Constitui a fração de água existente nos alimentos.
88
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
A água livre é representada pela atividade de água (aw) e se encontra na forma disponível,
agindo como um solvente e participando das transformações químicas, bioquímicas e
microbiológicas, e a água ligada é aquela que não está livre para agir como solvente ou
para participar de reações químicas e está ligada a macromoléculas.
A água é um dos fatores que mais influem na alteração dos alimentos. Por outro lado,
está perfeitamente demonstrado que os alimentos com o mesmo teor em água se
alteram de forma distinta, visto que, a quantidade de água não é, por si só, um indício
fiel da deterioração dos alimentos.
Onde:
Tabela 8. Valores mínimos de atividade de água (aw) para o crescimento de bactérias, bolores e leveduras, em
condições ótimas de cultivo.
91
UNIDADE III │ UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS
»» Alimentos com aw inferior 0,60 (tais como doces diversos, leite em pó,
bolachas) são microbiologicamente estáveis, ou seja, nenhum
microrganismo pode crescer.
Alimentos nessa faixa de aw (> 0,8) estão sob risco de desenvolvimento de microrganismos.
Se a aw for reduzida até um ponto em que não haja a possibilidade de desenvolvimento
microbiano, o alimento torna-se desagradável ao paladar. Como pode ser visto na figura 18.
92
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
está dentro da faixa de 0,10 a 0,65, já para o ácido ascórbico, a degradação aumenta
exponencialmente com o aumento da aw.
Em altas e baixas aw, a oxidação nos alimentos desidratados é favorecida, assim a água
afeta a oxidação de lipídeos e outras reações em que os radicais livres se fazem presentes
no alimento desidratado.
As isotermas de sorção podem ser de dois tipos: adsorção e dessorção. A adsorção é obtida
quando um material seco é colocado em várias atmosferas, aumentando a umidade
relativa e medindo o aumento de peso devido ao ganho de água depois de atingido
o equilíbrio.
93
UNIDADE III │ UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS
94
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
Observa-se, pelos gráficos da figura 20, que a forma da isoterma varia de acordo
com a composição do alimento. O formato da isoterma constitui um subsídio capaz
de proporcionar uma melhor caracterização dos principais componentes do alimento
responsáveis pela absorção de água.
95
CAPÍTULO 2
Transformações químicas responsáveis
por alteração da cor, textura e aroma
de alimentos
96
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
Algumas das modificações que podem ocorrer nos alimentos durante a manipulação,
processamento ou armazenamento são apresentadas na tabela 10. A lista de atributos
de qualidade de alimentos e suas alterações são perceptíveis pelo consumidor, exceto
as que envolvem o valor nutricional e segurança.
Tabela 10. Alterações que podem ocorrer na manipulação, processamento ou armazenamento de alimentos.
ATRIBUTO ALTERAÇÃO
Perda de solubilidade
Perda de capacidade de retenção de água
Textura
Endurecimento
Amolecimento
Desenvolvimento de rancidez (hidrolíticas ou oxidativa)
Sabor cozido ou caramelo
Sabor
Outros odores indesejados
Sabores desejados
Escurecimento
Cor Branqueamento
Desenvolvimento de cores desejadas (p. ex.: escurecimento em produtos cozidos)
Perda, degradação ou alteração da biodisponibilidade de proteínas, lipídeos,
Valor Nutricional
vitaminas, minerais e outros componentes benéficos à saúde
Desenvolvimento de substâncias com efeito protetor à saúde
Segurança
Inativação de substâncias tóxicas
Fonte: Fennema, 2010.
Algumas das reações químicas e bioquímicas que podem levar à alteração da qualidade
ou segurança dos alimentos estão listadas na tabela 11. As reações químicas e bioquímicas
variam de acordo com o substrato envolvido. Esse possui diferentes naturezas e está
especificamente relacionado ao tipo de alimento e às condições que está submetido
durante o processamento e armazenamento.
Tabela 11. Algumas das reações químicas e bioquímicas que podem levar à alteração da qualidade ou
segurança dos alimentos.
97
UNIDADE III │ UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS
FRUTAS E VEGETAIS
Frutas macias Quebra enzimática Amolecimento textural
Crescimento de fungos Bolor visível
Perda de umidade Aparência seca
Frutas duras Ação enzimática Amolecimento textural, nódoas secas
Perda de umidade Textura seca
Batatas Ação enzimática Amolecimento, cozimento pobre
Germinação Germinação, produção de toxina
Pepino Ação enzimática Perda de crocância, colapso na estrutura
Salada de repolho Perda de umidade dos vegetais Perda de viscosidade molho, alterações na aparência, crescimento
microbiano
Oxidação da gordura
Rancidez
Saladas preparadas Perda de umidade Perda de crocância, secagem
Oxidação Escurecimento
Conservas de frutas Sinéreses Separação do soro, crescimento de fungos
Oxidação Perda de sabor
Frutas secas Ação enzimática Escurecimento
Reações químicas Alterações no sabor
CARNES
PRODUTOS MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO LIMITES DAS ALTERAÇÕES
Carne vermelha fresca Oxidação Perda da cor vermelha
Crescimento microbiano Rancidez, sem odor e sabor
Carne congelada Oxidação Rancidez
Sublimação do gelo Queima do congelamento
Peixe fresco Crescimento microbiano Microbiana
Reações químicas Sem odor, alterações na aparência
Aves frescas Crescimento microbiano Microbiana
Sem odor
Salsichas frescas Oxidação Microbiana
Crescimento microbiano Rancidez
Toucinho defumado fresco Oxidação Microbiana
Crescimento microbiano Rancidez, alterações na cor
Presunto enlatado Reações químicas Perda de sabor
Deterioração da lata Geração de gás
CEREAIS E OUTROS PRODUTOS SECOS
PRODUTOS MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO LIMITES DAS ALTERAÇÕES
Pão Retrogradação do amido Textura e sabor rançoso
Migração de umidade Textura seca, crescimento de fungos
98
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
PRODUTOS LÁCTEOS
PRODUTOS MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO LIMITES DAS ALTERAÇÕES
Sorvete Migração de umidade Formação de cristais de gelo
Oxidação Rancidez
Leite fluido Oxidação Rancidez e outros sabores
Reações hidrolíticas
Crescimento microbiano
99
UNIDADE III │ UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS
Figura 21. Sumário das interações entre os componentes principais dos alimentos2.
100
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
As características sensoriais, como textura, sabor, aroma, forma e cor, são as mais
importantes para o consumidor no ato da compra. Logo, os alimentos que agradam aos
olhos estão mais propensos a serem vendidos.
101
CAPÍTULO 3
Compostos responsáveis pela cor e
sabor de alimentos
102
UMIDADE EM ALIMENTOS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS DE ALIMENTOS │ UNIDADE III
O sabor não é muito afetado pelo processamento, sendo que alguns tipos de
processamento favorecem à amplitude de percepção do sabor. As mudanças
respiratórias em alimentos frescos favorece o aumento da doçura, e ocorre
alterações na acidez ou na doçura durante a fermentação de alimentos.
Lembrando-se que os compostos aromáticos voláteis podem ser produzidos pela ação
do calor, da radiação ionizante, da oxidação ou da atividade enzimática em proteínas,
gorduras e carboidratos. Exemplos: a reação de Maillard entre açúcares redutores
e aminoácidos; grupos carbonila e produtos da degradação de lipídeos; hidrólise de
lipídeos em ácidos graxos e subsequente conversão em aldeídos, ésteres e álcoois.
Muitas matérias-primas da indústria de alimentos não têm cores atraentes, assim não
confere o atrativo da cor ao produto final. Enquanto que algumas matérias-primas
são naturalmente coloridas, como a maior parte das frutas e hortaliças, outras,
porém, podem sofrer alterações de cor durante o processamento, sobretudo quando o
produto é submetido a altas temperaturas que promovem degradação dos pigmentos
naturais.
Essas situações requerem, muitas vezes, o uso de corantes para conferir ou restaurar a
cor. Os corantes naturais têm várias desvantagens em relação aos sintéticos, tais como:
maiores custos, menor poder tintorial e estabilidade química muito inferior, entre
outros, apesar de serem mais indicados e saudáveis para o consumidor.
A cor não é algo tão simples de se classificar, por depender de diversos fatores, como a
iluminação, o tamanho da amostra e sua textura.
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De acordo com Tornquist (2008), o sistema proposto pela CIE proporciona uma base
objetiva para a medição de cor, onde a cor é especificada por meio de misturas aditivas
de três estímulos de três cores de referência (vermelho - X, verde - Y e azul - Z) e é
conhecido como modelo CIE XYZ. O modelo CIE XYZ é o modelo gerado a partir das
funções de matização de cores, e a com a utilização de fórmulas matemáticas é possível
se obter outros modelos conhecidos.
Outro método muito utilizado, derivado do método CIE é o método de medição de cor
CIELAB, desenvolvido em 1976. Suas vantagens são a maior uniformidade com base
em cores mais úteis e aceito descrevendo uma teoria de cores opostas.
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O índice de cor (°Hue) é definido por um ângulo entre 0 e 360° com vértices separados
em intervalos de 60°. Cada vértice possui uma cor, o ângulo de 0° representa a cor
vermelha, 60° a amarela, a verde em 120°, oposto ao vermelho em 180° o ciano, azul
em 240°, magenta em 300° e novamente o vermelho aos 360°. A figura 25 mostra como
essas cores estão dispostas no espaço cromático do ângulo Hue.
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Solúvel Estabilidade
Pigmento Fonte típica em água A alterações
ou óleo Ao calor À luz Ao oxigênio
de pH
Antocianinas Frutas Água Alta Alta Alta Baixa
Betalaína Beterraba Água Moderada Alta Alta Alta
Casca de semente de
Bixina Óleo Moderada a baixa Baixa Alta –
Bixa orellana
Canxantina Óleo Moderada Moderada Moderada Moderada
Caramelo Açúcares aquecidos Água Alta Alta Alta Alta
Carotenos Folhas Óleo Moderada a baixa Baixa Baixa Alta
Clorofila Folhas Água Alta Alta Alta Baixa
Inseto
Cochonilha Água Alta Alta – Moderada a alta
(Dactylopius coccus)
Cúrcuma Turmérico Água Baixa Baixa Baixa –
Norbixina Bixina Água Moderada a baixa Baixa Alta –
Oximioglobina Animais Água Baixa – Alta Baixa
Polifenóis Folhas de chá Água Alta Alta Alta Alta
Quinonas Raízes, cascas de árvores Água Alta Moderada – Moderada
Xantofilas Frutas Água Moderada Alta Alta Baixa
Isso se deve à pouca estabilidade térmica dos pigmentos responsáveis pela coloração ao
aumento da temperatura, que favorece a degradação dos pigmentos naturais. Assim, os
pigmentos sintéticos são mais estáveis ao calor, à luz e as mudanças de pH e, assim, são
adicionados para manter a cor de alguns alimentos processados.
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As alterações sofridas na textura de carnes são causadas pela coagulação e pela capacidade
de retenção de água das proteínas, o que provoca encolhimento e endurecimento
dos tecidos musculares. O amaciamento é promovido pela solubilização da gelatina
resultante e pelo derretimento e dispersão das gorduras através do produto.
Por isso, sais de cálcio podem ser adicionados à água de branqueamento, à salmoura
ou à calda para formar pectatos de cálcio insolúveis e, assim, aumentar a firmeza do
produto processado.
Desse modo, a textura de frutas sólidas e pedaços de hortaliças é mais macia do que as
naturais devido à solubilização de materiais pécticos e perda de turgidez das células.
Portanto, as mudanças na textura de alimentos sólidos são uma importante causa de
perda de qualidade.
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Essas alterações podem ser reduzidas, por exemplo, com o uso de embalagens a
vácuo ou gás, baixas temperaturas de estocagem, exclusão de luz ultravioleta ou
visível, manutenção de baixos teores de umidade, adição de antioxidantes sintéticos
e conservação de antioxidantes naturais. A taxa de deterioração é determinada pela
temperatura de estocagem e pela atividade de água.
A maioria das frutas e dos vegetais quando amassada, cortada ou triturada, rapidamente
se torna escura. Essa descoloração é oriunda de reações catalisadas pela enzima
polifenoloxidase (PPO) na presença de oxigênio, e não envolve carboidratos.
A ação dessa enzima em várias frutas e vegetais in natura ocasiona perdas econômicas
consideráveis, diminuição da qualidade nutritiva e alterações nas características
sensoriais.
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Os métodos aplicados de inibição da PPO estão relacionados aos três componentes que
devem estar presentes para que a reação de escurecimento enzimático ocorra: enzima,
substrato e oxigênio. No caso de ausência ou bloqueio na participação de um deles
na reação, seja por agentes redutores, temperatura ou abaixamento do pH, ela não
prosseguirá. Dentre os métodos de inibição, citamos:
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Para (não) Finalizar
Os alimentos são produtos de origem vegetal e animal podem ser consumidos in natura
ou na forma processada. O alimento é comumente uma amostra muito complexa, onde
diversos nutrientes da matriz podem estar interagindo entre si. A escolha correta das
propriedades físicas, químicas, sensoriais e nutricionais dos alimentos, as quais querem
determinar, é um passo muito importante para caracterizar tanto o alimento quanto o
seu processamento.
Vários trabalhos têm sido realizados a fim de se determinar essas propriedades que
são úteis não só como medida de qualidade, mas também no projeto dos processos
de industrialização tais como bombeamento, agitação, transporte em tubulações,
evaporação, pasteurização, resfriamento, congelamento etc. (PELEGRINE; VIDAL;
GASPARETTO, 2000)
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