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Matemática Financeira

MATEMÁTICA
FINANCEIRA

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD


Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SUMÁRIO 1
Matemática Financeira

GRUPO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul


do Estado do Espírito Santo, com unidades em
MULTIVIX Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.

Atualmente, a Multivix está entre o seleto


grupo de Instituições de Ensino Superior que
possuem conceito de excelência junto ao
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos
de excelência em ensino.

Estes resultados acadêmicos colocam


todas as unidades da Multivix entre as
melhores do Estado do Espírito Santo e
entre as 50 melhores do país.

MISSÃO

Formar profissionais com consciência cida-


dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a
credibilidade, segurança e modernidade, visando
à satisfação dos clientes e colaboradores.

VISÃO

Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-


da nacionalmente como referência em qualidade
educacional.

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2 SUMÁRIO
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EDITORIAL

FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX

Diretor Executivo Revisão de Língua Portuguesa


Tadeu Antônio de Oliveira Penina Leandro Siqueira Lima

Diretora Acadêmica Revisão Técnica


Eliene Maria Gava Ferrão Penina Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Diretor Administrativo Financeiro Graziela Vieira Carneiro
Fernando Bom Costalonga
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Diretor Geral Carina Sabadim Veloso
Helber Barcellos da Costa Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Diretor da Educação a Distância Aline Ximenes Fragoso
Pedro Cunha Genivaldo Félix Soares

Conselho Editorial Multivix Educação a Distância


Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
do Conselho Editorial) Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Kessya Penitente Fabiano Costalonga Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Carina Sabadim Veloso Direção EaD
Patrícia de Oliveira Penina Coordenação Acadêmica EaD
Roberta Caldas Simões

BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)

Oliveira, Janaina Giovani Noronha de.


Matemática Financeira / Janaina Giovani Noronha de Oliveira. – Serra: Multivix, 2018.

Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra


2018 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com

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APRESENTAÇÃO Aluno (a) Multivix,

DA DIREÇÃO Estamos muito felizes por você agora fazer parte


do maior grupo educacional de Ensino Superior do

EXECUTIVA Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a


Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.

A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-


ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia,
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999,
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de
cursos de graduação, pós-graduação e extensão
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento:
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.

Além da qualidade de ensino já comprova-


da pelo MEC, que coloca todas as unidades do
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das
Instituições de Ensino Superior de excelência no
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade
de qualidade mas que precisam superar alguns
obstáculos.
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretor Executivo do Grupo Multivix Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é:
“Formar profissionais com consciência cidadã para o
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e
colaboradores.”

Entendemos que a educação de qualidade sempre


foi a melhor resposta para um país crescer. Para a
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o
mundo à sua volta.

Seja bem-vindo!

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LISTA DE QUADROS

>>QUADRO 1 - Fluxo de caixa 38


>>QUADRO 2 - Investimento 41
>>QUADRO 3 - Projeto de investimento 43
>>QUADRO 4 - Fluxo de Caixa 60
>>QUADRO 5 - Demonstrativo do sistema de amortização bullet 67
>>QUADRO 6 - Demonstrativo do financiamento 69
>>QUADRO 7 - Demonstrativo do sistema de amortização Price 71
>>QUADRO 8 - Cálculo do sistema Price na HP-12c 73
>>QUADRO 9 - Demonstrativo do financiamento pelo sistema Price 74
>>QUADRO 10 - D emonstrativo do sistema de
amortização constante (SAC) 75
>>QUADRO 11 - D
 emonstrativo do financiamento pelo
sistema de amortização constante 76
>>QUADRO 12 - D
 emonstrativo do sistema de
amortização misto (SAM) 77
>>QUADRO 13 - D
 emonstrativo do financiamento pelo
sistema de amortização misto 79

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LISTA DE FIGURAS

>>FIGURA 1 - Calculadora 12c 15


>>FIGURA 2 - Tributação 56
>>FIGURA 3 - Imposto de Renda 57
>>FIGURA 4 - Tributação pessoa Física 58
>>FIGURA 5 - Depreciação 59
>>FIGURA 6 - Controle Financeiro 62
>>FIGURA 7 - Amortização 65
>>FIGURA 8 - Amortização no Banco 67

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6 SUMÁRIO
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SUMÁRIO

UNIDADE 1 1 NOÇÕES DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 14


1.1 PORCENTAGEM 14
1.2 PROGRESSÃO 17
1.2.1 PROGRESSÃO ARITMÉTICA 17
1.2.2 PROGRESSÃO GEOMÉTRICA 19
1.3 HP 12C 21

CONCLUSÃO 22

UNIDADE 2 2 JUROS SIMPLES E COMPOSTO. DESCONTOS E TAXAS 24


2.1 JUROS 24
2.2 JUROS COMPOSTO 27
2.3 DESCONTOS 28
2.4 TAXAS 29

CONCLUSÃO 32

UNIDADE 3 3 MÉTODOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS. 34


3.1 ANÁLISES DE INVESTIMENTOS 34
3.2 MÉTODOS DE ANÁLISES DE INVESTIMENTOS 34
3.2.1 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE - TMA 35
3.2.2 PAYBACK 36
3.2.3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) 37
3.2.4 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 39
3.2.5 VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO (VPLA) 42

CONCLUSÃO 45

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SUMÁRIO

UNIDADE 4 4 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS 47


4.1 FLUXO DE CAIXA 47
4.2 INVESTIMENTO INICIAL 48
4.3 CAPITAL DE GIRO 49
4.4 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS 50

CONCLUSÃO 53

UNIDADE 5 5 EFEITOS DA DEPRECIAÇÃO SOBRE RENDAS TRIBUTÁVEIS 55


5.1 RENDAS TRIBUTÁVEIS 55
5.1.1 RENDA TRIBUTÁVEIS PESSOA FÍSICA 56
5.1.2 RENDA TRIBUTÁVEIS PESSOA JURÍDICA 58
5.1.3 DEPRECIAÇÃO 59

CONCLUSÃO 62

UNIDADE 6 6 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 64


6.1 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO 64
6.1.1 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO BULLET OU DO MONTANTE 66
6.1.2 SISTEMA PRICE OU FRANCÊS 70
6.1.3 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC) 74
6.1.4 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM) 77

CONCLUSÃO 79

GLOSSÁRIO 80

REFERÊNCIAS 81

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8 SUMÁRIO
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ICONOGRAFIA

ATENÇÃO ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
PARA SABER

SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR CURIOSIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
DICAS

GLOSSÁRIO QUESTÕES

MÍDIAS
ÁUDIOS
INTEGRADAS

ANOTAÇÕES CITAÇÕES

EXEMPLOS DOWNLOADS

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SUMÁRIO 9
Matemática Financeira

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro(a) Aluno(a), a matemática financeira está presente no nosso dia a dia nas mais
diversas situações, permitindo que fundamentos básicos sejam amplamente utiliza-
dos mesmo sem o seu profundo conhecimento. Nesta disciplina, almejamos fornecer
fundamentos que o permita estimar os descontos na hora de uma compra, ou mes-
mo os juros cobrados pelo pagamento da tarifa mínima em um cartão de crédito.
Assim, esperamos auxiliá-lo no cálculo correto das taxas de juros, porcentagens, dife-
renciar juros simples de juros compostos, além de permitir a escolha entre as diversas
ferramentas disponíveis na hora de uma tomada de decisão, ou seja, valor presente
líquido (VPL), taxa interna de retorno (TIR) e payback.

AO FINAL DESTA UNIDADE, ESPERAMOS QUE VOCÊ:

Aplique corretamente as principais ferramentas de análise financeira.

Identifique a necessidade da matemática financeira no cotidiano do aluno.

Diferencie os tipos de taxas e sua devida aplicação.

Compare dois ou mais projetos.

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10 SUMÁRIO
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APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade estão apresentados alguns conceitos que fundamentam a análise
matemática e, principalmente, a análise financeira. Conceitos como razão, proporção,
porcentagem e progressão são discutidos de forma a fundamentar toda a disciplina
matemática financeira além de relacioná-los visando sua maior compreensão.

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SUMÁRIO 11
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INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Você já se perguntou como são definidas as taxas envolvendo qualquer movimen-
tação financeira? Ou seja, como são definidas as parcelas na hora de financiar um
veículo, quais são os juros do cartão de crédito, ou mesmo se é viável ou não a reali-
zação de um empréstimo? A matemática financeira vem sanar todas essas dúvidas
e esclarecer como o cenário econômico utiliza as conjecturas matemáticas em suas
finanças. Para a construção de conceitos extremamente importantes no âmbito da
matemática financeira vamos abrir mão das simbologias complexas e fórmulas bem
elaboradas para explorar o aspecto prático dos conteúdos aqui discutidos, além de
relacioná-los às situações do cotidiano, portanto alguns conceitos serão abordados
por meio de planilhas do Excel e resolvidos com o auxílio da calculadora financeira
12c. Enfim, abra a sua mente e vamos viajar pela vasta matemática financeira, apren-
dendo e aplicando conceitos como razão, porcentagem e proporção.

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12 SUMÁRIO
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UNIDADE 1

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Reconhecer o que


é razão, proporção,
porcentagem e
progressão.

> Aplicar corretamente


as porcentagens
na solução de
problemas
cotidianos.

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SUMÁRIO 13
Matemática Financeira

1 NOÇÕES DE MATEMÁTICA
FINANCEIRA
Ao olhar ao seu redor, mesmo que sem nenhuma visão econômica, é possível perce-
ber facilmente que a matemática financeira está presente em diversas situações do
seu cotidiano. No mais simples ato de ir à padaria e detectar o aumento do valor do
pãozinho, realizar um empréstimo, analisar se é mais viável pagar um plano de saúde
ou a consulta particular, verificar se o salário será suficiente para o mês, estamos rea-
lizando e inferindo matematicamente sobre finanças. Ainda que não sejamos bons
investidores ou tenhamos a intenção de aplicar na bolsa de valores, ter noções de
matemática financeira é essencial para a sobrevivência econômica de todo e qual-
quer cidadão.

Um dos primeiros conceitos a ser trabalhado no que tange a matemática financeira


é a ideia de porcentagem.

1.1 PORCENTAGEM

Por ser amplamente utilizada em todas as áreas do conhecimento, a porcentagem


é um dos conteúdos da matemática mais conhecido. Indicada por i %, ou seja, r por
i
cento, ela representa a fração centesimal .
100
Para calcular uma determinada porcentagem de um valor específico sem o auxilio
i
de uma boa calculadora, temos que multiplicar a fração pelo valor específico.
100
Mariano (2015) define a porcentagem como “uma referência em que um valor nu-
mérico é dividido por 100.”

Na disciplina matemática financeira a porcentagem é utilizada na hora de estimar


um desconto, ou mesmo na hora de calcular matematicamente o lucro na venda de
um determinado produto.

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14 SUMÁRIO
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Suponha que uma determinada pessoa deseja saber o valor correspondente


a 16% de R$ 20,00. Multiplicamos a fração equivalente a 16% pelo valor
16
almejado, ou seja, .20 = 3, 2 , portanto 16% de R$ 20,00 corresponde a
100
R$ 3,20.

Para realizar o cálculo de uma determinada porcentagem na calculadora


12c basta entrar com o valor desejado, clicar na tecla (enter), digitar a
porcentagem almejada e clicar na tecla (%). Portanto para resolver o exemplo
anterior, ou seja, estimar 16% de R$ 20,00 basta:

20 (enter) 16 (%)

FIGURA 1 - CALCULADORA 12C

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2014

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SUMÁRIO 15
Matemática Financeira

Sabendo que o valor da gasolina por litro era equivalente a R$ 4,20 e passou a
custar R$ 4,75 na semana seguinte. Determine a porcentagem de aumento da
gasolina neste período.

Para identificar o aumento, basta fazer a razão entre o valor final e o


inicial, ou seja,

4, 75
= 1,1310
4, 20

e da resposta subtrair 1 (que corresponde a 100% do valor inicial),

assim: 1,1310 − 1= 0,1310

que corresponde a 13,10% de aumento.

Leitura Complementar

Para aprofundar seus estudos em relação as porcentagens, pesquise no


capítulo 2 do livro MARIANO, FABRICIO, Série Provas & Concursos - Matemática
Financeira para Concurso: 4ª edição. Grupo GEN,2015.

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16 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

1.2 PROGRESSÃO

Assim como muitos cálculos e fenômenos relacionados à matemática financeira, as


progressões são de suma importância, pois possuem características bastante pecu-
liares que nos permitem executar uma operação financeira que cresça de forma li-
near ou mesmo aquelas que crescem de forma multiplicativa, mantendo a propor-
cionalidade. Nesta unidade você ainda verá que essas progressões serão relacionadas
aos conceitos de juros simples e composto.

Saiba mais

Qualquer sequência numérica que tenha seus termos sucessivos adicionados


ou multiplicados sempre por um mesmo valor pode ser considerada uma
progressão. Como por exemplos:

2, 4, 6, 8, 10, 12 (somar 2 a cada elemento)

2, 4, 8, 16, 32, 64 (multiplicar por 2 a cada elemento)

100, 50, 25, 12.5 (multiplica por 0,5 a cada elemento)

1.2.1 PROGRESSÃO ARITMÉTICA

A progressão aritmética é dada por uma sentença matemática que possui uma pro-
jeção contínua e linear, ou seja, os valores variam sempre na mesma razão, sendo a
razão o valor equivalente à essa oscilação entre os termos.

Portanto, podemos definir uma progressão aritmética (PA) como uma sequência nu-
mérica na qual cada termo, a partir do segundo, equivale à soma entre o anterior e a
constante (r).

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SUMÁRIO 17
Matemática Financeira

Para estimar os termos de interesse em uma PA utilizamos as equações:

a=
n am + (n − m)r
n
sn
= (a1 + an )
2

Sendo:

a1 ⇒ o primeiro termo da PA

an ⇒ o n-ésimo termo da PA

r ⇒ é a razão entre os termos da PA

sn ⇒ a soma dos n-ésimos termos da PA

Saiba mais

São exemplos de PA o não pagamento de uma conta de água, luz ou telefone.


Por exemplo, se uma determinada pessoa paga uma conta de luz que vence
dia 10 apenas no dia 15 ela estará somando o valor referente aos ‘juros
incidentes’ sobre a conta pelo período de 5 dias, portanto neste caso teríamos
que calcular o a5.

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18 SUMÁRIO
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SPara estimar a soma dos números ímpares de uma PA compreendidos entre


50 e 100 temos que:
a1 = 51 (o primeiro termo da PA)

an = 99 (o n-ésimo termo da PA)

r = 2 (pois um número ímpar seguinte é o anterior mais 2)


Assim,
a=
n am + (n − m)r
= 51 + (n − 1)2
99
99 − 51
(n − 1) =
2
n 24 + 1
=
n = 25

Aplicando então a fórmula da soma dos termos da PA, temos que:

n
sn a 1 an
2
25
s25
= (51 + 99)
2
s25 = 1875

Portanto a soma dos números ímpares compreendidos entre 50 e 100


corresponde a 1.875.

1.2.2 PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

A progressão geométrica é dada por uma sentença matemática que possui uma
projeção multiplicativa entre os termos, ou seja, os valores variam sempre na mesma
razão, sendo a razão o valor equivalente ao quociente entre os termos.

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SUMÁRIO 19
Matemática Financeira

Portanto, podemos definir uma progressão geométrica (PG) como uma sequência
numérica na qual cada termo, a partir do segundo, equivale ao produto entre o ante-
rior e a constante (q).

Para estimar os termos de interesse em uma PG utilizamos as equações:

a=
n am × q n − m
an q − a1
sn =
q −1
k +1 b
q=
a

Sendo:

a1 ⇒ o primeiro termo da PG

an ⇒ o n-ésimo termo da PG

q ⇒ é a razão entre os termos da PG

sn ⇒ a soma dos n-ésimos termos da PG

São exemplos de PG o não pagamento de um empréstimo ou financiamento


realizado junto a um banco, ou mesmo o não pagamento integral de uma
fatura de cartão de crédito. Por exemplo, se uma determinada pessoa paga a
fatura de um cartão que vence dia 10 apenas no dia 15 ela estará somando
o valor referente aos ‘juros incidentes’ sobre a fatura a cada dia até completar
o período de 5 dias, ou seja, a cada dia será atribuído um novo valor pois o
mesmo é calculado sob o dia anterior e não em relação ao valor inicial da
fatura, portanto neste caso teríamos que calcular o a5.

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1.3 HP 12C

Puccini (2017) apresenta em seus estudos que o uso da HP 12C não é apenas um
facilitador da disciplina, como também uma ferramenta imprescindível para a reali-
zação dos cálculos que respaldam o processo de tomada de decisão.

A calculadora HP 12C apresenta mais de 120 funções financeiras disponíveis e utiliza


a lógica da notação Polonesa inversa, ou seja, primeiro entra com os valores envolvi-
dos na operação para posteriormente entrar com a operação a ser feita.

Para efetuar as operações a seguir o procedimento na HP 12C é:

4 + 3 = 7 ⇒ 4 (ENTER) 3 ( + )

10 − 2 = 8 ⇒ 10 ( ENTER) 2 ( − )

É possível encontrar no mercado, dois modelos de HP 12C, a Tradicional e a


Platinum, que diferenciam apenas pelo fato de também poder usar a notação
algébrica na Platinum (o que não é usual no que tange a aplicabilidade da
matemática financeira).

A calculadora HP 12C permite que você a configure de acordo com o seu


gosto, possibilitando que você altere ponto por virgula visando ajudar na
compreensão dos dados. Para realizar esta troca basta segurar a tecla ( . ) e em
seguida a tecla ( ON ). Esse procedimento altera ponto para virgula e vice-versa.

Também é possível definir o número de casas decimais que você quer


visualizar na tela da sua HP 12C, basta clicar em (f) e o número que
corresponde ao número de casas almejado.

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Para visualizar 4 casas decimais na HP 12C basta clicar em (f) (4), para visualizar
6 casas basta clicar em (f) (6) e assim por diante.

Dentre as funções financeiras disponíveis na calculadora HP 12C, Puccini


(2017) apresenta como teclas principais:

• n – número de períodos de capitalização.

• i – taxa de juros em cada período de capitalização.

• PV – valor presente, capital inicial aplicado, principal.

• FV – valor futuro, montante no final de n períodos de capitalização.

• PMT – pagamentos periódicos de mesmo valor, que ocorrem no final de cada


período (END) ou no início de cada período (BEGIN).

Sendo cada uma destas funções cuidadosamente trabalhada no decorrer


desta disciplina.

CONCLUSÃO
A matemática financeira está em tudo a nossa volta, em cada fatura que pagamos,
em cada alimento que compramos. Ter conhecimento dos cálculos matemáticos en-
volvidos nas mais cotidianas atividades da humanidade ajuda a discernir sobre qual
produto escolher, ou mesmo, abastecer um veículo flex com etanol ou gasolina. As
porcentagens envolvidas na rotina de uma população ou mesmo as progressões aqui
apresentadas são fundamentais para alicerçar os conceitos e as aplicações da mate-
mática financeira.

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22 SUMÁRIO
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UNIDADE 2

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Aplicar corretamente


as técnicas e
ferramentas que
fundamentam
os juros simples,
juros compostos,
descontos e taxas.

> Relacionar o tipo


de juros aplicado à
transação monetária.

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SUMÁRIO 23
Matemática Financeira

2 JUROS SIMPLES E
COMPOSTO. DESCONTOS E
TAXAS
A aplicação correta das porcentagens em conceitos como juros e tarifações é de suma
importância no mercado atual no que tange à área de finanças. Alguns elementos
bastante utilizados na matemática financeira são fundamentados pelos conceitos de
juros simples e composto. Portanto, é essencial você tenha ciência do quanto a cla-
reza da aplicação destes conceitos pode auxiliá-lo na decisão de adquirir ou não um
empréstimo, de comprar ou não um veículo financiado, ou mesmo, no simples ato
de entrar ou não no cheque-especial do seu banco. Nesta unidade iremos abordar a
aplicação e usabilidade dos juros simples e compostos, ressaltando a diferença entre
eles, além de abordar temas como descontos e taxas.

2.1 JUROS
O conceito de juros surge no momento em que o homem começa a relacionar di-
nheiro e tempo, assim houve a necessidade de mensurar a desvalorização ou valori-
zação da moeda em um determinado intervalo de tempo.
A aplicação de juros é diretamente relacionada ao conceito de porcentagem no qual
é aplicada uma taxa em um determinado valor, visando avaliar o seu comportamen-
to ao longo do tempo. Essa taxa pode ser inferida sob o valor inicial ou reavaliada
de acordo com o instante anterior, sendo estes dois comportamentos classificados
como juros simples e juros composto, respectivamente.

Juros Simples
Os juros aplicados em qualquer transação são classificados como simples quando
sua taxa é incidida sob o valor inicial, portanto o mesmo é constante em todo inter-
valo de tempo.
Puccini (2017) enfatiza que “o regime de juros simples é utilizado no mercado finan-
ceiro notadamente nas operações de curto prazo, em função da simplicidade de
cálculo e também para evitar a prática do anatocismo.”.

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24 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

É possível afirmar que os juros simples são o produto entre capital, taxa e tempo,
ou seja, o rendimento de um capital aplicado a uma determinada taxa durante um
período de tempo, e o montante é capital aplicado acrescido dos juros encontrado.

Portanto,
J = PV i .t

sendo:

J o juros simples.
PV o capital aplicado, ou seja, o valor sobre o qual os juros irão incidir. É o Valor Pre-
sente – em inglês Present Value.

i a taxa de juros aplicada.


t o tempo de aplicação, ou seja, está sempre fazendo referência a uma unidade tem-
poral, como dia, mês, ano etc.
e

V PV + J
=
sendo:

FV o montante final, ou seja, a adição entre o capital aplicado e o juros incidido sobre
o mesmo. O Valor Futuro – em inglês Future Value.

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SUMÁRIO 25
Matemática Financeira

Aplicando R$ 1.000,00 em uma instituição bancária que paga juros simples de


1,5% ao mês, o montante ao final de 10 meses será dado por:
J = PV i .t

sendo:

J os juros simples.

PV = 1000 (R$ 1.000,00).

i = 0,015 (1,5%).

t = 10 (10 meses).

portanto,
J = 1000 0 015 10
J = 150

então,
FV
= PV + J
FV 1000 + 150
=
FV = 1150

Assim, o montante acumulado ao final dos 10 meses equivale a R$ 1150,00.

É comum no cotidiano da aplicação da matemática financeira que a taxa de juros


aplicada esteja em uma unidade de tempo diferente da almejada. Assim é importan-
te fazer a conversão adequada para garantir a idoneidade dos cálculos, não gerando
estimativas anuais com base em juros mensais.

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26 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

2.2 JUROS COMPOSTO


É comum a aplicação de juros composto em diversos setores do dia a dia, ou seja,
situações nas quais os juros não incidem apenas sobre o valor inicial como também
sobre os juros acumulados, comumente chamado de juros sobre juros.
Os juros compostos são calculados levando em conta a atualização do capital, por-
tanto, os valores agregados nos períodos anteriores são considerados na análise.

Puccini (2017), afirma que “no regime de juros compostos, os juros de cada período
são sempre calculados sobre o saldo devedor/credor do início dos respectivos perío-
dos, que inclui os juros vencidos e não pagos.” Assim, nesse regime de capitalização, o
crescimento do capital se dá de maneira exponencial, uma vez que os juros incidem
sobre os juros acumulados até o instante analisado.

É possível afirmar que o juros composto é o produto entre capital e a taxa no tempo,
ou seja,

FV PV (1 + i ) t
=

sendo:

PV o capital aplicado, ou seja, o valor sobre o qual os juros irão incidir. Valor Presente
– em inglês Present Value.

i a taxa de juros aplicada.

t o tempo de aplicação, ou seja, está sempre fazendo referência a uma unidade tem-
poral, como dia, mês, ano etc.

FV o montante final, ou seja, a adição entre o capital aplicado e os juros incididos


sobre o mesmo.

FV PV (1 + i ) t
=

sendo:

PV = 1000 (R$ 1.000,00)

i = 1,5%

t = 10 (10 meses)

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SUMÁRIO 27
Matemática Financeira

portanto,

FV 1000 (1 + 0 015 ) 10
=

FV = 1160, 54

Assim, o montante acumulado ao final dos 10 meses equivale a R$ 1160,54.

Para determinar o montante acumulado na calculadora HP-12C basta:


entrar com PV (CHS)(PV)

t (n)

i (i)
e clicar em (FV)

ou seja, no exemplo anterior:

1000 (CHS)(PV)
10 (n)
1,5 (i)
(FV)

2.3 DESCONTOS
O desconto é oferecido como um abatimento no saldo devedor quando uma pessoa
quita uma quantia antes do período acordado, sendo essa uma das mais comuns
aplicações da regra de juros. Ele pode ser entendido como a diferença entre o valor
devido e o valor atual, ou seja, sem a incidência dos juros no período antecipado.

Para determinar o valor do desconto (D) basta multiplicar o valor inicial pela diferença
(i −1) , portanto:

D P.(1 − i )
=

sendo P o preço sem o desconto.

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Matemática Financeira

Aplicando R$ 1.000,00 em uma instituição bancária que paga juros composto


de 1,5% ao mês, o montante ao final de 10 meses será dado por:
=D 50.000.(1 − 0,1)
D = 45.000, 00

2.4 TAXAS

Taxas são a porcentagem incidida sobre uma operação monetária que pode alterar o
seu valor, aumentando-o ou diminuindo-o. A aplicação da taxa pode variar de acordo
com a natureza da aplicação, sendo de suma importância saber diferenciar o tipo de
taxa adequada visando não comprometer a análise. As taxas podem ser de natureza
proporcional ou equivalente.

Duas taxas são consideradas proporcionais quando seus valores formam uma rela-
ção matemática direta, ou seja, uma proporcionalidade. Como por exemplo a con-
versão apenas temporal da taxa incidida na análise. Para determinar a proporcionali-
dade basta fazer o quociente entre a taxa em análise (i ) e o período almejado (k ) , ou
seja, a taxa proporcional (ik ) é dada por:

i
ik =
k

Sendo possível visualizar a partir desta equação que se o período da taxa almejada
for menor que o período da taxa dada basta fazer o quociente entre a taxa dada e o
tempo almejado, mas se o oposto for verificado basta multiplicar a taxa dada pelo
tempo almejado.

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Uma pessoa que precisa de uma determinada quantia de dinheiro e tem duas
opções de empréstimo com seus amigos. Ambos estão oferecendo a quantia
a uma taxa de juros simples. O primeiro amigo oferece o empréstimo a taxa
de 40% ao ano, sendo que o segundo oferece o mesmo valor a taxa de 9% ao
trimestre. Qual é a escolha mais assertiva, ou seja, mais vantajosa para a pessoa
que necessita do empréstimo?
0, 4
Amigo 1 ⇒ 40% aa = = 0,1 ao trimestre ( 1 ano = 4 trimestres).
4
Amigo 2 ⇒ 9% ao trimestre = 0,09 ao trimestre.

Portanto, o segundo amigo está oferecendo uma taxa de juros menor, ou seja,
ele seria a escolha mais assertiva.
Duas taxas são equivalentes quando aplicadas ao mesmo capital no mesmo
período de tempo, produzindo o mesmo total de juros. No juros composto, em
tempos iguais, a taxa proporcional não é equivalente, como acontece no juros
simples. Aplicada em juros composto taxas equivalentes, no mesmo período
de tempo, produzem montantes distintos. É possível obter taxas equivalentes
a partir da equação:

(1 + iA ) = (1 + iB ) B
tA t

podendo essa equação ser utilizada apenas quando há prazos em ambos os


lados da igualdade no mesmo espaço de tempo, como por exemplo, 1 ano e
12 meses.

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Se os amigos do exemplo anterior oferecessem as taxas de 40% aa e o


segundo a taxa de 10% ao trimestre, essas duas taxas seriam equivalentes,
ou seja, ambas fornecem os mesmos juros perante o capital, sendo ambas
aplicadas à juros simples.
Caso esses amigos oferecessem as mesmas taxas, mas aplicando o conceito de
juros composto, pegar o empréstimo com o primeiro amigo será mais viável
do que realizar junto ao segundo. Observe que a taxa de 10% ao trimestre
convertida para anual teremos:

(1 + 0 1) = (1 + iB )
4 1

1 4641= (1 + iB )
1

1 + iB =
0 4641
Portanto, o segundo amigo oferece o empréstimo a taxa de 46,41% aa.

Para determinar a taxa na HP-12C é necessário arbitrar um valor para PV e FV,


normalmente adotada a unidade (R$ 1,00), posteriormente,
entrar com 1 (CHS)(PV)
i (i)
t (n)
e clicar em (FV)
observe que a taxa almejada é a variação entre o PV e o FV, portanto,
1(-)
fornece a taxa, ou seja, no exemplo anterior:
1 (CHS)(PV)
10 (i)
4 (n)
(FV)
1(-)

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SUMÁRIO 31
Matemática Financeira

CONCLUSÃO
Saber aplicar corretamente a taxa de juros é essencial para obter boas estimativas
e realizar as mais simples transações monetárias. A taxa de juros simples é aplicada
quando a porcentagem acrescida é sempre estimada a partir do valor inicial. Já a taxa
de juros composto cresce de forma exponencial, ou seja, o valor adicionado é sempre
estimado do valor imediatamente anterior, portanto, acrescido de juros sobre juros.

Entretanto, é importante ressaltar que o regime de juros composto é o mais utiliza-


do no sistema financeiro, portanto o mais útil como base de cálculos em situações
cotidianas.

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UNIDADE 3

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Definir os
fundamentos
da análise de
investimento
relacionando seus
métodos.

> Fundamentar
conjecturas
anteriormente
abordadas.

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SUMÁRIO 33
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3 MÉTODOS DE ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS.
Nesta unidade, serão abordados conceitos clássicos da matemática financeira encon-
trados no cotidiano do cenário econômico. Conceitos utilizados em toda a descrição
da disciplina, como a ideia de capital inicial, serão formalmente definidos visando
sanar qualquer dúvida que tenha ficado em relação à sua aplicação. Também serão
alicerçados os conceitos de análise de investimentos e fluxo de caixa.

3.1 ANÁLISES DE INVESTIMENTOS

Ao se tomar uma decisão de investimento pessoal ou profissional, é imprescindível


que o investidor tenha em mente questões básicas, como se o investimento se paga,
se vai aumentar o capital aplicado e se esta é a melhor alternativa de investimen-
to. Portanto, um estudo prévio das condições que antecedem o investimento, assim
como os possíveis resultados, são vitais na escolha de como e aonde investir.

Diante disso, é possível definir a análise de investimentos com o emprego de técnicas


e métodos visando identificar a melhor opção para alocar um investimento dentre as
diversas alternativas existentes no mercado atual.

3.2 MÉTODOS DE ANÁLISES DE INVESTIMENTOS

Amplamente utilizadas como ferramentas de auxílio no processo de tomada de de-


cisão ao se considerar ou não a realização de um investimento, as técnicas e métodos
de análises de investimentos possibilitam o processamento de dados, aplicações de
equações e uso real de cálculos relativos ao ativo. Sendo assim, torna-se possível infe-
rir sobre os riscos que envolvem um determinado investimento.

Os métodos de análises de investimentos podem considerar ou não o valor do di-


nheiro no tempo, sendo os mais comuns o payback, o Valor Presente Líquido (VPL) e
a Taxa Interna de Retorno (TIR).

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Antes de optar por qualquer um dos métodos de análises de


investimentos, é necessário se ter em mente que o investimento
deve se pagar, se ele vai aumentar ou diminuir o capital inicial e
se existem propostas melhores para se investir.

3.2.1 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE - TMA

Para estimar a viabilidade econômico-financeira na implantação ou não de um proje-


to de investimento, é imprescindível estabelecer a taxa que o investidor ou a empresa
almeja obter de rendimentos, ciente de que a mesma vai descapitalizar o fluxo de
caixa do projeto. A denominamos Taxa Mínima de Atratividade (TMA), ou seja, taxa
de desconto.

A definição dessa taxa é de extrema importância, pois, com ela, podemos avaliar a
viabilidade ou não de um determinado projeto. Assim, comparando a TMA com a TIR
(abordada no tópico 1.1.4), é possível estimar se um projeto é viável.

A TMA pode ser determinada baseada no custo de oportunidade ou no custo de ca-


pital da empresa. Portanto, se a TMA for baseada no custo de oportunidade de apli-
cações existentes no mercado, estima-se que o projeto deve proporcionar o rendi-
mento adicionado do percentual que cobre o risco do negócio. Todavia, se a mesma
for baseada no custo de capital da empresa, estima-se que o projeto foi ponderado
pelas fontes que o financiam.

Saiba mais

Para aprofundar seus estudos sobre a TMA, pesquise em Puccini (2017)..

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SUMÁRIO 35
Matemática Financeira

3.2.2 PAYBACK

O payback, ou momento de retorno, é o tempo necessário para que o projeto pague


o investimento inicial, ou seja, o tempo que o investimento fornece lucro zero. Esse
método deve sempre ser aplicado juntamente com outro método de avaliação de
um investimento, sendo possível inferir se um projeto deve ou não ser rejeitado caso
o payback seja ou não inferior ao prazo estipulado.

Dal Zot (2015) afirma que o “payback, também conhecido como prazo de retorno do
capital investido, é o período de tempo necessário para que os fluxos de caixa positi-
vos sejam suficientes para igualar o valor do investimento”.

Existem três variações quanto à classificação do payback em função de como ele


é calculado: efetivo, médio ou descontado. O médio só é recomendado quando há
fluxos de caixa uniformes. O efetivo e o médio só levam em conta o payback descon-
tado.

Quando os valores de entrada de caixa são somados até que se igualem ao investi-
mento inicial, em função do tempo gasto, denominamos Payback Efetivo (PE), dado
por:

PE = t ( ∑valores entradas de caixa ) = investimento inicial

Quando os valores de entrada média de caixa são somados até que se igualem ao
investimento inicial, em função do tempo gasto, denominamos Payback Médio (PM),
dado por:

 ∑valores entradas de caixa 


PM = t   = investimentoinicial
 n
 

sendo n o tempo gasto.

Tanto o payback efetivo quanto o payback médio não levam em conta o valor do di-
nheiro no tempo, ou seja, a taxa de juros. Para resolver esse fator, é utilizado o payback
descontado.

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Matemática Financeira

Quando os valores de entrada média de caixa descontados são somados até que se
igualem ao investimento inicial, em função do tempo gasto, denominamos Payback
Descontado (PD), dado por:

 ∑valores entradas de caixa 


PD = t   = investimentoinicial
 (1 + i )
t

 

Portanto, o payback descontado nada mais é do que uma técnica mais sofisticada de
considerar o valor do dinheiro no tempo.

Independentemente do tipo de payback adotado, é imprescindível avaliá-lo em re-


lação a outros métodos de avaliação de um negócio. Um dos critérios de decisão no
que tange a utilização do payback é que o projeto deve ser rejeitado se o seu valor for
superior ao prazo estipulado. Já se o valor for inferior a esse prazo, o projeto não deve
ser rejeitado

3.2.3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

Hoji (2014) afirma que os “Cálculos de Valor Presente Líquido (VPL) nada mais são do
que a soma de valores correntes de diversas datas futuras do fluxo de caixa descon-
tados para o valor presente”. O autor entende que os valores correntes de uma data
e de outra são diferentes na data de hoje, em função das diferentes taxas de juros
efetivos de cada uma.

Quando o objetivo é comparar diferentes projetos, o VPL é considerado uma das me-
lhores metodologias. Sua estruturação pode ser considerada isenta de falhas e mais
robusta.

O VPL é obtido pela diferença entre o valor presente das Entradas de Caixa (EC) pre-
vistas para cada período de intervalo de duração do projeto e o valor presente do
investimento inicial, ou seja:

SCt FCt
VPL = − I I − ∑ +∑
(1 + i ) (1 + i )
t t

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SUMÁRIO 37
Matemática Financeira

sendo:

I .I . ⇒ investimento realizado no momento zero;

SCt ⇒ saída de caixa no momento t;

FCt ⇒ entrada em cada período t;

i ⇒ taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa.

Matematicamente é possível afirmar que o VPL não passa de uma comparação entre
novos investimentos e os fluxos de caixa trazidos a valor presente no tempo zero. To-
davia sua aplicação é essencial na comparação de projetos por permitir comparar o
investimento inicial com os valores futuros.

Determine o VPL de um investimento que possua o fluxo de caixa anual, de


acordo com a tabela a seguir, considerando a taxa utilizada para descontar os
fluxos de caixa exigida pelo investidor equivalente a 12,5% ao ano.

QUADRO 1 - FLUXO DE CAIXA

I.I. FC1 FC2 FC3 FC4


R$ 50.000,00 R$ 15.000,00 R$ 20.000,00 R$ 25.000,00 R$ 20.000,00

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Calculando inicialmente os fluxos de caixa descontados (FDC) temos que:

FC1
FDC1 =
(1 + i )
t

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15000
FDC1 = = 13.333, 33
(1 + 0,125)
20000
FDC2 = = 15.802, 47
(1 + 0,125)
2

25000
FDC3 = = 17.558, 30
(1 + 0,125)
3

20000
FDC4 = = 12.485, 90
(1 + 0,125)
4

Portanto,

VPL=(13.333,33+15.802,47+17.558,30+12.485,90)-50.000,00=9.180,00

Para resolver este exemplo na HP-12C, basta entrar com:

50000 (CHS)(g)(CF0)

15000 (g)(CFj)

20000 (g)(CFj)

25000 (g)(CFj)

20000 (g)(CFj)

12,5 (i)

(f)(NVP)

3.2.4 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

A rentabilidade que um projeto apresenta para o capital nele investido é denomi-


nada Taxa Interna de Retorno (TIR). Assim, é possível afirmar que essa taxa depende
exclusivamente dos investimentos iniciais e dos retornos alcançados.

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SUMÁRIO 39
Matemática Financeira

Dal Zot (2015) apresenta que “assim como juros são a renda de uma aplicação finan-
ceira e a taxa de juros é a medida relativa de sua grandeza, o lucro ou retorno é a ren-
da de um investimento, e a taxa interna de retorno é a medida relativa da grandeza
do retorno”. Portanto, a TIR é a taxa que gera um valor presente líquido nulo quando
aplicada a um determinado fluxo de caixa, ou seja, VPL igual a zero. Matematicamen-
te expressa por:

FCt
TIR 0 = − I .I . + ∑
(1 + i )
t

sendo:

I. I. ⇒ Investimento realizado no momento zero.


FCt ⇒ Entrada em cada período t.
i ⇒ Taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa.
É importante ressaltar que a aceitação ou não de um projeto por meio da TIR é de-
finida pela sua comparação com a taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa.

Determine a TIR para um investimento de R$ 500,00 com retorno após um ano no


valor de R$ 530,00:

530
− 500 =
0
(1 + TIR )
1

530
TI
=R −1
500

Portanto, a taxa interna de retorno é 6%.

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Determine a TIR para um investimento que possua o fluxo de caixa anual de acordo
com a tabela a seguir.

QUADRO 2 - INVESTIMENTO

I.I. FC1 FC2 FC3


R$ 1.000,00 R$ 240,00 R$ 432,00 R$ 864,00

Para calcular a TIR é preciso realizar o cálculo:

240 432 864


+ + − 1000 =
0
(1 + TIR ) (1 + TIR ) (1 + TIR )3
2

Todavia, teríamos que resolver uma equação do terceiro grau (nesse caso). Imagine
em situações que geram um polinômio de quinto ou sexto grau. Portanto, para resol-
ver esta situação utilizando os recursos da HP 12C.

1000 (CHS)(g)(CF0)

240 (g)(CFj)

432 (g)(CFj)

864 (g)(CFj)

(f)(IRR)

Assim, TIR = 20%

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Matemática Financeira

É importante salientar que em nem todos os casos é possível estimar a TIR


diretamente a partir da HP 12C, devido à possibilidade de existir mais de uma
resposta. Nesses casos, é necessário fornecer uma estimativa da taxa próxima
ao valor procurado e utilizar as funções (RCL)(g)(R/S).

Sob a ótica da taxa interna de retorno, um determinado empreendimento é


considerado viável quando a TIR for maior do que TMA.

3.2.5 VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO (VPLA)

O Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA), assim como a VPL, representa a expec-
tativa de lucro do projeto, porém em relação aos valores anuais. É utilizado em situa-
ções cujo projeto é taxado a longo prazo, portanto o uso da VPL não seria a estimativa
de cálculo mais indicado.

Puccini (2017) afirma que um investimento só é aceito se a sua TIR for superior ao
VPLA. Assim, para validar um projeto, é imprescindível calcular o VPLA, ou seja, fazer
a razão entre as taxas:

i (1 + i )
t

VPLA =VPL.
(1 + i )
t
−1

O VPLA permite avaliar dois ou mais projetos e inferir qual é o que apresenta maior
estimativa de ganho em longo prazo.

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Considerando os projetos A e B, cujos fluxos anuais estão apresentados na tabela a


seguir, determine qual é mais viável financeiramente a partir do cálculo do VPLA,
considerando TMA igual a 8% ao ano.

QUADRO 3 - PROJETO DE INVESTIMENTO

Projeto I.I. FC1 FC2 FC3


A R$ 12.000,00 R$ 4.000,00 R$ 6.000,00 R$ 7.000,00
B R$ 5.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 5.000,00

Calculando inicialmente os fluxos de caixa descontados (FDC) do projeto A:

FC1
FDC1 =
(1 + i )
t

4000
FDC1 = = 3.703, 71
(1 + 0, 08)
6000
FDC2 = = 5.144, 03
(1 + 0, 08)
2

7000
FDC3 = = 5.556, 82
(1 + 0, 08)
3

Portanto,
VPL
= ( 3 703, 71 + 5.144, 03 + 5.556, 82 ) − 12.000, 00 =
2.404, 56

Calculando o VPLA para os projetos A e B, temos:

i (1 + i )
t

VPLA =VPL
(1 + i )
t
−1
Projeto A:

0 08 (1 + 0, 08 )
3

VPLA = 2 404, 56. = 933, 05


(1 + 0, 08)
3
−1
Projeto B:

0 08 (1 + 0, 08 )
3

VPLA = 2 535, 69. = 983, 93


(1 + 0, 08)
3
−1

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SUMÁRIO 43
Matemática Financeira

Portanto o projeto B é mais viável que o projeto A pois apresenta maior VPLA.

Para resolver este exemplo na HP-12C, basta entrar com:


Projeto A:
12000 (CHS)(g)(CF0)
4000 (g)(CFj)
6000 (g)(CFj)
7000 (g)(CFj)
8 (i)
(f)(NVP)
(f)(FIN)(CHS)(PV)
8 (i)
3 (n)
(PMT)
VPLA= 933,05

Projeto B:
5000 (CHS)(g)(CF0)
2000 (g)(CFj)
2000 (g)(CFj)
5000 (g)(CFj)
8 (i)
(f)(NVP)
(f)(FIN)(CHS)(PV)
8 (i)
3 (n)
(PMT)
VPLA=983,93

Portanto, o projeto B é mais viável que o projeto A, pois apresenta maior VPLA.

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44 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

CONCLUSÃO
A análise financeira e seus métodos são extremamente relevantes no que tange uma
boa gestão. Os métodos mais comuns e eficientes para a realização de uma análise
de investimentos são o payback, o VPL e a TIR. Sendo que a consideração do valor do
dinheiro no tempo depende diretamente do método escolhido. Também é possível
concluir que o VPL é um critério superior ao TIR, por mensurar a riqueza do projeto
em valores brutos (e não em percentuais) e por poder ser aplicado em qualquer tipo
de fluxo de caixa.

Assim, podemos concluir que a TIR é sempre expressa em termos relativos (%), o que
pode vir a dificultar o seu o entendimento, além de apresentar cálculos relativamen-
te complexos manualmente. Um outro ponto relevante em relação à TIR, é que não
deve ser abordada em estudos com fluxo de caixa não convencionais, ou seja, fluxos
que alternam entradas e saídas.

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SUMÁRIO 45
Matemática Financeira

UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Definir o que é


equivalência de
capitais;

> Conceituar planos


de pagamentos
equivalentes;

> Aplicar corretamente


as funções
matemáticas que
possibilitam obter a
equivalência entre os
capitais.

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46 SUMÁRIO
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4 EQUIVALÊNCIA DE
CAPITAIS
Olá, você sabia que para comparar dois ou mais planos de pagamentos é necessário
que os capitais sejam equivalentes? Nesta unidade iremos conceituar o que são capi-
tais equivalentes e apresentar as funções matemáticas que nos possibilitam obter a
equivalência entre os capitais.

4.1 FLUXO DE CAIXA

Em todas as operações abordadas nesta unidade, é importante ter ciência de que


toda e qualquer operação realizada no dia a dia de uma empresa, ou mesmo de uma
simples organização financeira, é necessário contar com um instrumento básico de
planejamento e controle financeiro, como o fluxo de caixa. Com o uso do fluxo de cai-
xa é possível avaliar e projetar o saldo disponível, podendo assim, predizer eventuais
gastou ou possíveis aplicações.

Hoji (2014) apresenta em sua literatura que o “regime de caixa é um sistema de regis-
tro contábil no qual são registrados os pagamentos e recebimentos no momento em
que ocorrem”. Assim, o simples ato de registrar todos os recebimentos e pagamento
é entendido como realização de um fluxo de caixa, pois a partir de tais informações é
possível definir qual a análise financeira que melhor se adequa a realidade dos dados,
maximizando as chances de sucesso de qualquer projeto. Não existe uma cartilha
ideal de como proceder diante de um fluxo de caixa, pois a sua estrutura está direta-
mente relacionada a realidade e necessidade do investidor. Todavia o primeiro passo
é sempre lançar as “contas a pagar” e as “contas a receber” para se ter noção da real
situação.

Mariano (2015) apresenta em sua literatura que “no


fluxo de caixa podemos nos deslocar e analisar o capital
em uma data focal específica e podemos comparar o
dinheiro no tempo”.

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SUMÁRIO 47
Matemática Financeira

Assaf (2016) define fluxo de caixa como “um


instrumento que possibilita o planejamento e o
controle dos recursos financeiros de uma empresa.”

4.2 INVESTIMENTO INICIAL

O capital aplicado visando obter rendimentos é classificado como investimento. Por-


tanto, o investimento inicial é o capital sobre o qual vão incidir os encargos e juros do
projeto, ou seja, denominado nesta disciplina como Valor Presente (PV).

Hoji (2014) salienta que “o conceito de valor presente é importante na mensuração


de valores, pois ajuda a compreender ou visualizar a grandeza do valor”. Assim é pre-
ciso ter em mente que o valor inicial é apenas a primeira necessidade de recurso,
sendo sempre viável se ter bem definido um plano de ação para captar mais recursos.

Este investimento, no caso de uma empresa, expressa o montante de capital neces-


sário para a criação e inicio de operação da mesma. Ou seja, o investimento inicial é
utilizado para providenciar as instalações física, os equipamentos e iniciar e manter
as atividades nos primeiros meses de existência da empresa.

Hoji (2014) salienta que o investimento inicial para a abertura de uma empresa pode
ser de natureza física, ou seja, da própria pessoa que irá abrir a empresa, ou mesmo
de terceiros, neste caso chamados de financiadores.

De modo geral é possível classificar um investimento


como “um capital que se aplica no intuito de obter
rendimentos a prazo”, conforme apresenta Mariano
(2015) em sua literatura.

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48 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

Imagine que você tenha 80 mil reais e queira muito comprar um


carro. Todavia, você escolhe em investir o seu capital em ações de uma
empresa visando vende-las daqui a cinco anos por um preço mais
elevado. É possível que neste período a empresa obtenha sucesso e
você consiga resgatar no tempo estimado a quantia de 160 mil reais.
Assim você com um investimento inicial, conseguiu dobrar o seu
capital no período de cinco anos, mas teve que abdicar da satisfação
imediata de adquirir o veículo.

4.3 CAPITAL DE GIRO

O capital de giro pode ser entendido como o investimento necessário para um deter-
minado empreendimento continuar operando normalmente, ou seja, um montante
que supra as despesas operacionais.

É comum as empresas tratarem o capital de giro como capital de trabalho, uma vez
que ele possibilita trabalhar com vantagens para o consumidor, como compras a pra-
zo, mantendo o operacional da empresa em dia, ou seja, as despesas operacionais.

É possível estimar o capital de giro através da diferença entre o montante de recur-


sos aplicados e o quanto a empresa consegue para financiar o seu capital de giro.
Assim Tosi (2015) afirma que o capital de giro é “o tradicional empréstimo em conta
corrente vinculado a um contrato específico que estabelece o prazo, a taxa de juros,
o valor e as garantias necessárias e que visa atender as necessidades de recursos das
empresas.”

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SUMÁRIO 49
Matemática Financeira

Neste tipo de empréstimo as empresas não necessitam


comprovar a destinação do recurso.

Um conceito importante no que tange capitais de


giro é a concepção do que é vem a ser receita e
despesas. Nesta disciplina são tratadas como receita
todo capital gerado e como despesa todo capital
utilizado que dispenda de recursos.

4.4 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS

Dois capitais são considerados equivalentes de possuírem a mesma taxa consideran-


do o mesmo período de tempo, ou seja, se quando transportados para um mesmo
período de tempo os dois capitais resultarem em montantes equivalentes.

Se a taxa de juros equivale a 10% ao mês, é possível afirmar que


uma pessoa que tenha R$ 100,00 em mãos hoje terá R$ 110,00 reais
daqui a um mês. Assim, se compararmos os montantes 100 e 110
erroneamente acreditaríamos que 110 é maior do que 100. Todavia,
transportando os dois montantes para o mesmo período de tempo,
temos que 110 daqui a um mês equivale a mesma quantia de 100
hoje. Portanto, os capitais R$ 100,00 hoje e R$ 110,00 daqui a um mês
são equivalentes.

Para compararmos montantes ao longo do tempo é necessário que


eles sejam sempre transportados para o mesmo período, não nos
permitindo fazer falsas inferências sobre qual montante representa
maior valor agregado.

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50 SUMÁRIO
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Suponha que para você o dinheiro vale 15% ao mês e que você
precisa comprar um produto que custa R$ 100,00. Para determinar
qual dentre as três opções a seguir apresentadas é melhor do ponto
de vista financeiro para você, basta transportar todas as opções para o
mesmo período de tempo, ou seja, para o tempo 0.

Opção 1: 10% de desconto para o pagamento a vista;

Opção 2: Duas parcelas iguais, sendo uma no ato da compra e outra


após 30 dias;

Opção 3: Duas parcelas iguais, sendo quitadas 30 e 60 dias após a


compra.

Assim podemos representar as três opções por:

90
Opção 1 ⇒ 0 1 2

50 50
Opção 2 ⇒ 0 1 2

50 50
Opção 3 ⇒ 0 1 2

Transportando as três opções para o tempo 0 para que possamos


comparar o montante que cada uma representa no mesmo período
de tempo, temos que:

Opção 1: R$ 90,00

50
Opção 2: R$ 50,00 + = 50 + 43,48 = R$ 93,48
1,15

50 50
Opção 3: = + = R$ 81,29
1,15 1,152

Portanto, a opção 3 é a mais vantajosa do ponto de vista financeiro


pois você terá que dispor de menor capital no ato da compra.

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SUMÁRIO 51
Matemática Financeira

Não necessariamente você precisa transportar para o tempo 0.


Garantindo que os valores sejam comparados no mesmo período
de tempo, você pode realocar os valores no tempo que achar mais
conveniente.

Mariano (2015) apresenta como propriedades da equivalência de


capitais que “no caso do pagamento de uma dívida, esta pode ser
paga em qualquer data, bata fazermos um passeio no fluxo de caixa.”
Assim matematicamente é possível representar a equivalência entre as
taxas a partir da equação:

 prazo em dias da taxa desejada ( QUERO )



= (1 + i ) prazo em dias da taxa fornecida (TENHO ) −1 x100
ieq
 
sendo:

i� ⇒ a taxa
ieq� ⇒ a taxa equivalente

Para determinar a taxa anual equivalente a uma taxa de 5% ao mês


basta aplicar a equação de taxa equivalente, sendo i=0,05, e o prazo
em dias das taxas desejadas e fornecida equivalentes a 360 e 30,
respectivamente.

 360

= (1 + 0 05 ) 30 −1 x100
ieq
 

ieq = (1 05 ) −1 x100


12
 
ieq = 79,58% ao ano.

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52 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

Para resolver este exemplo com o auxilio da


calculadora HP 12C basta inserir:

1 (enter) 0,05 ( + )

360 (enter) 30 ( ÷ ) (YX)

1 ( - ) 100 ( x )

Dalzot (2015) defini que “fluxos equivalentes a uma


determinada taxa de juros necessariamente deixam
de ser equivalentes em outras taxas.”

CONCLUSÃO
Portanto é de suma importância equiparar as taxas e valores de projetos caso almeja-
mos compara-los. Pois projetos em períodos de tempos distintos podem apresentar
montantes diferentes que no mesmo período de tempo seriam equivalentes. Em
relação ao fluxo de caixa é notória a sua importância para a sobrevivência e saúde de
qualquer empresa de qualquer setor. Assim, é possível inferir que com o auxilio do
fluxo de caixa e tendo noção de como comparar corretamente montantes e/ou taxas
é possível manter uma empresa em pleno funcionamento.

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SUMÁRIO 53
Matemática Financeira

UNIDADE 5

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Identificar o que são


rendas tributáveis;

> Analisar os efeitos da


depreciação sobre
essas rendas.

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Matemática Financeira

5 EFEITOS DA DEPRECIAÇÃO
SOBRE RENDAS TRIBUTÁVEIS
Olá! Nesta unidade iremos trabalhar com o que são rendas tributáveis e quais os efei-
tos da depreciação delas no nosso cotidiano. O quanto elas interferem na receita no
âmbito familiar e empresarial, além de discutir o que vem a ser estes tributos e quais
os órgãos que os regulamentam.

5.1 RENDAS TRIBUTÁVEIS

Antes de conversarmos sobre os tipos de rendas tributáveis é preciso entender o que


são elas e como funcionam. Assim, existem rendimentos tributáveis de pessoa física
ou para pessoa jurídica, de acordo com o rendimento médio. Hoji (2014) salienta que
“o Imposto de Renda e Contribuição Social indica os tributos a pagar, calculados so-
bre o lucro tributável.” Portanto, é possível inferir que os rendimentos tributáveis de
pessoas físicas ou jurídicas são taxas referentes ao montante movimentado.

Tosi (2015) apresenta em sua literatura que os tributos podem ser cobrados pelos
bancos nas mais diversas operações bancárias realizadas. Assim, os bancos utilizam
os recursos em trânsito de seu caixa como fonte de operação tributária. Todavia, essa
tributação pode ser encontrada nas mais diversas operações.

Como os tributos estão presentes em todas as operações, é pos-


sível inferir que “do ponto de vista de um projeto de investimen-
tos, o que importa realmente é o que se ganha após os impos-
tos”, conforme salienta Hoji (2014) em seus estudos.

As rendas tributáveis, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, são comu-
mente observadas a partir do Imposto de Renda pago pela maioria dos brasileiros.
Esse imposto é obrigatório e equivalente a um percentual sobre os lucros obtidos e
demonstrados no decorrer de um ano.

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SUMÁRIO 55
Matemática Financeira

FIGURA 2 - TRIBUTAÇÃO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

5.1.1 RENDA TRIBUTÁVEIS PESSOA FÍSICA

No que tange a contribuição para fins de imposto de renda de pessoas físicas, são
considerados rendimentos tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho as-
salariado, além de quaisquer rendimentos obtidos através da execução de uma ativi-
dade formal ou informal que gere recursos, como bolsas de estudos.

Alguns exemplos de rendimentos tributáveis, mesmo como


pessoa física, são aluguéis, resgates de previdência privada,
aposentadorias, salários, prestação de serviços, ações judiciais,
pensões etc.

Assim, é de suma importância que todo cidadão declare seus rendimentos, mesmo
que estes não tenham sido tributáveis, ou seja, mesmo que não tenha ocorrido reten-
ção de imposto, visando manter-se em dia com suas obrigações tributárias.

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FIGURA 3 - IMPOSTO DE RENDA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Um fator importante em relação a esta tributação é que ela gera vantagens ao cida-
dão que está em dia com suas obrigações. Assim, ao declarar corretamente os seus
rendimentos o cidadão tem direito à:

• Férias;

• Gratificações, prêmios e cotas;

• Comissões e corretagens;

• Prêmio de seguro individual de vida;

• Despesas pagas para aquisição de alimentos;

Além de várias outras vantagens listadas no site oficial da Receita Federal, que é o
órgão responsável pelo recolhimento, vistoria e controle deste tipo de tributação.

Um outro ponto de grande importância em relação à tributação sobre Renda para pes-
soas físicas é que é possível incluir um dependente. Assim, é possível deduzir sobre o mon-
tante tributado os custos com educação e saúde da pessoa física e de seus dependentes.

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SUMÁRIO 57
Matemática Financeira

5.1.2 RENDA TRIBUTÁVEIS PESSOA JURÍDICA

No que tange a tributação para as pessoas Jurídicas, Hoji (2014) respalda que o Im-
posto de Renda é a diferença entre a Receita anual e a Despesa anual. Sendo que
quanto maior a despesa, menor será o lucro, o que implica em menor tarifação do
Imposto de Renda. Assim, uma “empresa precisa ser lucrativa para poder destinar
parte do lucro para função social, como pagamento de tributos”. Pois, as doações
para instituições de caridade abatem no valor devido ao Imposto de Renda.

Para recolhimento desta tributação é aplicada uma alíquota sobre o lucro, que pode
ser real, presumido ou arbitrado, de acordo com o porte da empresa e do tipo de
atividade que esta desenvolve. Portanto, toda empresa esta sujeita ao pagamento do
Imposto de Renda.

FIGURA 4 - TRIBUTAÇÃO PESSOA FÍSICA

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Como o imposto tributado é mensurado pela diferença entre a receita das vendas, ou
serviços prestados por uma empresa e o seu custo de produção ou serviços vendidos,
é preciso entender quais são os custos reconhecidos pelo imposto de renda como

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58 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

custos de produção. Portanto, a matéria prima utilizada na produção, as quebras e


perdas, a depreciação do produto, o pessoal da produção e os reparos dos bens utili-
zados são considerados como custo da produção e portando dedutíveis no imposto
de renda.

5.1.3 DEPRECIAÇÃO

Puccini (2017) apresenta em sua literatura que “na análise de viabilidade econômica
de um investimento, devemos inicialmente assumir que sua realização será́ alcan-
çada exclusivamente com recursos próprios do investidor.” Além de apresentar a de-
preciação “como uma despesa dedutível para efeito de Imposto de Renda, apesar de
não representar uma saída efetiva de caixa”.

Portanto, a depreciação pode ser entendida como a despesa equivalente à diminui-


ção do valor de um bem resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obso-
lescência do item.

FIGURA 5 - DEPRECIAÇÃO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

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SUMÁRIO 59
Matemática Financeira

A vida útil de um equipamento é de 5 anos, sendo o seu valor


de compra à vista equivalente a $ 15.000,00, com valor resi-
dual de $ 3.000,00. Uma determinada empresa almeja adqui-
rir este equipamento visando ter um ganho líquido anual
equivalente a $ 5.000,00 nos próximos cincos anos. Ciente de que o equi-
pamento será depreciado linearmente no prazo de cinco anos e que a
alíquota do Imposto de Renda dessa empresa é equivalente a 35% sobre
a renda tributável. Para determinar as taxas internas de retorno desse in-
vestimento, temos que, a priori é preciso construir o fluxo de caixa como
na tabela a seguir:

QUADRO 4 - FLUXO DE CAIXA

FLUXO FLUXO
FLUXO DE
DE CAIXA DEPRE- DE CAIXA
RENDA TRI- CAIXA DO
ANO ANTES DO CIAÇÃO APÓS O IM-
BUTÁVEL IMPOSTO
IMPOSTO LINEAR POSTO DE
DE RENDA
DE RENDA RENDA
0 - 15.000,00 - 15.000,00
1 5.000,00 -2.400,00 2.600,00 - 910,00 4.090,00
2 5.000,00 -2.400,00 2.600,00 - 910,00 4.090,00
3 5.000,00 -2.400,00 2.600,00 - 910,00 4.090,00
4 5.000,00 -2.400,00 2.600,00 - 910,00 4.090,00
5 5.000,00 -2.400,00 2.600,00 - 910,00 4.090,00
Valor Resi-
3.000,00 3.000,00
dual
Soma 13.000,00 - 12.000,00 13.000,00 -4.500,00 8.450,00
TIR 23,25% 15,52%

Fonte: Puccini (2017).

É importante frisar que Puccini (2017) salienta em seu estudo que a “obtenção do
fluxo de caixa é consequência da renda tributável do investimento”, sendo esta de-
pendente das regras aprovadas pelo governo vigente. Portanto, a depreciação apre-
sentada foi obtida a partir do cálculo:
valor inicial valor residual
Depreciação anual =
prazo em anos )
15000 - 3000
Depreciação anual =
5
Depreciação anual = 2.4000, 00

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60 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

Assim, mesmo a depreciação não indicando uma saída efetiva do fluxo de caixa, ela
apresenta uma influencia direta no fluxo de caixa do Imposto de Renda, uma vez que
reduz a renda tributável anual através da relação:

Renda tributável anual = 5000 − Depreciação anual


Renda tributável anual = 5000 − 2400
Renda tributável anual = 2.600, 00

Portanto, é possível inferir que o Imposto de Renda reduziu a taxa interna do inves-
timento de 23,25% ao ano, para 15,52% ao ano e que o investimento foi totalmente
realizado com capital próprio.

Hoji (2014) salienta ainda que a depreciação pode ser classificada como real ou teóri-
ca. Sendo a real aquela mensurada a partir da diferença entre o preço de um produto
novo e o seu valor de revenda e a depreciação teórica aquela mensurada a partir do
tempo de uso e os critérios de desvalorização. Lembrando que em ambas o tempo é
um fator de suma importância para essa mensuração.

É possível então inferir que a depreciação nada mais é do que uma redução no valor
financeiro de um bem ou serviço no decorrer do tempo. Assim, é possível entender
que o papel da matemática financeira, no que tange a depreciação de um bem ou
serviço, é zelar para que o registro seja realizado adequadamente, visando analisar a
viabilidade da empresa, ou mesmo da pessoa física, reduzir o lucro tributável, alme-
jando assim maximizar o lucro líquido.

Tosi (2015) salienta ainda que para estimar a depreciação de um produto é preciso
avaliar o tempo de utilização deste previsto por lei, sendo possível acelerar a sua de-
preciação ao se provar sua utilização superior a este período. Lembrando ainda que a
“depreciação é uma despesa não desembolsável, uma vez que ela é apurada a partir
da entrada de um ativo permanente”. Assim, é de suma importância que o adminis-
trador acompanhe periodicamente as entradas e saídas de uma empresa para poder
utilizar corretamente a aceleração da depreciação.

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SUMÁRIO 61
Matemática Financeira

FIGURA 6 - CONTROLE FINANCEIRO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Puccini (2017) ressalta ainda que existem bens que não podem
ser depreciados, assim como terrenos e os bens que aumentam
de valor com o passar do tempo ou mesmo que não estejam
ligados à produção ou comercialização de bens e serviços.

CONCLUSÃO
Portanto, é possível compreender que, tanto pessoal física quanto pessoa jurídica
está propensa a ser tarifada sobre rendas tributáveis. Todavia, nem toda renda é pas-
sível de tributação, sendo necessário seguir as regras e normas ditadas pela Receita
Federal. No que tange a questão da depreciação de um bem ou produto, é possível
inferir que está mensuração está diretamente relacionada ao tempo de usabilidade
do produto e do seu tempo estimado de vida útil. Sendo que a depreciação de um
produto pode influenciar a sua tributação.

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Matemática Financeira

UNIDADE 6

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Reconhecer o que


é um sistema de
amortização;

> Identificar
corretamente os
tipos de sistema de
amortização mais
utilizados;

> Construir tabelas de


demonstrativo de
amortização.

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SUMÁRIO 63
Matemática Financeira

6 SISTEMAS DE
AMORTIZAÇÃO
Olá! Vamos juntos aprender um pouco mais sobre os principais sistemas de amorti-
zação utilizados no mercado brasileiro e como eles afetam as nossas vidas. Você já
parou para pensar como existem diferentes formas de se quitar um empréstimos
adquirido? Essas diferentes formas é o que chamamos de sistema de amortização,
sendo todas elas diretamente relacionadas ao saldo devedor e sobre os juros incidi-
dos sobre o montante. Vamos então mergulhar juntos na magia dos números e na
sua relação com o nosso cotidiano.

6.1 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO

A amortização pode ser entendida como o ato de quitar totalmente uma dívida con-
traída, efetuando o pagamento total incluindo a devolução do valor contratado além
dos juros embutidos no prazo estipulado. Gustavo (2001) saliente que a amortização
é “a efetiva redução do principal, ou seja, a diminuição real da dívida contraída”. Sen-
do entendido como principal o montante resultante do capital adquirido acrescido
dos juros embutido na transação. Dal Zot (2015) esclarece em sua literatura que
“sistemas de amortização são diferentes formas de se pagar um empréstimo”. Assim,
podemos entender que o ato de amortizar nada mais é do que o ato de efetuar o
pagamento de uma dívida.

Já Puccini (2017) relaciona o sistema de amortização ao fluxo de caixa, apresentando


em sua literatura que “o fluxo de caixa das amortizações é a forma como o principal é
devolvido ao financiador ao longo do tempo”. Assim, existem diferentes tipos de siste-
ma de amortização, todos eles relacionados a forma de quitação e ao tempo de amor-
tização do principal. Portanto, em um sistema de amortização de financiamento é es-
sencial a definição da forma como a qual o principal do financiamento será quitado.

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64 SUMÁRIO
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FIGURA 7 - AMORTIZAÇÃO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

De acordo com Gustavo (2001) em relação ao sistema de amortização “a regra uni-


versal adotada pela Matemática Financeira e utilizada nas planilhas eletrônicas e cal-
culadoras financeiras é que os pagamentos periódicos devem, em primeiro lugar, ser
usados na liquidação dos juros do período correspondente, e os saldos, se houver,
devem ser aplicados na amortização do principal do financiamento”. Sendo, os prin-
cipais sistemas de amortização utilizados hoje em território Nacional o (1) sistema
de amortização bullet ou do montante; (2) sistema Price ou Francês; (3) sistema de
amortização constante (SAC) e (4) sistema de amortização misto (SAM). Todavia, in-
dependentemente do tipo de sistema de amortização adotado é senso comum que
o valor da prestação equivale a amortização acrescida dos juros, ou seja:

Prestação = Amortização + Juros

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Matemática Financeira

6.1.1 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO BULLET OU DO


MONTANTE

O sistema de amortização bullet ou do montante ocorre quando o principal é liqui-


dado ao final do contrato por meio de um único pagamento. Esse pagamento único
corresponde ao montante resultante do valor da amortização do principal acrescido
dos juros decorrente da operação, não existindo, portanto, nenhum outro pagamen-
to intermediário. Dal Zot (2015) nomeia este tipo de amortização, em sua literatura,
como sistema de amortização americano. Neste tipo de amortização o saldo devedor
(amortização acrescida dos juros) pode ser estimado em qualquer período de tempo
(n), através da mesma fórmula utilizada para estimar o valor futuro (FV), ou seja:

FV=PV.(1 +i)t

sendo,

PV � o capital, ou seja, o valor sobre o qual os juros irão incidir. Valor Presente – em
inglês Present Value;

i � a taxa de juros aplicada;

t � o tempo de amortização, ou seja, está sempre fazendo referência a uma unidade


temporal, como dia, mês, ano, etc;

FV � o montante final, ou seja, a adição entre o capital aplicado e o juros incidido


sobre o mesmo.

Puccini (2017) esclarece em sua literatura que esse sistema é


amplamente utilizado em empréstimos de bancos no mercado
brasileiro.

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FIGURA 8 - AMORTIZAÇÃO NO BANCO

Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Portanto, o demonstrativo da evolução de uma dívida, contraída no sistema de amor-


tização bullet, explicitando o juros, o valor da amortização e do saldo devedor em
qualquer momento pode ser descrito pela tabela a seguir, sendo SDi o saldo devedor
no i-ésimo tempo.

QUADRO 5 - DEMONSTRATIVO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO BULLET

AMORTIZA- SALDO
Nº PAGAMENTO JUROS
ÇÃO DEVEDOR
0 - - - SD0 = PV
1 - - - SD1 = PV(1+i)1
2 - - - SD2 = PV(1+i)2
... ... ... ... ...
n Pn = PJ + J Jn = PV[(1 + i) - 1]
n
An = PV SDn = SDn-1-An

Fonte: A autora

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Ao se contrair um empréstimo de $10.000 contratado a juros


de 12,5% ao ano, em uma instituição financeira para ser quita-
do em uma parcela única ao final de cinco anos, o montante
a ser liquidado será equivalente a:

Portanto, temos que:

PV = 10.000,00
t = 5 anos
i = 0,125 (ao ano)
FV = ?

Assim, utilizando a equação:

FV = PV.(1 +i)t

Temos que:

FV = 10000.(1 + 0,125)5
FV = 18.020,32

Portanto, o montante a ser liquidado após 5 anos ao se contrair um em-


préstimo de $10.000 contratado a juros de 12,5% ao ano, em uma institui-
ção financeira para ser quitado em uma parcela única será equivalente a
$18.020,32.

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Para determinar o montante na calculadora HP-12C basta:

entrar com PV (CHS)(PV)


i (i)
t (n)
(g) (END)
e clicar em (FV)

ou seja, no exemplo anterior:

10000 (CHS)(PV)
12,5 (i)
5 (n)
g) (END)
e clicar em (FV)

Assim, FV = 18020,32.

Caso você ache viável é possível construir um demonstrativo de


financiamento, conforme descrito na tabela 1, apresentando o
saldo devedor ao final de cada período. Assim,

QUADRO 6 - DEMONSTRATIVO DO FINANCIAMENTO

PAGAMEN- AMORTIZA- SALDO DE-


Nº JUROS
TO ÇÃO VEDOR
0 - - - 10.000,00
1 0,00 0,00 0,00 11.250,00
2 0,00 0,00 0,00 12.656,25
3 0,00 0,00 0,00 14.238,28
4 0,00 0,00 0,00 16.018,07
5 18.020,32 8.020,32 10.000,00 -
Total 18.020,32 8.020,32 10.000,00

Fonte: A autora

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6.1.2 SISTEMA PRICE OU FRANCÊS

O sistema Price ou Francês, recebe este nome “em homenagem ao pensador e mate-
mático inglês Richard Price”, conforme relata Gustavo (2001) em sua literatura. Neste
sistema, o empréstimo é amortizado em prestações iguais e imediatas, cada uma
das quais contém uma parte destinada à amortização do saldo devedor e outra para
pagamento dos juros. Por esse sistema, os juros decrescem exponencialmente ao
longo do tempo, à mesma taxa da dívida, uma vez que são calculados sobre o saldo
devedor, que é cada vez menor. Com isso, as amortizações são cada vez maiores para
que, somadas aos juros, totalizem prestações iguais. Dal Zot (2015) salienta em sua
literatura que “no sistema Price, os pagamentos são iguais; o valor de cada pagamen-
to é obtido pelo cálculo de uma anuidade antecipada; logo, ao montar-se o plano
financeiro, a coluna dos pagamentos deve ser a primeira a ser preenchida.”

A quantidade de prestações neste tipo de amortização pode variar em função do con-


trato e são estimadas pelo quociente entre o valor presente o montante das taxas, assim:

PV
PMT =
 (1 + i )t − 1 
 t 
 (
i. 1 + i ) 
sendo,

PMT � o valor correspondente a parcela no t-ésimo período de tempo;

Puccini (2017) esclarece em sua literatura que esse sistema é


amplamente utilizado em financiamentos de bens de con-
sumo do mercado brasileiro como automóveis, eletrodomés-
ticos, podendo ser também utilizado no pagamento de fi-
nanciamento imobiliário.

Portanto, o demonstrativo da evolução de uma dívida, contraída no sistema de amor-


tização Price, explicitando o juros, o valor da amortização e do saldo devedor em
qualquer momento pode ser descrito pela tabela a seguir, sendo SDi o saldo devedor
no i-ésimo tempo.

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QUADRO 7 - DEMONSTRATIVO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO PRICE

AMORTIZA- SALDO DEVE-


Nº PAGAMENTO JUROS
ÇÃO DOR
0 - - - SD0 = PV
1 PMT J1 = PV * i A1 = PMT - J1 SD1 = SD0 - A1
2 PMT J2 = SD1 * i A2 = PMT - J2 SD2 = SD1 - A2
... ... ... ... ...
n PMT Jn = SDn-1 * i An = PMT - Jn SDn = SDn-1-An

Fonte: A autora

Ao se contrair um empréstimo de $10.000 contratado a juros


de 12,5% ao ano, em uma instituição financeira para ser quita-
do em cinco parcelas iguais e imediatas (sistema Price), o valor
a ser liquidado em cada parcela será equivalente a:

Portanto, temos que:

PV = 10.000,00
t = 5 anos
i = 0,125 (ao ano)
PMT = ?

Assim, utilizando a equação:

PV
PMT =
 (1 + i )t − 1 
 i.(1 + i )t 
 
Temos que:
10000
PMT =
 (1 + 0,125)5 − 1 
 0,125.(1 + 0,125)5 
 
10000
PMT =
3, 560568
PMT = 2.808, 54

Portanto, cada prestação ao se contrair um empréstimo de $10.000 con-


tratado a juros de 12,5% ao ano, em uma instituição financeira para ser
quitado em cinco parcelas será equivalente a $2.808,54.

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Para determinar o valor referente a cada prestação na calcula-


dora HP-12C basta:

entrar com PV (CHS)(PV)


i (i)
t (n)
(g) (END)
e clicar em (PMT)

ou seja, no exemplo anterior:

10000 (CHS)(PV)
12,5 (i)
5 (n)
g) (END)
e clicar em (PMT)

Assim, PMT = 2.808,54.

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Uma vez calculada a prestação, a HP-12c dispõe de funções


especiais que fornecem todos os valores do sistema Price,
conforme apresentado na tabela a seguir.

QUADRO 8 - CÁLCULO DO SISTEMA PRICE NA HP-12C

TECLA(S) HP-12C VALOR VARIAVEL CALCULADA


f AMORT 1.250,00 Juros do 1º ano
X> <Y 1.558,54 Amortização do 1º ano
RCL PV -8.441,46 Saldo devedor do 1º ano
f AMORT 1.055,18 Juros do 2º ano
X> <Y 1.753,36 Amortização do 2º ano
RCL PV -6.688,10 Saldo devedor do 2º ano
f AMORT 836,01 Juros do 3º ano
X> <Y 1.972,53 Amortiazação do 3º ano
RCL PV -4.715,57 Saldo devedor do 3º ano
f AMORT 589,45 Juros do 4º ano
X> <Y 2.219,09 Amortização do 4º ano
RCL PV -2.496,48 Saldo devedor do 4º ano
f AMORT 312,06 Juros do 5º ano
X> <Y 2.496,48 Amortização do 5º ano
RCL PV - Saldo devedor do 5º ano

Fonte: A autora

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Caso você ache viável é possível construir um demonstrativo de


financiamento, conforme descrito na tabela 3, apresentando o
saldo devedor ao final de cada período. Assim,

QUADRO 9 - DEMONSTRATIVO DO FINANCIAMENTO PELO SISTEMA PRICE

PAGAMEN- AMORTIZA- SALDO DE-


Nº JUROS
TO ÇÃO VEDOR
0 - - - 10.000,00
1 2.808,54 1.250,00 1.558,54 8.441,46
2 2.808,54 1.055,18 1.753,36 6.688,10
3 2.808,54 836,01 1.972,53 4.715,57
4 2.808,54 589,45 2.219,09 2.496,48
5 2.808,54 312,06 2.496,48 -
Total 14.042,70 4.042,70 10.000,00

Fonte: A autora

6.1.3 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

O sistema de amortização constante (SAC) é aquele cujo valor decresce ao longo do


tempo, sendo cada parcela equivalente a amortização do saldo devedor acrescida
do pagamento de juros, com amortização fixa ao longo do tempo. Puccini (2017) sa-
lienta em sua literatura que o sistema de amortização constante é “conhecido como
método hamburguês”, no qual “o financiamento é liquidado mediante o pagamento
de prestações linearmente decrescentes”. Assim, a amortização é dada pelo quocien-
te entre o valor presente o número de parcelas estipuladas, ou seja:

PV
A=
t
sendo,

PV � o capital, ou seja, o valor sobre o qual os juros irão incidir. Valor Presente – em
inglês Present Value;

t � o número de parcelas;

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Os demais valores desse sistema (valor da prestação -Pt; o valor dos juros pagos em
determinada prestação -Jt e o saldo devedor açor o pagamento de determinada
prestação -SDt) podem ser obtidos por meio das formulas abaixo:

Pt = A [1 + i (n − t + 1) ]
 t
SDt = PV 1 − 
 n
 (t − 1) 
J t = PV * i 1
 n 

Puccini (2017) esclarece em sua literatura que esse sistema é


amplamente utilizado por bancos comerciais em financia-
mentos imobiliários e, de maneira menos frequente, no pa-
gamento de empréstimos concedidos a empresas privadas
por meio de entidades governamentais.

Portanto, o demonstrativo da evolução da dívida, mostrando o valor da


parcela, o valor dos juros, o valor da amortização e do saldo devedor ao
final de cada período desse sistema é apresentado na tabela 6.

QUADRO 10 - DEMONSTRATIVO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

PAGAMEN- AMORTIZA- SALDO DE-


Nº JUROS
TO ÇÃO VEDOR
0 - - - SD0 = PV
1 P1 = A + J1 J1 = PV * i A SD1 = SD0 - A
2 P2 = A + 2 J2 = SD1 * i A SD2 = SD1 - A
... ... ... ... ...
n Pn = A + n Jn = SDn-1 * i A SDn = SDn-1 - A

Fonte: A autora

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Matemática Financeira

Ao se contrair um empréstimo de $10.000 contratado a juros


de 12,5% ao ano, em uma instituição financeira para ser quita-
do em cinco parcelas pelo sistema de amortização constante,
o montante a ser liquidado será equivalente a:

Portanto, temos que:

PV = 10.000,00
t = 5 anos
i = 0,125 (ao ano)
PMT = ?

Assim, utilizando a equação:

A = PV/t
A = 10000/5
A = 2000

Portanto, $2.000,00 é o valor da amortização anual.

Caso você ache viável é possível construir um demonstrativo de


financiamento, conforme descrito na tabela 6, apresentando o
saldo devedor ao final de cada período. Assim,

QUADRO 11 - DEMONSTRATIVO DO FINANCIAMENTO PELO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE

PAGAMEN- AMORTIZA- SALDO DE-


Nº JUROS
TO ÇÃO VEDOR
0 - - - 10.000,00
1 3.250,00 1.250,00 2.000,00 8.000,00
2 3.000,00 1.000,00 2.000,00 6.000,00
3 2.750,00 750,00 2.000,00 4.000,00
4 2.500,00 500,00 2.000,00 2.000,00
5 2.250,00 250,00 2.000,00 -
Total 13.750,00 3.750,00 10.000,00

Fonte: A autora

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6.1.4 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM)


O sistema de amortização misto (SAM) foi criado e utilizado no passado pelo extinto
Banco Nacional da Habitação (BNH) visando encontrar um equilíbrio entre os siste-
mas Price e SAC, daí o nome de sistema de amortização misto, conforme esclarece
Puccini (2017) em sua literatura. Neste sistema, a dívida é quitada em prestações de
modo que cada uma delas é a média aritmética entre os valores encontrados para
as prestações dos sistemas Price e SAC, assim como ocorre com os juros, amortiza-
ções e o saldo devedor. Dessa forma, as prestações decrescem de acordo com uma
progressão aritmética equivalente à metade das prestações do SAC, sendo as iniciais
superiores às do Price, mas menores após a metade do prazo contratado.

Chamando de PMT as prestações do sistema Price e de P1, P2, … Pn as prestações do


SAC, para calcular as prestações P’1, P’2, … P’t do SAM, basta:

PMT + P1 PMT + P2 PMT + Pt


P '1 = ⇒ P '2 = ⇒ P 't =
2 2 2

Puccini (2017) esclarece em sua literatura que esse sistema é


amplamente utilizado por bancos comerciais em financiamen-
tos imobiliários.

Portanto, o demonstrativo da evolução da dívida, mostrando o valor da par-


cela, o valor dos juros, o valor da amortização e do saldo devedor ao final de
cada período desse sistema é apresentado na tabela 6.

QUADRO 12 - DEMONSTRATIVO DO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM)

PAGAMEN- AMORTIZA- SALDO DE-


Nº JUROS
TO ÇÃO VEDOR
0 - - - SD0 = PV
PMT + P1
1 P '1 = J1 = PV * i A1 = P1 - J1 SD1 = SD0 - A
2
PMT + P2
2 P '2 = J2 = SD1 * i A2 = P2 - J2 SD2 = SD1 - A
2

... ... ... ... ...


PMT + Pn
n P 'n = Jn = SDn-1 * i An = Pn - Jn SDn = SDn-1 - A
2

Fonte: A autora

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SUMÁRIO 77
Matemática Financeira

Ao se contrair um empréstimo de $10.000 contratado a juros


de 12,5% ao ano, em uma instituição financeira para ser quita-
do em cinco parcelas pelo sistema de amortização misto, o
montante referente a cada parcela será equivalente a:

Portanto, temos que:

PV = 10.000,00
t = 5 anos
i = 0,125 (ao ano)
PMT = 2.808,54 (Price)
P = 3.250,00 (“SAC”)
A=?

Assim, utilizando a equação:

PMT + P1
A=
2
2808, 54 + 3250, 00
A=
2
A = 3209, 27

Portanto, cada prestação ao se contrair um empréstimo de $10.000 con-


tratado a juros de 12,5% ao ano, em uma instituição financeira, sobre o
sistema de financiamento misto, para ser quitado em cinco parcelas, terá
cada parcela equivalente a $3.209,27.

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78 SUMÁRIO
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Matemática Financeira

Caso você ache viável é possível construir um demonstrativo de


financiamento, conforme descrito na tabela 8, apresentando o
saldo devedor ao final de cada período. Assim,

QUADRO 13 - DEMONSTRATIVO DO FINANCIAMENTO PELO SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO

PAGAMEN- AMORTIZA- SALDO DE-


Nº JUROS
TO ÇÃO VEDOR
0 - - - 10.000,00
1 3.029,27 1.250,00 1.779,27 8.220,73
2 2.904,27 1.027,59 1.876,68 6.344,05
3 2.779,27 793,01 1.986,26 4.357,79
4 2.654,27 544,72 2.109,55 2.248,24
5 2.529,27 281,03 2.248,24 -
Total 13.896,35 3.896,35 10.000,00

Fonte: A autora

CONCLUSÃO
O sistema de amortização nada mais é do que um método dentro da matemática
financeira que nos permite estimar o valor da parcela, ou mesmo o montante final
para quitação de um empréstimo ao longo de um determinado tempo. Existem di-
versos tipos de amortização, sendo aqui abordadas as mais utilizadas. Todavia, vale
ressaltar que cada uma delas é mais comumente utilizada para um determinado
tipo de empréstimo. Assim, as principais características dos sistemas de amortização
abordados nesta unidade são que, no sistema Bullet não há prestações, enquanto
que no sistema Price estas prestações são constantes, e nos sistemas SAC e SAM
estas prestações são decrescentes linearmente. Em relação ao juros incidido sobre
cada sistema de amortização é importante ressaltar que no sistema Bullet os juros
são acumulativos e no sistema SAC eles são decrescentes linearmente, enquanto que
no sistema Price e SAM os juros são decrescentes exponencialmente. Por fim, e não
menos importante, no que diz respeito a amortização propriamente dita, no sistema
Bullet não há, no sistema SAC ela é constante e nos sistemas Price e SAM elas são
crescentes exponencialmente.

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SUMÁRIO 79
Matemática Financeira

GLOSSÁRIO
Anatocismo: É o ato de cobrar juros sobre juros. O que é ilegal.

“O Imposto de Renda é um tributo cobrado anualmente pelo governo


federal sobre os ganhos de pessoas e de empresas. Seu valor é pago de
acordo com os rendimentos declarados, de forma que os cidadãos com
renda maior pagam mais impostos, enquanto aqueles com renda menor
pagam menos.” Tosi (2015).

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80 SUMÁRIO
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REFERÊNCIAS
DAL ZOT, Wili Dal; CASTRO, Manuela Longoni de. Matemática Financeira: Funda-
mentos e Aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2015.

HOJI, Masakazu. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA NA PRÁTICA: Guia para Educação


Financeira Corporativa e Gestão Financeira Pessoal. 4º edição. São Paulo: Atlas, 2014.

MARIANO, FABRICIO, Série Provas & Concursos - Matemática Financeira para Con-
curso: 4ª edição. Grupo GEN,2015.

PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática financeira: objetiva e aplicada: Editora Sa-


raiva, 2017

Tosi, Armando José - Matemática Financeira com Ênfase em Produtos Bancários, 4ª


edição – Editora Gen – São Paulo 2015.
Matemática Financeira

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