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Marina Faraco, Fernando Zantedeschi, Rodrigo Gonçalves, Bruna Pinotti, Silvana Guimarães,

Camila Cury, Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco, Ovidio Lopes da Cruz Netto.

Prefeitura Municipal de Niterói do Estado do Rio de Janeiro

NITERÓI-RJ
Guarda Civil Municipal
JN054-19
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OBRA

Prefeitura Municipal de Niterói do Estado do Rio de Janeiro

Guarda Civil Municipal

Edital Nº 001/2019

AUTORES
Conhecimentos Básicos de Direito Constitucional - Profª Marina Faraco
Conhecimentos Básicos de Direito Administrativo - Profº Fernando Zantedeschi
Conhecimentos Básicos de Direito Penal e Processual Penal - Profº Rodrigo Gonçalves
Conhecimentos Básicos de Direito da Criança e do Adolescente
(Estatuto da Criança e do Adolescente L. 8069/90) - Profª Bruna Pinotti
Estatuto Geral dos Guardas Municipais - Profª Silvana Guimarães
Legislação de Transito Brasileira - Profª Camila Cury
Legislação Municipal - Profª Silvana Guimarães
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Conhecimentos Básicos de Informática - Profº Ovidio Lopes da Cruz Netto
Conhecimentos do Município de Niterói - Profª Silvana Guimarães

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Erica Duarte
Leandro Filho

DIAGRAMAÇÃO
Elaine Cristina
Thais Regis
Danna Silva

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
SUMÁRIO

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Princípios fundamentais da Constituição da República (Arts. 1º ao 4º da CF/88).........................................................................................01
Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; Direitos Sociais; Nacionalidade; Direitos Políticos
(Arts. 5° a 16 da CF/88).........................................................................................................................................................................................................02
Da organização Político-Administrativa (Arts. 18 e 19 da CF/88).........................................................................................................................23
Da União (Arts. 20 a 24 da CF/88).....................................................................................................................................................................................23
Dos Estados Federados (Arts. 25 a 28 da CF/88)........................................................................................................................................................23
Dos Municípios (Arts. 29 a 31 da CF/88)........................................................................................................................................................................23
Normas Constitucionais relativas à Administração Pública e ao Servidor Público (Arts. 37 a 41 da CF/88).......................................23
Princípios Constitucionais da Administração Pública (art. 37 da Constituição Federal)..............................................................................23
Princípios constitucionais de natureza ética: moralidade, impessoalidade, probidade, motivação e publicidade (Art. 37 da
Constituição Federal; Art. 77 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro)...................................................................................................37
Organização dos Poderes (Arts. 44 a 135 da CF/88).................................................................................................................................................41
Da Segurança Pública (Art. 144)........................................................................................................................................................................................41

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Atos administrativos: conceito; elementos; características; mérito do ato administrativo; formação e efeitos; classificação e
espécies; procedimento administrativo; extinção, invalidação e revogação dos atos administrativos.................................................01
Poderes e Deveres dos Administradores; uso e abuso de Poder. Poder Hierárquico e Poder Disciplinar. Poder de Polícia
Administrativa: conceito; competência; Poder de Polícia originário e delegado; fundamentos; finalidade; atuação da
administração; limites; características; legitimidade e sanções.............................................................................................................................07
Responsabilidade administrativa e criminal. Responsabilidade civil: direito brasileiro; aplicação da responsabilidade objetiva;
reparação do dano; direito de regresso..........................................................................................................................................................................12
Agentes Públicos: regimes jurídicos funcionais; servidores públicos; normas constitucionais específicas concernentes aos
servidores públicos; direitos e deveres dos servidores públicos responsabilidades dos servidores públicos; concurso público;
acessibilidade, estabilidade, remuneração e acumulação de cargos e funções; Poder Disciplinar Administrativo dos Servidores
Públicos.......................................................................................................................................................................................................................................14
Lei de Improbidade Administrativa - LIA (Lei Federal nº 8429, de 02 de junho de 1992)..........................................................................21

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


Código Penal Brasileiro (Decreto Lei n.º 2.848, de 07 de dezembro de 1940): Parte geral (art.1º a 120) - Normas penais relati-
vas ao servidor público - Dos crimes contra a Administração Pública: Dos crimes praticados por funcionário público contra a
Administração em geral (Arts. 312 a 327); Dos crimes praticados por particular contra a Administração em geral (Arts. 328 a
337- A); Dos Crimes contra as Finanças Públicas (Arts. 359-A a 359-H)...........................................................................................................01
Lei de Contravenções Penais (Decreto Lei n.º 3.688, de 03 de outubro de 1941).........................................................................................25
Lei dos Juizados Especiais Criminais (art. 60 e seguintes da Lei federal n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995).............................33
SUMÁRIO

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


(ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE-L. 8069/90)
Das Medidas de Proteção da Criança e do Adolescente (Arts. 98 a 101 )........................................................................................................01
Da Prática de Ato Infracional por da Criança e do Adolescente (Arts. 103 a 109).........................................................................................03
Das Garantias Processuais da Criança e do Adolescente (Arts. 110 e 111)......................................................................................................03
Das Medidas Sócioeducativas da Criança e do Adolescente (Arts. 112 a 128)...............................................................................................04
Dos Crimes e das Infrações Administrativas da Criança e do Adolescente (Arts. 225 a 258)....................................................................07

ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS


Lei n.º 13.022 , de 08 de agosto de 2014.......................................................................................................................................................................01

LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA


Lei nº 13.675 de 11 de junho de 2018 - SUSP (Sistema Único de Segurança Pública)................................................................................01
Código de Trânsito Brasileiro (Lei Federal n.º 9.503, de 23 de setembro de 1997).......................................................................................07

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Lei Orgânica do Município de Niterói, de 04 de abril de 1990.............................................................................................................................01
Estatuto dos servidores públicos de Niterói (Lei Municipal n.º 531, de 18 de janeiro de 1985)..............................................................02
Estatuto da Guarda Civil Municipal de Niterói (Lei Municipal n.º 2.838, de 30 de maio de 2011)..........................................................02
Plano de Carreira, Cargos e Remuneração dos servidores da Guarda Civil Municipal de Niterói (Lei Municipal n.º 3.076, de 27
de fevereiro de 2014).............................................................................................................................................................................................................03
Regime Adicional de Serviço (RAS) para profissionais da Guarda Civil Municipal de Niterói (Lei Municipal n.º 3.028, de 12 de
abril de 2013)............................................................................................................................................................................................................................05
Uso e comercialização de cerol e de linha chilena no Município de Niterói (Lei Municipal n.º 3.074, de 27 de janeiro de
2014).......................................................................................................................................................................................................................................06
Código Municipal Ambiental de Niterói (Lei Municipal n.º 2.602, de 14 de outubro de 2008)...............................................................07
Código de Posturas do Município de Niterói (Lei Municipal n.º 2.624, de 29 de dezembro de 2008)..................................................08
Rotinas para o controle de condutas que ocasionem perturbação do sossego e do bem-estar público por emissão de som de
qualquer natureza (Decreto Municipal n.º 11.542, de 09 de dezembro de 2013).........................................................................................09
Processo administrativo no âmbito da Guarda Civil Municipal de Niterói.......................................................................................................10

LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de texto contemporâneo.Modos de organização do discurso: descrição, narração, dissertação
argumentativa e dissertação expositiva..........................................................................................................................................................................01
Características da estrutura do parágrafo......................................................................................................................................................................04
Coesão e coerência textuais................................................................................................................................................................................................06
Emprego significativo dos diferentes recursos gramaticais no texto (níveis: fonológico, morfológico, sintático e semântico).. 08
Discurso direto, indireto e indireto livre.........................................................................................................................................................................08
SUMÁRIO

Língua falada e língua escrita: variação, correção e adequação...........................................................................................................................09


Distinção entre fonema e letra. Encontros vocálicos, encontros consonantais e dígrafos.Divisão silábica. .......................................09
Ortografia oficial: emprego de letras...............................................................................................................................................................................12
Acentuação gráfica e emprego de sinais diacríticos..................................................................................................................................................15
Normas de pontuação...........................................................................................................................................................................................................18
Classes de palavras: formas, flexões (nominais e verbais, regulares e irregulares) e emprego................................................................21
Estrutura e formação de palavras......................................................................................................................................................................................60
Semântica: denotação e conotação, polissemia, sinonímia, antonímia, homonímia e paronímia..........................................................62
Período simples e período composto. Relações de sentido entre orações e segmentos de texto. Processos sintáticos:
coordenação e subordinação.............................................................................................................................................................................................64
Concordância nominal e verbal.........................................................................................................................................................................................78
Regência nominal e verbal...................................................................................................................................................................................................84
Emprego do acento grave indicativo da crase.............................................................................................................................................................90

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA


Conceitos sobre informática, hardware e software. Sistemas operacionais Windows XP / Vista / 7 BR, Linux e software livre........ 01
Processador de texto (Word 2007/2010 BR e BrOffice.org e LibreOffice 3.x.x Writer) – Conceitos e uso dos recursos. Planilhas
eletrônicas (Excel 2007/2010 BR e BrOffice.org e Libreoffice 3.x.x Calc) – Conceitos e uso dos recursos.Editor de Apresentações
(PowerPoint 2007/2010 BR e BrOffice.org e LibreOffice 3.x.x Impress) – Conceitos e uso dos recursos.................................................15
Redes de computadores – Conceitos, equipamentos, transmissão de sinal, cabeamento, protocolos e redes sem fio................49
Conceitos, serviços e tecnologias na Internet e Intranet, web 2.0 e web 3.0. Navegador Internet (Internet Explorer 9 BR, Google
Chrome e Mozilla Firefox v13.0.1)- Conceitos e uso dos recursos, Conceitos e Ferramentas de busca e pesquisa na Web.
Conceitos sobre tecnologias e ferramentas de colaboração, de correio eletrônico e webmail, de grupos de discussão, de fóruns,
de wikis e redes sociais.........................................................................................................................................................................................................67
Segurança da Informação – Conceitos, aplicativos, proteção, ameaças e vulnerabilidades. Cópias de segurança (backup) e
antivírus.......................................................................................................................................................................................................................................80
Criptografia e assinatura digital.........................................................................................................................................................................................89
Conceitos sobre tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo, formatos de imagens e figuras........92

CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI


Histórico (da fundação da aldeia aos dias atuais)......................................................................................................................................................01
Formação administrativa (de 1691 aos dias atuais)...................................................................................................................................................05
Informações socioeconômicas: demografia e território; desenvolvimento do Município de Niterói; economia municipal - PIB;
estabelecimentos por porte e setor; potencial de consumo..................................................................................................................................04
Informações estatísticas:.......................................................................................................................................................................................................05
- da população (composição, características, densidade demográfica);...........................................................................................................05
- da prefeitura (Poder Executivo, estrutura organizacional, as secretarias municipais e autarquias);....................................................05
- da educação (Fundação Municipal de Educação, matrículas, docentes e registro escolar);...................................................................05
- do cadastro central de empresas;..................................................................................................................................................................................05
- do registro civil;.....................................................................................................................................................................................................................05
- das finanças públicas;.........................................................................................................................................................................................................05
- da frota;....................................................................................................................................................................................................................................05
- da morbidade hospitalar;..................................................................................................................................................................................................05
- da criminalidade...................................................................................................................................................................................................................05
ÍNDICE

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Princípios fundamentais da Constituição da República (Arts. 1º ao 4º da CF/88). .......................................................................................01
Direitos e Garantias Fundamentais: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; Direitos Sociais; Nacionalidade; Direitos Políticos
(Arts. 5° a 16 da CF/88). .......................................................................................................................................................................................................02
Da organização Político-Administrativa (Arts. 18 e 19 da CF/88). .......................................................................................................................23
Da União (Arts. 20 a 24 da CF/88)....................................................................................................................................................................................23
Dos Estados Federados (Arts. 25 a 28 da CF/88). ......................................................................................................................................................23
Dos Municípios (Arts. 29 a 31 da CF/88). ......................................................................................................................................................................23
Normas Constitucionais relativas à Administração Pública e ao Servidor Público (Arts. 37 a 41 da CF/88). .....................................23
Princípios Constitucionais da Administração Pública (art. 37 da Constituição Federal). ............................................................................23
Princípios constitucionais de natureza ética: moralidade, impessoalidade, probidade, motivação e publicidade (Art. 37 da
Constituição Federal; Art. 77 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro). .................................................................................................37
Organização dos Poderes (Arts. 44 a 135 da CF/88) ...............................................................................................................................................41.
Da Segurança Pública (Art. 144). ......................................................................................................................................................................................41
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA 3. Objetivos fundamentais da República Federativa
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (ARTS. 1º do Brasil
AO 4º DA CF/88). O art. 3º da CF prevê os objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil, que são as metas que o
Estado brasileiro se propõe a atingir. São elas:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
FIQUE ATENTO! Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Este tema é bastante cobrado nos concursos.
II – garantir o desenvolvimento nacional;
Recomenda-se a leitura dos arts. 1º a 4º da CF, já
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
que as questões, em sua grande maioria, cobram
desigualdades sociais e regionais;
a literalidade do texto constitucional.
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
1. Fundamentos da República Federativa do Brasil
Em seu art. 1º, a CF estabelece os fundamentos da 4. Princípios das relaçõs internacionais
República Federativa do Brasil, que são as bases, as regras O art. 4º da CF contempla os princípios orientadores das
fundamentais sob as quais está alicerçado o Estado relações internacionais do Estado brasileiro, nos seguintes
brasileiro, que são: a soberania, a cidadania, a dignidade termos:
da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas
iniciativa e o pluralismo político. O Parágrafo único do art. 1º relações internacionais pelos seguintes princípios:
da CF prevê, ainda, o princípio democrático, segundo o qual I – independência nacional;
todo poder emana do povo, que o exercerá diretamente, II – prevalência dos direitos humanos;
por meio dos chamados instrumentos da democracia III – autodeterminação dos povos;
participativa (ação popular, plebiscito, referendo e IV – não intervenção;
iniciativa popular das leis), e indiretamente, por meio de V – igualdade entre os Estados;
representantes eleitos para tanto (Presidente da República, VI – defesa da paz;
Prefeitos, Governadores de Estados e parlamentares). A VII – solução pacífica dos conflitos;
CF adotou, portanto, o sistema híbrido de democracia VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
participativa, que reúne a democracia direta e a democracia IX – cooperação entre os povos para o progresso da
indireta ou representativa. humanidade;
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela X – concessão de asilo político.
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis- Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
trito Federal, constitui-se em Estado Democrático de a integração econômica, política, social e cultural dos povos
Direito e tem como fundamentos: da América Latina, visando à formação de uma comunidade
I – a soberania; latino-americana de nações.
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; EXERCÍCIO COMENTADO
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o 1. (PC-SC – Agente de Polícia Civil– Nível Médio – FE-
exerce por meio de representantes eleitos ou direta- PESE – 2017)
mente, nos termos desta Constituição. Com base na Constituição Federal, a República Federati-
va do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
2. Separação dos poderes e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
A Constituição de 1988 adotou a teoria da tripartição Democrático de Direito e tem como fundamentos:
das funções estatais, idealizada por Montesquieu, que, 1. a autonomia.
por sua vez, se inspirou em lições de Aristóteles e de John 2. a cidadania.
Locke. Assim, em seu art. 2º, a CF estabelece que são 3. a dignidade da pessoa humana.
poderes harmônicos e independentes entre si o Executivo, 4. o pluralismo político.
o Legislativo e o Judiciário: “Art. 2º São Poderes da União, Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas cor-
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o retas.
Executivo e o Judiciário.”. O princípio da separação dos
poderes é uma das cláusulas pétreas da CF, não podendo a) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
ser retirado (abolido) do seu texto por meio de emenda b) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
constitucional (art. 60, §4º, III, da CF). c) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.

1
Resposta: Letra D - Segundo o art. 1º da CF, são funda- Resposta: Letra A - Esta questão cobrou a literalidade
mentos da República Federativa do Brasil: a soberania, a do art. 3º da CF, estando as alternativas b e c erradas em
cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores so- razão da troca de uma palavra e a d porque traz um prin-
ciais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. cípio das relações internacionais da República Federativa
do Brasil, e não um objetivo.
2. (TRE-TO – Técnico Judiciário – Nível Médio – CESPE –
2017)
Em determinado seminário sobre os rumos jurídicos e políti- DIREITOS E GARANTIAS
cos do Oriente Médio, dois professores debateram intensa- FUNDAMENTAIS: DIREITOS E DEVERES
mente sobre a atual situação política da Síria. Hugo, profes- INDIVIDUAIS E COLETIVOS; DIREITOS
sor de relações internacionais, defendeu que o Brasil deveria SOCIAIS; NACIONALIDADE; DIREITOS
realizar uma intervenção militar com fins humanitários. José, POLÍTICOS (ARTS. 5° A 16 DA CF/88).
professor de direito constitucional, argumentou que essa
ação não seria possível conforme os princípios constitucio-
nais que regem as relações internacionais da República Fe- Antes de ingressarmos no estudo da temática
derativa do Brasil. Nessa situação hipotética, com base na proposta pelo edital, importante justificar o motivo pelo
Constituição Federal de 1988 (CF), qual os tópicos foram unificados. Cumpre destacar que a
Constituição Federal trata os direitos individuais e coletivos
a) Hugo está correto, pois a intervenção humanitária é um dentro do capítulo I do Título II chamado de “Dos Direitos e
dos princípios constitucionais que rege as relações inter- garantias fundamentais”. Portanto, didaticamente se torna
nacionais do Brasil. indispensável a unificação de tais temas.
b) José está correto, pois a não intervenção e a solução pací-
fica dos conflitos são princípios constitucionais que orien-
tam as relações internacionais do Brasil. #FicaDica
c) Hugo está errado, pois a defesa da paz e dos direitos hu-
O presente estudo tem por finalidade a análise
manos não são princípios constitucionais que regem as
pormenorizada de todos os incisos previstos no
relações internacionais do Brasil.
art. 5º da Constituição Federal; referido artigo
d) Hugo está correto, pois a dignidade da pessoa humana é
elenca os direitos e os deveres individuais e co-
um dos fundamentos constitucionais do estado brasileiro letivos, assegurando-os a todos que estejam em
e uma das causas que autorizam a intervenção militar do território nacional, seja brasileiro nato, naturaliza-
Brasil em outros Estados soberanos. do ou mesmo estrangeiro por motivos diversos.
e) José está errado, pois a declaração de guerra é ato político Cada inciso receberá o comentário pertinente.
discricionário e unilateral do presidente da República, não
estando sujeito a limites jurídicos.

Resposta: Letra B - Segundo o art. 4º da CF, são princí- Título II


pios das relações internacionais da República Federativa Dos direitos e garantias fundamentais
do Brasil: a independência nacional; a prevalência dos di- Capítulo I
reitos humanos; a autodeterminação dos povos; a não in- Dos direitos e deveres individuais e coletivos
tervenção; a igualdade entre os Estados; a defesa da paz;
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

a solução pacífica dos conflitos; o repúdio ao terrorismo e Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
ao racismo; a cooperação entre os povos para o progres- de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
so da humanidade e a concessão de asilo político. aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
3. (MPE-RN – Técnico do Ministério Público Estadual – propriedade, nos termos seguintes:
Nível Médio – COMPERVE – 2017) I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
Os objetivos fundamentais da república brasileira são metas ções, nos termos desta Constituição;
que o Estado deve promover com força vinculante e ime- II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
diata, servindo como norte a ser seguido em toda e qual- alguma coisa senão em virtude de lei;
quer atividade estatal. Nessa acepção, a Constituição Federal III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
aponta, expressamente, como objetivo fundamental a pro- mento desumano ou degradante;
moção: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
dado o anonimato;
a) do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
e cor. agravo, além da indenização por dano material, moral
b) de uma sociedade livre, justa e solidária com repúdio ao ou à imagem;
racismo e ao terrorismo. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
c) da erradicação da miséria e da marginalização e da redu- sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
ção da desigualdade nacional. e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
d) da autodeterminação dos povos e dos direitos humanos. culto e a suas liturgias;

2
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida-
assistência religiosa nas entidades civis e militares de de competente poderá usar de propriedade particu-
internação coletiva; lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de houver dano;
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter- de penhora para pagamento de débitos decorrentes
nativa, fixada em lei; de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís- meios de financiar o seu desenvolvimento;
tica, científica e de comunicação, independentemente XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utili-
de censura ou licença; zação, publicação ou reprodução de suas obras, trans-
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a inde- XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
nização pelo dano material ou moral decorrente de sua a) a proteção às participações individuais em obras
violação; coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela inclusive nas atividades desportivas;
podendo penetrar sem consentimento do morador, sal- b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô-
vo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para pres- mico das obras que criarem ou de que participarem
tar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; aos criadores, aos intérpretes e às respectivas repre-
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co- sentações sindicais e associativas;
municações telegráficas, de dados e das comunicações XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus-
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, triais privilégio temporário para sua utilização, bem
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins como proteção às criações industriais, à propriedade
de investigação criminal ou instrução processual penal; das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
profissão, atendidas as qualificações profissionais que
volvimento tecnológico e econômico do País;
a lei estabelecer;
XXX - é garantido o direito de herança;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
País será regulada pela lei brasileira em benefício do
exercício profissional;
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
XV - é livre a locomoção no território nacional em tem-
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus ;
po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
do consumidor;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
em locais abertos ao público, independentemente de XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos pú-
autorização, desde que não frustrem outra reunião blicos informações de seu interesse particular, ou de
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


vedada a de caráter paramilitar; sociedade e do Estado;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
cooperativas independem de autorização, sendo veda- do pagamento de taxas:
da a interferência estatal em seu funcionamento; a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci- b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito para defesa de direitos e esclarecimento de situações
em julgado; de interesse pessoal;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi-
permanecer associado; ciário lesão ou ameaça a direito;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
autorizadas, têm legitimidade para representar seus fi- jurídico perfeito e a coisa julgada;
liados judicial ou extrajudicialmente; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXII - é garantido o direito de propriedade; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a or-
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; ganização que lhe der a lei, assegurados:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa- a) a plenitude de defesa;
propriação por necessidade ou utilidade pública, ou b) o sigilo das votações;
por interesse social, mediante justa e prévia indeniza- c) a soberania dos veredictos;
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta d) a competência para o julgamento dos crimes dolo-
Constituição; sos contra a vida;

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XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
nem pena sem prévia cominação legal; por meios ilícitos;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória em julgado de sentença penal condenatória;
dos direitos e liberdades fundamentais; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
da lei; pública, se esta não for intentada no prazo legal;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce- LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico processuais quando a defesa da intimidade ou o inte-
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e resse social o exigirem;
os definidos como crimes hediondos, por eles respon- LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
dendo os mandantes, os executores e os que, podendo por ordem escrita e fundamentada de autoridade ju-
evitá-los, se omitirem; diciária competente, salvo nos casos de transgressão
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
ordem constitucional e o Estado democrático; encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, competente e à família do preso ou à pessoa por ele
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação indicada;
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, esten- LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
didas aos sucessores e contra eles executadas, até o quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
limite do valor do patrimônio transferido; assistência da família e de advogado;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adota- LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon-
rá, entre outras, as seguintes: sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
a) privação ou restrição da liberdade; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
b) perda de bens; autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela manti-
c) multa;
do quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
d) prestação social alternativa;
sem fiança;
e) suspensão ou interdição de direitos;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
XLVII - não haverá penas:
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescu-
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
sável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
termos do art. 84, XIX;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
b) de caráter perpétuo; guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
c) de trabalhos forçados; ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegali-
d) de banimento; dade ou abuso de poder;
e) cruéis; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro-
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos dis- teger direito líquido e certo, não amparado por habeas
tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o corpus ou habeas data , quando o responsável pela ile-
sexo do apenado; galidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
física e moral; do poder público;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im-
que possam permanecer com seus filhos durante o pe- petrado por:
ríodo de amamentação; a) partido político com representação no Congresso
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natu- Nacional;
ralizado, em caso de crime comum, praticado antes da b) organização sindical, entidade de classe ou asso-
naturalização, ou de comprovado envolvimento em ciação legalmente constituída e em funcionamento há
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
da lei; membros ou associados;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
crime político ou de opinião; que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
pela autoridade competente; prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus à cidadania;
bens sem o devido processo legal; LXXII - conceder-se-á habeas data :
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra- a) para assegurar o conhecimento de informações re-
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con- lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
traditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ou bancos de dados de entidades governamentais ou
ela inerentes; de caráter público;

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b) para a retificação de dados, quando não se prefira Regra geral: indivíduos têm primeiro direitos, depois
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; deveres e os direitos que o Estado tem sobre o indivíduo
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor estão ordenados de modo a melhor cuidar de seus cida-
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô- dãos. É a demonstração clara do pacto social firmado en-
nio público ou de entidade de que o Estado participe, tre os indivíduos e o Estado – é a cessão de parte de suas
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao liberdades, entregando-as ao Estado de modo que este,
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo em contrapartida, devolva algo que seja positivo – como,
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus por exemplo, proíbe-se (exceto as possibilidade previstas
da sucumbência; na lei) da autotutela (exercício da autodefesa) entregando
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e essa função ao Estado para que este exerça a tutela da se-
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recur- gurança do indivíduo.
sos; Geração de Direitos Fundamentais
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro ju- - 1ª Geração de direitos: são postulados de abstenção
diciário, assim como o que ficar preso além do tempo dos governantes se obrigando a não intervir na vida
fixado na sentença; pessoal de cada indivíduo. Indispensável a todos os
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po- homens. Como por exemplo, direito a vida, ou seja,
bres, na forma da lei: salvo em situações específicas, o Estado não privará
a) o registro civil de nascimento; o indivíduo de seguir sua vida.
b) a certidão de óbito; Característica: universal; não ocasiona desigualdade so-
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e ha- cial. Ex: liberdade,
beas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao - 2ª Geração de direitos: surge com a necessidade do
exercício da cidadania. povo de não apenas ter liberdade, mas outros direi-
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, tos que o conduzem a exercer a liberdade, seguir sua
são assegurados a razoável duração do processo e os vida, com dignidade. São os valores sociais variados,
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. importando intervenção ativa do Estado na vida eco-
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fun- nômica com o viés de proporcionar justiça social.
damentais têm aplicação imediata. Característica: Liberdade real e igual para todos. Ex:
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui- igualdade – saúde, educação, trabalho entre outros. São
ção não excluem outros decorrentes do regime e dos chamados de direitos sociais não por serem direitos da co-
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio- letividade, mas por alusão ao termo justiça social. Os titu-
nais em que a República Federativa do Brasil seja parte. lares são os próprios indivíduos singularizados, apesar dos
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre di- mesmos poderem se voltar a coletividade.
reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do - 3ª Geração de direitos: direitos de titularidade difusa.
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
Proteção do homem em sua forma coletiva, grupos,
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
não mais individualmente.
às emendas constitucionais.
Característica: proteção do homem em grupos. Ex: di-
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
reito ao meio ambiente equilibrado, direito a paz.
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Conclusão

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Histórico
A visão dos direitos fundamentais em termos de ge-
rações indica a evolução desses direitos no tempo. Cada
- Direitos Fundamentais
Normas obrigatórias: os direitos fundamentais não são direito de cada geração interage com os das outras e, nesse
sempre os mesmos em todas as épocas. Porém devem processo, dá-se à compreensão.
constar obrigatoriamente em textos constitucionais consi-
derados democráticos; constando referidos direitos podem Características dos direitos fundamentais
anuir que aquela constituição está alicerçada nos pilares da
democracia. - Universais e absolutos
Dignidade humana: foi impulsionada pelo cristianismo, A questão da universalidade: direito previsto para todo
uma vez que segundo essa religião o homem era feito a homem, ainda que nem todo homem o exerça.
imagem e semelhança de Deus. Sendo assim, ganhou uma Absoluto: os direitos fundamentais não são absolutos,
proteção especial no texto da Constituição. Importante apesar de gozarem de prioridade absoluta sobre qualquer
lembrar que falar em dignidade humana é falar em garantir outro direito.
o direito do indivíduo ter direitos – iguais entre seres hu-
manos. - Historicidade
Positivação dos direitos fundamentais: Bill of Rights, De- Os direitos fundamentais são um conjunto de facul-
claração da Virgínia, Declaração Francesa. Tais documentos dades e instituições que somente faz sentido num deter-
trataram de positivar direitos que naturalmente são ineren- minado contexto histórico. A história permite entender a
tes ao homem. existência de cada um dos direitos.

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A história explica que os direitos possam ser apregoa- de leis que definam crimes e sanções) e – direito à
dos em certa época, desaparecendo em outras, ou se mo- propriedade (propriedade particular, privada, desde
dificam no tempo. Verifica-se, portanto, a evolução dos que atendida sua função social).
direitos fundamentais. O direito à vida pressupõe a negativa do Estado de
promover qualquer ato que ofenda a integridade física
- Inalienabilidade e Indisponibilidade ou moral do indivíduo; por esta razão, proíbe-se a tortura
Inalienável: o titular do direito não pode impossibilitar o ou qualquer exposição vexatória. Também não permite
exercício para si mesmo. Encontra fundamento no valor da que a vida chegue ao fim se não pelas causas naturais –
dignidade humana. A indisponibilidade gera nulidade de caso venha ocorrer, o Estado oferece sanções àquele que
qualquer disposição contratual feita. promoveu o encurtamento da vida humana.
Podem, tais direitos, terem seu exercício. Ex.: manifesta- No que tange a liberdade, pode o indivíduo fazer tudo
ção religiosa em templo religioso diverso do seu. aquilo que a lei não proíbe, tem a faculdade de decidir os
- Direitos humanos são direitos postulados em bases rumos de sua própria vida. Por esta razão sua liberdade de
jusnaturalistas, contam índole filosófica e não pos- locomoção é amplamente protegida; dentro do conceito
suem como característica básica a positivação numa de liberdade se enquadra o direito a manifestação de toda
ordem jurídica particular. espécie: religiosa, de pensamento, de associação, ou seja,
- Direitos Fundamentais: é reservada aos direitos rela- a todos é conferido o direito de expor seus pensamentos e
cionados com posições básicas das pessoas, inscritos suas escolhas. Neste ponto é importante demonstrar que
em diplomas normativos de cada Estado. São direitos essa liberdade de expressão não pode ocasionar danos a
que vigem numa ordem jurídica concreta, sendo, por outrem de modo que se assim o fizer, estará praticando
isso, garantidos e limitados no espaço e no tempo. ato contra terceiros e por isso poderá ser responsabilizado.
- Vinculação dos Poderes Públicos A igualdade também é dos pilares dos direitos
fundamentais. Por conta desse princípio a lei deve conferir
O fato de os direitos fundamentais estarem previstos tratamento igualitário para todos; assim, não se permite
na Constituição torna-os parâmetros de organização e de qualquer espécie de distinção da lei, além de vedar toda
limitação dos poderes constituídos. A constitucionalização espécie de discriminação.
A segurança é outro importante direito fundamental,
dos direitos fundamentais impede que sejam considerados
pois compreende não apenas aquela que visa a proteção
meras autolimitações dos poderes constituídos - dos Pode-
patrimonial (seja ele material ou mesmo imaterial), mas
res Executivo, Legislativo e Judiciário -, passíveis de serem
também a segurança jurídica. Deste modo, todo cidadão
alteradas ou suprimidas ao talante destes.
deve ter conhecimento das leis que regem o país para que
não “sejam mais pegos de surpresa”.
- Aplicabilidade imediata
Por fim, o direito à propriedade abarca o último
As normas que definem direitos fundamentais são nor- grupo dos direitos fundamentais. A CF/88 confere a todo
mas de caráter preceptivo, e não meramente programáti- cidadão o direito à propriedade privada, particular. Porém,
co. Explicita-se, além disso, que os direitos fundamentais se importante que aquele que detenha a propriedade se
fundam na Constituição, e não na lei - com o que se deixa atente para a função social que a mesmo carrega.
claro que é a lei que deve mover-se no âmbito dos direitos
fundamentais, não o contrário. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
A Constituição brasileira de 1988 filiou-se a essa ções, nos termos desta Constituição;
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

tendência, conforme se lê no §1º do art. 5º do Texto, em que Neste inciso está insculpido o princípio da isonomia,
se diz que “as normas definidoras dos direitos e garantias que é exatamente o tratamento igualitário, para todos,
fundamentais têm aplicação imediata”. O texto se refere vedada qualquer forma de discriminação – modalidade
aos direitos fundamentais em geral, não se restringindo de preceito universal. Segundo a Declaração Universal dos
apenas aos direitos individuais. direitos do homem, “todos os seres humanos nascem livres
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção e iguais em dignidade e direitos.
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, alguma coisa senão em virtude de lei;
nos termos seguintes: Eis o princípio da legalidade. Referido princípio limita
O caput do art. 5º é talvez um dos mais importantes toda forma de arbitrariedade; evidente que o convívio em
artigos do texto constitucional, para não dizer o principal sociedade pressupõe o aceite de determinadas regras de
artigo da constituição federal. Esse artigo nos elenca cinco convívio. Porém, tais regras derivam de autoridade com
grupos de direitos que são amplamente protegidos pela competência para tanto que agem de maneira impessoal
nossa lei maior. A saber: e geral.
- Direito à vida (integridade física e moral), - direito à
liberdade (manutenção de qualquer forma de mani- III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamen-
festação do indivíduo), - direito à igualdade (o tra- to desumano ou degradante;
tamento da lei é conferido igualmente para todos), Entende-se por tortura qualquer forma de castigo
- direito à segurança (direito de todos – necessidade corpóreo agressivo, violento, que utilize de qualquer

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instrumento mecânico ou psicológico levando aquele lembrar que a prática religiosa amparada pela CF/88 não
que está sendo torturado praticar ato que não o faria pode se confundir com aquelas práticas consideradas
se estivesse em condições normais. A tortura é crime ilegais para o direito brasileiro, como por exemplo aquelas
inafiançável e insuscetível de fiança. que leva a necessidade de sacrifício humano. Neste caso,
sendo considerado crime o encurtamento da vida, não será
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo veda- amparado o sacrifício pela liberdade religiosa.
do o anonimato;
É a liberdade conferida ao indivíduo para que o mesmo IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
possa expressar de qualquer forma o que pensa a respeito científica e de comunicação, independentemente de
de religião, política, ciência ou qualquer outro instituto. censura ou licença;
Importante lembrar que essa liberdade de manifestação Este inciso é autoexplicativo. No que tange a liberdade
está condicionada ao não anonimato; deste modo, todos de expressão é importante destacar alguns institutos
podem se manifestar sendo porém vedada a manifestação legislativos que conferem regulamentação ao tema, como
anônima. por exemplo, a lei de imprensa (Lei 5.250/67), Lei de Direitos
Também importante lembrar que a liberdade de autorais (Lei 9.610/98) entre outras.
manifestação protegida pela CF/88 não protege a prática de
crimes sob a argúcia da liberdade. Qualquer manifestação X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
ofensiva a terceiros que fira sua honra, imagem ou e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in-
integridade poderá ser punida pela lei. denização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
agravo, além da indenização por dano material, mo- podendo penetrar sem consentimento do morador,
ral ou à imagem; salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
A CF/88 assegura o direito de resposta proporcional para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi-
ao agravo. Assim, aquele que causar prejuízo a outrem nação judicial;
tem assegurado para si o direito a indenização por dano XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co-
material ou moral. O prejuízo a que se refere o inciso V pode municações telegráficas, de dados e das comunica-
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
patrimonial ou não. Prejuízo de ordem não patrimonial é
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabe-
aquele causado por pessoa (física ou jurídica) que ofenda
lecer para fins de investigação criminal ou instrução
liberdade, honra, família ou profissão de determinado
processual penal;
indivíduo.
É inviolável tudo aquilo que não pode ser entregue ao
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
público, que merece ser preservado. Sempre que violada
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religio-
a honra, a imagem, a vida privada, sem consentimento do
sos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais indivíduo, a este caberá indenização pelo dano material
de culto e a suas liturgias; ou moral pelo ato cometido. No que tange ao domicílio,
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de este poderá ser violado a qualquer horário sempre que
assistência religiosa nas entidades civis e militares de caso de flagrante delito ou desastre, ou ainda no caso de
internação coletiva; determinação judicial, neste último caso apenas durante o
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de dia (06h00 as 18h00).

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


crença religiosa ou de convicção filosófica ou polí- Das formas de comunicação, sejam elas por
tica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação correspondência, comunicação telegráfica ou telefônica,
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir presta- somente a última, por determinação judicial, poderá ser
ção alternativa, fixada em lei; parcialmente quebrada, com prazo de duração.

Assegurada a plena liberdade de consciência, ofertando XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
a lei de proteção aos locais de culto e suas liturgias. Esse profissão, atendidas as qualificações profissionais
inciso compreende três formas de liberdade: crença, culto que a lei estabelecer;
e organização religiosa. A possibilidade de escolher qual Toda atividade profissional exercida espontaneamente
religião seguir, ou mesmo não seguir nenhuma religião pelo indivíduo é respeitada pela CF/88, inclusive aquelas
está amparada pela liberdade de crença. Porém, importante não classificadas para efeito de registro em carteira de
destacar que a liberdade de escolher sua própria religião trabalho. Assim, em se tratando de atividade lícita poderá
não pode servir de amparo ao embaraçamento daquele o indivíduo exercê-la livremente.
que pretende praticar outra religião.
A assistência religiosa é assegurada a quem dela queira XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
fazer uso; logo, não será ofertada assistência religiosa sem resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
a anuência do interessado. exercício profissional;
Por fim, sob o tópico “religião”, importante fazer Tem esse inciso a função de afastar o indivíduo da
menção ao direito de professar ou não qualquer religião censura; permite-se a liberdade de expressão do indivíduo
inclusive exercer suas práticas, com cultos. Importante desde que não venha a ferir direitos de outrem.

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XV - é livre a locomoção no território nacional em tem-
po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos #FicaDica
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens; Cumpridos tais requisitos, poderá a associação
É a possibilidade conferida em tempos de paz a todos funcionar sem, inclusive, sofrer qualquer
os indivíduos de circular livremente no território nacional interferência do Estado; no entanto, por meio
de decisão judicial transitada em julgada poderá
sem qualquer limitação, nos termos da lei.
ser dissolvida a associação ou ter suas atividades
suspensas. Além das associações também
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
possíveis as cooperativas com objetivos diferentes
em locais abertos ao público, independentemente
das associações.
de autorização, desde que não frustrem outra reu-
nião anteriormente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente; XXII - é garantido o direito de propriedade;
O direito de reunião vem estampado no art. 5º como XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
modalidade de direito fundamental para demonstrar XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
a força da democracia. Por conta desse direito, todos priação por necessidade ou utilidade pública, ou por
podem reunir-se em local público com finalidades diversas, interesse social, mediante justa e prévia indenização
independentemente de autorização. É necessário, no em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
entanto, que aqueles que desejam se reunir comuniquem Constituição;
autoridade competente, especialmente para não ferir XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
direitos daqueles que previamente se decidiram pela competente poderá usar de propriedade particular,
reunião em local da vontade de ambos. Assim, desde assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
que pacificamente, sem armas, indivíduos podem se houver dano;
reunir em locais públicos, necessitando apenas informar XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
as autoridades. Não é necessário autorização do poder lei, desde que trabalhada pela família, não será obje-
público, mas apenas sua comunicação. to de penhora para pagamento de débitos decorren-
tes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, os meios de financiar o seu desenvolvimento;
vedada a de caráter paramilitar; Os incisos acima compõem o grupo dos direitos
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de individuais e coletivos voltados à propriedade. A CF/88
cooperativas independem de autorização, sendo ve- confere a todos o direito de propriedade, ter para si
dada a interferência estatal em seu funcionamento; propriedade particular (privada); no entanto, o uso deve
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente atender a função daquela propriedade. Assim, por exemplo,
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por de- determinada propriedade rural deve atender sua finalidade,
cisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trân- qual seja, produção de riqueza por meio do agronegócio
sito em julgado; (seja para o próprio sustento ou comércio com terceiros).
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a Não exercendo sua função social, a propriedade poderá
permanecer associado; ser destacada do patrimônio daquele indivíduo. Em
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XXI - as entidades associativas, quando expressamente outras palavras, a propriedade urbana exerce sua função
autorizadas, têm legitimidade para representar seus social quando atende às exigências fundamentais de
filiados judicial ou extrajudicialmente; organização da cidade expressas em seu plano diretor; já a
Referidos incisos tratam da questão da associação. propriedade rural exercerá sua função social quando fizer o
Em primeiro, a associação é livre, não podendo ninguém aproveitamento correto dos recursos naturais, preservando
ser compelido a associar-se se assim não desejar. As o meio ambiente e protegendo relações de trabalho e
associações poderão ser criadas para fins lícitos; de exploração que favoreçam o bem estar dos proprietários e
forma alguma será autorizado funcionar associações com dos trabalhadores.
objetivos paramilitares (corporações privadas de nacionais
ou também de estrangeiros normalmente aparelhados por #FicaDica
uniformes e armamentos militares sem contudo pertencer
aos quadros das forças armadas). O direito à propriedade também poderá ser
relativizado quando o Estado necessitar de
determinada propriedade, bem ou serviços
prestados por particular, mediante indenização.
A CF/88 autoriza o poder público a se utilizar
da propriedade particular na iminência ou na
ocorrência de alguma situação que ofereça perigo
à coletividade.

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Importante também explicar que a necessidade pública XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
ocorre sempre que o Estado se coloca diante de uma informações de seu interesse particular, ou de inte-
situação extremamente urgente que não pode ser adiada. resse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-
A utilidade pública é quando impõe ao Poder Público a zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
possibilidade de propor o uso de determinado bem em aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
contrapartida a oferta de alguma serviço que seja útil para da sociedade e do Estado;
a coletividade. Por fim, tem interesse social aquilo que XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
venha a trazer melhorias as classes menos privilegiadas. do pagamento de taxas:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de uti- a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa
lização, publicação ou reprodução de suas obras, de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: para defesa de direitos e esclarecimento de situações
a) a proteção às participações individuais em obras co- de interesse pessoal;
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, Essência da democracia, ao cidadão cabível a proteção
inclusive nas atividades desportivas; do seu direito de manter-se informado de tudo aquilo
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômi- que envolve tanto o Estado como seu próprio nome. Ato
co das obras que criarem ou de que participarem aos contínuo, protege-se também o direito de petição ao
criadores, aos intérpretes e às respectivas represen- indivíduo; assim, todo aquele que pretender buscar pela
tações sindicais e associativas; tutela jurisdicional do Estado ou mesmo acessar legislativo
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- e executivo, terá assegurado seu direito de petição.
triais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judici-
das marcas, aos nomes de empresas e a outros sig- ário lesão ou ameaça a direito;
nos distintivos, tendo em vista o interesse social e o XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
desenvolvimento tecnológico e econômico do País; jurídico perfeito e a coisa julgada;
Esse conjunto de incisos trata dos direitos autorais; são XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
os frutos a serem colhidos por aqueles que desenvolvem O Brasil adota uma jurisdição. Assim, não serão tolerados
trabalho intelectual. Referidos direitos versam sobre o tribunais de exceção ou o exercício de juízes ad-hoc,
ineditismo da obra; importante lembrar que os sucessores voltados a julgar um ou outro caso. Marco da democracia,
do autor permanecerão recebendo a título universal os onde a lei vale para todos e todos devem cumpri-la. Uma
louros da obra daquele que sucedeu. lei nova não pode prejudicar direitos já conquistados
A marca também é protegida em todo território nacional pelo indivíduo sob pena de ferir o pacto social firmado
e o seu uso exclusivo a quem dela fez o registro; esse tema entre o indivíduo e o Estado – aceitando mudanças sem
consta inserido na seara do direito empresarial, em especial previsão legal estar-se-ia referendando arbitrariedades
no código de propriedade industrial. – é o chamado princípio da irretroatividade. Vale lembrar
que, em se tratando de retroação benéfica da lei, nenhum
XXX - é garantido o direito de herança; obstáculo se imporá. Portanto, uma crime praticado cuja
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no pena seja alta passe por um abrandamento dessa pena
por nova lei, aquilo punido nos moldes da lei antiga será

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não beneficiado pela novel legislação.
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
Entende-se por herança a totalidade dos bens móveis XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a orga-
e imóveis deixados por aquele que veio a falecer, também nização que lhe der a lei, assegurados:
chamado de de cujus. Aquele que vier a suceder o falecido a) a plenitude de defesa;
poderá aceitar a herança, renunciá-la ou mesmo imitir-se b) o sigilo das votações;
na posse. c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa contra a vida;
do consumidor; O júri é o formato mais antigo de tribunal. Compostos
Enquadra-se no conceito de consumidor a coletividade por pessoas comuns, chamados de jurados, formam o
de pessoas, ainda que não seja possível determiná-las, que conselho de sentença, cuja função principal é opinar pela
tenham participado de uma relação de consumo composta culpa ou não do indivíduo que praticou um crime doloso
por fornecedor e consumidor. contra a vida. Serão escolhidos 07, dentre 21 pessoas
No Brasil, as relações de consumo são disciplinadas pelo a comporem o conselho de sentença. Aos jurados é
Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, além de assegurado o sigilo das votações e ao réu a plenitude de
outras cuja matéria é mais específica como leis relacionadas defesa; ao júri, como um todo, assegurado a soberania do
a crimes contra ordem tributária, ordem econômica, entre veredicto. O tribunal do júri funcionará sempre que houver
outras. um crime doloso contra a vida.

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XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem trabalho forçado, cruéis ou de banimento. Inserido no sistema
pena sem prévia cominação legal; prisional, ao indivíduo assegurado respeito a sua integridade
Também chamado de princípio da legalidade. Por este física e moral. Para as mulheres, tratativa diferenciada em perío-
princípio o indivíduo só poderá responder criminalmente por dos de amamentação, podendo ficar com seu filho.
alguma conduta por ele praticado se esta conduta houver sido
considerada crime antes de sua prática. Ou seja, a conduta LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturaliza-
definida como crime deve ser anterior a sua prática. do, em caso de crime comum, praticado antes da natu-
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; ralização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
direitos e liberdades fundamentais; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por cri-
A exceção ao princípio da irretroatividade, anteriormente me político ou de opinião;
explicado, é exatamente com relação ao benefício para LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
o réu. pela autoridade competente;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e Os incisos acima compõem a proteção do direito à
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos nacionalidade. Ao brasileiro nato (aquele que nasceu em
da lei; território brasileiro – respeitada exceção em que os genitores,
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis estrangeiros, estão a serviço de seu país – ou aquele tem
de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito por seus genitores algum, ou ambos, brasileiros) não será
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os de- autorizada a extradição. Portanto, o brasileiro nato não será
finidos como crimes hediondos, por eles respondendo extraditado em hipótese alguma. O naturalizado, em regra
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá- não será extraditado; salvo se houver praticado crime comum
-los, se omitirem; antes de sua naturalização ou comprovado envolvimento em
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem Outra vedação à extradição é aquela solicitada em razão
constitucional e o Estado democrático; de estrangeiro ter praticado crime político ou de opinião
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, em seu país de origem. Por defendermos a liberdade de
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
manifestação, seja ela qual for, asseguramos também ao
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendi-
estrangeiro esse direito.
das aos sucessores e contra eles executadas, até o limi-
te do valor do patrimônio transferido;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
sem o devido processo legal;
entre outras, as seguintes:
Este inciso revela em simples palavras que ninguém
a) privação ou restrição da liberdade;
pode “ser pego de surpresa”, que “as regras do jogo” devem
b) perda de bens;
ser cumpridas. Logo, tanto a privação da liberdade como
c) multa;
d) prestação social alternativa; a privação de bens deve observar o cumprimento de um
e) suspensão ou interdição de direitos; processo judicial e o esgotamento das formas de defesa.
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos ter- LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

mos do art. 84, XIX; e aos acusados em geral são assegurados o contradi-
b) de caráter perpétuo; tório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
c) de trabalhos forçados; inerentes;
d) de banimento; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
e) cruéis; meios ilícitos;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos dis- LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o julgado de sentença penal condenatória;
sexo do apenado; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a iden-
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade tificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
física e moral; Rol de incisos que estipulam regras aos processos judiciais
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que ou administrativos. Princípios de extrema importância, o
possam permanecer com seus filhos durante o período contraditório e a ampla defesa derivam do princípio da
de amamentação; legalidade. Assim, ao indivíduo garantido o direito de se
Rol de incisos relacionados a seara do direito penal e direito defender e ofertar contestação a tudo quanto a ele estiver
processual penal. As penas no Brasil são definidas pela CF/88; sendo alegado.
assim, possível apenas as penas de privação ou restrição da li- LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação públi-
berdade, perda de bens, multa, prestação alternativa e suspen- ca, se esta não for intentada no prazo legal;
são parcial ou temporária de direitos. Toda pena diferente des- LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos pro-
tas não será autorizada pela legislação infraconstitucional em cessuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
especial aquelas que levem a morte, tortura, caráter perpétuo, social o exigirem;

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Cabe ao Ministério Público o exercício das ações penais b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-
públicas. No entanto, a lei faculta ao indivíduo, nas hipóteses -lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
previstas em lei, a possibilidade do próprio indivíduo intentar LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
a ação. Em regra, todos os atos são públicos, resguardada a ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
defesa da intimidade e do interesse social do indivíduo. nio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou da sucumbência;
crime propriamente militar, definidos em lei; Este rol de incisos apresentam os remédios constitucionais.
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encon- São eles, habeas corpus, habeas data, mandado de segurança,
tre serão comunicados imediatamente ao juiz compe- mandado de injunção e ação popular, cada qual disciplinado
tente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; por lei específica.
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
assistência da família e de advogado; gratuita aos que comprovarem insuficiência de recur-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis sos;
por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciá-
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela au- rio, assim como o que ficar preso além do tempo fixado
toridade judiciária; na sentença;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres,
a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; na forma da lei:
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do res- a) o registro civil de nascimento;
ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável b) a certidão de óbito;
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas
Rol de incisos que garante direitos àqueles que estiverem data , e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
presos. Em regra, o indivíduo somente será preso por da cidadania.
determinação judicial ou em caso de flagrante delito. Aquele LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
que vier a ser preso indicará alguém de sua família ou são assegurados a razoável duração do processo e os
qualquer outro sobre a prisão. Além da assistência da família e meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
de advogado, terá o preso direito de permanecer em silêncio. § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias funda-
mentais têm aplicação imediata.
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou co- não excluem outros decorrentes do regime e dos prin-
ação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade cípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
ou abuso de poder; em que a República Federativa do Brasil seja parte.
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para prote- § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direi-
ger direito líquido e certo, não amparado por habeas tos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
corpus ou habeas data , quando o responsável pela ile- Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
galidade ou abuso de poder for autoridade pública ou dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições às emendas constitucionais.
do poder público; § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal In-
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impe- ternacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
trado por: Regras gerais a respeito dos direitos fundamentais.
a) partido político com representação no Congresso Na-
cional; Dos direitos sociais
b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
ção legalmente constituída e em funcionamento há Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimen-
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus tação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segu-
membros ou associados; rança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que infância, a assistência aos desamparados, na forma des-
a falta de norma regulamentadora torne inviável o ta Constituição. (Artigo com redação dada pela Emenda
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das Constitucional nº 90, de 2015)
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
à cidadania; além de outros que visem à melhoria de sua condição
LXXII - conceder-se-á habeas data : social:
a) para assegurar o conhecimento de informações relati- I - relação de emprego protegida contra despedida ar-
vas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple-
bancos de dados de entidades governamentais ou de mentar, que preverá indenização compensatória, dentre
caráter público; outros direitos;

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II - seguro-desemprego, em caso de desemprego invo- XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações
luntário; de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para
III - fundo de garantia do tempo de serviço; os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, anos após a extinção do contrato de trabalho;
capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às a) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de
de sua família com moradia, alimentação, educação, saú- 2000)
de, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, b) (Alínea revogada pela Emenda Constitucional nº 28, de
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aqui- 2000)
sitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
do trabalho; idade, cor ou estado civil;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em con- XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a
venção ou acordo coletivo; salário e critérios de admissão do trabalhador portador
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
de deficiência;
que percebem remuneração variável;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, téc-
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração in-
nico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
tegral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diur- XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insa-
no; lubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a me-
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime nores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
sua retenção dolosa; a partir de quatorze anos;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
da empresa, conforme definido em lei; Parágrafo único. São assegurados à categoria dos traba-
XII - salário-família pago em razão do dependente do tra- lhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV,
balhador de baixa renda nos termos da lei; VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições esta-
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compen- belecidas em lei e observada a simplificação do cumpri-
sação de horários e a redução da jornada, mediante acor- mento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
do ou convenção coletiva de trabalho; decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades,
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação co- como a sua integração à previdência social. (Parágrafo
letiva; único com redação dada pela Emenda Constitucional nº
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 72, de 2013)
domingos; Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, obser-
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no vado o seguinte:
mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
um terço a mais do que o salário normal; competente, vedadas ao poder público a interferência e a
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

intervenção na organização sindical;


salário, com a duração de cento e vinte dias; II - é vedada a criação de mais de uma organização sindi-
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
cal, em qualquer grau, representativa de categoria profis-
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, median-
sional ou econômica, na mesma base territorial, que será
te incentivos específicos, nos termos da lei;
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessa-
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo
dos, não podendo ser inferior à área de um Município;
no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
de normas de saúde, higiene e segurança; coletivos ou individuais da categoria, inclusive em ques-
XXIII - adicional de remuneração para as atividades peno- tões judiciais ou administrativas;
sas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se
XXIV - aposentadoria; tratando de categoria profissional, será descontada em
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o folha, para custeio do sistema confederativo da represen-
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré- tação sindical respectiva, independentemente da contri-
-escolas; buição prevista em lei;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coleti- V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filia-
vos de trabalho; do a sindicato;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas nego-
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do ciações coletivas de trabalho;
empregador, sem excluir a indenização a que este está VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; nas organizações sindicais;

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VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a Educação – direito de todos / dever do Estado e da família:
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Ver art.
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até 205 a 214.
um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta - Educação de baixa qualidade = reflexos políticos negati-
grave nos termos da lei. vos. Ex: referendo / plesbicito.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se
à organização de sindicatos rurais e de colônias de pes- Saúde – direito de todos / dever do Estado: redução do
cadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. risco de doenças e acesso universal aos serviços de saúde.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos Ver art. 196
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo - SUS – Art. 200: atendimento integral, com prioridade
e sobre os interesses que devam por meio dele defen- para atividades preventivas.
der. - Judicialização do direito a saúde. (problemas de gestão)
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiá- Alimentação – Comissão de Direitos Humanos da ONU
veis da comunidade. (1993). EC 64/2010. Direito a alimentação adequada, ou seja,
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às inerente a dignidade da pessoa humana e indispensável.
penas da lei. Trabalho – instrumento para assegurar uma existência
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e digna. Governo, política econômica não recessiva,
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em possibilitando a busca por empregos.
que seus interesses profissionais ou previdenciários se- Moradia - promover programas de construção de moradias
jam objeto de discussão e deliberação. e melhoria das condições habitacionais e de saneamento
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos emprega- básico. Princípios: intimidade, privacidade, inviolabilidade de
dos, é assegurada a eleição de um representante destes domicílio.
com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendi-
mento direto com os empregadores. Impenhorabilidade do bem de família
Regra geral: impenhorabilidade.
Direitos sociais em espécie (11 espécies): os direitos Exceções: fiador em contrato de aluguel, devedor de
sociais “disciplinam situações subjetivas pessoais ou grupais IPTU, pagamento de débitos trabalhistas aos trabalhadores
de caráter concreto”. Tratam-se de prestações positivas do domésticos do imóvel. E imóvel de maior valor?
Estado a serem implementadas, no sentido de possibilitar Lazer – função urbanística do Estado. O lazer interfere nas
busca por melhores condições de vida. São irrenunciáveis. condições de trabalho e de vida do ser humano.
Ao contrário dos direitos individuais que se apresentam pelo Segurança: também presente no artigo 5. Porém, lá com
“não fazer” do Estado, no que tange aos direitos sociais, as características de garantia individual. Já como social, volta-
estes demandam o “agir” do Estado. se a segurança pública.
Rol de direitos sociais Previdência social: direitos relacionados com a seguridade
- Art. 6 social. Erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as
- Art. 7 a 11 desigualdades sociais e promover o bem de todos.
- Art. 193 a 232 (Da ordem Social) Proteção a maternidade e a infância: dois aspectos:
Cláusula pétrea? Art. 60 §4 IV Direito previdenciário: assistência pelo afastamento,

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Destinatários dos direitos sociais: todos os indivíduos, desoneração do empregador.
especialmente os hipossuficientes. Aqueles que necessitam Direito assistencial: estatuto da juventude.
da ação positiva do Estado. Assistência aos desamparados: ver art. 203 V – LOAS.
Modalidades do artigo 6º (círculo virtuoso) (rol Garantir o sustento, provisório ou permanente, dos que
exemplificativo) não têm condições para tanto. Não significa estabelecer
5 - Educação boas condições de vida, mas condições suficientes para
2 – Saúde (art. 196 a 200) manutenção de sua dignidade.
3 - Alimentação Transporte: transporte público tem influência direta em
7 - Trabalho outros aspectos da vida dos cidadãos. Ex: evasão escolar;
4 - moradia trabalho; bem estar.
11 - Lazer
10 - Segurança
9 - Previdência Social
1 - Proteção a maternidade e a infância
8 - Assistência aos desamparados (art. 194 e 195)
6 - Transportes

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Direitos relativos aos trabalhadores

Quem é empregado? Pessoa física presta serviços de natureza não eventual para um empregador mediante salário. Como
se identificar um contrato de trabalho? Caráter personalíssimo, subordinação, remuneração e permanência de vínculo.
Art. 7 cabível para empregado urbano ou rural que preencha as características acima.
Direitos das relações individuais de trabalho (exemplos)
- Proteção contra dispensa arbitrária, sem justa causa.
- Seguro desemprego
- Fundo de garantia
- Salário mínimo fixado em lei.
- Piso salarial
- 13 Salário
- remuneração trabalho noturno
- repouso semanal
- Férias
- Licença gestante
Atenção para o Art. 7 parágrafo único: empregado doméstico.
Direitos das relações coletivas
- direito de associação profissional ou sindical;
Vedado impedir a criação
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Liberdade de ser associado ou não


Possibilidade de cobranças para custos
Vedação de dispensa de empregado sindicalizado
- direito de greve;
Cabe aos empregados decidir o momento oportuno e a pauta de reinvindicações. Alguns serviços são considerados
essenciais, necessários. Nesse caso, a lei definirá que tipo de serviço será considerado essencial.
- direito de substituição processual;
Legitimidade dos sindicatos para a representação dos empregados sindicalizados.
- direito de participação;
Participação de trabalhadores em colegiados de órgãos públicos em assuntos de interesse da categoria.
- direito de representação classista.
Empresas com mais de 200 empregados podem eleger um representante para estabelecer diálogo com empregadores.

Capítulo III
Da nacionalidade

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país;

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b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de de deveres. Referida associação - entre indivíduo e Estado
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço é que determina e permite a identificação dos sujeitos
da República Federativa do Brasil; que compõe a dimensão pessoal do Estado, um dos
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de seus elementos constitutivos básicos”. Trata-se de direito
mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição previsto no artigo 15 da Declaração Universal dos Direitos
brasileira competente ou venham a residir na República do Homem.
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois - Elementos do Estado: território, soberania e povo.
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; - Vínculo político e social: nacionalidade. (obs:
II - naturalizados: nacionalidade ≠ nação).
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade Modalidades de aquisição da nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua - Primária: nascimento do indivíduo.
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e - Secundário: obtida voluntariamente pelo indivíduo –
idoneidade moral; Ex: casamento.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes Critérios para determinar nacionalidade
na República Federativa do Brasil há mais de quinze - Jus soli: indivíduo nascido em território específico.
anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que - jus sanguinis: prioriza laços familiares, filiação.
requeiram a nacionalidade brasileira. Apátridas: conhecidos por serem aqueles que não
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no detêm pátria por não se enquadrarem no critério previsto
País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, para aquisição da nacionalidade. Os poliapátridas são
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os aqueles que preenchem tanto os critérios para aquisição
casos previstos nesta Constituição. de nacionalidade do Estado que nasceu como no Estado
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre de origem dos pais.
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
nesta Constituição. Exemplo: nascido em território estrangeiro que adota
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
com exclusividade o critério jus sanguinis; ou ainda pelo
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
cancelamento da naturalização cujo país não admite dupla
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
naturalização. Atualmente os países adotam critérios
III - de Presidente do Senado Federal;
mistos.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
1) Espécies de nacionalidade
VI - de oficial das Forças Armadas;
- Originária: é aquela que se adquire pela ocorrência
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
do fato natural (nascimento). Trata-se de um meio
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que: involuntário.
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença - Secundária: trata-se, normalmente, de ato voluntário.
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse A naturalização decorre da vontade do interessado de
nacional; compor o povo de um Estado específico.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela Hipóteses de aquisição

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


lei estrangeira; - Originária
b) de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro,
como condição para permanência em seu território ou para
o exercício de direitos civis;
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da
República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão ter símbolos próprios.

Direitos de nacionalidade
Introdução
Conceitos importantes: segundo Nathália Masson,
entende-se por nacionalidade o “vínculo jurídico-político
que liga o indivíduo a um determinado Estado, comando-o
um componente do povo, o que o capacita a exigir a
proteção estatal, a fruição de prerrogativas ínsitas à
condição de nacional, bem como o sujeita ao cumprimento

15
- Critério jus soli
Trata-se de critério territorial. Será considerado nato o indivíduo nascido em território nacional; independe da
nacionalidade de seus ascendentes. O que faz parte do território nacional?
Território nacional: - Terras delineadas pelos limites geográficos do país
- rios, baías, golfos, ilhas, bem como o espaço aéreo e o mar territorial;
Atenção! Extensão ficcional:
É o ato de reconhecer como parte do território nacional os navios e as aeronaves públicos (ou requisitados) brasileiros,
onde quer que se encontrem, assim como os navios privados brasileiros em alto mar, as aeronaves privadas brasileiras em
voo sobre o alto mar e as embarcações privadas estrangeiras em mar (ou espaço aéreo) brasileiro.
Obs: se o nascido for filho de estrangeiros a serviço do seu país de origem, não haverá o reconhecimento da nacionalidade.
Ex: casal de suíços a serviço da Suíça (o mesmo não se pode falar daqueles a serviço de empresa privada ou outro país)
concebem seu filho em solo brasileiro – o filho, ainda que nascido em território no Brasil não será brasileiro. No exemplo
acima, caso um dos genitores seja brasileiro, o fato do outro cônjuge estar a serviço de seu país, será o nascido brasileiro.
- Critério jus sanguinis
Trata-se de uma espécie de mitigação do critério territorial com a finalidade de se evitar a existência de apátridas.
Oportuno registrar que esse critério não se resume sozinho. Sempre dependerá da conjugação com alguns elementos:
- Critério funcional: um dos pais brasileiros (ou ambos) a serviço do Brasil. Ex: nascido em território estrangeiro, filho de
um dos pais (ou ambos) brasileiro, estando este a serviço do país. Mesmo não nascendo em território brasileiro, será
considerado brasileiro nat.

- Registro em repartição brasileira: criança nascida no estrangeiro, filho de brasileiro (ou ambos), com registro de
nascimento feito em repartição brasileira competente, como por exemplo, embaixada ou consulado. Em tempo, esse direito
foi suprimido e posteriormente reinserido no texto em 2007.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

- Opção após maioridade: nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe (ou ambos) brasileiro, resolve residir, após a
maioridade, no Brasil. Esta poderá fazer a opção de se registrar como brasileira.

- Secundária
- Tácita: países com número de nacionais inferior ao desejado; caso não declare o estrangeiro sua intenção de permanecer
estrangeiro, automaticamente se torna nacional daquele país. (não aceito no Brasil).
- Expressa (duas formas: ordinária / extraordinária).
Ordinária
- Estatuto do Estrangeiro:
Residência permanente por mais de 04 anos
Capacidade Civil

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Domínio da língua VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta
Exercício da profissão e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Pre-
Bons procedimentos sidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal
Boa saúde. e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com
- Países de língua Portuguesa: mandato de três anos, vedada a recondução.
Residência permanente por no mínimo 01 ano 3º) Extradição (brasileiro nato não pode ser extraditado).
Demais condições apontadas acima. No que tange ao naturalizado, a CF/88 permitiu a extradição
- Radicação precoce: do naturalizado em duas situações).
Vem residir no Brasil antes de completar 05 anos. - Crime comum antes da naturalização.
Necessário requerimento de naturalização - Envolvimento comprovado com o tráfico ilícito de
Prazo: 02 anos a partir da maioridade (18 anos). entorpecentes ou drogas afins.
- Conclusão ensino superior: 4º) Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão
Estrangeiros vindo a residir no país antes da maioridade; sonora e de sons e imagens.
Conclusão ensino superior instituição nacional; - Privativo de brasileiros natos ou naturalizados há mais
Requisição nacionalidade até 01 ano formado. de 10 anos.
- Procedimento
Tem natureza administrativa uma vez que todo o 3) Perda do Direito de Nacionalidade
procedimento ocorre no Ministério da Justiça até decisão Previsão: art. 12 §4º CF/88
final do Presidente da República; a entrega, porém, é feita Hipóteses:
pela Justiça Federal. Trata-se de ato ex nunc. - Cancelamento por sentença judicial (atividade nociva
Extraordinária ao interesse nacional:
- Quinze anos de residência ininterrupta Ordem pública ou segurança nacional) Chamada de
- Ausência de condenação penal perda-punição.
- Requerimento de naturalização. - Aquisição voluntária de nova nacionalidade (perda
mudança). Vale tanto para natos como naturalizados.

4) Quase naturalização
Segundo Nathália Masson, “o texto constitucional, se
houver reciprocidade em favor de brasileiros residentes em
Portugal, os portugueses que aqui residam terão tratamento
jurídico similar ao dispensado ao brasileiro naturalizado,
sem precisarem, para isso, de se submeterem a qualquer
procedimento de naturalização. Como a reciprocidade
existe, os portugueses residentes na República Federativa
do Brasil em caráter permanente poderão comparecer
ao Ministério da Justiça, munidos de documento que
comprove a nacionalidade portuguesa, a capacidade civil
2) Diferença de tratamento (natos e naturalizados)
e a admissão na República Federativa do Brasil em caráter
Vedação: nos termos do art. 5º, desdobrado no art.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


permanente, para requerer a quase nacionalidade”.
12§2º da Constituição Federal. Exceções:
1º) Cargos: Presidente da República e aqueles em sua Capítulo IV
linha de sucessão, além dos cargos responsáveis pela Dos direitos políticos
Segurança Nacional:
- Presidente da República e Vice-Presidente da Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
República, universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
- Presidente da Câmara dos Depurados, Presidente do para todos, e, nos termos da lei, mediante:
Senado Federal e Ministro do STF, I - plebiscito;
- Membro da carreira diplomática, II - referendo;
- Oficial das Forças Armadas e III - iniciativa popular.
- Ministro de Estado da Defesa. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
2º) Conselho da República: art. 89 VII (formação) I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
I - o Vice-Presidente da República; II - facultativos para:
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; a) os analfabetos;
III - o Presidente do Senado Federal; b) os maiores de setenta anos;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Deputados; § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangei-
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; ros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
VI - o Ministro da Justiça; os conscritos.

17
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: II - incapacidade civil absoluta;
I - a nacionalidade brasileira; III - condenação criminal transitada em julgado, en-
II - o pleno exercício dos direitos políticos; quanto durarem seus efeitos;
III - o alistamento eleitoral; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - a filiação partidária; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
VI - a idade mínima de: Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Trata-se de prerrogativa do direito de nacionalidade. É
Estado e do Distrito Federal; assegurado a determinado grupo de pessoas chamados
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado de cidadãos. São os meios pelos quais o povo exerce sua
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de soberania, ou seja, a soberania popular. É a exteriorização
paz; da vontade do povo na condução da coisa pública.
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de #FicaDica
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
Nacionalidade ≠ Cidadania: segundo José
houver sucedido ou substituído no curso dos manda-
Afonso da Silva, “a nacionalidade é o vínculo
tos poderão ser reeleitos para um único período sub-
ao território estatal por nascimento ou por
sequente.
naturalização, tem status político”; cidadania
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
“qualifica os participantes da vida do Estado, é
da República, os Governadores de Estado e do Distrito
atributo das pessoas integradas na sociedade
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
estatal, atributo político decorrente do direito
mandatos até seis meses antes do pleito.
de participar no governo e direito de ser
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titu-
ouvido pela representação política”.
lar, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do
E continua:
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substi-
“Cidadão, no direito brasileiro, é o indivíduo que seja
tuído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
titular dos direitos políticos de votar e ser votado e suas
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes consequências. Nacionalidade é o conceito mais amplo do
condições: que cidadania, e é pressuposto desta, uma vez que só o
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá titular da nacionalidade brasileiro poder ser cidadão”.
afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agrega- 1. Regime democrático
do pela autoridade superior e, se eleito, passará auto- - Democracia direta: exercício do poder diretamente
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

maticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. pelo povo, sem intermediários.


§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de - Democracia representativa: povo elege seus
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de representantes.
proteger a probidade administrativa, a moralidade - Democracia participativa: sistema híbrido; parte
para o exercício do mandato, considerada a vida pre- exercida diretamente pelo povo e parte pelos representantes
gressa do candidato, e a normalidade e legitimidade eleitos pelo povo.
das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
na administração direta ou indireta.
#FicaDica
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Modelo brasileiro: democracia participativa –
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da CF Art. 1º par. Único e Art. 14.
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em Democracia direta (institutos)
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da - Plesbicito, referendo, participação popular e ação po-
lei, se temerária ou de manifesta má-fé. pular.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja Plesbicito e referendo: ambos são formas de consulta
perda ou suspensão só se dará nos casos de: ao povo de matéria de extrema relevância (ex: siste-
I - cancelamento da naturalização por sentença transi- ma de governo; desarmamento). O que os difere é o
tada em julgado; momento em que essa consulta é feita.

18
- Plesbicito (consulta prévia): primeiro ocorre a consulta - Nacionalidade brasileira (excluídos os estrangeiros)
popular para só então ser tomada a decisão política. - Idade mínima de 16 anos
Ex: sistema de governo. Facultativo: entre 16 e 18 anos; acima de 70 anos.
- Referendo (consulta a posteriori): primeiro é tomada Obrigatório: entre 18 e 70 anos.
a decisão política para então ser levada a apreciação - Não ser conscrito (serviço militar obrigatório): o
do povo que poderá ratificar ou rejeitar. Ex: desarma- conscrito não poderá votar. E se por acaso o conscrito se
mento. engajar no serviço miltar permanente? São obrigados a se
- Iniciativa popular: apresentação de projeto de lei para alistarem como eleitores
a Câmara dos Deputados, subscrito por no mínimo - Soberania Popular: exercida pelo sufrágio universal e
1% do eleitorado brasileiro, distribuídos por no míni- pelo voto direto e secreto. É possível classificar a sobe-
mo 5 estados com não menos de 0,3% dos eleitores rania como: una, indivisível, inalienável e imprescritível.
de cada um deles. - Sufrágio: direito que o cidadão possui de participar
- Ação popular: Lei 4.717/65 da organização política estatal. É a permissão para
eleger e/ou ser eleito. Sufrágio universal: “quando se
outorga o direito de votar a todos os nacionais de
um país, sem restrições derivadas das condições de
#FicaDica nascimento, de fortuna e capacidade especial”.
Atenção! Uma vez proclamado o resultado do - Direito de voto e escrutínio: o voto é uma das formas
plesbicito ou do referendo, seria possível sua do exercício do sufrágio; é o instrumento pelo qual
alteração por meio de Emenda Constitucional ou se exterioriza sua vontade. Tem por características:
Lei? Não. Tais medidas seriam inconstitucionais. direto, secreto, Periódico e universal. No Brasil, tem
Logo, a democracia direta prevalece sobre a por característica ser personalíssimo e obrigatório. A
representativa. Sua mudança poderia ocorrer
apenas após nova consulta popular.
obrigatoriedade do voto é cláusula pétrea? Não, nos
termos do art. 60 §4º II.

Conceitos (Teoria Geral do Estado) #FicaDica


Cidadania: capacidade de possuir direitos políticos, votar Características do voto: direto, secreto, universal
e ser votado. e periódico.
Sufrágio: direito de votar e ser votado.
Voto: modo pelo qual se exerce o sufrágio.
Escrutínio: modo pelo qual se exercita o voto.
- Direto: o eleitor vota diretamente no candidato. Obs:
eleição indireta – possível. Vacância do cargo de pre-
2. Classificação dos Direitos Políticos sidente e vice presidente nos dois últimos anos de
Memorizar: mandato – eleição realizada pelo Congresso nacio-
nal.
- Secreto: veda-se a publicidade do voto. Votação parla-
mentar: aberta. O sigilo do voto deverá ser assegura-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


do e, adotadas as seguintes providências:
- Isolamento em cabine indevassável
- Verificação documental e sua autenticidade
- Urna que assegure a inviolabilidade.
- Universal: direcionada a qualquer cidadão, sem discri-
minação de natureza econômica, social, racial.
- Periódica: posto que o mandato é por prazo determi-
nado.
Eleitorado: conjunto de todos aqueles que detém o di-
reito ao sufrágio. A organização brasileira é da se-
2.1 Positivos (liberdade do cidadão participar ativamente guinte forma:
da vida pública) - Circunscrições eleitorais: nas eleições presidenciais a
Ativo: direito de votar, capacidade de ser eleitor, circunscrição será o país; nas eleições federais e esta-
alistabilidade. duais a circunscrição será o estado e nas municipais
Passivo: direito de ser votado, elegibilidade. o próprio município.
- Ativa (pressupostos para votar) – Palavra chave: alista- - Zonas eleitorais: unidades territoriais de natureza ju-
bilidade (capacidade de ser eleitor). risdicional sob a titularidade de um juiz de direito.
- Alistamento eleitoral: qualificação e inscrição da pes- - Seções eleitorais (de 300 a 400 eleitores)
soa como eleitor perante a Justiça Eleitoral (título de - Passiva (pressupostos para ser votado) – Palavra cha-
eleitor) ve: elegibilidade

19
Condições de elegibilidade (capacidade de ser eleito)
- Nacionalidade: brasileira
- Pleno exercício dos direitos políticos
- Alistamento eleitoral
- Domicílio eleitoral na circunscrição (onde for concorrer ao mandato)
- Filiação partidária
- Idade Mínima:
35 – Presidente, vice, senador.
30 – Governador e vice.
21 – Deputados estaduais e federais, prefeito e vice.
18 – Vereador.

#FicaDica

21 anos 30 anos 35 anos


18 anos
-Dep. Fed. - Governador - Pres. República/vice
- Vereador
-Dep. Est - Vice Governador - Senador
-Prefeito/Vice

2.2 Direitos Políticos Negativos


Podem ser definidas como as suspensões e/ou privações de direitos políticos. Atenção! Segundo Nathália Masson,
“importante, desde já, deixar firmado que a cassação dos direitos políticos, consistente na retirada arbitrária dos direitos,
engendrada por perseguições ideológicas, tão típicas dos períodos de hiato constitucional (antidemocráticos), é vedada
pela atual Constituição de 1988”.
- Inelegibilidade (Art. 14 §4º a 8º)
Absolutas: impedimento eleitoral para qualquer cargo eletivo, taxativamente previstas na CF/88.
- Inalistável: se não pode ser eleitor, não pode se eleger (estrangeiros e conscritos).
- Analfabeto: pode se alistar, mas não pode ser eleito.
- Relativas: impedimento eleitoral para algum cargo eletivo ou mandato, em função de situações em que se encontre o
cidadão candidato, previstas na CF/88 ou lei complementar.
- Em razão da função exercida:
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

- Referente ao mesmo cargo: - Chefes do executivo nas 03 esferas, não podem ser eleitos para um terceiro mandato.
(subsequente e sucessivo).
- Referente a outro cargo (desincompatibilização).
- Prefeito profissional: cumpre dois mandatos, transfere seu domicílio para concorrer ao terceiro. Impossibilidade tanto
para o próprio município como para diverso.
- Desincompatibilização: afastamento das funções por 06 meses para concorrer a outros cargos. Ex: é deputado, quer
concorrer para prefeito.
- Grau de parentesco.
- Cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau. (presidente, governador e prefeito).
- Conhecida como inelegibilidade reflexa, haja vista incidir sobre terceiros, isto é, “refletir” em indivíduos em razão do
parentesco, da afinidade ou da condição de cônjuge que possuem freme a um chefe do Poder Executivo.
- Candidato for militar.
- Menos de 10 anos de atividade: afastamento definitivo.
- Mais de 10 anos: afastamento temporário. Se eleito, inatividade.
- Outras inelegibilidades previstas pela LC 64/90
- Probidade administrativa
- Moralidade
- Normalidade e legitimidade das eleições.

20
3. Perda dos direitos políticos I - caráter nacional;
Definitiva. II - proibição de recebimento de recursos financeiros
- Cancelamento da naturalização de entidade ou governo estrangeiros ou de subordi-
- Recusa de cumprir obrigação imposta a maioria nação a estes;
- Perda da nacionalidade em razão de ter adquirido outra. III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
4. Suspensão dos direitos políticos § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
Temporária. para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
- Incapacidade civil absoluta sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
- Condenação criminal definitiva. permanentes e provisórios e sobre sua organização e
- Improbidade administrativa. funcionamento e para adotar os critérios de escolha e
- Exercício de direitos políticos em outro país. Pode vo- o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
tar em Portugal, suspende o direito de votar no Brasil. vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candida-
#FicaDica turas em âmbito nacional, estadual, distrital ou muni-
Não existe “cassação” de direitos políticos. cipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
Ou poderá ocorrer a perda ou mesmo a disciplina e fidelidade partidária. (Parágrafo com reda-
suspensão. O termo cassação pressupõe ato ção dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
unilateral em contraditório e ampla defesa, § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personali-
ferindo os alicerces da democracia. dade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus es-
tatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidá-
rio e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da
5. Das Eleições
lei, os partidos políticos que alternativamente: (“Caput”
Segundo José Afonso da Silva, “as eleições são
do parágrafo com redação dada pela Emenda Consti-
procedimentos técnicos para a designação de pessoas para
tucional nº 97, de 2017)
um cargo (outras maneiras de designação são a sucessão, a
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputa-
cooptação, a nomeação, a aclamação) ou para a formação
dos, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
de assembleias. Eleger significa, geralmente, expressar uma
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
preferência entre alternativas, realizar um ato formal de
decisão”. Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
Reeleição: “possibilidade que a Constituição reconhece ao votos válidos em cada uma delas; ou (Inciso acrescido
titular de um mandato eletivo de pleitear sua própria eleição pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
para um mandato sucessivo ao que está desempenhando”. II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Fe-
derais distribuídos em pelo menos um terço das unida-
des da Federação. (Inciso acrescido pela Emenda Cons-
titucional nº 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os re-
quisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato,
a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa
Majoritário: “a representação, em dado território, cabe ao filiação considerada para fins de distribuição dos recur-
candidato ou candidatos que obtiveram a maioria (absoluta/ sos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tem-
relativa) dos votos. O Brasil consagra o sistema majoritário por po de rádio e de televisão. (Parágrafo acrescido pela
maioria absoluta (com dois turnos se preciso) para a eleição Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
de Presidenta e Vice-Presidente da República, de Governador
e Vice-governador de estado e de Prefeito e Vice-Prefeito Instrumento indispensável no regime democrático por
municipal e por maioria relativa para a eleição de Senadores”. ser responsável pela organização da vontade popular na
Proporcional: utilizado para as eleições de deputados busca de realização de projetos comuns. Vale lembrar que
federais, estaduais e para vereadores. o exercício da cidadania não se faz exclusivamente através
de partidos políticos; no entanto, o exercício desse mister
Capítulo v quando estivermos diante da elegibilidade, a filiação
Dos partidos políticos partidária se torna obrigatória – requisito indispensável.
Atualmente o Brasil tem 35 partidos políticos registrados
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção no Tribunal Superior Eleitoral, sendo o PMDB o partido mais
de partidos políticos, resguardados a soberania nacio- antigo, registrado em 30/06/1981, seguido neste mesmo
nal, o regime democrático, o pluripartidarismo, os di- ano pelos Partidos PTB (03/11/81) e PDT (10/11/1981) e
reitos fundamentais da pessoa humana e observados o partido político mais jovem é o PMB (Partido da Mulher
os seguintes preceitos: Brasileira) registrado em 29/09/2015.

21
Conceito
A Professora Nathália Masson, destaca em sua obra EXERCÍCIO COMENTADO
conceito de Georg Jellinek, segundo o qual os partidos
políticos podem ser definidos como “grupos políticos
1) Aplicada em: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª RE-
formados sob a influência de convicções comuns voltadas
GIÃO Prova: Técnico Judiciário - Segurança e Transporte.
para cercos fins políticos, que se esforçam para realizar”.
Considerando o que dispõe a Constituição Federal de
Em regra, esses grupos têm por base concepções políticas
1988 (CF) sobre direitos humanos, julgue o item que se se-
ou interesses políticos comuns.
gue. Desde que não frustrem outra reunião anteriormen-
A lei 9.096/95, também chamada de “Lei dos Partidos
te convocada para o mesmo local, todos podem reunir-se
Políticos” também tratou de conceituar os partidos
em locais abertos ao público, independentemente de au-
políticos no Brasil. Nos termos do art. 1º desta lei, “o
torização, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-
competente.
se a assegurar, no interesse do regime democrático, a
autenticidade do sistema representativo e a defender os ( ) Certo ( ) Errado
direitos fundamentais definidos na Constituição Federal”.
Natureza Jurídica Resposta: Certo - Trata-se de direito fundamental pre-
Pessoa Jurídica de Direito Privado. Sua organização está visto no art. 5º XVI que aborda o direito de reunião.
prevista no texto da Constituição Federal, lhes assegurando Todos podem se reunir pacificamente, sem armas, em
autonomia, liberdade de criação, fusão, incorporação locais públicos; não necessitam de autorização do poder
e extinção, além de resguardar a soberania nacional, o público, mas sim a sua comunicação para evitar frustrar
regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos outra reunião já previamente agendada.
fundamentais. Essa pessoa jurídica deve ser registrada em
Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas e os estatutos do 2) Aplicada em: 2017Banca: CESPEÓrgão: TCE-PE Prova:
partido registrados no TSE. Analista de Gestão – Julgamento.
- Requisitos a serem observados quando de sua criação Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deve-
- Caráter Nacional: evitar partidos com projetos res individuais e coletivos, julgue o item a seguir.
regionais ou mesmo municipais. A liberdade para o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
- Critério: 0,5% dos votos válidos nas últimas eleições profissão está condicionada ao atendimento das qualifica-
para a Câmara dos Deputados, distribuídos no mínimo ções profissionais estabelecidas por lei, mas nem todos os
entre 1/3 dos estados-membros (9 estados) e, em cada ofícios ou profissões, para serem exercidos, estarão sujeitos
estado, 1/10 dos eleitores daquele estado. à existência de lei.
- Proibição de recebimento de recursos financeiros de
entidades ou governos estrangeiros ou de subordinação ( ) Certo ( ) Errado
Vedado receber qualquer recurso de entidade ou
governo estrangeiro, pois o aceite poderia tornar o partido Resposta: Certo - A constituição coloca no art. 5º XIII
subordinado a estes apoiadores. É uma forma indireta de que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
também proteger a soberania nacional. profissão; porém, algumas profissões podem ser regula-
- Prestação de constas à Justiça Eleitoral mentadas por lei infraconstitucional. É o caso, por exem-
Com o propósito de afastar o abuso do poder econômico, plo, do exercício da advocacia que além da conclusão do
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

tudo aquilo que for recebido deve ser apresentado em bacharelado em direito, necessário aprovação no exame
forma de prestação de contas para a justiça eleitoral. Esta da OAB.
prestação vem disciplinada pela lei 9.504/97 em seus arts.
17 a 27. 3) Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Pro-
Características dos Partidos Políticos va: Investigador de Polícia.
Autonomia: o Estado evitará intervir em qualquer Entre os direitos sociais previstos pela Constituição Federal
partido político, posto que os mesmos possuem liberdade de 1988 (CF) inclui-se o direito à
para definir sua estrutura, organização e funcionamento.
Por esta razão as coligações eleitorais são possíveis. a) amamentação aos filhos de presidiárias.
Fidelidade Partidária: sua não observância acarreta b) moradia.
a perda do mandato de Deputado Federal e de Senador c) propriedade.
se estes trocarem de partido sem justa causa. Sobre a d) gratuidade do registro civil de nascimento.
fidelidade partidária, importante consignar que: e) assistência jurídica e integral gratuita.
- a vaga do titular do mandato parlamentar pertence à
coligação e não ao partido político. Resposta: Letra B - Nos termos do art. 6º são direitos
- Reconhecida a justa causa, afastamento da perda do sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
mandato eletivo. moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistên-
cia aos desamparados, na forma desta Constituição.

22
4) Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Prova:
Agente de Inteligência.
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
Julgue o item seguinte, relativo ao direito de nacionalidade.
ADMINISTRATIVA (ARTS. 18 E 19 DA
Filho de brasileiros nascido no estrangeiro que opte pela
nacionalidade brasileira não poderá ser extraditado, uma CF/88). DA UNIÃO (ARTS. 20 A 24 DA
vez que os efeitos dessa opção são plenos e têm eficácia CF/88). DOS ESTADOS FEDERADOS
retroativa. (ARTS. 25 A 28 DA CF/88). DOS
MUNICÍPIOS (ARTS. 29 A 31 DA CF/88).
( ) Certo ( ) Errado NORMAS CONSTITUCIONAIS RELATIVAS
À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AO
Resposta: Certo - Brasileiro nato não poderá ser extradi- SERVIDOR PÚBLICO (ARTS. 37 A 41 DA
tado, salvo se vier a perder, nos casos previsto na Consti- CF/88). PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
tuição Federal, a sua nacionalidade. O naturalizado tam- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART. 37
bém não será extraditado, exceto se pratica comprovada
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL).
de crime comum antes de sua naturalização ou tráfico
ilícito de drogas e entorpecentes.

5) Aplicada em: 2017Banca: CESPE Órgão: TRE-TO Pro- Título III


va: Analista Judiciário - Área Administrativa. Da organização do estado
A perda ou a suspensão dos direitos políticos do eleitor Capítulo I
ocorrerá se: Da organização político-administrativa

a) sua naturalização for cancelada por sentença transitada Art. 18. A organização político-administrativa da Repúbli-
em julgado. ca Federativa do Brasil compreende a União, os Estados,
b) for-lhe imposta condenação criminal, ainda que seja o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
passível de recurso. termos desta Constituição.
c) ele completar setenta anos de idade. § 1º Brasília é a Capital Federal.
d) ele completar oitenta anos de idade. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
e) sobrevier-lhe, por qualquer motivo, incapacidade civil transformação em Estado ou reintegração ao Estado de
relativa. origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou forma-
Resposta: Letra A - Nos termos do art. 15 é vedada a
rem novos Estados ou Territórios Federais, mediante apro-
cassação de direitos políticos, mecanismo característico
vação da população diretamente interessada, através de
de períodos de regimes ditatoriais, desvinculados da de- plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
mocracia. No entanto, possível a suspensão ou a perda § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembra-
nas seguintes hipóteses: mento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro
I - cancelamento da naturalização por sentença transita- do período determinado por Lei Complementar Federal,
da em julgado; e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
II - incapacidade civil absoluta; populações dos Municípios envolvidos, após divulgação

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


III - condenação criminal transitada em julgado, enquan- dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e pu-
to durarem seus efeitos; blicados na forma da lei.
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; e aos Municípios:
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
seus representantes relações de dependência ou aliança, res-
salvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Capítulo II
Da união

Art. 20. São bens da União:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a
ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fron-
teiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei;

23
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em cações, nos termos da lei, que disporá sobre a organi-
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um zação dos serviços, a criação de um órgão regulador e
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se es- outros aspectos institucionais;
tendam a território estrangeiro ou dele provenham, XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; concessão ou permissão:
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e ima-
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas gens;
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham b) os serviços e instalações de energia elétrica e o
a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas aproveitamento energético dos cursos de água, em
ao serviço público e a unidade ambiental federal, e articulação com os Estados onde se situam os poten-
as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda ciais hidroenergéticos;
Constitucional nº 46, de 2005) c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura
V - os recursos naturais da plataforma continental e da aeroportuária;
zona econômica exclusiva; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
VI - o mar territorial; entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; transponham os limites de Estado ou Território;
VIII - os potenciais de energia hidráulica; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; internacional de passageiros;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar- f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
queológicos e pré-históricos; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis-
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Defensoria Pública dos Territórios;
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia mili-
da administração direta da União, participação no re- tar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
sultado da exploração de petróleo ou gás natural, de bem como prestar assistência financeira ao Distrito Fe-
recursos hídricos para fins de geração de energia elé- deral para a execução de serviços públicos, por meio
trica e de outros recursos minerais no respectivo ter- de fundo próprio;
ritório, plataforma continental, mar territorial ou zona XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatís-
econômica exclusiva, ou compensação financeira por tica, geografia, geologia e cartografia de âmbito na-
essa exploração. cional;
§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada diversões públicas e de programas de rádio e televi-
como faixa de fronteira, é considerada fundamental são;
para defesa do território nacional, e sua ocupação e XVII - conceder anistia;
utilização serão reguladas em lei. XVIII - planejar e promover a defesa permanente con-
Art. 21. Compete à União: tra as calamidades públicas, especialmente as secas e
I - manter relações com Estados estrangeiros e partici- as inundações;
par de organizações internacionais; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

II - declarar a guerra e celebrar a paz; recursos hídricos e definir critérios de outorga de di-
III - assegurar a defesa nacional; reitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desen-
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, volvimento urbano, inclusive habitação, saneamento
que forças estrangeiras transitem pelo território nacio- básico e transportes urbanos;
nal ou nele permaneçam temporariamente; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a nacional de viação;
intervenção federal; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero-
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de portuária e de fronteiras;
material bélico; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
VII - emitir moeda; qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscali- pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamen-
zar as operações de natureza financeira, especialmen- to, a industrialização e o comércio de minérios nuclea-
te as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as res e seus derivados, atendidos os seguintes princípios
de seguros e de previdência privada; e condições:
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais a) toda atividade nuclear em território nacional so-
de ordenação do território e de desenvolvimento eco- mente será admitida para fins pacíficos e mediante
nômico e social; aprovação do Congresso Nacional;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comer-
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, cialização e a utilização de radioisótopos para a pes-
concessão ou permissão, os serviços de telecomuni- quisa e usos médicos, agrícolas e industriais;

24
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produ- XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
ção, comercialização e utilização de radioisótopos de marítima, defesa civil e mobilização nacional;
meia-vida igual ou inferior a duas horas; XXIX - propaganda comercial.
d) a responsabilidade civil por danos nucleares inde- Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
pende da existência de culpa; Estados a legislar sobre questões específicas das maté-
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do tra- rias relacionadas neste artigo.
balho; Art. 23. É competência comum da União, dos Estados,
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercí- do Distrito Federal e dos Municípios:
cio da atividade de garimpagem, em forma associativa. I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das insti-
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: tuições democráticas e conservar o patrimônio público;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; garantia das pessoas portadoras de deficiência;
II - desapropriação; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de
III - requisições civis e militares, em caso de iminente valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
perigo e em tempo de guerra; paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracteriza-
radiodifusão; ção de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
V - serviço postal; artístico ou cultural;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à edu-
dos metais; cação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de
de valores; 2015)
VIII - comércio exterior e interestadual; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição
IX - diretrizes da política nacional de transportes; em qualquer de suas formas;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, ma- VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
rítima, aérea e aeroespacial;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
XI - trânsito e transporte;
abastecimento alimentar;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e meta-
IX - promover programas de construção de moradias
lurgia;
e a melhoria das condições habitacionais e de sanea-
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
mento básico;
XIV - populações indígenas;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de mar-
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e ex-
ginalização, promovendo a integração social dos seto-
pulsão de estrangeiros;
res desfavorecidos;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e
condições para o exercício de profissões; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Públi- minerais em seus territórios;
ca dos Territórios, bem como organização administra- XII - estabelecer e implantar política de educação para
tiva destes; a segurança do trânsito.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de ge- Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas
ologia nacionais; para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
poupança popular; desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
XX - sistemas de consórcios e sorteios; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Fe-
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material deral legislar concorrentemente sobre:
bélico, garantias, convocação e mobilização das polí- I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômi-
cias militares e corpos de bombeiros militares; co e urbanístico;
XXII - competência da polícia federal e das polícias ro- II - orçamento;
doviária e ferroviária federais; III - juntas comerciais;
XXIII - seguridade social; IV - custas dos serviços forenses;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; V - produção e consumo;
XXV - registros públicos; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natu-
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em do meio ambiente e controle da poluição;
todas as modalidades, para as administrações públicas VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, turístico e paisagístico;
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; histórico, turístico e paisagístico;

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IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecno- § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Es-
logia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Reda- taduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição
ção dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, re-
X - criação, funcionamento e processo do juizado de muneração, perda de mandato, licença, impedimentos
pequenas causas; e incorporação às Forças Armadas.
XI - procedimentos em matéria processual; § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na ra-
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; zão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele
XIV - proteção e integração social das pessoas porta- estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
doras de deficiência; observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150,
XV - proteção à infância e à juventude; II, 153, III, e 153, § 2º, I.
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das po- § 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre
lícias civis. seu regimento interno, polícia e serviços administrati-
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competên- vos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
cia da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
§ 2º A competência da União para legislar sobre nor- legislativo estadual.
mas gerais não exclui a competência suplementar dos Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador
Estados. de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Es- no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno,
tados exercerão a competência legislativa plena, para e no último domingo de outubro, em segundo turno,
atender a suas peculiaridades. se houver, do ano anterior ao do término do mandato
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas ge- de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro
rais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao
contrário. mais, o disposto no art. 77.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir
Capítulo III outro cargo ou função na administração pública direta
Dos estados federados ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (R
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas
e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
Constituições e leis que adotarem, observados os prin-
iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que
cípios desta Constituição.
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que
§ 2º, I.
não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me-
Capítulo IV
diante concessão, os serviços locais de gás canalizado, Dos municípios
na forma da lei, vedada a edição de medida provisória
para a sua regulamentação. Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias,
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urba- e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

nas e microrregiões, constituídas por agrupamentos Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
de municípios limítrofes, para integrar a organização, estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
o planejamento e a execução de funções públicas de respectivo Estado e os seguintes preceitos:
interesse comum. I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Verea-
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: dores, para mandato de quatro anos, mediante pleito
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, direto e simultâneo realizado em todo o País;
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
forma da lei, as decorrentes de obras da União; primeiro domingo de outubro do ano anterior ao tér-
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estive- mino do mandato dos que devam suceder, aplicadas as
rem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de
União, Municípios ou terceiros; duzentos mil eleitores;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de
União; janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
da União. observado o limite máximo de:
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legisla- a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000
tiva corresponderá ao triplo da representação do Esta- (quinze mil) habitantes;
do na Câmara dos Deputados e, atingido o número de b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de
trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta
Deputados Federais acima de doze. mil) habitantes;

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c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios
30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de
mil) habitantes; até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oiten- v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
ta mil) habitantes; mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de
vinte mil) habitantes; mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
(cento sessenta mil) habitantes; mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secre-
de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até tários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara
300.000 (trezentos mil) habitantes; Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas res-
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; pectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição,
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei
de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; Orgânica e os seguintes limites máximos:
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento
(setecentos cinquenta mil) habitantes; do subsídio dos Deputados Estaduais;
b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habi-
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de
a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
até 900.000 (novecentos mil) habitantes;
c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil ha-
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores correspon-
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000
derá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados
(um milhão e cinquenta mil) habitantes;
Estaduais;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil ha-
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores correspon-
de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; derá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais Estaduais;
de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos
até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores cor-
habitantes; responderá a sessenta por cento do subsídio dos Depu-
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de tados Estaduais;

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habi- f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes,
tantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a se-
habitantes; tenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Es-
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais taduais;
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes VII - o total da despesa com a remuneração dos Verea-
e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habi- dores não poderá ultrapassar o montante de cinco por
tantes; cento da receita do Município;
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitan- palavras e votos no exercício do mandato e na circunscri-
tes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) ção do Município;
habitantes; IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da ve-
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de reança, similares, no que couber, ao disposto nesta Cons-
mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) ha- tituição para os membros do Congresso Nacional e na
bitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; ( Constituição do respectivo Estado para os membros da
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de Assembléia Legislativa;
mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de da Câmara Municipal;
mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de XII - cooperação das associações representativas no
até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; planejamento municipal;

27
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
específico do Município, da cidade ou de bairros, atra- União e do Estado, programas de educação infantil e
vés de manifestação de, pelo menos, cinco por cento de ensino fundamental;
do eleitorado; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. União e do Estado, serviços de atendimento à saúde
28, parágrafo único. da população;
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Mu- VIII - promover, no que couber, adequado ordenamen-
nicipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluí- to territorial, mediante planejamento e controle do
dos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
seguintes percentuais, relativos ao somatório da recei- IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cul-
ta tributária e das transferências previstas no § 5o do tural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora
art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado federal e estadual.
no exercício anterior: Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população Poder Legislativo Municipal, mediante controle exter-
de até 100.000 (cem mil) habitantes; no, e pelos sistemas de controle interno do Poder Exe-
II - 6% (seis por cento) para Municípios com popula- cutivo Municipal, na forma da lei.
ção entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exer-
habitantes; cido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Esta-
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com popula- dos ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de
ção entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (qui- Contas dos Municípios, onde houver.
nhentos mil) habitantes; § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) sobre as contas que o Prefeito deve anualmente pres-
para Municípios com população entre 500.001 (qui- tar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços
nhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habi- dos membros da Câmara Municipal.
tantes; § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com popu- dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuin-
lação entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 te, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-
(oito milhões) de habitantes; -lhes a legitimidade, nos termos da lei.
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou ór-
Municípios com população acima de 8.000.001 (oito gãos de Contas Municipais.
milhões e um) habitantes.
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de seten- Capítulo V
ta por cento de sua receita com folha de pagamento, Do distrito federal e dos territórios
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Seção I
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Do distrito federal
Municipal:
I - efetuar repasse que supere os limites definidos nes- Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Mu-
te artigo; nicípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ou por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulga-


III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na rá, atendidos os princípios estabelecidos nesta Cons-
Lei Orçamentária. tituição.
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presiden- § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
te da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
artigo. § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
Art. 30. Compete aos Municípios: observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Dis-
I - legislar sobre assuntos de interesse local; tritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados
II - suplementar a legislação federal e a estadual no Estaduais, para mandato de igual duração.
que couber; § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competên- aplica-se o disposto no art. 27.
cia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balance- do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do cor-
tes nos prazos fixados em lei; po de bombeiros militar.
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
legislação estadual; Seção II
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de Dos territórios
concessão ou permissão, os serviços públicos de inte-
resse local, incluído o de transporte coletivo, que tem Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrati-
caráter essencial; va e judiciária dos Territórios.

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§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municí- Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
pios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legis-
Capítulo IV deste Título. lativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou
§ 2º As contas do Governo do Território serão submeti- de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação
das ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tri- for exercida contra o Poder Judiciário;
bunal de Contas da União. II - no caso de desobediência a ordem ou decisão ju-
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil ha- diciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
bitantes, além do Governador nomeado na forma desta Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e se- Eleitoral;
gunda instância, membros do Ministério Público e de- III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
fensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições representação do Procurador-Geral da República, na
para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução
de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
Capítulo VI nal nº 45, de 2004)
Da intervenção IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distri- § 1º O decreto de intervenção, que especificará a am-
to Federal, exceto para: plitude, o prazo e as condições de execução e que, se
I - manter a integridade nacional; couber, nomeará o interventor, será submetido à apre-
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da ciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legis-
Federação em outra; lativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pú- § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional
blica; ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extra-
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes ordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
nas unidades da Federação; § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dis-
pensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação
Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspen-
que:
der a execução do ato impugnado, se essa medida bas-
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais
tar ao restabelecimento da normalidade.
de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autorida-
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias
des afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo im-
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabele-
pedimento legal.
cidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão Capítulo VII
judicial; Da administração pública
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios Seção I
constitucionais: Disposições gerais
a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático; Art. 37. A administração pública direta e indireta de
b) direitos da pessoa humana; qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


c) autonomia municipal; to Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
d) prestação de contas da administração pública, direta de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
e indireta. de e eficiência e, também, ao seguinte:
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de I - os cargos, empregos e funções públicas são aces-
impostos estaduais, compreendida a proveniente de síveis aos brasileiros que preencham os requisitos es-
transferências, na manutenção e desenvolvimento do tabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. forma da lei;
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem II - a investidura em cargo ou emprego público depen-
a União nos Municípios localizados em Território Fede- de de aprovação prévia em concurso público de provas
ral, exceto quando: ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
dois anos consecutivos, a dívida fundada; em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comis-
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; são declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita III - o prazo de validade do concurso público será de
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
e nas ações e serviços públicos de saúde; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação de convocação, aquele aprovado em concurso público
para assegurar a observância de princípios indicados na de provas ou de provas e títulos será convocado com
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, prioridade sobre novos concursados para assumir car-
de ordem ou de decisão judicial. go ou emprego, na carreira;

29
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente a) a de dois cargos de professor;
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os car- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
gos em comissão, a serem preenchidos por servidores científico;
de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de sionais de saúde, com profissões regulamentadas;
direção, chefia e assessoramento; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
associação sindical; públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiá-
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos rias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
limites definidos em lei específica; pelo poder público;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos XVIII - a administração fazendária e seus servidores
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e de- fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
finirá os critérios de sua admissão; jurisdição, precedência sobre os demais setores admi-
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tem- nistrativos, na forma da lei;
po determinado para atender a necessidade temporária XIX – somente por lei específica poderá ser criada au-
de excepcional interesse público; tarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de sociedade de economia mista e de fundação, ca-
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixa- bendo à lei complementar, neste último caso, definir as
dos ou alterados por lei específica, observada a iniciativa áreas de sua atuação;
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso,
sempre na mesma data e sem distinção de índices; a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, no inciso anterior, assim como a participação de qual-
funções e empregos públicos da administração direta, quer delas em empresa privada;
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos XXI - ressalvados os casos especificados na legislação,
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos as obras, serviços, compras e alienações serão contra-
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos tados mediante processo de licitação pública que asse-
demais agentes políticos e os proventos, pensões ou ou- gure igualdade de condições a todos os concorrentes,
tra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente com cláusulas que estabeleçam obrigações de paga-
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer mento, mantidas as condições efetivas da proposta,
outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, cias de qualificação técnica e econômica indispensá-
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do veis à garantia do cumprimento das obrigações.
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio XXII - as administrações tributárias da União, dos Es-
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o tados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargado- servidores de carreiras específicas, terão recursos prio-
res do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e ritários para a realização de suas atividades e atuarão
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, de forma integrada, inclusive com o compartilhamento
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos ou convênio.


membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
Defensores Públicos; e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e educativo, informativo ou de orientação social, dela
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pa- não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
gos pelo Poder Executivo; que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais- servidores públicos.
quer espécies remuneratórias para o efeito de remune- § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
ração de pessoal do serviço público; implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor responsável, nos termos da lei.
público não serão computados nem acumulados para § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usu-
fins de concessão de acréscimos ulteriores; ário na administração pública direta e indireta, regu-
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de car- lando especialmente:
gos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser-
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió-
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos pú- dica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (II
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horá- - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
rios, observado em qualquer caso o disposto no inciso informações sobre atos de governo, observado o dis-
XI: posto no art. 5º, X e XXXIII;

30
III - a disciplina da representação contra o exercício ne- Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na autárquica e fundacional, no exercício de mandato ele-
administração pública. tivo, aplicam-se as seguintes disposições:
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento função;
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
prejuízo da ação penal cabível. cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilí- pela sua remuneração;
citos praticados por qualquer agente, servidor ou não, III - investido no mandato de Vereador, havendo com-
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respec- patibilidade de horários, perceberá as vantagens de
tivas ações de ressarcimento. seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu-
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de di- neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
reito privado prestadoras de serviços públicos respon- dade, será aplicada a norma do inciso anterior;
derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. será contado para todos os efeitos legais, exceto para
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições promoção por merecimento;
ao ocupante de cargo ou emprego da administração V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
direta e indireta que possibilite o acesso a informações afastamento, os valores serão determinados como se
privilegiadas. no exercício estivesse.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financei-
ra dos órgãos e entidades da administração direta e Seção II
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser Dos servidores públicos
firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desem- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
penho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor Municípios instituirão conselho de política de admi-
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de nistração e remuneração de pessoal, integrado por
1998) servidores designados pelos respectivos Poderes.
I - o prazo de duração do contrato; § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos de-
II - os controles e critérios de avaliação de desempe- mais componentes do sistema remuneratório obser-
nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos diri- vará:
gentes; I - a natureza, o grau de responsabilidade e a comple-
III - a remuneração do pessoal.” xidade dos cargos componentes de cada carreira;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas pú- II - os requisitos para a investidura;
blicas e às sociedades de economia mista, e suas subsi- III - as peculiaridades dos cargos.
diárias, que receberem recursos da União, dos Estados, § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal mante-
do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento rão escolas de governo para a formação e o aperfei-
de despesas de pessoal ou de custeio em geral. çoamento dos servidores públicos, constituindo-se a
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos participação nos cursos um dos requisitos para a pro-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. moção na carreira, facultada, para isso, a celebração
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou de convênios ou contratos entre os entes federados.
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo pú-
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os car- blico o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,
gos em comissão declarados em lei de livre nomeação XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei esta-
e exoneração. belecer requisitos diferenciados de admissão quando
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites a natureza do cargo o exigir.
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput des- § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato ele-
te artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas tivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais
em lei. e Municipais serão remunerados exclusivamente por
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às verba de representação ou outra espécie remunera-
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite tória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do res- 37, X e XI.
pectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio men- dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
sal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se maior e a menor remuneração dos servidores públi-
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios cos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 37, XI.

31
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu- I - portadores de deficiência;
blicarão anualmente os valores do subsídio e da remu- II - que exerçam atividades de risco;
neração dos cargos e empregos públicos.) III - cujas atividades sejam exercidas sob condições
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos or- física.
çamentários provenientes da economia com despesas § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
aplicação no desenvolvimento de programas de quali- no § 1º, III, “a”, para o professor que comprove exclu-
dade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, sivamente tempo de efetivo exercício das funções de
modernização, reaparelhamento e racionalização do magistério na educação infantil e no ensino fundamen-
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou tal e médio.
prêmio de produtividade. § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organiza- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da conta do regime de previdência previsto neste artigo.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de
pios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegu- pensão por morte, que será igual:
rado regime de previdência de caráter contributivo e I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor
solidário, mediante contribuição do respectivo ente falecido, até o limite máximo estabelecido para os be-
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensio- nefícios do regime geral de previdência social de que
nistas, observados critérios que preservem o equilíbrio trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par-
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. cela excedente a este limite, caso aposentado à data
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ- do óbito; ou
dência de que trata este artigo serão aposentados, cal- II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
culados os seus proventos a partir dos valores fixados no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
na forma dos §§ 3º e 17: limite máximo estabelecido para os benefícios do regi-
I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro- me geral de previdência social de que trata o art. 201,
porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor- acrescido de setenta por cento da parcela excedente a
rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou este limite, caso em atividade na data do óbito.
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de conforme critérios estabelecidos em lei.
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na § 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu-
forma de lei complementar; nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo míni- tempo de serviço correspondente para efeito de dis-
mo de dez anos de efetivo exercício no serviço público ponibilidade.
e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a apo- § 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
sentadoria, observadas as seguintes condições: contagem de tempo de contribuição fictício.
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui- § 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ção, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e dos proventos de inatividade, inclusive quando decor-
trinta de contribuição, se mulher; rentes da acumulação de cargos ou empregos públi-
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessen- cos, bem como de outras atividades sujeitas a contri-
ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcio- buição para o regime geral de previdência social, e ao
nais ao tempo de contribuição. montante resultante da adição de proventos de inativi-
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por dade com remuneração de cargo acumulável na forma
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a re- desta Constituição, cargo em comissão declarado em
muneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência § 12 Além do disposto neste artigo, o regime de previ-
para a concessão da pensão. dência dos servidores públicos titulares de cargo efe-
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, tivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
por ocasião da sua concessão, serão consideradas as fixados para o regime geral de previdência social.
remunerações utilizadas como base para as contribui- § 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
ções do servidor aos regimes de previdência de que em comissão declarado em lei de livre nomeação e
tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. exoneração bem como de outro cargo temporário ou
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen- de emprego público, aplica-se o regime geral de pre-
ciados para a concessão de aposentadoria aos abran- vidência social.
gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, § 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
nos termos definidos em leis complementares, os ca- pios, desde que instituam regime de previdência com-
sos de servidores: plementar para os seus respectivos servidores titulares

32
de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das apo- § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
sentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu-
de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori-
para os benefícios do regime geral de previdência so- gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
cial de que trata o art. 201. cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
§ 15. O regime de previdência complementar de que proporcional ao tempo de serviço.
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do res- § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida-
pectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
de entidades fechadas de previdência complementar, seu adequado aproveitamento em outro cargo.
de natureza pública, que oferecerão aos respectivos § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
participantes planos de benefícios somente na modali- é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
dade de contribuição definida. comissão instituída para essa finalidade.
§ 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servi- Introdução
dor que tiver ingressado no serviço público até a data - Princípio Federativo: descentralização do poder. Uma
da publicação do ato de instituição do correspondente ordem jurídica central e outras ordens jurídicas parciais, de
regime de previdência complementar. forma que a primeira abarca todos os indivíduos que se
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados encontrem no território do Estado Nacional, e as outras, os
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devi- sujeitos que se achem na circunscrição dos entes federados.
damente atualizados, na forma da lei. Estado Federado
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo- - Segundo Jellinek, citado por Nathália Masson,
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que federalismo por ser entendido como a unidade na
trata este artigo que superem o limite máximo estabe- pluralidade. É a reunião, feita por uma constituição, de
lecido para os benefícios do regime geral de previdên- entidades políticas autônomas unidas por um vínculo
cia social de que trata o art. 201, com percentual igual indissolúvel.
ao estabelecido para os servidores titulares de cargos Características
efetivos. - Descentralização no exercício do poder político;
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha - Auto-organização
completado as exigências para aposentadoria voluntá- - Auto-governo
ria estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permane- - Auto-administração
cer em atividade fará jus a um abono de permanência - Indissolubilidade do vínculo federativo;
equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária - Rigidez Constitucional;
até completar as exigências para aposentadoria com- - Existência de um Tribunal Constitucional
pulsória contidas no § 1º, II.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime Federalismo pelo CF/88
próprio de previdência social para os servidores titula- É o primeiro princípio da CF/88. Trata-se, inclusive, de
res de cargos efetivos, e de mais de uma unidade ges- cláusula pétrea. Compreende a seguinte divisão: União,
estados-membros, Distrito Federal e municípios.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


tora do respectivo regime em cada ente estatal, ressal-
vado o disposto no art. 142, § 3º, X. - União: “União é o ente central da federação, possui
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo in- total autonomia em relação às demais entidades federadas e
cidirá apenas sobre as parcelas de proventos de apo- concentra um grande volume de atribuições administrativas,
sentadoria e de pensão que superem o dobro do limite legislativas e tributárias enunciadas ao longo do texto
máximo estabelecido para os benefícios do regime ge- constitucional”. Presença de duas personalidades: ambas
ral de previdência social de que trata o art. 201 desta representadas pelo Pres. da República: a primeira como
Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, chefe de Estado e a segunda como chefe de governo.
for portador de doença incapacitante. Trata-se de um ente autônomo e central.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercí- União ≠ Federação: união é a congregação dos estados-
cio os servidores nomeados para cargo de provimento membros. Federação é a reunião dos entes federados, leia-
efetivo em virtude de concurso público. se, união, estados-membros, municípios e DF.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: - Estados-membros: resultado da descentralização do
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- poder político; são partes autônomas do Estado Federal.
gado; Podem ter sua própria constituição, desde que analisados
II - mediante processo administrativo em que lhe seja os limites traçados pelo texto da lei maior. Cada estado-
assegurada ampla defesa; membro tem competência para estruturar seus poderes –
III - mediante procedimento de avaliação periódica de sem interferência federal. A saber:
desempenho, na forma de lei complementar, assegura- - Legislativo: art. 27 / - Executivo: art. 28 / - Judiciário:
da ampla defesa. art. 125

33
- Municípios: passaram a integrar a estrutura da federação com a CF/88 que lhes garantiu plena autonomia. Alguns
pontos merecem análise no tocante a participação dos municípios na estrutura da federação. O primeiro ponto é que
nenhuma federação fez esse tipo de inclusão; o segundo ponto é a ausência de participação nacional, uma vez que
vereadores não participam das assembleias legislativas. Por fim, caso afrontem a indissolubilidade do pacto federativo, não
poderão sofrer intervenção federal, apenas estadual.
- Forma de organização: Lei Orgânica – votada em dois turnos com interstício de 10 dias com aprovação de 2/3 da
Câmara Municipal. O legislativo, composto por vereadores, tem a quantidade prevista na CF/88. A faixa de habitantes no
município corresponderá ao número de vereadores.
- Distrito Federal: local no qual os órgãos do Poder Federal possam se estabelecer e apresentar as diretrizes governamentais
ora pertinentes a toda a federação, ora relacionadas somente à União. É um ente federativo autônomo, com capacidade de
auto-organização. Possui atribuições legislativas (tanto de estado-membro como de município) e judiciárias.
- Territórios federais: antes da CF/88 eram assemelhados aos estados-membros. Com a novel constituição os antigos
territórios se tornaram estados-membros (Roraima e Amapá). Atualmente não existem territórios; mas, se criados fossem,
não passaram de unidades descentralizadas de administração.
- Formação de novos estados-membros e municípios
- Inadmissibilidade do direito à secessão
- Formação de novos estados-membros (possibilidades):
Requisitos para incorporação, subdivisão ou desmembramento:
- Consulta a população interessada (plebiscito): tanto da população da área desmembrada como da área remanescente.
Somente a manifestação da maioria permitirá que o processo dê sequência;
- Oitiva assembleias legislativas envolvidas (parecer opinativo – não vincula o CN): fornecimento de detalhamento
técnico;
- Aprovação do Congresso Nacional expedindo-se Lei complementar;
- Formação de novos municípios (possibilidades):
- Edição de lei complementar federal fixando o período em que poderá ocorrer a mudança;
- Aprovação de Lei ordinária apresentando a viabilidade municipal;
- Consulta a população interessada (plebiscito), não podendo ser substituída por outra espécie de consulta;
- Aprovação de lei ordinária estadual.
- Vedações Constitucionais
- Estabelecer cultos religiosos ou embaraçar o funcionamento de igrejas.
- Entes federados não podem adotar oficialmente uma religião.
- Repartição de competências
Trata-se de elemento fundamental do federalismo. A descentralização propõe que cada ente federado pode disciplinar
determinados comandos e, por conta disso, necessária a repartição de competências. A temática se alicerça ao princípio da
preponderância dos interesses.
- Técnicas de Repartição
Sistema Americano: (modelo adotado no Brasil) – prevê competências taxativas da União e os remanescentes ao estado;
como nossos municípios também são entes autônomos, estes também recebem atribuições.
Sistema canadense: a atribuição taxativa fica voltada aos estados, reservados aqueles da União.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Sistema indiano: enumeração exaustiva de atribuições para todos os entes da federação. Constituição robusta, prolixa
ao extremo. Muitos artigos.
Técnicas de efetivação
- Repartição horizontal: Constituição Federal delega a cada ente atribuições que lhe sejam próprias, particulares. Distribui,
portanto, a cada um, o que é seu; a cada entidade, matéria específica de sua competência. (competências privativas e
exclusivas)
- Repartição vertical: distribuição de competências exercidas em conjunto. (competências comuns e concorrentes).
- Das competências
As competências podem ser divididas em duas espécies. São as chamadas competências não legislativas (são
competências políticas e administrativas) e as legislativas (autorização para legislar). A saber, em formato esquematizado:

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#FicaDica

- Da união: - exclusivas: art. 21


- privativas: art. 22 (cunho legislativo)
- comuns: art. 23 (dispostas para todos os entes da federação)
- concorrentes: art. 24
Competências exclusivas (art. 21) dão a ideia da necessidade de fazer algo (organizar / administrar). Estão todas
organizadas em verbos. Por serem indelegáveis (intransferíveis), devem ser necessariamente prestadas pela União. Ex:
“organizar”, “manter”, “emitir”, “conceder”.
Obs: dos incisos I ao V do art. 21 apresentam-se as competências pelas quais a União representa o Estado brasileiro
internacionalmente. Exemplo:
- Manter relações com Estados estrangeiros.
- Assegurar a defesa nacional.
- Declarar guerra e celebrar a paz.
Outros destaques (segundo Nathália Masson) das competências mais importantes:
Inciso I – União representa a República Federativa no Brasil na esfera internacional. Porém, União e RFB são pessoas
jurídicas distintas. A primeira, de direito público interno; a segunda, de direito público externo.
Inciso X – compete a União a manutenção do serviço postal e correio aéreo nacional.
Inciso XI – disciplinar e prestar serviços de telecomunicação.
Inciso XII “a” – obrigatoriedade de irradiação da voz do Brasil.
Competências privativas (art. 22): se tratam de temas em que a União irá legislar. Os incisos iniciam sempre com

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


substantivos. Ao contrário das exclusivas, estas podem ser delegáveis, inclusive com autorização expressa no art. 22,
parágrafo único. Importante aduzir que essa modalidade de competência pode ser transferida e não cedida pela União; é
possível aos estados-membros legislarem sobre temas dentre os assuntos principais de competência da União, sempre que
a estes forem feitas delegações.
Exemplo:
- Estado do Maranhão edita lei estadual dando prioridade no andamento processual em litígios que apresente mulher
vítima de violência doméstica. Referida lei foi declarada inconstitucional por vício formal, já que invadida competência
privativa da União.
- Estado do Paraná editou lei que obrigava empresas comerciantes de GLP a pesarem os botijões na frente do
consumidor e abater eventual irregularidade. Referida lei julgada inconstitucional pelo STF, por vício formal, já que compete
privativamente a União legislar sobre recursos energéticos.
- Estado de Santa Catarina teve lei estadual declarada inconstitucional, pois proibia veiculação de propaganda de
medicamentos. Como a competência para legislar sobre propaganda comercial é privativa da União, não poderia ter o
estado-membro legislado.
- Requisitos para delegação:
- Formal: apenas a União pode efetuar a delegação por meio de lei complementar.
- Material: a delegação não será voltada para legislar sobre toda a matéria, mas sim alguns temas afetos ao tema.
- Implícito: a delegação não pode privilegiar um ou outro ente da federação; a delegação deverá ser para todos –
princípio da isonomia.

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Competências comuns (art. 23) serão cumpridas pela União e demais entes federados. São atribuições exercitadas por
todos os entes concomitantemente; podem ser intituladas “cumulativas”, uma vez que não há limites prévios estipulados para
o cumprimento delas, isto é, a atuação de um ente não inviabiliza ou restringe a atuação dos demais. Por conta de serem
comuns, ideal que se faça pelo legislativo federal a normatização das matérias que podem ser alvo de conflitos entre os entes.
Em havendo o conflito, o STF irá analisar mediante os critérios de preponderância dos interesses.
Exemplos:
- Zelar pela guarda da Constituição e das leis, das instituições democráticas e patrimônio público.
- Cuidar da saúde, da assistência pública.
- Proteger documentos, obras e outros bens de valor histórico.
- Proteger o meio ambiente e combater a poluição.
- Preservar as florestas, fauna, flora.
Competência concorrente (art. 24) – verificação explícita do chamado federalismo de cooperação (marble cake): verifica-
se para a União competências legislativas concorrentes, pertencentes ao ente em estudo em concorrência com os Estados-
membros e o Distrito Federal. Ao contrário das “comuns” que são cumulativas, a competência concorrente é “não cumulativa”,
pois existem limitações expressas à atuação dos entes, ou seja, as tarefas são previamente definidas.
A União deverá fazer a normatização geral e os estados-membros fazer a sua complementação (competência complementar),
adequando-a a sua realidade. Se a União não fizer, os estados poderão fazer (competência suplementar). Caso o estado-membro
tenha feito pela inércia da União e esta depois resolva fazer, prevalecerá a norma da união pela superveniência da norma geral
federal; isso não significa que a lei estadual será revogada, mas sim suspensa a sua eficácia no que for contrária a lei federal.
Exemplos:
- Legislar sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza. Em âmbito federal presente a Lei dos Crimes
ambientais (Lei 9605/98) e no âmbito estadual, como no Rio Grande do Sul, lei dispondo sobre essa temática.
- Dos estados-membros
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Competem aos estados-membros e DF as atribuições que não são reservadas, posto que vedadas à União. Conforme
doutrina, trata-se de uma atuação bastante esvaziada em virtude da existência de diversas atribuições já previstas para a União.
- Materiais exclusivos (art. 25§1º) são as matérias remanescentes; aquelas não enumeradas pelo art. 21 e/ou de interesse
local.
- Legislativas privativas: poderão legislar sobre matérias que não tenham sido previstos nem para a União nem para os
municípios, ou que sejam vedadas pela CF/88.
- Atenção! Competência legislativa tributária expressa: art. 155. Tratam-se dos impostos com possibilidade de
regulamentação pelos estados-membros e DF.

Municípios
Competência não legislativa: - Comum (art.23)
- Exclusiva (art. 30 III a IX)
Competência legislativa: - Elaborar Lei Orgânica (art. 29 caput)
- Legislar assunto de interesse local (art. 30 I)
- Suplementar (art. 30 II)

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- Elaborar plano diretor (art. 182 §1º) que dispõe o art. 18 e também o art. 29, segundo o qual,
- Tributária (art. 156). Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
- Competência do Distrito Federal: este ente da federação turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada
acumula competências voltadas aos estados-membros por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que
e aos municípios, posto que não é apenas reconhecido a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
como estado ou como município. Ao ente serão atribuídas Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
as competências legislativas reservadas aos Estados e seguintes preceitos.
Municípios (art. 32, § 1°, CF/88) e a competência tributária
dos Municípios (art. 147 CF/88).
Competências (Nathália Masson)
(i) editar sua própria Lei Orgânica;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE
(ii) exercer a competência legislativa remanescente (e NATUREZA ÉTICA: MORALIDADE,
as eventuais enumeradas) dos Estados-membros; IMPESSOALIDADE, PROBIDADE,
(iii) exercer a eventual competência legislativa delega- MOTIVAÇÃO E PUBLICIDADE (ART. 37
da pela União; DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL; ART. 77 DA
(iv) exercer a competência legislativa concorrente-su- CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE
plementar (complementar e supletiva) com os Estados- JANEIRO).
-membros;
(vi) exercer a competência legislativa enumerada dos
Municípios; e Prezado candidado o assunto referente ao art 37 já foi
(vii) exercer a competência legislativa suplementar dos apresentado no decorrer da matéria.
Municípios.
Art. 77 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro
EXERCÍCIO COMENTADO
Constituição Estadual
Seção I
1) Aplicada em: 2018Banca: CESPE Órgão: EMAP Pro-
I - DISPOSIÇÕES GERAIS
va: Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Médio. No
Capítulo IV
que se refere à organização dos poderes, julgue o item que
IV - DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
segue. A criação de cargo público federal é matéria que
Seção I
cabe ao Congresso Nacional dispor, mas depende da san-
DISPOSIÇÕES GERAIS
ção do presidente da República.
Art. 77 - A administração pública direta, indireta ou
( ) Certo ( ) Errado
fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado e dos
Resposta: Certo - Nos termos do art. 48 X, Cabe ao Con- Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade,
gresso Nacional, com a sanção do Presidente da Repúbli- impessoalidade, moralidade, publicidade, interesse co-
ca, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 letivo e, também, ao seguinte:
e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da I - os cargos, empregos e funções públicas são acessí-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


União, especialmente sobre criação, transformação e ex- veis aos brasileiros que preencham os requisitos esta-
tinção de cargos, empregos e funções públicas, observado belecidos em lei;
o que estabelece o art. 84, VI, b. II - a investidura em cargo ou emprego público da ad-
ministração direta, indireta ou fundacional depende de
2) Aplicada em: 2018Banca: CESPE Órgão: PGM - Ma- aprovação prévia em concurso público de provas ou
naus - AM Prova: Procurador do Município. Conforme de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para car-
regras e interpretação da CF, julgue o item subsequente, go em comissão declarado em lei de livre nomeação e
relativo a autonomia municipal e intervenção de estado- exoneração;
-membro em município. Da capacidade de auto-organi- · Lei nº 4053, de 30 de dezembro de 2002, que esta-
zação municipal decorre a constatação de que o estado- belece normas para os concursos públicos e dá outras
-membro não pode ingerir na autonomia organizatória do providências.
município, o que confere a este a possibilidade de ordenar III - não haverá limite máximo de idade para a inscri-
internamente, inclusive por meio de lei orgânica, sem a ne- ção em concurso público, constituindo-se, entretanto,
cessidade de anuência do respectivo governo estadual. em requisito de acessibilidade ao cargo ou emprego a
possibilidade de permanência por cinco anos no seu
( ) Certo ( ) Errado efetivo exercício;
IV - o prazo de validade do concurso público será de
Resposta: Certo - Os entes da federação são indepen- até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
dentes e autônomos entre si. Tem por característica au- V - tanto no prazo de validade quanto no de sua pror-
to-organização, autogoverno e auto-administração. É o rogação, previstos no edital de convocação, o apro-

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vado em concurso público de provas ou de provas e O direito do candidato aprovado em concurso público
títulos será, observada a classificação, convocado com de provas, ou de provas e títulos, ostenta duas dimensões:
prioridade sobre novos concursados para assumir car- 1) o implícito direito de ser recrutado segundo a ordem
go ou emprego, na carreira; descendente de classificação de todos os aprovados
VI - a convocação do aprovado em concurso far-se- (concurso é sistema de mérito pessoal) e durante o
-á mediante publicação oficial, e por correspondência prazo de validade do respectivo edital de convoca-
pessoal; ção (que é de 2 anos, prorrogável, apenas uma vez,
* VII - a classificação em concurso público, dentro do por igual período);
número de vagas obrigatoriamente fixado no respec- 2) o explícito direito de precedência que os candidatos
tivo edital, assegura o provimento no cargo no prazo aprovados em concurso anterior têm sobre os candi-
máximo de cento e oitenta dias, contado da homolo- datos aprovados em concurso imediatamente pos-
gação do resultado; terior, contanto que não-escoado o prazo daquele
* STF - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL primeiro certame; ou seja, desde que ainda vigente o
RE 229450 / RJ - RIO DE JANEIRO prazo inicial ou o prazo de prorrogação da primeira
competição pública de provas, ou de provas e títulos.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO Mas ambos os direitos, acrescente-se, de existência
Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA condicionada ao querer discricionário da adminis-
Julgamento: 10/02/2000 Órgão Julgador: Tribunal Pleno tração estatal quanto à conveniência e oportunida-
Publicação: DJ DATA-30-08-01 PP-00065 EMENT VOL- de do chamamento daqueles candidatos tidos por
02041-04 PP-00683 aprovados. O dispositivo estadual adversado, embo-
ra resultante de indiscutível atributo moralizador dos
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATI- concursos públicos, vulnera os artigos 2º, 37, inciso
VO. ARTIGO 77, VII, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO IV, e 61, § 1º, inciso II, “c”, da Constituição Federal
RIO DE JANEIRO: NOMEAÇÃO DE CANDIDATO APROVADO de 1988. precedente: RE 229.450, Rel. Min. Maurício
EM CONCURSO PÚBLICO. PRAZO MÁXIMO CONTADO DA Corrêa. Ação direta julgada procedente para declarar
HOMOLOGAÇÃO DO RESULTADO DO CONCURSO PÚBLI- a inconstitucionalidade do inciso VII do artigo 77 da
CO. INCONSTITUCIONALIDADE. Constituição do Estado do Rio de Janeiro.
VIII - os cargos em comissão e as funções de confian-
1. Aprovação em concurso público. Direito subjetivo do ça serão exercidos, preferencialmente, por servidores
candidato à nomeação, de acordo com a respectiva ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional,
ordem de classificação e no prazo de sua validade. 2. nos casos e condições previstos em lei;
Constituição do Estado do Rio de Janeiro, artigo 77, IX - os cargos de natureza técnica só poderão ser ocu-
VII. Provimento de cargo público. Iniciativa reservada pados pelos profissionais legalmente habilitados e de
ao Chefe do Executivo para edição de leis que dispo- comprovada atuação na área;
nham sobre o regime jurídico dos servidores públi- X - a administração fazendária e seus servidores fiscais
cos. Ofensa ao princípio da separação dos poderes: terão, em suas áreas de competência e jurisdição, pre-
Inconstitucionalidade formal. Recurso extraordinário cedência sobre os demais setores administrativos, na
conhecido e provido para cassar a segurança, decla- forma da lei;
rando-se, incidenter tantum, a inconstitucionalidade XI - a lei estabelecerá os casos de contratação por tem-
do inciso VII do artigo 77 da Constituição do Estado po determinado para atender à necessidade temporá-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

do Rio de Janeiro. ria de excepcional interesse público;


* STF - ADIN - 2931, de 2003 - Decisão do Mérito: “Jul- XII - à revisão geral da remuneração dos servidores pú-
gamento do Pleno - Procedente - Decisão: o Tribunal, por blicos, sem distinção de índices entre servidores públi-
maioria, julgou procedente a ação para declarar a incons- cos civis e militares, far-se-á sempre na mesma data;
titucionalidade do inciso VII do artigo 77 da Constituição XIII - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores
do Estado do Rio de Janeiro, nos termos do voto do rela- entre a maior e a menor remuneração dos servidores
tor, vencidos os senhores Ministros Marco Aurélio, Celso de públicos, observados, como limites máximos e no âm-
Mello e Sepúlveda Pertence. Votou o Presidente, Ministro bito dos respectivos poderes, os valores percebidos
Nelson Jobim. Ausente, justificadamente, o senhor Ministro como remuneração, em espécie, a qualquer título, por
Eros Grau. Plenário, 24.02.2005. Deputados Estaduais, Secretários de Estado e Desem-
bargadores, e, nos Municípios, os valores percebidos
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. como remuneração, em espécie, pelo Prefeito;
ARTIGO 77, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO * XIII - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
RIO DE JANEIRO. TEXTO NORMATIVO QUE ASSEGURA O cargos, funções e empregos públicos da administração
DIREITO DE NOMEAÇÃO, DENTRO DO PRAZO DE CENTO direta, autárquica e fundacional, dos Poderes do Esta-
E OITENTA DIAS, PARA TODO CANDIDATO QUE LOGRAR do do Rio de Janeiro, do Ministério Público, do tribunal
APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS, OU de Contas do Estado, da procuradoria Geral do Estado
DE PROVAS DE TÍTULOS, DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS e da Defensoria Pública e os proventos, pensões ou ou-
OFERTADAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL E tra espécie remuneratória, percebidos cumulativamen-
MUNICIPAL. te ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qual-

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quer outra natureza, não poderão exceder o subsídio * STF - ADIN - 227-9/600, de 1997 - Decisão do Méri-
mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal to: “O Tribunal, por votação unânime, julgou procedente a
de Justiça, nos termos do § 12 do art. 37 da Constitui- ação direta e declarou, no inciso XVII do art. 77, da Consti-
ção da República Federativa do Brasil; tuição do Estado do Rio de Janeiro, a inconstitucionalidade
* Nova redação dada pela Emenda Constitucional nº da expressão “ou tê-las transformadas em pecúnia indeni-
58, de 26 de junho 2014. zatória, segundo sua opção”. Votou o Presidente.” - Plená-
Nota: Artigo 2º e 3º da Emenda Constitucional nº 58 rio, 19.11.1997. Acórdão, DJ 18.05.2001.
de 2014 - Art. 2º A aplicação e os efeitos financeiros
do limite único de que trata o inciso XIII do art. 77 da EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Constituição do Estado do Estado do Rio de Janeiro, . ART. 77, XVII DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE
com a sua redação conferida por esta Emenda Consti- JANEIRO. FACULDADE DO SERVIDOR DE TRANSFORMAR
tucional, para as carreiras cuja remuneração ou subsí- EM PECÚNIA INDENIZATÓRIA A LICENÇA ESPECIAL E FÉ-
dio tenham como limite, até a data da publicação deste RIAS NÃO GOZADAS. AFRONTA AOS ARTS. 61 , § 1 º, II , “A”
ato, o subsídio mensal do Governador do Estado, serão E 169 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
escalonados progressivamente, nos seguintes termos:
I - a partir de 1º de julho de 2014: 75,16% (setenta e 1. A Constituição Federal, ao conferir aos Estados a ca-
cinco inteiros e dezesseis centésimos por cento) do pacidade de auto-organização e de autogoverno,
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre- impõe a obrigatória observância aos seus princípios,
mo Tribunal Federal; entre os quais o pertinente ao processo legislativo,
II - a partir de 1º de julho de 2015: 80,19% (oitenta de modo que o legislador constituinte estadual não
inteiros e dezenove centésimos por cento) do subsídio pode validamente dispor sobre as matérias reserva-
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribu- das à iniciativa privativa do Chefe do Executivo.
nal Federal; 2. O princípio da iniciativa reservada implica limitação
III - a partir de 1º de julho de 2016: 85,22% (oitenta e ao poder do Estado-Membro de criar como ao de
cinco inteiros e vinte e dois centésimos por cento) do revisar sua Constituição e, quando no trato da refor-
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre- mulação constitucional local, o legislador não pode
mo Tribunal Federal; e se investir da competência para matéria que a Carta
IV - a partir de 1º de julho de 2017: 90,25% (noventa da República tenha reservado à exclusiva iniciativa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do sub- do Governador.
sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo 3. Constituição do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade
Tribunal Federal. do servidor de transformar em pecúnia indenizatória
* § 1° Ficam diferidos para 1° de janeiro de 2018 os a licença especial e férias não gozadas. Concessão de
pagamentos relativos ao acréscimo remuneratório de- vantagens. Matéria estranha à Carta Estadual. Con-
corrente da aplicação do disposto nos incisos lII e IV do versão que implica aumento de despesa. Inconsti-
caput deste artigo. tucionalidade. Ação direta de inconstitucionalidade
* § 2° O montante nominal dos valores não pagos até procedente.
31 de dezembro de 2017, em decorrência do disposto XVIII - os vencimentos dos servidores públicos, civis e
no §1° deste artigo, será restituído em 12 (doze) parcelas militares, são irredutíveis e a remuneração observará o
mensais iguais e sucessivas, a partir de janeiro de 2018. que dispõem os incisos XIII e XIV deste artigo e o arti-
* §§ 1º e 2º acrescentados pela Emenda Constitucional go 153, III e § 2º, I, da Constituição da República;

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


nº 67, de 19 de julho de 2016 XIX - é vedada a acumulação remunerada de cargos
Art. 3º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na públicos, exceto quando houver compatibilidade de
data de sua publicação, produzindo os seus efeitos a horários:
partir de 1º de julho de 2014. a) a de dois cargos de professor, assim considerado o
XIV - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo de especialista de educação;
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
pagos pelo Poder Executivo; científico;
XV - é vedada a vinculação ou equiparação de venci- c) e de dois cargos privativos de médico.
mentos, para o efeito de remuneração de pessoal do XX - a proibição de acumular não se aplica a proventos
serviço público, ressalvado o disposto no inciso ante- de aposentadoria, mas se estende a empregos e fun-
rior e no artigo 82, § 1º, desta Constituição; ções e abrange autarquias, empresas públicas, socie-
XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por servi- dades de economia mista e fundações mantidas pelo
dor público não serão computados nem acumulados, Poder Público;
para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o XXI - somente por lei específica poderão ser criadas,
mesmo título ou idêntico fundamento; empresa pública, sociedade de economia mista, autar-
* XVII - o servidor público estadual, civil ou militar, po- quia ou fundação pública;
derá gozar licença especial e férias na forma da lei ou XXII - depende de autorização legislativa, em cada
de ambas dispor, sob a forma de direito de contagem caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio-
em dobro para efeito de aposentadoria ou tê-las trans- nadas no inciso anterior, assim como a participação de
formadas em pecúnia indenizatória, segundo sua opção; qualquer delas em empresa privada;

39
XXIII - ressalvada a legislação federal aplicável, ao ser- Quartéis de Bombeiro Militar, Reitores das Universida-
vidor público estadual é proibido substituir, sob qual- des Públicas Estaduais e ainda para todos os cargos de
quer pretexto, trabalhadores de empresas privadas em livre provimento dos poderes Executivo, Legislativo e
greve; Judiciário do Estado.
XXIV - aos servidores públicos do Estado é vedado se- * Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 50/2011
rem proprietários, controlarem direta ou indiretamen- * Inciso regulamentado pela Lei Complementar nº 143,
te, ou fazerem parte da administração de empresas de 9 de janeiro de 2012.
privadas fornecedoras de suas instituições ou que de- * XXX - As atividades do sistema de controle interno,
las dependam para controle ou credenciamento e, na previstas no Art. 129, essenciais ao funcionamento da
forma da lei: administração pública, contemplarão, em especial, as
a) as vedações deste inciso estender-se-ão aos paren- funções de ouvidoria, controladoria e auditoria gover-
tes diretos, consangüíneos ou afins, assim como aos namental, e serão desempenhadas por Órgão de natu-
seus prepostos; reza permanente, e exercidas por servidores organiza-
b) as punições específicas aos transgressores desta dos em carreira específica, na forma de Lei.
norma serão impostas, sem prejuízos das sanções ge- * Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 68, de 28
néricas que lhes sejam aplicáveis. de julho de 2016
XXV - ressalvados os casos especificados na legislação, § 1º - Compreende-se na administração direta os servi-
as obras, serviços, compras e alienações serão contra- ços sem personalidade jurídica própria, integrados na
tados mediante processo de licitação pública que asse- estrutura administrativa de qualquer dos Poderes do
gure igualdade de condições e de pagamentos a todos Estado; na administração indireta, constituída de en-
os concorrentes, com previsão de atualização monetá- tidades dotadas de personalidade jurídica própria, as
ria para os pagamentos em atraso, penalidades para os autarquias, as empresas públicas e as sociedades de
descumprimentos contratuais, permitindo-se, no ato economia mista, bem como as subsidiárias dessas en-
convocatório, somente as exigências de qualificação tidades, incluindo as fundações instituídas ou mantidas
técnica, jurídica e econômico-financeira indispensáveis pelo Poder Público.
§ 2º - Considera-se:
à garantia do cumprimento das obrigações.
I - autarquia - o serviço autônomo criado por lei, com
· Lei nº 4103, de 13 de maio de 2003, dispõe sobre a
personalidade jurídica de direito público, patrimônio
disponibilização, na internet, de informações relativas aos
e receita próprios, para executar atividades típicas da
atos, contratos e licitações, no âmbito do poder público do
administração pública, que requeiram, para seu melhor
Estado do Rio de Janeiro.
funcionamento, gestão administrativa e financeira des-
XXVI - os servidores públicos não poderão ser coloca-
centralizada;
dos à disposição de outros setores da administração II - empresa pública - a entidade dotada de perso-
pública da União, dos Estados e dos Municípios, antes nalidade jurídica de direito privado com patrimônio
de completarem dois anos de efetivo exercício funcio- próprio e capital público maioritariamente do Estado,
nal no órgão de origem; criada por lei para a exploração de atividade econô-
XXVII - os servidores da administração pública direta, mica que o Governo seja levado a exercer por força
colocados à disposição da administração pública in- de contingência ou de conveniência administrativa,
direta ou fundacional, quando da transferência para a podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas
inatividade, incorporarão aos proventos a complemen- em direito;
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

tação de vencimentos que venham percebendo, desde III - sociedade de economia mista - a entidade dotada
que caracterizada essa situação há, no mínimo, oito de personalidade jurídica de direito privado, criada por
anos consecutivos. lei para a exploração de atividade econômica, sob a
* XXVIII - a licença médica para tratamento de saúde, forma de sociedade anônima, cujas ações com direito
concedida aos servidores públicos, que exceder o pra- a voto pertençam em sua maioria ao Estado ou a enti-
zo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze) dade da administração indireta;
meses, a contar do primeiro dia de afastamento, será IV - fundação pública - a entidade dotada de persona-
concedida mediante avaliação por junta médica oficial. lidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
* Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 46/2011 criada em virtude de autorização legislativa, para o de-
* XXIX – É vedada a nomeação de pessoas que se en- senvolvimento de atividades que não exijam execução
quadram nas condições de inelegibilidade nos termos por órgãos ou entidades de direito público, com auto-
da legislação federal para os cargos de Secretário de nomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
Estado, Subsecretário, Procurador Geral de Justiça, Pro- respectivos órgãos de direção, e funcionamento custe-
curador Geral do Estado, Defensor Público Geral, Su- ado por recursos do Estado e de outras fontes.
perintendentes e Diretores de órgãos da administração § 3º - A publicidade dos atos e programas, obras e
pública indireta, fundacional, de agências reguladoras serviços dos órgãos públicos somente poderá ser feita
e autarquias, Chefe de Polícia Civil, Titulares de Dele- em caráter educativo e de orientação social, dela não
gacias de Polícia, Comandante Geral da Polícia Militar, podendo constar nomes, símbolos ou imagens que ca-
Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, Coman- racterizem promoção pessoal de autoridades ou servi-
dantes de Batalhões de Polícia Militar, Comandante de dores públicos.

40
§ 4º - A não observância do disposto nos incisos II e V * § 14 - Em caso de violação do disposto nos pará-
deste artigo implicará a nulidade do ato e a punição da grafos 11 e 12 deste artigo, as autoridades públicas e
autoridade responsável, nos termos da lei. membros de Poder incorrerão em falta disciplinar grave
§ 5º - As reclamações relativas à prestação de serviços e serão solidariamente responsáveis com os beneficia-
públicos serão disciplinadas em lei. dos, sem prejuízo das sanções de outra ordem cabíveis
§ 6º - Os atos de improbidade administrativa importa- e da nulidade dos atos praticados.
rão a perda da função pública, a indisponibilidade dos * Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 34/2005.
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (ARTS.
§ 7º - As pessoas jurídicas de direito público e as de di-
44 A 135 DA CF/88). 10. DA SEGURANÇA
reito privado prestadoras de serviços públicos respon-
derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, PÚBLICA (ART. 144).
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 8º - Os Conselhos, Seccional da Ordem dos Advo- Capítulo I
gados do Brasil e Regionais das demais profissões Do poder legislativo
regulamentadas, serão obrigatoriamente chamados a Seção I
participar de todas as fases do processo de concurso Do congresso nacional
público, desde a elaboração dos editais até a homo-
logação e publicação dos resultados, sempre que nos Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso
referidos concursos se exigirem conhecimentos téc- Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e
nicos dessas categorias, cabendo, na inexistência dos do Senado Federal.
Conselhos, idêntico direito às entidades de funcioná- Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de
rios. quatro anos.
§ 9º - O Estado não subvencionará nem beneficiará, Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de repre-
sentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,
com isenção ou redução de tributos, taxas, tarifas, ou
em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
quaisquer outras vantagens, as entidades dedicadas a
§ 1º O número total de Deputados, bem como a re-
atividades educacionais, culturais, hospitalares, sanitá-
presentação por Estado e pelo Distrito Federal, será es-
rias, esportivas ou recreativas, cujos atos constitutivos
tabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
e estatutos não disponham expressamente esses fins
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no
exclusivamente filantrópicos e não lucrativos, ou que,
ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas
de forma direta ou indireta, remunerem seus institui-
unidades da Federação tenha menos de oito ou mais
dores, diretores, sócios ou mantenedores. de setenta Deputados.
§ 10 - É vedada ao Poder Público, direta ou indireta- § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
mente, a publicidade de qualquer natureza, fora do Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representan-
território do Estado, para fins de propaganda gover- tes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
namental. princípio majoritário.
* § 11 - São vedadas, na Administração Pública do Es- § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Se-
tado do Rio de Janeiro: nadores, com mandato de oito anos.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


I - a nomeação de cônjuge, companheiro ou paren- § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Fede-
te, até o terceiro grau civil inclusive, de membro de ral será renovada de quatro em quatro anos, alternada-
Poder, para cargo em comissão declarado em Lei de mente, por um e dois terços.
livre nomeação e exoneração ou função de confian- § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
ça, qualquer que seja a denominação ou símbolo da Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as
gratificação; deliberações de cada Casa e de suas comissões serão
II - a contratação, sem que seja por concurso público, tomadas por maioria dos votos, presente a maioria ab-
ainda que por tempo determinado, para atender a ne- soluta de seus membros.
cessidade temporária de excepcional interesse públi-
co, das pessoas descritas no inciso anterior. Seção II
* Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 34/2005. Das atribuições do congresso nacional
* § 12 - A vedação prevista no parágrafo anterior es-
tende-se aos membros de órgão coletivo, reciproca- Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
mente, de modo que não poderão as pessoas men- Presidente da República, não exigida esta para o espe-
cionadas exercer qualquer das funções previstas, no cificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as ma-
referido órgão. térias de competência da União, especialmente sobre:
* Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 34/2005. I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
* § 13 – O disposto no parágrafo anterior não se aplica II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamen-
a servidores efetivos. to anual, operações de crédito, dívida pública e emis-
* Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 34/2005. sões de curso forçado;

41
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os
de desenvolvimento; da administração indireta;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marí- XI - zelar pela preservação de sua competência legis-
timo e bens do domínio da União; lativa em face da atribuição normativa dos outros Po-
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de deres;
áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas XII - apreciar os atos de concessão e renovação de con-
Assembléias Legislativas; cessão de emissoras de rádio e televisão;
VII - transferência temporária da sede do Governo Fe- XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
deral; Contas da União;
VIII - concessão de anistia; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministé- a atividades nucleares;
rio Público e da Defensoria Pública da União e dos Ter- XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
ritórios e organização judiciária e do Ministério Público XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e la-
do Distrito Federal;
vra de riquezas minerais;
X – criação, transformação e extinção de cargos, em-
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão
pregos e funções públicas, observado o que estabelece
de terras públicas com área superior a dois mil e qui-
o art. 84, VI, b;
nhentos hectares.
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da ad- Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal,
ministração pública; ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Mi-
XII - telecomunicações e radiodifusão; nistro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos dire-
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, institui- tamente subordinados à Presidência da República para
ções financeiras e suas operações; prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da previamente determinado, importando crime de res-
dívida mobiliária federal. ponsabilidade a ausência sem justificação adequada.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tri- § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao
bunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § Senado Federal, à Câmara dos Deputados ou a qual-
4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. quer de suas comissões, por sua iniciativa e mediante
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Na- entendimentos com a Mesa respectiva, para expor as-
cional: sunto de relevância de seu Ministério.
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
atos internacionais que acarretem encargos ou com- Federal poderão encaminhar pedidos escritos de infor-
promissos gravosos ao patrimônio nacional; mação a Ministros de Estado ou a qualquer das pes-
II - autorizar o Presidente da República a declarar guer- soas referidas no caput deste artigo, importando em
ra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendi-
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam mento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei de informações falsas.
complementar;
Seção III
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Re-


pública a se ausentarem do País, quando a ausência Da câmara dos deputados
exceder a quinze dias;
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Depu-
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,
tados:
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instau-
dessas medidas;
ração de processo contra o Presidente e o Vice-Presi-
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
dente da República e os Ministros de Estado;
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de II - proceder à tomada de contas do Presidente da
delegação legislativa; República, quando não apresentadas ao Congresso
VI - mudar temporariamente sua sede; Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais sessão legislativa;
e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, III - elaborar seu regimento interno;
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, po-
VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presi- lícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
dente da República e dos Ministros de Estado, obser- empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de
vado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, lei para fixação da respectiva remuneração, observados
III, e 153, § 2º, I; os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orça-
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Pre- mentárias;
sidente da República e apreciar os relatórios sobre a V - eleger membros do Conselho da República, nos ter-
execução dos planos de governo; mos do art. 89, VII.

42
Seção IV XIV - eleger membros do Conselho da República, nos
Do senado federal termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Siste-
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: ma Tributário Nacional, em sua estrutura e seus com-
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente ponentes, e o desempenho das administrações tribu-
da República nos crimes de responsabilidade, bem tárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Municípios.
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
mesma natureza conexos com aqueles; funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tri- Federal, limitando-se a condenação, que somente será
bunal Federal, os membros do Conselho Nacional de proferida por dois terços dos votos do Senado Federal,
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
da União nos crimes de responsabilidade; sanções judiciais cabíveis.
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argui-
Seção V
ção pública, a escolha de:
Dos deputados e dos senadores
a) magistrados, nos casos estabelecidos nesta Cons-
tituição; Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras
pelo Presidente da República; e votos.
c) Governador de Território; § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do
d) presidente e diretores do Banco Central; diploma, serão submetidos a julgamento perante o Su-
e) Procurador-Geral da República; premo Tribunal Federal.
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argui- Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
ção em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos
diplomática de caráter permanente; serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
V - autorizar operações externas de natureza finan- respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito membros, resolva sobre a prisão.
Federal, dos Territórios e dos Municípios; § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputa-
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, li- do, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo
mites globais para o montante da dívida consolidada Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- por iniciativa de partido político nela representado e
nicípios; pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a
VII - dispor sobre limites globais e condições para as decisão final, sustar o andamento da ação.
operações de crédito externo e interno da União, dos § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco
autarquias e demais entidades controladas pelo poder dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, en-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a conces- quanto durar o mandato.
são de garantia da União em operações de crédito ex- § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados
a testemunhar sobre informações recebidas ou pres-
terno e interno;
tadas em razão do exercício do mandato, nem sobre
IX - estabelecer limites globais e condições para o
as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam in-
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
formações.
Federal e dos Municípios; § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de Senadores, embora militares e ainda que em tempo de
lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
Supremo Tribunal Federal; § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores sub-
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, sistirão durante o estado de sítio, só podendo ser sus-
a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da Repú- pensas mediante o voto de dois terços dos membros
blica antes do término de seu mandato; da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora
XII - elaborar seu regimento interno; do recinto do Congresso Nacional, que sejam incom-
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, patíveis com a execução da medida.
polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de I - desde a expedição do diploma:
lei para fixação da respectiva remuneração, observa- a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de di-
dos os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes reito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
orçamentárias; economia mista ou empresa concessionária de serviço

43
público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de
uniformes; investidura em funções previstas neste artigo ou de li-
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu- cença superior a cento e vinte dias.
nerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nu- § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-
tum , nas entidades constantes da alínea anterior; -á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze
II - desde a posse: meses para o término do mandato.
a) ser proprietários, controladores ou diretores de em- § 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador
presa que goze de favor decorrente de contrato com poderá optar pela remuneração do mandato.
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer fun-
ção remunerada; Seção VI
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad Das reuniões
nutum , nas entidades referidas no inciso I, a ;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente,
das entidades a que se refere o inciso I, a ; na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pú- 1º de agosto a 22 de dezembro.
blico eletivo. § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão trans-
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: feridas para o primeiro dia útil subseqüente, quando
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas recaírem em sábados, domingos ou feriados.
no artigo anterior; § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
II - cujo procedimento for declarado incompatível com aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentá-
o decoro parlamentar; rias.
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legisla- § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição,
tiva, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-
pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; -ão em sessão conjunta para:
I - inaugurar a sessão legislativa;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos pre-
serviços comuns às duas Casas;
vistos nesta Constituição;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-
VI - que sofrer condenação criminal em sentença tran-
-Presidente da República;
sitada em julgado.
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões pre-
dos casos definidos no regimento interno, o abuso das
paratórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso da legislatura, para a posse de seus membros e eleição
Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos,
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do man- vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
dato será decidida pela Câmara dos Deputados ou imediatamente subseqüente.
pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida
provocação da respectiva Mesa ou de partido político pelo Presidente do Senado Federal, e os demais car-
representado no Congresso Nacional, assegurada am- gos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes
pla defesa. (Parágrafo com redação dada pela Emenda de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Constitucional nº 76, de 2013) Senado Federal.


§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacio-
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou nal far-se-á:
mediante provocação de qualquer de seus membros I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de
ou de partido político representado no Congresso Na- decretação de estado de defesa ou de intervenção fe-
cional, assegurada ampla defesa. deral, de pedido de autorização para a decretação de
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo estado de sítio e para o compromisso e a posse do
que vise ou possa levar à perda do mandato, nos ter- Presidente e do Vice-Presidente da República;
mos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Sena- requerimento da maioria dos membros de ambas as
dor: Casas, em caso de urgência ou interesse público rele-
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Gover- vante, em todas as hipóteses deste inciso com a apro-
nador de Território, Secretário de Estado, do Distrito vação da maioria absoluta de cada uma das Casas do
Federal, de Território, de Prefeitura de capital ou chefe Congresso Nacional.
de missão diplomática temporária; § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de do- Nacional somente deliberará sobre a matéria para a
ença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste
particular, desde que, neste caso, o afastamento não artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória,
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. em razão da convocação.

44
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data
de convocação extraordinária do Congresso Nacional,
serão elas automaticamente incluídas na pauta da con-
vocação.

Seção VII
Das comissões

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão co-


missões permanentes e temporárias, constituídas na
forma e com as atribuições previstas no respectivo re-
gimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada comissão,
é assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamenta-
res que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua compe- Composição das Casas Legislativas
tência, cabe: - Câmara dos Deputados
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na for- - Representantes do povo.
ma do regimento, a competência do plenário, salvo se - Eleitos pelo sistema proporcional.
houver recurso de um décimo dos membros da Casa; Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de repre-
II - realizar audiências públicas com entidades da so- sentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional,
ciedade civil; em cada Estado, em cada Território e no Distrito Fe-
III - convocar Ministros de Estado para prestar informa- deral.
ções sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou - Quantidade: 513 deputados (máximo – cf. LC nº
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões 78/1993).
das autoridades ou entidades públicas; - Mínimo: 08 deputados / - Máximo: 70 Deputados.
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou ci- Art. 45 §1º O número total de Deputados, bem como a
dadão; representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, estabelecido por lei complementar, proporcionalmente
regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles à população, procedendo-se aos ajustes necessários,
emitir parecer. no ano anterior às eleições, para que nenhuma daque-
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que te- las unidades da Federação tenha menos de oito ou
rão poderes de investigação próprios das autoridades mais de setenta Deputados.
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das - Mandato: 04 anos, possibilidade de reeleição de forma
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos De- ilimitada.
putados e pelo Senado Federal, em conjunto ou se-
paradamente, mediante requerimento de um terço de Art. 44 Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


seus membros, para a apuração de fato determinado e de quatro anos.
- Requisitos de elegibilidade:
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
- Nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado –
encaminhadas ao Ministério Público, para que promo-
exceção para o cargo de presidente da casa)
va a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
- Idade mínima: 21 anos.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma comissão repre-
- Alistamento Eleitoral: capacidade eleitoral ativa
sentativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas
- Ausência de impedimentos por inelegibilidade.
na última sessão ordinária do período legislativo, com
- Suplência: (afastamento, renúncia ou morte) próximo
atribuições definidas no regimento comum, cuja com-
candidato com melhor votação da coligação
posição reproduzirá, quanto possível, a proporcionali- - Atribuições : art. 51; exercidas em regra por resolução
dade da representação partidária. (dispensa sanção ou veto)
Organização: bicameralismo federativo (Congresso Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Depu-
Nacional) tados:
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instau-
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e ração de processo contra o Presidente e o Vice-Presi-
do Senado Federal. dente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da
- Câmara dos Deputados: representação do povo. República, quando não apresentadas ao Congresso
- Senado Federal: representação dos Estados. Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da
Estrutura do Poder Legislativo sessão legislativa;

45
III - elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros esta-
belecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

- Senado Federal
Composição: 81 senadores.
Eleitos pelo sistema majoritário.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário.
Suplência: cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 46 §3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Mandato: 8 anos (renovação 1/3 x 2/3)
Art. 46 §2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente,
por um e dois terços.
- Requisitos:
- Nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado – exceção para o cargo de presidente da casa)
- Idade mínima: 35 anos.
- Alistamento Eleitoral: capacidade eleitoral ativa
- Ausência de impedimentos por inelegibilidade.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

- Suplência: (afastamento, renúncia ou morte) próximo candidato com melhor votação da coligação
- Atribuições: art. 53.
Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Mi-
nistros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos
com aqueles;
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes
de responsabilidade;
III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomá-
tica de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios;

46
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e
interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes
do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos
e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e
o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, li-
mitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo,
com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Câmara dos Deputados Senado Federal


513 (Mínimo 08 / Máximo 70 por
Parlamentares 81 (03 por estado)
estado)
Composição Representantes do povo Representantes dos Estados e DF
Representação Proporcional Paritário
Mandato 01 Legislatura 02 Legislaturas
Renovação Total Parcial
Idade 21 anos 35 anos
Nato ou naturalizado (Presidência Nato ou naturalizado (Presidência
Nacionalidade
apenas nato) apenas nato)
Sistema Eleitoral Proporcional Majoritário
Suplência Candidato mais votado coligação Cada senador com 02 suplentes

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


- Assembleia Legislativa
- Autonomia dos estados-membros
- Eleitos pelo sistema proporcional
- Mandato: 04 anos.
- Número de integrantes: proporcional ao número de deputados federais.
- Regra: art. 27
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição sobre
sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação
às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no
máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que
dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua
secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

47
Explicando:
- Nº deputados federais (08 a 12) = Nº deputados
federais x 3.
Exemplo: MT (08 deputados federais). 8 x 3 = 24
deputados estaduais
- Nº deputados federais (13 a 70) = Nº deputados
federais + 24
Exemplo: SP (70 deputados federais) = 70 + 24 = 94
deputados estaduais

#FicaDica
Não existe impedimento direto quanto a na-
cionalidade para os cargos de senador ou
deputado federal. No entanto, para assumir a
presidência da casa necessário ser brasileiro
nato, uma vez que estes constam da lista de
sucessão do presidente da república.

- Câmara Legislativa do Distrito Federal - Funcionamento


Número Deputados Federais: 8. Estaduais: 8 x 3 = 24. Sessão legislativa: 02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12
- Câmaras Municipais:(Regra prevista no art. 29 IV (ordinária).
CF/88) Recesso: 18/07 a 31/07 e 23/12 a 31/12.
Legislatura: duração de quatro anos
Possibilidade de convocação em período de recesso:
sessões extraordinárias (art. 57 §6º a 8º).
Obs: as convocações extraordinárias não são
remuneradas a parte ou de maneira especial.
Formato da sessão
- câmara dos deputados: pequeno expediente (+/- 60
min), grande expediente (+/- 50 minutos) e ordem do dia
(+/- 120 min) para deliberações.
- senado federal: expediente (+/- 120 min) e ordem do
dia (+/-150 min)
- Início (instalação) da sessão: câmara dos deputados:
quórum mínimo presente de 10%.
Senado Federal: quórum mínimo presente de 5%.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Tipos de sessões
1 - Preparatórias: 1º/02 do início de cada legislatura.
Tem por objetivo a posse de seus membros e a eleição das
respectivas mesas.
Eleição das mesas diretoras (art. 57 §4º)
Art. 57 § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano
da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das
respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subsequente.
- Mesa do Congresso Nacional
(1) Presidente do Senado;
(2) 1° Vice-Presidente da Câmara;
(3) 2° Vice-Presidente do Senado;
(4) 1° secretário da Câmara;
(5) 2° secretário do Senado;
(6) 3° secretário da Câmara;
(7) 4° secretário do Senado.

48
2 – Sessão Conjunta (art. 57 § 3º): regra é o funcionamento 4) Pacto Federativo: em respeito a autonomia dos
de cada casa separadamente. demais entes, é vedado as CPIs instaladas em âmbito federal
- Inaugurar sessão legislativa. investigar assuntos de interesse regional ou local, que não
- Elaborar regimento comum e criação de serviços comuns. tenha impacto digno de destaque no plano nacional.
- Receber compromisso do Presidente da República Poderes
- Conhecer e deliberar sobre o veto. 1) Busca e apreensão NÃO domiciliar.
3 – Das Comissões Parlamentares 2) Quebra de sigilo bancário, fiscal e de dados.
Órgãos colegiados de natureza técnica integrante - Bancário: medida excepcional com prazo de duração.
da estrutura do Congresso Nacional e de suas casas - Telefônico: divulgação dos números de telefone, mas
legislativas. Tem por função primordial o estudo inaugural não interceptação telefônica.
das proposições, mas também podem ser criadas com - Fiscal: quando necessária a investigação por crimes
finalidade investigativa, representativa e de fiscalização da fiscais.
gestão da coisa pública.
Classificação das comissões
- Exclusiva (formada por membros de apenas uma das EXERCÍCIO COMENTADO
casas) / - mista: mescla das duas casas.
- Permanentes (sem prazo máximo de funcionamento) /
temporárias: previsão de duração. 1)Aplicada em: 2018Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR Pro-
Tipos de comissões va: Assistente Legislativo. As reuniões das Comissões Per-
- Comissão Representativa do Congresso Nacional: manentes são denominadas
tem por finalidade representar o Congresso durante os
intervalos da sessão legislativa. a) Ordinárias e especiais.
- Comissão Parlamentar de Inquérito b) Comuns e especiais.
Requisitos para criação c) Ordinárias e extraordinárias.
- Subscrição de requerimento: 1/3 dos membros de d) Comuns e extraordinárias.
cada casa se forem em conjunto ou 1/3 dos membros da
casa se forem separado. Resposta: Letra C - As reuniões das comissões
- Indicação de fato determinado a ser investigado. permanentes, aquelas que não estão vinculadas a assuntos
- Prazo certo para apuração de referido fato. específicos que demandam criação de comissões temporárias,
Portanto, para abertura do inquérito parlamentar basta são chamadas de ordinárias e extraordinárias.
o preenchimento destas 03 condições. Válido também para
os estados e municípios. Atenção! As minorias também se 2)Aplicada em: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-
veem representadas amparando sua pretensão no direito RR Prova: Assessor Técnico Legislativo. A sessão do
de oposição. Congresso Nacional em que Deputados e Senadores se
Poderes e limites da atuação da CPI. reúnem para debater determinado assunto e, ao final,
As CPIs possuirão os poderes instrutórios rotineiros dos votam simultaneamente, mas cuja deliberação é tomada
magistrados, salvo aqueles que se submetem à esfera única de forma separada, é conhecida como sessão
de decisão dos juízes.
Limites na atuação a) bicameral.
1) Reserva de Jurisdição: ficam reservados atos que

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


b) unicameral.
somente podem ser determinados por juízes ou tribunais. c) conjunta.
Portanto, vedado: d) plenária.
- Determinar busca e apreensão domiciliar
- Determinar quebra do sigilo das comunicações Resposta: Letra C - Segundo previsto no art. 57, § 3º
telefônicas além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câ-
- Decretar a prisão
mara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em
2) Direitos fundamentais: a atuação das CPI estão
SESSÃO CONJUNTA para:
limitadas ao respeito dos direitos fundamentais. Deste,
I - inaugurar a sessão legislativa;
verificamos os seguintes desdobramentos:
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
- Ficar em silêncio / não autoincriminação.
serviços comuns às duas Casas;
- Assistência de um advogado.
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presi-
- Sigilo Profissional
dente da República;
3) Separação de Poderes: os poderes das CPIs devem
estar amparados pelas atribuições do Poder Legislativo. IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
Portanto:
- Não podem promover a responsabilização.
- Anular atos de outros poderes.
- Convocar magistrado para investigar sua atuação
jurisdicional.
- Subverter, revogar, cassar, alterar decisões judiciais.

49
Do poder judiciário IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfei-
Seção I çoamento e promoção de magistrados, constituindo
Disposições gerais etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a parti-
cipação em curso oficial ou reconhecido por escola na-
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: cional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
I - o Supremo Tribunal Federal; V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores
I-A - o Conselho Nacional de Justiça; corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio
II - o Superior Tribunal de Justiça; mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Inciso acrescido Federal e os subsídios dos demais magistrados serão
pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) fixados em lei e escalonados, em nível federal e esta-
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; dual, conforme as respectivas categorias da estrutura
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco
VI - os Tribunais e Juízes Militares; por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Fe- subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,
deral e Territórios. obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37,
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional XI, e 39, § 4º;
de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de
Federal. seus dependentes observarão o disposto no art. 40;
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Supe- VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
riores têm jurisdição em todo o território nacional. autorização do tribunal;
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tri- VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentado-
bunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratu- ria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á
ra, observados os seguintes princípios: em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegura-
substituto, mediante concurso público de provas e tí- da ampla defesa;
tulos, com a participação da Ordem dos Advogados
VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magis-
do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel
trados de comarca de igual entrância atenderá, no que
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica
couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II;
e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classi-
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciá-
ficação;
rio serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,
II - promoção de entrância para entrância, alternada-
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presen-
mente, por antiguidade e merecimento, atendidas as
ça, em determinados atos, às próprias partes e a seus
seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de me- preservação do direito à intimidade do interessado no
recimento; sigilo não prejudique o interesse público à informação;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos X - as decisões administrativas dos tribunais serão mo-
de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz tivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares to-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, madas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco
lugar vago; julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com
c) aferição do merecimento conforme o desempenho o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco mem-
e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza bros, para o exercício das atribuições administrativas
no exercício da jurisdição e pela frequência e aprovei- e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal
tamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aper- pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade
feiçoamento; e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo ve-
poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto funda- dado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo
mentado de dois terços de seus membros, conforme grau, funcionando, nos dias em que não houver expe-
procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, diente forense normal, juízes em plantão permanente;
repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
retiver autos em seu poder além do prazo legal, não população;
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despa- XIV - os servidores receberão delegação para a prática
cho ou decisão; de atos de administração e atos de mero expediente
III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á sem caráter decisório;
por antiguidade e merecimento, alternadamente, apu- XV - a distribuição de processos será imediata, em to-
rados na última ou única entrância; dos os graus de jurisdição.

50
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração
Federais, dos tribunais dos Estados, e do Distrito Fe- dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
deral e Territórios será composto de membros do Mi- vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
nistério Público, com mais de dez anos de carreira, e membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
de advogados de notório saber jurídico e de reputação onde houver;
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade pro- c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
fissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
representação das respectivas classes. III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal e do Distrito Federal e Territórios, bem como os mem-
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, bros do Ministério Público, nos crimes comuns e de
que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
seus integrantes para nomeação. Eleitoral.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adqui- membros ou dos membros do respectivo órgão espe-
rida após dois anos de exercício, dependendo a perda cial poderão os tribunais declarar a inconstitucionali-
do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a dade de lei ou ato normativo do poder público.
que o juiz estiver vinculado e, nos demais casos, de Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e
sentença judicial transitada em julgado; os Estados criarão:
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú- I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou
blico, na forma do art. 93, VIII; togados e leigos, competentes para a conciliação, o
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto julgamento e a execução de causas cíveis de menor
nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. complexidade e infrações penais de menor potencial
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssi-
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo mo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a tran-
ou função, salvo uma de magistério; sação e o julgamento de recursos por turmas de juízes
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou de primeiro grau;
participação em processo; II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos
III - dedicar-se a atividade político-partidária.
eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com man-
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
dato de quatro anos e competência para, na forma da
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
de impugnação apresentada, o processo de habilitação
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdi-
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
cional, além de outras previstas na legislação.
do cargo por aposentadoria ou exoneração.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados es-
Art. 96. Compete privativamente:
peciais no âmbito da Justiça Federal.
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regi- § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclu-
mentos internos, com observância das normas de pro- sivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades
cesso e das garantias processuais das partes, dispondo específicas da Justiça.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


sobre a competência e o funcionamento dos respecti- Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
vos órgãos jurisdicionais e administrativos; administrativa e financeira.
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentá-
dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo rias dentro dos limites estipulados conjuntamente com
exercício da atividade correicional respectiva; os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os car- § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os ou-
gos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; tros tribunais interessados, compete:
d) propor a criação de novas varas judiciárias; I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a
e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo aprovação dos respectivos tribunais;
único, os cargos necessários à administração da justiça, II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e
exceto os de confiança assim definidos em lei; Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça,
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus com a aprovação dos respectivos tribunais.
membros e aos juízes e servidores que lhes forem ime- § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminha-
diatamente vinculados; rem as respectivas propostas orçamentárias dentro do
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superio- prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
res e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislati- Poder Executivo considerará, para fins de consolidação
vo respectivo, observado o disposto no art. 169: da proposta orçamentária anual, os valores aprovados
a) a alteração do número de membros dos tribunais na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com
inferiores; os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

51
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este casos de preterimento de seu direito de precedência
artigo forem encaminhadas em desacordo com os li- ou de não alocação orçamentária do valor necessário
mites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia res-
procederá aos ajustes necessários para fins de consoli- pectiva.
dação da proposta orçamentária anual. § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar
poderá haver a realização de despesas ou a assunção a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime
de obrigações que extrapolem os limites estabeleci- de responsabilidade e responderá, também, perante o
dos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se pre- Conselho Nacional de Justiça.
viamente autorizadas, mediante a abertura de créditos § 8º É vedada a expedição de precatórios complemen-
suplementares ou especiais. tares ou suplementares de valor pago, bem como o
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públi- fracionamento, repartição ou quebra do valor da exe-
cas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtu- cução para fins de enquadramento de parcela do total
de de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ao que dispõe o § 3º deste artigo.
ordem cronológica de apresentação dos precatórios e § 9º No momento da expedição dos precatórios, inde-
à conta dos créditos respectivos, proibida a designação pendentemente de regulamentação, deles deverá ser
de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e abatido, a título de compensação, valor corresponden-
nos créditos adicionais abertos para este fim. te aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem dívida ativa e constituídos contra o credor original pela
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proven- Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas
tos, pensões e suas complementações, benefícios pre- de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução
videnciários e indenizações por morte ou por invali- esteja suspensa em virtude de contestação administra-
dez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de tiva ou judicial.
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal
com preferência sobre todos os demais débitos, exceto solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta
sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titula- abatimento, informação sobre os débitos que preen-
cham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins
res, originários ou por sucessão hereditária, tenham
nele previstos.
60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em
doença grave, ou pessoas com deficiência, assim de-
lei da entidade federativa devedora, a entrega de cré-
finidos na forma da lei, serão pagos com preferência
ditos em precatórios para compra de imóveis públicos
sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente
do respectivo ente federado.
ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no §
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitu-
3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa
cional, a atualização de valores de requisitórios, após
finalidade, sendo que o restante será pago na ordem
sua expedição, até o efetivo pagamento, independen-
cronológica de apresentação do precatório. temente de sua natureza, será feita pelo índice oficial
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à de remuneração básica da caderneta de poupança, e,
expedição de precatórios não se aplica aos pagamen- para fins de compensação da mora, incidirão juros sim-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

tos de obrigações definidas em leis como de pequeno ples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a
valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude caderneta de poupança, ficando excluída a incidência
de sentença judicial transitada em julgado. de juros compensatórios.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fi- § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente,
xados, por leis próprias, valores distintos às entidades seus créditos em precatórios a terceiros, independen-
de direito público, segundo as diferentes capacidades temente da concordância do devedor, não se aplicando
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.
benefício do regime geral de previdência social. § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efei-
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das enti- tos após comunicação, por meio de petição protoco-
dades de direito público, de verba necessária ao paga- lizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
mento de seus débitos, oriundos de sentenças transi- § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei com-
tadas em julgado, constantes de precatórios judiciários plementar a esta Constituição Federal poderá estabe-
apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento lecer regime especial para pagamento de crédito de
até o final do exercício seguinte, quando terão seus va- precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
lores atualizados monetariamente. dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos forma e prazo de liquidação.
serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, ca- § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
bendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de
exequenda determinar o pagamento integral e autori- Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-
zar, a requerimento do credor e exclusivamente para os -os diretamente.

52
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- Seção II
nicípios aferirão mensalmente, em base anual, o com- Do supremo tribunal federal
prometimento de suas respectivas receitas correntes
líquidas com o pagamento de precatórios e obriga- Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de
ções de pequeno valor. onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Fe-
contribuições e de serviços, de transferências corren- deral serão nomeados pelo Presidente da República,
tes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado Senado Federal.
no período compreendido pelo segundo mês imedia- Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, preci-
tamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses puamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas: I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
Distrito Federal e aos Municípios por determinação
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
constitucional;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da Re-
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios
pública, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
por determinação constitucional; Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos da República;
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio c) nas infrações penais comuns e nos crimes de respon-
de seu sistema de previdência e assistência social e sabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes
as receitas provenientes da compensação financeira da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Supe-
(Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº riores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes
94, de 2016) de missão diplomática de caráter permanente;
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pes-
de condenações judiciais em precatórios e obrigações soas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ul- segurança e o habeas data contra atos do Presidente
trapasse a média do comprometimento percentual da da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e
receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediata- do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
mente anteriores, a parcela que exceder esse percen- Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
tual poderá ser financiada, excetuada dos limites de Tribunal Federal;
endividamento de que tratam os incisos VI e VII do e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo in-
art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros ternacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
limites de endividamento previstos, não se aplicando a Território;
esse financiamento a vedação de vinculação de receita f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a
prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Fede- União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclu-
sive as respectivas entidades da administração indireta;

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


ral. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional
nº 94, de 2016) g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% h) (Revogada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
(quinze por cento) do montante dos precatórios apre-
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Supe-
sentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze
rior ou quando o coator ou o paciente for autoridade
por cento) do valor deste precatório serão pagos até
ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente
o final do exercício seguinte e o restante em parcelas
à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se tra-
iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas te de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
de juros de mora e correção monetária, ou mediante instância;
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conci- j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
liação de Precatórios, com redução máxima de 40% l) a reclamação para a preservação de sua competência
(quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, e garantia da autoridade de suas decisões;
desde que em relação ao crédito não penda recurso m) a execução de sentença nas causas de sua compe-
ou defesa judicial e que sejam observados os requi- tência originária, facultada a delegação de atribuições
sitos definidos na regulamentação editada pelo ente para a prática de atos processuais;
federado. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitu- n) a ação em que todos os membros da magistratura
cional nº 94, de 2016) sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela
em que mais da metade dos membros do tribunal de
origem estejam impedidos ou sejam direta ou indireta-
mente interessados;

53
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribu- VIII - partido político com representação no Congres-
nal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Su- so Nacional;
periores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; IX - confederação sindical ou entidade de classe de
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de âmbito nacional.
inconstitucionalidade; § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser pre-
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da viamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e
norma regulamentadora for atribuição do Presidente em todos os processos de competência do Supremo
da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Tribunal Federal.
Deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma des- § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
sas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, medida para tornar efetiva norma constitucional, será
de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supre- dada ciência ao Poder competente para a adoção das
mo Tribunal Federal; providências necessárias e, em se tratando de órgão
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
contra o Conselho Nacional do Ministério Público. § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
II - julgar, em recurso ordinário:
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habe-
União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
as data e o mandado de injunção decididos em única
§ 4º (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional
instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a
nº 3, de 1993 e revogado pela Emenda Constitucional
decisão; nº 45, de 2004)
b) o crime político; Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofí-
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas cio ou por provocação, mediante decisão de dois ter-
decididas em única ou última instância, quando a de- ços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
cisão recorrida: matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de
a) contrariar dispositivo desta Constituição; sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculan-
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei te em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário
federal; e à administração pública direta e indireta, nas esfe-
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado ras federal, estadual e municipal, bem como proceder
em face desta Constituição. à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida
d) julgar válida lei local contestada em face de lei fe- em lei.
deral. § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpre-
§ 1º A argüição de descumprimento de preceito fun- tação e a eficácia de normas determinadas, acerca das
damental, decorrente desta Constituição, será aprecia- quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários
da pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. ou entre esses e a administração pública que acarrete
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de incons- processos sobre questão idêntica.
titucionalidade e nas ações declaratórias de constitu- § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em
cionalidade, produzirão eficácia contra todos e efeito lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder poderá ser provocada por aqueles que podem propor
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Judiciário e à administração pública direta e indireta, a ação direta de inconstitucionalidade.


nas esferas federal, estadual e municipal. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que con-
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá trariar a súmula aplicável ou que indevidamente a apli-
demonstrar a repercussão geral das questões consti- car, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal
que, julgando-a procedente, anulará o ato administra-
tucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim
tivo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determi-
de que o Tribunal examine a admissão do recurso, so-
nará que outra seja proferida com ou sem a aplicação
mente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
da súmula, conforme o caso.
terços de seus membros.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucio- -se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois)
nalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:
I - o Presidente da República; I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
II - a Mesa do Senado Federal; II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indica-
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; do pelo respectivo tribunal;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indi-
Legislativa do Distrito Federal; cado pelo respectivo tribunal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indica-
VI - o Procurador-Geral da República; do pelo Supremo Tribunal Federal;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal
Brasil; Federal;

54
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo V - rever, de ofício ou mediante provocação, os pro-
Superior Tribunal de Justiça; cessos disciplinares de juízes e membros de tribunais
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal julgados há menos de um ano;
de Justiça; VI - elaborar semestralmente relatório estatístico so-
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indica- bre processos e sentenças prolatadas, por unidade da
do pelo Tribunal Superior do Trabalho; Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Supe- VII - elaborar relatório anual, propondo as providências
rior do Trabalho; que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judi-
X - um membro do Ministério Público da União, indica- ciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve
do pelo Procurador-Geral da República; integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribu-
XI - um membro do Ministério Público estadual, es- nal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por
colhido pelo Procurador-Geral da República dentre os ocasião da abertura da sessão legislativa.
nomes indicados pelo órgão competente de cada ins- § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá
tituição estadual; a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe,
da Ordem dos Advogados do Brasil; além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Es-
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputa- tatuto da Magistratura, as seguintes:
ção ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer
e outro pelo Senado Federal. interessado, relativas aos magistrados e aos serviços
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Su- judiciários;
premo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impe- II - exercer funções executivas do Conselho, de inspe-
dimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal ção e de correição geral;
Federal. III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribu-
pelo Presidente da República, depois de aprovada a es- nais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
colha pela maioria absoluta do Senado Federal. § 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações pre- República e o Presidente do Conselho Federal da Or-
dem dos Advogados do Brasil.
vistas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribu-
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Terri-
nal Federal.
tórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação admi-
receber reclamações e denúncias de qualquer interes-
nistrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumpri-
sado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
mento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe,
ou contra seus serviços auxiliares, representando dire-
além de outras atribuições que lhe forem conferidas
tamente ao Conselho Nacional de Justiça.
pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo Seção III
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo Do superior tribunal de justiça
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua com-
petência, ou recomendar providências; Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de,
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofí- no mínimo, trinta e três Ministros.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


cio ou mediante provocação, a legalidade dos atos Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de
administrativos praticados por membros ou órgãos do Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos
fixar prazo para que se adotem as providências neces- de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
sárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
competência do Tribunal de Contas da União; maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
III - receber e conhecer das reclamações contra mem- I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Fede-
bros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra rais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais
seus serviços auxiliares, serventias e órgãos presta- de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo
dores de serviços notariais e de registro que atuem próprio Tribunal;
por delegação do poder público ou oficializados, sem II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos membros do Ministério Público Federal, Estadual, do
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, indi-
curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a cados na forma do art. 94.
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcio- Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
nais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções ad- I - processar e julgar, originariamente:
ministrativas, assegurada ampla defesa; a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade,
contra a administração pública ou de abuso de auto- os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Es-
ridade; tados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais

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de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções,
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e pro-
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério moção na carreira;
Público da União que oficiem perante tribunais; II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer,
b) os mandados de segurança e os habeas data con- na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamen-
tra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da tária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus,
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio como órgão central do sistema e com poderes correi-
Tribunal; cionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for
qualquer das pessoas mencionadas na alínea a, ou Seção IV
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Dos tribunais regionais federais e dos juízes federais
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do
Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
da Justiça Eleitoral; I - os Tribunais Regionais Federais;
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribu- II - os Juízes Federais.
nais, ressalvado o disposto no art. 102, I, o , bem como Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se
entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juí- de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possí-
zes vinculados a tribunais diversos;
vel, na respectiva região e nomeados pelo Presidente
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
da República dentre brasileiros com mais de trinta e
julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência menos de sessenta e cinco anos, sendo:
e garantia da autoridade de suas decisões; I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
g) os conflitos de atribuições entre autoridades admi- de efetiva atividade profissional e membros do Minis-
nistrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades tério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou II - os demais, mediante promoção de juízes federais
do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da e merecimento, alternadamente.
norma regulamentadora for atribuição de órgão, en- § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juí-
tidade ou autoridade federal, da administração direta zes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua
ou indireta, excetuados os casos de competência do jurisdição e sede.
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Mi- § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justi-
litar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da ça itinerante, com a realização de audiências e demais
Justiça Federal; funções da atividade jurisdicional, nos limites territo-
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a con- riais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipa-
cessão de exequatur às cartas rogatórias; mentos públicos e comunitários.
II - julgar, em recurso ordinário: § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcio-
a) os habeas corpus decididos em única ou última
nar descentralizadamente, constituindo Câmaras re-
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
gionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdi-
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

quando a decisão for denegatória; cionado à justiça em todas as fases do processo.


b) os mandados de segurança decididos em única Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos I - processar e julgar, originariamente:
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos
quando denegatória a decisão; os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos cri-
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro mes comuns e de responsabilidade, e os membros do
ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Ministério Público da União, ressalvada a competência
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; da Justiça Eleitoral;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julga-
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Fe- dos seus ou dos juízes federais da região;
derais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Fede- c) os mandados de segurança e os habeas data contra
ral e Territórios, quando a decisão recorrida: ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vi- d) os habeas corpus , quando a autoridade coatora for
gência; juiz federal;
b) julgar válido ato de governo local contestado em e) os conflitos de competência entre juízes federais
face de lei federal; vinculados ao Tribunal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pe-
haja atribuído outro tribunal.
los juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribu-
da competência federal da área de sua jurisdição.
nal de Justiça:

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Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos huma-
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou nos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade
empresa pública federal forem interessadas na condi- de assegurar o cumprimento de obrigações decorren-
ção de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as tes de tratados internacionais de direitos humanos dos
de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Su-
Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; perior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo ou processo, incidente de deslocamento de competên-
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou re- cia para a Justiça Federal.
sidente no País; Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da constituirá uma seção judiciária, que terá por sede a res-
União com Estado estrangeiro ou organismo interna- pectiva capital, e varas localizadas segundo o estabele-
cional; cido em lei.
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e
em detrimento de bens, serviços ou interesse da União as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públi- juízes da Justiça local, na forma da lei.
cas, excluídas as contravenções e ressalvada a compe-
tência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; Seção V
V - os crimes previstos em tratado ou convenção inter- Do tribunal superior do trabalho, dos tribunais regio-
nacional, quando, iniciada a execução no País, o resul- nais do trabalho e dos juízes do trabalho
tado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou (Denominação da Seção com redação dada pela
reciprocamente; Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se
refere o § 5º deste artigo; Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos I - o Tribunal Superior do Trabalho;
casos determinados por lei, contra o sistema financeiro II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
e a ordem econômico-financeira; III - Juizes do Trabalho.
VII - os habeas corpus , em matéria criminal de sua § 1º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de
competência ou quando o constrangimento provier de 2004)
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos § 2º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de
a outra jurisdição; 2004)
VIII - os mandados de segurança e os habeas data con- § 3º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de
tra ato de autoridade federal, excetuados os casos de 2004)
competência dos tribunais federais; Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aerona- de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros
ves, ressalvada a competência da Justiça Militar; com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de cinco anos, de notável saber jurídico e reputação iliba-
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exe- da, nomeados pelo Presidente da República após apro-
quatur , e de sentença estrangeira, após a homologa- vação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
ção, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a (“Caput” do artigo com redação dada pela Emenda

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respectiva opção, e à naturalização; Constitucional nº 92, de 2016)
XI - a disputa sobre direitos indígenas. I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos
§ 1º As causas em que a União for autora serão afo- de efetiva atividade profissional e membros do Ministé-
radas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra rio Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo
parte. exercício, observado o disposto no art. 94;
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indica-
autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que dos pelo próprio Tribunal Superior.
deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Su-
ou, ainda, no Distrito Federal. perior do Trabalho.
§ 3º Serão processadas e julgadas na Justiça estadual, § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
causas em que forem parte instituição de previdência de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso
de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, e promoção na carreira;
a lei poderá permitir que outras causas sejam também II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, caben-
processadas e julgadas pela Justiça estadual. do-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administra-
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso ca- tiva, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do
bível será sempre para o Tribunal Regional Federal na Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão cen-
área de jurisdição do juiz de primeiro grau. tral do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

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§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho proces- § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a
sar e julgar, originariamente, a reclamação para a pre- justiça itinerante, com a realização de audiências e de-
servação de sua competência e garantia da autoridade mais funções de atividade jurisdicional, nos limites ter-
de suas decisões. ritoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equi-
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, po- pamentos públicos e comunitários.
dendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdi- § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão fun-
ção, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o cionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
respectivo Tribunal Regional do Trabalho. regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do ju-
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, risdicionado à justiça em todas as fases do processo.
jurisdição, competência, garantias e condições de exer- Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exer-
cício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
cida por um juiz singular.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e
Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucio-
julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangi- nal nº 24, de 1999)
dos os entes de direito público externo e da adminis- Art. 117. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24,
tração pública direta e indireta da União, dos Estados, de 1999)
do Distrito Federal e dos Municípios;
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; Seção VI
III - as ações sobre representação sindical, entre sindi- Dos tribunais e juízes eleitorais
catos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindica-
tos e empregadores; Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e ha- I - o Tribunal Superior Eleitoral;
beas data, quando o ato questionado envolver matéria II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
sujeita à sua jurisdição; III - os juízes eleitorais;
V - os conflitos de competência entre órgãos com juris- IV - as Juntas Eleitorais.
dição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no
VI - as ações de indenização por dano moral ou patri- mínimo, de sete membros, escolhidos:
monial, decorrentes da relação de trabalho; I - mediante eleição, pelo voto secreto:
VII - as ações relativas às penalidades administrativas a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscaliza-
Federal;
ção das relações de trabalho;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais
previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, de Justiça;
decorrentes das sentenças que proferir; II - por nomeação do Presidente da República, dois
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de tra- juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico
balho, na forma da lei. e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão Federal.
eleger árbitros. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de do Supremo Tribunal Federal, e o corregedor eleitoral
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comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na ca-
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de pital de cada Estado e no Distrito Federal.
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
anteriormente. I - mediante eleição, pelo voto secreto:
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com pos- a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribu-
sibilidade de lesão do interesse público, o Ministério nal de Justiça;
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
pelo Tribunal de Justiça;
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede
-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando pos-
sível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente na capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
da República dentre brasileiros com mais de trinta e havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso,
menos de sessenta e cinco anos, sendo: pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos III - por nomeação, pelo Presidente da República, de
de efetiva atividade profissional e membros do Minis- dois juízes dentre seis advogados de notável saber ju-
tério Público do Trabalho com mais de dez anos de efe- rídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
tivo exercício, observado o disposto no art. 94; Justiça.
II - os demais, mediante promoção de juízes do traba- § 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presiden-
lho por antiguidade e merecimento, alternadamente. te e o Vice-Presidente dentre os desembargadores.

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Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organiza- Seção VIII
ção e competência dos Tribunais, dos juízes de direito Dos tribunais e juízes dos estados
e das Juntas Eleitorais.
§ 1º Os membros dos Tribunais, os juízes de direito e os Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observa-
integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas dos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas § 1º A competência dos tribunais será definida na
garantias e serão inamovíveis. Constituição do Estado, sendo a lei de organização ju-
§ 2º Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo jus- diciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
tificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substi- inconstitucionalidade de leis ou atos normativos esta-
tutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo pro- duais ou municipais em face da Constituição estadual,
cesso, em número igual para cada categoria. vedada a atribuição da legitimação para agir a um úni-
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior co órgão.
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constitu-
segurança. ída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais so- Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio
mente caberá recurso quando: Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar
I - forem proferidas contra disposição expressa desta nos Estados em que o efetivo militar seja superior a
Constituição ou de lei; vinte mil integrantes.
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e jul-
dois ou mais Tribunais Eleitorais; gar os militares dos Estados, nos crimes militares defi-
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de di- nidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplina-
plomas nas eleições federais ou estaduais; res militares, ressalvada a competência do júri quando
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente de-
mandatos eletivos federais ou estaduais; cidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, da graduação das praças.
habeas data ou mandado de injunção. § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar
processar e julgar, singularmente, os crimes militares
Seção VII cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos
Dos tribunais e juízes militares disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
sob
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentra-
I - o Superior Tribunal Militar; lizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
II - os Tribunais e juízes militares instituídos por lei. assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de em todas as fases do processo.
quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presiden- § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante,
te da República, depois de aprovada a indicação pelo com a realização de audiências e demais funções da
Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da res-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, pectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públi-
três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da cos e comunitários.
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco den- Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de
tre civis. Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos competência exclusiva para questões agrárias.
pelo Presidente da República dentre brasileiros maio- Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
res de trinta e cinco anos, sendo: prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e do litígio.
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva ativi-
dade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores e
membros do Ministério Público da Justiça Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os
crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
funcionamento e a competência da Justiça Militar.

59
Garantias do Judiciário

Institucionais:
- Autonomia orgânico administrativa: eleger seus órgãos de direção / elaborar regimento interno / organizar a
administração interna.
- Autonomia financeira: elaborarão suas próprias propostas financeiras, desde que compatíveis com os limites estipulados
pela Lei.
Funcionais:
- Independência os órgãos:
- Vitaliciedade: somente perderá o cargo por sentença transitada em julgado. Estabilidade adquirida após 02 anos
(estágio probatório).
Atenção!
1º grau – vitaliciedade após 02 anos
Tribunais – após a posse no cargo superior
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

- Inamovibilidade: impossibilidade de remoção sem anuência do juiz, exceto por interesse público, sendo essa decisão
aprovada e votada por 2/3 do TJ ou do CNJ.
- Irredutibilidade de subsídios: salário não pode ser reduzido, garantindo livre exercício profissional.
- Garantia de imparcialidade (vedações que possam prejudicar a imparcialidade)
Art. 95 parágrafo único
- exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
- receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
- dedicar-se à atividade político-partidária;
- receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
ressalvadas as exceções previstas em lei (EC n. 45/2004);
- exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por
aposentadoria ou exoneração (EC n. 45/2004 — a assim denominada quarentena de saída).

60
#FicaDica

Divisões em instâncias
1ª Instância (1º grau – órgãos singulares): juízes singulares. Exercem a jurisdição – apenas 01 juiz pode “dizer o direito”.
Decisão individual.
2ª Instância (2º grau – órgão colegiado) podem ser divididos internamente. Ex: STF – 02 turmas. Outros casos podem
depender do plenário. Decisão colegiada.

Sequência do processo
O andamento processual não obedece a uma sequência predeterminada. Ex: começa em primeira instância e encerra no
STF. Eu posso ter processos que podem iniciar direto no STF face a competência originária.
Regra: Os órgãos do judiciário são órgãos federais, da união; exceto Tribunais de Justiça e Juízes de direito (estaduais).
TJ/DF embora competência de tribunal estadual, é mantido pela união.

Justiça especializada
Tribunais específicos – Justiça especializada.
TRE / TSE – TRT / TST – STM ( jurisdição em território nacional)
- Sede e jurisdição
Sede dos Tribunais Superiores / STF e CNJ: sede na capital federal. Atenção: CNJ não exerce jurisdição. O CNJ é um órgão
de controle interno do poder judiciário. Tem a função de controlar a atuação administrativa e financeira do poder judiciário
e fiscalizar a atuação dos juízes – não haverá julgamento de litígios, mas sim fiscalizar administração, despesas e atuação
funcional.
TJ – Jurisdição estadual
TRE / TST / Justiça Federal: divididos em regiões.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Composição dos órgãos
Composição tribunais superiores
STF – membros: 11 ministros
Brasileiros natos, mais de 35 e menos de 65, notável saber jurídico, reputação ilibada.
Indicação do presidente / aprovação do Senado Federal (sabatina) maioria absoluta / nomeação Pres. República.
Vontades complexas. Necessário ser juiz de carreira? Não. Basta a indicação e aprovação do Senado. A doutrina pacificou
a necessidade do curso de direito.
STJ – membros: mínimo 33 ministros
Brasileiro nato ou naturalizado
1/3 juízes dos TRF
1/3 desembargadores TJ
1/6 dentre advogados; e
1/6 dentre membros do MP
TST – membros: 27 ministros
4/5 juízes do TRT
1/5 advogados e membros do MP
TSE – membros: 07 ministros
03 ministros do STF (eleitos entre si por voto secreto)
02 ministros do STJ (eleitos entre si por voto secreto)
02 advogados indicados em lista sêxtupla pelo STF e nomeado pelo Pres. República.

61
STM – membros: 15 ministros
03 oficiais da marinha
03 da aeronáutica
04 do exército
03 advogados + 10 anos profissão
02 membros do MP da justiça militar
Nomenclatura: ministros.

Composição tribunais 2º grau


TRF / TRT / TRE: repetir o menor número de membros: 07
TJ: cada estado define o seu
Tribunal Militar: em caso de guerra pode ser criado.
Juízes: conforme a demanda.
Todos os membros dos tribunais superiores e cnj são indicados. Nomeados pelo presidente com aprovação do Senado.
Estaduais: chefe do executivo

Regra do quinto constitucional


Apenas para TJ - TRF - TRT - -TST
Quinto constitucional: TJ / TRF / TRT / TST – 1/5 dos membros vem de advogado e membros do MP indicados. Arredonda
pra cima. (Art. 94)
Regra: OAB e representativo do MP propõem uma lista sêxtupla e submete ao Tribunal para que dentro os 06 escolha
03. Os 03 escolhidos serão levados a conhecimento do chefe do executivo que fará a escolha final e nomeação.
STJ: regra do terço: 1/3 advogados e membros do MP

Conselho nacional de justiça


CNJ: 15 membros – Art. 103B mandato de 02 anos (uma recondução)
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

09 membros do Judiciário.
- 01 STF – Presidente.
- 01 STJ – indicado pelo próprio Tribunal
- 01 TRF – indicado pelo STJ
- 01 Juiz federal – indicado pelo STJ
- 01 TST – indicado pelo próprio Tribunal
- 01 TRF – indicado pelo TST
- 01 Juiz Trabalho indicado pelo TST
- 01 Desembargador indicado pelo STF
- 01 Juiz estadual indicado pelo STF

62
E os demais? - Justiça militar (art. 124 E dl 1001/96)
02 – 02 – 02 - Justiça federal e trf (art. 109 E 108)
02 Advogados – indicados pelo Conselho Federal OAB - Justiça estadual (competência residual – definida pela
02 Ministério Público: 01 MPU indicado pelo PGR / 01 constituição do estado)
MP estados (26: escolhido pelo PGR.
02 cidadãos: notável saber jurídico e reputação ilibada:
01 indicado pela Câmara e outro pelo Senado Federal. EXERCÍCIO COMENTADO
Exceto presidente e vice presidente do STF, os demais
serão indicados e nomeados pelo Presidente da República.
1) Aplicada em: 2018Banca: CESPE Órgão: EMAP Pro-
Presidente do CNJ: Presidente do STF e na ausência o
va: Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Médio. No
vice.
que se refere à organização dos poderes, julgue o item que
Ministro Corregedor: Ministro do STJ
segue. Aos juízes, ainda que em disponibilidade, é vedado
Controle dos atos do CNJ: STF / CNJ controla STF? Não
o exercício de qualquer outro cargo ou função pública.
Estatuto da magistratura ( ) CERTO ( ) ERRADO
Estatuto da magistratura – art. 93 (aprovado por Lei
Complementar – maioria absoluta) – Lei ordinária (maioria
Resposta: Errado - Por conta do cargo, o juiz goza de al-
simples) Projeto de Iniciativa do STF – Câmara vota e
gumas garantias para que possa exercer sua função com
aprova, senado vota e aprovada – Presidente promulga.
total imparcialidade. Também por conta do cargo enfren-
- Ingresso na carreira
ta algumas vedações, a saber:
Art. 93 I
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
Concurso público – provas e títulos – participação da
função, salvo uma de magistério;
OAB em todas as fases.
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou parti-
Bacharel em Direito, mínimo de 03 experiência jurídica.
cipação em processo;
Entra como juiz substituto. (Residência) após, promoção
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
para juiz titular.
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou con-
- Promoção (antiguidade e merecimento)
tribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou priva-
Art. 93 II – Promoção entrância para entrância /
das, ressalvadas as exceções previstas em lei;
classificação de comarcas diferente de instância. 1ª
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afas-
entrância (vara única) 2ª entrância (mais de uma vara)
tou, antes de decorridos três anos do afastamento do car-
Entrância especial (Ex: capital ou grandes cidades)
go por aposentadoria ou exoneração.
Critério: alternadamente 7 - por antiguidade ou
merecimento.
2) Aplicada em: 2018Banca: CESPEÓrgão: EMAPProva:
Promoção por antiguidade: juiz mais antigo; salvo se
Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior. Jul-
2/3 recusarem. TJ
gue o próximo item, relativo à organização dos poderes. A
Promoção por merecimento: 02 anos na entrância / 1ª
inamovibilidade dos juízes é uma garantia não absoluta.
quinta parte
Merecimento: desempenho, atualização em cursos. ( ) CERTO ( ) ERRADO

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Promoção obrigatória: aparecer 03 x consecutivas lista
tríplice ou 5 alternadas. Não serão promovidos aqueles que
Resposta: Certo - A inamovibilidade é uma das garan-
obstaculizarem o desenvolvimento processual.
tias previstas na CF/88 para o cargo de juiz; no entanto,
por motivo de interesse público, poderá ocorrer a remo-
Competências do poder judiciário
ção desde que a decisão pela remoção seja decisão por
- Supremo tribunal federal (art. 102 E 103)
voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Guardião da CF – controle de constitucionalidade
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
- Competências originárias: art. 102 I
- Competências recursais: Recurso Ordinário (Art. 102
Capítulo IV
II) e Extraordinário (Art.102 III) – Repercussão geral para o
Das funções essenciais à justiça
extraordinário (recusar apreciação pela votação de 2/3 dos
Seção
membros)
Do ministério público
- Superior tribunal de justiça (art. 105)
Guardião da Lei infraconstitucional
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,
- Competências originárias: art. 105 I
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
- Competências recursais: Recurso Ordinário (Art. 105 II)
-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democráti-
e Recurso Especial (Art. 105 III)
co e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
- Justiça trabalhista (art. 113 E 114) em regra as relações
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a
regidas pela clt, excetuando as relações estatutárias.
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
- Justiça eleitoral (art. 121 E código eleitoral)

63
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia I - as seguintes garantias:
funcional e administrativa, podendo, observado o dis- a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não po-
posto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação dendo perder o cargo senão por sentença judicial tran-
e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, proven- sitada em julgado;
do-os por concurso público de provas ou de provas e b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse públi-
títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; co, mediante decisão do órgão colegiado competente
a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta or- seus membros, assegurada ampla defesa;
çamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art.
diretrizes orçamentárias. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150,
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respec- II, 153, III, 153, § 2º, I;
tiva proposta orçamentária dentro do prazo estabele- II - as seguintes vedações:
cido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Execu- a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
tivo considerará, para fins de consolidação da proposta honorários, percentagens ou custas processuais;
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orça- b) exercer a advocacia;
mentária vigente, ajustados de acordo com os limites c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
estipulados na forma do § 3º. d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer ou-
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este arti- tra função pública, salvo uma de magistério;
go for encaminhada em desacordo com os limites esti- e) exercer atividade político-partidária;
pulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
aos ajustes necessários para fins de consolidação da contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
proposta orçamentária anual. privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o
poderá haver a realização de despesas ou a assunção disposto no art. 95, parágrafo único, V.
de obrigações que extrapolem os limites estabeleci- Art. 129. São funções institucionais do Ministério Pú-
dos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se pre-
blico:
viamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
suplementares ou especiais.
forma da lei;
Art. 128. O Ministério Público abrange:
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e
I - o Ministério Público da União, que compreende:
dos serviços de relevância pública aos direitos assegu-
a) o Ministério Público Federal;
rados nesta Constituição, promovendo as medidas ne-
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar; cessárias a sua garantia;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública,
II - os Ministérios Públicos dos Estados. para a proteção do patrimônio público e social, do
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Pro- meio ambiente e de outros interesses difusos e cole-
curador-Geral da República, nomeado pelo Presidente tivos;
da República dentre integrantes da carreira, maiores de IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou re-
trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela presentação para fins de intervenção da União e dos
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

para mandato de dois anos, permitida a recondução. V - defender judicialmente os direitos e interesses das
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, populações indígenas;
por iniciativa do Presidente da República, deverá ser VI - expedir notificações nos procedimentos adminis-
precedida de autorização da maioria absoluta do Se- trativos de sua competência, requisitando informações
nado Federal. e documentos para instruí-los, na forma da lei comple-
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito mentar respectiva;
Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre inte- VII - exercer o controle externo da atividade policial,
grantes da carreira, na forma da lei respectiva, para es- na forma da lei complementar mencionada no artigo
colha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo anterior;
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, VIII - requisitar diligências investigatórias e a instau-
permitida uma recondução. ração de inquérito policial, indicados os fundamentos
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito jurídicos de suas manifestações processuais;
Federal e Territórios poderão ser destituídos por deli- IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas,
beração da maioria absoluta do Poder Legislativo, na desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe
forma da lei complementar respectiva. vedada a representação judicial e a consultoria jurídica
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja de entidades públicas.
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores- § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o civis previstas neste artigo não impede a de tercei-
estatuto de cada Ministério Público, observadas, relati- ros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta
vamente a seus membros: Constituição e na lei.

64
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser instituição, podendo avocar processos disciplinares em
exercidas por integrantes da carreira, que deverão resi- curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a
dir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização aposentadoria com subsídios ou proventos proporcio-
do chefe da instituição. nais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções ad-
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far- ministrativas, assegurada ampla defesa;
-se-á mediante concurso público de provas e títulos, IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os pro-
assegurada a participação da Ordem dos Advogados cessos disciplinares de membros do Ministério Público
do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel da União ou dos Estados julgados há menos de um
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica ano;
e observando-se, nas nomeações, a ordem de classifi- V - elaborar relatório anual, propondo as providências
cação. que julgar necessárias sobre a situação do Ministério
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o Público no País e as atividades do Conselho, o qual
disposto no art. 93. deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público § 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um
será imediata. Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Público que o integram, vedada a recondução, compe-
Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta tindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferi-
seção pertinentes a direitos, vedações e forma de in- das pela lei, as seguintes:
vestidura. I - receber reclamações e denúncias, de qualquer inte-
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Públi- ressado, relativas aos membros do Ministério Público e
co compõe-se de quatorze membros nomeados pelo dos seus serviços auxiliares;
Presidente da República, depois de aprovada a esco- II - exercer funções executivas do Conselho, de inspe-
lha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um ção e correição geral;
mandato de dois anos, admitida uma recondução, sen- III - requisitar e designar membros do Ministério Públi-
do: co, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores
I - o Procurador-Geral da República, que o preside;
de órgãos do Ministério Público.
II - quatro membros do Ministério Público da União,
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
assegurada a representação de cada uma de suas car-
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
reiras;
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do
III - três membros do Ministério Público dos Estados;
Ministério Público, competentes para receber reclama-
IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal
ções e denúncias de qualquer interessado contra mem-
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal bros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra
da Ordem dos Advogados do Brasil; seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputa- Conselho Nacional do Ministério Público.
ção ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados
e outro pelo Senado Federal. Seção II
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Da advocacia pública
Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
Públicos, na forma da lei. Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Pú- que, diretamente ou através de órgão vinculado, repre-
blico o controle da atuação administrativa e financeira senta a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-
do Ministério Público e do cumprimento dos deveres -lhe, nos termos da lei complementar que dispuser
funcionais de seus membros, cabendo lhe: sobre sua organização e funcionamento, as atividades
I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Exe-
Ministério Público, podendo expedir atos regulamen- cutivo.
tares, no âmbito de sua competência, ou recomendar § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Ad-
providências; vogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presi-
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofí- dente da República dentre cidadãos maiores de trinta
cio ou mediante provocação, a legalidade dos atos e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ili-
administrativos praticados por membros ou órgãos do bada.
Ministério Público da União e dos Estados, podendo § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da ins-
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se tituição de que trata este artigo far-se-á mediante con-
adotem as providências necessárias ao exato cumpri- curso público de provas e títulos.
mento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribu- § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária,
nais de Contas; a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
III - receber e conhecer das reclamações contra mem- Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
bros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Fe-
Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem deral, organizados em carreira, na qual o ingresso de-
prejuízo da competência disciplinar e correicional da penderá de concurso público de provas e títulos, com a

65
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em to- 1 - Ministério público (art. 127 A 130-a)
das as suas fases, exercerão a representação judicial e a Definição: O Ministério Público é instituição permanente,
consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste arti- a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
go é assegurada estabilidade após três anos de efetivo interesses sociais e individuais indisponíveis.
exercício, mediante avaliação de desempenho perante Parte da doutrina fala em quarto poder, no entanto,
os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das essa classificação não é unânime, já que a CF não prevê um
corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucio- quarto poder, apenas o legislativo, executivo e judiciário.
nal nº 19, de 1998) Em suma, o Ministério Público foi, pela Constituição
de 1988, “arquitetado para atuar desinteressadamente
Seção III na persecução dos valores mais encarecidos da ordem
Da advocacia constitucional”.

Art. 133. O advogado é indispensável à administração


da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifesta- #FicaDica
ções no exercício da profissão, nos limites da lei. Natureza jurídica: instituição independente e
autônoma, que não se inclui na estrutura de
Seção IV nenhum dos poderes tradicionais.
Da defensoria pública

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, Princípios


essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo- - Unidade (existência de uma divisão orgânica, todas
-lhe, como expressão e instrumento do regime democrá- sob a chefia do Procurador Geral de Justiça).
tico, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promo- - Indivisibilidade (possibilidade de um ser substituído
ção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, por outro; o promotor não se vincula pessoalmente a
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, causa).
de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma - Independência funcional (membros do MP não se
do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. subordinam as convicções de outrem).
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública Funções do MP (competências exemplificativas,
da União e do Distrito Federal e dos Territórios e pres- podendo ser ampliadas).
creverá normas gerais para sua organização nos Esta- - Defesa da Ordem Jurídica
dos, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, - Defesa do Regime Democrático
mediante concurso público de provas e títulos, assegu- - Defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
rada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade Obs: proteção e fiscalização.
e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições Ingresso (concurso público) – art. 129 § 3º
institucionais. -Bacharelado em direito
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas - Ocuparão as funções do MP apenas membros de
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de carreira.
sua proposta orçamentária dentro dos limites estabele- - Mínimo de 03 anos de atividade jurídica (documentada
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

cidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação e formalizada)


ao disposto no art. 99, § 2º. - Observância da classificação.
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas Regulamentação
da União e do Distrito Federal. Nacional: Lei 8.625/93
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a Federal: LC 75/93
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, Estaduais: cada estado elabora sua respectiva lei
aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. orgânica
93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. Garantias
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras discipli- Institucionais (ligadas ao órgão)
nadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunera- - Princípios Institucionais (Art. 127 §1º)
dos na forma do art. 39, § 4º. Unidade
Indivisibilidade
As funções essenciais à justiça são todas aquelas Independência
atividades (públicos e privadas) profissionais sem as quais - Autonomia (Art. 127 §2º)
o poder judiciário não funcionaria, ou funcionaria mal, tem Financeira
o objetivo de dinamizar a atividade jurisdicional, chamadas Funcional
de funções essenciais à justiça. É a mola propulsora do Administrativa
judiciário, lembrando que a atividade judiciária é inerte. Funcionais (ligadas ao membro do MP)
Apesar de extrema importância, tais funções não integram - Independência (art. 128 §5º I)
o poder judiciário. Inamovibilidade

66
Exceção: por motivo de interesse público, mediante Procurador Geral de Justiça (estadual)
decisão, por maioria absoluta de votos, do órgão colegiado - Lista tríplice dos membros da carreira
competente (que é o Conselho Nacional do Ministério - Nomeação pelo Chefe do Executivo.
Público), assegurada ampla defesa. - Mandato de 02 anos, uma única recondução.
Vitaliciedade (após 02 anos) CONAMP (Conselho Nacional do Ministério Público)
Irredutibilidade de subsídios (submetido ao teto / SFT) Composição
Resumo das garantias: 01 PGR (presidente)
01 membro MPF
01 membro MPT
01 membro MPM
01 membro MPDF
06 membros de outras carreiras
02 Advogados
02 Cidadãos (01 Câmara / 01 Senado)
02 Juízes (01 STF / 01 STJ)

2 – Advocacia geral da união (art. 131)


Natureza
- Representação da União extra ou judicialmente.
- Consultoria e assessoria jurídica do Poder Executivo.

Organização

Vedações
- receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
honorários, percentagens ou custas processuais.
- exercer a advocacia.
- participar de sociedade comercial.
- exercer função pública, salvo uma de magistério.
- exercer atividade político partidário.
- receber qualquer forma de auxílio ou contribuição de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, exceto nas
situações autorizadas em lei.

Estrutura do Ministério Público

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


Ingresso nas classes iniciais
Concurso público de provas e títulos. Não tem
vitaliciedade, mas sim estabilidade após 03 anos.
Chefe da Instituição (advogado-geral da União)
Livre nomeação e exoneração pelo Presidente da
República dentre cidadãos:
+ de 35 anos
Reputação ilibada.
Atenção: não precisa de autorização do senado.
Obs: tem status de Ministro. STF – julga por crime
comum / Senado – julga por crimes de responsabilidade.
Procurador Geral da República
- Membro da carreira 3 – Advocacia privada – art. 133
- Mais de 35 anos - Habilitação perante a Ordem dos Advogados do Brasil
- Aprovação do nome pela maioria absoluta do Senado - Declarado constitucional em 2011 pelo plenário do STF
Federal. - Capacidade postulatória (participação facultativa em
- Mandato: 02 anos. algumas ações)
- Possibilidade de várias reconduções. - Inviolabilidade da advocacia

67
Imunidade material: imune aos crimes de injuria e CAPÍTULO III
difamação. DA SEGURANÇA PÚBLICA
Obs: a imunidade não vale para calúnia.
- Direitos do advogado: Código de Ética Profissional. Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito
e responsabilidade de todos, é exercida para a preser-
4 – Defensorias públicas – art. 134 vação da ordem pública e da incolumidade das pesso-
- Gozam de autonomia funcional e administrativa as e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
- Regidas pelos mesmos princípios do Ministério Público I - polícia federal;
- Unidade II - polícia rodoviária federal;
- Indivisibilidade III - polícia ferroviária federal;
- Independência funcional IV - polícias civis;
- Ingresso: concurso público V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
- Garantias e prerrogativas: § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
Inamovibilidade permanente, organizado e mantido pela União e estru-
Independência funcional turado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela
Irredutibilidade de subsídios Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Estabilidade I - apurar infrações penais contra a ordem política e
- Vedações social ou em detrimento de bens, serviços e interesses
Exercício da advocacia fora dos limites da instituição. da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática te-
nha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
EXERCÍCIO COMENTADO II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecen-
tes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públi-
1)Aplicada em: 2018Banca: CESPE Órgão: EMAP Prova: cos nas respectivas áreas de competência;
Analista Portuário - Área Jurídica. Acerca da advocacia III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportu-
pública, julgue o item subsequente. Aos membros da Ad- ária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Cons-
vocacia-Geral da União são concedidas as garantias consti- titucional nº 19, de 1998)
tucionais previstas para os membros do Ministério Público. IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
judiciária da União.
( ) Certo ( ) Errado § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em
Resposta: Errado - Aos membros da Advocacia Pública é carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
assegurada a estabilidade após 3 anos de efetivo exercí- ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela
cio, e aos membros do Ministério Público é assegurada a Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
vitaliciedade após 2 anos de exercício. A estabilidade está § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
definida no art. 41 da CF. organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamen-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

2) Aplicada em: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Pro- to ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela
va: Investigador de Polícia. Observada a ordem de nome- Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ação, o ingresso na carreira do Ministério Público se dará § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia
mediante concurso público de provas e títulos, exigindo-se de carreira, incumbem, ressalvada a competência da
do bacharel em direito, no mínimo: União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
a) cinco anos de atividade jurídica. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e
b) um ano de atividade jurídica. a preservação da ordem pública; aos corpos de bom-
c) dois anos de atividade jurídica. beiros militares, além das atribuições definidas em lei,
d) três anos de atividade jurídica. incumbe a execução de atividades de defesa civil.
e) quatro anos de atividade jurídica. § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros milita-
res, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-
Resposta: Letra D - Nos termos do art. 129, § 3º o in- -se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores
gresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
concurso público de provas e títulos, assegurada a partici- § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamen-
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realiza- to dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
ção, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomea- § 8º Os Municípios poderão constituir guardas muni-
ções, a ordem de classificação. cipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.

68
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integran-
tes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na HORA DE PRATICAR
forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da 01) Aplicada em: 2016 Banca: CESPE Órgão: TRT - 8ª
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu Região (PA e AP)Prova: Técnico Judiciário - Área Ad-
patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda ministrativa. Constitui objetivo fundamental da República
Constitucional nº 82, de 2014) Federativa do Brasil
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização
de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, a) a independência nacional.
que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade ur- b) a solução pacífica de conflitos.
bana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional c) a autodeterminação dos povos.
nº 82, de 2014) d) a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Fede- e) a cooperação entre os povos para o progresso da hu-
ral e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entida- manidade.
des executivos e seus agentes de trânsito, estruturados
em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda 02) Aplicada em: 2015Banca: CESPEÓrgão: TRE-MTPro-
Constitucional nº 82, de 2014) va: Analista Judiciário – Administrativa. No que se refere
aos princípios fundamentais estabelecidos na Constituição
Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.

a) O princípio da construção de uma sociedade livre, justa


e solidária está contemplado na CF de forma implícita.
b) Em decorrência do princípio da defesa da paz e da reso-
lução pacífica dos conflitos, o Brasil é proibido de parti-
cipar de qualquer guerra externa, devendo-se posicionar
como país neutro em conflitos bélicos.
c) Conforme o princípio da democracia representativa,
explicitamente previsto na CF, todo o poder emana do
povo, e seu exercício ocorre exclusivamente por meio
dos representantes eleitos.
d) Os Poderes da União, independentes e harmônicos entre
si, são o Executivo, o Judiciário, o Ministério Público e o
Legislativo.
e) A integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, com a finalidade de constituir
uma comunidade latino-americana de nações, constitui
um princípio fundamental da República brasileira.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL


03) Aplicada em: 2018Banca: QuadrixÓrgão: CRP - 2º
Região (PE)Prova: Psicólogo Orientador - Fiscal
Com relação à nacionalidade, assinale a alternativa correta.

a) Com exceção dos casos previstos na CF, a lei não pode


estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturali-
zados.
b) O estrangeiro residente no Brasil há mais de quinze
anos, sem condenação penal, adquire automaticamente
a nacionalidade brasileira.
c) O brasileiro naturalizado será extraditado somente na
hipótese de crime político ou de responsabilidade prati-
cado antes da naturalização.
d) Embora não conste expressamente da CF, considera-se
a língua portuguesa como idioma oficial da República
Federativa do Brasil.
e) Aos portugueses com residência fixa no País e sem con-
denação penal serão atribuídos direitos inerentes ao
brasileiro nato.

69
04) Aplicada em: 2018 Banca: Quadrix Órgão: CRP - 2º 08) Aplicada em: 2017Banca: CESPEÓrgão: TRE-BAPro-
Região (PE)Prova: Psicólogo Orientador – Fiscal. Maria, va: Técnico Judiciário – Área Administrativa. A Constitui-
brasileira nata, mudou-se para a França em razão do tra- ção Federal de 1988 estabelece que “todo o poder emana
balho. Alguns anos depois, casou-se com Pierre (francês), do povo”, que pode exercê-lo diretamente. Nesse sentido,
com quem teve o filho Pedro (nascido em solo francês). o instrumento constitucional que materializa uma conse-
Considerando esse caso hipotético e as regras constitucio- quência advinda do princípio invocado é o(a):
nais sobre nacionalidade, assinale a alternativa correta.
a) plebiscito.
a) Não há previsão constitucional para que Pedro alcance b) filiação partidária.
status de brasileiro nato. c) greve.
b) Pedro será brasileiro naturalizado se for imediatamente d) alistamento militar.
registrado em repartição brasileira competente. e) livre expressão da atividade intelectual.
c) Mesmo que Maria estivesse a serviço do Brasil, Pedro
não seria brasileiro nato, uma vez que nasceu em terri- 09) Aplicada em: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRE-PE
tório francês. Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa. De
d) Mesmo nascendo em território estrangeiro e sendo filho acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), a perda
de pai francês, Pedro será brasileiro nato caso Maria es- ou a suspensão dos direitos políticos se dará em caso de:
teja a serviço do Brasil.
e) Pedro será brasileiro naturalizado caso se mude para o a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a
Brasil e escolha, depois de atingida a maioridade, a na- qual caiba recurso.
cionalidade brasileira. b) incapacidade civil relativa.
c) condenação em ação de improbidade administrativa,
05) Aplicada em: 2018 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG nos termos da lei.
Prova: Delegado de Polícia Substituto. NÃO constitui d) cancelamento da naturalização por decisão judicial de
cargo privativo de brasileiro nato: primeira instância.
e) condenação criminal por decisão judicial de primeira ins-
a) Ministro de Estado da Defesa. tância.
b) Oficial das Forças Armadas.
c) Presidente da Câmara dos Deputados. 10) Aplicada em: 2016 Banca: CESPE Órgão: FUB Pro-
d) Senador da República. va: Conhecimentos Básicos - Cargo 20. Com referência à
Constituição Federal de 1988 e às disposições nela inscritas
06) Aplicada em: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRE-TO relativamente a direitos sociais e políticos, administração
Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa. A perda pública e servidores públicos, julgue o item subsequente.
ou a suspensão dos direitos políticos do eleitor ocorrerá se: No Brasil, o alistamento eleitoral e o voto são facultativos
para os analfabetos, os maiores de setenta anos de idade
a) sua naturalização for cancelada por sentença transitada e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de
em julgado. idade.
b) for-lhe imposta condenação criminal, ainda que seja
passível de recurso. ( ) Certo ( ) Errado
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

c) ele completar setenta anos de idade.


d) ele completar oitenta anos de idade.
e) sobrevier-lhe, por qualquer motivo, incapacidade civil
relativa. GABARITO

07) Aplicada em: 2017Banca: CESPEÓrgão: TCE-PEPro- 1 D


va: Analista de Gestão – Julgamento. Com relação aos
direitos sociais, aos direitos de nacionalidade, aos direitos 2 E
políticos e aos partidos políticos, julgue o próximo item. Es- 3 A
trangeiro que resida no Brasil há mais de quinze anos inin-
4 D
terruptos e não tenha condenação penal poderá tornar-se,
após requerimento, brasileiro naturalizado e, nessa condi- 5 D
ção, candidatar-se a deputado federal ou senador, mas, se 6 A
eleito, estará impedido de presidir a casa legislativa à qual
7 Certo
pertencer.
8 A
( ) Certo ( ) Errado 9 C
10 Certo

70
ÍNDICE

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Atos administrativos: conceito; elementos; características; mérito do ato administrativo; formação e efeitos; classificação e
espécies; procedimento administrativo; extinção, invalidação e revogação dos atos administrativos ................................................01
Poderes e Deveres dos Administradores; uso e abuso de Poder. Poder Hierárquico e Poder Disciplinar. Poder de Polícia
Administrativa: conceito; competência; Poder de Polícia originário e delegado; fundamentos; finalidade; atuação da
administração; limites; características; legitimidade e sanções. ...........................................................................................................................07
Responsabilidade administrativa e criminal. Responsabilidade civil: direito brasileiro; aplicação da responsabilidade objetiva;
reparação do dano; direito de regresso.........................................................................................................................................................................12
Agentes Públicos: regimes jurídicos funcionais; servidores públicos; normas constitucionais específicas concernentes aos
servidores públicos; direitos e deveres dos servidores públicos responsabilidades dos servidores públicos; concurso público;
acessibilidade, estabilidade, remuneração e acumulação de cargos e funções; Poder Disciplinar Administrativo dos Servidores
Públicos. .....................................................................................................................................................................................................................................14
Lei de Improbidade Administrativa - LIA (Lei Federal nº 8429, de 02 de junho de 1992). ........................................................................21
Resposta: Letra C. Alternativa A está incorreta pois os
ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO; atos de polícia são considerados atos de império, e não de
ELEMENTOS; CARACTERÍSTICAS; MÉRITO gestão. Alternativa B está errada pois atos complexos são
DO ATO ADMINISTRATIVO; FORMAÇÃO aqueles manifestados por dois ou mais órgãos distintos. Al-
E EFEITOS; CLASSIFICAÇÃO E ESPÉCIES; ternativa D está incorreta pois os vícios quanto ao motivo
dos atos é caso de nulidade, não sendo possível sua convali-
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO;
dação. Alternativa E está incorreta pois as certidões e enun-
EXTINÇÃO, INVALIDAÇÃO E REVOGAÇÃO
ciados são atos meramente enunciativos, não são passíveis
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. de revogação.

CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Tudo que praticamos nas nossas vidas podem ser consi- Os requisitos ou elementos dos atos administrativos é ma-
derados atos. Mas, para o Direito, os atos são aqueles capazes téria com grande divergência doutrinária. A maioria dos con-
de produzir efeitos jurídicos. E, assim como as pessoas na vida cursos públicos ainda adota a concepção mais clássica dos re-
privada, a Administração Pública também pratica atos, que são quisitos dos atos administrativos e, por isso, daremos maior
capazes de produzir efeitos jurídicos diversos. destaque a ela. De modo geral, a corrente clássica, defendida
Os atos administrativos são as manifestações de von- por autores como Hely Lopes Meirelles, tende a atribuir aos
tade da Administração Pública que objetivam adquirir, atos administrativos cinco requisitos para a sua formação, uti-
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direi- lizando como inspiração o preceito legal disposto no art. 2º
tos ou impor obrigações aos particulares ou a si própria. da Lei nº 4.717/1965. São eles: a) competência, b) objeto, c)
Isso significa que a Administração, antes mesmo de iniciar sua forma, d) motivo, e e) finalidade.
atuação, deve expedir uma declaração que exprime a sua von-
tade de realizar o referido ato. 1. Competência
Importante frisar o caráter infralegal dos atos administrati-
vos, pois imprescindível é a submissão da Administração Públi- Competência diz respeito à capacidade do agente público
ca, seus agentes e órgãos à soberania popular. O ato adminis- para o exercício dos atos administrativos. É requisito de vali-
trativo, dessa forma, deve estar previsto em lei, e seu conteúdo dade, haja vista que, no Direito Administrativo, a lei é quem
não pode ser contrário à lei (contra legem), mas complementar estabelece as competências atribuídas a seus agentes para o
a ela, isso é, deve estar conforme a lei (secundum legem). desempenho de suas funções. Quando o agente atua fora dos
limites da lei, diz-se que cometeu ato nulo por excesso de po-
der. É, por isso, sempre um ato vinculado.
EXERCÍCIO COMENTADO A competência possui certas características próprias, a sa-
ber: obrigatória, intransferível, irrenunciável, imodificável,
imprescritível e improrrogável. Obrigatória porque represen-
1. (TRT1-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INSTITUTO ta um dever do agente público. Irrenunciável porque o agente
AOCP – 2018) público não pode abrir mão de sua competência. Imprescritível,
Referente aos atos administrativos, assinale a alternativa cor- porque a competência perdura ao longo do tempo, ela não ca-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


reta. duca. Improrrogável significa dizer que se é competente hoje,
continuará sendo sempre, exceto por previsão legal expressa
a) Atos de gestão são os praticados pela Administração Públi- em sentido contrário. Intransferível, ou inderrogável, é a impos-
ca com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade, sibilidade de se transferir a competência de um para outro, por
como os atos de polícia. interesse das partes.
b) Atos complexos são os que decorrem da declaração de von- No entanto, essas características não vedam a possibilidade
tade de um único órgão, desde que este seja colegiado. de delegação ou avocação, quando prevista em lei. Por isso,
c) Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou pode-se dizer também que a delegabilidade é outra carac-
mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em terística da competência. Porém, atente-se ao disposto no art.
relação a de outro, que edita o ato principal.
13 da Lei nº 9.784/1999: “Não podem ser objeto de delegação:
d) Os atos que apresentarem defeitos sanáveis, estes entendi-
I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recur-
dos por vícios na forma e no motivo, poderão ser convali-
sos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva
dados pela própria Administração, desde que não acarre-
do órgão ou autoridade”. Alguns atos, então, não podem ser
tem lesão ao interesse público ou prejuízo a terceiros.
delegados a outras autoridades, principalmente se tais atos são
e) Prevalece na doutrina que os meros atos administrativos,
de competência exclusiva do agente público.
como certidões e atestados, são suscetíveis de revogação
pela Administração.

1
2. Objeto 5. Finalidade

Objeto é o conteúdo do ato, ou o resultado que pretende Finalidade é o objetivo a ser almejado pela prática daquele
ser almejado pela prática do ato administrativo. Todo ato ad- ato administrativo. Em muitos casos, o objetivo almejado é a
ministrativo tem por objeto a criação, modificação, ou com- proteção do interesse público. Sempre que o ato for pratica-
provação de situações jurídicas concernentes a pessoas, bens, do tendo em vista o interesse alheio, será nulo por desvio de
ou atividades sujeitas ao exercício do Poder Público. É através finalidade.
dele que a Administração exerce seu poder, concede um be- Além dessa concepção clássica, há também uma classifica-
nefício, aplica uma sanção, declara sua vontade, estabelece um ção mais moderna dos requisitos dos atos administrativos, ela-
direito do administrado, etc. borada por autores como Celso Antônio Bandeira de Mello. Por
O objeto pode não estar previsto expressamente na legis- ser pouco utilizada em concursos públicos, observaremos ape-
lação, cabendo ao agente competente a opção que seja mais nas os pontos essenciais e didáticos da referida classificação.
oportuna e conveniente ao interesse público. A definição de Para essa concepção moderna, são requisitos dos atos ad-
objeto do ato administrativo trata-se, por isso, de ato discri- ministrativos: a) sujeito; b) motivo; c) requisitos procedimen-
cionário. tais; d) finalidade; e) causa e f) formalização. Sujeito, requisitos
procedimentais e causa são os requisitos vinculados, enquanto
3. Forma que o motivo, a finalidade e a formalização são requisitos dis-
cricionários.
A forma é o modo através do qual se exterioriza o ato ad-
ministrativo, é seu revestimento. O desrespeito à forma do ato
acarreta na sua nulidade. Trata-se de ato vinculado, quando EXERCÍCIO COMENTADO
exigida por Lei, e discricionário quando a sua escolha couber
ao próprio agente público. 1. (DPE-AM – ASSISTENTE TÉCNICO – FCC – 2018)
Em regra, os atos administrativos são sempre exterio- Desvio de poder é a denominação de um dos possíveis vícios
rizados por escrito, mas podem também ser orais, gestuais, que acometem os atos administrativos, implicando invalidade.
ou até mesmo expedidos por máquinas. O art. 22 da Lei nº Referido vício relaciona-se diretamente ao elemento:
9.784/1999 determina que “os atos do processo administrati-
vo não dependem de forma determinada senão quando a lei a) objeto, também conhecido como conteúdo do ato.
expressamente a exigir”. b) forma, que diz respeito às formalidades essenciais à exis-
tência do ato.
4. Motivo c) finalidade do ato, podendo, também, estar vinculado à com-
petência.
O motivo é a circunstância de fato ou de direito que deter- d) pressuposto fático, que leva à inexistência do ato.
mina ou autoriza a prática do ato, isso é, a situação fática que e) motivos de fato, em razão, no Brasil, da teoria dos motivos
justifica a realização do ato. Situação de fato é o conjunto de determinantes.
circunstâncias que motivam a realização do ato; questões de
direito é a previsão legal que leva à realização do ato. Resposta: Letra C. Desvio de poder é hipótese de vício de
O motivo pode ser tanto requisito vinculado como discri- ato administrativo praticado com finalidade diversa daque-
cionário, dependendo do comando legal imposto aos agentes. la legalmente prevista. Por haver uma sobreposição de inte-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O motivo será vinculado quando a lei expressamente obrigar o resses particulares do agente público em face do interesse
agente a agir de um certo modo, como na hipótese de lança- público, trata-se de ato inválido, sujeito a anulação com
mento tributário (o fiscal da Receita não tem direito de esco- efeitos retroativos.
lha, se deve ou não fazer o lançamento). Situação diversa é a
do pedido de demissão de servidor público no caso de incon- ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
tinência pública (art. 132, V, da Lei nº 8.112/1990), hipótese em
que a autoridade competente tem maior liberdade para avaliar Atributos são as características dos atos administrativos,
se a demissão é realmente ato necessário ou não, dependendo que os distinguem dos demais atos jurídicos, pois estão sub-
do caso concreto. metidos ao regime jurídico administrativo. Essas característi-
Não se confunde motivo com motivação. Esta é a justifica- cas traduzem em prerrogativas concedidas à Administração
tiva para a realização de determinado ato. O motivo ocorre em Pública para que ela possa atender de maneira adequada às
momento anterior a prática do ato, enquanto que a motiva- necessidades da população.
ção, por ser uma série de explicações que justificam a expedi- A doutrina mais moderna faz referência a cinco atributos
ção do ato, ocorre sempre em momento posterior. Assim, todo distintos: a) presunção de legitimidade e veracidade; b) im-
o ato tem seu motivo, mas nem sempre é expedido adjunto peratividade; c) exigibilidade; d) autoexecutoriedade; e e)
com a motivação, que nada mais é do que a exteriorização tipicidade.
dos motivos.

2
1. Presunção de legitimidade e veracidade 4. Autoexecutoriedade

Também pode ser denominado presunção de legalidade, A autoexecutoriedade permite que a Administração Públi-
significa que todo ato administrativo é considerado válido no ca possa realizar a execução material de seus atos. A expressão
âmbito jurídico, até surgir prova em contrário. Se, pelo princípio “auto” advém do fato de que o Poder Público não necessita
da legalidade, ao Administrador só cabe fazer o que a lei permi- de autorização judicial para desconstituir a situação irregular
te, então presume-se que o fez respeitando a lei. e violadora da ordem jurídica, o que a difere da exigibilidade,
Nosso Direito admite duas formas de presunção: presunção ju- que não tem o condão de, por si só, desconstituir a irregulari-
ris et de jure que significa “de direito e por direito”, é presunção ab- dade do ato, apenas pune o infrator. Para tanto, necessita da
soluta, que não admite prova em contrário. Temos também a pre- presença de dois requisitos: a previsão legal, como nos casos
sunção juris tantum, resultante do próprio direito e, embora por ele de Poder de Polícia; e o caráter de urgência, a fim de preservar
estabelecida como verdadeira, admite prova em contrário. A pre- o interesse coletivo.
sunção dos atos administrativos é juris tantum. Trata-se, então, Assim, não há necessidade de intervenção judicial nas hi-
de presunção relativa. Cabe ao particular que alegou a ilegalidade póteses de: apreensão de mercadorias contrabandeadas, na
do ato administrativo provar a carência de legitimidade do mesmo. demolição de construção irregular, na interdição de estabe-
A presunção atinge todos os atos, inclusive aqueles pratica- lecimento comercial irregular, entre outros. Todavia, afirmar
dos pela Administração com base no direito privado. Qualquer que a execução independe de manifestação do Judiciário não
que seja o ato, se praticado pela Administração Pública, será significa dizer que escapa do controle judicial. Poderá ser leva-
presumidamente legítimo e verdadeiro. do ao crivo, mas somente a posteriori, depois de seu cumpri-
mento, se houver provocação da parte interessada. As medi-
2. Imperatividade das judiciais mais adequadas para contestar a força coercitiva
administrativa são o mandado de segurança e o habeas data
Compreendida também como coercibilidade, os atos ad- (art. 5º, LXIX e LXVIII, da CF/1988).
ministrativos se impõem aos destinatários, independentemente Importante ressaltar ainda que os princípios da razoabili-
de sua concordância, outorgando-lhes deveres e obrigações. A dade e proporcionalidade impõem limites na atuação coerciti-
imperatividade garante ao Poder Público a capacidade de pro- va dos agentes públicos. A autoexecutoriedade (leia-se o uso
duzir atos que geram consequências perante terceiros. de força física) deve ser utilizada com bom senso e moderação.
A justificativa da criação unilateral, ainda que contra a von-
tade dos administrados, dos atos administrativos é o Poder
5. Tipicidade
coercitivo do Estado, também denominado Poder Extroverso.
Esse não é um atributo comum a todos os atos, mas tão so-
A tipicidade diz respeito à necessidade de respeitar as fi-
mente aos que impõem obrigações aos administrados. Assim,
nalidades específicas delimitadas pela lei, para cada espécie
não têm essa característica os atos que outorgam direitos (au-
de ato administrativo. Dependendo da finalidade que o Poder
torização, permissão, licença), bem como aqueles meramente
Público almeja, existe um ato definido em lei. A lei deve sem-
administrativos (certidão, parecer).
pre estabelecer os tipos de atos e suas consequências, promo-
vendo ao particular a garantia de que a Administração Pública
2. Imperatividade
não fará uso de atos inominados, sem tipificação, que impõem
Compreendida também como coercibilidade, os atos ad- obrigações cuja previsão legal não existe. É um atributo que
ministrativos se impõem aos destinatários, independentemente deriva do próprio princípio da legalidade.

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de sua concordância, outorgando-lhes deveres e obrigações. A
imperatividade garante ao Poder Público a capacidade de pro- #FicaDica
duzir atos que geram consequências perante terceiros.
A justificativa da criação unilateral, ainda que contra a von- A tipicidade é característica marcante da expro-
tade dos administrados, dos atos administrativos é o Poder priação de bens particulares pelo Poder Público.
coercitivo do Estado, também denominado Poder Extroverso. É o caso de desapropriação administrativa, hipó-
Esse não é um atributo comum a todos os atos, mas tão so- tese em que o Poder Público tem a prerrogativa
mente aos que impõem obrigações aos administrados. Assim, de tirar da esfera de alguma pessoa física a titu-
não têm essa característica os atos que outorgam direitos (au- laridade sobre bem imóvel, transformando-o em
torização, permissão, licença), bem como aqueles meramente bem público. Para tanto, deve realizar um proce-
administrativos (certidão, parecer). dimento envolvendo aspectos mais complexos,
como a declaração de utilidade ou necessidade
3. Exigibilidade pública (art. 5º, XXIV, da CF/1998), bem como a
necessidade de prévia indenização ao particular
Consiste no atributo que permite à Administração Pública que teve seu bem expropriado, em pecúnia (art.
aplicar sanções aos particulares por violação da ordem jurídica, 182, § 3º, da CF/1988).
sem a necessidade de recorrer ao processo judicial, que é dema-
siado longo e repleto de solenidades. A exigibilidade permite ao
Administrador aplicar as sanções administrativas, como multas,
advertências, e interdição de estabelecimentos comerciais.

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devida, o ato não estará perfeito.
EXERCÍCIO COMENTADO Atos compostos: é aquele que advém de manifesta-
ção de apenas um órgão. Porém, para que produza
1. (DPE-AM – ASSISTENTE TÉCNICO – FCC – 2018) efeitos, depende da aprovação, visto, ou anuência de
O atributo do ato administrativo que depende de expressa outro ato, que o homologa, como condição para a
previsão legal ou se justifica diante de necessidade urgente executoriedade daquele ato. Costuma-se afirmar que
denomina-se: o ato posterior é acessório do anterior, pois a mani-
festação do segundo ato não possui a mesma maté-
a) autoexecutoriedade. ria do primeiro: ele apenas complementa a aplicação
b) presunção de legitimidade e veracidade. deste. Exemplo: a nomeação de servidor público, que
c) motivo ou finalidade. deve sempre anteceder a sua aprovação em concur-
d) unilateralidade ou tipicidade. so público.
e) imperatividade. c) Quanto aos destinatários:
Atos gerais: são o conjunto de regras de caráter abs-
Resposta: Letra A. A autoexecutoriedade permite que a trato e impessoal. Seus destinatários são muitos, mas
Administração Pública possa realizar a execução material unidos por características em comum, que os faz
de seus atos. Necessita da presença de dois requisitos au- destinatários do mesmo ato. Para produzirem seus
torizadores: a expressa previsão legal, como nos casos de efeitos, já que externos, devem ser publicados na im-
poder de polícia, e o caráter de urgência, a fim de preservar prensa oficial. Exemplos: os editais de concurso pú-
o interesse coletivo. blico, as instruções normativas.
Atos coletivos: são aqueles expedidos a um grupo
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS definido de destinatários. É o caso, por exemplo,
de alteração de horário de funcionamento de uma
Atos administrativos existem dos mais variados tipos. Para repartição pública. Tal ato, evidentemente, somente
efeitos didáticos, costuma-se dividir e agrupá-los, formando- é do interesse daqueles funcionários. A publicidade
-se uma verdadeira classificação desses atos. Portanto, passe- é atendida apenas com a comunicação dos interes-
mos a analisar as diversas modalidades de atos administrati- sados, visto que é um ato interno da Administração
vos, observando os seguintes critérios: Pública.
Atos individuais: são aqueles destinados a apenas um
a) Quanto ao grau de liberdade: único destinatário. Exemplo: a promoção de um de-
Atos vinculados: são aqueles praticados pela Adminis- terminado servidor público. A exigência da publici-
tração Pública sem nenhuma liberdade de atuação. dade depende somente da comunicação do interes-
A lei define todas as margens de sua conduta. Ha- sado, não há necessidade de publicação pelo Diário
vendo vício no ato vinculado, pode-se pleitear a sua Oficial.
anulação e não a revogação, pois trata-se de vício de d) Quanto aos efeitos:
legalidade. É o caso, por exemplo, da concessão de Atos constitutivos: são aqueles que geram uma nova
aposentadoria para o contribuinte beneficiário. situação jurídica aos destinatários. Pode ser pela ou-
Atos discricionários: a lei também estabelece uma torga de um novo direito, como permissão de uso
série de regras para a prática de um ato, mas deixa de bem público, ou a imposição de uma obrigação,
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certo grau de liberdade ao agente público, que po- como estabelecer um período de suspensão.
derá optar por um entre vários caminhos igualmente Atos declaratórios: são aqueles que afirmam uma si-
válidos. Há uma avaliação subjetiva prévia à edição tuação já existente, seja de fato ou de direito. Não
do ato. É o caso das permissões para o uso de bem cria, transfere ou extingue situação jurídica, apenas
público. a reconhece. É o caso da expedição de uma certidão
b) Quanto à formação de vontade: de tempo de serviço.
Atos simples: são aqueles que nascem da manifestação Atos modificativos: são os que têm capacidade de
de vontade de apenas um órgão, seja ele unipessoal alterar a situação já existente, sem que seja extinta.
(formado só por uma pessoa) ou colegiado (compos- Todavia, não tem o condão de criar direitos e obriga-
to por várias pessoas). O ato que altera o horário de ções. Exemplo: a alteração do horário de atendimen-
atendimento da repartição pública, emitido por uma to da repartição
única pessoa, bem como a decisão administrativa do Atos extintivos: também denominados atos descons-
Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, titutivos, são aqueles que põem termo a um direito
que expressa vontade única apesar de ser órgão co- ou dever pré-existentes. Exemplo: a demissão de ser-
legiado, são exemplos de atos simples. vidor público.
Atos complexos: são aqueles que se formam pela e) Quanto ao objeto:
união de várias vontades, isso é, que necessitam da Atos de império: são aqueles praticados pela Adminis-
manifestação de vontade de dois ou mais órgãos tração em posição de superioridade perante os par-
diferentes para a sua formação. Enquanto todos os ticulares, como na imposição de multa por infração
órgãos competentes não se manifestarem da forma administrativa.

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Atos de gestão: são expedidos pela Administração, em ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
posição de igualdade em relação aos administrados.
É o caso da alienação de bem público. Os atos administrativos tipificados pela legislação brasileira
Atos de expediente: são atos internos, elaborados por são diversos. Por isso, também é utilizado, para fins didáticos,
autoridade subalterna, que não têm capacidade de- uma sistematização dos atos administrativos. A doutrina divide
cisória. Exemplo: numeração dos autos no processo os atos administrativos previstos da legislação em cinco espé-
judicial. cies distintas:
f) Quanto à exequibilidade:
Atos perfeitos: são aqueles que completaram seu pro- a) Atos normativos: são aqueles que apresentam co-
cesso de formação, e estão prestes a produzir seus mandos gerais e abstratos para o cumprimento da
efeitos. Perfeição não se confunde com validade, lei. Alguns autores, inclusive, chegam a considerar tais
pois um ato válido pode não ser obrigatoriamente atos “leis em sentido material”. São atos normativos:
perfeito. os decretos e regulamentos; as instruções normativas;
Atos imperfeitos: são os que ainda não completaram os regimentos; as resoluções; e as deliberações.
seu processo de formação, e por isso mesmo, não es- b) Atos ordinatórios: correspondem a manifestações
tão aptos a produzirem efeitos. Atos imperfeitos ge- internas da Administração Pública decorrentes do
ralmente necessitam de outro ato que o homologue. poder hierárquico, estabelecendo regras de funciona-
Atos pendentes: são aqueles que se sujeitam a condi- mento de seus órgãos internos e regras de conduta
ção ou termo para começar a produzir efeitos. Seu de seus agentes. Tais atos não podem disciplinar as
ciclo de formação está concluído, porém depende condutas dos particulares. São atos ordinatórios: as
ainda de um evento para tornar-se apto a produzir instruções; as circulares; os avisos; as portarias; os ofí-
efeitos. cios; as ordens de serviço; os despachos; entre outros.
c) Atos negociais: são aqueles que manifestam a vonta-
Os critérios apresentados não são exaustivos: há outras
de da Administração em consonância com o interesse
formas de classificação dos atos administrativos adotadas por
dos particulares. Exemplos: a licença, a autorização,
diversos autores. Escolhemos apresentar aqueles que têm mais
a permissão, a concessão, a aprovação, a homologa-
chances de aparecer em uma questão de concurso público.
ção, a renúncia, etc. Os atos negociais podem ser vin-
culados (licença) ou discricionários (autorização), de-
finitivos ou precários, sendo passíveis de revogação
EXERCÍCIO COMENTADO pelo Poder Público a qualquer tempo. A característica
1. (TRT-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC – 2018) especial desses atos é que eles não disciplinam direi-
Um particular interessado em obter porte de arma solicitou tos, e sim interesses dos particulares.
à Administração consentimento para tanto. Nesta hipótese, a d) Atos enunciativos: também denominados “atos de
manifestação positiva da Administração, que demanda análise pronúncia”, são aqueles que certificam, ou atestam a
de aspectos subjetivos do requerente, consistirá em um ato existência de uma situação jurídica peculiar. Tais atos
administrativo: possuem caráter predominantemente declaratório.
São atos enunciativos: as certidões; os atestados; os
a) unilateral e vinculado, que faculta o uso, sem restrições, pareceres; etc.
e) Atos punitivos: como o próprio nome supõe, são

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quando o particular preencher as condições objetivas ne-
cessárias e previstas em lei. os atos que aplicam sanções aos particulares, ou aos
b) vinculado, de natureza bilateral, que se denomina licença. servidores que pratiquem condutas irregulares, nos
c) discricionário e precário, que se denomina licença e se fun- termos da lei. São atos punitivos: as multas, as inter-
damenta no poder disciplinar. dições; e a destruição de coisas.
d) discricionário, mas não precário, bilateral, podendo deno-
minar-se licença ou autorização, indistintamente.
e) unilateral, discricionário e precário, que se denomina auto- EXERCÍCIO COMENTADO
rização.
1. (AL-RS – ANALISTA LEGISLATIVO – FUNDATEC
Resposta: Letra E. No caso mencionado, é evidente que – 2018)
o interesse pelo porte de arma é somente do particular. A Considerando o entendimento da clássica e majoritária doutri-
análise das condições, nesse caso, está submetida aos re- na administrativista, quanto às espécies de atos administrati-
quisitos de conveniência e oportunidade (“aspectos subje- vos, é incorreto afirmar que:
tivos do requerente”). Não se trata de ato vinculado, logo,
jamais poderia ser a licença. A autorização é ato adminis- a) A instrução normativa pode ser classificada como ato admi-
trativo discricionário e precário pelo qual a Administração nistrativo negocial.
autoriza o particular a exercer determinada atividade que b) O alvará é ato administrativo que formaliza o consentimento
seja de seu interesse. da administração pública para o exercício de atividades pe-
los particulares.

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c) O parecer é considerado ato administrativo que exterioriza 1. Revogação
manifestação técnica de caráter opinativo, salvo previsão
legal em contrário. Revogação é a extinção de ato administrativo que se en-
d) O regimento interno é ato administrativo normativo. contra perfeito e apto a produzir seus efeitos, praticado pela
e) As certidões podem ser classificadas como atos administra- própria Administração Pública, fundada em razões de conve-
tivos enunciativos. niência e oportunidade, sempre almejando a proteção do inte-
resse público. Nessa hipótese, ocorre uma causa supervenien-
Resposta: Letra A. A instrução normativa é modalidade de te, que altera o juízo de conveniência e oportunidade sobre a
ato normativo, que apresenta comandos gerais e abstratos permanência de ato discricionário, obrigando a Administração
para o fiel cumprimento da lei. Os atos negociais, por sua a expedir um segundo ato capaz de revogar esse ato anterior.
vez, são aqueles que manifestam uma declaração de vontade O conceito de revogação tem previsão no art. 53 da Lei
do Poder Público coincidente com a pretensão do particular, nº 9.784/1999: “A Administração deve anular seus próprios
visando à concretização de negócios jurídicos públicos ou atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-
à atribuição de certos direitos ou vantagens ao interessado. -los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos”. Sobre o mesmo assunto, a Súmula nº
INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 473, do STF: “A administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
Os atos administrativos possuem um ciclo de vida. Eles são não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conve-
criados, começam a produzir efeitos, e depois de um tempo, desa- niência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
parecem. Vamos analisar com mais detalhes justamente o desapa- ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
recimento dos atos administrativos, embora seja preferível utilizar Por tratar-se de questão de mérito, a revogação somen-
o termo “extinção” (ou “invalidação”) dos atos administrativos. te pode ser decretada pela própria Administração Pública. É,
Para melhor compreensão do tema, a doutrina utiliza-se de também, decorrência do princípio da autotutela: a Administra-
uma sistematização das formas de extinção dos atos adminis- ção Pública tem competência para anular e revogar seus atos,
trativos. A principal divisão que deve ser feita é em relação a
sendo descabido a manifestação do Poder Judiciário nos atos
produção de efeitos: existem atos administrativos eficazes, e
administrativos discricionários. A revogação é elaborada pela
atos ineficazes. Quando ineficaz, o ato pode ser extinto pela re-
mesma autoridade que praticou o ato principal.
tirada, ou pela sua recusa pelo beneficiário. Tratando-se de atos
O ato revocatório é sempre secundário, constitutivo e
eficazes, há quatro formas de distinção dos atos administrativos:
discricionário. Seu objeto será sempre o ato administrativo
ou a relação jurídica anterior perfeita e eficaz, destituído de
a) Extinção ipsu iure pelo cumprimento dos efeitos:
qualquer vício. A revogação atinge somente os atos discri-
é a extinção que ocorre pelo cumprimento integral
cionários: para os atos vinculados, a medida cabível é a anu-
dos efeitos do ato administrativo. É a extinção natural
lação.
esperada por todo ato administrativo. Pode ocorrer
Por fim, em relação a seus efeitos, a revogação não pode
mediante: a.1) esgotamento do conteúdo, como a
vacinação de enfermos após expedição de ordem de atingir as situações jurídicas do passado. Isso significa que a
entrega das vacinas; a.2) execução da ordem, como revogação produz efeitos futuros, não retroativos, ou ex nunc.
o guinchamento de veículo; a.3) implemento de Há a possibilidade do particular, que se sentiu prejudicado
condição resolutiva ou termo final, como o prazo com a referida medida, ingressar em juízo com pedido de in-
final para renovação da CNH. denização contra a Administração.
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b) Extinção ipsu iure pelo desaparecimento da pessoa


ou objeto: os atos administrativos podem dizer res- 2. Anulação
peito a pessoas, ou coisas. Desaparecendo um desses
elementos, o ato extingue-se automaticamente, pois É a extinção de ato administrativo defeituoso, pois carece
perdeu a sua utilidade. As pessoas “desaparecem” de legalidade, podendo ser expedido pela Administração Pú-
com seu falecimento, como a morte de servidor pú- blica, ou até mesmo pelo Poder Judiciário. A anulação deriva
blico que receberia promoção; e as coisas com a sua do próprio princípio da legalidade e autotutela. Também pos-
ruína ou destruição, como o desabamento de prédio sui fundamento no art. 53, da Lei nº 9.784/1999, bem como na
que recebeu licença para a sua reforma. Súmula nº 473, do STF.
c) Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio be- A anulação realizada pela própria Administração ocorre
neficiário abre mão da situação proporcionada pelo mediante a expedição de ato anulatório. Suas características
ato administrativo. É o caso da exoneração de cargo principais são: ato secundário, constitutivo e vinculado.
público a pedido do seu ocupante. Tanto a Administração como o Poder Judiciário podem de-
d) Retirada do ato: é a forma mais importante de extin- cretar a anulação de ato administrativo. Outra característica
ção dos atos administrativos, para os concursos pú- importante é o prazo definido pelo caput do art. 54 da Lei nº
blicos. É a extinção que se dá pela expedição de um 9.784/1999: “O direito da Administração de anular os atos ad-
segundo ato, elaborado para extinguir ato adminis- ministrativos de que decorram efeitos favoráveis para os desti-
trativo anterior a ele. Comporta cinco modalidades, natários decai em cinco anos, contados da data em que foram
que serão vistas com maiores detalhes: revogação, praticados, salvo comprovada má-fé”. O prazo decadencial de
anulação, cassação, caducidade e contraposição. cinco anos é atributo exclusivo da anulação.

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Por fim, em relação a seus efeitos, importante frisar que o
ato nulo (aquele que carece de legalidade), tem o seu defeito PODERES E DEVERES DOS
constatado desde a sua concepção. Por isso, a anulação deve ADMINISTRADORES; USO E ABUSO
desconstituir os efeitos desde a data da prática daquele ato. DE PODER. PODER HIERÁRQUICO
Podemos afirmar, então, que a anulação possui efeito retroativo, E PODER DISCIPLINAR. PODER
ou ex tunc. Em regra, não gera ao particular direito à indeniza-
DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA:
ção pela anulação de ato ilegal, salvo se comprovar ter sofrido
dano anormal para ocorrência, do qual não tenha participado.
CONCEITO; COMPETÊNCIA; PODER DE
POLÍCIA ORIGINÁRIO E DELEGADO;
3. Cassação FUNDAMENTOS; FINALIDADE; ATUAÇÃO
DA ADMINISTRAÇÃO; LIMITES;
São hipóteses em que o administrado deixa de preencher CARACTERÍSTICAS; LEGITIMIDADE E
condição necessária para a permanência da referida vantagem. SANÇÕES.
Exemplo: habilitação da CNH cassada por pessoa enferma.

4. Caducidade A Administração Pública deve cumprir suas atribuições


constitucionais, por imposição legal. Para tanto, o exercício
Também denominada decaimento, consiste na modalidade de suas funções depende de certas prerrogativas, ou Poderes,
de extinção de ato administrativo em consequência de norma conferidos pela legislação. Esses poderes são considerados ins-
jurídica superveniente, a qual impede a permanência da situa- trumentos de trabalho. Significa dizer que esses poderes-de-
ção anteriormente consentida. Como não pode produzir efeitos veres são instrumentais, utilizados pela Administração com o
automaticamente, é necessária a prática de um ato secundário, objetivo maior de promover a supremacia do interesse público.
determinando a extinção do ato decaído. Exemplo: perda do Quando o agente público exerce adequadamente suas
direito de comercializar em área que passa a ser considerada competências, atuando em conformidade com a legislação,
exclusivamente residencial. sem excessos ou desvios, diz-se que ele faz uso regular do po-
der. Entretanto, havendo hipóteses de exercício de competên-
5. Contraposição cias fora dos limites legais, visando apenas interesses alheios,
trata-se de clara hipótese de uso irregular do poder, também
É o modo de extinção que ocorre com a expedição de um se- denominado abuso de poder. O abuso de poder, além de cau-
gundo ato, fundado em competência diversa, cujos efeitos são con- sar a invalidade do ato, constitui em ilícito ensejador de res-
trapostos aos do ato inicial. É uma espécie de revogação praticada ponsabilidade pela autoridade competente que causou danos
por autoridade distinta da que expediu o ato inicial. Exemplo: no- com seu uso irregular.
Abuso de poder pode se manifestar no exercício das fun-
meação de um funcionário anteriormente exonerado de seu cargo.
ções administrativas sob duas formas: pelo excesso de poder,
e pelo desvio de finalidade. Excesso de poder é a hipótese de
uso irregular dos poderes administrativos pelo qual a autorida-
EXERCÍCIO COMENTADO de competente ou não, pratica algum ato desrespeitando os
limites impostos, exorbitando o uso de suas faculdades admi-
1. (SEFAZ-RS – AUDITOR DO ESTADO – CESPE –
nistrativas. Ao exceder sua competência legal, o agente respon-
2018) sável age com exageros e desproporcionalidade, o que torna o
Determinado prefeito exarou ato administrativo autorizando o

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ato praticado por ele absolutamente inválido. Mas o excesso
uso de bem público em favor de um particular. Pouco tempo de poder admite convalidação, ou seja, há hipóteses em que se
depois, lei municipal alterou o plano diretor, no que tange à pode corrigir vício cometido no ato preservando sua eficácia,
ocupação do espaço urbano, tendo proibido a destinação de tal dependendo do caso concreto.
bem público à atividade particular. Desvio de finalidade, por sua vez, é vício do ato adminis-
Nessa situação hipotética, o referido ato administrativo de auto- trativo, praticado sempre por autoridade competente, que tem
rização de uso de bem público extingue-se por por fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente,
nas regras de competência da legislação (art. 2º, par. único, e,
a) revogação. da Lei nº 4.717/1965). A finalidade diversa não macula os requi-
b) anulação. sitos essenciais dos atos administrativos (competência, objeto,
c) contraposição. forma, motivo), mas tende a macular o ato, tornando-o nulo. O
d) caducidade. único caminho possível para esse ato é a anulação, ou seja, não
e) cassação. há possibilidade de convalidação. O desvio de finalidade pode
ocorrer tanto nas condutas comissivas, em seu campo de atua-
Resposta: Letra D. Pela leitura do enunciado, podemos per- ção, quanto nas condutas omissivas, isso é, quando o agente
ceber que a extinção da referida autorização de uso de bem público se abstém de realizar tarefa legalmente imposta.
público se deu pela edição de lei municipal que alterou o Exemplos de desvio de finalidade são bastante comuns na
plano diretor da cidade. A única hipótese cabível é a caduci- Administração Pública brasileira: a construção de estrada cujo
dade, por ser justamente hipótese de extinção de ato admi- trajeto foi elaborado com objetivo de valorizar a propriedade
nistrativo devido a norma jurídica superveniente que altera, rural de um governador; a transferência de servidor público
ou impede a permanência da situação jurídica anterior. para outro Estado apenas para ficar longe da filha do delega-

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do de polícia da cidade, a nomeação de réu em ação penal a da margem de interpretação das normas, pois se um decreto
cargo público para obter foro privilegiado e transferir seu pro- dispõe qual é a forma mais correta de aplicação da lei, esta
cesso para o STF, etc. Percebe-se que, em todos os casos, há a perde um pouco de seu caráter geral e abstrato, seu campo
sobreposição de um interesse particular sobre o interesse da de discricionariedade é reduzido a uma única forma válida de
coletividade: os agentes estatais, dessa forma, praticam atos aplicação no âmbito jurídico. Por isso, o poder regulamentar
visando obter alguma vantagem pessoal, para eles mesmos apresenta natureza vinculada.
ou para outrem, concretizando, assim, o desvio de finalidade. Exis tem diversas espécies de regulamentos administrativos:
O estudo dos poderes da Administração Pública, assim, é a) Regulamentos administrativos ou de organização:
de extrema importância para verificar quais são os seus limites são aqueles que disciplinam questões internas de
de atuação. Para tanto, a doutrina costuma dividir esse poder estruturação e funcionamento da Administração
conferido à Administração em seis vertentes: poder vinculado; Pública, bem como as relações jurídicas de sujeição
poder discricionário; poder disciplinar; poder hierárquico; po- especial do Poder Público perante particulares. Ex-
der de polícia; e poder regulamentar. emplo: regulamento que disciplina organização e
Poder vinculado é aquele em que a lei atribui determi- funcionamento da administração federal (art. 84, VI,
nada competência ao administrador, delimitando todos os a, da CF/1988).
aspectos de sua conduta, o qual deve compulsoriamente se- b) Regulamentos habilitados ou delegados: em al-
guir a forma prevista na lei, não havendo qualquer margem de guns países, há a possibilidade do Poder Legislativo
liberdade para que o agente público escolha a melhor forma delegar ao Executivo a disciplina de matérias reser-
de cumprir suas funções. Os atos praticados no exercício do
vadas privativamente à lei, havendo uma transfer-
poder vinculado são denominados atos vinculados.
ência de competência legislativa. Tais regulamentos
Poder discricionário é o poder que o legislador, ao deli-
não são admitidos no direito administrativo bra-
mitar a competência da Administração Pública, confere tam-
bém uma margem de liberdade para que o agente público
sileiro.
possa escolher, diante da situação jurídica, qual o caminho c) Regulamentos executivos: são os regulamentos co-
mais adequado, ou qual a melhor forma de solução daquela muns, expedidos sobre matéria disciplinada pela leg-
desavença. A lei não impõe um único comportamento como islação, permitindo a fiel execução da norma legal. É
no poder vinculado: ela delega ao administrador a faculdade a hipótese do art. 84, IV, da CF/1988.
de avaliar a melhor solução para cada caso. Garantir margem d) Regulamentos autônomos: são os que dispõem
de liberdade não significa que o administrador deve agir fora sobre tema não disciplinado pela legislação. Há um
da lei, pois a discricionariedade não o permite estar acima da conjunto de temas que a norma constitucional reti-
legislação. Além disso, o poder discricionário também pode rou da competência do Poder Legislativo e atribuiu
sofrer controle pelo Poder Judiciário, exceto quando a questão sua disciplina ao Poder Executivo. A EC nº 32/2001
for referente ao mérito dos atos discricionários, cuja compe- elenca dois temas que só podem ser disciplinados
tência é exclusiva da própria Administração. por decreto expedido pelo Presidente da República:
a organização da administração federal; e a extinção
PODER REGULAMENTAR de funções e cargos vagos e não ocupados.

O poder regulamentar consiste na possibilidade do Chefe


do Poder Executivo de cada entidade da Federação de editar
atos administrativos gerais, abstratos ou concretos, expe- EXERCÍCIO COMENTADO
didos para dar fiel cumprimento à lei. Seu fundamento legal
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encontra-se disposto no art. 84, IV, da CF/1988: “Compete pri- 1. (CÂMARA DE BELO HORIZONTE-MG – CONSUL-
vativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, pro- TOR LEGISLATIVO – CONSULPLAN – 2018)
mulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e Considerando os conceitos de abuso de poder, excesso de po-
regulamentos para sua fiel execução”. Por ser de competência der e desvio de poder, assinale a afirmativa em que a hipótese
exclusiva do Chefe do Poder Executivo, é indelegável a qual-
apresentada está corretamente identificada com a espécie de
quer subordinado. Embora o texto constitucional faça menção
uso indevido do poder:
somente ao Presidente da República, o referido poder pode
ser exercido, por simetria, pelos Governadores e Prefeitos.
a) Excesso de poder – “o servidor deixa, propositadamente,
Uma das palavras chave do poder regulamentar é “regu-
de praticar um ato de sua competência, estando presente
lamento”. Trata-se de ato administrativo que tem por escopo
o dever de agir”.
estabelecer detalhes e diretrizes quanto ao modo de aplicação
b) Desvio de poder – “remoção de um servidor, para outro
dos dispositivos legais, dando maior concretude aos coman-
setor, como medida disciplinar pela prática de infração ad-
dos gerais e abstratos presentes na legislação. Não se confun- ministrativa”.
de com o decreto, que é outro ato administrativo que introduz c) Desvio de poder – “a demissão de um servidor improbo,
o regulamento em si. Decreto representa a forma do ato admi- realizada por sua chefia imediata, sendo tal competência da
nistrativo, enquanto o regulamento representa seu conteúdo. autoridade máxima”.
Ambos os decretos e regulamentos são atos em posição d) Excesso de poder – “qualquer forma de abuso de poder ou
de inferioridade em relação as leis e, por isso, não são capazes desvio de poder perpetrada por agente público no exercí-
de criar direitos e obrigações aos particulares sem fundamen- cio de suas funções”.
to legal. Suas funções primordiais, no entanto, são a redução

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Resposta: Letra B. Alternativa A está incorreta pois o ex- camente subordinados, quando for conveniente, em razão de
cesso de poder pressupõe uma ação de agente que prati- circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
cou conduta fora de sua competência, não uma omissão. territorial”. Essa transferência de competência é sempre provi-
Alternativa C está incorreta pois trata-se de hipótese de sória, o que significa que pode ser revogada a qualquer tempo.
excesso de poder. Alternativa D está errada pois o abuso A regra geral é sempre a delegabilidade das competên-
de poder é gênero, do qual o excesso de poder é espécie. cias. Todavia, a própria legislação (art. 13 da Lei nº 9.784/1999)
assevera três matérias que não podem ser delegadas. Assim,
PODER HIERÁRQUICO são indelegáveis: a edição de ato de caráter normativo, pois
constituem-se em regras gerais aplicáveis a todos os órgãos,
Poder hierárquico é o poder que dispõe o Executivo para incompatível com a delegação; a decisão em recursos admi-
organizar e distribuir as funções de seus órgãos, bem como nistrativos, para evitar que a mesma autoridade possa julgar
ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo o mesmo processo mais de uma vez pela delegação; e as ma-
uma relação de subordinação entre os servidores do seu térias que forem consideradas de competência exclusiva do
quadro de pessoas. As relações de hierarquia são caracterís- órgão ou autoridade.
ticas únicas, existem somente no âmbito do Poder Executivo, A avocação encontra-se disposta no art. 15 da Lei nº
isso é, não existe hierarquia entre órgãos do Poder Legislativo 9.784/1999. Consiste na possibilidade da autoridade compe-
e do Judiciário. Além disso, importante frisar que não existe tente de chamar para si a competência de um agente ou
poder hierárquico entre membros da Administração Indireta, órgão subordinado. Trata-se de medida excepcional e tem-
pois estes são entidades autônomas, que não se subordinam porária, e somente pode ser realizada dentro da mesma linha
hierárquica, o que significa que a avocação só pode ser verti-
aos entes que o criaram. Pela hierarquia, há a imposição ao
cal, não se admite a avocação horizontal.
subalterno da estrita obediência às ordens e instruções legais
Por fim, a revisão é a capacidade de rever os atos dos
superiores, além de definir a responsabilidade de cada um de
inferiores hierárquicos, apreciando todos os seus aspectos
seus agentes e órgãos públicos.
para a análise de sua manutenção ou invalidação. É somente
Quanto às suas características, diz-se que o poder hierár-
possível a revisão de atos praticados pelos órgãos públicos e
quico é interno e permanente. Interno é o poder que atinge
agentes subordinados hierarquicamente.
apenas os próprios membros da Administração, não tem o
Para as entidades da Administração Indireta, existe apenas
condão de atingir as relações dos particulares. É também um
uma forma de controle fiscalizatório e finalístico de seus atos,
poder permanente, porque não é exercido de modo esporá- o qual denomina-se supervisão ministerial, que não tem rela-
dico e episódico, como o que acontece no poder disciplinar. ção com o poder hierárquico. A supervisão ministerial não ad-
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades mite a revisão dos atos praticados pelas autarquias, fundações,
implícitas ao superior, tais como dar ordens e fiscalizar o seu e demais entidades da Administração Indireta.
cumprimento, delegar e avocar atribuições, bem como rever
atos de seus inferiores.
EXERCÍCIO COMENTADO
#FicaDica
2. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP –
A Lei nº 9.784/1999 dispõe sobre a delegação e a 2018)
avocação. A delegação traduz-se numa distribui- Os poderes de comando, de fiscalização e revisão de atos ad-
ção temporária de competências para um subal- ministrativos, assim como os poderes de delegação e avoca-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


terno, representando um movimento centrífugo. ção de competências são expressão do poder administrativo:
As delegações devem ser feitas nos casos em que
as atribuições forem genéricas e não fixadas como a) de autotutela.
privativas de certo executor. A avocação, por sua b) hierárquico.
vez, concentra (absorve) as competências em um c) disciplinar.
único agente, caracterizando um movimento cen- d) de polícia judiciária.
trípeto. Para melhor recordação: e) de polícia.

Delegação = Distribuição de competências Resposta: Letra B. Alternativa A está errada pois a auto-
Avocação = Absorção de competências tutela não é poder, mas uma característica própria da Ad-
ministração Pública de rever os próprios atos sem a neces-
sidade de intervenção judicial. Alternativa C está incorreta
A delegação é a transferência temporária de compe- pois poder disciplinar sempre pressupõe a prática de uma
tência administrativa de seu titular, a outro órgão ou agente infração por um agente público (característica sancionado-
público subordinado à autoridade outorgante (delegação ver- ra). Alternativas D e E estão incorretas porque o poder de
tical), ou fora da sua linha hierárquica (delegação horizontal). polícia é, em regra, exercido contra os particulares, e não
O art. 12 da Lei nº 9.784/1999 dispõe do mesmo modo: “Um dentro da esfera da Administração. Lembre-se que a dele-
órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver im- gação e a avocação são elementos característicos do poder
pedimento legal, delegar parte da sua competência a outros hierárquico.
órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarqui-

9
PODER DISCIPLINAR Resposta: Letra B. Alternativa A está errada, pois na ver-
dade ela descreve hipótese do poder disciplinar. Alternativa
O poder disciplinar consiste na faculdade da Administra- C está incorreta porque ela descreve as características do
ção de punir seus agentes, nas hipóteses em que estes te- poder hierárquico. Alternativa D está incorreta pois o poder
nham cometido alguma infração de ordem funcional. Cor- revisional diz respeito à capacidade da Administração de
relato com o poder hierárquico, mas não se confunde com o rever seus próprios atos, é intrínseco ao poder hierárquico.
mesmo. No poder hierárquico, a Administração Pública distri- Alternativa E está incorreta pois, na verdade, descreve as
bui e escalona as suas funções executivas. Já no uso do poder
características do poder regulamentar.
disciplinar, a Administração simplesmente controla o desem-
penho de funções e a conduta de seus servidores, responsabi-
lizando-os pelas faltas porventura cometidas.
PODER DE POLÍCIA
Em relação as suas características, o poder disciplinar é
interno, não-permanente ou temporário, . Assim como o A expressão “poder de polícia” pode ser interpretada de
poder hierárquico, a imposição de sanções pela Administração duas maneiras: em um sentido amplo, corresponde a qualquer
não se aplica aos particulares, somente a seus próprios servi- limitação estatal à liberdade e propriedade privada, de origem
dores, salvo as hipóteses destes serem contratados pela Admi- administrativa ou legislativa. Há também o poder de polícia em
nistração Pública. Todavia, distingue-se do poder hierárquico sentido restrito, mais utilizado pela doutrina, que engloba ape-
na medida em que é não-permanente, isso é, só será aplicado nas as restrições impostas pelas limitações administrativas, ex-
apenas se e quando o servidor cometer infração funcional. cluindo as limitações de ordem legal. Em sentido restrito, envol-
Percebe-se, então, que o poder disciplinar apresenta caráter ve atividades administrativas de fiscalização e condicionamento
punitivo e sancionador, enquanto o poder hierárquico advém da esfera privada de interesses, em prol da coletividade.
da simples obediência dos subalternos para com a entidade O poder de polícia tem grande destaque no exercício das
detentora deste poder. A discricionariedade do poder disci- funções da Administração moderna, junto com a prestação de
plinar traduz-se na possibilidade da Administração em poder serviços públicos e o fomento à iniciativa privada. Porém, essas
escolher qual a punição mais apropriada para cada caso, isso duas funções representam uma atuação estatal ampliativa, en-
é, ela possui certa margem de liberdade para o seu exercício.
quanto que o poder de polícia representa uma atuação restritiva
Os servidores públicos que cometerem qualquer infração
do Estado, limitando a liberdade e a propriedade individual em
no exercício de suas funções estão sujeitos às seguintes pena-
favor do interesse público.
lidades, dispostas no art. 127 da Lei nº 8.112/1990: advertên-
cia; suspensão; demissão; cassação de aposentadoria ou dis- O art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN) tem seu con-
ponibilidade; destituição de cargo em comissão; e destituição ceito legal de poder de polícia:
de função comissionada. A aplicação de qualquer uma dessas
penalidades depende de prévio processo administrativo, res- Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da ad-
peitada a garantia de contraditório e ampla defesa, sob pena ministração pública que, limitando ou disciplinando di-
de nulidade da sanção. reito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público con-
cernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
EXERCÍCIO COMENTADO à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou
1. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – NUCEPE – autorização do Poder Público, à tranquilidade pública
2018) ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Para que a Administração Pública possa exercer suas funções, ou coletivos.


se faz necessário que seja dotada de poderes, a fim de que
organize e cumpra o seu planejamento. Assim, marque a al- Diante de tudo que foi exposto, podemos conceituar poder
ternativa CORRETA em relação aos Poderes Administrativos: de polícia como a atividade da Administração Pública, com
fundamento na lei e na supremacia geral, que consiste na im-
a) Poder hierárquico ocorre quando há a faculdade de punir posição de limites à liberdade e à propriedade dos particulares,
internamente as infrações funcionais dos servidores. regulando a prática desses atos, ou a abstenção dos mesmos,
b) Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para orga- manifestando-se por meio de atos normativos ou concretos,
nizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo
tudo isso em benefício do interesse público.
a relação de subordinação entre os servidores do seu qua-
Ao dizer que se trata de atividade da Administração Pública,
dro de pessoal.
c) Poder regulamentar tem como objetivo ordenar, coordenar, procuramos enfatizar a concepção stricto sensu do poder de po-
controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito lícia, que não se confunde com as limitações à liberdade e ao di-
interno da Administração Pública. reito de propriedade impostas pelo legislador. Por ser atividade
d) Poder Revisional é o poder de avocar, delegar ou conferir da Administração, deve ser exercido, respeitando os princípios
a outrem, da própria Administração Pública, seus poderes da razoabilidade e proporcionalidade.
originais. A fundamentação legal é outro aspecto importante do po-
e) Poder hierárquico deve detalhar a lei para sua correta exe- der de polícia, uma vez que a lei condiciona o exercício de deter-
cução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de minadas atividades à obtenção de licenças ou concessões pelo
sua competência ainda não disciplinada por lei. É um poder Poder Público. O legislador deve, então, elaborar os requisitos
inerente do Chefe do Executivo. necessários para o exercício do poder de polícia pelo Estado.

10
O poder de polícia tem por objeto a imposição de limita- regras de Direito Administrativo. No Brasil, a polícia administrati-
ções à liberdade e propriedade dos particulares, instituindo va é exercida pela Polícia Militar e os vários órgãos de fiscalização
condições capazes de compatibilizar seu exercício às necessi- de diversas áreas, como saúde, educação, trabalho, previdência e
dades de interesse público. Tais imposições também podem assistência social. A polícia administrativa protege os interesses
ser aplicadas ao Estado. Isso significa que até mesmo o Poder primordiais da sociedade ao impedir comportamentos indivi-
Público pode ter suas liberdades e propriedades limitadas em duais que possam causar prejuízos maiores à coletividade.
detrimento das necessidades do interesse público. A polícia judiciária, por sua vez, apresenta caráter repres-
Para o seu exercício, a Administração Pública deve regular sivo. Sua atuação ocorre após a constatação do crime. Após a
a prática dos atos ou a abstenção de fatos. Em regra, o po- ocorrência do crime, deve a polícia judiciária abrir um processo
der de polícia manifesta-se em obrigações negativas, ou de não de investigação em busca da autoria e materialidade do crime.
fazer, impostas aos particulares, limitando a esfera de atuação Sua razão de ser é a punição dos infratores. Rege-se pelas re-
dos seus direitos. Excepcionalmente, pode também manifestar- gras de Direito Processual Penal. Ela incide sobre pessoas, ao
-se mediante obrigações positivas ou de fazer, como é o caso da contrário da polícia administrativa, que age sobre a atividade
imposição da função social da propriedade ao dono do imóvel, das pessoas. A polícia judiciária é exercida pelas corporações
disposta no art. 5º, XXII, da CF/1988. especializadas, denominadas Polícia Civil e Polícia Federal.
O poder de polícia se manifesta pela expedição de atos
normativos, como é o caso das regras sobre o direito de cons-
truir, ou por meio de atos concretos, como a obtenção de licen-
ça para a reforma de um imóvel, cujo interesse é exclusivo do
EXERCÍCIO COMENTADO
particular (proprietário do imóvel, no caso).
Por fim, convém ressaltar a finalidade do poder de polícia, 1. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV – 2018)
qual seja, agir em prol do interesse público. Por isso, o Estado Poder de polícia pode ser conceituado como uma atividade da
deve conciliar os direitos individuais, com o interesse da cole- Administração Pública que se expressa por meio de seus atos
tividade. Tal finalidade é típica da Administração Pública, pois normativos ou concretos, com fundamento na supremacia ge-
tem como fundamento o princípio sistêmico da primazia do in- ral do interesse público para, na forma da lei, condicionar a
teresse público sobre o privado.
liberdade e a propriedade individual, mediante ações fiscaliza-
doras preventivas e repressivas.
1. Natureza jurídica do poder de polícia De acordo com ensinamentos da doutrina de Direito Admi-
nistrativo, são características ou atributos do poder de polícia:
Quanto a sua natureza jurídica, é entendimento majoritário
que o poder de polícia é discricionário. Na doutrina, muitos a) a hierarquia, a disciplina e a legalidade.
autores costumam definir poder de polícia, utilizando-se a ex- b) a imperatividade, a delegabilidade e a imprescritibilidade.
pressão “faculdade que o Estado possui de impor limites...”. Isso c) a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.
quer dizer que não apresenta características de obrigação legal, d) a indelegabilidade, a hierarquia e o respeito às forças de
mas de uma permissão. A escolha sobre qual método utilizar segurança pública.
para o exercício do referido poder, e quando, compete somente e) a imposição da força policial, a voluntariedade e a disciplina.
à própria Administração Pública.
Porém, vale ressaltar as hipóteses de obtenção de licença.
Resposta: Letra C. Lembre-se que, como regra geral, o po-
A licença é ato administrativo relacionado ao poder de polícia,
der de polícia é função da Administração que atinge os par-
que apresenta previsão legal para a sua obtenção, tratando-se
por isso, de ato vinculado. Com isso, podemos afirmar que a ticulares, o que a diferencia do poder hierárquico e discipli-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


manifestação do poder de polícia pode ocorrer mediante a ex- nar. O poder de polícia não precisa de prévia autorização
pedição de atos no exercício da competência discricionária da do Poder Judiciário (autoexecutoriedade). Não há relação
Administração, ou por meio de atos vinculados, com a devida de hierarquia, embora o Poder Público utilize-se de força
previsão legal. O poder de polícia também é indelegável, uma física (coercibilidade) para impor limitações aos direitos e
vez que pressupõe a posição de superioridade de quem o exer- liberdades dos particulares. A Administração possui mar-
ce, não podendo ser transferido a particulares (art. 4º, III, da Lei gem de liberdade para escolher a melhor forma de impor
nº 11.079/2004). tais limites (discricionariedade).

2. Polícia administrativa e polícia judiciária Abuso de Poder: hipóteses

A concepção do poder de polícia abrange muito mais do Quando o agente público exerce adequadamente suas
que a simples promoção de segurança pública. Todavia, impres- competências, atuando em conformidade com a legislação,
cindível destacar as atividades estatais de prevenção e repres- sem excessos ou desvios, diz-se que ele faz uso regular do
são da criminalidade sob a ótica do poder de polícia. Assim, poder. Entretanto, havendo hipóteses de exercício de com-
costuma-se dividir a atuação do Estado para promoção da se- petências fora dos limites legais, visando apenas interesses
gurança pública em duas categorias de “polícias” distintas: a alheios, trata-se de clara hipótese de uso irregular do po-
polícia administrativa, e a polícia judicial. der, também denominado abuso de poder. O abuso de po-
A polícia administrativa tem um caráter preventivo. Isso der, além de causar a invalidade do ato, constitui em ilícito
significa que a sua atuação deve ocorrer antes da prática do cri- ensejador de responsabilidade pela autoridade competen-
me, tendo por finalidade evitar a sua ocorrência. Submete-se às te que causou danos com seu uso irregular.

11
Abuso de poder pode se manifestar no exercício das Resposta: Letra D. O excesso de poder é a hipótese de
funções administrativas sob duas formas: pelo excesso de uso irregular dos poderes administrativos pelo qual a
poder, e pelo desvio de finalidade. Excesso de poder é a autoridade, competente ou não, pratica algum ato des-
hipótese de uso irregular dos poderes administrativos pelo respeitando os limites impostos, exorbitando o uso de
qual a autoridade competente ou não, pratica algum ato suas faculdades administrativas. Já o desvio de poder
desrespeitando os limites impostos, exorbitando o uso configura-se quando o agente, ao invés de perseguir a
de suas faculdades administrativas. Ao exceder sua com- finalidade prevista em lei (em atendimento ao interes-
petência legal, o agente responsável age com exageros e se público), acaba praticando ato com fim diverso, seja
desproporcionalidade, o que torna o ato praticado por ele para obter uma vantagem pecuniária para si ou para ou-
absolutamente inválido. Mas o excesso de poder admite trem, ou para prejudicar um
convalidação, ou seja, há hipóteses em que se pode corrigir
vício cometido no ato preservando sua eficácia, dependen-
do do caso concreto. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Desvio de finalidade, por sua vez, é vício do ato admi- E CRIMINAL. RESPONSABILIDADE CIVIL:
nistrativo, praticado sempre por autoridade competente, DIREITO BRASILEIRO; APLICAÇÃO DA
que tem por fim diverso daquele previsto, explícita ou im- RESPONSABILIDADE OBJETIVA; REPARAÇÃO
plicitamente, nas regras de competência da legislação (art. DO DANO; DIREITO DE REGRESSO.
2º, par. único, e, da Lei nº 4.717/1965). A finalidade diversa
não macula os requisitos essenciais dos atos administra-
tivos (competência, objeto, forma, motivo), mas tende a Nos dias atuais, temos a total compreensão da ideia de
macular o ato, tornando-o nulo. O único caminho possível responsabilidade civil e extracontratual do Estado. Significa di-
para esse ato é a anulação, ou seja, não há possibilidade zer que ao Estado é imputado o dever de ressarcir particulares
de convalidação. O desvio de finalidade pode ocorrer tanto pelos prejuízos praticados na conduta de seus agentes, inde-
pendentemente de qualquer acordo ou pacto estabelecido.
nas condutas comissivas, em seu campo de atuação, quan-
Todavia, essa concepção que temos atualmente não “brotou
to nas condutas omissivas, isso é, quando o agente público
da terra”: ela foi o resultado de uma longa evolução histórica
se abstém de realizar tarefa legalmente imposta.
sobre a forma de atuação do Poder Público na esfera privada.
Exemplos de desvio de finalidade são bastante comuns Por isso, importante analisar a evolução histórica da responsa-
na Administração Pública brasileira: a construção de estra- bilidade estatal, tendo como foco os países ocidentais, sobre-
da cujo trajeto foi elaborado com objetivo de valorizar a tudo o Brasil.
propriedade rural de um governador; a transferência de
servidor público para outro Estado apenas para ficar longe 1. Evolução histórica da responsabilidade do Estado
da filha do delegado de polícia da cidade, a nomeação de
réu em ação penal a cargo público para obter foro privile- De modo geral, pode-se afirmar que a responsabilidade
giado e transferir seu processo para o STF, etc. Percebe-se civil da Administração passou por três grandes fases. A primei-
que, em todos os casos, há a sobreposição de um interes- ra fase, denominada Teoria da Irresponsabilidade, adveio na
se particular sobre o interesse da coletividade: os agentes época dos Estados Absolutistas, na qual havia uma concen-
estatais, dessa forma, praticam atos visando obter alguma tração do poder político nas mãos de uma única pessoa. O
vantagem pessoal, para eles mesmos ou para outrem, con- Monarca, assim, praticava atos que jamais poderiam ensejar
cretizando, assim, o desvio de finalidade. a reparação pelos danos, uma vez que o Monarca fazia a sua
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

vontade ter força de lei. A fundamentação dessa soberania


dos reis absolutistas era baseada na teoria político-teológica
EXERCÍCIO COMENTADO de que eles eram representantes de Deus na terra, investidos
desse Poder por obra divina. Tal teoria seria superada com o
1. (IF-GO – Assistente em Administração – CS-UFG – 2017) advento do Estado de Direito francês, sobretudo do julgamen-
Os poderes administrativos são outorgados aos agentes to pelo Tribunal de Conflitos da França, denominado Aresto
do Poder Público para que exerçam suas funções no in- Blanco, no ano de 1873. O julgamento consistia na imputação
tuito de atender aos interesses da coletividade. A conduta ao Estado do dever de reparar danos causados por um vagão
abusiva dos administradores públicos pode decorrer de da Companhia Nacional de Manufatura do Fumo, que havia
duas fontes: quando o agente atua fora dos limites de sua atropelado uma menina enquanto brincava na rua.
A Teoria da Responsabilidade Subjetiva foi a primeira
competência ou quando o agente, embora dentro de sua
tentativa de explicar a imputação ao Estado do dever de re-
competência, afasta-se do interesse público que deve nor-
parar os danos patrimoniais e demais prejuízos causados pela
tear todo o desempenho administrativo. As duas fontes de conduta de seus agentes. Por essa corrente teórica, o Estado
conduta abusiva do Poder Público são conhecidas, respec- passaria a adquirir uma segunda personalidade denominada
tivamente, como: “fisco”, sendo esta uma personalidade patrimonial, capaz de
ressarcir os particulares pela prática de atos de gestão. Tem
a) poder regulamentar e excesso de poder. seu fundamento ligado às noções mais de responsabilidade
b) improbidade administrativa e desvio de poder. mais amplas do que o âmbito de Direito Civil, o que significa
c) desvio de poder e excesso de poder. que, para o Estado ser considerado responsável, deve haver a
d) excesso de poder e desvio de poder comprovação de que este agiu com culpa lato sensu, abran-

12
gendo as hipóteses de dolo (intenção de lesar), bem como as Assim, considera-se dano indenizável:
de negligência, imprudência e imperícia (culpa stricto sensu).
Essa era a grande dificuldade dessa teoria: pelo fato da re- a) Dano anormal: é o dano que ultrapassa os inconven-
lação entre a Administração Pública e o particular ser desi- ientes naturais e esperados da vida em sociedade. A
gual, a vítima muitas vezes não possuía meios suficientes para vida em sociedade é caracterizada pelo advento de
comprovar a conduta dolosa ou culposa do Estado. No Brasil, certos incômodos normais e toleráveis a todos os
adotamos a teoria subjetiva no Direito Público, excepcio- cidadãos. Tais desconfortos só ensejaram o dever de
nalmente, nos casos de omissão da Administração, ou na indenizar se forem considerados intoleráveis. Assim,
possibilidade de ação regressiva desta perante seus agentes.
por exemplo, a feira colocada em rua residencial não
A terceira teoria, denominada Teoria da Responsabilida-
enseja dever de indenizar.
de Objetiva, surge nos meados de 1946. Consiste no afasta-
b) Dano específico: é aquele que atinge uma certa
mento da necessidade de comprovação de dolo ou culpa do
agente público, tendo por fundamento do dever de indenizar pessoa, ou uma certa categoria de pessoas. Dessa
a concepção de risco administrativo. Quem presta um servi- forma, se o ato da Administração é capaz de causar
ço público, assume o risco dos prejuízos que eventualmente danos de modo geral, para toda a coletividade, não
causar a outrem. Não cabe, dessa forma, a discussão sobre se caracteriza dano indenizável. Por exemplo: não é
aspectos subjetivos da responsabilidade estatal, exceto nas hi- considerado dano indenizável o aumento da tarifa
póteses de ação regressiva. do transporte público, haja vista que todas as pes-
A Constituição Federal de 1988 adotou a teoria da res- soas daquela cidade sofrerão com tal medida.
ponsabilidade objetiva, na variação de risco administrati-
vo, que admite algumas excludentes ao dever de indenizar, 3. Danos por ação e danos por omissão
conforme se depreende da leitura do art. 37, § 6º, da CF/1988:
O Estado pode causar danos aos particulares por ação ou
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- por omissão. Quando o fato administrativo é comissivo, não
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos há questionamento acerca da culpa do Estado em sua condu-
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a ta. Nesse caso a responsabilidade objetiva do Estado se dará
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res- pela presença dos seus pressupostos: o fato administrativo, o
ponsável nos casos de dolo ou culpa. dano, e o nexo causal existente entre os dois.
Todavia, quando a conduta estatal for omissiva, será pre-
Observe que o texto constitucional imputa as pessoas jurí- ciso distinguir se a omissão constitui ou não fato gerador da
dicas de direito privado, como sociedades de economia mista responsabilidade civil do Estado. Isso significa que nem toda
e empresas públicas, o dever de reparar na mesma modalidade conduta omissiva caracteriza-se em um dever de indenizar.
que as pessoas da Administração Direta. A Lei nº 8.112/1990, Somente quando o Estado se omitir diante do dever legal
que dispõe sobre o regime dos servidores públicos, apresenta de impedir a ocorrência do dano é que será civilmente
uma seção sobre responsabilidades dos agentes públicos, co- responsável. Observe que em tais casos, há uma análise sub-
locando em destaque a responsabilidade objetiva. Prescreve jetiva da conduta do Poder Público. Assim, o entendimento
o art. 112 da referida Lei: “A responsabilidade civil decorre de mais correto é de que a responsabilidade civil do Estado, no
ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em caso de conduta omissiva, só ocorrerá quando presentes os
prejuízo ao erário ou a terceiros”. elementos que caracterizam a culpa.
O dever estatal de indenizar os particulares possui dois

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


fundamentos distintos: a legalidade, e a igualdade. Na hipó-
tese de o Poder Público praticar um ato ilícito, causador de
danos patrimoniais para a coletividade, o dever de indenizar
EXERCÍCIO COMENTADO
advém do princípio da legalidade, uma vez que a atuação do 1. (TRT 1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
agente público deve ser feita sempre de acordo com a lei (se-
AOCP – 2018)
cundum legem). Há, também, casos em que a Administração
Assinale a alternativa correta no tocante à responsabilidade
pratique atos lícitos, mas que também podem causar prejuízos
extracontratual do Estado.
especiais ao particular. Nessas hipóteses, o dever de indenizar
advém do princípio da isonomia, que pressupõe a igual repar-
tição dos encargos sociais. a) O marco histórico do início das teorias publicistas foi o caso
Blanco, ocorrido em 1873 na França, a partir do qual in-
2. Características do dano indenizável terpretou-se que a responsabilidade do Estado não pode
reger-se pelos princípios do Código Civil.
Para que haja a configuração da responsabilidade civil do b) De acordo com a teoria civilista da culpa, admitia-se a res-
Estado, importante a presença de três elementos: a) um ato ponsabilidade civil do Estado quando decorrente de atos
do agente público, b) dano ao particular, c) nexo de casua- de império, haja visto ser ato de autoridade, e a afastava no
lidade entre o dano e o ato praticado. Em relação ao segundo tocante aos atos de gestão.
elemento, a doutrina costuma apontar quais são os danos que c) Segundo a jurisprudência, o Estado é civilmente responsá-
ensejam o dever de indenizar, isso é, quais são os denomina- vel pela morte de detento no interior de estabelecimento
dos danos indenizáveis. prisional, com base na teoria do risco integral.

13
d) O Estado não pode ser responsabilizado por atos do Poder vas. Não se confunde com o caso fortuito, em que o
Legislativo na sua função legislativa, ainda que a lei venha dano decorre de ato humano, ou da própria Admin-
a ser declarada inconstitucional em sede de controle con- istração, como o desabamento de uma estrada. O
centrado de constitucionalidade. caso fortuito enseja o dever de responsabilidade so-
e) Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, ao mente se tal evento for causado pelo agente público.
dano ambiental aplica-se a teoria do risco administrativo. c) Culpa de terceiro: é a hipótese em que o prejuízo é
atribuído a pessoa estranha aos quadros da Admin-
Resposta: Letra A. Alternativa B está incorreta, pois pela istração Pública. Dessa forma, não há como o Estado
teoria civilista da culpa, o Estado se responsabilizava so- ser imputado responsável por atos praticados por
mente quanto aos atos de gestão, e não aos atos de im- pessoas que não fazem parte de sua composição.
pério. Alternativa C está incorreta no seu final, pois o Brasil
não adotou a teoria do risco integral para a Administração
Pública. Alternativa D está errada pois segundo disposição #FicaDica
do Informativo nº 0297 do STJ (2006), a declaração de in-
constitucionalidade de uma lei pode ensejar a reparação Curioso é o caso dos danos causados pelas en-
civil de ato criador, em sede de controle concentrado de chentes, sobretudo em cidades onde o escoa-
constitucionalidade. Alternativa E está incorreta, pois o STJ mento das águas é precário, como ocorre em
pacificou entendimento (Tema/Repetitivo nº 681 - 2004) de algumas regiões da cidade de São Paulo. Como
que a responsabilidade por danos ambientais fundamenta- regra geral, o Estado não se responsabiliza por
-se pela teoria do risco integral. prejuízos causados pelas enchentes. A 3ª Câmara
de Direito Público do TJ/SP negou provimento à
CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RES- AC nº 0170440220058260602 interposta por três
PONSABILIDADE proprietários de imóveis afetados pelas fortes
chuvas do início do ano de 2012, que pleiteavam
Dentro do âmbito da teoria objetiva da responsabilidade pedido de indenização pelos danos causados pe-
estatal, existem duas vertentes distintas. A primeira, denomi- las chuvas, pois as galerias pluviais de seu bair-
nada risco integral, dispõe que o Estado possui o dever de ro não eram suficientes para escoar toda a água,
indenizar todo e qualquer dano causado pela prática de seus caracterizando-se em falta no serviço público. Se-
atos, não admitindo nenhuma excludente. Trata-se de uma va- gundo voto do relator, porém, não havia qualquer
riação radical, em que a Administração se transforma em um prova que defina a ocorrência de qualquer falta
indenizador universal. Não é adotado em nenhum país, sendo de serviço que possa ser atribuída ao Município e
adotado no Brasil somente como exceção em alguns casos que tenha sido causa concorrente para o evento.
específicos, como nos acidentes de trabalho, na indenização
coberta pelo seguro obrigatório para automóveis (DPVAT), etc.
A segunda vertente, denominada teoria do risco admi- Todo aquele que se sentir prejudicado por conduta co-
nistrativo, é a adotada como regra geral no direito brasileiro. missiva ou omissiva de agente público pode pleitear, pela via
Tal teoria reconhece algumas excludentes da responsabilidade administrativa ou judicial, a devida reparação pelos danos cau-
do Estado. Excludentes são circunstâncias que, como o próprio sados. Na via administrativa, basta que o prejudicado formule
nome diz, afastam o dever de indenizar durante a sua ocorrên- o pedido a autoridade competente, que instaurará processo
cia. São, ao todo, três modalidades: administrativo para apurar a responsabilidade e o pagamento
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de indenização.
a) Culpa exclusiva da vítima: são hipóteses em que Porém, é preferível que a vítima utilize a via judicial, hipóte-
o prejuízo é consequência da intenção deliberada se mais comum haja vista o direito de petição, que se caracte-
da própria vítima. O prejudicado, ao utilizar o refer- riza no dever do Poder Judiciário de atender todas as deman-
ido serviço público, acaba sofrendo danos por uma das feitas pelos cidadãos. O direito à indenização da vítima se
ação tomada por ela mesma, não havendo qualquer instrumentaliza pela ação indenizatória. A ação indenizatória,
relação com as condutas do Poder Público. É o caso, dessa forma, é aquela proposta pela vítima contra a pessoa
por exemplo, de pessoa que se joga na frente de jurídica à qual o agente público causador do dano pertence.
viatura policial para ser atropelada. Não se con- Conforme dispõe o art. 206, § 3º, V, do Código Civil, o prazo
funde com a culpa concorrente, que se traduz no prescricional para a propositura de ação indenizatória é de três
dano causado pela conduta recíproca do Estado e anos, contados da ocorrência do evento danoso.
da própria vítima. Neste caso, há uma análise pericial
para determinar os diferentes graus de culpa de cada
agente, ensejando reparação.
b) Força maior: é o evento imprevisível e involuntário
que rompe o nexo de casualidade entre o ato da
Administração e o prejuízo sofrido pela vítima. Ger-
almente são causados pela força da natureza. É o
caso, por exemplo, do desabamento de terras que
arruínam as casas de um bairro, devido às fortes chu-

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EXERCÍCIO COMENTADO
1. (UNIFAP – ADMINISTRADOR – DEPSEC – 2018)
Sobre a responsabilidade do servidor público federal, de acordo com a Lei 8.112/90, julgue os itens seguintes em verdadeiro (V)
ou falso (F) e assinale a alternativa correta.

( ) A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, praticado unicamente na forma dolosa, que resulte em prejuízo
ao erário ou a terceiros.
( ) Em respeito à independência das esferas cível, penal e administrativa, a responsabilidade administrativa do servidor não será
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
( ) A responsabilidade penal abrange as infrações penais imputadas ao servidor, nessa qualidade.

a) V, F, V.
b) V, V, F.
c) F, V, V.
d) F, F, V.
e) F, F, F.

Resposta: Letra D. A primeira frase é falsa, pois a responsabilidade civil abrange não só os atos dolosos como também os atos
culposos (art. 122, da Lei nº 8.112/1990). A segunda frase é também falsa, somente na parte final: as esferas penais, civil e ad-
ministrativas são independentes entre si (art. 127, da Lei nº 8.112/1990), mas a absolvição de servidor público na esfera penal,
em caso de inexistência do fato ou negativa de autoria, são motivos excepcionais para a sua absolvição também nas demais
esferas. A terceira frase é verdadeira (art. 123, da Lei nº 8.112/1990).

AGENTES PÚBLICOS: REGIMES JURÍDICOS FUNCIONAIS; SERVIDORES PÚBLICOS; NORMAS


CONSTITUCIONAIS ESPECÍFICAS CONCERNENTES AOS SERVIDORES PÚBLICOS; DIREITOS E
DEVERES DOS SERVIDORES PÚBLICOS; RESPONSABILIDADES DOS SERVIDORES PÚBLICOS;
CONCURSO PÚBLICO; ACESSIBILIDADE, ESTABILIDADE, REMUNERAÇÃO E ACUMULAÇÃO DE
CARGOS E FUNÇÕES; PODER DISCIPLINAR ADMINISTRATIVO DOS SERVIDORES PÚBLICOS.

AGENTES PÚBLICOS

Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, são agentes públicos as pessoas que exercem uma função pública, ainda
que em caráter temporário ou sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla e genérica, uma vez que engloba todos
aqueles que, dentro da organização da Administração Pública, exercem determinada função pública.
Assim, podemos dizer que agente público é gênero, o qual comporta diversas espécies, como os agentes políticos, os

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


agentes militares, os servidores públicos estatutários, os empregados públicos, os agentes honoríficos, entre outros. Por
isso, vamos especificar cada um deles com maiores detalhes.

Espécies de Agentes Públicos, Poderes e Prerrogativas


Os agentes políticos possuem como característica principal o fato de exercerem uma função pública de alta direção do
Estado. Seu ingresso é feito mediante eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o condão de extinguir a relação
destes com o Estado de modo automático pelo simples decurso do tempo. Percebe-se, dessa forma, que a sua vinculação
com o Estado não é profissional, mas estatutária ou institucional. São agentes políticos os parlamentares, o Presidente da
República, o prefeitos, os governadores, bem como seus respectivos vices, ministros e Estado e secretários.
Os agentes militares constituem uma categoria a parte dos demais agentes políticos, uma vez que as instituições mili-
tares possuem fortes bases fundamentadas na hierarquia e na disciplina. Apesar de também apresentarem vinculação es-
tatutária, seu regime jurídico é disciplinado por legislação especial, e não àquela aplicável aos servidores civis. São agentes
militares os membros das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios,
bem como os demais militares ligados ao Exército, Marinha, e Aeronáutica. Algumas características que merecem destaque
são: a proibição de sindicalização dos militares, a proibição do direito de greve, e a proibição à filiação partidária.
É considerado servidor público o agente contratado pela Administração Pública, direta ou indireta, sob o regime estatu-
tário, sendo selecionado mediante concurso público, para ocupar cargos públicos, possuindo vinculação com o Estado de
natureza estatutária e não-contratual. De modo geral, podemos dizer que a Constituição Federal de 1988 apresenta dois
tipos de regimes para os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos públicos, e o regime celetista ou de empre-

15
gos públicos. Os servidores públicos são contratados pelo A diferença dos empregados públicos para com os de-
regime estatutário, enquanto os empregados públicos são mais consiste no fato de que a sua demissão será sempre
contratados pelo regime celetista, que muito se assemelha motivada, após regular processo administrativo, admitin-
com as regras contidas na CLT. do-se contraditório e a ampla defesa. Importante lembrar
O regime dos cargos públicos é disciplinado pela Lei que, para a Administração Pública, a motivação de seus
Federal nº 8.112/1990, também conhecida como Estatuto atos, bem como o tratamento impessoal, e a finalidade pú-
do Servidor Público, atribuindo a eles uma série de poderes blica são princípio norteadores de sua atuação. Uma de-
e prerrogativas. Uma prerrogativa que merece destaque no missão imotivada de um empregado público seria absolu-
regime de cargos públicos é a aquisição de estabilidade. tamente inadmissível nessas condições.
A estabilidade permite que o servidor não possa ser des-
ligado de suas funções, salvo as hipóteses previstas cons-
titucionalmente, como a condenação mediante sentença EXERCÍCIO COMENTADO
judicial transitada em julgado, a instauração de processo
administrativo disciplinar, ou a não aprovação em avaliação 1. (MPE-BA – PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO –
periódica de desempenho (art. 41, § 1º, da CF/1988). Para MPE-BA – 2018) De acordo com o entendimento do Su-
tanto, o servidor tem o dever de cumprir o período conhe- premo Tribunal Federal (STF) sobre a prática do nepotismo
cido como estágio probatório, que visa aferir se o servidor nas nomeações para cargo em comissão, de confiança ou
possui aptidão e capacidade para o desempenho do car- de função gratificada, é correto afirmar que:
go de provimento efetivo no qual ingressou por força de
concurso público. A Emenda Constitucional nº 19 alterou a) a vedação à prática do nepotismo abrange toda a ad-
o prazo do estágio probatório, antes de 24 meses (art. 20 ministração pública, exceto as empresas estatais, em
da Lei nº 8.112/1990), para o período de 3 anos. Passado o função do regime híbrido de pessoal a que estão sub-
referido período, o servidor aprovado adquire estabilidade metidas.
no referido cargo. A estabilidade dos cargos públicos se b) com fundamento na máxima proteção à moralidade
configura em uma grande vantagem, pois é uma garantia administrativa, a Lei Estadual pode ampliar a vedação
para o indivíduo de que permanecerá no seu cargo, rece- ao nepotismo para os cargos de provimento efetivo por
bendo todas as gratificações e vencimentos que tem direi- concurso público.
to, independentemente das grandes mudanças no cenário c) desde que haja previsão expressa em Lei Estadual, é pos-
político-econômico do país, que geram crises e grande nú- sível excepcionar as vedações à prática dos atos de ne-
mero de desemprego na esfera privada. potismo, já que a matéria não se encontra regulada em
Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que são Lei Federal.
vitalícios, que trazem ainda mais vantagens pelo fato de d) excepcionalmente, é possível a análise da configuração
seu estágio probatório ser menor, de 2 anos (é de 3 anos da prática vedada de nepotismo em hipóteses que atin-
para os cargos não-vitalícios), bem como a sua perda se dar jam ocupantes de cargos políticos, desde que, em análi-
apenas mediante sentença condenatória transitada em jul- se concreta, além do parentesco, seja verificada troca de
gado. São vitalícios os cargos de Magistratura, do Tribunal favores ou fraude à lei.
de Contas, e os cargos dos membros do Ministério Público. e) para a configuração da prática ilícita de nepotismo, nos
Além da estabilidade, é também assegurado aos servido- cargos administrativos e políticos, basta a configuração
res estatutários alguns direitos trabalhistas (art. 39, § 3º, da da relação de parentesco entre a autoridade nomean-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CF/1988), como: a) salário mínimo, b) remuneração de tra- te ou servidor da mesma pessoa jurídica investido em
balho noturno superior ao diurno, c) repouso semanal re- cargo de direção, chefia ou assessoramento, e, de outro
munerado, d) férias remuneradas, e) licença à gestante, etc. lado, o nomeado: cônjuge, companheiro, parente em
Diferentemente do que ocorre com os servidores, os linha reta ou colateral ou por afinidade até o terceiro
empregados públicos são contratados mediante regime grau.
celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na Con-
solidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de uma vin- Resposta: Letra D. A letra A está incorreta, pois a proibi-
culação contratual. A contratação de empregados públicos ção do nepotismo abrange apenas os agentes da Admi-
se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de direito privado nistração Pública. A letra B está incorreta, pois a vedação
integrantes da Administração Indireta (empresas públicas, ao nepotismo é aplicado aos cargos de livre nomeação e
sociedades de economia mista, consórcios, etc). Além dis- exoneração, haja vista que o concurso público é sempre
so, o ingresso de tais pessoas também depende da sua feito em respeito ao princípio da impessoalidade. A letra
aprovação em concurso público. O regime dos emprega- C está incorreta pois o nepotismo é considerado incons-
dos públicos é menos protetivo do que o regime estatu- titucional para todos os efeitos, nos termos da Súmula
tário. Isso se deve ao fato de que os empregados públicos Vinculante nº 13 do STF. Havendo norma excepcional,
não gozam da estabilidade que os servidores possuem. Ao essa seria considerada inconstitucional também. A letra
serem empossados, os empregados passam por um perío- E está incorreta, pois o nepotismo não abrange os car-
do de experiência de 90 dias. Todavia, mesmo após esse gos de agentes políticos.
período, os empregados públicos podem ser dispensados.

16
Cargo, Emprego e Função Pública o ocupante de função de confiança e cargo comissionado
Para todos os efeitos legais, o servidor público está in- está no lugar ocupado no quadro funcional da Administra-
trinsicamente ligado à noção de cargo público. Conforme ção, sendo que, enquanto o cargo em comissão ocupa um
dispõe o art. 3º do Estatuto dos Servidores, cargo público é espaço na sua estrutura, uma vez que se nomeia uma pessoa
o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na qualquer para exercê-lo (baseada na confiança da autorida-
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um ser- de nomeante para com o nomeado), a função de confiança é
vidor. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, atribuída a um servidor efetivo, que já pertence aos quadros
são criados por lei, com denominação própria e vencimento da Administração, não modificando, então, a estrutura orga-
pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efe- nizacional da mesma.
tivo ou em comissão. Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções pú-
A criação, transformação, e extinção de cargos, empre- blicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídico brasi-
gos ou funções públicas depende sempre de uma lei insti- leira, em regra, proíbe a acumulação de cargos públicos. Tal
tuidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo um cargo ou proibição se estende, inclusive, para as entidades da Admi-
função vago, a sua extinção pode se dar mediante expedição nistração Indireta. O caput do art. 118 da Lei nº 8.112/1990
de decreto pelo Poder Executivo. dispõe no mesmo sentido: “Ressalvados os casos previstos
Assim como há diferentes espécies de agentes públicos, na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de car-
há também diferentes espécies de cargos providos pelo Po- gos públicos”. Há entendimento de que tal dispositivo tam-
der Público, que materializam a relação jurídica dos agentes bém possa ser aplicado aos agente públicos dos Estados,
com o Estado. Assim, um agente público poderá ser ocu- Municípios, e Distrito Federal.
pante de um cargo público em sentido estrito, um emprego Porém, a própria Constituição Federal dispõe de um rol
público, ou uma função pública. Convém fazer uma maior de casos excepcionais em que é permitida a acumulação
análise desses três tipos de cargos. dessas funções. Há entendimento praticamente unânime de
Os cargos públicos são ocupados pelos servidores públi- que trata-se de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas
cos, podendo ser providos perante a Administração Pública aquelas hipóteses de acumulação de cargos.
Direta (União, Estados, DF e Municípios) e Indireta (Autar- Assim, as hipóteses de acumulação de cargos constitu-
quias e Fundações Públicas). Os servidores estão sujeitos ao cionalmente autorizadas são:
regime estatutário, disciplinado por legislação própria (a Lei A)Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
nº 8.112/1990) e são escolhidos mediante a sua aprovação B)Um cargo de professor com outro técnico ou científico
em concurso público de provas ou de provas e títulos. Além
(art. 37, XVI, b);
disso, os ocupantes de cargos públicos possuem estabilida-
C)Dois cargos ou empregos privativos de profissionais na
de, uma garantia constitucional de permanência no serviço
área da saúde (art. 37, XVI, c);
público após 3 (três) anos de estágio probatório e aprovação
D)Um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou
em avaliação especial de desempenho.
função pública (art. 38, III);
Por outro lado, os empregos públicos são ocupados por
E)Um cargo de magistrado e outro de magistério (art. 95,
empregados públicos, e também são selecionados mediante
concurso público. A principal diferença dos empregos públi- par. único, I);
cos para os demais cargos consiste no fato de que o regime F)Um cargo de membro do Ministério Público e outro de
dos empregados é celetista, o que significa que as regras, magistério (art. 128, § 5º, II, d).
direitos e vantagens de tais funcionários são disciplinados
pelas normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Apenas as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da EXERCÍCIO COMENTADO
Administração Pública Indireta possuem empregados públi-
cos, como as empresas públicas e as sociedades de econo- 1. (ALESE – Analista Legislativo – FCC – 2018) Os servi-
mia mista. Importante ressaltar que os empregados públicos dores públicos são contratados mediante concurso público
não gozam da garantia constitucional da estabilidade. de provas ou de provas e títulos, admitindo-se exceções em
Por fim, os contratados ocupam o que denomina-se fun- alguns casos, tais como:
ção pública, que podem ser integrantes da Administração
Pública direta ou indireta, desde que atenda a dois requisitos a) cargos em comissão, de livre nomeação, para suprir a
exigidos pela Constituição Federal, em seu art. 37, IX, quais vacância de cargos efetivos até que sejam formalmente
sejam: necessidade de contratação temporária; e excepcional preenchidos.
interesse público. Ademais, os ocupantes de função pública b) portadores de deficiência, observado o percentual de até
estão sujeitos ao regime especial e são selecionados através 5% dos cargos ou empregos públicos vagos.
de processo seletivo simplificado. As funções públicas, dessa c) funções de confiança, de livre nomeação, destinadas a
forma, abrangem as funções temporárias, exercidas dada a funções técnicas, de direção ou assessoramento.
ocorrência de um evento inesperado (substituição transitó- d) cargos e funções de livre provimento destinados a aten-
ria de pessoas, ou para atender demanda complementar de der necessidades excepcionais, atribuições de chefia ou
serviços); e as funções de confiança, que juntamente com direção, desde que por prazo determinado.
os cargos comissionados, destinam-se apenas às funções e) contratação de servidores temporários, desde que por
de às atribuições de direção, chefia e assessoramento, nos tempo determinado e para atender necessidade de excep-
termos do art. 37, V, da CF/1988. A principal diferença entre cional interesse público, conforme estabelecido em lei.

17
Resposta: Letra E. A letra A está incorreta, pois as no- C)Readaptação: é, também, uma forma de provimento
meações para cargo em comissão que não exigem derivado, pois trata-se de hipótese de atribuição ao
concurso público são aqueles declarado em lei de livre servidor para um cargo com funções e responsabi-
nomeação e exoneração. A letra B está incorreta, pois lidades distintas e compatíveis com a limitação que
é assegurado às pessoas portadoras de deficiência o tenha sofrido em sua capacidade física ou mental,
direito de se inscrever em concurso público para pro- verificada em inspeção médica. Assim, por exemplo,
vimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis um motorista de ônibus que sofre acidente e aca-
com a deficiência de que são portadoras, sendo reser- ba perdendo algum membro essencial para dirigir
vadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no poderá ser readaptado para executar uma função
concurso (art. 5º, § 2º, Lei nº 8.112/1990). A letra C está similar, mas não idêntica a anterior. Na hipótese do
incorreta, pois funções de confiança nunca são providas servidor readaptando se mostrar completamente in-
por nomeação, destinando-se apenas às atribuições de válido para exercer qualquer cargo, ele será compul-
direção, chefia e assessoramento (art. 37, V, CF/1988). A soriamente aposentado.
letra D está incorreta, pois as atribuições de chefia ou D)Reversão: outra forma de provimento derivado, em
direção são hipóteses de cargos de confiança. que temos o retorno à atividade de um servidor apo-
sentado por invalidez, ou por puro e simples interes-
Regime dos Servidores Públicos Federais se da Administração, desde que a) tenha solicitado a
O regime dos servidores públicos possui ampla previ- reversão; b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c)
são normativa. Além do renomado artigo 37 da Constitui- estável quando na atividade; d) a aposentadoria te-
ção Federal, no âmbito infraconstitucional temos a Lei nº nha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais), e) haja cargo vago (art. 25 do Estatuto dos Servidores
isso é, a legislação que institui o regime jurídico dos servi- Públicos). A reversão far-se-á para o mesmo cargo
dores públicos da União, autarquias, fundações, agências ou para o cargo resultante de sua transformação. Em
reguladoras e associações, todas em âmbito federal. Bas- termos de remuneração, o servidor que retornar à
tante exigida em concursos públicos, convém salientar as atividade por interesse da Administração percebe-
principais características a respeito do regime dos servido- rá a remuneração do cargo que voltar a exercer, em
res públicos. substituição da aposentadoria que recebia (art. 25, §
Provimento, Vacância e Investidura em cargos públicos 4º, idem).
Para ocupar um cargo público, é necessário haver o seu E)Aproveitamento: mais uma forma de provimento de-
devido provimento, ou seja, deve haver um ato administra- rivado consistente no retorno de servidor em dis-
tivo constitutivo e hábil para a investidura do servidor no ponibilidade, sendo seu regresso obrigatório para
respectivo cargo. Segundo o art. 5º da Lei nº 8.112/1990: cargo de atribuições e vencimentos compatíveis
“São requisitos básicos para investidura em cargo público: com os do anteriormente ocupados (art. 30 da Lei
I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políti- nº 8.112/1990). Será tornado sem efeito o aproveita-
cos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; mento e cassada a disponibilidade se o servidor não
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do car- entrar em exercício no prazo legal, salvo comprovada
go; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física doença por junta médica oficial (art. 32, idem).
e mental.” F)Reintegração: é a forma de provimento derivado que
O art. 8º da Lei nº 8.112/1990 dispõe sobre as formas ocorre pela reinvestidura do servidor estável no car-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de provimento em cargos públicos, dentre as quais merece go anteriormente ocupado, ou no cargo resultante
destaque: de sua transformação, na hipótese de sua demissão
A)Nomeação: trata-se da única forma de provimento ser invalidada por decisão judicial ou administrativa,
originário, uma vez que não exige uma relação ju- tendo direito também ao ressarcimento de todas as
rídica prévia do servidor para com o Estado. A no- vantagens (art. 28, caput, Lei nº 8.112/1990). Encon-
meação depende sempre de prévia habilitação em trando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
concurso público de provas, ou de provas e títulos. será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à
Além disso, a nomeação poderá ser promovida não indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ain-
somente em caráter efetivo, como também para os da, posto em disponibilidade (art. 28, § 2º, idem).
cargos de confiança ou em comissão (art. 9º, I e II, da G)Recondução: por fim, a recondução é a forma de pro-
Lei nº 8.112/1990) vimento derivado consistente no retorno do servidor
B)Promoção: é uma forma de provimento derivado, haja público estável ao cargo anteriormente ocupado, e
vista que ela beneficia somente os servidores que já decorrerá de inabilitação em estágio probatório re-
ingressaram em cargos públicos em caráter efetivo. lativo a outro cargo, ou ainda pela reintegração do
Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvi- anterior ocupante (art. 29, I e II, da Lei nº 8.112/1990).
mento do servidor na carreira, mediante promoção, Uma situação excepcional é a da extinção do cargo
serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do durante o período de estágio probatório. Nessas
sistema de carreira na Administração Pública Federal condições, segundo a Súmula nº 22 do STF, inexiste
e seus regulamentos (art. 10, parágrafo único, da Lei direito à recondução, e o servidor será exonerado.
nº 8.112/1990).

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Direitos e Gratificações Regime disciplinar: penalidades, responsabilidade
A Lei nº 8.112/1990, em seus artigos 40 e 41, elenca civil, criminal e administrativa
diversos direitos e gratificações aos servidores públicos, O complexo de deveres, proibições, esferas de respon-
os quais são de grande importância conhecer. Vejamos as sabilidades, meios de apuração de ilícitos administrativos
principais gratificações: e sanções disciplinares constitui o chamado regime disci-
1)Vencimentos: consiste na retribuição pecuniária pelo plinar dos servidores públicos. Tal regime é decorrência do
exercício do cargo público, cujo valor é previamente exercício do poder disciplinar do Estado, o qual é atribuído
fixado em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, à Administração com o intuito de responsabilizar aqueles
em regra, irredutíveis. que cometem faltas em detrimento do interesse público.
2)Remuneração: mais abrangente, é o vencimento do Apesar da grande quantidade de direitos e vantagens,
cargo, somado a todas as outras vantagens pecuni- o Estatuto dos Servidores Públicos também atribui aos
árias estabelecidas em lei. O menor valor pago ao mesmos diversos deveres, com base no regime disciplinar
servidor público, independentemente de sua vincu- o qual, se não for atendido, enseja a instauração de pro-
lação, é o valor do salário mínimo vigente (art. 39, § cesso disciplinar para a apuração de infrações funcionais.
3º, da CF/1988). Nos termos do artigo 116 da Lei nº 8.112/1990:
3)Regime de subsídios: trata-se de uma forma especial Art. 116. São deveres do servidor:
de remuneração, feita em uma única parcela. O regi- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do car-
me de subsídios, previsto no art. 39, § 4º, da CF/1988, go
foi introduzido com a finalidade de coibir os “super- II - ser leal às instituições a que servir;
salários” comumente existentes no regime de servi- III - observar as normas legais e regulamentares;
dores públicos brasileiros. Importante ressaltar que IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando ma-
recebem por subsídios somente os Chefes do Poder nifestamente ilegais;
Executivo, parlamentares, magistrados, ministros de V - atender com presteza;
Estado, secretários estaduais, membros do Ministério a) ao público em geral, prestando as informações re-
Público e da Advocacia Pública, entre outros. queridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
4)Indenizações: são valores pagos aos servidores, mas
b) à expedição de certidões requeridas para defesa
que não integram seus vencimentos. O Estatuto pre-
de direito ou esclarecimento de situações de interesse
vê algumas hipóteses de recebimento de indeniza-
pessoal;
ções: 4.a) Ajuda de custo por mudança, devida como
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
forma de compensar as despesas de instalação de
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em ra-
servidor que tiver exercício em nova sede, ocorrendo
zão do cargo ao conhecimento da autoridade superior
mudança de seu domicílio; 4.b) Ajuda de custo por
ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
falecimento: devido à família do servidor que vier a
conhecimento de outra autoridade competente para
falecer na nova sede, sendo devido para custear o
transporte para a localidade de origem; 4.c) Diárias apuração;
por deslocamento: devida ao servidor que se afastar, VII - zelar pela economia do material e a conservação
por motivos de serviço, da sede em caráter transitó- do patrimônio público;
rio, para outro local dentro ou fora do país, receberá VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
tal indenização como forma de ajuda no custeio do IX - manter conduta compatível com a moralidade ad-
ministrativa;

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


processo de mudança; 4.d) Auxílio-moradia: trata-se
de ressarcimento das despesas comprovadamente X - ser assíduo e pontual ao serviço;
realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou XI - tratar com urbanidade as pessoas;
com hospedagem realizado por algum hotel, depen- XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
dendo do preenchimento de alguns requisitos, como de poder.
não ter um imóvel funcional disponível para uso, seu
cônjuge não ser ocupante de imóvel funcional, ou Ao mesmo tempo, o artigo 117 da mesma Lei impõe aos
que nenhuma outra pessoa que resida com o servi- servidores públicos diversas proibições. Trata-se de uma
dor receba a mesma indenização, etc. matéria que exige grande capacidade de memorização, mas
5)Gratificações, Adicionais e Retribuições: O art. 61 do que não necessita se alongar com diversos detalhes.
Estatuto dos Servidores Públicos também prevê o Art. 117. Ao servidor é proibido:
pagamento das seguintes gratificações: I - retribui- I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
ção pelo exercício de função de direção, chefia e as- prévia autorização do chefe imediato;
sessoramento; II - gratificação natalina; IV - adicional II - retirar, sem prévia anuência da autoridade compe-
pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou tente, qualquer documento ou objeto da repartição;
penosas; V - adicional pela prestação de serviço ex- III - recusar fé a documentos públicos;
traordinário; VI - adicional noturno; VII - adicional de IV - opor resistência injustificada ao andamento de
férias; VIII - outros, relativos ao local ou à natureza documento e processo ou execução de serviço;
do trabalho; IX - gratificação por encargo de curso V - promover manifestação de apreço ou desapreço
ou concurso. no recinto da repartição;

19
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos A responsabilidade administrativa, por outro lado, con-
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição siste na instauração de processo disciplinar (art. 116 e se-
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi- guintes, Lei nº 8.112/1990), pelo qual haverá a verificação
nado; da conduta delituosa do agente, bem como a aplicação da
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia- pena mais adequada. Imprescindível reforçar que a aplica-
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a par- ção de qualquer pena ao servidor público pressupõe um
tido político; processo administrativo, sendo assegurado ao acusado di-
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun- reito ao contraditório e a ampla defesa, sendo obrigatória,
ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente inclusive, a presença do advogado em todas as fases do re-
até o segundo grau civil; ferido processo (Súmula nº 343 do STJ). Todavia, tal enten-
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou dimento vem sofrendo alteração, pois o STF já reconheceu
de outrem, em detrimento da dignidade da função pú- em Súmula Vinculante nº 5 entendimento de que a falta de
blica; defesa técnica no processo administrativo disciplinar não é
X - participar de gerência ou administração de so- inconstitucional.
ciedade privada, personificada ou não personificada, Por fim, as penalidades administrativas aplicáveis aos
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, servidores públicos, previstas na Lei nº 8.112/1990 (art.
cotista ou comanditário; 127) são as seguintes:
A)Advertência: é a sanção mais branda, aplicável por
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
escrito para o servidor que cometer atos como: au-
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí-
sentar-se do serviço injustificadamente; recusar fé a
cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
documento público; retirar qualquer documento da
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
repartição sem a devida autorização; manter sob sua
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem chefia cônjuge, companheiro ou parente até o se-
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; gundo grau; entre outros.
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado B)Suspensão: aplicável somente quando o servidor é
estrangeiro; reincidente nas faltas puníveis por advertência, des-
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; de que não tipifiquem infrações sujeitas a demissão
XV - proceder de forma desidiosa; do cargo. A suspensão não poderá ser aplicada por
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti- prazo maior a noventa dias.
ção em serviços ou atividades particulares; C)Demissão: trata-se da penalidade mais grave atribu-
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ída ao servidor público, uma vez que tem o condão
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergên- de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será aplicada
cia e transitórias; nos casos em que o servidor: cometer crime contra a
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom- administração pública; abandonar seu cargo; impro-
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o bidade administrativa; praticar conduta escandalosa
horário de trabalho; na repartição; ofender fisicamente, em serviço, outro
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais servidor; revelar segredo o qual obteve devido a sua
quando solicitado. função; corrupção; receber propina, comissão, ou ou-
tra vantagem de qualquer espécie em razão de suas
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Em relação à responsabilidade dos servidores públicos, atribuições; etc. Muitas dessas hipóteses impedem
o art. 121 da Lei nº 8.112/1990 é bastante claro ao dis- que o infrator retorne ao serviço público federal, por
por que “O servidor responde civil, penal e administrativa- isso tratar-se de uma das penalidades mais gravosas.
mente pelo exercício irregular de suas atribuições”. Vemos, D)Cassação de Aposentadoria ou da Disponibilidade: o
então, que de uma única conduta praticada pelo referido servidor inativo que houver praticado falta punível
servidor, pode ensejar em responsabilização em três esfe- com a demissão, terá a sua aposentadoria, ou sua
ras distintas. A responsabilidade civil do servidor público disponibilidade cassada.
E)Destituição de Cargo ou Função Comissionada: caso o
decorre da prática de atos comissivos ou omissivos, que
servidor ocupante de cargo não efetivo cometa uma
sejam capaz de causar danos materiais ao erário (patrimô-
das faltas passíveis da pena de suspensão e demis-
nio público), ou a terceiros.
são, poderá perder o seu cargo de confiança ou fun-
A responsabilidade penal do servidor tem seu fun-
ção comissionada.
damento na apuração de uma conduta criminal, isso é,
a hipótese em que o servidor público possa praticar um A competência para a aplicação de tais penalidades
ilícito penal, ou crime. A responsabilidade penal é, defini- pode variar dependendo da gravidade da conduta apu-
tivamente, a mais grave e perigosa, uma vez que ela pode rada. No âmbito da Administração Federal, as sanções
repercutir nas demais esferas, tanto pela condenação do administrativas são aplicadas, nos termos do art. 141 da
servidor condenado, como pela sua absolvição pela falta Lei nº 8.112/1990: I - pelo Presidente da República, pelos
de provas materiais ou pela negação de sua autoria, sendo Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
essas últimas hipóteses apenas exceções. Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se

20
tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou dispo-
nibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, ór- LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA -
gão, ou entidade; II - pelas autoridades administrativas de LIA (LEI FEDERAL Nº 8429, DE 02 DE JUNHO
hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no DE1992).
inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30
(trinta) dias; III - pelo chefe da repartição e outras autorida-
des na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos,
nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) 1. OBJETIVO DA LEI
dias; IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, Essa lei tem como escopo prever as sanções aos
quando se tratar de destituição de cargo em comissão. agentes públicos que incorrerem em ato de improbidade
administrativa no exercício de mandato, cargo, emprego
ou função na administração pública direta (União, Estados
EXERCÍCIO COMENTADO / Distrito Federal e Municípios) e indireta (Autarquias,
Sociedade de Economia Mista, Empresa Pública e
1. (UF-AM – PSICÓLOGO – COMVEST UFAM – 2018) As- Fundações), além de adotar providências correlatas.
sinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que não cons-
titui causa de demissão do servidor público, nos termos da 2 – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Lei n°. 8.112/90: Para facilitar seu entendimento, primeiramente você
a) Utilizar recursos materiais da repartição em serviços ou deve entender o significado da palavra agente público.
atividades particulares Conforme previsto no artigo 2º da lei Reputa-se agente
b) Quando não satisfeitas as condições do estágio proba- público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
tório. exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
c) Receber presente de qualquer espécie, em razão de suas por eleição, nomeação, designação, contratação ou
atribuições. qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
d) Proceder de forma desidiosa. cargo, emprego ou função nos órgãos e entidades da
e) Inassiduidade habitual. Administração Pública direta e indireta.
O ato de improbidade poderá ser praticado por qualquer
Resposta: Letra B. A letra A está incorreta, pois a utiliza- agente público, seja ele um servidor ou não, deste modo,
ção de recursos materiais da repartição para atividades qualquer agente público poderá ser sujeito ativo de tal ato,
particulares é causa de demissão do servidor público além disso, As disposições desta lei são aplicáveis, no que
(art. 117, XVI, Lei nº 8.112/1990). A letra C está incorreta, couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
pois receber propina, comissão, presente ou vantagem induza ou concorra para a prática do ato de improbidade
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições é ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
causa para demissão do servidor (art. 117, XII, idem). A O órgão ou entidade que sofra um ato de improbidade
letra D está incorreta pois proceder de forma desidiosa é definido como sujeito passivo. Poderão ser sujeitos
é causa de demissão do servidor público (art. 117, XII, passivos do ato de improbidade os órgãos e entidades
idem). A letra E está incorreta, pois a inassiduidade ha- da Administração Direta e Indireta dos 3 (três) poderes
bitual é causa de demissão do servidor público (art. 132,
e das 3 (três) esferas - União, Estados / Distrito Federal e
III, idem).
Municípios - empresa incorporada ao patrimônio público

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário público
haja participado ou participe com mais de cinquenta
por cento (50%) do patrimônio ou da receita anual, bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por
cento (50%) do patrimônio ou da receita anual, limitando-
se, quando houver participação menor que cinquenta por
cento (50%), a sanção patrimonial à repercussão do ilícito
sobre a contribuição dos cofres públicos.

21
Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio
são obrigados a velar pela estrita observância de princípios público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
no trato dos assuntos que lhe são afetos, são princípios cominações desta lei até o limite do valor da herança, isto
expressos na lei de improbidade: que dizer que, se o valor a ser restituído ao patrimônio
Legalidade: Os atos da Administração Pública devem público for superior ao valor da herança deixada pelo de
estar previstos em lei. Tudo que não estiver juridicamente cujus, o herdeiro não estará obrigado a recompor este
permitido estará juridicamente proibido, com as ressalvas prejuízo com seu próprio patrimônio.
legais. No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente
Impessoalidade: Todos devem ser tratados da mesma público ou terceiro beneficiário os bens ou valores
maneira, não importa o nível hierárquico ou a relação com acrescidos ao seu patrimônio.
o órgão ou entidade, a urbanidade, o respeito, a educação
são exemplos de primados básicos que devem reger as
relações visando a impessoalidade, por este princípio o #FicaDica
agente público não pode favorecer um (s) em detrimento As disposições da Lei de Improbidade, no que
de outro (s). couber, serão aplicadas àqueles que, mesmo
Moralidade: Os atos da Administração devem não sendo agente público, induza, concorra ou
corresponder ao que a sociedade entende como correto, se beneficie com o ato.
como justo, como aceitável. Decorrência deste princípio
não pode, por exemplo o agente público colocar uma
imagem pornográfica na sua mesa de trabalho.
Publicidade: Os atos da Administração Pùblica devem
ser públicos, ou seja, devem estar disponíveis para que a EXERCÍCIO COMENTADO
sociedade possa promover o seu próprio controle, para
promover a publicidade várias ações são adotadas, como 1. 2017 - FCC - Técnico Judiciário - Segurança - TRT -
exemplo a publicação em Diário Oficial. 24ª REGIÃO (MS)
O princípio da Eficiência foi introduzido de maneira Considere a seguinte situação hipotética: Roberto é ser-
explícita na Constituição Federal em data posterior a vidor público municipal, responsável pela arrecadação de
edição da lei, motivo pelo qual ele encontra-se implícito tributos. Em determinada data, Roberto incorporou ao seu
no texto da lei de improbidade, mas aplicável tendo em patrimônio, o montante de R$ 100.000,00 proveniente de
vista a expressa disposição na Constituição Federal com o arrecadação tributária municipal, utilizando posteriormen-
advento da Emenda Constitucional nº 19/1998. te a citada quantia para a compra de um veículo particular,
Havendo a prática de um ato definido como de a ele destinado. Em razão do ocorrido, foi processado por
improbidade e havendo lesão ao patrimônio público, seja improbidade administrativa. A propósito dos fatos e, nos
por uma ação ou omissão, por dolo (vontade) ou culpa termos da Lei n° 8.429/1992,
(negligência, imprudência ou imperícia) do agente público
ou de terceiro, deverá ser efetuado o integral ressarcimento a) o ato ímprobo em questão comporta a medida de indis-
do dano causado. ponibilidade de bens.
b) para configurar o ato ímprobo em questão, exige-se
conduta culposa, isto é, não se faz necessário dolo para
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

FIQUE ATENTO! sua caracterização.


Ao investigar um ato de improbidade que c) as disposições da Lei de Improbidade não se aplicam
cause prejuízo ao patrimônio público ou a Roberto, por ser parte ilegítima para figurar no pólo
que ensejar enriquecimento ilícito, caberá passivo de tal ação.
a autoridade administrativa responsável d) para configurar o ato ímprobo em questão, exige-se
pelo inquérito representar ao Ministério dano ao erário.
Público, para a indisponibilidade de bens e) caso Roberto venha a falecer, seu sucessor não estará
do indiciado, essa medida visa evitar que o sujeito a qualquer cominação prevista na Lei de Impro-
agente ativo do ato de improbidade aliene bidade.
seus bens de maneira fraudulenta visando
dar ineficácia a eventual determinação de Resposta: Letra A. O ato comporta o requerimento de
recomposição ao erário ou perda de bens. indisponibilidade de bens, conforme preceitua o art. 7º
Esta indisponibilidade de bens recairá sobre da lei. O ato de enriquecimento exige a conduta dolo-
bens que assegurem o integral ressarcimento sa, o que torna a alternativa b) errada. Roberto é sim
do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial considerado agente público, vez que é servidor público
resultante do enriquecimento ilícito. municipal. A lei de Improbidade determina que a carac-
terização do ato de improbidade independe de dano ao
erário, art. 21, I, da lei. Os sucessores estão obrigados às
cominações da lei até o limite do valor do patrimônio
transferido.

22
2. 2017 - FCC - Técnico: Área Administrativa - DPE-RS A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
O zelador de uma escola pública, ocupante de cargo co- I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,
missionado de Chefe de Vigilância, reside nas dependên- salvo quanto à pena de ressarcimento;
cias do equipamento público, em uma modesta construção Deixar de praticar ato é apenas uma conduta descrita
erguida no mesmo terreno, a fim de vigiar e controlar o na modalidade de ato de improbidade que afronta aos
acesso ao equipamento público. Descobriu-se, no entanto, princípios da administração.
que o mesmo alugava um dos espaços anexos da esco-
la para funcionamento, em algumas noites da semana, de 3. DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
uma casa de jogos de azar clandestina. No que se refere à A Lei de Improbidade define os atos de improbidade em
tipificação da conduta do zelador, 4 modalidades. Tratadas a seguir.

a) em razão da função desempenhada, enquadra-se no 3.1 Dos Atos de Improbidade Administrativa que
conceito de agente público e, como tal, sua conduta Importam Enriquecimento Ilícito
tipifica-se como ato de improbidade que gera enrique- O art. 9º da lei define os atos que importam
cimento ilícito, já tendo sido demonstrado o dolo do enriquecimento ilícito, note que os verbos que caracterizam
servidor. a conduta são: receber, perceber, utilizar, adquirir, aceitar,
b) pode configurar infração disciplinar ou mesmo criminal, incorporar e usar. Para diferenciar dos demais atos de
mas não se tipifica como ato de improbidade, na medida improbidade, lembre-se que nesta modalidade o agente
em que não houve qualquer prejuízo ao erário. aumentou seu patrimônio ou deixou de utilizá-lo, quando
c) se enquadra como ato de improbidade que atenta contra deveria, provocando assim um enriquecimento ilícito.
os princípios da Administração pública e, em se tratando Art. 9º da lei 8.429/1992.
de infração de mera conduta, basta a demonstração de Constitui ato de improbidade administrativa importando
culpa para a imposição de sanção. enriquecimento ilícito receber qualquer tipo de vantagem
d) este não pode ser equiparado a agente público para fins patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
de configuração de ato de improbidade, tampouco ser mandato, função, emprego ou atividade nos órgãos e
punido disciplinar ou criminalmente, razão pela qual entidades mencionados, e notadamente:
resta apenas a possibilidade de exoneração do mesmo. I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mó-
e) configura ato de improbidade que atenta contra os prin- vel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
cípios da administração, mas para sua configuração e direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
efetivo sancionamento, demanda o envolvimento de gratificação ou presente de quem tenha interesse, dire-
algum servidor estatutário ou celetista, pois o zelador to ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por
exercia apenas função pública, não se enquadrando no ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
conceito de agente público. público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
Resposta: Letra A. O zelador é considerado como agen- para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
te público para os efeitos da lei, o artigo 2º da lei define móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas en-
agente público como sendo: tidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou de mercado;
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entida- público ou o fornecimento de serviço por ente estatal
des mencionadas no artigo anterior. por preço inferior ao valor de mercado;
O ato configura ato de improbidade na modalidade de IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, má-
enriquecimento ilícito quinas, equipamentos ou material de qualquer natu-
reza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
03. 2017 - UFU-MG - Técnico de Laboratório - Veterinária entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como
Configura-se improbidade administrativa o trabalho de servidores públicos, empregados ou ter-
ceiros contratados por essas entidades;
a) somente se houver lesão ao Erário. V - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
b) somente se houver enriquecimento ilícito. direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prá-
c) somente se retardar ou deixar de praticar, indevidamen- tica de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
te, ato de ofício. contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
d) somente se praticada por agente público ou com a par- ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
ticipação deste. VI - receber vantagem econômica de qualquer nature-
za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
Resposta: Letra D. Os atos de improbidade são classifi- medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer
cados em 4 modalidades de acordo com a lei, o prejuízo outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qua-
ao erário e o enriquecimento ilícito são apenas duas mo- lidade ou característica de mercadorias ou bens forne-
dalidades, além disso, o art. 21 da Lei de Improbidade cidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
determina: desta lei;

23
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a pres-
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de tação de serviço por parte delas, por preço inferior ao
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à de mercado;
evolução do patrimônio ou à renda do agente público; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou ju- VI - realizar operação financeira sem observância das
rídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou normas legais e regulamentares ou aceitar garantia in-
amparado por ação ou omissão decorrente das atribui- suficiente ou inidônea;
ções do agente público, durante a atividade; VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a observância das formalidades legais ou regulamentares
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer na- aplicáveis à espécie;
tureza; VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de pro-
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, cesso seletivo para celebração de parcerias com entida-
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, provi- des sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
dência ou declaração a que esteja obrigado; IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio autorizadas em lei ou regulamento;
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta renda, bem como no que diz respeito à conservação do
lei; patrimônio público;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou XI - liberar verba pública sem a estrita observância das
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a
mencionadas no art. 1° desta lei. sua aplicação irregular;
Esses atos, já elencados, são um rol exemplificativo, ou XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
seja, poderão ser praticados outros atos de improbidade enriqueça ilicitamente;
que não necessariamente esses exemplos trazidos por ela. XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço parti-
Exemplo: Servidor que recebe dinheiro para utilizar cular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de
maquinário público de terraplanagem, um trator, para fazer qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
serviços na casa de seu primo, sem obedecer ao que as leis, qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
normas ou regulamentos determinam. bem como o trabalho de servidor público, empregados
ou terceiros contratados por essas entidades.
3.2 Dos Atos de Improbidade Administrativa que XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
Causam Prejuízo ao Erário por objeto a prestação de serviços públicos por meio da
Os atos que causam prejuízo ao erário, vão, em regra, gestão associada sem observar as formalidades previs-
caracterizar violações aos princípios da administração, tas na lei;
contudo, também irão dilapidar o erário público, ponto em XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
que diferenciam-se. sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
Art. 10º da lei. observar as formalidades previstas na lei.
Constitui ato de improbidade administrativa que causa XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos
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malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres dos transferidos pela administração pública a entidades pri-
órgãos e entidades referidas na lei, e notadamente: vadas mediante celebração de parcerias, sem a obser-
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a in- vância das formalidades legais ou regulamentares apli-
corporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou cáveis à espécie;
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
art. 1º desta lei; públicos transferidos pela administração pública a en-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou ju- tidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
rídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores observância das formalidades legais ou regulamentares
integrantes do acervo patrimonial das entidades men- aplicáveis à espécie;
cionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das for- XVIII - celebrar parcerias da administração pública com
malidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; entidades privadas sem a observância das formalidades
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou as- XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e
sistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio análise das prestações de contas de parcerias firmadas
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta pela administração pública com entidades privadas;
lei, sem observância das formalidades legais e regula- XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela adminis-
mentares aplicáveis à espécie; tração pública com entidades privadas sem a estrita ob-
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou loca- servância das normas pertinentes ou influir de qualquer
ção de bem integrante do patrimônio de qualquer das forma para a sua aplicação irregular.

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XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela admi- VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fisca-
nistração pública com entidades privadas sem a estrita lização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela
observância das normas pertinentes ou influir de qual- administração pública com entidades privadas.
quer forma para a sua aplicação irregular. IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de aces-
Estes vinte e um (21) incisos também são um rol sibilidade previstos na legislação.
exemplificativo. A expressão notadamente no “caput” denota o caráter
Exemplo: Servidor que utiliza maquinário público de exemplificativo deste rol.
terraplanagem, por exemplo um trator, para fazer serviços Exemplo: Servidor que nega publicidade a uma
na casa de seu primo, sem obedecer ao que as leis, normas informação pública que não está acobertada sob nenhum
ou regulamentos determinam. grau de sigilo.

3.3 Dos Atos de Improbidade Administrativa


Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de #FicaDica
Benefício Financeiro ou Tributário
Esta modalidade de ato, fora incluída, posteriormente a Um ato pode ser qualificado e mais de
edição da lei, dentro da seção II A. uma modalidade, por exemplo, um ato de
Art. 10A. improbidade, praticado, que importe em
Constitui ato de improbidade administrativa qualquer enriquecimento ilícito, ele, em regra, também
ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício contrariará algum princípio da administração,
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput para não se confundir e acertar este tipo de
e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de questão, você deve identificar qual penalidade
julho de 2003. é mais grave poderá ser imputada ao agente e
Exemplo: servidor que concede indevidamente benefício caracterizar o ato nessa modalidade.
tributário para administrado para que ele pague o Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza com alíquota inferior
ao que é determinado. Note que a diferença do primeiro
exemplo consiste no recebimento da vantagem indevida. EXERCÍCIO COMENTADO

3.4 Dos Atos de Improbidade Administrativa que 1. 2017 - COMPERVE- - Técnico do Ministério Público Es-
Atentam Contra os Princípios da Administração Pública tadual - Área Administrativa - MPE RN
A Administração Pública é norteada por princípios, Improbidade administrativa pode ser definida como atuação
temos os princípios constitucionais expressos e implícitos, contrária à honestidade e à correção de atitude, sendo tam-
além disso, outras leis regularão princípios norteadores, bém chamada de corrupção administrativa. Com relação aos
como exemplo a lei que regula o processo administrativo atos de improbidade administrativa, matéria regulada pela
em âmbito federal. São exemplos de princípios tratados lei 8.429/92,
expressamente na lei de improbidade: a legalidade, a
impessoalidade, a publicidade e a honestidade. a) utilizar em serviço particular o trabalho de terceirizado da
Art. 11º da lei. administração direta não configura ato de improbidade
Constitui ato de improbidade administrativa que atenta administrativa.

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contra os princípios da administração pública qualquer b) o servidor público pode ser responsabilizado por atos de
ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, improbidade administrativa, sendo vedado o enquadra-
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e mento dos demais agentes na referida lei.
notadamente: c) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio públi-
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regula- co ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comina-
mento ou diverso daquele previsto, na regra de com- ções da lei até o limite do valor da herança.
petência; d) negar publicidade aos atos oficiais, embora seja conside-
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de rado ato ofensivo aos princípios da administração públi-
ofício; ca, não constitui ato de improbidade administrativa.
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
razão das atribuições e que deva permanecer em segre- Resposta: Letra C. Alternativa a) errada, pois poderá
do; configurar ato de improbidade na modalidade de enri-
IV - negar publicidade aos atos oficiais; quecimento ilícito, conforme art. 9º, IV da lei. A expressão
V - frustrar a licitude de concurso público; agente público abarca também os servidores, contudo,
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a não se limita a eles. O sucessor responde até o limite do
fazê-lo; valor do patrimônio transferido. Negar publicidade a atos
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de oficiais, quando não acobertados por sigilo, configura ato
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de de improbidade, em regra, na modalidade de atos que
medida política ou econômica capaz de afetar o preço atentam contra a administração.
de mercadoria, bem ou serviço.

25
2. 2017 - VUNESP- Escrevente Técnico Judiciário - TJ-SP 4. 2017 - FGV - TRT - 12ª Região - Técnico Judiciário -
Suponha que Secretário da Fazenda de um estado qualquer Área Administrativa
da Federação aceite exercer, nas horas vagas, concomitante- José, servidor público federal ocupante do cargo de Técnico
mente ao exercício do cargo público, atividades de consul- Judiciário do TRT, recebeu, para si, a quantia de cinco mil
toria a empresas sujeitas ao recolhimento do ICMS, tribu- reais em dinheiro, a título de presente, de um reclamante
to estadual. Nesse caso, à luz do previsto na Lei Federal n° em uma reclamação trabalhista, para agilizar a tramitação de
8.429/92, a conduta descrita pode ser considerada seu processo no cartório judicial da Vara do Trabalho. Poste-
riormente, José se arrependeu e não alterou a ordem natural
a) ato de improbidade administrativa que atenta contra os de processamento dos feitos de sua responsabilidade, mas
princípios da Administração Pública. não devolveu o valor recebido ao particular.
b) ato de improbidade administrativa que importa enrique- No caso em tela, de acordo com as disposições da Lei nº
cimento ilícito. 8.429/92 e com a jurisprudência:
c) indiferente, pois não caracteriza nenhuma das hipóteses
de ato de improbidade administrativa previstas. a) José cometeu ato de improbidade administrativa, por
d) ato de improbidade administrativa decorrente de con- conduta dolosa, ainda que não tenha havido prejuízo ao
cessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou erário, mas o particular não pode responder por improbi-
tributário. dade porque não é agente público;
e) ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao b) José não cometeu ato de improbidade administrativa, por
Erário. arrependimento eficaz, já que não cumpriu o prometido
ao reclamante e porque não houve prejuízo ao erário, e o
Resposta: Letra B. A Lei de Improbidade define como particular também não pode responder por improbidade,
sendo ato de Improbidade na modalidade de enriqueci- pois não é agente público;
mento ilícito no art. 9º, VIII: c) José cometeu crime de improbidade administrativa, por
Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con- conduta dolosa, ainda que não tenha havido prejuízo ao
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica erário, e o particular responde pelo mesmo crime, em
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou ampa- concurso de agentes, pois é considerado agente público
rado por ação ou omissão decorrente das atribuições do por equiparação legal;
agente público, durante a atividade; d) José cometeu ato de improbidade administrativa, por
conduta dolosa que importou seu enriquecimento ilícito,
3. 2017 - VUNESP - Agente Previdenciário - IPRESB - SP sendo o prejuízo ao erário prescindível para a configura-
Considere a seguinte situação hipotética: servidor do Insti- ção do ato ímprobo, e o particular também responde por
tuto de Previdência Social dos Servidores de Barueri utiliza a improbidade porque concorreu para o ato;
máquina copiadora e papel sulfite, existentes na repartição, e) José e o particular praticaram, em concurso de agentes,
para tirar cópias de material que empregará em aulas vo- crime de improbidade administrativa, na modalidade cul-
luntárias sobre cidadania, que ministra, gratuitamente, aos posa, porque houve dano moral ao erário que deve ser
sábados, fora do horário do expediente. A conduta do servi- objeto de ressarcimento por parte dos agentes.
dor, à luz da Lei Federal n° 8.429/92,
Resposta: Letra D. O ART. 9º da lei, define as condutas
a) constitui ato de improbidade administrativa que importa que configuram o enriquecimento ilícito, elemento ne-
enriquecimento ilícito. cessário é o dolo, diferente do prejuízo ao erário que é
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b) constitui ato de improbidade administrativa que causa prescindível, dispensável. O particular responde também
prejuízo ao erário. pelo ato de improbidade.
c) constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da Administração Pública. 5. 2017 - FCM - IF - Assistente em Administração
d) constitui ato de improbidade administrativa decorrente Nos termos da Lei n° 8.429/1992, receber vantagem econô-
de concessão ou aplicação indevida de benefício finan- mica indiretamente para omitir declaração a que esteja obri-
ceiro ou tributário. gado, ordenar a realização de despesas não autorizadas em
e) não constitui ato de improbidade, pois o uso não era em lei e negar publicidade aos atos oficiais constituem, respec-
proveito próprio, mas sim de quaisquer cidadãos que fre- tivamente, os seguintes atos de improbidade administrativa:
quentem o curso.
O servidor praticou ato de improbidade na modalidade de a) atentatório aos princípios da administração / causador de
enriquecimento ilícito, uma vez que utilizou em serviço dano ao erário / causador de enriquecimento ilícito.
particular material público. Art. 9º, VI: b) atentatório aos princípios da administração / causador de
enriquecimento ilícito / causador de dano ao erário.
Resposta: Letra A. Utilizar, em obra ou serviço particular, c) causador de dano ao erário / atentatório aos princípios da
veículos, máquinas, equipamentos ou material de qual- administração / causador de enriquecimento ilícito.
quer natureza, de propriedade ou à disposição de qual- d) causador de enriquecimento ilícito / causador de dano ao
quer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem erário / atentatório aos princípios da administração.
como o trabalho de servidores públicos, empregados ou e) causador de dano ao erário / causador de enriquecimento
terceiros contratados por essas entidades; ilícito / atentatório aos princípios da administração.

26
Resposta: Letra D. Receber vantagem econômica, mesmo que indiretamente para omitir declaração a que esteja obrigado
configura ato que importa em enriquecimento ilícito, houve um aumento de patrimônio indevido. Ordenar a realização de
despesas não autorizadas, causa prejuízo ao erário e negar publicidade a atos oficiais fere o princípio da publicidade.

4. DAS PENAS
As responsabilidades são independentes, portanto as sanções penais, civis e administrativas não possuem dependência,
em regra.
Art 12º: Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
com a gravidade do fato:
I - na hipótese de enriquecimento ilícito, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento
de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese prejuízo ao erário, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese de ofensa aos princípios da administração pública, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor
da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário, perda da função pública, sus-
pensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro
ou tributário concedido.
Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito
patrimonial obtido pelo agente.

#FicaDica

perda dos
bens ou ressarcimento perda da suspensão proibição
pagamento
valores integral função dos direitos de
de multa
acrescidos do dano pública políticos contratar
ilicitamente

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até 3 vezes o
enriquecimento valor do
x se houver x 08 – 10 anos 10 anos
ilícito acrécimo
patrimonial
multa civil
prejuízo ao de até 2
se houver x x 05 – 08 anos 5 anos
erário vezes o valor
do dano
multa civil
benefício de até 3
x 05 - 08 anos
tributário vezes o valor
do benefício
multa civil
de até 100
atentatório aos
se houver x 03 – 05 anos vezes o 3 anos
princípios
valor da
remuenração

27
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.
EXERCÍCIO COMENTADO Aquele que induzir, participar ou beneficiar também res-
ponde pelas sanções previstas na lei. As sanções previs-
1. 2017 - IBADE - Agente de Polícia Civil - PC-AC tas em lei independem de prejuízo ao erário.
Relativamente às disposições da Lei n° 8.429/1992, que
trata da improbidade administrativa, assinale a alternativa 2. 2017 - UECE-CEV - Socioeducador - SEAS - CE
correta. No que diz respeito a atos de improbidade administrativa,
assinale a opção que completa, correta e respectivamente,
a) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú- as lacunas do seguinte dispositivo legal:
blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às san- “Os atos de improbidade administrativa importarão a
ções de improbidade --administrativa independente- ________________¹ dos direitos políticos, a perda da fun-
mente de limites, como o valor da herança. ção pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci-
b) Os atos de improbidade administrativa que importem mento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
prejuízo ao erário poderão resultar na perda dos bens ________________²”.
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, res-
sarcimento integral do dano, quando houver, perda da a) suspensão¹ — afastando-se a ação penal cabível²
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito b) perda¹ — sem prejuízo da ação penal cabível²
a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o c) suspensão¹ — sem prejuízo da ação penal cabível²
valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar d) perda¹ — afastando-se a ação penal cabível²
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que Resposta: Letra C. Os direitos políticos são suspensos,
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma- cuidado, eles não são cassados, além disso, as respon-
joritário, pelo prazo de dez anos. sabilidades, administrativa, civil e criminal são indepen-
c) Estão sujeitos às sanções da Lei de Improbidade Ad- dentes.
ministrativa os atos ímprobos praticados contra o pa-
trimônio de entidade que receba subvenção, benefício
3. 2017 - VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário - TJ-
ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
SP
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
Assinale a alternativa que corretamente discorre sobre as
concorrido ou concorra com menos de cinquenta por
penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa.
cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se,
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilí-
a) No caso de condenação por ato de improbidade admi-
cito sobre a contribuição dos cofres públicos.
nistrativa decorrente de concessão ou aplicação inde-
d) Como as sanções por ato de improbidade administra-
vida de benefício financeiro ou tributário, não cabe a
tiva apenas são aplicáveis a agentes públicos, eventual
particular que induza ou concorra para a prática de ato aplicação da pena de perda da função pública.
ímprobo apenas poderá ser responsabilizado na esfera b) A aplicação das penas previstas na Lei de Improbidade
criminal. Administrativa impede a aplicação das demais sanções
e) Determinado agente público tornou-se réu em ação de penais, civis e administrativas previstas em legislação
improbidade administrativa. Segundo o Ministério Pú- específica.
c) Na fixação das penas previstas na Lei de Improbidade
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blico, o aludido servidor teria causado lesão ao erário


em razão de perda patrimonial de bens móveis do Es- Administrativa, o juiz levará em conta a extensão do
tado do Acre. Durante o curso do processo judicial, o dano causado, assim como o proveito patrimonial obti-
controle interno do órgão ao qual o servidor está lotado do pelo agente.
concluiu que o referido ato ímprobo não causou prejuí- d) A pena de proibição de contratar com o Poder Público
zo ao erário. A partir desta informação superveniente do ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití-
órgão de controle interno, não deverá haver aplicação cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
das sanções por ato de improbidade administrativa ao de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, terá o
agente público processado. prazo máximo de 2 (dois) anos.
e) As penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa
Resposta: Letra C. O sucessor será está sujeito às san- deverão ser aplicadas cumulativamente, exceto quan-
ções até o limite da herança. Prejuízo ao erário acarreta do se tratar de ato de improbidade administrativa que
ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou va- atente contra os princípios da Administração Pública.
lores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer
esta circunstância, perda da função pública, suspensão Resposta: Letra C. No caso de condenação por ato
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de improbidade administrativa decorrente de conces-
de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibi- são ou aplicação indevida de benefício financeiro ou
ção de contratar com o Poder Público ou receber bene- tributário, cabe a aplicação da pena de perda da fun-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indi- ção pública. As responsabilidade são independentes. A
retamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica pena de proibição de contratar com o Poder Público ou

28
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de determinará a imediata apuração dos fatos que, serão
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, terá o pra- processados de acordo com o processo disciplinar definido
zo máximo de 10 anos. Não existe a exceção prevista na pelas Leis que regulam o Regime Jurídico do Servidores
alternativa e). Públicos, por exemplo, servidores federais serão regulados
pela Lei 8.112/1990, servidores estaduais serão regulados
5. DA DECLARAÇÃO DE BENS pelos Estatutos de cada Estado e, em se tratando de
Para que o agente público possa tomar posse ou entrar servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos
em exercício, ele deverá apresentar uma declaração dos disciplinares.
bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, essa A apuração de infração disciplinar é feita em regra através
declaração será anualmente atualizada e também na data de processos investigatórios denominados Sindicância ou
em que o agente público deixar o exercício do mandato, Processo Administrativo Disciplinar, sendo escolhido um ou
cargo, emprego ou função. A atualização da declaração a outro de acordo com a penalidade a ser aplicada. Quando da
que se refere a lei poderá ser feita com a entrega da cópia instauração destes procedimentos há a nomeação de uma
da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da comissão, dentre as atribuições desta comissão, previstas
Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto na lei de improbidade está dar conhecimento ao Ministério
sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência
necessárias atualizações de procedimento administrativo para apurar a prática de ato
A declaração compreenderá imóveis, móveis, de improbidade, e ainda, representar ao Ministério Público
semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo
espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País competente a decretação do seqüestro dos bens do agente
ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado
e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos dano ao patrimônio público, O pedido de seqüestro será
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825
econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e do Código de Processo Civil.
utensílios de uso doméstico. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas
poderá, a requerimento, designar representante para
acompanhar o procedimento administrativo.
Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o
FIQUE ATENTO!
exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações
Na hipótese que o agente público se recusar financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos
a prestar a declaração de bens, dentro do pra- da lei e dos tratados internacionais.
zo determinado, ou a prestar falsa será punido A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta
com a pena de demissão a bem do serviço pú- pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada,
blico, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
tendo em vista o caráter da independência en- É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações
tre as responsabilidades civil, administrativa e de Improbidade Administrativa.
criminal, quando couberem e com as ressalvas A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as
legais. ações necessárias à complementação do ressarcimento do
patrimônio público.

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No caso de a ação principal ter sido proposta pelo
6. DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no §
JUDICIAL 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.
Qualquer pessoa poderá representar à autoridade O Ministério Público, se não intervir no processo como
administrativa competente para que seja instaurada parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena
investigação destinada a apurar a prática de ato de de nulidade.
improbidade. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para
Essa representação deverá conter alguns requisitos: todas as ações posteriormente intentadas que possuam a
1) Deve ser escrita ou reduzida a termo e assinada; mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
2) Deve conter a qualificação do representante; A ação será instruída com documentos ou justificação
3) Deve conter informações sobre o fato e sua autoria que contenham indícios suficientes da existência do
4) Haver a indicação das provas de que tenha conheci- ato de improbidade ou com razões fundamentadas da
mento. impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições
A autoridade administrativa rejeitará a representação, inscritas nos artigos. 16 a 18 do Código de Processo Civil.
em despacho fundamentado, se esta não preencher os Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-
requisitos acima. la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer
A rejeição da representação pela autoridade manifestação por escrito, que poderá ser instruída com
administrativa não obsta a representação ao Ministério documentos e justificações, dentro do prazo de quinze
Público, nos termos do art. 22 da lei de improbidade. dias.

29
Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, 2. 2017 - VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário - TJ-SP
em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido No processo judicial de improbidade administrativa, o Mi-
da inexistência do ato de improbidade, da improcedência nistério Público
da ação ou da inadequação da via eleita.
Recebida a petição inicial, será o réu citado para a) se não intervir no processo como parte, atuará obrigato-
apresentar contestação. riamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo b) atuará somente como fiscal da lei, mas promoverá as
de instrumento. ações necessárias à complementação do ressarcimento
Em qualquer fase do processo, reconhecida a do patrimônio público.
inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o c) atuará somente como autor, não intervindo se a pessoa
processo sem julgamento do mérito. jurídica interessada propuser a ação ordinária.
Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas d) é o único legitimado a propor a ação ordinária, dentro
nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
caput e § 1o, do Código de Processo Penal. e) poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar
Para os efeitos deste artigo, também se considera ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao in-
pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no teresse público, a juízo do Procurador Geral de Justiça.
pólo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do
art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de Resposta: Letra A. No processo judicial o Ministério Pú-
julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de blico age ou como parte ou como fiscal da lei. A pessoa
2016) jurídica interessa pode figurar no pólo ativo. O Ministé-
A sentença que julgar procedente ação civil de rio Público não pode abster-se de contestar o pedido
reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos
ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão 3. 2017 - FCM - IF - Assistente em Administração
dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica Segundo o que determina a Lei nº 8.429, de 2 de junho de
prejudicada pelo ilícito. 1992, é INCORRETO afirmar que

a) o Ministério Público, se não intervir no processo como


parte, atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob
EXERCÍCIO COMENTADO pena de nulidade.
b) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-
1. 2017 - VUNESP - Escrevente Técnico Judiciário - TJ-SP blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comi-
O procedimento administrativo previsto na Lei Federal n° nações da Lei de Improbidade Administrativa até o limi-
8.429/92, destinado a apurar a prática de ato de improbi- te do valor da herança.
dade, c) qualquer autoridade, desde que noticiada acerca de ato
ímprobo causador de lesão ao erário ou de enriqueci-
a) será iniciado por representação, que será escrita ou re- mento ilícito, poderá representar ao Juiz de Direito para
duzida a termo, podendo o representante permanecer a indisponibilidade de bens do indiciado.
anônimo, se assim o desejar. d) as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas
b) poderá acarretar o exame e o bloqueio de bens, contas na Lei de Improbidade Administrativa podem ser pro-
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bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indicia- postas em até cinco anos, após o término do exercício
do no exterior, se for o caso. de mandato de cargo em comissão ou de função de
c) poderá compreender o decreto de sequestro dos bens confiança.
do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamen- e) a sentença que julgar procedente a ação civil de repa-
te ou causado dano ao patrimônio público. ração de dano ou decretar a perda dos bens havidos
d) impedirá a apuração dos fatos pelo Ministério Público, ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos
caso se conclua pela improcedência das acusações. bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica pre-
e) deverá ser levado ao conhecimento do Ministério Públi- judicada pelo ilícito.
co e do Tribunal ou Conselho de Contas, pela Comissão
Processante. Resposta: Letra C. Não é qualquer autoridade, são
exemplos de pessoas que poderão figurar no pólo pas-
Resposta: Letra E. A representação não pode ser anô- sivo O Ministério Público e a pessoa jurídica interessada,
nima. O procedimento administrativo não poderá acar- não confunda com o direito de qualquer pessoa levar
retar o no bloqueio de bens, contas bancárias e apli- ao conhecimento da autoridade competente ato de im-
cações financeiras mantidas pelo indiciado ou terceiros probidade.
no exterior, para que isso aconteça deve ser feita uma
representação ao Ministério Público ou à Procuradoria
para manifestação judicial. Não impede a apuração dos
fatos pelo Ministério Público.

30
7. DAS DISPOSIÇÕES PENAIS d) a ausência de formalidades na representação, para que
A Lei de improbidade define alguns crimes. seja instaurada investigação destinada a apurar a prática
Art. 19º da lei. de ato de improbidade, se dá em razão da universalida-
Constitui crime a representação por ato de improbidade de do acesso à transparência na administração pública.
contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o e) será punido com advertência o agente público que se
autor da denúncia o sabe inocente. recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. determinado, ou cuja prestação seja falsa.
Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a
indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou Resposta: Letra B. Detenção e não prisão. Os atos de
à imagem que houver provocado. improbidade são divididos em 4 classes. Na representa-
A perda da função pública e a suspensão dos direitos ção os requisitos devem ser preenchidos e não ignora-
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da dos. A penalidade para o agente público que se recusar
sentença condenatória, ou seja, só se efetivam a partir da a prestar declaração dos bens, dentro do prazo deter-
decisão da qual já não caiba mais recurso. minado, ou cuja prestação seja falsa será punido com
A autoridade judicial ou administrativa competente demissão, a bem do serviço público.
poderá determinar o afastamento do agente público do
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo 8. DA PRESCRIÇÃO
da remuneração, quando a medida se fizer necessária à A prescrição é um instituto do direito que ocasiona a
instrução processual. perda do direito de punir do Estado pelo decurso de lapso
temporal, perdeu o prazo, perdeu o direito de punir.
Art. 21º Art. 23.
A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previs-
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio públi- tas nesta lei podem ser propostas:
co, salvo quanto à pena de ressarcimento;. I - até cinco anos após o término do exercício de man-
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão dato, de cargo em comissão ou de função de confiança;
de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei espe-
Contas.
cífica para faltas disciplinares puníveis com demissão
a bem do serviço público, nos casos de exercício de
#FicaDica cargo efetivo ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à adminis-
O dano ao patrimônio público é prescindível tração pública da prestação de contas final pelas enti-
para aplicação das sanções previstas em lei. dades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.

9. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


Art. 22º Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o
Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
administrativa ou mediante representação formulada Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho
de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais
a instauração de inquérito policial ou procedimento disposições em contrário.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


administrativo.

EXERCÍCIO COMENTADO
EXERCÍCIO COMENTADO
1. 2017 – UFES - Assistente em Administração
1. 2017 - FCM - IF - Assistente em Administração Sobre a Lei de Improbidade Administrativa, analise as se-
A respeito da Lei de Improbidade Administrativa, é correto guintes afirmativas:
afirmar que I.. É vedada a transação, o acordo ou a conciliação nas
ações de improbidade administrativa.
a) a prisão é uma sanção prevista na Lei nº 8.429/92 em II. Constitui crime a representação por ato de improbidade
decorrência da prática de ato de improbidade adminis- contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o
trativa. autor da denúncia o sabe inocente.
b) o Ministério Público, se não intervir no processo como III. A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbida-
parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei, sob de Administrativa independe da aprovação ou rejeição das
pena de nulidade. contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
c) os atos de improbidade administrativa são divididos em Conselho de Contas.
duas classes: aqueles que importam em enriquecimento É CORRETO o que se afirma em
ilícito e aqueles que causam prejuízo ao erário.

31
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas. HORA DE PRATICAR!
d) II e III, apenas.
e) I, II e III. Assinale como certo ou errado:

Resposta: Letra E. Os acordos, conciliações e transações 1. É considerado agente público, apenas aquele que exerce
não serão permitidos nas ações de improbidade. A re- transitoriamente função na Administração Pública direta e
presentação, sabendo da inocência do acusado constitui indireta.
crime. A aplicação das sanções previstas na Lei de Impro-
bidade Administrativa independe da aprovação ou rejei- ( ) Certo ( ) Errado
ção das contas pelo órgão de controle interno ou pelo
Tribunal ou Conselho de Contas, ou ainda, do prejuízo 2. Podem ser sujeitos passivos de ato de improbidade os
ao erário. órgãos da administração direta, mas não as entidades da
administração indireta.
2. 2017 - FCC - TRT - 24ª REGIÃO - Técnico Judiciário -
Área Administrativa ( ) Certo ( ) Errado
Onofre, auditor fiscal da Receita Federal, recebeu vantagem
econômica para tolerar a prática de contrabando, razão pela 3. As disposições da Lei de Improbidade aplicam-se so-
qual foi processado por improbidade administrativa. Nos mente aos agentes públicos.
termos da Lei no 8.429/1992, a conduta de Onofre insere-
-se expressamente na modalidade de ato de improbidade ( ) Certo ( ) Errado
administrativa
4. O princípio da eficiência está expressamente previsto no
a) causador de prejuízo ao erário, não sendo necessária a texto da lei de improbidade ? Artigo 4º da lei.
efetiva ocorrência de prejuízo ao erário para que reste
configurado o ato ímprobo.
( ) Certo ( ) Errado
b) causador de prejuízo ao erário, sendo necessário, dentre
outros elementos, a conduta dolosa para a configuração
5. O integral ressarcimento do dano, devido à lesão ao pa-
do ato ímprobo.
trimônio público, ocorrerá somente de modo comissivo,
c) que atenta contra os princípios da Administração públi-
na modalidade dolosa, por ato cometido exclusivamente
ca, sendo necessário, dentre outros elementos, conduta
meramente culposa para a configuração do ato ímprobo. por agente público.
d) que importa enriquecimento ilícito, sendo necessário,
dentre outros elementos, a conduta dolosa para a confi- ( ) Certo ( ) Errado
guração do ato ímprobo. 6. Na hipótese de cometimento de ato de improbidade
e) que importa enriquecimento ilícito, sendo necessário, na modalidade de enriquecimento ilícito, perderá o agente
dentre outros elementos, conduta meramente culposa público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acresci-
para a configuração do ato ímprobo. dos ao seu patrimônio.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Resposta: Letra D. O recebimento de vantagem econô- ( ) Certo ( ) Errado


mica para tolerar a prática de atividades ilegais constitui
ato de improbidade na modalidade de enriquecimento 7. Quando o ato de improbidade causar lesão ao patri-
ilícito, que exige o dolo como elemento. mônio público, ensejar enriquecimento ilícito, ou ainda,
ofender aos princípios básicos da administração pública,
3. Ano: 2017Banca: UFU-MGÓrgão: UFU-MGProva: Téc- caberá ao superior hierárquico do servidor representar ao
nico em Radiologia Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do
Configura-se improbidade administrativa Indiciado.

a) somente se houver lesão ao Erário. ( ) Certo ( ) Errado


b) somente se praticada por agente público ou com a par-
ticipação deste. 8. A indisponibilidade de bens do indiciado recairá sobre
c) somente se houver enriquecimento ilícito. bens que assegurem o integral ressarcimento do dano,
d) somente se se retardar ou deixar de praticar, indevida- ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enrique-
mente, ato de ofício. cimento ilícito.

Resposta: Letra B. A aplicação das sanções independe ( ) Certo ( ) Errado


da ocorrência de lesão ao erário, com exceção do ressar-
cimento. São 4 modalidades. Várias são as condutas que
caracterizam.

32
9. O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú- 16. Constitui ato de improbidade administrativa na modali-
blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comina- dade de atos que afrontam os princípios da administração
ções desta lei até o limite do valor da herança. pública, aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurí-
( ) Certo ( ) Errado dica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou am-
parado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
10. Constitui ato de improbidade administrativa na moda- agente público, durante a atividade ?
lidade de atos que Atentam Contra os Princípios da Ad-
ministração Pública, liberar recursos de parcerias firmadas ( ) Certo ( ) Errado
pela administração pública com entidades privadas sem a
estrita observância das normas pertinentes ou influir de 17. Constitui ato de improbidade administrativa na modali-
qualquer forma para a sua aplicação irregular ? dade de atos que afrontam os princípios da administração
pública, perceber vantagem econômica para intermediar a
( ) Certo ( ) Errado liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natu-
reza ?
11. Constitui ato de improbidade administrativa na moda-
lidade de atos que causam enriquecimento ilícito, liberar ( ) Certo ( ) Errado
recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das nor- 18. Constitui ato de improbidade administrativa na modali-
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua dade de atos que afrontam os princípios da administração
aplicação irregular ? pública, facilitar ou concorrer por qualquer forma para a
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
12. Constitui ato de improbidade administrativa importan- jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
do enriquecimento ilícito, celebrar parcerias da administra- acervo patrimonial das entidades mencionadas na lei ?
ção pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie ( ) Certo ( ) Errado
?
19. Constitui ato de improbidade administrativa na modali-
( ) Certo ( ) Errado dade de atos que afrontam os princípios da administração
pública, facilitar ou concorrer por qualquer forma para a
13. Constitui ato de improbidade administrativa importan- incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
do enriquecimento ilícito, auferir qualquer tipo de vanta- jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
gem patrimonial indevida em razão do exercício de car- acervo patrimonial das entidades mencionadas na lei ?
go, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
mencionadas na lei ? ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado 20. Constitui ato de improbidade administrativa na moda-


lidade de atos que causam prejuízo ao erário, doar à pes-
14. Constitui ato de improbidade administrativa impor- soa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


tando enriquecimento ilícito, utilizar, em obra ou serviço ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas,
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entida-
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de des mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das
qualquer das entidades mencionadas na lei, bem como o formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie ?
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades ? ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado 21. Os atos de improbidade administrativa na modalidade


de enriquecimento ilícito, previstos na Lei de Improbidade
15. Constitui ato de improbidade administrativa na moda- são um rol taxativo.
lidade de atos que causam prejuízo ao erário, receber van-
tagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, ( ) Certo ( ) Errado
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de
lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de 22. Havendo condenação por ato de improbidade, na mo-
qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal dalidade de ato que importe em enriquecimento ilícito, o
vantagem; responsável pela prática do ato ou terceiro abrangido pela
lei estará sujeito a pena de perda dos bens ou valores acres-
( ) Certo ( ) Errado cidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do
dano, quando houver, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de

33
multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição 28. A declaração de bens será semestralmente atualizada
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou e na data em que o agente público deixar o exercício do
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ain- mandato, cargo, emprego ou função não será necessária
da que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio atualização dela ?
majoritário, pelo prazo de cinco anos ?
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
29. Será punido com a pena de advertência, sem prejuízo
23. Havendo condenação por ato de improbidade, na mo- de outras sanções cabíveis, o agente público que se recu-
dalidade de ato decorrentes de concessão ou aplicação in- sar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo deter-
devida de benefício financeiro ou tributário, o responsável minado, ou que a prestar falsa ?
pelo ato ou terceiro abrangido pela lei estará sujeito a pena
de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos ( ) Certo ( ) Errado
de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o
valor do benefício financeiro ou tributário concedido ? 30. O declarante não poderá entregar cópia da declaração
anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal
( ) Certo ( ) Errado ?

24. A Lei de Improbidade prevê como penalidade para o ato ( ) Certo ( ) Errado
de improbidade na modalidade atos que causem prejuízo ao
erário a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 31. Somente servidores públicos poderão representar à
patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, autoridade administrativa competente para que seja ins-
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de taurada investigação destinada a apurar a prática de ato
oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o de improbidade.
valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com
o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou ( ) Certo ( ) Errado
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo 32. A representação para que seja instaurada investigação
de dez anos ? destinada a apurar a prática de ato de improbidade, pode-
rá ser verbal, independente de ser reduzida a termo
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
25. A Lei de Improbidade prevê como penalidade para o ato
de improbidade na modalidade atos que afrontem os prin- 33. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a co-
cípios da administração o ressarcimento integral do dano, se missão representará ao Ministério Público ou à procura-
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos po- doria do órgão para que requeira ao juízo competente a
líticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro
cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
proibição de contratar com o Poder Público ou receber be- patrimônio público.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

nefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta-


mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual 34. É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações
seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. de que trata de Improbidade.

( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado

26. A posse e o exercício não ficam condicionados à apresen- 35. A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as
tação de declaração de bens ? ações necessárias à complementação do ressarcimento do
patrimônio público
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
27. A declaração de bens compreenderá imóveis, móveis, se-
moventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie 36 . Não constitui crime a representação por ato de im-
de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exte- probidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
rior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patri- quando o autor da denúncia o sabe inocente.
moniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras
pessoas que vivam sob a dependência econômica do decla- ( ) Certo ( ) Errado
rante, incluídos os objetos e utensílios de uso doméstico ?

( ) Certo ( ) Errado

34
37. Havendo denúncia por ato de Improbidade, sabendo o 45 - 2017 - CESPE - Técnico - TRF - 1ª REGIÃO
denunciante da inocência do denunciado, além da sanção Considerando as Leis n.os 8.112/1990, 8.429/1992 e
penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denuncia- 9.784/1999, normas nacionais que regulam o direito admi-
do pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver nistrativo, julgue o item subsecutivo.
provocado. Em razão da abrangência protetiva da Lei de Improbidade
Administrativa, as ações principais para a apuração de atos
( ) Certo ( ) Errado de improbidade administrativa podem ser propostas por
brasileiro nato ou naturalizado, pelo Ministério Público e
38. A perda da função pública e a suspensão dos direitos pela pessoa jurídica interessada.
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sen-
tença condenatória ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado 46) (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-


-SP – TÉCNICO LEGISLATIVO – VUNESP – 2018) A impo-
39. A autoridade judicial ou administrativa competente sição de uma multa ao motorista que desrespeita o sinal
poderá determinar o afastamento do agente público do vermelho consiste em uma sanção decorrente do exercício,
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da pela Administração Pública, do Poder:
remuneração, quando a medida se fizer necessária à ins-
trução processual. a) Hierárquico.
b) Vinculado.
( ) Certo ( ) Errado c) Discricionário.
d) Normativo.
40. A aplicação das sanções depende da efetiva ocorrência e) de Polícia.
de dano ao patrimônio público, mesmo quanto à pena de
ressarcimento. 47) (SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO FA-
ZENDÁRIO – CESPE – 2018) A responsabilização de ser-
vidor público que tenha negado publicidade a atos oficiais
41- As ações de Improbidade são imprescritíveis.
terá como fundamento os poderes:
( ) Certo ( ) Errado
a) disciplinar e hierárquico.
b) de polícia e disciplinar.
42- A prescrição das ações destinadas a levar a efeitos as
c) hierárquico e de polícia.
sanções previstas nesta lei podem ser propostas, até cinco
d) regulamentar e de polícia.
anos após o término do exercício de mandato, de cargo e) hierárquico e regulamentar.
em comissão ou de função de confiança, dentre outras hi-
póteses. 48) (TJ-RN – JUIZ LEIGO – COMPERVE – 2018) Maria,
estudante do último período de direito, ouviu comentários
( ) Certo ( ) Errado de que o reitor de sua universidade não entregaria os di-
plomas para os concluintes do curso naquele ano, diante
43- - A prescrição das ações destinadas a levar a efeitos da crise econômica nacional e do superlotado mercado de

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


as sanções previstas nesta lei podem ser propostas, dentro trabalho jurídico. Intrigada com o conteúdo das fofocas,
do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas Maria mandou mensagem de WhatsApp para o grupo da
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço pú- turma e logo recebeu inúmeros links de notícias corrobo-
blico, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. rando com o conteúdo dos comentários. O pavor, então, se
tornou generalizado naquela instituição de ensino superior.
( ) Certo ( ) Errado Aflitos, os estudantes montaram comissão para pesquisar
o tema e logo descobriram que a entrega de diplomas é
44 - 2017 - CESPE - Técnico - TRF - 1ª REGIÃO
Com relação a improbidade administrativa e a aspecto a) ato discricionário, o que realmente permite tal postura
constante da Resolução CNJ n.º 230/2016, julgue o item do reitor, porém, sem inviabilizar o seu controle judicial.
subsequente. b) ato discricionário, o que realmente permite tal postura
Se servidor público, em conluio com representante de so- do reitor bem como inviabiliza o seu controle judicial.
ciedade empresária, cometer ato de improbidade adminis- c) ato vinculado, o que impede o reitor de se negar a en-
trativa, ambos responderão pelo integral ressarcimento do tregar tais documentos pelos motivos citados, fato que
dano causado, bem como estarão sujeitos, no que couber pode ser controlado em via judicial e também na esfera
a cada um, às penalidades previstas na lei que trata da im- administrativa.
probidade administrativa. d) ato vinculado, o que impede o reitor de se negar a entre-
gar tais documentos pelos motivos citados, fato que não
( ) Certo ( ) Errado pode ser controlado em via judicial, mas, sim, na esfera
administrativa.

35
49 (MPE-PE – TÉCNICO MINISTERIAL – FCC – 2018) A 52) (TCE-MG – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO –
edição de um decreto municipal que, pretendendo incenti- CESPE – 2018) O regulamento editado por autoridade
var a reciclagem de lixo, estabelece a concessão de prêmios competente da administração pública, em atendimento a
aos moradores que conseguirem comprovar determinadas norma legal, para prover matéria reservada a lei é um re-
quantidades de seleção, coleta e entrega nas oficinas espe- gulamento:
cializadas, bem como estabelece multas para aqueles que
não o fizerem: a) subordinado.
b) autônomo.
a) configura expressão do poder normativo do ente público, c) executivo.
na medida em que disciplina gestão de serviços públicos d) delegado.
de sua titularidade e o manejo de verbas públicas dispo- e) independente.
níveis.
b) excede o poder normativo do município, que pode se 53) (SEGEP-MA – AUXILIAR FISCALIZAÇÃO AGROPE-
prestar apenas a disciplinar e explicitar a operacionaliza- CUÁRIA – FCC – 2018) Entre os poderes administrativos,
ção de disposições legais. pode-se citar o poder regulamentar, que apresenta, como
c) se insere no poder de polícia do ente, que pode instituir e sua principal expressão:
aplicar multas àqueles que descumprirem a disciplina nor-
mativa editada pelo ente. a) a concessão de autorizações e licenças a cidadãos para o
d) configura excesso de poder normativo, já que extrapola os desempenho de atividades de interesse público.
limites materiais admitidos para os decretos autônomos b) a possibilidade de disciplinar, de forma autônoma por
do Chefe do Executivo, ingressando em matéria de lei. ato do Executivo, o regime jurídico de seus servidores.
e) pode ser convalidado se restar comprovado que o inte- c) a prática de atos materiais de organização do trabalho
resse público está presente, bem como que a população dos órgãos e entidades da Administração pública, como
concorda com a instituição de prêmios e multas. distribuição de tarefas entre os servidores.
d) a edição de decretos, no exercício de competência pri-
50) (PGE-PE – PROCURADOR DO ESTADO – CESPE – 2018) vativa do Chefe do Poder Executivo, para fiel execução
À luz da jurisprudência dos tribunais superiores sobre o po- de lei em vigor.
der de polícia, o poder disciplinar, o poder normativo e o de- e) a disciplina relativa à prestação de serviços públicos por
ver de probidade na administração pública, assinale a opção concessionárias e permissionárias, visando à sua regula-
correta: ridade e modicidade tarifária.

a) Cabe aos conselhos regionais de farmácia, no exercício do 54) (SEFAZ-SC - AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADU-
poder de polícia, licenciar e fiscalizar as condições de fun- AL – FCC – 2018) Atenção: A questão refere-se a Direito
cionamento dos estabelecimentos farmacêuticos. Administrativo II.
b) O pagamento de multa resultante de autuação por agente Diante de um novo contrato firmado por uma autarquia,
de trânsito não implica a desistência da discussão judicial o administrador precisava designar o servidor responsá-
da infração. vel pela coordenação das tarefas inerentes à execução da
c) A configuração de ato de improbidade administrativa re- avença. Dentre os membros da equipe competente para a
quer que haja enriquecimento ilícito ou danos ao erário. execução do contrato, nenhum dos servidores se dispôs
d) A ocorrência do ato de improbidade administrativa, em a assumir a coordenação, o que levou o gestor público a
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

regra, viabiliza a reparação por dano moral coletivo. designar, de ofício, aquele que tinha mais experiência no
e) Em razão do poder disciplinar da administração pública, é setor. A atuação do administrador:
admissível que edital de concurso público proíba a partici-
pação de candidatos tatuados. a) se insere dentro do poder disciplinar que lhe é inerente,
tendo em vista que a recusa dos servidores para a coor-
51) (TCE-MG – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – CES- denação do trabalho exigiu o sancionamento por parte
PE – 2018) No exercício da sua função, o analista de controle da chefia.
externo: b) é compatível como exercício do poder hierárquico, que
implica o gerenciamento de tarefas e o sancionamento
a) poderá, motivadamente, invocar a reserva administrativa discricionário diante da recusa dos servidores.
do possível quando não puder fazer determinado empre- c) é expressão do poder normativo, considerando que o
endimento. ato de designação do servidor para exercer as funções
b) levará o ato administrativo à anulação caso o tenha reali- de coordenador não tem natureza de ato administrativo.
zado com abuso de poder. d) adequa-se ao desempenho do poder hierárquico, que
c) terá de restituir diretamente o particular contra o qual tiver abrange a possibilidade de designação, de ofício, de ta-
cometido ato caracterizado como abuso de poder. refas aos servidores integrantes do quadro, observado o
d) tem a opção de utilizar ou dispensar o poder administra- respectivo âmbito de atuação.
tivo para agir. e) está abrangida pelo poder de polícia em sentido am-
e) poderá renunciar, em caso concreto, ao poder-dever de plo, que também inclui o gerenciamento e limitação das
agir na hipótese de omissão específica. condutas dos servidores a ele subordinados.

36
55) (SEFAZ-SC - AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADU-
AL – FCC – 2018) Dentre os poderes atribuídos à Adminis-
tração pública, o poder: GABARITO

a) regulamentar suscita maiores controvérsias, porque pas- 01 Errado


sível de ser atribuído à Administração direta, incluídas as
entidades paraestatais, para o desempenho regular de suas 02 Errado
funções executivas. 03 Errado
b) normativo não pode ser exercido pelos entes que in-
04 Errado
tegram a Administração indireta, à exceção das agências
reguladoras, por conta de sua independência e autonomia. 05 Errado
c) disciplinar é aplicável a todos os entes da Administração 06 Certo
indireta, que se sujeitam à Administração central para fins
07 Errado
de processamento dos processos disciplinares instaurados
contra seus servidores. 08 Certo
d) hierárquico pode implicar viés disciplinar, a exemplo da 09 Certo
apuração de infrações cometidas por servidores públicos
integrantes dos quadros da Administração direta. 10 Errado
e) de polícia pode ser delegado somente aos entes inte- 11 Errado
grantes da Administração indireta que tenham personali- 12 Errado
dade jurídica de direito público, a exemplo das agências
executivas no que concerne ao papel fiscalizador que exer- 13 Certo
cem sobre a prestação de serviços públicos. 14 Certo
15 Errado
56) (SEDURB-PB – AGENTE DE CONTROLE URBANO –
IBADE – 2018) Considera-se a atividade da Administração 16 Errado
Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse 17 Errado
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
18 Errado
em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção 19 Errado
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas de- 20 Certo
pendentes de concessão ou autorização do Poder Público,
21 Errado
à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos. Tal conceito se refere ao 22 Errado
poder: 23 Certo

a) vinculado. 24 Errado
b) regulamentar. 25 Certo
c) de polícia. 26 Errado

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO


d) discricionário.
e) hierárquico. 27 Errado
28 Errado
57) (UDESC – TÉCNICO UNIVERSITÁRIO DE SUPORTE – 29 Errado
UDESC – 2018) A lei permite à Administração Pública apli-
car penalidades às infrações funcionais de seus servidores, 30 Errado
sendo que a aplicação da punição, por parte do superior 31 Errado
hierárquico, é um poder-dever, pois se não o fizer incor- 32 Errado
rerá em crime contra Administração Pública. Esta hipótese
refere-se ao exercício de poder: 33 Certo
34 Certo
a) disciplinar
35 Certo
b) discricionário
c) hierárquico 36 Errado
d) punitivo do Estado 37 Certo
e) de Polícia
38 Certo
39 Certo
40 Errado

37
41 Errado ANOTAÇÕES
42 Certo
43 Certo
44 Certo ___________________________________________________

45 Certo ___________________________________________________
46 E ___________________________________________________
47 A
___________________________________________________
48 C
49 D ___________________________________________________
50 B ___________________________________________________
51 A
___________________________________________________
52 D
___________________________________________________
53 D
54 D ___________________________________________________
55 D ___________________________________________________
56 C
___________________________________________________
57 A
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38
ÍNDICE

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


Código Penal Brasileiro (Decreto Lei n.º 2.848, de 07 de dezembro de 1940): Parte geral (art.1º a 120) - Normas penais relativas
ao servidor público - Dos crimes contra a Administração Pública: Dos crimes praticados por funcionário público contra a Admi-
nistração em geral (Arts. 312 a 327); Dos crimes praticados por particular contra a Administração em geral (Arts. 328 a 337- A);
Dos Crimes contra as Finanças Públicas (Arts. 359-A a 359-H)............................................................................................................................01
Lei de Contravenções Penais (Decreto Lei n.º 3.688, de 03 de outubro de 1941). .......................................................................................25
Lei dos Juizados Especiais Criminais (art. 60 e seguintes da Lei federal n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995). ...........................33
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO (DECRETO LEI N.º 2.848, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940): PARTE
GERAL (ART.1º A 120) - NORMAS PENAIS RELATIVAS AO SERVIDOR PÚBLICO - DOS CRIMES
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (ARTS. 312 A 327);
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (ARTS.
328 A 337- A); DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS (ARTS. 359-A A 359-H).

INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL

Conceito

O Direito Penal pode ser considerado como um “conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a determinação de
infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes (penas e medidas de segurança)” (BITENCOURT, 2010, p. 32).
Welzel conceitua o Direito Penal como uma parte do ordenamento jurídico que fixa as característica
s da ação delitiva, vinculando-lhe penas e medidas de segurança (WELZEL, 1987, p. 11). Mezger, por sua vez, considera
o Direito Penal como “um conjunto de normas jurídicas que regulam o exercício do poder punitivo do Estado, associando
ao delito, como pressuposto, a pena como consequência” (MEZGER, 1946, p. 27-28).
Franz Von Liszt define o Direito Penal como sendo um conjundo das prescrições emanadas pelo poder estatal que ligam
a conduta criminosa (crime) a pena, como mera consequência (LISZT, 1927, p.1).
Assim, além de ser considerado um conjunto de normas estabelecidas por lei, que descrevem comportamentos
socialmente graves ou intoleráveis com suas respectivas penas, pode-se dizer que o Direito Penal é um instrumento utilizado
pelos detentores do Poder, que o aplicam seletivamente, de modo preferencial àqueles que os contrariam (BUSATO, 2015,
p. 4).
Luiz Flávio Gomes (2007, p. 24) divide o conceito de Direito Penal em duas vertentes, sendo eles:
a) conceito dinâmico e social: sendo um instrumento do controle social formal efetuado pelo Estado, mediante normas
penais, que buscam punir com sacões de particular gravidade condutas desviadas, visando assegurar a disciplina
social e a convivência humana. Considera-se dinâmico porque está vinculado a cada momento social, com base na
cultura, alterando-se com as mudanças sociais.
b) conceito estático e formal: Pode-se afirmar que o Direito Penal se basta em um conjunto de normas jurídicas que
definem condutas como infrações penais, associando a essas penas, medidas de segurança ou outras consequências
jurídicas, como indenização civil.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


Raúl E. Zaffaroni aponta que o Direito Penal “designa-se – conjuntamente ou separadamente – duas coisas distintas: 1)
O conjunto de leis penais, isto é, a legislação penal; ou 2) o sistema de interpretação dessa legislação, ou seja, o saber do
Direito Penal (ZAFFARONI, 1991, p. 41).

Princípios básicos do Direito Penal


a) Princípio da legalidade: Condiciona a atuação estatal no processo criminal, um limite formal, ou seja, deve-se aplicar
a lei.
b) Princípio da irretroatividade da lei penal: A norma penal não deve retroagir, ou seja, um fato praticado hoje não será
alcançado por uma norma incriminadora criada daqui 2 anos, por exemplo. A exceção se mostra quando a nova
norma não for incriminadora, mas sim desincriminadora, ou seja, aceita-se a retroatividade da lei penal nos casos em
que ela favoreça o acusado.

Exemplo 1: Fato (não criminoso) praticado em 2018 – Lei criada em 2019 passa a incriminar o fato praticado em 2018 –
não se aplica essa nova lei (2019) no caso (2018), com base no princípio da irretroatividade.
Exemplo 2: Fato (criminoso por lei) praticado em 2018 - em 2019 esse fato deixa de ser crime por conta de uma nova
lei – como exceção a irretroatividade, deve-se retroagir, já que a nova lei é mais benéfica ao acusado.

#FicaDica
A retroatividade da lei penal é possível quando a nova lei for mais favorável ao acusado.

1
Lei penal no tempo por Lei Complementar) (JESUS, 2014, p. 38). Em caso
de Lei penal brasileira, tem-se a aplicação em todo
A Lei Penal encontra sua eficácia entre a entrada em território nacional, independente da nacionalidade
vigor e a cessação de sua vigência, não alcançando os fatos do agente, vítima ou do bem jurídico lesado. (BITEN-
ocorridos antes ou depois dos limites, ou seja, não retroage COURT, 2010, p. 198).
e nem tem ultra-atividade. Este é o princípio tempus regit b) Nacionalidade ou personalidade: Aplica-se a lei pe-
actum. nal da nacionalidade do criminoso, não importando
a) O princípio da irretroatividade tem sua vigência so- o lugar que o fato ilícito foi praticado. O Estado tem
mente na lei mais severa, sendo que em caso de lei o direito de exigir que o seu nacional no país estran-
mais benéfica é possível a retroatividade. geiro tenha determinado comportamento.
b) É possível a aplicação de uma lei não obstante cessa-
da a sua vigência, desde que mais benéfica em face
de outra, posterior. Essa qualidade da lei, pela qual #FicaDica
tem eficácia mesmo depois de cessada a sua vigên- Esse princípio apresenta duas formas: 1)
cia, recebe o nome de ultra-atividade (JESUS, 2014, personalidade ativa: Casos em que considera
p. 25). apenas a nacionalidade do autor do delito,
c) Quanto a Lei mais benéfica, tem-se que esta prevale- independente da nacionalidade do sujeito
ce sobre a mais severa, prolongando-se além do ins- passivo do delito; 2) personalidade passiva:
tante de sua revogação ou retroagindo ao tempo em nesta hipótese importa somente se a vítima do
que não tinha vigência. É ultra-ativa e retroativa. Ou delito é nacional, ou seja, o bem jurídico deve
seja, ela prevalece tanto em caso da antiga lei, quan- ser do próprio Estado, vítima ou do cocidadão.
to em caso de nova lei, sempre em favor do acusado.
d) Em caso de Lei mais severa, jamais haverá a retroati-
vidade (princípio da irretroatividade), nem a eficácia
além do momento de sua revogação (ultra-ativida- c) Defesa, real ou proteção: Leva em consideração a na-
de). cionalidade do bem jurídico lesado pelo crime, inde-
pendente do local de sua prática ou da nacionalida-
A Lei posterior é aquela promulgada em último lugar. de do criminoso (JESUS, 2014, p. 38).
Determina-se a anterioridade e a posterioridade pela data d) Justiça Penal Universal, universalidade ou cosmopoli-
da publicação e não pela data da entrada em vigor (JESUS, ta: Qualquer Estado pode punir qualquer crime, seja
2014, p. 27). qual for à nacionalidade do criminoso ou da vítima,
não importando o local de sua prática. Para a im-
Formas de choques entre leis posição da pena, basta o criminoso estar dentro do
a) Abolitio criminis: Quando uma nova lei deixa de con- território nacional (JESUS, 2014, p. 38).
siderar crime fato anteriormente considerado crime. e) Representação ou bandeira: Ocorre quando a Lei
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

b) Novatio legis incriminadora: Quando a nova lei passa Penal de determinado país também é aplicável aos
a considerar crime algo que não era antes, esta não delitos cometidos em aeronaves e embarcações pri-
poderá retroagir a fatos passados, anteriores a sua vadas, quando realizados no estrangeiro e alí não ve-
vigência, já que não há crime sem lei anterior que o nham a ser julgados (JESUS, 2014, p. 38).
defina (nullum crimen sine praevia lege).
c) Novatio legis in pejus: A lei que de alguma forma O Brasil adota o princípio da Territorialidade como regra
pode agravar a situação do acusado não retroagirá. (artigo 5º do Código Penal), possibilitando como exceção
(Art. 5º, XL da CF). Em caso de conflito de duas leis, os princípios da defesa/proteção (art. 7º, I e § 3º); da
a anterior, mais benigna, e a posterior, mais severa, nacionalidade ativa (art. 7º, II, b); da Justiça Universal (art.
aplicar-se-á a mais benigna. (BITENCOURT, 2010, p. 7º, II, a); e da representação (artigo 7º, II, c).
187). Entende-se por território nacional a soma do espaço
d) Novatio legis in mellius: Quando uma lei nova, mes- físico (ou geográfico) com o espaço jurídico (espaço físico
mo sem descriminalizar o fato, prevê novo tratamen- por ficção, por equiparação, por extensão ou território
to mais favorável ao acusado, deve-se prevalecer flutuante).
esta, mesmo que o processo se encontre em fase de Por território físico entende-se o espaço terrestre,
execução. Não se fere o princípio da coisa julgada. marítimo ou aéreo, sujeito à soberania do Estado (solo,
rios, lagos, mares interiores, baías, faixa do mar exterior ao
Lei penal no espaço longo da costa – 12 milhas marítimas de largura, medidas a
A Lei Penal tem vigência em todo território nacional, partir da linha de baixa-mar do litoral continente e insular
com base no princípio da territorialidade, nacionalidade, – e espaço aéreo correspondente).
defesa, justiça penal universal e representação. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão
a) Territorialidade: Consiste no entendimento o qual a do território nacional as embarcações e aeronaves
lei penal só tem aplicação no território do Estado brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
que a determinou. (Como nos casos de delegação brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as

2
embarcações e as aeronaves brasileiras (matriculadas Territorialidade e Extraterritorialidade
no Brasil), mercantes ou de propriedade privada, que se Relembrando, a territorialidade consiste no
achem, respectivamente, em alto-mar ou no espaço aéreo entendimento o qual a lei penal só tem aplicação no
correspondente (art. 5°, § 1°, CP). território do Estado que a determinou. (Como nos casos de
É também aplicável a lei brasileira aos crimes cometidos delegação por Lei Complementar) (JESUS, 2014, p. 38). Em
a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de caso de Lei penal brasileira, tem-se a aplicação em todo
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso território nacional, independente da nacionalidade do
no território nacional ou em vôo no espaço aéreo agente, vítima ou do bem jurídico lesado. (BITENCOURT,
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do 2010, p. 198).
Brasil (art. 5º, § 2°, CP) (CUNHA, 2018).
No que se refere às hipóteses de extraterritorialidade,
tem-se que essas estão previstas no artigo 7º do Código
Tempo e Lugar do crime
Tempo do crime: O Código Penal adota a teoria da Penal, constituindo exceções as hipóteses do artigo 5º, ou
atividade, considerando praticado o crime no momento seja, a territorialidade.
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do A extraterritorialidade incondicionada se encontra no
resultado. artigo 7º, inciso I, que prevê casos em que a Lei Brasileira
Como título de complementação, relembra-se que há será aplicada ao delito cometido no estrangeiro, sem a
outras teorias, além da teoria da atividade. São elas: i) a necessidade das condições do artigo 7º, § 2º do Código
Teoria do Resultado, que considera momento do crime Penal.
quando a produção do resultado; ii) Teoria Mista, que São os casos de extraterritorialidade incondicionada:
considera o tempo do delito o momento da ação ou do os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente
resultado, sendo indiferente sua definição. da República; (princípio da defesa ou real, pois se
Lugar do crime: Serve para definir a competência, a preocupa com a nacionalidade do bem jurídica) b) contra
territorialidade. Divide-se em 8 Teorias. o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal,
a) Teoria da ação ou da atividade: Lugar do delito é de Estado, de Território, de Município, de empresa pública,
aquele em que se realizou a conduta típica. sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
b) Teoria do resultado ou do evento: Lugar do delito é instituída pelo Poder Público; (princípio da defesa ou real,
onde ocorreu o evento ou o resultado, onde o crime pois se preocupa com a nacionalidade do bem jurídica)
se consumou, pouco importando a ação ou intenção
c) contra a administração pública, por quem está a seu
do agente.
serviço; (princípio da defesa ou real, pois se preocupa com
c) Teoria da intenção: Lugar do crime é onde deveria
ocorrer o resultado. a nacionalidade do bem jurídica); d) de genocídio, quando
d) Teoria do efeito intermédio ou do efeito mais próxi- o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (são três
mo: Lugar do delito é aquele em que a energia mo- correntes acerca do princípio aplicável a esta hipótese:
vimentada pela atuação do agente alcança a vítima princípio da justiça penal universal (porquanto o Brasil
ou o bem jurídico. se obrigou, por meio de Tratado, a coibir o genocídio,

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


e) Teoria da ação à distância ou da longa mão: Lugar do não importando o local onde foi praticado); princípio
crime é aquele em que se verificou o ato executivo. da defesa ou real (pois é genocídio é julgado pelo Brasil
f) Teoria limitada da ubiquidade: Lugar do delito tanto apenas quando envolver brasileiros); ou princípio da
pode ser o da ação, como o do resultado. nacionalidade ativa (este está errada, pois não se exige
g) Teoria pura da ubiquidade, mista ou unitária: lugar apenas que o agente seja nacional; pode ser também o ser
do crime pode ser o lugar da ação, do resultado ou levado em consideração o domicílio no Brasil). A corrente
ainda o lugar do bem jurídico afetado, atingido. Essa que prevalece é a primeira, ante a natureza supralegal dos
é a teoria adotada pelo Direito brasileiro, conforme tratados internacionais sobre direitos humanos. (MORAES).
artigo 6º do Código Penal. Nestes casos, o criminoso poderá ser condenado pela
lei brasileira, independente de absolvido ou condenado no
Leis Excepcionais, Temporárias e Especiais. estrangeiro.
Leis excepcionais são aquelas promulgadas em casos
Por sua vez, a territorialidade condicionada esta
de calamidade pública, guerras, revoluções, cataclismos,
prevista no artigo 7º, II do Código Penal.
epidemias etc... (JESUS, 2014, p. 32).
São leis temporárias aquelas que possuem vigência São casos de extraterritorialidade condicionada: os
previamente fixada pelo legislador, a qual determina a data crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se
em que a lei entrará em vigência e sairá. (JESUS, 2014, p. 32). obrigou a reprimir; (princípio da justiça penal universal) b)
Face ao princípio da especialidade, o Código Penal se praticados por brasileiro; (princípio da nacionalidade ativa)
aplica apenas aos casos em que não houver disposições c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
especiais, ou seja, leis especiais próprias para o caso. mercantes ou de propriedade privada, quando em
Exemplo: O tráfico de drogas é regido pena Lei 11.343/06, território estrangeiro e aí não sejam julgados. (princípio da
sendo esta uma lei especial. Assim, este crime será julgado representação).
nos termos dessa Lei especial, utilizando-se o Código Penal Ainda tem-se o § 2º e o § 3º, que apresentam o seguinte:
somente para sanar omissões da Lei 11.343/06.

3
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasi- Frações não computáveis na pena
leira depende do concurso das seguintes condições: Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas
a) entrar o agente no território nacional; restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa,
b) ser o fato punível também no país em que foi pra- as frações de cruzeiro.
ticado; Deste modo, a pena sempre será contada em ano,
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei meses e dias, nunca contendo horas (frações de dias).
brasileira autoriza a extradição; Exemplo: A pena inicial de um sujeito foi de 1 ano e 5
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou meses e 20 dias. Por incidência de uma causa de diminuição
não ter aí cumprido a pena; de pena, a pena diminuiu 1/3, passando a ser de 11 meses,
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, 23 dias e 8 horas. Deste modo, desprezar-se-á a fração de
por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, se- dia, sendo a pena final apenas 11 meses e 23 dias.
gundo a lei mais favorável. No caso de pena de multa, desprezam-se os centavos.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime come-
tido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, Interpretação da lei penal
reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: Para Karl Larenz, toda norma jurídica requer
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; interpretação (LARENZ, 1997, p. 284). O Direito Penal
b) houve requisição do Ministro da Justiça. compreende diversos métodos de interpretação, como
com base nos órgãos Legislativo, Judiciário ou com base
Por conta das condições do § 2º do Artigo 7º do Código na doutrina.
Penal, consideram-se os casos do inciso II do mesmo artigo A interpretação autêntica é a fornecida pelo Poder
casos de extraterritorialidade condicionada. Legislativo, no momento da elaboração da Lei Penal. A
interpretação jurisprudencial é aquela feita pelos órgãos
Pena cumprida no estrangeiro e eficácia da sentença julgadores, como tribunais. A interpretação doutrinária
estrangeira corresponde à doutrina, interpretação revelada pelos
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta estudiosos, escritores do direito penal, sendo científica ou
no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é filosófica.
computada, quando idênticas. Importante salientar que Quantos aos meios de interpretação, pode-se
há hipóteses em que a sentença penal estrangeira precisa considerar a interpretação gramatical, histórica, lógica ou
ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça para que sistemática.
produza efeitos no Brasil, quais são: A interpretação gramatical ou literal leva em
I – A sentença que obrigar o condenado à reparação do consideração a parte escrita, as palavras contidas no texto
dano, a restituições e a outros efeitos civis; legal. Por sua vez, a interpretação histórica compreende o
II – A sentença que sujeitá-lo a medida de segurança. fator histórico envolvido, com a finalidade de entender o
sentido e as razões da lei. Por fim, a interpretação lógica
Ressalta-se que nos dois casos há a necessidade de pretende entender a lógica do texto legal, para assim
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

que a lei brasileira também preveja os mesmos efeitos da descobrir fundamentos a ser seguidos.
situação abordada pela sentença estrangeira. No que se refere aos resultados, tem-se a interpretação
Para a homologação da sentença estrangeira se deve declarativa, extensiva e restritiva.
ter: a) o pedido da parte interessada, no caso da reparação A declarativa pretende expressar somente o resultado
de dano, restituições e outros efeitos civis; b) para os outros linguístico, ou seja, a concordância entre o sentido literal
efeitos, da existência de tratado de extradição com o país (interpretação gramatical) e a lógica (interpretação
de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na lógico-sistemática) da norma. Neste resultado, não há
falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. uma interpretação além do que esta exposto no texto
normativo.
Contagem de prazos penais Quanto à interpretação extensiva, pretende-se entender
No que tange aos penais, inclui -se em sua contagem a interpretação, deixando de ser literal, ou seja, conclui-se
o termo inicial, excluindo -se o final. Assim, por exemplo, que a norma falou menos do que queria falar, devendo-se
uma pena de reclusão de dois anos, cujo início se deu no ampliar seu alcance ou sentido por meio da interpretação.
dia 05 de março de 2012, será integralmente cumprida no Por fim, a interpretação restritiva procura reduzir ou
último minuto do dia 04 de março de 2014. limitar o alcance do texto interpretado, na tentativa de
O art. 10 do CP dispõe, ainda, que os prazos penais encontrar seu verdadeiro sentido. Procura minimizar o
devem ser contados de acordo com o calendário comum. sentido ou alcance das palavras que objetivam refletir o
Significa, destarte, que os meses e anos possuirão tantos direito contido na norma jurídica (BITENCOURT, 2010, p.
dias quantos indicados no calendário. 175).
Se um indivíduo sujeitar -se a um ano de prisão, ficará
recolhido por 365 ou 366 dias, conforme o ano em que Analogia
se execute o respectivo mandado. (ESTEFAM, GONÇALVES, O Direito Penal, como todos os outros ramos do Direito,
2016). também tem suas fontes. Há duas divisões primárias para
as fontes do direito penal, sendo elas materiais e formais.

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As fontes materiais são as fontes de produção, ou o Código Penal prevê que será o último. Pelo princí-
seja, como a norma penal é originada. Compete à união pio da especialidade, aplica-se a norma especial, a
legislar sobre matéria penal, porém, como exceção, pode Lei de Drogas).
haver delegação por lei complementar para os Estados b) Subsidiariedade: Ocorre quando há uma relação de
legislarem. primariedade e subsidiariedade entre duas normas
No que se refere às fontes formais, tem-se que estas ao descrever graus de violação de um mesmo bem
são classificadas em dois tipos: a) fonte formal imediata; b) jurídico, de forma que a norma subsidiária é afastada
fonte formal mediata. pela aplicabilidade da norma principal.
a) Fontes formais imediatas: Decorrem por meio de le- A condição de subsidiariedade pode ser expressa
gislações, como a Constituição Federal, legislações (descrita na lei – art. 132 do CP, por exemplo) ou tácita (não
infraconstitucionais, tratados, regras, convenções de descrita – como no caso do crime de dano [art. 163 do CP]
direito internacional e súmulas vinculantes. que é subsidiário do furto com destruição ou rompimento
b) Fontes formais mediatas: São os costumes, doutrina de obstáculo; a violação de domicílio do crime de furto ou
e jurisprudência. Há quem defenda que os princípios roubo). (BITENCOURT, 2010, p. 225).
gerais do direito e a analogia também são fontes for- c) Consunção: Conhecido também como princípio da
mais mediatas do Direito Penal. absorção. Ocorre quando um crime constitui meio
necessário ou fase normal de preparação ou execu-
Como alusivo acima, a analogia é uma fonte formal ção de outro crime, como, por exemplo, lesões cor-
mediata do Direito Penal. Ela constitui um método de porais que determinam a morte são absorvidas pelo
integração do ordenamento jurídico, sendo um meio homicídio; o furto com arrombamento em casa ha-
utilizado para suprir ou colmatar lacunas. (ESTEFAM; bitada absorve a aplicação do crime de dano e viola-
GONÇALVES, 2015, p. 191) ção de domicílio.
Ressalta-se que somente é admitida no Direito Penal
a analogia in bonam partem, ou seja, aquela utilizada em Lembra-se que o princípio da alternatividade, defendido
benefício do delinquente, do criminoso, sendo proibida por alguns doutrinadores como princípio orientador em
qualquer analogia in malam partem, isto é, em prejuízo ao caso de conflito de normas, é usado para dirimir conflito
sujeito ativo do crime (infrator, criminoso, delinquente). dos tipos mistos de conteúdo variado.
A analogia pode ser dividida em:
a) Analogia legis: ocorre quando é aplicada uma norma
a um caso semelhante, por analogia.
b) Analogia juris: ocorre quando se aplica um conjunto
#FicaDica
de normas. O principio que aparentemente é essencial
para o concurso aparente de normas é o da
Irretroatividade especialidade, ou seja, nos casos de existência
A lei penal deve ser anterior a pratica delitiva, caso de lei especial, aplica-se este princípio. .
contrário incidirá o princípio da irretroatividade. Neste

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


sentido, o artigo 1º do Código Penal prevê que: “Não há
crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal”.
Lembre-se que o conjunto de normas incriminadoras é EXERCÍCIO COMENTADO
taxativo, ou seja, o fato é típico (esta em lei) ou atípico (não
esta em lei) (JESUS, 2014, p. 23). 1) POLÍCIA FEDERAL – Agente de Polícia Federal – CES-
Assim, o princípio da irretroatividade somente se aplica PE- 2014: No que se refere à aplicação da lei penal o item
na lei mais severa, sendo que em caso de lei mais benéfica abaixo apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
é possível a retroatividade. assertiva a ser julgada.
Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em se-
Conflito aparente de normas penais guida, passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa,
A Lei não regula as situações de concurso aparente de revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a
normas, problema resolvido por meio da interpretação, julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa si-
com base na conduta ou no fato, na pluralidade de normas tuação, o magistrado terá de se fundamentar no instituto
coexistentes e na relação de hierarquia ou de dependência da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X,
entre essas normas (BITENCOURT, 2010, p. 223). por ser esta menos rigorosa que a lei Y.
Utiliza-se princípios orientadores, quais são: a)
especialidade; b) subsidiariedade; c) consunção. Há ( ) CERTO ( ) ERRADO
estudiosos que incluem o princípio da alternatividade
neste rol. Resposta: Errado. A questão se refere à ultratividade e
a) Especialidade: A norma especial é predominante a não retroatividade, ou seja, o juiz deveria fundamentar
norma geral. (Exemplo: Lei de Drogas – Lei 11.343/06 no instituto da ultratividade. A lei anterior mais benéfi-
prevê que o acusado é o primeiro a ser ouvido, me- ca continua em vigor para fatos ocorridos durante sua
diante interrogatório, na fase de instrução, enquanto vigência.

5
2) POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia- CESPE- isolada, cumulativa ou alternativamente. De acordo
2004: Roberval foi definitivamente condenado pela prática com este conceito, a diferença seria apenas quantita-
de crime punido com reclusão de um a três anos. Após tiva, relativa à quantidade da pena;
o cumprimento de metade da pena a ele aplicada, adveio c) Conceito analítico: aqui se analisa todos os elemen-
nova lei, que passou a punir o crime por ele praticado com tos que integram o crime. Crime é todo fato típico,
detenção de dois a quatro anos. Nessa situação, a lei nova antijurídico (é melhor utilizar o termo ilícito, apesar
não se aplicará a Roberval, tendo em vista que sua conde- de não fazer tanta diferença, já que fica mais fácil
nação já havia transitado em julgado. manejar o CP e as leis especiais quando há exclu-
dentes de ilicitude) e culpável (alguns autores não
( ) CERTO ( ) ERRADO consideram a culpabilidade como elemento do cri-
me, e sim como pressuposto da pena). Apesar de ser
Resposta: Errado. A Lei penal que é mais benéfica pode indivisível, o crime é estudado de acordo com essas
ser aplicada, mesmo após o transito em julgado da sen- três características para facilitar sua compreensão.
tença penal condenatória. Deste modo, aplicar-se-á a de- Elas serão analisadas mais adiante, após vermos as
tenção no lugar da reclusão, por ser mais benéfica. classificações de crime existentes.
3) POLÍCIA FEDERAL – Agente Federal da Polícia Fede- A teoria do delito é uma das mais importantes para o
ral- CESPE- 2004: Célio praticou crime punido com pena direito penal, pois ela traçara o caminho a ser verificado
de reclusão de 2 a 8 anos, sendo condenado a 6 anos e para o correto enquadramento da ação praticada pelo au-
5 meses de reclusão em regime inicialmente semi-aberto. tor dentro do conceito de crime. Zaffaroni (1996) diz que a
Apelou da sentença penal condenatória, para ver sua pena teoria do delito preocupa-se em explicar o que é o delito e
diminuída. Pendente o recurso, entrou em vigor lei que re- quais são as suas características.
duziu a pena do crime praticado por Célio para reclusão de Atualmente, a teoria finalista da ação é a teoria do deli-
1 a 4 anos. Nessa situação, Célio não será beneficiado com to que tem a maior aceitação entre os criminalistas, sendo
a redução da pena, em face do princípio da irretroatividade estudada e difundida por Welzel no século passado. Essa
da lei penal previsto constitucionalmente.
teoria trouxe grandes avanços ao direito penal ao corrigir
alguns pontos da teoria anterior, conhecida como cau-
( ) CERTO ( ) ERRADO
salista. Em ambas, o estudo do fato criminoso passa a se
preocupar primeiramente com a conduta praticada, sendo
Resposta: Errado. A Lei penal retroagirá neste caso, ten-
considerado um direito penal do fato.
do em vista o benefício que trará para o réu. Lembra-se
A teoria causalista do delito foi elaborada em conjunto
que a lei penal retroage mesmo que a sentença condena-
tória já esteja transitada em julgado. por Franz Von Liszt e Ernest Beling. Segundo o Causalismo,
o crime deve ser entendido como uma lesão (ou perigo
Infração de lesão) de um bem jurídico provocada por uma condu-
ta. A partir desse entendimento nota-se que este sistema
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

O Brasil adotou, formalmente, a teoria bipartida do cri- constrói uma acepção formal e objetiva acerca do compor-
me. De acordo com a Lei de Introdução ao Código Penal, tamento humano tido como delituoso, pois se preocupa
crime é a infração penal a que a Lei comine pena de reclu- principalmente com a constatação do nexo de causalidade
são ou detenção e multa, alternativa, cumulativa ou isola- do delito.
damente. Já contravenção é a infração a que a Lei comine Sob a influência do positivismo naturalista, Von Liszt
pena de prisão simples e multa, alternativa, cumulativa ou definiu ação como a inervação muscular produzida por
isoladamente. energias de um impulso cerebral, que comandadas pelas
Entretanto, tal conceito é extremamente precário, ca- leis da natureza, provoca uma transformação no mundo
bendo à doutrina seu desenvolvimento. exterior. A ação é vista de uma forma puramente objetiva,
O crime possui três conceitos principais, material, for- causal e naturalista. Reconhece-se que toda ação se inicia
mal e analítico. com a vontade, no entanto o conteúdo desta é irrelevante
a) Conceito material: crime seria toda a ação ou omissão para a teoria causalista, bastando apenas a verificação da
humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens ju- relação causal entre o ato e o resultado, que é o crime pro-
rídicos protegidos pelo Direito Penal, ou penalmente priamente dito.
tutelados. De acordo com o STF, O CONCEITO MA- Porém, deve se ressaltar que a concepção clássica do
TERIAL DE CRIME É FATOR DE LEGITIMAÇÃO DO DI- delito também leva em consideração o aspecto subjetivo.
REITO PENAL, pois, de acordo com ele, não será toda Isto porque, baseando-se no conceito analítico de crime
conduta que será penalmente criminalizada, mas (ação típica, antijurídica e culpável), o Causalismo identifica
somente aquelas condutas mais relevantes (princípio tanto elementos objetivos, representados pela tipicidade e
da adequação social); pela antijuricidade, quanto um elemento subjetivo, a saber,
b) Conceito formal ou jurídico: é aquilo que a Lei chama a culpabilidade (dolo ou culpa).
de crime. Está definido no art. 1º da Lei de Introdu- A tipicidade se refere ao aspecto externo da ação e à
ção do Código Penal. Crime é toda infração a que a subsunção desta à letra da lei. A antijuricidade, por sua vez,
Lei comina pena de reclusão ou detenção e multa, realiza uma valoração negativa da ação, identificando se a

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conduta é realmente típica ou se há alguma causa de justi- Por intermédio dessa estruturação que a sociedade tem
ficação ou excludente de culpabilidade. Já a culpabilidade é condição de acompanhar e fiscalizar a aplicação correta do
concebida como uma relação psicológica entre a ação e o Direito Penal. Sem isso, nós teríamos uma aplicação intui-
autor, sendo que a intensidade desse vínculo irá determinar tiva pelos juízes, de difícil fiscalização. Então, cumpre uma
a forma de culpabilidade, como dolosa ou culposa. função importante que é a de segurança jurídica.
A teoria finalista do crime foi desenvolvida por Hans Fato Típico é denominado como o comportamento hu-
Welzel. O conceito finalista opõe-se ao conceito causal de mano que se molda perfeitamente aos elementos constan-
crime, especialmente no que tange a distinção proposta tes do modelo previsto na lei penal.
pelo Causalismo entre a manifestação da vontade e o con- A primeira característica do crime é ser um fato típico,
teúdo da mesma. Para o finalismo toda ação possui uma descrito, como tal, numa lei penal. Um acontecimento da
finalidade, logo o conteúdo da vontade é relevante para a vida que corresponde exatamente a um modelo de fato
definição de crime. contido numa norma penal incriminadora, a um tipo.
O conceito funcionalista do delito foi elaborado por Para que o operador do Direito possa chegar à con-
Claus Roxin, em sua obra Política criminal e sistema jurídi- clusão de que determinado acontecimento da vida é um
co-penal. fato típico, deve debruçar-se sobre ele e, analisando-o, de-
A teoria de Roxin opõe-se ao Causalismo de Liszt, uma compô-lo em suas faces mais simples, para verificar, com
vez que este estabelece um sistema fechado de análise do certeza absoluta, se entre o fato e o tipo existe relação de
crime e procura excluir da esfera do direito as dimensões adequação exata, fiel, perfeita, completa, total e absoluta.
do social e do político. Em contrapartida, o Funcionalismo Essa relação é a tipicidade.
adota outro entendimento acerca do crime, pois reconhece Para que determinado fato da vida seja considerado tí-
que os problemas político-criminais são relevantes para a pico, é preciso que todos os seus componentes, todos os
teoria geral do delito. Aliás, para o funcionalismo a política seus elementos estruturais sejam, igualmente, típicos.
criminal deve sempre ser observada quando se pretende Os componentes de um fato típico são a conduta hu-
enquadrar determinada conduta como delito, pois somen- mana, a consequência dessa conduta se ela a produzir (o
resultado), a relação de causa e efeito entre aquela e esta
te é possível identificar qual era a pretensão do legislador
(nexo causal) e, por fim, a tipicidade.
ao elaborar a lei, qual a finalidade e o âmbito de incidência
Considera-se conduta a ação ou omissão humana cons-
da norma, ou mesmo se há causas de justificação ou escu-
ciente e voluntária dirigida a uma finalidade.
sas absolutórias neste tipo penal.
A expressão resultado tem natureza equívoca, já que
Segundo a teoria funcionalista, o Direito Penal deve se
possui dois significados distintos em matéria penal. Pode
ocupar com as situações e casos excepcionais, isto é, com
se falar, assim, em resultado material ou naturalístico e em
a proteção dos bens jurídicos mais relevantes (ultima ratio).
resultado jurídico ou normativo.
Logo, entende-se que O Direito Penal possui um fim social,
O resultado naturalístico ou material consiste na modi-
portanto, todo conceito de crime deve ser feito em função ficação no mundo exterior provocada pela conduta. Trata-
da finalidade da pena. -se de um evento que só se faz necessário em crimes ma-
A teoria geral do crime trata de todos os elementos que

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teriais, ou seja, naquele cujo tipo penal descreva a conduta
compõe o fato criminoso. e a modificação no mundo externo, exigindo ambas para
O crime é composto de três elementos básicos: fato tí- efeito de consumação.
pico, antijurídico (ou ilícito) e culpável. Para fins didáticos, O resultado jurídico ou normativo reside na lesão ou
eles são estudados em separado, facilitando a compreen- ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma pe-
são do tema. nal. Todas as infrações devem conter, expressa ou implicita-
Parte da doutrina entende que o crime é apenas o fato mente, algum resultado, pois não há delito sem que ocorra
típico e ilícito, considerando a culpabilidade como mero lesão ou perigo (concreto ou abstrato) a algum bem penal-
pressuposto da pena. Não se coaduna, entretanto, tal en- mente protegido.
tendimento com o ordenamento e jurisprudência pátrios, A doutrina moderna dá preferência ao exame do resul-
já que, por exemplo, se isso fosse verdade, o inimputável tado jurídico. Este constitui elemento implícito de todo fato
seria capaz de praticar crime, porém, sem pena. Como se penalmente típico, pois se encontra ínsito na noção de ti-
sabe, o inimputável (absolutamente) não pratica crime, jus- picidade material.
tamente por estar ausente a culpabilidade. O resultado naturalístico, porém, não pode ser menos-
É a possibilidade de através de sua estruturação, se ter prezado, uma vez que se cuida de elementar presente em
condições de fiscalizar a aplicação do direito penal pelo determinados tipos penais, de tal modo que desprezar sua
poder judiciário. É através disto que se terá condição de análise seria malferir o princípio da legalidade.
afirmar que um sujeito não poderá responder por um fato, Nexo Causal, Relação de Causalidade ou Nexo de Cau-
porque é atípico; ou porque um sujeito não poderá res- salidade
ponder por um determinado fato, porque o praticou sob Entende-se por relação de causalidade o vínculo que
o manto de um exercício regular de direito; ou porque o une a causa, enquanto fator propulsor, a seu efeito, como
sujeito não poderá responder por determinado fato, por- consequência derivada. Trata-se do liame que une a cau-
que o praticou sob o manto de um erro de proibição, que sa ao resultado que produziu. O nexo de causalidade in-
afetou a culpabilidade. teressa particularmente ao estudo do Direito Penal, pois,

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em face de nosso Código Penal (art. 13), constitui requisito III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercí-
expresso do fato típico. Esse vínculo, porém, não se fará cio regular de direito.
necessário em todos os crimes, mas somente naqueles em Excesso punível
que à conduta exigir-se a produção de um resultado, isto é, Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses
de uma modificação no mundo exterior, ou seja, cuida-se deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
de um exame que se fará necessário no âmbito dos crimes
materiais ou de resultado. A ação do homem será típica sob o aspecto criminal
Tipicidade, ao lado da conduta, do nexo causal e do quando a lei penal a descreve como sendo um delito.
resultado constitui elemento necessário ao fato típico de Numa primeira compreensão, isso também basta para se
qualquer infração penal. afirmar que ela está em desacordo com a norma, que se
Deve ser analisada em dois planos: formal e material. trata de uma conduta ilícita ou, noutros termos, antijurí-
Entende-se por tipicidade a relação de subsunção en- dica.
tre um fato concreto e um tipo penal (tipicidade formal) e
Essa ilicitude ou antijuridicidade, contudo, consistente
a lesão ou perigo de lesão ao bem penalmente tutelado
na relação de contrariedade entre a conduta típica do au-
(tipicidade material).
tor e o ordenamento jurídico, pode ser suprimida, desde
Trata-se de uma relação de encaixe, de enquadramen-
de que, no caso concreto, estejam presentes uma das hi-
to. É o adjetivo que pode ou não ser dado a um fato, con-
forme ele se enquadre ou não na lei penal. póteses previstas no art. 23, do CP: o estado de necessida-
É necessário compreender a Teoria da Imputação Ob- de, a legítima defesa, o estrito cumprimento do dever legal
jetiva. A Imputação Objetiva representa uma nova dogmá- ou o exercício regular de direito.
tica, revolucionária em vários aspectos, que procura solu- O estado de necessidade e a legítima defesa são con-
cionar de maneira concisa questões ainda sem resposta ceituados nos artigos 24 e 25, do CP, merecendo destaque,
dentro do ordenamento jurídico-penal. neste tópico, apenas o estrito cumprimento do dever legal
A teoria da imputação objetiva surge no mundo jurí- e o exercício regular de um direito, como excludentes da
dico sob a doutrina de Roxin, que passa a fundamentar ilicitude ou da antijuridicidade.
os estudos da estrutura criminal analisando os aspectos A expressão estrito cumprimento do dever legal, por si
políticos do crime. só, basta para justificar que tal conduta não é ilícita, ainda
Parte da doutrina entende que a teoria da imputação que se constitua típica. Isso porque, se a ação do homem
objetiva consiste na fusão entre a teoria causal, finalista e a decorre do cumprimento de um dever legal, ela está de
teoria da adequação social, em contrapartida, sendo con- acordo com a lei, não podendo, por isso, ser contrária a
siderada também, conforme ilustrado, uma teoria nova e ela. Noutros termos, se há um dever legal na ação do au-
revolucionária que conceitua que no âmbito do fato típico, tor, esta não pode ser considerada ilícita, contrária ao or-
deve-se atribuir ao agente apenas responsabilidade penal, denamento jurídico.
não levando em consideração o dolo do agente, pois este, Um exemplo possível de estrito cumprimento do dever
é requisito subjetivo e deve ser analisado somente no que legal pode restar configurado no crime de homicídio, em
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tange a imputação subjetiva. que, durante tiroteio, o revide dos policiais, que estavam
Esta teoria determina que não há imputação objetiva no cumprimento de um dever legal, resulta na morte do
quando o risco criado é permitido, devendo o agente res- marginal. Neste sentido - RT 580/447.
ponder penalmente apenas se ele criou ou desenvolveu O exercício regular de um direito, como excludente da
um risco proibido relevante. ilicitude, também quer evitar a antinomia nas relações ju-
Assim, um resultado causado por um agente pode ser rídicas, posto que, se a conduta do autor decorre do exer-
imputado ao tipo objetivo se a conduta do autor cria um
cício regular de um direito, ainda que ela seja típica, não
perigo para um bem jurídico não coberto pelo risco per-
poderá ser considerada antijurídica, já que está de acordo
mitido e esse perigo também foi realizado no resultado
com o direito.
concreto.
Um exemplo de exercício regular de um direito, como
Ilícito penal, é o crime ou delito. Ou seja, é o descum-
primento de um dever jurídico imposto por normas de di- excludente da ilicitude, é o desforço imediato, empregado
reito público, sujeitando o agente a uma pena. pela vítima da turbação ou do esbulho possessório, en-
Na ilicitude penal, a antijuridicidade é a contradição quanto possuidor que pretende reaver a posse da coisa
entre uma conduta e o ordenamento jurídico. O fato típi- para si (RT - 461/341).
co, até prova em contrário, é um fato que, ajustando-se a A incidência da excludente da ilicitude, conduto, não
um tipo penal, é antijurídico. pode servir de salvo conduto para eventuais excessos do
Exclusão de ilicitude é uma causa excepcional que re- autor, que venham a extrapolar os limites do necessário
tira o caráter antijurídico de uma conduta tipificada como para a defesa do bem jurídico, do cumprimento de um
criminosa (fato típico). dever legal ou do exercício regular de um direito. Haven-
do excesso, o autor do fato será responsável por ele, caso
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: restem verificados seu dolo ou sua culpa. Nesse sentido é
I - em estado de necessidade; a regra do parágrafo único do art. 23 do CP.
II - em legítima defesa;

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1. Culpabilidade 4. Causas que excluem a imputabilidade
A Culpabilidade é um elemento integrante do conceito • doença Mental.
definidor de uma infração penal. A motivação e objetivos • desenvolvimento mental incompleto.
subjetivos do agente praticante da conduta ilegal. A culpa- • desenvolvimento mental retardado.
bilidade aufere, a princípio, se o agente da conduta ilícita é • embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou
penalmente culpável, isto é, se ele agiu com dolo (intenção), força maior.
ou pelo menos com imprudência, negligência ou imperícia,
nos casos em que a lei prever como puníveis tais modali- Doença mental é a perturbação mental ou psíquica de
dades qualquer ordem, capaz de eliminar ou afetar a capacidade
de entender o caráter criminoso do fato ou a de comandar
2. O excesso Punível a vontade de acordo com esse entendimento. Importan-
Ao reagir à agressão injusta que está sofrendo, ou em te esclarecer que a dependência patológica, como drogas
vias de sofrê-la, em relação ao meio usado o agente pode configura doença mental quando retirar a capacidade de
encontrar-se em três situações diferentes: entender ou querer.
- usa de um meio moderado e dentro do necessário Desenvolvimento mental incompleto é o desenvolvi-
para repelir à agressão; mento que não se concluiu, devido à recente idade crono-
lógica do agente ou a sua falta de convivência na socieda-
Haverá necessariamente o reconhecimento da legítima de, ocasionando imaturidade mental e emocional.
defesa. Os menores de 18 anos, em razão de não sofrerem san-
- de maneira consciente emprega um meio desnecessá- ção penal pela prática de ilícito penal, em decorrência da
rio ou usa imoderadamente o meio necessário; ausência de culpabilidade, estão sujeitos ao procedimento
medidas sócio educativos prevista no ECA.
A legítima defesa fica afastada por excluído um dos Desenvolvimento mental retardado é o incompatível
seus requisitos essenciais. com o estágio de vida em que se encontra a pessoa, es-
- após a reação justa (meio e moderação) por imprevi- tando, portanto, abaixo do desenvolvimento normal para
dência ou conscientemente continua desnecessaria- aquela idade cronológica. Sua capacidade não correspon-
mente na ação. de às experiências para aquele momento de vida, o que
significa que a plena potencialidade jamais será atingida.
No terceiro agirá com excesso, o agente que intensifica Os inimputáveis aqui tratados não possuem condições de
demasiada e desnecessariamente a reação inicialmente jus- entender o crime que cometeram.
tificada. O excesso poderá ser doloso ou culposo. O agente
responderá pela conduta constitutiva do excesso. 5. Critérios de aferição da inimputabilidade, pes-
soas inimputáveis:
3. Punibilidade • Sistema Biológico: (Usado pela doutrina: Código Pe-
A punibilidade é uma das condições para o exercício da nal sobre menoridade penal) neste interessa saber

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ação penal (CPP, art. 43, II) e pode ser definida como a pos- se o agente é portador de alguma doença mental
sibilidade jurídica de o Estado aplicar a sanção penal (pena ou desenvolvimento mental incompleto ou retardo,
ou medida de segurança) ao autor do ilícito. caso positivo é considerado inimputável.
A Punibilidade, portanto, é consequência do crime. As- • Sistema psicológico: neste o que interessa é o so-
sim, é punível a conduta que pode receber pena. mente o momento da ação ou omissão delituosa,
A imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um indi- se ele tinha ou não condições de avaliar o caráter
víduo a responsabilidade por uma infração. Segundo pres- criminoso do fato e de orientar-se de acordo com
creve o art. 26, do CP, podemos, também, definir a imputa- esse entendimento, ou seja, o momento da pratica
bilidade como a capacidade do agente entender o caráter do crime. A emoção não excluir a imputabilidade. E
ilícito do fato por ele perpetrado ou, de determinar-se de pessoa que comete crime, com integral alternação
acordo com esse entendimento. É, portanto a possibilidade de seu estado físico-psíquico responde pelos seus
de se estabelecer o nexo entre a ação e seu agente, impu- atos.
tando a alguém a realização de um determinado ato. • Sistema biopsicológico: exige-se que a causa gerado-
Quando existe algum agravo à saúde mental, os indi- ra esteja prevista em lei e que, além disso, atue efe-
víduos podem ser considerados inimputáveis – se não ti- tivamente no momento da ação delituosa, retirando
verem discernimento sobre os seus atos ou não possuírem do agente a capacidade de entendimento e vonta-
autocontrole, são isentos de pena. de. Desta forma, será inimputável aquele que, em
Os semimputáveis são aqueles que, sem ter o discer- razão de uma causa prevista em lei (doença mental,
nimento ou autocontrole abolidos, têm-nos reduzidos ou incompleto ou retardado), atue no momento da prá-
prejudicados por doença ou transtorno mental. tica da infração penal sem capacidade de entender o
caráter criminoso do fato.

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Requisitos da inimputabilidade segundo o sistema não sem condições de prover sustento, furta alimentos
biopsicológico: num mercado. É razoável que prevaleça o direito à vida
• Causal: existencial de doença mental ou de desenvol- do pai e de sua família ante ao patrimônio do mercado.
vimento incompleto ou retardado, causas previstas Legítima Defesa. O conceito de legítima defesa, esta
em lei. que é a excludente mais antiga de todas, está baseado no
• Cronológico: atuação ao tempo da ação ou omissão fato de que o Estado não pode estar presente em todos os
delituosa. lugares protegendo os direitos dos indivíduos, ou seja, per-
• Consequencial: perda total da capacidade de enten- mite que o agente possa, em situações restritas, defender
der ou da capacidade de querer. direito seu ou de terceiro.
Assim sendo, a legítima defesa nada mais é do que a
Somente há inimputabilidade se os três requisitos es- ação praticada pelo agente para repelir injusta agressão a
tiverem presentes, sendo exceção aos menos de 18 anos, si ou a terceiro, utilizando-se dos meios necessários com
regidos pelo sistema biológico. moderação.
A formação da legítima defesa depende de alguns re-
quisitos objetivos. São eles:
6. Excludentes de Ilicitude
a) Agressão injusta, atual ou iminente;
Para que haja ilicitude em uma conduta típica, inde-
b) Direito próprio ou alheio;
pendentemente do seu elemento subjetivo, é necessário
c) Utilização de meios necessários com moderação.
que inexistam causas justificantes. Isto porque estas cau-
O elemento subjetivo existente na legítima defesa é a
sas tornam lícita a conduta do agente.
vontade de se defender ou defender direito alheio. Além
As causas justificantes têm o condão de tornar lícita de preencher os requisitos objetivos, o agente precisa ter o
uma conduta típica praticada por um sujeito. Assim, aque- animus defendendi no momento da ação. Se o agente des-
le que pratica fato típico acolhido por uma excludente, não conhecia a agressão que estava por vir e age com intuito de
comete ato ilícito, constituindo uma exceção à regra que causar mal ao agressor, não haverá exclusão da ilicitude da
todo fato típico será sempre ilícito. conduta, pois haverá mero caso de coincidência.
As excludentes de ilicitude estão previstas no artigo 23 Ponto bastante discutido entre os doutrinadores é o
do Código Penal brasileiro. São elas: o estado de necessi- que trata de ofendículos. Para alguns autores, constituem
dade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do dever legítima defesa preordenada e para outros, exercício regu-
legal e o exercício regular de direito. lar de direito, embora ambos se enquadrem na exclusão
Estado de necessidade. Trata-se de uma excludente da antijuricidade da conduta. Ofendículos são aparatos que
de ilicitude que constitui no sacrifício de um bem jurídi- visam proteger o patrimônio ou qualquer outro bem su-
co penalmente protegido, visando salvar de perigo atual e jeito a invasões, como por exemplo, as cercas elétricas em
inevitável direito próprio do agente ou de terceiro - desde cima de um muro de uma casa. A jurisprudência entende
que no momento da ação não for exigido do agente uma que todos os aparatos dispostos para defender o patrimô-
conduta menos lesiva. Nesta causa justificante, no mínimo nio devem ser visíveis e inacessíveis a terceiros inocentes,
dois bens jurídicos estarão postos em perigo, sendo que somente afetando aquele que visa invadir ou atacar o bem
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para um ser protegido, o outro será prejudicado. tutelado alheio. Preenchendo estes requisitos, o agente
Para que se caracterize a excludente de estado de ne- não responderá pelos danos causados ao agressor, pois
cessidade preenche dois requisitos: existência de perigo configurará caso de legítima defesa preordenada. Só serão
atual e inevitável e a não provocação voluntária do peri- conceituados como exercício regular de direito quando le-
go pelo agente. Quanto ao primeiro, importante destacar vados em consideração o momento de sua instalação.
que se trata do que está acontecendo, ou seja, o perigo Por fim, faz-se necessário analisar quando o agente de-
não é remoto ou incerto e além disso, o agente não pode verá responder por excesso, em caso de legítima defesa.
ter opção de tomar outra atitude, pois caso contrário, não São três as situações: a primeira refere-se à forma dolosa, a
segunda culposa e a última é aquela que se origina de erro.
se justifica a ação. Enquanto o segundo requisito significa
A primeira o agente tem ciência de que a agressão ces-
que o agente não pode ter provocado o perigo intencio-
sou, mas mesmo assim, continua com sua conduta, lesan-
nalmente. A doutrina majoritária entende que se o agente
do o bem jurídico do agressor inicial. Neste caso, o agente
cria a situação de perigo de forma culposa, ainda assim que inicialmente se encontra em estado de legítima defesa
poderá se utilizar da excludente. e excede conscientemente seus limites, responderá pelos
Vale observar o tema abordado por Rogério Greco resultados do excesso a título de dolo. A segunda se con-
quanto ao estado de necessidade relacionado a neces- figura quando o agente que age reagindo contra a agres-
sidades econômicas. Trata-se de casos em que devido a são, excede os limites da causa justificante por negligência,
grandes dificuldades financeiras, o agente comete crimes imprudência ou imperícia. O resultado lesivo causado deve
em virtude de tal situação. estar previsto em lei como crime culposo, para que o agen-
Conforme o doutrinador, não é qualquer dificuldade te possa responder. E a última, que é proveniente do erro,
econômica que autoriza o agente a agir em estado de se configura no caso de legítima defesa subjetiva. Aqui, o
necessidade, somente se permitindo quando a situa- agente incide em erro sobre a situação que ocorreu, su-
ção afete sua própria sobrevivência. Como é o caso, por pondo que a agressão ainda existe. Responderá por culpa,
exemplo, do pai que vendo seus familiares com fome e caso haja previsão e se for evitável.

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Estrito cumprimento do dever legal. O agente que cum- do direito, é necessário que exista a anuência do paciente,
pre o seu dever proveniente da lei, não responderá pelos pois, do contrário, haveria estado de necessidade praticado
atos praticados, ainda que constituam um ilícito penal. Isto em favor de terceiro, podendo restar responsabilidade no
porque o estrito cumprimento de dever legal constitui ou- âmbito civil.
tra espécie de excludente de ilicitude, ou causa justificante.
O primeiro requisito para formação desta excludente CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE
de ilicitude é a existência prévia de um dever legal. Este
requisito engloba toda e qualquer obrigação direta ou in- O Código Penal prevê causas que excluem a culpabi-
direta que seja proveniente de norma jurídica. Dessa for- lidade pela ausência de um de seus elementos, ficando o
ma, pode advir de qualquer ato administrativo infralegal, sujeito isento de pena, ainda que tenha praticado um fato
desde que tenham sua base na lei. Também pode ter sua típico e antijurídico.
origem em decisões judiciais, já que são proferidas pelo a) inimputabilidade: a incapacidade de entender o cará-
Poder Judiciário no cumprimento de ordens legais. ter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
Outro requisito é o cumprimento estrito da ordem. Para esse entendimento.
que se configure esta causa justificante, é necessário que • doença mental, desenvolvimento mental incompleto
o agente se atenha aos limites presentes em seu dever, ou retardado (art. 26, do CP).
não podendo se exceder no seu cumprimento. Aquele que • desenvolvimento mental incompleto por presunção
ultrapassa os limites da ordem legal poderá responder por legal, do menor de 18 anos (art. 27, do CP).
crime de abuso de autoridade ou algum outro específico • embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou
no código Penal. Por fim, o último requisito é a execução força maior (art. 28, § 1º, do CP).
do ato por agente público, e excepcionalmente, por parti- b) inexistência da possibilidade de conhecimento da ili-
cular. Para que se caracterize a causa justificante, o agente citude: erro de proibição (art. 21, do CP).
precisa ter consciência de que pratica o ato em cumpri- c) inexigibilidade de conduta diversa:
mento de dever legal a ele incumbido, pois, do contrário, o • coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte do CP);
seu ato configuraria um ilícito. Trata-se do elemento sub- • obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte, do CP).
jetivo desta excludente, que é a ação do agente praticada
no intuito de cumprir ordem legal. EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
Ao tratar de coautores e partícipes, Fernando Capez
suscita uma questão interessante. Para ele, ambos não po- A extinção da punibilidade ocorre quando o fato, em
deriam ser responsabilizados, pois não como falar em ato seu início, configurava crime punível, mas em decorrência
lícito para, e para o outro ilícito. Porém, se um deles desco- de um fato jurídico, extingue-se a punição/pena.
nhecer a situação justificante que enseja o uso a excluden- Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
te de ilicitude, e age com propósito de lesar direito alheio, I - pela morte do agente;
respondera pelo delito praticado, mesmo isoladamente. II - pela anistia, graça ou indulto;
Exercício regular do direito. Aquele que exerce um di- III - pela retroatividade de lei que não mais considera o

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reito garantido por lei não comete ato ilícito. Uma vez que fato como criminoso;
o ordenamento jurídico permite determinada conduta, se IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
dá a excludente do exercício regular do direito. V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão
O primeiro requisito exigido por esta causa justifican- aceito, nos crimes de ação privada;
te é a existência de um direito, podendo ser de qualquer VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei
natureza, desde que previsto no ordenamento jurídico. O a admite;
segundo requisito é a regularidade da conduta, isto é, o VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
agente deve agir nos limites que o próprio ordenamento VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
jurídico impõe aos direitos. Do contrário haveria abuso de IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
direito, configurando excesso doloso ou culposo.
Também se faz necessário que o agente tenha conhe-
cimento da situação em que se encontra para poder se va-
ler desta excludente de ilicitude. É preciso saber que está
agindo conforme um direito a ele garantido, pois do con-
trário, subsistiria a ilicitude da ação. Fernando Capez traz o
exemplo do pai que pratica vias de fato ou lesão corporal
leve contra seu filho, mas sem o intuito de correção, tendo
dentro de si a intenção de lhe ofender a integridade física.
[6]
Algumas situações são relevantes merecem ser men-
cionadas quanto ao alcance do exercício regular do di-
reito. Uma delas é a intervenção médica e cirúrgica. Seria
incompreensível considerar atos de médicos que salvam
vidas como ilícitos. Porém, para que haja exercício regular

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Ressaltam-se os pontos das causas de extinção de punibilidade:

1) Anistia, Graça e Indulto

ANISTIA GRAÇA INDULTO


Esquece o crime Extingue a punibilidade Extingue a punibilidade
Abrange os fatos Abrange pessoas Abrande grupo de pessoas
Volta à primariedade Não volta a primariedade Não volta a primariedade
Concedido por Lei Concedido por Decreto Concedido por Decreto
Senado Federal Presidente da República Presidente da República

#FicaDica
a) Não cabe anistia, graça e indulto em crimes hediondos.
b) Graça e indulto pode comutar a pena, substituir por pena mais leve.

2) Em caso de abolitio criminis, ou seja, pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso:
a) Em processos em andamento na primeira instância, a extinção de punibilidade deve ser decretada pelo juiz;
b) Em processos em fase recursal, ou seja, na segunda instância, a extinção de punibilidade deve ser decretada pelo
Tribunal competente;
c) Em processos transitados em julgado, deve ser decretada a extinção de punibilidade pelo juiz da vara de execuções
penais.

3) Pela Decadência, perempção e prescrição


a) Decadência: É a perda do direito do ofendido propor ação privada por decurso de prazo (queixa crime ou represen-
tação do Ministério Público). Não interrompe, nem suspende.
Conta-se 6 meses do dia em que o ofendido soube quem foi o autor do crime. Exceção: 3 meses em crimes de imprensa.
b) Perempção: É a perda do direito de prosseguir com a ação penal. Ocorre por conta da inércia ou desistência.
c) Prescrição: É a perda do direito do Estado de punir ou executar a pena por conta do decurso do tempo. Deve ser
decretada de ofício pelo juiz ou a requerimento do acusado.

4) Renúncia, Retratação do agente, Perdão e Perdão Judicial


CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

a) Renúncia: Antes de ser proposta a ação penal, a vítima pode renunciar expressa ou tacitamente o direito de propor-la.
Nos casos de ação penal condicionada, a renúncia deve ser até o oferecimento da denúncia. Ressalta-se que a renún-
cia se estende a todos os acusados, não podendo ser individualmente.
b) Retratação do agente/delinquente: Deve ser clara e incondicionada, não dependendo de aceito do ofendido/vítima.
Não abrange coautores, ou seja, é individual, devendo ser reduzidas a termo nos autos do processo. Ex: Calúnia, in-
júria, difamação por imprensa, falso testemunho.
c) Perdão: Ocorre na ação penal privada, podendo o querelante (autor), perdoar o querelado (réu), após iniciado o pro-
cesso (até o transito em julgado). Pode ser expressamente ou tacitamente. O perdão também deve alcançar a todos
os acusado, porém pode ser recusado pelo réu.
d) Perdão Judicial: Extingue-se a punibilidade e a reincidência, não dependendo de aceite do réu.

Prescrição
Prescrição é a perda do direito de punir por parte do Estado. Ressalta-se, desde já, que não há prescrição nos crimes de
tortura, racismo, ações de grupos armador contra o Estado Democrático.
São espécies de prescrição: Prescrição da Pretensão Punitiva e Prescrição da Pretensão Executória.

1) Prescrição da Pretensão Punitiva


Conta-se da data da consumação do crime até o transito em julgado do processo penal. Até o momento da sentença,
conta-se pela pena máxima do tipo penal, sendo que após aplicada a pena, conta-se pela pena concreta aplicada (art. 109
do CP).
Causas de interrupção de prescrição: São causas de interrupção o recebimento da denúncia, a pronúncia, a sentença
condenatória em 1ª instância, a sentença condenatória em 2ª instância e o trânsito em julgado. A interrupção zera o prazo
prescricional.

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Causas de suspensão da prescrição da pretensão 2) Prescrição da Pretensão Executória
punitiva: Ocorre sempre que houver fator externo que É a prescrição da própria pena. Conta-se a partir da
impeça o processo, voltando sempre de onde foi impedido data do trânsito em julgado até o início da execução. Só
(ou seja, não zera o prazo prescricional). interrompe o tempo prescricional com o início da prescrição.

Vejamos a letra da Lei: Prescrição da pena de multa


A prescrição da pena de multa ocorrerá em 2 (dois)
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a anos, quando esta for a única pena prevista e aplicada ao
sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste agente. Nos casos em que a pena de multa configurar como
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de li- uma pena alternativa ou cumulativa ( junto com pena de
berdade cominada ao crime, verificando-se: reclusão, detenção ou restritiva de direitos), prescreverá no
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a prazo previsto no artigo 109 do Código Penal.
doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior Causas de isenção de pena
a oito anos e não excede a doze; Ainda que reconhecido o fato como típico, antijurídico e
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a culpável, a Lei penal prevê causas de isenção de pena.
quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois a) Escusas absolutórias:
anos e não excede a quatro; Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um crimes previstos neste título, em prejuízo:
ano ou, sendo superior, não excede a dois; I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
1 (um) ano. legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação,
Prescrição das penas restritivas de direito se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direi- I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
to os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos an-
Prescrição depois de transitar em julgado sentença
teriores:
final condenatória
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e
pessoa;
verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais
II - ao estranho que participa do crime.
se aumentam de um terço, se o condenado é reinciden- III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
te. igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


§ 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com
trânsito em julgado para a acusação ou depois de im- b) Favorecimento real (§ 2º do artigo 348 do CP):
provido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pú-
podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial blica autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
data anterior à da denúncia ou queixa. Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Vejamos as espécies de Prescrição da Pretensão Punitiva § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
a) Prescrição Superveniente ou intercorrente. § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descen-
É verificada, em primeiro momento, pela pena máxima dente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de
em abstrato, conforme artigo 109 do Código Penal. pena.
Após a sentença, já com a pena concreta, é verificada até
a decisão de 2º grau. Após a decisão do Tribunal de 2º grau,
contará até o transito em julgado (respeitando as causas de
interrupção de prescrição). EXERCÍCIO COMENTADO

b) Prescrição Retroativa 01) POLÍCIA FEDERAL – Escrivão da Polícia Federal –


Ocorre após o transito em julgar, utilizando-se a pena CESPE – 2004:
concreta definitiva. Analisar-se-á o tramite processual para O perdão do ofendido é o ato por meio do qual o próprio
saber se houve prescrição em algum intervalo (em algum ofendido ou o seu representante legal, após o início da ação
momento entre o recebimento da denúncia e sentença de penal, desiste de seu prosseguimento. Aceito pelo acusado,
1º grau; sentença de 1º grau e decisão de 2º grau; decisão implicará na extinção da punibilidade, desde que o crime
de 2º grau e transito em julgado). seja apurado por meio de ação penal privada.
Após retroagir no tempo, verificada a ocorrência da
prescrição retroativa, excluir-se-á a punibilidade. ( ) Certo ( ) Errado

13
Resposta: Certo. A perempção ocorre pela inércia da Teoria do tipo
vítima, fato que não pode ser verificado na questão. A Tipo pode ser considerado o conjunto dos elementos
renúncia, por sua vez, somente pode ser realizada antes do fato punível descrito na Lei penal, o qual exerce função
do oferecimento da denúncia (não precisa ser aceita limitadora e individualizadora das condutas humanas pe-
pelo réu). O perdão, por sua vez, pode ser ofertado após nalmente relevantes.
o início da ação penal. A teoria do Tipo criou a tipicidade, apresentada como
característica do delito, com fundamento na teoria causal
02) POLÍCIA FEDERAL – Agente Federal da Polícia da ação, concebida por Franz Von Liszt. Com a evolução,
Federal – CESPE – 2000: criou-se uma metodologia para distinguir as características
A restituição dos valores apropriados por X, antes do do tipo, dividindo-se em tipicidade, antijuricidade e culpa-
recebimento da denúncia, excluiria o tipo subjetivo do bilidade (BITENCOURT, 2010, p. 303).
delito, sendo causa de extinção da punibilidade.
Crime doloso e crime culposo
( ) Certo ( ) Errado O crime doloso é aquele que acontece quando o agen-
te quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, ou
Resposta: Errado. Este é um caso de arrependimento seja, ocorreu pela vontade de concretizar o crime.
posterior, que pode apenas reduzir a pena do acusado. O crime culposo, por sua vez, ocorre quando o agente
deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
Teoria geral do crime imperícia, ou seja, por falta de cuidado no agir.

A vontade de praticar conduta criminosa não é puní- Modalidades de dolo:


vel, devendo-se ter um comportamento, ou seja, uma ação a) Dolo direto: quando o sujeito visa certo e determina-
(que se manifesta por meio de um movimento corpóreo do resultado (ex: esfaquear para matar alguém).
com uma finalidade) ou omissão (movimento/comporta- b) Dolo indireto: não tem certo e determinado resulta-
mento que deveria ser realizado, porém não realizou) cri- do, variando-se em dolo alternativo (aquele que tem
minosa, tanto de forma tentada, quanto consumada (quan- a intenção de um ou outro resultado, como ferir ou
do for admitida a forma tentada). matar alguém); e dolo eventual (quando o sujeito ad-
São sujeitos do crime: a) o ativo, aquele que pratica o mite o risco do resultado).
fato criminoso; b) e o passivo, o qual é o titular do bem
jurídico atingido pela conduta delinquente do sujeito ativo. Modalidades de culpa:
Sob o aspecto material, o crime visa proteger bens jurí-
a) Culpa inconsciente: ocorre quando o sujeito atua sem
dicos defendido pela Lei, enquanto pelo aspecto forma, ele
consciência do resultado que poderia ocorrer;
deve ser um fato típico e antijurídico, considerando-se que
b) Culpa consciente: o sujeito prevê o resultado, porém
a culpabilidade natureza diversa.
não acredita que irá acontecer, confiando nas suas
A tipicidade se mostra por meio de um comportamento
habilidades. (Exemplo: corridas ilegais de carro, em-
humano (positivo ou negativo) que provoca um resultado
briaguez ao dirigir).
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

(em regra) que é previsto como infração penal, como, por


exemplo, o fato típico do homicídio é a conduta huma-
na que causa a morte de outrem. Deve-se observar alguns
elementos, como: a) conduta dolosa ou culposa; b) resul-
#FicaDica
tado; c) nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; A culpa consciente é diferente do dolo eventual,
d) enquadramento do fato em uma norma penal incrimina- no primeiro o sujeito não quer o resultado,
dora. (JESUS, 2014, p. 55). confiando que não irá acontecer, enquanto
A antijuridicidade, por sua vez, é a oposição ao direito, a no segundo o sujeito assume o risco, sendo
ilegalidade, o fato praticado ao contrário dos mandamen- indiferente se acontecer o resultado.
tos da lei. Observa-se que o fato deve ser típico (deve estar
descrito na lei) e antijurídico (deve ainda ser contrário ao
que esta descrito).
Por fim, a culpabilidade tem o sentido de reprovação, #FicaDica
reprovabilidade, censurabilidade, juízo de valor contra a
pessoa que praticou o fato típico e antijurídico. Ressalta-se Ausência de dolo pode ser FATO ATÍPICO.
que a culpabilidade não integra o delito, mas é seu elemen-
to ou característica do fato, atuando como liame entre o
autor do crime e a pena (JESUS, 2014, p. 55).
a) Imprudência: É a prática de um fato perigoso desne-
cessário (Exemplo: dirigir em alta velocidade).
b) Negligência: É a falta de atenção, preocupação
(Exemplo: Deixar arma de fogo perto de uma criança.
c) Imperícia: É a falta de habilidade técnica para algo
(Exemplo: Médico que não sabe fazer cirurgia, mas a faz).

14
#FicaDica
O Direito Penal brasileiro aceita somente a culpa exclusiva da vítima, ou seja, não existe a figura da culpa
concorrente (entre a vítima e o acusado).

Crime preterdoloso
Ocorre quando há o dolo na ação/omissão antecedente, mas a culpa no consequente, ou seja, acontece quando o de-
linquente produz resultado mais grave que pretendia.
Exemplo: Sujeito deseja roubar uma pessoa, porém mata sem querer a vítima durante o roubo.

Crime preterdoloso e crime qualificado pelo resultado


Atente-se que não são sinônimos, já que o crime qualificado pelo resultado, ao contrário do preterdoloso, o resultado
ulterior, mais grave, derivado involuntariamente da conduta criminosa, lesa um bem jurídico que, por sua natureza, não
contém o bem jurídico precedentemente lesado (BITENCOURT, 2010, p. 343).
Exemplo: Lesão corporal seguida de morte é preterdoloso, enquanto o aborto seguido de morte da gestante é qualifi-
cado pelo resultado, ou seja, nunca se conseguirá matar uma pessoa sem ofender sua saúde ou integridade corporal (como
a lesão corporal seguida de morte), enquanto para matar alguém não se terá necessariamente de fazê-lo abortar (aborto
com ou sem consentimento da gestante, qualifica-se pelo resultado) (BITENCOURT, 2010, p. 343).
Erro de Tipo
Erro de tipo é aquele que recai sobre circunstância elementar da descrição típica. É a falsa percepção da realidade sobre
um elemento constitutivo de crime (BITENCOURT, 2010, p. 325).
Divide-se em duas espécies, sendo: a) erro de tipo essencial, o qual sempre exclui o dolo (para fatos inevitáveis), porém
podendo-se punir pela culpa caso seja evitável; b) erro de tipo inevitável (ou acidental), o qual exclui a tipicidade por algo
subjetivo do crime.

Tipos de erro essencial:


a) Erro de tipo incriminador: Aquele que faz o sujeito supor a ausência de elemento ou circunstância da figura típica
incriminadora ou a presença de requisitos permissivos (JESUS, 2014, p. 118).
b) Erro de tipo permissivo: Caso o sujeito, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias do fato, suponha estar em
face de alguma causa de exclusão de ilicitude, como legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício
regular de direito ou estado de necessidade, este fica isento de pena. Pode-se punir por culpa (JESUS, 2014, p. 118).
c) Erro de proibição: Se o sujeito não tem a possibilidade de saber que o fato é proibido, a culpabilidade fica afastada.
Ressalta-se que somente ocorre a isenção de pena em caso de desconhecimento inevitável da proibição, já que se
for evitável cabe apenas diminuição da pena de um sexto a um terço.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


Tipos de erro acidental:
a) Erro sobre a pessoa: Ocorre quando o sujeito atinge uma pessoa supondo se tratar da pessoa que deveria atingir. É
um erro entre pessoas, ou seja, o autor desejava acertar uma, mas acertou outra acreditando ser a pessoa certa. As
condições ou qualidades da vítima real são desconsideradas, considerando somente as qualidades da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime.
b) Aberratio Ictus (Erro na execução): É a aberração ao ataque ou desvio do golpe. Ocorre quando o sujeito, preten-
dendo atingir uma pessoa, vem a ofender outra. Aplica-se somente aos crimes dolosos. Exemplo: Erro de pontaria,
quando o projétil devia-se da trajetória acertando outra pessoa no disparo (JESUS, 2014, p. 326).
c) Aberratio criminis (Resultado diverso do pretendido): É o desvio do crime. Enquanto na aberratio ictus existe erro de
execução quanto à pessoa (erra a pessoa, a vítima), na aberratio criminis erra-se um bem jurídico.

Erros Essenciais
Erro de tipo incriminador (art. 20 do CP) Fato Típico
Erro de tipo permissivo (art. 20, § 1º do CP) Excludente de ilicitude
Erro de proibição (art. 21 do CP) Culpabilidade

Erros acidentais
Erro sobre a pessoa (art. 20, § 3º do CP) Relação com a vítima
Aberratio Ictus (art. 73 do CP) Relação com a vítima
Aberratio Criminis (art. 74 do CP) Relação com bem jurídico

15
Classificação Jurídica dos crimes Crimes comissivos e omissivos
Crime material: Aquele que existe um resultado previsto a) Comissivo: Aquele crime que é necessária uma ação
em lei, sendo exigida sua consumação, ou seja, deve-se ter positiva visando o resultado criminoso. Exemplo: Ho-
um dano efetivo. Exemplo: Homicídio (art. 121 do CP). micídio, onde matar alguém é uma ação.
Crime Formal: Aquele que existe um resultado previsto b) Omissivo: Pode ser próprio, quando o agente fica em
em lei, mas não é exigida sua consumação, ou seja, não omissão diante de algo, ou seja, uma inatividade que
é necessário um dano efetivo, bastando-se a vontade de constitui crime. (Exemplo: Omissão de socorro, ou
concretizá-lo. Exemplo: Extorsão (art. 158 do CP). seja, o agente deveria salvar, mas ficou inativo sem
Crime de Mera Conduta: Aquele em que a conduta já justificativa); ou impróprio, quando a omissão é o
consuma o crime. O tipo penal não descreve um resultado meio pelo qual se alcançará o resultado, a pretensão
(naturalístico), apenas uma conduta, ou seja, basta fazer a do autor, a vontade delitiva. (Exemplo: Salva-vidas
conduta. Exemplo: Omissão de Socorro (art. 135 do CP). que deveria salvar uma pessoa, mas deixou de salvar
Crime Complexo: Aquele que é necessária uma fusão de por ser um desafeto pessoal – responde por Homi-
dois ou mais crimes. Exemplo: Crime de Roubo (art. 157 do cídio Doloso consumado). Nestes crimes, o agente
CP), nada mais é que o crime de furto (art. 155 do CP) com responde não pela simples omissão, mas pelo resul-
grave ameaça (art. 147 do CP). tado decorrente desta, já que estava, juridicamente,
Crime Comum: Aquele que pode ser praticado por obrigado a impedir.
qualquer pessoa.
Crime Próprio: Há agentes próprios, somente pode ser Crimes de dano ou perigo
praticado por determinadas pessoas, como os crimes prati- a) Crime de Dano: Aquele que se consuma com a efeti-
vidade de um dano. (Exemplo: Lesão Corporal – Art.
cados por funcionário público.
129 do CP).
Crime de Mão Própria: Aquele que somente o autor
b) Crime de Perigo: Aquele que não exige um dano,
pode praticar, não tendo a possibilidade de pedir para ou-
apenas o perigo de dano. (Exemplo: Periclitação a
tra pessoa fazer. Exemplo: Falso testemunho (art. 342 do vida ou saúde de outrem - Art. 132 do CP).
CP).
Crime consumado: Aquele concretizado, com todos os
elementos do tipo penal. #FicaDica
Crime tentado: Ocorre quando o crime não se consuma
Crimes de perigo concreto: Quando deve ser
por circunstâncias alheias a vontade do sujeito. comprovado o perigo do crime, a situação de
Crime falho: É a tentativa perfeita. risco corrida pelo bem juridicamente protegido.
Crime de ação única: Ocorre quando o agente pratica o Crimes de perigo abstrato: É presumido, não
tipo penal que descreve somente um verbo, uma conduta. precisando ser provado o perigo concreto
Exemplo: Homicídio, bastando-se matar alguém. do ato, a lei já entende como perigoso
Crime de ação múltipla (conteúdo variado ou tipo mis- independente de prova.
to): O tipo penal tem mais de uma conduta, um verbo.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

Exemplo: O artigo 122 diz induzir, instigar ou auxiliar al-


guém a suicidar-se, ou seja, três verbos. Concurso de crimes e crime continuado
Crime Unissubjetivo (unilateral, monossubjetivo ou Concursos de crimes: Pode ser material (art. 69 do Códi-
concurso eventual): Quando o tipo penal possibilita a pra- go Penal) e formal (art. 70 do Código Penal).
tica do crime por uma pessoa. Ressalta-se que pode ser a) Concurso Material: Ocorre quando o sujeito, me-
praticado por mais pessoas também. (Exemplo: Homicídio diante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
– art. 121 do CP). ou mais crimes, podendo ser homogêneo (mesmo
Crime Plurissubjetivo (concurso necessário): Quando o crime) ou heterogêneo (crimes diferentes).
tipo penal somente possibilita a pratica delitiva por várias Várias condutas (ação ou omissão)
pessoas. (Exemplo: Formação de quadrilha – art. 288; Rixa Vários Crimes Soma as penas
– art. 137).
Crime Unissubsistente: Crime praticado por apenas um #FicaDica
ato, não havendo a possibilidade de fracionar em atos.
(Exemplo: Injúria –art. 140 do CP). Em caso de crimes diferentes, executar-se-á
Crime Plurissubsistente: Aquele que pode ser praticado primeiro o crime com pena de reclusão,
por mais de um ato. (Exemplo: Homicídio – Art. 121 do CP). posteriormente o de detenção.
Crime de Forma Livre: Quando não há um modo a ser
seguido, um jeito certo a ser praticado. (Exemplo: Homicí-
dio- Art. 121 do CP). #FicaDica
Crime de Forma Vinculada: Quando há uma forma a ser
seguida. (Exemplo: Estupro – Art. 213 do CP – Deve-se ter É possível o concurso material entre crime e
a conjunção carnal). contravenção.

16
b) Concurso Formal: Ocorre quando o sujeito, mediante Legítima Defesa
uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, Usar moderadamente meios para repelir injusta agres-
podendo também ser crimes homogêneos (iguais) são atual ou eminente sua ou de outrem. Neste caso, ex-
ou heterogêneos (diferentes) clui-se a ilicitude do fato.
b1) Concurso Formal Perfeito: Quando houver somen- Ressalta-se que a vingança afasta a legítima defesa.
te um dolo ou culpa (designo único), aumenta-se a Há a legítima defesa putativa, a qual o agente supõe a
pena em 1/6 à 1/2 . existência de uma agressão injusta, mas esta não existe na
b2) Concurso Formal Imperfeito: Quando houver vários realidade, no mundo real. Pode, neste caso, diminuir a pena.
dolos (desígnios autônomos), devem-se somar as
penas.
#FicaDica
Uma ação ou omissão Vários crimes Pode somar (vários
O Policial que dispara sua arma contra
dolos) ou aumentar (quando há um dolo ou culpa)
delinquente armado que esta apontando uma
arma para o mesmo age em legítima defesa.
#FicaDica
Concurso Material Benéfico: Ocorre quando a
soma das penas é melhor que o aumento dela, #FicaDica
geralmente se vê quando há crimes com muita A palavra-chave para legítima defesa é
pena e pouca pena – Exemplo: homicídio + AGRESSÃO.
lesão corporal leve.

Crime Continuado Estrito cumprimento do dever legal


Exclui-se a ilicitude com base no dever imposto pela Lei,
Ocorre quando há várias condutas, com crimes iguais,
como exemplo o policial que age com mandado de prisão.
nas mesmas condições de tempo, lugar e modo de execu-
ção, aumentando-se a pena de 1/6 a 1/2.
Várias condutas (ação ou omissão) Crimes da mesma #FicaDica
espécie continuação
Funcionário público é a palavra-chave.
#FicaDica
Os crimes devem ser susequentes, pelas Exercício regular de direito
condições de tempo, lugar e modo de execução, Ocorre quando o agente age dentro dos limites em que
ou seja, como continuação do primeiro crime. a Lei autoriza, quando é um direito deste exercer algo que

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


para outros seria uma conduta criminosa. Exemplo: Luta-
dor de MMA que pratica lesão corporal contra adversário
#FicaDica durante a luta.

Quando há várias condutas gerando vários


crimes = Concurso Material ou Crime #FicaDica
Continuado. Ofendículas (cerca elétrica, vidro no muro,
Quando há uma conduta gerando vários crimes arame) é considerado legitima defesa pela
= Concurso Formal (perfeito ou imperfeito). doutrina predominante.

Ilicitude – Excludentes de ilicitude.


O fato para ser punível deve ser típico (previsto em lei), Excesso punível
ilícito (antijurídico) e culpável (culpabilidade). Há determi- Em qualquer das hipóteses do artigo 23 do Código Pe-
nadas hipóteses que não configuram fato ilícito. São elas: nal, ou seja, a) estado de necessidade; b) legítima defesa; c)
estrito cumprimento do dever legal; d) exercício regular de
Estado de necessidade direito; o agente, se cometer excesso na sua ação, respon-
Ocorre quando o sujeito pratica o fato para salvar peri- derá por este excesso de forma dolosa ou culposa.
go atual que não praticou ou nem pode evitar. Neste caso, Exemplo1: Em um início de briga, a pessoa A dispara um
exclui-se a ilicitude do fato. soco contra a pessoa B, que em legítima defesa se defende
Em caso de sacrifício não razoável, pode-se diminuir a do soco, saca uma arma de fogo e mata A. Há evidente
pena de um terço a dois terços. excesso punível, já que a legítima defesa deveria ser em
proporção equivalente à injusta agressão que A estava pra-
ticando.

17
Exemplo2: Y entra na casa de X com o intuito de praticar
o crime de roubo. X encontra Y no momento do crime. Y
vai para cima de X com o intuito de prevenir que X consiga EXERCÍCIO COMENTADO
fugir e acionar a polícia. Durante a briga, X consegue pegar
uma faca de cozinha e esfaqueia Y por 40 vezes no peito, 1) POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia – CESPE-
matando este na hora. Há também um excesso punível, já 2013: Considere que João, maior e capaz, após ser agre-
que poderia ter repelido a agressão de forma mais propor- dido fisicamente por um desconhecido, também maior
cional. e capaz, comece a bater, moderadamente, na cabeça do
agressor com um guarda - chuva e continue desferindo
Teoria geral da culpabilidade nele vários golpes, mesmo estando o desconhecido de-
A culpabilidade é a reprova daquele que deveria agir de sacordado. Nessa situação hipotética, João incorre em ex-
acordo com os mandamos da Lei. cesso intensivo.
Exclui-se a culpabilidade por:
( ) Certo ( ) Errado
a) Ausência de imputabilidade
Ocorre para menores de idade, embriaguez completa Resposta: Errado. O excesso intensivo ocorre quando
acidental (por fora maior) e patológica.
o agente age sem moderação enquanto a agressão está
Consta esclarecer as modalidades de embriaguez:
em curso, enquanto o excesso extensivo ocorre quando o
I- Embriaguez preordenada: Ocorre quando o agente
agente reage excedendo em sua reação após o agressor
se embriaga para praticar o crime. É uma causa agra-
ter acabado sua agressão. Deste modo, a questão se trata
vante de pena.
II- Embriaguez voluntária ou culposa: Ocorre quando o de um excesso extensivo.
agente se embriaga por negligência ou por vontade
própria. Neste caso, o agente responde pelo delito 2) POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia – CESPE-
como se estivesse sóbrio. 2013: No que se refere às causas de exclusão da ilicitude e
III- Embriaguez acidental ou involuntária: Ocorre quan- à prescrição, julgue os seguintes itens. Ocorre legítima de-
do o agente se embriaga por caso fortuito ou força fesa sucessiva, na hipótese de legítima defesa real contra
maior (ex: desconhecendo ou não sabendo que esta- legítima defesa putativa.
va ingerindo droga).
Em crime com embriaguez acidental completa, afasta- ( ) Certo ( ) Errado
-se a imputabilidade, excluindo-se a culpabilidade;
sendo embriaguez acidental incompleta, diminui-se Resposta: Errado. A legítima defesa sucessiva ocorre
de um terço a dois terços a pena. quando há uma repulsa ao excesso injusto, ou seja, a
IV- Embriaguez patológica: É considerada doença men- legítima defesa sucessiva ocorre contra o excesso de
tal. Afasta-se a imputabilidade, excluindo-se a culpa- legítima defesa.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

bilidade por inimputabilidade.


3) POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia – CESPE
b) Por ausência de potencial conhecimento da ilicitude – 2013: No arrependimento eficaz, é irrelevante que o
É o erro de proibição inevitável, ocorrendo quando o agente proceda virtutis amore ou formidine poence , ou
agente imagina ser proibido o permitido, bem como aque- por motivos subalternos, egoísticos, desde que não tenha
le que pensa ser permitida a conduta proibida. sido obstado por causas exteriores independentes de sua
Caso o erro seja evitável, deve-se reduzir a pena pelo vontade.
artigo 21 do Código Penal, de um sexto a um terço. Em se
tratando de erro inevitável, exclui-se a culpabilidade. ( ) Certo ( ) Errado
c) Por ausência de exigibilidade de conduta diversa
Resposta: Certo. No arrependimento eficaz não se faz
Divide-se em duas modalidades:
necessária a motivação pessoal do agente, ou seja, o
I – Coação Moral Irresistível: Afasta-se a culpabilidade
motivo pelo qual este se arrependeu e decidiu conti-
do fato, punindo-se o coautor pelo ato do coagido.
nuar o delito. Deste modo, basta que a desistência seja
II- Obediência hierárquica: Deve-se punir somente o
autor da ordem, o superior hierarquicamente, ex- uma ação voluntária (espontânea).
cluindo-se a culpabilidade do agente.
4) POLÍCIA FEDERAL – Escrivão da Polícia Federal -
CESPE – 2004: Leandro desferiu cinco facadas contra o
tórax de Régis, com intenção de matá-lo, executando, as-
sim, o plano que havia elaborado. No entanto, ao sair do
local, mudou de idéia e resolveu socorrer Leandro, levan-
do-o ao hospital e evitando que ele falecesse. Nessa situa-
ção, a ação de Leandro caracteriza desistência voluntária,

18
pois, já tendo ultimado o processo de execução do crime, Em caso de menoridade (art. 27 do CP), aplicar-se-á
desenvolveu voluntariamente nova atividade, impedindo medida socioeducativa (adolescentes -ECA)
a produção do resultado, razão por que responderá por Por fim, em caso de embriaguez acidental completa ou
lesão corporal. patológica (que demonstra a incapacidade total do acusa-
do), exclui-se a culpabilidade.
( ) Certo ( ) Errado
Concurso de pessoas
Resposta: Errado. Não há desistência voluntária no Um fato punível pode ser obra de um ou de vários
caso, mas sim arrependimento eficaz, tendo em vista agentes, leia-se sujeitos ativos do crime, devendo-se ter um
que o Leandro praticou todos os atos executórios do acordo de vontade, liame subjetivo para pratica delitiva.
crime, não permitindo a consumação do delito por estar A Teoria Monista entende que todos (autor, co-autor e
arrependido. partícipe) respondem pelo mesmo crime, de acordo com
sua culpabilidade. (Exemplo: o sujeito que empresta a arma
5) POLÍCIA FEDERAL – Escrivão de Polícia – CESPE – de fogo, colaborando assim no homicídio doloso, deve ser
2004: Cecília colocou a mão no bolso esquerdo e, poste- denunciado por homicídio, porém em acordo com sua cul-
riormente, no bolso direito da roupa de uma transeunte, pabilidade).
com a intenção de subtrair-lhe dinheiro. Não encontrou, a) Autor: É aquele que domina a situação (teoria do do-
contudo, qualquer objeto de valor. Nessa situação, houve mínio do fato), tem colaboração essencial para o su-
crime impossível e, assim, Cecília não responderá por crime cesso do crime.
algum. A autoria pode ser reconhecida independentemente de
o agente praticar ou não o núcleo do tipo penal, ou seja, o
( ) Certo ( ) Errado mandante, quem contratou a prática delitiva, deve ser con-
siderado autor, já que teve o domínio do delito.
Resposta: Certo. O ato da Cecília se trata de um crime b) Coautor: Somente ocorre quando há dois ou mais
impossível, por absoluta impropriedade do objeto. autores do crime em acordo de vontade e domínio
do fato. Cada um tem uma função dentro da práti-
IMPUTABILIDADE ca delitiva, o coautor tem função essencial, já que se
subentende que caso este pare, o crime poderá ser
A ausência de imputabilidade ocorre, como se sabe, frustrado.
para menores de 18 anos de idade, doentes mentais ou Na coautoria não há relação de acessoriedade entre os
pessoas com desenvolvimento mental incompleto ou re- criminosos, mas sim de imediata imputação recíproca, já
tardado. Entretanto, consta esclarecer que a embriaguez que todos desempenham uma função fundamental com
completa acidental (por força maior) e a patológica tam- objetivo comum (BITENCOURT, 2010, p. 490).
bém são excludentes de culpabilidade. Vejamos as modali- O autor da pratica delitiva pode ser o intelectual, o ela-
dades de embriaguez: borador da prática delitiva, enquanto o coautor será o exe-
I- Embriaguez preordenada: Ocorre quando o agente se cutor. Este é um caso de autoria indireta, ou mediata, já que

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


embriaga para praticar o crime. É uma causa agra- o autor do delito somente elaborou e organizou o crime,
vante de pena. sendo executado por outro, o coautor.
II- Embriaguez voluntária ou culposa: Ocorre quando o c) Participação: Chega-se a conclusão que alguém é
agente se embriaga por negligência ou por vontade partícipe do crime pelo método de exclusão. Ocor-
própria. Neste caso, o agente responde pelo delito re quando a contribuição para o crime é acessória,
como se estivesse sóbrio. não tendo grande importância para o sucesso delitivo
III- Embriaguez acidental ou involuntária: Ocorre quando (Exemplo: Dar faca ou arma para alguém praticar um
o agente se embriaga por caso fortuito ou força maior crime).
(ex: desconhecendo ou não sabendo que estava inge- Diminui-se a pena de um sexto a um terço, de acordo
rindo droga). com o artigo 29 do Código Penal.
Se partícipe quis participar de um crime menos grave,
Em crime com embriaguez acidental completa, afasta- porém durante a prática delitiva ocorre outro crime mais
-se a imputabilidade, excluindo-se a culpabilidade; sendo grave, este responderá somente pelo crime que quis parti-
embriaguez acidental incompleta, diminui-se de um terço cipar. Entretanto, aumenta-se a pena até a metade nos caso
a dois terços a pena. em que o partícipe quis participar de crime menos grave,
IV- Embriaguez patológica: É considerada doença men- porém era previsível o resultado mais grave.
tal. Afasta-se a imputabilidade, excluindo-se a culpa- Exemplo 1: O partícipe empresta um pé de cabra para
bilidade por inimputabilidade. um crime de roubo, mas o autor estupra a vítima também.
O partícipe responde só pela participação no roubo.
1. Resumo Exemplo 2: O partícipe empresta arma de fogo para um
Em caso de imputabilidade por doença mental ou de- crime de roubo em uma residência, porém durante a prática
senvolvimento mental incompleto ou retardado, a absolvi- delitiva de roubo o autor vem a matar a vítima para garantir
ção do acusado será imprópria, podendo-se aplicar medi- o crime (latrocínio). Caso seja comprovada a previsibilidade
da de segurança. do resultado, pode-se aumentar a pena até a metade.

19
Prezado candidato, aqui você teve acesso a uma organiza- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e
ção resumida dos principais assuntos abordados ao longo multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
dos primeiros artigos da lei referida. Visto sua extensão su- Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço
gerimos que acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ até a metade se da modificação ou alteração resulta
decreto-lei/Del2848compilado.htm dano para a Administração Pública ou para o adminis-
trado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
São aqueles praticados contra os órgãos da administra-
ção pública, sendo subdividido em 5 capítulos. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou do-
cumento
TÍTULO XI Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento,
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou
CAPÍTULO I inutilizá-lo, total ou parcialmente:
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL constitui crime mais grave.

Peculato Emprego irregular de verbas ou rendas públicas


Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di- Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou diversa da estabelecida em lei:
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Concussão
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário públi- Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indi-
co, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou retamente, ainda que fora da função ou antes de assu-
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, mi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilida- Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
de que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Excesso de exação
Peculato culposo § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
crime de outrem: devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gra-
Pena - detenção, de três meses a um ano. voso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do 8.137, de 27.12.1990)
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a pu- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Re-
nibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
imposta. § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

Peculato mediante erro de outrem aos cofres públicos:


Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utili- Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
dade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de
outrem: Corrupção passiva
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
Inserção de dados falsos em sistema de informa- antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem inde-
ções (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) vida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevida- (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
mente dados corretos nos sistemas informatizados ou § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conse-
bancos de dados da Administração Pública com o fim qüência da vantagem ou promessa, o funcionário re-
de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou tarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) pratica infringindo dever funcional.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou re-
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) tarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem:
Modificação ou alteração não autorizada de siste- Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
ma de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000) Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, siste- Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a
ma de informações ou programa de informática sem prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Re-
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) dação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

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Prevaricação Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevida- o fato não constitui crime mais grave.
mente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (In-
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
pessoal: I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimen-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. to e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de infor-
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao pre- mações ou banco de dados da Administração Pública;
so o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
que permita a comunicação com outros presos ou com II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído
o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de pela Lei nº 9.983, de 2000)
2007). § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (In-
Condescendência criminosa cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
responsabilizar subordinado que cometeu infração no Violação do sigilo de proposta de concorrência
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrên-
não levar o fato ao conhecimento da autoridade com- cia pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de de-
petente: vassá-lo:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Advocacia administrativa Funcionário público


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efei-
privado perante a administração pública, valendo-se tos penais, quem, embora transitoriamente ou sem re-
da qualidade de funcionário: muneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
quem trabalha para empresa prestadora de serviço con-
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
tratada ou conveniada para a execução de atividade típi-
ca da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983,
Violência arbitrária
de 2000)
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os
a pretexto de exercê-la:
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocu-
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
pantes de cargos em comissão ou de função de direção
pena correspondente à violência.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fun-
Abandono de função dação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos 6.799, de 1980)
permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. CAPÍTULO II
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CON-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. TRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
de fronteira: Usurpação de função pública
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou pro- Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
longado Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exer- Resistência
cê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante
que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: violência ou ameaça a funcionário competente para exe-
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. cutá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Violação de sigilo funcional § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do Pena - reclusão, de um a três anos.
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar- § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
-lhe a revelação: das correspondentes à violência.

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Desobediência IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário alheio, no exercício de atividade comercial ou indus-
público: trial, mercadoria de procedência estrangeira, desacom-
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. panhada de documentação legal ou acompanhada de
documentos que sabe serem falsos. (Redação dada pela
Desacato Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efei-
função ou em razão dela: tos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive
o exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
9.127, de 1995) § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de desca-
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou minho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
pretexto de influir em ato praticado por funcionário
Contrabando
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
nº 9.127, de 1995)
(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se § 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº
o agente alega ou insinua que a vantagem é também 13.008, de 26.6.2014)
destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contraban-
9.127, de 1995) do; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria
Corrupção ativa que dependa de registro, análise ou autorização de ór-
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a gão público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008,
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omi- de 26.6.2014)
tir ou retardar ato de ofício: III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) 26.6.2014)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio,
retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo no exercício de atividade comercial ou industrial, mer-
dever funcional. cadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

Descaminho V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou


Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei
pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades
nº 13.008, de 26.6.2014) comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (In-
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
cluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contra-
Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
bando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014) Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descami- Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência
nho; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) pública ou venda em hasta pública, promovida pela ad-
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de ministração federal, estadual ou municipal, ou por en-
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, tidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concor-
no exercício de atividade comercial ou industrial, mer- rente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça,
cadoria de procedência estrangeira que introduziu fraude ou oferecimento de vantagem:
clandestinamente no País ou importou fraudulenta- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
mente ou que sabe ser produto de introdução clan- além da pena correspondente à violência.
destina no território nacional ou de importação frau- Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abs-
dulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei tém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem ofe-
nº 13.008, de 26.6.2014) recida.

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Inutilização de edital ou de sinal § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído
público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, pela Lei nº 9.983, de 2000)
por determinação legal ou por ordem de funcionário
público, para identificar ou cerrar qualquer objeto: CAPÍTULO II-A
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CON-
TRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
Subtração ou inutilização de livro ou documento (Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente,
livro oficial, processo ou documento confiado à custó- Corrupção ativa em transação comercial internacio-
dia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular nal
em serviço público: Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indi-
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não retamente, vantagem indevida a funcionário público
constitui crime mais grave. estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 9.983, de 2000) 10467, de 11.6.2002)
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social pre- Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (In-
videnciária e qualquer acessório, mediante as seguin- cluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
tes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um ter-
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de ço), se, em razão da vantagem ou promessa, o funcio-
documento de informações previsto pela legislação nário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofí-
previdenciária segurados empregado, empresário, tra- cio, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído
balhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000) Tráfico de influência em transação comercial inter-
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios nacional (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
da contabilidade da empresa as quantias descontadas Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou
tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de promessa de vantagem a pretexto de influir em ato pra-
2000) ticado por funcionário público estrangeiro no exercício
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros au- de suas funções, relacionado a transação comercial in-
feridos, remunerações pagas ou creditadas e demais ternacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
fatos geradores de contribuições sociais previdenciá- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


rias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) o agente alega ou insinua que a vantagem é também
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontanea- destinada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei
mente, declara e confessa as contribuições, impor- nº 10467, de 11.6.2002)
tâncias ou valores e presta as informações devidas à
previdência social, na forma definida em lei ou regula- Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei
mento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
nº 9.983, de 2000) Art. 337-D. Considera-se funcionário público estran-
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou apli- geiro, para os efeitos penais, quem, ainda que transito-
car somente a de multa se o agente for primário e de riamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº ou função pública em entidades estatais ou em repre-
9.983, de 2000) sentações diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive aces- Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público es-
sórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela trangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em
previdência social, administrativamente, como sendo o empresas controladas, diretamente ou indiretamente,
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. pelo Poder Público de país estrangeiro ou em orga-
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) nizações públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua fo- 10467, de 11.6.2002)
lha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00
(um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a
pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

23
CAPÍTULO IV Lei nº 10.028, de 2000)
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de pro-
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) mover o cancelamento do montante de restos a pagar
inscrito em valor superior ao permitido em lei: (Incluído
Contratação de operação de crédito pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (In-
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização le- cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
gislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído Aumento de despesa total com pessoal no último
pela Lei nº 10.028, de 2000) ano do mandato ou legislatura (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, 10.028, de 2000)
autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou ex- Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
terno: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
I – com inobservância de limite, condição ou montante cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Fede- da legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
ral; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapas- pela Lei nº 10.028, de 2000)
sa o limite máximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei
nº 10.028, de 2000) Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
pagar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) pública ou a colocação no mercado financeiro de títu-
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos los da dívida pública sem que tenham sido criados por
a pagar, de despesa que não tenha sido previamente lei ou sem que estejam registrados em sistema centra-
empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: lizado de liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (In- pela Lei nº 10.028, de 2000).
cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
#FicaDica
Assunção de obrigação no último ano do mandato
ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Em caso de prevaricação a consumação ocorre
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obri- com a omissão, retardamento ou realização do
gação, nos dois últimos quadrimestres do último ano ato.
do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste par-


cela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha #FicaDica
contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) No caso de advocacia administrativa, pode
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído ser sujeito ativo por participação o particular
pela Lei nº 10.028, de 2000) que induza, instigue ou auxilie o funcionário
público.
Ordenação de despesa não autorizada (Incluído
pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (In- #FicaDica
cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído Em caso de corrupção ativa, absolvido o
pela Lei nº 10.028, de 2000) corrompido, é inadmissível que se condene o
corruptor, não havendo prova de que aquele
Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº recebeu a vantagem ilícita. (JESUS, 2014, p.
10.028, de 2000) 1231).
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito
sem que tenha sido constituída contragarantia em va-
lor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na
forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluí-
do pela Lei nº 10.028, de 2000)

Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela

24
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção pra-
#FicaDica ticada no território nacional.
A denunciação caluniosa absorve a calúnia Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação
(princípio da consunção), porém não absorve ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta
a injúria e a difamação. (JESUS, 2014, p. 1277).
o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de
outra, qualquer efeito jurídico.

#FicaDica Comentário: Para a configuração da contravenção, é


necessário a ação ou omissão, porém é necessário para que
O crime de descaminho admite a aplicação do produza efeito jurídico, analisar se a Lei traz a dependência
princípio da insignificância do dolo ou da culpa para a caraterização da contravenção.
Na contravenção basta a voluntariedade omissiva ou
comissiva, ou seja, a voluntariedade prevista leva o inter-
#FicaDica prete a uma análise intuitiva das condutas previstas como
contravenções penais, já que determinados casos será pos-
Corrupção ativa e passiva não são crimes sível detectar que se trata de uma conduta negligente.
necessariamente bilaterais. Nem sempre
quando houver corrupção passiva, haverá Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
corrupção ativa ou vice e versa.
Comentário: Atenção, não cabe tentativa nas contra-
venções penais.

LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS (DECRETO Art. 5º As penas principais são:


LEI N.º 3.688, DE 03 DE OUTUBRO DE 1941). I – prisão simples.
II – multa.
Não existem penas de reclusão ou detenção para o
A infração penal esta engloba tanto o crime (ou delito), condenado por contravenção penal
como a contravenção penal. Portanto, o crime e a contra-
venção penal são espécies do gênero infração penal. Comentário: O Código Penal dispõe em seu artigo 49
- Crime: caracteriza-se por ter pena sempre de reclusão do Código Penal (10 a 360 dias multa e o dia multa valora-
ou detenção, cumulada ou não com multa. Tem ca-
do entre 1/30 a 5 vezes o maior salário mínimo).
ráter repressivo, situando o Direito somente após a
O Código Penal em seu artigo 59, disporá acerca da
ocorrência do dano a alguém.
fiação da Pena, cujo regime será semiaberto e aberto.
- Contravenção: caracteriza-se pela prisão simples e
Os Juizados Especiais Criminais serão competentes

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multa ou só multa. Caráter preventivo, visando a Lei
das Contravenções Penais a coibir condutas cons- para julgar as contravenções penais.
cientes que possam trazer prejuízo a alguém.
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida,
DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial
ou seção especial de prisão comum, em regime semia-
Lei das Contravenções Penais berto ou aberto.
§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre
O Presidente da República, usando das atribuições separado dos condenados a pena de reclusão ou de
que lhe confere o artigo 180 da Constituição, detenção.
§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não
DECRETA: excede a quinze dias.

LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS Comentário: Na Lei de Execuções Penais (7.210/84)


PARTE GERAL o trabalho do condenado é obrigatório, enquanto que o
trabalho para o preso provisório e o condenado por crime
Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do político é facultativo (art. 31 e 200 da LEP)
Código Penal, sempre que a presente lei não disponha
de modo diverso. Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pra-
tica uma contravenção depois de passar em julgado a
Comentário: As Contravenções penais, ou seja, infra- sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no es-
ção penal punida apenas com prisão simples e/ou multa, trangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo
são aplicadas as regras gerais do Código Penal, caso esta de contravenção.
Lei não trate do tema de modo diferente.

25
Comentário: Base legal: art. 7º da LCP e Art. 63 CP, que Art. 12. As penas acessórias são a publicação da senten-
prevê: Verifica-se a reincidência quando o agente comete ça e as seguintes interdições de direitos:
novo crime, depois detransitar em julgado a sentença que, I – a incapacidade temporária para profissão ou ativi-
no País ou no estrangeiro, otenha condenado por crime an- dade, cujo exercício dependa de habilitação especial,
terior. licença ou autorização do poder público;
lI – a suspensão dos direitos políticos.
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreen- Parágrafo único. Incorrem:
são da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o
aplicada. condenado por motivo de contravenção cometida com
abuso de profissão ou atividade ou com infração de de-
Comentário: Antigamente falava-se de erro de direito ver a ela inerente;
e erro de fato, hoje se falaerro de tipo (art. 20 do CP) e erro b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa
de proibição (art. 21 do CP),sendo que eles não guardam de liberdade, enquanto dure a execução do pena ou a
estreita correlação de igualdade. Noentanto o erro de direi- aplicação da medida de segurança detentiva.
to pode ser tratado como um erro de proibição(art. 21, do
CP), que, no artigo em estudo, gera o perdão judicial,con- Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, as me-
siderando a expressão utilizada “a pena pode deixar de ser didas de segurança estabelecidas no Código Penal, à
aplicada”. exceção do exílio local.
Para alguns doutrinadores o art. 21 do Código Penal
teria revogadoo art. 8º da LCP, pois lá o erro de proibição, Comentário: A medida de segurança para as contra-
quando escusável(invencível) exclui a culpabilidade que é venções penais seguem as mesmas regras do Código Penal
mais benéfico do queaplicação do perdão judicial. No en- (art. 96 e seguintes).
tanto outros autores afirma que oart. 8º deve prevalecer, por
se tratar de uma lei especial, em relação ao Código Penal Art. 14. Presumem-se perigosos, além dos indivíduos a
que se referem os ns. I e II do art. 78 do Código Penal:
Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acor- I – o condenado por motivo de contravenção cometido,
do com o que dispõe o Código Penal sobre a conversão em estado de embriaguez pelo álcool ou substância de
de multa em detenção. efeitos análogos, quando habitual a embriaguez;
Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a II – o condenado por vadiagem ou mendicância;
conversão em prisão simples se faz entre os limites de III e IV – (Revogados)
quinze dias e três meses.
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em insti-
Comentário: O art. 9º dispõe que a multa converte-se tuto de trabalho, de reeducação ou de ensino profissio-
em prisão simples, de acordo com o que dispõe o Código nal, pelo prazo mínimo de um ano:
Penal sobre a conversão de multa em detenção. A doutrina I – o condenado por vadiagem (art. 59);
entende que essa norma foi revogado pelo art. 51 do CP, o II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu pará-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

qual postula que a pena de multa será considerada dívida de grafo);


valor, de modo que, se inadimplida, deve ser executada na III – (Revogado)
vara de fazenda pública, não gerando prisão.
Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, manicômio judiciário ou em casa de custódia e trata-
em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a impor- mento é de seis meses.
tância das multas ultrapassar cinquenta contos. Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de
decretar a internação, submeter o indivíduo a liberdade
Comentário: O presente artigo limita a pena de prisão vigiada.
simples, que não poderá ser superior a 5 anos. A multa do
mesmo modo não poderá Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade
proceder de ofício.
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz
pode suspender por tempo não inferior a um ano nem Comentário: Competência: Justiça comum estadual
superior a três, a execução da pena de prisão simples, (art. 109, IV, CF). Juizados Especiais Criminais.
bem como conceder livramento condicional. Dispõe a Súmula 38 do STJ que compete a justiça estadual
comum, na vigência da constituição de 1988, o processo por
Comentário: A lei em comento não elenca os requisitos contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de
para a concessão do sursis e livramento condicional, reme- bens, serviços ou interesse da união ou de suas entidades.
tendo o art. 11 às condições legais do CP e LEP. As condições As Lesões Leves e culposas são infrações mais graves
do sursis para contravenções são as mesmas do art. 77 e 78 do que as contravenções penais, exigem representação para
do CP. A diferença entre o sursis da LCP e a do CP está no propositura da ação penal. Neste sentido, o STF firmou po-
prazo de duração. Ao livramento condicional das contraven- sicionamento que a contravenção de vias de fato também
ções, aplicam-se as regras do art. 83 do CP. exige representação.

26
PARTE ESPECIAL Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e
nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apre-
CAPÍTULO I sentada como doente mental:
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comuni-
Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou car a autoridade competente, no prazo legal, interna-
vender, sem permissão da autoridade, arma ou muni- ção que tenha admitido, por motivo de urgência, sem
ção: as formalidades legais.
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou mul- § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias
ta, de um a cinco contos de réis, ou ambas cumulati- a três meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco
vamente, se o fato não constitui crime contra a ordem contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições
política ou social. legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento
psiquiátrico pessoa nele, internada.
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de depen-
dência desta, sem licença da autoridade: Comentário: O sujeito ativo no presente artigo é qual-
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou quer pessoa.
multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou O estabelecimento psiquiátrico poderá ser qualquer
ambas cumulativamente. um, incluindo casa de saúde, casa de repouso, asilos, vilas e
§ 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o outros de assistência social.
agente já foi condenado, em sentença irrecorrível, por O elemento subjetivo é Dolo, exigindo-se o conheci-
violência contra pessoa. mento de que a internação está sendo realizada sem as
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a formalidades legais.
três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto
de réis, quem, possuindo arma ou munição: Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora
do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de
a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade,
quem de direito:
quando a lei o determina;
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
inexperiente no manejo de arma a tenha consigo;
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela
Comentário: A Objetividade jurídica desse artigo é a
se apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou
proteção da pessoa contra a custódia indevida
pessoa inexperiente em manejá-la. O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa, e o sujeito
passivo será o doente mental.
Comentário: O presente artigo trata da aplicação às Caso a pessoa seja mentalmente são, e ao agente co-
armas brancas (estiletes, canivetes, facas, adagas, navalha, nhecer tal situação, o crime será de Sequestro ou cárcere
espadas, punhal, soco-inglês). privado constante no Código Penal.

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O Bem jurídico tutelado é tentar garantir o combate à
criminalidade contra a pessoa. CAPÍTULO II
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto desti- PATRIMÔNIO
nado a provocar aborto:
Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento
empregado usualmente na prática de crime de furto:
Comentário: Anúncio de meio abortivo – o crime de Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e mul-
aborto é um crime doloso contra a vida de tal maneira que ta, de trezentos mil réis a três contos de réis.
não é possível admitir qq conduta que admita, prestigia
essa conduta. Comentário: Primeiramente é preciso esclarecer que
“gazua”, é o pé-de-cabra, serra, chave de fenda, etc. O su-
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém: jeito ativo é a coletividade e o sujeito passivo poderá ser
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou qualquer pessoa. A objetividade jurídica é incolumidade do
multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não patrimônio alheio. O elemento é o dolo, a intenção.
constitui crime.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condena-
até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. do, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à
liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou
Comentário: Vias de fato - qualquer contato físico, mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instru-
bruto (violento) que não provoca ferimentos e no qual o mentos empregados usualmente na prática de crime
agente não tenha animus ledendi, vulnerandi, de ferir, ex., de furto, desde que não prove destinação legítima:
tapa na cara, chutar, empurrar, chacoalhar, etc. não obstan- Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa
te, haverá a tentativa de lesão corporal. de duzentos mil réis a dois contos de réis.

27
Comentário: posse não justificada de instrumento de a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou
emprego usual na prática de furto. O sujeito ativo neste corrida, ou o confia à pessoa inexperiente;
artigo são aqueles que preenchem os requisitos legais e b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança
o sujeito passivo é a coletividade. A objetividade jurídica é alheia;
incolumidade do patrimônio alheio. c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a
segurança alheia.
Art. 26. Abrir alguém, no exercício de profissão de
serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por incum- Comentários aos artigos 28, 30 e 31: omissão de
bência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha cautela na guarda de animal – contravenção penal culposa.
certificado previamente, fechadura ou qualquer outro
aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto: Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou pública, ou embarcação a motor em aguas públicas:
multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Comentário: para dirigir é necessário a habilitação


Comentário: violação de lugar ou objeto - crime pró-
tanto no que concerne a veículos terrestres quanto a em-
prio – só pode ser cometido por serralheiro, chaveiro.
barcações.
Art. 27. (Revogado) Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licen-
ciado:
CAPÍTULO III Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMI- multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
DADE PÚBLICA
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarca-
Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou ções em águas públicas, pondo em perigo a segurança
em suas adjacências, em via pública ou em direção a alheia:
ela: Pena – prisão simples, de quinze das a três meses, ou
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.
trezentos mil réis a três contos de réis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de Comentário: para dirigir além da habilitação é neces-
quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil sário a devida cautela, prudência a fim de que a segurança
réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou de terceiros não seja colocada em risco.
em suas adjacências, em via pública ou em direção a
ela, sem licença da autoridade, causa deflagração pe- Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias
rigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso. ou a voos baixos, fora da zona em que a lei o permite,
ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados
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Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por a esse fim:


erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
constitui crime contra a incolumidade pública.
Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obs-
Comentário: No presente artigo o sujeito ativo poderá táculo, determinado em lei ou pela autoridade e desti-
nado a evitar perigo a transeuntes:
ser qualquer pessoa na conduta de provocar, já na conduta
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou
de dar causa, o sujeito será o responsável do projeto ou da
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
execução da obra. Já o sujeito passivo por sua vez será a
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
coletividade. A Objetividade jurídica é a incolumidade pú- a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de ou-
blica. tra natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a
transeuntes;
Art. 30. Omitir alguém a providência reclamada pelo b) remove qualquer outro sinal de serviço público.
Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja
conservação lhe incumbe: Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em
Pena – multa, de um a cinco contos de réis. lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa
ofender, sujar ou molestar alguém:
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pes- Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
soa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
animal perigoso: sem as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso
multa, de cem mil réis a um conto de réis. comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou mo-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: lestar alguém.

28
Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, Comentário: Provocar alarma, noticiando desastre ou
vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém: perigo inexistente, ou realizar qualquer ato que cause tu-
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. multo, caracteriza contravenção penal.

Comentários artigos 37 e 38: Os artigos dispõe acer- Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego
ca da sujeira e fumaça em via pública. Na pena de multa alheios:
acerca do artigo 37, também incorre quem, sem as devidas I – com gritaria ou algazarra;
cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em de-
pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa sacordo com as prescrições legais;
ofender, sujar ou molestar alguém. III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acús-
Frise-se que esta é uma contravenção com a qual infe- ticos;
lizmente convivemos diariamente em todas as cidades do IV – provocando ou não procurando impedir barulho
Brasil. produzido por animal de que tem a guarda:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
CAPÍTULO IV multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLI-
CA Comentário: Perturbar trabalho ou o sossego alheios
com gritaria ou algazarra, exercendo profissão incômoda
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pes- ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais, abu-
soas, que se reúnam periodicamente, sob compromis- sando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos e ou
so de ocultar à autoridade a existência, objetivo, orga- provocando ou não procurando impedir barulho produzi-
nização ou administração da associação: do por animal de que tem a guarda, pena de prisão sim-
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de ples, de quinze dias a três meses, ou multa
trezentos mil réis a três contos de réis.
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupan-
CAPÍTULO V
te de prédio que o cede, no todo ou em parte, para
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA
reunião de associação que saiba ser de caráter secreto.
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, dei-
Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de
xar de aplicar a pena, quando lícito o objeto da asso-
curso legal no país:
ciação.
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Comentário: Participar de associação de mais de cinco
pessoas, que se reúna periodicamente, sob compromisso Comentário: Recusar-se a receber, pelo seu valor,
de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização moeda de curso legal no país, pena de multa. Notas velhas,
ou administração da associação, pena de prisão simples, de moedas miúdas, não podem ser recusadas.
um a seis meses ou multa. Importa esclarecer que cheque não é dinheiro, portan-

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Grupo composto por + de 5 pessoas que intencional- to pode ser recusado. A moeda estrangeira, por sua vez
mente e regularmente se reúne e busca ocultar a sua exis- pode ser recusada. Moeda com suspeita de falsidade pode
tência e/ou finalidade. É necessário que haja a regulariza- ser recusada. O objetivo é a validade do curso da moeda.
ção para a sua caracterização.
Quadrilha ou bando do art. 288, CP – grupo composto Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou obje-
por 4 ou + pessoas para cometer crimes (no plural). to que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir
com moeda:
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo in- Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
conveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato
oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato Comentário: A objetividade jurídica é a validade e cir-
não constitui infração penal mais grave; culação da moeda. O presente artigo trata da mera imita-
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou ção, haja vista que, sendo falsificação, configura o crime do
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. artigo 289 do CP.
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa e o sujeito
Comentário: Comete contravenção a pessoa que por- passivo será o Estado.
tar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em sole- O impresso simulando dinheiro deve contar com des-
nidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo público, taque expressões do tipo “sem valor comercial”, “sem vali-
se o fato não for caso de infração penal mais grave. dade”, “nota simulada” etc, desse modo não caracterizará
contravenção.
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou peri-
go inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de pro- Art. 45. Fingir-se funcionário público:
duzir pânico ou tumulto: Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou quinhentos mil réis a três contos de réis.
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

29
Comentário: É uma conduta estritamente subsidiária. Comentário: O sujeito ativo é o responsável pela ma-
Se tiver como finalidade obter alguma vantagem ou tricula ou escrituração de firma e o sujeito passivo é o Es-
causar algum prejuízo, induzindo alguém em erro, caracte- tado.
riza o de falsa identidade. O Elemento subjetivo é dolo. A contravenção se consu-
Se tiver a finalidade de obter alguma vantagem patri- ma coma prática de qualquer ato caracterizador da infra-
monial caracteriza o crime de estelionato e não seria mais ção à determinação legal.
uma contravenção.
Se efetivamente essa pessoa executa a função pública CAPÍTULO VII
aí teremos o crime de usurpação da função pública. DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE
COSTUMES
Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo
de função pública que não exerce; usar, indevidamente, Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar
de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja público ou acessível ao público, mediante o pagamen-
regulado por lei. to de entrada ou sem ele:
Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e mul-
fato não constitui infração penal mais grave. ta, de dois a quinze contos de réis, estendendo-se os
efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos
Comentário: O presente artigo trata da contravenção de decoração do local.
de uso ilegítimo de uniforme ou distintivo. O Sujeito ativo § 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre
poderá ser qualquer pessoa, já o sujeito passivo é a cole- os empregados ou participa do jogo pessoa menor de
tividade. A objetividade jurídica do artigo é a fé pública e dezoito anos.
somente ocorrerá se não ocorrer crime mais grave. § 2º Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois
mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), quem
CAPÍTULO VI é encontrado a participar do jogo, ainda que pela in-
ternet ou por qualquer outro meio de comunicação,
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZA-
como ponteiro ou apostador. (Redação dada pela Lei
ÇÃO DO TRABALHO
nº 13.155, de 2015)
§ 3º Consideram-se, jogos de azar:
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclu-
anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que
siva ou principalmente da sorte;
por lei está subordinado o seu exercício:
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódro-
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
mo ou de local onde sejam autorizadas;
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
c) as apostas sobre qualquer outra competição espor-
tiva.
Comentário: O presente artigo trata por exemplo do § 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar aces-
taxista, pessoa que está desempregada e usa o seu carro
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

sível ao público:
particular para ser taxista. a) a casa particular em que se realizam jogos de azar,
Um indivíduo que se passa por médico estaria crime quando deles habitualmente participam pessoas que
previsto no art. 282 do CP. não sejam da família de quem a ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspe-
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, des e moradores se proporciona jogo de azar;
comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de ma- c) a sede ou dependência de sociedade ou associação,
nuscritos e livros antigos ou raros: em que se realiza jogo de azar;
Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo
um a dez contos de réis. de azar, ainda que se dissimule esse destino.

Comentário: O objetivo é o controle do comércio Comentário: Jogos de azar – ocorre quando o ga-
legítimo de obras de arte, objetos antigos, coisas raras e nho ou a perda dependem exclusiva ou principalmente
preciosas, que interessam ao Estado. Para o cometimento da sorte.
da contravenção é necessária a habitualidade. O sujeito Máquinas de caça-níqueis – toda a vez que uma con-
ativo poderá ser qualquer pessoa, o sujeito passivo será duta deixa vestígios é necessário o exame de corpo de
o Estado. delito.
Então, se a máquina é periciada ocorrer 50/50 de chan-
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ces de ganho temos a contravenção de jogos de azar.
ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de ou- Se a máquina foi adulterada e a sua chance de ganho
tra atividade: é de 49% estar-se diante de crime de estelionato, pois a
Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis. chance não superou a casa dos 50%.
E aquele jogo das bolinhas? Caracteriza crime de es-
telionato.

30
Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autori- Comentário: Introduzir, para o fim de comércio, bi-
zação legal: lhete de loteria estadual em território onde não possa le-
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e galmente circular, pena de prisão simples, de dois a seis
multa, de cinco a dez contos de réis, estendendo-se os meses, e multa.
efeitos da condenação à perda dos moveis existentes
no local. Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de
§ 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou loteria estrangeira:
expõe à venda, tem sob sua guarda para o fim de ven- Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de
da, introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de duzentos mil réis a um conto de réis.
loteria não autorizada. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe
§ 2º Considera-se loteria toda operação que, median- ou tem sob sua guarda lista de sorteio de loteria es-
te a distribuição de bilhete, listas, cupões, vales, sinais, tadual, em território onde esta não possa legalmente
símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio circular.
a obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra
natureza. Comentário: o artigo traz que comete contravenção
§ 3º Não se compreendem na definição do parágrafo quem exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria
anterior os sorteios autorizados na legislação especial. estadual, em território onde esta não possa legalmente cir-
cular, pena de prisão simples, de um a três meses, e multa,
Comentário: O presente artigo dispõe que, promo- de até R$ 56.000,00.
ver ou fazer extrair loteria, sem autorização legal, pena de
prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, esten- Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitu-
dendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis ra de bilhetes, lista de sorteio, avisos ou cartazes relati-
existentes no local. vos a loteria, em lugar onde ela não possa legalmente
Sofrerá a mesma pena quem guarda, vende ou expõe circular:
à venda, tem sob sua guarda para o fim de venda, introduz Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de
ou tenta introduzir na circulação bilhete de loteria não au- duzentos mil réis a dois contos de réis.
torizada.
Considera-se loteria toda operação que, mediante a Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sor-
distribuição de bilhete, listas, cupões, vales, sinais, símbolos teio ou avisos de loteria, onde ela não possa legalmen-
ou meios análogos, faz depender de sorteio a obtenção de te circular:
prêmio em dinheiro ou bens de outra natureza. Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de
cem a quinhentos mil réis.
Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio, bi-
lhete de loteria, rifa ou tômbola estrangeiras: Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso,
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e de rádio, cinema, ou qualquer outra forma, ainda que

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multa, de um a cinco contos de réis. disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de extra-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, ção de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes não
expõe à venda, tem sob sua guarda. para o fim de ven- seria legal:
da, introduz ou tenta introduzir na circulação, bilhete Pena – multa, de um a dez contos de réis.
de loteria estrangeira. Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo
do bicho, ou praticar qualquer ato relativo à sua reali-
Comentário: Introdução, no país, para o fim de comér- zação ou exploração:
cio, de bilhete de loteria, rifa ou tômbola estrangeiras, pena Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e
de prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa. O multa, de dois a vinte contos de réis.
artigo traz que sofrerá a mesma pena quem vende, expõe Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos
à venda, tem sob sua guarda para o fim de venda, introduz mil réis a dois contos de réis, aquele que participa da
ou tenta introduzir na circulação, bilhete de loteria estran- loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para
geira. terceiro.

Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de Comentário: é uma contravenção penal.
loteria estadual em território onde não possa legal- A tentativa de contravenção não é punível, assim, se vc
mente circular: está preste a fazer o jogo, não responde pelo crime, mas o
Pena – prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de banqueiro, a pessoa que distribui os boletos, etc.
um a três contos de réis. Lembre-se: costume jamais revoga lei. o jogo do bicho
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, nunca foi descaracterizado como infração penal.
expõe à venda, tem sob sua guarda, para o fim de ven- Dec-lei n.º 6.259/44 – toda a matéria referente a jogos
da, introduz ou tonta introduzir na circulação, bilhete de azar foi tacitamente revogada, com exceção do art. 50.
de loteria estadual, em território onde não possa legal- Tentativa – a tentativa em contravenção penal não é
mente circular. punível.

31
O banqueiro tem pena diferenciada daquele que aposta. IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente
Súmula 51 do STJ – para punição do intermediário não proibida de frequentar lugares onde se consome bebi-
é necessário a identificação do banqueiro. da de tal natureza:
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou mul-
Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosida- ta, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
de, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que
lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou pro- Comentário: a doutrina entende que, por questão de
ver à própria subsistência mediante ocupação ilícita: redação, se a bebida for alcoólica não configuraria o crime
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. do art. 243, ECA e, sim, contravenção penal do art. 62, I, LCP.
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, Obs.: o álcool não se confunde com substância proi-
que assegure ao condenado meios bastantes de sub- bida e causa dependência, assim, o ECA estaria mais acer-
sistência, extingue a pena. tada.

Comentário: pessoa se entrega de forma habitual à Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a
ociosidade. Mediante a seguinte peculiaridade: sendo váli- trabalho excessivo:
da para o trabalho. Manutenção da ociosidade pela prática Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa,
de atividade ilícita. Ex: o flanelinha. de cem a quinhentos mil réis.
A prostituta é vadia? Não, pois apesar da sua atividade § 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para
imoral, ela não é ilegal. Não caracteriza atividade ilícita. fins didáticos ou científicos, realiza em lugar público ou
Aspecto que tem sido de incontestável Inconstitucio- exposto ao público, experiência dolorosa ou cruel em
nalidade – há uma quebra da isonomia em relação àqueles animal vivo.
que são ricos e não faz nada (não são considerados va- § 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o
dios), pois aqueles que são pobres e ociosos serão consi- animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado
derados vadios. com crueldade, em exibição ou espetáculo público.

Art. 60. (Revogado pela Lei nº 11.983, de 2009) Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquili-
dade, por acinte ou por motivo reprovável:
Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou aces- Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou
sível ao público, de modo ofensivo ao pudor: multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de
réis. Comentário: perturbação da tranquilidade – local pri-
vado, pessoa certa – vizinho que perturba fazendo barulho.
Comentário: Importunar alguém, em lugar público ou molestar alguém por ato reprovável. Exemplo: trote pelo
acessível ao público. São as famosas apalpadelas. telefone.
Não confundir:
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Crime de importunação ofensiva ao pudor – temos CAPÍTULO VIII


uma vítima certa, determinada; DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINIS-
Ofensa ao pudor público – número indeterminado de TRAÇÃO PÚBLICA
pessoas (mixar em público). Exibir as suas vergonhas em
público. (ato obsceno, sinal obsceno) Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:
Atentado violento ao pudor – crime hediondo previs- I – crime de ação pública, de que teve conhecimento
to no art. 214, CP – há o emprego de violência ou grave no exercício de função pública, desde que a ação penal
ameaça a pessoa com a finalidade de praticar ato libidino- não dependa de representação;
so diverso da conjunção carnal. II – crime de ação pública, de que teve conhecimento
no exercício da medicina ou de outra profissão sanitá-
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de em- ria, desde que a ação penal não dependa de represen-
briaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em tação e a comunicação não exponha o cliente a proce-
perigo a segurança própria ou alheia: dimento criminal:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contra- Comentário: O artigo trata da omissão de comunica-
ventor é internado em casa de custódia e tratamento. ção de crime.
Conivência – quando uma pessoa toma conhecimento
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas: de um crime, que já aconteceu, está acontecendo ou vai
I – (Revogado pela Lei nº 13.106, de 2015); acontecer, e não tem nenhuma obrigação de comunicar a
II – a quem se acha em estado de embriaguez; polícia. Chama-se também de participação negativa. Não
III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades acarreta nenhuma responsabilidade criminal. Ex.: Pessoas
mentais; que estão no bar tomando café e ocorre um crime.

32
Existem duas situações no do art. 66 em que têm rele-
vância no caso de conivência: quando o funcionário públi- LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
co, no exercício de suas funções e profissional da área de (ART. 60 E SEGUINTES DA LEI FEDERAL N.º
higiene sanitária, deixam de comunicar o crime. 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995)
Art. 67. Inumar ou exumar cadáver, com infração das
disposições legais: O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados
Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, ou togados e leigos, tem competência para a conciliação,
de duzentos mil réis a dois contos de réis. o julgamento e a execução das infrações penais de menor
potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e con-
Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justi- tinência.
ficadamente solicitados ou exigidos, dados ou indica- Na reunião de processos, perante o juízo comum ou
ções concernentes à própria identidade, estado, profis- o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de
são, domicílio e residência: conexão e continência, serão observados os institutos da
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. transação penal e da composição dos danos civis.
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de Consideram-se infrações penais de menor potencial
um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois ofensivo, para os efeitos da Lei nº 9.099/1995, as contra-
contos de réis, se o fato não constitui infração penal venções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima
mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, faz de- não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
clarações inverídicas a respeito de sua identidade pes-
soal, estado, profissão, domicílio e residência.
FIQUE ATENTO!
Comentário: recusa de fornecer dados a autorida- O processo perante o Juizado Especial será
de quando solicitado. Somente será caracterizada se não orientado pelos critérios da oralidade, simpli-
houver um crime mais grave. Por exemplo, a pessoa no mo- cidade, informalidade, economia processual e
mento de ser preso em flagrante dar o nome falso, para não celeridade, objetivando, sempre que possível,
ser reconhecida como reincidente, etc, - falsa identidade. a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
aplicação de pena não privativa de liberdade.
Art. 69.- (Revogado pela Lei nº 6.815, de 19.8.1980)
Pena – prisão simples, de três meses a um ano.
A competência do Juizado será determinada pelo lugar
Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do em que foi praticada a infração penal.
monopólio postal da União: Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou mul- -se em horário noturno e em qualquer dia da semana, con-
ta, de três a dez contos de réis, ou ambas cumulativa- forme dispuserem as normas de organização judiciária.
Os atos processuais serão válidos sempre que preen-

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


mente.
cherem as finalidades para as quais foram realizados, aten-
DISPOSIÇÕES FINAIS didos os critérios de que o processo perante o Juizado Es-
pecial.
Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha
caça e pesca, revogam-se as disposições em contrário. havido prejuízo.
A prática de atos processuais em outras comarcas pode-
Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro rá ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação.
de 1942. Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos
havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de
instrução e julgamento poderão ser gravados em fita mag-
nética ou equivalente.
A citação será pessoal e será realizada no próprio Juiza-
do, sempre que possível, ou por mandado.

FIQUE ATENTO!
Não encontrado o acusado para ser citado, o
Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo
comum para adoção do procedimento previs-
to em lei.

33
A intimação será feita por correspondência, com aviso O não oferecimento da representação na audiência pre-
de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica liminar não implica decadência do direito, que poderá ser
ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da exercido no prazo previsto de 6 meses.
recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sen- Havendo representação ou tratando-se de crime de
do necessário, por oficial de justiça, independentemente de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de ar-
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio quivamento, o Ministério Público poderá propor a aplica-
idôneo de comunicação. ção imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
Dos atos praticados em audiência serão considerados especificada na proposta.
desde logo cientes as partes, os interessados e defensores. Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável,
Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de o juiz poderá reduzi-la até a metade.
citação do acusado, deve conter a necessidade de seu com- Não se admitirá a proposta de transação penal se ficar
parecimento acompanhado de advogado, com a advertência comprovado:
de que, na sua falta, será designado defensor público. - ter sido o autor da infração condenado, pela prática
A autoridade policial que tomar conhecimento da de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará definitiva.
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo
providenciando-se as requisições dos exames periciais ne- de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou
cessários. multa, nos termos deste artigo.
Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o personalidade do agente, bem como os motivos e as
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção
em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência da medida.
doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cau- Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor,
tela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convi- será submetida à apreciação do Juiz.
vência com a vítima. Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo
Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direi-
possível a realização imediata da audiência preliminar, será tos ou multa, que não importará em reincidência, sendo
registrada apenas para impedir novamente o mesmo bene-
designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
fício no prazo de cinco anos. Desta decisão caberá recurso
Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvi-
de apelação.
dos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for o
caso, a do responsável civil.
Na audiência preliminar, presente o representante do FIQUE ATENTO!
Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível,
o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o A imposição da sanção de pena restritiva de
Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos direitos ou multa não constará de certidão de
antecedentes criminais, salvo para os fins pre-
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danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de


pena não privativa de liberdade. vistos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos
A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por concilia- civis, cabendo aos interessados propor ação
dor sob sua orientação. cabível no juízo cível.
Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na
forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Di- Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver
reito, excluídos os que exerçam funções na administração aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela
da Justiça Criminal. não ocorrência da representação, o Ministério Público ofe-
recerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver
FIQUE ATENTO! necessidade de diligências imprescindíveis.
Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada
A composição dos danos civis será reduzida a com base no termo de ocorrência, ou seja, termo circuns-
escrito e, homologada pelo Juiz mediante sen- tanciado, com dispensa do inquérito policial, será prescin-
tença irrecorrível, terá eficácia de título a ser dido do exame de corpo de delito quando a materialidade
executado no juízo civil competente. do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equi-
Não obtida a composição dos danos civis, será valente.
dada imediatamente ao ofendido a oportuni- Se a complexidade ou circunstâncias do caso não per-
dade de exercer o direito de representação ver- mitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público
bal, que será reduzida a termo. poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças exis-
Tratando-se de ação penal de iniciativa privada tentes.
ou de ação penal pública condicionada à re- Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser ofe-
presentação, o acordo homologado acarreta a recida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexi-
renúncia ao direito de queixa ou representação. dade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das
providências necessárias para citação.

34
Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, Os embargos de declaração interrompem o prazo para
entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado a interposição de recurso.
e imediatamente cientificado da designação de dia e hora Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
para a audiência de instrução e julgamento, da qual tam- E, aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumpri-
bém tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o mento será feito mediante pagamento na Secretaria do
responsável civil e seus advogados. Juizado. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a
Se o acusado não estiver presente, será citado por man- punibilidade, determinando que a condenação não fique
dato e cientificado da data da audiência de instrução e jul- constando dos registros criminais, exceto para fins de re-
gamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apre- quisição judicial.
sentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias Não efetuado o pagamento de multa, será feita a con-
antes de sua realização. versão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de di-
Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, reitos, nos termos previstos em lei. A execução das penas
serão intimados por correspondência para comparecerem privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de mul-
à audiência de instrução e julgamento. Da mesma forma, ta cumulada com estas, será processada perante o órgão
serão intimadas as testemunhas. competente, nos termos da lei.
Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando
imprescindível, a condução coercitiva de quem deva com-
parecer. FIQUE ATENTO!
Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para Além das hipóteses do Código Penal e da le-
responder à acusação, após o que o juiz receberá, ou não, a gislação especial, dependerá de representação
denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a a ação penal relativa aos crimes de lesões cor-
vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogan- porais leves e lesões culposas.
do-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imedia-
tamente aos debates orais e à prolação da sentença.
Todas as provas serão produzidas na audiência de ins- Nos crimes em que a pena mínima cominada for
trução e julgamento, podendo o juiz limitar ou excluir as igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não pela Lei nº
que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. 9.099/1995, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia,
De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro
assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo anos, desde que o acusado não esteja sendo processado
dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença. ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes
A sentença, dispensado o relatório, mencionará os ele- os demais requisitos que autorizariam a suspensão condi-
mentos de convicção do Juiz. cional da pena.
Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sen- Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na pre-
tença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma sença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspen-
composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de der o processo, submetendo o acusado a período de prova,

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jurisdição, reunidos na sede do Juizado. sob as seguintes condições:
A apelação será interposta no prazo de dez dias, con- - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo.
tados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo - proibição de frequentar determinados lugares.
réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
razões e o pedido do recorrente. autorização do Juiz.
O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, men-
no prazo de dez dias. salmente, para informar e justificar suas atividades.
As partes poderão requerer a transcrição da gravação
da fita magnética ou equivalente. O Juiz poderá especificar outras condições a que fica
As partes serão intimadas da data da sessão de julga- subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e
mento pela imprensa. à situação pessoal do acusado.
Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamen-
tos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

FIQUE ATENTO!
Cabem embargos de declaração quando, em
sentença ou acórdão, houver obscuridade,
contradição ou omissão.
Os embargos de declaração serão opostos por
escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
contados da ciência da decisão.

35
FIQUE ATENTO!
Suspensão do processo:
HORA DE PRATICAR

A suspensão será A suspensão poderá 01) POLÍCIA FEDERAL – Agente de Polícia Federal –
revogada se: ser revogada se: CESPE – 2014:
o acusado vier a
o beneficiário vier a Com relação a crimes contra a pessoa, contra o patrimônio
ser processado, no
ser processado por e contra a administração pública, julgue o item que segue.
curso do prazo, por
outro crime. No crime de homicídio, admite-se a incidência concomitante
contravenção.
não efetuar,sem descumprir qualquer de circunstância qualificadora de caráter objetivo referente
motivo justificado,a outra condição aos meios e modos de execução com o reconhecimento do
reparaçãodo dano. imposta. privilégio, desde que este seja de natureza subjetiva.

Não correrá a prescrição durante o prazo de ( ) Certo ( ) Errado


suspensão do processo.
02) POLÍCIA FEDERAL – Agente de Polícia Federal –
CESPE – 2004:
Se o acusado não aceitar a proposta para suspensão do
Em cada um do item seguinte , é apresentada uma situação
processo, este prosseguirá em seus ulteriores termos.
hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
As disposições da Lei nº 9.099/1995 não se aplicam aos
Ao sair de sua casa, dando marcha a ré no seu carro,
processos penais cuja instrução já estiver iniciada, assim
Marcelo não viu seu filho, que engatinhava próximo a
como não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.
um dos pneus traseiros do carro, e o atropelou. A criança
Nos casos em que a Lei nº 9.099/1995 passa a exigir
faleceu em decorrência das lesões sofridas. Nessa situação,
representação para a propositura da ação penal pública,
Marcelo praticou homicídio culposo, podendo o juiz deixar
o ofendido ou seu representante legal será intimado para
de aplicar a pena, pois as conseqüências da infração
oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.
atingem Marcelo de forma tão grave que a sanção penal
Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códi-
é desnecessária.
gos Penal e de Processo Penal, no que não forem incompa-
tíveis com esta Lei nº 9.099/1995.
( ) Certo ( ) Errado
Cabe a Lei Estadual dispor sobre o Sistema de Juizados
Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição
03) POLÍCIA FEDERAL – Agente de Polícia Federal –
e competência.
CESPE – 2000:
Julgue o seguinte item.
Considere a seguinte situação hipotética.
EXERCÍCIO COMENTADO Alfa, aproveitando que Gama encontrava-se dormindo,
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

com o intuito e escopo de poupá-lo de intenso sofrimento


e acentuada agonia decorrentes de doença de desate letal,
1) (PC-TO – Delegado de Polícia – CESPE – 2008) A tran- ceifou a sua vida.
sação penal prevista na lei que dispõe acerca dos juizados Nesse caso, Alfa responderia por homicídio privilegiado-
especiais criminais implica suspensão do curso processual qualificado, eis que, impelido por motivo de relevante valor
até o prazo final do acordo transacional, não resultando em moral, utilizou recurso que dificultou ou impossibilitou a
reincidência, sendo vedado o registro do feito em certidão defesa do ofendido.
de antecedentes criminais.
( ) Certo ( ) Errado
( ) CERTO ( ) ERRADO
04) POLÍCIA FEDERAL – Agente de Polícia Federal –
Resposta: Certo - Observa- se que a homologação da CESPE – 2014:
transação penal prevista no art. 76, da Lei nº 9.099/1995, Com relação a crimes contra a pessoa, contra o patrimônio
não faz coisa julgada material. Com isso, descumpridas e contra a administração pública, julgue o item que segue.
suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibili- Para a configuração do delito de apropriação indébita
tando-se ao Ministério Público a continuidade da perse- previdenciária não é necessário que haja o dolo específico
cução penal mediante oferecimento de denúncia ou re- de ter para si coisa alheia; é bastante para tal a vontade livre
quisição de inquérito policial. e consciente de não recolher as importâncias descontadas
dos salários dos empregados da empresa pela qual
responde o agente.

( ) Certo ( ) Errado

36
05) POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia – CESPE –
2013:
Três criminosos interceptaram um carro forte e dominaram
os seguranças, reduzindo - lhes por completo qualquer GABARITO
possibilidade de resistência, mediante grave ameaça e
emprego de armamento de elevado calibre. O grupo, 1 Certo
entretanto, encontrou vazio o cofre do veículo, pois, por
erro de estratégia, efetuara a abordagem depois que os 2 Certo
valores e documentos já haviam sido deixados na agência 3 Certo
bancária. Por fim, os criminosos acabaram fugindo sem
nada subtrair. Nessa situação, ante a inexistência de 4 Certo
valores no veículo e ante a ausência de subtração de bens, 5 Errado
elementos constitutivos dos delitos patrimoniais, ficou 6 Errado
descaracterizado o delito de roubo, subsistindo apenas o
crime de constrangimento ilegal qualificado pelo concurso 7 Certo
de pessoas e emprego de armas. 8 Errado

( ) Certo ( ) Errado

06) POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia – CESPE –


2004:
Túlio constrangeu Wagner, mediante emprego de arma de
fogo, a assinar e lhe entregar dois cheques seus, um no
valor de R$ 1.000,00 e outro no valor de R$ 2.500,00. Nessa
situação, Túlio praticou crime de roubo qualificado pelo
emprego de arma de fogo.

( ) Certo ( ) Errado

07) POLÍCIA FEDERAL – Agente de Polícia Federal –


CESPE – 2014:
Com relação a crimes contra a pessoa, contra o patrimônio
e contra a administração pública, julgue o item que segue.
Considere a seguinte situação hipotética.
Carlos praticou o crime de sonegação previdenciária, mas,

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL


antes do início da ação fiscal, confessou o crime e declarou
espontaneamente os corretos valores devidos, bem como
prestou as devidas informações à previdência social.
Nessa situação, a atitude de Carlos ensejará a extinção
da punibilidade, independentemente do pagamento dos
débitos previdenciários.

( ) Certo ( ) Errado

08) POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia – CESPE –


2004:
Mário, delegado de polícia, com o intuito de proteger um
amigo, recusa-se a instaurar inquérito policial requisitado
por promotor de justiça contra o referido amigo. Nessa
hipótese, Mário praticou crime de desobediência.

( ) Certo ( ) Errado

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ANOTAÇÕES

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ÍNDICE

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


(ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE- L. 8069/90)
Das Medidas de Proteção da Criança e do Adolescente (Arts. 98 a 101 ). ......................................................................................................01
Da Prática de Ato Infracional por da Criança e do Adolescente (Arts. 103 a 109)........................................................................................03
Das Garantias Processuais da Criança e do Adolescente (Arts. 110 e 111) .....................................................................................................03
Das Medidas Sócioeducativas da Criança e do Adolescente (Arts. 112 a 128) ..............................................................................................04
Dos Crimes e das Infrações Administrativas da Criança e do Adolescente (Arts. 225 a 258)...................................................................07
VI - intervenção precoce: a intervenção das autorida-
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO DA CRIANÇA des competentes deve ser efetuada logo que a situa-
E DO ADOLESCENTE (ARTS. 98 A 101 ). ção de perigo seja conhecida;
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exerci-
da exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja
ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos
Título II e à proteção da criança e do adolescente;
Das Medidas de Proteção VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção
deve ser a necessária e adequada à situação de perigo
Capítulo I em que a criança ou o adolescente se encontram no
Disposições Gerais momento em que a decisão é tomada;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adoles- efetuada de modo que os pais assumam os seus deve-
cente são aplicáveis sempre que os direitos reconheci- res para com a criança e o adolescente;
dos nesta Lei forem ameaçados ou violados: X - prevalência da família: na promoção de direitos e

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - L. 8069/90)


I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; prevalência às medidas que os mantenham ou reinte-
III - em razão de sua conduta. grem na sua família natural ou extensa ou, se isso não
for possível, que promovam a sua integração em famí-
Capítulo II lia adotiva;
Das Medidas Específicas de Proteção XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o ado-
lescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão capacidade de compreensão, seus pais ou responsável
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como devem ser informados dos seus direitos, dos motivos
substituídas a qualquer tempo. que determinaram a intervenção e da forma como esta
se processa;
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em con- XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o ado-
ta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas lescente, em separado ou na companhia dos pais, de
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como
que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e
os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e
comunitários.
a participar nos atos e na definição da medida de pro-
Parágrafo único. São também princípios que regem a
moção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
aplicação das medidas:
devidamente considerada pela autoridade judiciária
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos
competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do
de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos
art. 28 desta Lei.
direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na
Constituição Federal; Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei dentre outras, as seguintes medidas:
deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
direitos de que crianças e adolescentes são titulares; termo de responsabilidade;
III - responsabilidade primária e solidária do poder II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a III - matrícula e frequência obrigatórias em estabeleci-
crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constitui- mento oficial de ensino fundamental;
ção Federal, salvo nos casos por esta expressamente IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou co-
ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária munitários de proteção, apoio e promoção da família,
das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da mu- da criança e do adolescente;
nicipalização do atendimento e da possibilidade da V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
execução de programas por entidades não governa- psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
mentais; VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxi-
intervenção deve atender prioritariamente aos interes- cômanos;
ses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo VII - acolhimento institucional;
da consideração que for devida a outros interesses le- VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
gítimos no âmbito da pluralidade dos interesses pre- IX - colocação em família substituta.
sentes no caso concreto; § 1º O acolhimento institucional e o acolhimento fami-
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da liar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis
criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito como forma de transição para reintegração familiar
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida ou, não sendo esta possível, para colocação em família
privada; substituta, não implicando privação de liberdade.

1
§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais § 9º Em sendo constatada a impossibilidade de reinte-
para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das gração da criança ou do adolescente à família de ori-
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento gem, após seu encaminhamento a programas oficiais
da criança ou adolescente do convívio familiar é de com- ou comunitários de orientação, apoio e promoção so-
petência exclusiva da autoridade judiciária e importará na cial, será enviado relatório fundamentado ao Ministé-
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem rio Público, no qual conste a descrição pormenorizada
tenha legítimo interesse, de procedimento judicial conten- das providências tomadas e a expressa recomendação,
cioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis
exercício do contraditório e da ampla defesa. pela execução da política municipal de garantia do di-
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser en- reito à convivência familiar, para a destituição do poder
caminhados às instituições que executam programas de familiar, ou destituição de tutela ou guarda.
acolhimento institucional, governamentais ou não, por § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela auto- prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação
ridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, den- de destituição do poder familiar, salvo se entender ne-
tre outros: cessária a realização de estudos complementares ou de
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - L. 8069/90)

I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais outras providências indispensáveis ao ajuizamento da
ou de seu responsável, se conhecidos; demanda.
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comar-
com pontos de referência; ca ou foro regional, um cadastro contendo informações
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime
em tê-los sob sua guarda; de acolhimento familiar e institucional sob sua respon-
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao sabilidade, com informações pormenorizadas sobre a
convívio familiar. situação jurídica de cada um, bem como as providências
§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
adolescente, a entidade responsável pelo programa de família substituta, em qualquer das modalidades previs-
acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano tas no art. 28 desta Lei.
individual de atendimento, visando à reintegração fami- § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
liar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamen- Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social
tada em contrário de autoridade judiciária competente, e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do
caso em que também deverá contemplar sua colocação Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
em família substituta, observadas as regras e princípios deliberar sobre a implementação de políticas públicas
desta Lei. que permitam reduzir o número de crianças e adoles-
§ 5º O plano individual será elaborado sob a responsabi- centes afastados do convívio familiar e abreviar o perío-
lidade da equipe técnica do respectivo programa de aten- do de permanência em programa de acolhimento.
dimento e levará em consideração a opinião da criança
ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável. As normas de prevenção do ECA são destinadas a crian-
§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros: ças e adolescentes em situação de risco. Existirá situação
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; de risco quando a criança ou o adolescente estiverem
II - os compromissos assumidos pelos pais ou respon- privados de assistência. Essa assistência pode ser ma-
sável; e terial (quando não se tem onde dormir, o que comer,
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com vestir etc.), moral (quando a criança ou o adolescente
a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou permanece em local inadequado, como locais de prática
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso de jogo, prostituição etc.) ou jurídica (quando não tem
seja esta vedada por expressa e fundamentada determi- quem o represente).
nação judicial, as providências a serem tomadas para sua O menor que pratica ato infracional está em situação de
colocação em família substituta, sob direta supervisão da risco por estar privado de assistência moral. A situação
autoridade judiciária. de risco pode decorrer de ação ou omissão do Poder
§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no Público; ação ou omissão dos pais ou dos responsáveis;
local mais próximo à residência dos pais ou do respon- por conduta própria.
sável e, como parte do processo de reintegração familiar, O art. 101 do ECA traz um rol das medidas protetivas
sempre que identificada a necessidade, a família de ori- diante da situação de risco. Essas medidas poderão ser
gem será incluída em programas oficiais de orientação, aplicadas tanto para a criança quanto para o adolescen-
de apoio e de promoção social, sendo facilitado e esti- te. São elas:
mulado o contato com a criança ou com o adolescente - encaminhamento da criança e do adolescente aos pais
acolhido. ou responsáveis, mediante termo ou responsabilidade;
§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, - orientação, apoio e acompanhamentos temporários
o responsável pelo programa de acolhimento familiar ou por pessoa nomeada pelo Juiz;
institucional fará imediata comunicação à autoridade ju- - matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento
diciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo oficial de ensino fundamental (o Juiz determina aos pais
de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. a obrigação);

2
- inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio Capítulo II
à família, à criança e ao adolescente; Dos Direitos Individuais
- requisição de tratamento médico, psicológico ou psi-
quiátrico em regime hospitalar (internação) ou ambula- Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua li-
torial (consultas periódicas); berdade senão em flagrante de ato infracional ou por
- abrigo em entidade (não se fala em orfanato). A dou- ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
trina chama de “Tutela de Estado” quando a criança está competente.
em abrigo sob a proteção do Estado; Parágrafo único. O adolescente tem direito à identifica-
- colocação em família substituta (é utilizada somente ção dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
em situações muito graves). informado acerca de seus direitos.
O Juiz pode aplicar essas medidas isolada ou cumula-
tivamente. Pode, também, substituir uma medida pela Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local
outra a qualquer tempo (art. 99 do ECA). Antes de apli- onde se encontra recolhido serão incontinenti comuni-
car qualquer uma dessas medidas, o Juiz deverá ouvir cados à autoridade judiciária competente e à família do
os pais ou responsáveis, realizar estudo social do caso e apreendido ou à pessoa por ele indicada.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - L. 8069/90)


ouvir o MP. Essa oitiva do MP é obrigatória, sob pena de Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
nulidade (art. 204 do ECA). Esse rol do art. 101 é taxativo. pena de responsabilidade, a possibilidade de libera-
ção imediata.

DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL POR DA Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser de-
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ARTS. 103 A terminada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
PÁGINA 34 109). Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada
e basear-se em indícios suficientes de autoria e ma-
terialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da
medida.
Título III
Da Prática de Ato Infracional Art. 109. O adolescente civilmente identificado não
será submetido a identificação compulsória pelos ór-
Capítulo I gãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito
Disposições Gerais de confrontação, havendo dúvida fundada.

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita O adolescente não é preso, é apreendido.
como crime ou contravenção penal. A internação é a medida mais gravosa para o adoles-
cente. O ECA permite a internação provisória durante
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de o processo. É fixado o prazo máximo de 45 dias. Os
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. fundamentos para que o Juiz decrete essa internação
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser con- provisória são: indícios suficientes de autoria e mate-
siderada a idade do adolescente à data do fato. rialidade e necessidade da medida.
Esse prazo de internação provisória será descontado
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corres- na internação definitiva. Em nenhuma hipótese a crian-
ponderão as medidas previstas no art. 101. ça poderá ser internada. Criança, que é todo aquele
menor de 12 anos, não se sujeita a medida sócio-edu-
cativa, mas apenas a medida de proteção.
#FicaDica
Prática de ato infracional: DAS GARANTIAS PROCESSUAIS DA CRIANÇA
– CRIANÇAS E DO ADOLESCENTE (ARTS. 110 E 111).
• Praticam atos infracionais.
• São aplicadas apenas medidas de proteção.
– ADOLESCENTES
Capítulo III
• Praticam atos infracionais
Das Garantias Processuais
• São aplicadas medidas socioeducativas e me-
didas de proteção.
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua li-
berdade sem o devido processo legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras,


as seguintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
infracional, mediante citação ou meio equivalente;

3
II - igualdade na relação processual, podendo confron- - circunstâncias e gravidade da infração.
tar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as A internação é uma exceção, existindo hipóteses legais
provas necessárias à sua defesa; para sua aplicação.
III - defesa técnica por advogado; A medida de segurança não poderá ser aplicada ao
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos neces- adolescente, tendo em vista ser medida para maior de
sitados, na forma da lei; idade que apresenta periculosidade. No caso de ado-
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade lescente doente mental, será aplicada medida de pro-
competente; teção, podendo ser requisitado tratamento médico.
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou res- O Juiz poderá cumular medidas socioeducativas, des-
ponsável em qualquer fase do procedimento. de que sejam compatíveis (ex.: prestação de serviço à
comunidade cumulada com reparação de danos). Com
exceção da internação, o Juiz poderá substituir as me-
DAS MEDIDAS SÓCIOEDUCATIVAS DA didas socioeducativas de acordo com o caso concreto,
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ARTS. 112 A visto não haver taxatividade.
128). Se o Promotor discordar com a medida socioeducativa
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aplicada, deverá entrar com recurso de apelação. Essa


apelação do ECA possui juízo de retratação, ou seja, o
Juiz pode voltar atrás na decisão. O Tribunal competen-
Capítulo IV te para julgar essa apelação é o TJ.
Das Medidas Socioeducativas
Seção II
Seção I Da Advertência
Disposições Gerais
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação ver-
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a auto- bal, que será reduzida a termo e assinada.
ridade competente poderá aplicar ao adolescente as
seguintes medidas: Disposta no art. 115 do ECA, é uma medida sócio-edu-
I - advertência; cativa que consiste em uma admoestação verbal que
II - obrigação de reparar o dano; é aplicada pelo Juiz ao adolescente e que é reduzida a
III - prestação de serviços à comunidade; termo. É destinada a atos de menor gravidade.
IV - liberdade assistida; Para a aplicação da advertência, o Juiz deve levar em
V - inserção em regime de semi-liberdade; consideração a prova da materialidade e indícios sufi-
VI - internação em estabelecimento educacional; cientes de autoria. É a única medida que o Juiz pode-
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. rá aplicar fundamentando-se somente em indícios de
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta autoria.
a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a
gravidade da infração. Seção III
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será Da Obrigação de Reparar o Dano
admitida a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou defici- Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
ência mental receberão tratamento individual e espe- patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
cializado, em local adequado às suas condições. caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. o prejuízo da vítima.
99 e 100. Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade,
a medida poderá ser substituída por outra adequada.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos
II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas su- Obrigação de reparar o dano (art. 116 do ECA). Há um
ficientes da autoria e da materialidade da infração, res- pressuposto: o ato infracional deve ter causado um
salvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127. dano à vítima. Essa reparação é para a vítima que so-
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada freu o dano. É uma medida voltada para o adolescente,
sempre que houver prova da materialidade e indícios então deve ser estabelecida de acordo com a possi-
suficientes da autoria. bilidade de cumprimento pelo adolescente (ex.: devo-
lução da coisa furtada, pequenos serviços a título de
As medidas socioeducativas dependem de um proce- reparação etc.).
dimento judicial, só podendo ser aplicadas pelo Juiz. O A jurisprudência admite que essa reparação de dano
ECA apresenta dois critérios genéricos para a aplicação pode ser aplicada à criança (ex.: devolução da coisa
de medida socioeducativa: furtada).
- capacidade do adolescente para cumprir a medida;

4
Seção IV É a última medida em que o adolescente permanece
Da Prestação de Serviços à Comunidade com sua família. O Juiz irá determinar um acompanha-
mento permanente ao adolescente, designando, para
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste isso, um orientador, que poderá ser substituído a qual-
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, quer tempo. A lei fixa um prazo mínimo de 6 meses para
por período não excedente a seis meses, junto a en- a duração dessa medida. O orientador terá as seguintes
tidades assistenciais, hospitais, escolas e outros esta- obrigações legais:
belecimentos congêneres, bem como em programas - promover socialmente o adolescente, bem como a sua
comunitários ou governamentais. família, inserindo-os em programas sociais. Promover
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme socialmente é fazer com que o adolescente realize ativi-
as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas dades valorizadas socialmente (teatro, música etc.);
durante jornada máxima de oito horas semanais, aos - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar
sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de do adolescente;
- profissionalizar o adolescente (nos termos da EC n. 20);
modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jor-
- apresentar relatório do caso ao Juiz.
nada normal de trabalho.

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Seção VI
Disposta no art. 117 do ECA, o adolescente será obri- Do Regime de Semiliberdade
gado a prestar serviços em benefício da coletividade.
São tarefas gratuitas de interesse geral junto a entida- Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determi-
des assistenciais, hospitais, escolas ou estabelecimen- nado desde o início, ou como forma de transição para
tos congêneres. o meio aberto, possibilitada a realização de atividades
Como a medida é mais gravosa, a lei fixa um prazo externas, independentemente de autorização judicial.
máximo de 6 meses para essa prestação e um máxi- § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionali-
mo de 8 horas semanais. Essas 8 horas poderão ser zação, devendo, sempre que possível, ser utilizados os
estabelecidas discricionariamente, desde que não pre- recursos existentes na comunidade.
judiquem a frequência ao trabalho e à escola. Deverá § 2º A medida não comporta prazo determinado apli-
ser levada em conta a aptidão do adolescente para a cando-se, no que couber, as disposições relativas à in-
aplicação da medida. ternação.

Seção V Disposta no art. 120 do ECA, é uma medida que impor-


Da Liberdade Assistida ta em privação de liberdade ao adolescente que pratica
um ato infracional mais grave. O adolescente é retirado
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre de sua família e colocado em um estabelecimento apro-
que se afigurar a medida mais adequada para o fim de priado de semiliberdade, podendo realizar atividades
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. externas (estudar, trabalhar etc.) somente com autori-
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para zação do diretor do estabelecimento, não havendo ne-
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada cessidade de autorização judicial. Pode ser usada tanto
por entidade ou programa de atendimento. como medida principal quanto como medida progressi-
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mí- va ou regressiva.
nimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser A semiliberdade não tem prazo fixado em lei, nem mí-
nimo nem máximo. A doutrina e a jurisprudência deter-
prorrogada, revogada ou substituída por outra medi-
minam a aplicação da medida por analogia dos prazos
da, ouvido o orientador, o Ministério Público e o de-
da internação, tendo como prazo máximo 3 anos. Há
fensor.
a obrigatoriedade de escolarização e profissionalização
na semiliberdade.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a su-
pervisão da autoridade competente, a realização dos Seção VII
seguintes encargos, entre outros: Da Internação
I - promover socialmente o adolescente e sua família,
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se neces- Art. 121. A internação constitui medida privativa da li-
sário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e berdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcio-
assistência social; nalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento es- desenvolvimento.
colar do adolescente, promovendo, inclusive, sua ma- § 1º Será permitida a realização de atividades externas,
trícula; a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa
III - diligenciar no sentido da profissionalização do determinação judicial em contrário.
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; § 2º A medida não comporta prazo determinado, de-
IV - apresentar relatório do caso. vendo sua manutenção ser reavaliada, mediante deci-
são fundamentada, no máximo a cada seis meses.

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§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de inter- XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua cren-
nação excederá a três anos. ça, e desde que assim o deseje;
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor
o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de local seguro para guardá-los, recebendo compro-
de semiliberdade ou de liberdade assistida. vante daqueles porventura depositados em poder da
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos entidade;
de idade. XVI - receber, quando de sua desinternação, os docu-
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será prece- mentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
dida de autorização judicial, ouvido o Ministério Públi- § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
co. § 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempo-
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1o po- rariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se
derá ser revista a qualquer tempo pela autoridade ju- existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicia-
diciária. lidade aos interesses do adolescente.

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física
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quando: e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas


I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave adequadas de contenção e segurança.
ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações Disposta no art. 121 e seguintes do ECA, é a medida
graves; reservada para os atos infracionais de natureza grave.
III - por descumprimento reiterado e injustificável da O ECA estabelece princípios específicos para a interna-
medida anteriormente imposta. ção, pois é medida de privação de liberdade sempre
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III excepcional.
deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, A internação deve durar o menor tempo possível (prin-
devendo ser decretada judicialmente após o devido cípio da brevidade), é uma medida de exceção que só
processo legal. deverá ser utilizada em último caso (princípio da ex-
§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, cepcionalidade) e deve seguir o princípio do respeito
havendo outra medida adequada. à condição peculiar do adolescente como pessoa em
desenvolvimento. Em nenhuma hipótese pode ser apli-
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade cada à criança.
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele O ECA estabelece hipóteses de internação para:
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por - prática de ato infracional mediante grave ameaça ou
critérios de idade, compleição física e gravidade da in- violência à pessoa;
fração. - reiteração de infrações graves;
Parágrafo único. Durante o período de internação, in- - descumprimento reiterado e injustificado da medida
clusive provisória, serão obrigatórias atividades peda- anteriormente imposta (é uma hipótese de regressão).
gógicas. Neste caso, a internação não pode ultrapassar o prazo
de 3 meses.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liber- Nas duas primeiras hipóteses, o prazo máximo para
dade, entre outros, os seguintes: internação é de 3 anos. Por força desse prazo, o ECA
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do poderá atingir o maior de 18 anos. Em rigor, todas as
Ministério Público; medidas sócio-educativas poderão atingir o maior de
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; 18 anos.
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; A medida só poderá ser aplicada com o devido pro-
IV - ser informado de sua situação processual, sempre cesso legal e em nenhuma hipótese poderá ser apli-
que solicitada; cada à criança. Quando o adolescente completar 21
V - ser tratado com respeito e dignidade; anos, a liberação será obrigatória. Caso o adolescente
VI - permanecer internado na mesma localidade ou na- tenha passado por internação provisória, esses dias se-
quela mais próxima ao domicílio de seus pais ou res- rão computados na internação (detração). A diferença
ponsável; entre semi-liberdade e internação é que, nesta, o ado-
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; lescente depende de autorização expressa do juiz para
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; praticar atividades externas, ou seja, o adolescente in-
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e as- ternado somente se ausentará do estabelecimento em
seio pessoal; que se achar se autorizado pelo juiz.
X - habitar alojamento em condições adequadas de hi- O art. 123 dispõe que o local para a internação deve ser
giene e salubridade; distinto do abrigo, devendo-se obedecer a separação
XI - receber escolarização e profissionalização; por idade, composição física (tamanho), sexo e gravi-
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: dade do ato infracional. Há, também, a obrigatorieda-
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; de de realização de atividades pedagógicas.

6
O art. 124 dispõe sobre direitos específicos dos ado- - o Promotor encaminha a remissão para homologação
lescentes: pelo Juiz;
- entrevista pessoal com o representante do MP; - se o Juiz não aceitar a remissão, deverá remeter para
- entrevista reservada com seu defensor, dentre outros. o Procurador de Justiça, que poderá insistir na remis-
As visitas podem ser suspensas pelo juiz, sob o funda- são ou designar outro representante do MP para apre-
mento de segurança e proteção do menor, entretanto, sentar representação contra o menor. Essa remissão
em nenhuma hipótese o menor poderá ficar incomu- concedida pelo MP é causa de exclusão do processo,
nicável. visto que, ao conceder a remissão, inexiste o processo.
Quando a remissão é concedida pelo Juiz, segue-se o
seguinte procedimento:
#FicaDica - o Promotor oferece a representação;
- na audiência de apresentação, o menor será ouvido
Medida socioeducativa de internação:
pelo Juiz, que poderá decidir pela remissão;
– Prazo máximo de 3 anos:
- o representante do MP deverá, obrigatoriamente, ser
• Ato infracional praticado com grave ameaça
ouvido sobre a possibilidade da remissão antes de ela

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ou violência à pessoa; ou
ser aplicada. A remissão concedida pelo Juiz causa ex-
• Reiteração no cometimento de infrações gra-
tinção do processo. Havendo discordância por parte
ves.
do MP, este deverá ingressar com uma apelação para
– Pelo máximo de 3 meses (internação-sanção):
reformar a decisão do Juiz.
• Descumprimento reiterado e injustificável de
Tanto a doutrina quanto a jurisprudência admitem a
medida anteriormente aplicada.
cumulação da remissão com uma medida sócio-edu-
cativa que seja compatível (ex.: reparação do dano, ad-
vertência etc.). Neste caso, a remissão é causa de sus-
Capítulo V pensão do processo.
Da Remissão O ECA traz quatro requisitos genéricos para a aplicação
da remissão, devendo ficar a critério do membro do
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para
MP ou do Juiz a sua concessão. São eles:
apuração de ato infracional, o representante do Minis-
- circunstâncias e conseqüências do fato;
tério Público poderá conceder a remissão, como forma
- contexto social em que o fato foi praticado;
de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias
- personalidade do agente;
e consequências do fato, ao contexto social, bem como
- maior ou menor participação no ato infracional.
à personalidade do adolescente e sua maior ou menor
participação no ato infracional. A remissão, quer concedida pelo MP quer pelo Juiz,
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão não implica confissão de culpa. Existe uma divergência
da remissão pela autoridade judiciária importará na na doutrina em considerar a remissão como um acordo
suspensão ou extinção do processo. ou não. A posição majoritária entende que a remissão
não é um acordo, tendo em vista a lei falar em conces-
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o re- são e, ainda, pelo fato de não haver nenhum prejuízo
conhecimento ou comprovação da responsabilidade, para o adolescente, não possuindo a remissão nenhum
nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo efeito, podendo ser concedida quantas vezes forem
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das me- necessárias.
didas previstas em lei, exceto a colocação em regime
de semi-liberdade e a internação.
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão po- ADMINISTRATIVAS DA CRIANÇA E DO
derá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, me- ADOLESCENTE (ARTS. 225 A 258).
diante pedido expresso do adolescente ou de seu re-
presentante legal, ou do Ministério Público.
Título VII
Tem por conceito o perdão, a indulgência ao menor. Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Podem conceder remissão tanto o MP quanto o Juiz.
São hipóteses de natureza jurídica diferentes. A remis- Capítulo I
são judicial é forma de extinção ou de suspensão do Dos Crimes
processo (portanto, pressupõe o processo em curso).
Já a remissão ministerial é forma de exclusão do pro- Seção I
cesso (logo, deve ser concedida antes do processo - Disposições Gerais
administrativamente). Quando a remissão é concedida
pelo MP, segue-se o seguinte procedimento: Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
- o menor é ouvido pelo Promotor que concederá a contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão,
remissão; sem prejuízo do disposto na legislação penal.

7
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representan-
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal. te do Ministério Público no exercício de função prevista
nesta Lei:
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação públi- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
ca incondicionada.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
Seção II quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
Dos Crimes em Espécie judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupi-
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma lo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de for- Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
necer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece
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alta médica, declaração de nascimento, onde constem as ou efetiva a paga ou recompensa.


intercorrências do parto e do desenvolvimento do neo-
nato: Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato desti-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. nado ao envio de criança ou adolescente para o exterior
Parágrafo único. Se o crime é culposo: com inobservância das formalidades legais ou com o fito
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de es- Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ame-
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de identi- aça ou fraude:
ficar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
do parto, bem como deixar de proceder aos exames re- correspondente à violência.
feridos no art. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
Parágrafo único. Se o crime é culposo: registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberda- § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
de, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a par-
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autori- ticipação de criança ou adolescente nas cenas referidas
dade judiciária competente: no caputdeste artigo, ou ainda quem com esses contra-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. cena.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que proce- § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
de à apreensão sem observância das formalidades legais. comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela de exercê-la;
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabita-
comunicação à autoridade judiciária competente e à fa- ção ou de hospitalidade; ou
mília do apreendido ou à pessoa por ele indicada: III – prevalecendo-se de relações de parentesco consan-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. güíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua au- quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre
toridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constran- ela, ou com seu consentimento.
gimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa cau- pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
sa, de ordenar a imediata liberação de criança ou ado- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
lescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da
apreensão: Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, dis-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. tribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive
por meio de sistema de informática ou telemático, fo-
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado tografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liber- sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
dade: adolescente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

8
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” com-
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput preende qualquer situação que envolva criança ou ado-
deste artigo; lescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simu-
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de ladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que adolescente para fins primordialmente sexuais.
trata o caput deste artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
deste artigo são puníveis quando o responsável legal entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa arma, munição ou explosivo:
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
caput deste artigo.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que

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ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa,
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envol-
outros produtos cujos componentes possam causar de-
vendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. pendência física ou psíquica:
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se
de pequena quantidade o material a que se refere o caput o fato não constitui crime mais grave.
deste artigo.
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
a finalidade de comunicar às autoridades competentes a entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241- fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que,
A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provo-
I – agente público no exercício de suas funções; car qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
II – membro de entidade, legalmente constituída, que Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimen-
to, o processamento e o encaminhamento de notícia dos Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
crimes referidos neste parágrafo; definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou
III – representante legal e funcionários responsáveis de à exploração sexual:
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da
de computadores, até o recebimento do material relativo perda de bens e valores utilizados na prática criminosa
à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adoles-
ou ao Poder Judiciário. cente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fede-
§ 3º As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão ral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de
manter sob sigilo o material ilícito referido. terceiro de boa-fé.
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o geren-
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adoles- te ou o responsável pelo local em que se verifique a sub-
cente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio missão de criança ou adolescente às práticas referidas no
de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, caputdeste artigo.
vídeo ou qualquer outra forma de representação visual:
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cas-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
sação da licença de localização e de funcionamento do
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,
estabelecimento.
expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga
por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o mate-
rial produzido na forma do caput deste artigo. Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por ou induzindo-o a praticá-la:
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
com ela praticar ato libidinoso: § 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-
I – facilita ou induz o acesso à criança de material conten- -papo da internet.
do cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de § 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumen-
com ela praticar ato libidinoso; tadas de um terço no caso de a infração cometida ou
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072,
com o fim de induzir criança a se exibir de forma porno- de 25 de julho de 1990.
gráfica ou sexualmente explícita.

9
Capítulo II § 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
Das Infrações Administrativas multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fe-
chamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por § 2º Se comprovada a reincidência em período inferior
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino funda- a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
mental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade fechado e terá sua licença cassada.
competente os casos de que tenha conhecimento, en-
volvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qual-
criança ou adolescente: quer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83,
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- 84 e 85 desta Lei:
cando-se o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli-
cando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de enti-
dade de atendimento o exercício dos direitos constantes Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetácu-
nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: lo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - L. 8069/90)

Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- entrada do local de exibição, informação destacada so-
cando-se o dobro em caso de reincidência. bre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação:
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli-
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato cando-se o dobro em caso de reincidência.
ou documento de procedimento policial, administrativo
ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atri- Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer re-
bua ato infracional: presentações ou espetáculos, sem indicar os limites de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- idade a que não se recomendem:
cando-se o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de três a vinte salários de referência, dupli-
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcial- cada em caso de reincidência, aplicável, separadamente,
mente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou pu-
ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respei- blicidade.
to ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a
permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetá-
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
culo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista
sua classificação:
neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; du-
a apreensão da publicação ou a suspensão da progra-
plicada em caso de reincidência a autoridade judiciária
mação da emissora até por dois dias, bem como da pu-
blicação do periódico até por dois números. (Expressão poderá determinar a suspensão da programação da
declarada inconstitucional pela ADIN 869-2). emissora por até dois dias.

Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de re- classificado pelo órgão competente como inadequado
gularizar a guarda, adolescente trazido de outra comarca às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
para a prestação de serviço doméstico, mesmo que au- Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
torizado pelos pais ou responsável: reincidência, a autoridade poderá determinar a suspen-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- são do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento
cando-se o dobro em caso de reincidência, independen- por até quinze dias.
temente das despesas de retorno do adolescente, se for
o caso. Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
programação em vídeo, em desacordo com a classifica-
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deve- ção atribuída pelo órgão competente:
res inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
ou guarda, bem assim determinação da autoridade judi- caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá de-
ciária ou Conselho Tutelar: terminar o fechamento do estabelecimento por até quin-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- ze dias.
cando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacom- 79 desta Lei:
panhado dos pais ou responsável, ou sem autorização Pena - multa de três a vinte salários de referência, dupli-
escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pen- cando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo
são, motel ou congênere: de apreensão da revista ou publicação.
Pena – multa.

10
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou 2) (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - CES-
o empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o PE/2014) Acerca de ato infracional e medidas socioeduca-
acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, tivas, bem como dos crimes e infrações praticados contra a
ou sobre sua participação no espetáculo: criança e o adolescente, julgue o item a seguir.
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em Caso um adolescente que faça parte de um grupo formado
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá de- por adultos e que já tenha praticado, comprovadamente, di-
terminar o fechamento do estabelecimento por até quin- versos roubos com uso de arma de fogo seja apreendido, a
ze dias. ele deverá ser imposta – após o devido procedimento judicial
– a medida socioeducativa denominada liberdade assistida.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de provi-
denciar a instalação e operacionalização dos cadastros ( ) Certo ( ) Errado
previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três Resposta: Errado. Nos termos do artigo 118, ECA, “a li-
mil reais). berdade assistida será adotada sempre que se afigurar a
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autorida- medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - L. 8069/90)


de que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e e orientar o adolescente”. Ocorre que o adolescente pra-
de adolescentes em condições de serem adotadas, de ticou crimes com violência ou grave ameaça, razão pela
pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e qual cabe internação, conforme artigo 122, I, ECA: “A me-
adolescentes em regime de acolhimento institucional ou dida de internação só poderá ser aplicada quando: I - tra-
familiar. tar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça
ou violência a pessoa”.
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efe- 3) (Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - CES-
tuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária PE/2014) Paulo e João foram surpreendidos nas dependên-
de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante cias da Câmara dos Deputados quando subtraíam carteiras e
interessada em entregar seu filho para adoção: celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam.
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermé-
mil reais). dio de João, que é servidor da Casa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia As medidas socioeducativas aplicáveis a Paulo incluem a ad-
do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a vertência, a obrigação de reparar o dano e a prestação de
comunicação referida no caput deste artigo. serviços a comunidade.

Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inci- ( ) Certo ( ) Errado


so II do art. 81:
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 Resposta: Certo. Prevê o artigo 112, ECA: “Verificada a
(dez mil reais); prática de ato infracional, a autoridade competente pode-
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento rá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - adver-
comercial até o recolhimento da multa aplicada. tência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de
serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inser-
ção em regime de semi-liberdade; VI - internação em esta-
belecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas
EXERCÍCIOS COMENTADOS no art. 101, I a VI”.

1) (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - CES-


PE/2014) Julgue o próximo item , referente ao disposto no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e às atribuições
do conselho tutelar.
As disposições do ECA aplicam-se apenas a crianças, indiví-
duos até doze anos de idade incompletos, e a adolescentes,
indivíduos entre doze e dezoito anos de idade.

( ) Certo ( ) Errado

Resposta: Errado. Preconiza o artigo 2º, parágrafo único,


ECA: “Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcional-
mente este Estatuto às pessoas entre dezoito anos e vinte
e um anos de idade”.

11
5) (DPE-PE - Defensor Público - CESPE/2015) No item
abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de
HORA DE PRATICAR! uma assertiva a ser julgada conforme as normas do ECA e
o entendimento do STJ.
1) (TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Admi- Marcelino, maior imputável, fotografou sua sobrinha, de
nistrativa - Serviço Social - CESPE/2016) Julgue o item treze anos de idade, enquanto ela tomava banho. As fo-
subsecutivo, acerca do Estatuto da Criança e do Adoles- tos mostravam as partes íntimas da adolescente e algumas
cente (ECA). imagens mostravam apenas os órgãos genitais da garota.
De acordo com o ECA, é considerada criança a pessoa com Apurou-se que Marcelino jamais praticou qualquer ato libi-
até doze anos de idade incompletos. dinoso com a sobrinha nem divulgou o material fotográfico
obtido e que ele utilizava as fotos apenas para satisfazer a
( ) Certo ( ) Errado própria lascívia. Nessa situação, Marcelino responderá por
crime previsto no ECA, uma vez que registrou cena porno-
2) (DPU - Assistente Social - CESPE/2016) Segundo as gráfica envolvendo adolescente.
normas contidas na legislação social voltada para os direi-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - L. 8069/90)

tos sociais e proteção de crianças e adolescentes, julgue o


seguinte item.
Para o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo,
é prioritária a aplicação de medidas privativas ou restritivas GABARITO
de liberdade em estabelecimento educacional, de modo a
garantir a inclusão social dos egressos do sistema socioe- 1 Certo
ducativo.
2 Errado
( ) Certo ( ) Errado 3 Errado

3) (TJ-DFT - Analista Judiciário - Judiciária - CES- 4 Errado


PE/2015) Julgue o próximo item, de acordo com o dispos- 5 Certo
to no Código de Defesa do Consumidor e no Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA).
De acordo com o ECA, o conselho tutelar pode aplicar,
conforme a gravidade do caso, medida de encaminhamen-
to a tratamento psicológico ou psiquiátrico aos pais que
apliquem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante
como formas de disciplina ou correção do comportamento
de criança ou adolescente.

( ) Certo ( ) Errado

4) (DPE-PE - Defensor Público - CESPE/2015) No item


abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada conforme as normas do ECA e
o entendimento do STJ.
Alberto, adolescente condenado a cumprir medida socio-
educativa de internação, diante da inexistência de estabe-
lecimento apropriado na cidade de residência de seus pais,
foi custodiado em unidade distante, em razão da superlo-
tação da unidade mais próxima. Nessa situação, houve vio-
lação ao direito absoluto do adolescente previsto no ECA:
Alberto deveria ter sido enviado para a localidade mais
próxima do domicílio dos seus pais, mesmo que a unidade
de custódia estivesse superlotada.

( ) Certo ( ) Errado

12
ÍNDICE

ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS


Lei n.º 13.022 , de 08 de agosto de 2014. .....................................................................................................................................................................01
municipal poderá ainda auxiliar na segurança de grandes
LEI N.º 13.022 , DE 08 DE AGOSTO DE 2014. eventos e atuar na proteção de autoridades. Ações preven-
tivas na segurança escolar também poderão ser exercidas
por essa corporação.
Trata-se da regulamentação da atividade da Guarda
Lei n.º 13.022 , de 08 de agosto de 2014 (Estatuto Municipal como agente de segurança dentro do sistema
Geral dos Guardas Municipais) nacional de segurança pública, diferenciando-se das insti-
tuições policiais por terem nascido com o viés de inclusão
A Lei 13.022 tem por objetivo cumprir a determinação das políticas sociais dentro dos municípios.
constitucional de regular as guardas municipais criadas com O Estatuto prevê igualmente a possibilidade de municí-
a finalidade de proteger seus bens, serviços e instalações pios limítrofes constituírem consórcio público para utilizar,
e objetiva também, determinar que é tarefa das guardas reciprocamente, os serviços da guarda municipal de ma-
municipais, instituições civis e não militares, uniformizadas neira compartilhada. Esse consórcio poderá ficar encarre-
e armadas de acordo com previsão legal, exercer a atri- gado também da capacitação dos integrantes da guarda
buição preventiva de proteção ao município, ressalvadas as municipal compartilhada. Todos os guardas deverão passar
competências da União, dos Estados e do Distrito Federal. por esse tipo de capacitação e currículo compatível com a
Sua criação teve a participação de guardas municipais, atividade.
gestores e especialistas convidados pelo Ministério da Jus- A criação de guarda municipal deverá ocorrer por lei,
tiça para aprofundar essa regulamentação e produzir sub- e os servidores deverão ingressar por meio de concurso
sídios para que o Congresso pudesse criar a Lei. público. Para pertencer, o candidato deve ter nacionali-
Consideradas as deficiências de efetivo das polícias dade brasileira; nível médio completo; e idade mínima de
militares e civis, já incapazes de conter toda a crescente 18 anos. O texto exige curso de capacitação específica do
demanda criminal, mormente, no caso da primeira força servidor, permitindo ao município a criação de órgão de
policial, que tem função ostensiva e na maioria das vezes formação, treinamento e aperfeiçoamento. Poderá haver
fica submetida a uma série de funções que fogem à esfera ainda convênio com o estado para a manutenção de um
eminentemente criminal, como atendimento de desastres, órgão de formação centralizado, que não poderá ser o
calamidades públicas, apoio a equipes médicas e de aten- mesmo de forças militares.
dimentos de emergência, controle e fiscalização do trânsito
e do tráfego de veículos, segurança em eventos esporti- FIQUE ATENTO!
vos e culturais, participação em programas de prevenção à
O dispositivo em questão traz princípios
violência, ações sociais desenvolvidas no mesmo sentido,
e competências específicas às guardas
além das funções típicas de policiamento preventivo e os-
municipais.
tensivo para a proteção da ordem pública.
Então, vamos ao estudo das novas atribuições
Então, a edição da lei se moveu pelo impulso da neces- das guardas municipais e do poder de polícia
sidade, bem como visando atender ao lobby das guardas de seus integrantes.
municipais de todo o Brasil, com vistas também a uma so-
lução, ainda que limitada e paliativa, com menos gastos
públicos, para o arrefecimento dos índices de violência e
criminalidade, aproveitando forças já criadas para a pro- A novel legislação prescreve:
teção do patrimônio municipal e utilizando-as também na “Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de
caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previs-
prevenção da criminalidade e apoio às forças policiais esta-
to em lei, a função de proteção municipal preventiva,
tais, já açodadas de atribuições e funções.
ressalvadas as competências da União, dos Estados e
O Estatuto favorece a segurança pública no país e re-
do Distrito Federal. ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS
conhece a importância do trabalho realizado pelos guar-
das municipais. “A Lei não gera conflitos de competência
Art. 3º São princípios mínimos de atuação das guardas
com as polícias e muito menos cria uma nova polícia, mas
municipais:
o contrário. Ela regulamenta atividades que as guardas já
I – proteção dos direitos humanos fundamentais, do
vinham exercendo nos mais diversos municípios do país,
exercício da cidadania e das liberdades públicas;
complementando as ações das demais instituições de se-
II – preservação da vida, redução do sofrimento e dimi-
gurança pública”.
nuição das perdas;
As guardas municipais poderão atuar na proteção da
III- patrulhamento preventivo;
população, no patrulhamento preventivo, no desenvol-
IV – compromisso com a evolução social da comunida-
vimento de ações de prevenção primária à violência, em
de; e
grandes eventos e na proteção de autoridades, bem como
V – uso progressivo da força.
em ações conjuntas com os demais órgãos de defesa civil.
Outra competência das guardas municipais é encami-
Art. 5º São competências específicas das guardas mu-
nhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o
nicipais, respeitadas as competências dos órgãos fede-
autor da infração, preservando o local do crime. A guarda
rais e estaduais:

1
I – zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do
Município;
II – prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem EXERCÍCIO COMENTADO
como coibir, infrações penais ou administrativas e atos
infracionais que atentem contra os bens, serviços e ins- 01. (VUNESP/2018 - Prefeitura de Suzano/SP) Nos ter-
talações municipais; mos da Lei n° 13.022/2014 (Estatuto Geral das Guardas
III – atuar, preventiva e permanentemente, no território Municipais), é um princípio mínimo de atuação das guar-
do Município, para a proteção sistêmica da população das municipais:
que utiliza os bens, serviços e instalações municipais; a) patrulhamento ostensivo e repressivo.
IV – colaborar, de forma integrada com os órgãos de b) direito ao uso de armas letais e não letais.
segurança pública, em ações conjuntas que contribuam c) função de assistência social à população carente.
com a paz social; d) compromisso com a evolução social da comunidade.
V – colaborar com a pacificação de conflitos que seus e) comprometimento com a função de segurança pública.
integrantes presenciarem, atentando para o respeito aos
direitos fundamentais das pessoas; Resposta: Letra D. Conforme disposto no Art. 3º da re-
VI – exercer as competências de trânsito que lhes fo- ferida Lei, são princípios mínimos de atuação das guar-
rem conferidas, nas vias e logradouros municipais, nos das municipais:
termos da Lei n.º 9.503, de 23 de setembro de 1997 I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do
(Código de Trânsito Brasileiro), ou de forma concorren- exercício da cidadania e das liberdades públicas;
te, mediante convênio celebrado com órgão de trânsito II - preservação da vida, redução do sofrimento e dimi-
estadual ou municipal; nuição das perdas;
IX – interagir com a sociedade civil para discussão de III - patrulhamento preventivo;
soluções de problemas e projetos locais voltados à me- IV - compromisso com a evolução social da comuni-
lhoria das condições de segurança das comunidades; dade; e
X – estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da V - uso progressivo da força.
União, ou de Municípios vizinhos, por meio da celebra-
ção de convênios ou consórcios, com vistas ao desenvol-
vimento de ações preventivas integradas;
XI – articular-se com os órgãos municipais de políticas
sociais, visando à adoção de ações interdisciplinares de
segurança no Município;(...)
XIII – garantir o atendimento de ocorrências emergen-
ciais, ou prestá-lo direta e imediatamente quando depa-
rar-se com elas;
XIV – encaminhar ao delegado de polícia, diante de fla-
grante delito, o autor da infração, preservando o local
do crime, quando possível e sempre que necessário.(...)
XVI – desenvolver ações de prevenção primária à violên-
cia, isoladamente ou em conjunto com os demais órgãos
da própria municipalidade, de outros Municípios ou das
esferas estadual e federal;(...)
Parágrafo único. No exercício de suas competências, a
guarda municipal poderá colaborar ou atuar conjunta-
ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS

mente com órgãos de segurança pública da União, dos


Estados e do Distrito Federal ou de congêneres de Muni-
cípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos incisos XIII
e XIV deste artigo, diante do comparecimento de órgão
descrito nos incisos do caput do art. 144 da Constituição
Federal, deverá a guarda municipal prestar todo o apoio
à continuidade do atendimento.”

2
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA


Lei nº 13.675 de 11 de junho de 2018 - SUSP (Sistema Único de Segurança Pública)................................................................................01
Código de Trânsito Brasileiro (Lei Federal n.º 9.503, de 23 de setembro de 1997).......................................................................................07
São diretrizes da PNSPDS:
LEI Nº 13.675 DE 11 DE JUNHO DE 2018 - I - atendimento imediato ao cidadão;
SUSP (SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA II - planejamento estratégico e sistêmico;
PÚBLICA) III - fortalecimento das ações de prevenção e resolução
pacífica de conflitos, priorizando políticas de redu-
ção da letalidade violenta, com ênfase para os gru-
pos vulneráveis;
Lei nº 13.675/2018 (Sistema Único de Segurança IV - atuação integrada entre a União, os Estados, o Dis-
Pública (SUSP) trito Federal e os Municípios em ações de segurança
pública e políticas transversais para a preservação
Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública da vida, do meio ambiente e da dignidade da pessoa
(Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e humana;
Defesa Social (PNSPDS), com a finalidade de preservação V - coordenação, cooperação e colaboração dos ór-
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do gãos e instituições de segurança pública nas fases
patrimônio, por meio de atuação conjunta, coordenada, de planejamento, execução, monitoramento e ava-
sistêmica e integrada dos órgãos de segurança pública e liação das ações, respeitando-se as respectivas atri-
defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal e buições legais e promovendo-se a racionalização de
dos Municípios, em articulação com a sociedade. meios com base nas melhores práticas;
A segurança pública é dever do Estado e responsabilidade VI - formação e capacitação continuada e qualificada
de todos, compreendendo a União, os Estados, o Distrito dos profissionais de segurança pública, em conso-
Federal e os Munícipios, no âmbito das competências e nância com a matriz curricular nacional;
atribuições legais de cada um. VII - fortalecimento das instituições de segurança pú-
Compete à União estabelecer a Política Nacional de blica por meio de investimentos e do desenvolvi-
Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e aos Estados, mento de projetos estruturantes e de inovação tec-
ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer suas nológica;
respectivas políticas, observadas as diretrizes da política VIII - sistematização e compartilhamento das informa-
nacional, especialmente para análise e enfrentamento dos ções de segurança pública, prisionais e sobre dro-
riscos à harmonia da convivência social, com destaque gas, em âmbito nacional;
às situações de emergência e aos crimes interestaduais e IX - atuação com base em pesquisas, estudos e diag-
transnacionais. nósticos em áreas de interesse da segurança pública;
São princípios da PNSPDS: X - atendimento prioritário, qualificado e humanizado
I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos e ga- às pessoas em situação de vulnerabilidade;
rantias individuais e coletivos; XI - padronização de estruturas, de capacitação, de tec-
II - proteção, valorização e reconhecimento dos profis- nologia e de equipamentos de interesse da seguran-
sionais de segurança pública; ça pública;
III - proteção dos direitos humanos, respeito aos direitos XII - ênfase nas ações de policiamento de proximidade,
fundamentais e promoção da cidadania e da dignida- com foco na resolução de problemas;
de da pessoa humana; XIII - modernização do sistema e da legislação de acor-
IV - eficiência na prevenção e no controle das infrações do com a evolução social;
penais; XIV - participação social nas questões de segurança
V - eficiência na repressão e na apuração das infrações pública;
penais; XV - integração entre os Poderes Legislativo, Executivo
VI - eficiência na prevenção e na redução de riscos em e Judiciário no aprimoramento e na aplicação da le-
situações de emergência e desastres que afetam a gislação penal;
vida, o patrimônio e o meio ambiente; XVI - colaboração do Poder Judiciário, do Ministério
VII - participação e controle social; Público e da Defensoria Pública na elaboração de
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

VIII - resolução pacífica de conflitos; estratégias e metas para alcançar os objetivos desta
IX - uso comedido e proporcional da força; Política;
X - proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente; XVII - fomento de políticas públicas voltadas à reinser-
XI - publicidade das informações não sigilosas; ção social dos egressos do sistema prisional;
XII - promoção da produção de conhecimento sobre se- XVIII - (VETADO);
gurança pública; XIX - incentivo ao desenvolvimento de programas e
XIII - otimização dos recursos materiais, humanos e fi- projetos com foco na promoção da cultura de paz,
nanceiros das instituições; na segurança comunitária e na integração das políti-
XIV - simplicidade, informalidade, economia procedi- cas de segurança com as políticas sociais existentes
mental e celeridade no serviço prestado à sociedade; em outros órgãos e entidades não pertencentes ao
XV - relação harmônica e colaborativa entre os Poderes; sistema de segurança pública;
XVI - transparência, responsabilização e prestação de XX - distribuição do efetivo de acordo com critérios
contas. técnicos;

1
XXI - deontologia policial e de bombeiro militar co- XIV - (VETADO);
muns, respeitados os regimes jurídicos e as peculia- XV - racionalizar e humanizar o sistema penitenciário e
ridades de cada instituição; outros ambientes de encarceramento;
XXII - unidade de registro de ocorrência policial; XVI - fomentar estudos, pesquisas e publicações sobre a
XXIII - uso de sistema integrado de informações e da- política de enfrentamento às drogas e de redução de
dos eletrônicos; danos relacionados aos seus usuários e aos grupos
XXIV - (VETADO); sociais com os quais convivem;
XXV - incentivo à designação de servidores da carreira XVII - fomentar ações permanentes para o combate ao
para os cargos de chefia, levando em consideração crime organizado e à corrupção;
a graduação, a capacitação, o mérito e a experiência XVIII - estabelecer mecanismos de monitoramento e de
do servidor na atividade policial específica; avaliação das ações implementadas;
XXVI - celebração de termo de parceria e protocolos XIX - promover uma relação colaborativa entre os ór-
com agências de vigilância privada, respeitada a lei gãos de segurança pública e os integrantes do sis-
de licitações. tema judiciário para a construção das estratégias e
o desenvolvimento das ações necessárias ao alcance
São objetivos da PNSPDS: das metas estabelecidas;
I - fomentar a integração em ações estratégicas e ope- XX - estimular a concessão de medidas protetivas em
racionais, em atividades de inteligência de segurança favor de pessoas em situação de vulnerabilidade;
pública e em gerenciamento de crises e incidentes; XXI - estimular a criação de mecanismos de proteção
II - apoiar as ações de manutenção da ordem pública dos agentes públicos que compõem o sistema nacio-
e da incolumidade das pessoas, do patrimônio, do nal de segurança pública e de seus familiares;
meio ambiente e de bens e direitos; XXII - estimular e incentivar a elaboração, a execução
III - incentivar medidas para a modernização de equi- e o monitoramento de ações nas áreas de valoriza-
pamentos, da investigação e da perícia e para a pa- ção profissional, de saúde, de qualidade de vida e de
dronização de tecnologia dos órgãos e das institui- segurança dos servidores que compõem o sistema
ções de segurança pública; nacional de segurança pública;
XXIII - priorizar políticas de redução da letalidade vio-
IV - estimular e apoiar a realização de ações de pre-
lenta;
venção à violência e à criminalidade, com prioridade
XXIV - fortalecer os mecanismos de investigação de cri-
para aquelas relacionadas à letalidade da população
mes hediondos e de homicídios;
jovem negra, das mulheres e de outros grupos vul-
XXV - fortalecer as ações de fiscalização de armas de
neráveis;
fogo e munições, com vistas à redução da violência
V - promover a participação social nos Conselhos de
armada;
segurança pública;
XXVI - fortalecer as ações de prevenção e repressão aos
VI - estimular a produção e a publicação de estudos
crimes cibernéticos.
e diagnósticos para a formulação e a avaliação de
políticas públicas; Os objetivos estabelecidos direcionarão a formulação
VII - promover a interoperabilidade dos sistemas de se- do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
gurança pública; documento que estabelecerá as estratégias, as metas, os
VIII - incentivar e ampliar as ações de prevenção, indicadores e as ações para o alcance desses objetivos.
controle e fiscalização para a repressão aos crimes A PNSPDS será implementada por estratégias que
transfronteiriços; garantam integração, coordenação e cooperação federativa,
IX - estimular o intercâmbio de informações de inte- interoperabilidade, liderança situacional, modernização da
ligência de segurança pública com instituições es- gestão das instituições de segurança pública, valorização
trangeiras congêneres; e proteção dos profissionais, complementaridade, dotação
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

X - integrar e compartilhar as informações de seguran- de recursos humanos, diagnóstico dos problemas a serem
ça pública, prisionais e sobre drogas; enfrentados, excelência técnica, avaliação continuada dos
XI - estimular a padronização da formação, da capacita- resultados e garantia da regularidade orçamentária para
ção e da qualificação dos profissionais de segurança execução de planos e programas de segurança pública.
pública, respeitadas as especificidades e as diversi-
dades regionais, em consonância com esta Política, São meios e instrumentos para a implementação da
nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal; PNSPDS:
XII - fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do I - os planos de segurança pública e defesa social;
cumprimento de medidas restritivas de direito e de II - o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de
penas alternativas à prisão; Segurança Pública e Defesa Social;
XIII - fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de III - (VETADO);
cumprimento de pena restritiva de liberdade em re- IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de Homicídios
lação à gravidade dos crimes cometidos; de Jovens;

2
V - os mecanismos formados por órgãos de prevenção O Susp será coordenado pelo Ministério Extraordinário
e controle de atos ilícitos contra a Administração da Segurança Pública.
Pública e referentes a ocultação ou dissimulação de As operações combinadas, planejadas e desencadeadas
bens, direitos e valores. em equipe poderão ser ostensivas, investigativas, de
É instituído o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), inteligência ou mistas, e contar com a participação
que tem como órgão central o Ministério Extraordinário de órgãos integrantes do Susp e, nos limites de suas
da Segurança Pública e é integrado pelos órgãos de que competências, com o Sisbin e outros órgãos dos
trata o art. 144 da Constituição Federal, pelos agentes sistemas federal, estadual, distrital ou municipal, não
penitenciários, pelas guardas municipais e pelos demais necessariamente vinculados diretamente aos órgãos de
integrantes estratégicos e operacionais, que atuarão segurança pública e defesa social, especialmente quando
nos limites de suas competências, de forma cooperativa, se tratar de enfrentamento a organizações criminosas.
sistêmica e harmônica. Esse planejamento e a coordenação das operações serão
exercidos conjuntamente pelos participantes.
São integrantes estratégicos do Susp: O compartilhamento de informações será feito
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- preferencialmente por meio eletrônico, com acesso
pios, por intermédio dos respectivos Poderes Execu- recíproco aos bancos de dados, nos termos estabelecidos
tivos; pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública.
II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social O intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos
dos três entes federados. para qualificação dos profissionais de segurança
pública e defesa social dar-se-á, entre outras formas,
São integrantes operacionais do Susp: pela reciprocidade na abertura de vagas nos cursos de
I - polícia federal; especialização, aperfeiçoamento e estudos estratégicos,
II - polícia rodoviária federal; respeitadas as peculiaridades e o regime jurídico de cada
III - (VETADO); instituição, e observada, sempre que possível, a matriz
IV - polícias civis;
curricular nacional.
V - polícias militares;
O Ministério Extraordinário da Segurança Pública fixará,
VI - corpos de bombeiros militares;
anualmente, metas de excelência no âmbito das respectivas
VII - guardas municipais;
competências, visando à prevenção e à repressão das
VIII - órgãos do sistema penitenciário;
infrações penais e administrativas e à prevenção dos
IX - (VETADO);
desastres, e utilizará indicadores públicos que demonstrem
X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e
de forma objetiva os resultados pretendidos.
identificação;
A aferição anual de metas deverá observar os seguintes
XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp);
XII - secretarias estaduais de segurança pública ou con- parâmetros:
gêneres; I - as atividades de polícia judiciária e de apuração das
XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Se- infrações penais serão aferidas, entre outros fatores,
dec); pelos índices de elucidação dos delitos, a partir dos
XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Se- registros de ocorrências policiais, especialmente os
nad); de crimes dolosos com resultado em morte e de
XV - agentes de trânsito; roubo, pela identificação, prisão dos autores e cum-
XVI - guarda portuária. primento de mandados de prisão de condenados a
crimes com penas de reclusão, e pela recuperação
Os sistemas estaduais, distrital e municipais serão do produto de crime em determinada circunscrição;
responsáveis pela implementação dos respectivos II - as atividades periciais serão aferidas mediante cri-
programas, ações e projetos de segurança pública, com térios técnicos emitidos pelo órgão responsável pela
liberdade de organização e funcionamento. coordenação das perícias oficiais, considerando os
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

A integração e a coordenação dos órgãos integrantes do laudos periciais e o resultado na produção qualifica-
Susp dar-se-ão nos limites das respectivas competências, da das provas relevantes à instrução criminal;
por meio de: III - as atividades de polícia ostensiva e de preservação
I - operações com planejamento e execução integrados; da ordem pública serão aferidas, entre outros fatores,
II - estratégias comuns para atuação na prevenção e no pela maior ou menor incidência de infrações penais
controle qualificado de infrações penais; e administrativas em determinada área, seguindo os
III - aceitação mútua de registro de ocorrência policial; parâmetros do Sinesp;
IV - compartilhamento de informações, inclusive com o IV - as atividades dos corpos de bombeiros militares
Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin); serão aferidas, entre outros fatores, pelas ações de
V - intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos; prevenção, preparação para emergências e desas-
VI - integração das informações e dos dados de segu- tres, índices de tempo de resposta aos desastres e
rança pública por meio do Sinesp. de recuperação de locais atingidos, considerando-se
áreas determinadas;

3
V - a eficiência do sistema prisional será aferida com Regulamento disciplinará os critérios de aplicação de
base nos seguintes fatores de número de vagas ofer- recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e
tadas no sistema, a relação existente entre o número do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), respeitando-se
de presos e a quantidade de vagas ofertadas, o índi- a atribuição constitucional dos órgãos que integram o Susp,
ce de reiteração criminal dos egressos, entre outros. os aspectos geográficos, populacionais e socioeconômicos
dos entes federados, bem como o estabelecimento de
A aferição considerará aspectos relativos à estrutura de metas e resultados a serem alcançados.
trabalho físico e de equipamentos, bem como de efetivo. As aquisições de bens e serviços para os órgãos
O Ministério Extraordinário da Segurança Pública, integrantes do Susp terão por objetivo a eficácia de suas
responsável pela gestão do Susp, deverá orientar e atividades e obedecerão a critérios técnicos de qualidade,
acompanhar as atividades dos órgãos integrados ao modernidade, eficiência e resistência, observadas as
Sistema, além de promover as seguintes ações: normas de licitação e contratos.
I - apoiar os programas de aparelhamento e moderniza- A estrutura formal do Susp dar-se-á pela formação de
ção dos órgãos de segurança pública e defesa social Conselhos permanentes a serem criados na forma do art.
do País; 21 desta Lei.
II - implementar, manter e expandir, observadas as res- Serão criados Conselhos de Segurança Pública e Defesa
trições previstas em lei quanto a sigilo, o Sistema Social, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal
Nacional de Informações e de Gestão de Segurança e dos Municípios, mediante proposta dos chefes dos
Pública e Defesa Social; Poderes Executivos, encaminhadas aos respectivos Poderes
III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e Legislativos.
operacionais entre os órgãos policiais federais, esta- O Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa
duais, distrital e as guardas municipais; Social, com atribuições, funcionamento e composição
IV - valorizar a autonomia técnica, científica e funcional estabelecidos em regulamento, terá a participação de
dos institutos oficiais de criminalística, medicina le- representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal
gal e identificação, garantindo-lhes condições plenas e dos Municípios.
para o exercício de suas funções; Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social
V - promover a qualificação profissional dos integrantes congregarão representantes com poder de decisão dentro
da segurança pública e defesa social, especialmente de suas estruturas governamentais e terão natureza de
nas dimensões operacional, ética e técnico-científica; colegiado, com competência consultiva, sugestiva e de
acompanhamento social das atividades de segurança
VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar
pública e defesa social, respeitadas as instâncias decisórias
dados e informações estatísticas sobre criminalidade
e as normas de organização da Administração Pública.
e vitimização;
Art. 21. Os Conselhos serão compostos por:
VII - coordenar as atividades de inteligência da segu-
I - representantes de cada órgão ou entidade integran-
rança pública e defesa social integradas ao Sisbin;
te do Susp;
VIII - desenvolver a doutrina de inteligência policial.
II - representante do Poder Judiciário;
III - representante do Ministério Público;
É de responsabilidade do Ministério Extraordinário da
IV - representante da Ordem dos Advogados do Brasil
Segurança Pública: (OAB);
I - disponibilizar sistema padronizado, informatizado e V - representante da Defensoria Pública;
seguro que permita o intercâmbio de informações VI - representantes de entidades e organizações da so-
entre os integrantes do Susp; ciedade cuja finalidade esteja relacionada com políticas
II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestrutura tec- de segurança pública e defesa social;
nológica e a segurança dos processos, das redes e VII - representantes de entidades de profissionais de
dos sistemas; segurança pública.
III - estabelecer cronograma para adequação dos inte-
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

grantes do Susp às normas e aos procedimentos de Os representantes das entidades e organizações


funcionamento do Sistema. referidas nos incisos VI e VII do caput deste artigo serão
eleitos por meio de processo aberto a todas as entidades
A União poderá apoiar os Estados, o Distrito Federal e os e organizações cuja finalidade seja relacionada com as
Municípios, quando não dispuserem de condições técnicas políticas de segurança pública, conforme convocação
e operacionais necessárias à implementação do Susp. pública e critérios objetivos previamente definidos pelos
Os órgãos integrantes do Susp poderão atuar em Conselhos.
vias urbanas, rodovias, terminais rodoviários, ferrovias e Cada conselheiro terá 1 (um) suplente, que substituirá o
hidrovias federais, estaduais, distrital ou municipais, portos titular em sua ausência.
e aeroportos, no âmbito das respectivas competências, em Os mandatos eletivos dos membros referidos nos
efetiva integração com o órgão cujo local de atuação esteja incisos VI e VII do caput deste artigo e a designação
sob sua circunscrição, ressalvado o sigilo das investigações dos demais membros terão a duração de 2 (dois) anos,
policiais. permitida apenas uma recondução ou reeleição.

4
A União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública IV - desenvolver programas, ações, atividades e proje-
e Defesa Social, destinado a articular as ações do poder tos articulados com os estabelecimentos de ensino,
público, com a finalidade de: com a sociedade e com a família para a prevenção da
I - promover a melhora da qualidade da gestão das po- criminalidade e a prevenção de desastres;
líticas sobre segurança pública e defesa social; V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da
II - contribuir para a organização dos Conselhos de Se- violência e de prevenção de desastres nos conteúdos
gurança Pública e Defesa Social curriculares dos diversos níveis de ensino;
III - assegurar a produção de conhecimento no tema, a VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e so-
definição de metas e a avaliação dos resultados das cial dos egressos do sistema prisional, promovendo
políticas de segurança pública e defesa social; programas que priorizem a melhoria de sua escolari-
IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de se- zação e a qualificação profissional;
gurança interna nas divisas, fronteiras, portos e ae- VII - garantir a efetividade dos programas, ações, ativi-
roportos. dades e projetos das políticas de segurança pública
e defesa social;
As políticas públicas de segurança não se restringem
VIII - promover o monitoramento e a avaliação das polí-
aos integrantes do Susp, pois devem considerar um
ticas de segurança pública e defesa social;
contexto social amplo, com abrangência de outras áreas
IX - fomentar a criação de grupos de estudos forma-
do serviço público, como educação, saúde, lazer e cultura,
respeitadas as atribuições e as finalidades de cada área do dos por agentes públicos dos órgãos integrantes do
serviço público. Susp, professores e pesquisadores, para produção de
A União, por intermédio do Ministério Extraordinário conhecimento e reflexão sobre o fenômeno da crimi-
da Segurança Pública, deverá elaborar os objetivos, as nalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos
ações estratégicas, as metas, as prioridades, os indicadores públicos de cada unidade da Federação;
e as formas de financiamento e gestão das Políticas de X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos
Segurança Pública e Defesa Social. integrantes do Susp;
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, XI - garantir o planejamento e a execução de políticas
com base no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa de segurança pública e defesa social;
Social, elaborar e implantar seus planos correspondentes XII - fomentar estudos de planejamento urbano para
em até 2 (dois) anos a partir da publicação do documento que medidas de prevenção da criminalidade façam
nacional, sob pena de não poderem receber recursos parte do plano diretor das cidades, de forma a es-
da União para a execução de programas ou ações de timular, entre outras ações, o reforço na iluminação
segurança pública e defesa social. pública e a verificação de pessoas e de famílias em
O poder público deverá dar ampla divulgação ao situação de risco social e criminal.
conteúdo das Políticas e dos Planos de segurança pública
e defesa social. Os integrantes do Susp fixarão, anualmente, metas
A União, em articulação com os Estados, o Distrito de excelência no âmbito das respectivas competências,
Federal e os Municípios, realizará avaliações anuais sobre visando à prevenção e à repressão de infrações penais e
a implementação do Plano Nacional de Segurança Pública administrativas e à prevenção de desastres, que tenham
e Defesa Social, com o objetivo de verificar o cumprimento como finalidade:
das metas estabelecidas e elaborar recomendações aos I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervi-
gestores e operadores das políticas públicas. A primeira sionar as atividades de educação gerencial, técnica
avaliação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa e operacional, em cooperação com as unidades da
Social realizar-se-á no segundo ano de vigência desta Lei,
Federação;
cabendo ao Poder Legislativo Federal acompanhá-la.
II - apoiar e promover educação qualificada, continuada
Os agentes públicos deverão observar as seguintes
e integrada;
diretrizes na elaboração e na execução dos planos:
I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públi- III - identificar e propor novas metodologias e técnicas
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

cos, entidades privadas, corporações policiais e or- de educação voltadas ao aprimoramento de suas ati-
ganismos internacionais, a fim de implantar parcerias vidades;
para a execução de políticas de segurança pública e IV - identificar e propor mecanismos de valorização
defesa social; profissional;
II - realizar a integração de programas, ações, atividades V - apoiar e promover o sistema de saúde para os pro-
e projetos dos órgãos e entidades públicas e priva- fissionais de segurança pública e defesa social;
das nas áreas de saúde, planejamento familiar, edu- VI - apoiar e promover o sistema habitacional para os
cação, trabalho, assistência social, previdência social, profissionais de segurança pública e defesa social.
cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da cri-
minalidade e à prevenção de desastres; É instituído, no âmbito do Susp, o Sistema Nacional de
III - viabilizar ampla participação social na formulação, Acompanhamento e Avaliação das Políticas de Segurança
na implementação e na avaliação das políticas de se- Pública e Defesa Social (Sinaped), com os seguintes
gurança pública e defesa social; objetivos:

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I - contribuir para organização e integração dos mem- A avaliação dos objetivos e das metas do Plano Nacional
bros do Susp, dos projetos das políticas de segurança de Segurança Pública e Defesa Social será coordenada por
pública e defesa social e dos respectivos diagnósti- comissão permanente e realizada por comissões temporárias,
cos, planos de ação, resultados e avaliações; essas compostas, no mínimo, por 3 (três) membros, na forma
II - assegurar o conhecimento sobre os programas, ações do regulamento próprio.
e atividades e promover a melhora da qualidade da É vedado à comissão permanente designar avaliadores
gestão dos programas, ações, atividades e projetos que sejam titulares ou servidores dos órgãos gestores
de segurança pública e defesa social; avaliados, caso:
III - garantir que as políticas de segurança pública e de- I - tenham relação de parentesco até terceiro grau com
fesa social abranjam, no mínimo, o adequado diag- titulares ou servidores dos órgãos gestores avaliados;
nóstico, a gestão e os resultados das políticas e dos II - estejam respondendo a processo criminal ou
programas de prevenção e de controle da violência. administrativo.
Aos órgãos de correição, dotados de autonomia no
Ao final da avaliação do Plano Nacional de Segurança exercício de suas competências, caberá o gerenciamento e
Pública e Defesa Social, será elaborado relatório com o a realização dos processos e procedimentos de apuração
histórico e a caracterização do trabalho, as recomendações de responsabilidade funcional, por meio de sindicância
e os prazos para que elas sejam cumpridas, além de outros e processo administrativo disciplinar, e a proposição de
elementos a serem definidos em regulamento. subsídios para o aperfeiçoamento das atividades dos órgãos
Os resultados da avaliação das políticas serão utilizados de segurança pública e defesa social.
para: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
I - planejar as metas e eleger as prioridades para execu- deverão instituir órgãos de ouvidoria dotados de autonomia
ção e financiamento; e independência no exercício de suas atribuições.
II - reestruturar ou ampliar os programas de prevenção À ouvidoria competirá o recebimento e tratamento de
e controle; representações, elogios e sugestões de qualquer pessoa
III - adequar os objetivos e a natureza dos programas, sobre as ações e atividades dos profissionais e membros
ações e projetos; integrantes do Susp, devendo encaminhá-los ao órgão
IV - celebrar instrumentos de cooperação com vistas à com atribuição para as providências legais e a resposta ao
correção de problemas constatados na avaliação; requerente.
V - aumentar o financiamento para fortalecer o sistema É instituído o Sistema Nacional de Informações de
de segurança pública e defesa social; Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de
VI - melhorar e ampliar a capacitação dos operadores Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de
do Susp. Drogas (Sinesp), com a finalidade de armazenar, tratar e
integrar dados e informações para auxiliar na formulação,
O relatório da avaliação deverá ser encaminhado aos implementação, execução, acompanhamento e avaliação das
respectivos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social. políticas relacionadas com:
As autoridades, os gestores, as entidades e os órgãos I - segurança pública e defesa social;
envolvidos com a segurança pública e defesa social têm o II - sistema prisional e execução penal;
dever de colaborar com o processo de avaliação, facilitando III - rastreabilidade de armas e munições;
o acesso às suas instalações, à documentação e a todos os IV - banco de dados de perfil genético e digitais;
elementos necessários ao seu efetivo cumprimento. V - enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas.
O processo de avaliação das políticas de segurança
pública e defesa social deverá contar com a participação O Sinesp tem por objetivos:
de representantes dos Poderes Legislativo, Executivo e I - proceder à coleta, análise, atualização, sistematização,
Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública integração e interpretação de dados e informações re-
e dos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social, lativos às políticas de segurança pública e defesa social;
observados os parâmetros estabelecidos nesta Lei. II - disponibilizar estudos, estatísticas, indicadores e ou-
Cabe ao Poder Legislativo acompanhar as avaliações do tras informações para auxiliar na formulação, imple-
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

respectivo ente federado. mentação, execução, monitoramento e avaliação de


O Sinaped assegurará, na metodologia a ser empregada: políticas públicas;
I - a realização da autoavaliação dos gestores e das cor- III - promover a integração das redes e sistemas de dados
porações; e informações de segurança pública e defesa social,
II - a avaliação institucional externa, contemplando a criminais, do sistema prisional e sobre drogas;
análise global e integrada das instalações físicas, rela- IV - garantir a interoperabilidade dos sistemas de dados e
ções institucionais, compromisso social, atividades e informações, conforme os padrões definidos pelo con-
finalidades das corporações; selho gestor.
III - a análise global e integrada dos diagnósticos, es-
truturas, compromissos, finalidades e resultados das O Sinesp adotará os padrões de integridade,
políticas de segurança pública e defesa social; disponibilidade, confidencialidade, confiabilidade e
IV - o caráter público de todos os procedimentos, dados tempestividade dos sistemas informatizados do governo
e resultados dos processos de avaliação. federal.

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Integram o Sinesp todos os entes federados, por Os programas de educação deverão estar em consonância
intermédio de órgãos criados ou designados para esse fim. com os princípios da matriz curricular nacional.
Os dados e as informações de que trata esta Lei deverão A Renaesp, integrada por instituições de ensino superior,
ser padronizados e categorizados e serão fornecidos e observadas as normas de licitação e contratos, tem como
atualizados pelos integrantes do Sinesp. objetivo:
O integrante que deixar de fornecer ou atualizar seus I - promover cursos de graduação, extensão e pósgradua-
dados e informações no Sinesp poderá não receber recursos ção em segurança pública e defesa social;
nem celebrar parcerias com a União para financiamento de II - fomentar a integração entre as ações dos profissionais,
programas, projetos ou ações de segurança pública e defesa em conformidade com as políticas nacionais de segu-
social e do sistema prisional, na forma do regulamento. rança pública e defesa social;
O Ministério Extraordinário da Segurança Pública é III - promover a compreensão do fenômeno da violência;
autorizado a celebrar convênios com órgãos do Poder IV - difundir a cidadania, os direitos humanos e a educação
Executivo que não integrem o Susp, com o Poder Judiciário para a paz;
e com o Ministério Público, para compatibilização de V - articular o conhecimento prático dos profissionais de
sistemas de informação e integração de dados, ressalvadas segurança pública e defesa social com os conhecimen-
as vedações constitucionais de sigilo e desde que o objeto tos acadêmicos;
fundamental dos acordos seja a prevenção e a repressão VI - difundir e reforçar a construção de cultura de segu-
da violência. rança pública e defesa social fundada nos paradigmas
A omissão no fornecimento das informações legais da contemporaneidade, da inteligência, da informação
implica responsabilidade administrativa do agente público. e do exercício de atribuições estratégicas, técnicas e
É instituído o Sistema Integrado de Educação e científicas;
Valorização Profissional (Sievap), com a finalidade de: VII - incentivar produção técnico-científica que contribua
I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervi- para as atividades desenvolvidas pelo Susp.
sionar as atividades de educação gerencial, técnica
A Rede EaD-Senasp é escola virtual destinada aos
e operacional, em cooperação com as unidades da
profissionais de segurança pública e defesa social e tem como
Federação;
objetivo viabilizar o acesso aos processos de aprendizagem,
II - identificar e propor novas metodologias e técnicas
independentemente das limitações geográficas e sociais
de educação voltadas ao aprimoramento de suas ati-
existentes, com o propósito de democratizar a educação em
vidades;
segurança pública e defesa social.
III - apoiar e promover educação qualificada, continua-
O Programa Nacional de Qualidade de Vida para
da e integrada;
Profissionais de Segurança Pública (Pró-Vida) tem por objetivo
IV - identificar e propor mecanismos de valorização
elaborar, implementar, apoiar, monitorar e avaliar, entre outros,
profissional. os projetos de programas de atenção psicossocial e de saúde
no trabalho dos profissionais de segurança pública e defesa
O Sievap é constituído, entre outros, pelos seguintes social, bem como a integração sistêmica das unidades de
programas: saúde dos órgãos que compõem o Susp.
I - matriz curricular nacional;
II - Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pú-
blica (Renaesp); CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
III - Rede Nacional de Educação a Distância em Segu- (LEI FEDERAL N.º 9.503, DE 23 DE SETEMBRO
rança Pública (Rede EaD-Senasp); DE 1997).
IV - programa nacional de qualidade de vida para segu-
rança pública e defesa social.
1. Sistema Nacional de Trânsito: disposições gerais;
Os órgãos integrantes do Susp terão acesso às ações composição e competência do Sistema Nacional de
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de educação do Sievap, conforme política definida pelo Trânsito.


Ministério Extraordinário da Segurança Pública.
A matriz curricular nacional constitui-se em referencial O Sistema Nacional de Trânsito, conforme preceitua o art.
teórico, metodológico e avaliativo para as ações de 5º do Código de Trânsito, é o conjunto de órgãos e entidades
educação aos profissionais de segurança pública e defesa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
social e deverá ser observada nas atividades formativas Compete ao SINETRAN, o exercício das atividades de
de ingresso, aperfeiçoamento, atualização, capacitação e planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro
especialização na área de segurança pública e defesa social, e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem
nas modalidades presencial e a distância, respeitados o de condutores, educação, engenharia, operação do sistema
regime jurídico e as peculiaridades de cada instituição. viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de
A matriz curricular é pautada nos direitos humanos, recursos e aplicação de penalidades.
nos princípios da andragogia e nas teorias que enfocam o Seus objetivos básicos estão estabelecidos no art. 6º e
processo de construção do conhecimento. são os seguintes:

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  - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trân- Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação
sito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, nas vias públicas, o condutor deverá verificar a
à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e existência e as boas condições de funcionamento
fiscalizar seu cumprimento; dos equipamentos de uso obrigatório, bem como
- fixar, mediante normas e procedimentos, a padroniza- assegurar-se da existência de combustível suficien-
ção de critérios técnicos, financeiros e administrati- te para chegar ao local de destino.
vos para a execução das atividades de trânsito;
- estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de in- - Cabe ao condutor ter domínio de seu veículo, com a
formações entre os seus diversos órgãos e entidades, observância dos cuidados do trânsito, conforme pre-
a fim de facilitar o processo decisório e a integração visto no art. 28.
do Sistema. Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter
domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e
É composto pelos seguintes órgãos e entidades cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
previstos no art. 7º do Código mencionado acima:
- o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coor- Outro dos deveres do condutor é manter o domínio
denador do Sistema e órgão máximo normativo e do seu veículo. Deve dirigir com cuidado e atenção
consultivo; indispensáveis para a manutenção da segurança no trânsito.
- os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Con- Nas vias terrestres, tendo em vista o excesso de veículos,
selho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDI- devem ser observadas normas de circulação.
FE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; Destaca-se que a circulação deve ocorrer pelo lado
- os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, direito, admitindo exceções, desde que devidamente
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; sinalizadas.
- os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, O condutor deve também guardar distância lateral e
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; frontal em relação aos demais veículos e em relação à via.
- a Polícia Rodoviária Federal;
- as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres
- as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI. abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via,
2. Normas gerais de circulação e conduta. admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece normas de II - o condutor deverá guardar distância de segu-
circulação em relação aos usuários das vias terrestres, bem como rança lateral e frontal entre o seu e os demais ve-
a forma de organização das vias para circulação dos veículos. ículos, bem como em relação ao bordo da pista,
O art. 26 preceitua que os usuários das vias terrestres considerando-se, no momento, a velocidade e as
devem: condições do local, da circulação, do veículo e as
- abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou condições climáticas;
obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou
de animais, ou ainda causar danos a propriedades Quando não houver sinalização da via, a preferência
públicas ou privadas; de passagem do condutor será da seguinte forma:
- abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, - daquele que estiver circulando na rodovia de um fluxo
atirando, depositando ou abandonando na via obje- único;
tos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro - na rotatória, a preferência será daquele que estiver
obstáculo. nela circulando;
- nas outras situações, a preferência será do condutor
Os usuários das vias terrestres, portanto, devem abster- que vier pela direita.
se de praticar qualquer conduta que possa trazer qualquer
risco a todos que possam circular na via, inclusive animais. Quando veículos, transitando por fluxos que se
Também não podem praticar qualquer conduta que cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

possa ocasionar danos nas propriedades, sejam elas preferência de passagem:


públicas como as ruas e avenidas, por exemplo ou privadas a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodo-
como os imóveis. via, aquele que estiver circulando por ela;
Ademais, os usuários também devem abster-se de b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando
deixar qualquer objeto na via que possa ocasionar qualquer por ela;
tipo de risco. c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
Dentre outras das normas de conduta previstas pelo
CTB estão: Em uma pista de rolamento em que haja várias faixas
- Observar as condições do veículo, mantendo equipa- de circulação no mesmo sentido, os veículos mais lentos
mentos em boas condições de funcionamento, bem devem deslocar-se pela direita. Também devem manter-
como atentando para a existência de combustível se na pista da direita aqueles veículos de maior porte, de
suficiente, de forma que não haja qualquer parada forma que a esquerda fique livre para o deslocamento em
imprevista do veículo na via. maior velocidade.

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- Quando uma pista de rolamento comportar várias fai- Quando se tratar de um veículo de utilidade pública,
xas de circulação no mesmo sentido, são as da di- ele poderá parar e estacionar no local para prestação do
reita destinadas ao deslocamento dos veículos mais serviço. Deverá, porém, sinalizar sobre esta parada.
lentos e de maior porte, quando não houver faixa Os veículos prestadores de serviços de utilidade públi-
especial a eles destinada, e as da esquerda, destina- ca, quando em atendimento na via, gozam de livre parada
das à ultrapassagem e ao deslocamento dos veícu- e estacionamento no local da prestação de serviço, desde
los de maior velocidade; que devidamente sinalizados, devendo estar identificados
na forma estabelecida pelo CONTRAN;
Outra regra de conduta de grande relevância: os Norma de circulação e conduta de grande importância
veículos não poderão de forma injustificada transitar nas e a que deve ser destinada muita atenção é sobre a
calçadas, passeios e acostamentos. A exceção, porém, ultrapassagem.
será para saída dos imóveis ou de áreas especiais de Isto porque aquele que pretende fazer uma
estacionamento. ultrapassagem deverá observar o seguinte:
Trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos - que o veículo que venha atrás também não pretenda
acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou ultrapassá-lo;
se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento; - que o veículo que venha logo à frente também não
esteja efetuando uma ultrapassagem;
Veículos especiais - que haja espaço suficiente na pista para que realize a
Os veículos de batedores terão prioridade de passagem. ultrapassagem, sem que haja qualquer risco de inva-
Em caso de veículos que prestem socorro, há são da pista contrária;
prioridades que lhe são garantidas como de livre circulação,
estacionamento e parada. Ainda: deverá o condutor indicar com antecedência a
Estes veículos devem, porém, acionar dispositivos manobra que pretende realizar, podendo fazê-lo por meio
de alarme sonoro e iluminação vermelha para que os da seta ou até mesmo utilizando-se do gesto convencional
demais condutores possam atentar-se da necessidade de com o braço.
A ultrapassagem de outro veículo em movimento
sua passagem e deixar livre o lado esquerdo, inclusive,
deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização
se necessário estacionando o carro para não impedir o
regulamentar e as demais normas estabelecidas neste
trânsito do carro de socorro.
Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado es-
Inclusive, para a passagem de veículos especiais, até
tiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
mesmo os pedestres devem atentar-se para as normas de
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultra-
conduta, devendo aguardar para realização da travessia,
passagem, certificar-se de que:
ainda que esteja aberta em seu favor.
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado
Os veículos precedidos de batedores terão prioridade
uma manobra para ultrapassá-lo;
de passagem, respeitadas as demais normas de circulação; b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja
Os veículos destinados a socorro de incêndio e salva- indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
mento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trân- c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa
sito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, go- extensão suficiente para que sua manobra não ponha
zam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido
em serviço de urgência e devidamente identificados por contrário;
dispositivos regulamentares de alarme sonoro e ilumina-
ção vermelha intermitente, observadas as seguintes dis- XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
posições: a) indicar com antecedência a manobra pretendida,
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indi- acionando a luz indicadora de direção do veículo ou
cando a proximidade dos veículos, todos os condu- por meio de gesto convencional de braço;
tores deverão deixar livre a passagem pela faixa da b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapas-
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

esquerda, indo para a direita da via e parando, se sa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de
necessário; segurança;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de
aguardar no passeio, só atravessando a via quando trânsito de origem, acionando a luz indicadora de di-
o veículo já tiver passado pelo local; reção do veículo ou fazendo gesto convencional de
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de ilumina- braço, adotando os cuidados necessários para não pôr
ção vermelha intermitente só poderá ocorrer quan- em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ul-
do da efetiva prestação de serviço de urgência; trapassou;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão
deverá se dar com velocidade reduzida e com os de- preferência de passagem sobre os demais, respeitadas
vidos cuidados de segurança, obedecidas as demais as normas de circulação.
normas deste Código;

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Outra importante norma de conduta se refere à proibição Transporte de crianças
de que o condutor ou passageiros deixem a porta do veículo Outra norma de conduta de grande relevância e
aberta ou mesmo desçam do carro sem certificarem-se de incidência em provas trata do transporte de crianças com
que há segurança para este desembarque. idade inferior a dez anos que deve ocorrer sempre no
Inclusive, o Código de Trânsito determina que embarque banco traseiro, conforme preceitua o art. 64 do CTB.
e desembarque sempre devem ocorrer pelo lado da Sobre o transporte de crianças vale ressaltar que a
calçada, exceto se tratar-se do condutor. Resolução CONTRAN 277/2008 determinam que além do
Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir transporte de crianças (até dez anos) ter que ocorrer no
a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo banco traseiro, deverão sê-lo com cinto de segurança ou
sem antes se certificarem de que isso não constitui pe- sistema de retenção equivalente.
rigo para eles e para outros usuários da via. Importa esclarecer que isto deve ocorrer da seguinte
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem forma:
ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o con- - Crianças com até um ano de idade: deverão ser trans-
dutor. portadas com dispositivo de retenção denominado
“bebê conforto ou conversível”;
Classificação das vias abertas - Crianças com idade superior a um ano e inferior ou
O art. 60 traz importante classificação referente às vias igual a quatro anos deverão ser transportadas com
abertas. Sendo que primeiramente se dividem em: vias dispositivo de retenção denominado “cadeirinha”;
urbanas e vias rurais.
Por sua vez, as vias urbanas podem ser: de trânsito Crianças com idade superior a quatro anos e inferior ou
rápido, via arterial; via coletora e via local. igual a sete anos e meio deverão ser transportadas com
Já as vias rurais se subdividem em rodovias e estradas. dispositivo de retenção denominado “assento de elevação”;
O Código de Trânsito traz as velocidades permitidas em Crianças com idade superior a sete anos e meio e
cada uma das vias. inferior ou igual a dez anos deverão utilizar o cinto de
segurança do veículo.
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua
utilização, classificam-se em: 3. DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS
I - vias urbanas: NÃO MOTORIZADOS
a) via de trânsito rápido; O Código de Trânsito traz as normas que também de-
b) via arterial; vem ser seguidas por pedestres e pelos condutores de veí-
c) via coletora; culos não motorizados.
d) via local; Ao pedestre é permitida a utilização dos passeios (cal-
II - vias rurais: çadas) ou passagens apropriadas das vias urbanas e acos-
a) rodovias; tamentos das vias rurais para que circulem nas vias.
b) estradas. Na ausência de passeios, os pedestres terão prioridade
de circulação na pista de rolamento. Porém, se houver sina-
O CTB determina que a velocidade máxima das vias será lização que proíba esta passagem ou mesmo a segurança
indicada por meio de sinalização (art. 61). Em sua ausência, puder ser comprometida, não poderá transitar por estas
porém, as velocidades vigentes serão: vias, conforme assegura o art. 68 abaixo transcrito:
Vias urbanas: Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos
- 80 km/h: vias de trânsito rápido; passeios ou passagens apropriadas das vias urba-
- 60 km/h: vias arteriais; nas e dos acostamentos das vias rurais para circu-
- 40 km/h: vias coletoras; lação, podendo a autoridade competente permitir
- 30 km/h: vias locais. a utilização de parte da calçada para outros fins,
desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.
Vale atenta-se para a velocidade das vias rurais, tendo § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

em vista terem sofrido importante alteração pela Lei equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.
13.281/2016, conforme segue: § 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou
quando não for possível a utilização destes, a circula-
Rodovias de pista dupla: ção de pedestres na pista de rolamento será feita com
- Para automóveis, camionetas e motocicletas: 110 prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
km/h; fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e
- Demais veículos: 90 km/h; nas situações em que a segurança ficar comprometida.

Rodovias de pista simples: Importante: o ciclista, apenas quando estiver desmon-


- Para automóveis, camionetas e mot;ocicletas: 100 tado empurrando a bicicleta está equiparado ao pedestre.
km/h; Desta forma, deverá agir em observância à via como
- Para os demais veículos: 90 km/h. faria o pedestre, estando também garantidos seus direitos
Estradas: 60 km/h. em caso de eventual acidente.

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Importante observar que a calçada é destinada ao pe- I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um
destre. Se, por alguma razão, houver uma obstrução que currículo interdisciplinar com conteúdo programáti-
impeça o livre trânsito de pedestres, o órgão responsável co sobre segurança de trânsito;
deverá providenciar a sinalização e proteção para circulação II - a adoção de conteúdos relativos à educação para
dos pedestres. o trânsito nas escolas de formação para o magisté-
rio e o treinamento de professores e multiplicadores;
4. DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO III - a criação de corpos técnicos interprofissionais
A educação também é necessária em relação ao trânsito. para levantamento e análise de dados estatísticos
Constitui, por força do determinado no artigo 74 do CTB, relativos ao trânsito;
um direito de todos e um dever, cuja competência será do IV - a elaboração de planos de redução de aciden-
Sistema Nacional de Trânsito.   tes de trânsito junto aos núcleos interdisciplinares
Nos artigos seguintes são trazidas as determinações universitários de trânsito, com vistas à integração
para as campanhas educativas de trânsito. universidades-sociedade na área de trânsito.
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos
e constitui dever prioritário para os componentes do 5. DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
Sistema Nacional de Trânsito. A forma como deve ocorrer a sinalização de trânsito está
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educa- prevista a partir do art. 80 do Código de Trânsito Brasileiro.
cional em cada órgão ou entidade componente do Sis- Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao
tema Nacional de Trânsito. longo da via, sinalização prevista neste Código e em
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito de- legislação complementar, destinada a condutores e
verão promover, dentro de sua estrutura organizacional pedestres, vedada a utilização de qualquer outra.
ou mediante convênio, o funcionamento de Escolas Pú-
blicas de Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos Caberá ao CONTRAN estabelecer normas em relação à
pelo CONTRAN. forma de colocação das sinalizações de trânsito.
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os
Inclusive, poderá autorizar, em caráter experimental que
temas e os cronogramas das campanhas de âmbito
sejam utilizados sinais não previstos no Código, desde que
nacional que deverão ser promovidas por todos os
por período predeterminado.
órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsi-
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições
to, em especial nos períodos referentes às férias es-
que a tornem perfeitamente visível e legível durante o
colares, feriados prolongados e à Semana Nacional
dia e a noite, em distância compatível com a seguran-
de Trânsito.
ça do trânsito, conforme normas e especificações do
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de
Trânsito deverão promover outras campanhas no âm- CONTRAN.
bito de sua circunscrição e de acordo com as peculiari- § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experi-
dades locais. mental e por período prefixado, a utilização de sinaliza-
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de cará- ção não prevista neste Código.
ter permanente, e os serviços de rádio e difusão sonora § 3ºA responsabilidade pela instalação da sinalização
de sons e imagens explorados pelo poder público são nas vias internas pertencentes aos condomínios cons-
obrigados a difundi-las gratuitamente, com a frequên- tituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas de
cia recomendada pelos órgãos competentes do Siste- estacionamento de estabelecimentos privados de uso
ma Nacional de Trânsito. coletivo é de seu proprietário.

Necessário observar que a educação para o trânsito Necessário atentar-se para algumas proibições quanto
deve ser promovida em todos os níveis de ensino, desde às sinalizações, tais quais: luzes, informes publicitários ou
a pré-escola até o terceiro grau (ensino universitário). Estas mesmo vegetação que possa interferir na visibilidade das
ações devem ser coordenadas e ficarem a cargo do Sistema sinalizações.
Nacional de Trânsito e de Educação. Inclusive, caso isto ocorra, o órgão de trânsito compe-
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

Ademais, caberá aos entes da federação promoverem tente poderá promover a retirada de qualquer destes ele-
referidas campanhas em suas respectivas áreas de atuação. mentos que estejam interferindo na visibilidade da sinaliza-
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na ção de trânsito.
pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido
de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos colocar luzes, publicidade, inscrições, vegetação e
e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Edu- mobiliário que possam gerar confusão, interferir na
cação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos visibilidade da sinalização e comprometer a segu-
Municípios, nas respectivas áreas de atuação. rança do trânsito.
Parágrafo único. Para a finalidade prevista nes- Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de
te artigo, o Ministério da Educação e do Desporto, trânsito e respectivos suportes, ou junto a ambos,
mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas e
Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente símbolos que não se relacionem com a mensagem
ou mediante convênio, promoverá: da sinalização.

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Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer 6 - quadriciclo;
legendas ou símbolos ao longo das vias condiciona- 7 - automóvel;
-se à prévia aprovação do órgão ou entidade com cir- 8 - microônibus;
cunscrição sobre a via. 9 - ônibus;
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com cir- 10 - bonde;
cunscrição sobre a via poderá retirar ou determinar 11 - reboque ou semi-reboque;
a imediata retirada de qualquer elemento que pre- 12 - charrete;
judique a visibilidade da sinalização viária e a se- b) de carga:
gurança do trânsito, com ônus para quem o tenha 1 - motoneta;
colocado. 2 - motocicleta;
3 - triciclo;
4 - quadriciclo;
FIQUE ATENTO! 5 - caminhonete;
O art. 89. Determina que há uma ordem de 6 - caminhão;
prevalência entre a sinalização que deve ser 7 - reboque ou semi-reboque;
respeitada, qual seja: 8 - carroça;
1ª ordens dos agentes de trânsito prevalecem 9 - carro-de-mão;
sobre qualquer outra norma ou sinal; c) misto:
2ª indicações semafóricas prevalecem sobre 1 - camioneta;
outros sinais; 2 - utilitário;
3ª indicações dos sinais sobre as demais 3 - outros;
normas de trânsito. d) de competição;
e) de tração:
1 - caminhão-trator;
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de pre- 2 - trator de rodas;
valência: 3 - trator de esteiras;
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas 4 - trator misto;
de circulação e outros sinais; f) especial;
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; g) de coleção;
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas III - quanto à categoria:
de trânsito. a) oficial;
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas b) de representação diplomática, de repartições consu-
neste Código por inobservância à sinalização quan- lares de carreira ou organismos internacionais acredita-
do esta for insuficiente ou incorreta. dos junto ao Governo brasileiro;
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição c) particular;
sobre a via é responsável pela implantação da sinaliza- d) de aluguel;
ção, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incor- e) de aprendizagem.
reta colocação.
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no Ademais, sobre os veículos o CTB estabelece que
que se refere à interpretação, colocação e uso da sina- caberá ao CONTRAN estabelecer as normas para registro,
lização. licenciamento e circulação dos veículos.
Destaque para o art. 98 do CTB que proíbe ao proprietário
6. VEÍCULOS do veículo realizar modificações nas características de fábrica,
Disposições gerais sem antes obter autorização da autoridade competente. Ou
O art. 96 do CTB traz uma classificação dos veículos, seja, a autorização deve ser prévia a qualquer modificação
conforme a seguir transcrito: que pretenda fazer.
Art. 96. Os veículos classificam-se em:
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I - quanto à tração: Segurança dos veículos


a) automotor; Para o trânsito do veículo nas vias, devem ser atendidos
b) elétrico; os requisitos e condições de segurança previstos no CTB
c) de propulsão humana; Ademais, existem equipamentos obrigatórios nos
d) de tração animal; veículos previstos no art. 105 do CTB, quais sejam:
e) reboque ou semi-reboque; - cinto de segurança. Exceto: nos veículos destinados ao
II - quanto à espécie: transporte de passageiros em percursos em que seja
a) de passageiros: permitido viajar em pé;
1 - bicicleta; - nos veículos de transporte e de condução escolar, os de
2 - ciclomotor; transporte de passageiros com mais de dez lugares e
3 - motoneta; os de carga com peso bruto total superior a quatro mil,
4 - motocicleta; quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento re-
5 - triciclo; gistrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

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- encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos au- Com o registro do veículo, será expedido o CRV-
tomotores, segundo normas estabelecidas pelo CON- Certificado de Registro de Veículo que deve conter as
TRAN; características e condições, de forma a tornar impossível a
- dispositivo destinado ao controle de emissão de gases falsificação e adulteração. Assim preceitua o art. 121:
poluentes e de ruído, segundo normas estabelecidas Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certi-
pelo CONTRAN. ficado de Registro de Veículo - CRV de acordo com
- para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna os modelos e especificações estabelecidos pelo CON-
dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho re- TRAN, contendo as características e condições de in-
trovisor do lado esquerdo. vulnerabilidade à falsificação e à adulteração.
- equipamento suplementar de retenção -air bagfrontal
para o condutor e o passageiro do banco dianteiro. A expedição do CRV dependerá que o proprietário
apresente os seguintes documentos (art. 122):
Identificação do veículo - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor,
Sobre a identificação estabelece o CTB que o veículo ou documento equivalente expedido por autoridade
deverá ser identificado com caracteres gravados no chassi competente;
ou monobloco. - documento fornecido pelo Ministério das Relações Ex-
Ademais, a identificação do veículo deverá ocorrer por teriores, quando se tratar de veículo importado por
meio de placas dianteira e traseira, respeitadas especificações membro de missões diplomáticas, de repartições con-
e modelos que serão estabelecidos pelo CONTRAN, sulares de carreira, de representações de organismos
conforme arts. 114 e 115. internacionais e de seus integrantes.
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamen-
te por caracteres gravados no chassi ou no monoblo- Ademais, sempre que houver transferência de
co, reproduzidos em outras partes, conforme dispu- propriedade, mudança de município de domicílio ou
ser o CONTRAN. residência, alteração de características do veículo ou
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou monta- mudança de categoria, será necessária a expedição de
dor, de modo a identificar o veículo, seu fabricante e as novo CRV, conforme determina o art. 123 CTB.
suas características, além do ano de fabricação, que não
poderá ser alterado.
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de FIQUE ATENTO!
prévia autorização da autoridade executiva de trânsito e - Prazo para que o proprietário providencie
somente serão processadas por estabelecimento por ela novo CRV quando houver mudança de
credenciado, mediante a comprovação de propriedade propriedade 30 dias;
do veículo, mantida a mesma identificação anterior, in- - Prazo para que o proprietário comunique
clusive o ano de fabricação. mudança de domicílio ou residência no mesmo
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão município 30 dias.
da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar
que se faça, modificações da identificação de seu veí-
culo. Licenciamento
O licenciamento de qualquer veículo automotor, elétrico,
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL articulado, reboque ou semi-reboque deverá ocorrer anualmente
Sobre a circulação de veículos estrangeiros em território perante o órgão executivo de trânsito do Estado ou Distrito
nacional necessário observar que as repartições aduaneiras Federal, onde houver sido registrado, conforme preceitua o art.
e órgãos de controle de fronteiras devem comunicar 130. O condutor deverá obrigatoriamente portar o Certificado
diretamente ao RENAVAM, a entrada e saída de veículos. de Licenciamento Anual, conforme determina o art. 133 CTB.
Ademais, veículos que sejam licenciados no exterior não
poderão sair do território nacional sem o pagamento prévio
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de quaisquer valores decorrentes de multas por infrações de FIQUE ATENTO!


trânsito ou ressarcimento de danos que por ventura tenham Se houver transferência de propriedade, o
sido causados no patrimônio público. proprietário antigo deverá encaminhar ao
Inclusive, caso saiam sem o pagamento das respectivas órgão executivo de trânsito do Estado em que
despesas, serão retidos até a regularização da situação, o veículo estiver registrado, no prazo de trinta
conforme arts. 118 e 119 do CTB. dias, a cópia autenticada do comprovante de
transferência de propriedade, devidamente
Registro de veículos assinado e datado.
Sobre o registro de veículos, o CTB determina, no art. Caso não cumpra esta providência, poderá ter
120, que todo veículo automotor, elétrico, articulado, que se responsabilizar de forma solidária pelas
reboque ou semi-reboque, deve ser registrado perante o penas impostas ao veículo e suas reincidências
órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, até a data da comunicação.
no Município de domicílio ou residência de seu proprietário.

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7. Condução de escolares. 9. Habilitação.
Os veículos de condução escolares dependerão de Para que a pessoa possa obter sua habilitação para
autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos de condução de veículos automotor e elétrico deverá realizar
trânsito dos Estados e Distrito Federal para circulação na exames perante o órgão ou entidade executivos do Estado
via, conforme determina o art. 136 CTB. ou Distrito Federal.
Para tanto devem preencher as seguintes exigências O órgão competente para realização destes exames
(art. 136 CTB): será do domicílio ou residência do candidato ou na sede
- registro como veículo de passageiros; estadual ou distrital do próprio órgão, conforme previsto
- inspeção semestral para verificação dos equipamentos no art. 140 do CTB.
obrigatórios e de segurança; Para tanto, a pessoa deve preencher os seguintes
- pintura de faixa horizontal na cor amarela, com qua- requisitos:
renta centímetros de largura, à meia altura, em toda - ser penalmente imputável: a pessoa deverá ter capa-
a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria, cidade para poder ser responsabilizada por infrações
com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em penais;
caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, - saber ler e escrever;
as cores aqui indicadas devem ser invertidas; - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
- equipamento registrador instantâneo inalterável de
velocidade e tempo; A habilitação será concedida nas categorias da seguinte
- lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas forma (art. 143):
nas extremidades da parte superior dianteira e lan- - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas
ternas de luz vermelha dispostas na extremidade su- ou três rodas, com ou sem carro lateral;
perior da parte traseira; - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não
- cintos de segurança em número igual à lotação; abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total
- outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabe- não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e
lecidos pelo CONTRAN cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do
Além disto, para a condução destes veículos, a pessoa motorista;
deverá preencher os seguintes requisitos (art. 138 - Categoria C - condutor de veículo motorizado utili-
CTB): zado em transporte de carga, cujo peso bruto total
- ter idade superior a vinte e um anos; exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
- ser habilitado na categoria D;
- não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssi- FIQUE ATENTO!
ma, ou ser reincidente em infrações médias durante
os doze últimos meses; para que a pessoa busque sua habilitação
- ser aprovado em curso especializado, nos termos da na Categoria C, deverá estar habilitada há
regulamentação do CONTRAN. um ano na categoria B e não ter cometido
nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser
8. Condução de Motofrete. reincidente em infrações médias, durante os
A circulação de motocicletas e motonetas destinadas ao últimos doze meses.
transporte remunerado de mercadorias chamadas no CTB
(art. 139-A) de moto-fretes dependerão para circulação, de
autorização emitida pelo órgão ou entidade executivo de - Categoria D - condutor de veículo motorizado utiliza-
trânsito dos Estados ou do Distrito Federal. do no transporte de passageiros, cuja lotação exceda
Para tanto devem cumprir os seguintes requisito (art. a oito lugares, excluído o do motorista;
139-A): - Categoria E - condutor de combinação de veículos em
- registro como veículo da categoria de aluguel; que a unidade tratora se enquadre nas categorias B,
– instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirre-
no chassi do veículo, destinado a proteger o motor boque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

e a perna do condutor em caso de tombamento, nos quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja
termos de regulamentação do Conselho Nacional de lotação exceda a 8 (oito) lugares.
Trânsito – Contran;
- instalação de aparador de linha antena corta-pipas, Ainda, importa dizer que o indivíduo para habilitar-se
nos termos de regulamentação do Contran. nas categorias D e E ou ainda quando pretender conduzir
- inspeção semestral para verificação dos equipamentos veículos de transporte coletivo de passageiros, escolares,
obrigatórios e de segurança. de emergência ou de produtos perigosos deverá preencher
os seguintes requisitos (art. 145 CTB):
Necessário constar que é proibido que estes veículos I - ser maior de vinte e um anos;
transportem combustíveis, produtos inflamáveis ou tóxicos II - estar habilitado:
e de galões, conforme preceitua o art. 139-A, § 2º CTB. a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mí-
Poderão apenas transportar gás de cozinha e galões nimo há um ano na categoria C, quando pretender
contendo água mineral. habilitar-se na categoria D; e

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b) no mínimo há um ano na categoria C, quando As penalidades podem ser impostas conta o condutor,
pretender habilitar-se na categoria E; proprietário, embarcador e transportador.
III - não ter cometido nenhuma infração grave ou O condutor, responderá sempre que a infração decorrer
gravíssima ou ser reincidente em infrações médias de ato praticado na direção do veículo (art. 257, § 3º CTB);
durante os últimos doze meses; O proprietário responderá por infrações sempre que
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso a responsabilidade decorrer de prévia regularização e
de treinamento de prática veicular em situação de preenchimento de formalidades exigidas para o trânsito do
risco, nos termos da normatização do CONTRAN. veículo (art. 257, § 2º CTB);
O embarcador responde pela infração relativa ao
Quando o candidato for aprovado, após a realização dos transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou
exames, para dirigir receberá a Permissão para Dirigir que peso bruto total, desde que seja o único remetente da
terá validade de um ano (art. 148, § 2º). carga e se o peso declarado for inferior ao que houver
Assim, transcorrido o primeiro ano, receberá a Carteira sido informado na documentação por ele apresentada
Nacional de Habilitação, desde que não tenha cometido (art. 257, § 4º CTB);
qualquer infração de natureza grave ou gravíssima ou que O transportador responderá pela infração se o
não seja reincidente em infração média (art. 148, § 3º). transporte de carga em excesso de peso for proveniente
O condutor deverá sempre que estiver dirigindo portar a
de mais de um embarcador e ultrapassar o peso bruto
Permissão para Dirigir ou a Carteira Nacional de Habilitação,
total. Observe que nesta situação, fica excluída a
conforme determina o art. 159, § 1º CTB).
responsabilidade do embarcador. (art. 257, § 5º CTB).
Importante regra está prevista no art. 160 CTB. O condutor
condenado por delito de trânsito deverá ser submetido a O transportador responderá solidariamente ao
novos exames para que que possa voltar a dirigir, de acordo embarcador pela infração relativa ao excesso do peso
com as normas estabelecidas pelo CONTRAN. bruto total, se o peso declarado na documentação for
Inclusive, em caso de acidente grave, o condutor superior ao limite legal (art. 257, § 6º CTB).
envolvido poderá ser submetido a outros exames que A cada infração cometida são computados os seguintes
poderão ser determinados pela autoridade executiva números de pontos (art. 259 CTB):
estadual de trânsito. I - gravíssima - sete pontos;
Destaca-se que a autoridade de trânsito poderá também II - grave - cinco pontos;
apreender o documento de habilitação do condutor até a III - média - quatro pontos;
sua aprovação nos exames realizados (art. 160, § § 1º e 2º). IV - leve - três pontos.

10. Infrações. Penalidades. Medidas e processos A aplicação das penalidades será realizada da seguinte
administrativos. forma:
Infrações de trânsito são as condutas que não observem Suspensão para dirigir (art. 261 CTB):
qualquer preceito previsto no Código de Trânsito Brasileiro, - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vin-
a legislação complementar ou qualquer das resoluções do te) pontos, no período de 12 (doze) meses;
CONTRAN, conforme determina o art. 161 do CTB. II - por transgressão às normas estabelecidas neste Có-
O infrator estará sujeito às penalidades e medidas digo, cujas infrações preveem, de forma específica, a
administrativas determinadas no Código. penalidade de suspensão do direito de dirigir
Os artigos 162 a 255 preceituam todas as condutas
consideradas infrações de trânsito, as respectivas Cassação do documento de habilitação ocorrerá(art.
penalidades e medidas administrativas. 263 CTB)
Para consulta e estudo das infrações, veja este link: I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator con-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503.htm duzir qualquer veículo;
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses,
O art. 256 estabelece quais são as penalidades a que
das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos
estarão sujeitos os infratores de trânsito.
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;


São as seguintes:
III - quando condenado judicialmente por delito de
- advertência por escrito;
trânsito, observado o disposto no art. 160.
- multa;
- suspensão do direito de dirigir;
- cassação da Carteira Nacional de Habilitação; O condutor poderá requerer sua reabilitação,
- cassação da Permissão para Dirigir; transcorridos dois anos da data em que houve a cassação
- frequência obrigatória em curso de reciclagem. da CNH. Para tanto, deverá submeter-se a todos os exames
necessários (art. 263, § 2º CTB).
Importa esclarecer que a pessoa que pratique uma Destaca-se que as penalidades de suspensão do direito
infração de trânsito poderá sofrer uma penalidade, o que de dirigir e de cassação da CNH, deverão advir de decisão
não impede que também sofra uma pena, caso esta infração fundamentada da autoridade de trânsito, proferida em
constitua um ilício penal, ou seja, um crime de trânsito (art. processo administrativo, assegurado ao infrator o direito à
256, § 1º CTB). ampla defesa. (art. 265 CTB).

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Finalmente, o infrator será submetido a curso de Porém, não fará jus a referidos benefícios aquele que
reciclagem nas seguintes situações (art. 268 CTB): houver praticado o crime nas seguintes circunstâncias (art.
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua ree- 291, § 1º CTB):
ducação; - sob a influência de álcool ou qualquer outra substân-
II - quando suspenso do direito de dirigir; cia psicoativa que determine dependência;
III - quando se envolver em acidente grave para o qual - participando, em via pública, de corrida, disputa ou
haja contribuído, independentemente de processo ju- competição automobilística, de exibição ou demons-
dicial; tração de perícia em manobra de veículo automotor,
IV - quando condenado judicialmente por delito de não autorizada pela autoridade competente;
trânsito; - transitando em velocidade superior à máxima permi-
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condu- tida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros
tor está colocando em risco a segurança do trânsito; por hora).
VI - em outras situações a serem definidas pelo CON-
TRAN. As penalidades de suspensão ou a proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor
Dentre as medidas administrativas podem ocorrer: poderão ser impostas isolada ou cumulativamente com
retenção do veículo; remoção do veículo; recolhimento da outras penalidades (art. 292 CTB).
CNH ou do Certificado de Registro, conforme previsto no A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter
art. 269 CTB. a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor,
tem a duração de dois meses a cinco anos (art. 293 CTB).
Processo Administrativo
O processo administrativo terá as seguintes fases: FIQUE ATENTO!
- autuação;
- 48 horas: é o prazo que o réu terá, para en-
- julgamento;
- aplicação das penalidades. tregar a Permissão para Dirigir ou a Carteira
de Habilitação, após o trânsito em julgado da
Autuação (art. 280 CTB): ocorrerá com a lavratura do sentença condenatória,
auto de infração decorrente da infração cometida. Durante a investigação ou ação penal, o juiz
No auto deverá constar: poderá determinar de forma motivada de-
I- tipificação da infração; cretar, em decisão motivada, a suspensão da
II - local, data e hora do cometimento da infração; permissão ou da habilitação para dirigir veícu-
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua lo automotor, ou a proibição de sua obtenção
marca e espécie, e outros elementos julgados necessários (art. 294 CTB).
à sua identificação;
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade Circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos
ou agente autuador ou equipamento que comprovar a crimes de trânsito (art. 298 CTB):
infração; I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo com grande risco de grave dano patrimonial a tercei-
esta como notificação do cometimento da infração. ros;
Julgamento (art. 281 CTB): caberá à autoridade de II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas
trânsito por meio da análise do auto de infração. ou adulteradas;
Será arquivado o auto: III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
- se considerado inconsistente ou irregular; Habilitação;
- se, no prazo de trinta dias, não for expedida a IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilita-
notificação da autuação. ção de categoria diferente da do veículo;
Aplicação da penalidade (art. 282 CTB): na sequência V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

deverá ser expedida notificação ao proprietário do veículo especiais com o transporte de passageiros ou de carga;
ou ao infrator. VI - utilizando veículo em que tenham sido adultera-
dos equipamentos ou características que afetem a sua
11. Crimes de Trânsito. segurança ou o seu funcionamento de acordo com os
Nos crimes de trânsito serão aplicadas as normas gerais limites de velocidade prescritos nas especificações do
do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem fabricante;
como a Lei 9.099/95. VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanente-
Quando se tratar de crime de trânsito em que ocorrer mente destinada a pedestres
lesão corporal culposa poderão ser aplicadas a composição
de danos; aplicação imediata de penas restritivas de direitos O condutor que se envolver em acidente de trânsito
e multa; suspensão condicional do processo. com vítima não será preso em flagrante e nem poderá lhe
Tratam-se de benefícios estabelecidos em lei que ser imposta fiança, desde que preste imediato e integral
poderão ser oferecidos ao réu. socorro à vítima (art. 301 CTB).

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Os crimes de trânsito estão previstos nos artigos 302 à Por sua vez, o § 5º afirma que antes de definirem tais
312-A do Código de Trânsito Brasileiro. metas no âmbito dos Estados, o Departamento de Polícia
A Lei 13.614 promulgada em 11 de janeiro de 2018 tem Rodoviária Federal deverá realizar consultas públicas para
por objetivo a criação do Plano Nacional de Redução de que a sociedade possa participar no intuito de manifestar-
Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). se sobre as metas propostas.
Assim, foram acrescentados, por força da referida lei, § 6oAs propostas dos Cetran, do Contrandife e do De-
dispositivos à Lei no9.503, de 23 de setembro de 1997 partamento de Polícia Rodoviária Federal serão enca-
(Código de Trânsito Brasileiro), para estabelecer regras minhadas ao Contran até o dia 1ode agosto de cada
sobre o regime de metas de redução de índice de mortos ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito do
no trânsito por grupos de habitantes e de índice de mortos cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e
no trânsito por grupos de veículos. de exposição de ações, projetos ou programas, com os
É de conhecimento notório que as mortes de trânsito, respectivos orçamentos, por meio dos quais se preten-
nos últimos anos, atingiram níveis muito altos em virtude da de cumprir as metas propostas para o ano seguinte.
inobservância das regras de trânsito, bem como imprudência § 7oAs metas fixadas serão divulgadas em setembro,
dos motoristas na condução de veículos automotores durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o
motivada também pelo uso de álcool e substâncias ilícitas. desempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do
Assim, foi criado o Plano Nacional de Redução de Mortes Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes
e Lesões no Trânsito (Pnatrans). O art. 326-A inserido no no ano anterior, detalhados os dados levantados e as
Código de Trânsito Brasileiro preceitua que os integrantes ações realizadas por vias federais, estaduais e munici-
do SINETRAN devem objetivar o cumprimento de metas pais, devendo tais informações permanecer à disposi-
anuais para a redução de índice de mortos por grupos de ção do público na rede mundial de computadores, em
veículos e também por grupo de habitantes. sítio eletrônico do órgão máximo executivo de trânsito
Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Nacio- da União
nal de Trânsito, no que se refere à política de seguran- As propostas para fixação das metas deverão ser
ça no trânsito, deverá voltar-se prioritariamente para o encaminhadas anualmente até 1º de agosto, acompanhadas
cumprimento de metas anuais de redução de índice de de relatório que informe os avanços obtidos no ano anterior.
Em setembro de cada ano, durante a Semana Nacional
mortos por grupo de veículos e de índice de mortos por
de Trânsito, as metas serão divulgadas, juntamente com
grupo de habitantes, ambos apurados por Estado e por
o relatório referente ao trabalho de cada Estado no ano
ano, detalhando-se os dados levantados e as ações reali-
anterior para redução dos índices de mortes.
zadas por vias federais, estaduais e municipais.
§ 8oO Contran, ouvidos o Departamento de Polícia Ro-
§ 1oO objetivo geral do estabelecimento de metas é, ao
doviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional
final do prazo de dez anos, reduzir à metade, no míni-
de Trânsito, definirá as fórmulas para apuração dos ín-
mo, o índice nacional de mortos por grupo de veículos
dices de que trata este artigo, assim como a metodo-
e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes, logia para a coleta e o tratamento dos dados estatís-
relativamente aos índices apurados no ano da entrada ticos necessários para a composição dos termos das
em vigor da lei que cria o Plano Nacional de Redução fórmulas.
de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). § 9oOs dados estatísticos coletados em cada Estado e
Conforme se verifica do § 1º, o objetivo geral do Plano no Distrito Federal serão tratados e consolidados pelo
é a redução pela metade do número de mortos por grupo respectivo órgão ou entidade executivos de trânsito,
de veículos e o índice nacional de mortos por grupos de que os repassará ao órgão máximo executivo de trân-
habitantes no prazo já determinado de dez anos. sito da União até o dia 1ode março, por meio do siste-
§ 2oAs metas expressam a diferença a menor, em base ma de registro nacional de acidentes e estatísticas de
percentual, entre os índices mais recentes, oficialmente trânsito.
apurados, e os índices que se pretende alcançar. § 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo
§ 3oA decisão que fixar as metas anuais estabelecerá as órgão ou entidade executivos de trânsito do Estado ou
respectivas margens de tolerância. do Distrito Federal compreendem os coletados naque-
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

§ 4oAs metas serão fixadas pelo Contran para cada la circunscrição:


um dos Estados da Federação e para o Distrito Fede- I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executi-
ral, mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do vo rodoviário da União;
Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviária II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade execu-
Federal, no âmbito das respectivas circunscrições. tivos rodoviários do Estado ou do Distrito Federal;
Ademais, o § 4º acima mencionado, informa que serão III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários
fixadas metas no âmbito dos Estados e do Distrito Federal e pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
pelo CONTRAN de cada um destes. Municípios.
§ 5oAntes de submeterem as propostas ao Contran, os § 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o
Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia Ro- Distrito Federal, será feito pelo órgão máximo executivo
doviária Federal realizarão consulta ou audiência públi- de trânsito da União, ouvidos o Departamento de Polícia
ca para manifestação da sociedade sobre as metas a Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacio-
serem propostas. nal de Trânsito.

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§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia 13. Distribuição de competências dos órgãos
31 de março de cada ano. executivos de trânsito.
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no de- O Sistema Nacional de Trânsito é composto pelos
correr do ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife po- seguintes órgãos e entidades (art. 7º):
derão recomendar aos integrantes do Sistema Nacional -Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordena-
de Trânsito alterações nas ações, projetos e programas dor do Sistema e órgão máximo normativo e con-
em desenvolvimento ou previstos, com o fim de atingir sultivo;
as metas fixadas para cada um dos Estados e para o - Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conse-
Distrito Federal. lho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE,
§ 14. A partir da análise de desempenho a que se refe- órgãos normativos, consultivos e coordenadores;
re o § 7odeste artigo, o Contran elaborará e divulgará, - Órgãos e entidades executivos de trânsito da União,
também durante a Semana Nacional de Trânsito: dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Distri- - Órgãos e entidades executivos rodoviários da União,
to Federal, uma referente ao ano analisado e outra que dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
- Polícia Rodoviária Federal;
considere a evolução do desempenho dos Estados e do
- Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
Distrito Federal desde o início das análises;
- Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.
II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo ge-
ral do estabelecimento de metas previsto no § 1odeste O Código de Trânsito estabelece competências para
artigo. cada um deles, sendo assim dividas:
Os índices serão acompanhados e com base nas
parciais informadas anualmente, o Contran, os Cetrans e CONTRAN (art. 12 CTB):
o Contrandife poderão recomendar aos integrantes no - estabelecer as normas regulamentares referidas neste
SINETRAN, alterações nas ações, projetos e programas, Código e as diretrizes da Política Nacional de Trân-
sempre com o objetivo de alcance das metas fixadas para sito;
cada um dos Estados e Distrito Federal. - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito,
objetivando a integração de suas atividades;
12. Engenharia de Tráfico, Operação, Fiscalização e - criar Câmaras Temáticas;
Policiamento Ostensivo de Trânsito. - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para
O CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) é um o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE;
órgão consultivo e normativo que compõe o SINETRAN, - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
previsto no art. 7º, inciso I. - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas
Caberá ao órgão estabelecer as normas e regulamentos contidas neste Código e nas resoluções complemen-
a serem adotados em todo o território nacional quando da tares;
implementação das soluções adotadas pela Engenharia de - estabelecer e normatizar os procedimentos para a im-
Tráfego, assim como padrões a serem praticados por todos posição, a arrecadação e a compensação das multas
os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito (art. por infrações cometidas em unidade da Federação
91 CTB). diferente da do licenciamento do veículo;
Um projeto de edificação que possa transformar-se em - estabelecer e normatizar os procedimentos para a
pólo atrativo de trânsito, deverá ser aprovado pelo órgão aplicação das multas por infrações, a arrecadação e o
ou entidade que tenha circunscrição sobre a via. Ademais, repasse dos valores arrecadados;
para que ocorra esta aprovação, no projeto deverá constar - responder às consultas que lhe forem formuladas, re-
lativas à aplicação da legislação de trânsito;
área para estacionamento e indicação de vias de acesso
- normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem,
adequadas (art. 93 CTB).
habilitação, expedição de documentos de conduto-
Além disso, obras ou eventos que possam perturbar ou
res, e registro e licenciamento de veículos;
interromper a livre circulação de veículos e pedestres, ou - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

colocar em risco sua segurança, necessitará de permissão sinalização e os dispositivos e equipamentos de trân-
prévia do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sito;
sobre a via (art. 95 CTB). - apreciar os recursos interpostos contra as decisões
Destaca-se que a obrigação de sinalizar é do responsável das instâncias inferiores, na forma deste Código;
pela execução ou manutenção da obra ou do evento (art. - avocar, para análise e soluções, processos sobre con-
95, § 1º CTB). flitos de competência ou circunscrição, ou, quando
48 horas: é o prazo mínimo para que a autoridade de necessário, unificar as decisões administrativas; e
trânsito com circunscrição sobre a via avise a comunidade, - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de
por intermédio dos meios de comunicação social, sobre trânsito no âmbito da União, dos Estados e do Dis-
qualquer interdição da via, indicando-se os caminhos trito Federal.
alternativos a serem utilizados, salvo situações de - normatizar o processo de formação do candidato à
emergência (art. 95, § 2º CTB). obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, esta-
belecendo seu conteúdo didático-pedagógico, carga

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horária, avaliações, exames, execução e fiscalização. Brasileiro.
Terá competência para estabelecer as normas e
Conselhos Estaduais de Trânsito- CETRAN e Conselho regulamentos a serem adotados em todo o território
de Trânsito do Distrito Federal (art. 14 CTB): nacional quando da implementação das soluções adotadas
Dentre outras competências, caberá a estes órgãos: pela Engenharia de Tráfego, assim como padrões a serem
- cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de praticados por todos os órgãos e entidades do Sistema
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; Nacional de Trânsito.
- elaborar normas no âmbito das respectivas compe- O DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) é
tências; um órgão executivo do SINETRAN (Sistema Nacional de
- responder a consultas relativas à aplicação da legis- Trânsito). Sua sede fica localizada em Brasília. Caberá ao
lação e dos procedimentos normativos de trânsito; órgão, além de fiscalização do cumprimento das normas
- estimular e orientar a execução de campanhas educa- de trânsito, a execução de diretrizes estabelecidas pelo
tivas de trânsito; CONTRAN.
Assim, CONTRAN e DENATRAN atuam de forma
JARI (art. 17 CTB): coordenada, à medida que o primeiro estabelece as normas
- julgar os recursos interpostos pelos infratores; e o segundo será responsável por sua execução.
- solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito Dentre as normas aplicadas à fiscalização e operação de
e executivos rodoviários informações complementa- trânsito é possível mencionar:
res relativas aos recursos, objetivando uma melhor
análise da situação recorrida; Resolução n.º 108 de 21 de dezembro de 1999: “Art.
- encaminhar aos órgãos e entidades executivos de 1º. Fica estabelecido que o proprietário do veículo será
trânsito e executivos rodoviários informações sobre sempre responsável pelo pagamento da penalidade de
problemas observados nas autuações e apontados multa, independente da infração cometida, até mesmo
em recursos, e que se repitam sistematicamente. quando o condutor for indicado como condutor-infrator
nos termos da lei, não devendo ser registrado ou licenciado
As competências dos demais órgãos estão estabelecidas o veículo sem que o seu proprietário efetue o pagamento
da seguinte forma: no artigo 19 (órgão máximo executivo do débito de multas, excetuando-se as infrações resultantes
de trânsito da União); artigo 20 (Polícia Rodoviária Federal); de excesso de peso que obedecem ao determinado no art.
artigo 21 (órgãos e entidades executivos rodoviários); 257 e parágrafos do Código de Trânsito Brasileiro.”
artigo 22 (órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
Estados e do Distrito Federal); artigo 23 (Polícia Militar dos Resolução n.º 391 de 30 de agosto de 2011: “Art. 2º O
Estados e do Distrito Federal); artigo 24 (órgãos e entidades transporte de criança com idade inferior a dez anos poderá
executivos de trânsito dos Municípios). ser realizado no banco dianteiro do veículo, com o uso do
dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura, nas
Política Nacional de Trânsito seguintes situações:
Trata-se de instrumento de política do governo I – quando o veículo for dotado exclusivamente deste
expressado no Plano Brasil para todos e que têm como banco;
macro-objetivos: II – quando a quantidade de crianças com esta idade
- O crescimento com geração de trabalho, emprego e exceder a lotação do banco traseiro;
renda, ambientalmente sustentável e redutor de de- III – quando o veículo for dotado originalmente (fa-
sigualdades regionais; bricado) de cintos de segurança subabdominais (dois
- Inclusão social e redução das desigualdades sociais; pontos) nos bancos traseiros.
- Promoção e expansão da cidadania e fortalecimento Parágrafo único. Excepcionalmente, as crianças com
da democracia. idade superior a quatro anos e inferior a sete anos e
meio poderão ser transportadas utilizando cinto de se-
Suas diretrizes gerais estão fixadas pela Resolução gurança de dois pontos sem o dispositivo denominado
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

166/2004 do CONTRAN, sendo assim estabelecidas: “assento de elevação”, nos bancos traseiros, quando o
- aumento da segurança de trânsito; veículo for dotado originalmente destes cintos.””
- promoção da educação para o trânsito;
- garantia da mobilidade e acessibilidade com seguran- Resolução n.º 432 de 23 de janeiro de 2013: esta
ça e qualidade ambiental a toda população; Resolução dispõe sobre os procedimentos a serem
- promoção do exercício da cidadania, a participação e adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes na
a comunicação com a sociedade; fiscalização do consumo de álcool ou de outra substância
- fortalecimento do Sistema Nacional de Trânsito. psicoativa que determine dependência, para aplicação do
disposto nos arts. 165, 276, 277 e 306 da Lei nº 9.503, de 23
Normas do CONTRAN e do DENATRAN aplicadas à de setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Fiscalização e Operação de Trânsito.
O CONTRAN é órgão normativo e consultivo do Resolução n.º 643 de 14 de dezembro de 2016:
SINETRAN, previsto no art. 7º, inciso I do Código de Trânsito esta Resolução regulamenta o emprego de película

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retrorrefletiva em veículos com objetivo de prover melhores - Retenção do veículo: consistente na imobilização
condições de visibilidade diurna e noturna. no local de abordagem para que se chegue à solução de
As resoluções do CONTRAN estão disponíveis em: determinada irregularidade.
http://www.denatran.gov.br/index.php/resolucoes
Ocorrerá nas infrações em que haja previsão desta
Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito. medida e também nos casos de veículos reprovados na
O Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito foi inspeção de segurança e de emissão de fases poluentes e
aprovado por meio da Resolução n.º 371 de 10 de dezembro ruídos.
de 2010. Elaborado pelo Grupo Técnico e por Especialistas - Remoção do veículo: esta medida tem por objetivo
da Câmara Temática de Esforço Legal, seu objetivo é restabelecer as condições de segurança e fluidez da
uniformizar e estabelecer padronização da fiscalização das via, bem como garantir a boa ordem administrativa.
infrações cuja competência seja dos municípios. Consiste na retirada do veículo do local onde ocorreu
O documento abrange os procedimentos gerais que a infração e sua condução para depósito fixado pela
devem ser observados pelos agentes de trânsito, bem autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via.
como conceitos e definições utilizados na apuração das
infrações. Importante esclarecer que não é uma penalidade e sim,
Ainda traz a Lista de Abreviaturas e Siglas comumente medida administrativa. A penalidade seria de apreensão,
utilizadas pelos agentes de fiscalização. porém, para sua aplicação depende que seja dada ao
Sobre o agente da autoridade de trânsito, o Manual infrator, a oportunidade de ampla defesa, para somente
estabelece que o profissional é competente para lavrar o após isto, ser aplicada ao caso.
auto de infração de trânsito (AIT) e que para o desempenho - Recolhimento do Documento de Habilitação: seu ob-
da função, o profissional poderá ser servidor civil, estatutário jetivo imediato é impedir a condução de veículos
ou celetista, bem como policial militar que seja designado nas vias públicas enquanto perdurar a irregularidade
pela autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via. constatada;
Para exercício de suas funções, o agente deverá estar - Recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual:
uniformizado. consiste no recolhimento do documento que certifi-
Ao presenciar uma infração, deverá lavrar o AIT e ca o licenciamento do veículo e tem como objetivo
aplicar as medidas administrativas cabíveis. É importante garantir que o proprietário promova a regularização
constar que o agente não poderá lavrar o auto de infração da infração constatada.
por pedido de terceiro, mas apenas se tiver, de fato, - Transbordo do excesso de carga: consiste na retirada
presenciado o cometimento da infração. da carga de um veículo que exceda o limite de peso
Ainda, no Manual consta a classificação das infrações ou capacidade máxima de tração. Caberá ao proprie-
de acordo com sua gravidade e pela quantidade de pontos tário arcar com as despesas do ato, bem como de
que será atribuída à carteira nacional de habilitação do eventual penalidade aplicada pelo auto de infração.
infrator: - Recolhimento de animais que se encontrem soltos na
I - infração de natureza gravíssima, 7 pontos; via e na faixa de domínio das vias de circulação: seu
II - infração de natureza grave, 5 pontos; objetivo é garantir a segurança dos usuários, evitan-
III - infração de natureza média, 4 pontos; do perigo potencial gerado à segurança do trânsito.
IV - infração de natureza leve, 3 pontos.
Cidadania e trânsito.
Ademais, o Manual também traz explicações sobre a A cidadania é um dos fundamentos da República
quem caberá a responsabilidade pela infração e a forma Federativa do Brasil, assim como a dignidade da pessoa
como deve ocorrer a autuação. humana, prevista no art. 1º, inciso II da Constituição Federal.
Também faz parte do conteúdo do Manual, as medidas Cidadãos somos todos nós, sujeitos de direitos e
administrativas aplicáveis às infrações. deveres, que fazem parte do povo.
Segundo conceito ali definido, as medidas Assim, também devemos ser cidadãos no trânsito.
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

administrativas são providências de caráter complementar, Todos têm direito ao trânsito seguro e à preservação da
exigidas para a regularização de situações infracionais. vida e dignidade da pessoa.
Seu objetivo precípuo é impedir que o agente continue Contudo, com o acréscimo do fluxo de carros em todos
praticando a infração, garantindo assim proteção à vida e à os municípios, especialmente nos grandes centros urbanos,
incolumidade física das pessoas. nem sempre cidadania e trânsito caminham juntos como
Importante dizer que medida administrativa não se deve ser.
confunde com a penalidade. Assim, quando da prática Para que uma pessoa seja, de fato, um cidadão também
de uma infração de trânsito, o agente estará sujeito à no trânsito, deverá além de conhecer e respeitar as normas
penalidade, à imputação de pontos em sua carteira e de trânsito previstas no Código de Trânsito Brasileiro
finalmente, à medida administrativa necessária para que e as normas e resoluções, manter posturas que, de fato,
seja interrompida a infração e os possíveis riscos que dela respeitem ao próximo.
podem decorrer. Todos são pedestres e muitos são condutores. Desta
As medidas são: forma, é de grande importância que algumas atitudes

20
sejam tomadas diariamente tanto por condutores quanto quais esteja acometido de nervosismo ou tensão.
pedestres. Respeitar as normas em relação ao consumo de álcool
Os condutores devem sempre ter consciência que também é questão necessária a ser sempre abordada.
um veículo, além de um valioso meio de transporte, é Muitas pessoas ainda mantém a ideia de que uma
um instrumento que se não for bem manejado, pode pequena ingestão de bebida alcóolica não interfere em seu
ocasionar acidentes, lesões e mortes. Diante disto, todos desempenho no volante, o que é uma grande falácia.
os condutores precisam manter a atenção máxima quando Ademais, também é necessário que os condutores
estão dirigindo. respeitem as velocidades permitidas em cada via, de forma
Ademais, devem respeitar as faixas de pedestres, que a vida de fato seja preservada.
permitindo a travessia, especialmente nas situações em A relação interpessoal também deve ser de total
que não há sinalização semafórica. respeito entre motoristas e motociclistas, bem como em
Também se mostra uma atitude de cidadania, conceder relação aos ciclistas. Caberá a todos, além do respeito às
passagem a outros veículos, ter paciência com os demais normas de trânsito, a manutenção de comportamentos de
motoristas e especialmente, ser tolerante, não devendo em respeito e educação em relação ao outro.
situação alguma tomar atitudes extremadas que culminem Também é necessário o respeito de todos os condutores
em atos de violência. no momento em que um veículo de socorro pede passagem.
Deve também haver respeito aos ciclistas e às ciclovias, Em resumo, a relação interpessoal no trânsito, assim
cabendo ao condutor manter a distância obrigatória de como na vida, deve ser de respeito, tolerância e cidadania,
segurança, contribuindo assim para que outros meios de de forma que todos tenham em mente que fazem parte de
transporte possam circular nas vias urbanas e rurais. um todo em que o objetivo maior é manter a segurança e
O pedestre, por sua vez, deve atentar-se para o momento a dignidade preservada em qualquer situação.
em que for atravessar uma via e aguardar o semáforo que
lhe seja favorável, sempre fazendo esta travessia na faixa de Portaria Denatran 94/2017. Deliberação Contran
pedestres. Também não deve atravessar no meio de vias, 100/10.
rodovias ou estradas, mas sim, fazer uso de passarelas. A Portaria DENATRAN 94/2017: publicada no DOU de
É importante que se tenha consciência que todos somos 02 de junho de 2017, instituiu o Curso de Agente de Trân-
sujeitos de um todo, composto pelo sistema de trânsito, em sito para profissionais que executem as atividades de fis-
que circulam diariamente muitos pedestres e motoristas, calização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou
todos sujeitos de direitos e deveres e que buscam deslocar- patrulhamento nos órgãos integrantes do Sistema Nacio-
se com mais facilidade e em total segurança. nal de Trânsito.
A Portaria foi necessária, pois, até hoje não havia regu-
Relacionamento Interpessoal lamentação sobre o curso necessário para os profissionais
No trânsito, todos os sujeitos envolvidos são detentores que atuem nas operações de trânsito.
de direitos e deveres. O curso, conforme consta na norma, será ministrado
O art. 1º, § 1º do Código de Trânsito Brasileiro define por órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito ou
como trânsito: a utilização das vias por pessoas, veículos e por entidades e instituições por eles autorizadas e creden-
animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para ciadas. Sua carga horária de 200 horas/aula.
fins de circulação, parada, estacionamento e operação de A norma define também que o profissional que exer-
carga ou descarga. ce a atividade de agente da autoridade de trânsito deverá
Assim, são diversos os sujeitos envolvidos no trânsito, realizar curso de atualização, a cada três anos, com carga
sendo que todos terão direito à segurança, como bem horária de 32 horas.
determina o § 2º do mesmo artigo. A Deliberação CONTRAN 100/10 foi publicada no DOU
Diante disto, é evidente que o relacionamento em 06 de setembro de 2010.
interpessoal é indispensável para que o trânsito seja, de Seu objetivo foi determinar a alteração da Resolução nº
fato, seguro. 277, de 28 de maio de 2008, que dispõe sobre o transporte
Caberá a todos os envolvidos terem consciência de que de menores de 10 anos e a utilização do dispositivo de
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

sua atitude é necessária para que se mantenha a segurança retenção para o transporte de crianças em veículos.
no trânsito. Em razão da indisponibilidade de dispositivos
Necessário assim que sejam adotados comportamentos de retenção para transporte de crianças em veículos
que envolvam respeito, paciência, generosidade e originalmente fabricados com o cinto de segurança de dois
tolerância. pontos, a Resolução determinou o seguinte:
Os condutores devem ter ciência que, quando estão Art. 1º O artigo 2º da Resolução nº 277, de 28 de maio
dirigindo, o veículo é um instrumento em seu poder, de 2008, passa a vigorar com a seguinte redação:
que embora se destine para o deslocamento, poderá se Art. 2º O transporte de criança com idade inferior a dez
transformar em uma arma que causa lesões e até mesmo anos poderá ser realizado no banco dianteiro do veícu-
a morte. lo, com o uso do dispositivo de retenção adequado ao
Por isto, além de observar e respeitar as normas de seu peso e altura, nas seguintes situações:
trânsito, caberá ao condutor agir de forma serena e I - quando o veículo for dotado exclusivamente deste
equilibrada, devendo abster-se de dirigir em situações nas banco;

21
II - quando a quantidade de crianças com esta idade camioneta e utilitário.
exceder a lotação do banco traseiro; A Resolução 315 publicada em 20.05.09 estabelece a
III - quando o veículo for dotado originalmente (fa- equiparação dos veículos ciclo-elétricos, aos ciclomotores
bricado) de cintos de segurança subabdominais (dois e os equipamentos obrigatórios para condução nas vias
pontos) nos bancos traseiros. públicas abertas à circulação.
Parágrafo único. Excepcionalmente, as crianças com A Resolução 290 publicada em 29.09.08 disciplina a
idade superior a quatro anos e inferior a sete anos e inscrição de pesos e capacidades em veículos de tração, de
meio poderão ser transportadas utilizando cinto de se- carga e de transporte coletivo de passageiros, de acordo
gurança de dois pontos sem o dispositivo denominado com os artigos 117, 230-XXI, 231-V e X, do Código de
‘assento de elevação nos bancos traseiros, quando o Trânsito Brasileiro.
veículo for dotado originalmente destes cintos. A Resolução 278 publicada em 09.06.08 proíbe
a utilização de dispositivos que travem, afrouxem
Resoluções Consolidadas CONTRAN Nº: 432/13; ou modifiquem o funcionamento dos cintos de
352/10; 375 e 382/11; 349/10; 315/09; 290, 278 e segurança.
277/08; 235/07; 216, 206, 205 e 203/06; 168 e 158/04; A Resolução 277 publicada em 09.06.08 dispõe sobre
36 e 14/98. o transporte de menores de 10 anos e a utilização do
As Resoluções do CONTRAN estabelecem normas para dispositivo de retenção para o transporte de crianças em
circulação dos veículos e de conduta para os motoristas. veículos.
A Resolução 432 publicada em 29.01.13 dispõe sobre A Resolução 235 publicada em 21.05.07 altera o art.
os procedimentos a serem adotados pelas autoridades 3º da Resolução nº 205, de 20 de outubro de 2006, do
de trânsito e seus agentes na fiscalização do consumo de CONTRAN, que dispõe sobre os documentos de porte
álcool ou de outra substância psicoativa que determine obrigatório.
dependência, para aplicação do disposto nos arts. 165, 276, A Resolução 216 publicada em 27.12.06 fixa exigências
277 e 306 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 – sobre condições de segurança e visibilidade dos condutores
Código de Trânsito Brasileiro (CTB). em pára-brisas em veículos automotores, para fins de
Uma das questões de maior importância regulamentada circulação nas vias públicas.
pela Resolução é prevista no art. 3º que determina quais A Resolução 206: foi revogada.
são os procedimentos a serem realizados pelo agente de A Resolução 205 publicada em 10.11.06 dispõe
fiscalização para confirmação da alteração da capacidade sobre os documentos de porte obrigatório e dá outras
psicomotora do condutor. São os seguintes: exame de providências. A norma estabelece que os documentos de
sangue; exames realizados em laboratórios, indicados pelo porte obrigatório do condutor do veículo são: autorização
órgão ou entidade de trânsito ou pela Polícia Judiciária; para conduzir ciclomotor- ACC; permissão para dirigir
teste por meio de aparelho destinado para medição do teor ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH) original e o
alcoólico no ar alveolar (etilômetro); verificação de sinais Certificado de Registro e Licenciamento Anual- CRLV
que indiquem a alteração da capacidade psicomotora do original.
condutor. A Resolução 203: foi revogada.
A Resolução 352 publicada em 18.06.10 dá nova A Resolução 168 publicada em 22.12.04 e republicada
redação ao inciso III do art.7.º da Resolução n.º 277, de 28 em 22.03.05 estabelece Normas e Procedimentos para
de maio de 2008, do CONTRAN. a formação de condutores de veículos automotores
O dispositivo passa a preceituar o seguinte: III – A e elétricos, a realização dos exames, a expedição de
partir de 1.º de setembro de 2010, os órgãos e entidades documentos de habilitação, os cursos de formação,
componentes do Sistema Nacional de Trânsito fiscalizarão o especializados, de reciclagem e dá outras providências.
uso obrigatório do sistema de retenção para o transporte de A Resolução 158 publicada em 07.05.04 proíbe o
crianças ou equivalente28.03.11 uso de pneus reformados em ciclomotores, motonetas,
A Resolução 375 publicada em 18.03.11 acrescenta os motocicletas e triciclos, bem como rodas que apresentem
§§ 2º e 3º ao artigo 1º da Resolução CONTRAN nº 315/2009, quebras, trincas e deformações.
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que estabelece a equiparação dos veículos ciclo-elétricos A Resolução 36 publicada em 22.05.98 estabelece a
aos ciclomotores e os equipamentos obrigatórios para a forma de sinalização de advertência para os veículos que,
condução nas vias públicas abertas à circulação. em situação de emergência, estiverem imobilizados no
A Resolução 382 publicada em 07.06.11 dispõe sobre leito viário. A norma determina que o condutor deverá
notificação e cobrança de multa por infração de trânsito acionar de imediato as luzes de advertência (pisca-alerta)
praticada com veículo licenciado no exterior em trânsito providenciando a colocação do triângulo de sinalização
no território nacional. A norma estabelece que os veículos ou equipamento similar à distância mínima de 30 (trinta)
licenciados no exterior apenas poderão deixar o território metros da parte traseira do veículo.
nacional mediante a prévia quitação do valor da multa A Resolução 14 publicada 12.02.98 estabelece os
correspondente. equipamentos obrigatórios para a frota de veículos em
A Resolução 349 publicada em 20.05.10 dispõe sobre o circulação e dá outras providências.
transporte eventual de cargas ou de bicicletas nos veículos
classificados nas espécies automóvel, caminhonete, Leis Federais nº 11.705/08 e 13281/16 e Decreto

22
6.488/08. - normatizar o processo de formação do candidato
à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação,
Lei 11.705/08 estabelecendo seu conteúdo didático-pedagógico, carga
A Lei 11.705/08 determina em seu art. 2º que são horária, avaliações, exames, execução e fiscalização.
vedados a venda à varejo ou o oferecimento de bebidas Ademais, também altera competências do órgão
alcoólicas para consumo no local, na faixa de domínio máximo executivo de trânsito da União (art. 19 CTB):
de rodovia federal ou em terrenos contíguos à faixa de - coordenar a administração do registro das infrações
domínio que dê acesso à rodovia. de trânsito, da pontuação e das penalidades aplicadas
Ainda, no § 1º do art. 2º é fixada multa de R$ 1.500,00 no prontuário do infrator, da arrecadação de multas e do
(um mil e quinhentos reais) para quem violar referida repasse de que trata o § 1º do art. 320;
norma. - organizar e manter o Registro Nacional de Infrações
Em caso de reincidência num período de doze meses, de Trânsito (Renainf).
o § 2º determina que a multa será aplicada em dobro e Finalmente, altera competências dos órgãos e entidades
suspensa a autorização para acesso à rodovia, pelo prazo executivos de trânsito dos Municípios estabelecendo o
de um ano. seguinte:
A Lei também estabelece algumas alterações no Código - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres,
de Trânsito Brasileiro estabelecendo que o art. 165 passa a edificações de uso público e edificações privadas de uso
vigorar com a seguinte redação: coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis
Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra e as penalidades de advertência por escrito e multa, por
substância psicoativa que determine dependência: infrações de circulação, estacionamento e parada previstas
Infração - gravíssima; neste Código, no exercício regular do poder de polícia
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de trânsito, notificando os infratores e arrecadando as
de dirigir por 12 (doze) meses; multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito
Medida Administrativa - retenção do veículo até a apre- de edificações privadas de uso coletivo, somente para
sentação de condutor habilitado e recolhimento do docu- infrações de uso de vagas reservadas em estacionamentos.
mento de habilitação. O inteiro teor da lei poderá ser acessado em: http://
O art. 276 do CTB também foi alterado passando a www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/
prever que: l13281.htm
Qualquer concentração de álcool por litro de sangue su-
jeita o condutor às penalidades previstas no art. 165 deste Decreto 6.488/08
Código. O Decreto 6.488 regulamenta os arts.276e306da Lei
Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal dis- no9.503, de 23 de setembro de 1997 -Código de Trânsito
ciplinará as margens de tolerância para casos específicos. Brasileiro, disciplinando a margem de tolerância de álcool
Importante alteração trazida pela Lei 11.705 a se des- no sangue e a equivalência entre os distintos testes de
tacar diz respeito à redação do art. 296 e 306 do CTB que alcoolemia para efeitos de crime de trânsito.
passaram a prever o seguinte: Dentre as regulamentações, o Decreto traz no art. 1º
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime pre- que qualquer concentração de álcool por litro de sangue
visto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão sujeitará o condutor ao recebimento de penalidades
da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, administrativas previstas no art. 165 do CTB.
sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. Determina também que as margens de tolerância
Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, es- de álcool no sangue serão fixadas por Resolução do
tando com concentração de álcool por litro de sangue igual CONTRAN. Porém, enquanto não houvesse a edição do ato,
ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de a tolerância seria de duas decigramas por litro de sangue
qualquer outra substância psicoativa que determine depen- para todos os casos.
dência. Vale esclarecer que a Resolução 432 de 23.01.2013
Estas alterações são de grande importância, tendo estabeleceu como limite regulamentar a quantia de 0,10
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

em vista tratarem de forma mais rígida a questão da mg/L de tolerância.


embriaguez ao volante. Em razão dos inúmeros casos
noticiados de acidentes motivados por pessoas que
dirigiam e haviam ingerido bebidas alcoólicas ou outras
substâncias psicoativas.

Lei 13.281/16
A Lei 13.281 estabelece alterações ao art. 12 do Código
de Trânsito Brasileiro, fixando como competências do
CONTRAN:
- estabelecer e normatizar os procedimentos para a
aplicação das multas por infrações, a arrecadação e o
repasse dos valores arrecadados;

23
Resposta: Letra B. O parágrafo único do artigo 47 de-
termina que em situação de carga ou descarga, deverá
EXERCÍCIOS COMENTADOS haver a regulamentação competente, sendo que esta si-
tuação é considerada um estacionamento.
1. (VUNESP. Agente de trânsito. 2015. Pref. De Arujá)
Leia o artigo 61 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB. 4. (VUNESP. Agente de trânsito. 2015. Pref. De Arujá).
“Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será Assinale a alternativa que contém somente elementos
indicada por meio de sinalização, obedecidas suas ca- que devem constar do auto de infração, conforme arti-
racterísticas técnicas e as condições de trânsito. go 280 do CTB.
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velo-
cidade máxima será de: A) Data, caracteres da placa de identificação do veículo,
I – nas vias urbanas: ano de fabricação, assinatura do infrator, identificação
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido; do órgão ou da entidade.
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais; B) Tipificação da infração, caracteres da placa de identifica-
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras; ção do veículo, ano de fabricação, assinatura do infrator,
d) quilômetros por hora, nas vias locais;” identificação do órgão ou da entidade.
C) Tipificação da infração, data, ano de fabricação do ve-
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna ículo, assinatura do infrator, identificação do órgão ou
do artigo. da entidade.
D) Tipificação da infração, data, caracteres da placa de
A) dez identificação do veículo, assinatura do infrator, identifi-
B) quinze cação do órgão ou da entidade.
C) vinte E) Tipificação da infração, data, caracteres da placa de iden-
D) vinte e cinco tificação do veículo, ano de fabricação, assinatura do in-
E) trinta. frator.

Resposta: Letra E. O art. 61, § 1º preceitua que se não Resposta: Letra D. O art. 280 estabelece todos os ele-
existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxi- mentos que devem constar no auto de infração que irá
ma será de trinta km/h. apurar a responsabilidade do condutor e a penalidade
que poderá lhe ser imputada. Os elementos necessários
2. (VUNESP. Agente de trânsito. 2015. Pref. De Arujá) constam na alternativa D.
Assinale a alternativa correta sobre prevalência de sina-
lização ou regras, conforme artigo 89 do CTB. 5. (EducaPB. Agente de fiscalização de trânsito. 2016.
Pref. Alhandra/PB): Nas regras de preferência estabele-
A) A indicação do semáforo sobre os demais sinais. cidas no art. 29 do Código de Trânsito Brasileiro, o trân-
B) Os demais sinais sobre a indicação do semáforo. sito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação
C) As demais normas de trânsito sobre a indicação do se- obedecerá às seguintes normas, entre outras, EXCETO:
máforo.
D) Os demais sinais sobre as demais normas de trânsito. A) A circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-
E) As normas de circulação sobre os demais sinais. -se as exceções devidamente sinalizadas.
B) O condutor deverá guardar distância de segurança late-
Resposta: Letra A. O art. 89 estabelece a ordem de pre- ral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como
ferência quanto à sinalização. Dentre elas, o inciso II de- em relação ao bordo da pista, considerando no momen-
termina que a sinalização do semáforo prevalece sobre to, a velocidade e as condições do local, da circulação,
os demais sinais, exatamente como previsto na alterna- do veículo e as condições climáticas.
tiva A. C) Quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem,
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência


3. (VUNESP. Agente de trânsito. 2015. Pref. De Aru- de passagem.
já) De acordo com o CTB, artigo 47, parágrafo único, D) Quando uma pista de rolamento comportar várias fai-
a operação de carga ou descarga será regulamentada xas de circulação no mesmo sentido, são as da esquerda
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e
é considerada de maior porte, quando não houver faixa especial a eles
destinada, e as da direita, destinadas à ultrapassagem e
A) parada. ao deslocamento dos veículos de maior velocidade.
B) estacionamento. E) O trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos
C) imobilização temporária do veículo. acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre
D) estacionamento ou parada conforme o local. ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estaciona-
E) parada ou imobilização temporária conforme o local. mento.

24
Resposta certa: D. O trânsito dos veículos na via terres- 8. (INSTITUTO EXCELÊNCIA. Agente de Autoridade de
tre está regulamentado pelo art. 29 do CTB. trânsito. 2017. Pref. Osvaldo Cruz/SP):
Assim, são estabelecidas algumas regras como quando Com base na Lei Federal nº 9.503/97 Art. 140. A habi-
houver vários carros circulando em uma pista de rola- litação para conduzir veículo automotor e elétrico será
mento com várias faixas, sendo a pista da direita des- apurada por meio de exames que deverão ser realiza-
tinada ao deslocamento dos veículos mais lentos e de dos junto ao órgão ou entidade executivos do Estado
maior porte, quando não houver faixa especial. Por sua ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência do
vez, a pista da esquerda fica destinada às ultrapassagens candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio
e deslocamentos de veículos de maior velocidade. A al- órgão, devendo o condutor preencher os seguintes re-
ternativa D é a correta, pois em verdade, o enunciado quisitos: Assinale a alternativa CORRETA:
pede a exceção sobre as normas de circulação.
Portanto, sendo equivocado seu conteúdo, ali está a ex- a) I - ser maior de vinte e um anos; II - estar habilitado;
ceção. III - ser aprovado em curso especializado e em curso de
treinamento de prática veicular em situação de risco, nos
6. (EducaPB. Agente de fiscalização de trânsito. 2016. termos da normatização do CONTRAN.
Pref. Alhandra/PB). São os Engenheiros de Transportes b) I - ser penalmente imputável; II-saber ler e escrever; III-
os responsáveis por projetos viários, além de estudos -possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
de tráfego com vistas à otimização da capacidade de c) I - teste de aptidão física e mental; II - ser escrito, sobre
tráfego, visando reduzir congestionamentos. São ha- legislação de trânsito; III - ter noções de primeiros socor-
bilidades do Engenheiro de Transportes, entre outras, ros, conforme regulamentação do CONTRAN.
EXCETO: d) Nenhuma das alternativas.

A) Realizar estudos de tráfego. Resposta certa: B. O art. 140 do CTB estabelece que
B) Realizar planos estratégicos de logística e transporte para que um indivíduo possa obter a habilitação para
C) Executar políticas tarifárias de sistemas. conduzir veículo deverá ser penalmente imputável, sa-
D) Realizar estudos para o planejamento urbano dos trans- ber ler e escrever e possuir carteira de identidade ou
portes de cidades. equivalente, exatamente como previsto na alternativa B.
E) Avaliar, diagnosticar e implantar medidas para aumento
da segurança no trânsito. 9. (COPEVE/UFAL. Agente de Fiscalização de trânsito.
2012. Pref. Maceió/AL) Dos órgãos e entidades abaixo,
Resposta certa: C. O engenheiro de transportes deve assinale o que não compõe o Sistema Nacional de Trân-
ter todas as habilidades mencionadas nas alternativas, sito.
exceto a atribuição de executar políticas tarifárias de sis-
temas. A) CONTRAN, Conselho Nacional de Trânsito.
B) CORTRAN, Corregedoria Nacional de Trânsito.
7. (INSTITUTO EXCELÊNCIA. Agente de Autoridade de C) CETRAN, Conselho Estadual de Trânsito.
trânsito. 2017. Pref. Osvaldo Cruz/SP): Sobre a educa- D) COTRADIFE, Conselho de Trânsito do Distrito Federal.
ção para o trânsito (Lei Federal nº 9.503/97):Complete E) Os órgãos e entidades executivos de Trânsito da União,
o Art. 76. A educação para o trânsito será ...... dos Estados, do Distrito Federal e Municípios.

a) promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º Resposta: Letra B. O Sistema Nacional de Trânsito é
graus, por meio de planejamento e ações coordenadas en- composto pelos órgãos previstos no art. 7º do CTB. O
tre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito órgão mencionado na alternativa B não faz parte do Sis-
e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e tema.
dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.
b) direito de todos e constitui dever prioritário para os 10. (CETAP. Agente de fiscalização de trânsito. 2010.
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

componentes do Sistema Nacional de Trânsito. DETRAN/RR) São medidas administrativas às infrações


c) promovida por todos os órgãos ou entidades do Sistema de trânsito previstas pelo Código de Trânsito Brasileiro,
Nacional de Trânsito, em especial nos períodos referentes EXCETO:
às férias escolares, feriados prolongados e à Semana Na-
cional de Trânsito. A) retenção do veículo.
d) Nenhuma das alternativas. B) remoção do veículo.
C) leilão do veículo.
Resposta: Letra A. A educação para o trânsito deverá D) recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação.
ser promovida desde a pré-escola até o 3ª grau, confor- E) realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia
me previsto no art. 76 do CTB. de substância entorpecente ou que determine depen-
dência física ou psíquica.

25
Resposta: Letra C. O leilão de veículos não constitui
uma medida administrativa. Será um ato que ocorrerá
em consequência de um veículo apreendido ou removi- HORA DE PRATICAR!
do que não tenha sido reclamado pelo proprietário. Por
sua vez, as medidas administrativas estão previstas no 1. (UFTM/2018 – UFTM) Quanto à Reanimação Cardio-
art. 269 do CTB. pulmonar (RCP) no Suporte Básico de Vida (SBV) no adulto
assinale a alternativa INCORRETA:
11. (CETAP. Agente de fiscalização de trânsito. 2010.
DETRAN/RR) São circunstâncias que sempre agravam a) Durante a RCP manual o socorrista deve aplicar com-
as penalidades dos crimes de trânsito quando o condu- pressões torácicas até uma profundidade de, pelo me-
tor do veículo tiver cometido a infração: nos, 2 polegadas (5 cm) para um adulto médio, evitando
excesso na profundidade das compressões torácicas su-
A) com dano efetivo para duas ou mais pessoas ou com periores a 2,4 polegadas (6 cm).
grande risco de grave dano patrimonial a terceiros. b) O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e pre-
B) utilizando o veículo com placas. paração de um Desfibrilador Externo Automático (DEA)
C) utilizando o som do carro. para uso, ou até que os profissionais do Serviço Médico
D) quando o condutor do veículo não for a mesma pessoa de Emergência (SME) assumam o cuidado da vítima ou
do proprietário. que a vítima comece a se mover.
E) quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados es- c) Se o socorrista puder realizar ventilações de resgate, as
peciais com o transporte de passageiros ou de carga. compressões e as ventilações devem ser aplicadas na
proporção de 30 compressões para cada 2 ventilações.
Resposta: Letra E. As circunstâncias que sempre agra- d) É sensato que os socorristas leigos e profissionais da
vam as penalidades dos crimes de trânsito estão previs- saúde realizem compressões torácicas a uma frequência
tas no art. 298 do CTB. A alternativa correta é a E que mínima de 100 compressões por minuto.
está prevista no inciso V do artigo mencionado.
2. (SERCTAM/2016 - Prefeitura de Quixadá/CE) A obri-
12. (CETAP. Agente de fiscalização de trânsito. 2010. gatoriedade da Inspeção de Segurança Veicular tem por
DETRAN/RR) As penalidades existentes às infrações objetivo:
de trânsito previstas pelo Código de Trânsito Brasilei-
ro que devem ser aplicadas pela autoridade de trânsito a) Verificar os documentos do condutor.
compreendem, EXCETO: b) Contribuir para a segurança do trânsito.
c) Retirar de circulação os veículos com mais de cinco anos.
A) advertência por escrito. d) Retirar de circulação os veículos de carga.
B) reclusão do condutor. e) Verificar os documentos do carro.
C) suspensão do direito de dirigir.
D) apreensão do veículo. 3. (IBGP/2017 – CISSUL/MG) Os pneus são de suma im-
E) freqüência obrigatória em curso de reciclagem. portância no quesito segurança viária. Devemos observar,
por exemplo, seu desgaste e calibragem. Cuidados esses a
Resposta: Letra B. As penalidades que podem ser apli- fim de evitar:
cadas às infrações de trânsito estão previstas no art. 256
do CTB. A reclusão do condutor constituiria uma pena a) Instabilidade do veículo.
que apenas poderá ser aplicada em virtude de sentença b) Instabilidade do veículo e desgaste prematuro da sus-
condenatória que reconheça a prática de um crime ou pensão.
em caso de flagrante delito também no cometimento c) Travamento do sistema de freio e desgaste do cárter.
de um crime. d) Desgaste do manômetro e da bobina.
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

4. (QUADRIX/2017 – CFO/DF) Algumas condições climá-


ticas e naturais afetam as condições de segurança do trân-
sito. Sob essas condições, devem-se adotar atitudes que
garantam a própria segurança e a dos demais usuários da
via. No que se refere às condições do ambiente, julgue o
item subsequente.
Ventos muito fortes, ao atingir o veículo em movimento,
podem deslocá-lo, ocasionando a perda de estabilidade e
o descontrole. Nesse caso, é recomendável que se reduza a
velocidade para manter a estabilidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

26
5. (QUADRIX/2017 – CFO/DF) Algumas condições climá- 8. (UECE/CEV – 2018 – DETRAN/CE) Deixar o condutor ou
ticas e naturais afetam as condições de segurança do trân- passageiro de usar o cinto de segurança, constitui infração
sito. Sob essas condições, devem-se adotar atitudes que
garantam a própria segurança e a dos demais usuários da a) grave, cuja penalidade corresponde a multa, e a medida
via. No que se refere às condições do ambiente, julgue o administrativa correspondente é a retenção do veículo
item subsequente. até a colocação do cinto pelo infrator.
Quando o veículo estiver sobre poças de água, é recomen- b) grave, cuja penalidade corresponde à suspensão do di-
dável a utilização dos freios para aumentar a aderência dos reito de dirigir por 30 (trinta) dias, e a medida adminis-
pneus à pista. trativa correspondente é a retenção do veículo.
c) gravíssima, cuja penalidade corresponde a multa e sus-
pensão do direito de dirigir por 30 (trinta) dias, e a me-
( ) CERTO ( ) ERRADO
dida administrativa correspondente é a retenção do veí-
culo até a colocação do cinto pelo infrator.
6. (FGV/2015 – DETRAN/NA) As recomendações a seguir
d) gravíssima, cuja penalidade corresponde a multa, e a medi-
são importantes instrumentos de direção defensiva e de
da administrativa correspondente é a retenção do veículo.
educação no trânsito, à exceção de uma.
Assinale-a. 9. (VUNESPE/2016 – MPE/SP) Conforme Anexo I do Có-
digo de Trânsito Brasileiro – CTB, acostamento é parte da
a) Dê preferência de passagem aos veículos que se deslo- ______________ diferenciada da pista de rolamento destinada
cam sobre trilhos, respeitadas as normas de circulação. a _________ de veículos, em caso de emergência, e à circu-
b) Aguarde uma oportunidade segura e permitida pela si- lação de___________ , quando não houver local apropriado
nalização para fazer uma ultrapassagem, quando estiver para esse fim.
dirigindo em vias com duplo sentido de direção e pista Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
única, nos trechos em curvas e em aclives. mente, as lacunas do texto.
c) Ao dirigir um veículo de maior porte, tome todo o cui-
dado e seja responsável pela segurança dos veículos a) rodovia … parada … pedestres e bicicletas
menores, pelos não motorizados e pela segurança dos b) rodovia ou via de trânsito rápido … parada … pedestres
pedestres. e bicicletas
d) Nos cruzamentos, não pare seu veículo bloqueando a c) via … parada ou estacionamento … bicicletas
passagem de outros veículos a menos que você esteja d) via … circulação ou estacionamento … pedestres e bicicletas
na via preferencial e com o semáforo ainda verde para e) via … parada ou estacionamento … pedestres e bicicletas
você.
e) Não ultrapasse veículos em pontes, viadutos e em tra- 10. (FCM/2016 – IFF) Instrumento do painel que marca as
vessias de pedestres, exceto se houver sinalização que rotações por minuto, desenvolvidas pelo motor, é o
o permita.
a) horímetro.
7. (VUNESP/2018 – PC/SP) Assinale a alternativa que cor- b) rotâmetro.
retamente define a categoria de habilitação. c) odômetro.
d) barômetro.
a) Categoria C – condutor de veículo motorizado utilizado e) tacômetro.
em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a
três mil e quinhentos quilogramas.
b) Categoria B – condutor de veículo motorizado de duas
ou três rodas, com ou sem carro lateral. GABARITO
c) Categoria E – condutor de veículo motorizado utilizado
no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito 1 D
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

lugares, excluído o do motorista.


d) Categoria A – condutor de veículo motorizado cujo peso 2 B
bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogra- 3 B
mas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído 4 CERTO
o do motorista.
e) Categoria D – condutor de combinação de veículos em 5 ERRADO
que a unidade tratora se enquadre nas categorias B e C 6 D
e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trai- 7 A
ler ou articulada tenha 6000 kg (seis mil quilogramas)
ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 8 A
(oito) lugares. 9 E
10 E

27
ANOTAÇÕES

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO BRASILEIRA

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28
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Lei Orgânica do Município de Niterói, de 04 de abril de 1990.............................................................................................................................01
Estatuto dos servidores públicos de Niterói (Lei Municipal n.º 531, de 18 de janeiro de 1985). ............................................................02
Estatuto da Guarda Civil Municipal de Niterói (Lei Municipal n.º 2.838, de 30 de maio de 2011). ........................................................02
Plano de Carreira, Cargos e Remuneração dos servidores da Guarda Civil Municipal de Niterói (Lei Municipal n.º 3.076, de 27 de
fevereiro de 2014)...................................................................................................................................................................................................................03
Regime Adicional de Serviço (RAS) para profissionais da Guarda Civil Municipal de Niterói (Lei Municipal n.º 3.028, de 12 de
abril de 2013) ...........................................................................................................................................................................................................................05
Uso e comercialização de cerol e de linha chilena no Município de Niterói (Lei Municipal n.º 3.074, de 27 de janeiro de
2014). .....................................................................................................................................................................................................................................06
Código Municipal Ambiental de Niterói (Lei Municipal n.º 2.602, de 14 de outubro de 2008)...............................................................07
Código de Posturas do Município de Niterói (Lei Municipal n.º 2.624, de 29 de dezembro de 2008).................................................08
Rotinas para o controle de condutas que ocasionem perturbação do sossego e do bem-estar público por emissão de som de
qualquer natureza (Decreto Municipal n.º 11.542, de 09 de dezembro de 2013). .......................................................................................09
Processo administrativo no âmbito da Guarda Civil Municipal de Niterói. .....................................................................................................10
Para conhecer a lei orgânica do município de Niteroi/RJ,
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI, acesso o link a seguir:
DE 04 DE ABRIL DE 1990. https://leismunicipais.com.br/lei-organica-niteroi-rj

Os municípios são regidos por leis orgânicas. EXERCÍCIOS COMENTADOS


Para a lei orgânica ser aprovada ou ainda uma emenda
à ela na câmara municipal, é necessário uma votação em 01. (COSEAC/2016 - Prefeitura de Niterói/RJ) Acerca
dois turnos, com aprovação de maioria de 2/3, tanto no das atribuições e proibições do Município de Niterói,
primeiro como no segundo turno. de acordo com a Lei Orgânica do Município de Niterói,
Outro ponto importante é o intervalo mínimo de 10 é correto afirmar que:
dias entre os turnos de votação da lei orgânica. a) ao Município é vedado se recusar a dar fé a documentos
públicos.
FIQUE ATENTO! b) ao Município é permitido outorgar isenções e anistias
fiscais, independentemente de autorização legislativa
Vale destacar ainda outros três importantes c) compete ao Município, em conjunto com a União e o Es-
pontos que frequentemente são cobrados, ve- tado, disciplinar os serviços e horários de carga e descarga
jamos: e determinar os veículos que podem circular em cada tipo
- quem promulga essa lei orgânica ou ainda de via pública municipal.
uma emenda à lei orgânica, é o legislativo mu- d) é vedado ao Município regulamentar o serviço de carros
nicipal; de aluguel, inclusive com o uso de taxímetro.
- não existe veto ou sanção à uma lei orgâni- e) compete privativamente ao Município impedir a evasão,
ca ou emenda de uma lei orgânica por parte a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
do executivo. Em casos que o prefeito julgue outros bens de valor histórico, artístico ou cultural, no âm-
necessário alguma mudança, ele deve encami- bito de sua circunscrição municipal.
nhar ao legislativo uma proposta de alteração
e esse decide pela alteração. Ressposta: Letra A. As vedações impostas ao município
estão elencadas no art. 16:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas subvencioná-los,
Outros aspectos que também podem ser destacados
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles e
por com frequência cair em provas são sobre:
seus representantes relações de dependência ou aliança,
- funcionamento da câmara municipal (ocorrência de
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
reuniões, sessões, enfim, o funcionamento dos tra-
público;
balhos internos)
II - recusar fé aos documentos públicos;
- condições para ocupar um cargo público (numero de
vereadores por município, percentual de votos...) III - criar distinção entre brasileiros ou preferência entre
- da organização administrativa do município pessoas;
IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com re-
cursos pertencentes aos cofres públicos, quer pela impren-
#FicaDica sa, rádio, televisão, serviço de alto-falante ou qualquer
Atentem-se a essas particularidades dentro da outro meio de comunicação, propaganda político-parti-
estrutura administrativa: dária ou de fins estranhos à administração;
Art. 16 – Trata das vedações a que o município V - manter publicidade de atos, propaganda de obras e
está submetido. serviços de órgãos públicos que não tenham caráter edu-
Art. 82 - As empresas públicas e sociedades cativo, informativo ou de orientação social, bem como a
de economia mista, criadas para a prestação publicidade que contenha nomes, símbolos ou imagens
de serviços públicos ou como instrumento de que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
atuação no domínio econômico, estão sujeitas serviços públicos;
às normas relativas às licitações e contratação VI - outorgar isenções e anistias fiscais ou permitir a re-
de pessoal, definidas na Constituição Federal e missão de dívidas, a não ser por interesse público justifi-
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

nesta Lei Orgânica. cado e após autorização legislativa.


Art. 83 - As empresas públicas e as sociedades de
economia mista em que o Município detenha, 02. Em relação a composição da câmara municipal, con-
ou venha a deter, direta ou indiretamente, a forme dispõe a Lei Orgânica do Município de Niterói,
maioria do capital, com direito a voto, são julgue como CERTO ou ERRADO a afirmativa a seguir.
patrimônio do Município e só poderão ser É de 19 (dezenove) o número de vereadores da Câmara
extintas, fundidas ou ter alienado o controle Municipal de Niterói.
acionário, mediante autorização Legislativa.
( ) Certo ( ) Errado

1
Resposta: “Errado”. Conforme dispõe o art. Art. 19, o PORÉM:
número de vereadores da Câmara Municipal de Niterói O art. 115º dispõe que:
é de 21 (vinte e um) - (Redação dada pela Emenda à Lei ocupante de cargo em comissão ou de função gratificada
Orgânica nº 37/2011). não serão concedidas, nessa qualidade, as licenças de que
tratam os incisos
IV,V,VI,VII e VIII do artigo 109 desta Lei.
ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE Parágrafo Primeiro Aos contratados, quando no exercício
NITERÓI (LEI MUNICIPAL N.º 531, DE 18 DE de função gratificada ou ocupante de cargo em comissão
JANEIRO DE 1985). conceder-se-ão apenas as licenças de que tratam os inci-
sos I,II e III do artigo l09.

Ao estudar um dispositivo legal, uma das dicas de es- ESTATUTO DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL DE
tudo que podemos dar é a de identificar conceitos que NITERÓI (LEI MUNICIPAL N.º 2.838, DE 30 DE
esse dispositivo aborda, pois, em alguns casos, esse con- MAIO DE 2011).
ceito pode ter uma abordagem diferente no texto legal em
questão e, em outros contextos, uma abordagem diferente.
No dispositivo em questão, destacamos os conceitos A Guarda Civil Municipal de Niterói é subordinada ao
abaixo para que você faça uma analise mais atenta durante órgão de segurança do Município, integrando a adminis-
sua leitura. tração Direta do Poder Executivo, organizada com base na
- O conceito de funcionário público (art. 2º) hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
- De cargo de provimento efetivo e de comissão (art. 8º) Prefeito de Niterói, com a finalidade de garantir segurança
- Funções gratificadas (art. 12º) aos órgãos, entidades, agentes, usuários, serviços e ao Pa-
- Acumulação de Cargos (esteja atento ao disposto na trimônio do Município de Niterói
CF e ao disposto no estatuto em questão) Em casos de dispositivos legais, é muito comum vermos
aqueles artigos que possuam 4 ou 5 incisos serem cobra-
Veja o dispositivo na íntegra acessando o link a seguir: dos.
http://www.pgm.niteroi.rj.gov.br/leis/lei/Lei_n531_Esta-
Nesse sentido, no estatuto em questão, destacamos
tuto_do_funcionario_Municipal.pdf.
dois artigos:

Princípios:
EXERCÍCIO COMENTADO A Guarda Municipal de Niterói é Órgão integrante da
Administração Direta do Poder Executivo do Município de
01. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) De acor- Niterói, organizada com base na hierarquia e na discipli-
do com o Estatuto dos Servidores Públicos Civis de Ni- na, sob a autoridade suprema do Prefeito de Niterói, com
terói, ao servidor ocupante de cargo em comissão será a finalidade de garantir segurança aos órgãos, entidades,
concedida somente as seguintes licenças: agentes, usuários, serviços e ao Patrimônio do Município
de Niterói e tem como princípios norteadores de suas
a) especial, para repouso à gestante, para trato de interesse ações:
particular. I – o respeito à dignidade humana;
b) para serviço militar obrigatório, para repouso à gestante, II – o respeito à cidadania;
para tratamento de saúde. III – o respeito à justiça;
c) para desempenho de mandato legislativo ou executivo, IV – o respeito à legalidade democrática;
para serviço militar obrigatório, para tratamento de saúde. V – o respeito à coisa pública.
d) especial, para tratamento de saúde, para acompanhar
cônjuge. Formas de provimento do cargo
e) para tratamento de saúde, por motivo de doença em Art. 29 São formas de provimento dos cargos públicos
pessoa da família e para repouso à gestante. do Quadro de Pessoal da Guarda Municipal de Niterói:
I - nomeação;
Ressposta: Letra E. De acordo com o art. ARTIGO 109 II - reversão;
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Conceder-se-á licença: III - reintegração;


I - para tratamento de saúde; IV - recondução;
II - por motivo de doença em pessoa da família; V - aproveitamento.
III - para repouso à gestante;
IV - para serviço militar obrigatório; Destacamos ainda o artigo 12º, que dispõe sobre a es-
V - licença para acompanhar o cônjuge; trutura da guarda civil municipal.
VI - para trato de interesse particular; A estrutura se dá por:
VII - especial; I - Inspetoria-Geral;
VIII - para desempenho de mandato legislativo ou executivo. II - Secretaria;

2
III - Coordenadoria da Região Oceânica;
IV - Coordenadoria de Meio Ambiente;
V - Inspetorias;
VI - Corpo da Guarda.

Acesse o texto do dispositivo na íntegra acessando o link a seguir:


https://leismunicipais.com.br/a/rj/n/niteroi/lei-ordinaria/2011/283/2838/lei-ordinaria-n-2838-2011-institui-o-esta-
tuto-da-guarda-civil-municipal-de-niteroi-e-cria-a-corregedoria-geral-da-guarda-civil-de-niteroi-e-da-outras-providen-
cias-2011-05-30.html

EXERCÍCIO COMENTADO

01. De acordo com a Lei Municipal n.º 2.838/11, no tocante ao exercício de suas atribuições específicas, podemos afirmar
que compete à Guarda Municipal unicamente, proteger o Paço Municipal e vigiar os logradouros públicos, não lhe sendo
imputado a atribuição de colaborar com os demais órgãos públicos no exercício do poder de polícia administrativo.

( ) Certo ( ) Errado

Resposta: “Errado”. De acordo com o art. 10, no exercício de suas atribuições específicas, compete à Guarda Civil Mu-
nicipal prioritariamente:
I - a proteção do Paço Municipal;
II - a proteção dos Próprios Municipais;
III - as instalações dos serviços municipais;
IV - exercer a vigilância dos logradouros públicos - (ruas, praças, jardins);
V - preservar a moralidade e o sossego público;
VI - proteger a arborização das praças e jardins, a rede de iluminação, monumentos e outras obras públicas;
VII - colaborar com os demais órgãos municipais no exercício do poder de polícia administrativo que lhes competir;
VIII - colaborar com as autoridades federais e estaduais, sempre que solicitado, de acordo com as diretrizes expedidas pelo
órgão municipal de segurança.

PLANO DE CARREIRA, CARGOS E REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL


DE NITERÓI (LEI MUNICIPAL N.º 3.076, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2014).

A lei em questão tem por finalidade dispor dos aspectos relacionados aos planos de cargos e carreira dos servidores da
guarda civil municipal e, objetivando:
I – estabelecer padrões e critérios de evolução funcional para todos os guardas civis municipais de Niterói;
II- estabelecer padrões e critérios para os cargos de chefia gratificados; e
III- regulamentar as gratificações e os adicionais que fazem parte da remuneração dos guardas civis municipais.

Essa lei tem como princípios:


I – aperfeiçoamento profissional continuado;
II – valorização da qualificação profissional dos guardas civis municipais;
III – garantia de apoio técnico e financeiro que visem melhorar as condições de trabalho dos profissionais de segurança
e diminuir a incidência de doenças profissionais;
IV – integração do desenvolvimento profissional de seus servidores ao desenvolvimento da segurança no município; e
V – progressão salarial na carreira baseada na experiência, atualização, aperfeiçoamento profissional e na valorização
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

do tempo de serviço prestado pelo servidor público municipal.

3
#FicaDica
Como bem sabemos, conceitos são frequentemente cobrados em concursos, portanto, fique atendo ao
artigo 5º da lei, que traz os conceitos básicos no tocante ao conteúdo apresentado no dispositivo.
I – Guarda Civil Municipal (GCM) – servidor investido no cargo que exerce atividades de planejamento,
coordenação, execução, controle, orientação e fiscalização inerentes à política de prevenção da violência
no Município, objetivando a proteção da população e dos próprios municipais;
II – Carreira – agrupamento de classes e referências, com acesso na classe inicial após aprovação em
concurso público, e provimento derivado considerando a antiguidade, aperfeiçoamento profissional
continuado e o merecimento do servidor;
III – Cargo Público – posição instituída na organização do serviço público, com denominação própria,
atribuição e responsabilidades específicas, e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por
um titular;
IV – Classe – agrupamento de funções de natureza similar e variável grau de responsabilidade para o seu
exercício, a depender do enquadramento do servidor;
V – Referência – posição distinta na faixa de remuneração ocupada pelos respectivos titulares do cargo na
tabela de vencimentos;
VI – Crescimento Horizontal - mobilidade do servidor de uma referência para outra, hierarquicamente
superior, dentro da mesma classe, observados os requisitos de tempo de serviço;
VII – Crescimento Vertical – passagem de uma classe para outra, no âmbito da mesma carreira, mediante
procedimentos específicos constantes desta Lei;
VIII – Vencimento – retribuição pecuniária devida pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei;
IX - Remuneração - vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniárias, gratificações e
auxílios permanentes e/ou temporários estabelecidas em lei;
X – Provento – retribuição pecuniária devida aos servidores aposentados;
XI – Enquadramento - posicionamento do servidor no Quadro de Pessoal de acordo com critérios
estabelecidos pelo Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Servidores da Guarda Civil Municipal;
XII – Admissão - forma de nomeação do servidor estabelecida pela legislação vigente; e
XIII – Gratificação Por Função - vantagem pecuniária concedida ao servidor designado para o exercício de
função de chefia e assessoramento.
O dispositivo legal em questão pode ser visto na íntegra através do link a seguir:
www.pgm.niteroi.rj.gov.br/Atos_oficiais/2014/Fevereiro/28_02_2014.pdf

EXERCÍCIO COMENTADO

01. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Segundo a Lei Municipal n° 3076, de 27 de fevereiro de 2014, a ma-
joração de vencimentos oriunda da evolução funcional por tempo de serviço dar-se-á com o percentual, entre as
classes, de:

a) 7,5 % (sete e meio por cento).


b) 2,5 % (dois e meio por cento).
c) 10 % (dez por cento).
d) 12,5 % (doze e meio por cento).
e) 5 % (cinco por cento).

Ressposta: Letra A. O assunto está inserido no contexto da estrutura de carreira e, conforme dispõe o art. 11 temos que:
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

A majoração de vencimentos oriunda da evolução funcional por tempo de serviço dar-se-á com o percentual de 5% (cinco
por cento) entre as referências e de 7,5 % (sete e meio por cento) entre as classes.

4
I - ter sido submetido e julgado apto pela inspeção
REGIME ADICIONAL DE SERVIÇO (RAS) médica feita pelo órgão municipal competente, física
PARA PROFISSIONAIS DA GUARDA CIVIL e mentalmente, conforme as normas em vigor na cor-
MUNICIPAL DE NITERÓI (LEI MUNICIPAL poração;
N.º 3.028, DE 12 DE ABRIL DE 2013) II - estar lotado e em efetivo exercício na Guarda Civil
Municipal de Niterói;
III - estar avaliado, no mínimo, no status de bom com-
portamento, de acordo com o previsto na Lei nº 2.838
O Regime Adicional de Serviço (RAS) foi instituído para de 30 de maio de 2011;
que os servidores do Quadro dos Profissionais da Guarda IV - prestar declaração de que não mantém outro vín-
Civil Municipal de Niterói, em sistemas de turnos adicionais culo empregatício ou estatutário, sob as penas da in-
com escala diferenciada, sem prejuízo da escala regular cursão no crime de declaração falsa ou inidônea.
de serviço, possam, nos limites das respectivas esferas de Art. 4º Será excluído do Regime Adicional de Serviço
competências, atender às necessidades excepcionais deter- (RAS) do PROGRAMA NITERÓI MAIS SEGURA a contar
minadas pela Secretaria Municipal de Ordem Pública. da entrada em vigor desta Lei, o servidor do Quadro
Pelo RAS, os guardas municipais poderão tirar serviços Profissional da Guarda Civil Municipal de Niterói que se
nos dias de folga e receber um adicional por cada dia extra enquadrar em qualquer das situações abaixo:
trabalhado. Com ele, um agente da segurança municipal I - estar respondendo a Processo Administrativo Disci-
que trabalhar em dez plantões de 12 horas terá seu salário plinar (PAD);
dobrado no fim do mês. II - for punido com aplicação de multa, e enquanto es-
Vejamos o que traz a Lei nº 3028, DE 12/04/2013
tiver cumprindo pena de suspensão;
III - entrar no gozo de Licença:
Institui regime adicional de serviço (ras) para pro-
a) Para tratamento de Saúde própria ou de Pessoa da
fissionais da guarda municipal - programa niterói mais
Família;
segura.
b) Para Tratamento de Interesse Particular;
c) Gestante ou Aleitamento.
A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI DECRETA E EU
IV - afastar-se do serviço, por mais de 72 (setenta e
SANCIONO A SEGUINTE LEI:
duas) horas no período de 30 (trinta) dias, ou mais de
Art. 1º Fica instituído no âmbito da Guarda do Muni- 144 (cento e quarenta e quatro) horas no período de
cípio de Niterói o Regime Adicional de Serviço (RAS), 180 (cento e oitenta) dias, exceto os casos de férias re-
para que os servidores do Quadro dos Profissionais da gulamentares ou de gozo de licença especial;
Guarda Civil Municipal de Niterói, em sistemas de tur- V - faltar ou tiver sido dispensado do serviço, mesmo
nos adicionais com escala diferenciada, sem prejuízo para o atendimento de necessidades pessoais, desde
da escala regular de serviço, possam, nos limites das que o afastamento seja superior a 24 (vinte e quatro)
respectivas esferas de competências, atender às ne- horas;
cessidades excepcionais determinadas pela Secretaria VI - frequentar curso que implique afastamento da cor-
Municipal de Ordem Pública. poração, por período superior a 15 (quinze) dias, salvo
§ 1º A adesão dos servidores do Quadro dos Profis- quando se tratar de curso de interesse da Secretaria de
sionais da Guarda Civil Municipal de Niterói ao regime Ordem Pública.
de que trata este artigo far-se-á mediante termo de VII - passar a ostentar comportamento inferior a “BOM”
compromisso a ser firmado no âmbito da Secretaria segundo avaliação realizada pelo Inspetor-Geral da
Municipal de Ordem Pública. Guarda Municipal;
§ 2º As condições especiais de prestação dos serviços § 1º Após incurso nas hipóteses previstas nos incisos V,
em turnos adicionais com escala diferenciada darão VI e VII o profissional da Guarda Municipal só poderá
ensejo à percepção de gratificação de encargos espe- ser reincluído no Regime Adicional de Serviço (RAS) do
ciais (GEE). PROGRAMA NITERÓI MAIS SEGURA após 03 (três) me-
Art. 2º O programa instituído por esta Lei deverá se ses, se não incidir nas mesmas hipóteses durante este
constituir de ações específicas, determinadas pelo Se- período.
cretário Municipal de Ordem Pública com vistas a aten- § 2º Os afastamentos para gozo de gala, luto ou ações
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

der a preservação da segurança e da ordem pública, meritórias que resultarem em dispensa do serviço não
em especial, para reforçar o contingente de servidores superior a 10 (dez) dias não importarão na exclusão ou
do Quadro dos Profissionais da Guarda Civil Municipal suspensão do profissional da Guarda Municipal Regi-
de Niterói nas ruas e logradouros públicos municipais. me Adicional de Serviço (RAS) do PROGRAMA NITERÓI
Art. 3º A adesão do Servidor ao Regime Adicional de MAIS SEGURA.
Registro (RAS) não anulará outros benefícios salariais Art. 5º A participação e ingresso do servidor do Qua-
da Guarda Municipal, em especial a gratificação por dro Profissional da Guarda Municipal no Regime Adi-
RET - Regime Especial de Trabalho - criado pela Lei cional de Serviço (RAS) do PROGRAMA NITERÓI MAIS
Municipal nº 2.933/2012. SEGURA implicará o cumprimento de turnos adicionais

5
em escala diferenciada, para seu emprego nas ações Art. 10 A Gratificação instituída na presente Lei será
mencionadas no art. 2º desta Lei, sem prejuízo do cum- regulamentada por meio de decreto expedido pelo
primento das escalas de serviço ordinariamente pre- Chefe do Poder Executivo.
vistas no âmbito da GUARDA MUNICIPAL. Art. 11 Essa Lei entra em vigor na data de sua publi-
§ 1º O emprego do servidor do Quadro Profissional cação.
da Guarda Municipal no Regime Adicional de Serviço
do PROGRAMA NITERÓI MAIS SEGURA consistirá na Prefeitura Municipal de Niterói, 12 de abril de 2013.
realização de turnos adicionais de serviço com dura- Rodrigo Neves
ção de no mínimo 06 (seis) e de no máximo 12 (doze) Prefeito
horas efetivas de trabalho.
§ 2º O servidor do Quadro Profissional da Guarda Mu-
nicipal participante do Regime Adicional de Serviço EXERCÍCIO COMENTADO
(RAS) do PROGRAMA NITERÓI MAIS SEGURA não po-
derá realizar mais do que 12 (doze) turnos adicionais a 1. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Guarda
cada 30 (trinta) dias de trabalho. municipal que for excluído do RAS (Regime Adicional
§ 3º O Guarda Municipal deverá ter um intervalo mí- de Serviço), nos termos da Lei n° 3.028, de 12 de abril de
nimo de 11 (onze) horas de repouso antes de retornar 2013, por falta ao serviço, só poderá retornar ao programa,
ao serviço na escala ordinariamente prevista na Secre- não incidindo na mesma hipótese, após:
taria Municipal de Ordem Pública, ressalvadas as con-
vocações excepcionais promovidas pelo Secretário, a) 12 (doze) meses.
segundo a necessidade de manutenção da segurança b) 1 (um) mês.
pública no Município. c) 4 (quatro) meses.
Art. 6º A gratificação de encargos especiais (GEE) será d) 3 (três) meses.
paga de acordo com a tabela abaixo, à vista da dura- e) 6 (seis) meses.
ção efetiva do turno adicional:
Turno de 6 horas efetivas de trabalho ........R$ 60,00 Ressposta: Letra D. Quanto à exclusão Regime Adicional
Turno de 8 horas efetivas de trabalho ........R$ 80,00 de Serviço (RAS) temos as disposições do art. 4º e, confor-
Turno de 12 horas efetivas de trabalho ......R$ 120,00 me o ali disposto, o § 1º nos disciplina que, após incurso
Art. 7º A gratificação de encargos especiais (GEE) não nas hipóteses previstas nos incisos V, VI e VII (V - faltar ou
tiver sido dispensado do serviço, mesmo para o atendi-
se incorporará, para quaisquer efeitos, aos vencimen-
mento de necessidades pessoais, desde que o afastamento
tos do servidor, ficando excluída da base de cálculo
seja superior a 24 (vinte e quatro) horas; VI - frequentar
de qualquer outra vantagem pecuniária, bem como curso que implique afastamento da corporação, por pe-
de quaisquer outros percentuais que incidam sobre os ríodo superior a 15 (quinze) dias, salvo quando se tratar
seus respectivos vencimentos. de curso de interesse da Secretaria de Ordem Pública; VII
§ 1º A exclusão do Guarda Municipal do Regime Adi- - passar a ostentar comportamento inferior a “BOM” se-
cional de Serviço do PROGRAMA NITERÓI MAIS SE- gundo avaliação realizada pelo Inspetor-Geral da Guarda
GURA implicará a imediata e automática cessação do Municipal) o profissional da Guarda Municipal só poderá
pagamento da gratificação de encargo especial (GEE). ser reincluído no Regime Adicional de Serviço (RAS) do
§ 2º O pagamento da gratificação de encargo especial PROGRAMA NITERÓI MAIS SEGURA após 03 (três) meses,
(GEE) só será devido com o efetivo cumprimento de se não incidir nas mesmas hipóteses durante este período.
turno adicional de serviço, não se admitindo, em hipó-
tese alguma, contagem de jornada ficta, sob pena de
responsabilização administrativa. USO E COMERCIALIZAÇÃO DE CEROL E DE
§ 3º No pagamento da gratificação de encargos espe- LINHA CHILENA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI
ciais (GEE), não se levará em conta as horas ou frações (LEI MUNICIPAL N.º 3.074, DE 27 DE JANEIRO
de horas excedentes ao turno (regular ou adicional) DE 2014).
ou expediente decorrentes do atendimento a fatos ou
situações que tenham início durante a jornada de tra-
A Prefeitura de Niterói, com base na existência da Lei
balho, mas que exijam do servidor do Quadro Profis-
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Estadual 3278, de 1999, que proíbe o uso de pipas com


sional da Guarda Municipal a sua presença até a con- linha cortante em áreas públicas e comuns, decretou a
clusão da rotina operacional. proibição da produção, comercialização, transporte, uso ou
Art. 8º Para o efetivo cumprimento das disposições guarda de cerol e de linha chilena na cidade, através da Lei
desta Lei, o Secretário Municipal de Ordem Pública Municipal n.º 3.074/14.
será o responsável pela sua estrita observância. Essa iniciativa considera a necessidade do poder públi-
Art. 9º Os recursos financeiros necessários à execução co preservar e garantir a segurança da população. O Poder
da presente Lei correrão à conta e dentro dos limites Executivo promoverá ações voltadas à fiscalização das proi-
das dotações orçamentárias do orçamento vigente. bições constantes no decreto.

6
Com a aplicação da Lei, o estabelecimento comercial c) Em caso de reincidência, encaminhar multa, direcio-
que descumprir a determinação, além de apreensão da nada aos responsáveis pelo menor, no valor equivalente
mercadoria, ficará sujeito às sanções contidas no artigo 3º à referencia M3, constante no Anexo I, do Código Tribu-
do referido dispositivo. Se o infrator for vendedor ambulan- tário Municipal; e
te terá ao material apreendido. Se o material for encontrado d) Repetida a reincidência, aplicar a multa em dobro e
com usuários, será apreendido e destruído, não cabendo assim sucessivamente.
qualquer indenização. Parágrafo Único - Na hipótese de os materiais a que se
refere o caput do art. 1º desta Lei serem encontrados de
Vejamos o texto da Lei. posse de usuários, serão apreendidos e destruídos, não
cabendo qualquer indenização.
LEI Nº 3074, DE 27/01/2014 Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições contrárias em especial o De-
Proíbe a produção e o uso de cerol e de linha chilena creto nº 11.485/2013, publicado em 24/09/2013.
no âmbito do município de Niterói.
Prefeitura Municipal de Niterói, 27 de janeiro de 2014.
A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI Decreta e eu san- Rodrigo Neves
ciono a seguinte Lei: Prefeito

Art. 1º Fica proibida a produção, comercialização, guar-


da, o transporte ou o uso de cerol e de linha chilena no
Município de Niterói. EXERCÍCIO COMENTADO
§ 1º Entende-se por cerol, o produto originário da mis-
tura de cola de madeira com vidro moído, comumente 01. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Apreendido
utilizado nas linhas de «pipas», «cafifas», «papagaios», menor com “linha chilena”, sem reincidência, deve ser aplica-
«pandorgas» ou semelhantes. da, além da apreensão do produto:
§ 2º Entende-se por linha chilena a produzida com
composto de quartzo moído, óxido de alumínio e cola a) multa aos responsáveis do menor.
de madeira. b) multa ao menor.
Art. 2º Ao infrator, do disposto no artigo anterior, serão c) encaminhamento do menor ao Conselho Tutelar.
impostas as seguintes penalidades, observando-se os d) advertência por escrito aos responsáveis do menor.
critérios: e) encaminhamento do menor ao Ministério Público.
I - se estabelecimento comercial:
a) Apreensão do material instrumento da infração - re- Ressposta: Letra D.
fratário com o cerol, linha, pipa, manivela e/ou similares; Conforme dispõe o art. 2º temos que:
b) Multa no valor equivalente à referencia M20, cons- IV - se menor de idade:
tante no Anexo I, do Código Tributário Municipal; e a) Apreensão do material instrumento da infração - refra-
c) Em caso de reincidência, aplicar a multa em dobro e tário com cerol, linha, pipa, manivela e/ou similares;
assim sucessivamente. b) Advertência, por parte da autoridade fiscalizadora, por
II - se vendedor ambulante: escrito e registrada com aviso de resposta, direcionada
a) Apreensão do material instrumento da infração - re- aos responsáveis pelo menor, com as especificações desta
fratário com cerol, linha, pipa, manivela e/ou similares; Lei, além do aviso da multa em caso de reincidência;
b) Multa no valor equivalente à referencia M3, constan-
te no Anexo I, do Código Tributário Municipal; e
c) Em caso de reincidência, aplicar a multa em dobro e
CÓDIGO MUNICIPAL AMBIENTAL DE
assim sucessivamente. NITERÓI (LEI MUNICIPAL N.º 2.602, DE 14 DE
III - se maior de idade: OUTUBRO DE 2008).
a) Apreensão do material instrumento da infração - re-
fratário com cerol, linha, pipa, manivela e/ou similares;
b) Multa no valor equivalente à referencia M3, constan- As ações relativas à preservação, conservação, defesa,
te no Anexo I, do Código Tributário Municipal; e melhoria, recuperação e controle do meio ambiente ecolo-
c) Em caso de reincidência, aplicar a multa em dobro e gicamente equilibrado, bem de natureza difusa e essencial à
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

assim sucessivamente. sadia qualidade de vida, seja elas praticadas por instituições
IV - se menor de idade: públicas ou privadas, assim como pelo cidadão comum, são
a) Apreensão do material instrumento da infração - re- reguladas por esse código ambiental.
fratário com cerol, linha, pipa, manivela e/ou similares; O código ambiental do município visa preservar o direito
b) Advertência, por parte da autoridade fiscalizadora, de todos a um meio ambiente equilibrado e que possa aten-
por escrito e registrada com aviso de resposta, dire- der as necessidades tanto atuais como do futuro, através da
cionada aos responsáveis pelo menor, com as especi- correta utilização dos recursos naturais, da disseminação de
ficações desta Lei, além do aviso da multa em caso de um desenvolvimento sustentável do espaço municipal, as-
reincidência; e sim como, o desenvolvimento integral do individuo.

7
Destacamos aqui o art. 4º que dispõe dos instrumentos
da política municipal de meio ambiente: CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE
I - planejamento ambiental; NITERÓI (LEI MUNICIPAL N.º 2.624, DE 29 DE
II - zoneamento ambiental; DEZEMBRO DE 2008).
III - criação de espaços territoriais especialmente pro-
tegidos;
IV - estabelecimento de parâmetros e padrões de qua-
lidade ambiental; Como sabemos, quando se trata de dispositivos legais,
V - Sistema Municipal de Licenciamento de Atividades o que vale é conhecer a letra da lei, mas, com tantos dis-
Poluidoras (SIMLAP); positivos a estudar, vale destacar algumas dicas de estudo.
VI - da avaliação de impactos ambientais; Primeira parte (do Art 1º ao 371º) – trata de casos con-
VII - auditoria ambiental e monitoramento; cretos, onde a melhor forma de compreender o disposto é
VIII - monitoramento ambiental; identificando o caso em si abordado no artigo, qual a con-
IX - Sistema de Informações Ambientais - SIA; dição de funcionamento desse caso (por exemplo, exigên-
X - educação ambiental; cia de alvará) e as decorrências do descumprimento dessas
XI - incentivos às ações ambientais; condições.
XII - Código de Limpeza Urbana. Do art. 372 em diante, temos a segunda parte, onde en-
contramos matéria/conceitos importantes para se preparar
Veja o dispositivo acessando o link: https://leismunici- para a prova.
pais.com.br/a/rj/n/niteroi/lei-ordinaria/2008/260/2602/lei- Vale dizer que esse código trata de uma lei do poder de
-ordinaria-n-2602-2008-institui-o-codigo-municipal-am- policia administrativa do município, que tem por objetivo
biental-de-niteroi-e-da-outras-providencias restringir direitos e liberdades individuais, com a finalidade
de atender os interesses públicos, ou seja, sempre o direito
de todos estiver em questionamento, esse prevalecerá so-
EXERCÍCIO COMENTADO bre o direito individual.
Uma das formas de restringir esses direitos é a aplica-
ção dos alvarás – vide o art. 373.
01. De acordo com o Código Ambiental de Niterói, são
Art. 373 - Compete à Secretaria Municipal de Fazen-
receitas do FUNDO MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO
da através da Fiscalização de Posturas, a concessão de
AMBIENTAL – FMCA:
licença ou autorização para funcionamento de estabe-
I - as transferências oriundas do Fundo Nacional do Meio
lecimento, mediante a expedição de um dos seguintes
Ambiente, como decorrência de contratos de financiamen-
documentos:
to a fundo perdido;
I - alvará de licença para estabelecimento, válido por
II - o produto de arrecadações de taxas de licenciamento,
prazo indeterminado;
parecer técnico, multas e juros de mora sobre atos e infra-
- consideramos que esse alvará é a regra, isto é, inde-
ções cometidas, do ponto de vista ambiental;
pendente do que negocio ou segmento, este só po-
III - aquisição de material permanente e de consumo, além
derá funcionar se o alvará de licença tiver sido dado.
de outros insumos necessários ao desenvolvimento dos
II - alvará de autorização provisória, válido por prazo de
programas e projetos;
180 (cento e oitenta) dias prorrogável a pedido, por até
IV - construção reforma e aquisição ou locação de imóveis
180 dias, uma única vez; (Vide prorrogação dada pela
para adequação da rede física de prestação de serviços em
Lei nº 2972/2012)
meio ambiente;
- trata-se do alvará que é dado enquanto o alvará de
Estão corretas: licença não é expedido, pode acontecer quando algum re-
quisito ainda não foi atendido, por isso que é provisório,
a) I, II e IV ou seja, se esse requisito não for cumprido, esse alvará é
b) II e III suspenso e o negocio não terá seu funcionamento au-
c) I e IV torizado.
d) I e II III - alvará de autorização precária, válido por prazo in-
determinado;
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Ressposta: Letra D. Em “III” e “IV”, Errado – constituem Alvará de Autorização Precária será concedido sempre
despesas do FMCA (art. 36º) que determinado tipo de licenciamento for considerado
precário em decorrência da natureza da ocupação ou da
atividade.
IV - alvará de autorização temporária, válido por prazo
determinado;
Aqui temos casos específicos que estão descritos no art.
398 e que deverão ser lidos.
V - alvará de identificação.

8
Aplica-se a:
- Entidades sem fins lucrativos (partidos políticos / ins- ROTINAS PARA O CONTROLE DE CONDUTAS
tituições religiosos / condomínios) QUE OCASIONEM PERTURBAÇÃO DO
- Ponto de referencia (Art. 383 Entende-se por ponto SOSSEGO E DO BEM-ESTAR PÚBLICO POR
de referência o endereço fornecido por pessoa jurí- EMISSÃO DE SOM DE QUALQUER NATUREZA
dica como domicílio fiscal em que não haja estabe- (DECRETO MUNICIPAL N.º 11.542, DE 09 DE
lecimento comercial, sendo vedado o atendimento DEZEMBRO DE 2013).
a clientes, o estoque de mercadorias e a colocação
de placa contendo mensagem publicitária ou mera-
mente identificadora da empresa ou da sociedade
empresária por ela responsável) Este decreto regulamenta o Art. 171 do Código Muni-
- repartições públicas ou de caráter público cipal Ambiental.
O decreto se aplica a poluição sonora produzida em
Outro artigo importante para estudar é o Art. 436. – espaço formal ou informal , ou seja, em vias públicas, esta-
todos os conceitos desse código estão elencados nesse cionamentos, praças, praias, ou demais logradouros. Vale
artigo. ainda para sons emitidos por equipamentos sonoros ins-
talados em veículos, aparelhos mecânicos avulsos ou qual-
Veja o dispositivo na íntegra acessando o link a seguir: quer instrumento que possa ocasionar a perturbação do
https://leismunicipais.com.br/codigo-de-posturas-niteroi-rj sossego ou da vizinhança.
Podemos considerar como prejudiciais os ruídos que
ocasionem ou possam ocasionar danos materiais à saúde
e ao bem-estar público.
EXERCÍCIO COMENTADO
Algumas definições que auxiliam a compreensão:

1. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Sobre a uti- Poluição Sonora - toda emissão de som que, direta ou
lização dos logradouros públicos, é INCORRETO afirmar, de indiretamente, seja ofensiva ou nociva à saúde, à seguran-
acordo com o Código de Posturas, que: ça e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as dispo-
sições fixadas nessa lei;
a) as agências de compra, venda, consignação ou aluguel Ruído - qualquer som indesejável ou sem qualidade
de veículos, oficinas mecânicas e estabelecimentos con- ou uma mistura de sons ocupando uniformemente toda a
gêneres, são proibidos de estacionar ou expor automó-
gama de frequências auditivas que causem perturbações
veis, motocicletas, bicicletas e quaisquer equipamentos
ao sossego público ou produzam efeitos psicológicos e/ou
ou itens de transporte nas calçadas, bainhas de estacio-
fisiológicos negativos em seres humanos e animais;
namento.
Ruído Impulsivo - som de curta duração com início
b) os estabelecimentos comerciais ou de prestadores de
serviços que realizam entregas domiciliares, sofrerão inesperado e parada repentina;
sanção imediata, independentemente de intimação pré- DISTÚRBIOS SONOROS E DISTÚRBIOS POR VIBRAÇÕES
via, caso os veículos sejam flagrados trafegando no pas- - significa qualquer ruído ou vibração que ponha em pe-
seio público. rigo ou prejudique a saúde de seres humanos ou animais,
c) é permitida a comercialização de alimentos a serem pre- além de causar danos, de qualquer natureza, às proprie-
parados nos logradouros públicos com churrasqueiras, dades públicas ou privadas, possa ser considerado como
fogões, assadeiras ou outros equipamentos similares, incômodo ou que ultrapasse os níveis fixados nesta lei;
mediante autorização. Área De Silêncio - Aquela que para atingir seus pro-
d) a depredação de pavimentação, meios-fios, passeios, pósitos, necessita que lhe seja assegurado um silêncio ex-
pontes, galerias, canais, bueiros, muralhas, balaustradas, cepcional. A faixa é determinada por um raio de 300m de
bancos, postes, lâmpadas e quaisquer obras ou disposi- distância de hospitais, escolas, bibliotecas públicas, postos
tivos existentes nos logradouros públicos será punida na de saúde ou similares;
forma da legislação em vigor.
e) os estabelecimentos comerciais ou de prestadores de Vejamos o dispositivo na sequencia:
serviços deverão identificar os veículos de entrega com
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

o nome e o endereço do respectivo estabelecimento DECRETO Nº 11542/2013.


com letras de 0,10 m (dez centímetros), no mínimo.
Regulamenta o art. 171 do código municipal ambiental,
Ressposta: Letra C. O disposto em questão, no seu Capí- lei nº 2602/2008 e estabelece rotinas para controle de con-
tulo III, trata do uso e ocupação dos logradouros e demais dutas que ocasionem a perturbação ao sossego e bem estar
bens de uso comum e, sem seu art. 89, dispõe que é ex- publico por emissões de som de qualquer natureza.
pressamente proibido preparar alimentos nos logradou- O PREFEITO MUNICIPAL DE NITERÓI, no uso das atri-
ros públicos, utilizando churrasqueiras, fogões, assadeiras buições que lhe são conferidas pela legislação em vigor e
ou outros equipamentos similares.

9
CONSIDERANDO as dezenas de reclamações mensais Parágrafo Único - O proprietário terá o prazo de 30
endereçadas à Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hí- (trinta) dias para resgate dos bens apreendidos confor-
dricos e Sustentabilidade, bem como à Polícia Militar que me o disposto no artigo anterior, sob pena de encami-
versam sobre emissão de ruídos e perturbação do sossego nhamento dos citados bens a leilão.
ou da vizinhança; Art. 5º As reclamações referentes à perturbação ao sos-
CONSIDERANDO que a Lei 2.602/2008 dispõe sobre o sego e bem estar público deverão ser endereçadas à
controle da emissão de ruídos em seu capítulo VIII, contu- Ouvidoria Municipal ou Secretaria de Meio Ambiente,
do sem tipificar condutas que não sejam ligadas a eventos Recursos Hídricos e Sustentabilidade.
corriqueiros que dispensam formalização por alvará ou pro-
jetos de tratamento acústico; Prefeitura Municipal de Niterói, 09 de Dezembro de
CONSIDERANDO que o Decreto Lei 3.688/1941 dis- 2013.
põe no art. 42: Perturbar alguém o trabalho ou o sossego Rodrigo Neves
alheios: Prefeito
I - com gritaria ou algazarra;
II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em de-
sacordo com as prescrições legais;
III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acús- EXERCÍCIO COMENTADO
ticos;
IV - provocando ou não procurando impedir barulho 01. Considerando a aplicação do Decreto 11542/2013
produzido por animal de que tem a guarda: Pena - pri- no município de Niterói, considere a afirmação abaixo
são simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de Certa ou Errada.
duzentos mil réis a dois contos de réis. O presente Decreto se aplica à poluição sonora produzi-
da em espaço formal, em via pública, estacionamentos, pra-
CONSIDERANDO que o artigo 62 da Lei Municipal nº ças, praias, ou demais logradouros emitidos por equipamen-
2.624/2008 estabelece o dever da Administração Municipal tos sonoros instalados em veículos de duas rodas, aparelhos
zelar pela manutenção da ordem, da moralidade e do sos- mecânicos avulsos ou qualquer instrumento que possa oca-
sego público em todo o território do Município, a fim de se sionar a perturbação do sossego ou da vizinhança.
evitar a poluição sonora e se resguardar a ordem pública,
DECRETA: ( ) Certo ( ) Errado

Art. 1º O presente Decreto se aplica à poluição sonora Ressposta: Errado. A afirmação está incorreta, pois,
produzida em espaço formal ou informal, em via públi- a aplicação se dá tanto em espaço formal como informal,
ca, estacionamentos, praças, praias, ou demais logra- além o outro erro é em relação aos veículos de duas rodas, o
douros emitidos por equipamentos sonoros instalados artigo fala em veículos, sem especificação sobre esses. (Vide
em veículos, aparelhos mecânicos avulsos ou qualquer artigo 1º)
instrumento que possa ocasionar a perturbação do sos-
sego ou da vizinhança.
Art. 2º Compete a Prefeitura Municipal de Niterói atra-
vés da Secretaria de Ordem Pública, com o apoio da PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO
Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sus- DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL DE NITERÓI.
tentabilidade, e ainda, quando necessário, da Policia
Militar, as diligências de fiscalização com a finalidade
de controlar e coibir as condutas descritas no artigo 1º. Os atos e processos administrativos no âmbito da Ad-
Art. 3º Constatada a irregularidade o agente deverá ministração municipal direta e indireta, assim como o Poder
exigir dos responsáveis toda documentação legal perti- Legislativo quando no desempenho de função administra-
nente ao caso concreto. tiva, devem obedecer o disposto na lei nº 3048/13, visando,
I - Na hipótese da não identificação do responsável pela em especial, à proteção dos direitos dos administrados e
conduta ou na ausência de documentação pertinente, ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
deverá o agente arrecadar todos os bens que contribu-
am para emissão excessiva ou incômoda do som. Princípios que regem o processo administrativo.
II - Competirá ao agente, lavrar o auto de apreensão e/
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

O processo administrativo obedecerá, dentre outros,


ou arrecadação descrevendo a conduta e os bens que aos princípios da transparência, legalidade, finalidade,
serão encaminhados ao deposito, devendo constar a motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
identificação e assinatura do proprietário ou detentor ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, impessoa-
do citado bem. lidade, eficiência, celeridade, oficialidade, publicidade, con-
Art. 4º Todo material arrecadado será encaminhado ao sensualidade, participação, proteção da confiança legítima,
depósito publico da Prefeitura Municipal de Niterói, de- responsabilidade, supremacia e indisponibilidade do inte-
vendo ser liberado após apresentação de documenta- resse público.
ção comprobatória de sua propriedade de origem.

10
FIQUE ATENTO!
O processo administrativo envolve três agen-
HORA DE PRATICAR!
tes:
- Orgão - a unidade de atuação integrante da 01. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) De acor-
estrutura da Administração direta e da estrutu- do com a Lei Orgânica do Município, a criação de car-
ra de uma entidade da Administração Indireta; gos dentro da Guarda Municipal do município deve ser
- Entidade - a unidade de atuação dotada de efetivada através de lei de iniciativa do(a):
personalidade jurídica;
- Autoridade - o servidor ou agente público a) Presidente da Câmara dos Vereadores.
dotado de poder de decisão. b) Prefeito.
c) Mesa da Câmara dos Vereadores.
d) Chefe da Guarda Municipal.
Veja na íntegra o conteúdo da lei acessando o link a seguir: e) Secretário de Ordem Pública.
https://leismunicipais.com.br/a/rj/n/niteroi/lei-ordina-
ria/2013/304/3048/lei-ordinaria-n-3048-2013-estabelece-nor- 02. De acordo com a lei 531 de 1985, julgue o item a
mas-sobre-atos-e-processos-administrativos-no-ambito-do- seguir como CERTO ou ERRADO.
-municipio-de-niteroi-e-da-outras-providencias Os cargos em comissão e funções gratificadas não pode-
rão ser exercidos eventualmente, em substituição, nos casos
de impedimento legal e afastamento de seus titulares.
EXERCÍCIO COMENTADO ( ) Certo ( ) Errado

01. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Atributo 03. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) O guarda
do ato administrativo segundo o qual este obriga a todos aprovado em concurso público, após a publicação do ato
quantos se encontrem em seu círculo de incidência, mes- de nomeação, deve tomar posse do cargo no prazo de:
mo que contrarie interesses particulares:
a) 15 (quinze) dias.
a) imperatividade. b) 10 (dez) dias.
b) presunção de legitimidade. c) 30 (trinta) dias.
c) discricionariedade. d) 60 (sessenta) dias.
d) vinculação. e) 5 (cinco) dias.
e) autoexecutoriedade.
04. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Mário
Ressposta: Letra A. Andrade, membro do Corpo da Guarda, presenciou
Imperatividade: A administração Pública impõe atos tentativa de roubo praticado por Cátia Soares, deten-
administrativos aos administrados independentemente do-a em flagrante. No entanto, sabedor por populares
da sua concordância. que a adolescente vinha praticando diversos roubos
na comunidade em que mora, permite que populares
deem um corretivo na menina, que é levada ao Hospi-
tal Estadual Azevedo Lima com fraturas nos membros
superiores e com múltiplas lesões no tórax e na face.
A infração praticada por Mário Andrade é, segundo o
Estatuto da Guarda Municipal de Niterói, de natureza:

a) grave.
b) levíssima.
c) média.
d) gravíssima.
e) leve.
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

05. (FGV/2015 - Prefeitura de Niterói/RJ) Consoante


dispõe o Código de Posturas do Município de Niterói,
a autorização para o exercício do comércio ambulante,
a verificação do efetivo cumprimento da autorização
concedida, bem como a apreensão de bens, mercado-
rias, equipamentos e veículos, utilizados irregularmen-
te no logradouro público, através da Guarda Municipal,
é de competência da Secretaria Municipal de:

11
a) Fazenda e Ação Social; 08. (FGV/2015 - Prefeitura de Niterói/RJ) Em tema de
b) Segurança e de Controle Urbano; cassação do alvará, o Código de Posturas do Município
c) Trabalho e Ação Social; de Niterói dispõe que:
d) Polícia Militar;
e) Polícia Civil. a) se trata de ato o qual compete ao Procurador-Geral do
Município, que decidirá, no prazo de trinta dias, com
06. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Um guar- base em parecer prévio da Secretaria de Fazenda;
da municipal em ronda se depara com um antigo de- b) qualquer pessoa, entidade ou órgão público poderá so-
safeto vendendo em logradouro público produtos de licitar à Secretaria Municipal de Fazenda a cassação ou a
gênero alimentício embalados (balas, chicletes e biscoi- anulação do alvará, nos casos previstos no Código;
tos), junto com outros ambulantes, sem autorização da c) verificando a autoridade fiscal o exercício de atividade
Prefeitura. O guarda então decide apreender o produto não permitida no local, promoverá a suspensão das ati-
e aplicar multa ao desafeto, apenas para importuná-lo, vidades e a cassação do alvará no prazo de cinco dias;
não fazendo o mesmo com os demais ambulantes. d) constatando o fiscal de posturas que o particular deu ao
Considerando-se a situação hipotética acima, julgue as imóvel destinação diversa daquela para a qual foi concedido
afirmativas seguintes: o licenciamento, promoverá a imediata cassação do alvará;
I Em virtude do poder de polícia, o guarda municipal pode- e) o procedimento de cassação de alvará não poderá ser
ria recolher produtos vendidos em locais não autorizados. cumulativo com a aplicação de multa, para evitar a puni-
II O servidor público em questão atuou, na hipótese, com ção em bis in idem.
abuso de poder, desviando a finalidade de sua atuação
para prejudicar um desafeto. 09. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Será rea-
III Mesmo tendo havido abuso de poder, o ato não poderá lizado censo escolar, de acordo com a Lei Orgânica do
ser invalidado, pois o ambulante agia em desrespeito às Município de Niterói, a cada
normas de postura.
a) dois anos.
Dos itens acima, apenas: b) três anos.
c) quatro anos.
d) cinco anos.
a) I está correto.
e) dez anos.
b) I e II estão corretos.
c) III está correto.
10. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ)O Sistema
d) II está correto.
Municipal de Ensino de Niterói organiza o ensino fun-
e) II e III estão corretos.
damental da seguinte maneira:
07. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) O PIB a) I Ciclo: 3 anos / II Ciclo: 2 anos / III Ciclo: 2 anos / IV Ciclo:
(Produto Interno Bruto) é um indicador que mede a 2 anos.
produção de um país, levando em conta três grupos b) Ciclo: 1º, 2º e 3º anos / Ano escolar: 4º ao 9º ano.
principais: agropecuária, indústria e serviços. Confor- c) Ciclo: 1º, 2º ano / Ano escolar: 3º ao 9º ano.
me informações do TEM/RAIS – 2010, observa-se que d) Ciclo I: 2 anos / Ciclo II: 3 anos / Ano escolar: 6º ao 9º ano.
87,7% do total dos estabelecimentos formais existentes e) Ciclo I: 4 anos / Ciclo II: 1 ano / Ano escolar: 6º ao 9º ano.
em Niterói são representados pelas:

a) microempresas, com maior concentração no setor de


serviços. GABARITO
b) pequenas empresas, com maior concentração no setor
de comércio.
01 B
c) médias empresas, com maior concentração no setor de
comércio. 02 ERRADO
d) microempresas, com maior concentração no setor de 03 C
comércio.
e) pequenas empresas, com maior concentração no setor 04 D
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

de serviços. 05 B
06 B
07 A
08 B
09 C
10 A

12
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de texto contemporâneo.Modos de organização do discurso: descrição, narração, dissertação


argumentativa e dissertação expositiva..........................................................................................................................................................................01
Características da estrutura do parágrafo......................................................................................................................................................................04
Coesão e coerência textuais................................................................................................................................................................................................06
Emprego significativo dos diferentes recursos gramaticais no texto (níveis: fonológico, morfológico, sintático e semântico).08
Discurso direto, indireto e indireto livre.........................................................................................................................................................................08
Língua falada e língua escrita: variação, correção e adequação...........................................................................................................................09
Distinção entre fonema e letra. Encontros vocálicos, encontros consonantais e dígrafos.Divisão silábica. .......................................09
Ortografia oficial: emprego de letras...............................................................................................................................................................................12
Acentuação gráfica e emprego de sinais diacríticos.................................................................................................................................................15
Normas de pontuação...........................................................................................................................................................................................................18
Classes de palavras: formas, flexões (nominais e verbais, regulares e irregulares) e emprego................................................................21
Estrutura e formação de palavras......................................................................................................................................................................................60
Semântica: denotação e conotação, polissemia, sinonímia, antonímia, homonímia e paronímia..........................................................62
Período simples e período composto. Relações de sentido entre orações e segmentos de texto. Processos sintáticos:
coordenação e subordinação.............................................................................................................................................................................................64
Concordância nominal e verbal.........................................................................................................................................................................................78
Regência nominal e verbal...................................................................................................................................................................................................84
Emprego do acento grave indicativo da crase.............................................................................................................................................................90
É possível deduzir que...
O autor permite concluir que...
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
CONTEMPORÂNEO. Compreender significa
MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO: Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
D E S C R I Ç Ã O, N A R R A Ç Ã O, D I S S E R TA Ç Ã O O texto diz que...
ARGUMENTATIVA E DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA. É sugerido pelo autor que...
w
O narrador afirma...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Erros de interpretação
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
 Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
do contexto, acrescentando ideias que não estão no
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
e decodificar).
pela imaginação.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
 Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com
ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli-
para o entendimento do tema desenvolvido.
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
 Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu
contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
contexto original e analisada separadamente, poderá ter
clusões equivocadas e, consequentemente, errar a
um significado diferente daquele inicial.
questão.
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci-
Observação:
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a óti-
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de
ca do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de
um texto é a identificação de sua ideia principal. A par-
concurso, o que deve ser levado em consideração é o que
tir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamen-
o autor diz e nada mais.
tações), as argumentações (ou explicações), que levam ao
esclarecimento das questões apresentadas na prova.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
Normalmente, em uma prova, o candidato deve:
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
 Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
gumentação, de um processo, de uma época (neste
vai dizer e o que já foi dito.
caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais
São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles,
definem o tempo).
está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblí-
 Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
quo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do
ças entre as situações do texto.
seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso
uma realidade.
a necessidade de adequação ao antecedente.
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
 Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras.
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
Condições básicas para interpretar
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
a saber:
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
(escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e
mas depende das condições da frase.
prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
qual (neutro) idem ao anterior.
texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese;
LÍNGUA PORTUGUESA

quem (pessoa)
capacidade de raciocínio.
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído.
Interpretar/Compreender
como (modo)
onde (lugar)
Interpretar significa:
quando (tempo)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
quanto (montante)
Através do texto, infere-se que...
Exemplo:

1
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
aparecer o demonstrativo O).
EXERCÍCIOS COMENTADOS

Dicas para melhorar a interpretação de textos 1. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Cespe
– 2017)
 Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos Texto CG1A1AAA
candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor-
mação você absorver com a leitura, mais chances A valorização do direito à vida digna preserva as duas faces
terá de resolver as questões. do homem: a do indivíduo e a do ser político; a do ser em si
 Se encontrar palavras desconhecidas, não interrom- e a do ser com o outro. O homem é inteiro em sua dimen-
pa a leitura. são plural e faz-se único em sua condição social. Igual em
 Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas sua humanidade, o homem desiguala-se, singulariza-se em
forem necessárias. sua individualidade. O direito é o instrumento da fraterni-
 Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma zação racional e rigorosa.
conclusão). O direito à vida é a substância em torno da qual todos os
 Volte ao texto quantas vezes precisar. direitos se conjugam, se desdobram, se somam para que o
 Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as sistema fique mais e mais próximo da ideia concretizável
do autor. de justiça social.
 Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor Mais valeria que a vida atravessasse as páginas da Lei Maior
compreensão. a se traduzir em palavras que fossem apenas a revelação
 Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de da justiça. Quando os descaminhos não conduzirem a isso,
cada questão. competirá ao homem transformar a lei na vida mais digna
 O autor defende ideias e você deve percebê-las. para que a convivência política seja mais fecunda e huma-
 Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo na.
geralmente mantém com outro uma relação de con- Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao artigo 3.º.
tinuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique In: 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
muito bem essas relações. 1948-1998: conquistas e desafios. Brasília: OAB, Comissão
 Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, Nacional de Direitos Humanos, 1998, p. 50-1 (com adap-
a ideia mais importante. tações).
 Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora Compreende-se do texto CG1A1AAA que o ser humano
da resposta – o que vale não somente para Interpre- tem direito
tação de Texto, mas para todas as demais questões!
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi- a) de agir de forma autônoma, em nome da lei da sobrevi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. vência das espécies.
 Olhe com especial atenção os pronomes relativos, b) de ignorar o direito do outro se isso lhe for necessário
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., para defender seus interesses.
chamados vocábulos relatores, porque remetem a c) de demandar ao sistema judicial a concretização de seus
outros vocábulos do texto. direitos.
d) à institucionalização do seu direito em detrimento dos
SITES direitos de outros.
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- e) a uma vida plena e adequada, direito esse que está na
gues/como-interpretar-textos essência de todos os direitos.
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melho-
rar-a-interpretacao-de-textos-em-provas Resposta: Letra E.
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para- O ser humano tem direito a uma vida digna, adequada,
-voce-interpretar-melhor-um.html para que consiga gozar de seus direitos – saúde, edu-
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques- cação, segurança – e exercer seus deveres plenamente,
tao-117-portugues.htm como prescrevem todos os direitos: (...) O direito à vida
LÍNGUA PORTUGUESA

é a substância em torno da qual todos os direitos se


conjugam (...).

2
2. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Cespe TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
– 2017)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
Texto CG1A1BBB sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição da que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana do interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
em um texto escrito.
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
É de fundamental importância sabermos classificar os
diretamente, nos termos desta Constituição.” Em virtude textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
desse comando, afirma-se que o poder dos juízes emana dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
do povo e em seu nome é exercido. A forma de sua inves- e gêneros textuais.
tidura é legitimada pela compatibilidade com as regras do Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
Estado de direito e eles são, assim, autênticos agentes do fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
poder popular, que o Estado polariza e exerce. Na Itália, opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
isso é constantemente lembrado, porque toda sentença é lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre al-
dedicada (intestata) ao povo italiano, em nome do qual é guém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
pronunciada. nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos
Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do pro- textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
cesso. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com Dissertação.
adaptações).
As tipologias textuais se caracterizam pelos as-
Conforme as ideias do texto CG1A1BBB,
pectos de ordem linguística
a) o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu papel com Os tipos textuais designam uma sequência definida
fundamento no princípio da soberania popular. pela natureza linguística de sua composição. São observa-
b) os magistrados do Brasil deveriam ser escolhidos pelo dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
voto popular, como ocorre com os representantes dos logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
demais poderes. mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
c) os magistrados italianos, ao contrário dos brasileiros,
exercem o poder que lhes é conferido em nome de seus A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de
nacionais. ação demarcados no tempo do universo narrado,
d) há incompatibilidade entre o autogoverno da magistra- como também de advérbios, como é o caso de antes,
tura e o sistema democrático. agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu car-
e) os magistrados brasileiros exercem o poder constitucio- ro quando ele apareceu. Depois de muita conversa,
resolveram...
nal que lhes é atribuído em nome do governo federal.
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
descrevem características tanto físicas quanto psi-
Resposta: Letra A. cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
A questão deve ser respondida segundo o texto: (...) objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados no
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os cabe-
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos los mais negros como a asa da graúna...”
desta Constituição.” Em virtude desse comando, afirma- C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
-se que o poder dos juízes emana do povo e em seu assunto ou uma determinada situação que se almeje
nome é exercido (...). desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela
acontecer, como em: O cadastramento irá se pror-
3. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – SUPERIOR – rogar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se
CESPE – 2017 – ADAPTADA) No texto CG1A1BBB, o vo- esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício.
cábulo ‘emana’ foi empregado com o sentido de D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma
modalidade na qual as ações são prescritas de for-
ma sequencial, utilizando-se de verbos expressos no
a) trata. imperativo, infinitivo ou futuro do presente: Misture
b) provém. todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar
c) manifesta. uma massa homogênea.
d) pertence. E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-
LÍNGUA PORTUGUESA

e) cabe. -se pelo predomínio de operadores argumentativos,


revelados por uma carga ideológica constituída de
Resposta: Letra B. argumentos e contra-argumentos que justificam a
Dentro do contexto, “emana” tem o sentido de “pro- posição assumida acerca de um determinado assun-
vém”. to: A mulher do mundo contemporâneo luta cada
vez mais para conquistar seu espaço no mercado de
trabalho, o que significa que os gêneros estão em
complementação, não em disputa.

3
Gêneros Textuais 1. A desemprego globalização no Brasil e no na está
Latina América causando.
São os textos materializados que encontramos em nosso 2. A globalização está causando desemprego no Brasil
cotidiano; tais textos apresentam características sócio-co- e na América Latina.
municativas definidas por seu estilo, função, composição,
conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária, Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de
debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. “uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação
A escolha de um determinado gênero discursivo de- inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de
pende, eis, entrevistas e outros; na esfera de divulgação maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de
científica são comuns gêneros como verbete de dicionário língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul-
ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, tural do mundo atual.
conferência.
A Ordem dos Termos na Frase
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
Paulo: Saraiva, 2010. Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gra- mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
mática – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jé- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sus Barbosa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
SITE
tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-textual.
transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
htm
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
Observação: Não foram encontradas questões abran-
sando desemprego.
gendo tal conteúdo.
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, ape-
CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA DO nas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a al-
guns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
PARÁGRAFO.
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
Reescrita de Textos/Equivalência de Estruturas facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um nizadas aos nossos leitores.
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- O básico para a organização sintática das frases é a or-
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, ram tal ordem da seguinte maneira:
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a SUJEITO + VERBO+ COMPLEMENTO VERBAL+ CIR-
experiência de vida antecedem o ato de escrever. CUNSTÂNCIAS
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- A globalização + está causando+ desemprego + no
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura- Brasil nos dias de hoje.
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- mas observações:
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. A) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
LÍNGUA PORTUGUESA

Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin- normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu- “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas outros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil exis-
mensagens. Observe: te…”

4
Observações: Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o
sujeito e o verbo.
Tais construções não estão erradas, mas rompem com Outros exemplos:
a ordem direta; A globalização, que é um fenômeno econômico e cul-
É preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas tural, está causando desemprego no Brasil e na América
frases que não têm sujeito, somente predicado. Por exem- Latina.
plo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
São quatro horas agora; As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
Outras frases são construídas com verbos intransitivos, quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
que não têm complemento: vo, por isto são também isoladas por vírgula.
O menino morreu na Alemanha. (sujeito +verbo+ ad- A globalização causa, caro leitor, desemprego no Bra-
junto adverbial) sil…
A globalização nasceu no século XX. (idem) Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
Há ainda frases nominais que não possuem verbos: complemento.
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
existentes nelas. no Brasil…
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
Levando em consideração a ordem direta, podemos es- tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
tabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
verbal e os adjuntos).
Se os termos estão colocados na ordem direta não ha- Observação:
verá a necessidade de vírgulas. A frase 2 é um exemplo A simples negação em uma frase não exige vírgula: A
disto: globalização não causou desemprego no Brasil e na Amé-
A globalização está causando desemprego no Brasil e rica Latina.
na América Latina.
C) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra n.º 3 da
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula, colocação da vírgula.
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
gra básica n.º1 para a colocação da vírgula. Veja: sando desemprego…
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” No fim do século XX, a globalização causou desempre-
causam desemprego… go no Brasil…
(três núcleos do sujeito)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização causa desemprego no Brasil, na América se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
Latina e na África. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três adjuntos adverbiais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
A globalização está causando desemprego, insatisfação que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
(três complementos verbais) Quando o século XX estava terminando, a globalização
começou a causar desemprego.
B) Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos paí-
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou ses pobres.
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
ção. Veja exemplos de tal incorreção: go no Brasil.
O Brasil, será feliz.
A globalização causa, o desemprego. Observação:
Quanto à equivalência e transformação de estruturas,
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre um exemplo muito comum cobrado em provas é o enun-
LÍNGUA PORTUGUESA

os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, ciado trazer uma frase no singular e pedir a passagem para
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a mudança
a regra básica n.º 2 para a colocação da vírgula. Dito em de tempos verbais.
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com
SITE
vírgulas. Vejamos:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sé- http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
culo XX, causa desemprego no Brasil. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

5
Sua Santidade participou de uma reunião com a Pre-
sidente Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumpri-
COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
mentava as pessoas. Estas tiveram a certeza de que
ele guarda respeito por elas.
 Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
COESÃO E COERÊNCIA base na maior especificidade do significado de um
deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos (mais genérico).
mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão  Emprego de hiperônimos - relações de um termo
do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que de sentido mais amplo com outros de sentido mais
estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou específico. Por exemplo, felino está numa relação de
falado - são os referentes textuais, que buscam garantir hiperonímia com gato.
a coesão textual para que haja coerência, não só entre os  Substitutos universais, como os verbos vicários.
elementos que compõem a oração, como também entre a
sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam- #FicaDica
bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro- Verbo vicário é aquele que substitui outro já
cesso têm com o tema. utilizado no período, evitando repetições. Ge-
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima- ralmente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não
ginária - composta de termos e expressões - que une os gosto de estudar. Faço porque preciso. O “faço”
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações foi empregado no lugar de “estudo”, evitando
de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di- repetição desnecessária.
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi- A coesão apoiada na gramática se dá no uso de
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono- conectivos, como pronomes, advérbios e ex-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, pressões adverbiais, conjunções, elipses, entre
orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor- outros. A elipse justifica-se quando, ao remeter
re daí a coerência textual. a um enunciado anterior, a palavra elidida é fa-
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o cilmente identificável (Exemplo.: O jovem reco-
apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
lheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas
rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
as suas forças. O termo o jovem deixa de ser
textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais repetido e, assim, estabelece a relação entre as
prejudica o entendimento do texto. Construído com os duas orações).
elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro-
não se constrói com um amontoado de palavras e orações. priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao
Elas se organizam segundo princípios gerais de dependên- próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
cia e independência sintática e semântica, recobertos por progressão textual, dada sua característica: são elementos
unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes prin- que não significam, apenas indicam, remetem aos compo-
cípios”. nentes da situação comunicativa.
Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é Já os componentes concentram em si a significação. Eli-
imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases sa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se “Os pronomes pessoais e as desinências verbais in-
de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre dicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes
os elementos que compõem a estrutura textual. demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais,
bem como os advérbios de tempo, referenciam o momen-
FORMAS DE SE GARANTIR A COESÃO ENTRE OS to da enunciação, podendo indicar simultaneidade, ante-
ELEMENTOS DE UMA FRASE OU DE UM TEXTO: rioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste
momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem,
 Substituição de palavras com o emprego de sinô- há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no
nimos - palavras ou expressões do mesmo campo próximo ano, depois de (futuro).”
associativo. A coerência de um texto está ligada:
 Nominalização – emprego alternativo entre um ver- 1. à sua organização como um todo, em que devem
bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (des- estar assegurados o início, o meio e o fim;
LÍNGUA PORTUGUESA

gastar / desgaste / desgastante). 2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um tex-


 Emprego adequado de tempos e modos verbais: to técnico, por exemplo, tem a sua coerência funda-
Embora não gostassem de estudar, participaram da mentada em comprovações, apresentação de esta-
aula. tísticas, relato de experiências; um texto informativo
 Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre- apresenta coerência se trabalhar com linguagem
posições, artigos: objetiva, denotativa; textos poéticos, por outro lado,
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira, trabalham com a linguagem figurada, livre associa-
ção de ideias, palavras conotativas.

6
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego útil;
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática mas, se ela é indispensável para certos fins industriais, con-
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa vinha que se averiguassem bem as causas das explosões, se
Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removi-
das na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem
SITE dado e creio que até hoje não têm as autoridades chegado
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ a resultados positivos.
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submetidas a
dadas condições, explodem espontaneamente, e tem sido
essa a explicação para uma série de acidentes bastante do-
lorosos, a começar pelo do Maine, na baía de Havana, sem
EXERCÍCIOS COMENTADOS esquecer também o do Aquidabã.
Noticiam os jornais que o governo vende, quando avariada,
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces- grande quantidade dessas pólvoras.
pe – 2014 – adaptada) Tudo indica que o primeiro cuidado do governo devia ser
não entregar a particulares tão perigosas pólvoras, que ex-
Hoje, todos reconhecem, porque Marx impôs esta demons- plodem assim sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas
tração no Livro II d’O Capital, que não há produção possível em constante perigo.
sem que seja assegurada a reprodução das condições ma- Creio que o governo não é assim um negociante ganancio-
teriais da produção: a reprodução dos meios de produção. so que vende gêneros que possam trazer a destruição de
Qualquer economista, que neste ponto não se distingue vidas preciosas; e creio que não é, porquanto anda sempre
de qualquer capitalista, sabe que, ano após ano, é preciso zangado com os farmacêuticos que vendem cocaína aos
prever o que deve ser substituído, o que se gasta ou se usa suicidas. Há sempre no Estado curiosas contradições.
na produção: matéria-prima, instalações fixas (edifícios),
instrumentos de produção (máquinas) etc. Dizemos: qual- Lima Barreto Pólvora e cocaína In: Vida urbana, 5/1/1915
quer economista é igual a qualquer capitalista, pois ambos Internet: <www dominiopublico gov br> (com adaptações)
exprimem o ponto de vista da empresa.
A correção gramatical do penúltimo parágrafo do texto se-
Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideológicos do Esta- ria preservada, embora seu sentido fosse alterado, caso o
do. 3.ª ed. Lisboa: Presença, 1980 (com adaptações). advérbio “não” fosse deslocado para imediatamente após
“governo”.
Julgue os itens a seguir, a respeito dos sentidos do texto
acima.
No texto, os termos “matéria-prima”, “instalações fixas ( ) CERTO ( ) ERRADO
(edifícios)” e “instrumentos de produção (máquinas)” são
exemplos de “meios de produção”. Resposta: Certo.
Voltemos ao texto: (...) Tudo indica que o primeiro cui-
( ) CERTO ( ) ERRADO dado do governo devia ser não entregar a particulares
tão perigosas pólvoras, que explodem assim sem mais
Resposta: Certo. nem menos, pondo pacíficas vidas em constante peri-
Voltemos ao texto: (...) é preciso prever o que deve ser go. Façamos a alteração proposta: o primeiro cuidado
substituído, o que se gasta ou se usa na produção: ma- do governo não devia ser entregar... Haveria correção
téria- -prima, instalações fixas (edifícios), instrumen- gramatical, mas mudaríamos o sentido do texto, já que
tos de produção (máquinas) etc. no original o que se quer dizer é o primeiro cuidado do
Os dois-pontos são utilizados para exemplificar o ter- governo deve ser o de não entregar a particulares; com
mo antecedente (produção), portanto a afirmação está a alteração: o primeiro cuidado do governo não deve ser
correta. o de entregar a particulares, ou seja, ele tem que tomar
2. (EBSERH – Conhecimentos Básicos para todos os cuidado com outras coisas primeiramente, depois com
Cargos de Nível Superior – Cespe – 2018 – adaptada) este fato.

Texto CB1A1AAA 3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012)


LÍNGUA PORTUGUESA

O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totali-


Já houve quem dissesse por aí que o Rio de Janeiro é a ci- dade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção
dade das explosões. Na verdade, não há semana em que os de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que
jornais não registrem uma aqui e ali, na parte rural. se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de
A ideia que se faz do Rio é a de que é ele um vasto paiol, e alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
que vivemos sempre ameaçados de ir pelos ares, como se todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação
estivéssemos a bordo de um navio de guerra, ou habitando do mundo.
uma fortaleza cheia de explosivos terríveis.

7
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Re- - Após dois pontos, introduzido pelo verbo dicendi:
nascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). Numa tarde ensolarada, Isabel encontrou Lúcio. Ambos
miraram-se com cautela, num pequeno espanto. Isabel
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual encarou Lúcio e diz: “Você ainda é um homem bonito”.
“O riso”. Lúcio riu com a ironia, qualidade sempre tóxica daquela
mulher.
( ) CERTO ( ) ERRADO
- Após dois pontos, com travessão:
Resposta: Certo.
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serieda- Isabel sabia do que Lúcio ria, afinal, ele sempre foi sua
de; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos melhor vítima. A garota sabia que o comentário fora infeliz
destacados se relacionam. O pronome “ele” retoma o e, tentando ser mais amigável, completou:
sujeito “riso”. - Fiquei sabendo que estava estudando em Boston.
Privilégio para poucos.
EMPREGO SIGNIFICATIVO DOS DIFEREN-
- Após ponto final, sem verbo dicendi:
TES RECURSOS GRAMATICAIS NO TEXTO
(NÍVEIS: FONOLÓGICO, MORFOLÓGICO, Lúcio percebeu rapidamente a tentativa da mulher que
SINTÁTICO E SEMÂNTICO) agora se ruborizava. Isabel, além de irônica, era péssima na
arte da diplomacia. “Recuso sua polidez, você é a mulher
“Prezado Candidato, o tópico acima será abordado na mais bruta que conheço”.
íntegra no decorrer da matéria”
- Após ponto final, com verbo dicendi ao fim da fala.

DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO Isabel mordeu os lábios frente ao golpe direto de seu
ex-noivo. A total educação transformava-se, agora, num
LIVRE. acerto de contas, infindável, como sempre. “Sou a mulher
mais bruta que conheceste, e quem sabe você seja o homem
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE mais covarde que conheci”, respondeu, com amargura.

Narrativas são textos que apresentam histórias de - Inserido na narração, sem pontuação específica:
personagens num tempo e num espaço específicos. Aqui
são apresentados seus dramas, suas aventuras, seus Durante poucos segundos, voltaram a se encararem. Dez
pensamentos. E também as suas falas. São chamados anos haviam se passado e as dores permaneciam intactas.
de discursos os momentos da narrativa em que temos Dizem que o tempo cura tudo, mas não o abandono de
acesso aos diálogos das personagens. Inicialmente eram- Lúcia, nem a frieza de “Isabel, aquela que nunca perde o
nos apresentadas diretamente suas falas, como se fazia gelo nos lindos olhos azuis”. A garota não acreditava no
num teatro. Entretanto, o gênero narrativo foi evoluindo, que ouvia, agora tinha certeza: Lúcio ainda a amava.
distanciando-se cada vez mais do gênero dramático
(teatral) e os escritores descobriram formas mais modernas Discurso Indireto: nesse tipo de discurso, as falas das
de inserir as vozes de suas criações nas histórias. Hoje, há personagens não são apresentadas diretamente. Surgem
três formas de inserção da fala das personagens numa filtradas pela voz do narrador, intermediário entre o leitor
narrativa: discurso direto, discurso indireto e discurso e o diálogo:
indireto livre.
Discurso Direto: O rapaz notou a descoberta de Isabel.
Discurso direto: meio através do qual são reproduzidas Os anos tornaram-na ainda mais bonita. Declarou, sem
diretamente as falas das personagens. Advindo do gênero medo: “Você é a mulher mais bela que já vi”.
teatral, o discurso direto presentifica a voz dos tipos
criados, como se estivessem falando no exato momento Discurso Indireto: O rapaz notou a descoberta de
da leitura. Esse tipo de discurso pode ser apresentado das Isabel. Os anos tornaram-na ainda mais bonita. Olhou-a
seguintes maneiras: nos olhos e disse, sem medo, que ela era ainda a mulher
mais bela que já vira.
- Após dois pontos, sem o verbo dicendi (sem o
LÍNGUA PORTUGUESA

verbo “e disse:”): Percebe-se que na passagem no discurso direto para


Exemplo: o indireto a voz da personagem foi transporta para a do
narrador. E tal procedimento produziu uma transformação
Numa tarde ensolarada, Isabel encontrou Lúcio. nos verbos presentes na fala do diálogo. O verbo ser,
Ambos miraram-se com cautela, num pequeno espanto: no tempo presente no discurso direto (é), passou para o
“Você ainda é um homem bonito”. Lúcio riu com a ironia, pretérito imperfeito (era). Além do mais, o verbo ver, que no
qualidade tóxica de Isabel. diálogo direto estava no pretérito perfeito (vi), no discurso
indireto surge no pretérito mais que perfeito (vira).

8
Ou seja, no discurso indireto já não é possível tomar quer dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de
a fala das personagens como realizada no momento da outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos,
emissão. O filtro do narrador arrasta suas vozes para um objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
tempo mais distante, o que pressupõe uma adaptação de Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo,
tempo e lugar no momento do narrar: uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou
televisionado, um bilhete? = Linguagem verbal!
Discurso Direto: As pessoas que ali passavam Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida
entendiam o que acontecia. Todos sabiam da história da de futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma
noiva abandonada. Todo reencontro é terrível, por melhor dança, o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a
que seja. Ciente disso, Isabel encarou o chão e pronunciou identificação de “feminino” e “masculino” através de figuras
na porta do banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem
muito baixo: “Não imaginei revê-lo, aqui, logo aqui.”
não verbal!
Discurso Indireto: As pessoas que ali passavam A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao
entendiam o que acontecia. Todos sabiam da história da mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e
noiva abandonada. Todo reencontro é terrível, por melhor anúncios publicitários.
que seja. Ciente disso, Isabel encarou o chão e pronunciou, Alguns exemplos:
muito baixo, que não imaginava vê-lo, ali, logo ali”. Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol.
Placas de trânsito.
Discurso Indireto Livre: Técnica mais sofisticada do Imagem indicativa de “silêncio”.
que as anteriores, a voz do narrador se confunde com a das Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”.
personagens, sem nenhuma pontuação que os diferencie.
SITE
Tal procedimento surge como modo de a narração Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/
ser confundida com os pensamentos da personagem, linguagem.htm>
pensamentos estes interrompidos pela sua voz, que surge
sem aviso:
DISTINÇÃO ENTRE FONEMA E LETRA.
O que afinal ele quer de mim? Luísa tentava de algum ENCONTROS VOCÁLICOS, ENCONTROS
modo sair daquela situação. Além da humilhação de anos CONSONANTAIS E DÍGRAFOS.
atrás, agora isso, esse reencontro inesperado, em meio DIVISÃO SILÁBICA.
a uma multidão de testemunhas. Espero que esse seja o
último de nossos reencontros, apesar de ser o primeiro
LETRA E FONEMA
de muitos. Lúcio a encarou com desdém. Sabia da mágoa
provocada. Sabia que não podia evitar aquela fúria que A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
agora surgia. Também espero que não tenhamos de passar fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
por isso novamente. Tudo tem um limite. Tudo tem um Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos
limite, concordou Luísa, apesar de sentir que ainda o amava sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que
desesperadamente. estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema
de comunicação linguística, quanto à sua organização e
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à
LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA: VA- divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da
RIAÇÃO, CORREÇÃO E ADEQUAÇÃO. forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando
que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar
estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de
cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas;
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se
O que é linguagem? É o uso da língua como forma de o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de
expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem estabelecer uma distinção de significado entre as palavras.
não é somente um conjunto de palavras faladas ou Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a
escritas, mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos distinção entre os pares de palavras:
comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?
amor – ator / morro – corro / vento - cento
LÍNGUA PORTUGUESA

Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a


analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica
fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal é a que você - como falante de português - guarda de cada um
que utiliza palavras quando se fala ou quando se escreve. deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este
A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da forma os significantes dos signos linguísticos. Geralmente,
verbal, não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se

9
O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até,
a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por bola.
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até,
palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê). bola.
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por Abertas: pé, lata, pó
mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que Fechadas: mês, luta, amor
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das
exílio. palavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).

Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais Semivogais


de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
A) o fonema /sê/: texto Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais.
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma
B) o fonema /zê/: exibir só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas
C) o fonema /che/: enxame são chamados de semivogais. A diferença fundamental
D) o grupo de sons /ks/: táxi entre vogais e semivogais está no fato de que estas não
desempenham o papel de núcleo silábico.
O número de letras nem sempre coincide com o número Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas:
de fonemas. pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca
Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão
t ó x i c o forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade,
história, série.
1 2 3 4 5 6 7 1
2 3 45 6 Consoantes
Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lh Para a produção das consoantes, a corrente de ar
o expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar
1 2 3 4 1234 pela cavidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam
5 verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos
silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois,
em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais.
As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
representam fonemas. Observe os exemplos: compra,
conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das Encontros Vocálicos
vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um
fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e
representado na escrita pelas letras “a” e “n”. semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos
em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o
A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. tritongo e o hiato.
Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234 A) Ditongo

Classificação dos Fonemas É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-
rie (i = semivogal, e = vogal)
Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal:
Vogais pai (a = vogal, i = semivogal)
Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais:
corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa mãe
língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso
significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma B) Tritongo
única vogal.
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e
uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode
entreaberta. As vogais podem ser: ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo
LÍNGUA PORTUGUESA

Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, nasal.
/o/, /u/.
Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. C) Hiato
/ã/: fã, canto, tampa
/ ẽ /: dente, tempero É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
/ ĩ/: lindo, mim pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
/õ/: bonde, tombo de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
/ ũ /: nunca, algum (po-e-si-a).

10
Encontros Consonantais

O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem
basicamente dois tipos:
A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se.
B) os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go.

Dígrafos

De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e quatro
letras.
Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em
nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais
e vocálicos.

A) Dígrafos Consonantais
Letras Fonemas Exemplos
lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo,
quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção
B) Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras
Exemplos
/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
LÍNGUA PORTUGUESA

in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

11
Observação: Regras ortográficas
“gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos
de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, A) O fonema S
aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum
fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” representa São escritas com S e não C/Ç
um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça,  Palavras substantivadas derivadas de verbos com ra-
aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também dicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pre-
não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, tensão / expandir - expansão / ascender - ascensão /
inverter - inversão / aspergir - aspersão / submergir
averiguo).
- submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo
/ compelir - compulsório / repelir - repulsa / recor-
#FicaDica rer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível /
consentir – consensual.
Conseguimos ouvir o som da letra “u” também,
por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: São escritos com SS e não C e Ç
Água = /agua/ pronunciamos a letra “u”, ou  Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi-
então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 nem em gred, ced, prim ou com verbos terminados
letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - por tir ou - meter: agredir - agressivo / imprimir -
não pronunciamos o “u”, então temos dígrafo impressão / admitir - admissão / ceder - cessão /
(aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”). Portanto: 8 exceder - excesso / percutir - percussão / regredir
letras e 6 fonemas. - regressão / oprimir - opressão / comprometer -
compromisso / submeter – submissão.
 Quando o prefixo termina com vogal que se junta
Dífonos com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétri-
co - assimétrico / re + surgir – ressurgir.
Assim como existem duas letras que representam um  No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.
só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois Exemplos: ficasse, falasse.
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o
São escritos com C ou Ç e não S e SS
“x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são  Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois  Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
fonemas temos um caso de dífono. Juçara, caçula, cachaça, cacique.
 Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, ca-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa niço, esperança, carapuça, dentuço.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.  Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.  Após ditongos: foice, coice, traição.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar  Palavras derivadas de outras terminadas em -te,
- Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. – São to(r): marte - marciano / infrator - infração / absorto
Paulo: Saraiva, 2010. – absorção.

SITE O fonema z
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/fono/fono1.php> São escritos com S e não Z
 Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: fre-
ORTOGRAFIA OFICIAL: EMPREGO DE guês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, prince-
LETRAS. sa.
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta-
morfose.
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta  Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem quiseste.
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são  Nomes derivados de verbos com radicais termina-
LÍNGUA PORTUGUESA

grafados segundo acordos ortográficos. dos em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / em-
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- preender - empresa / difundir – difusão.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,  Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e,  Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti-  Verbos derivados de nomes cujo radical termina
mologia (origem da palavra). com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar –
pesquisar.

12
São escritos com Z e não S
 Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje- FIQUE ATENTO!
tivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. Há palavras que mudam de sentido quando
Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área
não termine com s): final - finalizar / concreto – con- (superfície), ária (melodia) / delatar (denun-
cretizar. ciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona),
 Consoante de ligação se o radical não terminar com imergir (mergulhar) / peão (de estância, que
“s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
anda a pé), pião (brinquedo).
Exceção: lápis + inho – lapisinho.

O fonema j

São escritas com G e não J


#FicaDica
 Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à
gesso. ortografia de uma palavra, há a possibilidade
 Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, de consultar o Vocabulário Ortográfico da Lín-
gim.
gua Portuguesa (VOLP), elaborado pela Acade-
 Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, mia Brasileira de Letras. É uma obra de referên-
bege, foge. cia até mesmo para a criação de dicionários,
Exceção: pajem. pois traz a grafia atualizada das palavras (sem
o significado). Na Internet, o endereço é www.
 Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, academia.org.br.
litígio, relógio, refúgio.
 Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
mugir. Informações importantes
 Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
surgir. Formas variantes são as que admitem grafias ou pro-
 Depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
núncias diferentes para palavras com a mesma significação:
nado com j: ágil, agente.
aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze, de-
São escritas com J e não G pendurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, infarto/
 Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, relampe-
 Palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, jar/relampear/relampar/relampadar.
manjerona. Os símbolos das unidades de medida são escritos sem
 Palavras terminadas com aje: ultraje. ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural,
sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
O fonema ch 120km/h.
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
São escritas com X e não CH Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
 Palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
xucro. 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
 Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, la- quatro segundos).
gartixa. O símbolo do real antecede o número sem espaço:
 Depois de ditongo: frouxo, feixe. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
 Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. vertical ($).
Exceção: quando a palavra de origem não derive de ou-
tra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
Alguns Usos Ortográficos Especiais
São escritas com CH e não X
 Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, Por que / por quê / porquê / porque
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, sal-
sicha. POR QUE (separado e sem acento)
LÍNGUA PORTUGUESA

As letras “e” e “i” É usado em:


1. interrogações diretas (longe do ponto de interroga-
 Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. ção) = Por que você não veio ontem?
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
 Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos que faltara à aula ontem.
com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
dói, possui, contribui. Ignoro o motivo por que ele se demitiu.

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POR QUÊ (separado e com acento) Hífen
Usos: O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
1. como pronome interrogativo, quando colocado no ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi-
fim da frase (perto do ponto de interrogação) = Você dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos
faltou. Por quê? (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a
2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se-
quê? parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico) A) Uso do hífen que continua depois da Reforma Orto-
Usos: gráfica:
1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale a
“pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escrita 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
(pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto final) uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se
= Compre agora, porque há poucas peças. unem para formam um novo significado: tio-avô,
2. como conjunção subordinativa causal, substituível porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel,
por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por- segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris,
que se antecipou. primeiro-ministro, azul-escuro.

PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico) 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zo-
ológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abó-
Usos: bora-menina, erva-doce, feijão-verde.
1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “razão”
ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Geralmente 3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
é precedido por artigo = Não sei o porquê da discussão. É
uma pessoa cheia de porquês. cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número,
recém-casado.
ONDE / AONDE
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
Onde = empregado com verbos que não expressam a mas exceções continuam por já estarem consagradas
ideia de movimento = Onde você está? pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-per-
Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos feito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa,
que expressam movimento = Aonde você vai? deus-dará.

MAU / MAL 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-


-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas com-
Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se como binações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria,
qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um mau ele- Angola-Brasil, etc.
mento.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-
Mal = pode ser usado como quando associados com outro termo que é iniciado
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, “logo por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional,
que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu. etc.
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi
mal na prova? 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal não
compensa. 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-
-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hos-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. pitalar, super-homem.
LÍNGUA PORTUGUESA

CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,


Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: termina com a mesma vogal do segundo elemento:
Saraiva, 2002. micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-obser-
vação, etc.
SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
tografia reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

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#FicaDica
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Ao separar palavras na translineação (mudan-
ça de linha), caso a última palavra a ser escrita 1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Cespe
seja formada por hífen, repita-o na próxima – 2013 – adaptada)
linha. Exemplo: escreverei anti-inflamatório e,
ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima linha A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatena-
escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as dos são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos
linhas). Devido à diagramação, pode ser que a de comunicação, os quais são indispensáveis para que os
repetição do hífen na translineação não ocorra sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos acon-
em meus conteúdos, mas saiba que a regra é tecidos no correr do procedimento e se habilitem a exercer
esta! os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei
lhes impõe.
Disponível em: <http://jus.com.br> (com adaptações).
B) Não se emprega o hífen:
No que se refere ao texto acima, julgue os itens seguintes.
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo ter- Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto
mina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou nem para seu sentido caso o trecho “A fim de solucionar o
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: litígio” fosse substituído por Afim de dar solução à deman-
antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssiste- da e o trecho “tomem conhecimento dos atos acontecidos
ma, minissaia, microrradiografia, etc. no correr do procedimento” fosse, por sua vez, substituído
por conheçam os atos havidos no transcurso do aconteci-
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
mento.
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação,
autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plu- ( ) CERTO ( ) ERRADO
rianual, autoescola, infraestrutura, etc.
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos Resposta: Errado.
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” ini- “A fim” tem o sentido de “com a intenção de”; já “afim”,
cial: desumano, inábil, desabilitar, etc. “semelhança, afinidade”. Se a primeira substituição fosse
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando feita, o trecho estaria incorreto gramatical e coerente-
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, mente. Portanto, nem há a necessidade de avaliar a se-
coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedi- gunda substituição.
ção, coexistir, etc.

5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção ACENTUAÇÃO GRÁFICA E EMPREGO DE SI-
de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para- NAIS DIACRÍTICOS.
quedista, etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
to, benquerer, benquerido, etc.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon- vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, não dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado, isso, vamos às regras!
pressuposto, propor.
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso, Regras básicas
auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-hu-
mano, super-realista, alto-mar. A acentuação tônica está relacionada à intensidade com
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, an- que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que
tisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, tônica. As demais, como são pronunciadas com menos in-
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. tensidade, são denominadas de átonas.
LÍNGUA PORTUGUESA

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa das como:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – papel
SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima sílaba:
tografia útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível

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Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quando a
sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte). Quan-
to à regra de acentuação: todas as proparoxítonas
Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são são acentuadas, independentemente de sua termi-
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando nação: árvore, paralelepípedo, cárcere.W
tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré.
Regras especiais
Os acentos
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
“i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas le- de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
tras representam as vogais tônicas de palavras como palavras paroxítonas.
pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
da tonicidade, timbre aberto: herói – céu (ditongos
abertos). FIQUE ATENTO!
B) acento circunflexo – (^) Colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em
tâmara – Atlântico – pêsames – supôs. uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba
C) acento grave – (`) Indica a fusão da preposição “a” (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu.
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
D) trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi total-
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é Antes Agora
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros: mülleriano (de Müller) assembléia assembleia
E) til – (~) Indica que as letras “a” e “o” representam idéia ideia
vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
geléia geleia
Regras fundamentais jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
A) Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não paranóico paranoico
do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se- Acento Diferencial
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se- acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
guidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, com- diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
pô-lo e/ou tempos verbais. Por exemplo:
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito per-
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas feito do Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do
terminadas em: Indicativo do mesmo verbo).
i, is: táxi – lápis – júri Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fór- mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
ceps para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não Os demais casos de acento diferencial não são mais uti-
de “s”: água – pônei – mágoa – memória lizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo),
pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais
são definidos pelo contexto.
#FicaDica Polícia para o trânsito para que se realize a operação
LÍNGUA PORTUGUESA

planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, conjun-


Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que ção (com relação de finalidade).
esta palavra apresenta as terminações das
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui
inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará
mais fácil a memorização!

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As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz,
#FicaDica com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou
“i” não serão mais acentuadas:
Quando, na frase, der para substituir o “por”
por “colocar”, estaremos trabalhando com um
verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, “por” Antes Depois
é preposição: Faço isso por você. / Posso pôr apazigúe (apaziguar) apazigue
(colocar) meus livros aqui?
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui
Regra do Hiato
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segunda do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo
vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá acento: vir). A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
saída – faísca – baú – país – Luís reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: convêm.
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estive- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
rem seguidas do dígrafo nh: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
ra-i-nha, ven-to-i-nha. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando Paulo: Saraiva, 2010.
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
SITE
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.
Antes Agora
htm
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
Sauípe Sauipe EXERCÍCIOS COMENTADOS
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe
abolido:
– 2014) Os termos “série” e “história” acentuam-se em con-
formidade com a mesma regra ortográfica.
Antes Agora
crêem creem ( ) CERTO ( ) ERRADO
lêem leem Resposta: Certo.
vôo voo “Série” = acentua-se a paroxítona terminada em diton-
go / “história” - acentua-se a paroxítona terminada em
enjôo enjoo
ditongo
Ambas são acentuadas devido à regra da paroxítona ter-
#FicaDica minada em ditongo.
Observação: nestes casos, admitem-se as separações
Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos “sé-ri-e” e “his-tó-ri-as”, o que as tornaria proparoxíto-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não re- nas.
cebem mais acento como antes: CRER, DAR,
LER e VER. 2. (Anatel – Técnico Administrativo – cespe – 2012) Nas
palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento gráfi-
co tem justificativas gramaticais diferentes.
LÍNGUA PORTUGUESA

Repare:
O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
Elza lê bem! / Todas leem bem! ( ) CERTO ( ) ERRADO
Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os
garotos deem o recado! Resposta: Errado.
Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona.
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepenúlti-
tarde! ma sílaba é tônica, “mais forte”).

17
3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012) Os Ponto e Vírgula (;)
vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem acen-
to gráfico com base na mesma regra de acentuação gráfica.  Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os
( ) CERTO ( ) ERRADO ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos genero-
sos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão
Resposta: Certo. pelo pão a alma...” (VIEIRA)
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária =  Separa partes de frases que já estão separadas por
paroxítona terminada em ditongo; paciência = paroxíto- vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros,
na terminada em ditongo. Os três vocábulos são acen- montanhas, frio e cobertor.
tuados devido à mesma regra.  Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc.
4. (Ibama – Técnico Administrativo – cespe – 2012) As
palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a Ir ao supermercado;
mesma regra de acentuação gráfica. Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
( ) CERTO ( ) ERRADO Reunião com amigos.

Resposta: Errado. Dois pontos (:)


Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monossílaba
terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em di-  Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio Cou-
tongo aberto “éu”. tinho trata este assunto:
 Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
NORMAS DE PONTUAÇÃO.  Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es-
tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
rotina de sempre.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que ser-  Em frases de estilo direto
vem para compor a coesão e a coerência textual, além de
ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um tex- Maria perguntou:
to escrito adquire diferentes significados quando pontuado - Por que você não toma uma decisão?
de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em
certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim, Ponto de Exclamação (!)
os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao
contexto e ao interlocutor.  Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me casar
Principais funções dos sinais de pontuação com você!
 Depois de interjeições ou vocativos
Ponto (.)
Ai! Que susto!
 Indica o término do discurso ou de parte dele, en- João! Há quanto tempo!
cerrando o período.
 Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- Ponto de Interrogação (?)
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de
período, este não receberá outro ponto; neste caso,  Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
o ponto de abreviatura marca, também, o fim de “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
período. Exemplo: Estudei português, matemárica, vedo)
constitucional, etc. (e não “etc..”)
 Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Reticências (...)
ponto, assim como após o nome do autor de uma
citação:  Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
LÍNGUA PORTUGUESA

Haverá eleições em outubro canetas, cadernos...


O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão  Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) dizer... é verdad... Ah!”
 Os números que identificam o ano não utilizam pon-  Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os mal... pega doutor?
números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.  Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
depois, o coração falar...

18
Vírgula (,) Temos, ainda, sinais distintivos:
 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separa-
Não se usa vírgula ção de siglas (IOF/UPC);
Separando termos que, do ponto de vista sintático, li-  os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
gam-se diretamente entre si: pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira
opção aos parênteses, principalmente na matemáti-
Entre sujeito e predicado:
ca;
Todos os alunos da sala foram advertidos.  o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
Sujeito predicado nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um
nome que não se quer mencionar.
Entre o verbo e seus objetos:
O trabalho custou sacrifício aos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
realizadores. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
V.T.D.I. O.D. O.I. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Usa-se a vírgula: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Para marcar intercalação: SITE
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.
dância, vem caindo de preço. htm
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é,
EXERCÍCIOS COMENTADOS
não querem abrir mão dos lucros altos.
1. (STJ – Conhecimentos Básicos para o Cargo 1 – Cespe
– 2018 – adaptada)
Para marcar inversão:
Texto CB1A1CCC
A) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de por- As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes reve-
tas fechadas. laram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram rela-
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos tos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de de juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos,
maio de 1982. aflitos. As angústias dos que se sentavam à minha frente,
por diversas vezes, me escoltaram até minha casa e pas-
saram a ser companheiras de noites de insônia. Não havia
Para separar entre si elementos coordenados (dis- outra solução a não ser escrever. Era preciso colocar no
postos em enumeração): papel e compartilhar a dor daquelas pessoas que, mesmo
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. ao fim do processo e com a sentença prolatada, não me
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani- deixavam esquecê-las.
mais. Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, filhas,
Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós quere- esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em co-
mos comer pizza; e vocês, churrasco. mum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa.
O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mu-
Para isolar: lheres, havia se transformado no pior dos mundos.
Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sentavam
à minha frente, os relatos se transformavam em desabafos
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi- de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar e muitas
leira, possui um trânsito caótico. vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por ter
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter
sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido man-
Observações: ter a família. Sempre a culpa.
LÍNGUA PORTUGUESA

Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma for-
latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- ça externa como se somente nós, juízes, promotores e ad-
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo vogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela vio-
predecido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. lência invisível.
As perguntas que denotam surpresa podem ter com- Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com
falou isso para ela?! adaptações).

19
O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o sen- Resposta: Letra A.
tido de “nós”. Recorramos ao texto (faça isso SEMPRE durante seu
concurso. O texto é a base para encontrar as respostas
( ) CERTO ( ) ERRADO para as questões!): (...) abrangendo as três categorias de
direitos: civis, políticos e sociais. Os dois-pontos introdu-
Resposta: Certo zem a enumeração dos direitos; apresenta-os.
Ao trecho: (...) Aquelas mulheres chegavam à Justiça
buscando uma força externa como se somente nós, juí- 3. (Aneel – Técnico Administrativo – cespe – 2010) Vão
zes, promotores e advogados, pudéssemos não apenas surgindo novos sinais do crescente otimismo da indústria
cessar aquele ciclo de violência (...). Os termos entre vír- com relação ao futuro próximo. Um deles refere-se às ex-
gulas servem para exemplificar quem são os “nós” cita- portações. “O comércio mundial já está voltando a se abrir
dos pela autora (juízes, promotores, advogados). para as empresas”, diz o gerente executivo de pesquisas da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fon-
2. (SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária – seca, para explicar a melhora das expectativas dos indus-
Cespe – 2017 – adaptada) triais com relação ao mercado externo.
Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria
Texto 1A1AAA não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois elas
já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a pesqui-
Após o processo de redemocratização, com o fim da dita- sa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010, registra
dura militar, em meados da década de 80 do século passa- grande otimismo da indústria com relação à demanda in-
do, era de se esperar que a democratização das instituições terna. Trata-se de um sentimento generalizado. Em todos
tivesse como resultado direto a consolidação da cidadania os setores industriais, a expressiva maioria dos entrevista-
— compreendida de modo amplo, abrangendo as três ca- dos acredita no aumento das vendas internas.
tegorias de direitos: civis, políticos e sociais. Sobressaem, O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
porém, problemas que configuram mais desafios para a ci-
dadania brasileira, como a violência urbana — que ameaça
O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas
os direitos individuais — e o desemprego — que ameaça
por tratar-se de um vocativo.
os direitos sociais.
No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir de
( ) CERTO ( ) ERRADO
1980, impacto do processo de modernização pelo qual o
país passou. Isso sugere que o boom do consumo colocou
Resposta: Errado.
em circulação bens de alto valor e, consequentemente, au-
mentou as oportunidades para o crime, inclusive porque a Recorramos ao texto (lembre-se de fazer a mesma coisa
maior mobilidade de pessoas torna o espaço social mais no dia do seu concurso!): (...) diz o gerente executivo de
anônimo, menos supervisionado. pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais Renato da Fonseca, para explicar a melhora das expecta-
dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade. O tivas. O termo em destaque não está exercendo a função
objetivo em relação à criminalidade torna-se bem menos de vocativo, já que não é utilizado para evocar, chamar o
ambicioso: o controle. A prisão ganha mais importância na interlocutor do diálogo. Sua função é de aposto – expli-
modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla necessida- car quem é o gerente executivo da CNI.
de dessa nova cultura: castigo e controle do risco. Essa pos-
tura às vezes proporciona controle, porém não segurança, 4. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho –
pois o Estado tem o poder limitado de manter a ordem por cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do trecho
meio da polícia, sendo necessário dividir as tarefas de con- “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais
trole com organizações locais e com a comunidade. comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se inse-
Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem públi- risse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”.
ca e garantia dos direitos individuais: os desafios da polícia
em sociedades democráticas. In: Revista Brasileira de Segu- ( ) CERTO ( ) ERRADO
rança Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. – mar./2011, p.
84-5 (com adaptações). Resposta: Certo
Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado,
No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo do
LÍNGUA PORTUGUESA

introduzem sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separa-


do entre pontuações. Exemplo: O Rio de Janeiro, cidade
a) uma enumeração das “categorias de direitos”. maravilhosa (1), está em festa! Os meninos, ansiosos (2),
b) resultados da “consolidação da cidadania”. chegaram!
c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
algo “amplo”.
d) uma generalização do termo “direitos”.
e) objetivos do “processo de redemocratização”.

20
CLASSES DE PALAVRAS: FORMAS, FLEXÕES de inverno hibernal ou invernal
(NOMINAIS E VERBAIS, REGULARES E IRRE- de lago lacustre
GULARES) E EMPREGO. de leão leonino
de lebre leporino
Adjetivo
de lua lunar ou selênico
É a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís- de madeira lígneo
tica do ser e se relaciona com o substantivo, concordando de mestre magistral
com este em gênero e número.
As praias brasileiras estão poluídas. de ouro áureo
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de paixão passional
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). de pâncreas pancreático
Locução adjetiva de porco suíno ou porcino
dos quadris ciático
Locução = reunião de palavras. Sempre que são neces-
de rio fluvial
sárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma coi-
sa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo de sonho onírico
tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva de velho senil
(expressão que equivale a um adjetivo). Por exemplo: aves
de vento eólico
da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desen-
freada). de vidro vítreo ou hialino
de virilha inguinal
Observe outros exemplos:
de visão óptico ou ótico

de águia aquilino Observação:


de aluno discente Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo corres-
pondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª sé-
de anjo angelical
rie. / O muro de tijolos caiu.
de ano anual
de aranha aracnídeo Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de boi bovino
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
de cabelo capilar dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de cabra caprino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
ou do objeto).
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de criança pueril
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Ob-
de dedo digital serve alguns deles:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Estados e cidades brasileiras:

de farinha farináceo
Alagoas alagoano
de fera ferino
Amapá amapaense
de ferro férreo
Aracaju aracajuano ou aracajuense
de fogo ígneo
Amazonas amazonense ou baré
LÍNGUA PORTUGUESA

de garganta gutural
Belo Horizonte belo-horizontino
de gelo glacial
Brasília brasiliense
de guerra bélico
Cabo Frio cabo-friense
de homem viril ou humano
Campinas campineiro ou campinense
de ilha insular

21
Adjetivo Pátrio Composto um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo:
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém,
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro se estiver qualificando um elemento, funcionará como ad-
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- jetivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos
dita. Observe alguns exemplos: cinza.
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
África afro- / Cultura afro-americana Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-in-
glesas b) Adjetivo Composto
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor-
América américo- / Companhia américo-africana
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses o último elemento concorda com o substantivo a que se
China sino- / Acordos sino-japoneses refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja
Espanha hispano- / Mercado hispano-português um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fi-
Europa euro- / Negociações euro-americanas cará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, original-
mente, um substantivo, porém, se estiver qualificando um
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra
Grécia greco- / Filmes greco-romanos palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é
um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro fi-
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas cará invariável. Veja:
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa Camisas rosa-claro.
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Flexão dos adjetivos
Observação:
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer ad-
jetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre inva-
Gênero dos Adjetivos riáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos
cor-de-rosa.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois elemen-
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos tos flexionados: crianças surdas-mudas.
substantivos, classificam-se em:
a) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- Grau do Adjetivo
culino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e
má. Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten-
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe- sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
minino somente o último elemento: o moço norte-ameri- o comparativo e o superlativo.
cano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. a) Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
b) Uniformes - têm uma só forma tanto para o mas- buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características
culino como para o feminino: homem feliz e mulher atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual-
feliz. dade, de superioridade ou de inferioridade.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
feminino: conflito político-social e desavença político-so- No comparativo de igualdade, o segundo termo da
cial. comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão.
Número dos Adjetivos
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
a) Plural dos adjetivos simples rioridade
LÍNGUA PORTUGUESA

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo


Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de Infe-
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
rioridade
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e
ruins, boa e boas.
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
grande/maior, baixo/inferior.

22
Observe que: Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
• As formas menor e pior são comparativos de superio- com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi-
ridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
respectivamente. – cheíssimo.
• Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
(melhor, pior, maior e menor), porém, em compara- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ções feitas entre duas qualidades de um mesmo ele-
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
mento, deve-se usar as formas analíticas mais bom,
mais mau,mais grande e mais pequeno. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Por exemplo: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
mentos. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
duas qualidades de um mesmo elemento.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe- SITE
rioridade http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32.
Sou menos passivo (do) que tolerante. php
b) Superlativo Advérbio
O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
apresenta as seguintes modalidades: Compare estes exemplos:
1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de O ônibus chegou.
um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre- O ônibus chegou ontem.
senta-se nas formas:
• Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de pa- Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
lavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
exemplo: O concurseiro é muito esforçado. de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do pró-
• Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por exem- prio advérbio.
plo: O concurseiro é esforçadíssimo. Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio
Observe alguns superlativos sintéticos: (bem)
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje-
benéfico beneficentíssimo tivo (claros)
bom boníssimo ou ótimo
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen-
comum comuníssimo tar ideia de:
cruel crudelíssimo Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
difícil dificílimo
Modo: Eles agiram mal.
doce dulcíssimo Negação: Ela não saiu de casa.
fácil facílimo Dúvida: Talvez ele volte.
fiel fidelíssimo lexão do Advérbio
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre-
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
Essa relação pode ser: sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios,
• De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de todas. porém, admitem a variação em grau. Observe:
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de to-
das. A) Grau Comparativo
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio que o comparativo do adjetivo:
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, • de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re-
LÍNGUA PORTUGUESA

antepostos ao adjetivo. nato fala tão alto quanto João.


O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas • de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular Renato fala menos alto do que João.
- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo • de superioridade:
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato fala
érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é cons- mais alto do que João.
tituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala me-
pobríssimo, agilíssimo. lhor que João.

23
Grau Superlativo i) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.
O superlativo pode ser analítico ou sintético: Por exemplo: O indivíduo também amadurece du-
Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato rante a adolescência.
fala muito alto. j) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
modo aos meus amigos por comparecerem à festa.
Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saiba que:
Observação: Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são co- ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
muns na língua popular. o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
Maria mora pertinho daqui. (muito perto) tarde possível.
A criança levantou cedinho. (muito cedo) Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
Classificação dos Advérbios calma e respeitosamente.
De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
pode ser de:
a) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Há palavras como muito, bastante, que podem aparecer
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, como advérbio e como pronome indefinido.
aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte,
nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro ad-
embaixo, externamente, à distância, à distância de, vérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e
lado, em volta.
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
b) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, #FicaDica
sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constante-
mente, entrementes, imediatamente, primeiramente, Como saber se a palavra bastante é advérbio
provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à (não varia, não se flexiona) ou pronome indefi-
noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de nido (varia, sofre flexão)? Se der, na frase, para
quando em quando, a qualquer momento, de tem- substituir o “bastante” por “muito”, estamos
pos em tempos, em breve, hoje em dia. diante de um advérbio; se der para substituir
c) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depres- por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja:
sa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às 1. Estudei bastante para o concurso. (estudei
cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, 2. Estudei bastantes capítulos para o concurso.
frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e (estudei muitos capítulos) = pronome indefini-
a maior parte dos que terminam em “-mente”: cal- do
mamente, tristemente, propositadamente, pacien-
temente, amorosamente, docemente, escandalosa-
mente, bondosamente, generosamente.
d) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efe- Advérbios Interrogativos
tivamente, certo, decididamente, deveras, indubita-
velmente. São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
e) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
f) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem Interrogação Direta Interrogação Indireta
sabe.
g) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
LÍNGUA PORTUGUESA

bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, Onde mora? Indaguei onde morava.
tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo,
Por que choras? Não sei por que choras.
quase, de todo, de muito, por completo, extrema-
mente, intensamente, grandemente, bem (quando Aonde vai? Perguntei aonde ia.
aplicado a propriedades graduáveis). Donde vens? Pergunto donde vens.
h) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Quando voltas? Pergunto quando voltas.
Brando, o vento apenas move a copa das árvores.

24
Locução Adverbial Artigos indefinidos – usados para indicar seres de
modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprovada! Umas
Quando há duas ou mais palavras que exercem função candidatas foram aprovadas!
de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria- Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
mente por uma preposição. Veja:
a) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do nu-
dentro, por aqui, etc. meral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal conteú-
b) afirmação: por certo, sem dúvida, etc. do.
c) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
geral, frente a frente, etc. admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
d) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, Janeiro, Veneza, A Bahia...
hoje em dia, nunca mais, etc. Quando indicado no singular, o artigo definido pode
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, o No caso de nomes próprios personativos, denotando a
adjetivo e outro advérbio: ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do
Chegou muito cedo. (advérbio) artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O Pedro
Joana é muito bela. (adjetivo) é o xodó da família.
De repente correram para a rua. (verbo) No caso de os nomes próprios personativos estarem no
Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: Incas, Os Astecas...
Essa matéria é mais bem interessante que aquela. Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso! para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advérbio: artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.
Cheguei primeiro. Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
adverbial desempenham na oração a função de adjunto dos. (qualquer classe)
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio. cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
Exemplo: A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”) uns vinte anos.
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- O artigo também é usado para substantivar palavras
dade e de tempo, respectivamente. pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por-
quê de tudo isso. / O bem vence o mal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Há casos em que o artigo definido não pode ser usa-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São do:
Paulo: Saraiva, 2010. Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas co-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- nhecidas: O professor visitará Roma.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
Roma.
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75. Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria sairá
php agora?
Exceção: O senhor vai à festa?
Artigo
Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse é
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o candi-
-se como o termo variável que serve para individualizar ou dato cuja nota foi a mais alta.
LÍNGUA PORTUGUESA

generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


(masculino/feminino) e o número (singular/plural). Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações Paulo: Saraiva, 2010.
“uma”[s] e “uns]). Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
Artigos definidos – São usados para indicar seres de- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SAC-
terminados, expressos de forma individual: O concurseiro CONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi.
estuda muito. Os concurseiros estudam muito. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

25
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expres-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São sando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas,
Paulo: Saraiva, 2010. porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obs-
tante.
SITE Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando
Conjunção ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se rea-
lizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já,
Além da preposição, há outra palavra também invariá- quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con- Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
de mesma função em uma oração: Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas:
São Paulo. logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte,
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. por isso, assim.
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não
Morfossintaxe da Conjunção ficou nervosa.
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que
cem propriamente uma função sintática: são conectivos. a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que,
porque, pois (antes do verbo), porquanto.
Classificação da Conjunção Não demore, que o filme já vai começar.
Falei muito, pois não gosto do silêncio!
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Conjunções Subordinativas
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e su-
bordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamen-
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
to, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração
que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso,
subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado
cada um dos elementos ligados pela conjunção depende
quando ela chegou.
da existência do outro. Veja:
O baile já tinha começado: oração principal
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
Podemos separá-las por ponto: ela chegou: oração subordinada
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
Temos acima um exemplo de conjunção (e, consequen- As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-
temente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”. Já grantes e adverbiais:
em:
Espero que eu seja aprovada no concurso! Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período te- as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
mos uma oração subordinada substantiva objetiva direta Quero que você volte. (Quero sua volta)
(ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exerce
principal). a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com
a circunstância que expressam, classificam-se em:
Conjunções Coordenativas
Causais: introduzem uma oração que é causa da ocor-
São aquelas que ligam orações de sentido completo e rência da oração principal. São elas: porque, que, como (=
independente ou termos da oração que têm a mesma fun- porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
LÍNGUA PORTUGUESA

ção gramatical. Subdividem-se em: que, porquanto, já que, desde que, etc.
Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... Concessivas: introduzem uma oração que expressa
mas também, não só... como também, bem como, não só... ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
mas ainda. realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
A sua pesquisa é clara e objetiva. bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquan-
Não só dança, mas também canta. to, etc.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.

26
Condicionais: introduzem uma oração que indica a Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo
elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que
que, a menos que, sem que, etc. (tendo como antecedente na oração principal uma palavra
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
#FicaDica exame.

Você deve ter percebido que a conjunção con-


dicional “se” também é conjunção integrante. FIQUE ATENTO!
A diferença é clara ao ler as orações que são Muitas conjunções não têm classificação única,
introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia imutável, devendo, portanto, ser classificadas
da condição para que recebamos um telefone- de acordo com o sentido que apresentam no
ma (se for preciso ajuda). Já na oração: Não sei contexto
se farei o concurso.
Não há ideia de condição alguma, há? Outra
coisa: o verbo da oração principal (sei) pede REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
complemento (objeto direto, já que “quem não SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
sabe, não sabe algo”). Portanto, a oração em Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
destaque exerce a função de objeto direto da Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
oração principal, sendo classificada como ora- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
ção subordinada substantiva objetiva direta. Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Conformativas: introduzem uma oração que exprime a
conformidade de um fato com outro. São elas: conforme, SITE
como (= conforme), segundo, consoante, etc. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
O passeio ocorreu como havíamos planejado. php

Finais: introduzem uma oração que expressa a finali- Interjeição


dade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
que, etc. sensações, estados de espírito. É um recurso da linguagem
Toque o sinal para que todos entrem no salão. afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira
lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a ma-
Proporcionais: introduzem uma oração que expressa nifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente
um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do de uma situação particular, um momento ou um contexto
expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção específico. Exemplos:
que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais), Ah, como eu queria voltar a ser criança!
quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
menos... (menos), etc.
Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
O preço fica mais caro à medida que os produtos es-
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
casseiam.
Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida em O significado das interjeições está vinculado à maneira
que, na medida que e na medida em que. como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
Temporais: introduzem uma oração que acrescenta for utilizada. Exemplos:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Psiu!
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua;
que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
assim que, agora que, mal (= assim que), etc. Ei, espere!”
LÍNGUA PORTUGUESA

A briga começou assim que saímos da festa. Psiu!


contexto: alguém pronunciando em um hospital; signi-
Comparativas: introduzem uma oração que expressa ficado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
ideia de comparação com referência à oração principal. São
elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal puxa: interjeição; tom da fala: euforia
qual, que nem, que (combinado com menos ou mais), etc. Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. puxa: interjeição; tom da fala: decepção

27
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: 1. As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por essa!) /
tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interessante! Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
b) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da
minha frente. 2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras
As interjeições podem ser formadas por: classes gramaticais podem aparecer como interjei-
• simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô ções. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora! Fran-
• palavras: Oba! Olá! Claro! camente! (Advérbios)
• grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
Ora bolas! 3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem.
Classificação das Interjeições Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique
quieto!
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- 4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
ção! Olha! Alerta! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo:
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! que! Quá-quá-quá!, etc.
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- 5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
mo! Adiante! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, ale-
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! gria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!”
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! exclamativo e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!”
Essa não! Chega! Basta! (Olavo Bilac)
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira
Deus! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Desculpa: Perdão! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbo-
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! sa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô!
Ora! SITE
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! php
Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus!
Silêncio: Psiu! Silêncio! Numeral
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade nu-
Saiba que: mérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pessoas
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so- ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determinada
frem variação em gênero, número e grau como os nomes, sequência.
nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz Os numerais traduzem, em palavras, o que os números
como os verbos. No entanto, em uso específico, algumas indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
interjeições sofrem variação em grau. Não se trata de um é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de
processo natural desta classe de palavra, mas tão só uma numerais, mas sim de algarismos.
variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizi- Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
nho, bravíssimo, até loguinho. ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
Locução Interjetiva proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
LÍNGUA PORTUGUESA

dúzia, par, ambos(as), novena.


Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem Classificação dos Numerais
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama- a) Cardinais: indicam quantidade exata ou determinada
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dú-
-me Deus!, Quem me dera! zia, década, bimestre.

28
b) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou separação através de ponto ou espaço correspondente a
alguma coisa ocupa numa determinada sequência: um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
primeiro, segundo, centésimo, etc. Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exa-
gero intencional, constituindo a figura de linguagem co-
#FicaDica nhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção
As palavras anterior, posterior, último, antepe- “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecen-
núltimo, final e penúltimo também indicam tos e noventa e dois.
posição dos seres, mas são classificadas como Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.
adjetivos, não ordinais.
Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por
dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhen-
tos reais. (R$1.500,00)
c) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)
seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos,
etc.
d) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/ João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/ D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
cardinais são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Os numerais ordinais variam em gênero e número: Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

primeiro segundo milésimo Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido


como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas #FicaDica
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esfor- associação. Ficará mais fácil!
ço e conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordi-
triplas do medicamento. nal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e nú-
mero. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
terças partes.
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e
sentido. É o que ocorre em frases como: outra”, “as duas”) e são largamente empregados para reto-
“Me empresta duzentinho...” mar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua utili-
É artigo de primeiríssima qualidade! zação exige a presença do artigo posposto: Ambos os con-
LÍNGUA PORTUGUESA

O time está arriscado por ter caído na segundona. (= cursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
segunda divisão de futebol) dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos
esses ministros falarão à imprensa.
Emprego e Leitura dos Numerais Quadro de alguns numerais
Os numerais são escritos em conjunto de três algaris-
mos, contados da direita para a esquerda, em forma de
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma

29
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
LÍNGUA PORTUGUESA

milhão milionésimo - milionésimo


bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

30
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmen-
te há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

a) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
b) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, formadas
por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
c) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em
frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero ou
em número. Exemplo: por + o = pelo / por + a = pela.
Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:

• Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábulos
não sofrem alteração.
• Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o = do,
em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
• Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do prono-
me “aquilo”).

#FicaDica
O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para determiná-lo como um
substantivo singular e feminino: A matéria que estudei é fácil!

Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Irei à festa sozinha.
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a apostila.
= Nós a trouxemos.

Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas por meio das preposições:

Destino = Irei a Salvador.


LÍNGUA PORTUGUESA

Modo = Saiu aos prantos.


Lugar = Sempre a seu lado.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
Instrumento = Escreveu a lápis.
Posse = Vi as roupas da mamãe.

31
Autoria = livro de Machado de Assis através do pronome seja coerente em termos de gênero
Companhia = Estarei com ele amanhã. e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
Matéria = copo de cristal. mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Meio = passeio de barco. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Origem = Nós somos do Nordeste. nossa escola neste ano.
Conteúdo = frascos de perfume. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. adequada]
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. [neste: pronome que determina “ano” = concordância
adequada]
Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas locu- [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor-
ções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução prepo- dância inadequada]
sitiva por trás de.
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Pronomes Pessoais
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São São aqueles que substituem os substantivos, indicando
Paulo: Saraiva, 2010. diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di-
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à
SITE pessoa ou às pessoas de quem se fala.
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
Pronome ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
ou do caso oblíquo.
Pronome a) Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
forma. nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
O homem julga que é superior à natureza, por isso o principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
homem destrói a natureza... Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é gurado:
superior à natureza, por isso ele a destrói... 1.ª pessoa do singular: eu
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos 2.ª pessoa do singular: tu
(homem e natureza). 3.ª pessoa do singular: ele, ela
1.ª pessoa do plural: nós
Grande parte dos pronomes não possuem significados 2.ª pessoa do plural: vós
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro 3.ª pessoa do plural: eles, elas
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos Esses pronomes não costumam ser usados como com-
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- plementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”-
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- comuns na língua oral cotidiana - devem ser evitadas na
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o
os pronomes apresentam uma forma específica para cada na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.
pessoa do discurso.
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. Frequentemente observamos a omissão do pronome
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? formas verbais marcam, através de suas desinências, as
LÍNGUA PORTUGUESA

[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
fala] boa viagem. (Nós)
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem Pronome Oblíquo
se fala]
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)

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Observação: As preposições essenciais introduzem sempre prono-
O pronome oblíquo é uma forma variante do pronome mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
que eles desempenham na oração: pronome reto marca o língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento forma:
da oração. Os pronomes oblíquos sofrem variação de acor- Não há mais nada entre mim e ti.
do com a acentuação tônica que possuem, podendo ser Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
átonos ou tônicos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.
Pronome Oblíquo Átono
Há construções em que a preposição, apesar de surgir
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode
fraca: Ele me deu um presente.
ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deve-
Lista dos pronomes oblíquos átonos
rá ser do caso reto.
1.ª pessoa do singular (eu): me
2.ª pessoa do singular (tu): te Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe Não vá sem eu mandar.
1.ª pessoa do plural (nós): nos
2.ª pessoa do plural (vós): vos A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
mim!
FIQUE ATENTO! A combinação da preposição “com” e alguns pronomes
Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
peciais depois de certas terminações verbais: conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao companhia: Ele carregava o documento consigo.
mesmo tempo que a terminação verbal é su-
primida. Por exemplo: A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: Ela
fiz + o = fi-lo veio até mim, mas nada falou.
fazeis + o = fazei-lo Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
dizer + a = dizê-la inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
prova, até eu! (= inclusive eu)
2. Quando o verbo termina em som nasal, o
pronome assume as formas no, nos, na, nas. As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por
Por exemplo: “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
viram + o: viram-no reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
repõe + os = repõe-nos todos, ambos ou algum numeral.
retém + a: retém-na Você terá de viajar com nós todos.
tem + as = tem-nas Estávamos com vós outros quando chegaram as más
notícias.
Ele disse que iria com nós três.
Pronome Oblíquo Tônico

Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Pronome Reflexivo


por preposições, em geral as preposições a, para, de e com.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
forte. da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: expressa pelo verbo.
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo Lista dos pronomes reflexivos:
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me lem-
LÍNGUA PORTUGUESA

3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela bro disso.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Gui-
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas lherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- Antônio conversou consigo mesmo.
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. 1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.

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2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes 2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da
com esta conquista. pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se Sua Excelência, o Senhor Presidente da República,
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga. agiu com propriedade.

3. Os pronomes de tratamento representam uma forma


#FicaDica indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores.
O pronome é reflexivo quando se refere à mes- Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por
ma pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu exemplo, estamos nos endereçando à excelência que
me arrumei e saí. esse deputado supostamente tem para poder ocupar
o cargo que ocupa.
É pronome recíproco quando indica recipro-
cidade de ação: Nós nos amamos. / Olhamo-
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2.ª
-nos calados. pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3.ª
O “se” pode ser usado como palavra expletiva pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos
ou partícula de realce, sem ser rigorosamente e os pronomes oblíquos empregados em relação a
necessária e sem função sintática: Os explora- eles devem ficar na 3.ª pessoa.
dores riam-se de suas tentativas. / Será que eles Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes-
se foram? sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao
Pronomes de Tratamento longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida
inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a
São pronomes utilizados no tratamento formal, cerimo- chamar alguém de “você”, não poderemos usar “te”
nioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na ter-
segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. Al- ceira pessoa.
guns exemplos:
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais teus cabelos. (errado)
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes- ou
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais,
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
blica (sempre por extenso) teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades 4. Pronomes Possessivos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
igual categoria (coisa possuída).
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
de direito singular)
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento ce-
rimonioso
NÚMERO PESSOA PRONOME
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- singular primeira meu(s), minha(s)
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular segunda teu(s), tua(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no
tratamento familiar. Você e vocês são largamente empre- singular terceira seu(s), sua(s)
gados no português do Brasil; em algumas regiões, a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a
plural segunda vosso(s), vossa(s)
LÍNGUA PORTUGUESA

forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultrafor-


mal ou literária. plural terceira seu(s), sua(s)

Observações: Note que:


1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados a que se refere; o gênero e o número concordam com o
em relação à pessoa com quem falamos: Espero que objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro. naquele momento difícil.

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Observações: Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamento
no tempo, referido de modo vago ou como tempo remoto:
1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar Naquele tempo, os professores eram valorizados.
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obri-
gado, seu José. c) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se falará
ou escreverá):
2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer fa-
se. Podem ter outros empregos, como: zer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 tografia, concordância.
anos.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
seus defeitos, mas eu gosto muito dela. fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o mos!
pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Exce- Este e aquele são empregados quando se quer fazer
lência trouxe sua mensagem? referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo termo referido em primeiro lugar e este para o referido por
concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros último:
e anotações. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Pau-
5. Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí- lo], aquele [Palmeiras])
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou se-
guir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) ou

6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Pau-
para que não ocorra redundância: Coloque tudo nos lo], aquele [Palmeiras])
respectivos lugares.
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
Pronomes Demonstrativos invariáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
São utilizados para explicitar a posição de certa palavra aquela(s).
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser Invariáveis: isto, isso, aquilo.
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Também aparecem como pronomes demonstrativos:
a) Em relação ao espaço:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da pes- • o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
soa que fala: puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
Este material é meu. aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
• mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- em gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.
b) Em relação ao tempo:
LÍNGUA PORTUGUESA

Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em • semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.
relação à pessoa que fala: • tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
Esta manhã farei a prova do concurso!
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po- eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
rém relativamente próximo à época em que se situa a pes- (ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
soa que fala: fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele, à
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! mencionada em primeiro lugar.

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2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação Todo e toda no singular e junto de artigo significa intei-
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor? ro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que es- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tava vendo. (no = naquilo) São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada
um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
Pronomes Indefinidos seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra,
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, etc.
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Cada um escolheu o vinho desejado.
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- Pronomes Relativos
-plantadas.
São aqueles que representam nomes já mencionados
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma as orações subordinadas adjetivas.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- um grupo racial sobre outros.
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: (afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
a) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar = oração subordinada adjetiva).
do ser ou da quantidade aproximada de seres na fra- O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
se. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
nada, ninguém, outrem, quem, tudo. “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
Algo o incomoda? O antecedente do pronome relativo pode ser o prono-
Quem avisa amigo é. me demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
b) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quan- expresso.
tidade aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). Quem casa, quer casa.
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões. Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Note que: quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora prono- quantas.
mes indefinidos adjetivos: Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, Note que:
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs-
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu
Menos palavras e mais ações. antecedente for um substantivo.
Alguns se contentam pouco. O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- a qual)
riáveis e invariáveis. Observe: Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
• Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, quais)
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as
pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quais- quais)
quer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, vários,
LÍNGUA PORTUGUESA

tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, todas, O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
• Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que
algo, cada. podem ter várias classificações) são pronomes relativos.
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo por motivo de clareza ou depois de determinadas preposi-
querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra ções: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia,
cujo plural é feito em seu interior). o qual me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso,

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geraria ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, vi- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
sitei o sítio de minha tia, que me deixou encantado (quem ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
me deixou encantado: o sítio ou minha tia?). gente que conversava, (que) ria, observava.
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza- Pronomes Interrogativos
-se o qual / a qual)
O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e São usados na formulação de perguntas, sejam elas di-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas dei- retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
xou de ser poeta, que era a sua vocação natural. referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso.
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e varia-
seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente ções), quanto (e variações).
(o ser possuído, com o qual concorda em gênero e núme- Com quem andas?
ro); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equiva-
Qual seu nome?
le a do qual, da qual, dos quais, das quais.
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente)
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do prono- de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
me: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu- quando desempenha função de complemento.
-se a)
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
“Quanto” é pronome relativo quando tem por antece- 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: lhe ajudar.
Empresteitantos quantos foram neces-
sários. Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
(antecedente) exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
Ele fez tudo quanto havia falado. reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função
(antecedente) de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso.
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
precedido de preposição. a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
É um professor a quem muito deve- devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
mos. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
(preposição) tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos
“Onde”, como pronome relativo, sempre possui antece- de preposição.
dente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa
onde morava foi assaltada. a) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que
eu estava fazendo.
Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou
em que: Sinto saudades da época em que (quando) morá-
b) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim
vamos no exterior.
o que eu estava fazendo.
Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
lavras: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
• como (= pelo qual) – desde que precedida das pala- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
vras modo, maneira ou forma: Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Não me parece correto o modo como você agiu sema- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
na passada. Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
• quando (= em que) – desde que tenha como antece- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
dente um nome que dê ideia de tempo: CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
LÍNGUA PORTUGUESA

Bons eram os tempos quando podíamos jogar video- Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
game. Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
São Paulo: Saraiva, 2002.
Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase. SITE
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.
esporte. php
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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Substantivo Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode ser
as quais denominam todos os seres que existem, sejam observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para
nos, os substantivos também nomeiam: se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo
• lugares: Alemanha, Portugal abstrato.
• sentimentos: amor, saudade Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
• estados: alegria, tristeza des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
• qualidades: honestidade, sinceridade abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
• ações: corrida, pescaria rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).
Morfossintaxe do substantivo
Substantivos Coletivos
Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou-
diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou tra abelha, mais outra abelha.
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio- Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad- mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
verbiais - quando essas funções são desempenhadas por palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan-
grupos de palavras. tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de
seres da mesma espécie (abelhas).
Classificação dos Substantivos O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mes-
a) Substantivos Comuns e Próprios mo estando no singular, designa um conjunto de seres da
Observe a definição: mesma espécie.

Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas ca-


Substantivo Conjunto de:
sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda
a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade coletivo
(em oposição aos bairros). assembleia pessoas reunidas
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
alcateia lobos
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo acervo livros
comum. antologia trechos literários selecionados
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de arquipélago ilhas
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, banda músicos
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. bando desordeiros ou malfeitores
banca examinadores
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele batalhão soldados
que designa os seres de uma mesma espécie de forma par- cardume peixes
ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
caravana viajantes peregrinos
b) Substantivos Concretos e Abstratos cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
existe, independentemente de outros seres. colmeia abelhas
LÍNGUA PORTUGUESA

concílio bispos
Observação:
Os substantivos concretos designam seres do mundo congresso parlamentares, cientistas
real e do mundo imaginário. elenco atores de uma peça ou filme
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Brasília. esquadra navios de guerra
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- enxoval roupas
ma.

38
falange soldados, anjos Substantivos Primitivos e Derivados

fauna animais de uma região 1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne-
feixe lenha, capim nhuma outra palavra da própria língua portuguesa.
2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou-
flora vegetais de uma região tra palavra. O substantivo limoeiro, por exemplo, é
frota navios mercantes, ônibus derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
girândola fogos de artifício
Flexão dos substantivos
horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
júri jurados exemplo, pode sofrer variações para indicar:
legião soldados, anjos, demônios Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: me-
ninão / Diminutivo: menininho
leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros Flexão de Gênero
manada búfalos, bois, elefantes, Gênero é um princípio puramente linguístico, não de-
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito
matilha cães de raça a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram
molho chaves, verduras a seres animais providos de sexo, quer designem apenas
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
multidão pessoas em geral Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
penca bananas, chaves
estes títulos de filmes:
pinacoteca pinturas, quadros O velho e o mar
quadrilha ladrões, bandidos Um Natal inesquecível
Os reis da praia
ramalhete flores
rebanho ovelhas Pertencem ao gênero feminino os substantivos que po-
dem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
repertório peças teatrais, obras musicais A história sem fim
réstia alhos ou cebolas Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas
romanceiro poesias narrativas
revoada pássaros Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
sínodo párocos
1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam
talha lenha uma forma para cada gênero: gato – gata, homem –
tropa muares, soldados mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única for-
turma estudantes, trabalhadores ma, que serve tanto para o masculino quanto para o
vara porcos feminino. Classificam-se em:
a) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
Formação dos Substantivos se faz mediante a utilização das palavras “macho” e
“fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
Substantivos Simples e Compostos macho e o jacaré fêmea.
b) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha,
terra. a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
O substantivo chuva é formado por um único elemento c) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: indi-
LÍNGUA PORTUGUESA

ou radical. É um substantivo simples. cam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega
1 Substantivo Simples: é aquele formado por um único e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
elemento.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja Substantivos de origem grega terminados em ema ou
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sin-
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. toma, o teorema.
2 Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou • Existem certos substantivos que, variando de gênero,
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. variam em seu significado:

39
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça A criança chorona chamava-se João.
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e a A criança chorona chamava-se Maria.
capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (cabelei- Outros substantivos sobrecomuns:
ra, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de aumento); a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão); o criatura.
praça (soldado raso) e a praça (área pública); o rádio (apa- o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
relho receptor) e a rádio (estação emissora). Marcela faleceu

Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Comuns de Dois Gêneros:


Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno -
aluna. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
• Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
masculino: freguês - freguesa vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
• Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino A distinção de gênero pode ser feita através da análise
de três formas: do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substan-
1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa tivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jo-
2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã vem - uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter
3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona francês - repórter francesa.
Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão - sul- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
tana gêneros. Entre os escritores modernos nota-se acentuada
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nu-
• Substantivos terminados em -or: vens os personagens dos contos de carochinha.
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: O
problema está nas mulheres de mais idade, que não acei-
troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
tam a personagem.
• Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa /
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
duque - duquesa / conde - condessa / profeta - pro-
fotográfico Ana Belmonte.
fetisa
• Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó )
final por -a: elefante - elefanta pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
• Substantivos que têm radicais diferentes no masculi- maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca proclama, o pernoite, o púbis.
• Substantivos que formam o feminino de maneira es-
pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras ante- Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
riores: czar – czarina, réu - ré cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libi-
do, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
São geralmente masculinos os substantivos de origem
Epicenos: grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma,
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o telefone-
ma, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o ecze-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ma, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tracoma, o
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma hematoma.
para indicar o masculino e o feminino. Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções,
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. /
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma
macho e fêmea. Londres imensa e triste.
A cobra macho picou o marinheiro. Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
LÍNGUA PORTUGUESA

Gênero e Significação
Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza. Muitos substantivos, como já mencionado anteriormen-
te, têm uma significação no masculino e outra no feminino.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Observe: o baliza (soldado que à frente da tropa, indica os
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-

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ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor- Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural de
po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato três maneiras.
de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci- 2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o 3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração Observação:
da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramen- Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
to da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), dois – e até três – plurais:
o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de aldeão – aldeões/aldeães/ ancião – anciões/anciães/
vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu- aldeãos anciãos
mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade
de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a charlatão – charlatões/ corrimão – corrimãos/corri-
caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), charlatães mões
a lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (ho- guardião – guardiões/guar- vilão – vilãos/vilões/vilães
nestidade, bons costumes, ética), o nascente (lado onde diães
nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem
como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomotiva mo- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o
vida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior do látex - os látex.
boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a
rádio (emissora), o voga (remador), a voga (moda). Plural dos Substantivos Compostos

Flexão de Número do Substantivo A formação do plural dos substantivos compostos de-


pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que formam o composto e da relação que estabelecem en-
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
do plural é o “s” final. girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
queres.
Plural dos Substantivos Simples O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados
Exceção: cânon - cânones. de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
“ns”: homem - homens. feitos
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. mens
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol
– caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
cônsules. formados de:
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
duas maneiras: palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis to-falantes
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
Observação:
A palavra réptil pode formar seu plural de duas manei- c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
LÍNGUA PORTUGUESA

ras: répteis ou reptis (pouco usada). formados de:


substantivo + preposição clara + substantivo = água-
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de -de-colônia e águas-de-colônia
duas maneiras: substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o lo-vapor e cavalos-vapor
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses substantivo + substantivo que funciona como determi-
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva- nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-

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lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-es- Plural dos Nomes Próprios Personativos
pada - peixes-espada.
d) Permanecem invariáveis, quando formados de: Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora sempre que a terminação preste-se à flexão.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa- Os Napoleões também são derrotados.
ca-rolhas As Raquéis e Esteres.

Casos Especiais Plural dos Substantivos Estrangeiros

o louva-a-deus e os louva-a-deus Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es-


critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto
o bem-te-vi e os bem-te-vis quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os
o bem-me-quer e os bem-me-queres jazz.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor-
o joão-ninguém e os joões-ninguém. do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os
Plural das Palavras Substantivadas réquiens.
Observe o exemplo:
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras Este jogador faz gols toda vez que joga.
classes gramaticais usadas como substantivo apresentam, O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras. Plural com Mudança de Timbre
O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. Certos substantivos formam o plural com mudança de
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
Observação: fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis
e alguns dez. Singular Plural
corpo (ô) corpos (ó)
Plural dos Diminutivos
esforço esforços
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e fogo fogos
acrescenta-se o sufixo diminutivo. forno fornos
fosso fossos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
imposto impostos
animai(s) + zinhos = animaizinhos
olho olhos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos osso (ô) ossos (ó)
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos ovo ovos
farói(s) + zinhos = faroizinhos poço poços
tren(s) + zinhos = trenzinhos porto portos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas posto postos
flore(s) + zinhas = florezinhas tijolo tijolos
mão(s) + zinhas = mãozinhas
papéi(s) + zinhos = papeizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros,
funi(s) + zinhos = funizinhos etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

túnei(s) + zinhos = tuneizinhos Observação:


pai(s) + zinhos = paizinhos Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de mo-
lho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zinhos = pezinhos Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
pé(s) + zitos = pezitos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.

42
Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do sin- b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
gular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exem-
bom nome) e honras (homenagem, títulos). plo: fala-r. São três as conjugações:
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas com 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - E
sentido de plural: - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
Aqui morreu muito negro.
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas c) Desinência modo-temporal: é o elemento que desig-
improvisadas. na o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo) /
Flexão de Grau do Substantivo falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir d) Desinência número-pessoal: é o elemento que desig-
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em: na a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-
(singular ou plural):
do normal. Por exemplo: casa
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (indi-
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
ca a 3.ª pessoa do plural.)
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjeti-
vo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. FIQUE ATENTO!
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indica-
O verbo pôr, assim como seus derivados (com-
dor de aumento. Por exemplo: casarão.
por, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A
3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
do ser. Pode ser: vogal “e”, apesar de haver desaparecido do in-
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo finitivo, revela-se em algumas formas do ver-
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. bo: põe, pões, põem, etc.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indica-
dor de diminuição. Por exemplo: casinha.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
Paulo: Saraiva, 2010. exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira opinei, aprenderão, amaríamos.
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
São Paulo: Saraiva, 2002. Classificação dos Verbos
SITE Classificam-se em:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.
php
a) Regulares: são aqueles que apresentam o radical inal-
terado durante a conjugação e desinências idênticas
Verbo
às de todos os verbos regulares da mesma conjuga-
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número, ção. Por exemplo: comparemos os verbos “cantar” e
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o nome “falar”, conjugados no presente do Modo Indicativo:
de conjugação (por isso também se diz que verbo é a pa-
lavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre outros canto falo
processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno (chove-
rá); ocorrência (nascer); desejo (querer). cantas falas
canta falas
LÍNGUA PORTUGUESA

Estrutura das Formas Verbais cantamos falamos


Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar cantais falais
os seguintes elementos: cantam falam

a) Radical: é a parte invariável, que expressa o signifi-


cado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava;
fal-am. (radical fal-)

43
Basta de tolices.
#FicaDica Chega de promessas.
Observe que, retirando os radicais, as desinên- Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está
cias modo-temporal e número-pessoal manti- muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem refe-
veram-se idênticas. Tente fazer com outro ver- rência a sujeito expresso anteriormente (por exem-
bo e perceberá que se repetirá o fato (desde plo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar
que o verbo seja da primeira conjugação e re- o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos,
gular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo. pessoais.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (ra-
dical do verbo andar). Viu? Fácil! O verbo dar + para da língua popular, equivalente de
“ser possível”. Por exemplo:
b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera- Não deu para chegar mais cedo.
ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, Dá para me arrumar uma apostila?
fizesse.
e) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conju-
Observação: gam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas para do plural. São unipessoais os verbos constar, convir,
que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/corrijo, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam
fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais alterações não vozes de animais (cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).
caracterizam irregularidade, porque o fonema permanece
inalterado. Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
pessoais na linguagem figurada:
c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conju- Teu irmão amadureceu bastante.
gação completa. Os principais são adequar, precaver, O que é que aquela garota está cacarejando?
computar, reaver, abolir, falir.
d) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor- Principais verbos unipessoais:
malmente, são usados na terceira pessoa do singular.
Os principais verbos impessoais são:  Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
(preciso, necessário):
Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se
ou fazer (em orações temporais). Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis- bastante)
tiam) Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)  Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, se-
guidos da conjunção que.
Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos na Europa. Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à
Era primavera quando o conheci. Europa)
Estava frio naquele dia. Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo.
(Sujeito: que não a vejo)
Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, f) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais
amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se cons- formas equivalentes, geralmente no particípio, em
trói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhe- que, além das formas regulares terminadas em -ado
cer” em sentido figurado. Qualquer verbo impes- ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particí-
soal, empregado em sentido figurado, deixa de ser pio irregular).
impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa. O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na
LÍNGUA PORTUGUESA

Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu) voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) e estar. Observe:
O verbo passar (seguido de preposição), indicando
tempo: Já passa das seis.

Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”,


indicando suficiência:

44
Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito,
escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

g) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).

h) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso
numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar todos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
LÍNGUA PORTUGUESA

Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

45
Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles
LÍNGUA PORTUGUESA

46
ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar

estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
LÍNGUA PORTUGUESA

47
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
Haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
Tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

i) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mes-
LÍNGUA PORTUGUESA

ma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abs-
ter-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibili-
dade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

48
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela tivo. Por exemplo:
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do Viver é lutar. (= vida é luta)
verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjuga- O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
da com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio exemplo:
verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e É preciso ler este livro.
respectivos pronomes): Era preciso ter lido este livro.
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende,
Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arre- 2. Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
pendem. pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o ob- 2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
jeto representado por pronome oblíquo da mesma 1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que 2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transiti- 3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
vos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
ser conjugados com os pronomes mencionados, for-
mando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A b) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
garota se penteava. ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode advérbio)
ser exercida também sobre outra pessoa: A garota pen- Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
teou-me.
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em
Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
função sintática. Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
Há verbos que também são acompanhados de prono-
mes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pro- Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo),
nominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica 1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo: futebol.
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me 2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
(objeto direto) – 1.ª pessoa do singular.
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,
Modos Verbais pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momen-
to da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em an-
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. damento, exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou
Existem três modos: “vou verificar”.
a) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu es-
tudo para o concurso. c) Particípio: quando não é empregado na formação
b) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: dos tempos compostos, o particípio indica, geral-
Talvez eu estude amanhã. mente, o resultado de uma ação terminada, flexio-
c) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, nando-se em gênero, número e grau. Por exemplo:
colega! Terminados os exames, os candidatos saíram.

Formas Nominais Quando o particípio exprime somente estado, sem ne-


LÍNGUA PORTUGUESA

nhuma relação temporal, assume verdadeiramente a fun-


Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for- ção de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo, turma.
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe:

a) Infinitivo
1. Impessoal: exprime a significação do verbo de modo

49
(Ziraldo)
Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

a) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente ter-
minado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele es-
tudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições quan-
do os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele estu-
dará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele pudesse,
estudaria um pouco mais.

b) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à
loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaS vendeS parteS S


canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

50
Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
LÍNGUA PORTUGUESA

cantar á vender á partir á


cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

51
Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal Des.temporal

1.ª/2.ª e 3.ª conj.


cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS artíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obten-
do-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

52
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

c) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal
LÍNGUA PORTUGUESA

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir

53
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

• O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

• O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php

VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando se
este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as vozes
verbais:
a) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

b) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:


O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

c) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

FIQUE ATENTO!
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
a) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
LÍNGUA PORTUGUESA

O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)


Observações:
• O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposi-
ção de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
• Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
• A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação das
frases seguintes:

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Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz Paulo: Saraiva, 2010.
ativa) Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- SITE
tivo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
php
Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
EXERCÍCIOS COMENTADOS
• Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz
ativa. Observe a transformação da frase seguinte: 1. (TST - Técnico Judiciário – Área Administrativa –
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) FCC/2012) As vitórias no jogo interior talvez não acrescen-
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) tem novos troféus, mas elas trazem recompensas valiosas,
[...] que contribuem de forma significativa para nosso su-
b) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou cesso posterior, tanto na quadra como fora dela.
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- Mantêm-se adequados o emprego de tempos e modos
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: verbais e a correlação entre eles, ao se substituírem os ele-
Abriram-se as inscrições para o concurso. mentos sublinhados na frase acima, na ordem dada, por:
Destruiu-se o velho prédio da escola.
a) tivessem acrescentado − trariam − contribuírem
b) acrescentassem − têm trazido − contribuírem
Observação:
c) tinham acrescentado − trarão − contribuiriam
O agente não costuma vir expresso na voz passiva sin-
d) acrescentariam − trariam− contribuíram
tética.
e) tenham acrescentado − trouxeram − Contribuíram
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
Resposta: Letra E.
Questão que envolve correlação verbal. Realizando as
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs- alterações solicitadas, segue como ficariam (em desta-
tancialmente o sentido da frase. que):
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) Em “a”: tivessem acrescentado – trariam − contribuiriam
Sujeito da Ativa objeto Direto Em “b”: acrescentassem – trariam − contribuiriam
Em “c”: tinham acrescentado – trouxeram − contribuíram
A apostila foi comprada pelo concurseiro. (Voz Pas- Em “d”: acrescentassem – trariam − contribuíram
siva) Em “e”: tenham acrescentado – trouxeram − Contribuí-
Sujeito da Passiva Agente da Passiva ram = correta
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o 2. (TST - Analista Judiciário - Área Apoio Especializa-
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo do - Especialidade Medicina do Trabalho – FCC/2012)
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Está inadequado o emprego do elemento sublinhado na
Os mestres têm constantemente aconselhado os alu- seguinte frase:
nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe- a) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao que
los mestres. dispenso aos homens religiosos.
Eu o acompanharei. b) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de
Ele será acompanhado por mim. que deveriam desviar-se todos os homens verdadeira-
mente virtuosos.
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não c) A tolerância é uma virtude na qual não podem prescindir
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Pre- os que se dizem homens de fé.
judicaram-me. / Fui prejudicado. d) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de nada
LÍNGUA PORTUGUESA

Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, e) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de fazer
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente o mesmo com aqueles que não a têm.
ou agente paciente.
Resposta: Letra C
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Corrigindo o inadequado:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Em “a”: Sou ateu e peço que me deem tratamento simi-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. lar ao que dispenso aos homens religiosos.

55
Em “b”: A intolerância religiosa baseia-se em preconcei- Resposta: Letra D
tos de que deveriam desviar-se todos os homens verda- Contudo é uma conjunção adversativa (expressa oposi-
deiramente virtuosos. ção). A substituição deve utilizar outra de mesma clas-
Em “c”: A tolerância é uma virtude na qual (de que) não sificação, para que se mantenha a ideia do período. A
podem prescindir os que se dizem homens de fé. correta é entretanto.
Em “d”: O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito
de nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los. 6. (TST - Analista Judiciário - Área Administrativa –
Em “e”: Respeito os homens de fé, a menos que deixem FCC/2012) O verbo indicado entre parênteses deverá fle-
de fazer o mesmo com aqueles que não a têm. xionar-se no singular para preencher adequadamente a
lacuna da frase:
3. (TST - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado -
Especialidade Medicina do Trabalho – FCC/2012) a) A nenhuma de nossas escolhas...... (poder) deixar de
Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
despertariam a ira de qualquer fanático, a forma verbal ob- b) Não se...... (poupar) os que governam de refletir sobre o
tida será: peso de suas mais graves decisões.
c) Aos governantes mais responsáveis não...... (ocorrer)
a) seria despertada. tomar decisões sem medir suas consequências.
b) teria sido despertada. d) A toda decisão tomada precipitadamente...... (costu-
c) despertar-se-á. mar) sobrevir consequências imprevistas e injustas.
d) fora despertada. e) Diante de uma escolha,...... (ganhar) prioridade, reco-
e) teriam despertado. menda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
humana.
Resposta: Letra A
Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático Resposta: Letra C
Fazendo a transposição para a voz passiva, temos: A ira
Flexões em destaque e sublinhei os termos que estabe-
de qualquer fanático seria despertada pelos ateus.
lecem concordância:
Em “a”: A nenhuma de nossas escolhas podem deixar de
4. (TST - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Es-
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
pecialidade Segurança Judiciária – FCC/2012)
Em “b”: Não se poupam os que governam de refletir so-
...ela nunca alcançava a musa.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma bre o peso de suas mais graves decisões.
verbal resultante será: Em “c”: Aos governantes mais responsáveis não ocorre
tomar decisões sem medir suas consequências. = Isso
a) alcança-se. não ocorre aos governantes – uma oração exerce a fun-
b) foi alcançada. ção de sujeito (subjetiva)
c) fora alcançada. Em “d”: A toda decisão tomada precipitadamente costu-
d) seria alcançada. mam sobrevir consequências imprevistas e injustas.
e) era alcançada. Em “e”: Diante de uma escolha, ganham prioridade, re-
comenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
Resposta: Letra E humana.
Temos um verbo na voz ativa, então teremos dois na
passiva (auxiliar + o verbo da oração da ativa, no mes- 7. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Analista Judiciário - Área Ad-
mo tempo verbal, forma particípio): A musa nunca era ministrativa- FCC-2016 ) ...para quem Manoel de Barros
alcançada por ela. O verbo “alcançava” está no pretérito era comparável a São Francisco de Assis...
imperfeito, por isso o auxiliar tem que estar também (é = O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
presente, foi = pretérito perfeito, era = imperfeito, fora frase acima está em:
= mais que perfeito, será = futuro do presente, seria =
futuro do pretérito). a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espa-
5. (TST - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado ço...
- Especialidade Medicina do Trabalho – FCC/2012) Aos c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Char-
poucos, contudo, fui chegando à constatação de que todo les Baudelaire.
perfil de rede social é um retrato ideal de nós mesmos. d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra altera- na literatura...
LÍNGUA PORTUGUESA

ção seja feita na frase, o elemento grifado pode ser subs- e) ... para depois casá-las...
tituído por:
Resposta: Letra A
a) ademais. “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicativo.
b) conquanto. Procuremos nos itens:
c) porquanto. Em “a”: Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
d) entretanto. Em “b”: Porque não seria = futuro do pretérito do Indi-
e) apesar. cativo

56
Em “c”: Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito mo tempo que o verbo da ativa + o particípio do verbo
do Indicativo da voz ativa = organizado). O objeto exercerá a função
Em “d”: Quase meio século separa = presente do Indi- de sujeito paciente, e o sujeito da ativa será o agente
cativo da passiva (ufa!). A frase ficará: O acervo foi organizado
Em “e”: para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar pelo marechal.
elas)
11. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - Técnico Judiciário – FCC-2016
8. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - Analista Judiciário - Área Ad- ) Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
ministrativa – FCC-2016 ) Aí conheci o escritor e historia- O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o sub-
dor de sua gente, meu saudoso amigo Alcino Alves Costa. E linhado acima está também sublinhado em:
foi dele que ouvi oralmente a história de Zé de Julião. Con-
siderando-se a norma-padrão da língua, ao reescrever-se o a) [...] assim que conseguissem se virar sem as mães ou as
trecho acima em um único período, o segmento destacado amas...
deverá ser antecedido de vírgula e substituído por b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
c) [...] país que transformou a infância numa bilionária in-
a) perante ao qual dústria de consumo...
b) de cujo d) E, mesmo que se esforcem muito [...]
c) o qual e) Hoje há algo novo nesse cenário.
d) frente à quem
e) de quem Resposta: Letra D
que nos ajude = presente do Subjuntivo
Resposta: Letra E Em “a”: que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Voltemos ao trecho: ... meu saudoso amigo Alcino Alves Em “b”: que proliferaram = pretérito perfeito (e também
Costa. E foi dele que ouvi oralmente... = a única alterna- mais-que-perfeito) do Indicativo
tiva que substitui corretamente o trecho destacado é “de Em “c”: que transformou = pretérito perfeito do Indica-
quem ouvi oralmente”. tivo
Em “d”: que se esforcem = presente do Subjuntivo
9. (TRT 14.ª REGIÃO-RO e AC - Técnico Judiciário – FCC- Em “e”: há algo novo nesse cenário = presente do Indi-
2016) “Isto pode despertar a atenção de outras pessoas cativo
que tenham documentos em casa e se disponham a trazer
para a Academia, que é a guardiã desse tipo de acervo, 12. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC-
que é muito difícil de ser guardado em casa, pois o tempo 2016) O modelo ainda dominante nas discussões ecológi-
destrói e aqui temos a melhor técnica de conservação de cas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...
documentos”, disse Cavalcanti. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
O termo sublinhado faz referência a verbal resultante será:
a) pessoas. a) é privilegiado.
b) acervo. b) sendo privilegiadas.
c) Academia. c) são privilegiados.
d) tempo. d) foi privilegiado.
e) casa. e) são privilegiadas.

Resposta: Letra B Resposta: Letra C


Ao trecho: a guardiã desse tipo de acervo, que (o qual) é Há um verbo na ativa, então teremos dois na passiva
muito difícil de ser guardado... (auxiliar + o particípio de “privilegia”) = O Estado e o
mundo são privilegiados pelo modelo ainda dominante.
10. (TRT 14.ª REGIÃO-RO e AC - Técnico Judiciário –
FCC-2016) O marechal organizou o acervo... 13. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC-
A forma verbal está corretamente transposta para a voz 2016 ) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
passiva em: com a norma culta na seguinte frase:

a) estava organizando a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento


b) tinha organizado não poderia receber qualquer tipo de retificação.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) organizando-se b) Os documentos com assinatura digital disporam de al-


d) foi organizado goritmos de criptografia que os protegeram.
e) está organizado c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
contar com a proteção de uma assinatura digital.
Resposta: Letra D d) Quem se propor a alterar um documento criptografado
Temos: sujeito (o marechal), verbo na ativa (organizou) deve saber que comprometerá sua integridade.
e objeto (o acervo). Como há um verbo na ativa, ao pas- e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
sarmos para a passiva teremos dois (o auxiliar no mes- comprometer a integridade dos documentos.

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Resposta: Letra E zem = presente do Indicativo
Em “a”: Para que se mantesse (mantivesse) sua autenti- Em “b”: Na internet, basta um clique = presente do In-
cidade, o documento não poderia receber qualquer tipo dicativo
de retificação. Em “c”: ... após discar e fazer a ligação, não precisamos =
Em “b”: Os documentos com assinatura digital disporam presente do Indicativo
(dispuseram) de algoritmos de criptografia que os pro- Em “d”: Pense rápido: = Imperativo
tegeram. Em “e”: É o que mostra também uma pesquisa = presen-
Em “c”: Arquivados eletronicamente, os documentos po- te do Indicativo
deram (puderam) contar com a proteção de uma assi-
natura digital. 16. (PC-SP - Atendente de Necrotério Policial – Vu-
Em “d”: Quem se propor (propuser) a alterar um docu- nesp-2014) Assinale a alternativa em que a palavra em
mento criptografado deve saber que comprometerá sua destaque na frase pertence à classe dos adjetivos (palavra
que qualifica um substantivo).
integridade.
Em “e”: Não é possível fazer as alterações que convie-
a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de euta-
rem sem comprometer a integridade dos documentos
násia...
= correta b) ... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar a
14. (TRT 21.ª REGIÃO-RN - Técnico Judiciário – FCC- morte.
2017 ) Sessenta anos de história marcam, assim, a trajetó- d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
ria da utopia no país. e) E como seria a verdadeira boa morte?
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
verbal resultante será: Resposta: Letra E
Em “a”: Existe grande confusão = substantivo
a) foram marcados. Em “b”: o médico ou alguém causa ativamente a morte
b) foi marcado. = pronome
c) são marcados. Em “c”: prolonga o processo de morrer procurando dis-
d) foi marcada. tanciar a morte = substantivo
e) é marcada. Em “d”: Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
Em “e”: E como seria a verdadeira boa morte? = adjetivo
Resposta: Letra E.
Temos um verbo (no tempo presente) na ativa, então 17. (PC-SP - Escrivão de Polícia – Vunesp-2014) As for-
teremos dois na passiva (auxiliar [no tempo presente] + mas verbais conjugadas no modo imperativo, expressando
particípio de “marcam”) = Assim, a trajetória da utopia ordem, instrução ou comando, estão destacadas em:
do país é marcada pelos sessenta anos de história.
a) Mas há outros cujas marcas acabam ficando bem níti-
15. (Polícia Militar do Estado de São Paulo - Soldado PM das na memória: são aqueles donos de qualidades inco-
2.ª Classe – Vunesp/2017) Considere as seguintes frases: muns.
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. b) Voltei uns cinquenta minutos depois, cauteloso, e quase
Segundo, não memorize apenas por repetição. não acreditei no que ouvi.
c) – Ei rapaz, deixe ligado o microfone, largue isso aí, vá
Terceiro, rabisque!
pro estúdio e ponha a rádio no ar.
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos
d) Bem, o fato é que eu era o técnico de som do horário,
empregados nessas frases está em destaque em:
precisava “passar” a transmissão lá para a câmara, e o
locutor não chegava para os textos de abertura, publici-
a) [...] o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com dade, chamadas.
que o cérebro humano não considere útil gravar esses e) ... estremecíamos quando ele nos chamava para qual-
dados [...] quer coisa, fazendo-nos entrar na sua sala imensa, já
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-nú- suando frio e atentos às suas finas e cortantes palavras.
mero de informações.
c) [...] após discar e fazer a ligação, não precisamos mais Resposta: Letra C
dele... Aos itens:
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que Em “a”: há = presente / acabam = presente / são = pre-
LÍNGUA PORTUGUESA

morou quando era criança? sente


e) É o que mostra também uma pesquisa recente conduzi- Em “b”: Voltei = pretérito perfeito / acreditei = pretérito
da pela empresa de segurança digital Kaspersky [...] perfeito
Em “c”: deixe / largue / vá / ponha = verbos no modo
Resposta: Letra D. imperativo afirmativo (ordens)
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo Em “d”: era = pretérito imperfeito / precisava = pretérito
(expressam ordem). Vamos aos itens: imperfeito / chegava = pretérito imperfeito
Em “a”: ... o acesso rápido e a quantidade de textos fa- Em “e”: fazendo-nos = gerúndio / suando = gerúndio

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18. (PC-SP - Agente de Polícia – Vunesp-2013) Em – O 21. (PC-SP - Escrivão de Polícia – Vunesp-2013)
destino me prestava esse pequeno favor: completava minha Assinale a alternativa que completa respectivamente as la-
identificação com o resto da humanidade, que tem sempre cunas, em conformidade com a norma-padrão de conju-
para contar uma história de objeto achado; – o pronome gação verbal.
em destaque retoma a seguinte palavra/expressão: Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
quando __________ um diploma de mestrado, mas há aque-
a) o resto da humanidade. les que _________ de opinião e procuram investir em cursos
b) esse pequeno favor. profissionalizantes.
c) minha identificação.
d) O destino. a) obtiver … divirgem
e) completava. b) obter … divergem
c) obtesse … devirgem
d) obter … divirgem
Resposta: Letra A
e) obtiver … divergem
Completava minha identificação com o resto da humani-
dade, que (a qual) tem sempre para contar uma história
Resposta: Letra E
de objeto achado = pronome relativo que retoma o res- Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
to da humanidade. quando obtiver um diploma de mestrado, mas há aque-
les que divergem de opinião e procuram investir em cur-
19. (PC-SP - Agente de Polícia – Vunesp-2013) Conside- sos profissionalizantes.
re o trecho a seguir.
É comum que objetos ____________ esquecidos em locais 22. (PC-SP - Auxiliar de Necropsia – Vunesp-2014)
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica
as pessoas __________ a atenção voltada para seus perten- o substantivo, com ele concordando em gênero e núme-
ces, conservando-os junto ao corpo. ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é um
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- adjetivo.
mente, as lacunas do texto.
a) ... um câncer de boca horroroso, ...
a) sejam ... mantesse b) Ele tem dezesseis anos...
b) sejam ... mantém c) Eu queria que ele morresse logo, ...
c) sejam ... mantivessem d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às famí-
d) seja ... mantivessem lias.
e) seja ... mantêm e) E o inferno não atinge só os terminais.

Resposta: Letra C Resposta: Letra A


Completemos as lacunas e depois busquemos o item Em “a”: um câncer de boca horroroso = adjetivo
correspondente. A pegadinha aqui é a conjugação do Em “b”: Ele tem dezesseis anos = numeral
verbo “manter”, no presente do Subjuntivo (mantiver): Em “c”: Eu queria que ele morresse logo = advérbio
É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú- Em “d”: com a crueldade adicional de dar esperança às
blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados famílias = substantivo
Em “e”: E o inferno não atinge só os terminais = subs-
se as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus
tantivo
pertences, conservando-os junto ao corpo.
23. (Polícia Civil/SP – Perito Criminal – Vunesp-2013)
20. (PC-SP - Atendente de Necrotério Policial – Vu- Observe os enunciados:
nesp-2013) Nas frases – Não vou mais à escola!… – e – • A Guerra do Vietnã se faz presente até hoje.
Hoje estão na moda os métodos audiovisuais. – as pala- • A probabilidade de um veterano branco ser preso
vras em destaque expressam, correta e respectivamente, por um crime violento é significativamente mais alta
circunstâncias de do que...
Os advérbios em destaque expressam, respectivamente,
a) dúvida e modo. circunstâncias de
b) dúvida e tempo.
c) modo e afirmação. a) lugar e modo.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) negação e lugar. b) tempo e intensidade.


e) negação e tempo. c) modo e intensidade.
d) tempo e causa.
Resposta: Letra E e) tempo e modo.
“não” – advérbio de negação / “hoje” – advérbio de tem-
po. Resposta: Letra E
“Hoje” = tempo; geralmente os advérbios terminados
em “-mente” são de modo (= com significância).

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Desinências verbais: em nossa língua, as desinências
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS. verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-
temporais) e outras que indicam o número e a pessoa dos
verbos (desinência número-pessoais):
ESTRUTURA DAS PALAVRAS cant-á-va-mos:
cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência
As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos em indicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza
seus menores elementos (partes) possuidores de sentido. a primeira pessoa do plural)
A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por três
elementos significativos: cant-á-sse-is:
In = elemento indicador de negação cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência
Explic – elemento que contém o significado básico da modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
palavra subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a
Ável = elemento indicador de possibilidade segunda pessoa do plural)

Estes elementos formadores da palavra recebem o D) Vogal temática


nome de morfemas. Através da união das informações
contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge
entender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
não tem possibilidade de ser explicado, que não é possível às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função
tornar claro”. é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao
Morfemas = são as menores unidades significativas tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido. desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam
vogais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática
Classificação dos morfemas indica as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e
(da 2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ª conjugação = partir).
A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento
portador de significado. É através do radical que podemos D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o,
formar outras palavras comuns a um grupo de palavras da quando átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola,
mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez. base, combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que
O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um essas terminações são desinências indicadoras de gênero,
mesmo radical denomina-se família de palavras. pois mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de
flexão. É a estas vogais temáticas que se liga a desinência
B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes
(os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por
(sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo). exemplo) não apresentam vogal temática.

C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que
obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome
amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é
que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal
plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que
ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.
(amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
concluir que existem morfemas que indicam as flexões E) Interfixos
das palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das
palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há São os elementos (vogais ou consoantes) que se
desinências nominais e desinências verbais. intercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou
mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra.
Desinências nominais: indicam o gênero e o número Por exemplo:
dos nomes. Para a indicação de gênero, o português Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro.
LÍNGUA PORTUGUESA

costuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/ Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar o
morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência Formação das Palavras
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso Há em Português palavras primitivas, palavras derivadas,
dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural palavras simples, palavras compostas.
assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/ A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua
cruzes. portuguesa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.

60
B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua
portuguesa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura. #FicaDica
C) Palavras simples: aquelas que possuem um só
radical: azeite, cavalo. A derivação regressiva “mexe” na estrutura
D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais de da palavra, geralmente transforma verbos em
um radical: couve-flor, planalto. substantivos: caça = deriva de caçar, saque =
As palavras compostas podem ou não ter seus deriva de sacar
elementos ligados por hífen. A derivação imprópria não “mexe” com a
palavra, apenas faz com que ela pertença a
Processos de Formação de Palavras uma classe gramatical “imprópria” da qual ela
realmente, ou melhor, costumeiramente faz
Na Língua Portuguesa há muitos processos de formação parte. A alteração acontece devido à presença
de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação, a de outros termos, como artigos, por exemplo:
composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo. O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a
funcionar como substantivo devido à presença
Derivação por Acréscimo de Afixos do artigo “o”)

É o processo pelo qual se obtêm palavras novas Composição


(derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética. radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de
A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida composição: justaposição e aglutinação.
por acréscimo de prefixo. A) Justaposição: ocorre quando os elementos que
In feliz / des leal formam o composto são postos lado a lado, ou seja,
Prefixo radical prefixo radical justapostos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa,
segunda-feira, girassol.
B) Composição por aglutinação: ocorre quando os
B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por elementos que formam o composto aglutinam-se e pelo
acréscimo de sufixo. menos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
Feliz mente / leal dade (água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
Radical sufixo radical sufixo alta), vinagre (vinho + acre).

C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom.
acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese
formam-se principalmente verbos. Abreviação – é a redução de palavras até o limite
En trist ecer permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu
Prefixo radical sufixo (pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia).

En tard ecer Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,


limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras iniciais:
prefixo radical sufixo p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor).
Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
Há dois casos em que a palavra derivada é formada reduzem locuções substantivas próprias às suas letras
sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas
regressiva e a derivação imprópria. impuras), que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas
puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras
(siglas impuras).
Derivação
Hibridismo: é a palavra formada com elementos
 Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego;
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego);
formação de substantivos derivados de verbos. sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego).
janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(substantivo) – deriva de pescar (verbo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
LÍNGUA PORTUGUESA

 Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar.
é obtida pela mudança de categoria gramatical da Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na Paulo: Saraiva, 2010.
forma, mas somente na classe gramatical. AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
deriva da conjunção porque) SITE
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Disponível em: http://www.brasilescola.com/gramatica/
do verbo olhar). estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm

61
C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou per-
SEMÂNTICA: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO, feitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
POLISSEMIA, SINONÍMIA, ANTONÍMIA, caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo
HOMONÍMIA E PARONÍMIA. (adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
 Parônimos = palavras com sentidos diferentes,
porém de formas relativamente próximas. São palavras
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
Semântica é o estudo da significação das palavras e das almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
suas mudanças de significação através do tempo ou em rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
determinada época. A maior importância está em distinguir ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimen-
sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e homôni- to (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar)
mos e parônimos (homonímia / paronímia). e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), de-
ferir (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar
Sinônimos (emitir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar;
apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - a movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são afundar).
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, Hiperonímia e Hiponímia
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra,
em deteminado enunciado (aguadar e esperar). Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
Observação: a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
A contribuição greco-latina é responsável pela existên- nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
cia de numerosos pares de sinônimos: adversário e anta- mo, mais abrangente.
gonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo,
contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; criando, assim, uma relação de dependência semântica. Por
transformação e metamorfose; oposição e antítese. exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia com
carros, já que veículos é uma palavra de significado gené-
Antônimos
rico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é um
hiperônimo de carros.
São palavras que se opõem através de seu significado:
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
mal - bem.
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
repetição desnecessária de termos.
Observação:
A antonímia pode se originar de um prefixo de sentido
oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e anti- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
pático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista; Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
simétrico e assimétrico. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Homônimos e Parônimos Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
 Homônimos = palavras que possuem a mesma ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
grafia ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
Podem ser tuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e diferen- SITE
tes na pronúncia: http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher tonimos,-homonimos-e-paronimos
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de-
LÍNGUA PORTUGUESA

nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo). DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e dife- Exemplos de variação no significado das palavras:
rentes na escrita: Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni- teral)
zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar- Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
reio); censo (recenseamento) e senso (juízo); paço (palácio) figurado)
e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

62
As variações nos significados das palavras ocasionam POLISSEMIA
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
A) Denotação multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
apresenta seu significado original, independentemente mas que abarca um grande número de significados dentro
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado de seu próprio campo semântico.
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo perce-
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que bemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo.
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da Possibilidades de várias interpretações levando-se em con-
palavra. sideração as situações de aplicabilidade. Há uma infinida-
A denotação tem como finalidade informar o receptor de de exemplos em que podemos verificar a ocorrência da
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- polissemia:
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- O rapaz é um tremendo gato.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- O gato do vizinho é peralta.
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
daço de madeira. Outros exemplos: sobrevivência
O elefante é um mamífero. O passarinho foi atingido no bico.
As estrelas deixam o céu mais bonito! Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
B) Conotação computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse- que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi- formato quadriculado que têm.
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza-
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no Polissemia e homonímia
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
pau no concurso). comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e quando duas ou mais palavras com origens e significados
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em monímia.
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
blicitários, entre outros. Exemplos: significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
Você é o meu sol! polissemia porque os diferentes significados para a pala-
Minha vida é um mar de tristezas. vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
Você tem um coração de pedra! polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
#FicaDica terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo Polissemia e ambiguidade
é utilizado com o sentido que consta no
dicionário. Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
LÍNGUA PORTUGUESA

Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São temente são felizes.
Paulo: Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:
SITE As pessoas têm alimentação equilibrada porque são
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equi-
cao/ librada.

63
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Resposta: Letra E
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- “o país teve de recorrer a um programa de racionamen-
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- to”. Assinale a opção que apresenta a forma de rees-
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. crever esse segmento, QUE ALTERA O SEU SENTIDO
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção ORIGINAL.
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- Em “a”: O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa
micidade. Repare na figura abaixo: de racionamento = mesmo sentido.
Em “b”: O país teve como recurso recorrer a um pro-
grama de racionamento = mesmo sentido.
Em “c”: O Brasil foi levado a recorrer a um programa de
racionamento = mesmo sentido.
Em “d”: O país obrigou‐se a recorrer a um programa de
racionamento = mesmo sentido.
Em “e”: O Brasil optou por um programa de racionamen-
to = mudança de sentido (segundo o enunciado, o país
não teve outra opção a não ser recorrer. Na alternativa,
provavelmente havia outras opções, e o país escolheu a
de “recorrer”).

PERÍODO SIMPLES E PERÍODO COMPOSTO.


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- RELAÇÕES DE SENTIDO ENTRE ORAÇÕES E
-cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). SEGMENTOS DE TEXTO.
PROCESSOS SINTÁTICOS: COORDENAÇÃO
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, mas E SUBORDINAÇÃO.
duas seriam:
Corte e coloração capilar
ou Frase, oração e período
Faço corte e pintura capilar
Sintaxe da Oração e do Período
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São estabelecer comunicação. Normalmente é composta por
Paulo: Saraiva, 2010. dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato-
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
muito ontem à noite.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
SITE verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm (sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu
sentido global:

EXERCÍCIO COMENTADO A) frases interrogativas = o emissor da mensagem for-


mula uma pergunta: Que dia é hoje?
1. (SUSAM-AM – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz
FGV – 2014) “o país teve de recorrer a um programa de um pedido: Dê-me uma luz!
racionamento”. Assinale a opção que apresenta a forma de C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um esta-
do afetivo: Que dia abençoado!
reescrever esse segmento, que altera o seu sentido original.
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A
prova será amanhã.
a) O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa de
racionamento. Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo
LÍNGUA PORTUGUESA

b) O país teve como recurso recorrer a um programa de (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
racionamento. sujeito e predicado.
c) O Brasil foi levado a recorrer a um programa de racio- O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
namento. em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
d) O país obrigou‐se a recorrer a um programa de racio- tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
namento. frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
e) O Brasil optou por um programa de racionamento. que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
a declaração do que se atribui ao sujeito.

64
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in- A indeterminação do sujeito ocorre quando não é pos-
dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi- sível identificar claramente a que se refere a concordância
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não interessa
em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um pre- indicar precisamente o sujeito de uma oração.
dicado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os Estão gritando seu nome lá fora.
que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação): Trabalha-se demais neste lugar.
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
(predicado verbal) senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o núcleo plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo,
é “fácil” (predicado nominal) sublinhei os núcleos dos sujeitos:
Nós estudaremos juntos.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída A humanidade é frágil.
Ninguém se move.
por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
completo. O período pode ser simples ou composto.
derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis.
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta. O sujeito composto é o sujeito determinado que apre-
Chove. senta mais de um núcleo.
A existência é frágil. Alimentos e roupas custam caro.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. Ela e eu sabemos o conteúdo.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações: Além desses dois sujeitos determinados, é comum a re-
Cantei, dancei e depois dormi. ferência ao sujeito implícito na desinência verbal (o “anti-
Quero que você estude mais. go” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do sujeito
que está implícito e que pode ser reconhecido pela desi-
Termos da Oração nência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós)
Termos essenciais Falaste o recado à sala? = (tu)

O sujeito e o predicado são considerados termos essen- Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na primei-
ciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis para a ra pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segunda do
formação das orações. No entanto, existem orações forma- singular (tu) ou do plural (vós), desde que os pronomes não
das exclusivamente pelo predicado. O que define a oração estejam explícitos.
é a presença do verbo. O sujeito é o termo que estabelece Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito
concordância com o verbo. na desinência verbal “-mos”
O candidato está preparado. Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi-
Os candidatos estão preparados. nência verbal “-ais”

Mas:
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candidato”
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, denomi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
nada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo, es-
tabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo no O sujeito indeterminado surge quando não se quer -
singular: candidato = está). ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
A função do sujeito é basicamente desempenhada por refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora- contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina-
palavras substantivadas (derivação imprópria) também po- do de duas maneiras:
dem exercer a função de sujeito.
Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs- A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
tantivo) o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
LÍNGUA PORTUGUESA

Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem- Bateram à porta;


plo: substantivo) Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: nistro.
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do
sujeito. Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples ou
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- composto:
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado Os meninos bateram à porta. (simples)
pode ser simples ou composto. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)

65
B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento
do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a
verbos que não apresentam complemento direto: palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo
Precisa-se de mentes criativas. do sujeito).
Vivia-se bem naqueles tempos. O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
Trata-se de casos delicados. significativo um verbo:
Sempre se está sujeito a erros. Chove muito nesta época do ano.
Estudei muito hoje!
O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de Compraste a apostila?
indeterminação do sujeito.
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predica- Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
do, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A mensa-
cessos.
gem está centrada no processo verbal. Os principais casos
de orações sem sujeito com: O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
 os verbos que indicam fenômenos da natureza: significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta-
Amanheceu. do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito.
Está trovejando. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da ora-
ção por meio de um verbo (o verbo de ligação).
 os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre-
tempo em geral: dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do
Está tarde. sujeito: Os dados parecem corretos.
Já são dez horas. O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an-
Faz frio nesta época do ano. dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como
Há muitos concursos com inscrições abertas. elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele re-
lacionadas.
Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo.
orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta
aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No pre-
do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere dicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao su-
do sujeito numa oração é o seu predicado. jeito ou ao complemento verbal (objeto).
Chove muito nesta época do ano. O verbo do predicado verbo-nominal é sempre signi-
Houve problemas na reunião. ficativo, indicando processos. É também sempre por in-
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
Em ambas as orações não há sujeito, apenas predicado. termo a que se refere.
Na segunda oração, “problemas” funciona como objeto di- O dia amanheceu ensolarado;
reto. As mulheres julgam os homens inconstantes.
As questões estavam fáceis! No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
Sujeito simples = as questões duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
Predicado = estavam fáceis ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
verbal e outro nominal.
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
Sujeito = uma ideia estranha No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado = passou-me pelo pensamento
Termos integrantes da oração
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar complemento nominal são chamados termos integrantes
também se as palavras que formam o predicado referem- da oração.
-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
LÍNGUA PORTUGUESA

de opinião. bos transitivos, com eles formando unidades significativas.


Predicado Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que mente, por intermédio de preposição.
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se ligam O objeto direto é o complemento que se liga direta-
direta ou indiretamente ao verbo. mente ao verbo.
A cidade está deserta. Houve muita confusão na partida final.
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se Queremos sua ajuda.

66
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: O adjunto adnominal se liga diretamente ao substanti-
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns vo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
referentes a pessoas: cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais. O poeta português deixou uma obra originalíssima.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomina- O poeta deixou-a.
-se: objeto direto preposicionado) (originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)
B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de
tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero can- O poeta português deixou uma obra inacabada.
sar a Vossa Senhoria. O poeta deixou-a inacabada.
C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise. (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do
(sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica objeto)
a crise)
O objeto indireto é o complemento que se liga indireta-
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
mente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
Gosto de música popular brasileira. substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se re-
Necessito de ajuda. laciona apenas ao substantivo.

Objeto Pleonástico O aposto é um termo acessório que permite ampliar,


explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos. mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda-
Normalmente, as frases em que ocorrem objetos pleo- -feira, passei o dia mal-humorado.
násticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o objeto,
antecipado para o início da oração; em seguida, ele é repe- Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo
tido através de um pronome oblíquo. É à repetição que se “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo
dá o nome de objeto pleonástico. que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-fei-
“Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves ra passei o dia mal-humorado.
Dias) O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor
na oração, em:
objeto pleonástico A) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação
Ao traidor, nada lhe devemos.
com o mundo.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
complemento nominal, que se liga ao nome que completa coisas: amor, arte, ação.
por intermédio de preposição: C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra tudo forma o carnaval.
“necessária” D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fi-
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo” xaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

Termos acessórios da oração e vocativo O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
Os termos acessórios recebem este nome por serem ex- relação sintática com outro termo da oração. A função de
plicativos, circunstanciais. São termos acessórios o adjunto vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo – substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
este, sem relação sintática com outros temos da oração. pel na linguagem.
João, venha comigo!
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- Traga-me doces, minha menina!
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função Períodos Compostos
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais Período Composto por Coordenação
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a
pé àquela velha praça.
O período composto se caracteriza por possuir mais de
O adjunto adnominal é o termo acessório que deter-
LÍNGUA PORTUGUESA

uma oração em sua composição. Sendo assim:


mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
ção)
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e
(Período Composto =locução verbal + verbo, duas orações)
os pronomes adjetivos.
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-
amigo de infância.
ções).

67
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer en- Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
tre as orações de um período composto: uma relação de mingo.
coordenação ou uma relação de subordinação. Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de Período Composto Por Subordinação
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am-
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Quero que você seja aprovado!
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. Oração principal oração subordinada
(Período Composto)
Podemos dizer: Observe que na oração subordinada temos o verbo
1. Estou comprando um protetor solar. “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
2. Irei à praia. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
Separando as duas, vemos que elas são independen- conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
tes. Tal período é classificado como Período Composto por bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
Coordenação. indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.
dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sin- Podemos modificar o período acima. Veja:
déticas. Quero ser aprovado.
Oração Principal Oração Subordinada
A) Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas A análise das orações continua sendo a mesma: “Quero”
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subor-
Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci. dinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordinada
apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso, a con-
junção “que”, conectivo que unia as duas orações, desa-
B) Coordenadas Sindéticas
pareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) são
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
chamadas de orações reduzidas ou implícitas (como no
denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
exemplo acima).
coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
Observação:
vas.
As orações reduzidas não são introduzidas por conjun-
ções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente,
Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção! introduzidas por preposição.
 Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas
principais conjunções são: e, nem, não só... mas também, A) Orações Subordinadas Substantivas
não só... como, assim... como. A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia. tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in-
Comprei o protetor solar e fui à praia. tegrante (que, se).
 Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas Não sei se sairemos hoje.
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, en- Oração Subordinada Substantiva
tretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Temos medo de que não sejamos aprovados.
Li tudo, porém não entendi! Oração Subordinada Substantiva

 Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer... introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
quer; seja...seja. como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. como).

 Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas O garoto perguntou qual seu nome.
LÍNGUA PORTUGUESA

principais conjunções são: logo, portanto, por fim, Oração Subordinada Substantiva
por conseguinte, consequentemente, pois (posposto
ao verbo). Não sabemos quando ele virá.
Passei no concurso, portanto comemorarei! Oração Subordinada Substantiva
A situação é delicada; devemos, pois, agir. Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
 Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na Conforme a função que exerce no período, a oração su-
verdade, pois (anteposto ao verbo). bordinada substantiva pode ser:

68
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do ver-  Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às
bo da oração principal: vezes regidos de preposição), nas interrogações in-
É fundamental o seu comparecimento à reu- diretas: Eu não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do verbo
da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objeto Indireto
Subjetiva
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai
FIQUE ATENTO! insiste nisso)
Observe que a oração subordinada substanti- Oração Subordinada Substantiva
va pode ser substituída pelo pronome “isso”. Objetiva Indireta
Assim, temos um período simples: Observação:
É fundamental isso ou Isso é funda- Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na
mental. oração.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
exercerá a função de sujeito. Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Indireta

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração Completiva Nominal = completa um nome que perten-
principal: ce à oração principal e também vem marcada por prepo-
 Verbos de ligação + predicativo, em construções sição.
do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece Sentimos orgulho de seu comportamento.
certo - É claro - Está evidente - Está comprovado Complemento Nominal
É bom que você compareça à minha festa.
Sentimos orgulho de que você se comportou. (=
 Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube- Sentimos orgulho disso.)
-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Oração Subordinada Substantiva
Ficou provado. Completiva Nominal
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
As orações subordinadas substantivas objetivas indire-
 Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar tas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
- importar - ocorrer - acontecer subordinadas substantivas completivas nominais integram
Convém que não se atrase na entrevista. o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é ne-
cessário levar em conta o termo complementado. Esta é
Observação: a diferença entre o objeto indireto e o complemento no-
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva,
minal: o primeiro complementa um verbo; o segundo, um
o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do
nome.
singular.

Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do Predicativa = exerce papel de predicativo do sujeito do
verbo da oração principal: verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo
Todos querem sua aprovação no concurso. ser.
Objeto Direto Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
querem isso) Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva era isso)
Objetiva Direta Oração Subordinada Substantiva
Predicativa
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas Apositiva = exerce função de aposto de algum termo
LÍNGUA PORTUGUESA

(desenvolvidas) são iniciadas por: da oração principal.


 Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
“se”: A professora verificou se os alunos estavam Aposto
presentes. Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
 Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às Oração subordinada
vezes regidos de preposição), nas interrogações in- substantiva apositiva reduzida de infinitivo
diretas: O pessoal queria saber quem era o dono do
carro importado. (Fernanda tinha um grande sonho: isso)

69
Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : ) especificam o sentido do termo a que se referem, indivi-
dualizando-o. Nestas orações não há marcação de pausa,
B) Orações Subordinadas Adjetivas sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui também orações que realçam um detalhe ou amplificam
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente-
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem mente definido. Estas orações denominam-se subordina-
a função de adjunto adnominal do antecedente. das adjetivas explicativas.
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal) Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que
O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo passava naquele momento.
“bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Esta foi uma redação que fez sucesso. No período acima, observe que a oração em destaque
Oração Principal Oração Subordinada restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra-
Adjetiva ta-se de um homem específico, único. A oração limita o
universo de homens, isto é, não se refere a todos os ho-
Perceba que a conexão entre a oração subordinada mens, mas sim àquele que estava passando naquele mo-
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é mento.
feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou Exemplo 2:
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha O homem, que se considera racional, muitas vezes age
uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa- animalescamente.
pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
“redação” é sujeito, então o “que” também funciona como Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
sujeito).
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
FIQUE ATENTO! “homem”.
Vale lembrar um recurso didático para reco-
nhecer o pronome relativo “que”: ele sempre Saiba que:
pode ser substituído por: o qual - a qual - os A oração subordinada adjetiva explicativa é separada
quais - as quais da oração principal por uma pausa que, na escrita, é repre-
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta ora- sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação
ção é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual seja indicada como forma de diferenciar as orações expli-
estuda. cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre
isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

Forma das Orações Subordinadas Adjetivas C) Orações Subordinadas Adverbiais


Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce
Quando são introduzidas por um pronome relativo e a função de adjunto adverbial do verbo da oração princi-
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as pal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo,
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi- fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida,
das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas vem introduzida por uma das conjunções subordinativas
reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (com exclusão das integrantes, que introduzem orações
(podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o subordinadas substantivas). Classifica-se de acordo com
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz (assim
particípio). como acontece com as coordenadas sindéticas).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
No primeiro período, há uma oração subordinada ad- Oração Subordinada Adverbial
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito A oração em destaque agrega uma circunstância de
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor- tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver-
LÍNGUA PORTUGUESA

dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re- bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessó-
lativo e seu verbo está no infinitivo. rios que indicam uma circunstância referente, via de regra,
a um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas da exata compreensão da circunstância que exprime.
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
Na relação que estabelecem com o termo que caracte- minha vida.
rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou minha vida.

70
No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe como
adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. necessário para a realização ou não de um fato. As
No segundo período, este papel é exercido pela oração orações subordinadas adverbiais condicionais expri-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi- mem o que deve ou não ocorrer para que se realize
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois - ou deixe de se realizar - o fato expresso na oração
é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) principal.
e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou-
pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde
obtendo-se: que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem
que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida. Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma certamente o melhor time será campeão.
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é Caso você saia, convide-me.
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo da
oração principal, isto é, admitem uma contradição
Observação: ou um fato inesperado. A ideia de concessão está
A classificação das orações subordinadas adverbiais é diretamente ligada ao contraste, à quebra de expec-
feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos ad- tativa. Principal conjunção subordinativa concessiva:
verbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração. embora. Utiliza-se também a conjunção: conquanto
e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que,
se bem que, posto que, apesar de que.
Só irei se ele for.
Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir
só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada Compare agora com:
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do Irei mesmo que ele não vá.
que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei
causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
que. cessiva.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Observe outros exemplos:
Já que você não vai, eu também não vou. Embora fizesse calor, levei agasalho.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais
ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta comparativas estabelecem uma comparação com a
a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela ação indicada pelo verbo da oração principal. Princi-
se subordina. Repare: pal conjunção subordinativa comparativa: como.
1. Faltei à aula porque estava doente. Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. Você age como criança. (age como uma criança age)
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa)
que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato  geralmente há omissão do verbo.
de estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo
2, a oração sublinhada relata um fato que aconteceu F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
depois, já que primeiro ela chorou, depois seus olhos seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para
ficaram vermelhos. a execução do que se declara na oração principal.
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên- Principal conjunção subordinativa conformativa:
conforme. Outras conjunções conformativas: como,
cia, é efeito do que se declara na oração principal.
consoante e segundo (todas com o mesmo valor de
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, conforme).
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas Fiz o bolo conforme ensina a receita.
LÍNGUA PORTUGUESA

estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que direitos iguais.
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que se
concretizando-os. declara na oração principal. Principal conjunção su-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Redu- bordinativa final: a fim de. Outras conjunções finais:
zida de Infinitivo) que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para
que.

71
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou seja, EXERCÍCIOS COMENTADOS
um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa propor- 1. (Cnj – Técnico Judiciário – cespe – 2013 – adaptada)
cional: à proporção que. Outras locuções conjuntivas Jogadores de futebol de diversos times entraram em cam-
proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda po em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do Cam-
as estruturas: quanto maior...(maior), quanto maior... peonato Nacional em apoio à campanha que visa reduzir
(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...
o número de pessoas que não possuem o nome do pai em
(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...(menos),
sua certidão de nascimento. (...)
quanto menos...(mais), quanto menos...(menos).
À proporção que estudávamos mais questões acertá- A oração subordinada “que não possuem o nome do pai
vamos. em sua certidão de nascimento” não é antecedida por vír-
À medida que lia mais culto ficava. gula porque tem natureza restritiva.

I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato ( ) CERTO ( ) ERRADO


expresso na oração principal, podendo exprimir no-
ções de simultaneidade, anterioridade ou posterio- Resposta: Certo.
ridade. Principal conjunção subordinativa temporal: A oração restringe o grupo que participará da campa-
quando. Outras conjunções subordinativas tempo- nha (apenas os que não têm o nome do pai na certidão
rais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim de nascimento). Se colocarmos uma vírgula, a oração se
que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois tornará “explicativa”, generalizando a informação, o que
que, sempre que, desde que, etc. dará a entender que TODAS as pessoas não têm o nome
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou. do pai na certidão.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) 2. (Instituto Rio Branco – Admissão à Carreira de Diplo-
mata – cespe – 2014 – adaptada)
Orações Reduzidas
A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma li-
As orações subordinadas podem vir expressas como re- teratura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho
duzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas no- universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas.
minais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conectivo Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista,
subordinativo que as introduza. por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crô-
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo nica é um gênero menor.
É preciso que se estude = oração desenvolvida (presen- “Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo assim,
ça do conectivo) ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de ca-
minho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam para a literatura. Por meio dos assuntos, da composição
“desenvolvidas” – como no exemplo acima. solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir,
É preciso estudar = oração subordinada substantiva ela se ajusta à sensibilidade de todo dia. Principalmente
subjetiva reduzida de infinitivo porque elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso
É preciso que se estude = oração subordinada substan- modo de ser mais natural. Na sua despretensão, humaniza;
tiva subjetiva e esta humanização lhe permite, como compensação sor-
Orações Intercaladas rateira, recuperar com a outra mão certa profundidade de
significado e certo acabamento de forma, que de repente
São orações independentes encaixadas na sequência
podem fazer dela uma inesperada, embora discreta, candi-
do período, utilizadas para um esclarecimento, um aparte,
data à perfeição.
uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou travessões.
Nós – continuava o relator – já abordamos este assunto. Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São
Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 23 (com adaptações).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA As formas verbais “imagina” (R.1), “atribuir” (R.4) e “servir”
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa (R.8) foram utilizadas como verbos transitivos indiretos.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, ( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA PORTUGUESA

Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira


Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – Resposta: Errado.
São Paulo: Saraiva, 2002. imagina uma literatura = transitivo direto
atribuir o Prêmio Nobel a um cronista = bitransitivo
(transitivo direto e indireto)
SITE pode servir de caminho = intransitivo
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
se-periodo-e-oracao

72
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL B) Verbos Transitivos Diretos

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Os verbos transitivos diretos são complementados por
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
(regência nominal) e seus complementos. para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
A regência verbal estuda a relação que se estabelece podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
o que corresponde à diversidade de significados que estes São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad-
forem empregados. mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defen-
tentar. der, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar,
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
do ou prazer”, satisfazer. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- como o verbo amar:
dar a alguém”.
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
O conhecimento do uso adequado das preposições é Amo aquela moça. / Amo-a.
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen-
do dito. Observação:
Cheguei ao metrô. Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos
Cheguei no metrô. para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos ad-
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- nominais):
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carrei-
A voluntária distribuía leite às crianças. ra)
A voluntária distribuía leite com as crianças. Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado mor)
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- C) Verbos Transitivos Indiretos
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial).
Os verbos transitivos indiretos são complementados
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
A) Verbos Intransitivos ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
Chegar, Ir lhe, lhes.
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para Consistir - Tem complemento introduzido pela preposi-
indicar destino ou direção são: a, para. ção “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
Fui ao teatro. iguais para todos.
Adjunto Adverbial de Lugar Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
tos introduzidos pela preposição “a”:
Ricardo foi para a Espanha.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjunto Adverbial de Lugar


Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Comparecer Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por quem” ou “ao que” se responde.
em ou a. Respondi ao meu patrão.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o Respondemos às perguntas.
último jogo. Respondeu-lhe à altura.

73
Observação: Pedir
O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan- Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te. Objeto Indireto Objeto Direto

Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.


introduzidos pela preposição “com”. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Antipatizo com aquela apresentadora. tantiva Objetiva Direta
Simpatizo com os que condenam os políticos que go-
vernam para uma minoria privilegiada. A construção “pedir para”, muito comum na linguagem
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta.
D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos No entanto, é considerada correta quando a palavra licença
estiver subentendida.
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem des-
taque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
indireto relacionado a pessoas. tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).

Agradeço aos ouvintes a audiência. Preferir


Objeto Indireto Objeto Direto Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi-
reto introduzido pela preposição “a”:
Paguei o débito ao cobrador. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Objeto Direto Objeto Indireto Prefiro trem a ônibus.
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feitcom- Observação:
particular cuidado: Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
Agradeci o presente. / Agradeci-o. termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. existente no próprio verbo (pre).
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as. Mudança de Transitividade - Mudança de Significa-
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. do

Informar Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-


Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin-
Informe os novos preços aos clientes. guístico muito importante, pois além de permitir a correta
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no- interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades
vos preços) expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais,
Na utilização de pronomes como complementos, veja estão:
as construções:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre- Agradar
ços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
sobre eles) acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
Observação: Aquele comerciante agrada os clientes.
A mesma regência do verbo informar é usada para os
LÍNGUA PORTUGUESA

seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agra-
do a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento intro-
Comparar duzido pela preposição “a”.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as O cantor não agradou aos presentes.
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento O cantor não lhes agradou.
indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
uma criança. O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
O cantor desagradou à plateia.

74
Aspirar Custou-me (a mim) crer nisso.
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter A Gramática Normativa condena as construções que
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (As- atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
pirávamos a ele) pessoa: Custei para entender o problema.
= Forma correta: Custou-me entender o problema.
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utiliza- Implicar
das, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o
exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
a ela)
implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência,
Assistir acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar Como transitivo direto e indireto, significa comprome-
assistência a, auxiliar. ter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. econômicas.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
ciar, estar presente, caber, pertencer. quem não trabalhasse arduamente.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. Namorar
Essa lei assiste ao inquilino.
No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran- Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar anos.
introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa con-
turbada cidade. Obedecer - Desobedecer
Sempre transitivo indireto:
Chamar Todos obedeceram às regras.
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, soli- Ninguém desobedece às leis.
citar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
má-la. “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Proceder
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre-
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
preposicionado ou não. segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
A torcida chamou o jogador mercenário. adverbial de modo.
A torcida chamou ao jogador mercenário. As afirmações da testemunha procediam, não havia
A torcida chamou o jogador de mercenário. como refutá-las.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. Você procede muito mal.
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide. Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposi-
ção “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido
Custar pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado va- Procedeu-se aos exames.
lor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: O delegado procederá ao inquérito.
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
LÍNGUA PORTUGUESA

Querer
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
duzida de infinitivo. vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Muito custa viver tão longe da família. Queremos um país melhor.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

75
Visar

Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será comple-
tiva nominal (subordinada substantiva).
LÍNGUA PORTUGUESA

76
Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralela-
mente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
LÍNGUA PORTUGUESA

Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

77
Concordância Verbal
EXERCÍCIO COMENTADO É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
seu sujeito.
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe –
2014 – adaptada) 1.1. Sujeito Simples - Regra Geral
O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das em número e pessoa. Veja os exemplos:
estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e cultu- A prova para ambos os cargos será aplicada
rais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências às 13h.
infligem considerável prejuízo às nações do mundo intei- 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
ro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os
cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos,
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étni- Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
cos, independentemente de classe social e econômica ou 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos
efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação Casos Particulares
do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geral-
mente de caráter transnacional — com a criminalidade e A) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...)
governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
de drogas, articulando-se internamente e com a socieda- verbo pode ficar no singular ou no plural.
de, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
prevenção e repressão e garantir o envolvimento e a apro- Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
vação dos cidadãos. proposta.
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
“com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do los destruiu / destruíram o monumento.
vocábulo “conexos”.
Observação:
( ) CERTO ( ) ERRADO Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a uni-
dade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos
Resposta: Errado elementos que formam esse conjunto.
Ao texto: (...) Questão de relevância na discussão dos
efeitos adversos do uso indevido de drogas é a asso-
B) Quando o sujeito é formado por expressão que indi-
ciação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos
ca quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
— geralmente de caráter transnacional — com a crimi-
de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o
nalidade e a violência.
verbo concorda com o substantivo.
O termo está se referindo à associação – associação do
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminali-
dade (2) (associação daquilo [1] com isso [2]) Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
Observação:
Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos
Concordância Verbal e Nominal que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais
de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um
Os concurseiros estão apreensivos. ao outro)
Concurseiros apreensivos.
C) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na ter- ral, a concordância deve ser feita levando-se em
LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, os conta a ausência ou presença de artigo. Sem ar-
concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensi- tigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo no
vos” está concordando em gênero (masculino) e número plural, o verbo deve ficar o plural.
(plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero se correspondem. A correspondência de flexão entre Alagoas impressiona pela beleza das praias.
dois termos é a concordância, que pode ser verbal ou no- As Minas Gerais são inesquecíveis.
minal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

78
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de singular:
vós”, o verbo pode concordar com o primeiro prono- Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
me (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome Nem uma das que me escreveram mora aqui.
pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?  Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? tivo, o verbo pode:
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
vadoras. o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que
faça o mesmo).
Observação: 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a in- luídos (noção de que existem outros rios na mesma
clusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou condição).
escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos”,
ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e nada verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
fizeram”, frase que soa como uma denúncia. Vossa Excelência está cansado?
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Vossas Excelências renunciarão?
no singular, o verbo ficará no singular.
Qual de nós é capaz? I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
Algum de vós fez isso. acordo com o numeral.
Deu uma hora no relógio da sala.
E) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Deram cinco horas no relógio da sala.
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo Soam dezenove horas no relógio da praça.
deve concordar com o substantivo. Baterão doze horas daqui a pouco.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do Observação:
prefeito. Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, tor-
1% do eleitorado aceita a mudança. re, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
1% dos alunos faltaram à prova. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
Soa quinze horas o relógio da matriz.
 Quando a expressão que indica porcentagem não é
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
o número. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular.
25% querem a mudança. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
1% conhece o assunto. Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenô-
menos da natureza. Exemplos:
 Se o número percentual estiver determinado por Havia muitas garotas na festa.
artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á Faz dois meses que não vejo meu pai.
com eles: Chovia ontem à tarde.
Os 30% da produção de soja serão exportados.
Esses 2% da prova serão questionados. 1.2. Sujeito Composto

F) O pronome “que” não interfere na concordância; já A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do a concordância se faz no plural:
singular. Pai e filho conversavam longamente.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sou eu quem faz a prova. Sujeito
LÍNGUA PORTUGUESA

Não serão eles quem será aprovado.


B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- maticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
mir a forma plural. te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) preva-
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encanta- lece sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez,
ram os poetas. prevalece sobre a terceira (eles). Veja:
Este candidato é um dos que mais estudaram! Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)

79
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
Segunda Pessoa do Plural (Vós) no singular: Um e outro farão/fará a prova.

Pais e filhos precisam respeitar-se.  Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
Terceira Pessoa do Plural (Eles) o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos rece-
bem um mesmo grau de importância e a palavra
Observação: “com” tem sentido muito próximo ao de “e”.
Quando o sujeito é composto, formado por um elemen- O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
to da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é possível
para o próximo semestre.
empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): “Tu e
O professor com o aluno questionaram as regras.
teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de “tomaríeis”.
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
passa a existir uma nova possibilidade de concordân- ideia é enfatizar o primeiro elemento.
cia: em vez de concordar no plural com a totalidade O pai com o filho montou o brinquedo.
do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância O governador com o secretariado traçou os planos para
com o núcleo do sujeito mais próximo. o próximo semestre.
Faltaram coragem e competência. O professor com o aluno questionou as regras.
Faltou coragem e competência.
Compareceram todos os candidatos e o banca. Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
Compareceu o banca e todos os candidatos. composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões
“com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos adver-
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân- biais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma
cia é feita no plural. Observe: inversão da ordem. Veja:
Abraçaram-se vencedor e vencido. “O pai montou o brinquedo com o filho.”
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. “O governador traçou os planos para o próximo semestre
com o secretariado.”
“O professor questionou as regras com o aluno.”
1.2.1. Casos Particulares
Casos em que se usa o verbo no singular:
 Quando o sujeito composto é formado por núcleos Café com leite é uma delícia!
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin- O frango com quiabo foi receita da vovó.
gular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. Quando os núcleos do sujeito são unidos por expres-
A coragem e o destemor fez dele um herói. sões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não somen-
te”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”, o verbo
 Quando o sujeito composto é formado por núcleos ficará no plural.
dispostos em gradação, verbo no singular: Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- Nordeste.
do me satisfaz. Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
tícia.
 Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de Quando os elementos de um sujeito composto são re-
acordo com o valor semântico das conjunções: sumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
sia brasileira.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
na vida das pessoas.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- Outros Casos
ção”. Já em:
Juca ou Pedro será contratado. O Verbo e a Palavra “SE”
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpía- Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
da. de particular interesse para a concordância verbal:
LÍNGUA PORTUGUESA

A) quando é índice de indeterminação do sujeito;


Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam B) quando é partícula apassivadora.
no singular. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
 Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. ceira pessoa do singular:
Um ou outro compareceu à festa. Precisa-se de funcionários.
Nem um nem outro saiu do colégio. Confia-se em teses absurdas.

80
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver-  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indire- estar expressa ou subentendida:
tos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso,
o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Hoje é dia 26 de agosto.
Construiu-se um posto de saúde. Hoje são 26 de agosto.
Construíram-se novos postos de saúde.
Aqui não se cometem equívocos  Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade
Alugam-se casas. e for seguido de palavras ou expressões como pouco,
muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no
singular:
#FicaDica Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
Duas semanas de férias é muito para mim.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente
transformar a frase para a voz passiva. Se a fra-
 Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
se construída for “compreensível”, estaremos
for pronome pessoal do caso reto, com este concor-
diante de uma partícula apassivadora; se não, o
dará o verbo.
“se” será índice de indeterminação. Veja:
No meu setor, eu sou a única mulher.
Precisa-se de funcionários qualificados.
Aqui os adultos somos nós.
Tentemos a voz passiva:
Funcionários qualificados são precisados (ou
Observação:
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des-
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
tacado é índice de indeterminação do sujeito.
sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o
Agora:
pronome sujeito.
Vendem-se casas.
Eu não sou ela.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
Ela não é eu.
correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-
vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva.
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Repare em meu destaque. Percebeu semelhan-
titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o
ça? Agora é só memorizar!)
verbo SER concordará com o predicativo.
A grande maioria no protesto eram jovens.
O Verbo “Ser” O resto foram atitudes imaturas.

A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o O Verbo “Parecer”


sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução ver-
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do bal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito.  Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
Quando o sujeito ou o predicativo for:
 A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER sofre flexão:
concorda com a pessoa gramatical: As crianças parece gostarem do desenho.
Ele é forte, mas não é dois. (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas
Fernando Pessoa era vários poetas. crianças)
A esperança dos pais são eles, os filhos.
B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, FIQUE ATENTO!
com o que estiver no plural: Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER
Os livros são minha paixão! fica no singular. Por exemplo: As paredes pa-
Minha paixão são os livros! rece que têm ouvidos. (Parece que as paredes
têm ouvidos = oração subordinada substantiva
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o verbo SER indicar subjetiva).

 horas e distâncias, concordará com a expressão nu-


mérica: Concordância Nominal
É uma hora.
São quatro horas. A concordância nominal se baseia na relação entre
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
tros. ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes

81
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun-
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. que se refere:
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina saiu só.
seguintes regras gerais: Cristina e Débora saíram sós.
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Observação:
denunciavam o que sentia. Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a Eles só desejam ganhar presentes.
concordância pode variar. Podemos sistematizar essa
flexão nos seguintes casos:
#FicaDica
 Adjetivo anteposto aos substantivos:
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
O adjetivo concorda em gênero e número com o subs-
a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se
tantivo mais próximo.
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. de advérbio, portanto, invariável; se houver
Encontramos caída a roupa e os prendedores. coerência com o segundo, função de adjetivo,
Encontramos caído o prendedor e a roupa. então varia:
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa- Ele está só descansando. (apenas descansando)
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. - advérbio
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula de-
pois de “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
 Adjetivo posposto aos substantivos: Ele está só, descansando. (ele está sozinho e des-
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo cansando)
ou com todos eles (assumindo a forma masculina
plural se houver substantivo feminino e masculino).
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. G) Quando um único substantivo é modificado por dois
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. construções:
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.  O substantivo permanece no singular e coloca-se
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
Observação: espanhola e a portuguesa.
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,  O substantivo vai para o plural e omite-se o arti-
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois go antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola
substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no e portuguesa.
plural masculino, que é o gênero predominante quando há
substantivos de gêneros diferentes. Casos Particulares
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adje-
tivo fica no singular ou plural. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
A beleza e a inteligência feminina(s). mitido
O carro e o iate novo(s).
C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:  Estas expressões, formadas por um verbo mais um
O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti- adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
vo não for acompanhado de nenhum modificador: referem possuir sentido genérico (não vier precedido
Água é bom para saúde. de artigo).
O adjetivo concorda com o substantivo, se este for mo- É proibido entrada de crianças.
dificado por um artigo ou qualquer outro determinativo: Em certos momentos, é necessário atenção.
Esta água é boa para saúde. No verão, melancia é bom.
É preciso cidadania.
D) O adjetivo concorda em gênero e número com os Não é permitido saída pelas portas laterais.
LÍNGUA PORTUGUESA

pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon-


trou-as muito felizes.  Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido verbo como o adjetivo concordam com ele.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição É proibida a entrada de crianças.
DE + adjetivo, este último geralmente é usado no Esta salada é ótima.
masculino singular: Os jovens tinham algo de miste- A educação é necessária.
rioso. São precisas várias medidas na educação.

82
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
te
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e núme-
ro com o substantivo ou pronome a que se referem. 1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces-
Seguem anexas as documentações requeridas. pe – 2013) Formas de tratamento como Vossa Excelência
A menina agradeceu: - Muito obrigada. e Vossa Senhoria, ainda que sejam empregadas sempre na
Muito obrigadas, disseram as senhoras. segunda pessoa do plural e no feminino, exigem flexão
Seguem inclusos os papéis solicitados. verbal de terceira pessoa; além disso, o pronome possessi-
Estamos quites com nossos credores. vo que faz referência ao pronome de tratamento também
deve ser o de terceira pessoa, e o adjetivo que remete ao
Bastante - Caro - Barato - Longe pronome de tratamento deve concordar em gênero e nú-
mero com a pessoa — e não com o pronome — a que se
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como refere.
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- ( ) CERTO ( ) ERRADO
merais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordâncias
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- verbal e nominal ao se utilizar pronome de tratamento
nome adjetivo) devem ser na terceira pessoa e concordar em gênero
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) (masculino ou feminino) com a pessoa a quem se di-
As casas estão caras. (adjetivo) rige: “Vossa Excelência está cansada(o)?” – concordará
Achei barato este casaco. (advérbio) com quem está se falando: uma mulher ou um homem /
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) “Vossa Santidade trouxe seus pertences?” / “Vossas Se-
nhorias gostariam de um café?”.
Meio - Meia
2. (Prefeitura de São Luís-MA – Conhecimentos Bá-
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, sicos Cargos de Técnico Municipal – Nível Médio –
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi Cespe – 2017)
meia porção de polentas.
Quando empregada como advérbio permanece invariá- Texto CB3A2BBB
vel: A candidata está meio nervosa.
O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos es-
#FicaDica tão na base das Constituições democráticas modernas. A
paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para o reco-
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim nhecimento e a efetiva proteção dos direitos humanos em
saberei que se trata de um advérbio, não de cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo tempo,
adjetivo: “A candidata está um pouco nervosa”. o processo de democratização do sistema internacional,
que é o caminho obrigatório para a busca do ideal da paz
perpétua, não pode avançar sem uma gradativa ampliação
Alerta - Menos do reconhecimento e da proteção dos direitos humanos,
acima de cada Estado. Direitos humanos, democracia e paz
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem são três elementos fundamentais do mesmo movimento
sempre invariáveis. histórico: sem direitos humanos reconhecidos e protegi-
Os concurseiros estão sempre alerta. dos, não há democracia; sem democracia, não existem as
Não queira menos matéria! condições mínimas para a solução pacífica dos conflitos.
Em outras palavras, a democracia é a sociedade dos cida-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS dãos, e os súditos se tornam cidadãos quando lhes são
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- reconhecidos alguns direitos fundamentais; haverá paz es-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São tável, uma paz que não tenha a guerra como alternativa,
Paulo: Saraiva, 2010. somente quando existirem cidadãos não mais apenas des-
LÍNGUA PORTUGUESA

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- te ou daquele Estado, mas do mundo.
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adapta-
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ções).

SITE Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A2BBB,


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php os termos “não há” e “não existem” poderiam ser substituí-
dos, respectivamente, por

83
a) não existe e não têm. 5. (Tribunal de Contas do Distrito Federal-df – Co-
b) não existe e inexiste. nhecimentos BÁSICOS – ANALISTA DE ADMINIS-
c) inexiste e não há. TRAÇÃO PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA – cespe – 2014
d) inexiste e não acontece. – adaptada) (...) Há décadas, países como China e Índia
e) não tem e não têm. têm enviado estudantes para países centrais, com resultados
muito positivos.(...)
Resposta: Letra C. A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída
Busquemos o contexto: por Fazem.
- sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não
há democracia = poderíamos substituir por “não exis- ( ) CERTO ( ) ERRADO
te”, inexiste (verbo “haver” empregado com o sentido
de “existir”) Resposta: Errado.
- sem democracia, não existem as condições mínimas O verbo “fazer”, quando empregado no sentido de tem-
para a solução pacífica dos conflitos = sentido de “exis- po passado, não sofre flexão. Portanto, sua forma corre-
tir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no plural, já ta seria: “faz décadas”.
que devemos concordar com “as condições mínimas”.
A única “troca” adequada seria o verbo “haver” – que
pode ser utilizado com o sentido de “existir”. Teríamos: REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.
sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, ine-
xiste democracia; sem democracia, não há as condições
mínimas para a solução pacífica dos conflitos.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
3. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-
mércio Exterior – Analista Técnico Administrativo – Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
cespe – 2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
com os resultados das negociações”, o adjetivo estará cor- (regência nominal) e seus complementos.
retamente empregado se dirigido a ministro de Estado do
sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve concordar Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
com a locução pronominal de tratamento “Vossa Excelên-
cia”. A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
( ) CERTO ( ) ERRADO
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência,
o que corresponde à diversidade de significados que estes
Resposta: Errado.
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que
Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo feminino
forem empregados.
(ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con-
masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito.
tentar.
O pronome de tratamento é apenas a maneira como tra- A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra-
tar a autoridade, não regendo as demais concordâncias. do ou prazer”, satisfazer.
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra-
4. (Abin – Agente Técnico de Inteligência – cespe – dar a alguém”.
2010 – adaptada) (...) Da combinação entre velocidade,
persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a no- O conhecimento do uso adequado das preposições é
ção contemporânea de agilidade, transformada em principal um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver-
característica de nosso tempo. bal (e também nominal). As preposições são capazes de
A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramatical modificar completamente o sentido daquilo que está sen-
para o texto, ser flexionada no plural, para concordar com do dito.
“velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilida- Cheguei ao metrô.
de” Cheguei no metrô.

( ) CERTO ( ) ERRADO No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-


LÍNGUA PORTUGUESA

gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.


Resposta: Errado.
O verbo está concordando com o termo “combinação”, A voluntária distribuía leite às crianças.
por isso deve ficar no singular. A voluntária distribuía leite com as crianças.
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje-
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial).

84
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos C) Verbos Transitivos Indiretos
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes Os verbos transitivos indiretos são complementados
formas em frases distintas. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
A) Verbos Intransitivos regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
Chegar, Ir de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- lhe, lhes.
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
Ricardo foi para a Espanha. iguais para todos.
Adjunto Adverbial de Lugar
Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Comparecer tos introduzidos pela preposição “a”:
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
em ou a. Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl-
timo jogo. Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
B) Verbos Transitivos Diretos quem” ou “ao que” se responde.
Respondi ao meu patrão.
Os verbos transitivos diretos são complementados por Respondemos às perguntas.
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição Respondeu-lhe à altura.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos Observação:
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver- do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após analítica:
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e O questionário foi respondido corretamente.
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, tos introduzidos pela preposição “com”.
castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, Antipatizo com aquela apresentadora.
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. nam para uma minoria privilegiada.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
como o verbo amar: D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a. Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
Amam aquele rapaz. / Amam-no. nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: indireto relacionado a pessoas.


Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos ad- Agradeço aos ouvintes a audiência.
nominais): Objeto Indireto Objeto Direto
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carrei- Paguei o débito ao cobrador.
ra) Objeto Direto Objeto Indireto
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)

85
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Preferir
com particular cuidado:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi-
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. reto introduzido pela preposição “a”:
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Prefiro trem a ônibus.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. Observação:

Informar Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem


termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. existente no próprio verbo (pre).
Informe os novos preços aos clientes.
Mudança de Transitividade - Mudança de Significa-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos do
preços)
Na utilização de pronomes como complementos, veja Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
as construções: dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin-
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so- guístico muito importante, pois além de permitir a correta
bre eles) interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais,
Observação: estão:

A mesma regência do verbo informar é usada para os Agradar


seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
Comparar acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as Aquele comerciante agrada os clientes.
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agra-
indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
do a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento intro-
uma criança. duzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Pedir O cantor não lhes agradou.

Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de O cantor desagradou à plateia.
pessoa.
Aspirar
Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
tantiva Objetiva Direta como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
rávamos a ele)
A construção “pedir para”, muito comum na linguagem
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta.
as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utiliza-
No entanto, é considerada correta quando a palavra licença das, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o
estiver subentendida. exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam
LÍNGUA PORTUGUESA

Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. a ela)


Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz Assistir
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
assistência a, auxiliar.
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.

86
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
ciar, estar presente, caber, pertencer. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
Assistimos ao documentário. não trabalhasse arduamente.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino. Namorar

No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran- Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar anos.
introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa contur-
bada cidade. Obedecer - Desobedecer
Chamar
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, soli- Sempre transitivo indireto:
citar a atenção ou a presença de. Todos obedeceram às regras.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- Ninguém desobedece às leis.
má-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre-
sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo Proceder
preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário. Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
A torcida chamou ao jogador mercenário. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
A torcida chamou o jogador de mercenário. segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
A torcida chamou ao jogador de mercenário. adverbial de modo.
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: As afirmações da testemunha procediam, não havia
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide. como refutá-las.
Custar Você procede muito mal.
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposi-
e verduras não deveriam custar muito. ção “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido
pela preposição “a”) é transitivo indireto.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo O avião procede de Maceió.
ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re- Procedeu-se aos exames.
duzida de infinitivo. O delegado procederá ao inquérito.

Muito custa viver tão longe da família. Querer


Verbo Intransitivo Oração Subordinada
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter von-
tade de, cobiçar.
Custou-me (a mim) crer nisso. Querem melhor atendimento.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- Queremos um país melhor.
tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
A Gramática Normativa condena as construções que estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
pessoa: Custei para entender o problema. Visar
= Forma correta: Custou-me entender o problema.
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar,
Implicar fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: O homem visou o alvo.
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes O gerente não quis visar o cheque.
LÍNGUA PORTUGUESA

implicavam um firme propósito.


B) ter como consequência, trazer como consequência, No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como ob-
acarretar, provocar: Uma ação implica reação. jetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econô- público.
micas.

87
Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será comple-
tiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de

88
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; parale-
lamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe – 2014 – adaptada)


O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas
e valores políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências infligem consi-
derável prejuízo às nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os cantos da sociedade
e por todos os espaços geográficos, afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos, independentemente de
classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos efeitos adversos do uso indevido
de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com
a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e afetam a estrutura social e econômica inter-
na, devendo o governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico de drogas, articulando-se internamente e com
a sociedade, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e repressão e garantir o envolvimento e a
LÍNGUA PORTUGUESA

aprovação dos cidadãos.


Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>.

Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em “com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do vocábulo
“conexos”.

( ) CERTO ( ) ERRADO

89
Resposta: Errado. Nas situações em que o nome geográfico se apresentar
Ao texto: (...) Questão de relevância na discussão dos modificado por um adjunto adnominal, a crase está con-
efeitos adversos do uso indevido de drogas é a asso- firmada.
ciação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
— geralmente de caráter transnacional — com a crimi- praias.
nalidade e a violência.
O termo está se referindo à associação – associação do
tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminali- #FicaDica
dade (2) (associação daquilo [1] com isso [2])
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou
EMPREGO DO ACENTO GRAVE INDICATIVO A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra
DA CRASE
quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
Crase

A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais


idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com Quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro- crase. Veja:
nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que,
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo Irei à Salvador de Jorge Amado.
acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
quais. A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
O uso do acento indicativo de crase está condicionado aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no- gente exigir complemento regido da preposição “a”.
minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Entregamos a encomenda àquela menina.
Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige (preposição + pronome demonstrativo)
complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
é aquele que completa o sentido do termo regente, admi- Iremos àquela reunião.
tindo a anteposição do artigo a(s). (preposição + pronome demonstrativo)
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con-
tratada recentemente. Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian-
Após a junção da preposição com o artigo (destacados ça. (àquelas que eu ouvia quando criança)
entre parênteses), temos: (preposição + pronome demonstrativo)
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada
recentemente. A letra “a” que acompanha locuções femininas (adver-
biais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento grave:
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, classi-  locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
fica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos pressas, à vontade...
a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o
 locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro-
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome
cura de...
demonstrativo aquela (àquela).
 locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
Observações importantes:
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos Cuidado: quando as expressões acima não exercerem a
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns: função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
 Substitui-se a palavra feminina por uma masculina Eu adoro a noite!
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
crase está confirmada. objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Os dados foram solicitados à diretora. preposição.
Os dados foram solicitados ao diretor.
 No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se Casos passíveis de nota:
LÍNGUA PORTUGUESA

o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na


expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.  A crase é facultativa diante de nomes próprios femi-
Faremos uma visita à Bahia. ninos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)  Também é facultativa diante de pronomes possessi-
vos femininos: O diretor fez referência a (à) sua em-
Não me esqueço da viagem a Roma. presa.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-  Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja fi-
mais vividos. cará aberta até as (às) dezoito horas.

90
 Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-  Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se im- à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o
plícitas, mesmo diante de nomes masculinos: Tenho uso da crase está confirmado no “a” que os antecede,
compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda no caso de o termo regente exigir a preposição.
de Luís XV) Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-  Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, obser- em sentido genérico ou indeterminado:
vamos a queima de fogos a distância. Estamos sujeitos a críticas.
 Refiro-me a conversas paralelas.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
arremessado à distância de cem metros. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
 De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
-, faz-se necessário o emprego da crase. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Ensino à distância. Paulo: Saraiva, 2010.
Ensino a distância.
 Em locuções adverbiais formadas por palavras repe- SITE
tidas, não há ocorrência da crase. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
Ela ficou frente a frente com o agressor. html
Eu o seguirei passo a passo.

Casos em que não se admite o emprego da crase:


EXERCÍCIOS COMENTADOS
Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces-
Esta caneta pertence a Pedro.
pe – 2014 – adaptada) O acento indicativo de crase em
“à humanidade e à estabilidade” é de uso facultativo, razão
Antes de verbos no infinitivo.
por que sua supressão não prejudicaria a correção grama-
Ele estava a cantar.
Começou a chover. tical do texto.

Antes de numeral. ( ) CERTO ( ) ERRADO


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. Resposta: Errado.
Retomemos o contexto: (...) O uso indevido de drogas
Observações: constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à hu-
 Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- manidade e à estabilidade das estruturas e valores po-
nando como uma locução adverbial feminina – ocor- líticos (...).
rerá crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já que
 Diante de numerais ordinais femininos a crase está os termos “humanidade” e “estabilidade” complemen-
confirmada, visto que estes não podem ser empre- tam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?” = a
gados sem o artigo: As saudações foram direcionadas regência nominal pede preposição.
à primeira aluna da classe.
 Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando 2. (TCE-PA – Conhecimentos Básicos – AUDITOR DE
essa não se apresentar determinada: Chegamos to- CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL – Cespe –
dos exaustos a casa. 2016)
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adno-
minal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaustos Texto CB1A1BBB
à casa de Marcela.
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com o
 Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que es-
indicar chão firme: Quando os navegantes regressa- touraram o limite de gastos com pessoal fixado pela Lei
ram a terra, já era noite. Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Respon-
LÍNGUA PORTUGUESA

Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- sabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria legis-
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. lação destinada a assegurar, como alegam, maior rigor na
Paulo viajou rumo à sua terra natal. gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de respon-
O astronauta voltou à Terra. sabilidade fiscal para, segundo argumentam, fortalecer a
 Não ocorre crase antes de pronomes que requerem estrutura legal que protege o dinheiro público do mau uso
o uso do artigo. por gestores irresponsáveis.
Os livros foram entregues a mim. Examinando-se a situação financeira dos estados que pre-
Dei a ela a merecida recompensa. param sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica di-

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fícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000, quando
entrou em vigor a LRF, esses estados, como os demais, es-
tão sujeitos a regras precisas para a gestão do dinheiro pú- HORA DE PRATICAR!
blico, para a criação de despesas e, em particular, para os
gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido algumas 1. (MAPA – Auditor Fiscal Federal Agropecuário – Mé-
dessas regras, estariam interessados em torná-las ainda dico Veterinário – Superior – ESAF – 2017) Assinale a op-
mais rigorosas? ção que apresenta desvio de grafia da palavra.
Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo A acupuntura é uma terapia da medicina tradicional chine-
dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram. sa que favorece a regularização dos processos fisiológicos
De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem do corpo, no sentido de promover ou recuperar o estado
nas condições atuais esses responsáveis estão sendo ca- natural de saúde e equilíbrio. Pode ser usada preventiva-
pazes de cumpri-la? O problema não está na lei. Mudá-la mente (1) para evitar o desenvolvimento de doenças, como
pode ser o pretexto não para torná-la mais rigorosa, mas terapia curativa no caso de a doença estar instalada ou
para atribuir-lhe alguma flexibilidade que a desfigure. O como método paliativo (2) em casos de doenças crônicas
verdadeiro problema é a dificuldade do setor público de de difícil tratamento. Tem também uma ação importante
adaptar suas despesas às receitas em queda por causa da na medicina rejenerativa (3) e na reabilitação. O tratamento
crise. de acupuntura consiste na introdução de agulhas filiformes
no corpo dos animais. Em geral são deixadas cerca de 15 a
Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta- 20 minutos. A colocação das agulhas não é dolorosa para
ções). os animais e é possível observar durante os tratamentos
diferentes reações fisiológicas (4), indicadoras de que o tra-
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da re- tamento está atingindo o efeito terapêutico (5) desejado.
gência do verbo “adaptar” e da presença do artigo definido Disponível: <http://www.veterinariaholistica.net/acu-
feminino determinando o substantivo “receitas”. puntura-fitoterapia-e-homeopatia.html/>. Acesso em
28/11/2017. (Com adaptações)
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) (1)
Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di- b) (2)
ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às c) (3)
receitas em queda por causa da crise = quem adapta, d) (4)
adapta algo/alguém A algo/alguém. e) (5)

3. (Fnde – Técnico em Financiamento e Execução de 2. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
Programas e Projetos Educacionais – cespe – 2012) O Administrativa – Médio – FCC – 2017) Respeitando-se as
emprego do sinal indicativo de crase em “adequando os ob- normas de redação do Manual da Presidência da República,
jetivos às necessidades” justifica-se pela regência do verbo a frase correta é:
adequar, que exige complemento regido pela preposição
“a”, e pela presença de artigo definido feminino antes de a) Solicito a Vossa Senhoria que verifique a possibilidade de
“necessidades”. implementação de projeto de treinamento de pessoal
para operar os novos equipamentos gráficos a serem
( ) CERTO ( ) ERRADO instalados em seu setor.
b) Venho perguntar-lhe, por meio desta, sobre a data em
Resposta: Certo. Adequar o quê? – os objetivos (objeto que Vossa Excelência pretende nomear vosso represen-
direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às) necessida- tante na Comissão Organizadora.
des – objeto indireto. A explicação do enunciado está c) Digníssimo Senhor: eu venho por esse comunicado, in-
correta. formar, que será organizado seminário, sobre o uso efi-
ciente de recursos hídricos, em data ainda a ser definida.
4. (Tribunal de Justiça-se – Técnico Judiciário – cespe d) Haja visto que o projeto anexo contribue para o desen-
– 2014 – adaptada) No trecho “deu início à sua cami- volvimento do setor em questão, informamos, por meio
nhada cósmica”, o emprego do acento grave indicativo de deste Ofício, que será amplamente analisado por espe-
crase é obrigatório. cialistas.
LÍNGUA PORTUGUESA

e) Neste momento, conforme solicitação enviada à Vossa


( ) CERTO ( ) ERRADO Senhoria anexo, não se deve adotar medidas que pos-
Resposta: Errado. “deu início à sua caminhada cósmi- sam com- prometer vossa realização do projeto men-
ca” – o uso do acento indicativo de crase, neste caso, é cionado.
facultativo (antes de pronome possessivo).

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3.(TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) 7. (CEFET-RJ – REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO
Analise as assertivas abaixo: – 2014) Observe a grafia das palavras do trecho a seguir.
A macro-história da humanidade mostra que todos enca-
I. O ladrão era de menor. ram os relatos pessoais como uma forma de se manterem
II. Não há regra sem exceção. vivos. Desde a idade do domínio do fogo até a era das mul-
III. É mais saudável usar menas roupa no calor. ticomunicações, os homens tem demonstrado que querem
IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante. pôr sua marca no mundo porque se sentem superiores.
V. Entre eu e você não existe mais nada. A palavra que NÃO está grafada corretamente é

A opção que apresenta vícios de linguagem é: a) macro-história.


b) multicomunicações.
a) I e III. c) tem.
b) I, II e IV. d) pôr.
c) II e IV. e) porque.
d) I, III, IV e V.
e) III, IV e V. 8. (Liquigás – Profissional Júnior – Ciências Contábeis
– cegranrio – 2014) O grupo em que todas as palavras
4. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) De estão grafadas de acordo com a norma-padrão da Língua
acordo com a nova ortografia, assinale o item em que to- Portuguesa é
das as palavras estão corretas:
a) gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem
a) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. b) pedágio, ultrage, pagem, angina
b) supracitado – semi-novo – telesserviço. c) refújio, agiota, rigidez, rabujento
c) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. d) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste
d) contrarregra – autopista – semi-aberto.
e) sargeta, jengiva, jiló, lambujem
e) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
9. (SIMAE – Agente Administrativo – ASSCON-PP –
5. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) O
2014) Assinale a alternativa que apresenta apenas palavras
uso correto do porquê está na opção:
escritas de forma incorreta.
a) Por quê o homem destrói a natureza?
b) Ela chorou por que a humilharam. a) Cremoso, coragem, cafajeste, realizar;
c) Você continua implicando comigo porque sou pobre? b) Caixote, encher, análise, poetisa;
d) Ninguém sabe o por quê daquele gesto. c) Traje, tanger, portuguesa, sacerdotisa;
e) Ela me fez isso, porquê? d) Pagem, mujir, vaidozo, enchergar;

6. (TJ-PA – Médico Psiquiatra – Superior – VUNESP – 10. (Receita Federal – Auditor Fiscal – ESAF – 2014) As-
2014) sinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de
grafia de palavra inserido na transcrição do texto.

A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secre-


taria da Receita Federal é apenas a mais recente denomi-
nação da Administração Tributária Brasileira nestes cinco
séculos de existência. Sua criação tornou-se (2) necessária
para modernizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora,
bem como para promover uma maior integração entre o
Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento ex-
pontâneo (3) das obrigações tributárias e a solução dos
eventuais problemas, bem como o acesso às (4) informa-
ções pessoais privativas de interesse de cada cidadão. O
surgimento da Secretaria da Receita Federal representou
Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- um significativo avanço na facilitação do cumprimento das
mente, as lacunas, de acordo com a norma-padrão da lín- obrigações tributárias, contribuindo para o aumento da ar-
gua portuguesa, considerando que o termo que preenche recadação a partir (5) do final dos anos 60.
LÍNGUA PORTUGUESA

a terceira lacuna é empregado para indicar que um evento (Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/his-


está prestes a acontecer torico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.)

a) anúncio ... A ... Iminente. a) (1).


b) anuncio ... À ... Iminente. b) (2).
c) anúncio ... À ... Iminente. c) (3).
d) anúncio ... A ... Eminente. d) (4).
e) anuncio ... À ... Eminente. e) (5).

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11. (Estrada de Ferro Campos do Jordão-SP – Analista 15. (prodam-am – assistente – funcab – 2014 – adapta-
Ferroviário – Oficinas – Elétrica – IDERH – 2014) Leia as da) Assinale a opção em que o par de palavras foi acentua-
orações a seguir: do segundo a mesma regra.
Minha mãe sempre me aconselha a evitar as _____ compa-
nhias. (mas/más) a) saúde-países
A cauda do vestido da noiva tinha um _________ enorme. b) Etíope-juízes
(cumprimento/comprimento) c) olímpicas-automóvel
Precisamos fazer as compras do mês, pois a _________ está d) vocês-público
vazia. (despensa/dispensa). e) espetáculo-mensurável

Completam, correta e respectivamente, as lacunas acima os 16. (Advocacia Geral da União – Técnico em Contabili-
expostos na alternativa: dade – idecan – 2014) Os vocábulos “cinquentenário” e
“império” são acentuados devido à mesma justificativa. O
a) mas – cumprimento – despensa. mesmo ocorre com o par de palavras apresentado em
b) más – comprimento – despensa.
c) más – cumprimento – dispensa. a) prêmio e órbita.
d) mas – comprimento – dispensa. b) rápida e tráfego
e) más – comprimento – dispensa. c) satélite e ministério.
d) pública e experiência.
12. (TRT-2ª REGIÃO-SP – Técnico Judiciário - Área Ad- e) sexagenário e próximo.
ministrativa – Médio – FCC – 2014) Está redigida com
clareza e em consonância com as regras da gramática nor- 17. (Rioprevidência – Especialista em Previdência Social
mativa a seguinte frase: – ceperj – 2014) A palavra “conteúdo” recebe acentuação
pela mesma razão de:
a) Queremos, ou não, ele será designado para dar a palavra
final sobre a polêmica questão, que, diga-se de passa- a) juízo
gem, tem feito muitos exitarem em se pronunciar. b) espírito
b) Consultaram o juíz acerca da possibilidade de voltar c) jornalístico
atraz na suspensão do jogador, mas ele foi categórico d) mínimo
quanto a impossibilidade de rever sua posição. e) disponíveis
c) Vossa Excelência leu o documento que será apresentado
em rede nacional daqui a pouco, pela voz de Sua Exce- 18. (Ministério do Meio Ambiente – icmbio – cespe –
lência, o Senhor Ministro da Educação? 2014) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos
d) A reportagem sobre fascínoras famosos não foi nada vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”.
positiva para o público jovem que estava presente, de
que se desculparam os idealizadores do programa. ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) Estudantes e professores são entusiastas de oferecer aos
jovens ingressantes no curso o compartilhamento de 19. (Prefeitura de Balneário Camboriú-sc – Guarda Mu-
projetos, com que serão também autores. nicipal – fepese – 2014 – adaptada) Assinale a alternativa
em que todas as palavras são oxítonas.
13. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) A
acentuação correta está na alternativa: a) pé, lá, pasta
b) mesa, tábua, régua
a) eu abençôo – eles crêem – ele argúi. c) livro, prova, caderno
b) platéia – tuiuiu – instrui-los. d) parabéns, até, televisão
c) ponei – geléia – heroico. e) óculos, parâmetros, título
d) eles têm – ele intervém – ele constrói.
e) lingüiça – feiúra – idéia. 20. (Advocacia Geral da União – Técnico em Comunica-
ção Social – idecan – 2014) Assinale a alternativa em que
14. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – AOCP – a acentuação de todas as palavras está de acordo com a
2014) A palavra que está acentuada corretamente é: mesma regra da palavra destacada: “Procuradorias com-
LÍNGUA PORTUGUESA

provam necessidade de rendimento satisfatório para reno-


a) Históriar. vação do FIES”.
b) Memórial.
c) Métodico. a) após / pó / paletó
d) Própriedade. b) moído / juízes / caído
e) Artifício. c) história / cárie / tênue
d) álibi / ínterim / político
e) êxito / protótipo / ávido

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21. (Prefeitura de Brusque-sc – Educador Social – fepese 26. (Prefeitura de Sertãozinho-SP – Farmacêutico – Su-
– 2014) Assinale a alternativa em que só palavras paroxíto- perior – VUNESP – 2017) O sinal indicativo de crase está
nas estão apresentadas. empregado corretamente nas duas ocorrências na alterna-
tiva:
a) facilitada, minha, canta, palmeiras
b) maná, papá, sinhá, canção a) Muitos indivíduos são propensos à associar, inadvertida-
c) cá, pé, a, exílio mente, tristeza à depressão.
d) terra, pontapé, murmúrio, aves b) As pessoas não querem estar à mercê do sofrimento, por
e) saúde, primogênito, computador, devêssemos isso almejam à pílula da felicidade.
c) À proporção que a tristeza se intensifica e se prolonga,
22. (Ministério do Desenvolvimento Agrário – Técnico pode-se, à primeira vista, pensar em depressão.
em Agrimensura – funcab – 2014) A alternativa que apre- d) À rigor, os especialistas não devem receitar remédios às
senta palavra acentuada por regra diferente das demais é: pessoas antes da realização de exames acurados.
e) Em relação à informação da OMS, conclui-se que existem
a) dúvidas. 121 milhões de pessoas à serem tratadas de depressão.
b) muitíssimos.
c) fábrica. 27. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
d) mínimo. Administrativa – Médio – FCC – 2017) É difícil planejar
e) impossível. uma cidade e resistir à tentação de formular um projeto de
sociedade.
23. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab – O sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso o verbo
2014) Assinale a alternativa em que todas as palavras fo- sublinhado acima seja substituído por:
ram acentuadas segundo a mesma regra.
a) não acatar.
a) indivíduos - atraí(-las) - período
b) driblar.
b) saíram – veículo - construído
c) controlar.
c) análise – saudável - diálogo
d) superar.
d) hotéis – critérios - através
e) não sucumbir.
e) econômica – após – propósitos
28. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
24. (Corpo de Bombeiros Militar-pi – Curso de Formação
Administrativa – Médio – FCC – 2017) A frase em que há
de Soldados – uespi – 2014) “O evento promove a saúde
de modo integral.” A regra que justifica o acento gráfico uso adequado do sinal indicativo de crase encontra-se em:
no termo destacado é a mesma que justifica o acento em:
a) A tendência de recorrer à adaptações aparece com maior
a) “remédio”. força na Hollywood do século 21.
b) “cajú”. b) É curioso constatar a rapidez com que o cinema agregou
c) “rúbrica”. à máxima.
d) “fráude”. c) A busca pela segurança leva os estúdios à apostarem em
e) “baú”. histórias já testadas e aprovadas.
d) Tal máxima aplica-se perfeitamente à criação de peças
25. (TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa – de teatro.
Médio – FGV – 2015) e) Há uma massa de escritores presos à contratos fixos em
Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no sig- alguns estúdios.
no de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito
à sua vida profissional e projetos de carreira. Os próximos 29. (Prefeitura de Marília-SP – Auxiliar de Escrita – Mé-
dias serão ótimos para dar andamento a projetos que co- dio – VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que o sinal
meçaram há alguns dias ou semanas. Os resultados chega- indicativo de crase está empregado corretamente.
rão rapidamente”.
a) A voluntária aconselhou a remetente à esquecer o amor
O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a” com de infância.
acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua vida b) O carteiro entregou às voluntárias do Clube de Julieta
LÍNGUA PORTUGUESA

profissional”. A frase abaixo em que o emprego do acento uma nova remessa de cartas.
grave da crase é corretamente empregado é: c) O médico ofereceu à um dos remetentes apoio psico-
lógico.
a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis; d) As integrantes do Clube levaram horas respondendo à
b) começaram à chorar assim que leram as previsões; diversas cartas.
c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer; e) O Clube sugeriu à algumas consulentes que fizessem no-
d) o leitor estava à procura de seu destino; vas amizades.
e) o astrólogo previa o futuro passo à passo

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30. (prefeitura de são Paulo-sp – técnico em saúde – 34. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE –
laboratório – médio – vunesp – 2014) Reescrevendo-se UFAL – 2014) Na afirmação abaixo, de Padre Vieira,
o segmento frasal – ... incitá-los a reagir e a enfrentar o “O trigo não picou os espinhos, antes os espinhos o pica-
desconforto, ... –, de acordo com a regência e o acento in- ram a ele... Cuidais que o sermão vos picou a vós” o subs-
dicativo da crase, tem-se: tantivo “espinhos” tem, respectivamente, função sintática
de,
a) ... incitá-los à reação e ao enfrentamento do desconforto,
... a) objeto direto/objeto direto.
b) ... incitá-los a reação e o enfrentamento do desconforto, b) sujeito/objeto direto.
... c) objeto direto/sujeito.
c) ... incitá-los à reação e à enfrentamento do desconforto, d) objeto direto/objeto indireto.
... e) sujeito/objeto indireto.
d) ... incitá-los à reação e o enfrentamento do desconforto,
... 35. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE –
e) ... incitá-los a reação e à enfrentamento do desconforto, UFAL – 2014) No texto, “Arranca o estatuário uma pedra
.. dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois
que desbastou o mais grosso, toma o maço e cinzel na
31. (CONAB – Contabilidade – Superior – IADES – 2014 mão para começar a formar um homem, primeiro membro
– adaptada) Considerando o trecho “atualizou os dados a membro e depois feição por feição.”
relativos à produção de grãos no Brasil.” e conforme a nor- VIEIRA, P. A. In Sermão do Espírito Santo. Acervo da Acade-
ma-padrão, assinale a alternativa correta. mia Brasileira de Letras
A oração sublinhada exerce uma função de
a) a crase foi empregada indevidamente no trecho.
b) o autor poderia não ter empregado o sinal indicativo de a) causalidade.
crase.
b) conclusão.
c) se “produção” estivesse antecedida por essa, o uso do
c) oposição.
sinal indicativo de crase continuaria obrigatório.
d) concessão.
d) se, no lugar de “relativos”, fosse empregado referentes, o
e) finalidade.
uso do sinal indicativo de crase passaria a ser facultativo.
e) caso o vocábulo minha fosse empregado imediatamente
antes de “produção”, o uso do sinal indicativo de crase
36. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – Superior –
seria facultativo.
AOCP – 2014) Em “Se a ‘cura’ fosse cara, apenas uma pe-
32. (Sabesp-SP – atendente a clientes – Médio – fcc – quena fração da sociedade teria acesso a ela.”, a expressão
2014 – adaptada) No trecho Refiro-me aos livros que fo- em destaque funciona como:
ram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre –
à espera de serem lidos, o uso do acento de crase obedece a) objeto direto.
à mesma regra seguida em: b) adjunto adnominal.
c) complemento nominal.
a) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como d) sujeito paciente.
evitá-la. e) objeto indireto.
b) Informou à paciente que os remédios haviam surtido
efeito. 37. (EBSERH – HUSM-UFSM-RS – Analista Administrati-
c) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à novela. vo – Jornalismo – Superior – AOCP – 2014)
d) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha “Sinta-se ungido pela sorte de recomeçar. Quando seu fi-
fórmula. lho crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais tarde -...”
e) Comunique às minhas alunas que as provas estão cor- No período acima, a oração destacada:
rigidas.
a) estabelece uma relação temporal com a oração que lhe
33. (TRT-AL – Analista Judiciário – Superior – FCC–2014) é subsequente.
... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas... b) estabelece uma relação temporal com a oração que a
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de comple- antecede.
LÍNGUA PORTUGUESA

mento que o da frase acima está em: c) estabelece uma relação condicional com a oração que
lhe é subsequente.
a) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... d) estabelece uma relação condicional com a oração que
b) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da a antecede.
Idade Média. e) estabelece uma relação de finalidade com a oração que
c) ... viajavam por cordilheiras... lhe é subsequente.
d) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
e) O maquinista empurra a manopla do acelerador.

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38. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab – 42. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio – VU-
2014) O termo destacado em: “As pessoas estão sempre NESP – 2015) Leia o texto, para responder às questões.
muito ATAREFADAS.” exerce a seguinte função sintática: O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às
a) objeto direto. ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo
b) objeto indireto. for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A vida do
c) adjunto adverbial. direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes
d) predicativo. sociais, dos indivíduos.
e) adjunto adnominal. Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela
luta; seus princípios mais importantes tiveram de enfrentar
39. (trt-13ª região-pb – Técnico Judiciário – Tecnologia os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qual-
da Informação – Médio – fcc – 2014) Ao mesmo tempo, quer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do in-
as elites renunciaram às ambições passadas... divíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de comple- a luta. O direito não é uma simples ideia, é uma força viva.
mento que o grifado acima está empregado em: Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por
a) Faltam-nos precedentes históricos para... meio da qual o defende.
b) Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro... A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a
c) Esse novo espectro comprova a novidade de nossa si- espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e
tuação... o verdadeiro estado de direito só pode existir quando a
d) As redes sociais eram atividades de difícil implementação... justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com
e) ... como se imitássemos o padrão de conforto... que manipula a balança.
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Pú-
blico, mas de toda a população. A vida do direito nos ofe-
40. (Cia de Serviços de Urbanização de Guarapuava-pr rece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um
– Agente de Trânsito – consulplam – 2014) Quanto à fun- esforço e de uma luta incessante, como o despendido na
ção que desempenha na sintaxe da oração, o trecho em produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se
destaque “Tenho uma dor que passa daqui pra lá e de lá veja na contingência de ter de sustentar seu direito par-
pra cá” corresponde a: ticipa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a
realização da ideia do direito. É verdade que nem todos
a) Oração subordinada adjetiva restritiva. enfrentam o mesmo desafio.
b) Oração subordinada adjetiva explicativa. A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranqui-
c) Adjunto adnominal. lamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo
d) Oração subordinada adverbial espacial. direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não nos
compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e
41. (Advocacia-Geral da União – Técnico em Comunica- de ordem.
ção Social – idecan – 2014) Acerca das relações sintáticas (Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)
que ocorrem no interior do período a seguir “Policiais de
Los Angeles tomam facas de criminosos, perseguem bêba- Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi empre-
dos na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu gada para sinalizar a omissão de um verbo, tal como ocorre
relatório.”, é correto afirmar que na passagem – A espada sem a balança é a força bruta, a
balança sem a espada, a impotência do direito.
a) “o dia” é sujeito do verbo “terminar”.
b) o sujeito do período, Policiais de Los Angeles, é com- a) O direito, no sentido objetivo, compreende os princípios
posto. jurídicos manipulados pelo Estado.
c) “bêbados” e “criminosos” apresentam-se na função de b) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois nunca
sujeito. chegaria ao fim.
d) “facas” possui a mesma função sintática que “bêbados” c) Do autor exige-se que prove, até o último centavo, o
e “relatório”. interesse pecuniário.
e) “de criminosos”, “na estrada”, “na delegacia” são termos d) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência do
que indicam circunstâncias que caracterizam a ação verbal. direito está na ação.
LÍNGUA PORTUGUESA

e) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das


faces, aos demais, a outra.

97
43. (TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa – a) O uso da vírgula entre as orações é opcional.
Médio – FGV – 2015). b) A redação “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
seu rosto por que sentia um misto de amor e saudade.”
Texto 2 - “A primeira missão tripulada ao espaço profundo poderia substituir a original.
desde o programa Apollo, da década 1970, com o objetivo c) O uso do hífen seria obrigatório, caso o prefixo re fosse
de enviar astronautas a Marte até 2030 está sendo prepa- acrescentado ao vocábulo “lia”.
rada pela Nasa (agência espacial norte-americana). O pri- d) Caso a ordem das orações fosse invertida, o uso da vír-
meiro passo para a concretização desse desafio será dado gula entre elas poderia ser dispensado.
nesta sexta-feira (5), com o lançamento da cápsula Orion, e) Assim como o vocábulo “lágrimas”, devem ser acentua-
da base da agência em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Es- dos graficamente rúbrica, filântropo e lúcida.
tados Unidos. O lançamento estava previsto originalmente
para esta quinta-feira (4), mas devido a problemas técnicos 46. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014)
foi reagendado para as 7h05 (10h05 no horário de Brasí- Verifique a pontuação nas frases abaixo e marque a asser-
tiva correta:
lia).”
(Ciência, Internet Explorer).
a) Céus: Que injustiça.
b) O resultado do placar, não o abateu.
“com o lançamento da cápsula Orion, da base da agên-
c) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava em
cia em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.” pleno atendimento.
Os termos sublinhados se encarregam da localização do d) Comam bastantes frutas crianças!
lançamento da cápsula referida; o critério para essa locali- e) Comprei abacate, e mamão maduro.
zação também foi seguido no seguinte caso: Os protestos
contra as cotas raciais ocorreram: 47. (SAAE-SP – Fiscal Leiturista – VUNESP – 2014)

a) em Brasília, Distrito Federal, na região Centro-Oeste;


b) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, região Sul;
c) em Pedrinhas, São Luís, Maranhão;
d) em São Paulo, São Paulo, Brasil;
e) em Goiânia, região Centro-Oeste, Brasil.

44. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área


Administrativa – Médio – FCC – 2017) Está plenamente
adequada a pontuação do seguinte período:

a) A produção cinematográfica como é sabido, sempre be-


beu na fonte da literatura, mas o cinema declarou-se,
independente das outras artes há mais de meio século.
b) Sabe-se que, a produção cinematográfica sempre consi-
derou a literatura como fonte de inspiração, mas o cine-
ma declarou-se independente das outras artes, há mais
de meio século.
c) Há mais de meio século, o cinema declarou-se indepen-
dente das outras artes, embora a produção cinemato-
gráfica tenha sempre considerado a literatura como fon-
te de inspiração.
d) O cinema declarou-se independente, das outras artes,
há mais de meio século; porém, sabe-se, que a produção Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua-
cinematográfica sempre bebeu na fonte da literatura. ção está correta em:
e) A literatura, sempre serviu de fonte inspiradora do ci-
nema, mas este, declarou-se independente das outras a) Hagar disse, que não iria.
artes há mais de meio século − como é sabido. b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e
LÍNGUA PORTUGUESA

lagostas, aos vizinhos.


45. (Correios – Técnico em Segurança do Trabalho Jú- c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para
nior – Médio – IADES – 2017 – adaptada) Quanto às re- Hagar e Helga
gras de ortografia e de pontuação vigentes, considere o
período “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em seu d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar
rosto numa mistura de amor e saudade.” e assinale a alter- à Helga.
nativa correta. e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos
Stevensens, para jantar bifes e lagostas.

98
48. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPENET 51. (Emplasa-Sp – Analista Jurídico – Direito – vunesp
– 2014) Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, observe os itens – 2014) Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a
abaixo: pontuação está correta em:

I. “Calma, gente”. a) Como há suspeita, por parte da família de que João Gou-
II. “Que mundo é este que chorar não é “normal”? lart tenha sido assassinado; a Comissão da Verdade de-
III. “Sustentabilidade, paradigma de vida” cidiu reabrir a investigação de sua morte, em maio deste
IV. “Será que precisa de mais licitações? Haja licitações!” ano, a pedido da viúva e dos filhos.
V. “E, de repente, aquela rua se tornou um grande lago...” b) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou o pe-
dido da família do ex-presidente João Goulart e reabriu
Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA. a investigação da morte deste, visto que, para a viúva e
para os filhos, Jango pode ter sido assassinado.
a) No item I, a vírgula isola um aposto. c) A investigação da morte de João Goulart, foi reaberta,
b) No item II, a interrogação indica uma mensagem inter- em maio deste ano pela Comissão da Verdade, para
rompida. apuração da causa da morte do ex-presidente uma vez
c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o seu que, para a família, Jango pode ter sido assassinado.
antecedente. d) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João
d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a interrogação Goulart, reabriu em maio deste ano a investigação de
e a exclamação, indicam surpresa. sua morte, porque, a hipótese de assassinato não é des-
e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas, apenas, cartada, pela viúva e filhos.
por um ponto e vírgula após o termo “repente”. e) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Goulart,
suspeitando que ele possa ter sido assassinado pediram
49. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPENET a reabertura da investigação de sua morte, à Comissão
– 2014 – adaptada) da Verdade, esta, atendeu o pedido em maio deste ano.
“Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política, de
ideais. Jamais conheci alguém sinceramente cansado de 52. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho –
dinheiro.” cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do trecho
(Millôr Fernandes) “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais
comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se inse-
Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO afirmar risse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”.
que:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) são facultativas.
b) isolam apostos. 53. (Prefeitura de Arcoverde-PE – Administrador de Re-
c) separam elementos de mesma função sintática. cursos Humanos – CONPASS – 2014) Leia o texto a seguir:
d) a terceira é facultativa. “Pagar por esse software não é um luxo, mas uma necessi-
e) separam orações coordenadas assindéticas. dade”. O uso da vírgula justifica-se porque:

50. (Polícia Militar-SP – Oficial Administrativo – Médio a) estabelece a relação entre uma coordenada assindética
– vunesp – 2014) A reescrita da frase – Como sempre, a e uma conclusiva.
resposta depende de como definimos os termos da per- b) separar a oração coordenada “não é um luxo” da ad-
gunta. – está correta, quanto à pontuação, em: versativa “mas uma necessidade”, em que o verbo está
subentendido.
a) A resposta como sempre, depende de, como definimos c) liga a oração principal “Pagar” à coordenada “não é um
os termos da pergunta. luxo, mas uma necessidade”.
b) A resposta, como sempre, depende de como definimos d) indica que dois termos da mesma função estão ligados
os termos da pergunta. por uma conjunção aditiva.
c) A resposta como, sempre, depende de como definimos e) isola o aposto na segunda oração.
os termos da pergunta.
d) A resposta, como, sempre depende de como definimos 54. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio – VU-
os termos da pergunta. NESP – 2017) Há quatro anos, Chris Nagele fez o que mui-
LÍNGUA PORTUGUESA

e) A resposta como sempre, depende de como, definimos tos executivos no setor de tecnologia já tinham feito – ele
os termos da pergunta. transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto,
sem paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem e
colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou
claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos
estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove em-

99
pregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio chefe. de asfalto, a floresta de lajes batidas e os Corcovados de
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para concreto armado.
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço, estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
com portas e tudo. metros quadrados de chão. É o que vemos nas avenidas
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta liberarem
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos um pedacinho do cinza e surgem revoadas de patinado-
são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao mo- res, maracatus, big bands, corredores evangélicos, góticos
delo de espaços tradicionais com salas e portas. satanistas, praticantes de ioga, dançarinos de tango, barra-
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até quinhas de yakissoba e barris de cerveja artesanal.
15% da produtividade, desenvolver problemas graves de Tenho estado atento às agruras e oportunidades da cidade
concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes porque, depois de cinco anos vivendo na Granja Viana, vim
em espaços de trabalho abertos – fatores que estão contri- morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da tarde, eu
buindo para uma reação contra esse tipo de organização. corria em volta de um lago, desviando de patos e assus-
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já tando jacus. Agora, aos domingos, corro pela Paulista ou
ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir falta Minhocão e, durante a semana, venho testando diferentes
do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente percursos.
concorda – simplesmente não aguentam o escritório aber- Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da
to. Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas encos-
mais trabalho para casa”, diz ele. tas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer, des-
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em cobri um insuspeito parque noturno com bastante gente,
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo de quase nenhum carro e propício a todo tipo de atividades: o
Nagele e voltando aos espaços privados. estacionamento do estádio do Pacaembu.
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um (Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toalha. Pre-
espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade fere estendê-la e deitar em cima.” Disponível em:<http://
é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo www1.folha.uol.com.br/colunas>. Acesso em: 13.04.2017.
tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco Adaptado)
por até 20 minutos. Assinale a alternativa que dá nova redação à passagem –
Retemos mais informações quando nos sentamos em um O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e de- estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
sign de interiores. metros quadrados de chão. – atendendo à norma-padrão
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem ser de concordância.
ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.uol.
com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado) a) Cem por cento dos paulistanos não joga a toalha – acha
preferível estendê-la para que se deite sobre elas, caso
Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando seja dado a eles dois metros quadrados de chão.
nos sentamos em um local fixo... (último parágrafo) – com b) Os paulistanos não jogam a toalha – acham preferíveis
o termo Talvez, indicando condição, a sequência que apre- estendê-la e se deitar em cima, caso lhes deem dois me-
senta correlação dos verbos destacados de acordo com a tros quadrados de chão.
norma-padrão será: c) Mais de um paulistano não são de jogar a toalha – acham
preferíveis estendê-la e se deitarem em cima, caso se dê
a) reteríamos ... sentarmos a eles dois metros de chão.
b) retínhamos ... sentássemos d) Para os paulistanos, não se joga a toalha – é preferível
c) reteremos ... sentávamos que seja estendida, para que possam deitar-se sobre ela,
d) retivemos ... sentaríamos caso lhes sejam dados dois metros quadrados de chão.
e) retivéssemos ... sentássemos e) A maior parte dos paulistanos, contudo, não são de jo-
garem a toalha – acha preferível elas serem estendidas
e deitar-se em cima, caso lhe seja dado dois metros de
55. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio – VU- chão.
NESP – 2017) Leia o texto para responder às questões.
O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você
LÍNGUA PORTUGUESA

anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomarmos


“Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômica. To-
mando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, como
um exemplo de alívio, promessa de alegria em meio à vida
dura da cidade, a frase passa a ser de um triste realismo: o
problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nun-
ca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado,
o Jardim da Luz são uns raros respiros perdidos entre o mar

100
40 A
GABARITO 41 D
42 E
1 C 43 A
2 A 44 C
3 D 45 D
4 A 46 C
5 C 47 E
6 A 48 C
7 C 49 C
8 D 50 B
9 D 51 B
10 C 52 CERTO
11 B 53 C
12 C 54 E
13 D 55 D
14 E
15 A
16 B
17 A
18 CERTO
19 D
20 C
21 A
22 E
23 E
24 E
25 C
26 C
27 E
28 D
29 B
30 A
31 E
32 D
33 E
34 C
LÍNGUA PORTUGUESA

35 E
36 C
37 A
38 D
39 A

101
ANOTAÇÕES

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102
ÍNDICE

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Conceitos sobre informática, hardware e software. Sistemas operacionais Windows XP / Vista / 7 BR, Linux e software livre....... 01
Processador de texto (Word 2007/2010 BR e BrOffice.org e LibreOffice 3.x.x Writer) – Conceitos e uso dos recursos. Planilhas
eletrônicas (Excel 2007/2010 BR e BrOffice.org e Libreoffice 3.x.x Calc) – Conceitos e uso dos recursos.Editor de Apresentações
(PowerPoint 2007/2010 BR e BrOffice.org e LibreOffice 3.x.x Impress) – Conceitos e uso dos recursos.................................................15
Redes de computadores – Conceitos, equipamentos, transmissão de sinal, cabeamento, protocolos e redes sem fio................49
Conceitos, serviços e tecnologias na Internet e Intranet, web 2.0 e web 3.0. Navegador Internet (Internet Explorer 9 BR, Google
Chrome e Mozilla Firefox v13.0.1)- Conceitos e uso dos recursos, Conceitos e Ferramentas de busca e pesquisa na Web.
Conceitos sobre tecnologias e ferramentas de colaboração, de correio eletrônico e webmail, de grupos de discussão, de fóruns,
de wikis e redes sociais.........................................................................................................................................................................................................67
Segurança da Informação – Conceitos, aplicativos, proteção, ameaças e vulnerabilidades. Cópias de segurança (backup) e
antivírus.......................................................................................................................................................................................................................................80
Criptografia e assinatura digital.........................................................................................................................................................................................89
Conceitos sobre tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo, formatos de imagens e figuras.......92
/bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
CONCEITOS SOBRE INFORMÁTICA, rios comuns.
HARDWARE E SOFTWARE. SISTEMAS /sbin - Como os comandos do /bin, só que não são uti-
OPERACIONAIS WINDOWS XP / VISTA / 7 lizados pelos usuários comuns.
BR, LINUX E SOFTWARE LIVRE Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
fosse o administrador do sistema, com permissões espe-
Conceitos básicos sobre Linux e Software Livre ciais de inclusões, exclusões e alterações.
wgráfica baseada em diálogos
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
- kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG-
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes
TErm e sIGKILL encerram o processo
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape-
- kill -9 xxx – mata o processo de número xxx
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota-
- killall - manda um sinal para todos os processos
dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre-
- less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo.
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é controle
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz - ls - listar o conteúdo do diretório
a ligação entre software e máquina, é a camada de soft- - ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório
ware mais próxima do hardware, considerado o núcleo do - ls - ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em
sistema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um ordem inversa (r) de data (t)
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, - man - mostra informações sobre um comando
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que - mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel é raiz do Linux para a criação de novos diretórios.
capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e essen-
ciais para o funcionamento da máquina, foi necessário de- Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretório
senvolver módulos específicos para atender várias neces- chamado “myfolder”.
sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou
até uma interface gráfica como a que usamos no Windows.
Uma forma de atender a necessidade de comunicação
entre kernel e aplicativo é a chamada do sistema (System
Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
usuário e um serviço que o kernel fornece.
Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
usuário/kernel.
No Linux também existem diferentes run levels de ope-
ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-
mero 2. Figura 78: Prompt “ftp”
Como o Linux também é conhecido por ser um siste-
ma operacional que ainda usa muitos comandos digitados, - mount - montar partições em algum lugar do sistema.
não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que é jus- - mtr - mostra rota até determinado IP
tamente o programa que permite ao usuário digitar co- - mv - move ou renomeia arquivos e diretórios CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
mandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional e - nano - editor de textos básico
executem funções. - nfs - sistema de arquivos nativo do sistema opera-
No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com, cional Linux, para o compartilhamento de recursos
através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd pela rede
e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para - netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sistema
usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root, - nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais atrás
aparece com o símbolo #. de portas abertas
Temos também os termos usuário e superusuário. En- - nslookup - consultas a serviços DNs
quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de co- - ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
mandos simples, ao superusuário é permitido configurar - passwd - modifica senha (password) de usuários
quais comandos os usuários podem usar, se eles podem - ps - mostra os processos correntes
apenas ver ou também alterar e gravar diretórios, ou seja, - ps - aux - mostra todos os processos correntes no
ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa- sistema
drão que contém os programas utilizados pelo superusuário - ps - e - lista os processos abertos no sistema
para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin. - pwd - exibe o local do diretório atual. O prompt padrão

1
do Linux exibe apenas o último nome do caminho do e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
diretório atual. Para exibir o caminho completo do interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
diretório atual digite o comando pwd. Linux@fedo- janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria-
ra11 – é a versão do Linux que está sendo usada. help das para o Linux, vamos citar o KDE.
pwd – é o comando que nos mostrará o conteúdo da
ajuda sobre o pwd. A informação do help nos mostra
que pwd imprime o nome do diretório atual.
- reboot - reiniciar o computador.
- recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
15.. utf8 file_to_change.txt
- rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
- rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
- rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
- route - mostra as informações referentes às rotas
- shutdown - r now - reiniciar o computador
- split - divide um arquivo
- smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver-
são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar
sua senha criptografada smb que é armazenada no Figura 79: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de
arquivo smbpasswd (normalmente no diretório pri- http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in-
vado sob a hierarquia de diretórios do samba). os terface_gr%C3%A1fica_KDE
usuários comuns só podem executar o comando sem
opções. Ele os levará para que sua senha velha smb Um dos motivos que ainda desestimula várias pessoas a
seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua nova se- adotarem o Linux como seu sistema operacional é a quanti-
nha duas vezes, para garantir que a senha foi digita- dade de programas compatíveis com ele, o que vem sendo
da corretamente. Nenhuma senha será mostrada na solucionado com o passar do tempo. Sua interface familiar,
tela enquanto está sendo digitada. semelhante ao do Windows, tem ajudado a aumentar os
- su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) adeptos ao Linux.
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ Distribuição Linux é um sistema operacional que utiliza
(é exigida a senha) o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem vá-
- tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem rias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, Debian,
- tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvantagens.
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas li- O que torna a escolha de uma distribuição bem pessoal.
nhas. Sua sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode
ser acrescentado de alguns parâmetros como o -n
que mostra o [numero] de linhas do final do arquivo; #FicaDica
o – c [numero] que mostra o [numero] de bytes do
final do arquivo e o – f que exibe continuamente os Distribuições são criadas, normalmente, para
dados do final do arquivo à medida que são acres- atender razões específicas. Por exemplo,
centados. existem distribuições para rodar em servidores,
- tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que “ouve” redes - onde a segurança é prioridade - e,
os pacotes também, computadores pessoais.
- top - mostra os processos do sistema e dados do pro- Assim, não é possível dizer qual é a melhor
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

cessador. distribuição. Pois, depende da finalidade do


- touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; seu computador.
também altera data e hora de modificação para agora
- traceroute - traça uma rota do host local até o destino
mostrando os roteadores intermediários Sistema de arquivos: organização e gerenciamento de
- umount - desmontar partições arquivos, diretórios e permissões no Linux
- uname - a - informações sobre o sistema operacional Dependendo da versão do Linux é possível encontrar
- userdel - remove usuários gerenciadores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Li-
- vi - editor de ficheiros de texto nux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a cópia,
-vim - versão melhorada do editor supracitado recorte, colagem, movimentação e organização dos arqui-
- which - mostra qual arquivo binário está sendo chama- vos e pastas. No Linux, vale lembrar que os dispositivos de
do pelo shell quando chamado via linha de comando armazenamento não são nomeados por letras.
- who - informa quem está logado no sistema Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, um
Não são só comandos digitados via teclado que pode- será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de um
mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.w

2
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra-
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos,
Gráficos, Internet, entre outros.

Manipulação de hardware e dispositivos

A manipulação de hardware e dispositivos pode ser


feita no menu Locais, Computador, através do qual aces-
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são
Figura 80: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive,
após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren-
As principais pastas do Linux são: ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É
/etc - possui os arquivos gerais de configuração do sis- importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamen-
tema e dos te os dispositivos de armazenamento e outros antes de en-
programas instalados. cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com
/home – cada conta de usuário possui um diretório sal- o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área
vo na pasta home de trabalho e depois em Desmontar.
/boot – arquivos de carregamento do sistema, incluindo
configuração do gerenciador de boot e o kernel
Agendamento de tarefas
/dev – onde ficam as entradas das placas de dispositi-
vos como rede, som, impressoras
/lib – bibliotecas do sistema O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza-
/media – possui a instalação de dispositivos como drive do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite
de CD, pen drives e outros estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe-
/opt – usado por desenvolvedores de programas cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que
/proc – armazena informações sobre o estado atual do ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto
sistema que armazena a lista de comandos a serem acionados no
/root – diretório do superusuário horário e data estipulados.

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, co- Administração de usuários e grupos no Linux


piar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma:
- superusuário: é o administrador do sistema. Ele tem
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o ar- acesso e permissão para executar todos os comandos.
quivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área - usuário comum: tem as permissões configuradas pelo
de transferência, mas o original permanecerá no local. superusuário para o grupo em que se encontra.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para
a área de transferência, sendo removido do seu local Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
de origem. grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que de-
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de sejamos que tenha determinada permissão no grupo cor-
transferência será colado. respondente.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
Outra forma é deixar a janela do local de origem do Comandos básicos para grupos
arquivo aberta e abrir outra com o local de destino. - Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
Pressionar o botão esquerdo do mouse sobre o ar- - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g no-
quivo desejado e movê-lo para o destino. megrupo nomeusuario
- Definir senha para o usuário: sudo password nomeu-
Instalar, remover e atualizar programas suario
- Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeusuario
Para instalar ou remover um programa, considerando o
Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re- Permissões no Linux
mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In-
ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações, Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
Adicionar/Remover.
acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros de-
Na parte superior da janela encontramos uma linha de
pendem de sua permissão para executar comandos. As
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de
do proprietário, permissões do grupo e permissões para os
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu.
outros usuários.

3
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos co- Como no Painel de controle do Windows, temos o cen-
muns com o ‘-‘. tro de controle do KDE, que nos permite personalizar toda
Alguns dos comandos utilizados em permissões são: a parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de traba-
ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões lho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segurança
do proprietário do grupo e privacidade, som e configurações para o administrador
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence r- do sistema.
-permissão para os outros usuários
As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução. Windows
- Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas veja,
ou seja, leia o arquivo. O Windows assim como tudo que envolve a informática
- Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode criar passa por uma atualização constante, os concursos públi-
e alterar arquivos. cos em seus editais acabam variando em suas versões, por
- Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões
arquivos. do Windows quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, significa software, um programa de computador desenvolvido por
que ela não é atribuída ao usuário. programadores através de códigos de programação. Os
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares,
Compactação e descompactação de arquivos são considerados como a parte lógica do computador,
Comandos básicos para compactação e descompacta- uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada
ção de arquivos: apenas quando o computador está em funcionamento. O
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos com- Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o
pactados com gzip. primeiro a ser instalado na máquina.
gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis. gun- Quando montamos um computador e o ligamos pela
zip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat [op- primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas
ções] [arquivos] descompacta arquivos. rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos
todos os recursos do computador, com toda a qualidade
das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e
usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos
#FicaDica que instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas para
Comandos básicos para backups que alcancem seu melhor desempenho e instalar os de-
tar agrupa vários arquivos em somente um. mais programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
compress faz a compressão de arquivos O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge-
padrão do Unix. rencia os demais programas.
uncompress descomprime arquivos A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e
compactados pelo compress. 64 bits está na forma em que o processador do computa-
zcat permite visualizar arquivos compactados dor trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32
pelo compress. bits tem que ser instalado em um computador que tenha
o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que
ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, se-
gundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais me-
mória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

a reduzir o tempo despendido na permuta de processos


para dentro e para fora da memória, pelo armazenamen-
to de um número maior desses processos na memória de
acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido.
Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral
do programa”.

Windows XP

O Windows XP foi lançado em 2001 e ele era um sis-


tema operacional bastante completo e confiável, por isso
pode-se dizer que ele foi uma versão muito bem sucedida,
importante mencionar que o encerramento do seu suporte
Figura 81: Centro de controle do KDE imagem obtida foi em abril de 2014.
de http://pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in-
terface_gr%C3%A1fica_KDE

4
simples para o usuário comum. Já a edição Professional ti-
nha como público empresas e usuários com conhecimen-
tos avançados. Houve ainda uma versão Media Center Edi-
tion, mas esta nunca foi colocada à venda e era entregue
somente sob encomenda.
Em relação as funcionalidades, o grande destaque foi o
suporte a dispositivos Plug and Play, famoso plugar e usar
que acabou com etapas burocráticas de instalação, não
exigindo que o computador fosse desligado ao remover
um dispositivo externo, como um pendrive.
Outra novidade na funcionalidade foi a tecnologia
ClearType, que facilitava a visualização de textos em tela
LCD, novidades na época. Além disso, ele melhorou o con-
sumo de energia para a utilização em dispositivos móveis
como notebook e tablets, e incluiu a possibilidade de ini-
cializar a máquina mais rapidamente e hibernar.
Além disso, passou a dar suporte às redes Wireless e
Figura 8: Tela de login do Windows XP DSL, melhorando a alternância entre contas de usuários,
permitindo que o indivíduo acesse outra conta sem fechar
seus programas abertos. Além disso, introduziu a funcio-
nalidade de assistência remota, o que possibilitou que pes-
soas conectadas à Internet pudessem assumir o controle
da máquina para realizar suporte técnico ou auxiliar uma
tarefa.
Quanto as atualizações e até mesmo o encerramen-
to do suporte, pode-se dizer que o XP teve três grandes
atualizações, que ficaram conhecidas como Service Packs.
O primeiro foi lançado no dia 9 de setembro de 2002, adi-
cionando o suporte ao formato USB 2.0 e a possibilidade
de definir padrões de programas. O SP2 chegou em 6 de
agosto de 2004 com foco na segurança do sistema. Já o
SP3 foi distribuído em 6 de maio de 2008 com correções de
segurança e melhoras no desempenho.
No dia 8 de abril de 2014, a Microsoft encerrou o supor-
te ao Windows XP SP3, não oferecendo mais atualizações
ou correções de segurança para o sistema.
Figura 9: Desktop do Windows XP
Comparando o Windows XP com o Windows 7
Ele foi sucessor de uma versão considerada fracassada
que foi o Windows Me (Millennium Edition), lançado em Estabilidade
2000, e é considerado por muitos o principal responsável
em recuperar a confiança dos clientes Microsoft. Seu lança-
mento foi dia 25 de outubro de 2001 e chamou a atenção O Windows 7 é muito mais estável do que o Windo-
por trazer uma nova interface gráfica e eliminar os proble- ws XP, e isso acontece por diversos motivos. Inicialmente
mas de estabilidade encontrados no ME. ele foi desenvolvido para dar maior proteção à memória, CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
A interface gráfica do Windows XP ficou conhecida por isolando-a de problemas externos. Exemplo clássico: você
ser muito mais intuitiva e agradável, afinal as janelas cinzas, instala um novo driver de placa de vídeo, e ele trava pois
e barras quadradas foram substituídas por uma interface tem um bug. Enquanto o Windows XP trava por completo
colorida, com padrão azul, e botões mais arredondados e (ou o computador é reiniciado), o Windows 7 se recupera
visíveis. Outra grande novidade foi o botão iniciar, que fi- normalmente do travamento utilizando um driver padrão
cou maior, com mais atalhos e possibilidades de fixar pro- de vídeo, e isso não afeta os demais programas abertos.
gramas, mudança essa que permaneceu até o Windows 7.
O Windows 7 vem com o Monitor de Confiabilidade. Ele
Outros aspectos visuais trazidos pelo Windows XP, fo-
ram as novas camadas e efeitos para o desktop, além de monitora constantemente o computador, salvando infor-
apresentar um papel de parede padrão que viria a se tor- mações importantes quando há alguma falha de aplicativo
nar icônico. Os usuários poderiam ainda travar a barra de ou do Windows, e com isso o usuário tem um panorama
tarefas e evitar que houvesse mudanças das configurações geral que permite concluir que aplicativo ou driver está
no espaço. causando problemas. Isso é possível pois ele monitora a
O XP foi apresentado ainda em diferentes edições, além data de instalação de drivers e programas, execução de
de estar disponível em 32 e 64 bits. A versão Home Edition aplicativos, updates do Windows, travamento de progra-
era voltada para o uso doméstico e trazia ferramentas mais mas, e tudo mais que possa afetar a estabilidade do sis-

5
tema operacional - e com isso é fácil concluir quando um adicionais que diminuem o poder de ação dos malwares.
novo programa ou driver está causando problemas no sis- Entre elas estão ASLR, PatchGuard, UAC, PMIE e outras tec-
tema operacional. O Monitor de Confiabilidade também nologias que bloqueiam e impedem ataques externos por
tem a opção de verificar soluções para todos os problemas vias desconhecidas. Além disso, o antivírus gratuito da Mi-
listados. crosoft (MSE – Microsoft Security Essentials) pode ser uti-
Além disso, o Windows 7 também vem com a opção lizado por qualquer pessoa que tenha Windows Original,
de restauração de sistema e drivers, permitindo que você protegendo-a contra malwares.
retorne a um status ou driver anterior ao atual caso este
apresente algum problema. Hardware e performance
Por fim, o NTFS (tipo de partição) do Windows 7 é mais
completo e avançado do que o do Windows XP, pois é o Atualmente muitos computadores e notebooks vêm
mesmo utilizado no Windows Server 2008. Quando ocorre com 4GB de memória RAM ou mais - e o Windows XP não
algum problema em disco ou na partição do Windows XP, aproveita isso.
por exemplo, o sistema operacional tenta corrigi-lo (às ve- Tanto o Windows XP quanto o Windows 7 “enxergam”
zes durante horas) via chkdsk no próximo boot. O NTFS do até 4GB RAM nas suas versões 32-bits - mas ao contrário
Windows 7, por outro lado, utiliza o self-healing (auto-cor- do XP, o Windows 7 tem versões 64-bits perfeitamente uti-
reção) e o problema é reparado imediatamente sem que o lizáveis, isto é, o mercado lançou programas e periféricos
usuário sequer saiba disso. Além disso, ele permite corrigir que funcionam perfeitamente no Windows 7, mas não para
problemas em arquivos de sistema (como o Win32k.sys) - o Windows XP.
algo que o Windows XP não consegue. Neste item Windo- Embora exista uma versão 64-bits do Windows XP, pra-
ws 7 x Windows XP, o Windows 7 ganha.
ticamente ninguém a usa pois não há drivers para periféri-
cos nem programas que aproveitam o seu potencial.
Usabilidade
E um detalhe que poucos sabem é que o limite de 4GB
de memória se aplica à soma da memória RAM + memória
O Windows 7 facilita o dia-a-dia das pessoas com no-
da placa de vídeo + memória dos periféricos PCI + ACPI +
vidades que tornam as tarefas mais rápidas e eficientes.
tudo mais que esteja instalado no computador que utilize
Entre elas estão:
- Central de Contas do Usuário (UAC) que protege o memória (exceto pendrive, disco rígido e cartões de me-
usuário sem incomodá-lo mória, obviamente).
- Pesquisa integrada ao sistema operacional Isso significa que se você utiliza  uma poderosa placa
- Bibliotecas, que organizam os arquivos e facilitam o de vídeo de 2GB de memória (algo relativamente comum)
seu uso em rede local no Windows XP, este acessará menos de 2GB de memória
- Aero Snap, que ao arrastar uma janela para a lateral da RAM independentemente da quantidade de memória RAM
tela, esta é automaticamente expandida e ocupa me- instalada no computador. E quanto menos memória RAM,
tade da tela (ou tela cheia se for arrastada para cima) menos performance o computador terá. A solução é utili-
- Aero Peek, que torna as janelas transparentes para zar um sistema operacional completo de 64-bits como o
você visualizar ou acessar rapidamente o desktop Windows 7.
- Aero Shake, que ao chacoalhar uma janela faz com
que todas as demais sejam automaticamente mini- Custo Benefício
mizadas
O Windows XP foi inaugurado em 2001, ou seja, para
Essas melhorias na usabilidade não devem ser descon- hardwares equivalentes da época, os requisitos mínimos
sideradas ou vistas como “frescura”, pois elas podem eco- do Windows XP são inferiores até mesmo aos smartpho-
nomizar dezenas de horas de trabalho por ano! Mais uma nes mais simples de hoje em dia: Pentium 233 MHz, 64MB
vantagem para o Windows 7 na comparação Windows 7 x RAM e 1,5GB de espaço em disco! É preciso dizer mais?
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Windows XP. O Windows 7 funciona muito bem até mesmo em


hardware limitado, como netbooks com 1GB RAM e pro-
Segurança cessador de 1GHz, além de estar preparado para utilizar
todo potencial das tecnologias atuais:  processadores
Há um mundo de diferença entra a segurança do Win- multi-core, muita memória RAM, discos SSD, drive de
dows XP e a do Windows 7. Embora algumas pessoas Blu-Ray, USB 3.0, placas de vídeo caseiras que processam
achem que basta instalar um navegador atual para se man- 3 trilhões de cálculos por segundo (quatro placas dessas
ter seguro na web, nada mais ilusório: estes mesmos nave- trabalhando juntas superam o total de cálculos por se-
gadores não conseguem proteger o usuário se eles estão gundo do supercomputador mais rápido do planeta de
sendo executados em um sistema operacional com capaci- 2001 - e ele tinha 8.192 processadores!), e tecnologias
dade de proteção limitada. O navegador não impede ata- que utilizamos atualmente e que seriam consideradas
ques remotos nem ataques que utilizam vulnerabilidades coisas de ficção científica quando o Windows XP foi cria-
existentes no sistema operacional. do.
Além disso, vulnerabilidades no Windows 7 são mui- Na prática não existem motivos razoáveis para um
to menos perigosas do que a mesma vulnerabilidade no computador utilizar o Windows XP ao invés do Windows 7.
Windows XP, pois o Windows 7 tem diversas proteções

6
Windows 7 - Na página onde deseja instalar Windows? clique em
opções da unidade (avançada).
Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta: - Clique na partição que você quiser alterar, clique na
1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito opção de formatação desejada e siga as instruções.
em computador e clique em Propriedades. - Quando a formatação terminar, clique em avançar.
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema. - Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7, você configuração de uma conta do usuário inicial.
precisará de um processador capaz de executar uma versão
de 64 bits do Windows. Os benefícios de um sistema ope- Conceitos de organização e de gerenciamento de infor-
racional de 64 bits ficam mais claros quando você tem uma mações; arquivos, pastas e programas.
grande quantidade de RAM (memória de acesso aleatório)
no computador, normalmente 4 GB ou mais. Nesses casos, Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar
como um sistema operacional de 64 bits pode processar arquivos, ícones ou outras pastas.
grandes quantidades de memória com mais eficácia do Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
que um de 32 bits, o sistema de 64 bits poderá responder meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
melhor ao executar vários programas ao mesmo tempo e mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
alternar entre eles com frequência”. no computador, estamos criando um arquivo.
Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é Ícones – são imagens representativas associadas a pro-
reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
caso, é possível instalar: Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
- Sobre o Windows XP;
- Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista (Win Criação de pastas (diretórios)
Vista), também 32 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
- Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 em um computador e formatar o HD durante a
insta- lação;
- Win 7 em um computador sem SO;

Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual tipo


de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a chave
do produto, que é um código que será solicitado durante
a instalação.
Vamos adotar a opção de instalação com formatação de
disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corporation:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
seja inicializado normalmente, insira do disco de ins-
talação do Windows 7 ou a unidade flash USB e des-
ligue o seu computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer Figura 64: Criação de pastas CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
isso, e siga as instruções exibidas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
ou outras preferências e clique em avançar. #FicaDica
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e o Clicando com o botão direito do mouse em
programa não solicitar que você pressione alguma um espaço vazio da área de trabalho ou outro
tecla, talvez seja necessário alterar algumas confi- apropriado, podemos encontrar a opção pasta.
gurações do sistema. Para obter mais informações Clicando nesta opção com o botão esquerdo
sobre como fazer isso, consulte. Inicie o seu compu- do mouse, temos então uma forma prática de
tador usando um disco de instalação do Windows 7 criar uma pasta.
ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos de
licença e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique
em Personalizada.

7
1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato
com todos os outros programas instalados, programas que
fazem parte do sistema operacional e ambientes de confi-
guração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos
uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém opções que
nos permitem ver os programas mais acessados, todos os
outros programas instalados e os recursos do próprio Win-
Figura 65: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”. dows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as
opções disponíveis no computador.
Por meio do botão Iniciar, também podemos:
- desligar o computador, procedimento que encerra o
Sistema Operacional corretamente, e desliga efetiva-
mente a máquina;
- colocar o computador em modo de espera, que reduz
o consumo de energia enquanto a máquina estiver
ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em
que vamos nos ausentar por um breve período de
tempo da frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automatica-
mente o sistema. Usado após a instalação de alguns
programas que precisam da reinicialização do siste-
ma para efetivarem sua instalação, durante congela-
mento de telas ou travamentos da máquina.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um am-
Figura 66: Tela da pasta criada biente com características diferentes para cada usuá-
rio do mesmo computador.
Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e
agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o pro-
cedimento: botão direito, Novo, Pasta.

Área de trabalho:
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quan-


do o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7
de trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma
Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com
prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos
um clique no botão Iniciar.
para dar início ou continuidade ao trabalho. 2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra dos como atalhos na barra de tarefas para serem acessados
de tarefas, que traz uma série de particularidades, como: com facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
configurados para entrar em ação quando o computador é
Figura 68: Barra de tarefas iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo no

8
sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
que monitoram constantemente o sistema para verificar se para seu local de origem.
não há invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o #FicaDica
relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes,
com o botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos Outra forma de restaurar é usar a opção
as Propriedades de data e hora. “Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito


grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sem-
pre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem,
ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item
para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado será
permanentemente excluído. Outra forma de excluir docu-
mentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados na
Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
Figura 70: Propriedades de data e hora que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
está marcada.
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,
determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar: Por


meio do clique com o botão direito do mouse na barra de
tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos acessar
a janela “Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar”.

Figura 71: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo

9
Figura 21: Barra de Ferramentas 3.

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alterar


configurações do Windows, como aparência, idioma, con-
figurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele é
possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Figura 73: Propriedades da barra de tarefas e do menu Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
iniciar as seguintes opções:

Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: - Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
- Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela tema e da segurança”, permite a realização de backups e
seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o restauração das configurações do sistema e de arquivos.
inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema
esquerdo do mouse pressionado. Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM
- Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta instalada no computador e a velocidade do processador.
(esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro- Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a para tornar o computador mais protegido.
exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior do - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
monitor. lita configurações de rede e Internet. É possível também
definir preferências para compartilhamento de arquivos e
computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har-
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente,
configurar modo de economia de energia e atualizar drives
de dispositivos instalados.
- Programas: através desta opção, podemos realizar a
desinstalação de programas ou recursos do Windows.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-


ramos senhas, criamos contas de usuários, determinamos
configurações de acesso.
Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar - Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu
Pela figura acima podemos notar que é possível a apa- iniciar e barra de tarefas.
rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar. - Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para al-
terar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú-
meros e moedas.
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o computa-
dor às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuário.

10
Computador de trabalho, que representam aplicativos de versões ante-
riores, ficam com o nome na parte de cima e um pequeno
ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem tama-
#FicaDica
nhos diferentes, cores diferentes e são atualizados auto-
Através do “Computador” podemos consultar e maticamente.
acessar unidades de disco e outros dispositivos A tela pode ser customizada conforme a conveniência
conectados ao nosso computador. do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas
podem ser encontrados clicando com o botão direito do
mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um des-
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- ses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão
putador. A janela a seguir será aberta: direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial.

Charms Bar

O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e


esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na busca em
configurações. Depois escolha a opção tela inicial e em se-
guida escolha a cor da tela. O usuário também pode selecio-
nar desenhos durante a personalização do papel de parede.

Redimensionar as tiles

Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-


Figura 76: Computador tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Observe que é possível visualizarmos as unidades de Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-
disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada. tacar no computador.
Vemos também informações como o nome do computa-
dor, a quantidade de memória e o processador instalado Grupos de Aplicativos
na máquina.
Pode-se criar divisões e grupos para unir programas pa-
Windows 8 recidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos podem
ser renomeados.
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula- Visualizar as pastas
res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no
A interface do programas no computador podem ser
layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
acostumados com o antigo visual desse sistema.
lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
A tela inicial completamente alterada foi a mudança CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
a barra de rolagem que fica no rodapé.
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as
aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e Compartilhar e Receber
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação
da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
aos programas que mais utiliza. partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um teúdos de aparelhos conectados ao computador.
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma
das pastas e não encontre algum comando, clique com o Alternar Tarefas
botão direito do mouse para que esse painel apareça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como o Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com ima- gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
gens animadas. Cada mosaico representa um aplicativo Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
que está instalado no computador. Os atalhos dessa área lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.

11
Telas Lado a Lado Windows 10

Esse sistema operacional não trabalha com o concei- É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops e
mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar o Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computador.
Windows 10 Pro
Visualizar Imagens
Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro-
O sistema operacional agora faz com que cada vez que
teção de dados avançada e criptografada com o BitLocker,
você clica em uma figura, um programa específico abre e
isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci- permite a hospedagem de uma Conexão de Área de Traba-
so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win- lho Remota em um computador, trabalhar com máquinas
dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as virtuais, e permite o ingresso em um domínio para realizar
Default. conexões a uma rede corporativa.

Imagem e Senha Windows 10 Enterprise

O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao in- Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio
vés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, acesse do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.
a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em segui-
da clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários Windows 10 Education
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”.
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender as
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- necessidades do meio educacional. Também tem seu mé-
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma todo de distribuição baseado através da versão acadêmica
imagem no seu computador e verifique se a imagem está de licenciamento de volume.
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese-
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta,
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua Windows 10 Mobile
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos
para acessar seu computador. Embora o Windows 10 tente vender seu nome fantasia
como um sistema operacional único, os smartphones com
Internet Explorer no Windows 8 o Windows 10 possuem uma versão específica do sistema
operacional compatível com tais dispositivos.
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra- Windows 10 Mobile Enterprise
mentas e menus.
Projetado para smartphones e tablets do setor corpo-
Windows 10 rativo. Também estará disponível através do Licenciamento
por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do Win-
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que veio dows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas para o
para tentar manter o monopólio da Microsoft no mundo mercado corporativo.
dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é ficar
com um visual mais de smart e touch. Windows 10 IoT Core
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet of


Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do Win-
dows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise desti-
nados a dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de
autoatendimento, máquinas de atendimento para o vare-
jo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será destinada
para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
soft indica como requisitos básicos dos computadores:

• Processador de 1 Ghz ou superior;


• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
Figura 77: Tela do Windows 10 • Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões • Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
(com destaque para as duas primeiras): ou maior.

12
Resposta: Errado.
EXERCÍCIO COMENTADO O que torna esta alternativa mais eficaz é o uso da
memória em um dispositivo alternativo (para o PC não
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere “travar”), e não uma redução de consumo de memória
que o usuário de um computador com sistema operacio- RAM em uso, visto que esta opção foi projetada para
nal Windows 7 tenha permissão de administrador e deseje ajudar quando a memória RAM do PC for insuficiente
fazer o controle mais preciso da segurança das conexões para a execução de demasiados programas.
de rede estabelecidas no e com o seu computador. Nessa
situação, ele poderá usar o modo de segurança avança- 4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no siste-
do do firewall do Windows para especificar precisamente ma operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo,
quais aplicativos podem e não podem fazer acesso à rede, diretório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo
bem como quais serviços residentes podem, ou não, ser cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são
externamente acessados. gravados nas unidades de disco nas quais permanecem até
serem apagados. Em uma mesma rede é possível haver co-
( ) CERTO ( ) ERRADO municação e escrita de pastas, diretórios e arquivos entre
máquinas com Windows e máquinas com Linux.
Resposta: Certo.
Um firewall (em português: Parede de fogo) é um dis- ( ) CERTO ( ) ERRADO
positivo de uma rede de computadores que tem por
objetivo aplicar uma política de segurança a um deter-
minado ponto da rede. O firewall pode ser do tipo filtros Resposta: Certo.
de pacotes, proxy de aplicações, etc. Os firewalls são ge- O sistema Linux e o sistema Windows conseguem com-
ralmente associados a redes TCP/IP. partilhar diretórios/pastas entre si pois utilizam se do
Este dispositivo de segurança existe na forma de softwa- protocolo, o SMB.CIFS.
re e de hardware, a combinação de ambos é chamada
tecnicamente de “appliance”. A complexidade de insta- 5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
lação depende do tamanho da rede, da política de segu- Windows, não há possibilidade de o usuário interagir com
rança, da quantidade de regras que controlam o fluxo de o sistema operacional por meio de uma tela de computa-
entrada e saída de informações e do grau de segurança dor sensível ao toque.
desejado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e a
atualização de programas na plataforma Linux a serem efe-
tuadas com o comando aptget, podem ser acionadas por Resposta: Errado.
meio das opções install e upgrade, respectivamente. Em As versões mais recentes do Windows existe este recur-
ambos os casos, é indispensável o uso do comando sudo, so. Para usá-lo há a necessidade de que a tela seja sen-
ou equivalente, se o usuário não for administrador do sis- sível ao toque.
tema.
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a com-
( ) CERTO ( ) ERRADO putadores com outros sistemas operacionais, computado-
res com o sistema Linux apresentam a vantagem de não
perderem dados caso as máquinas sejam desligadas por
Resposta: Errado. meio de interrupção do fornecimento de energia elétrica.
O comando para a atualização é “sudo apt-get upgra-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
de”. O comando para instalar pacotes é “sudo apt-get
install nome_do_pacote”. O comando é “apt-get” e não ( ) CERTO ( ) ERRADO
“aptget”. O comando sudo realmente permite a usuários
comuns obter privilégios de outro usuário como o ad-
Resposta: Errado.
ministrador
Nenhum sistema operacional possui a vantagem de não
3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em computado- perder dados caso a máquina seja desligada por meio
res com sistema operacional Linux ou Windows, o aumento de interrupção do fornecimento de energia elétrica.
da memória virtual possibilita a redução do consumo de
memória RAM em uso, o que permite executar, de forma 7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização
paralela e distribuída, no computador, uma quantidade GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux, po-
maior de programas. dem ser acessadas por uma interface de linha de comando.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

13
Resposta: Certo.
É possível acessar as rotinas de inicialização GRUB e LILO para realizar a sua configuração, assim como é possível alterar
as opções de inicialização do Windows (em Win+Pause, Configurações Avançadas do Sistema, Propriedades do Sistema,
Inicialização e Recuperação).

8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere que um usuário de login joao_jose esteja usando o Windows Ex-
plorer para navegar no sistema de arquivos de um computador com ambiente Windows 7. Considere ainda que, enquanto
um conjunto de arquivos e pastas é apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas do Windows Explorer, as
seguintes informações: Bibliotecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais provável que tais arquivos e pastas es-
tejam contidos no diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no diretório C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado.
O correto é “C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas estarem em outro diretório, se forem
feitas configurações customizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em português o diretório dos documentos do
usuário continua sendo nomeado em inglês: “documents”. Portanto, a afirmação de que o diretório seria “C:\biblioteca\
documentos\projetos” não está correta. O item considera o comportamento padrão do sistema operacional Windows
7, e, portanto, a afirmação não pode ser absoluta, devido à flexibilidade inerente a este sistema software. A premissa de
que a informação fosse apresentada na barra de ferramentas não compromete o entendimento da questão.”

9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar arquivos
de um diretório para um pen drive.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo.
No ambiente Linux, é permitida a execução de vários comandos por meio de um console. O comando “cp” é utilizado
para copiar arquivos entre diretórios e arquivos para dispositivos.

10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar a opção , será exibida uma janela por meio da qual
se pode verificar diversas propriedades do arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com periféricos pode ser realizada por meio de diferentes interfaces. Acerca
desse assunto, julgue os seguintes itens.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo.
Dentre as diversas opções que podem ser consultadas ao se ativar as propriedades de um arquivo estão as opções:
tamanho e os seus atributos.

EDITOR DE TEXTO
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

O Microsoft Word é um processador de texto que cria textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofícios, re-
latórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que atende às necessidades de um usuário doméstico ou de uma empresa.
O Microsoft Word é o processador de texto integrante dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares apli-
cativos destinados a uso de escritório e usuários domésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
Os softwares da Microsoft Office são proprietários e compatíveis com o sistema operacional Windows.

Word 2003

As versões do Microsoft Word era quase sempre a mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003 foi a última
versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa mais voltada para a
parte de formatação de texto, e as demais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra a figura 4.

14
Figura 4: Tela do Microsoft Word 2003
PROCESSADOR DE TEXTO (WORD 2007/2010 BR E BROFFICE.ORG E LIBREOFFICE 3.X.X WRI-
TER) – CONCEITOS E USO DOS RECURSOS.
PLANILHAS ELETRÔNICAS (EXCEL 2007/2010 BR E BROFFICE.ORG E LIBREOFFICE 3.X.X CALC)
– CONCEITOS E USO DOS RECURSOS.
EDITOR DE APRESENTAÇÕES (POWERPOINT 2007/2010 BR E BROFFICE.ORG E LIBREOFFICE
3.X.X IMPRESS) – CONCEITOS E USO DOS RECURSOS.

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequentemen-
te o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 5 mostra a guia
início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao costume
das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão do
arquivo que passou de DOC para DOCX.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 5: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.

15
#FicaDica
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as
versões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com
a interface.
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das
abas.

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010


CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

16
#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada
guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou
exibem um menu de comandos.

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 9: Réguas

Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que desejamos
localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e pa-
lavra maiúscula.

17
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não
estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o caractere
curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemplo


Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.
Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no intervalo F[!a-m]rro localiza forro, mas não
[!x-z]
entre colchetes localiza ferro.
ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n}
catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
ca@tinga localiza
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão anterior @
catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e demais
itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombreamento e das
bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma tabela
criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

18
Figura 11: Bordas e sombreamento

Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Definição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda;
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais campos de
opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as bordas
internas permanecem iguais.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas da tabela, uma cor e uma largura.
- Visualização: através desse recurso, podemos definir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, podemos
escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e assim colocar em
cada borda um tipo diferente de estilo, com cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença é que
se trata de criar bordas na página de um documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com ele, podemos decorar nossa página com uma borda que envolve
vários tipos de desenhos.
Alguns desses desenhos podem ser formatados com cores de linhas diferentes, outros, porém não permitem
outras formatações a não ser o ajuste da largura.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página no documento todo ou apenas nas sessões que desejarmos,
tendo assim um mesmo documento com bordas em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas de página
diferentes em um mesmo documento.

Grupo Ilustrações:

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 12: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto uma imagem que esteja salva no computador ou em outra mídia,
como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos, elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comunicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar dados.

19
Grupo Links: 1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes-
quisas em materiais de referência como jornais, enci-
Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web, clopédias e serviços de tradução.
uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador 2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor so-
para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
pode se tornar um link dentro do próprio documento. bre algumas palavras é possível realizar sua tradução
Referência cruzada: referência tabelas. para outro idioma.
Grupo cabeçalho e rodapé: 3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar a
Insere cabeçal correção de ortografia e gramática.
hos, rodapés e números de páginas. 4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os
caracteres, parágrafos e linhas de um documento.
Grupo texto: 5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alterar
a palavra selecionada por outra de significado igual
ou semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para
outro idioma.
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica
e gramatical do documento. Assim que clicamos na
opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela será
aberta:

Figura 13: Grupo Texto

1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-forma-


tadas. As caixas de texto são espaços próprios para
inserção de textos que podem ser direcionados exa-
tamente onde precisamos. Por exemplo, na figura
“Grupo Texto”, os números ao redor da figura, do 1
até o 7, foram adicionados através de caixas de texto.
2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
texto pré-formado.
3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação
decorativa, muito usada principalmente, em livros e
revistas. Para inserir a letra capitular, basta clicar no
parágrafo desejado e depois na opção “Letra Capitu-
lar”. Veja o exemplo: Figura 15: Verificar ortografia e gramática

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular A verificação ortográfica e gramatical do Word, já busca
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

trechos do texto ou palavras que não se enquadrem no


Guia revisão perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e orto-
gráficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
Grupo revisão de texto e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
clicando no botão “Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi-
cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas
Figura 14: Grupo revisão de texto clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se
uma das sugestões propostas se enquadra.

20
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
#FicaDica xima alteração proposta.
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja
Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos aceita ou rejeitada.
com o botão direito do mouse sobre ela, um 3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
menu suspenso nos será mostrado, nos dando possa ser rejeitada ou aceita.
a opção de escolher a palavra informática. 4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a navega-
Clicando sobre ela, a palavra do texto será ção para aceitação ou rejeição.
substituída e o texto ficará correto.
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão
Grupo comentário: do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”.
Este procedimento nos dará as seguintes opções:
Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser- - Imprimir – onde podemos selecionar uma impressora,
ve como comentário do texto selecionado, onde é possível o número de cópias e outras opções de configuração antes
realizar exclusão e navegação entre os comentários. de imprimir.
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente
para a impressora configurada como padrão e não abre
Grupo controle: opções de configuração.
- Visualização da Impressão – promove a exibição do
documento na forma como ficará impresso, para que pos-
samos realizar alterações, caso necessário.

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as al-
terações feitas no documento com balões no próprio
documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
Grupo alterações:

Figura 18: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arquivo


estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora,
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade,
econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op-
ções.
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
Figura 17: Grupo alterações se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou

21
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número ção de determinadas partes de um arquivo muito extenso,
de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão. com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai- fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar
rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun- estarem formatados no estilo  Títulos  (pré-definidos pelo
da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida
forem impressas. uma espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser cli-
cado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando
#FicaDica repetir a ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem ou-
Perguntas de intervalos de impressão são tras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
constantes em questões de concurso! para a utilização do software em tablets e aparelhos com
telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também,
Word 2013 abre um amplo leque para a adição de vídeos online e ima-
gens ao documento. Contudo, como forma de assegurar
Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na toda esta relação online de compartilhamento e boas no-
plataforma Word 2013: vidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segu-
Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a rança para seus aplicativos, retornando mais tranquilidade
leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença, para seus usuários.
pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a
abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia, nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação. softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de
Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da pá- A tela de apresentação dos principais programas é li-
gina durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique gada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e do-
sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será am- wnload de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word,
pliado, facilitando sua visualização. Como se não bastasse, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento
desconhecida, é possível ver sua definição através do dicio- foi fechado pode ser registrada. 
nário integrado do Word. Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em
Documentos em PDF:  agora é possível editar um do- conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office
cumento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe instalado pode fazer edições na versão online do sistema.
Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz de conver- Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
ter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de edita- As redes sociais também estão disponíveis nos outros
do, salvá-lo novamente no formato original. Esta façanha, programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de
arquivos PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no am- conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
biente virtual. acessados e contatos a seguir baseado na atividade do
Interação de maneira simplificada:  o Word trata nor- usuário no Office.
malmente a colaboração de outras pessoas na criação de O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conheci-
um documento, ou seja, os comentários realizados neste, dos softwares do pacote Office da  Microsoft. Em vez de
como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 comprar programas como Word, Excel ou PowerPoint, você
é possível responder diretamente o comentário de outra agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses apli-
pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo cativos e de muitos outros no seu computador ou smar-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

de leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada tphone.


através dos comentários, aparece em forma de pequenos A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como
balões à margem documento. 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minu-
Compartilhamento Online:  compartilhar seus docu- tos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso
mentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pa-
e-mail tornou-se um grande diferencial da nova plataforma gando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços es-
Office 2013. O responsável por esta apresentação online é
senciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
o Office Presentation Service, porém, para isso, você preci-
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável
sa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao
para qualquer computador.
terminar o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar
Veja abaixo as versões do Office 365
/ Apresentar Online / Apresentar Online  e o mesmo será
enviado para a nuvem e, com isso, você irá receber um link
onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitin-
do aos demais usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma
dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e edi-

22
Figura 19: Versões Office 365

LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 20: Tela do Libreoffice Writer


 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic). 
 O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso

23
Figura 21: Atalhos Word x Writer

Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento em
branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos ele-
mentos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 22.

24
Figura 22: Tela Excel 2003

#FicaDica
Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar
e gerenciar dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para
transformar qualquer intervalo de células em uma lista.

Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word.
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem com
elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e clique
em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar Como
– Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o recurso CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:
• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo ou
a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.
Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.
Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências estruturadas:
além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estruturadas que fazem referência a
intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.

25
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo organizar, atuali-
zar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito mais fáceis de usar do que
nas versões anteriores. Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel
2007 oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000 itens na
lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha, o número de
referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o gerenciamento de memória
foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel 2007, permitindo cálculos em planilhas
grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vários processadores e chipsets multithread.

Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013


Barra de Títulos:

A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

26
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:
A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra,
clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Coman-
dos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 27: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

27
Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 29: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

28
Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento será
visto detalhadamente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessários
para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no cabe-
çalho de uma linha, esta ficará selecionada.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 31: Cabeçalho de linha

29
#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula
A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao con-
trário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar um
“Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.
Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já eram
criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar. Para
criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas, basta clicar
sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 33: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos os
dados nela contidos.

30
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o
principal documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica.
Uma planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de traba-
lho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho,
planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É
necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a
proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo


Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que
ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns de
uma fórmula.
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas de
fazê-lo:

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 35: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o último
valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:
= nome da função (

31
1 - Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno


lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possível
clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a se-
guir, a função = soma(B2:B4). Figura 36: Exemplo função hoje
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o primei-
ro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a célula Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
que contém o último valor. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Inteiro: Com essa função podemos obter o valor inteiro
lores, por isso não precisamos de uma função específica. de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lembra-
Tendo dois valores em células diferentes, podemos ape- mos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com a
nas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e de- célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
pois clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir a Arredondar para cima: Com essa função, é possível ar-
fórmula = B2-B3. redondar um número com casas decimais para o número
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, procede- mais distante de zero.
mos de forma semelhante à subtração. Clicamos no primei- Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
ro número, digitamos o sinal de multiplicação que, para o dígitos)
Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. Onde:
No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da se- Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se de-
guinte função: seja arredondar núm.
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor
da célula C2.
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de célu- Figura 37: Início da função arredondar para cima
las selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a maior
idade digitada no intervalo de células de A2 até A5. A fun- Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da
ção digitada será = máximo(A2:A5). função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – refe- num, ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para
o maior valor. No caso a resposta seria 10. a qual queremos arredondar.
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um interva- Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixa-
lo de células selecionadas. remos as funções aparentes, e os resultados dispostos na
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi- coluna C:
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
mínimo (A2:A5). mesmo conceito.
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe- Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. = mod (núm;divisor)
Média: A função da média soma os valores de uma se- Onde:
quência selecionada e divide pela quantidade de valores
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o
dessa sequência.
resto.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o nú-
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
mero.
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados os
valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
pressionada, o resultado será automaticamente colocado
na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for alterado,
recalculam o valor final.
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha.
Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD

32
Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem o
sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 39: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

33
Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado.
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
Assim, temos a condição:
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RESUL-
TADO NA CÉLULA E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e colunas
nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada condição
for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
=Significa a chamada para uma fórmula/função
SomaSe: função SOMASE
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem avaliados a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verificada a condição para soma dos valores
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar o resultado
na célula D16. E também queremos somar os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na célula D17. Para
isso precisamos criar a seguinte condição:
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULINO, ENTÃO
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10


MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10

Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:


=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é onde devemos digitar a fórmula

34
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de contagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de registros, SE
determinada condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
= : significa a chamada para uma fórmula/função
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios a serem avaliados nas células do “intervalo”
Usando a planilha acima como exemplo, queremos saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e mostrar o
resultado na célula D14, e quantas ganham abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15. Para isso precisamos
criar a seguinte condição:

R$ 1.200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
MENOS DE R$ 1.200,00:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200
Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos de-
terminado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.
Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos deixar
ela de uma maneira mais agradável.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 42: Planilha sem Formatação

35
Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito
geral e escolher.

36
Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito útil
para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nossa
planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar so-
mente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:

- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.
Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente e
é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 48: Gráficos

37
Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na página,
clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Document
Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada pelo
sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retornará
a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

38
Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_planilha
+ . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usando o
sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

Utilização do Microsoft PowerPoint.

PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, painel
de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

39
Figura 51: Tela do PowerPoint 2003

1. Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não tenha
nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2. Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou por meio do teclado pressionando a tecla ALT junto com a letra do nome do comando no referido menu.
Exemplo: para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada.
3. A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do PowerPoint.
4.Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5.Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja comparti-
lhar com o público.
6.Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os
recursos que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

7. Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.


Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na
versão 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e
PowerPoint. Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em
versões mais recentes do Office.

Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.
O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.

40
Neste momento, o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, di-
ferentemente do seu antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI
categoriza grupos e guias relacionados, tornando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do Po-
werPoint. Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização ao vivo, para rever alterações de formatação antes de
finalizá-los, bem como galerias de efeitos pré-definidos, layouts, temas e “Estilos Rápidos”.
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no PowerPoint
2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para gráficos,
textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar o
programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

41
Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e
pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.
Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).
Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

42
Figura 56: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em seu
computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRESENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender às
suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

43
Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides: Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura de
todos os slides da apresentação.

Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.

#FicaDica
Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou
utilize as teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a constru-
ção do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.
Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação de
sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de anima-
ção e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

44
Figura 60: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:

O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando cores
e fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse sobre cada
tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o mouse para aplicá-la
à apresentação.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Figura 61: Variantes de Temas de Design

Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e ima-
gens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente a apa-
rência dos objetos.

Layout de Texto:

O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A
apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em
que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.

45
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso
acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente
para a criação da sua apresentação.
Layouts de Conteúdo:
Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia (que
podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utiliza-
ção dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide possui
diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apresen-
tações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.
Agora é com você!
Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma etapa
importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização dos
mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar foco
ao conteúdo da apresentação, passam a dar foco para as animações.
Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diversas
transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique
nesta opção.
Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.
Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com
o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

46
Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel de
Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:

• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e hiper-
links;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em objetos
e na transição de slides.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, assunto, palavras-chave e comentários de um documento são meta-
dados típicos presentes em um documento produzido por processadores de texto como o BrOffice e o Microsoft Office.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO.
Quando um determinado documento de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo Microsoft Office ele fica ar-
mazenado em forma de arquivo em uma memória especificada no momento da gravação deste. Ao clicar como botão
direito do mouse no arquivo de texto armazenado e clicar em propriedades é possível por meio da guia Detalhes perce-
ber os metadados “Título, assunto, palavras-chave e comentários”.

47
2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que Resposta: ERRADO.
um usuário disponha de um computador apenas com Li- A mala direta é usada para criar correspondências em
nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse massa que podem ser personalizadas para cada des-
computador realize a leitura de um arquivo em formato tinatário. É possível adicionar elementos individuais a
de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em um qualquer parte de uma etiqueta, carta, envelope, ou e-
pendrive formatado com a opção NTFS, será necessária a -mail, desde a saudação até o conteúdo do documento,
conversão batch do arquivo, antes de sua leitura com o inclusive imagens. O Word preenche automaticamente
aplicativo instalado, dispensando-se a montagem do siste- os campos com as informações do destinatário e gera
ma de arquivos presente no pendrive. todos os documentos individuais. Contudo, não envia
um arquivo a outros usuários como diz a questão.

( ) CERTO ( ) ERRADO 6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se sele-


cionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito do
Resposta: ERRADO. mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção defi-
Um pendrive formatado com o sistema de arquivos nir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas todas as
configurações exigidas, um dicionário contendo significa-
NTFS será lido normalmente pelo Linux, sem necessi-
dos da palavra selecionada.
dade de conversão de qualquer natureza. E o fato do
suposto arquivo estar em formato Excel (xls ou xlsx) é
indiferente também, já que o BrOffice é capaz de abrir ( ) CERTO ( ) ERRADO
ambos os formatos.
Resposta: CERTO.
3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3, que A inclusão do dicionário no botão direito na versão
reúne, entre outros softwares livres de escritório, o editor Word 2013 é novidade, mas já é antiga no Word pelo
de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o editor de comando Shift + F7(dicionário de sinônimos).
apresentação Impress, é compatível com as plataformas
computacionais Microsoft Windows, Linux e MacOS-X

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO.
O BrOffice 3 faz parte de um conjunto de aplicativos
para escritório livre multiplataforma chamado OpenO-
ffice.org.
Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Linux
e Mac OS X, mantida pela Apache Software Foundation.

4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir de


opção disponível no menu Inserir, é possível inserir em um
documento uma imagem localizada no próprio computa-
dor ou em outros computadores a que o usuário esteja co-
nectado, seja em rede local, seja na Web.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO.
A opção Inserir, Ilustrações, Imagem possibilita a inser-
Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do
ção de imagens no documento, sejam elas armazenadas Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap-
no computador, na rede ou na Internet (no 2013 é pos- tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens sub-
sível na opção Imagens on-line, no 2010 não). sequentes.
5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento no 7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Considere o
Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário deve seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai, (...) Fe-
clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, selecionar a deral”; clicar a opção
opção Iniciar Mala Direta. Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação, mar-
car o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse procedi-
( ) CERTO ( ) ERRADO mento fará que todas as letras do referido trecho fiquem
com a fonte maiúscula.

48
A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com
uma planilha em processo de edição. Com relação a essa
( ) CERTO ( ) ERRADO figura e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula
C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo.
Resposta: ERRADO.
O procedimento correto é: selecionar o trecho “Funai, 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possível
(...) Federal”; clicar a opção FONTE no menu FORMATAR aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da seguinte se-
na janela decorrente dessa ação, marcar o campo Todas quência de ações, realizada com o mouse: clicar a célula C2; cli-
em maiúsculas; clicar OK. car ; posicionar o ponteiro sobre o centro da célula B2; pres-
sionar e manter pressionado o botão esquerdo; posicionar o
ponteiro no centro da célula B4; liberar o botão esquerdo.
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As informa-
Em um computador cujo sistema operacional é o Windows
ções contidas na figura mostrada permitem concluir que XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone ,
o documento em edição contém duas páginas e, caso se contido na área de trabalho e referente a determinado arqui-
disponha de uma impressora devidamente instalada e se vo, foi exibido o menu mostrado na figura ao lado. A respeito
deseje imprimir apenas a primeira página do documento, é dessa figura e do Windows XP, julgue os itens a seguir.
suficiente realizar as seguintes ações: clicar a opção Impri-
mir no menu ; na janela aberta em decorrência dessa
ação, assinalar, no campo apropriado, que se deseja impri-
mir a página atual; clicar OK.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTO.
A opção para imprimir documentos assim como para
efetuar as devidas configurações da impressão podem
ser feitas através do Menu Arquivo / Imprimir ou utili-
zando-se do atalho CTRL+P.
( ) CERTO ( ) ERRADO
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para encon-
trar todas as ocorrências do termo “Ibama” no documento
em edição, é suficiente realizar o seguinte procedimento: Com o botão “Pincel” é possível copiar toda a formata-
aplicar um clique duplo sobre o referido termo; clicar su- ção de uma célula para outra célula, e o procedimento
cessivamente o botão . correto foi descrito na questão.

( ) CERTO ( ) ERRADO REDES DE COMPUTADORES – CONCEITOS,


EQUIPAMENTOS, TRANSMISSÃO DE SINAL,
Resposta: ERRADO. CABEAMENTO, PROTOCOLOS E REDES SEM
O botão mostrado na questão não deve ser utilizado para FIO.
encontrar ocorrências de um determinado termo no docu-
REDES DE COMPUTADORES
mento que se está editando, tal recurso pode ser consegui-
do através do botão Localizar ou do atalho CTRL+L. A fusão dos computadores e das comunicações e tele-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
comunicações influenciaram diretamente na forma como
os computadores são atualmente organizados. O modelo
de um único computador realizando todas as tarefas re-
queridas não existe mais e está sendo substituído pelas
redes de computadores, nas quais os trabalhos são realiza-
dos por vários computadores separados, interconectados
por alguma via de comunicação.
Pinheiro (2003, p. 2) assim descreve o objetivo de uma
rede:
Independente do tamanho e do grau de complexida-
de, o objetivo básico de uma rede é garantir que todos os
recursos disponíveis sejam compartilhados rapidamente,
com segurança e de forma confiável. Para tanto, uma rede
de computadores deve possuir regras básicas e mecanis-
mos capazes de garantir o transporte seguro das informa-
ções entre os elementos constituintes.

49
Protocolos: São regras de padronização de procedimentos de modo que haja uma comunicação eficaz entre emissor e
receptor. Por exemplo, ao conversar com uma pessoa usando a língua inglesa, é necessário que a outra pessoa compreenda
a mesma língua. Assim, você estabelece que seu protocolo de comunicação verbal seja a língua inglesa. Todos os compu-
tadores se comunicam entre si através de protocolos.
Uma rede de computadores vai muito além de uma simples conexão de cabos e placas. Há necessidade de uma série
de protocolos para regular a comunicação entre todos os níveis, desde o programa que está sendo utilizado até o tipo de
cabo instalado.
a) as redes surgiram para que os computadores trocassem informações entre si. Liste alguns benefícios diretos que os
usuários tiveram com esta tecnologia.
b) No uso comercial, informe quais as vantagens que as empresas tiram do uso de redes em seus ambientes de trabalho.

Classificação das redes


As redes de computadores são classificadas de acordo com a dimensão geográfica que ocupam e todas elas são conce-
bidas de forma que possam se comunicar com outras redes. Assim, as redes podem ser classificadas em:
LAN (Local Area Network – Rede de Área Local),
MAN (Metropolitan Area Network – Rede de Área Metropolitana) e
WAN (Wide Area Network – Rede de Área Extensa).
Com o advento das novas tecnologias de redes wireless (sem fio), novas classificações foram adotadas:
WPAN (Wireless Personal Area Network – Rede sem Fio de Área Pessoal),
WLAN (Wireless Local Area Network – Rede sem Fio de Área Local),
WMAN (Wireless Metropolitan Area Network – Rede sem Fio de Área Metropolitana) e
WWAN (Wireless Wide Area Network – Rede sem Fio de Área Extensa).
Elas possuem características, como: distâncias médias (áreas que atingem), taxas de transferência, taxas de erro, atrasos
(delay), protocolos e equipamentos utilizados. Vejamos cada uma delas:
a) LAN – rede local. Este tipo de rede alcança distância de algumas centenas de metros, abrangendo instalações em
escritórios, residências, prédios comerciais e industriais. Sua principal característica são as altas taxas de transmissão, que
atualmente chegam a 10 Gbps (porém, devido ao custo, ainda prevalecem as redes com taxas de transmissão de 100 Mbps
a 1 Gpbs).
A Figura abaixo mostra uma rede LAN com interligação a uma rede wireless para os portáteis (notebooks). A rede tem
dois servidores. O seu roteador (router) interliga a rede LAN propriamente dita (representada pelo microcomputador e
multifuncional – impressora, scanner e fax) com a internet e com o ponto de acesso (que permite o acesso sem fio).
A Figura exemplifica também uma rede WLAN, já que o acesso sem fio pode ser caracterizado como uma rede WLAN.
Neste tipo de rede as taxas de transmissão e as distâncias são menores e as taxas de erro, maiores.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

No caso de redes domésticas, os exemplos mais típicos são as redes ADSL, que normalmente possuem denominações
comerciais como VELOX e SPEED.

50
b) MAN – rede metropolitana. Abrange uma região com dimensões bem maiores do que a das redes LAN, normalmente
um campus de uma universidade, a instalação de uma fábrica e seus escritórios, ou até uma cidade inteira. Suas taxas de
transmissão são inferiores e apresentam taxas de erros mais elevadas quando comparadas às redes LAN.
Na Figura abaixo podemos observar a interligação de vários subsistemas locais por meio de uma rede MAN. TV a cabo,
redes locais (LAN) e sistemas públicos de telefonia são todos ligados por um enlace que pertence a uma rede metropoli-
tana.
A oferta de redes MAN é justificada pela necessidade que as empresas têm de se comunicar com localidades distantes.
São as operadoras de telefonia que normalmente oferecem infraestrutura para este tipo de rede, cujo exemplo pode ser
a comunicação entre matriz e filiais.
Algumas cidades do interior do Brasil apresentam este tipo de ligação. Você também deve ter visto na TV que a praia de
Copacabana oferece acesso para conexão wireless à internet. Esses exemplos tanto podem apresentar redes com ligação
via cabo de fibra óptica combinada com vários pontos de acesso wireless (que é o que ocorre também em várias redes LAN
– aeroportos, por exemplo), quanto acesso WiMAX. A Figura apresenta um exemplo de uma rede metropolitana.

c) WAN – é o conceito de rede extensa. Este tipo de rede tem dimensões geográficas imensuráveis. Isto quer dizer que
ela pode interligar todos os continentes, países e regiões extensas utilizando enlaces mais extensos, como satélites ou
cabos (submarinos ou terrestres). Tem baixas taxas de transmissão e altas taxas de erros. É normalmente utilizada para in-
terligar redes MAN ou WMAN. O principal exemplo desta rede é a internet, que interliga computadores do mundo inteiro.
O conceito de WWAN surgiu devido à necessidade de interligar redes com enlaces sem fio a grandes distâncias. As redes
de celulares podem ser consideradas exemplos de WWAN. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

d) WPAN – um novo conceito em redes sem fio são as WPAN. Como indica o P da sigla, essas são as redes pessoais. A
tecnologia de comunicação das pessoas com os equipamentos evoluiu de modo a exigir uma padronização e a criação de
uma nova tecnologia. Essa padronização possibilita ao usuário adquirir dispositivos de marcas diferentes, que se comuni-
cam entre si. A tecnologia mais comum para WPAN é o Bluetooth, muito utilizada para troca de arquivos entre dispositivos
móveis, como celulares e notebooks. Outro exemplo é o IR (InfraRed – Infravermelho), que também pode ser considerado
uma WPAN.
A Figura abaixo apresenta de forma gráfica as dimensões geográficas abrangidas pela classificação adotada. As elipses
estão uma dentro da outra, pois, normalmente, uma rede MAN abrange várias LAN, assim como uma WAN pode abranger
várias MAN. Apesar de não aparecer escrito no diagrama, estão subentendidas as tecnologias de rede sem fio de cada
classificação, WLAN, WMAN e WWAN. Onde você colocaria as WPAN?

51
A Tabela destaca as características de cada tipo dentro da classificação adotada.

De acordo com a Tabela 1.1, as taxas de transmissão são medidas em unidades como Mbps (1 Mbps = 1.000.000 de bits
por segundo) e Gbps (1 Gbps = 1.000.000.000 de bits por segundo, ou 1.000 Mbps).
Não existe um número preciso que quantifique a taxa de transmissão de uma rede nem suas dimensões, principalmente
as MANs e WANs. São apenas valores aproximados. Além disso, a todo instante surge uma tecnologia nova tomando o
lugar de outra obsoleta, melhorando as taxas e aumentando as distâncias.
a) Defina com suas próprias palavras o conceito de “última milha”.
Você tem, ou conhece, alguém que tenha um celular ou câmera fotográfica que se conecte com computador ou TV,
via cabo ou wireless? Discuta com um colega a tecnologia envolvida nisto. Use necessariamente as palavras protocolo e
padronização.
No Fórum, inicie uma discussão e pesquise na internet as cidades que oferecem acesso gratuito wireless aos seus habi-
tantes. Procure indicar que tipos de rede elas são.

Topologias de rede
Quando falamos das classificações de redes, destacamos principalmente sua extensão geográfica, não levando em con-
ta a forma como elas se interconectam.
Os equipamentos ligados em rede, para trocar informações entre si, necessitam que algum meio físico os conecte, um
cabo de algum material ou o próprio ar, no caso de redes sem fio. Daí surge o conceito de topologia de rede, cuja classifi-
cação abrange, basicamente: barramento, em estrela e em anel.
a) Topologia em barramento – nesta topologia existe um cabo coaxia atravessando toda a extensão da rede e inter-
ligando todos os computadores (ver exemplo na Figura abaixo). Foi largamente utilizada nas redes LAN. Permitia atingir
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

taxas de 10 Mbps. Os modelos de rede LAN que temos hoje evoluíram a partir dessa tecnologia, na qual predomina uma
arquitetura de rede chamada Ethernet. Essa topologia caiu em desuso e o motivo para que isso tenha ocorrido veremos no
decorrer do curso.

Figura 1.5: Topologia física em barramento

52
O exemplo da Figura acima é bastante simples, servindo apenas para demonstrar o conceito. Entretanto, podemos
observar todas as estações interconectadas por um barramento. Tecnicamente falando, existe uma série de conectores
específicos para interligar cada computador ao barramento.
Do ponto de vista do desempenho, as redes com essa topologia eram muito instáveis, pois qualquer defeito em algum
conector ou em alguma parte do cabo fazia com que toda a rede parasse.

b) Topologia em estrela – é a evolução da topologia em barramento e a mais utilizada atualmente para as redes locais.
O nome estrela se deve ao fato de existir um concentrador na rede (ver Figura 1.6), onde se conectam todos os cabos pro-
venientes dos “nós” da rede. Esses equipamentos concentradores são atualmente denominados hubs e switches. O cabea-
mento também evoluiu, passando do coaxial ao par trançado. Quase todas as redes locais instaladas atualmente utilizam
esta topologia devido às facilidades e taxas de transmissão que ela oferece. Atualmente, com o cabeamento par trançado,
esta topologia pode atingir taxas de até 10 Gbps; entretanto, para projetos de redes maiores, é desejável o uso de fibras
ópticas devido a sua confiabilidade.

Cabo coaxial

Um tipo de cabo grosso e rígido (o mesmo que usamos na maioria de nossas TVs a cabo). São formados por um núcleo
de cobre e por uma malha de metal que o envolve para absorver as interferências externas. Foram usados nas primeiras
redes locais. Pela sua natureza (grosso, pesado e pouco maleável) não são mais usados em redes locais.

Nós

É um termo que designa qualquer equipamento que esteja ligado diretamente a uma rede, seja ela LAN, MAN ou WAN.
Um computador ou uma impressora podem ser um “nó” de uma rede LAN; um celular pode ser um “nó” de uma rede WAN.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Observe, na Figura acima, que há no centro um aparelho concentrador (hub ou switch) que interconecta todos os cabos
que vêm dos computadores (nós). Ainda há uma saída de um cabo cujo destino ou origem não estão definidos na Figura;
ele pode estar ligado a algum outro tipo de concentrador, como, por exemplo, um roteador que oferece conexão com a
internet ou outro switch, criando outra rede com mais computadores interligados.
c) Topologia em anel – esse modelo apresenta a ligação de vários nós da rede em círculo, formando, como o próprio
nome diz, um anel (ver Figura abaixo). Essas redes possuíam caminhos duplos para a comunicação entre as estações. Isso
era um tanto complicado, tendo em vista que as instalações requeriam várias conexões físicas que poderiam facilmente
apresentar problema. Da mesma forma que a topologia em barramento deu lugar à em estrela, a topologia em anel tam-
bém cedeu seu lugar a novas tendências topológicas.

53
Esta rede possui uma característica interessante, que é a recuperação de falhas, pois a comunicação entre os nós da
rede pode ser feita no sentido horário ou anti-horário. Isso se deve a uma configuração automática realizada na instalação.
Essas redes se tornaram, entretanto, inviáveis devido à dificuldade de inserção de novos nós na rede, à quantidade de falhas
e ao seu custo. Atualmente, as topologias estão fundidas, formando o que chamamos de topologias mistas, com grande
predominância da em estrela. Observe como exemplo a Figura abaixo.

Na Figura acima há uma mistura de topologia em anel (ligação central) com em estrela (nas extremidades). Como há
uma ligação dupla entre os dois concentradores, a tendência é utilizar apenas uma via para transmissão entre as redes,
deixando a outra como reserva. Isso é possível graças à evolução dos equipamentos, que permitem que as redes funcionem
mesmo em condições de falhas, tornando mais eficiente a organização, que não precisa parar para que seja feita a manu-
tenção. Tais equipamentos são utilizados mais por empresas do que por usuários domésticos, pois os custos de aquisição
e manutenção desses aparelhos são mais elevados.

Modelo de referência OSI

Para que a interconexão de sistemas de computadores chegasse a acontecer com fabricantes diferentes, foi necessário
estabelecer uma padronização para as redes. Surgiu então o modelo RM-OSI (Reference Model – Open System Intercon-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

nection – Modelo de Referência – Interconexão de Sistemas Abertos). Esse modelo baseia-se em uma proposta desenvolvi-
da pela ISO (International Organization for Standardization – Organização Internacional para Padronização).
Um exemplo simples de como as tecnologias funcionam agora pode ser visto na navegação na internet. Você, como
usuário pode utilizar navegadores (browsers) de fabricantes diferentes, como o Internet Explorer, Mozilla Firefox, Opera,
Chrome ou outro de sua preferência. Ou ainda pode utilizá-los em sistemas operacionais diferentes, como Windows ou
Linux. Ainda assim, você consegue navegar sem problemas. Isso se deve a uma padronização do protocolo HTTP (Hypertex
Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertexto).
Outro exemplo são os e-mails. Você pode utilizar um serviço de e-mail disponibilizado pelo Hotmail e enviar para um
endereço de um amigo que usa o Gmail. São servidores diferentes que estão rodando programas diferentes. Entretanto,
as mensagens vão e vêm de uma forma completamente transparente para o usuário. Neste caso dos e-mails, o protocolo
utilizado é o SMTP (Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Correio Simples).
A Figura abaixo demonstra o uso desses protocolos por dois usuários navegando na internet (usando HTTP) e por outro
remetendo um e-mail: nesse caso o e-mail fica armazenado em um servidor até que o destinatário o leia e jogue no lixo. A
internet está representada pelo globo terrestre.

54
Esses dois protocolos são apenas exemplos de vários outros que são utilizados nas redes, cuja comunicação foi dividi-
da em camadas. Em cada camada existem vários protocolos, cada qual com sua função. Por exemplo, os dois protocolos
citados, SMTP e HTTP, fazem parte da camada de aplicação. O nome é bem sugestivo, já que se trata de uma aplicação
(programa) que o usuário está usando, como Internet Explorer, Outlook Express, Gmail, Hotmail, Opera. Vamos ver a seguir
esse modelo em camadas.

Camadas do modelo OSI


ISO é uma organização para definição de padrões de arquiteturas abertas. O modelo de referência OSI foi criado pela
ISO, sendo um modelo teórico que os fabricantes devem seguir para que sistemas diferentes possam trocar informações.
Foram adotadas sete camadas (Figura abaixo): Aplicação, Apresentação, Sessão, Transporte, Rede, Enlace de Dados e Física.
Os dados passam pelas camadas

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

55
As sete camadas do modelo OSI Camada 6 – Apresentação

As camadas são numeradas de 1 a 7 (de baixo para Como o próprio nome sugere, trata-se de se apresentar
cima). Assim, muitas vezes nas aulas e nos livros, citamos os dados de forma inteligível ao protocolo que vai recebê-
apenas o número da camada: “A camada 3 fornece suporte -los. Podemos citar como exemplo a conversão do padrão
ao protocolo IP”. Fica subentendido que estamos falando de caracteres (afinal, existem diversos alfabetos) de páginas
da camada de rede. de código. Um exemplo prático seria a conversão de da-
ISO- International Organization for Standardization (Or-
dos ASCII (American Standard Code for Information Inter-
ganização Internacional para Padronização): fundada em
23 de fevereiro de 1947, aprova todas as normas interna- change – Código Padrão Americano para o Intercâmbio de
cionais nos campos técnicos, exceto eletricidade e eletrôni- Informação) em EBCDIC (Extended Binary Coded Decimal
ca, que ficam a cargo da IEC (International Eletrotechnical Interchange Code – Codificação Binária Estendida com In-
Commission).  tercâmbio em Código Decimal), em que uma estação gera
O exame de cada camada e seus protocolos é bastante dados no formato ASCII e a estação interlocutora entende
extenso. Assim, vamos examinar a seguir cada camada, mas apenas EBCDIC. Nesse caso, a conversão é feita aqui. Nesta
de forma introdutória. Se você precisar se aprofundar des- camada 6 também há a compressão dos dados, como se
de agora, pode obter mais informações em Tanembaum fosse utilizado um compactador de arquivos, como ZIP ou
(2003), conforme referências ao final deste caderno. RAR. Para mais informações sobre codificações ASCII e EB-
IP (Internet Protocol)– é quase impossível falar de inter- CDIC, consulte as referências bibliográficas.
net sem falar de IP. Cada site na internet é encontrado por
endereçamento IP, que funciona como se fosse o número Camada 5 – Sessão
do telefone do seu computador. Você não consegue deco-
rar os números IP de cada site; é mais fácil decorar o nome.
Por exemplo: o site citado do Permite que dois programas em computadores diferen-
Google, http://www.google.com, corresponde ao ende- tes estabeleçam uma sessão de comunicação. O evento da
reço IP 64.233.161.99. sessão tem algumas regras. As aplicações definem como
Você pode entender o conceito de sessão como a dura- será feita a transmissão dos dados e colocam uma espécie
ção de uma ligação telefônica: a ligação tem um processo de marca no momento da transmissão. Quando aconte-
para ser iniciada, há uma troca de mensagens durante o cer uma falha, apenas os dados depois da marcação serão
tempo da ligação e depois há um processo de término (em transmitidos. Isso impede que grandes volumes de dados
alguns casos um dos interlocutores simplesmente desliga). sejam retransmitidos sem necessidade.
Assim, no momento em que você entra em um site,
uma sessão é aberta para você naquele servidor; depois Camada 4 –Transporte
de navegar pelo site, você poderá encerrar essa sessão ci-
vilizadamente clicando em algum botão Sair, ou pode sim- Também é um nome bem sugestivo para a função. Esta
plesmente sair para outro site; neste caso o servidor en-
camada é a responsável por transportar os dados prove-
cerrará sua seção depois de ficar algum tempo sem uma
resposta sua. nientes da camada de sessão. Como qualquer transporte
Como explica Morimoto (2008), o modelo OSI é funda- por caminhão, sua carga precisa estar devidamente empa-
mental para o entendimento das teorias de funcionamento cotada e endereçada com remetente e destinatário. A ca-
da rede, mesmo que seja apenas um modelo teórico que mada de transporte inicialmente faz isso. Da mesma forma
não precisa ser seguido à risca. que os caminhões chegam ao seu destino e entregam suas
caixas corretamente, a camada de transporte precisa ga-
Camada 7 – Aplicação rantir a entrega dos pacotes. Ela o faz controlando o fluxo
(colocando os pacotes em ordem de recebimento) e cor-
Na camada Aplicação o programa solicita os arquivos rigindo os erros pelo envio de uma mensagem chamada
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

para o sistema operacional e não se preocupa como será ACK (Acknowledge – Reconhecimento). Um protocolo mui-
feita a entrega desses arquivos, pois isso fica a cargo das to conhecido desta camada é o TCP (Transmission Control
camadas mais baixas. Por exemplo, quando você digita o Protocol – Protocolo de Controle de Transmissão).
endereço http://www.google.com, você apenas recebe o
conteúdo da página (que é um arquivo), caso ela exista e
esteja disponível. Embora você tenha digitado o endereço Camada 3 – Rede
daquela forma, na verdade foi feita uma tradução para o
IP da página que você está acessando. Isso fica a cargo de Esta camada é uma das mais conhecidas, pois nela são
um serviço desta camada chamado DNS (Domain Name tratados os endereços de rede, conhecidos resumidamente
System – Sistema de Resolução de Nomes). como IP (Internet Protocol). Os endereços IP são números
Outros exemplos de serviços e protocolos desta cama- predefinidos atribuídos aos computadores que compõem
da: o download de arquivos via FTP (File Transfer Protocol – uma rede. Afinal, não adianta nada você querer enviar uma
Protocolo de Transferência de Arquivos); o uso dos e-mails encomenda para um amigo se você não sabe qual o ende-
através dos protocolos SMTP, POP3 (Post Office Protocol reço dele correto. A camada de rede é responsável pelo en-
3 – Protocolo de Correio versão 3) e IMAP (Internet Mes- dereçamento dos pacotes, adicionando endereços IP para
sage Access Protocol – Protocolo de acesso a mensagens que eles sigam sua rota até o destino.
da internet).

56
Camada 2 – Enlace

Nesta camada, os pacotes que vêm da camada de rede com endereços IP já definidos são transformados em “quadros”
ou “frames”. Os quadros acrescentam outra forma de endereçamento chamada endereço MAC (Media Access Control –
Controle de Acesso ao Meio). Mas você poderia se perguntar: mas os endereços já não estavam definidos na camada de
rede, pelo IP? Acontece que o endereço IP não é suficiente para identificar um computador específico dentro da internet
hoje em dia. Em virtude do significado de cada bloco do IP, um pacote pode ser destinado a qualquer lugar do mundo.
Cada computador tem, na sua placa de rede, um endereço MAC exclusivo, gravado de fábrica.

Camada 1 – Física

Os dados provenientes da camada de enlace, com os endereços já preestabelecidos, são transformados em sinais que
serão transmitidos pelos meios físicos. Assim, a camada física converte os quadros de bits 0 e 1:

ACK

É um pacote enviado ao transmissor para informá-lo de que os pacotes foram recebidos com sucesso. Em caso negativo,
é enviado um NACK que, como o nome sugere, é uma negação do ACK, dizendo que o pacote não foi entregue correta-
mente ou não chegou.
IP É um número de 32 bits que define o endereço de uma rede ou de um computador, escrito em quatro blocos sepa-
rados por ponto. Exemplos: 192.168.10.33 ou 200.176.155.147. Cada bloco corresponde a um número de 8 bits, que pode
variar, portanto, de 0 a 255 (256 números ou 28). A versão do protocolo IP mais usado atualmente é a IPv4. Entretanto,
como a escassez é iminente, uma nova versão (IPv6) de 128 bits já está padronizada para uso.

MAC

É um endereço exclusivo da placa de rede. Os fabricantes adotam um processo de numeração para garantir que não
ocorram números MAC iguais em suas placas. Assim, é garantido que numa rede não existam dois endereços físicos iguais.
O número contém 48 bits, normalmente escrito em notação hexadecimal, por exemplo: 00-C0-95-EC-B7-93. Falaremos
mais sobre MAC nas próximas aulas.
- em sinais elétricos, caso o meio físico seja o cabo de cobre;
- em sinais luminosos, caso o meio físico seja a fibra óptica; ou
- em frequência de rádio, caso seja uma rede sem fio.

Componentes de redes

Muitos equipamentos precisam estar interligados para que os usuários das redes usufruam todos os seus serviços for-
necidos. Você pode estar se perguntando: que serviços são estes? Pode passar despercebido para você, mas todas as redes
de computadores fornecem algum tipo de serviço ao usuário, como por exemplo uma impressão utilizando a impressora
do outro computador, um acesso a um arquivo no disco de um PC vizinho ao seu, o acesso à internet, etc; tudo isso são ser-
viços oferecidos pelas redes. Vejamos agora os componentes principais que fornecem a interação entre os computadores.

Cabeamento estruturado
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
É um conceito que redefine a forma como os cabos de dados são utilizados nas empresas e nas residências. Tem como
objetivo manter a rede física organizada e padronizada, com o uso de conectores e cabos com desempenho satisfatório
para o fim a que se aplica. Seu leiaute permite a instalação de equipamentos como servidores, computadores e demais
acessórios de rede com alto grau de organização e confiabilidade. Um exemplo de uso de cabeamento estruturado é apre-
sentado na Figura abaixo.

57
Cabos

A integração de voz, imagem e dados é uma consequência da frequente necessidade de comunicação e interação. Para
Pinheiro (2003, p. 2):
É cada vez maior a tendência de interligação entre as redes de computadores e os diversos sistemas de comunicação
e automação existentes, como as redes de telefonia, os sistemas de segurança, os sistemas de administração predial, etc.
Essa fusão de tecnologias vai mudar a maneira como os ambientes de trabalho são concebidos nas empresas e mesmo
em nossas casas. A infraestrutura básica para essas novas tecnologias são os Sistemas de Cabeamento Estruturado (SCS –
Structured Cabling Systems).
Um dado interessante obtido em Pinheiro (2003) diz que cerca de 70% dos problemas da rede estão associados ao
cabeamento que ela utiliza. Entretanto, na maioria das pequenas redes, ainda é predominante o uso do cabeamento não
estruturado.
Um dos fatores que faz com que pequenas e médias empresas não utilizem o cabeamento estruturado é o custo. A
reestruturação do cabeamento torna o orçamento mais caro. Entretanto, ao analisar a composição dos custos totais do
projeto, percebemos que o custo do cabeamento representa apenas cerca de 10% do total do orçamento da rede (incluin-
do equipamentos e mão de obra). Esse percentual não leva em conta ainda o custo do tempo que a rede ficará inoperante
devido aos problemas causados pelo cabeamento não estruturado.
Na Figura observamos uma área de trabalho conectada por cabos estruturados de rede, em que existem elementos
como: tomadas de rede, rack (que agrupa os equipamentos), cabos de par trançado e cabos de backbone (que têm função
de transportar grandes volumes de informações da rede).
O cabeamento muitas vezes é chamado de “mídia física” ou “meio físico”. Os componentes que são utilizados no ca-
beamento variam de acordo com a mídia utilizada. Por exemplo, um cabo de fibra óptica utiliza conectores diferentes dos
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

cabos do tipo par trançado.


De acordo com as características da rede, uma mídia (cabo) diferente deve ser escolhida. Os fatores que mais influen-
ciam na escolha do cabo são: o comprimento da rede (em metros ou quilômetros), a quantidade de equipamentos, a facili-
dade e o local de instalação e as taxas de transmissão que se pretende atingir. Para cada tipo de escolha você pode utilizar
um cabo diferente. E não se preocupe: você pode fazer os trechos da rede com cabos diferentes se comunicarem. Afinal,
para isso servem os padrões, não é mesmo?
Para cada tipo de cabeamento de rede existe um conector específico. Os conectores são o elo mais fraco de um sistema
de cabeamento. Quando mal instalados, podem gerar ruídos elétricos, provocar interrupções intermitentes (funciona/não
funciona) ou mesmo interromper completamente a comunicação entre os computadores.
A principal função dos cabos de fibra óptica ou de cobre é transmitir dados entre os computadores com o mínimo de
degradação possível. Entretanto, ambos os tipos podem sofrer degradações naturais ou degradações derivadas de forças
externas. As degradações naturais são aquelas impostas pelas próprias características do cabo, conhecidas por atenuação.
Por exemplo, um cabo de par trançado, que é composto de cobre, tem uma característica natural chamada resistência, que
é a oposição oferecida pelo metal ao fluxo de elétrons. As forças externas que podem interferir na transmissão em cabos
metálicos são motores elétricos ou campos eletromagnéticos próximos, ou até mesmo transmissões de rádio, já que os
cabos metálicos podem funcionar como uma antena.

58
Esses aspectos físicos são levados em consideração na b) Estações de trabalho: são os computadores clientes
produção do cabo e interferem diretamente no projeto da da rede. Neles os usuários rodam seus programas e aces-
rede. Assim, a utilização dos cabos deve ser feita observan- sam os serviços fornecidos pelo servidor. São computado-
do rigidamente as normas do fabricante. res mais simples, com pouca ou nenhuma redundância.
Possuem também menos memória e menos capacidade de
Atenuação armazenamento.
Em virtude dessa especialização dos computadores da
É um efeito que ocorre em qualquer transmissão de da- rede como clientes ou como servidores, é comum denomi-
dos, seja analógica ou digital. Quando um sinal passa por nar essas redes de cliente-servidor. Aprofundaremos isso
um cabo, a tendência é que ele perca força (potência) à adiante.
medida que vai trafegando. Assim, quanto maior o tama- Placas de rede
nho do cabo, maior a atenuação. Se as medidas dos cabos As placas de rede podem ser chamadas de várias for-
utilizados na rede não obedecerem ao padrão, os compu- mas: interface de rede, cartão de rede, NIC (Network Inter-
tadores podem não conseguir trocar dados entre si.
face Card – cartão de interface de rede). Os livros trazem
a) Examine o tipo de cabeamento da sala do curso. Co-
nomes diversos para esse componente; utilizaremos nor-
mente com um colega qual a mídia física utilizada; quais
malmente o termo “interface de rede”.
os tipos de conectores; se o cabeamento é estruturado ou
não; se o cabeamento passa próximo de campos geradores As interfaces de rede são na verdade uma ponte de co-
de ruídos eletromagnéticos. nexão das redes com os computadores. Vamos entender
b) Se você trabalha, faça as mesmas observações em melhor essa colocação: quando você transfere um arqui-
relação a alguma rede da sua empresa. Se não trabalha, vo de imagem ou música do seu celular para o celular do
observe esses aspectos dentro de uma lan house. Aliás, por colega, o chip bluetooth é utilizado para estabelecer uma
que este nome lan house? conexão; dizemos então que esse chip faz uma ponte de
3.2 Hardware de rede comunicação entre os celulares. Assim são os computa-
Assim como os computadores possuem hardware espe- dores. Para eles estabelecerem comunicação, é necessário
cífico para funcionar (placas, processadores, memórias...), haver uma interface de rede e um meio de comunicação.
as redes também necessitam de componentes específicos. Os meios de comunicação podem ser os cabos ou o ar (no
Esses componentes, denominados hardware de rede, são caso de redes sem fio).
responsáveis por conectar equipamentos em sua rede lo- As interfaces de rede atualmente costumam ser inte-
cal ou de longa distância. Os exemplos mais simples são: a gradas à placa-mãe. Isso quer dizer que você não chega a
placa de rede do seu computador ou o chip bluetooth do ver a placa dentro do seu computador. Ela está integrada
seu celular. com os milhares de componentes da placa-mãe, dentro do
A quantidade de equipamentos ofertados no mercado chipset.
é muito grande. Vamos nos ater aos principais tipos e ao
seu funcionamento.

Servidores e estações de trabalho

Na verdade, esses itens são apenas os computadores


que formam a rede. Entretanto, como eles fornecem servi-
ços de comunicação, poderão ser catalogados aqui como
hardware de rede.
a) Servidores – são computadores destinados a pres-
tar serviços aos outros (às estações de trabalho). Em tese
qualquer PC pode ser um servidor de rede, mas normal-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
mente são computadores mais potentes, com muita capa-
cidade de memória e de armazenamento (discos rígidos
maiores). Além disso, os servidores costumam ter algum
nível de redundância. Por exemplo, um servidor pode ter
duas fontes de energia funcionando, de modo que, se uma
delas queimar, a outra entra em funcionamento imedia- A Figura acima mostra um modelo de interface de rede
tamente. Outro exemplo de redundância ocorre com os que deve ser conectada num slot PCI. Esse tipo de instala-
discos rígidos: é comum encontrar servidores com vários ção é menos comum, já que a maioria das placas-mãe já
discos instalados funcionando paralelamente. Como o ser- possui uma interface de rede embutida. Entretanto, exis-
vidor tem como função primordial fornecer serviços para tem casos em que há necessidade de se instalar uma nova
vários usuários, é necessário haver uma comunicação veloz interface de rede, como, por exemplo, se ocorrer um defei-
entre ele e as estações de trabalho, que é onde normalmen- to na interface embutida ou se houver necessidade de mais
te os usuários trabalham. Assim, os servidores geralmente de uma interface no computador.
são também dotados de placas de rede de altas taxas de Os serviços fornecidos pelo servidor são na verdade
transmissão e desempenho, com o objetivo de evitar os oferecidos pelo software do servidor. Esse software nor-
chamados gargalos de rede. malmente é um sistema operacional do tipo cliente servi-

59
dor, como o Windows 2003 Server, por exemplo. O servidor Hubs
é apenas uma máquina robusta dotada de equipamentos
especiais para garantir que os serviços fornecidos pelo sis- Os hubs são equipamentos concentradores que têm
tema sejam rápidos e confiáveis. Veremos mais detalhes por função centralizar e distribuir os dados (quadros) que
sobre o assunto na seção 3.3, desta aula. são provenientes dos outros computadores interligados a
ele.
Buffer Os hubs são equipamentos “repetidores”. Eles não dis-
tribuem o que recebem; apenas reenviam os quadros que
É uma memória de armazenamento temporário para recebem para todas as suas portas. A ligação física dessa
compensar as taxas de transmissão dos circuitos que pre- espécie de equipamento é do tipo em estrela (Figura abai-
cisam enviar e receber dados. As interfaces de rede giga- xo). Ele trabalha na camada 1 do modelo OSI, já que tem
bit para servidores tendem a ter mais buffer para garantir função apenas de receber um quadro e repeti-lo para to-
que os dados que chegam sejam guardados enquanto a
dos os computadores a ele ligados.
interface estiver ocupada processando outras informações.
Atualmente, os buffers de armazenamento estão na ordem
de 3 MB (3 Megabytes).
Como vimos anteriormente, as interfaces de rede pos-
suem endereço único e exclusivo, denominado endereço
MAC, e conexões específicas. Por exemplo: os computado-
res do tipo estação de trabalho utilizam conectores RJ-45
(onde se conecta o cabo de rede).
As interfaces utilizadas normalmente nas estações de
trabalho funcionam a uma taxa de 10/100 Mbps (diz-se:
“10 barra 100 megabits por segundo”). Quando há com-
putadores interligados por essa placa, elas trabalham na
maior taxa disponível, 100 Mbps.
Com os servidores, as necessidades mudam bastante.
Como esses computadores são responsáveis por fornecer
serviços aos usuários da rede e atendem vários ao mesmo
tempo, é necessário que suas interfaces de rede sejam de
qualidade superior, para atender à demanda das estações
de trabalho. Assim, detalhes como altas taxas de comuni-
cação, barramento e buffer de armazenamento são imple-
mentados com mais eficiência.
As taxas de comunicação de interfaces de rede para ser- Quadro
vidores são normalmente na ordem de Gbps (gigabits por
segundo). É comum encontrar servidores com interfaces
de rede com taxas de 10/100/1000 Mbps (diz-se: “10 barra
100 barra 1000 megabits por segundo”). Dizemos que suas
interfaces trabalham a 1000 Mbps (= 1 Gbps).
O barramento das interfaces de rede para os servidores
É a menor unidade de transmissão numa rede local. Os
é atualmente do tipo PCI-e (PCI express). Como esse bar-
dados provenientes da camada de aplicação são enviados
ramento é conectado diretamente ao chipset ponte norte,
para baixo na camada de transporte, onde são transfor-
seu acesso é mais rápido do que as interfaces conectadas
ao barramento PCI comum, conectado ao chipset ponte mados em pacotes. A camada de rede envia esses pacotes
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

sul. para a camada de enlace, que os transforma em quadros


a) Deseja-se montar uma rede que alcance taxas maio- para, finalmente, transmiti-los pela interface de rede do
res do que 100 Mbps. Quais os elementos de rede envolvi- computador.
dos para que se atinja tal taxa? Os hubs repetidores funcionam retransmitindo quadros
b) Os servidores são computadores com mais recursos para todas as suas portas, menos para a estação que gerou
do que as estações de trabalho. A internet que você usa o quadro. Assim, dizemos que esta é uma rede de difusão.
depende dos serviços que esse servidor fornece. Se sua Nesse tipo de rede, os quadros são repetidos para todas
internet cai devido a um problema no servidor, você tem as portas de forma difusa, de modo que todos recebam a
um prejuízo de R$ 150,00/hora. Considerando 15 quedas mesma informação, porém, só o destinatário abre o qua-
mensais de 20 minutos cada: dro.
1. Faça um cálculo e verifique seu prejuízo no fim de Observe na Figura abaixo que a estação A gerou um
um ano. quadro e o hub repetidor o está reenviando para todas as
2. Imagine que aquele servidor precise operar 160 ho- outras estações conectadas em suas portas (de B até H). A
ras/mês. Faça um cálculo demonstrando a disponibilidade estação A não recebe o quadro, pois foi ela quem o gerou.
desse servidor para o usuário, em porcentagem, conside-
rando os tempos de falha do item anterior.

60
Fonte: Torres (2001, p. 338)
Com relação à taxa de transmissão, os hubs repetidores mais antigos podiam trabalhar a 10 Mbps; os mais recentes
funcionam a 10/100 Mbps. Do ponto de vista técnico, os hubs já são obsoletos devido às suas funcionalidades limitadas;
por isso estão sendo substituídos pelos switches.

Switches

Os switches são equipamentos que surgiram para permitir a ligação de redes de forma mais rápida e eficiente (ver
Figura abaixo). O nome adotado na época do seu lançamento (por volta de 1995) era “Ponte” ou “Bridge”. A ponte era
um equipamento caro e dotado de poucas portas. Enquanto um hub repetidor custava em torno de 600 reais, as pontes
chegavam a custar entre 2.500 e 4.000 reais.

Na Figura acima existem duas redes interconectadas por uma ponte; cada rede tem o seu sinal distribuído por um hub.
Como o próprio nome sugere, a ponte interliga duas regiões. Pode, também, ligar mais de duas redes, dependendo da
quantidade de portas que possuir.
Com o passar dos anos e acompanhando a evolução tecnológica dos computadores, os equipamentos de rede foram
dotados de algum tipo de processamento que exige memória (buffer) e processador. Seguindo a mesma tendência, os pre-
ços também foram derrubados, pois houve uma explosão do consumo desses equipamentos por parte das empresas e das
pessoas. Assim, as pontes passaram a ser fabricadas com muitas portas, as quais fazem a conexão entre os computadores CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
em vez de conectar redes. O nome comercial do equipamento passou a ser Switch,com as mesmas funcionalidades das
pontes, porém, com mais portas, novas características como funcionamento em full-duplex e mantendo compatibilidade
com as funções do hub.
O switch, dada sua capacidade de processamento, envia os quadros somente para a porta de destino, ao contrário do
hub, que envia os quadros para todas as portas. Dessa forma, o canal fica desocupado para o restante das estações, que
podem fazer suas transmissões sem mais problemas.

61
Fonte: Torres (2001, p. 349)

Na Figura acima a “estação A” está enviando um quadro (representado pela linha mais grossa); o switch o encaminha
diretamente para a estação E. Assim, todas as outras estações (B, C, D, E, G, H) podem transmitir sem se preocupar se o canal
está ocupado ou não. Isto se chama conexão multiponto.
Mas você pode se perguntar: como o switch consegue enviar para a porta correta onde está o computador que precisa
receber aquele quadro? Os quadros são formados por pequenas estruturas chamadas “campos”. Dois desses campos estão
relacionados aos endereços MAC das interfaces de rede: MAC Destino e MAC Origem (Figura abaixo). O switch consegue ler
o MAC destino e encaminhar o quadro corretamente. O campo “dados” é proveniente da camada imediatamente superior
e o PAD é uma espécie de complemento, quando os dados recebidos não atingem um tamanho mínimo especificado pelo
padrão. O CRC é um cálculo que confere o recebimento correto dos dados. Não aprofundaremos o estudo dos campos
aqui, mas você pode obter mais informações sobre este assunto em Spurgeon (2000).

Outro conceito importante é que os switches funcionam na camada 2 (de enlace), pois têm inteligência suficiente para
receber o quadro, recalcular o CRC, abri-lo, checar seu endereço de destino e encaminhá-lo para a porta correta. Obvia-
mente, pelo fato de transmitir o quadro pelo cabo, o switch também funciona na camada 1. Os hubs, por não possuírem
essa inteligência, dizemos que funcionam apenas na camada 1 (física), já que encaminham os quadros que recebem para
todas as portas.
Os switches mantêm uma tabela interna com todos os endereços MAC das interfaces de rede dos computadores da
rede. Essa tabela é consultada assim que o switch recebe um quadro. O que ele faz então é simples:
a) abre o quadro;
b) lê o campo “MAC Destino”;
c) verifica na sua tabela a qual de suas portas está associado aquele endereço;
d) faz o devido encaminhamento.

Uma situação em que o switch encaminha o quadro para todas as portas é quando ele não encontra na sua tabela o
endereço que recebeu para fazer a entrega. O switch faz atualizações frequentes na sua tabela de endereços (geralmente
a cada 2 segundos) e pode ser que alguma estação tenha sido desligada ou mudada de porta. Assim, temporariamente o
switch não vai reconhecer esse novo endereço. Portanto, durante esse tempo de atualização, enviar o quadro para todas as
portas garante que seu destinatário vá recebê-lo. Essa técnica é denominada flooding (inundação).
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Basicamente, os switches podem funcionar de duas formas:


a) Cut-through (sem interrupção) – nessa forma, o switch encaminha os quadros imediatamente após receber os cam-
pos MAC destino e origem, sem fazer verificações.
b) Store-and-forward (armazena e encaminha) – nesse método, o switch espera chegar todos os campos, faz verifica-
ções de erros e encaminha para a porta correta.

No modo cut-through há menos latência nas transmissões, já que os quadros são imediatamente transmitidos assim
que são recebidos. Entretanto, isso pode exigir que alguns quadros sejam retransmitidos, caso cheguem defeituosos. Já no
modo de store-and-forward a latência é maior, pois todos os quadros são verificados antes de serem transmitidos e isso
leva certo tempo. Entretanto, há maior garantia da entrega do quadro sem erros.
Os switches são encontrados no mercado com várias quantidades de portas e várias taxas de operação.
Os switches podem funcionar a taxas de transmissão equiparadas com a dos hubs, como, por exemplo, 10/100 Mbps,
obviamente com a grande vantagem de reduzir o tráfego da rede, como já vimos. Com a evolução da tecnologia, é comum
encontrarmos switches trabalhando a 10/100/1000 Mbps; são chamados switches gigabit. Um padrão novo, denominado
multigigabit (10 Gbps ou 10 GbE) está no mercado há algum tempo, evoluindo para novas taxas, como 40 Gbps e 100 Gbps.
É uma tecnologia nova e está baseada em cabos de fibras ópticas.

62
Outro aspecto importante a decidir sobre esses equipamentos é sua adequação ao tipo de rede. Existem vários fabri-
cantes de switches no mercado e cada fabricante tem seu produto destinado a um tipo de negócio. Por exemplo, existem
modelos destinados ao mercado SOHO (Small Office Home Office – Pequenos escritórios e escritórios domésticos) com
preços na faixa de R$ 50,00 a R$ 600,00. Entretanto, empresas que possuem redes com muitos computadores e outros
equipamentos não devem usar esses switches, pois apresentam muitos travamentos e defeitos.
a) Pelo que você leu, existe algum momento em que o switch trabalha de forma “burra”, como o hub?
b) Entre os métodos de trabalho cut-through e store-and-forward, em qual deles o switch trabalha mais? Em qual deles
o switch é mais eficiente (entrega um maior número de pacotes corretos em menos tempo)? Justifique a resposta.
c) Ainda com relação aos métodos cut-through e store-and-forward, qual deles gera um maior tráfego na rede? Justi-
fique a resposta.

Roteadores

Seguindo a ordem de funcionamento nas camadas, vimos que os hubs funcionam na camada 1 e os switches funcionam
nas camadas 1 e 2. Vamos ver agora os roteadores, que funcionam na camada 3.

Na Figura acima você pode observar um roteador ligado a uma “nuvem”. Esta simbologia vem sendo muito utilizada e,
na maioria das vezes, significa a internet, na qual existem milhares de roteadores (uma “nuvem” de equipamentos).
A grande diferença entre uma ponte (switch) e um roteador é que o endereçamento que o switch utiliza é da camada
de enlace: o endereço MAC das interfaces de rede. O roteador, por funcionar na camada de rede, utiliza outro sistema de
endereçamento, que é o endereço IP. Você já deve ter visto a sigla TCP/IP: ela indica o uso de dois protocolos operando em
camadas diferentes. TCP opera na camada de transporte e IP, na camada de rede.
Nas redes locais também é utilizado o endereço IP para identificar os computadores que pertencem a essa rede (ver
Figura abaixo). Por exemplo, podemos dizer que um computador possui o endereço IP 192.168.1.150; isso é apenas um
exemplo, pois os endereços IP costumam variar dentro de uma determinada faixa para aquela rede.
Entretanto, para se conectar com redes WAN (e a internet é seu melhor exemplo), é necessário que o seu computador
receba outro endereço IP. Este endereço precisa ser conhecido pelo roteador da sua rede e é fornecido pelo provedor do
serviço de comunicação com a internet (a empresa de telefonia – VELOX, SPEED –, a fornecedora da TV a cabo ou da in-
ternet a rádio). Enfim, alguém precisa fornecer esse endereço IP internet válido e o seu roteador precisa estar pronto para
aceitá-lo e interconectar com sua rede para que as pessoas tenham acesso à internet através daquele número. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

63
veram dois saltos. E para chegar a D sem passar por B e C,
o salto é zero. Na transmissão de pacotes, o protocolo RIP
usa a rota cuja quantidade de saltos é menor.
b) Protocolo OSPF (Open Shortest Path First – Protocolo
Aberto Baseado no Estado do Link). Sua tradução é confusa
(a tradução literal é: primeiro caminho mais curto aberto),
pois pode indicar que ele usa o mesmo mecanismo do RIP.
Na verdade este protocolo se preocupa com a qualidade
da comunicação entre os roteadores. Por exemplo, na Fi-
gura anterior, para os pacotes da REDE 1 chegarem à REDE
3 há dois caminhos (pelo roteador B ou pelo roteador D).
Neste protocolo, a escolha do caminho é baseada no con-
gestionamento ou funcionamento dos roteadores B e D. A
rota que estiver com tráfego mais rápido será usada como
intermediária para a passagem dos pacotes.
a) Faça um quadro-resumo do hardware de rede estu-
dado com pelo menos as seguintes informações: nome, fi-
nalidade, taxa de transmissão, local onde você encontrou
o equipamento.
b) Peça ao seu tutor para mostrar como você pode ver
o IP de sua máquina.
c) Pelo que você entendeu, dois computadores podem
Ainda na Figura acima, você pode observar a existência ter o mesmo endereço MAC? E o mesmo endereço IP?
de quatro redes locais interconectadas por roteadores. Na Aborde as duas questões, considerando:
camada de enlace, cada computador de cada rede possui • os dois computadores na mesma rede;
seu endereço MAC, válido dentro de sua própria rede. Na • os dois computadores em redes diferentes.
camada de rede, cada estação tem um endereço IP, defini-
do para que ela possa se comunicar com outras redes. Software de rede

Endereço IP Os softwares de rede podem existir em diferentes níveis


de aplicação. Por exemplo, o próprio comunicador instan-
É definido em classes, como A, B, C, D e E. Cada classe tâneo (como MSN ou MIRC) é um tipo de software para
possui uma faixa de endereçamento e é destinada a algum funcionar em rede. Entre esses softwares, basicamente po-
tipo de rede, como uma rede local particular, redes milita- demos destacar:
res, redes governamentais ou a internet. a) Sistemas Operacionais de Rede (SOR).
Obtenha mais informações sobre este assunto em TOR- b) Aplicativos para redes, como antivírus, MSN, etc.
RES, Gabriel. Redes de computadores: curso completo. Ax- c) Software de segurança e acesso de redes.
cel Books, 2001. Na internet, busque mais informações em Obviamente essa classificação é um tanto simplista se
http://www. hardware.com.br/livros/ redes/hubs-switches- considerarmos a gama de produtos de software para redes
-bridgesroteadores.html que existem. Vamos abordar apenas os Sistemas Operacio-
Vamos a um exemplo básico do funcionamento do ro- nais de Redes.
teador, voltando à Figura anterior. Imagine que um dos Os SORs são produtos de software que têm duas fun-
computadores da REDE 1 tenha o endereço IP 192.168.31.5 ções. A primeira é funcionar como um sistema operacional
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

e um dos computadores da REDE 2 tenha o endereço IP comum, fazendo o controle dos recursos do computador
172.15.20.8. Será necessário fazer o roteamento, pois as servidor, como o acesso a disco rígido ou memória. A se-
duas redes em questão possuem endereços de rede dife- gunda função é fazer o controle do uso das redes que es-
rentes e obviamente estão separadas por um roteador. tão instaladas; por exemplo, o SOR pode controlar se você,
Para que a comunicação do exemplo possa ser estabe- como usuário da rede, pode ou não ter acesso a um arqui-
lecida, o roteador A é capaz de seguir duas rotas: vo no disco rígido do servidor.
1. transmitir diretamente para o roteador D ou; Os SORs são classificados como ponto a ponto e clien-
2. passar pelos roteadores B e C para chegar ao rotea- te-servidor.
dor D. 1. Redes ponto a ponto – nessas redes, os sistemas
A decisão por qual caminho o pacote deve trafegar é operacionais instalados em todos os computadores são
baseada em dois protocolos: do tipo cliente. Não é definido um computador específico
a) Protocolo RIP (Routing Information Protocol – Pro- para controle dos recursos da rede, como uma impressora,
tocolo de Informação de Roteamento): usa mecanismo por exemplo. Os SORs mais comuns para essas redes são
baseado na distância entre os roteadores. Essa distância é atualmente o Windows XP Professional Edition, Windows
medida em hops (saltos). Assim, no exemplo da Figura 3.9, Vista Ultimate Edition, Windows Seven e distribuições do
os pacotes de A para chegar a D, passando por B e C, ti- Linux como Kurumim, SUSE, Mandriva e Ubuntu. Esses SOs,

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configurados corretamente, permitem aos computadores trocar dados através de redes cabeadas ou sem fio. São indica-
dos para redes locais onde existam no máximo 20 computadores. Esse número não é um fator limitante, tecnologicamente
falando; podem existir redes ponto a ponto com centenas de computadores. Os seus problemas são a organização e
segurança, pois fica tudo mais difícil de controlar, já que não existe a figura de um servidor que controle o acesso aos re-
cursos da rede. Um ponto positivo é sua facilidade de instalação e de configuração, que não exigem suporte técnico muito
especializado.
2. Redes cliente-servidor – os sistemas operacionais nessas redes são SOR Cliente ou SOR Servidor. Os computadores
clientes possuem sistemas operacionais do tipo cliente, os mesmos usados nas redes ponto a ponto; eles requisitam os
serviços ou recursos da rede, como arquivos, impressoras e internet, aos servidores. Os servidores rodam um SOR Servidor,
como, por exemplo, o Windows 2003 Server, Windows 2008 Server ou distribuições Linux para servidores. Esses servidores
permanecem todo o tempo rodando serviços e atendendo às solicitações dos clientes. Um exemplo de serviço é a auten-
ticação dos usuários que querem entrar na rede: toda vez que o usuário sentar na frente do seu terminal para usar a rede,
é necessário que ele se identifique com um nome de usuário e senha; assim, a rede se torna mais segura, pois podem ser
rastreados os momentos e a estação na qual o usuário se autenticou. Essas redes são mais complexas e mais caras, pois ne-
cessitam de um software servidor e pessoal técnico qualificado para instalar e manter os serviços oferecidos pelo servidor.

Dispositivos móveis

Todos vocês já devem ter se deparado com as estatísticas mais recentes de queda de venda de PCs (desktops) com a
vinda de telefones inteligentes (smartphones), tablets, híbridos de tablet e smartphone, Ultrabooks, e-readers com acesso
à internet, etc. Isso é na verdade o que a indústria está definindo no meio corporativo de BYOD (Bring Your Own Device, ou
traga o seu próprio dispositivo), ou seja, você escolhe a forma como quer acessar os seus aplicativos: usar seu banco, com-
prar ingressos, fazer compras em geral e até mesmo acessar os sistemas da empresa em que trabalha com o seu dispositivo
móvel. O acesso via dispositivos móveis pode ser analisado por meio de duas visões: a corporativa e a privada. Apesar do
dispositivo ser o mesmo que você usa para acessar sua empresa e seus dados pessoais, as formas como isso se desenvolveu
em cada um dos casos foram bem distintas.

A visão corporativa
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
Como chegamos no BYOD? Vale voltarmos alguns anos para revermos como isso evoluiu e como isso impacta em ter-
mos de inovação. Nos anos 60 até 80, na era dos mainframes, o acesso era feito por meio dos terminas síncronos, de tama-
nho e peso gigantescos, normalmente de fósforo verde, sem gráficos. Todo processamento era centralizado no data center,
o que permitia um controle total para quem administra os sistemas, mas com pouquíssima flexibilidade. Se por qualquer
razão você precisasse acessar qualquer sistema, tinha que correr para o escritório/fábrica e chegar ao terminal para acessar
os aplicativos da empresa. No final dos anos 80, surgiram os equipamentos baseados em processador RISC e sistema ope-
racional UNIX, e foi aí que começou a era do downsizing, que foi a migração do mainframe para equipamentos baseados
em padrões abertos, os chamados “Open Systems”, principalmente por razões de custos e possibilidade de ficar um pouco
menos dependente do fabricante; afinal de contas, o UNIX prometia uma plataforma aberta e intercambiável, coisa que
nunca aconteceu em sua plenitude. E esforços de migração entre UNIX continuam ocorrendo até hoje. Nessa época, o
acesso era feito por terminais assíncronos, o que pelo menos nos dava a opção de acesso via MODEM (acesso pela linha te-
lefônica) e assim, de forma ainda mais interessante, começou uma nova arquitetura computacional chamada de cliente-ser-
vidor, na qual o acesso era feito por um PC – uma parte da aplicação rodava nesse PC e outra no servidor. Isso durou até o
final dos anos 90, quando veio a internet, a plataforma Java (rode seu aplicativo de qualquer dispositivo, de qualquer lugar,
com segurança” dizia o slogan do Java, coisa que em larga escala efetivamente começamos a ver hoje em dia). O famoso

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slogan da falecida Sun Microsystems finalmente começou como o Brasil, com coberturas de rede nem sempre com
a fazer sentido: “a rede é o computador”. Arquiteturas no- qualidade suficiente, é a possibilidade de trabalho offli-
vas que permitiam acessar os servidores do data center via ne, fora da rede. Isso é um problema em implementações
navegadores (na época tínhamos principalmente o Netsca- que dependem do navegador e impossibilitam o trabalho
pe e o Internet Explorer) e, para os sistemas legados, havia quando a rede não está no ar. Ter um app que permite
o acesso via VDI (desktop virtual) em que você mostrava a o trabalho fora da rede e, quando a rede está disponível,
tela do aplicativo via outros dispositivos, como PCs, “thin promove a sincronização dos dados com a nuvem, é uma
clients” e, com algumas restrições, celulares. Estamos agora característica que as aplicações corporativas exigem para
na era do “Cloud Computing”, o data center perdeu aque- evitar paradas caso a rede não esteja disponível. A visão de
la identidade de centro de processamento de dados, até uso privado Vimos a explosão dos sites sociais como uma
mesmo por razões de normas que exigem que você tenha grande ferramenta para alavancar o uso intenso do celular
seus dados replicados em mais lugares. O acesso via in- e outros dispositivos móveis para o usuário final. Esse novo
ternet e via navegadores já é um padrão e os dispositivos costume, de usar o tempo todo o dispositivo móvel, está
móveis estão extremamente evoluídos e sofisticados. Mas, diminuindo a utilização de PCs para o usuário focado na
as empresas estão abrindo o acesso aos seus sistemas para web e prevemos que o PC propriamente dito ficará restrito
qualquer dispositivo? A resposta correta é sim, mas com a nichos como gamers, músicos e hobbistas. É exatamente
cautela. Quando a tendência de BYOD apareceu, as em- esse costume que trouxe o BYOD: estamos tão familiariza-
presas inicialmente a ignoraram por razões de segurança, dos com o uso do nosso dispositivo móvel que queremos
mas, com a disponibilidade de tecnologias maduras de utilizá-lo também no trabalho, ficaremos mais produtivos,
VPN (acesso via rede com criptografia) para dispositivos mais à vontade. Quanto ao client-cloud, isso é válido para
móveis, todo o meio corporativo começou a entender que o uso privado também: a maioria dos bancos, por exemplo,
acessar as ferramentas de trabalho pelo dispositivo que o já está provendo um app para seu dispositivo móvel que
usuário ficar mais confortável trará um aumento de pro- utiliza a câmera para ler o código de barras e pagar uma
dutividade, motivará o colaborador e permitirá o acesso conta. Se o acesso ao banco fosse apenas via navegador,
a qualquer hora, em qualquer lugar e com segurança (to- não teríamos, já hoje, esse tipo de funcionalidade. Apli-
mando os devidos cuidados). A experiência do usuário é cativos como carteiras digitais (digital wallets) permitem
o foco atualmente, não queremos mostrar a mesma tela compras seguras via seu dispositivo móvel. Leitores de có-
que aparece no desktop no seu celular, queremos, além digo QR permitem ler uma quantidade razoável de dados
de ajustar a tela ao tamanho de cada dispositivo, utilizar por meio da câmera do seu celular podendo armazenar
suas funcionalidades nativa: agenda, calendário, câmera, informações de produtos que você vê numa prateleira de
GPS, etc. Para isso, um novo conceito vem surgindo: em loja e comprá-los via dispositivo móvel para entregar em
vez do client-server, temos agora o client-cloud, em que o casa, evitando filas e tumultos. E, finalmente, utilizando a
cliente utiliza as funcionalidades nativas do iOS e Android, câmera do seu dispositivo móvel para interagir com o que
principalmente, se ajusta adequadamente ao tamanho de você está vendo naquele instante, baseado na sua posição
tela de cada dispositivo e implementa esquemas de segu- geográfica identificada pelo GPS, pode alimentar apps de
rança e criptografia, integrando outras ferramentas nativas realidade aumentada: tire uma foto de um prédio ou uma
dos dispositivos. Desta forma, novas funcionalidades estão estátua e o app te mostra detalhes; tire uma foto de um
explorando especialmente o uso da câmera, do acelerôme- rótulo de vinho e o app te fala sobre a safra e a nota do
tro e do GPS. Nessa parte de integração client-cloud entra vinho; ao caminhar por uma rua o app te avisa que o índice
um componente importante na arquitetura das novas apli- de assaltos naquela região é mais alto e recomenda ir para
cações corporativas: o Middleware, que é uma camada de a avenida acima. São alguns exemplos de apps que buscam
software entre a aplicação e o sistema operacional, que fa- informação na nuvem no formato client-cloud.
cilita o desenvolvimento dessas aplicações e resolve diver-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

sos problemas computacionais, inclusive integrações entre Referências


sistemas antigos – lembrando que todas essas fases his- http://bdm.unb.br/bitstream/10483/1360/1/2007_Tu-
tóricas que comentei deixam sistemas legados e, hoje em lioRamosMorais
dia, temos a convivência de mainframes com equipamen- http://www.infobras.com.br/portugues/produtos_con-
tos RISC/UNIX com equipamentos Linux e Windows. En- ceito_metadados.asp
tre as várias opções de desenvolvimento corporativo para http://www.trt4.jus.br
dispositivos móveis, as iniciativas OpenSource são as que http://www.tecmundo.com.br
mais se destacam. Ninguém quer ficar preso a um fabri- http://equipe.nce.ufrj.br/antonio/windows
cante quando define uma plataforma de desenvolvimento http://kodumaro.blogspot.com.br/2007/03/conceitos-
além de que, com o OpenSource, todos podem colaborar -bsicos-de-programao.html
e influenciar o caminho que o projeto está tomando, re- www.unimep.br/~vmdzilio/apostila00.doc
solvendo os próprios problemas e definindo o padrão que AMARAL, Allan Francisco Forzza. Redes de Computado-
está em desenvolvimento. Entre os projetos que mais se res.
destacam estão o Apache Cordova e o Aerogear. Outro http://corporate.canaltech.com.br/coluna/mobile/Dis-
ponto importante que a parte client do client-cloud precisa positivos-moveis-a-interface-com-o-mundo/
pensar, especialmente em países de tamanho continental

66
Para garantir a comunicação entre o remetente e o
destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido
CONCEITOS, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS NA como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que
INTERNET E INTRANET, WEB 2.0 E WEB 3.0. são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION
NAVEGADOR INTERNET (INTERNET EX- CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de
PLORER 9 BR, GOOGLE CHROME E MOZILLA Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo
de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível
FIREFOX V13.0.1)- CONCEITOS E USO DOS
tanto a conexão entre os computadores, quanto ao
RECURSOS, CONCEITOS E FERRAMENTAS entendimento da informação trocada entre eles.
DE BUSCA E PESQUISA NA WEB. A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo
CONCEITOS SOBRE TECNOLOGIAS E FER- informações, por isso o periférico que permite a conexão
RAMENTAS DE COLABORAÇÃO, DE COR- com a internet chama MODEM, porque que ele MOdula
REIO ELETRÔNICO E WEBMAIL, DE GRUPOS e DEModula sinais, e essas informações só podem ser
DE DISCUSSÃO, DE FÓRUNS, DE WIKIS E trocadas graças aos protocolos TCP/IP.
REDES SOCIAIS.
Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos


Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e outros que são largamente usados na Internet:
Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de bus- - HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de
ca na Web. transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para
trocar informações na Internet. Quando digitamos um site,
O objetivo inicial da Internet era atender necessidades automaticamente é colocado à frente dele o http://
militares, facilitando a comunicação. A agência norte-
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS
AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na Onde:
década de 60, criaram um projeto que pudesse conectar http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia
os computadores de departamentos de pesquisas e bases para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto,
militares, para que, caso um desses pontos sofresse algum som, imagem, filmes e links.
tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam - URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão
totalmente perdidas, pois estariam salvas em outros pontos de recursos, serve para endereçar um recurso na web,
estratégicos. é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma acessar um determinado site.
conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:
fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
informação poderia ser realizado por várias rotas, assim, Faz a solicitação de um arquivo de
http://
caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados hiper mídia para a Internet.
poderiam seguir por outro caminho garantindo a entrega Estipula que esse recurso está na rede
da informação, é importante mencionar que a maior mundial de computadores (veremos
distância entre um ponto e outro, era de 450 quilômetros. www
mais sobre www em um próximo
No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a tópico).
troca de informações de computadores de universidades É o endereço de domínio. Um endereço
dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) novaconcursos de domínio representará sua empresa
internacional (INTER), consequentemente seu nome passa ou seu espaço na Internet. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras Indica que o servidor onde esse site
continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte .com está
escala alcançando forte potencial comercial, a Internet hospedado é de finalidades comerciais.
deixou de conectar apenas computadores de universidades, .br Indica queo servidor está no Brasil.
passou a conectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o
Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que
a Internet para os centros acadêmicos e comerciais. Essa demonstram a finalidade e organização que o criou, como:
tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os .gov - Organização governamental
setores sociais até atingir a amplitude de sua difusão nos .edu - Organização educacional
tempos atuais. .org - Organização
Um marco que é importante frisar é o surgimento do .ind - Organização Industrial
WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica .net - Organização telecomunicações
deixando a internet ainda mais interessante e vantajosa, .mil - Organização militar
pois até então, só era possível a existência de textos. .pro - Organização de profissões

67
.eng – Organização de engenheiros Provedor
E também, do país de origem:
.it – Itália O provedor é uma empresa prestadora de serviços
.pt – Portugal que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é
.ar – Argentina necessário conectar-se com um computador que já esteja
.cl – Chile na Internet (no caso, o provedor) e esse computador deve
.gr – Grécia permitir que seus usuários também tenham acesso a
Internet.
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
que se trata de um site hospedado em um servidor dos à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
Estados Unidos. computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
- HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Seme- com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
lhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no
transmitidos através de uma conexão criptografada Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma
e que se verifique a autenticidade do servidor e do avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas
cliente através de certificados digitais. que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link como o
- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferên- backbone possui uma velocidade de transmissão, ou seja,
cia de arquivo, é o protocolo utilizado para poder com qual velocidade ele transmite os dados.
subir os arquivos para um servidor de internet, seus Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZil- Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que
la e LeechFTP, ao criar um site, o profissional utiliza fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um
um desses programas FTP ou similares e executa a endereço eletrônico na Internet.
transferência dos arquivos criados, o manuseio é se-
melhante à utilização de gerenciadores de arquivo, Home Page
como o Windows Explorer, por exemplo.
Pela definição técnica temos que uma Home Page
- POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos
é um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de
Correios permite, como o seu nome o indica, recu-
computadores rodando um Navegador (Browser), que
perar o seu correio num servidor distante (o servidor
permite o acesso às informações em um ambiente gráfico
POP). É necessário para as pessoas não ligadas per-
e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de
manentemente à Internet, para poderem consultar
informações dentro das Home Pages.
os mails recebidos offline. Existem duas versões prin-
cipais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos quais
são atribuídas respectivamente as portas 109 e 110,
#FicaDica
funcionando com o auxílio de comandos textuais
radicalmente diferentes, na troca de e-mails ele é o O endereço de Home Pages tem o seguinte
protocolo de entrada. formato:
- IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro- http://www.endereço.com/página.html
tocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece Por exemplo, a página principal do meu projeto
muitas mais possibilidades, como, gerir vários aces- de mestrado:
sos simultâneos e várias caixas de correio, além de http://www.youtube.com/canaldoovidio
poder criar mais critérios de triagem.
- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz Plug-ins


a validação de destinatários de mensagens. Ele que
verifica se o endereço de e-mail do destinatário está Os plug-ins são programas que expandem a capacidade
corretamente digitado, se é um endereço existente, do Browser em recursos específicos - permitindo, por
se a caixa de mensagens do destinatário está cheia exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes
ou se recebeu sua mensagem, na troca de e-mails ele em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de
é o protocolo de saída. software vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade
-UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua na impressionante. Maiores informações e endereços sobre
camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Per- plug-ins são encontradas na página:
mite que a aplicação escreva um datagrama encap- http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
sulado num pacote IP e transportado ao destino. É Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
muito comum lermos que se trata de um protocolo Indices/
não confiável, isso porque ele não é implementado Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
com regras que garantam tratamento de erros ou temos uma relação de alguns deles:
entrega. - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTi-
me, etc.).

68
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.). Objetivo de construir uma Intranet
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
PCX, etc.). Organizações constroem uma intranet porque ela é uma
- Negócios e Utilitários. ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente para
- Apresentações. economizar tempo, diminuir as desvantagens da distância
e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital com
INTRANET conhecimentos das operações e produtos da empresa.

A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de Aplicações da Intranet


uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de
empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes
comunicações corporativas em uma intranet dá para
de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
simplificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos
na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
na mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar
pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa. onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido
A intranet cumpre o papel de conectar entre si operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
filiais e departamentos, mesclando (com segurança) as Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por
suas informações particulares dentro da estrutura de exemplo:
comunicações da empresa. - Marketing e Vendas - Informações sobre produtos, lis-
O grande sucesso da Internet, é particularmente da tas de preços, promoções, planejamento de eventos;
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na - Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
evolução da informática nos últimos anos. Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos de membros das equipes, situações de projetos;
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme - Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste-
facilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões),
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratizaram manuais de qualidade;
o acesso à informação através de redes de computadores. - Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas,
Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de políticas da companhia, organograma, oportuni-
usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos dades de trabalho, programas de desenvolvimento
de informática e de navegação na Internet. Finalmente, pessoal, benefícios.
surgiram muitas ferramentas de software de custo zero
ou pequeno, que permitem a qualquer organização ou Para acessar as informações disponíveis na Web
empresa, sem muito esforço, “entrar na rede” e começar corporativa, o funcionário praticamente não precisa ser
a acessar e colocar informação. O resultado inevitável foi treinado. Afinal, o esforço de operação desses programas se
a impressionante explosão na informação disponível na resume quase somente em clicar nos links que remetem às
Internet, que segundo consta, está dobrando de tamanho novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet
a cada mês. termina aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é
uma tarefa complexa e exige a presença de profissionais
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
especializados. Essa dificuldade aumenta com o tamanho
que tem interessado um número cada vez maior de
da intranet, sua diversidade de funções e a quantidade de
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações
informações nela armazenadas.
interessadas em integrar informações e usuários: a
intranet. Seu advento e disseminação promete operar uma A intranet é baseada em quatro conceitos:
revolução tão profunda para a vida organizacional quanto o
aparecimento das primeiras redes locais de computadores, - Conectividade - A base de conexão dos computa-
no final da década de 80. dores ligados por meio de uma rede, e que podem CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
transferir qualquer tipo de informação digital entre
O que é Intranet? si;
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computadores
O termo “intranet” começou a ser usado em meados e sistemas operacionais podem ser conectados de
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para forma transparente;
se referirem ao uso dentro das empresas privadas de - Navegação - É possível passar de um documento a
tecnologias projetadas para a comunicação por computador outro por meio de referências ou vínculos de hiper-
entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consiste texto, que facilitam o acesso não linear aos docu-
em uma rede privativa de computadores que se baseia nos mentos;
padrões de comunicação de dados da Internet pública, - Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas HTML, acesso ou manipulação na intranet só podem ocor-
e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo muito rer graças à execução de programas aplicativos, que
sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão o custo podem estar no servidor, ou nos microcomputadores
de implantação relativamente baixo e a facilidade de uso que acessam a rede (também chamados de clientes,
propiciada pelos programas de navegação na Web, os daí surgiu à expressão que caracteriza a arquitetura
browsers. da intranet: cliente-servidor).

69
- A vantagem da intranet é que esses programas são filetype:tipo
ativados através da WWW, permitindo grande flexi-
bilidade. Determinadas linguagens, como Java, assu- Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo
miram grande importância no desenvolvimento de de extensão especificada. Por exemplo, em uma busca
softwares aplicativos que obedeçam aos três concei- filetype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra
tos anteriores. chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC.
Mecanismos de Buscas
palavra_chave_01 * palavra_chave_02
Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
exatamente o que você queria pode trazer algumas Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um
horas de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em
que os termos inicial e final aparecem, independente do
algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook
de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
* msn e veja o resultado na prática.
lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha Áudio e Vídeo
acesso a resultados mais relevantes.
Os mecanismos de buscas contam com operadores para A popularização da banda larga e dos serviços de
filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no entanto, e-mail com grande capacidade de armazenamento está
pode não interessar a você, caso não seja um praticante de aumentando a circulação de vídeos na Internet. O problema
SEO. Contudo, alguns são realmente úteis e estão listados é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a
abaixo. Realize uma busca simples e depois aplique os experiência decepcionante.
filtros para poder ver o quanto os resultados podem ser A maioria deles depende de um único programa
mais especializados em relação ao que você procura. para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai
necessitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de
-palavra_chave um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado.
Acrônimo de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de
Retorna uma busca excluindo aquelas em que a palavra complemento que descomprime - e comprime - o arquivo.
chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca por É o caso do MPEG, que roda no Windows Media Player,
computação, provavelmente encontrarei na relação dos desde que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação
resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“. é automática.
Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência, os Com os três players de multimídia mais populares -
resultados que tem a palavra chave ciência serão omitidos. Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos, tanto
+palavra_chave offline como por streaming (neste caso, o download e a
exibição do vídeo são simultâneos, como na TV Terra).
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de Atualmente, devido à evolução da internet com os
uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há
uma grande demanda por programas para trabalhar com
ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo
imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso,
computação, terei como retorno uma gama mista de
também há no mercado uma ampla gama de ferramentas
resultados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que
existentes que fazem algum tipo de tratamento ou
ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma conversão de imagens.
busca do tipo computação + ciência SP. Porém, muitos destes programas não são o que se
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

“frase_chave” em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes.


Caso o que você precise seja apenas um programa para
Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples
termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas ao ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma
que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do tipo conferida em alguns aplicativos mais leves e com recursos
“como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra FAZER, mais enxutos como os visualizadores de imagens.
verá resultados em que a frase idêntica foi empregada. Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis de
palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 se utilizar dos editores, para você que não precisa de tantos
recursos, mas ainda assim gosta de dar um tratamento
Mostra resultado para pelo menos uma das palavras especial para as suas mais variadas imagens.
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por O Picasa está com uma versão cheia de inovações que
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nesse e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas
caso, como as duas palavras chaves são populares, os dois úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem
resultados são apresentados em posição de destaque. do computador.

70
As ferramentas de edição possuem os métodos mais nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que
avançados para automatizar o processo de correção de a conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de di-
imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o pro- retórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing
grama consegue identificar e corrigir todos os olhos ver- e incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma au-
melhos da foto automaticamente sem precisar selecionar tenticação, e portanto, é indispensável que o usuário pos-
um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicio- sua um username e uma password que sejam reconheci-
nar textos, inserir efeitos, e muito mais. das pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa Neste caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamen-
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de to é no diretório criado para a conta do usuário – diretório
armazenamento capaz de filtrar imagens que contenham home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema,
apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua.
fotos que contém pessoas. Assim como muitas aplicações largamente utilizadas
Depois de tudo organizado em seu computador, você hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema
pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar- operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá-
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.
pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web.
O programa possui integração com o PicasaWeb, o qual Algumas dicas
possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos
segundos. 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú-
O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve e mero de conexões simultâneas para evitar uma so-
com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil brecarga na máquina. Uma outra limitação possível
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com é a faixa de horário de acesso, que muitas vezes é
este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recur- considerada nobre em horário comercial, e portanto,
sos simples de editor. Com ele é possível fazer operações o FTP anônimo é temporariamente desativado.
como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de 2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites
olhos vermelhos em fotos. O programa oferece alternativas espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site
para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em sendo acessado.
sua imagem por meio de apenas um clique. 3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo
Além disso sempre é possível a visualização de imagens verifique se você está usando o modo correto, isto
pelo próprio gerenciador do Windows. é, no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no
caso de arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.),
Transferência de arquivos pela internet o modo é binário. Esta prevenção pode evitar perda
de tempo.
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência 4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi-
de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos que um amigo seu consiga acessar o seu computa-
para, ou de computadores que se caracterizam como ser- dor como um servidor remoto de FTP, bastando que
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo ele tenha acesso ao número IP, que lhe é atribuído
texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários dinamicamente.
– código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans- Grupos de Discussão e Redes Sociais
ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de São espaços de convivências virtuais em que grupos de
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou pessoas ou empresas se relacionam por meio do envio de CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
não-textual (binário). mensagens, do compartilhamento de conteúdo, entre ou-
Um servidor FTP é um computador que roda um pro- tras ações.
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca- As redes sociais tiveram grande avanço devido a evolu-
paz de se comunicar com outro computador na Rede que ção da internet, cujo boom aconteceu no início do milênio.
o esteja acessando através de um cliente FTP. Vejamos como esse percurso aconteceu:
FTP anônimo versus FTP com autenticação existem dois Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comunida-
tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a cone- de que se assemelha a uma rede social. O GeoCities que,
xão anônima, na qual não é preciso possuir um username no entanto, não existe mais, orientava as pessoas para que
ou password (senha) no servidor de FTP, bastando apenas elas próprias criassem suas páginas na internet.
identificar-se como anonymous (anônimo). Neste caso, o Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas a
que acontece é que, em geral, a árvore de diretório que oportunidade de interagir com um grupo de pessoas.
se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto é No mesmo ano, também surge uma plataforma que per-
muito importante, porque garante um nível de segurança mite a interação com antigos colegas da escola, o Classmates.
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma que,
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co- desta vez, tinha como foco a publicação de fotografias.

71
Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda- Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido cada
deira rede social, o Friendster. vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta para
No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede algumas precauções.
social de caráter profissional do mundo.
E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o Fa-
cebook, surgem o Orkut e o Flickr. #FicaDica
Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença en- Por ser algo muito atual, tem caído muitas ques-
tre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
tões de redes sociais nos concursos atualmente.
• Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
amizade ou namoro).
• Networking: partilha e busca de conhecimentos pro-
fissionais e procura emprego ou preenchimento de
EXERCÍCIOS COMENTADOS
vagas.
• Partilha e busca de imagens e vídeos. 1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma im-
• Partilha e busca de informações sobre temas variados. pressora estiver compartilhada em uma intranet por meio
• Divulgação para compra e venda de produtos e ser- de um endereço IP, então, para se imprimir um arquivo
viços. nessa impressora, é necessário, por uma questão de pa-
• Jogos, entre outros. dronização dessa tecnologia de impressão, indicar no na-
vegador web a seguinte url:
Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conhecidas,
, em
destacamos:
• Facebook: interação e expansão de contatos. que deve estar acessível via rede e
• Youtube: partilha de vídeos.
• Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e cha- deve ser do tipo PDF.
madas de voz.
• Instagram: partilha de fotos e vídeos.
• Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais são ( ) CERTO ( ) ERRADO
conhecidas como “tweets”.
• Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
• Skype: telechamada. Resposta: Errado.
• LinkedIn: interação e expansão de contatos profissio- Pelo comando da questão, esta afirma que somente ar-
nais. quivos no formato PDF, poderiam ser impressos, o que
• Badoo: relacionamentos amorosos. torna o item errado, o comando para impressão não ve-
• Snapchat: envio de mensagens instantâneas. rifica o formato do arquivo, tão somente o local onde
• Messenger: envio de mensagens instantâneas.
está o arquivo a ser impresso.
• Flickr: partilha de imagens.
• Google+: partilha de conteúdos.
• Tumblr: partilha de pequenas publicações, semelhante 2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em uma
ao Twitter. intranet, for disponibilizado um portal de informações
acessível por meio de um navegador, será possível acessar
Vantagens e Desvantagens esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP ou HTTPS,
ou de ambos, dependendo de como esteja configurado o
Existem várias vantagens em fazer parte de redes so- servidor do portal.
ciais e é principalmente por isso que elas tiveram um cres-
cimento tão significativo ao longo dos anos.
Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-


lações e o contato com quem está distante, propiciando,
assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
As redes também facilitam a relação com quem está
mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
nem sempre há tempo para que as pessoas se encontrem
fisicamente.
Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rápi-
da e eficaz de comunicar algo para um grande número de
pessoas ao mesmo tempo.
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
um acontecimento, a preparação de uma manifestação ou
a mobilização de um grupo para um protesto.
No entanto, em decorrência de alguns perigos, as redes
sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas é a
falta de privacidade.

72
Com base na figura acima, que ilustra as configurações da
rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão 9, jul-
( ) CERTO ( ) ERRADO
gue os próximos itens.

Resposta: Errado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Somente é solicitado a autenticação se o servidor assim
estiver configurado, do contrário nenhuma senha é so-
Resposta: Certo. licitada, além de que foi definido para a rede Interna e
HTTP (Hyper Text Transfer Protocol) é um protocolo, ou não para acesso à Internet.
seja, uma determinada regra que permite ao seu com-
putador trocar informações com um servidor que abriga 5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que
um site. Isso significa que, uma vez conectados sob esse um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos com-
protocolo, as máquinas podem receber e enviar qual- putacionais, permanentemente conectados à Internet, que
quer conteúdo textual – os códigos que resultam na pá- utilizem diferentes clientes de e-mail, como o Outlook
gina acessada pelo navegador. Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o usuário
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou ou- deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Internet mes-
tras conexões propícias a phishing (fraude eletrônica) e sage access protocol), em detrimento do POP3 (post office
hackers, pessoas mal-intencionadas podem atravessar o protocol), pois isso permitirá a ele manter o conjunto de
caminho e interceptar os dados transmitidos com relativa e-mails no servidor remoto ou, alternativamente, fazer o
facilidade. Portanto, uma conexão em HTTP é insegura. download das mensagens para o computador em uso.
Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Protocol
Secure), que insere uma camada de proteção na trans-
missão de dados entre seu computador e o servidor. Em ( ) CERTO ( ) ERRADO
sites com endereço HTTPS, a comunicação é criptogra-
fada, aumentando significativamente a segurança dos Resposta: Certo.
dados. É como se cliente e servidor conversassem uma Em clientes de correios eletrônicos o padrão é utilizar o
língua que só as duas entendessem, dificultando a inter- Protocolo POP ou POP3 que tem a função de baixar as
ceptação das informações. mensagens do servidor de e-mail para o computador
Para saber se está navegando em um site com cripto- que o programa foi configurado. Quando o POP é subs-
grafia, basta verificar a barra de endereços, na qual será tituído pelo IMAP, essas mensagens são baixadas para o
possível identificar as letras HTTPS e, geralmente, um
computador do usuário só que apenas uma cópia delas,
símbolo de cadeado que denota segurança. Além disso,
deixando no servidor as mensagens originais; quando o
o usuário deverá ver uma bandeira com o nome do site,
acesso é feito por outro computador essas mensagens
já que a conexão segura também identifica páginas na
que estão no servidor são baixadas para este outro com-
Internet por meio de seu certificado.
putador, deixando sempre a original no servidor.
3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o servidor
6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
proxy responder na porta 80 e a conexão passar por um
firewall de rede, então o firewall deverá permitir conexões Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
de saída da estação do usuário com a porta 80 de destino utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilhamen-
no endereço do proxy. to de arquivos entre seus usuários

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO


CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
Resposta: Certo. Resposta: Errado.
E muitas redes LAN o servidor proxy e o firewall estão no Scrap é um recado e sua função principal é enviar men-
mesmo servidor físico/virtual, porém isso não é uma re- sagens e não o compartilhamento de arquivos. Ainda
gra, ou seja, os dois serviços podem aparecer eventual- que algumas redes permitam o compartilhamento de
mente em servidores físicos/virtuais separados. Para que fotos e gifs animados, o objetivo não é o comparti-
uma estação de usuário (que utiliza proxy na porta 80) lhamento de arquivos e nem todas as redes citadas na
possa “sair” da rede LAN para o mundo exterior “WAN” questão permitem.
é necessário que o firewall permita conexões de saída
na mesma porta em que o proxy está respondendo, ou 7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas
seja, a porta 80. versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que
mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual são
4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção de mostrados detalhes como a data da instalação e o usuário
usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE solicite que executou a operação.
autenticação em toda conexão de Internet que for realiza-
da.

73
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Reposta: Errado.
Esse recurso existe nas últimas versões do Firefox, con-
Resposta: Certo.
tudo o histórico não contém o usuário que executou a
No navegador Internet Explorer 11, a seguinte sequên-
operação. Este recurso está disponível no menu Firefox
cia de ação pode ser usada para fazer o bloqueio de
– Opções – Avançado – Atualizações – Histórico de atu-
alizações. cookies: Clicar no botão Ferramentas, depois em Opções
da Internet, ativar guia Privacidade e, em Configurações,
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No In- mover o controle deslizante até em cima para bloquear
ternet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos, o todos os cookies e, em seguida, clicar em OK.
usuário pode registrar os sítios que considera mais impor-
tantes e recomendá-los aos seus amigos. 11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o
acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
um provedor de Internet acessível por meio de uma cone-
( ) CERTO ( ) ERRADO xão a uma rede LAN, à qual estava conectado o compu-
tador do delegado, é correto concluir que as informações
obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo crip-
Resposta: Errado. tografado.
O recurso Sites Sugeridos é um serviço online que o
Internet Explorer usa para recomendar sítios de que o ( ) CERTO ( ) ERRADO
usuário possa gostar, com base nos sítios visitados com
frequência. Para acessá-lo, basta clicar o menu Ferra-
mentas-Arquivo- Sites Sugeridos. Resposta: Errado.
Considere que um delegado de polícia federal, em uma Pela barra de endereço se verifica que o protocolo utili-
sessão de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve a jane- zado é o HTTP; dessa forma se conclui que não há uma
la ilustrada acima, que mostra uma página web do sítio criptografia, se fosse o protocolo HTTPS, poderia se afe-
do DPF, cujo endereço eletrônico está indicado no cam- rir que haveria algum tipo de criptografia do tipo SSL.
po . A partir dessas informações, julgue os itens
de 09 a 12. 12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por meio
do botão , o delegado poderá obter, desde que disponí-
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O conteúdo veis, informações a respeito das páginas previamente aces-
da página acessada pelo delegado, por conter dados impor- sadas na sessão de uso do IE6 descrita e de outras sessões
tantes à ação do DPF, é constantemente atualizado por seu de uso desse aplicativo, em seu computador. Outro recurso
webmaster. Após o acesso mencionado acima, o delegado disponibilizado ao se clicar nesse botão permite ao delega-
desejou verificar se houve alteração desse conteúdo. do realizar pesquisa de conteúdo nas páginas contidas no
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá con- diretório histórico do IE6.
dições de verificar se houve ou não a alteração mencionada,
independentemente da configuração do IE6, mas desde que
haja recursos técnicos e que o IE6 esteja em modo online. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Certo.


É possível através do botão descrito, o botão de histó-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

rico, que se encontre informações das páginas acessa-


Resposta: Certo. das anteriormente, e também permite que se pesquise a
O botão atualizar (F5) efetua uma nova consulta ao ser- respeito de conteúdos nas páginas contidas no diretório
vidor WEB, recarregando deste modo o arquivo nova- do IE6.
mente, se houver alterações, estas serão exibidas, caso
contrário o arquivo será reexibido sem alterações.

10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O arma-


zenamento de informações em arquivos denominados
cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um siste-
ma de segurança instalado em um computador. Para redu-
zir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos para
impedir que cookies sejam armazenados no computador.
Caso o delegado deseje configurar tratamentos referentes
a cookies, ele encontrará recursos a partir do uso do menu
.

74
Noções básicas de ferramentas e aplicativos de na-
vegação e correio eletrônico

Um browser ou navegador é um aplicativo que opera


através da internet, interpretando arquivos e sites web de-
senvolvidos com frequência em código HTML que contém
informação e conteúdo em hipertexto de todas as partes
do mundo. Figura 3: Símbolo do Opera
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
são programas de computador especializados em visuali- Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web, navegador considerado pelos especialistas e possui uma
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no Apple existem versões para Windows.
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun-
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado-
res seguem os mesmos princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar. Figura 4: Símbolo do Safari

Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-


gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é
um programa preparado para explorar a Internet dando
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
“e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
em seu símbolo.

Figura 1: Símbolo do Google Chrome

#FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas
relacionadas a guia anônima que não deixa
rastro (senhas, auto completar, entre outros),
e é acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N Figura 5: Símbolo do Internet Explorer

Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na-


vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
mais rápidas e com maior segurança contra hackers.

Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox

Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande de-


sempenho, porém especialistas em segurança o considera
o navegador com menos segurança.

75
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de conexão
#FicaDica recebeu o nome de internet e até a década de 80 ficou
Glossário interessante que abordam internet e apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela chegou
correio eletrônico apenas na década de 90. É na internet que é executada
Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de a World Wide Web (www), sistema que contém milhares de
mensagens indesejadas. informações (gráficos, vídeos, textos, sons, etc) que tam-
Browser: Programa utilizado para navegar bém ficou conhecido como rede mundial.
na Web, também chamado de navegador. Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um
Exemplo: Mozilla Firefox. projeto que pode ser considerado o princípio da World Wide
Cliente de e-mail: Software destinado a gerenciar Web. No início da década de 90 ele já havia elaborado uma
contas de correio eletrônico, possibilitando nova proposta para o que ficaria conhecido como WWW.
a composição, envio, recebimento, leitura e Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir disso surgiu
arquivamento de mensagens. A seguir, uma o “http” (em português significa protocolo de transferência
lista de gerenciadores de e-mail (em negrito de hipertexto). Vinton Cerf também é um personagem im-
os mais conhecidos e utilizados atualmente): portante e inclusive é conhecido por muitos como o pai da
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook internet.
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Linux) #FicaDica
e Windows Mail.
URL:  Tudo que é disponível na Web tem seu
próprio endereço, chamado URL, ele facilita a
navegação e possui características específicas
Outros pontos importantes de conceitos que podem
como a falta de acentuação gráfica e palavras
ser abordado no seu concurso são:
maiúsculas. Uma url possui o http (protocolo),
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Ex-
tensões multiuso do correio da Internet): Provê meca- www (World Wide Web), o nome da empresa
nismos para o envio de outros tipo sde informações por que representa o site, .com (ex: se for um site
e-mail, como imagens, sons, filmes, entre outros. governamental o final será .gov) e a sigla do
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência país de origem daquele site (no Brasil é usado
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores o BR).
de Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio): Correios Eletrônicos
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunderbird,
Microsoft Outlook Express etc.
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas:
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de
os  agentes de usuários e os agentes de transferência de
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere para
o computador as mensagens armazenada sem sua caixa Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de
postal no servidor. transferência realizam um processo de envio dos agentes
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de usuários e servidores de e-mail.
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de Os agentes de transferência usam três protocolos: SMTP
envio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office Protocol) e
usuário descarregue suas mensagens de umservidor. Esse IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP é usado para
protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. transferir mensagens eletrônicas entre os computadores. O
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autoriza- POP é muito usado para verificar mensagens de servidores
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

das ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente de co- de e-mail quando ele se conecta ao servidor suas men-
notação publicitária ou obscena, enviadas em larga escala sagens são levadas do servidor para o computador local.
para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de discussão. Pode ser usado por quem usa conexão discada.

Um pouco de história Já o IMAP também é um protocolo padrão que permite


acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele possibi-
A internet é uma rede de computadores que liga os lita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não permite que
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem acessa o
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e e-mail de vários locais diferentes.
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim
da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri-
cano resolveu criar um sistema interligado para trocar in-
formações sobre pesquisas e armamentos que não pudes-
se chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado
o  projeto Arpanet  pela Agência para Projeto de Pesquisa
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA.

76
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calendá-
#FicaDica rio de forma simples e detalhada de fácil visualização para
Um e-mail hoje é um dos principais meios de quem você deseja enviar uma mensagem.
comunicação, por exemplo: Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que tra-
canaldoovidio@gmail.com balha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria
Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer para deixar os comunicados enviados por e-mail com uma
dizer na, o gmail é o servidor e o .com é a aparência mais profissional.
tipagem. Dessa forma, é considerado um conhecimento básico
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este
conteúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de
Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas um concurso público.
em um único computador, sem necessariamente estarmos Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de
conectados à Internet no momento da criação ou leitura seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua
do e-mail, podemos usar um programa de correio eletrôni- preparação para concurso. Ao contrário do que muita gente
co. Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assi-
Thunderbird, outros proprietários como o Outlook Express. natura é bastante simples, de forma que perder pontos por
Os dois programas, assim como vários outros que servem à conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
mesma finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
os recursos dos programas de correio eletrônico através do que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de
Outlook Express que também estão presentes no Mozilla Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo
Thunderbird. em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve
Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia clicar. Feito isso, você vai conseguir adicionar as suas assina-
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de turas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
teclado para a realização de diversas funções dentro do No Outlook Express podemos preparar uma mensagem
Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura aci-
atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar ma, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:
Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
profissionais que compartilham uma mesma área é o com-
partilhamento de calendário entre membros de uma mes-
ma equipe.
Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores
chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
do Outlook que permite que o usuário organize de forma
completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-
promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
forma a ter um maior controle das atividades que devem Figura 6: Tela de Envio de E-mail CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
ser realizadas durante o seu dia a dia.
Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou par-
te dele com quem você desejar, de forma a permitir que
outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que
pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de
uma mesma equipe, principalmente quando um determi-
nado membro entra de férias.
Para conseguir utilizar essa função basta que você entre
em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Fei-
to isso, basta que você clique em Enviar Calendário por
E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no
seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as
informações que vão ser compartilhadas com quem você

77
#FicaDica EXERCÍCIOS COMENTADOS
Para: deve ser digitado o endereço eletrônico
ou o contato registrado no Outlook do
destinatário da mensagem. Campo obrigatório. 1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011)
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB (WE-
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico BMAIL) é uma opção viável para usuários que estejam lon-
ou o contato registrado no Outlook do ge de seu computador pessoal. A partir de qualquer outro
destinatário que servirá para ter ciência desse computador no mundo, o usuário pode, via Internet, acessar
e-mail. a caixa de correio armazenada no próprio computador clien-
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam te remoto e visualizar eventuais novas mensagens.
ocultos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Assunto: campo onde será inserida uma breve descri-
ção, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase so- Resposta: Errado.
bre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas O programa WebMail irá acessar o servidor de e-mail,
aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode e não a máquina dousuário (computador cliente remoto).
levar o destinatário a não dar a devida importância à men-
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS-Ou-
sagem ou até mesmo desconsiderá-la. tlook 2010, em sua configuração padrão, quando uma
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é mensagem está sendo preparada, o usuário pode indicar
equivalente à folha onde será digitada a mensagem. aos destinatários que a mensagem precisa de atenção uti-
A mensagem, após digitada, pode passar pelas forma- lizando a marca de _________________. Esse recurso pode ser
tações existentes na barra de formatação do Outlook: encontrado no grupo Marcas, da guia Mensagem.
Mozilla  Thunderbird é um cliente de email e notícias Assinale a alternativa que apresenta a opção que preenche
open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation corretamente a lacuna do enunciado.
(mesma criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não a) SPAM.
necessita de instalação no computador do usuário, já que b) Alta Prioridade.
funciona como uma página de internet, bastando o usuá- c) Baixa Prioridade.
rio acessar a página do seu provedor de e-mail  com seu d) Assinatura Personalizada.
e) Arquivo Anexado.
login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já
que não necessita estar na máquina em que um cliente de Resposta: Letra B.
e-mail está instalado para acessar seu e-mail. É possível sinalizar a mensagem como sendo de alta
prioridade quando se deseja que as pessoas saibam que
#FicaDica a mensagem precisa de atenção urgente. Se a mensa-
gem é apenas um informativo ou se está enviando um
Segmentos do Outlook Express e-mail sobre um tema que não precisa ser priorizado,
Painel de Pastas: permite que o usuário salve defina o indicador de baixa prioridade.
seus e-mails em pastas específicas e dá a A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem
possibilidade de criar novas pastas; um indicador específico na lista de mensagens ou nos
Painel das Mensagens:  onde se concentra a cabeçalhos.
lista de mensagens de determinada pasta e Na faixa de opções, é possível saber quando a priorida-
quando se clica em um dos e-mails o conteúdo de foi definida, pois o botão fica realçado.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

é disponibilizado no painel de conteúdo.


Painel de Conteúdo:  esse painel é onde irá 3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuá-
rio preparou uma mensagem de correio eletrônico usando
aparecer o conteúdo das mensagens enviadas.
o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e
Painel de Contatos: nesse local se concentram enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois,
as pessoas que foram cadastradas em sua lista percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes-
de endereço. mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com o
mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário, ago-
ra com o anexo. Assinale a alternativa correta.

a) A mensagem original, sem o anexo, foi automaticamente


apagada no computador do destinatário e substituída
pela segunda mensagem, uma vez que ambas têm o
mesmo assunto e são do mesmo remetente.
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a se-
gunda mensagem não foi transmitida, permanecendo no
computador do destinatário apenas a primeira mensagem.

78
c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primeira,
sem anexo, e a segunda, com o anexo.
e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens, pois
não é possível transmitir mais de uma mensagem com o
mesmo assunto e mesmo remetente.

Resposta: Letra D. Com base na figura e no que foi digitado, assinale a


Alternativa “A” está incorreta, pois todas mensagens en- alternativa correta.
viadas são armazenadas de forma independente, novas
mensagens com mesmo assunto ou ainda idênticas a a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras.
anteriores não influenciam em mensagens já enviadas. b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar como
Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente pos- antônimo do que foi digitado.
sível enviar mensagens com mesmo assunto ou ainda c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados pes-
idênticas, sem prejuízo algum de mensagens anteriores. quisados.
Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensagens d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não rela-
serão enviadas, independentemente do destinatário ler cionados ao argumento digitado.
as anteriores. e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará os
seus sinônimos
Alternativa “D” está correta, pois o destinatário recebeu
2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a segun-
Resposta: Letra A.
da, com o anexo.
O comando “entre aspas” durante uma busca, efetua
Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar mais a busca pela ocorrência exata de tudo que está entre
de uma mensagem, com mesmo assunto e mesmo des- as aspas, agrupado da mesma forma, desta forma, para
tinatário. esta questão será retornado o resultado da ocorrência
“garota de Ipanema”.
4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017) Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resultados
João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com as relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Alexander
seguintes características: Bell” excluirá páginas que se referem a Alexander G. Bell.
De: Pedro
Para: João; Marta 6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a
Cc: Ricardo; Ana imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua
Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração configuração padrão. A página exibida no navegador foi
padrão, ele usou um recurso para responder a mensagem completamente carregada.
que manteve apenas Pedro na lista de destinatários. Isso
significa que João usou a opção:

a) Responder.
b) Arquivar.
c) Marcar como não lida.
d) Responder a todos.
e) Marcar como lida
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
Resposta: Letra A.
Se o João deseja “responder” ao e-mail recebido de Pe-
dro, e deseja responder apenas ao remetente já se pode
eliminar as alternativas “B”, “C” e “E” por não terem cor-
respondência com a função “Resposta”.
Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
como o João deseja responder apenas para Pedro ele
deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhesse
“Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também re-
ceberiam a mensagem. Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida
será
5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013) Observe o
argumento de busca que o usuário fará utilizando o Goo- a) imediatamente fechada.
gle, na ilustração apresentada a seguir. b) enviada para impressão.

79
c) atualizada.
d) enviada por e-mail. SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO – CONCEI-
e) aberta em uma nova aba. TOS, APLICATIVOS, PROTEÇÃO, AMEAÇAS
E VULNERABILIDADES.
Resposta: Letra C. CÓPIAS DE SEGURANÇA (BACKUP) E ANTI-
a) Imediatamente fechada.
VÍRUS.
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão. Segurança da informação: procedimentos de segu-
۰ Ctrl + P rança
c) Atualizada. A Segurança da Informação refere-se às proteções
۰ F5 existentes em relação às informações de uma determina-
d) Enviada por e-mail. da empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou seja,
۰ CTRL + Enter (MS Outlook) aplica-se tanto às informações corporativas quanto às pes-
e) Aberta em uma nova aba. soais.
۰ Ctrl + T = abre uma nova aba Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo
۰ Ctrl + N = abre um novo comando ou dado que tenha valor para alguma corporação ou pes-
soa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou exposta
ao público para consulta ou aquisição.
Computação na nuvem (cloud computing)
#FicaDica
Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela in-
ternet, o usuário está utilizando o conceito de computação Antes de proteger, devemos saber:
em nuvens, não há a necessidade de instalar aplicativos no - O que proteger;
seu computador para tudo, pois pode acessar diferentes - De quem proteger;
serviços online para fazer o que precisa, já que os dados - Pontos frágeis;
não se encontram em um computador específico, mas sim - Normas a serem seguidas.
em uma rede, um grande exemplo disso é o Google com o
A Segurança da Informação se refere à proteção exis-
Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta aquivos como
tente sobre as informações de uma determinada empresa
o Google Drive, ou de outras empresas como o One Drive. ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporati-
Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é vas quanto aos pessoais. Entende-se por informação todo
possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o traba- conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organiza-
lho que for feito para acessá-lo depois de qualquer lugar ção ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
— é justamente por isso que o seu computador estará nas ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
nuvens, pois você poderá acessar os aplicativos a partir de Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
qualquer computador que tenha acesso à internet. de ferramentas) para definir o nível de segurança que há e,
com isto, estabelecer as bases para análise de melhorias ou
pioras de situações reais de segurança. A segurança de cer-
#FicaDica ta informação pode ser influenciada por fatores comporta-
mentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
Basta pensar que, a partir de uma conexão infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intenciona-
com a internet, você pode acessar um servidor das que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal
capaz de executar o aplicativo desejado, que informação.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

pode ser desde um processador de textos A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi-
até mesmo um jogo ou um pesado editor lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
de vídeos. Enquanto os servidores executam — representa as principais características que, atualmen-
um programa ou acessam uma determinada te, orientam a análise, o planejamento e a implementação
informação, o seu computador precisa apenas da segurança para um certo grupo de informações que se
do monitor e dos periféricos para que você almeja proteger. Outros fatores importantes são a irrevo-
interaja. gabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio
eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é
também uma grande preocupação.
Portanto as características básicas, de acordo com os
padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as
seguintes:
- Confidencialidade – especificidade que limita o aces-
so a informação somente às entidades autênticas, ou
seja, àquelas autorizadas pelo proprietário da infor-
mação.

80
- Integridade – especificidade que assegura que a in- Mecanismos de encriptação
formação manipulada mantenha todas as caracte-
rísticas autênticas estabelecidas pelo proprietário da
informação, incluindo controle de mudanças e ga- #FicaDica
rantia do seu ciclo de vida (nascimento, manutenção A criptografia vem, originalmente, da fusão
e destruição). entre duas palavras gregas:
- Disponibilidade – especificidade que assegura que a
• CRIPTO = ocultar, esconder.
informação esteja sempre disponível para o uso legí-
• GRAFIA= escrever
timo, ou seja, por aqueles usuários que têm autoriza-
ção pelo proprietário da informação. Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em có-
- Autenticidade – especificidade que assegura que a in- digos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam uma
formação é proveniente da fonte anunciada e que mensagem ininteligível, e permite apenas que o destinatá-
não foi alvo de mutações ao longo de um processo. rio que saiba a chave de encriptação possa decriptar e ler a
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que mensagem com clareza.
assegura a incapacidade de negar a autoria em rela- Permitem a transformação reversível da informação
ção a uma transação feita anteriormente. de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para
isso, algoritmos determinados e uma chave secreta para, a
Mecanismos de segurança partir de um conjunto de dados não encriptados, produzir
uma continuação de dados encriptados. A operação inver-
O suporte para as orientações de segurança pode ser sa é a desencriptação.
encontrado em: Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave
Controles físicos: são barreiras que limitam o contato privada.
ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as- A chave pública é usada para codificar as informações,
segura a existência da informação) que a suporta. e a chave privada é usada para decodificar.
Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi- Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para
tam o acesso à informação, que está em ambiente contro- ‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não
lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o
exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in- emissor e receptor original possui.
Hoje, a criptografia pode ser considerada um método
tencionado.
100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
Existem mecanismos de segurança que sustentam os
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes e
controles lógicos: tentativas de invasão.
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ são
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, quanto
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e mais bits forem utilizados, mais segura será essa criptogra-
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados fia.
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- Um exemplo disso é se um algoritmo usa uma chave de
tografados. A operação contrária é a decifração. 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para decodi-
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- ficar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a 256. As-
fados, agregados a um documento do qual são função, sim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas de com-
garantindo a integridade e autenticidade do documento binações e decodificar a mensagem, que mesmo sendo
associado, mas não ao resguardo das informações. uma tarefa difícil, não é impossível. Portanto, quanto maior
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- o número de bits, maior segurança terá a criptografia.
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
rantida a integridade através de comparação do resultado simétricas e as chaves assimétricas
do teste local com o divulgado pelo autor. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave,
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. que usam essa chave, estão:
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves
documento. de 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 qua-
- Integridade: Medida em que um serviço/informação trilhões de combinações. Mesmo sendo um número ex-
é autêntico, ou seja, está protegido contra a entrada por tremamente elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo
intrusos. através do método de ‘tentativa e erro’, em um desafio na
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função propo- internet.
sital de simular falhas de segurança de um sistema e obter - RC (Ron’s Code ou RivestCipher): É um algoritmo mui-
to utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além
informações sobre o invasor enganando-o, e fazendo-o
disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou-
pensar que esteja de fato explorando uma fraqueza daque-
tras pelo tamanho das chaves.
le sistema. É uma espécie de armadilha para invasores. O - EAS (Advanced Encryption Standard): Atualmente é
HoneyPot não oferece forma alguma de proteção.
um dos melhores e mais populares algoritmos de cripto-
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que garantem
grafia. É possível definir o tamanho da chave como sendo
um grau de segurança e usam alguns dos mecanismos ci-
de 128 bits, 192 bits ou 256 bits.
tados.

81
- IDEA (International Data Encryption Algorithm): É um putador ou na rede. O problema é que esta condição isola
algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES. este computador ou esta rede, então pode-se criar uma
Seu ponto forte é a fácil execução de software. regra para que, por exemplo, todo aplicativo aguarde au-
As chaves simétricas não são absolutamente seguras torização do usuário ou administrador para ter seu acesso
quando referem-se às informações extremamente valiosas, liberado. Esta autorização poderá inclusive ser permanente:
principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter uma vez dada, os acessos seguintes serão automaticamen-
o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a trans- te permitidos.
missão pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a Em um modo mais versátil, um firewall pode ser confi-
terceiros. gurado para permitir automaticamente o tráfego de deter-
Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú- minados tipos de dados, como requisições HTTP (veja mais
blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, como
para codificar e a chave privada para decodificar, conside- conexões a serviços de e-mail.
rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos Perceba, como estes exemplos, tem políticas de um fi-
utilizados, estão: rewall que são baseadas, inicialmente, em dois princípios:
- RSA (Rivest, Shmirand Adleman): É um dos algoritmos todo tráfego é bloqueado, exceto o que está explicitamen-
de chave assimétrica mais usados, em que dois números te autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o que está
primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por explicitamente bloqueado.
eles mesmos) são multiplicados para obter um terceiro va- Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando
lor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa descobrir determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança
os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo um internos mais específicos ou oferecendo um reforço ex-
cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utilizados, traem procedimentos de autenticação de usuários, por
será praticamente impossível descobrir o código. A chave exemplo.
privada do RSA são os números que são multiplicados e a O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias
chave pública é o valor que será obtido. formas. O que define uma metodologia ou outra são fa-
- El Gamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es-
problema matemático que o torna mais seguro. É muito pecíficas do que será protegido, características do sistema
usado em assinaturas digitais. operacional que o mantém, estrutura da rede e assim por
diante. É por isso que podemos encontrar mais de um tipo
Segurança na internet; vírus de computadores; Spywa- de firewall. A seguir, os mais conhecidos.
re; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Aplicati- Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras
vos para segurança (antivírus, firewall e antispyware) soluções de firewall surgiram na década de 1980 basean-
Firewall é uma solução de segurança fundamentada em do-se em filtragem de pacotes de dados (packetfiltering),
hardware ou software (mais comum) que, a partir de um uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada,
conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede embora ofereça um nível de segurança significativo.
para determinar quais operações de transmissão ou recep- Para compreender, é importante saber que cada paco-
ção de dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, a te possui um cabeçalho com diversas informações a seu
tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se respeito, como endereço IP de origem, endereço IP do
enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua mis- destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Firewall
são, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados então analisa estas informações de acordo com as regras
indesejados e liberar acessos desejados. estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja para sair
Para melhor compreensão, imagine um firewall como ou para entrar na máquina/rede), podendo também execu-
sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces- tar alguma tarefa relacionada, como registrar o acesso (ou
sário obedecer a determinadas regras, como se identificar, tentativa de) em um arquivo de log.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

ser esperado por um morador e não portar qualquer ob- O firewall de aplicação, também conhecido como proxy
jeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não se de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma solu-
pode levar nada que pertença aos condôminos sem a de- ção de segurança que atua como intermediário entre um
vida autorização. computador ou uma rede interna e outra rede, externa nor-
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de malmente, a internet. Geralmente instalados em servidores
ações maliciosas: um malware que utiliza determinada por- potentes por precisarem lidar com um grande número de
ta para se instalar em um computador sem o usuário saber, solicitações, firewalls deste tipo são opções interessantes
um programa que envia dados sigilosos para a internet, de segurança porque não permitem a comunicação direta
uma tentativa de acesso à rede a partir de computadores entre origem e destino.
externos não autorizados, entre outros. A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie Perceba que em vez de a rede interna se comunicar dire-
de barreira que verifica quais dados podem passar ou não. tamente com a internet, há um equipamento entre ambos
Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabelecimento que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o
de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo usuário. proxy e a internet. Observe:
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser con-
figurado para bloquear todo e qualquer tráfego no com-

82
Limitações dos firewalls

#FicaDica
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que
estas variam conforme o tipo de solução e
a arquitetura utilizada. De fato, firewalls são
recursos de segurança bastante importantes,
mas não são perfeitos em todos os sentidos.

Seguem abaixo algumas dessas limitações:


- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas
comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um
computador). Esta situação pode gerar mais gastos para
uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o pro-
Figura 91: Proxy blema;
- A verificação de políticas tem que ser revista perio-
Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo dicamente para não prejudicar o funcionamento de
proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer novos serviços;
regras que impeçam o acesso de determinados endereços - Novos serviços ou protocolos podem não ser devida-
externos, assim como que proíbam a comunicação entre
mente tratados por proxies já implementados;
computadores internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy - Um firewall pode não ser capaz de impedir uma ati-
para tarefas complementares: o equipamento pode regis- vidade maliciosa que se origina e se destina à rede
trar o tráfego de dados em um arquivo de log; conteú- interna;
do muito utilizado pode ser guardado em uma espécie - Um firewall pode não ser capaz de identificar uma ati-
de cache (uma página Web muito acessada fica guardada vidade maliciosa que acontece por descuido do usu-
temporariamente no proxy, fazendo com que não seja ne- ário - quando este acessa um site falso de um banco
cessário requisitá-la no endereço original a todo instante, ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail,
por exemplo); determinados recursos podem ser liberados por exemplo;
apenas mediante autenticação do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja - Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou atacan-
visto a enorme quantidade de serviços e protocolos exis- tes experientes podem tentar descobrir ou explorar
tentes na internet, fazendo com que, dependendo das brechas de segurança em soluções do tipo;
circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija - Um firewall não pode interceptar uma conexão que
muito trabalho de configuração para bloquear ou autorizar não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário aces-
determinados acessos. sar a internet em seu computador a partir de uma
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, conexão 3G (justamente para burlar as restrições da
é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy rede, talvez), o firewall não conseguirá interferir.
transparente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige
que determinadas configurações sejam feitas nas ferra-
mentas que utilizam a rede (por exemplo, um navegador Sistema antivírus
de internet) para que a comunicação aconteça sem erros.
O problema é, dependendo da aplicação, este trabalho de Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, spy-
ajuste pode ser inviável ou custoso. wares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca pre-
O proxy transparente surge como uma alternativa para cisou formatar seu computador?
estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede Os vírus representam um dos maiores problemas para CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
não precisam saber de sua existência, dispensando qual- usuários de computador. Para poder resolver esses proble-
quer configuração específica. Todo acesso é feito normal-
mente do cliente para a rede externa e vice-versa, mas o mas, as principais desenvolvedoras de softwares criaram o
proxy transparente consegue interceptá-lo e responder principal utilitário para o computador, os antivírus, que são
adequadamente, como se a comunicação, de fato, fosse programas com o propósito de detectar e eliminar vírus e
direta. outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem no sistema.
lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de progra-
capaz de barrar uma atividade maliciosa, como um mal- mas de software que são implementados sem o consenti-
ware enviando dados de uma máquina para a internet; o mento (e inclusive conhecimento) do usuário ou proprie-
proxy transparente, por sua vez, pode não bloquear este
tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comu- tário de um computador e que cumprem diversas funções
nicar externamente, o malware teria que ser configurado nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e perda de da-
para usar o proxy «normal» e isso geralmente não aconte- dos, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e
ce; no proxy transparente não há esta limitação, portanto, propagação para outros computadores.
o acesso aconteceria normalmente. Os antivírus são aplicações de software projetadas
como medida de proteção e segurança para resguardar os

83
dados e o funcionamento de sistemas informáticos casei- A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de
ros e empresariais de outras aplicações conhecidas comu- atualização automática. Abaixo há uma lista com os antiví-
mente como vírus ou malware que tem a função de alterar, rus mais conhecidos:
perturbar ou destruir o correto desempenho dos compu- Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br -
tadores. Possui versão de teste.
Um programa de proteção de vírus tem um funciona- McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui
mento comum que com frequência compara o código de versão de teste.
cada arquivo que revisa com uma base de dados de códi- AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e
gos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode deter- outra gratuita para uso não comercial (com menos funcio-
minar se trata de um elemento prejudicial para o sistema. nalidades).
Também pode reconhecer um comportamento ou padrão Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftwa-
de conduta típica de um vírus. Os antivírus podem registrar re.com.br - Possui versão de teste.
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedo-
tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como
res possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover
aqueles que procuram ingressar ou interagir com o mes-
vírus específicos. Geralmente, tais softwares são criados
mo.
para combater vírus perigosos ou com alto grau de pro-
Como novos vírus são criados de maneira quase cons- pagação.
tante, sempre é preciso manter atualizado o programa
antivírus de maneira de que possa reconhecer as novas
versões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em
execução durante todo tempo que o sistema informático
permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de ar-
quivos cada vez que o usuário exija. Normalmente, o an-
tivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e
saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros apli-
cativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que
cumprem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para manter
seu computador seguro, protegendo-o de programas ma-
liciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados
de seu computador. Figura 92: Principais antivírus do mercado atual
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão Tipos de Vírus
usando este mercado para enganar pessoas com falsos
softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Tro-
computador vulnerável aos ataques. jan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a in-
E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado vasão de um computador alheio com espantosa facilidade.
ao baixar programas de segurança em sites desconheci- Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar
dos, e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de fabricado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual pre-
senteia o outro com um “presente de grego”, que seria um
informação.
aplicativo qualquer. Quando o leigo o executa, o programa
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também
atua de forma diferente do que era esperado.
todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mí-
Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas dia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço se reproduz e não tem nenhuma comparação com vírus de
considerável (que é sempre muito precioso) em seu disco. computador, sendo que seu objetivo é totalmente diver-
Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços so. Deve-se levar em consideração, também, que a maioria
do programa original, para não dar a menor pista de sua dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal.
existência. A expressão “Trojan” deve ser usada, exclusivamente, como
Cada vírus possui um critério para começar o ataque definição para programas que capturam dados sem o co-
propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa- nhecimento do usuário. O Cavalo de Tróia é um programa
gados, o micro começa a travar, documentos que não são que se aloca como um arquivo no computador da vítima.
salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram Ele tem o intuito de roubar informações como passwords,
mensagens chatas, outros mais elaborados fazem estragos logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no
muito grandes. micro da vítima. Quando a máquina contaminada por um
Existe uma variedade enorme de softwares antivírus Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informa-
no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o ções contidas no HD visualizadas e capturadas por um in-
sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos truso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente.
os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles Só quem já esteve dentro de um computador alheio sabe
para proteger seu sistema operacional. as possibilidades oferecidas.

84
Worms (vermes) podem ser interpretados como um ameaças com a finalidade de explorar as vulnerabilidades
tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal e causar prejuízos consideráveis. A informação é encarada,
diferença entre eles está na forma de propagação: os wor- atualmente, como um dos recursos mais importantes de
ms podem se propagar rapidamente para outros computa- uma organização, contribuindo decisivamente para a uma
dores, seja pela Internet, seja por meio de uma rede local. maior ou menor competitividade, por isso é necessária a
Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e implementação de políticas de segurança da informação
o usuário só nota o problema quando o computador apre- que busquem reduzir as chances de fraudes ou perda de
senta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteli- informações.
gentes é a gama de possibilidades de propagação. O worm A Política de Segurança da Informação é um documento
pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuá- que contém um conjunto de normas, métodos e procedi-
rio, usar serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) mentos, que obrigatoriamente precisam ser comunicados
próprios ou qualquer outro meio que permita a contami- a todos os funcionários, bem como analisado e revisado
nação de computadores (normalmente milhares) em pou- criticamente, em intervalos regulares ou quando mudanças
co tempo. se fizerem necessárias.
Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem Para se elaborar uma Política de Segurança da Infor-
necessariamente vírus, estes três nomes também represen- mação, deve se levar em consideração a NBR ISO/IEC
27001:2005, que é uma norma de códigos de práticas para
tam perigo. Spywares são programas que ficam «espionan-
a gestão de segurança da informação, na qual podem ser
do» as atividades dos internautas ou capturam informações
encontradas as melhores práticas para iniciar, implementar,
sobre eles. Para contaminar um computador, os spywares manter e melhorar a gestão de segurança da informação
podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou se- em uma organização.
rem baixados automaticamente quando o internauta visita Importante mencionar que conforme a ISO/IEC
sites de conteúdo duvidoso. 27002:2005(2005), a informação é um conjunto de dados
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem que representa um ponto de vista, um dado processado é
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, o que gera uma informação. Um dado não tem valor an-
destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O tes de ser processado, a partir do seu processamento, ele
objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas. passa a ser considerado uma informação, que pode gerar
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» conhecimento, logo, a informação é o conhecimento pro-
navegadores de Internet, principalmente o Internet Explo- duzido como resultado do processamento de dados.
rer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do De fato, com o aumento da concorrência de mercado,
browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagan- tornou-se vital melhorar a capacidade de decisão em todos
das em pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferra- os níveis. Como resultado deste significante aumento da
mentas no navegador e podem impedir acesso a determi- interconectividade, a informação está agora exposta a um
nados sites (como sites de software antivírus, por exemplo). crescente número e a uma grande variedade de ameaças e
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados vulnerabilidades.
por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pra- Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 (2005, p.ix),
gas são tão perigosas que alguns antivírus podem ser pre- “segurança da informação é a proteção da informação de
parados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso vários tipos de ameaças para garantir a continuidade do
de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma ferramen- negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o retor-
ta desenvolvida especialmente para combater aquela pra- no sobre os investimentos e as oportunidades de negócio,
ga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar no sistema para isso é muito importante a confidencialidade, integri-
operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-s- dade e a disponibilidade, onde:
pywares conseguem “pegar”. A confidencialidade é a garantia de que a informação é
acessível somente por pessoas autorizadas a terem acesso
Hoaxes: São boatos espalhados por mensagens de
(NBR ISO/IEC 27002:2005). Caso a informação seja acessa-
correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de
da por uma pessoa não autorizada, intencionalmente ou
computador. Uma mensagem no e-mail alerta para um não, ocorre a quebra da confidencialidade. A quebra desse CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na sigilo pode acarretar danos inestimáveis para a empresa ou
rede e que infectará o micro do destinatário enquanto a até mesmo para uma pessoa física. Um exemplo simples
mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar seria o furto do número e da senha do cartão de crédito,
em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem hoax ou até mesmo, dados da conta bancária de uma pessoa.
normalmente costuma dizer que a informação partiu de A integridade é a garantia da exatidão e completeza da
uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e que tal informação e dos métodos de processamento (NBR ISO/
vírus poderá danificar a máquina do usuário. Desconsidere IEC 27002:2005) quando a informação é alterada, falsifica-
a mensagem. da ou furtada, ocorre à quebra da integridade. A integri-
dade é garantida quando se mantém a informação no seu
Política de segurança da Informação formato original.
A disponibilidade é a garantia de que os usuários au-
Hoje as informações são bens ativos da empresa, ima- torizados obtenham acesso à informação e aos ativos
gine uma Universidade perdendo todos os dados dos seus correspondentes sempre que necessário (NBR ISO/IEC
alunos, ou até mesmo o tornar públicos, com isso pode- 27002:2005). Quando a informação está indisponível para
-se dizer que a informação se tornou o ativo mais valio- o acesso, ou seja, quando os servidores estão inoperantes
so das organizações, podendo ser alvo de uma série de por conta de ataques e invasões, considera-se um inciden-

85
te de segurança da informação por quebra de disponibi- 2. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O Microsoft Offi-
lidade. Mesmo as interrupções involuntárias de sistemas, ce Sky Driver é uma suíte de ferramentas de produtividade
ou seja, não intencionais, configuram quebra de disponi- e colaboração fornecida e acessada por meio de computa-
bilidade. ção em nuvem (cloud computing).
Trata-se de uma teoria da aprendizagem e da memó-
ria, segundo o modelo de funcionamento do computador ( ) CERTO ( ) ERRADO
a aprendizagem e a recordação baseiam-se no fluxo de
informação que atravessa o indivíduo a informação que
Reposta: Errado
é recebida pelos receptores sensoriais e alvo de atenção
Sky Driver é serviço de armazenamento na nuvem. Com
é codificada, armazenada e processada de forma a poder ele é possível usar Office Web Apps que são ferramentas
ser recuperada e trabalhada codificação – envolve a cons- de produtividade e colaboração.
trução de traços de memória que constituem abstrações
baseadas nos aspectos mais salientes da informação; re- 3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) A fim de se prote-
fere-se ainda à representação mental de objetos ou acon- ger do ataque de um spyware - um tipo de vírus (malware)
tecimentos externos de armazenamento – corresponde à que se multiplica de forma independente nos programas
memória interna, à persistência da informação no tempo instalados em um computador infectado e recolhe infor-
recuperação (output) – utilização da informação armazena- mações pessoais dos usuários - o usuário deve instalar
da (disponível e acessível). softwares antivírus e antispywares, mais eficientes que os
firewalls no combate a esse tipo de ataque.

#FicaDica ( ) CERTO ( ) ERRADO


Toda informação segue o ciclo de entrada,
processamento e saída, que passa por uma Resposta: Errado
realimentação. Um spyware é um programa espião. Ele não é um vírus
de computador e não se multiplica de forma indepen-
dente. O objetivo do spyware é espionar as atividades
do usuário e enviar os dados captados, acerca do com-
portamento do usuário, a um destinatário que, em tese,
usará estes dados com fins de direcionar propagandas e
EXERCÍCIO COMENTADO coisas do gênero.

1. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) IPTables e Win- 4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) As senhas, para
dows Firewall são exemplos de firewalls utilizados nas pla- serem seguras ou fortes, devem ser compostas de pelo me-
taformas Linux e Windows, respectivamente. Ambos os sis- nos oito caracteres e conter letras maiúsculas, minúsculas,
temas são capazes de gerenciar a filtragem de pacotes com números e sinais de pontuação. Além disso, recomenda-
estado (statefull) na entrada e na saída de rede, de fazer o -se não utilizar como senha nomes, sobrenomes, números
nateamento de endereços e de criar VPNs. de documentos, placas de carros, números de telefones e
datas especiais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo.
Porém a resposta “Certo” é passível de contestação, pois: Resposta: Certo.
Quanto maior a senha, mais difícil de quebrar via um
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

Em primeiro lugar o IPTables não é um firewall utilizado


processo chamado ?força bruta? (tentativa e erro). Além
pelo GNU/Linux, o firewall se chama NetFilter, o IPTables disso, é importante que a senha não seja uma palavra
é um software comumente associado ao NetFilter. conhecida em alguma língua, para dificultar o ataque de
Existe um erro na grafia da questão, e não se pode pre- dicionário. Finalmente, usar dados pessoais em senhas é
sumir que foi de propósito, o correto é “stateful” e não facilitar o trabalho de quem deseja descobrir a tal senha.
“statefull” como aparece. Geralmente, são as primeiras tentativas.
Quem faz o ‘nateamento’ dos endereços é o serviço de
roteamento. E quem faz o serviço de roteamento, não 5. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Uma boa práti-
é o firewall, mas o RRAS (Remote and Router Access ca para a salvaguarda de informações organizacionais é
Service no Windows) ou IP Tables + IP Router (básico a categorização das informações como, por exemplo, os
e avançado, no Linux). ‘Nateamento’ é a tradução dos registros contábeis, os registros de banco de dados e os
endereços IP internos (como 192.168.0.0) para acessar procedimentos operacionais, detalhando os períodos de
a Internet com um IP válido (externo). O IP Tables + IP retenção e os tipos de mídia de armazenagem e manten-
Router fazem isso no Linux, mas o firewall do Windows do as chaves criptográficas associadas a essas informações
não. em segurança, disponibilizando-as somente para pessoas
autorizadas.

86
( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

Reposta: Certo. Resposta: Certo.


Os dados importantes, que não devem se perder, ou Integridade de dados refere-se à consistência dos da-
“cair em mãos erradas” devem ser protegidos com crip- dos. A segurança da informação visa protegê-la, garan-
tografia, e estas devem ser armazenadas em local to- tindo que esses dados não sejam apagados ou alterados
talmente confiável e disponibilizada à pessoas que pos- por terceiros.
suem privilégios de utilização. Regras como essa devem
ser descritas na Política de Segurança da Informação da
organização. Procedimentos de backup
6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Uma característica O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão aci-
desejada para o sistema de backup é que ele permita a res- dentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados
tauração rápida das informações quando houver incidente originais do disco rígido forem apagados ou substituídos
de perda de dados. Assim, as mídias de backup devem ser acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um de-
mantidas o mais próximo possível do sistema principal de feito do disco rígido, você poderá restaurar facilmente os
armazenamento das informações. dados usando a cópia arquivada.

( ) CERTO ( ) ERRADO Tipos de Backup


]
Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos
Resposta: Errado.
que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup.
Uma das premissas do backup é guardar as mídias em
Mas e se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidental-
local seguro e distante do sistema principal de armaze-
mente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem,
namento, ou seja, em outro local físico, ou na núvem.
é aí que a coisa começa a ficar mais legal. É nessa hora que
entram as estratégias de backup.
7. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Os sistemas IDS
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado
(intrusion detection system) e IPS (intrusion prevention sys-
tem) utilizam metodologias similares na identificação de com backups, a maioria pensará que um backup é somen-
ataques, visto que ambos analisam o tráfego de rede em te uma cópia idêntica de todos os dados do computador.
busca de assinaturas ou de conjunto de regras que possi- Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de
bilitem a identificação dos ataques. terça-feira, e nada mudou no computador durante o dia
todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta
seria idêntico àquele criado na terça. Apesar de ser possí-
( ) CERTO ( ) ERRADO vel configurar backups desta maneira, é mais provável que
você não o faça. Para entender mais sobre este assunto,
Resposta: Certo devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup
O IDS (Intrusion Detection Systems) procura por ataques que podem ser criados. Estes são:
já catalogados e registrados, podendo, em alguns casos, • Backups completos;
fazer análise comportamental do sistema. • Backups incrementais;
O IPS – Intrusion Prevention System é uma ferramenta • Backups diferenciais;
para detecção e prevenção de atividades suspeitas na • Backups delta;
rede. É a evolução do IDS e pode ser configurado para
que ao perceber a “invasão” uma ação seja tomada (ge- O backup completo é simplesmente fazer a cópia de
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
rar um alerta, bloquear o atacante, dropar o pacote…). todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os
Deve ficar inline na rede. dispositivos de backup correspondentes), independente
Os sniffers são ferramentas que interceptam e analisam de versões anteriores ou de alterações nos arquivos des-
o trafego de uma rede, com ele você pode descobrir de o último backup. Este tipo de backup é o tradicional
quais sites estão sendo acessados na rede, quais tipos e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando
de protocolos estão sendo usados (http, FTP, POP3, pensam em backup: guardar TODAS as informações. Outra
SMTP, etc) e até mesmo capturar senhas de sites com característica do backup completo é que ele é o ponto de
autenticação, como redes sociais, painéis administrati- início dos outros métodos citados abaixo. Todos usam este
vos, emails, etc. backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas
em cada um dos métodos.
8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Um Este tipo consiste no backup de todos os arquivos para
dos objetivos da segurança da informação é manter a in- a mídia de backup. Conforme mencionado anteriormente,
tegridade dos dados, evitando-se que eles sejam apagados se os dados sendo copiados nunca mudam, cada backup
ou alterados sem autorização de seu proprietário. completo será igual aos outros. Esta similaridade ocorre
devido ao fato que um backup completo não verifica se

87
o arquivo foi alterado desde o último backup; copia tudo ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen-
indiscriminadamente para a mídia de backup, tendo modi- tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co-
ficações ou não. Esta é a razão pela qual os backups com- piados é grande.
pletos não são feitos o tempo todo. Todos os arquivos se- O armazenamento deve ser sempre levado em conside-
riam gravados na mídia de backup. Isto significa que uma ração, onde o administrador desses backups deve se preo-
grande parte da mídia de backup é usada mesmo que nada cupar em encontrar um equilíbrio que atenda adequada-
tenha sido alterado. Fazer backup de 100 gigabytes de da- mente às necessidades de todos, e também assegurar que
dos todas as noites quando talvez 10 gigabytes de dados os backups estejam disponíveis para a pior das situações.
foram alterados não é uma boa prática; por este motivo os Após todas as técnicas de backups estarem efetivadas
backups incrementais foram criados. deve-se garantir os testes para que com o passar do tempo
Já os backups incrementais primeiro verificam se o ho- não fiquem ilegíveis.
rário de alteração de um arquivo é mais recente que o ho- Recomendações para proteger seus backups
rário de seu último backup, por exemplo, já atuei em uma Fazer backups é uma excelente prática de segurança
Instituição, onde todos os backups eram programados básica. Agora lhe damos conselhos simples para que você
para a quarta-feira. esteja a salvo no dia em que precisar deles:
A vantagem principal em usar backups incrementais é 1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, e,
que rodam mais rápido que os backups completos. A prin- se for possível, em algum recipiente à prova de incêndios,
cipal desvantagem dos backups incrementais é que para como os cofres onde você guarda seus documentos e va-
restaurar um determinado arquivo, pode ser necessário lores importantes.
procurar em um ou mais backups incrementais até encon- 2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as man-
trar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo com- tenha em lugares separados.
pleto, é necessário restaurar o último backup completo e 3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, é
todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten- melhor comprimir os arquivos que já sejam muito antigos
tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os (quase todos os programas de backup contam com essa
backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira- opção), assim você não desperdiça espaço útil.
mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial. 4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira
Os backups diferenciais, também só copiam arquivos que sua informação fique criptografada o suficiente para
alterados desde o último backup, mas existe uma dife- que ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é
rença, eles mapeiam as alterações em relação ao último importante para seus entes queridos, implemente alguma
backup completo, importante mencionar que essa técnica forma para que eles possam saber a senha se você não
ocasiona o aumento progressivo do tamanho do arquivo. estiver presente.
Os backups delta sempre armazenam a diferença entre
as versões correntes e anteriores dos arquivos, começando VPN
a partir de um backup completo e, a partir daí, a cada novo
backup são copiados somente os arquivos que foram alte- É o acrônimo de (Virtual Private Network), que significa
rados enquanto são criados hardlinks para os arquivos que Rede Particular Virtual, que define-se como a conexão de
não foram alterados desde o último backup. Esta é a técni- dois computadores utilizando uma rede pública (Internet),
ca utilizada pela Time Machine da Apple e por ferramentas imagine uma empresa que quer ligar suas filiais, esse é um
como o rsync. caso clássico, ou também pensando na modalidade de
trabalho homeoffice, em que o funcionário pode, da casa
Mídias dele, acessar todos seus arquivos e softwares específicos
da empresa.
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados A palavra tunelamento é algo normal ao se trabalhar
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de cus- com VPNs, é como se criasse um túnel para que os da-
to baixo e uma capacidade razoavelmente boa de arma- dos possam ser enviados sem que outros usuários tenham
zenamento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. acesso.
Ela está sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita Para criar uma rede VPN não é preciso mais do que
é sequencial por natureza. Estes fatores significam que é dois (ou mais) computadores conectados à Internet e um
necessário manter o registro do uso das fitas (aposentá-las programa de VPN instalado em cada máquina. O processo
ao atingirem o fim de suas vidas úteis) e também que a para o envio dos dados é o seguinte:
procura por um arquivo específico nas fitas pode ser uma • Os dados são criptografados e encapsulados.
tarefa longa. • Algumas informações extras, como o número de IP
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados da máquina remetente, são adicionadas aos dados
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- que serão enviados para que o computador receptor
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, possa identificar quem mandou o pacote de dados.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz • O pacote contendo todos os dados é enviado por
sentido. A razão principal para usar drives de disco como meio do “túnel” criado até o computador de destino.
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de • A máquina receptora irá identificar o computador
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode remetente por meio das informações anexadas ao

88
pacote de dados. Assinatura digital
• Os dados são recebidos e desencapsulados.
• Finalmente os dados são descriptografados e arma- Um conjunto de dados encriptados, associados a um
zenados no computador de destino. documento do qual são função, garantindo a integridade
do documento associado, mas não a sua confidencialidade.
Computação na nuvem (cloud computing) A assinatura digital, portanto, busca resolver dois pro-
blemas não garantidos apenas com uso da criptografia
Ao utilizar e acessar arquivos e executar tarefas pela in- para codificar as informações: a Integridade e a Procedên-
ternet, o usuário está utilizando o conceito de computação cia.
em nuvens, não há a necessidade de instalar aplicativos no Ela utiliza uma função chamada one-way hash function,
seu computador para tudo, pois pode acessar diferentes também conhecida como: compression function, crypto-
serviços online para fazer o que precisa, já que os dados graphic checksum, message digest ou fingerprint. Essa fun-
não se encontram em um computador específico, mas sim ção gera uma string única sobre uma informação, se esse
em uma rede, um grande exemplo disso é o Google com o valor for o mesmo tanto no remetente quanto destinatário,
Google Docs, Planilhas, e até mesmo porta aquivos como significa que essa informação não foi alterada.
o Google Drive, ou de outras empresas como o One Drive. Mesmo assim isso ainda não garante total integridade,
Uma vez devidamente conectado ao serviço online, é pois a informação pode ter sido alterada no seu envio e um
possível desfrutar suas ferramentas e salvar todo o traba- novo hash pode ter sido calculado.
lho que for feito para acessá-lo depois de qualquer lugar Para solucionar esse problema, é utilizada a criptografia
— é justamente por isso que o seu computador estará nas assimétrica com a função das chaves num sentido inverso,
nuvens, pois você poderá acessar os aplicativos a partir de onde o hash é criptografado usando a chave privada do
qualquer computador que tenha acesso à internet. remetente, sendo assim o destinatário de posse da chave
pública do remetente poderá decriptar o hash. Dessa ma-
#FicaDica neira garantimos a procedência, pois somente o remeten-
te possui a chave privada para codificar o hash que será
Basta pensar que, a partir de uma conexão aberto pela sua chave pública. Já o hash, gerado a partir da
com a internet, você pode acessar um servidor informação original, protegido pela criptografia, garantirá
capaz de executar o aplicativo desejado, que a integridade da informação.
pode ser desde um processador de textos
até mesmo um jogo ou um pesado editor Mecanismos de garantia da integridade da informa-
de vídeos. Enquanto os servidores executam ção
um programa ou acessam uma determinada
informação, o seu computador precisa apenas Usando funções de “Hashing” ou de checagem, consis-
do monitor e dos periféricos para que você tindo na adição.
interaja.
Mecanismos de controle de acesso

CRIPTOGRAFIA E ASSINATURA DIGITAL. Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões


inteligentes.

Mecanismos de encriptação Mecanismos de certificação

A criptografia vem, na sua origem, da fusão de duas Atesta a validade de um documento. O Certificado Digi-
palavras gregas: tal, também conhecido como Certificado de Identidade Di- CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
• CRIPTO = ocultar, esconder. gital associa a identidade de um titular a um par de chaves
• GRAFIA = escrever eletrônicas (uma pública e outra privada) que, usadas em
Criptografia é arte ou ciência de escrever em cifra ou conjunto, fornecem a comprovação da identidade. É uma
em códigos. É então um conjunto de técnicas que tornam versão eletrônica (digital) de algo parecido a uma Cédula
uma mensagem incompreensível permitindo apenas que de Identidade - serve como prova de identidade, reconhe-
o destinatário que conheça a chave de encriptação possa cida diante de qualquer situação onde seja necessária a
decriptar e ler a mensagem com clareza. comprovação de identidade.
Permitem a transformação reversível da informação de O Certificado Digital pode ser usado em uma grande
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, variedade de aplicações, como comércio eletrônico, grou-
algoritmos determinados e uma chave secreta para, a partir pware (Intranets e Internet) e transferência eletrônica de
de um conjunto de dados não encriptados, produzir uma fundos.
sequência de dados encriptados. A operação inversa é a Dessa forma, um cliente que compre em um shopping
desencriptação. virtual, utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certifi-
cado de Identidade Digital deste Servidor para verificar: a
identidade do vendedor e o conteúdo do Certificado por

89
ele apresentado. Da mesma forma, o servidor poderá so- a versão 1.0 do TLS não interopera com a versão 3.0 do SSL.
licitar ao comprador seu Certificado de Identidade Digital, O TLS pode ser utilizado por uma autoridade intermediária,
para identificá-lo com segurança e precisão. não sendo sempre necessário recorrer à raiz de uma Auto-
Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado ridade de Certificação.
de Identidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e O S/Mime é também um protocolo muito popular, pois
a comunicação com segurança não será estabelecida. permite que as mensagens de correio eletrônico trafeguem
O Certificado de Identidade Digital é emitido e assinado encriptadas e/ou assinadas digitalmente. Desta forma os
por uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate Au- e-mails não podem ser lidos ou adulterados por terceiros
thority). Para tanto, esta autoridade usa as mais avançadas durante o seu trânsito entre a máquina do remetente e a
técnicas de criptografia disponíveis e de padrões interna- do destinatário. Além disso, o destinatário tem a garantia
cionais (norma ISO X.509 para Certificados Digitais), para a da identidade de quem enviou o e-mail.
emissão e chancela digital dos Certificados de Identidade O Form Signing é uma tecnologia que permite que os
Digital. usuários emitam recibos online com seus certificados di-
Podemos destacar três elementos principais: gitais. Por exemplo: o usuário acessa o seu Internet Ban-
- Informação de atributo: É a informação sobre o objeto king e solicita uma transferência de fundos. O sistema do
que é certificado. No caso de uma pessoa, isto pode banco, antes de fazer a operação, pede que o usuário as-
incluir seu nome, nacionalidade e endereço e-mail, sine com seu certificado digital um recibo confirmando a
sua organização e o departamento da organização operação. Esse recibo pode ser guardado pelo banco para
onde trabalha. servir como prova, caso o cliente posteriormente negue ter
- Chave de informação pública: É a chave pública da efetuado a transação.
entidade certificada. O certificado atua para associar O Authenticode e o Object Signing são tecnologias que
a chave pública à informação de atributo, descrita permitem que um desenvolvedor de programas de com-
acima. A chave pública pode ser qualquer chave assi- putador assine digitalmente seu software. Assim, ao baixar
métrica, mas usualmente é uma chave RSA. um software pela Internet, o usuário tem certeza da identi-
- Assinatura da Autoridade em Certificação (CA): A CA dade do fabricante do programa e que o software se man-
teve íntegro durante o processo de download. Os certifica-
assina os dois primeiros elementos e, então, adiciona
dos digitais se dividem em basicamente dois formatos: os
credibilidade ao certificado. Quem recebe o certifica-
certificados de uso geral (que seriam equivalentes a uma
do verifica a assinatura e acreditará na informação de
carteira de identidade) e os de uso restrito (equivalentes
atributo e chave pública associadas se acreditar na
a cartões de banco, carteiras de clube etc.). Os certificados
Autoridade em Certificação.
de uso geral são emitidos diretamente para o usuário final,
enquanto que os de uso restrito são voltados basicamente
Existem diversos protocolos que usam os certificados
para empresas ou governo.
digitais para comunicações seguras na Internet: Integridade: Medida em que um serviço/informação é
• Secure Socket Layer ou SSL; genuino, isto é, esta protegido contra a personificação por
• Secured Multipurpose Mail Extensions - S/MIME; intrusos.
• Form Signing; Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função é
• Authenticode / Objectsigning. detectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spam-
mer, ou de qualquer agente externo estranho ao sistema,
O SSL é talvez a mais difundida aplicação para os certi- enganando-o, fazendo-o pensar que esteja de fato explo-
ficados digitais e é usado em praticamente todos os sites rando uma vulnerabilidade daquele sistema.
que fazem comércio eletrônico na rede (livrarias, lojas de
CD, bancos etc.). O SSL teve uma primeira fase de ado- CERTIFICAÇÃO E ASSINATURA DIGITAL
ção onde apenas os servidores estavam identificados com
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

certificados digitais, e assim tínhamos garantido, além da Um conjunto de dados encriptados, associados a um
identidade do servidor, o sigilo na sessão. Entretanto, ape- documento do qual são função, garantindo a integridade
nas com a chegada dos certificados para os browsers é que do documento associado, mas não a sua confidencialidade.
pudemos contar também com a identificação na ponta A assinatura digital, portanto, busca resolver dois pro-
cliente, eliminando assim a necessidade do uso de senhas blemas não garantidos apenas com uso da criptografia
e logins. para codificar as informações: a Integridade e a Procedên-
O protocolo TLS foi criado como o sucessor do SSL. É cia.
mais frequentemente usado como uma configuração nos Ela utiliza uma função chamada one-way hash function,
programas de e-mail, mas assim como o SSL, o TLS pode também conhecida como: compression function, crypto-
ter um papel em qualquer transação cliente-servidor. graphic checksum, message digest ou fingerprint. Essa fun-
As diferenças entre o SSL e o TLS são muito pequenas e ção gera uma string única sobre uma informação, se esse
técnicas, porém eles possuem normas diferentes. O TLS tem valor for o mesmo tanto no remetente quanto destinatário,
a capacidade de trabalhar em portas diferentes e usa algo- significa que essa informação não foi alterada.
ritmos de criptografia mais fortes como o keyed-Hashing Mesmo assim isso ainda não garante total integridade,
for Message Authentication Code (HMAC) enquanto o SSL pois a informação pode ter sido alterada no seu envio e um
apenas Message Authentication Code (MAC). Além do que, novo hash pode ter sido calculado.

90
Para solucionar esse problema, é utilizada a criptografia - Chave de informação pública: É a chave pública da
assimétrica com a função das chaves num sentido inverso, entidade certificada. O certificado atua para associar
onde o hash é criptografado usando a chave privada do a chave pública à informação de atributo, descrita
remetente, sendo assim o destinatário de posse da chave acima. A chave pública pode ser qualquer chave assi-
pública do remetente poderá decriptar o hash. Dessa ma- métrica, mas usualmente é uma chave RSA.
neira garantimos a procedência, pois somente o remeten- - Assinatura da Autoridade em Certificação (CA): A CA
te possui a chave privada para codificar o hash que será assina os dois primeiros elementos e, então, adiciona
aberto pela sua chave pública. Já o hash, gerado a partir da credibilidade ao certificado. Quem recebe o certifica-
informação original, protegido pela criptografia, garantirá do verifica a assinatura e acreditará na informação de
a integridade da informação. atributo e chave pública associadas se acreditar na
Autoridade em Certificação.
Mecanismos de garantia da integridade da informa-
ção Existem diversos protocolos que usam os certificados
digitais para comunicações seguras na Internet:
Usando funções de “Hashing” ou de checagem, consis- • Secure Socket Layer ou SSL;
tindo na adição. • Secured Multipurpose Mail Extensions - S/MIME;
• Form Signing;
Mecanismos de controle de acesso • Authenticode / Objectsigning.
Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões O SSL é talvez a mais difundida aplicação para os certi-
inteligentes. ficados digitais e é usado em praticamente todos os sites
que fazem comércio eletrônico na rede (livrarias, lojas de
Mecanismos de certificação CD, bancos etc.). O SSL teve uma primeira fase de ado-
ção onde apenas os servidores estavam identificados com
Atesta a validade de um documento. O Certificado Digi- certificados digitais, e assim tínhamos garantido, além da
tal, também conhecido como Certificado de Identidade Di-
identidade do servidor, o sigilo na sessão. Entretanto, ape-
gital associa a identidade de um titular a um par de chaves
nas com a chegada dos certificados para os browsers é que
eletrônicas (uma pública e outra privada) que, usadas em
pudemos contar também com a identificação na ponta
conjunto, fornecem a comprovação da identidade. É uma
cliente, eliminando assim a necessidade do uso de senhas
versão eletrônica (digital) de algo parecido a uma Cédula
e logins.
de Identidade - serve como prova de identidade, reconhe-
O S/Mime é também um protocolo muito popular, pois
cida diante de qualquer situação onde seja necessária a
permite que as mensagens de correio eletrônico trafeguem
comprovação de identidade.
O Certificado Digital pode ser usado em uma grande encriptadas e/ou assinadas digitalmente. Desta forma os
variedade de aplicações, como comércio eletrônico, grou- e-mails não podem ser lidos ou adulterados por terceiros
pware (Intranets e Internet) e transferência eletrônica de durante o seu trânsito entre a máquina do remetente e a
fundos. do destinatário. Além disso, o destinatário tem a garantia
Dessa forma, um cliente que compre em um shopping da identidade de quem enviou o e-mail.
virtual, utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certifi- O Form Signing é uma tecnologia que permite que os
cado de Identidade Digital deste Servidor para verificar: a usuários emitam recibos online com seus certificados di-
identidade do vendedor e o conteúdo do Certificado por gitais. Por exemplo: o usuário acessa o seu Internet Ban-
ele apresentado. Da mesma forma, o servidor poderá so- king e solicita uma transferência de fundos. O sistema do
licitar ao comprador seu Certificado de Identidade Digital, banco, antes de fazer a operação, pede que o usuário as-
para identificá-lo com segurança e precisão. sine com seu certificado digital um recibo confirmando a
Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado operação. Esse recibo pode ser guardado pelo banco para CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
de Identidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e servir como prova, caso o cliente posteriormente negue ter
a comunicação com segurança não será estabelecida. efetuado a transação.
O Certificado de Identidade Digital é emitido e assinado O Authenticode e o Object Signing são tecnologias que
por uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate Au- permitem que um desenvolvedor de programas de com-
thority). Para tanto, esta autoridade usa as mais avançadas putador assine digitalmente seu software. Assim, ao baixar
técnicas de criptografia disponíveis e de padrões interna- um software pela Internet, o usuário tem certeza da identi-
cionais (norma ISO X.509 para Certificados Digitais), para a dade do fabricante do programa e que o software se man-
emissão e chancela digital dos Certificados de Identidade teve íntegro durante o processo de download. Os certifica-
Digital. dos digitais se dividem em basicamente dois formatos: os
Podemos destacar três elementos principais: certificados de uso geral (que seriam equivalentes a uma
- Informação de atributo: É a informação sobre o objeto carteira de identidade) e os de uso restrito (equivalentes
que é certificado. No caso de uma pessoa, isto pode a cartões de banco, carteiras de clube etc.). Os certificados
incluir seu nome, nacionalidade e endereço e-mail, de uso geral são emitidos diretamente para o usuário final,
sua organização e o departamento da organização enquanto que os de uso restrito são voltados basicamente
onde trabalha. para empresas ou governo.

91
Integridade: Medida em que um serviço/informação é
genuino, isto é, esta protegido contra a personificação por
intrusos. EXERCÍCIO COMENTADO

Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função é 1. (TRE-PE - Conhecimentos Gerais - Cargo 6 - CESPE
detectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spam- /2017)
mer, ou de qualquer agente externo estranho ao sistema, O mecanismo de embaralhamento ou codificação utilizado
enganando-o, fazendo-o pensar que esteja de fato explo- para proteger a confidencialidade de dados transmitidos
rando uma vulnerabilidade daquele sistema. ou armazenados denomina-se:

Aspectos legais a) assinatura digital.


A Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de b) certificação digital.
2001 define as regras para a criação da ICP-Brasil e da DPC c) biometria.
associada bem como a utilização de certificados digitais d) criptografia.
no Brasil, aspectos legais e aspectos necessários para uma e) proxy.
entidade se tornar uma AC Intermediária e assim emitir
certificados digitais para outras entidades garantindo au- Resposta: Letra D
tenticidade, integridade, não repúdio e validade jurídica de Criptografia é o estudo (e ultilização) dos princípios e
trâmites eletrônicos por essas entidades realizados. técnicas pelas quais a informação pode ser transforma-
A Lei 11.419 de 19 de dezembro de 2006 fundamenta da da sua forma original para outra ilegível, de forma
os processos judiciais eletrônicos no Brasil. Nela, existe o que possa ser conhecida apenas por seu destinatário.
artigo 20 do capítulo 4, que altera o artigo 38 do Código
de Processo Civil (Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973) de
forma que a autenticação por certificados digitais também 2. (TRE-BA - Técnico Judiciário – Programação de Siste-
seja legalmente válida. mas - CESPE /2017)
Para atender aos requisitos de segurança, uma assinatura
Criando um certificado digital digital deve:
A entidade que deseja emitir o certificado gera um par
de chaves criptográficas (uma chave pública e uma chave a) ser de difícil reconhecimento e verificação.
privada). b) ser armazenável de forma digital.
Em seguida a entidade gera um arquivo chamado Cer- c) independer da mensagem que será assinada.
tificate Signing Request (CSR) composto pela chave pública d) ser de difícil produção.
da entidade e mais algumas informações que a AC requer e) conter apenas informações não exclusivas do emissor.
sobre a entidade e é assinado digitalmente pela chave pri-
vada da própria entidade e envia o CSR cifrado pela chave Resposta: Letra B
pública da AC. Só existe assinatura digital armazenada em formato di-
Então é necessário o comparecimento físico de um in- gital (ou seja, não é nem um requisito de segurança, mas
divíduo responsável por aquela identidade em uma Auto- da sua própria definição
ridade de Registro (AR) (em alguns casos a AR vai até o
cliente) para confirmação dos dados contidos no CSR e se
necessário o acréscimo de mais algum dado do responsá- CONCEITOS SOBRE TECNOLOGIAS E FER-
vel pelo certificado e emissão do certificado. RAMENTAS MULTIMÍDIA, DE REPRODU-
Finalmente o CSR é “transformado” em um certificado ÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO, FORMATOS DE
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

digital assinado pela AC e devolvido ao cliente. IMAGENS E FIGURAS.


Então o browser/aplicativo de gerência de certificados
combina o certificado + a chave privada criando o conceito
de “Identidade digital”, normalmente salvando a chave pri- A Informática é um meio para diversos fins, com isso
vada em um cofre protegido por uma frase senha que será acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua
necessária para o posterior acesso a chave privada. utilização passou a ser um diferencial para pessoas e em-
Os browsers existentes hoje em dia como Internet Ex- presas, visto que, o controle da informação passou a ser
plorer, Firefox e Opera, conhecidos como o sistema FIOPEX, algo fundamental para se obter maior flexibilidade no mer-
FI de FIrefox, OP de OPera, e Ex de Internet EXplorer fazem cado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar
a parte do processo que depende do cliente (até o mo- sua área de atuação com a informática, atingirá, com mais
mento de enviar o CSR à AC) automaticamente. O processo rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu su-
também pode ser feito manualmente usando alguma bi- cesso, por isso em quase todos editais de concursos públi-
blioteca criptográfica como o OpenSSL por exemplo. cos temos Informática.

92
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
#FicaDica na manutenção do computador, o antivírus é o principal
Informática pode ser considerada como exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra-
significando “informação automática”, ou mação que são programas que fazem outros programas,
seja, a utilização de métodos e técnicas no como o JAVA por exemplo.
tratamento automático da informação. Para Importante mencionar que os softwares podem ser li-
tal, é preciso uma ferramenta adequada: O vres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes
computador. características:
A palavra informática originou-se da junção
de duas outras palavras: informação e • O usuário pode executar o software, para qualquer uso.
automática. Esse princípio básico descreve o • Existe a liberdade de estudar o funcionamento do pro-
propósito essencial da informática: trabalhar grama e de adaptá-lo às suas necessidades.
informações para atender as necessidades • É permitido redistribuir cópias.
dos usuários de maneira rápida e eficiente, • O usuário tem a liberdade de melhorar o programa e
ou seja, de forma automática e muitas vezes de tornar as modificações públicas de modo que a
instantânea. comunidade inteira se beneficie da melhoria.

Entre os principais sistemas operacionais pode-se des-


O que é um computador? tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões,
o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo
O computador é uma máquina que processa dados, finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões
orientado por um conjunto de instruções. Ele é destinado o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras.
a produzir resultados completos, com um mínimo de in- É o principal software do computador, pois possibilita
tervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar: que todos os demais programas operem.

: grande velocidade no processamento e disponibiliza-


#FicaDica
ção de informações;
: precisão no fornecimento das informações; Android é um Sistema Operacional desenvol-
: propicia a redução de custos em várias atividades vido pelo Google para funcionar em dispositi-
: próprio para execução de tarefas repetitivas; vos móveis, como Smartphones e Tablets. Sua
distribuição é livre, e qualquer pessoa pode
Como ele funciona? ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver
aplicativos (apps) para funcionar neste Sistema
Em informática, e mais especialmente em computado- Operacional.
res, a organização básica de um sistema será na forma de: iOS, é o sistema operacional utilizado pelos
aparelhos fabricados pela Apple, como o iPho-
ne e o iPad.

Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memó-


rias, processadores (CPU) e disco de armazenamento
HDs, CDs e DVDs)

Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação de


Figura 1: Etapas de um processamento de dados. energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de reset, CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas de
Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais ventilação e painel traseiro com recortes para encaixe de
para o entendimento de informática em concursos públicos. placas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede, cada vez
Hardware, são os componentes físicos do computador, mais com saídas USBs e outras.
ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos periféri- No fundo do gabinete existe uma placa de metal onde
cos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou ape- será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é possível
nas saída, além da CPU (Unidade Central de Processamento). verificar se será possível ou não fixar determinada placa
Software, são os programas que permitem o funciona- mãe em um gabinete, pois eles têm que ser proporcionais
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica aos furos encontrados na placa mãe para parafusá-la ou
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio- encaixá-la no gabinete.
nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação.
O primeiro software necessário para o funcionamento
de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope-
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os

93
#FicaDica
Placa-mãe, é a placa principal, formada por um
conjunto de circuitos integrados (“chip set“)
que reconhece e gerencia o funcionamento
dos demais componentes do computador.

Se o processador pode ser considerado o “cérebro” do


computador, a placa-mãe (do inglês motherboard) repre-
senta a espinha dorsal, interligando os demais periféricos
ao processador.
O disco rígido, do inglês hard disk, também conhecido Figura 2: Unidade de medida de memórias
como HD, serve como unidade de armazenamento perma-
nente, guardando dados e programas. Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3
Ele armazena os dados em discos magnéticos que man- é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe
têm a gravação por vários anos, se necessário. basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus da- Destacar essa tabela
dos gravados ou acessados por um braço móvel composto
por um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar
ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham Transformar 16422282522
com valores discretos) são totalmente binários. Toda infor- Transformar 4 gigabytes kilobytes em terabytes:
mação introduzida em um computador é convertida para a em kilobytes: 16422282522 / 1024 =
forma binária, através do emprego de um código qualquer 4 * 1024 = 4096 16037385,28 megabytes
de armazenamento, como veremos mais adiante. megabytes 16037385,28 / 1024 =
A menor unidade de informação armazenável em um 4096 * 1024 = 4194304 15661,51 gigabytes
computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhe- kilobytes. 15661,51 / 1024 = 15,29
cido como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). terabytes.
O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit
pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de
informações manipuladas por um computador são codifi- entrada mais usada atualmente.
cadas em grupos ordenados de bits, de modo a terem um Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dis-
significado útil. positivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia.
O menor grupo ordenado de bits representando uma Por isso permite que os conectores USB sejam usados por
informação útil e inteligível para o ser humano é o byte carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.
(leia-se “baite”). A fonte de energia do computador ou, em inglês, PSU
Como os principais códigos de representação de carac- (Power Supply Unit — Unidade de Alimentação de Energia),
teres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos é responsável por converter a voltagem da energia elétrica,
de byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, que chega pelas tomadas, em voltagens menores, capazes
quase sinônimas. de serem suportadas pelos componentes do computador.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

acesso, armazenamento e recuperação de informações Monitor de vídeo


são efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios de
computadores, menciona-se que ele possui “512 mega by- Normalmente um dispositivo que apresenta informa-
tes de memória”; por exemplo, na realidade, em face desse ções na tela de LCD, como um televisor atual.
costume, quase sempre o termo byte é omitido por já su- Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de
bentender esse valor. touchscreen), nestes podemos escolher opções tocando
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja em botões virtuais, apresentados na tela.
a imagem abaixo:
Impressora

Muito popular e conhecida por produzir informações


impressas em papel.
Atualmente existem equipamentos chamados impres-
soras multifuncionais, que comportam impressora, scanner
e fotocopiadoras num só equipamento.

94
Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuários Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]:
de computadores atualmente. ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
Ele não precisa recarregar energia para manter os da- quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá- que outras operações também façam referência à memória.
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta Possuem um clock interno de sincronização que define
USB (Universal Serial Bus). a velocidade com que o processamento ocorre. Essa veloci-
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash, dade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com- Em um computador, a velocidade do clock se refere ao
putador, existe uma grande variedade de formato desses número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
cartões. (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
São muito utilizados principalmente em câmeras foto- tempo necessário para o processador executar uma instru-
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
em microcomputadores. medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
cia, o Hertz.
#FicaDica
BIOS é o Basic Input/Output System, ou Siste-
ma Básico de Entrada e Saída, trata-se de um
mecanismo responsável por algumas ativida-
des consideradas corriqueiras em um compu-
tador, mas que são de suma importância para
o correto funcionamento de uma máquina.

Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao


iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
tificar todos os componentes de hardware conectados à
máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade. Figura 3: Esquema Processador
Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM
(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- com seus circuitos que recebem e transmitem dados para
mento do computador. desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam tar, possibilita a saída de imagens no monitor.
a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
do BIOS. mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
O processador que é uma peça de computador que não estão implementados nesses chips, da própria mother-
contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá- board. Geralmente, esse fato implica na redução da velo-
ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do cidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma
socket, ele que processa todas as informações do compu- vez que é aceitável para a maioria dos usuários. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes No entanto, quando se pretende ter maior potência de
mais famosos são Intel e AMD. som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens
O processador do computador (ou CPU – Unidade e uma rede mais veloz, opta-se pelas placas off board. Va-
Central de Processamento) é uma das partes principais do mos conhecer mais sobre esse termo e sobre as placas de
hardware do computador e é responsável pelos cálculos, vídeo, som e rede:
execução de tarefas e processamento de dados. Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
Contém conjuntos restritos de células de memória cha- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
mados registradores que podem ser lidos e escritos muito podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
mais rapidamente que em outros dispositivos de memó- placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
ria. Os registradores são unidades de memória que repre- na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
sentam o meio mais caro e rápido de armazenamento de dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
dados. Por isso são usados em pequenas quantidades nos resultado do processamento de vários outros dados.
processadores. Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o núme-
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex ro, maior será a quantidade de dados que passarão por

95
segundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo,
por exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da EXERCÍCIO COMENTADO
realidade. Além dessa velocidade, existem outros itens im-
portantes de serem observados em uma placa de vídeo:
aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e,
como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe
na placa mãe que ela deverá usar (atualmente seguem op-
ções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Placas de som são hardwares específicos para trabalhar
e projetar sons, seja em caixas de som, fones de ouvido ou
microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com
chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas
em slots presentes na placa mãe. São dispositivos de en-
trada e saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de
dados (com a entrada da voz pelo microfone, por exemplo)
como a saída de som (por meio das caixas de som, por
exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar
um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar
e receber informações. Essas placas podem ser onboard,
ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard,
conectadas em slots presentes na placa mãe.

#FicaDica
Considerando a figura acima, que ilustra as proprieda-
Alguns dados importantes a serem observados
em uma placa de rede são: a arquitetura de des de um dispositivo USB conectado a um computador
rede que atende os tipos de cabos de rede com sistema operacional Windows 7, julgue os itens a se-
suportados e a taxa de transmissão. guir

1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) As informa-


Periféricos de computadores ções na figura mostrada permitem inferir que o dispositivo
USB em questão usa o sistema de arquivo NTFS, porque o
Para entender o suficiente sobre periféricos para con- fabricante é Kingston.
curso público é importante entender que os periféricos são
os componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao
( ) CERTO ( ) ERRADO
centro dos computadores.
Os periféricos são classificados como:
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a Resposta: Errado. Por padrão os pendrives (de baixa
informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, mi- capacidade) são formatados no sistema de arquivos FAT,
crofone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biomé- mas a marca do dispositivo ou mesmo a janela ilustrada
trico, Touchpad e outros. não apresenta informações para afirmar sobre qual sis-
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in- tema de arquivos está sendo utilizado.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

formação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras,


Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros. 2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Ao se clicar
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em no ícone , será mostrado, no Resumo das
transmitir e receber informação ao computador. Exem- Funções do Dispositivo, em que porta USB o dispositivo
plos: Drive de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, mo- está conectado.
dem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo
de Som e outros. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Ao se clicar no ícone citado será de-


#FicaDica monstrada uma janela com informações/propriedades
do dispositivo em questão, uma das informações que
Periféricos sempre podem ser classificados em aparecem na janela é a porta em que o dispositivo USB
três tipos: entrada, saída e entrada e saída. foi/está conectado.

96
3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Um clique 7. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Diferentemente
duplo em fará que seja dis- dos computadores pessoais ou PCs tradicionais, que são
ponibilizada uma janela contendo funcionalidades para a operados por meio de teclado e mouse, os tablets, compu-
formatação do dispositivo USB. tadores pessoais portáteis, dispõem de recurso touchscre-
en. Outra diferença entre esses dois tipos de computadores
( ) CERTO ( ) ERRADO diz respeito ao fato de o tablet possuir firmwares, em vez
de processadores, como o PC.
Resposta: Errado.
O Clique duplo para o caso da ilustração fará abrir a ja- ( ) CERTO ( ) ERRADO
nela de propriedades do dispositivo.
A respeito de tipos de computadores e sua arquitetura
de processador, julgue os itens subsequentes Resposta: Errado.
O uso dos processadores era algo que até um tempo
4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Diferen- atrás ficava restrito a desktops, notebooks e, em uma
temente de um processador de 32 bits, que não suporta maior escala, a servidores, mas com a popularização de
programas feitos para 64 bits, um processador de 64 bits é smartphones e tablets esse cenário mudou. Grandes
capaz de executar programas de 32 bits e de 64 bits.
players como Samsung, Apple e NVIDIA passaram a fa-
bricar seus próprios modelos, conhecidos como SoCs
( ) CERTO ( ) ERRADO (System on Chip), que além da CPU incluem memória
RAM, placa de vídeo e muitos outros componentes.
Resposta: Certo.
Se o programa for especialmente projetado para a ver- 8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar
são de 64 bits do Windows, ele não funcionará na ver- na opção , será executado um programa que permi-
são de 32 bits do Windows. (Entretanto, a maioria dos tirá a realização de operações de criptografia no arquivo
programas feitos para a versão de 32 bits do Windows para protegê-lo contra leitura indevida.
funciona com uma versão de 64 bits do Windows.)

5. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Um proces- ( ) CERTO ( ) ERRADO


sador moderno de 32 bits pode ter mais de um núcleo por
processador.

( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Errado.


WinZip é um dos principais programas para compactar
e descompactar arquivos de seu computador. Perfeito
para organizar e economizar espaço em seu disco rígido.
Resposta: Certo.
O processador pode ter mais de um núcleo (CORE), o 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) A co-
que gera uma divisão de tarefas, economizando energia municação entre a CPU e o monitor de vídeo é feita, na
e gerando menos calor. EX. dual core (2 núcleos). Os ti- grande maioria dos casos, pela porta serial.
pos de processador podem ser de 32 bits e 64 bits

6. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma so- ( ) CERTO ( ) ERRADO


lução de armazenamento embasada em hard drive externo
de estado sólido usando USB 2.0 for substituída por uma
solução embasada em cloud storage, ocorrerá melhoria Resposta: Errado.
na tolerância a falhas, na redundância e na acessibilidade, As portas de vídeo mais comuns são: VGA, DVI e HDMI. CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
além de conferir independência frente aos provedores de
serviços contratados. 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Alguns ti-
pos de mouse se comunicam com o computador por meio
( ) CERTO ( ) ERRADO de porta serial.

Resposta: Errado. ( ) CERTO ( ) ERRADO


Não há “maior independência frente aos provedores de
serviço contratados”, pois o acesso aos dados depen-
derá do provedor de serviços de nuvem no qual seus Resposta: Certo.
dados ficarão armazenados, qualquer que seja a nuvem. A interface serial ou porta serial, também conhecida
Independência para mudar de fornecedor, quando exis- como RS-232 é uma porta de comunicação utilizada
tente, não implica em dizer que o usuário fica indepen- para conectar pendrives, modems, mouses, algumas im-
dente do fornecedor que esteja usando no momento. pressoras, scanners e outros equipamentos de hardwa-
Acerca de conceitos de hardware, julgue o item seguin- re. Na interface serial, os bits são transferidos em fila, ou
te. seja, um bit de dados de cada vez.

97
6. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
ÁREA 8 – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, acerca
HORA DE PRATICAR! de tecnologias de redes locais.
As redes LANs (local area network) permitem o comparti-
1. (SEDF – PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA – IN- lhamento de recursos e a troca de informações e podem
FORMÁTICA –CESPE – 2018) Julgue o item a seguir, a ser distinguidas de outros tipos de redes pelo seu tamanho,
respeito de banco de dados, organização de arquivos, mé- por sua tecnologia de transmissão e por sua topologia.
todos de acesso e banco de dados textuais.
Sistemas de gerenciamento de banco de dados exigem ( ) CERTO ( ) ERRADO
que as linguagens de definição de dados sejam embutidas
nos programas que manipulam os dados. 7. (EBSERH – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – CESPE –
2018) No que diz respeito às redes LANs e WANs e aos
protocolos e serviços de redes de computadores, julgue o
( ) CERTO ( ) ERRADO
item subsecutivo.
Nas redes WANs, o atraso de propagação, definido como a
2. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR- distância entre dois roteadores dividida pela velocidade de
MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados, propagação, é da ordem de milissegundos.
julgue o item seguinte.
Após um banco de dados ser criado, o administrador exe- ( ) CERTO ( ) ERRADO
cuta uma série de tarefas para dar permissão de acesso aos
usuários que necessitam ler e gravar informações na base
de dados. A responsabilidade de gerir os acessos ao ban-
co de dados é do sistema gerenciador de banco de dados 8. (EBSERH – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – CESPE –
(SGBD). 2018) No que diz respeito às redes LANs e WANs e aos
( ) CERTO ( ) ERRADO protocolos e serviços de redes de computadores, julgue o
item subsecutivo.
A maioria das WANs, por serem redes de longa distância,
3. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR- não utiliza roteadores conectados entre as linhas de trans-
MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados, missão, uma vez que esses equipamentos são de difícil
julgue o item seguinte. configuração e tornam as redes mais lentas.
Diferentemente dos bancos de dados transacionais, a mo-
delagem de bancos de dados multidimensionais é carac- ( ) CERTO ( ) ERRADO
terizada pelo uso de tabelas fato e tabelas periféricas, que
armazenam, respectivamente, a transação e as dimensões.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR-


MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados,
julgue o item seguinte.
As soluções de big data focalizam dados que já existem,
descartam dados não estruturados e disponibilizam os da-
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

dos estruturados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – AUDITOR MUNICI-


PAL DE CONTROLE INTERNO – DESENVOLVIMENTO
DE SISTEMAS – CESPE – 2018) A respeito de bancos de
dados, julgue o item a seguir.
Um banco de dados é uma coleção de dados que são or-
ganizados de forma randômica, sem significado implícito
e de tamanho variável, e projetados para atender a uma
proposta específica de alta complexidade, de acordo com
o interesse dos usuários.

( ) CERTO ( ) ERRADO

98
ANOTAÇÕES
GABARITO

___________________________________________________
1 ERRADO ___________________________________________________
2 CERTO
___________________________________________________
3 CERTO
4 ERRADO ___________________________________________________

5 ERRADO ___________________________________________________
6 CERTO ___________________________________________________
7 CERTO
___________________________________________________
8 ERRADO
___________________________________________________

___________________________________________________

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA
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99
ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE INFORMÁTICA

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100
ÍNDICE

CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI


Histórico (da fundação da aldeia aos dias atuais). ....................................................................................................................................................01
Formação administrativa (de 1691 aos dias atuais). .................................................................................................................................................05
Informações socioeconômicas: demografia e território; desenvolvimento do Município de Niterói; economia municipal - PIB;
estabelecimentos por porte e setor; potencial de consumo.................................................................................................................................04
Informações estatísticas: ......................................................................................................................................................................................................05
- da população (composição, características, densidade demográfica); ..........................................................................................................05
- da prefeitura (Poder Executivo, estrutura organizacional, as secretarias municipais e autarquias); ...................................................05
- da educação (Fundação Municipal de Educação, matrículas, docentes e registro escolar); ..................................................................05
- do cadastro central de empresas; .................................................................................................................................................................................05
- do registro civil; ....................................................................................................................................................................................................................05
- das finanças públicas; ........................................................................................................................................................................................................05
- da frota; ...................................................................................................................................................................................................................................05
- da morbidade hospitalar; .................................................................................................................................................................................................05
- da criminalidade...................................................................................................................................................................................................................05
HISTÓRICO (DA FUNDAÇÃO DA ALDEIA
AOS DIAS ATUAIS).

A História de Niterói começa com a aldeia fundada por


Araribóia com a posse solene em 1573, que recebeu a de-
nominação de São Lourenço dos Índios, o primeiro núcleo
de povoamento. A morte de Araribóia (1587) iniciou o pro-
cesso de declínio do aldeamento, justamente por localizar-
-se distante da “povoação maior”, Rio de
A chegada da Corte de D. João VI à colônia brasileira
em 1808, foi culminante para o apogeu e progresso das
freguesias do recôncavo e principalmente a de São João de Floriano Peixoto e a Revolta da Armada
Icaraí, além de escolher São Domingos para localização de numa ilustração de Angelo Agostini
seu sitio para lazer. A estadia na Praia Grande, em come-
moração as festividades de seu aniversário, foi responsável O retorno de Niterói a condição de Capital do Estado
pelo aumento dos números de visitantes aquela localidade. do Rio de Janeiro em 1903 deu-se principalmente por sua
O comércio e a navegação progrediram e se intensificaram, proximidade com o Rio de Janeiro, município este mais im-
aparecendo também os vendedores ambulantes, mascates. portante da rede urbana nacional (liderava as exportações
A cidade se reestruturava gradativamente. Em 1841, é de café através do seu porto), marcou um período de inter-
idealizado o Plano Taulois ou Plano da Cidade Nova, abran- venções urbanas, promovendo a cidade de qualificada in-
gendo o bairro de Icaraí e parte de Santa Rosa, constituin- fra-estrutura, procurando organizar uma vida urbana con-
do-se num plano de arruamento de autoria do Engenheiro dizente com sua condição perante o Estado Fluminense.
francês Pedro Taulois e organizado após a elevação da ci- Neste cenário, várias edificações foram construídas
dade a condição de capital. O traçado ortogonal da malha simbolizando o status adquirido pela capital como a Pre-
viária se iniciava na Praia de Icaraí e terminava na Rua Santa feitura no Largo do Pelourinho – Palácio Araribóia (1904), a
Rosa, duplicando a área urbanizada de Niterói. Câmara no Largo do Rocio, atual Jardim São João (1908), os
A condição de capital estabelecida à cidade, determi- correios e estação hidroviária - barcas (1908). Os parques
nou uma série de desenvolvimentos urbanos, dentre os e praças receberam nova urbanização como o Largo de
quais, a implantação de serviços básicos como a barca a São Domingos (1905), o Campo de São Bento (1910), Pra-
vapor (1835) efetuado pela Cantareira e Viação Fluminense, ça Araribóia (1911), Praça General Gomes Carneiro (Rink)
a iluminação publica a óleo de baleia (1837) e os primei- – antigo Largo da Memória (1913), entre outros. Se desta-
ros lampiões a gás (1847), abastecimento de água (1861), caram alguns melhoramentos urbanos como iluminação à
o surgimento da Companhia de Navegação de Nictheroy gás (1904), inauguração da primeira linha de bondes elétri-
(1862), bonde de tração animal da Companhia de Ferro- cos ligando o Centro à Icaraí (1906), alargamento da Rua da
-Carril Nictheroyense (1871), Estrada de Ferro de Niterói, Conceição (1907), inauguração da Alameda São Boaventu-
ligando a cidade com localidades do interior do estado ra (1909), alargamento da Estrada Leopoldo Fróes (1909),
(1872), bondes elétricos (1883) entre outros( fotos 08 e 14). inauguração da rede central de esgotos (1912).
Ao fim do século XIX, a eclosão da revolta da armada
(1893), destruiu vários prédios na zona urbana e bairros li-
torâneos, e paralisou as atividades produtivas da cidade,
fez com que divergências políticas internas interiorizassem CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
a cidade-sede, principal causa da transferência da capital
para Petrópolis. Esta condição permaneceu por quase 10
anos, possibilitando sua entrada no século XX com o pro-
jeto de reedificação da Capital. A cidade já havia sofrido
fragmentação de seu território em 1890, dada a separação
das freguesias de São Gonçalo, Nossa Senhora da Concei-
ção de Cordeiro e São Sebastião de Itaipu, que passaram a O precursor dessa série de renovações urbanas foi o
constituir o município de São Gonçalo. Com isso a área de primeiro Prefeito de Niterói, Paulo Pereira Alves (Janeiro a
Niterói foi reduzida de 245,42km² para 84km². Novembro de 1904), idealizador de uma imponente ave-
nida na Praia de Icaraí, “fundo de quintal das apalacetadas
chácaras da Rua Moreira César”, indo até São Francisco, e
daí alcançando as Praias Oceânicas, pelo prolongamento
da Estrada da Cachoeira. Essa avenida se destinava a im-
plantação de hotéis, cassinos, praças de esportes e outros
centros de lazer e diversão na Orla de Icaraí e São Francisco.

1
Foi o primeiro prefeito a falar em proteção ao meio da Baía, foi o chamado período da “Renascença Fluminen-
ambiente e exploração do potencial turístico de áreas se”, sendo a tentativa de criação de uma identidade própria
como a Região Oceânica, que desejou ligar ao Centro e para Niterói. A principal concepção era a aproximação entre
outros bairros (Soares, 1992). o centro comercial e o centro político. As obras de “sanea-
A gestão do Prefeito João Pereira Ferraz (1906/1910), mento/aterro” da enseada começaram em aproximadamen-
foi caracterizada pela concretização de um audacioso Praia te 1917/18, prolongando-se por dez anos, dado o aterro de
das Flechas projeto de urbanização e embelezamento de grandes proporções que quase duplicou a área urbana.
Niterói no qual se incluíram a pavimentação e retificação Paralelamente às obras do aterro, ocorreu o desmonte
da Alameda São Boaventura (1909), Avenida da Praia de hidráulico do Morro do Campo do Sujo e pequena parte do
Icaraí, construção do cais da e do Jardim do Gragoatá, edi- Morro São Sebastião. O Morro do Campo Sujo ou Morro Dr.
ficação da primeira sede da Prefeitura (Palácio Araribóia) e Celestino era a área de esgotamento sanitário, despejo dos
a urbanização do Campo de São Bento, (denominado Par- barris dos “tigres” no século XIX. Desta área emergiria o cen-
que Prefeito Ferraz em sua homenagem). tro político da cidade, representado pela Praça da República
ou Praça do Poder, e complexo de prédios, Escola Normal
(Liceu Nilo Peçanha), Câmara Municipal, Secretaria de Segu-
rança, Palácio da Justiça e Biblioteca Pública.
Ao ser empossado governador, Feliciano Sodré, expede
a autorização para a construção do porto e o saneamento
completo da enseada, retirando o lodo existente, aterrando
a área compreendida entre o cais e a antiga linha do lito-
ral, construindo armazéns para serviços portuários e conse-
qüente abertura a navegação de cabotagem.
O projeto de urbanização proposto pela Comissão
Construtora do Porto de Nictheroy e Saneamento da Ensea-
da de São Lourenço, aterrou uma área de 357.000m². O traço
urbano do aterrado, radial-concêntrico (formando um leque,
semicírculo) possuía ruas que convergiam para a praça cen-
tral – Renascença, (onde existe a estação da “Leopoldina
Feliciano Pires de Abreu Sodré deu prosseguimento Railway”, hoje Companhia Docas do Rio de Janeiro, inaugu-
à obra remodeladora de Pereira Ferraz. Em 1911, o Porto rada em 1930). O primeiro trecho do porto foi inaugurado
de Niterói começa a ser idealizado entre a Ponta D`Areia em 1927, e o segundo em 1930.
e o Porto do Méier, região da Enseada de São Lourenço
(ou Mangue de São Lourenço), outrora ocupada por man-
guezais, e que a partir dos séculos XVIII e XIX, começou
a sofrer progressivo processo de assoreamento, tornando-
-se o vazadouro de lixo da cidade, insalubre, uma “ferida
cancerosa aberta em pleno coração da cidade” (Comissão
Construtora do Porto de Nictheroy e Saneamento da En-
seada de São Lourenço, 1927). Em 1913, oficializou-se por
decreto a construção do Porto de Niterói, aos moldes do
Porto do Rio de Janeiro. A cidade aos poucos desenvol-
via-se nas mãos de Feliciano Sodré, que implantou uma
rede de saneamento, beneficiando São Lourenço, Fonseca Nas áreas adquiridas, a ocupação estava destinada à
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

e Ponta D`Areia. industrias e edificações públicas (prédios da administração


estadual, prédios militares, mercado municipal), e se deu de
forma incompleta e dispersa.
“A revolução de 1930 adia planos e projetos urbanos,
retomados posteriormente durante a vigência do Esta-
do Novo, num outro contexto sócio-econômico e político”
(Leme,1999).
A década de 40 assume um período de modernização
na cidade, após a decretação do Estado Novo (1937-1945)
e a consolidação de Ernani do Amaral Peixoto como inter-
ventor do Estado do Rio de Janeiro. Caracterizou-se como
uma época de investimentos urbanos e de relações estreitas
com a iniciativa privada do setor de obras públicas e cons-
A urbanização empreendida teve forte influência da trução civil. Algumas obras se destacaram neste momento, o
reforma feita por Pereira Passos na cidade Rio de Janei- aterrado Praia Grande, os parcelamento de áreas na Região
ro, contemporânea à de Feliciano Sodré no lado oriental Oceânica e a Avenida Ernani do Amaral Peixoto.

2
evitar o transbordamento que ocorria nas áreas marginais
às lagoas. A abertura das vias monumentais está sempre
associada a intervenções urbanísticas importantes, em que
a remodelação de Paris por Haussmann representou um
marco. De fato, era incontestável a necessidade de moder-
nização urbana diante das novas perspectivas tecnológicas
associadas ao transporte e ao saneamento das cidades. Os
problemas sanitários exigiam a construção de sistemas de
drenagem e esgotamento, obrigando a realização de obras
de infraestrutura urbana, de canalização de rios e de aber-
turas de novas vias”. (Leme, 1999).
A abertura da Avenida Ernani do Amaral Peixoto em
1942, como consta no Plano de Remodelação de Niterói,
rasgou o centro comercial da cidade, promovendo, re-
membramentos e desmembramentos de terrenos, além de
demolir cerca de 230 prédios para a implantação do novo
Para a consolidação do Aterrado Praia Grande, foi san- loteamento, resultando numa avenida de 1003 metros de
cionado o decreto-lei federal nº2441 de 23 de Julho de extensão por 20 metro de largura.
1940, autorizando a Prefeitura de Niterói a executar o Pla- A sua denominação homenageava o interventor do
no de Urbanização e Remodelação da Cidade, permitindo Rio de Janeiro. Execução ficou a cargo do Prefeito de Ni-
o aterro da faixa litorânea central entre a Ponta da Armação terói José Francisco de Almeida Brandão Júnior (1937-
e a Praia das Flexas. A execução do aterro, coube, inicial- 1945), contratando a firma Dahne e Conceição, que faliu
mente, a Frederico Bockel e Gabriel M. Fernandes, através interrompendo as obras. A ocupação iniciou-se três anos
do contrato de 23 de Agosto de 1940. Em 1941, é consti- depois, porém somente na década de 50 completou toda
tuída a Companhia Melhoramentos de Niterói. O projeto a extensão proposta, isto é, da Praça Araribóia – Martim
de ocupação foi responsabilidade da Dahne e Conceição Afonso à Rua Marquês do Paraná.
em 1943, empresa pertencente a companhia União Terri- Outras vias importantes foram propostas, como a re-
torial Fluminense S/A e sucessora da firma de 1941, que
tificação da Avenida Estácio de Sá, atual Avenida Roberto
depois passou a denominar-se Planurbs S/A Planejamento
Silveira, efetuando o eixo de ligação Centro/Zona Sul. A
e Urbanização.
obra se estendeu de 1948 a 1954. A construção da Avenida
O Plano de ocupação constituiu no arruamento e par-
do Contorno foi iniciada em 1960, no outro extremo da
celamento de aproximadamente 1.000.000m² de aterro. O
cidade, ligando áreas portuárias e ferroviárias ao centro da
loteamento recebeu a denominação de Jardim Fluminen-
Cidade de São Gonçalo, além de melhorar as condições de
se, só sendo aprovado pela Prefeitura em 29 de Agosto
tráfego urbano entre Niterói e São Gonçalo.
de 1967, compreendendo as área denominadas Enseada
No final da década de 60, inicia-se a construção da
da Praia Grande, Enseada de São Domingos e Morro do
Gragoatá. Ponte Presidente Costa e Silva na gestão do Prefeito Jorge
As regiões litorâneas passam a ser consideradas como Abunahman.
áreas de expansão urbana, visando atender ao crescimento Para facilitar o tráfego urbano, o governador resolveu
da cidade. Na década de 1940, foi elaborado o primeiro retomar o projeto Praia Grande. O plano, com a linha de
plano de urbanização pelo Prefeito Brandão Júnior para es- contorno acrescida, foi aprovado pela municipalidade em
tas regiões. Em 1944 foi encaminhado um oficio ao gover- 1965. As obras de efetivação do aterro se estenderam de
no do Estado apresentando o “Plano de Urbanização das 1971 à 1974. Em 1977, o governo federal desapropriou
Regiões Litorâneas de Itaipu e Piratininga”, que apesar de parte da área do aterrado para a instalação do Campus da CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
não ter sido implantado, estimulou muitas empresas a in- Universidade Federal Fluminense (existente na cidade des-
vestir na região. Em 1945 foi aprovado o maior loteamento de 1960).
da época, “Cidade Balneária de Itaipu”, de propriedade da A estruturação urbana do município sofreu um gran-
Cia. de Desenvolvimento Territorial, que por não ter anali- de impacto na década de 1970 com a conclusão da Ponte
sado as características físicas locais, criou lotes, submersos Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) em 1974, realizando a
na lagoa de Itaipu. ligação viária com a cidade do Rio de Janeiro.
Outro loteamento importante surge em 1946, o “Vale Houve um redirecionamento dos investimentos pú-
Feliz”, com o parcelamento da primeira gleba da Fazenda blicos na cidade, objetivando logicamente a expansão ur-
do Engenho do Mato, grande área produtora de açúcar. bana regional e local, exigindo a adequação e ampliação
Atualmente, os renascentes desta fazenda estão ocupados da infraestrutura básica existente, visando o crescimento
pela Fundação Leão XIII. do mercado imobiliário. A Ponte Rio-Niterói intensifica a
Em 1946, o Departamento Nacional de Obras e Sanea- produção imobiliária nas áreas centrais e bairros litorâneos
mento, realiza a abertura de um canal de ligação entre a consolidados da Zona Sul (Icaraí e Santa Rosa), além de
Lagoa de Piratininga e a de Itaipu, o Canal de Camboatá. redirecionar a ocupação para áreas expansivas da cidade,
A justificativa para sua construção era a necessidade de como as regiões Oceânica e Pendotiba.

3
Neste mesmo período, a cidade sofreu outro impacto entre a Prefeitura de Niterói, a loteadora Planurbs S/A Pla-
em sua estrutura econômica. A lei complementar n.º 20 de nejamento e Urbanização e Araribóia Empreendimentos e
1974, efetivaria a fusão dos estados da Guanabara e Rio Administração S/A, instalando o Parque Central da Cidade
de Janeiro, retirando de Niterói a condição de capital. A e uma Vila Olímpica, um parque de estacionamento, ter-
implantação do novo Estado do Rio de Janeiro ocorreu em minais rodoviários e um estacionamento de veículos au-
1975. A fusão trouxe o inevitável esvaziamento econômico tomotores.
da cidade, situação que se modificou com a conclusão da Os anos 90 se caracterizaram pela administração dos
Ponte Rio-Niterói. prefeitos Jorge Roberto Silveira (1989, 1997 e 2000) e João
O primeiro Prefeito nomeado Pós-Fusão foi Ronaldo Sampaio (1993), que promoveram várias intervenções
Fabrício, que executou várias obras importantes na cidade, urbanísticas na Cidade. Em 1992, foi elaborado o Plano
como alargamento e reurbanização da orla de São Francis- Diretor de Niterói, baseado na constituição de 1988, di-
co até o Preventório e da Praia de Piratininga, recuperação recionando a criação de várias leis no município, como a
e reabertura da Estrada Velha de Itaipu, alargamento das de Uso e Ocupação do Solo (1995) e o Plano Urbanístico
ruas Marquês do Paraná, Paulo César e Avenida Jansen de (Praias da Baía - 1995). Vários projetos e programas foram
Mello e criação do Parque da Cidade, além de elaborar o desenvolvidos nestas administrações, como o Médico de
primeiro Plano Diretor da Cidade, não aprovado pela Câ- Família (1992) e Vida Nova no Morro (1990); a Revitalização
mara Municipal. do Centro, englobou vários projetos como: a ampliação
As áreas loteadas na Região Oceânica em 1940 per- da Avenida Visconde de Rio Branco, Terminal Rodoviário
maneceram, na sua grande maioria, desocupadas até a João Goulart, Caminho Niemeyer ; a construção do Museu
década de 1970, quando foi construída a Ponte Rio – Nite- de Arte Contemporânea – MAC (1998); as restaurações do
rói, acelerando o processo de urbanização do município e Teatro Municipal João Caetano (1994), Palácio Araribóia ,
consequentemente da própria Região Oceânica. Baseando- Igreja de São Lourenço dos Índios e o Solar do Jambeiro
-se nisso, os acessos as áreas litorâneas foram melhorados ; e ainda projetos voltados para o meio ambiente como a
(Estrada Velha de Itaipu), e foi realizada a urbanização de criação da Reserva Ecológica Darcy Ribeiro (1997); Agenda
Piratininga. 21 local ; Reflorestamento de encostas ;Parque da Cidade ;
Em 1976 foi aprovado o “Plano Estrutural de Itaipu”, Zoneamento Econômico Ecológico (em elaboração)e o Zo-
da Veplan Residência, substituindo parte do antigo Lotea- neamento da Lagoa de Itaipu.
mento “Cidade Balnearia de Itaipu”, (aprovado em 1945) e Hoje a cidade apresenta o terceiro melhor IDH do
de propriedade da Itaipu Companhia de Desenvolvimento Brasil, a segunda maior importância do Rio de Janeiro e
Territorial. O projeto previu o aterro das margens da lagoa a segunda maior quantidade de obras do arquiteto Oscar
de Itaipu, sendo marco do processo de transformação am- Niemeyer.
biental da área, e a abertura de um canal permanente de
ligação entre o mar e a laguna de Itaipu, para permitir o
acesso de embarcações aos terrenos situados no interior
da lagoa, provocando a modificação do ecossistema.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
A prefeitura é assumida no final dos anos 70 por Wel-
lington Moreira Franco (1977-1981), época marcada por 01. (COSESAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) Leia com
sucessivos Planos Urbanos (implantados ou não) que vi- atenção o trecho abaixo.
savam atender as necessidades reprimidas do município No final da década de 60 inicia-se a construção da ponte
como: o túnel Raul Veiga (São Francisco - Icaraí) e a reur- Rio-Niterói, a qual recebeu o nome de ____. Neste mesmo
banização de São Francisco, Charitas e Piratininga. Abriu e período, a cidade de Niterói sofreu impacto em sua estru-
pavimentou a Avenida Litorânea entre o Gragoatá e Boa tura econômica, com a fusão dos Estados da Guanabara e
Viagem. Dos planos idealizados destacam-se o Plano de do Rio de Janeiro, efetivada pela Lei Complementar nº 20,
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

Complementaçao Urbana – o Projeto Cura de 1977, que de ____, que retirava de Niterói a condição de ____. A fusão
não foi implantado totalmente, sendo apenas construído trouxe o esvaziamento econômico imediato, mas aos pou-
os terminais rodoviários urbanos norte e sul. Executou tam- cos este quadro foi sendo modificado com a conclusão da
bém o plano de Recuperação do Centro Comercial de Ni- ponte Rio-Niterói, obra que intensificou a produção imobi-
terói (1979) que consiste na renovação plástica do centro liária nas áreas centrais e nos bairros da zona sul, além de
comercial. redirecionar a ocupação para áreas expansivas da cidade,
No início da década de 1980, surgiram os “loteamentos como as regiões oceânicas e ____. (2014/cidades/IBGE).
especiais” na Região Oceânica, baseados na deliberação Para o correto preenchimento das lacunas acima, devem
n.º 2705 de 1970, consistindo em condomínios horizontais, ser usados, respectivamente, os termos:
apresentando como atrativo, a segurança e oferecendo um a) Presidente Costa e Silva / 1974 / capital / Pendotiba.
elevado padrão de qualidade habitacional e de infra–estru- b) Presidente Castelo Branco / 1975 / sede / Itaipu.
tura urbana, incentivando o aparecimento de vários pro- c) Presidente João Baptista de Figueiredo / 1974 / sede /
jetos. Fatores que justificaram ser a região, dentre as do Itaipu.
município, que mais cresceu demograficamente. d) Presidente Costa e Silva / 1975 / capital / Pendotiba.
Na década de 1980, tem-se a aprovação de modifica- e) Presidente Castelo Branco / 1975 / sede / Pendotiba.
ções no loteamento Jardim Fluminense, de comum acordo

4
Resposta: Letra A. Em “b”, “c” e “d”, Errado – o certo é Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.056, de 31-12-1943, a
Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) área municipal ficou acrescida em virtude da anexação do
Em “e”, Errado – Niteroi perde a condição de capital em distrito de Itaipu, desmembrado do município de São Gon-
1974, quando a Lei complementar n.º 20 efetiva a fusão çalo. Dessa data em diante, Niterói passou a ter dois distri-
dos estados da Guanabara e Rio de Janeiro. tos: Niterói com 2 zonas e seus bairros e Itaipu.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município
de Niterói é constituído de 2 distritos: Niterói e Itaipu.
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA (DE 1691 Assim permanecendo em divisão territorial datada de
AOS DIAS ATUAIS). 31-XII-1968.
Por força do disposto da Lei Complementar n.º 20, de
01-06-1974, o município de Niterói deixou de ser capital
do estado.
Formação Administrativa Em Síntese de 31-XII-1994, o município é constituído
Freguesia criada com a denominação de vila Real da de 2 distritos: Niterói e Itaipu.
Praia Grande, por Alvará de 18-01-1696, por Deliberação Assim permanecendo em divisão territorial datada de
Estadual de 15-08-1891, por Deliberação Estadual de 15- 2007.
08-1891 e Decreto Estadual n.º 1, de 08-05-1892 e 1-A, de
03-06-1892.
Pelo Decreto Estadual n.º 1, de 08-05-1892, são criados EXERCÍCIOS COMENTADOS
os distrito de Barretos, Icaraí, São Domingos, São Lourenço
e Jurujuba anexado ao município de Niterói.
Elevado a categoria de vila com a denominação de vila 01. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) A partir
Real da Praia Grande, por Alvará de 10-05-1819, desmem- de 1º de julho de 1960, o Município de Niterói passou
brado da Cidade do Rio de janeiro. Sede na Povoação de a constituir-se de:
São Domingos da Praia Grande. Constituído do distrito
Sede. Instalado em 11-08-1819. a) 2 distritos: Niterói e Itaipu.
Elevado a categoria de Capital do Estado, pela Lei Pro- b) 3 distritos: Niterói , Itaipu e Pendotiba.
vincial n.º 2, de 26-03-1835. c) 4 distritos: Niterói, Barreto, Itaipu e Pendotiba.
d) 5 distritos: Niterói, Icaraí, Barreto, Itaipu e Pendotiba.
Recebeu foros de Cidade com a denominação de Nite-
e) 1 distrito apenas: Niterói.
rói, pela Lei Provincial n.º 6, de 28-03-1835.
Pelo Decreto Estadual n.º 124, de 22-09-1890, são des-
Resposta: Letra A. Conforme vimos acima nas divisões ter-
membradas do município de Niterói as freguesias de São
ritoriais que ocorreram na formação administrativa, em 01-
Gonçalo, Nossa Senhora da Conceição de Cordeiros e São
07-1960, o município de Niterói é constituído de 2 distritos:
Sebastião de Itaipu, para constituírem o novo município de
Niterói e Itaipu.
São Gonçalo.
Deixou provisoriamente de ser Capital do Estado em
decorrência das Leis Estaduais n.ºs 50, 30-01-1894 e 89, de INFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS:
01-10-1894.
DEMOGRAFIA E TERRITÓRIO;
Voltou a ser Capital do Estado, pela Lei Estadual n.º
DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE
542, de 04-08-1902, e reinstalada em 20-06-1895.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o
NITERÓI; ECONOMIA MUNICIPAL - PIB;
município de Niterói é constituído de 6 distritos: Niterói, ESTABELECIMENTOS POR PORTE E SETOR;
POTENCIAL DE CONSUMO.
São Domingos, Icaraí, São Lourenço, Barreto e Jurujuba. CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
Na divisão administrativa de 1933, apareceu consti-
tuído de 6 distritos: os 5 primeiros denominados Niterói,
identificados apenas numericamente (1.°, 2.°, 3.°, 4.°, 5.°) e Território e Ambiente
Jurujuba. Apresenta 91.1% de domicílios com esgotamento sa-
Em divisões territoriais datadas de 1936 e 1937, bem nitário adequado, 78.5% de domicílios urbanos em vias
como no quadro anexo ao Decreto-lei Estadual n.º 392-A, públicas com arborização e 58.8% de domicílios urbanos
de 31-03-1938, o município de Niterói permanece como em vias públicas com urbanização adequada (presença de
único termo judiciário da comarca de Niterói e se compõe bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando compa-
do distrito Sede, subdividido em 2 zonas: 1º zona (compos- rado com os outros municípios do estado, fica na posição
ta pelo 1º, 4º e 5º antigos distritos) e a 2º zona (composta 10 de 92, 22 de 92 e 17 de 92, respectivamente. Já quando
pelo 3º e 6º antigos distritos). comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 393 de
No quadro fixado para vigorar no período de 1939- 5570, 2514 de 5570 e 232 de 5570, respectivamente.
1943, Niterói é constituído do distrito Sede, sub-dividido
em 4 zonas denominadas 1º, 2º, 3º e 4º e é único termo
judiciário da comarca de Niterói.

5
Área da unidade territorial [2017] 134,074 km²

Esgotamento sanitário adequado [2010] 91,1 %

Arborização de vias públicas [2010] 78,5 %

Urbanização de vias públicas [2010] 58,8 %

Nos últimos anos, Niterói despontou como ponto de apoio às cidades produtoras de petróleo do país. Por sua loca-
lização privilegiada entre as duas maiores bacias de petróleo e gás natural do Brasil – Bacia de Campos e de Santos -, o
município tem importância estratégica para o crescimento nacional do setor.
A recuperação da indústria naval e os investimentos na qualificação da mão de obra impulsionaram o desenvolvimento.
Hoje, Niterói está entre as 100 melhores cidades brasileiras para negócios. Somente no setor de petróleo, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a região responde por 70% do parque instalado fluminense, concentrando desde
empresas de offshore a estaleiros.

Dados Econômicos
Niterói é um dos principais centros financeiros e comerciais do estado do Rio de Janeiro. O município vem acompa-
nhando um alto índice de investimentos na Região Metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, com quem é altamente
conurbada, como investimentos no setor imobiliário, atividades financeiras e comerciário. Segundo os dados do censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a cidade é a que possui a maior renda per capita domiciliar do Brasil, com
média de R$3.037,30 por pessoa, fazendo com que seja considerada a “cidade com a população mais rica do Brasil”.
No inicio dessa década, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Produto Interno Bruto (PIB)
nominal de Niterói foi de R$10,8 bilhões, figurando como o terceiro município com maior PIB do Rio de Janeiro, depois da
cidade do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias e o 41º município mais rico do Brasil.
Dentre os setores que predominam no município temos o setor de comércio e serviços, que contribuiu com R$8,34
bilhões (77,29% do PIB) seguido do setor industrial, que contribuiu com R$2,33 bilhões (21,58% do PIB) e do setor agrícola,
que contribuiu com R$122 milhões (1,13% do PIB).

Vejamos agora alguns dados mais recentes:

PIB per capita [2016] R$ 46.202,31

Percentual das receitas oriundas de fontes externas [2015] 44,4 %

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) [2010] 0,837

R$ 2.767.516,00
Total de receitas realizadas [2017]
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

(×1000)

R$ 2.462.638,00
Total de despesas empenhadas [2017]
(×1000)

Trabalho e Rendimento
Em 2016, o salário médio mensal era de 3.0 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à popula-
ção total era de 40.3%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 9 de 92 e 5 de 92, res-
pectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 167 de 5570 e 166 de 5570, respectivamente.
Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 29.5% da população
nessas condições, o que o colocava na posição 91 de 92 dentre as cidades do estado e na posição 4782 de 5570 dentre as
cidades do Brasil.

6
Salário médio mensal dos trabalhadores formais [2016] 3,0 salários mínimos

Pessoal ocupado [2016] 200.638 pessoas


População ocupada [2016] 40,3 %
Percentual da população com rendimento nominal mensal per
29,5 %
capita de até 1/2 salário mínimo [2010]

EXERCÍCIO COMENTADO

01. (COSEAC/2014 - Prefeitura de Niterói/RJ) O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) permite medir o desen-
volvimento de uma população além da dimensão econômica. O Município de Niterói foi classificado com um índice de alto
desenvolvimento humano, ocupando a 1ª posição no critério do IDH estadual - 0,886 (fonte: informações socioeconômicas
do Município de Niterói / SEBRAE/RJ/2000/2013).
O IDH é calculado com base no(na):
I - renda familiar per capita (soma dos rendimentos dividida pelo número de habitantes).
II - expectativa de vida dos moradores (esperança de vida ao nascer).
III - consumo de aparelhos eletroeletrônicos por família.
IV - taxa de alfabetização de maiores de 15 anos (número médio de anos de estudos da população local).
V - taxa de menores que já possuem emprego por região estudada.
Dos itens acima, estão corretos apenas:
a) I, II e III.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
d) I, II e IV.
e) III, IV e V.

Resposta: Letra D
Em “a”, Errado - consumo de aparelhos eletroeletrônicos por família não é utilizado como base de calculo para IDH.
Em “b”, Errado – afirmativas III e V não são utilizadas como base de calculo para IDH.
Em “c”, Errado - afirmativas V não é utilizada como base de calculo para IDH.
Em “e”, Errado – apenas a afirmativa III está correto.

INFORMAÇÕES ESTATÍSTICAS: - DA POPULAÇÃO (COMPOSIÇÃO, CARACTERÍSTICAS, DENSIDADE


DEMOGRÁFICA); - DA PREFEITURA (PODER EXECUTIVO, ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, AS
SECRETARIAS MUNICIPAIS E AUTARQUIAS); - DA EDUCAÇÃO (FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO, MATRÍCULAS, DOCENTES E REGISTROESCOLAR); - DO CADASTRO CENTRAL DE
EMPRESAS; - DO REGISTRO CIVIL; - DAS FINANÇAS PÚBLICAS; - DA FROTA; - DA MORBIDADE
HOSPITALAR; - DA CRIMINALIDADE
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

A população de Niterói ultrapassou os 500 mil habitantes pela primeira vez na história: são 511.786 pessoas em 2018,
contra 499.028 habitantes ano 2017: um aumento de 2,55%.

População estimada [2018] 511.786 pessoas

População no último censo [2010] 487.562 pessoas

Densidade demográfica [2010] 3.640,80 hab/km²

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Segundo os dados do ultimo censo, em Niterói, exis- A Subsecretaria de Planejamento e Orçamento coor-
tem mais mulheres do que homens. Sendo a população dena e monitora todo o Sistema Municipal de Planejamen-
composta de 53.68% de mulheres e 46.32% de homens. to Estratégico da Administração Pública Direta e Indireta,
subsidiando diretamente o titular da SEPLAG e o Prefeito
na definição das diretrizes e ações que fundamentam os
Planos e Programas de Metas da Gestão Governamental.
A Subsecretaria de Modernização da Gestão imple-
menta projetos que aumentam a eficiência do uso de re-
cursos materiais e humanos da Prefeitura.
Por fim, a Subsecretaria de Controle Interno coordena
atividades com vistas a zelar e assegurar que os objetivos
dos órgãos e entidades públicas sejam alcançados de for-
ma confiável, nos termos da legislação vigente, nos três ní-
veis da Federação.
Site: www.seplag.niteroi.rj.gov.br

Secretaria Municipal de Fazenda – SMF


A Secretaria Municipal de Fazenda (SMF) é um órgão
da Administração Direta da Prefeitura Municipal de Niterói
criado a partir da Lei Municipal nº 1.565 de 1996 que tem
como competências: a execução das políticas fiscal e finan-
Prefeitura e estrutura ceira do Governo, o lançamento, controle e a cobrança dos
Em Niterói, o poder executivo é representado pelo pre- tributos municipais, a fiscalização tributária e de posturas,
feito e gabinete de secretários, em conformidade ao mo- o assessoramento financeiro, orçamentário e contábil aos
delo proposto pela Constituição Federal. A Lei Orgânica do órgãos municipais e a coordenação da elaboração do Pla-
Município e o atual Plano Diretor, porém, preceituam que
no Plurianual, da Lei das Diretrizes Orçamentárias e do Or-
a administração pública deve conferir à população ferra-
çamento Anual.
mentas efetivas ao exercício da democracia participativa.
Site: http://www.fazenda.niteroi.rj.gov.br/
Deste modo, a cidade é dividida em secretarias regionais
(embora já tenha sido dividido em administrações regio-
Secretaria Municipal de Ordem Pública - SEOP
nais), cada uma delas dirigida por um secretário nomeado
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) de
pelo prefeito.
que trata o Decreto nº 11.331, de 1º de janeiro de 2013, é
O poder legislativo é constituído à Câmara Municipal
um órgão da Administração Direta da Prefeitura de Nite-
de Niterói (CMN), composta por 21 vereadores eleitos para
mandatos de quatro anos (em observância ao disposto no rói que tem por finalidade prover ordenamento urbano no
artigo 29 da Constituição Federal, que disciplina um núme- âmbito do município por intermédio da Guarda Civil Mu-
ro mínimo e máximo para municípios de acordo com nú- nicipal e do Departamento de Fiscalização de Posturas, aos
mero de habitantes). Cabe à casa elaborar e votar leis fun- quais é dado o exercício do poder de polícia administrati-
damentais à administração e ao Executivo, especialmente o va, realizando a emissão de ordens, sanções, fiscalizações
orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). e de consentimentos de polícia em seu âmbito de atuação.
Compete à SEOP: o planejamento, direção, coordenação,
Atribuições e competências dos órgãos e entidades supervisão e controle da execução de atividades no âmbi-
da Prefeitura Municipal de Niterói to da ordem pública em nível municipal; o direcionamento
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

Secretaria Municipal de Planejamento, Modernização da tático e estratégico das ações emanadas da Guarda Civil
Gestão e Controle - SEPLAG Municipal e do Departamento de Fiscalização de Posturas;
A Secretaria de Planejamento, Modernização da Ges- a gestão das atividades do Centro Integrado de Seguran-
tão e Controle (SEPLAG) é um órgão da Administração ça Pública (CISP); o acompanhamento e a fiscalização das
Direta da Prefeitura de Niterói que foi criado em 2013 obras e serviços afetos à Secretaria; a concessão de licen-
pela Lei Municipal nº 3.022/2013 e Decreto Municipal nº ças e o fornecimento de atestados e certidões atinentes às
11.331/2013. A SEPLAG nasceu da antiga Controladoria do finalidades e serviços da SEOP; representar o município na
Município, tendo em vista a necessidade de desenvolver celebração de convênios, contratos e outros atos com en-
uma Prefeitura com foco em planejamento e modernização tidades públicas e privadas, visando à consecução dos seus
da gestão, além de investir em novas funções e atributos, objetivos; a concessão de autorização para a realização de
através de um código de ética e conduta para atender o eventos culturais, sociais, desportivos, religiosos e quais-
controle das contas e gastos do Município. quer outros que promovam concentrações de pessoas; o
A SEPLAG possui três áreas de atuação distintas que exercício de outras atribuições que lhe forem cometidas
atuam de forma extremamente complementar, quais sejam: por lei ou ato do Chefe do Poder Executivo.
Subsecretaria de Planejamento e Orçamento, Subsecretaria Site: https://seop.niteroi.rj.gov.br/
de Modernização da Gestão e Subsecretaria de Controle.

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Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia tabelecer as áreas em que a ação do Executivo Municipal,
- SEMECT relativa à qualidade ambiental, deva ser prioritária; exer-
A Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecno- cer a ação fiscalizadora de observância das normas con-
logia (SEMECT) é um órgão da Administração Direta da tidas nas legislações de proteção, conservação e melhoria
Prefeitura Municipal de Niterói criado pela Lei Municipal do meio ambiente; atuar, nos casos de infração da lei de
nº 3.022, de 21 de março de 2013 e resultante da fusão da proteção, conservação e melhoria do meio ambiente, e de
Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria Municipal inobservância de norma ou padrão estabelecido, de acordo
de Ciência e Tecnologia. À SEMECT ficarão afetas as atri- com as prerrogativas conferidas ao Poder Público Municipal
buições da ora extinta Secretaria Municipal de Educação e pelo artigo 12, incisos X e XI, da Lei Orgânica do Município;
da ora extinta Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, responder a consultas sobre matéria de sua competência;
tendo a Fundação Municipal de Educação (FME) como en- atuar no sentido de formar consciência pública da necessi-
tidade vinculada. dade de proteger, melhorar e conservar o meio ambiente;
Site: http://www.educacaoniteroi.com.br/ exigir a realização de Análise de Risco, quando necessária,
e de Estudo de Impacto Ambiental – EIA e a formulação do
Secretaria Municipal de Cultura - SMC respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, para a
A Secretaria de Cultura (SMC) é um órgão da Admi- instalação de quaisquer atividades poluidoras no território
nistração Direta da Prefeitura Municipal de Niterói criado Municipal, e a convocação de audiência pública para a dis-
a partir da Lei Municipal 651, de 18 de dezembro de 1986. cussão do EIA/RIMA, desde que solicitada por organização
Compete à SMC: o planejamento, promoção, supervisão, da sociedade civil com atuação no Município, conforme o
coordenação, orientação e estimulo às atividades cultu- artigo 316 § 1 °, inciso VII da Lei Orgânica; organizar e dirigir
rais, em todas as formas, fixando diretrizes e elaborando o credenciamento com a formação, treinamento e o desen-
normas, estabelecendo sua infraestrutura e articulando-se volvimento de voluntários de entidades da sociedade civil
com órgãos e entidades congêneres de todas as esferas, in- para atuação em atividade de apoio às atribuições de sua
clusive da iniciativa privada; a proposição e a coordenação competência; definir, de forma articulada com os órgãos
da política cultural do Município; a elaboração de planos, específicos dos governos federal e estadual, a política mu-
nicipal para o setor pesqueiro, promovendo o planejamento
programas e projetos cultura no Município; o desempenho
e o desenvolvimento da atividade, criando mecanismos de
de outras competências afins.
proteção e preservação das comunidades de pescadores;
Site: http://culturaniteroi.com.br/smc/
determinar a realização de Auditorias Ambientais periódi-
cas ou ocasionais em empresas e atividades, consideradas
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídri-
poluidoras, localizadas no território do Município, estabe-
cos e Sustentabilidade - SMARHS
lecendo as diretrizes e os prazos adequados, conforme art.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos
316 § 1 °, inciso VI da Lei Orgânica; a concessão de licenças
Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS) criada pela Lei nº
e o fornecimento de atestados e certidões atinentes às fina-
2.042, de 27 de dezembro de 2002, com a denominação, lidades e serviços da SMARHS; a celebração de convênios,
estruturação e sigla alteradas pela Lei Municipal nº 2.795, contratos e outros atos com entidades públicas e privadas,
de 31 de dezembro de 2010, e pela Lei Municipal nº 3.022, visando à consecução dos seus objetivos; o acompanha-
de 21 de março de 2013, respectivamente, é um órgão da mento e a fiscalização das obras e serviços afetos à Secreta-
Administração Direta da Prefeitura de Niterói. A SMARHS ria; o exercício de outras atribuições que lhe forem cometi-
tem por finalidade: executar as políticas ligadas ao meio das por lei ou ato do Chefe do Poder Executivo.
ambiente e aos recursos hídricos do Município; elaborar Site: http://www.smarhs.niteroi.rj.gov.br/
estudos e projetos de desenvolvimento ambiental; manter
os recursos naturais e paisagísticos; normatizar e fiscalizar Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos
o uso do Patrimônio Ambiental. Compete à SMARHS: exer- - SECONSER CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
cer as funções de secretaria executiva do Conselho Muni- A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Pú-
cipal de Meio Ambiente – COMAN; coordenar, promover, blicos (SECONSER), criada pela Lei nº 3.022, de 21 de março
disciplinar, cumprir e fazer cumprir a Política Municipal de de 2013, é um órgão da Administração Direta da Prefeitura
Meio Ambiente; gerir, patrocinar e administrar recursos in- de Niterói. A SECONSER, conforme disposto no inciso IV da
tegrantes do Fundo Municipal de Conservação Ambiental do art. 2º da Lei nº 3.022, de 2013, tem por finalidade: exe-
para a execução dos projetos e programas prioritários para cutar, direta ou indiretamente através de terceiros, as obras
a implementação da Política Municipal de Meio Ambiente; e serviços de conservação da cidade; e exercer as atribui-
planejar, administrar e fiscalizar as posturas ambientais na ções atinentes aos serviços públicos, à exceção dos servi-
estrutura básica da Prefeitura Municipal de Niterói, forne- ços relativos ao trânsito e transporte, afetos à Secretaria
cendo diretrizes técnicas aos demais órgãos municipais em Municipal de Urbanismo e Mobilidade, conforme disposto
assuntos que se refiram ao meio ambiente, aos recursos no inciso VI do art. 2º da Lei nº 3.022, de 2013. Compete
hídricos e à qualidade de vida; formular as normas técnicas à SECONSER: a gestão, coordenação, execução e avaliação
e os padrões de proteção, conservação e a melhoria do da conservação das obras e serviços públicos do sistema
meio ambiente, observadas as legislações Federal, Estadual de infraestrutura; a conservação da malha viária do Muni-
e Municipal, assim como as deliberações do COMAN; es- cípio; a manutenção das redes pluviais, galerias, bueiros,

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pontes e túneis; a manutenção, fiscalização e controle dos Secretaria Executiva – SEXEC
veículos, máquinas e equipamentos integrantes da frota do A Secretaria Executiva do Prefeito (SEXEC) é um órgão
Município; o monitoramento de enchentes; a fiscalização da Administração Direta da Prefeitura Municipal de Niterói.
de serviços concedidos de telefonia, televisão a cabo e gás A SEXEC tem como competências: a organização da agen-
encanado; a fiscalização dos termos do contrato entre o da do Prefeito, a coordenação das atividades de imprensa
Município e as empresas responsáveis pela administração e publicidade do Governo, a coordenação do serviço do
das vagas de estacionamento em espaço público e do mo- cerimonial e a supervisão dos serviços especiais solicitados
biliário urbano do Município, respectivamente; a implanta- pelo Prefeito.
ção, manutenção e aprimoramento da rede de iluminação Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/
pública; o acompanhamento e a fiscalização das obras e
serviços afetos à Secretaria; a concessão de licenças e o Companhia de Limpeza Urbana de Niterói – CLIN
fornecimento de atestados e certidões atinentes às finali- A Companhia de Limpeza Urbana de Niterói (CLIN) é
dades e serviços da SECONSER; a celebração de convênios, uma empresa de sociedade mista subordinada à Prefeitura
contratos e outros atos com entidades públicas e privadas, de Niterói. Criada em 1989, é responsável pela limpeza ur-
visando à consecução dos seus objetivos; o exercício de bana e destinação final dos resíduos sólidos produzidos no
outras atribuições que lhe forem cometidas por lei ou ato município de Niterói.
do Chefe do Poder Executivo. Site: http://www.clin.rj.gov.br/
Site: http://seconser.niteroi.rj.gov.br/
Fundação de Arte de Niterói - FAN
Secretaria Municipal de Saúde - SMS A Fundação de Arte de Niterói (FAN) é uma entidade
A Secretaria de Saúde (SMS) é um órgão da Adminis- da Administração Indireta da Prefeitura Municipal de Ni-
tração Direta da Prefeitura Municipal de Niterói. Compete à terói diretamente subordinada à Secretaria Municipal de
SMS: a preposição e a coordenação da política de saúde do Cultura. A história de sua fundação remonta ao ano de
Município; a elaboração de planos, programas e projetos 1967, quando foi criado, pelo decreto nº 1652/67. A FAN
de saúde no Município; e a supervisão das ações da Fun- tem como competências o incentivo de programas e pro-
dação Municipal de Saúde. jetos para o desenvolvimento e aprimoramento das artes,
Site: www.saude.niteroi.rj.gov.br visando maior participação do público e da classe artística
na produção e divulgação das artes em Niterói.
Fundação Municipal de Saúde - FMS Site: www.culturaniteroi.com.br/
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) é uma entidade
da Administração Indireta da Prefeitura Municipal de Ni- Secretaria Municipal de Governo - SEMUG
terói criada a partir da Lei Municipal nº 718, de 1º de no- A Secretaria de Governo (SEMUG) é um órgão da Ad-
vembro de 1988. Compete à FMS: prestar atenção à saúde ministração Direta da Prefeitura Municipal de Niterói que
em todos os níveis de forma universalizada, com garantia tem como competências: a coordenação da representação
de acesso igualitário e gratuito à população do Município; social e política do Governo; a assessoria ao Prefeito em
administrar e exercer o controle operacional das Unidades suas relações com a Câmara Municipal, os órgãos da Ad-
de Saúde do Município e de outros órgãos públicos que ministração Direta e Indireta e outras instituições públicas
vierem a ser municipalizados; operacionalizar e executar a e privadas; a elaboração da mensagem anual do Prefeito;
Política Municipal de Saúde; a execução das políticas de a coordenação da elaboração do Plano de Governo com
saúde, a gestão das unidades de saúde da Prefeitura, a ex- a participação dos demais órgãos da Administração Mu-
pansão do programa “Médico de Família”, a fiscalização das nicipal; a assessoria ao Prefeito em suas relações com o
entidades particulares de saúde e o incentivo à participa- Conselho de Contas dos Municípios; a preparação e o en-
ção dos profissionais de saúde nos programas e ações de caminhamento do expediente a ser despachado pelo Pre-
assistência médica à população. feito; a preparação de atos, portarias e decretos a serem
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

Site: www.saude.niteroi.rj.gov.br assinados pelo Prefeito; a coordenação da publicação das


leis, decretos, atos e portarias no Diário Oficial Municipal;
Secretaria Municipal de Habitação e Regulação Fundiá- o acompanhamento da execução programática dos planos,
ria - SMHRF programas e projetos do Executivo Municipal; a coordena-
A Secretaria Municipal de Habitação e Regulação Fun- ção da elaboração do Plano Diretor de Informática; e o de-
diária (SMHRF) é um órgão da Administração Direta da Pre- sempenho de outras competências afins.
feitura Municipal de Niterói. Criada a partir da Lei Municipal Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/
nº 3.022, de 21 de março de 2013, é resultante do desmem-
bramento da Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobi- Secretaria Municipal de Administração - SMA
lidade. Compete à SMHRF implementar programas, em A Secretaria de Administração (SMA) é um órgão da
conformidade com as diretrizes do Plano Diretor do Muni- Administração Direta da Prefeitura Municipal de Niterói
cípio, destinados a facilitar o acesso da população de baixa que tem como competências: a programação, a execução,
renda à habitação, bem como a melhoria da moradia e das a supervisão e controle das atividades de administração em
condições de habitabilidade como elemento essencial no geral; a proposição de políticas, a organização e a coorde-
atendimento do princípio da função social da cidade. nação de programas e atividades de recrutamento, seleção,
Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/ capacitação e desenvolvimento de recursos humanos em

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articulação com as Secretarias afins; o registro e o contro- finalidade executar as obras e serviços relacionados à in-
le funcional, bem como as demais atividades relativas ao fraestrutura da cidade e a manutenção e reparo de próprios
pessoal da Prefeitura; a administração do plano de classi- municipais, além de outras funções correlatas; assessorar o
ficação de pessoal; a coordenação do relacionamento da Secretário Municipal de Obras e Infraestrutura na definição
Prefeitura com órgão representativo dos servidores muni- e implementação da política de obras públicas a cargo do
cipais; a solicitação junto à Secretaria de Saúde de inspeção Município. Compete à EMUSA: estudar, planejar e executar,
dos servidores para efeito de admissão, licença, aposenta- observada a legislação específica que lhe for aplicável, os
doria e outros fins legais e a divulgação de técnicas e mé- programas e projetos que visem ao atendimento das ne-
todo de segurança e medicina do trabalho no ambiente da cessidades de construção de novas obras e de execução
Prefeitura; a elaboração de normas e controles referentes de serviços de infraestrutura, no âmbito do Município, e
à administração de material e do patrimônio, a implanta- de manutenção e reparo de próprios municipais; contratar
ção de normas e procedimentos para o processamento de empréstimos junto aos órgãos financiadores dos governos
licitação destinadas a efetivar compra de materiais e a con- estadual e federal para a execução dos programas e proje-
tratação de obras e serviços necessários às atividades da tos vinculados aos objetivos da Empresa, de acordo com as
Prefeitura, em articulação com a Procuradoria Geral; a ela- condições estipuladas pelos referidos órgãos; oferecer as
boração de normas e a promoção das atividades relativas a garantias que se fizerem necessárias à obtenção dos referi-
recebimento, distribuição, controle do andamento, triagem dos empréstimos, inclusive hipotecar ou caucionar créditos
e arquivamento de processos e documentos em geral que hipotecários de bens imóveis vinculados ao seu patrimô-
tramitam pela Prefeitura; a coordenação dos serviços de nio; celebrar convênios, contratos e outros atos com enti-
portaria, zeladoria e manutenção do Centro Administrativo; dades públicas e privadas, visando à consecução dos seus
a assessoria aos órgãos da Prefeitura em assuntos adminis- objetivos; promover a avaliação e aquisição dos imóveis
trativos referentes e pessoal, material, protocolo, arquivo e necessários à implantação dos projetos relacionados com
patrimônio; a administração dos serviços gráficos da Pre- os seus objetivos; responsabilizar-se pelo acompanhamen-
feitura; o desempenho de outras competências afins. to e fiscalização das obras públicas a cargo do Município;
Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/ amortizar os empréstimos que lhe forem concedidos pelos
órgãos financiadores, de acordo com as normas próprias.
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico – Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/
SEDEN
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade - SMU
(SEDEN) criada a partir da Lei Municipal nº 2.640, de 30 A Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade
de abril de 2009 tem como competências: planejar, orde- (SMU), denominação dada pelo Decreto n° 11.331, de 1º
nar, controlar e promover o desenvolvimento sustentável de janeiro de 2013, de que tratam as Lei nº 1.565, de 30
nas diversas áreas, como instrumento de política pública de dezembro de 1996, e a Lei nº 3.022 de 21 de março de
de valorização da qualidade de vida, contribuindo para o 2013, é um órgão da Administração Direta da Prefeitura de
desenvolvimento sócio econômico e político da população, Niterói que tem por finalidade propiciar adequada estrutu-
inclusive por meio de ações participativas; e, possibilitar a ração do espaço urbano, considerando os problemas que o
geração de novos negócios e empregos, direcionando seus envolvem notadamente os congestionamentos, a poluição
esforços no sentido de impulsionar o maior desenvolvi- e a ocupação desordenada do espaço urbano. Compete à
mento econômico do município. SMU: planejar, coordenar e monitorar a política municipal
Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/ de planejamento e desenvolvimento urbano; realizar pes-
quisas, estudos e diagnósticos necessários à definição das
Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura – SMO políticas de desenvolvimento urbano; integrar as ações de
A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (SMO) desenvolvimento urbano do Município com as dos Go-
foi criada a partir da Lei Municipal nº 3.022, de 21 de março vernos estadual e federal; elaborar e manter atualizado o
de 2013. Sua criação é decorrente do desmembramento Plano Diretor do Município; propor e desenvolver planos, CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, Trânsito e programas, projetos e estudos vinculados aos objetivos
Transportes, que passa a se chamar Secretaria Municipal de estabelecidos no Plano Diretor; exercer função normativa
Conservação e Serviços Públicos. À SMO ficarão afetas as com o objetivo de ordenar e disciplinar o uso e a ocupação
atribuições de executar as obras e serviços relacionados à do solo urbano; proceder a análise, a aprovação e o arquivo
infraestrutura da cidade, além de outras funções correlatas. de projetos de edificações e de urbanização de empreendi-
Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/ mentos, nas suas diversas modalidades, bem como expedir
a documentação pertinente; exercer as atividades de licen-
Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Sanea- ciamento para ocupação e uso do solo, assim como as de
mento - EMUSA fiscalização do cumprimento das normas a elas relativas;
A Empresa Municipal de Moradia, Urbanismo e Sanea- promover a elaboração e permanente atualização do Ca-
mento (EMUSA) é uma empresa pública da Administração dastro Técnico Municipal; buscar e executar soluções para
Indireta do Município de Niterói, vinculada à Secretaria melhorar a mobilidade urbana; atuar como órgão Executivo
Municipal de Obras e Infraestrutura, dotada de persona- Rodoviário e de Trânsito do Município de Niterói, exercen-
lidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio do as atribuições e competências de que tratam os artigos
e autonomia administrativa e financeira. A EMUSA tem por 21 e 24, da Lei nº 9.503/97 - Código Brasileiro de Trânsito

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e os demais, no que couber, do citado diploma legal, bem culados à política de atenção ao idoso; buscar o bem-es-
como, as normas que vierem a ser editadas pelo Conselho tar dos idosos no Município de Niterói; articular-se com as
Nacional de Trânsito – CONTRAN; gerir os recursos do Fun- demais Secretarias e Entidades da Administração Indireta,
do Municipal de Transportes, de que trata o art. 12 da Lei de modo a otimizar a atenção ao idoso, de acordo com as
nº 2.851, de 19 de julho de 2011; interagir com as demais interseções de atribuição com os demais órgãos e entida-
Secretarias municipais para execução dos programas, pro- des do Município.
jetos e ações de sua área de competência. Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/
Site: http://urbanismo.niteroi.rj.gov.br/smu
Procuradoria Geral do Município de Niterói – PGM
Secretaria Municipal de Esporte e Lazer – SMEL A Procuradoria Geral do Município de Niterói (PGM) é
A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SMEL) é um o órgão da estrutura organizacional da Prefeitura incumbi-
órgão da Administração Direta da Prefeitura Municipal de do de assessorar a Administração Municipal em assuntos
Niterói. Compete à SMEL: o planejamento, a promoção, su- de natureza jurídica e de representar o Município judicial
pervisão, coordenação, orientação, avaliação e estimulo às e extrajudicialmente em quaisquer situações em que ele
atividades pertinentes ao esporte, lazer e outras correlatas, seja parte.
fixando as diretrizes para o setor a serem observadas no Site: http://pgm.niteroi.rj.gov.br/
âmbito municipal, cuidando de sua infraestrutura e articu-
lando-se com os órgãos e entidades congêneres, em quais- Niterói Previdência – Niterói Prev
quer esferas de Governo e na iniciativa privada. A Niterói Previdência (Niterói Prev.) é uma Autarquia
Site: http://esporte.niteroi.rj.gov.br Municipal, gestora da previdência pública do Município. É
responsável pela concessão e pagamento de pensões, apo-
Secretaria Municipal de Indústria Naval e Petróleo e Gás sentadorias e demais benefícios aos servidores municipais,
- SENAV na forma da Lei, sendo vinculado diretamente ao Gabinete
A Secretaria Municipal de Indústria Naval e Petróleo e do Prefeito. Tem por objetivo atuar com respeito, profissio-
Gás (SENAV) é um órgão da Administração Direta da Pre- nalismo e eficiência na prestação de serviços previdenciá-
feitura de Niterói criado a partir da Lei Municipal nº 3.105, rios, gerindo com retidão os recursos dos servidores, dos
de 5 de setembro de 2014. A SENAV tem como compe- aposentados e pensionistas de Niterói.
tências: a formulação e execução da política municipal Site: http://www.niteroiprev.niteroi.rj.gov.br/
de desenvolvimento na área da indústria naval; realizar e
incentivar estudos e pesquisas nas áreas afins, supervisio- Fundação Municipal de Educação - FME
nando a coordenação e execução de planos, programas e A Fundação Municipal de Educação (FME) é uma en-
projetos; incentivar e apoiar as atividades da iniciativa pri- tidade da Administração Indireta da Prefeitura Municipal
vada, relacionadas com a indústria naval; coordenar ações de Niterói criada a partir da Lei Ordinária nº 924, de 25 de
de incentivo à indústria de construção naval, face sua sig- janeiro de 1991. À FME compete a manutenção e desen-
nificativa importância para o município; coordenar e apoiar volvimento das atividades educacionais e de ensino, como
os contatos com as diversas agências de fomento nacionais dever do Poder Público. Vinculada à SMECT, tem como fi-
e internacionais. nalidade a execução de políticas educacionais do Governo,
Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/ que assegurará, com exclusividade, o ensino fundamental
público e gratuito.
Secretaria Municipal de Defesa do Consumidor Site: www.educacaoniteroi.com.br
A Secretaria de Defesa do Consumidor é um órgão
da Administração Direta da Prefeitura Municipal de Nite- Niterói - Empresa de Lazer e Turismo S/A - NELTUR
rói criado a partir da Lei Municipal nº 2.640 de 30 de abril A Niterói - Empresa de Lazer e Turismo S/A (NELTUR)
de 2009. Compete à Secretaria de Defesa do Consumidor: é uma sociedade anônima de economia mista, constituída
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

o desenvolvimento de programas educativos, estudos e originariamente na forma da Lei n° 33, de 12 de dezembro


pesquisas na área de Defesa do Consumidor, orientando- de 1975. Possui por objetivo promover, coordenar, executar
-os sobre seus direitos; o auxílio na fiscalização de preços, e estimular o desenvolvimento do lazer, do turismo e das
abastecimento, quantidade e segurança de produtos e ser- atividades correlatas, bem como, promoção de eventos e
viços, solicitando concurso de órgãos e entidades públicas valorização dos equipamentos turísticos, em estreita con-
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; e a solici- sonância com a política de desenvolvimento econômico e
tação de concurso de órgãos e entidades para a consecu- social do Município de Niterói, além de ampliar continua-
ção de seus objetivos. damente o grau de importância como destino turístico nos
Site: http://www.niteroi.rj.gov.br/ cenários nacional e internacional.
Site: http://www.neltur.com.br/
Secretaria Municipal do Idoso
A Secretaria Municipal do Idoso é um órgão da Admi- Niterói Transporte e Trânsito – NITTRANS
nistração Direta da Prefeitura Municipal de Niterói criado a A Niterói Transporte e Trânsito (NITTRANS) é uma so-
partir da Lei nº 3.150 de 2015. Compete à Secretaria Mu- ciedade de economia mista criada pela Lei Municipal nº
nicipal de Idoso: elaborar as diretrizes de políticas públicas 2.283, de 28 de dezembro de 2005. É responsável pelo pla-
de atenção ao idoso; celebrar convênios e contratos vin- nejamento e gerenciamento técnico-operacional do siste-

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ma de transportes e trânsito e do sistema viário da cidade, em conformidade com as políticas públicas adotadas pelo
Governo Municipal. A estrutura organizacional funciona de forma integrada e é composta por técnicos e especialistas nas
áreas de engenharia de tráfego, infraestrutura viária e arquitetura urbana. A NITTRANS tem como competências o planeja-
mento e desenvolvimento de projetos e regulamentação da circulação de pedestres, motoristas e ciclistas em vias públicas;
a implantação, manutenção e operação do sistema de sinalização e dos dispositivos e equipamentos de controle viário; o
desenvolvimento e implantação de medidas para redução da circulação de veículos e reorientação do tráfego, visando à
qualidade do meio ambiente; a coleta de dados estatísticos e elaboração de estudos técnicos sobre os acidentes de trân-
sito e suas causas; o desenvolvimento de projetos e programas de Educação para o Trânsito; deverá ainda contribuir para
o desenvolvimento e implementação das Políticas Públicas Sociais voltadas para a modernização do sistema viário, trans-
portes e trânsito do Município de Niterói; atuar em conjunto com outros órgãos públicos na implantação das medidas da
Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; tendo como meta a excelência do gerenciamento técnico
e operacional do sistema de transportes, trânsito e do sistema viário da cidade, sua modernização, eficiência e segurança,
bem como a educação, formação e conscientização de condutores, passageiros e pedestres para um trânsito mais humano
e seguro.
Site: http://www.nittrans.niteroi.rj.gov.br/

Educação
Em 2015, os alunos dos anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 5.1 no IDEB. Para os alunos dos
anos finais, essa nota foi de 3.6. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos alunos dos anos iniciais colo-
cava esta cidade na posição 43 de 92. Considerando a nota dos alunos dos anos finais, a posição passava a 77 de 92. A taxa
de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 97 em 2010. Isso posicionava o município na posição 66 de 92 dentre
as cidades do estado e na posição 3641 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade [2010]


97 %

IDEB – Anos iniciais do ensino fundamental [2015] 5,1 5,1

IDEB – Anos finais do ensino fundamental [2015] 3,6 3,6

Matrículas no ensino fundamental [2017] 53.090 matrículas 53.090 matrículas

Matrículas no ensino médio [2017] 19.289 matrículas 19.289 matrículas

Docentes no ensino fundamental [2015] 4.138 docentes 4.138 docentes

Docentes no ensino médio [2017] 2.029 docentes 2.029 docentes

CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI


Número de estabelecimentos de ensino fundamental
230 escolas ] 230 escolas
[2017]

A seguir alguns dados sobre matrículas nas escolas e infraestrutura das escolas.

13
14
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

15
#curiosidade
Super-heróis, histórias em quadrinhos, animes, cartas, jogos de tabuleiro... Num primeiro momento, tudo isso pode parecer
brincadeira de criança. Mas há uma legião de pessoas que levam esse universo muito a sério. Em Niterói, a chamada cultura geek
— expressão em inglês para viciados em tecnologia — vem se consolidando cada vez mais. A cidade de Niteroi é a segunda mais
nerd do país, perdendo apenas para Florianópolis, de acordo com o site Amazon.com.

Sistema de Avaliação da Educação Municipal


O Sistema de Avaliação da Educação de Niterói (SAEN) surgiu da influência da política nacional de avaliação, especial-
mente como modelo alternativo para a análise do contexto local, pressupondo a diagnose e a participação da comunidade
educativa. Ele é composto por quatro dimensões interdependentes, que estão sendo implementadas processualmente:
Gestão das Aprendizagens, Gestão da Rede Municipal, Gestão Escolar e Gestão do Trabalho Pedagógico.
Seu primeiro gesto de funcionamento se deu com a implementação da Gestão das Aprendizagens, em 2013, com o
objetivo de verificar o conhecimento dos alunos. Em 2014, os gestores produziram um documento preliminar com indi-
cadores que constituiriam as outras dimensões do SAEN1. Em janeiro de 2015, para dar andamento à implementação de
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

todo o SAEN, a Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia e a Fundação Municipal de Educação (SEMECT/FME)
constituíram a Assessoria de Avaliação Institucional.
Elaborou-se a regulamentação do sistema por meio da Portaria SEMECT/FME nº 005/2015, publicada no Diário Oficial
do dia 28 de agosto de 2015. Considera-se relevante transcrever o texto abaixo, especialmente no que tange à caracteri-
zação de cada dimensão e a aplicação dos instrumentos avaliativos, para que se compreenda o que cada uma configura,
antes de elencarmos as ações relacionadas a elas:

Art. 5º. A avaliação relativa à dimensão Gestão da Rede Municipal terá como finalidade avaliar as ações desenvolvidas
pela SEMECT/FME, com o objetivo de qualificar a prática docente e propiciar a geração de condições adequadas de traba-
lho nas unidades escolares, por meio de um Programa de Monitoramento.
Art. 6º. A avaliação relativa à dimensão Gestão Escolar terá como finalidade acompanhar e avaliar as ações realizadas
pelos gestores das unidades escolares, com o objetivo de qualificar o trabalho administrativo e pedagógico, com vistas a
sua organização e aperfeiçoamento.
Art. 7º. A avaliação relativa à dimensão Gestão do Trabalho Pedagógico terá como finalidade acompanhar e avaliar o
desenvolvimento do trabalho docente realizado nas unidades educacionais da Rede Municipal de Educação de Niterói,
com vistas a sua organização e aperfeiçoamento.

16
Art. 8º. A avaliação relativa à dimensão Gestão das A 1ª edição do Programa contou com uma avaliação
Aprendizagens terá como finalidade promover um diag- de desempenho em Língua Portuguesa e Matemática, apli-
nóstico da aprendizagem dos alunos do Ensino Fun- cada aos alunos do 4º e 5º ano de escolaridade, e uma
damental Regular e conhecer o contexto em que estão avaliação de desempenho em nove áreas do conhecimento
inseridos, bem como propor ações que possibilitem a (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geo-
qualificação do aprendizado. grafia, Língua Inglesa, Língua Espanhola, Arte e Educação
Parágrafo único: As ações propostas serão orientadas Física), aplicada aos alunos do 6º ao 9º ano.
a partir do diagnóstico realizado, de forma sistemática, A avaliação de desempenho aplicada em 2015, na 2ª
pelo Programa Avaliar para Conhecer, que compreende versão do programa, aos alunos do 5º ao 9º ano de esco-
a avaliação de desempenho da aprendizagem dos alu- laridade, foi composta por itens nas áreas de Língua Por-
nos e o indicador contextual socioeducativo. tuguesa e Matemática (do 5º ao 9º ano) e Ciências (do 6º
Art. 9º. Serão criados instrumentos avaliativos que ao 9º ano).
possibilitem uma ampla análise dos componentes en- Nas duas edições, as quarenta e sete unidades de edu-
volvidos nas quatro dimensões do SAEN, sem o esta- cação do Ensino Fundamental do município realizaram a
belecimento de quaisquer critérios de gratificação por avaliação, com a participação de cerca de 80% da quanti-
merecimento a todos os envolvidos no processo, na dade de alunos prevista para cada ano. Considerando os
Rede Municipal de Educação de Niterói, ou a promoção resultados das duas edições, observamos que em 2015 os
de qualquer tipo de ranqueamento entre as unidades índices de aprendizagem foram mais favoráveis; em 2013,
escolares. (NITERÓI, 2015). o aproveitamento dos alunos ficou concentrado nos níveis
de desempenho 1 e 2 (de 0% a 39% de acertos na avaliação
A partir dessa regulamentação, intenciona-se acom- diagnóstica); em 2015, os resultados concentraram-se nos
panhar as ações desenvolvidas tanto nas unidades de níveis 2, 3 e 4 (entre 21% e 79% de acertos).
educação quanto na sede, e promover reflexões, visando Para a elaboração do banco de questões, os professo-
à sua qualificação constante. Destaca-se a avaliação como res da rede municipal interessados em participar desse pro-
instrumento de planejamento e redimensionamento das cesso se candidataram por meio de edital simplificado, lan-
ações desenvolvidas, de modo que permita maior articula- çado pela FME. Os sessenta professores selecionados pelos
coordenadores da sede participaram de uma formação so-
ção e integração dos trabalhos e a melhoria da educação.
bre a metodologia utilizada na produção de itens para as
Portanto, os instrumentos avaliativos que compõem as di-
avaliações externas elaboradas pelo INEP, a Teoria de Res-
mensões do SAEN não podem ser vinculados a qualquer
posta ao Item (TRI)1. Embora tenha sido um movimento
política de compensação financeira (meritocracia) ou ran-
ainda tímido, em função do número de participantes e do
queamento.
curto período em que se desenvolveu a formação, foi uma
Nessa perspectiva, a Assessoria de Avaliação Institu-
iniciativa relevante para a elaboração de um modelo ava-
cional deu sequência ao trabalho, desenvolvendo diferen- liativo mais próximo da realidade do município. Segundo
tes atividades referentes às dimensões do SAEN, as quais relato de alguns professores participantes, o exercício de
serão descritas nas seções que seguem, demonstrando construir as questões com base na metodologia explicita-
como um sistema de avaliação participativo próprio pode da colaborou para repensar o modo como elaboram suas
ser um importante instrumento de gestão pública. avaliações.
Descreveremos o trabalho desenvolvido em cada di- Os itens utilizados buscaram identificar o desempenho
mensão desse sistema, no recorte de tempo de sua ins- dos alunos com relação às habilidades adquiridas em cada
tituição normativa (2013) até o ano de 2016, apresentan- uma das áreas avaliadas. Os resultados foram expressos em
do-o desta forma apenas para fins de organização textual, níveis progressivos, de acordo com o número de acertos
embora as estratégias de desenvolvimento de implemen- na avaliação, o que pressupõe uma organização da menor
tação do SAEN não tenham ocorrido, necessariamente, para a maior proficiência (do Nível 1 ao Nível 5).
nesta linearidade. Na 2ª edição, o Programa contou também com uma CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
avaliação relacionada ao contexto socioeducativo dos alu-
Gestão das Aprendizagens nos, com a finalidade de traçar um perfil da escola e suas
No âmbito da dimensão Gestão das Aprendizagens, relações com a comunidade na qual está inserida. Este
em 2013, foi desenvolvida a primeira edição do Progra- instrumento foi criado em função das constantes solicita-
ma Avaliar para Conhecer. Este programa tem o objetivo ções advindas das escolas, visto que diversos diretores e
de produzir informações sobre a situação da aprendiza- pedagogos indicavam desde 2014, nas visitas realizadas às
gem dos alunos, possibilitando o redimensionamento e unidades de educação, que a avaliação da aprendizagem
a melhoria do planejamento das ações pedagógicas de- deveria ser ampliada, não se restringindo apenas à prova
senvolvidas nas unidades de educação do município, bem escrita, mas considerando também o contexto em que se
como a reformulação de políticas públicas educacionais dá a aprendizagem.
fomentadas pela SEMECT/FME. Trata-se de uma avaliação Assim, foi criado um questionário socioeducativo, com
diagnóstica que ocorre bianualmente, visando avaliar a questões relacionadas à: localização da escola; nível de for-
aprendizagem, sem, no entanto, ranquear ou atribuir índi- mação dos responsáveis pelos alunos e sua situação pro-
ces às escolas ou alunos, nem mesmo premiar ou punir os fissional; relação dos alunos com seus responsáveis e com
agentes envolvidos. os profissionais da escola; grau de violência gerada no am-

17
biente social em que os alunos estão inseridos; relação da ção em larga escala, destinados a professores, pedagogos e
escola com a comunidade. Este material foi encaminhado gestores da Rede Municipal de Educação de Niterói. Assim,
às escolas para preenchimento coletivo em reunião peda- passamos a oferecer modos de familiarização da comunida-
gógica. A partir das respostas obtidas neste instrumento, de educativa para com as temáticas e instrumentos avaliati-
foi possível traçar um quadro com diferentes indicadores, vos implementados pela esfera do Governo Federal.
divididos em cinco grupos, em escala progressiva, do grupo Em 2013, especialistas de uma empresa contratada
1, que retrata a situação menos favorável, ao grupo 5, que ministraram uma formação sobre a produção de itens de
identifica a situação ideal ou mais favorável à aprendizagem avaliações externas, cuja estrutura é formada por enuncia-
dos alunos. Nesta autoavaliação, as unidades de educação, do (instrução sobre o suporte + suporte + comando) e al-
em média, reconheceram-se no Grupo 2 do contexto so- ternativas (gabarito e distratores; estes últimos devem ser
cioeducativo. Este resultado indica a necessidade de uma respostas plausíveis, referindo-se a raciocínios possíveis). Na
maior atenção para ações intersetoriais que viabilizem mu- medida em que ampliavam sua formação pedagógica, os
danças nos contextos em que a aprendizagem se dá. sessenta professores participantes do curso também contri-
Os resultados obtidos tanto na prova escrita como no buíram para a elaboração de um banco de questões, que
questionário socioeducativo foram entregues a cada uni- foram utilizadas nas duas edições do Programa Avaliar para
dade de educação, em um relatório individual analítico. Em Conhecer que ocorreram no recorte temporal proposto para
esta explanação.
2013, o relatório não apresentava a avaliação do contexto
Em 2015, houve a parceria do Instituto Nacional de Es-
socioeducativo dos alunos e os resultados da prova escri-
tudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que
ta não indicavam as habilidades alcançadas por aluno. Em
realizou um minicurso sobre Avaliação em Larga Escala,
2015, conforme já dito, esses aspectos foram acrescenta- direcionado a professores, pedagogos e gestores da Rede
dos de acordo com a demanda apontada pelos gestores Municipal de Educação. Os consultores do INEP explicitaram,
das unidades de educação, corroborando a concepção par- para cerca de 100 profissionais, a metodologia da Teoria de
ticipativa do SAEN. Resposta ao Item, o funcionamento do cálculo do Ideb e a
O relatório analítico individual por escola descreve uma lógica das escalas de proficiência da Prova Brasil.
análise contendo os seguintes itens: o quantitativo de acer- Em 2016, foi estabelecida uma parceria com a Universi-
tos dos alunos por escola, ano de escolaridade, grupos de dade Federal Fluminense (UFF), para realização de encontros
referência e habilidades específicas/descritores por discipli- formativos com diretores e pedagogos sobre a construção
na; o nível de desempenho por escola, ano de escolaridade, de indicadores de qualidade como metodologia de ava-
grupos de referência, alunos, indicação de alunos com dis- liação e de melhoria da educação. Além desses encontros,
torção idade-ano e indicação de alunos com deficiência ou ocorreram outros momentos de discussão, com gestores de
transtorno global de desenvolvimento; o questionário do das unidades de educação, sobre a o processo de autoava-
aluno, com percentual de respostas, por escola; classifica- liação por meio da mesma metodologia, como instrumento
ção da escola quanto ao contexto socioeducativo. Este tipo auxiliar da construção do plano de ação para ano letivo.
de relatório possibilita uma análise mais individualizada de Nos anos de 2015 e 2016, também foi elaborado um
cada realidade. módulo sobre Avaliação Institucional, que foi trabalhado no
Diferentemente da Prova Brasil, o Programa Avaliar Curso de Formação para Gestores desenvolvido pela sede.
para Conhecer permite um olhar de cada aluno, de cada Nesta oportunidade, foram compartilhados estudos e co-
escola, e de cada grupo de referência, indicando as habili- nhecimentos construídos a partir das leituras de Bondio-
dades alcançadas e não alcançadas. Os testes cognitivos do li (2004), Dias Sobrinho (1996), Freitas (2013), Lück (2012),
Saeb são adequados “para diagnosticar e monitorar a evo- Sordi (2013), dentre outras, que discutem conceitos como
lução da qualidade da educação básica, mas não permite qualidade negociada da educação, sistemas de avaliação
medir a evolução do desempenho individual de alunos ou educacional, avaliação externa, responsabilização participa-
tiva e autoavaliação da escola.
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

escolas” (BONAMINO, 2012, p. 377).


Durante o ano de 2015, foram realizadas diversas re-
As informações do Programa Avaliar para Conhecer
uniões com diretores e pedagogos, para a explicação de
são utilizadas como subsídios para a organização do Pro-
como se produz o cálculo do Índice de Desenvolvimento
grama de Consolidação das Aprendizagens, que engloba
da Educação Básica (IDEB), tendo em vista a necessidade de
as ações de Aceleração das Aprendizagens e de Reforço esclarecimentos sobre esse indicador. Em todos os encon-
Escolar, bem como para o (re)planejamento das ações pe- tros, gestores da sede e das unidades de educação, coleti-
dagógicas desenvolvidas no interior dos espaços escolares, vamente, discutiram ações possíveis e importantes a serem
visto que o relatório possibilita uma análise individual dos realizadas pelas diferentes partes, com vistas à melhoria dos
alunos e das turmas. indicadores citados anteriormente.
Nesses apontamentos, observamos como se fez e se faz
Formação Continuada em Avaliação necessária a compreensão dos indicadores, para que se dis-
A dimensão da Gestão das Aprendizagens não é volta- cutam as ações que podem levar à melhoria da educação.
da apenas para os alunos. Nesta dimensão, também é pre- Nesse sentido, houve a constante preocupação em esclare-
vista a formação docente sobre a temática da avaliação sob cer a comunidade educativa acerca dos seus índices locais e
diferentes aspectos. Desde 2013, foram realizados cursos nacionais. Formação, estudos e esclarecimentos são funda-
e oficinas sobre os temas avaliação institucional e avalia- mentais para a melhoria dos índices.

18
Gestão da Rede Municipal Dito de outro modo, a organização das ações em for-
De acordo com Sordi e Ludke (2009), “sem avaliação, mato de planejamentos estratégicos possibilita aos inte-
fica-se desprovido de evidências que permitam monitorar grantes das equipes repensarem suas práticas, no sentido
e interferir precocemente nas condições que prejudicam de colaborar com o trabalho pedagógico e a melhoria da
ou potencializam a obtenção dos objetivos educacionais aprendizagem dos alunos.
pretendidos” (p. 314). Esta gestão concorda com este en-
tendimento e, partindo deste princípio, propõe ações de Avaliação do Acompanhamento Pedagógico
planejamento e avaliação/redimensionamento de planeja- Em 2015, as equipes da sede que realizaram o acompa-
mentos estratégicos das equipes internas do órgão central, nhamento pedagógico das unidades de educação construí-
através de um Programa de Monitoramento. ram seus indicadores a fim de que, através dos mesmos, os
profissionais das escolas avaliassem sua atuação.
Programa de Monitoramento O resultado apontou que o modelo em vigor não esta-
O Programa de Monitoramento tem a finalidade de ve- ria atendendo às necessidades das unidades de educação.
rificar e acompanhar as ações desenvolvidas pelos diferentes A partir desta avaliação, houve uma mudança na configura-
setores da sede, com vistas à continuidade ou redimensio- ção do acompanhamento para 2016: formaram-se peque-
namento das mesmas1. Para este monitoramento são feitos nos grupos de acompanhamento (de diferentes setores da
planejamentos estratégicos, acompanhamento dos dados dos sede) às unidades de educação.
projetos desenvolvidos e o acompanhamento das formações O processo de avaliação do acompanhamento é reali-
continuadas oferecidas aos profissionais da Rede Municipal. zado de dois em dois anos, para que haja tempo de ama-
Em 2015 e 2016, cada uma das equipes pedagógicas durecimento das alterações apontadas no resultado, bem
contou com a colaboração da Assessoria de Avaliação Ins- como a consolidação do modelo adotado/modificado.
titucional na construção/organização de um planejamento Portanto, no final de 2017, uma nova avaliação indicará o
estratégico, contendo metas, estratégias/ações e público- que melhorou e o que não melhorou no acompanhamento
-alvo, tendo em vista as práticas pedagógicas das unidades pedagógico realizado pelas equipes, e poderá apresentar
de educação.
sugestões para o aprimoramento da ação, a partir de op-
Além dos planejamentos estratégicos, desde 2015, há
ções que possam ser planejadas e oferecidas às unidades
o monitoramento dos projetos Reforço Escolar, Aceleração
de educação. Vale ressaltar que as equipes de acompanha-
das Aprendizagens, Progressão Parcial, Mais Educação e Jo-
mento produzem os indicadores que constituem o instru-
gos Escolares de Niterói, por meio de planilhas com dados
mento avaliativo de seu trabalho.
quantitativos sobre o atendimento e o investimento cor-
respondentes. Em 2016, também foi planejado o acompa-
nhamento da situação escolar dos alunos (aproveitamento Autoavaliação dos setores administrativos e Plane-
e movimentação) atendidos nos grupos de Reforço Escolar. jamento
Acompanha-se também o Programa de Formação Con- Em 2016, os setores administrativos da FME começaram
tinuada oferecido pela sede aos professores, pedagogos, a integrar-se ao processo avaliativo do SAEN. Para iniciar
diretores, merendeiros, secretários e demais profissionais o processo, foram realizadas reuniões com membros da
da Rede Municipal, levantando dados referentes às temáti- Superintendência de Gestão de Pessoas, Superintendência
cas desenvolvidas, nº de encontros, participação, público- Jurídica e Superintendência de Administração, Orçamento e
-alvo etc. Pretende-se qualificar este instrumento de modo Finanças, nas quais as equipes foram estimuladas a pensa-
que possa demonstrar os desdobramentos dos encontros rem em suas ações como indicadores de qualidade do seu
nas escolas, junto aos alunos. trabalho.
Em três momentos coletivos, ocorre o acompanha- Os instrumentos de autoavaliação foram construídos
mento do desenvolvimento das ações propostas pelas pelas equipes, com a descrição de suas ações e atribuição
equipes nos planejamentos estratégicos, em Seminários de valor ao desenvolvimento das mesmas. No entanto, cabe
de Monitoramento, com a apresentação das metas e dos ressaltar que o número de profissionais na avaliação ainda CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
resultados, para a apreciação e encaminhamento de estra- se mostrou pequeno, com apenas 15% de participação.
tégias por parte dos gestores. Estes seminários têm o intui- Os resultados foram consolidados em um relatório e
to de acompanhar as metas estabelecidas, compartilhar as entregue ao Presidente da FME, para que o mesmo e as
dificuldades encontradas para sua realização e discutir os equipes administrativas da FME tivessem subsídios para (re)
ajustes necessários ao planejamento. planejarem as ações dos próximos quatro anos de gestão.
Esse monitoramento/acompanhamento permite que
os profissionais envolvidos atentem para a importância da Gestão Escolar
definição de metas no desenvolvimento qualitativo do tra- A dimensão Gestão Escolar começou a ser implemen-
balho. Além disso, dá visibilidade às ações e promove uma tada em 2016. Os diretores e os pedagogos têm sido orien-
relação de integração das equipes. Na medida em que já tados quanto à construção de indicadores de qualidade de
obtivemos essa integração interna, os planejamentos fu- cada Unidade de Educação, para utilizarem este instrumen-
turos serão compartilhados também com as unidades de to em um processo de autoavaliação participativo, carac-
educação, para que haja a compreensão do trabalho de- terizado pela elaboração e discussão coletivas acerca dos
senvolvido na sede. Espera-se que isso aprimore o trabalho indicadores, ou seja, sinais que revelam aspectos de deter-
que se dá em articulação com as escolas. minada realidade e que podem qualificá-la.

19
A partir da metodologia de indicadores de qualidade espaço de tensão, de disputa pelos sentidos, de contra-
e autoavaliação, cada escola poderá estabelecer um senti- dição, mas isso de forma alguma deixa de ser um espaço
do próprio de qualidade para as diferentes dimensões que fértil para a produção do conhecimento acerca do que tem
compõem o tempo e o espaço escolares, bem como traçar se constituído a avaliação institucional em Niterói.
um plano de ação anual que busque atingir a qualidade Deste modo, é importante salientar que, em todas as
almejada. dimensões, poderá haver outros indicadores a serem im-
Das noventa unidades de educação que existem na plementados. Assim como acréscimos de indicadores, po-
Rede Municipal atualmente, sessenta e quatro marcaram derá haver reformulações dos já existentes, inclusive de
sua representação em oito encontros proporcionados du- seus instrumentos avaliativos, uma vez que o SAEN tem
rante o ano. A expectativa é de que a participação aumente uma concepção participativa e isso implica dizer que está
nos próximos anos, na medida em que sensibilizamos as sujeito a diferentes produções de sentidos, conforme tem-
escolas acerca da importância da integração dos atores nos po e espaço em que circule.
caminhos no processo de gestão democrática. Pressupõe- Em concordância com Sordi e Freitas (2013), com-
-se que é preciso, antes de tudo, sensibilizar a participação preendemos a necessidade de um modelo alternativo de
das escolas neste processo, tendo em vista que a autoava- responsabilização, que não deve ser direcionado exclusi-
liação se torna significativa na medida em que se atribui vamente a professores e alunos, mas sim pactuado e par-
sentido para tal. ticipativo. A qualidade da educação depende desse fator.
“Daí o sentido de um ‘pacto’ com múltiplos atores: da es-
Gestão do Trabalho Pedagógico
cola para com seus estudantes; da escola consigo mesma;
A avaliação da Gestão do Trabalho Pedagógico come-
da escola com os gestores do sistema escolar; e dos gesto-
çará a ser implementada em 2017, embora seja possível
res do sistema para com a escola” (SORDI; FREITAS, 2013).
observar, neste relato, que houve ações descritas também
consideradas parte desta dimensão, principalmente no que Esta gestão tem trabalhado com os conceitos de qua-
tange à formação docente sobre os processos avaliativos lidade negociada e responsabilização participativa, na
institucionais. Pretende-se, contudo, planejar estratégias tentativa de fazer a comunidade educativa compreender
que possam aproximar o SAEN e o trabalho do professor como a função social da escola pode ser significativa,
e do pedagogo, agentes que se destacam no processo pe- quando há uma organização pautada na (auto)avaliação,
dagógico. no planejamento, no acompanhamento e replanejamento
Apesar de não haver um diagnóstico específico so- de ações, na democratização das ações etc. O SAEN tem
bre o trabalho pedagógico desenvolvido nas unidades de possibilitado esse olhar, embora se reconheça que o mes-
educação, a análise das outras dimensões sinaliza que há mo pode e precisa ser aprimorado.
um distanciamento entre as ações da sede e o trabalho do Deste modo, o sistema tem colaborado para os obje-
professor em sala de aula. Por exemplo, a sede investe em tivos da gestão municipal na área da educação. É possível
formações, os professores participam, mas não se identifica afirmar que o SAEN, como sistema próprio de avaliação
claramente os desdobramentos dessa articulação em sala que considera a importância da integração das diferentes
de aula. Sendo assim, essa relação dialógica deve objetivar dimensões da educação e dos diferentes agentes envolvi-
os efeitos no espaço escolar. dos nas mesmas, pode ser uma ferramenta de fundamen-
Nesse conteúdo apresentamos a política pública de tal importância para a qualidade da educação de Niterói.
avaliação institucional que tem se desenvolvido no muni-
cípio de Niterói (RJ). Este modelo de avaliação institucional CEMPRE
não se embasa apenas nos resultados de desempenho dos O Cadastro Central de Empresas - Cempre consti-
alunos, pois compreende que mesmo estes resultados de- tui um importante acervo de dados sobre o universo das
pendem de uma série de fatores que perpassam pela parti- empresas e outras organizações formais e suas respectivas
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

cipação, organização e o investimento dos gestores dos ór- unidades locais existentes no Brasil, reunindo informações
gãos centrais e das unidades de educação. E também pela cadastrais e econômicas oriundas de pesquisas anuais
participação/engajamento dos profissionais das escolas,
do IBGE, nas áreas de Indústria, Construção, Comércio e
dos alunos e das famílias, cada ator cumprindo seu papel
Serviços, e de registros administrativos do Ministério do
social, responsabilizando-se por sua função nesse processo
Trabalho e Previdência Social, como a Relação Anual de
amplo que é a educação.
Informações Sociais - RAIS.
Pensar um sistema de avaliação próprio frente ao sis-
tema de avaliação nacional tem a ver com um modo de As informações disponíveis referem-se às empresas e
produzir sentidos que se relacionem com as diferentes rea- às unidades locais que no ano de referência estavam ativas
lidades que ambos contemplam. Pensar neste sistema que no Cadastro.
se relaciona com as realidades locais, enfatizando a parti-
cipação da comunidade educativa e garantindo a ausência Finanças Públicas
de ranqueamento e meritocracia, abre um espaço de diálo- Niterói é a cidade do Estado do Rio de Janeiro que
go e se coaduna com a ideia de gestão democrática. Res- realiza a melhor gestão de suas finanças. A informação é
saltamos que um espaço que se constrói na relação com o da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
outro, um espaço compartilhado, caracteriza-se como um (Firjan), que divulgou, nesta quinta-feira (10/08), o Índice

20
Firjan de Boa Gestão Fiscal (IFGF), levantamento feito com dados da Secretaria do Tesouro Nacional. O município foi o
único do estado a alcançar a excelência na gestão de suas contas públicas em 2016, e também conquistou o sexto lugar
no ranking nacional.
De acordo com a nova edição do levantamento, que analisou as contas de 4.544 prefeituras – 81,6% das cidades do
país –, 2016 foi o ano em que mais prefeituras apresentaram gestão fiscal difícil ou crítica, desde o início da série histórica,
em 2006. Além de Niterói, apenas outras 12 cidades atingiram o conceito máximo e nenhuma delas é capital.
“Nós decidimos encarar a crise que vivíamos em 2013 como uma oportunidade. Fizemos uma gestão técnica e res-
ponsável, investindo em modernização, cortando gastos desnecessários e priorizando o essencial. Graças a uma política
equilibrada, temos muito orgulho de honrar nossos compromissos, pagando salários e fornecedores em dia. Os serviços
são executados normalmente e ainda estamos tirando obras importantes do papel, como a TransOceânica e o túnel Cha-
ritas-Cafubá, além de municipalizar e reabrir equipamentos do estado que estavam fechados, como o Restaurante Popular
e a Biblioteca Parque”, ressalta o prefeito Rodrigo Neves.
O excelente desempenho de Niterói foi puxado principalmente pelos indicadores Receita Própria e Investimentos, que
receberam a nota mais alta. Gastos com Pessoal, Liquidez e Custo da Dívida receberam nota B. A escala da Firjan vai de A
a D.
Através de um amplo planejamento, foram aplicadas ações para a redução de despesas, modernização, aumento da
transparência na aplicação dos recursos, realização de parcerias público-privadas (PPPs) e reformas para otimizar a admi-
nistração pública de Niterói, melhorando o gasto público sem aumentar impostos.
Além do pagamento dos salários em dia, a administração está realizando investimentos importantes, como a constru-
ção e reforma de 22 escolas, a reforma e ampliação do Hospital pediátrico Getulinho e a TransOceânica, a maior obra de
mobilidade urbana da história da cidade.
O resultado deste planejamento e a gestão responsável do município também asseguraram à Prefeitura de Niterói a
possibilidade de antecipar a primeira parcela do 13º salário de 2017 para julho, municipalizar equipamentos do Estado
para garantir seu funcionamento, além da realização de grandes investimentos e o pagamento em dia das contas do
Município.

CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

Fonte: FIRJAN

“A cidade se destacou por ter disciplina financeira, maior planejamento das contas públicas, o que aumentou nossa
capacidade de investimento. Para manter a continuidade da prestação de serviços públicos básicos, como saúde, educa-
ção, saneamento básico e até manter a própria atividade da administração municipal, foi imprescindível que adotássemos
um conjunto de medidas políticas, organizacionais e administrativas para melhorar a arrecadação das receitas próprias,
principalmente do IPTU e do ISS. Assim, buscamos localmente os recursos que necessitamos e, desta forma, reduzimos a
dependência do governo local por transferências intergovernamentais”, ressalta o secretário municipal de Fazenda, Pablo
Villarim.
Série histórica – A boa colocação de Niterói no ranking revela uma melhora progressiva. No primeiro IFGF, que ana-
lisou as contas de 2005, a cidade ficou em 23º lugar no estado e em 657º no país. Em 2012, a cidade estava em 55º no
estado e 2.188º no país. Desde que a atual administração da Prefeitura assumiu, a cidade pulou da 46ª posição no estado
e 1.719ª no país, em 2013, para a 7ª e 84ª em 2014, 2ª e 45ª em 2015 e agora o 1º lugar no estado e 6º país em 2016.

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Planejamento garantiu bons resultados so à cidade. Aqui nesta seção você pode obter informações
Entre as ações de gestão, a Prefeitura criou o Portal de sobre as vias de acesso disponíveis na cidade de Niterói,
Transparência, plataforma destinada à consulta das des- sejam vias de acesso terrestre como acesso rodoviários,
pesas, receitas e instrumentos públicos de planejamen- distâncias entre principais cidades vizinhas e acesso ferro-
to (PPA, LDO e LOA) e relatórios de gestão, entre outros. viário, como também vias de acesso aéreas e marítimas.
Também foi implantada a Lei de Acesso à Informação (LAI),
que dá o direito de qualquer pessoa solicitar e receber dos Vias de Acesso
órgãos e entidades públicos, de todos os entes e poderes, Chega-se a Niterói pela Ponte Presidente Costa e Silva,
informações públicas por eles produzidas ou custodiadas. mais conhecida popularmente como Ponte Rio-Niterói, lo-
Niterói instituiu, ainda, o Código de Ética de Servidores e caliza-se na baía de Guanabara, Estado do Rio de Janeiro,
Dirigentes Municipais. no Brasil. É uma obra de arte integrante da rodovia BR-101,
que percorre praticamente todo o litoral leste brasileiro,
Resiliência – Antecipando-se aos efeitos da crise eco- entre os Estados do Rio Grande do Norte e Rio Grande do
nômica que se abateu no país, sobretudo no Estado do Rio Sul.
de Janeiro, o prefeito Rodrigo Neves lançou, no final de
2016, o “Plano Niterói Mais Resiliente”, com 47 medidas de Rodovias
modernização da gestão municipal e de controle e ajuste Linha Niterói – Manilha – liga a Região dos Lagos e
fiscal. O plano tem como metas promover uma economia Região Serrana
estimada em R$ 158 milhões e aumentar a arrecadação Linha Niterói – Visconde de Itaboraí – uma das linhas
apenas com medidas de eficiência, sem aumentar impostos da Central.
ou cortar em programas sociais.
Transporte Público
Modernização da gestão – A implantação do sistema O transporte público urbano é parte essencial de uma
e-Cidade, software que centraliza as informações sobre cidade. Diminui a poluição, uma vez que menos carros são
os processos municipais, garantiu a segurança dos dados, utilizados para a locomoção de pessoas, além de permi-
mais transparência e melhoria na gestão fiscal. O programa tir o deslocamento de pessoas que, não possuindo meios
substituiu 46 sistemas de protocolos, 11 de folha de paga- de adquirir um carro, precisam percorrer longas distâncias
mento e 10 sistemas contábeis diferentes, permitindo uma para o local de trabalho.
maior facilidade de consulta às informações de processos O serviço de ônibus urbanos consiste no único meio
administrativos da Prefeitura. de transporte público intramunicipal da cidade de Niterói.
Há pouco menos de 50 linhas em atividade, todas opera-
Redução de gastos – Os secretários e presidentes de das por empresas particulares. A maior parte das linhas de
empresas municipais se comprometeram a reduzir despe- ônibus municipais têm ponto final no Centro (no Terminal
sas e a promover melhorias nos gastos públicos e na ges- Rodoviário João Goulart), ou passam pelo Centro.
tão. Com este pacto de gestão fiscal, a previsão é de eco-
nomia de R$ 31 milhões por ano. Entre as medidas que es- Transporte Marítimo
tão sendo implantadas, é possível destacar a renegociação Niterói conta com um serviço de Barcas e Catamarãs
de contratos com fornecedores e prestadores de serviço marítimos como meio de transporte público opcional.
da Prefeitura e a redução de custos com viagens e com- A travessia marítima entre Niterói e o município do Rio
bustível. O objetivo é deixar as contas públicas municipais de Janeiro é feita por duas rotas, ambas tendo como desti-
equilibradas, sem interromper os investimentos na cidade no a estação carioca da Praça XV.
ou prejudicar a qualidade do serviço público. As estações em Niterói localizam-se na Praça Araribóia,
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

no Centro, e no bairro de Charitas. A travessia entre a Praça


Aumento na arrecadação do ICMS – Niterói conse- Araribóia e a Praça XV é feita por barcas de grande porte,
guiu aumentar seu Índice de Participação dos Municípios com capacidade até 2000 passageiros, um trajeto que dura
(IPM) sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e cerca de 20 minutos.
Serviços (ICMS) em 35,4% em 2016, na comparação com As barcas vêm sendo gradativamente substituídas por
2015, mesmo com a crise que atinge o estado. Uma equi- catamarãs de grande porte, com capacidade inferior (até
pe da Secretaria de Fazenda está trabalhando em conjunto 1200 passageiros), porém perfazendo um tempo de traves-
com uma consultoria especializada para acompanhar os sia menor, entre 12 e 15 minutos.
relatórios emitidos por empresas da cidade, encontrando Além disso, há o transporte seletivo (com passagens
inconsistências e as intimando a retificar os erros apurados. mais caras), feito por catamarãs de menor porte e lanchas
rápidas. O tempo de travessia é de aproximadamente 9 mi-
Transporte nutos. A travessia entre a estação de Charitas e a Praça XV
A Rede de Transportes da cidade de Niterói refere-se a é feita por catamarãs de pequeno porte, sendo esse serviço
todos e quaisquer meios de transportes existentes e dispo- também considerado transporte seletivo.
níveis a toda população, sejam eles, Públicos, Aéreo, Maríti-
mo, Ferroviário, Rodoviário, assim como os meios de Aces-

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Transporte Ferroviário
Existe um ramal ferroviário para transporte de passageiros, com 33 km de extensão, ligando Niterói ao município de
Itaboraí, passando por São Gonçalo. O ramal, operado pela empresa estatal Central (sucessora do espólio da Flumitrens
que não foi privatizado) encontra-se em decadência. São realizadas apenas duas viagens diárias, uma em cada sentido,
utilizando um trem obsoleto dos anos 50. Cogita-se no futuro utilizar o leito desse ramal para a implantação de parte da
projetada Linha 3 do Metrô ou de um serviço de VLT.

Transporte Aéreo
A cidade de Niterói não possui aeroportos locais, mas pode contar com os seguintes aeroportos na cidade do Rio de
Janeiro (pertinho dali, do outro lado da ponte):

Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Antônio Carlos Jobim

Aeroporto Santos Dumont

Saúde
A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 10.51 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias
são de 0.1 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 63 de 92 e 63 de
92, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 3143 de 5570 e 4734 de 5570,
respectivamente.

Violência e Criminalidade

A administração pública lançou o Pacto Niterói Contra a Violência, um Plano Municipal de Segurança Pública que prevê
investimento de R$ 304 milhões nos próximos dois anos em 18 projetos nos eixos de prevenção, policiamento e Justiça,
convivência e engajamento dos cidadãos e ação territorial integrada.
Entre as medidas, está o Poupança Escola, um programa de incentivo para os alunos da rede pública concluírem o Ensi-
no Médio/Profissionalizante, o pagamento de prêmio por apreensão de arma de fogo de R$ 2 mil a R$ 8 mil e a realização
de concurso para contratação de 142 guardas municipais.
As iniciativas de Segurança Pública, tradicionalmente, acontecem de forma reativa, com apenas a polícia e sem
integração com outros órgãos, em ações baseadas em crenças, sem prestação de contas e sob a gerência apenas dos
governos estaduais. Já o Pacto Niterói contra a Violência aborda a questão da segurança por uma concepção inovadora:
de forma proativa, com ações integradas, envolvendo equipes multidisciplinares, baseado em pesquisas científicas, com
prestações de contas, e envolvendo estado, município e sociedade. O programa que será implantado em Niterói prevê
o adensamento das iniciativas já em andamento, além de um conjunto inédito de ações a serem implantadas ao longo
dos próximos dois anos. CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
Entre as ações do eixo “Prevenção”, se destacam o Poupança Escola, uma poupança para os alunos da rede pública que
concluírem o Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante; e o Escola da Família, que vai oferecer cursos para mães e
pais no Pré-Natal pela equipe da Atenção Básica, estimular o desenvolvimento de habilidades socioemocionais em crianças
e adolescentes, e a preparação para a escolarização de crianças de 2 a 4 anos. Também haverá a implantação dos Espaços
Nova Geração, Cieps que estão sendo reformados e onde serão desenvolvidos atividades de educação, cultura, capacitação
profissional, esporte e lazer no contraturno escolar; e o Niterói Jovem EcoSocial, que formará, anualmente, 400 jovens entre
16 e 24 anos em situação de risco, na área ambiental, oferecendo oportunidades de renda, profissionalização e inclusão social.
No Plano de Policiamento e Justiça, as ações se concentram no Sistema Municipal Integrado de Segurança, que usa as
experiências bem-sucedidas em Nova York, Boston, Chicago, Bogotá e Medelín para o combate à criminalidade. Entre elas
estão o pagamento de prêmio para policiais por apreensão de armas de fogo em ações que não hajam mortos ou feridos
com lesões graves, concedendo de R$ 2 mil (pistolas) a R$ 8 mil (fuzis); a expansão dos portais de segurança para todas
as entradas e saídas da cidade, com a leitura de placas; a instalação de dispositivos de identificação facial  em locais de
grande circulação, permitindo a identificação de indivíduos procurados ou foragidos da polícia; plano de policiamento
integrado entre a Guarda, PM e Niterói Presente; e uma força tarefa com o Ministério Público e Judiciário com foco na
repressão a homicídios.

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A realização de concurso para 142 novos guardas mu- Eixo Convivência e engajamento dos cidadãos
nicipais, a elaboração de um planejamento estratégico da Fortalecimento da Guarda Municipal – planejamen-
GM, e a criação de um programa de mediação de conflitos to estratégico da Guarda Municipal e realização de concur-
fazem parte do eixo “Justiça e Convivência”. so para 142 novos guardas.
No eixo “Ação Territorial Integrada”, a Prefeitura inten- Código de convivência na cidade – realizar processo
sificará os investimentos em urbanismo e no fortalecimen- de diálogo com a sociedade.
to de serviços públicos em comunidades selecionadas para Programa Mediar – rede de mediação de conflitos,
a primeira fase do programa, promovendo a melhoria da com assistentes sociais nas delegacias, centros de media-
iluminação, abertura de acessos, implantação de mobiliá- ção e formação de mediadores comunitários.
rio urbano e de espaços de convivência; e a construção de Fortalecimento do Disque Denúncia – lei que obriga
uma rede integrada entre as políticas de educação, saúde,
a divulgação dos telefones do disque denúncia no trans-
assistência, cultura e esporte, com o objetivo de identificar
porte público, lojas e estabelecimentos da cidade.
jovens em situação de risco e elaborar planos individualiza-
dos de prevenção à violência.
Eixo ação territorial integrada
Projetos do Pacto Niterói contra a violência Infraestrutura urbana – implantação de melhorias ur-
Eixo Prevenção: banas e fortalecimento dos serviços públicos nos territórios
Escola da Família – cursos para mães e pais no Pré- prioritários.
-Natal pela equipe da Atenção Básica, desenvolvimento de Rede territorial integrada – integração entre os ser-
habilidades socioemocionais em crianças e adolescentes, viços básicos e prevenção à violência junto a jovens e ado-
preparação para a escolarização de crianças de 2 a 4 anos. lescentes em territórios prioritários.
Espaços Nova Geração – municipalizar e reformar Investimento municipal de R$ 100 milhões em Se-
Cieps que estavam abandonados transformando-os em gurança
clubes escola no contraturno escolar, com atividades de la- Diante da grave crise administrativa e fiscal do Governo
zer, cultura, esportes e cursos profissionalizantes. do Estado, a Prefeitura de Niterói está cooperando com as
Banco de Oportunidades – ação de mobilização da forças policiais, investindo, nos últimos cinco anos, mais de
sociedade e do setor empresarial do município para aber- R$ 100 milhões em Segurança Pública.
tura de oportunidades para jovens em situação de vulne-
rabilidade social. Entre as ações estão a implantação do Programa Nite-
Poupança Escola – programa de incentivo ao aumen-
rói Presente que garantiu o patrulhamento diário por mais
to de escolaridade entre estudantes em situação de vulne-
de 100 policiais militares e 50 agentes civis de segurança
rabilidade social. Cada ano completado com aprovação, o
aluno da rede pública recebe um montante, que vai de R$ nos bairros de Icaraí e Centro de Niterói. Em 2018 o Progra-
1,2 mil (9º ano do ensino fundamental) a R$ 800 (4ª série ma foi ampliado, por meio da contratação de mais 100 po-
do ensino profissionalizante). liciais e agentes civis, para Santa Rosa e Fonseca. Para isso,
Niterói Jovem EcoSocial – programa de incentivo à o município ampliou o convênio com o Estado do Rio de
sustentabilidade com plantio de mudas em comunidades Janeiro do Programa de Integração na Segurança (Proeis),
disponibilizando 250 vagas diárias para que os policiais
Eixo Policiamento e Justiça: Sistema Municipal Inte- realizem o patrulhamento nas ruas de Niterói.
grado de Segurança Como parte das ações de inteligência, também foram
Desarmando a criminalidade – pagamento de prê- instalados Portais de Segurança na cidade para identificar
mio por apreensão de arma de fogo em operações policiais veículos roubados com 12 leitores de placas de veículos na
onde não haja registro de morte ou lesão corporal grave e, Ponte Rio-Niterói e outros cinco no Fonseca, Barreto e Pen-
desde que haja diminuição nos indicadores de Segurança dotiba. Por meio das câmeras de segurança e do compar-
CONHECIMENTOS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI

na cidade. tilhamento e da integração das informações com as forças


Pagamento de indenização por entrega voluntária de de segurança do Estado do Rio de Janeiro diversos crimes
armas na Polícia Federal. têm sido prevenidos e desvendados.
Plano de Policiamento Integrado – plano de policia- Em 2013 a nova gestão criou o Gabinete de Gestão
mento integrado entre PM, GM, Niterói Presente em pro-
Integrada Municipal, um espaço de gestão integrada e
jetos de policiamento ostensivo ordinário, operações inte-
permanente que reúne as polícias federais, estaduais e os
gradas, plantões integrados de ordem pública
Cercamento eletrônico e identificação facial – pon- órgãos municipais da área, que analisam conjuntamente os
tos de leitura de placas de carro em todas as entradas e indicadores de criminalidade e tomam decisões conjuntas
saídas da cidade (80 faixas de rolamento) e cruzamento en- para enfrentar a violência.
tre ocorrências e veículos. Software de identificação facial Outro investimento importante foi a construção do
instalado em locais de grande circulação. Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), uma mo-
Cessar Fogo: força tarefa com MP e Judiciário com derna central de monitoramento em tempo real da cidade
foco em homicídios – integração com o Poder Judiciário, com o auxílio de centenas de câmeras de alta tecnologia.
Ministério Público e Polícia Civil para aumentar a repressão Localizado em Piratininga, na Região Oceânica, o Cisp con-
a crimes contra a vida. ta com mais de 380 câmeras, 80 botões de alerta em áreas

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estratégicas do município, 40 sistemas de rastreamento de
viaturas de forças de segurança e 3 câmeras móveis (360
graus), entre outras iniciativas. O Município também au-
EXERCÍCIO COMENTADO
mentou o efetivo e melhorou a infraestrutura da Guarda
Municipal. 01. Em relação ao combate à criminalidade, a administra-
A Prefeitura de Niterói proveu, em 2017, uma ajuda de ção pública de Niterói/RJ lançou o Pacto Niterói contra a
custo de R$ 3,5 mil para mais de 800 policiais civis, bom- violência. Sobre podemos afirmar:
beiros e agentes penitenciários que atuam no município.
Desde 2015, a Prefeitura também custeou a manutenção a) é um plano estadual com aplicação estendida aos
de viaturas do 12º BPM, reformas de cinco unidades des- municípios.
tacadas da polícia militar (Badu, Fonseca, Cavalão, Estado e b) todos os eixos do pacto são de ações corretivas
Caramujo), em cinco DPOS (Largo Da Batalha, Cafubá, Vila c) o eixo Policiamento e Justiça usa como modelo experi-
Progresso, Piratininga e Engenhoca), em cinco cabines da ências bem-sucedidas em países da America do Norte e
PM (Multicenter, Icaraí, São Francisco, Santa Rosa e Vital America do Sul.
Brazil), em três Delegacias (76ª, 77ª e 78ª) e reformas no d) o pacto atua sem a participação e envolvimento da po-
12º BPM e na Delegacia de Homicídios. pulação, sendo exercido apenas com a participação da
No âmbito das estratégias de prevenção da violência, guarda municipal.
Niterói investiu nos últimos quatro anos na ampliação da
rede escolar. Com o programa Mais Infância, a Prefeitura Resposta: “C”
de Niterói estabeleceu a meta de oferecer ensino a 100% Em “a”, Errado – é um plano municipal.
das crianças com idades entre 4 e 6 anos na rede pública Em “b”, Errado – atua com ações corretivas e preventivas.
municipal (Educação Infantil Presente na Lei de Diretrizes e Em “d”, Errado – a população participa, conforme vimos
Bases – LDB). E para atender à demanda, foi preciso cons- acima no eixo Convivência e engajamento dos cidadãos
truir, reformar e reequipar escolas. Em cinco anos, foram
22 novas unidades de ensino implantadas e 2.500 novas
matrículas na rede infantil. Fonte e/ou texto adaptado:
Em outubro de 2017, Niterói realizou uma consulta www.cidades.ibge.gov.br/www.portais.niteroi.rj.gov.br/
popular inédita no país sobre o uso de armamento letal www.qedu.org.br/www.consad.org.br/ www.fazenda.nite-
pela Guarda Municipal. Cerca de 18,9 mil pessoas foram roi.rj.gov.br/www.guianiteroi.com.br/www.niteroi.rj.gov.br/
às urnas e 70% decidiu pelo não armamento. Atenta ao www.justica.gov.br/www.ambito-juridico.com.br/www.con-
resultado, o Município decidiu iniciar um realinhamento teudojuridico.com.br//www.niteroitv.com.br/www.cidades.
estratégico das suas ações em Segurança, focando maiores ibge.gov.br/
esforços na área de prevenção. Para isso, a Prefeitura deu
início a construção do Pacto Niterói Contra a Violência.

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ANOTAÇÕES

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