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27 DE FEVEREIRO
PALÁCIO DO ITAMARATY
BRASÍLIA — DF
DISCURSO DO PRESIDENTE JOÃO FI-
GUEIREDO, POR OCASIÃO DO JAN-
TAR OFERECIDO NO ITAMARATY, AO
PRESIDENTE DO URUGUAI

Senhor Presidente:
É com especial satisfação que recebemos Vossa Ex-
celência e seus ilustres acompanhantes. Sua presença en-
tre nós realça os sentimentos fraternos de estima e admi-
ração que o Brasil dedica à República Oriental do Uru-
guai.
Seu país sempre deu importantes contribuições ao
diálogo e à compreensão entre as nações. Como o povo
brasileiro, o uruguaio acredita que o aprofundamento
do conhecimento mútuo é o caminho para a harmonia e
o progresso da comunidade internacional.
Na pessoa de Vossa Excelência, acolhemos o Chefe-
de-Estado, cuja vida pessoal e profissional, assim como
as altas funções que tem desempenhado, refletem capa-
cidade e experiência que asseguram o proveito das nos-
sas conversações.
Senhor Presidente,
Vossa Excelência nos visita quando a aguda crise
mundial põe em evidência o acerto do constante proces-
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só de aproximação brasileiro-uruguaio. Este encontro


possibilita não apenas dialogar no mais alto nível sobre
temas de interesse bilateral, continental e mundial, como
também, e sobretudo, trabalhar na busca de ações co-
muns entre os dois países, que possam concorrer para
mitigar as dificuldades por que passam nossas econo-
mias.
Fatores negativos dominam o panorama atual. É
verdade que começa a esboçar-se movimento de reativa-
ção da economia dos países industrializados. Essa ten-
dência, porém, é ameaçada pela persistência de dese-
quilíbrios nas finanças públicas, no comércio e no câm-
bio, que alimentam dúvidas sobre a durabilidade da re-
cuperação.
Enquanto isso, o mundo em desenvolvimento su-
porta o peso da crise, sofre a perda de expectativas e a
ameaça de destruição de estrutura produtiva construída
com sacrifício ao longo dos anos. Nas sociedades menos
desenvolvidas o custo social é ainda exacerbado pela po-
breza tradicional e pela crescente pressão demográfica
sobre o mercado de trabalho.
Não pode o exame das razões da crise mundial ficar
restrito a visões dogmáticas e unilaterais, mas terá de ser
objeto de diálogo amplo, intenso e desprovido de inibi-
ções ou preconceitos. Estou seguro de que a responsabi-
lidade pela busca de soluções e pela implementação de
medidas corretivas cabe a todos os países. Contudo, se
essa responsabilidade é universal, os sacrifícios para su-
perar a crise deverão repartir-se segundo a capacidade
de cada país. Se algo há de positivo na crise atual, é o
aprofundamento da consciência de que países industria-
lizados e em desenvolvimento partilham de um destino
comum. No entanto, esse fato não se traduziu ainda em
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modificações de caráter institucional que consagrem o


novo ordenamento que almejamos.
Assim, se a contribuição dos industrializados terá
de assumir a forma de aceitação de mudanças estrutu-
rais, para beneficio geral, cabe a nós, conforme tive a
oportunidade de manifestar nas Nações Unidas, de-
monstrar plenamente nossa capacidade de buscar, com
serenidade e espírito construtivo, o encaminhamento de
nossas postulações.
Senhor Presidente,
Aproximados pela geografia, pela história e pela
cultura, com tantos aspectos comuns, nossos países reve-
lam naturais e marcantes afinidades.
A 'extensa fronteira que compartilhamos constitui
um traço de união entre dois povos cujos contatos ultra-
passam o mero ritual quotidiano da boa-vizinhança.
Entre nossas populações multiplicam-se os laços de san-
gue e as relações humanas, consolidando sentimentos in-
dissolúveis de afeto e solidariedade.
Nas ocasiões em que vivi em regiões próximas da
fronteira, tive a satisfação de testemunhar a cordialidade
com que se desenvolvem os contatos de toda ordem en-
tre os nacionais de um e outro país e a convivência ame-
na e fraterna entre brasileiros e uruguaios. Esse congra-
çamento permanente se manifesta nas estreitas relações
entre os habitantes das cidades gêmeas de nossa frontei-
ra.
A consciência dos interesses e destinos comuns está
amplamente disseminada nos diferentes setores da socie-
dade brasileira, a qual sempre dedicou à Nação uruguaia
particular simpatia e admiração.
A trajetória positiva da convivência entre o Brasil e
o Uruguai foi certamente fruto da sabedoria com que
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nossos maiores souberam palmilhar os caminhos seguros


de uma aproximação crescente.
Baseados na tradição de seus contatos bilaterais, o
Brasil e o Uruguai forjaram vasto arcabouço jurídico,
apto a fortalecer o seu relacionamento nos mais varia-
dos campos.
Entre os principais marcos desse notável acerto, so-
bressaem instrumentos como o Tratado de Amizade,
Cooperação e Comércio, o Tratado de Cooperação para
o Aproveitamento de Recursos Naturais e o Desenvolvi-
mento da Bacia da Lagoa-Mirim e o Protocolo de Ex-
pansão Comercial.
O Tratado de Amizade abre horizontes promissores
a orientarem nossos governos e seus preceitos mantêm
plena validade.
Concluído de acordo com o espírito do Tratado de
Amizade, o Tratado da Lagoa-Mirim destina-se a pro-
mover o desenvolvimento econômico e social de uma
área que cobre extensa parte da nossa fronteira comum,
à qual nossos governos têm dirigido especial atenção.
Além de refletir a importância que ambos os países con-
ferem a um processo de cooperação iniciado há cerca de
duas décadas, esse acordo refere-se à região que, graças
à visão e às iniciativas de nossos estadistas, entre os
quais o Barão do Rio Branco, patrono desta Casa, sim-
boliza o clima de exemplar entendimento entre o Brasil e
o Uruguai.
De particular significado é também o Protocolo de
Expansão Comercial. Bem demonstra a atenção dedica-
da por nossas autoridades a esse instrumento, o constan-
te aperfeiçoamento de sua implementação e sua adapta-
ção às circunstâncias. Estamos associados para explorar
a fundo as possibilidades de expansão de um intercâm-
bio comercial mutuamente vantajoso.
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Nossos esforços em prol da máxima utilização de


oportunidades de cooperação mútua assumem particular
relevo em face das dificuldades econômicas que ambos
os países atravessam. Buscar a ampliação e o aprofun-
damento dos pontos de contato entre nossos países é
condição básica para que a nossa atuação exterior, seja
no plano bilateral, seja na esfera multilateral, adquira
maior eficácia. Representa, ademais, contribuição positi-
va nos contextos da integração regional e da participa-
ção da América Latina em foros internacionais.
Senhor Presidente,
O quadro jurídico do relacionamento brasileiro-
uruguaio e os expressivos anseios de aproximação bilate-
ral norteiam as conversações com Vossa Excelência.
É relevante efetuar balanço do que nossos países já
realizaram nesse âmbito e das perspectivas à nossa fren-
te.
Essa tarefa exige a consciência de que nossos pro-
blemas são similares e de que, juntos, podemos aumen-
tar as possibilidades de soluções adequadas. Nosso rela-
cionamento deve desenvolver-se no espírito de coopera-
ção entre nações que se estimam e respeitam, dentro de
parâmetros de igualdade e benefícios recíprocos.
Senhor Presidente,
Com a certeza de que muito já se fez entre o Brasil
e o Uruguai, e do que ainda mais será feito, convido to-
dos os presentes a comigo brindarem à prosperidade da
nobre nação uruguaia, à constância das fraternas rela-
ções brasileiro-uruguaias e à saúde e felicidade pessoal
de Suas Excelências o Presidente da República Oriental
do UruguaW Senhora Gregorio Álvarez.
Muito Obrigado.

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